Coral Inclusivo

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO LICENCIATURA EM MÚSICA CORAL E INCLUSÃO Bárbara Thays João Briet Eduardo Castro Lorena Moreira Solange Engenheiro Coelho, 2015

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO

LICENCIATURA EM MÚSICA

CORAL E INCLUSÃO

Bárbara Thays

João Briet

Eduardo Castro

Lorena Moreira

Solange

Engenheiro Coelho, 2015

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ÍNDICE

1. Deficientes superam as dificuldades e encantam o público em corais

e bandas espalhados pelo país.

2. Coral DESPERT’ARTE

3. Projeto Canto Coral: CORAL SORRISO

4. Deficientes visuais preparam espetáculo de coral, dança e radionovela ao mesmo

tempo em que são qualificados profissionalmente.

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Deficientes superam as dificuldades e encantam o público em corais e

bandas espalhados pelo país.

Coral infantil: Crianças especiais Encantam - Eles tocam instrumentos sem

enxergar, soltam a voz sem ouvir e "cantam" sem falar. A música é um caminho eficiente

para afastar o preconceito e melhorar (muito) a autoestima de crianças e jovens com

deficiência. Pelo esforço de aprender, mas também pela qualidade da música que produzem,

eles têm chamado a atenção do público, que retribui com aplausos e pedidos de bis. Há

grupos musicais formados por deficientes em várias cidades do país e eles se apresentam em

teatros, programas de televisão, hospitais e escolas. "Hoje recebemos elogios pela qualidade

musical da nossa banda e não mais pelo espanto de conseguirmos tocar", comemora a

coordenadora do Grupo Surdodum, a fonoaudióloga Ana Lúcia Soares, do Centro

Integrado de

Ensino Especial,em Brasília. É na batida dos tambores que o Surdodum mostra a sua

música desde 1995. O grupo de percussão possui vinte componentes, sendo três meninas

nos vocais e quatro não-deficientes na parte instrumental. Nas aulas, os alunos aprendem

ritmo com um trabalho corporal. Eles andam, dançam e sentem as batidas da palma , dos

pés e até do coração. Também aprendem a vibração do som que produzem tocando as

paredes e o chão. Por último, começam a tocar os instrumentos com a imitação das batida.

O canto do surdo é como um "samba de uma nota só" porque ele fala num único tom

de voz. Não há agudo nem grave. E por não ter retorno auditivo, ele segue as orientações

visuais da professora. "Quando quero que cantem com um tom agudo levanto a mão para

cima e quando quero grave, abaixo", conta Ana Lúcia. Ela faz arranjos nas músicas de acordo

com a voz de cada integrante do coral e mostra a letra escrita, que eles reproduzem na

linguagem dos sinais. Trabalhando a respiração e a dicção, cantar melhora a voz e diminui a

nasalidade, muito comum nos surdos. O repertório com mais de vinte canções, basicamente

MPB, já foi tocado em mais de 300 apresentações no país. O grupo já tem um CD

demonstração gravado, com o nome de Na batida do silêncio.

Há quem cante com as mãos. Em Goiânia, há dois "corais" com deficientes

auditivos. No Sinfonia das Mãos, formado por dezoito integrantes da Escola Estadual

Especial Maria Lusia de Oliveira, os deficientes apresentam as músicas na linguagem dos

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sinais, dramatizando as letras com o som de um CD ao fundo. O sucesso do projeto deu

origem a outro grupo, o Vozes de Anjo, com vinte e quatro componentes da Casa do

Silêncio, instituição para deficientes auditivos. Os conjuntos possuem integrantes de 7 a

20 anos. "Utilizar a linguagem dos sinais para cantar e não a voz é um respeito à cultura

deles e não uma imposição para que sejam ouvintes, como a grande maioria da plateia

que os assiste", defende regente Gessilma Dias dos Santos. O repertório é composto por

músicas da MPB e regionais.

Tocar um instrumento sem enxergá-lo e sem partitura é o que faz há quatro anos o

grupo de percussão Segue-o-ritmo, da escola estadual anexa ao Instituto de Cegos do Brasil

Central, na cidade mineira de Uberaba. Com trinta componentes cegos e com baixa visão, de 6

a 50 anos, eles dão um show de ritmo. Os alunos aprendem a tocar pela audição e são

comandados por apito. Quatro deles cantam. "Em cada instrumento faço uma sequência de

batidas e o aluno repete", explica o professor de música Mário Jaime Costa Andrade, o

Majaca. Uns realmente aprendem, mas outros parecem ter nascido sabendo.

A música também ajuda na socialização dos deficientes. Em 1996, no sertão sergipano,

em Nossa Senhora da Glória, a 117 quilômetros de Aracajú, surgiu a Banda Luz do Sol, que

hoje tem quinze integrantes crianças, jovens e adultos com deficiência mental e distúrbio de

comportamento. O projeto foi criado como forma de estender o tratamento do ambulatório de

saúde mental da região. "Os integrantes da banda encontraram uma forma de se comunicar

melhor e alguns uma maneira de canalizar a agressividade", diz a musico-terapeuta Sony

Regina Petris. Em alguns grupos, todos tem lugar garantido, mesmo que desafinem. O Coral

Todas as Vozes, da Escola Parque, da Secretaria de Educação do Distrito Federal, conta com

360 integrantes de 10 a 50 anos, 25 deles com deficiência. O coral surgiu em 1998, quando o

professor de educação musical Eduardo Sena resolveu reunir numa única apresentação

coristas com deficiência e sem deficiência de todas as classes sociais. "Quis mostrar à

humanidade como ela é: diversa", diz Sena. Hoje o grupo faz muito mais. "Não é só

cantar. Os alunos criam músicas, arrecadam roupas, brinquedos e comida e distribuem nas

instituições em que se apresentam", completa o professor. O coral deu tão certo que Sena

decidiu montar a organização não governamental Todas as Vozes. Já está ensaiando para

gravar um CD, mas ainda precisa de apoio para realizar o sonho de manter unidas

todas as vozes.

Os Estados Unidos têm, desde 1974, um programa para valorizar o artista com

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deficiência, chamado Very Special Arts, VSA. Em 1988, o projeto chegou ao Brasil,

com o apoio do Ministério da Cultura, o ganhou o nome de Arte sem Barreiras. Ele abre

espaço para música, teatro, artes plásticas, literatura e dança. "Outra preocupação é

profissionalizar os artistas com deficiência. São poucos ainda que conseguem viver da

música", diz a diretora executiva do VSA Brasil, Albertina Brasil. De 17 a 23 de

novembro/02 a cidade de Belo Horizonte sediou o 1° Festival e Congresso Internacional de

Arte sem Barreiras.( www.funarte.gov.br ,telefone (21) 2279-8116/8118.)

http://www.topgyn.com.br/conso10/conso10a56.php

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CORAL DESPERT’ ARTE

Fundada em 1987, a APAE de Ribeirão do Pinhal, mantenedora da Escola de Educação

Especial, vem desde então, atendendo as pessoas com deficiência mental e múltipla

deficiência do município com o objetivo de desenvolver o potencial de cada um, bem

como no sentido prevenir deficiências. Para isso, desenvolve seu trabalho através de

programas e projetos, onde seus educandos estão dispostos conforme a idade e potencial a

ser trabalhado. Os programas tem início na primeira infância, com a Estimulação

Essencial, e seguem até a idade adulta com o programa de profissionalização, tendo

como proposta de finalização, a inserção no mercado de trabalho e inclusão nas escolas de

ensino comum.

Pautada na sua proposta de trabalho, considerando seu objetivo, a Escola de

Educação Especial Despertar- APAE de Ribeirão do Pinhal, há 3 anos promove, como

encerramento de seu ano letivo, um “Coral de Natal”. Acreditamos na relevância desta

proposta pela importância de se refletir constantemente sobre a prática pedagógica,

norteando um trabalho em busca de constante renovação de ideias. Assim como, para

compartilhar o significado que a atividade ganhou no processo de desenvolvimento da

musicalidade dos alunos, bem como valorizar a produção artística e cultural no município.

Consideramos que atividades como estas, além de propiciar a inclusão social e o

resgate da cidadania, elevam a autoestima e revela grandes talentos no ambiente escolar,

portanto revela-se como um trabalho de grande dimensão tanto para os funcionários que

atuam com essa clientela, como para os próprios alunos envolvidos.

OBJETIVOS

- Despertar o prazer de ouvir música, cantar, dançar, e movimentar-se

individualmente/ou em grupo, conduzido por sons, melodias, e ritmos diversos.

-Proporcionar experiências musicais que exijam a participação do indivíduo inteiro,

mobilizando seu corpo, seus sentimentos, sua afetividade, sua inteligência

,sua imaginação e expressividade.

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- Tornar seu “ouvido” alerta e sensível a todo tipo de som, desenvolvendo sua

acuidade, ou seja, reconhecer, identificar e discriminar.

-Valorizar as diversas culturas musicais, especialmente a brasileira, estabelecendo

as relações entre a música produzida individualmente e/ou por grupos musicais da

localidade e regiões.

- Criar “raízes” no calendário cultural municipal, tornando o evento reconhecido

regionalmente.

- Promover a integração da pessoa com necessidades educativas especiais com a

comunidade, neste caso, com os alunos e professores da “Creche Cantinho da Amizade”.

METODOLOGIA

O canto, nas suas mais variadas formas e tipos, envolve uma série de ações. Produz

resultados surpreendentes, facilitando, incentivando, fixando aprendizagens,

socializando e abrindo novas perspectivas de vivências humanas, uma maneira prática de

em pouco tempo efetuar a aprendizagem de uma nova canção, de forma a desenvolver a

memória, a compreensão, a interpretação, de maneiras artísticas, possibilitando além da

expressão musical o incentivo para fixação de novos conceitos e aprendizagens.

O ensino se procederá inicialmente deixando o corpo pronto para a atividade, através de

exercícios de relaxamento, respiração e de vocalizes (exercícios de técnica vocal). Ao

trabalhar a música, observar a letra, a melodia e o ritmo, dividindo-a em trechos de

acordo com as frases musicais. Em seguida, a música será cantada pelo professor na sua

totalidade, ou levando os alunos a escutá-la através de recursos como CD ou instrumento

musical.

Após, se trabalhará a letra, observando a pontuação e fazendo o estudo do

vocabulário. Ai então, cantarão toda a canção, quantas vezes forem necessárias. Uma vez

tendo aprendido bem, já com certa, ou total memorização, será acrescida de

gestos, sons, ou expressão corporal.

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Participam do Coral, cerca de 50 pessoas (alunos e professores da APAE e alunos e

professores do CEMEI Cantinho da Amizade) previamente selecionados de acordo com a

aptidão musical de cada um. Porém o número de envolvidos no evento é aproximadamente

100 pessoas, visto que, o Coral se apresenta nas “janelas” da escola e cada uma dessas

janelas conta com o auxílio de uma pessoa que distribui aos ‘coralistas’ os objetos a serem

utilizados em cada canção apresentada.

Os ensaios são semanais nos períodos matutino e vespertino, nas dependências da sala de

música da Escola de Educação Especial Despertar, com duração de 1 hora.

http://ribeiraodopinhal.apaebrasil.org.br/artigo.phtml?a=19584

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Projeto Canto Coral: CORAL SORRISO

APRESENTAÇÃO

O centro dia de Referência para Pessoas com Deficiência é um Serviço do

âmbito da Proteção Social Especial de Média Complexidade do SUAS, conforme

estabelece a Tipificação Nacional dos Serviços Soco assistenciais/2009, que oferta serviço

às pessoas com deficiência, favorecendo a integração e a participação do indivíduo na

família, no seu entorno, em grupos sociais, incentivando a autonomia e também a inclusão

social dos mesmos.

O Coral Sorriso é um projeto que visa favorecer essa integração,

oferecendo subsídios aos usuários que se interessem em participar do coral, para dar os

primeiros passos ao aprendizado da técnica do canto, e tem como objetivo socializar os

participantes, promover a atenção, concentração, desenvolver o trabalho em equipe, a

disciplina, o desenvolvimento da linguagem e da fala, bem como, à valorização e a

dignidade do ser humano, procurando oportunizar espaço para expressão da arte e cultura.

JUSTIFICATIVA

É conhecida a importância da música na vida das pessoas, seja no tocante à

saúde, autoestima conhecimento, entre outros e o canto coral, em seus diversos aspectos e

manifestações, está presente na grande maioria das culturas mundiais, o que mostra que

esta atividade é um tipo de ação especificamente social, cultural e humana (VIGOTSKY,

1998)

As atividades musicais visam através da vivência e compreensão da linguagem

musical, propiciar a abertura de canais sensoriais, facilitando a expressão de emoções,

ampliando a cultura geral e contribuindo para a formação integral do ser, como afirma

GAINZA (1988).

Além disso, o trabalho com canto coral é um poderoso instrumento que desenvolve,

além da sensibilidade à música, fatores como: concentração, memória, coordenação

motora, socialização, acuidade auditiva e disciplina, conforme BARRETO (2000, p.45):

“[...]a música é a linguagem cujo conhecimento se constrói com base em

vivências e reflexões orientadas, pode estimular o desenvolvimento

cognitivo, construindo de forma significativa e equilibrando o terreno das

emoções, estimulando as várias áreas cerebrais.

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A atividade do coral visa, dentre outros objetivos, estimular os seres humanos a

desenvolverem talentos ou habilidades além do seu ambiente de convivência diária.

Também desperta a liderança, comunicação (respiração e expressões verbais corretas) e

apresentação em público.

Pode-se assim dizer que participar de um coral pode ser fonte de riqueza e uma troca

constante de informações, elevando assim a autoestima das pessoas.

OBJETIVO GERAL

Verificar a relação existente entre a aplicação da música coral no espaço da escola e sua

contribuição no desenvolvimento do aluno, especialmente no que diz respeito à

alfabetização, à socialização e à expressão corporal.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Desenvolvimento do senso artístico, criativo e social.

• Aprendizagem e enriquecimento da linguagem.

• Desenvolvimento integrado.

• Desenvolvimento e rapidez de compreensão e desembaraço nas apresentações.

• Enriquecimento do vocabulário pela introdução gradativa de palavras de uso corrente.

• Desenvolvimento da atenção.

•. Auxiliar o usuário em seus múltiplos aspectos de formação, pedagógico, psicológico,

sociológico e cultural.

•. Trazer uma atividade cultural e agradável que aumenta o comprometimento do usuário,

para dentro do Centro dia.

CONTEÚDOS

•. Trabalhar os elementos sonoros: altura (grave e agudo), intensidade, duração, timbre e

densidade.

Explorar a criação através do estudo da melodia, harmonia e ritmo.

• Músicas populares: melodias do povo que agradam as massas e que propagam ao sabor do

gosto popular, com termos ou expressões comuns, de uso diário e falam sobre os

sentimentos em geral.

• Músicas Folclóricas: canções baseadas nas tradições, lendas ou crenças de um país ou

região. Elas transmitem os fatos históricos, os usos e costumes, de geração em geração.

• Músicas Patrióticas ou: as que exaltam o amor à Pátria e a dedicação aos seus interesses.

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• Músicas Comemorativas: as que trazem à memória um acontecimento, ou seja, celebram a

lembrança de um fato importante.

METODOLOGIA

Refletindo sobre a necessidade de se considerar o universo sonoro/musical do

usuário no desenvolvimento de uma educação musical significativa, e necessário construir

uma metodologia baseada na cultura do mesmo, explorando o que lhe é familiar, partindo

de sua realidade, ao mesmo tempo oportunizando o acesso a novos caminhos com relação a

novos conhecimentos musicais.

Assim, este projeto busca se familiarizar com o repertório musical trazido pelos

participantes, acentuando assim, a importância de se trabalhar a partir dessa realidade,

pois faz com que o participante busque novos meios de expressão a partir do que é

proposto, ou seja, inicialmente, compreenda o seu próprio meio e, em seguida, tenha

prazer em conhecer outras possibilidades, posteriormente apresentado pelo instrutor

regente através dos:

• Ensaios de canções.

• Exploração de técnicas vocais.

• Apresentações em eventos.

CRONOGRAMA

Ensaios todas as terças-feiras a tarde e sextas-feiras pela manhã durante o ano de 2013.

Apresentações nos eventos internos e em eventos externos quando convidado e previamente

agendado.

RECURSOS

• Aparelho de som.

• Fitas.

• CDs

• Computador/ internet

•. Copias

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• Teclado

• Pastas para partituras

• Sala de ensaio

AVALIAÇÃO

A avaliação se dará de forma contínua, valorizando todo o processo de desenvolvimento do

usuário e também em apresentações nos eventos.

RESULTADOS ESPERADOS

Inicialmente a integração e socialização dos usuários durante os encontros para os ensaios

do coral e posteriormente a de seus pais e amigos que venham assistir às apresentações

e conhecer melhor os trabalhos desenvolvidos pelo Centro-Dia.

Ampliar os conhecimentos dos usuários sobre a cultura brasileira e universal.

REFERÊNCIAS

BARRETO, Sidirley de Jesus. Psicomotricidade: educação e reeducação. 2. ed. Blumenau:

Acadêmica, 2000.

BRASIL, MDS. Orientações Técnicas: Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas

com Deficiência e Suas Família, ofertado em Centro-Dia De Referência. Brasília 2012.

DALLARIA, Dalmo de Abreu. Revista Nova Escola, Cidadania. O respeito ao Hino e a

Bandeira, p.45, ano XV, n. 132, maio 1989.

FERES, Josette. Revista Nova Escola, Aproveite a emoção da música, p. 22-23, ano IV,

n.31, junho 1989.

FERRAZ, Cláudia Ribeiro, Revista Nova Escola, Uma aula de música bem brasileira, p.20-

21, ano IV,n.32, agosto 1989.

GAINZA, Violeta Hemsy de. Estudos de Psicopedagogia Musical. 3. ed. São Paulo:

Summus, 1988.

NARITA, Flávia Motoyama. Revista Presença Pedagógica, Música popular na escola,

Editora Dimensão jul/ago. 1998

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Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais/2009.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

http://centrodianatal.blogspot.com.br/2013/05/coral-sorriso.htm

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Deficientes visuais preparam espetáculo de coral, dança e radionovela ao mesmo tempo em que

são qualificados profissionalmente

Deficientes visuais de Teresina se estão preparando, na Associação dos Cegos do Estado no

Piauí, um espetáculo em que se apresentarão como coral, dançando e participando de uma

radionovela.

O espetáculo é para estrear no final deste ano ou no início de 2012 e une dois projetos

multidisciplinares, o Nova Visão, coordenado pelo médico e ex- secretário estadual de

Educação, Antônio Noronha Filho, e Um Olhar para a Cidadania, coordenado pelo

jornalista, radialista e professor universitário Jessé Barbosa da Silva.

Antônio Noronha Filho disse que procurou os diretores da Associação dos Cegos do Estado

do Piauí e quis saber quais os sonhos deles e foi informado que queriam um coral e

um grupo de danças. Ele falou que foi elaborar o projeto, avaliado em R$ 80 mil e em fase

de captação de recursos, e conseguiu a adesão do coreógrafo, Valdemar Santos, que já tinha

sido pioneiro em formação de um grupo de danças com deficientes físicos, e o regente

Emmanuel Coelho Maciel, também pioneiro na criação do Coral dos Vaqueiros, de União,

e o Coral de Mil Vozes, formado por crianças e adolescentes de todos os bairros de

Teresina.

Antônio Noronha Filho afirmou que no processo de elaboração do projeto conheceu as

pessoas do projeto Um Olhar para a Cidadania, que produz radionovelas com os deficientes

físicos.

O resultado dessa união é a formação de um coral que dance, um coral de deficientes

visuais que dance. Antônio Noronha Filho afirmou que a meta do trabalho conjunto dos

dois projetos é montar um espetáculo, no qual quando as pessoas chegarem na casa de

espetáculo terão os olhos vendados na porta do teatro, com um guia. A intenção é fazer

com que os telespectadores entrem no mundo dos cegos. Neste momento, os espectadores

com os olhos vendados acompanharão a radionovela.

Depois, são retiradas as vendas dos olhos e o coral começa a cantar e depois, canta e dança.

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Os deficientes visuais estão na fase de treinamento e de seleção. Eles ocupam salas na

Associação dos Cegos quando começam a ter os primeiros treinamentos e as primeiras

audições com Valdemar Santos e Emmanuel Coelho.

Tudo é desafiante. O maestro Emmanuel Maciel vai ter que descobrir um método para reger o

coral sem a batuta, o coreográfico Valdemar Santos vai descobrir uma forma de se

comunicar para fazer com que os cegos consigam dançar, falou Antônio Noronha Filho.

Ele diz que os deficientes ganham a autoestima, serão capacitados em rádio e poderão ser

empregados em emissoras de rádio como comunicadores, poderão formar grupos vocais.

Nos projetos, eles sairão com a profissionalização, adiantou.

Será através da audição que nós vamos trabalhar o coral, afirmou Emmanuel Maciel

O regente Emmanuel Maciel disse que será com o sentido da audição que vai trabalhar com

os deficientes físicos para a formação do coral.

Vão ouvir primeiro batidas de percussão, em seguida vão entoar sons, que vamos

demonstrar através do teclado. Um vou dizer um, dois, três, quatro e no quatro vocês vão

cantar esse som que demonstrarei no teclado. Antes disso, será feito um trabalho de

preparação da respiração, para abrir o diafragma, para fazer a respiração plena, para encher

os pulmões de ar. Sobre a abertura da boca, eles não vão ver, mas eu direi que é ovo,

como se estivessem abrindo a boca com um ovo de codorna, em uma linguagem bem

acessível, declarou Emmanuel Maciel, que ao formar o Coral dos Vaqueiros encontrou a

dificuldade em relação à prosódia. Alguns vaqueiros quando iam executar uma canção que

tinha a palavra flor, alguns chamavam de flor, outro diziam fulô e outros diziam flô.

O maestro lembra que a solução encontrada foi democrática. A pronúncia cantada foi a que

a maioria dos vaqueiros usava. Eu não, poderia ter um coral com cada um com uma

pronúncia diferente. Então, se a maioria falava fulô, ficava fulô, conta

Na hora de formar o Coral das Mil Vozes, Emmanuel Maciel encarou crianças inquietude e

indisciplinadas. Se mexiam demais, a gente usava muitos os auxiliares, chamava os pais

para que conversassem com eles, declarou.

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Coral de cegos a gente conhece, cegos que dançam, também, mas que cantam e dançam são

os primeiros do mundo, diz o presidente da Associação dos Cegos

O presidente da Associação dos Cegos do Estado do Piauí, Francisco Costa, afirmou que

a união dos projetos Nova Visão e Um Olhar para a Cidadania é muito importante para a

profissionalização e inclusão social dos deficientes físicos por criar um espetáculo original.

Para nós é muito importante porque quando fomos procurados por Antônio Noronha e

Jessé Barbosa, com dois projetos diferentes, e depois com a oportunidade com a junção, se

produziu algo novo.

Cegos que cantam a gente sabe que existem, que dançam, a gente sabe que existe, mas que

cantam e dançam, a gente não tem conhecimento, a gente não conhece nem fora do país.

Para nós é gratificante essa criação para que a gente possa estar fazendo uma maior

integração das pessoas cegas. O mais importante é que o trabalho da Associação dos

Cegos tem que estar voltado para a cidadania e não tem nada mais importante do que a

comunicação, a dança, a música para que aconteça essa integração, declarou Francisco

Costa, que é jornalista.

Projeto desenvolve tecnologia de capacitação específica para deficientes visuais

Coordenador do Projeto Um Olhar para a Cidadania, Jessé Barbosa da Silva, disse que o

projeto vai capacitar 15 pessoas com deficiência visual para trabalhar no rádio. Segundo ele,

são quatro módulos de 20 horas.

Os deficientes visuais vão utilizar uma emissora de rádio, a Pioneira; uma rádio web com

programas durante 24 horas, com veiculação pela internet, e com radiodramas, quando

irão utilizar a radiodramaturgia.

Eles irão trabalhar com temas voltados para a cidadania, direitos e deveres das pessoas com

deficiência visual. As peças que eles vão produzir serão distribuídas para outras emissoras

de rádio. O grande salto desse projeto é desenvolver uma tecnologia de capacitação

diferenciada porque as pessoas com deficiência visual devem ter uma forma diferente de

capacitação, diferente das pessoas com visão, falou Jessé Barbosa.

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A dança tem elementos que podem ser desenvolvidos pela pessoa tendo ou não visão, o

importante é ter um corpo, diz o coreógrafo Valdemar Santos. Criador do grupo Dança

Eficiente, que atua com deficientes físicos, Valdemar Santos, diz que trabalhar com os

deficientes visuais é um grande desafio porque a dança é uma arte visual, mas o importante

é o dançarino ter um corpo.

É um desafio trabalhar com deficientes visuais porque a dança é visual. O meu

trabalho será interiorizar a dança. Como eu trabalho com a dança contemporânea, que

trabalha muito com o individual e particular, em cada um descobre a sua dança. Não tem

um padrão a seguir, cada um vai descobrir sua forma de mover porque a dança tem a

questão do espaço, do corpo, o ritmo. Todos esses elementos podem ser desenvolvidos de

várias formas, tendo ou não visão, o importante é ter um corpo, afirma o coreógrafo

Valdemar Santos.

http://www.meionorte.com/blogs/efremribeiro/deficientes-visuais-preparam-

espetaculo-de-coral-danca-e-radionovela-ao-mesmo-tempo-em-que-sao- qualificados-

profissionalmente-177259

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