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87 27 Inventário Patrimonial do Bem Arquitetônico Santa Casa de Misericórdia 27. Santa Casa de Misericórdia 27.1 A edificação como documento 27.1.1 Bem/Edificação Santa Casa de Misericórdia 27.1.2 Localização Rua Benjamin Constant, 1657, Centro, Campinas, SP, CEP 13010-142 27.1.3 Proteção Tombamento da Capela pelo CONDEPHAAT, Processo 08491/69, Resolução de 11/04/1972, inscrição nº 124, p. 22, 04/07/1979. e pelo CONDEPACC, Processo nº 05/98, Resolução de 13/12/ 2007 com grau de proteção 3 e área envoltória circunscrita ao lote em que se acha inserido. 27.1.4 Propriedade Santa Casa de Misericórdia de Campinas 27.1.5 Proprietário Irmandade de Misericórdia de Campinas 27.1.6 Usuário A ala esquerda da Santa Casa (no passado, ala do Hospital) é hoje utilizada por comodato pelo Instituto de Saúde Integrada (organização vinculada ao Sindicato de Saúde de Campinas e Região). A ala direita continua em uso da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia que mantém no complexo, o Hospital Irmãos Penteado. 27.1.7 Utilização original Hospital e abrigo para meninas órfãs 27.1.8 Utilização atual Instituto de Saúde Integrada/Sindicato de Saúde de Campinas e Região; capela, Irmandade de Misericórdia e hospital (Irmãos Penteado) 27.1.9 Enquadramento/Implantação O edifício da Santa Casa de Misericórdia de Campinas integra um conjunto arquitetônico constituído pela Capela de Nossa Senhora da Boa Morte e pela praça contornada pela travessa Padre Vieira se localiza entre as ruas Benjamim Constant e Barreto Leme e nas proximidades das avenidas Júlio de Mesquita e Anchieta. 27.1.10 Valor documental Foi numa área de várzea e aterros que se deu a instalação do primeiro hospital de Campinas (1872/1876), obra idealizada pelo Cônego Joaquim José Vieira que por diversos anos moveu intensa campanha de doações e esmolas para erguer o edifício e sua capela. Para a construção da Santa Casa, Padre Vieira contou com o projeto do Reitor do Seminário Eclesiástico de São Paulo, Frei Eugênio de Rumilly; recebeu a doação do terreno da família de Maria Felicíssima Abreu Soares, e em seguida, donativos de Antônio Manoel Proença (futuro barão) e da família Pinto Nunes. O edifício da Santa Casa de Misericórdia, construído entre os anos de 1870/1876, contou com diversas etapas, algumas delas simultâneas. O edifício do hospital foi erguido entre os anos de 1871 e 1876. Entre os primeiros colaboradores estavam Diogo Prado (“Dioguinho”), que assumiu a administração das obras e Bento Quirino dos Santos que ficou com a tesouraria, destacando-se também membros das famílias Abreu Soares, Campos Andrade e Souza Aranha nas figuras Baronesa de Atibaia e da futura Viscondessa de Campinas (D. Maria Luiza de Souza Aranha). Mas, de fato, as obras só puderam ser concluídas em função da grande doação realizada pelo “Bahia” – Antônio Francisco de Guimarães (fundador da Irmandade do Santíssimo Sacramento, em 1847) – que ao falecer em 1873 legou os recursos suficientes para concluir os trabalhos e inaugurar o hospital em 1876. A capela foi erguida entre os anos de 1871 e 1873, momento em que se realizou a cobertura de telhas. O doador destes recursos foi José Bonifácio de Campos Ferraz que ao final recebeu o título de Barão de Monte Mor. O construtor da capela, José Bonifácio de Campos Ferraz, integrava uma família de senhores de engenho e cafezais (Campinas e Limeira); seu pai, José Ferraz de Campos, contribuíra para a construção da Igreja da Boa Morte em Limeira (1858/1867) e com ela recebera o título de Barão de Cascalho. Falecido em 1869, ele legara a seus herdeiros uma grande fortuna e mais de cem escravos; seu filho, repetindo o mesmo gesto, contaria com seus escravos para erguer a capela, adornar o frontispício com estátuas de mármore simbolizando a fé, a esperança e a caridade, além de oferecer as alfaias, pratarias e pertences necessárias ao funcionamento do tempo, recebendo do Imperador - à semelhança do pai - o título de Barão de Monte Mór em 1874. Sua inauguração se deu em 15 de agosto de 1876, dia de celebração de Nossa Senhora da Boa Morte. O culto de Nossa Senhora da Boa Morte ganhara particular expressão no começo do século XIX na Bahia, entre mulheres simples e idosas que buscavam o direito a um funeral descente. No mês de agosto, as celebrações incluíam cortejos, missas, procissões, samba de roda, associando simbologias cristãs aos rituais africanos. Em Campinas, por mais de cem anos, as celebrações de 15 de agosto contaram com missa cantada, sermão e procissão pelas ruas da cidade. O edifício do asilo das órfãs foi erguido entre os anos de 1872 e 1878, e contou com recursos doados por Diogo Prado (“Dioguinho”). A idéia de criar uma casa de educação para meninas estava na mente do Padre Vieira durante a construção do hospital e, em 1972, a experiência desenvolvida pela Irmandade de Misericórdia do Rio de Janeiro animou a adoção desta iniciativa. Na ocasião em que as obras já estavam próximas da conclusão, em 1875, foi criada a Irmandade da Misericórdia, conjunto de irmãos benfeitores a quem caberia a administração das atividades e a gestão do patrimônio da Santa Casa. O primeiro grupo de irmãos contava com 44 pessoas, entre eles: Padre Vieira (depois, a partir de 1883, Bispo do Ceará), Antonio Quirino dos Santos, Dr. Antonio Moraes Sales, Antonio Carlos Silva Teles, Joaquim Egídio de Sousa Aranha (futuro Marquês de Três Rios),Bento Quirino dos Santos, Joaquim Bonifácio do Amaral (futuro Visconde de Indaiatuba), Joaquim Ferreira Penteado (futuro Barão de Itatiba), Dr. João Ataliba Nogueira (futuro Barão de Ataliba Nogueira), Antonio Manuel Proença, Coronel Floriano de Camargo Campos, Dr. Manoel Ferraz de Campos Sales, o Barão de Atibaia, o Barão de Monte Mór, entre outros. Em 1876, na ocasião da entrega do hospital e dependências à Irmandade, esta já contava com 302 irmãos. A direção interna da Santa Casa e o tratamento dos enfermos ficou sob encargo das Irmãs de São José de Chambéry. Esta Congregação de missionárias francesas havia chegado no Brasil em 1859 para cuidar do Colégio N.Sra. do Patrocínio, em Itú, e na ocasião da abertura do hospital, três irmãs assumiram os trabalhos que iniciaram os trabalhos em três pessoas: a irmã Ana Felicité del Carreto (superiora da Santa Casa de Campinas entre 1876 e 1880, de origem nobiliárquica, era Condessa del Carreto); a irmã Ana Justina Martinet (que permaneceu no posto por 41 anos). Na ocasião da abertura do Hospital, em 1876, a irmandade recebeu inúmeros donativos, entre eles, 50 camas de ferro dos Irmãos Bierrenbach, um valor significativo para a compra de medicamentos pelo Barão (depois Marquês) de Três Rios, além da roupa necessária pelas senhoras campineiras. O hospital compunha-se de enfermarias gerais (para os doentes pobres) e quartos reservados (para pensionistas); fornecia gratuitamente todo o serviço médico, cirúrgico e farmacêutico a indigentes (devidamente comprovados), registrando no primeiro ano de funcionamento o atendimento a 80 escravos, 9 pensionistas e 147 pobres, em um total de 236 pessoas. Em 1878 seriam tratados 337 doentes no hospital, sendo 220 indigentes, 107 pensionistas escravos e 10 pensionistas livres, registrando-se 310 irmãos. Nos 10 primeiros anos de funcionamento contabilizou-se 5038 doentes (3817 homens, 1221 mulheres) nas enfermarias. Com a inauguração, a Santa Casa passou a desempenhar um papel da maior relevância na cidade e em especial junto aos segmentos mais pobres de Campinas, destacando-se no combate de epidemias como a varíola e a febre amarela (1889/1896). De maneira particular, foi durante a febre amarela que a instituição ofereceu, além de abrigo, tratamento e alívio aos doentes carentes, o recolhimento de meninas órfãs em um edifício anexo. Já o Hospital Irmãos Penteado remonta à criação, em 1926, do Pavilhão de Cirurgia da Santa Casa de Misericórdia, construído a partir de doações do Dr. Salustiano Penteado. Suas obras, no entanto, alcançaram uma nova dimensão com o legado de seu irmão, Sr. Severo Penteado que em 1932 deixou recursos para ampliar e transformar o pavilhão em um novo hospital. Sua inauguração ocorreu em 1936 e desde então o Hospital passou a funcionar sob orientação da Mesa Administrativa da Santa Casa, com corpo médico próprio. Neste mesmo ano, “inicia-se uma nova fase de desenvolvimento da instituição, com a inauguração do Hospital Irmãos Penteado. Em 20 de maio de 1963 foi proferida a aula inaugural à 1ª turma de alunos da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, sendo que o treinamento clínico e cirúrgico dos alunos era realizado nas enfermarias e instalações da Santa Casa de Misericórdia. A Faculdade de Ciências Médicas funcionou na Ala Norte da Santa Casa até fevereiro de 1986; com a saída da Unicamp este setor ficou desativado até 2005, quando o Sindicato da Saúde de Campinas e Região ocupou o espaço ocioso e iniciou os trabalhos de recuperação desse importante bem histórico” (CONDEPACC). A história desta instituição se confunde com a trajetória de formação e desenvolvimento de Campinas. 27.1.11 Documentação administrativa CONDEPACC - Processo 006/88 - Capela de Nossa Senhora da Boa Morte, Resolução nº. 002 de 19/12/1988 CONDEPHAAT em 1972 (Processo nº 08491/69 - Resolução de 11/04/1972) 27.1.12 Bibliografia x SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CAMPINAS. Primeiro centenário MDCCCLXXI-MCMLXXI. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1972 x LAPA, José Roberto do Amaral. A cidade: os cantos e os antros. Campinas 1850-1900. São Paulo, Edusp, 1996 x Monografia Histórica do Município de Campinas. 1. ed. Rio de Janeiro: Serviço Gráfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 1952 x MACIEL, Cleber da Silva. Discriminações Raciais: negros em Campinas (1888-1921), 1. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1987 x AMARAl, Leopoldo. Campinas: recordações. Sâo Paulo: "Seção de Obras D'O Estado de São Paulo", 1927 x CARNEIRO, Alfredo. Histórico da epidemia em Campinas: 1889-1890. Campinas, Tip. cardona, 1891 x DUARTE, Rafael. Campinas de Outrora, São Paulo: Tip. Andrade e Mello, 1905 x FREIRE, Regina Célia Xavier. Histórias de vidas negras em Campinas no século XIX. Dissertação (mestrado), IFCH, Unicamp, 1993 x AMANCIO, Kleber Antonio de Oliveira. À procura da liberdade moral: a vida cotidiana dos ex-escravos e de seus descendentes no pós-abolição na Campinas das primeiras décadas do século XX. Mestrado em História Social, USP, 2010 projeto 013/14 cliente IAB Núcleo Regional Campinas assunto Inventário Patrimonial do Bem Arquitetônico sítio Santa Casa de Misericórdia local Campinas, SP coordenação Dra. Mirza Pellicciotta data revisão folha 12/10/2015 0 01/03 Copyright © 2015 Conhecimentos Associados Ltda

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os

San

tos,

Joaq

uim

Bonifác

io d

o Am

aral

(fu

turo

Vis

conde

de

Indai

atuba)

, Jo

aquim

Fer

reir

a Pe

nte

ado

(futu

ro

Bar

ão

de

Itat

iba)

, D

r.

João

Ata

liba

Noguei

ra

(futu

ro

Bar

ão

de

Ata

liba

Noguei

ra),

Anto

nio

M

anuel

Pro

ença

, Coro

nel

Flo

rian

o de

Cam

argo C

ampos,

Dr.

M

anoel

Fe

rraz

de

Cam

pos

Sal

es,

o Bar

ão de

Atibai

a, o

Bar

ão d

e M

onte

Mór,

entr

e outr

os.

Em

1876,

na

oca

sião

da

entr

ega

do h

osp

ital

e d

epen

dên

cias

à I

rman

dad

e, e

sta

conta

va c

om

302 irm

ãos.

A

dir

eção

in

tern

a da

San

ta

Cas

a e

o

trat

amen

to

dos

enfe

rmos

fico

u so

b en

carg

o das

Ir

mãs

de

São

Jo

sé de

Cham

bér

y.

Est

a Congre

gaç

ão

de

mis

sionár

ias

fran

cesa

s hav

ia c

heg

ado n

o B

rasi

l em

1859 p

ara

cuid

ar d

o C

olé

gio

N

.Sra

. do P

atro

cínio

, em

Itú

, e

na

oca

sião

da

aber

tura

do

hosp

ital

, tr

ês i

rmãs

ass

um

iram

os

trab

alhos

que

inic

iara

mos

trab

alhos

em

três

pes

soas

: a

irm

ã Ana

Felic

ité

del

Car

reto

(su

per

iora

da

San

ta C

asa

de

Cam

pin

as e

ntr

e 1876

e 1880,

de

origem

nobili

árquic

a,

era

Condes

sa

del

Car

reto

); a

irm

ã Ana

Just

ina

Mar

tinet

(que

per

man

eceu

no

post

o p

or

41 a

nos)

.

Na

oca

sião

da

aber

tura

do

Hosp

ital

, em

1876,

a ir

man

dad

e re

cebeu

inúm

eros

donat

ivos,

entr

e el

es,

50 c

amas

de

ferr

o dos

Irm

ãos

Bie

rren

bac

h,

um

va

lor

signific

ativ

o

par

a a

com

pra

de

med

icam

ento

s pel

o B

arão

(dep

ois

Mar

quês

) de

Trê

s Rio

s,

além

da

roupa

nec

essá

ria

pel

as

senhora

s ca

mpin

eira

s. O

hosp

ital

com

punha-

se d

e en

ferm

aria

s ger

ais

(par

a os

doen

tes

pobre

s)

e quar

tos

rese

rvad

os

(par

a pen

sionis

tas)

; fo

rnec

ia

gra

tuitam

ente

to

do

o

serv

iço

méd

ico,

cirú

rgic

o e

far

mac

êutico

a indig

ente

s (d

evid

amen

te

com

pro

vados)

, re

gis

tran

do

no

prim

eiro

an

o

de

funci

onam

ento

o a

tendim

ento

a 8

0 e

scra

vos,

9 p

ensi

onis

tas

e 147 pob

res,

em

um

to

tal

de

236 pes

soas

. Em

1878

seri

am

trat

ados

337

doe

nte

s no

hosp

ital

, se

ndo

220

indig

ente

s,

107 pen

sionis

tas

escr

avos

e 10

pen

sionis

tas

livre

s, r

egis

tran

do-s

e 310 irm

ãos.

Nos

10 p

rim

eiro

s an

os

de

funci

onam

ento

co

nta

bili

zou-s

e 5038

doen

tes

(3817

hom

ens,

1221 m

ulh

eres

) nas

enfe

rmar

ias.

Com

a i

nau

gura

ção,

a Santa

Cas

a pas

sou a

des

empen

har

um

pap

el d

a m

aior

rele

vânci

a na

cidad

e e

em e

spec

ial ju

nto

ao

s se

gm

ento

s m

ais

pobre

s de

Cam

pin

as,

des

taca

ndo-s

e no c

om

bat

e de

epid

emia

s co

mo a

var

íola

e a

feb

re a

mar

ela

(1889/1

896).

D

e m

anei

ra par

ticu

lar,

fo

i dura

nte

a

febre

am

arel

a que

a in

stituiç

ão

ofe

rece

u,

além

de

abri

go,

trat

amen

to e

alív

io a

os

doen

tes

care

nte

s, o

rec

olh

imen

to

de

men

inas

órf

ãs

em

um

ed

ifíc

io

anex

o.

o

Hosp

ital

Ir

mão

s Pe

nte

ado

rem

onta

à c

riaç

ão,

em 1

926,

do

Pavi

lhão

de

Cir

urg

ia da

San

ta Cas

a de

Mis

eric

órd

ia,

const

ruíd

o a

par

tir

de

doaç

ões

do D

r. S

alust

iano P

ente

ado.

Suas

obra

s,

no e

nta

nto

, al

cança

ram

um

a nova

dim

ensã

o c

om

o l

egad

o de

seu i

rmão

, Sr.

Sev

ero P

ente

ado q

ue

em 1

932 d

eixo

u

recu

rsos

par

a am

plia

r e

tran

sform

ar o pav

ilhão

em

um

novo

hosp

ital

. Sua

inau

gura

ção o

corr

eu e

m 1

936 e

des

de

entã

o o

Hosp

ital

pas

sou a

funci

onar

sob o

rien

taçã

o d

a M

esa

Adm

inis

trat

iva

da

San

ta C

asa,

com

corp

o m

édic

o pró

prio.

Nes

te

mes

mo

ano,

“inic

ia-s

e um

a nova

fa

se

de

des

envo

lvim

ento

da

inst

ituiç

ão,

com

a

inau

gura

ção

do

Hosp

ital

Ir

mão

s Pe

nte

ado.

Em

20 de

mai

o de

1963 fo

i pro

feri

da

a au

la

inau

gura

l à

turm

a de

alunos

da

Facu

ldad

e de

Ciê

nci

as M

édic

as d

a U

nic

amp,

sendo

que

o

trei

nam

ento

clín

ico

e ci

rúrg

ico

dos

alunos

era

real

izad

o n

as

enfe

rmar

ias

e in

stal

açõe

s da

San

ta C

asa

de

Mis

eric

órdia

. A

Facu

ldad

e de

Ciê

nci

as M

édic

as f

unci

onou n

a Ala

Nort

e da

San

ta C

asa

até

feve

reir

o d

e 1986;

com

a s

aída

da

Unic

amp

este

set

or

fico

u d

esat

ivad

o at

é 2005,

quan

do o

Sin

dic

ato d

a Saú

de

de

Cam

pin

as e

Reg

ião

ocu

pou o es

paç

o oc

ioso

e

inic

iou o

s tr

abal

hos

de

recu

per

ação

des

se i

mport

ante

bem

his

tóri

co”

(CO

ND

EPA

CC).

A

his

tória

des

ta

inst

ituiç

ão

se

confu

nde

com

a t

raje

tóri

a de

form

ação

e d

esen

volv

imen

to

de

Cam

pin

as.

27.1

.11

Doc

um

enta

ção a

dm

inis

trat

iva

CO

ND

EPA

CC -

Pro

cess

o 0

06/8

8 -

Cap

ela

de

Noss

a Sen

hora

da

Boa

Mort

e, R

esolu

ção n

º. 0

02 d

e 19/1

2/1

988

CO

ND

EPH

AAT e

m 1

972 (

Proce

sso n

º 08491/6

9 -

Res

olu

ção

de

11/0

4/1

972)

27.1

.12

Bib

liogra

fia

SAN

TA

CASA

DE

MIS

ERIC

ÓRD

IAD

E

CAM

PIN

AS.

Prim

eiro

cen

tenár

io M

DCCCLX

XI-

MCM

LXXI.

São

Pau

lo:

Rev

ista

dos

Tri

bunai

s, 1

972

LAPA

, Jo

sé R

ober

to d

o A

mar

al.

A c

idad

e: o

s ca

nto

s e

os

antr

os.

Cam

pin

as 1

850-1

900.

São

Pau

lo,

Edusp

, 1996

Monogra

fia

His

tórica

do M

unic

ípio

de

Cam

pin

as.

1.

ed.

Rio

de

Janei

ro:

Ser

viço

Grá

fico

do I

nst

ituto

Bra

sile

iro

de

Geo

gra

fia

e Est

atís

tica

, 1952

MACIE

L,

Cle

ber

da

Silv

a.

Dis

crim

inaç

ões

Rac

iais

:neg

ros

em Cam

pin

as (1

888-1

921),

1.

ed.

Cam

pin

as:

Editora

da

Unic

amp,

1987

AM

ARAl, L

eopold

o.

Cam

pin

as:

reco

rdaç

ões

. Sâo

Pau

lo:

"Seç

ão d

e O

bra

s D

'O E

stado d

e São

Pau

lo",

1927

CARN

EIR

O,

Alfre

do.

His

tóri

co

da

epid

emia

em

Cam

pin

as:

1889-1

890.

Cam

pin

as,

Tip

. ca

rdona,

1891

DU

ARTE,

Raf

ael. C

ampin

as

de

Outr

ora

, São

Pau

lo:

Tip

.Andra

de

e M

ello

, 1905

FREIR

E,

Reg

ina

Cél

ia X

avie

r. H

istó

rias

de

vidas

neg

ras

em C

ampin

as n

o s

éculo

XIX

. D

isse

rtaç

ão (

mes

trad

o),

IFCH

, U

nic

amp,

1993

AM

AN

CIO

, Kle

ber

Anto

nio

de

Oliv

eira

. À pro

cura

da

liber

dad

e m

ora

l: a

vid

a co

tidia

na

dos

ex-e

scra

vos

e de

seus

des

cenden

tes

no

pós

-aboliç

ão na

Cam

pin

as das

pri

mei

ras

déc

adas

do s

éculo

XX.

Mes

trad

o e

m H

istó

ria

Soci

al,

USP,

2010

pro

jeto

01

3/

14

clie

nte

IA

B N

úcle

o R

eg

ion

al

Cam

pin

as

ass

unto

Inven

tári

o P

atr

imonia

l do B

em

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uit

etô

nic

osí

tio

San

ta C

asa d

e M

iseri

córd

ialo

cal

Cam

pin

as,

SP

coord

enaçã

o

Dra

. M

irza P

ell

iccio

tta

data

revi

são

folh

a

12

/1

0/

20

15

0

0

1/

03

Copyr

ight

© 2

015 C

onheci

men

tos

Ass

oci

ados

Ltda

88

27

In

ven

tári

o P

atr

imo

nia

l d

o B

em

Arq

uit

etô

nic

o

San

ta C

asa d

e M

iseri

rdia

NEG

RÃO

, Ana

Mar

ia M

elo.

Infâ

nci

a des

valid

a: t

raje

tória

educa

cional

das

aco

lhid

as p

elo a

silo

de

órf

ãs d

a San

ta

Cas

a de

Mis

eric

órd

ia de

Cam

pin

as.

Rev

ista

M

últip

las

Leitura

s, v

. 3,

n.

1,

p.

50-6

9,

jan.

jun.

2010

NEG

RÃO

, Ana

Mar

ia M

. In

fânci

a, E

duca

ção e

Direi

tos

Soci

ais

–Asi

lo d

e Ó

rfãs

(1870-1

960).

Cam

pin

as,

SP:

U

NIC

AM

P/CM

U,

2004

27

.2V

alo

r arq

uit

etô

nic

o

27.2

.1Arq

uitet

o/Con

stru

tor/

Auto

r

Frei

Eugên

io d

e Rum

illy

27.2

.2Est

ilo,

orig

inal

idad

e

Seg

undo o

par

ecer

do C

ON

DEPH

AAT,

em r

elaç

ão à

Cap

ela

de

Noss

a Sen

hora

da

Boa

Mort

e, o

im

óve

l ap

rese

nta

“es

tilo

típic

o

do

Bra

sil

da

época

, m

istu

rando

a ar

quitet

ura

tr

adic

ional

popula

r do i

mpér

io c

om

est

ilo n

eocl

ássi

co v

indo

da

Euro

pa”

.

27.2

.3Asp

ecto

s ar

quitet

ônic

os indep

enden

tes

do

estilo

(per

íodo

his

tóri

co d

e co

nst

ruçã

o,

evol

uçã

o e

m

udan

ças

do e

difíc

io)

Est

a obra

“gra

ndio

sa p

ara

os

recu

rsos

des

ta t

erra

naq

uel

a ép

oca

” co

nto

u c

om

doaç

ões

em

sua

mai

or

par

te,

mod

esta

s,

e que

cheg

avam

na

form

a de

“..m

ater

iais

de

const

ruçã

o,

com

o

seja

m

tijo

los,

ca

l,

arei

a,

ped

ras,

te

lhas

, vi

gota

s,

tábuas

, et

c..

além

de

pes

soal

oper

ário

e v

eícu

los

par

a o

serv

iço d

e tr

ansp

ort

e”.

Por

esta

mes

ma

razã

o,

o p

roce

sso

const

rutivo

enfr

ento

u u

m r

isco

per

man

ente

de

par

ar,

e fo

i o

fort

e en

volv

imen

to

de

pes

soas

das

m

ais

div

ersa

s ca

tegorias

so

ciai

s o

que

poss

ibili

tou

que

a ed

ific

ação

ch

egas

se a

o fin

al.

Apla

nta

da

San

ta C

asa

de

Mis

eric

órd

iafo

i pro

duzi

da

pel

o Fr

ei E

ugên

io d

e Rum

illy,

um

sáb

io c

apuch

inho q

ue

des

de

a déc

ada

de

1860 o

cupav

a o l

ugar

de

Rei

tor

do S

emin

ário

Ecl

esiá

stic

o d

e São

Pau

lo (

cria

do p

ouco

ante

s pel

o B

ispo d

e São

Pa

ulo

par

a org

aniz

ar/a

pri

mora

r a

form

ação

do cl

ero

pau

lista

),

inst

ituiç

ão

em que

Padre

Vie

ira

real

iza

a su

a

form

ação

. A p

lanta

ori

gin

al s

ofr

eria

um

a al

tera

ção n

o m

eio

das

obra

s par

a ab

rigar

a C

apel

a de

Noss

a Sen

hora

da

Boa

Mort

e,

edifíc

io

ofe

reci

do

(em

doaç

ão)

por

um

a únic

a pes

soa:

Jo

Bonifác

io

de

Cam

pos

Ferr

az.

Nas

su

as

pro

xim

idad

es,

Frei

Eugên

io d

e Rum

illy

def

iniria

tam

bém

a

área

des

tinad

a às

ir

mãs

re

ligio

sas

(enca

rreg

adas

do

hosp

ital

), a

lém

de

det

erm

inar

a i

nst

alaç

ão d

as e

nfe

rmar

ias

à dir

eita

e o

futu

ro A

silo

de

Órf

ãs à

esq

uer

da.

O

edifíc

io

do

hosp

ital

re

cebeu

par

edes

de

ped

ra

que

com

eçar

am a

ser

erg

uid

as e

m 1

871;

em 1

872,

par

te d

o

edifíc

io f

oi

cober

to d

e te

lhas

e e

m 1

875,

com

a c

oncl

usã

o

de

outr

o g

rande

lance

, co

mple

tou-s

e o e

difíc

io.

A c

apel

a,

erguid

a em

ta

ipa

de

pilã

o,

rece

beu

gal

eria

s la

tera

is

sust

enta

das

por

colu

nas

de

mad

eira

e t

eto e

m a

bób

oda

e al

tar

mór

em m

árm

ore

. A b

elez

a des

ta c

apel

a t

ransf

orm

ou

no

“..

tem

plo

re

ligio

so

que

mai

s en

canta

va

os

fiei

s da

cidad

e..”

até

a i

nau

gura

ção d

a M

atriz

Nova

(Cat

edra

l) e

m

1883.

O t

emplo

tam

bém

rec

ebeu

em

1907 a

s te

las

late

rais

de

Conci

lis e

as

escu

ltura

s em

már

more

de

San

ta I

zabel

, de

São

Vic

ente

de

Paulo

e d

e N

oss

a Sen

hora

da

Boa

Mort

e em

re

dom

a de

vidro

.

O

edifíc

io

que

se

des

tinav

a à

educa

ção

de

men

inas

des

valid

as ai

nda

não

se

ac

hav

a co

ncl

uíd

o na

oca

sião

da

inau

gura

ção d

a Santa

Casa

. D

e fa

to,

foi

em 1

889 q

ue

a org

aniz

ação

de

um

a quer

mes

se e

m b

enef

ício

do

Asi

lo d

e Ó

rfãs

no

Jard

im

Públic

o

auxi

liou

na

concl

usã

o

dos

trab

alhos,

inau

gura

ndo-s

e no a

no s

eguin

te c

om

o i

nte

rnat

o par

a am

par

ar

as

cria

nça

s órf

ãs

de

Cam

pin

as

que

se

achav

am m

ais

num

erosa

s em

raz

ão d

a ep

idem

ia d

e fe

bre

am

arel

a.

27.2

.4Est

ado

físi

co d

e pre

serv

ação

A a

la e

squer

da

da

San

ta C

asa,

áre

a em

que

funci

onou o

an

tigo

hosp

ital

, per

man

eceu

por

20

anos

fech

ada.

Em

2006,

ela

foi

cedid

a por

com

odat

o a

o S

indic

ato d

e Saú

de

de

Cam

pin

as e

Reg

ião p

ara

a in

stal

ação

de

um

inst

ituto

de

educa

ção n

o c

ampo d

a sa

úde.

htt

p:/

/pt.

slid

eshar

e.net

/mirza

pel

licci

otta

/asp

ecto

s-do-

pro

jeto

-de-

conse

rvao

-e-r

esta

uro

-da-

santa

-cas

a-de-

mis

eric

rdia

-de-

cam

pin

as

27.2

.5Tra

nsf

orm

açõe

s, a

dap

taçõ

es,

rest

auro

Nos

trab

alhos

de

salv

aguar

da

e uso

da

ala

esquer

da

da

San

ta C

asa

pel

o I

nst

ituto

de

Saú

de

Inte

gra

da/

Sin

dic

ato d

e Saú

de

de

Cam

pin

as e

Reg

ião,

fora

m f

eita

s ad

apta

ções

no

edifíc

io

com

a

const

ruçã

o

de

ram

pas

, in

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açao

de

elev

ador,

entr

e outr

as.

O

antigo

hosp

ital

pas

sou

por

obra

s em

ergen

ciai

s e

adap

taçõ

es

par

a uso

re

aliz

adas

pel

o

Est

údio

Sar

asá

no

curs

o d

os

anos

de

2006 e

2010,

obra

s que

abar

cara

m u

ma

área

de

2.5

65 m

² e

dois

pav

imen

tos.

Seg

undo d

ados

do

Inst

ituto

de

Saú

de

Inte

gra

da,

in

stituiç

ão

que

ocupa

o an

tigo

Hosp

ital

: ” A

s at

ivid

ades

de

leva

nta

men

to

arquitet

ônic

o

do

edifíc

io

(tom

ada

de

med

idas

par

a re

const

ituiç

ão da

pla

nta

ori

gin

al),

se

guid

as pel

o des

enho

das

fa

chad

as

e am

bie

nte

s in

tern

os,

pel

a an

ális

e das

fu

ndaç

ões

(i

den

tifica

ção

de

técn

icas

co

nst

rutiva

s)

com

eçar

am

pel

os

trab

alhos

de

insp

eção

, pro

spec

ção

e dia

gnóst

ico d

e pis

os,

par

edes

, ja

nel

as,

port

as e

for

ros

da

ala

nort

e da

San

ta C

asa.

Em

junho d

e 2007,

inic

iara

m-s

e as

ões

de

recu

per

ação

das

fa

chad

as

exte

rnas

, dos

corr

edore

s su

per

iore

s e

dos

ambie

nte

s in

tern

os

de

um

a ár

ea e

stim

ada

em 1

.100 m

2.

No f

inal

de

2008,

concl

uiu

-se

a pri

mei

ra f

ase

de

rest

auro

/conse

rvaç

ão d

a al

a nor

te d

a San

ta C

asa

des

tinad

a às

ativi

dad

es d

e ed

uca

ção e

cultura

(I

nst

alaç

ões

–IS

I).

Oper

íodo d

e 2009 a

2010 f

oi ded

icad

o ao

det

alham

ento

do

edifíc

io,

janel

as,

port

as,

pis

os,

par

edes

, orn

amen

to

das

to

rres

e

a m

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aque

fora

m

cuid

adosa

men

te r

ecuper

ados

segundo s

ua

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a ori

gin

al”

(htt

p:/

/ww

w.isi

cam

pin

as.o

rg.b

r/cu

ltura

/res

tauro

/)

Em

2006 r

ealiz

ou-s

e ta

mbém

anál

ise

das

fundaç

ões

da

ala

esquer

da

da

San

ta

Cas

a,

seguid

a pel

a id

entifica

ção

de

técn

icas

co

nst

rutiva

s em

pre

gad

as.

Em

ju

nho

de

2007,

inic

iara

m-s

e as

ões

de

recu

per

ação

das

fa

chad

as

exte

rnas

de

um

a ár

ea e

stim

ada

em 1

.100 m

2.

Em

2006

fora

m

real

izad

os

trab

alhos

de

insp

eção

, pro

spec

ção

e dia

gnóst

ico

de

par

edes

, ja

nel

as

e port

as

da

ala

nort

e da

San

ta C

asa.

No m

esm

o p

erío

do,

inic

iara

m-s

e as

açõ

es

de

recu

per

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dos

corr

edore

s su

per

iore

s e

dos

ambie

nte

s in

tern

os

de

um

a ár

ea e

stim

ada

em 1

.100 m

2.

Oper

íodo

de

2009

a 2010

foi

ded

icad

o

ao

det

alham

ento

do

edifíc

io,

janel

as,

port

asque

fora

m

cuid

adosa

men

te

recu

per

ados

segundo

sua

form

a ori

gin

al.

Tam

bém

fora

m

real

izad

os

trab

alhos

de

insp

eção

, pro

spec

ção e

dia

gnóst

ico

de

pis

os

e fo

rros

da

ala

nort

e da

San

ta Cas

a.O

per

íodo de

2009 a

2010 f

oi

ded

icad

o a

o d

etal

ham

ento

dos

pis

os

que

fora

m

cuid

adosa

men

te r

ecuper

ados

segundo s

ua

form

a ori

gin

al

Rea

lizou-s

e, ai

nda,

pro

spec

ções

das

pin

tura

s par

a fu

turo

pro

jeto

de

rest

auro

. D

etal

hou-s

e o o

rnam

ento

das

torr

es e

da

man

dal

apro

move

ndo-s

e su

a re

cuper

ação

.

27.2

.6Em

pre

go d

e m

ater

iais

, pro

gra

ma

arquitet

ônic

o, o

utr

as info

rmaçõ

es

As

edific

ações

conta

m e

ntr

e se

us

mat

eria

is c

om

tai

pa

de

pilã

o,

mad

eira

, fe

rro,

ped

ra (

capel

a);

tijo

los,

mad

eira

, fe

rro

(hosp

ital

e a

silo

).

“O ed

ifíc

io da

San

ta Cas

a de

Cam

pin

as é

com

pos

to por

duas

al

as

sim

étri

cas

(Nort

e e

Sul)

, em

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rma

de

“U”

centr

adas

pel

a Cap

ela

Noss

a Sen

hora

da

Boa

Mort

e.

A

edific

ação

ocu

pa

quas

e a

tota

lidad

e da

quad

ra o

nde

está

im

pla

nta

da,

voltad

a su

a fa

chad

a pri

nci

pal

par

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Tra

vess

a

Padre

Vie

ira.

A C

apel

a N

ossa

Sen

hora

da

Boa

Mort

e ocu

pa

a posi

ção c

entr

al d

o co

nju

nto

e p

oss

ui

o t

emplo

e t

orr

e de

bas

e re

tangula

r.

A

Ala

N

ort

e co

rres

pondia

ao

Asi

lo

das

Ó

rfãs

, In

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ato

e Ext

ernat

o,

com

as

sa

las

de

aula

s,

refe

itóri

o priva

do,

adm

inis

traç

ão das

fr

eira

s no té

rreo

, e

cela

s das

in

tern

as

no

pav

imen

to

super

ior.

A

Ala

Sul

const

ituía

a E

nfe

rmar

ia,

Ref

eitó

rio

Ger

al e

Sal

ão N

obre

da

Irm

andad

e, s

endo a

tual

men

te o

cupad

a pel

o S

iste

ma

Únic

o

de

Saú

de

(SU

S).

A

Ala

N

ort

e es

em

pro

cess

o

de

rest

aura

ção,

e dev

erá,

em

bre

ve,

ser

ocu

pad

a pel

o In

stituto

de

Saú

de

Inte

gra

da

(ISI)

, do S

indic

ato d

a Saú

de

de

Cam

pin

as e

Reg

ião”

(CO

ND

EPA

CC).

27.2

.7Áre

a t

otal

apro

xim

ada

Àre

a bru

ta:

7.1

00 m

²

27

.3E

stu

do

do

en

torn

o

27.3

.1Áre

a e

nvo

ltór

ia

A A

venid

a Anch

ieta

foi no p

assa

do,

o f

undo d

e um

peq

uen

o va

le

atra

vess

ado

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o Córr

ego

do

Tan

quin

ho;

lugar

de

várz

ea,

fundo d

os

quin

tais

das

prim

eira

s ca

sas

que

surg

iam

nas

ruas

de

cim

a da

povo

ação

, ár

ea d

e des

pej

o d

e lix

o e

de

águas

se

rvid

as

(águas

usa

das

pel

a popula

ção).

Em

m

eados

do s

éculo

XIX

, quan

do a

cid

ade

de

cim

a co

meç

ou a

ab

rir

espaç

o p

ara

nova

s m

ora

dia

s e

ativ

idad

es e

conôm

icas

, in

icia

ram

-se

as

pri

mei

ras

obra

s de

ater

ro

dos

char

cos,

co

nst

ando e

ntr

e as

nova

s nec

essi

dad

es a

inst

alaç

ão d

e um

m

erca

do p

ara

subst

ituir

o “

das

cas

inhas

” (a

tual

R.

Gen

eral

O

sóri

o)

e des

ta

form

a org

aniz

ar

e fisc

aliz

ar

mel

hor

o co

mér

cio d

e ab

aste

cim

ento

da

cidad

e. O

Mer

cado G

rande

(Mer

cado Vel

ho,

Mer

cado

dos

Cai

pir

as)

foi

erguid

o en

tre

1860 e

1861 s

ob á

rea

ater

rada

(hoje

ocu

pad

a pel

a Esc

ola

Est

adual

Car

los

Gom

es),

se

guin

do-s

e nova

s obra

s par

a ca

pta

r as

águas

da

vert

ente

do T

anquin

ho (

Larg

o d

o P

ará)

e

canal

izar

o “c

órr

ego do m

erca

do”

(nas

cente

do

futu

ro

Jard

im

Car

los

Gom

es)

entr

e os

anos

1873

e 1876.

A

mes

ma

área

de

várz

ea

e at

erro

s m

erec

eu

tam

bém

a

inst

alaç

ão d

o p

rim

eiro

hos

pital

de

Cam

pin

as (

1872/1

876).

A S

anta

Cas

a des

empen

hou u

m p

apel

da

mai

or

rele

vânci

a na

cidad

e e

em e

spec

ial

junto

aos

segm

ento

s m

ais

pobre

s de

Cam

pin

as,

des

taca

ndo-s

e no

com

bat

e de

epid

emia

s co

mo a

var

íola

e a

febre

am

arel

a (1

889/1

896).

De

man

eira

par

ticu

lar,

fo

i dura

nte

a

febre

am

arel

a que

a in

stituiç

ão

ofe

rece

u,

além

de

abri

go,

trat

amen

to e

alív

io a

os

doen

tes

care

nte

s, o

rec

olh

imen

to d

e m

enin

as ó

rfãs

em

um

edifíc

io

anex

o.

27.3

.2Q

ual

idad

e ar

quitet

ônic

a, e

stét

ica,

urb

anís

tica

: in

tera

ção

com

o a

mbie

nte

urb

ano

O e

difíc

io c

entr

al –

que

já n

ão s

e en

contr

a vi

síve

l à

cidad

e dev

ido

a gra

nde

quan

tidad

e de

edific

açõe

s in

stal

adas

nos

recu

os

late

rais

–co

nta

va c

om

um

a pra

ça q

ue,

não

apen

as

se

fazi

a utiliz

ada

pel

os

cidad

ãos,

co

mo

inte

gra

va

a ed

ific

ação

à

cidad

e.

Hoj

e,

a pra

ça

e a

rua

se

acham

se

gre

gad

as d

a ci

dad

e em

raz

ão d

o fe

cham

ento

par

cial

da

rua

Padre

Vie

ira

par

a in

stal

ação

de

esta

cionam

ento

.

27

.4O

utr

os e

lem

en

tos p

atr

imo

nia

is d

o b

em

27.4

.1Ben

s m

óvei

s

Em

1989,

a Ir

man

dad

e da M

iser

icórd

ia d

oou o

s ar

quiv

os

da

inst

ituiç

ão a

o Cen

tro d

e M

emóri

a da

Unic

amp,

const

ituin

do-

se u

m f

undo d

ocu

men

tal co

m 5

04 liv

ros

dat

ados

do p

erío

do

de

1870-1

986.

Seg

undo

info

rmaç

ões

do

CM

U/U

nic

amp:

“Seu

ar

quiv

o,

dat

ando des

de

a fu

ndaç

ão at

é déc

ada

de

1980,

conta

com

liv

ros

de

regis

tro o

s m

ais

div

erso

s, t

ais

com

o:

livro

s de

mat

rícu

las,

in

tern

ações

e

alta

s de

pac

iente

s,

incl

usi

ve

do

agre

gad

o

Hosp

ital

Ir

mão

s Pe

nte

ado;

diá

rios,

co

pia

dore

s,

pre

scri

ções

m

édic

as,

ento

rpec

ente

s,

mat

ernid

ade,

al

ém

de

rela

tórios,

re

gim

ento

s, c

om

pro

mis

sos,

est

atuto

s, e

tc.

Tra

ta-s

e de

um

a ri

ca d

ocu

men

taçã

o par

a o e

studo d

asa

úde

e da

doen

ça

em

Cam

pin

as,

no

final

do

sécu

lo

pas

sado”.

htt

p:/

/ww

w.c

mu.u

nic

amp.b

r/ar

qhis

t/fe

c_so

c_ir

man

dad

e.ph

p

pro

jeto

01

3/

14

clie

nte

IA

B N

úcle

o R

eg

ion

al

Cam

pin

as

ass

unto

Inven

tári

o P

atr

imonia

l do B

em

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uit

etô

nic

osí

tio

San

ta C

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e M

iseri

córd

ialo

cal

Cam

pin

as,

SP

coord

enaçã

o

Dra

. M

irza P

ell

iccio

tta

data

revi

são

folh

a

12

/1

0/

20

15

00

2/

03

Copyr

ight

© 2

015 C

onheci

men

tos

Ass

oci

ados

Ltda

89

27

In

ven

tári

o P

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nia

l d

o B

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