Cordeirópolis, Outubro de 2007 - ccsm.br · em 5 de outubro, no Centro de Citricultura do IAC, em...

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Cordeirópolis, Outubro de 2007 • Número 149 VII DIA DA LARANJA VII DIA DA LARANJA VII DIA DA LARANJA VII DIA DA LARANJA VII DIA DA LARANJA CUMPRE SEUS OBJETIV CUMPRE SEUS OBJETIV CUMPRE SEUS OBJETIV CUMPRE SEUS OBJETIV CUMPRE SEUS OBJETIVOS OS OS OS OS Organizado em três sessões de apresentações e discussões, o VII Dia da Laranja reuniu mais de 100 participantes, em 5 de outubro, no Centro de Citricultura do IAC, em Cordeirópolis (SP). O evento recebeu apoio da Laranja Brasil e contou também com a colaboração do Centro de Pesquisas Econômicas – Cepea/Esalq/USP e do Grupo de Consultores – Gconci, na elaboração da sua programação. Nas apresentações e debates, várias opiniões foram expostas e merecem destaque. O Prof. Evaristo M. Neves, da Esalq/USP, por exemplo, demonstrou confiança na citricultura ao se referir que “daqui 93 anos estaremos celebrando o centésimo Dia da Laranja”. “Esse analogismo remeteu à manutenção e ao desenvolvimento do setor, apesar de pressões econômicas e ocorrência dos atuais problemas fitossanitários”, afirma Dirceu de Mattos Jr., pesquisador do Centro e coordenador do evento. O pesquisador Arthur A. Ghilardi, na análise dos componentes de custos da propriedade citrícola, reiterou a importância dos investimentos em tecnologia e do uso das informações como ferramenta de trabalho pelo citricultor, e sugeriu que a composição de custos na propriedade deve conter uma fatia para atualização tecnológica e busca de informações, a exemplo do que ocorre com insumos, máquinas etc. Sobre a qualidade da laranja, o pesquisador Eduardo Fermino Carlos representou o esforço do Centro de Citricultura para o melhoramento genético, ao retornar ao produtor a planta Laranja Nota 10 selecionada pela alta produção de frutos e certificada quanto à sanidade. Ainda, ao lançar a edição Laranja Nota 10 de 2008, deixou a mensagem clara para o setor: “Participem!”. Nas discussões sobre o huanglongbing (HLB), Roberto Jank Jr. pediu agilidade de (re)ação do setor para o controle da doença. Para Jank, embora contemos com mecanismos legais, é fundamental o comprometimento das propriedades nessa tarefa. Num resumo das sessões, dentro da análise da gestão do agronegócio, o Eng. Agr. Gilberto Tozatti avaliou a previsão de safra da Flórida em 160 milhões de caixas, com base na recente missão do grupo de consultores realizada àquele estado norte- americano. Entre várias análises destacaram-se pontos de equilíbrio para preço da laranja e cenários de ocorrência de cancro cítrico e HLB para diferentes severidades das doenças. O Prof. Geraldo B. Santana, do Cepea/ USP, inovou a abordagem do tema numa base teórica sobre o desempenho do negócio Curso de Doenças O III Curso de Doenças dos Citros e Seu Manejo ocorreu entre os dias 29 e 31 de outubro, em conjunto com o Instituto Biológico (UPD-Sorocaba), o Fundecitrus e a Red Interamericana de Cítricos (RIAC-FAO), no Centro de Citricultura, em Cordeirópolis, sendo que neste ano, realizou-se também o II Curso Internacional de Enfermedades de los Cítricos. Aulas teóricas e práticas sobre as principais doenças foram proferidas por especialistas no assunto, visando uma correta identificação e manejo. O evento contou com a participação de técnicos e produtores de várias regiões do país (Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pará e Amazonas) e de profissionais da Argentina, Uruguai e México. Foram proferidas 19 palestras, abrangendo as principais doenças cítricas e temas como produção de mudas certificadas, tecnologia de aplicação e uso correto de defensivos. na fazenda, subsidiando análises de rendimento, manutenção da atividade e tomada de decisão sobre sua oportunidade e continuidade do negócio. Impressionaram as estimativas apresentadas sobre a sensibilidade da sustentabilidade do setor com base no preço da caixa de laranja. Numa mesa de discussão, formada pelos pesquisadores Margarete Boteon, do Cepea, Arthur A. Ghilardi, do Centro de Citricultura, Frederico F. Lopes, do Pensa/ USP e o consultor Gilberto Tozatti, do Gconci, abordou-se a apresentação e os comentários efetuados constarão numa publicação especial da revista do Cepea, que tratará da composição de indicadores econômicos. (Continua na página 2)

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Cordeirópolis, Outubro de 2007 • Número 149

VII DIA DA LARANJAVII DIA DA LARANJAVII DIA DA LARANJAVII DIA DA LARANJAVII DIA DA LARANJA

CUMPRE SEUS OBJETIVCUMPRE SEUS OBJETIVCUMPRE SEUS OBJETIVCUMPRE SEUS OBJETIVCUMPRE SEUS OBJETIVOSOSOSOSOS

Organizado em três sessões deapresentações e discussões, o VII Dia daLaranja reuniu mais de 100 participantes,em 5 de outubro, no Centro de Citriculturado IAC, em Cordeirópolis (SP). O eventorecebeu apoio da Laranja Brasil e contoutambém com a colaboração do Centro dePesquisas Econômicas – Cepea/Esalq/USPe do Grupo de Consultores – Gconci, naelaboração da sua programação.

Nas apresentações e debates, váriasopiniões foram expostas e merecemdestaque. O Prof. Evaristo M. Neves, daEsalq/USP, por exemplo, demonstrouconfiança na citricultura ao se referir que“daqui 93 anos estaremos celebrando ocentésimo Dia da Laranja”. “Esseanalogismo remeteu à manutenção e aodesenvolvimento do setor, apesar depressões econômicas e ocorrência dosatuais problemas fitossanitários”, afirmaDirceu de Mattos Jr., pesquisador doCentro e coordenador do evento.

O pesquisador Arthur A. Ghilardi, naanálise dos componentes de custos dapropriedade citrícola, reiterou aimportância dos investimentos emtecnologia e do uso das informações comoferramenta de trabalho pelo citricultor, esugeriu que a composição de custos napropriedade deve conter uma fatia paraatualização tecnológica e busca deinformações, a exemplo do que ocorre cominsumos, máquinas etc. Sobre a qualidadeda laranja, o pesquisador EduardoFermino Carlos representou o esforço doCentro de Citricultura para omelhoramento genético, ao retornar aoprodutor a planta Laranja Nota 10selecionada pela alta produção de frutos ecertificada quanto à sanidade. Ainda, aolançar a edição Laranja Nota 10 de 2008,deixou a mensagem clara para o setor:“Participem!”. Nas discussões sobre ohuanglongbing (HLB), Roberto Jank Jr.pediu agilidade de (re)ação do setor para o

controle da doença. Para Jank, emboracontemos com mecanismos legais, éfundamental o comprometimento daspropriedades nessa tarefa.

Num resumo das sessões, dentro daanálise da gestão do agronegócio, o Eng.Agr. Gilberto Tozatti avaliou a previsão desafra da Flórida em 160 milhões de caixas,com base na recente missão do grupo deconsultores realizada àquele estado norte-americano. Entre várias análisesdestacaram-se pontos de equilíbrio parapreço da laranja e cenários de ocorrência decancro cítrico e HLB para diferentesseveridades das doenças.

O Prof. Geraldo B. Santana, do Cepea/USP, inovou a abordagem do tema numabase teórica sobre o desempenho do negócio

Curso de Doenças

O III Curso de Doenças dos Citros e Seu Manejo ocorreu entre os dias 29 e 31 deoutubro, em conjunto com o Instituto Biológico (UPD-Sorocaba), o Fundecitrus e a RedInteramericana de Cítricos (RIAC-FAO), no Centro de Citricultura, em Cordeirópolis,sendo que neste ano, realizou-se também o II Curso Internacional de Enfermedades de losCítricos. Aulas teóricas e práticas sobre as principais doenças foram proferidas porespecialistas no assunto, visando uma correta identificação e manejo.

O evento contou com a participação de técnicos e produtores de várias regiões dopaís (Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pará e Amazonas) e de profissionaisda Argentina, Uruguai e México. Foram proferidas 19 palestras, abrangendo as principaisdoenças cítricas e temas como produção de mudas certificadas, tecnologia de aplicaçãoe uso correto de defensivos.

na fazenda, subsidiando análises derendimento, manutenção da atividade etomada de decisão sobre sua oportunidadee continuidade do negócio. Impressionaramas estimativas apresentadas sobre asensibilidade da sustentabilidade do setorcom base no preço da caixa de laranja.Numa mesa de discussão, formada pelospesquisadores Margarete Boteon, doCepea, Arthur A. Ghilardi, do Centro deCitricultura, Frederico F. Lopes, do Pensa/USP e o consultor Gilberto Tozatti, doGconci, abordou-se a apresentação e oscomentários efetuados constarão numapublicação especial da revista do Cepea, quetratará da composição de indicadoreseconômicos.(Continua na página 2)

Editorial

Cordeirópolis, Outubro de 2007 • Número 149

2 Informativo Centro de Citricultura

Matéria de Capa

Notas

Dia da Laranja

Rodrigo R. Latado, do Centro deCitricultura, reorganizou os dados sobrevários estudos do desempenho de produçãode laranjas Pêras em São Paulo, cuja base dedados demonstrou a adequação de clonespara diferentes regiões e sua aptidão paraprodução de frutas para o mercado e suco.

Na sessão sobre a IN 032, a Eng. Agr.Geysa J. P. Ruiz, da Coordenadoria de DefesaAgropecuária, apresentou os dados dosprimeiros relatórios da ocorrência de HLBentregues pelos citricultores. Cerca de 64%dos relatórios devidos foram recebidos,com a constatação de que 35% dos talhõesestão afetados pela doença e 0,6% dasplantas foi erradicado. O Eng. Agr. CamiloL. Medina, do Gconci, discutiu a geraçãodessas informações e, embora destacandosua importância, mostrou que ainda há anecessidade de aprofundar a análise porparte dos responsáveis.

Uma nova mesa de discussão formadapelos Eng. Agr.s Walkmar B.S. Pinto, daCati, Cícero A. Massari, do Fundecitrus, eRoberto Jank Jr., da Agrindus, reiterou anecessidade de efetivação dos mecanismosdisponíveis de monitoramento e erradicaçãodas plantas afetadas, além de uma posturamais rígida do citricultor sobre umproblema sem limites de porteira. Para ogrupo, a ignorância de um produtor podecausar sérios prejuízos à citricultura.

“Com este evento, mais uma vez, oCentro de Citricultura cumpriu o seu papelde “centro” e polarizou formação deopiniões e discussões como ferramentas dosucesso da citricultura”, afirma Dirceu deMattos Junior. “A participação do citricultorfoi claramente foco de trabalho do Dia daLaranja, cuja organização já abriu portaspara sugestões para 2008”, completa.

Evidente desprestígio

Em que pese o esforço de desenvolvimentofeito pela pesquisa na citricultura, representadopelo crescimento do Centro de Citricultura evárias outras unidades de pesquisa nasuniversidades e em outros institutos depesquisa e pelo crescente volume de recursosaportado pelas agências de fomento, a pesquisabrasileira ainda não atingiu o nível mínimode respeito por parte de vários de seus usuários.Não bastasse ainda o número crescente depublicações nacionais e internacionais sobrecitros, um claro indicador positivo do níveldas nossas pesquisas, é possível afirmar que aárea de pesquisa e desenvolvimento emcitricultura atingiu um elevado nível, nuncaantes visto nesse setor no Brasil.

No entanto, parece que isso não basta paraque vários componentes dessa cadeiareconheçam e apóiem, como deveriam, essasatividades. O fim social de instituições depesquisa é gerar conhecimento e tecnologiaque, ao serem transferidas para o setor deprodução, geram riquezas e empregos,beneficiando a todos os participantes dacadeia. O momento particularmentedesafiante por que passa a nossa citriculturaexigiria a clara premência de união de esforços,mas a prática diz exatamente o contrário. Noafã de estimular uma concorrência inútil edesagregante, alguns membros do setorconduzem suas atividades de forma nãotransparente.

O Centro de Citricultura tem feito, nosúltimos anos, um esforço de integração comtodos os possíveis parceiros, de todas as áreas,desde difusão até a pesquisa básica. Para tanto,não mede esforços, inclusive com significativovolume de recursos com as agências defomento, para que essa integração seconcretize. No entanto, episódios recentes deanúncio de resultados de pesquisa, divulgadoscomo evidente ação de marketing, revelamcomo pensam e agem muitos componentesdesse processo. Ao procurarem a aparente“exclusividade” da informação, somenterevelam sua insegurança de partilhá-la.Porém, mais grave do que isso, revelam o quepensam dos pesquisadores brasileiros,priorizando e executando atividades depesquisa sob comando de pesquisadores de forado Brasil.

A atual direção do Centro de Citriculturaabomina ações dessa natureza e reforça suafunção de integração de todo o setor, inclusiveo de pesquisa e desenvolvimento.

Marcos A. MachadoDiretor do Centro de Citricultura

Curso de citros

No dia 02 de outubro, durante a IIAgroflora, o pesquisador Fernando Alvesde Azevedo ministrou curso sobre citros(abordando histórico, variedades,planejamento e implantação, tratosculturais, pragas, doenças e colheita) paragraduandos da Faculdade de Agronomia eEngenharia Florestal de Garça (SP).

Fitoplasma em plantascom HLB

O pesquisador francês Joseph Bovénotificou, em 10 de outubro, a existência deum fitoplasma em plantas com sintomasde huanglongbing. Fitoplasmas são bactériasdesprovidas de parede celular. Apesar danotícia, ainda não está completamentecomprovada a associação desse fitoplasmacom o HLB. Estudos adicionais necessitamser implementados.

Inovação tecnológica

Em 17 e 18 de outubro, foi realizada,em Ribeirão Preto, a 3ª Reunião deInovações Tecnológicas da Syngenta, ondeforam apresentados dados atualizados dascitriculturas da Flórida e de São Paulo, seusimpactos em função do huanglongbing e seuvetor, avanços no controle da mancha pretae uma análise sobre o futuro da citriculturapaulista. Dois outros painéis foramdedicados aos viveiristas e aos consultoresde citros, abordando a recuperação dosviveiros norte-americanos após a tragédiados furacões ocorridos em 2004 e 2005 esuas interferência no mercado brasileiro demudas cítricas. Para o segundo grupo deinteresse, foram abordados aspectosrelativos a aplicações de defensivos, viaterrestre ou por aviões. Os engenheirosagrônomos José Dagoberto De Negri eFernando Alves de Azevedo estiverampresentes na reunião representando oCentro de Citricultura.

Produção de laranja daFlórida apresenta

pequena recuperação

A primeira previsão para a safra 2007/08de laranja da Flórida, divulgada em 12 deoutubro pelo Departamento de Agriculturados Estados Unidos (USDA), indica que aprodução deverá atingir 168 milhões de caixasde 40,8 kg. Essa estimativa é 30% maior quea obtida na safra 2006/07 (129 milhões decaixas), sendo inferior a duas estimativasefetuadas em meados de agosto último poragentes do setor privado americano, queindicaram estimativas de 198 e de 180 milhõesde caixas. A recente informação oficialamericana deverá contribuir para umamaior estabilidade nas cotaçõesinternacionais do suco de laranja concentradoe congelado (SLCC) ao longo da presentesafra, o que, por sua vez, poderá facilitar asnegociações contratuais entre produtores eindústrias da citricultura paulista.

Cordeirópolis, Outubro de 2007 • Número 149

Pesquisa do Centro

3Informativo Centro de Citricultura

Congresso de IniciaçãoCientífica da UFSCar

Estagiários de Iniciação Científica dos

pesquisadores Fernando Alves de Azevedo,

Rose Mary Pio e Dirceu de Mattos Júnior

apresentaram trabalhos no XV Congresso

de Iniciação Científica da Universidade

Federal de São Carlos (UFSCar), entre 8 e

11 de outubro. Os temas dos trabalhos

incluem manejo de pragas, doenças e

nutrição dos citros.

FRUTAR 2007

O Governo da província de Formosa,

no norte da Argentina, realizou entre 3 e 7

de outubro a FRUTAR 2007, Feira

Internacional de Fruticultura da

Argentina. O evento foi dirigido a todos

os participantes da cadeia de produção e

comercialização da fruticultura argentina,

e teve com destaque não apenas

conferências científicas sobre temas de

interesse, mas também rodadas de

negociações entre produtores e agentes de

comercialização de frutas. Houve a

participação de vários países, como por

exemplo, a presença de importadores de

frutas da Rússia. O pesquisador Eduardo

F. Carlos, convidado a participar do

evento, apresentou uma palestra sobre

HLB (huanglongbing) e discutiu sobre os

riscos fitossanitários na produção de

citros.

25 anos da EECB

A Estação Experimental de Citricultura

de Bebedouro (EECB) completou, em

outubro, seu 25º aniversário de fundação.

A celebração deste evento foi realizada no

dia 19 de outubro, em Bebedouro, onde

seus diretores técnicos e científicos,

respectivamente, Otávio R. Sempionato e

Eduardo S. Stuchi, e sua equipe receberam

convidados do sistema Coopercitrus-

Credicitrus, Fupab, universidades e

institutos de pesquisa, além de citricultores.

Na ocasião, foram destacados os

resultados advindos dos estudos

desenvolvidos naquela unidade. Para as

avaliações de variedades, sistemas de

produção, cultivo e manejo de citros e

outras espécies agrícolas foram firmadas

várias parcerias nesses anos. Das

homenagens, destaca-se aquela recebida

pelo pesquisador do Centro de

Citricultura, Dr. Jorgino Pompeu Júnior,

como colaborador emérito da Estação.

Esteve também presente no evento o

pesquisador Dirceu de Mattos Jr.

Nem tudo se perde

A uréia, uma das principais fontes sólidasde Nitrogênio (N) para a agricultura, ésusceptível a perdas por volatilização deamônia (NH

3), quando o fertilizante é

aplicado na superfície do solo. A interaçãode vários fatores (pH, temperatura, umidade,matéria orgânica, atividade da urease, texturado solo, e outros) contribuem para essasperdas. Estudos em laranjeiras realizadospelo IAC demosntraram que as perdas de Nda uréia, devido à volatilização da NH

3,

variaram de 26% a 44% do total aplicado, oque diminui o valor do fertilizante e contribuipara poluição atmosférica.

Entretanto, outros trabalhos de pesquisaavaliaram que as plantas têm a capacidadede absorver quantidades apreciáveis de NH

3

pelas folhas, se a concentração desta naatmosfera estiver acima do ponto decompensação da planta. Isso pode ocorrerem pomares cítricos adubados com uréia, oque consequentemente acarretaria adiminuição das perdas do fertilizante aplicadono pomar.

Em pesquisa inédita na citricultura,realizada na Fazenda Guacho (Grupo NovaAmérica), em pomar adensado (617 plantas/ha) com 9 anos de idade, observou-se queaproximadamente 50% do N volatilizado dofertilizante foi absorvido na forma gasosa(N-NH

3) pelas laranjeiras. Esses valores

ajudam a explicar resultados obtidos emoutros experimentos. Nesses, mesmoverificando altas perdas de N, em função davolatilização da amônia após aplicação dauréia, a diferença na produção só foiverificada após o terceiro ano de cultivodepois de uma safra de alto rendimento,devido a uma maior demanda de N pelaplanta. Agora esse novo estudo será repetidoem pomar em formação e com menoradensamento, no qual se acredita que aquantidade de NH

3 absorvida do total

volatilizado será inferior àquela observadaem pomares mais adensados.

Experimentos desse tipo são possíveiscom a utilização de técnicas isotópicas(traçadores). Este método utiliza a aplicaçãode fertilizantes enriquecidos em 15N, o qualpermite distinguir o N presente na planta doN proveniente do fertilizante. O estudo foirealizado em conjunto por pesquisadoresdos Centros de Citricultura e de Solos doIAC e do CENA-USP, e conta com o apoiofinanceiro da Fapesp. As informações obtidascontribuirão para aprimorar as estratégiasde manejo nutricional dos pomarescitrícolas, visando o uso eficiente do N,melhoria na produtividade e rentabilidadedas culturas.

Rodrigo M. Boaretto

A convite da Associação Paulista deProdutores de Caqui (APPC),pesquisadores do Centro de Citriculturaparticiparam, no dia 19 de outubro, dolançamento da marca comercial do tangorKinsei. A cerimônia, realizada em Pilar doSul (SP),constou de umavisita a umpomar comer-cial, degustaçãoda fruta innatura e deprodutos pro-cessados, comobolos, sucos etc.A nova varie-dade recebeu onome de Kinsei,que significa“estrela dourada”, e chega ao mercado comomarca comercial de um produto de altaqualidade, produzido pela APPC.

O registro da marca comercial foi oprimeiro passo dos associados para

Kinsei: marca comercial de Dekopon

comercialização da variedade no mercadobrasileiro, cujo nome Dekopon encontra-se patenteado no Japão, de onde ela foioriginada. O próximo passo será o registroda variedade no Ministério da Agricultura,Pecuária e Abastecimento (MAPA), no que

a associaçãocontará com oapoio dospesquisadoresdo IAC.

A Kinsei,cuja comercia-lização se dá noperíodo dejulho adezembro, éconhecida pelomaior tama-nho do fruto,

em relação às variedades disponíveis, etem como características saborencorpado, sem sementes, agradávelaroma, “saquinhos” moles, polpasuculenta, entre outras.

Cordeirópolis, Outubro de 2007 • Número 149

ExpedienteInformativo Centro de Citricultura

Editora e jornalista responsável

Cristina Rappa (MTb 15.213)

Conselho Editorial

José Dagoberto De NegriMarcos Antonio MachadoVivian Michelle dos Santos Borges

Colaboração

Arthur A. GhilardiDirceu de Mattos Jr.Eduardo Fermino CarlosFernando Alves de AzevedoJorgino Pompeu Jr.Marinês BastianelRodrigo M. Boaretto

Rod. Anhanguera, km 158Caixa Postal 04, CEP 13490-970,Cordeirópolis, SPFone/fax: (19) 3546-1399www.centrodecitricultura.brinformativo@centrodecitricultura.br

Apoio

4 Informativo Centro de Citricultura

A XVII Conferência Internacional daOrganização Internacional deVirologistas de Citros (IOCV) ocorreuem Adana, na Turquia, no período de 21a 26 de outubro, com a participaçãomajoritária de brasileiros,principalmente do Centro deCitricultura. Participaram pelo Centroos pesquisadores Alessandra Alves deSouza, Eduardo Fermino Carlos,Helvécio Della Coletta Filho, JulianaFreitas Astua e Marcos A. Machado, alémdos alunos de Doutorado Karen Kubo eRodrigo Stuart.

No total, foram apresentados 30trabalhos de especialistas brasileiros,sendo que 15 deles foram do Centro deCitricultura, número igual ao total detrabalhos apresentados por grupos dosEstados Unidos, país com o segundomaior número de trabalhos. Embora otema principal da virologia em citroscontinue sendo a tristeza, com 39trabalhos, existe uma tendência deaumento de apresentações sobrehuanglongbing, tema de 14 trabalhosneste evento, sendo sete deles do Brasil.

Curiosamente, somente o Brasilapresentou trabalhos sobre clorosevariegada dos citros, leprose e mortesúbita, quase todos do Centro deCitricultura e da Estação Experimentalde Citricultura de Bebedouro. Os 21países presentes ao evento respondempela maior parte do valor bruto daprodução mundial de citros.

Brasil sediará a XVIIIConferência da IOCV

Em 2010, o Brasil voltará a organizara Conferência da IOCV, após doze anosda última, realizada em Campinas em1998. Em disputa com a Itália e o Peru, aproposta do Brasil, apresentada peloCentro de Citricultura e peloFundecitrus, foi aceita, principalmenteem função da importância crescente dohuanglongbing e de outras doenças. Adata do evento e seu local ainda serãodeterminados, sendo as cidadescandidatas as paulistas Campinas,Ribeirão Preto e São José do Rio Preto.

Conferência da Organização deVirologistas de Citros (IOCV)

EECB e COOPERCITRUShomenageiam Jorgino

Em 19 de outubro, por ocasião doencerramento das comemorações do 25°aniversário da Estação Experimental deCitricultura de Bebedouro, aCoopercitrus, mantenedora da EECB,homenageou diversas personalidades quecontribuíram para a instalação edesenvolvimento da EECB entre os quaiso Dr. Jorgino Pompeu Junior, pesquisadordo Centro de Citricultura. No diplomaconferido ao homenageado consta que“Jorgino foi um dos incentivadores paraa implantação de um centro de pesquisasem citros na região de Bebedouro, tendosido um dos principais colaboradores nosexperimentos com copas e porta-enxertos,nunca se negando a discutir questõestécnicas com os membros da EECB.”

Participantes da XVII Conferência da IOCV em frente à primeira igreja cristã em uma cavernaem Antioquia, Turquia