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Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa Universidade Federal da Paraíba 15 a 18 de agosto de 2017 ISSN 2236-1855 4222 CORPO E GÊNERO: FOTOGRAFIAS DE PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESCOTISMO EM REVISTAS ILUSTRADAS NAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XX Maria Augusta Martiarena de Oliveira 1 Introdução A educação da mente e do corpo foi considerada um dos objetivos a serem atingidos no âmbito do contexto escolar, durante as primeiras décadas do século XX. Embora tal preocupação ocorresse em esfera global, essa perspectiva era adequada à conjuntura política que o Brasil, vivenciava. Nesse momento de afirmação do regime republicano, a classe governante dirigiu os seus esforços para a formação do “cidadão”, com o intuito de realizar uma uniformização ao mesmo tempo em que as diferenças sociais oriundas do Império e agravadas na República tornavam-se mais evidentes, notadamente pela tendência a “urbanizar”, “sanear” e “higienizar” a população, destinando lugares para determinados grupos e realizando uma seleção/exclusão dos habitantes. A educação surgiu, então, como instrumento de disciplinarização, sugerindo-se propostas educativas coerentes com tal período histórico. O presente trabalho objetiva analisar como as práticas de educação física e escotismo eram divulgadas na imprensa ilustrada, durante as primeiras décadas do século XX. O tema proposto relaciona-se ao estudo da corporeidade e de práticas de educação física entre 1900 e 1930, com uma proposta de estudo pautada em corpo e gênero. Deve-se ter em conta que a disciplina de educação física teve papel importante no que tange às contribuições para a formação cidadã durante a Primeira República e o movimento escoteiro, considerado atividade extraescolar, esteve estreitamente relacionado a essas práticas. A escolha de tal recorte temporal deve-se ao fato de que as revistas ilustradas ganharam muito espaço na cena nacional a partir do final do século XIX e início do século XX. Desse período, destacam-se publicações como a Revista Illustração Brazileira e a Revista Fon Fon, ambas de circulação nacional. Destaca-se que ambas serão utilizadas como fontes de 1 Doutora em Educação linha de pesquisa Filosofia e História da Educação. Pós-doutorado em Educação, Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, E-Mail: <[email protected]>.

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CORPO E GÊNERO: FOTOGRAFIAS DE PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESCOTISMO EM REVISTAS ILUSTRADAS

NAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XX

Maria Augusta Martiarena de Oliveira1

Introdução

A educação da mente e do corpo foi considerada um dos objetivos a serem atingidos no

âmbito do contexto escolar, durante as primeiras décadas do século XX. Embora tal

preocupação ocorresse em esfera global, essa perspectiva era adequada à conjuntura política

que o Brasil, vivenciava. Nesse momento de afirmação do regime republicano, a classe

governante dirigiu os seus esforços para a formação do “cidadão”, com o intuito de realizar

uma uniformização ao mesmo tempo em que as diferenças sociais oriundas do Império e

agravadas na República tornavam-se mais evidentes, notadamente pela tendência a

“urbanizar”, “sanear” e “higienizar” a população, destinando lugares para determinados

grupos e realizando uma seleção/exclusão dos habitantes. A educação surgiu, então, como

instrumento de disciplinarização, sugerindo-se propostas educativas coerentes com tal

período histórico.

O presente trabalho objetiva analisar como as práticas de educação física e escotismo

eram divulgadas na imprensa ilustrada, durante as primeiras décadas do século XX. O tema

proposto relaciona-se ao estudo da corporeidade e de práticas de educação física entre 1900 e

1930, com uma proposta de estudo pautada em corpo e gênero. Deve-se ter em conta que a

disciplina de educação física teve papel importante no que tange às contribuições para a

formação cidadã durante a Primeira República e o movimento escoteiro, considerado

atividade extraescolar, esteve estreitamente relacionado a essas práticas.

A escolha de tal recorte temporal deve-se ao fato de que as revistas ilustradas ganharam

muito espaço na cena nacional a partir do final do século XIX e início do século XX. Desse

período, destacam-se publicações como a Revista Illustração Brazileira e a Revista Fon Fon,

ambas de circulação nacional. Destaca-se que ambas serão utilizadas como fontes de

1 Doutora em Educação – linha de pesquisa Filosofia e História da Educação. Pós-doutorado em Educação, Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, E-Mail: <[email protected]>.

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pesquisa para o trabalho proposto. Além delas, optou-se por utilizar, também, revistas de

circulação regional: a Revista Illustração Pelotense e o Almanach de Pelotas. Destaca-se que

este é um resultado parcial e a presente pesquisa encontra-se em andamento.

A imprensa ilustrada nas primeiras décadas do século XX e a fotografia como fonte de pesquisa em História da Educação

Entre o final do século XIX e o início do século XX, as revistas ilustradas tiveram

grande circulação em diferentes partes do país. Durante todo o período colonial, a imprensa

não se desenvolveu em função do pacto colonial. Durante o Império, a mesma cresceu pouco,

porém, foi durante a Primeira República que se deu início ao desenvolvimento do processo de

comunicação em massa no Brasil.

Dentre as fontes utilizadas nesta investigação, a Revista Fon Fon contava com

circulação nacional e era publicada no Rio de Janeiro, então capital do país. Segundo Lins, o

Rio de Janeiro, nesse período, era um centro de debates políticos, dominada por engenheiros

e escritores ufanistas, como Coelho Neto y Olavo Bilac. A resistência a esse movimento se

dava por meio do movimento simbolista, que originou o modernismo. Nos cafés da cidade,

foram criados muitos periódicos, entre eles, em 1907, a Revista Fon Fon, o qual relacionava

literatura, ironia e fotografias de modernização da esfera urbana. Entretanto, faz-se

necessário mencionar que, na década de 1920, a revista contava com um direcionamento

mais tradicional e atrelado aos interesses políticos republicanos.

Em Pelotas e região sul, além dos jornais diários, a revista Illustração Pelotense teve

ampla circulação. Seu estilo publicitário utilizava tanto textos como imagens. Foi publicada

entre 1919 e 1927, com a proposta de manter-se um quinzenário e abranger um mercado

maior do que o da cidade. Em sua primeira edição, já se propunha a arquivar pela fotografia

os mais importantes acontecimentos sociais, como festas públicas, cívicas, religiosas,

carnavalescas, literárias, entre outros. Em suas páginas, tem-se registrado, por exemplo,

várias fotografias de exposições de trabalhos manuais, de formandos, tanto do ensino

elementar como do ensino superior, de inaugurações de escolas e das próprias escolas, sejam

elas públicas ou particulares. Entre as imagens analisadas da referida revista, encontram-se,

notadamente, as fotografias de alunos, do corpo docente, de quadros de formandos e de

práticas escolares. A sua importância reside no fato de que essas fotografias tratam da

autoimagem da elite, publicada como um espelho da própria cidade. Isto se constitui em um

uso do poder simbólico como instrumento de formação de um senso comum e da

manutenção de uma classe dominante e de seu modo de vida. Por se tratar de imagens de

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pessoas, ou seja, retratos, deve-se levar em conta o que afirma Moura (1983) quando diz que

pouco se pode desconfiar destes, especialmente daqueles que somente representam do busto

para cima – eram fotografias, também retocáveis, é claro, mas que claramente estavam

desejando somente mostrar a fisionomia, sem o desejo de perpetuar mensagens ou alusões à

“personalidade” a ser documentada. Para o autor, era na fotografia de corpo inteiro que a

imaginação se expandia – a imaginação do fotógrafo atendendo às expectativas do

fotografado e à imaginação do observador distante, que sempre estaria embevecido com a

felicidade serena e bem comportada do retratado. Segundo o autor, a forma “artista pintor”,

com que frequentemente o fotógrafo se assinava, por sua vez, define bem o “documento

artístico” representado pela fotografia, imagem “moderna” que não raro era reelaborada pelo

fotógrafo como pintor, conferindo maior artisticidade ao documento. Com relação ao

“Almanach de Pelotas”, pode-se dizer que também foi outra importante publicação do

período investigado. Suas primeiras edições foram realizadas por Ferreira & Cia. Mas, de

acordo com Michelon e Schwonke (2008), é quando Florentino Paradeda assume a

organização do Almanach de 1917, que fica explicitado o principal objetivo da publicação, a se

repetir até o último número utilizado como fonte, fazer propaganda, registrar o progresso de

Pelotas e enaltecer e premiar o esforço de sua elite. Entre similaridades e diferenças, o traço

singular do Almanach de Pelotas é o assumido propósito de divulgar a cidade. Sobre o

próprio Almanach, pode-se ler em suas páginas:

Annualmente, e devotado á propaganda de Pelotas e exaltação dos dedicados obreiros do seu progresso, apparece o “Almanach de Pelotas!, fundado pelo mallogrado e saudoso conterrâneo dr. Antonio Gomes da Silva, Ignácio Alves Ferreira e capitão Florentino Paradeda, este há muitos annos já seu único director e proprietário, (ALMANACH DE PELOTAS, 1928).

Segundo Michelon e Schwonke (2008), embora o capitão Paradeda repetisse nos seus

editoriais uma breve lamentação que enunciava as dificuldades em manter a periodicidade do

Almanach, em um panorama financeiramente desfavorável, estas faziam vencidas pelo desejo

de ver a publicação no mercado. Como mencionado anteriormente, o início e o fim das

atividades do Almanach de Pelotas definem o recorte temporal desta pesquisa. Pode-se dizer

que tanto os inícios como o fim dessa publicação representam a situação financeira da cidade.

Em 1913, à beira da Primeira Guerra Mundial, a cidade ainda vivia um momento de euforia,

especialmente nos primeiros anos de publicação do Almanach de Pelotas, quando a cidade

exportava charque para os países em guerra e o Coronel Pedro Osório tentava incrementar a

produção de arroz, iniciada uma década antes, enquanto a década de 1930 marca o período

de crise que a cidade viveu, notadamente após a quebra da bolsa em 1929, e o posterior

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fechamento do Banco Pelotense, em 1931. Por motivos financeiros, assim como vários outros

negócios de Pelotas, o Almanach fechou as suas portas.

Imagens de educação física e escotismo: corpo e gênero

Tanto práticas de educação física, como de escotismo foram amplamente divulgadas na

imprensa, seja nacional ou local. Essas imagens raramente representavam práticas

cotidianas, dedicam-se a retratar atividades de cunho comemorativo que se desenvolviam no

espaço urbano da cidade. Tal opção provavelmente encontra-se relacionada aos custos que

envolviam a produção de fotografias, as quais, diferentemente das atuais, eram realizadas por

profissionais e contavam com suporte de papel. Entretanto, deve-se ter em conta, também, a

existência de motivações que envolvam o papel da imprensa e os interesses políticos,

doutrinários, ideológicos daqueles que levavam a cabo essas publicações. Mais do que esses

interesses, precisamos vislumbrar quais elementos referem-se a essas escolhas editoriais e

quais estão intrinsecamente relacionados aos valores sociais do período estudado.

As fotografias que retratam práticas de educação física e escotismo são permeadas

pelas intencionalidades anteriormente mencionadas, além de permitir um estudo das

representações ideais de corpo e gênero presentes na sociedade no recorte temporal

selecionado. Em primeiro lugar, faz-se necessário remeter às propostas higienistas bastante

recorrentes durante o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX. Tais práticas

inserem-se tanto no contexto de higiene física, como no de higiene moral.

Além das imagens publicadas no Almanach de Pelotas e na Revista Illustração

Pelotense, os jornais diários que circulavam na cidade de Pelotas também contaram com

publicações referentes à prática da educação física e ao escotismo. Entretanto, neste trabalho

optou-se por dedicarmos à análise de uma fotografia constante no Almanach de Pelotas e

uma da Revista Illustração, selecionadas não apenas pela singularidade com que abordam os

temas, mas pelo papel preponderante que a fotografia ocupava nessa modalidade de

publicação.

Na figura 1, vê-se um grupo de escoteiros, alinhados em 11 colunas, cada uma formada

por quatro jovens, somente a última (da esquerda para a direita) consta de apenas um jovem,

cuja função poderia ser instruir os colegas. Os escoteiros se organizavam de maneira a formar

um trapézio. O formato geométrico é um dos ícones que demonstra a disciplinarização da

juventude. Além disso, a sua organização se encontra em consonância com os formatos

geométricos preexistentes na Praça da República, cuja arborização e jardinagem eram

constituídos por canteiros em formato de triângulos, quadrados e retângulos.

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Figura 1 – “Exercício de Esgrima de Vara-pau, á Praça da República” Fonte: Almanach de Pelotas de 1918

Cada jovem segurava uma vara, a qual se constituía em uma ferramenta para a

realização dos exercícios propostos. Suas vestimentas de escoteiros eram semelhantes a

uniformes militares, constando de botinas, bermuda, camisa e chapéu. Os jovens se

posicionaram na parte central da praça, contando com um público que os observava, o qual

se posicionou na parte de trás de um canteiro.

As apresentações dos escoteiros eram uma constante na vida pública pelotense. Ocorriam, especialmente, nas comemorações cívicas. De acordo com o Almanach de Pelotas: Nesse mesmo dia offerecia seus serviços, para auxiliar a instrucção dos noveis escoteiros, o seu actual e dedicado director Rubens Weyne, que a 12 do mesmo mez de novembro inaugurava os exercícios com uma turma de 70 aspirantes, perante grande concurrencia popular, a praça da Republica (ALMANACH DE PELOTAS, 1918, p.185).

É provável que o público não constasse apenas dos observadores presentes na

fotografia, tendo em vista o grande espaço da Praça da República. Ao observar o público

presente na imagem é possível afirmar que pelas vestes, assistir às apresentações que

ocorriam na praça era um acontecimento que merecia determinados cuidados com a

aparência. Entre os presentes, a maior parte é constituída por homens, os quais trajavam

terno, sobretudo e chapéu.

Provavelmente o público representado se referia às autoridades presentes, o que

infelizmente não pode ser confirmado, pela baixa qualidade da imagem. À direita, algumas

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crianças se sentaram no degrau e assistiam à apresentação desinteressadamente. Ao fundo é

possível observar os prédios do entorno da praça. Nesse período, é possível afirmar que a

Praça da República se constituía no centro laico de poder. Ao contrário da maior parte das

cidades, em que o poder religioso e o poder secular ocupam o entorno da mesma praça, em

Pelotas, por disputas de poder oriundas do período imperial, a Igreja e a prefeitura situaram-

se em lugares diferentes. A referida distinção que não ocorrera por motivos de diferenças

ideológicas, mas por disputas econômicas entre membros da elite que se formara, ganhou

uma nova roupagem ideológica na República. Assim como as instituições públicas e as

privadas confessionais representavam, respectivamente, o Estado laico e o poder da Igreja, os

dois espaços na urbe constituiriam a mesma disputa.

O escotismo se inseria no âmbito do nacionalismo e do civismo e era natural que suas

práticas ocorressem no centro laico da cidade. Ao recorrer novamente à figura 1, retoma-se a

temática da militarização dos jovens, percebida não só pelo uniforme, mas por sua postura. O

anseio por militarização não era um discurso presente nas entrelinhas, mas fazia parte de um

ideário oficial, o qual se alimentava do contexto de guerra mundial. Faz-se mister informar

que, quando da constituição do grupo de escoteiros em Pelotas e da realização da campanha

cívica de Olavo Bilac, o mundo vivia a sua primeira grande guerra.

Até o presente momento, encontrou-se apenas imagens na imprensa de ampla

circulação, as quais se dedicavam a retratar os escoteiros do sexo masculino. Sabe-se, no

entanto, que, segundo Nascimento (2008), a Associação Brasileira de Escotismo implantou o

escotismo para meninas, o qual contava com o departamento para dirigi-lo. A partir de 1915,

a Associação Brasileira de Escoteiras passou a atuar. Essa ausência ou raridade da

representatividade feminina pode indicar os receios com a inserção feminina no escotismo

por parte da sociedade brasileira. Deve-se ter em conta, que ao estudar a forma como as

mulheres eram compreendidas socialmente no país durante as primeiras décadas do século

XX, pode-se dizer que as atividades escoteiras, notadamente pelo fato de que uma parcela

considerável dos grupos escoteiros terem surgido junto aos Tiros de Guerra, não seriam

entendidas como aceitáveis para as jovens da época.

As fotografias permitem vislumbrar a representação de um ideal de corpo, o qual está

claramente distinto entre o que é esperado para o corpo masculino (virilidade, força) e o para

o corpo feminino (delicadeza, recato). Entretanto, a figura 2, publicada na Revista Illustração

Pelotense, em 1919, apresenta uma singularidade, retrata as atiradoras do Gymnasio

Pelotense. As jovens, estudantes de uma instituição de ensino que foi municipalizada nesse

período. Trata-se de uma instituição mista, na qual as meninas podiam aceder o ensino

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secundário e estudar conjuntamente com os meninos. A fotografia, entretanto, indica para o

fato de que a prática de tiro seria realizada separadamente. A figura 2, retrata, ao centro, o

instrutor, vestido com trajes militares. Em duas fileiras, dispõem-se nove estudantes, sendo

que vemos duas sentadas do lado direito e duas do lado esquerdo do instrutor. Na fileira de

trás, cinco jovens apresentam-se de pé, sendo que duas, assim como o seu preceptor, vestem

trajes militares.

Figura 2 – “As disciplinadas atiradoras do Gymnasio Pelotense e seu dedicado instructor” Fonte: Revista Illustração Pelotense, 1919

A figura 2 encontra-se, também, disponível no Museu do Ginásio Municipal Pelotense,

a qual é identificada como: “Equipe feminina de tiro ao alvo, em 1919”. Além disso, as

integrantes e o integrante da imagem são identificados: Celina F., Arzelinda, Isbella,

Chrysallida C., Alda E., Maria L., Sylvia S., Instructor Sr. Aldrovando Leão, Lucia e Helena.

De acordo com Pinto (2015), competições femininas em ambiente militar constituiam-se em

raridade, nesse período. O autor, inclusive, relaciona esse diferencial à presença de alunas no

mesmo ambiente educacional que os alunos de sexo masculino, o que teria favorecido este

acontecimento.

Essa imagem demonstra um conflito entre o ideal de feminino presente no período e a

atividade retratada. A maior parte das jovens encontra-se vestida conforme os padrões da

época. Trajam vestidos, usam chapéus, seus sapatos e meias são delicados. Por outro lado, as

duas jovens que vestem os uniformes militares se contrapõe ao ideal de fragilidade feminino,

ao ideal de mulher circunscrita à esfera doméstica como bem retrata Perrot (1998). As

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secundaristas, entretanto, não foram retratadas nas aulas de tiro, no ambiente externo, mas

em uma das salas da escola em que estudavam. Tampouco estavam presentes as armas que as

mesmas utilizavam nessas aulas de tiro. Logo, essa imagem permite um pequeno avanço no

que tange às roupas das jovens fardadas, porém, uma ruptura com o padrão de feminino não

ocorre, tendo em vista que armas não estão presentes no retrato e que a maior parte das

jovens é retratada com vestimentas socialmente aceitas para o sexo feminino. A fotografia

apresenta, ainda, uma bandeira ao centro (ainda que a qualidade da imagem não permita a

sua identificação, acredita-se que seja a bandeira nacional). Essa bandeira, bem como a

distribuição das fileiras confere o equilíbrio simétrico presente nas fotografias das primeiras

décadas do século XX.

Os mesmos ideais de civilidade estão presentes nas atividades retratadas nas figuras 3,

4 e 5. Essas imagens foram extraídas da Revista Fon Fon número 33, de 1926. As três

encontram-se publicadas em uma única página: a primeira das três fotografias (figura 3)

referia-se a uma apresentação das alunas do Grupo Delphim Moreira, de Juiz de Fora, as

quais executavam a marcha da Aida, por ocasião das festas comemorativas do 14 de julho; a

segunda (figura 4), retratava, também, outro número do programa de comemorações da

mesma data, o qual executava “Gioconda”; a terceira (figura 5), dedicava-se à apresentação

de ginástica rítmica com bastão, realizada pelos alunos do terceiro ano, do mesmo Grupo, em

homenagem ao senador Antônio Carlos.

Duas das três atividades retratadas referem-se às comemorações do 14 de julho e as

fotografias foram produzidas no próprio espaço da escola (Grupo Delphim Moreira, em Juiz

de Fora). A legenda da terceira fotografia traz uma informação que causa dubiedade, pois

informa que retrata os alunos do terceiro ano, da mesma escola, os quais encontravam-se na

então capital nacional e promoviam uma homenagem ao senador Antônio Carlos2. Faz-se

necessário destacar que, das três imagens, apenas uma não é identificada como ginástica

rítmica em sua legenda. Entretanto, pode-se identificar visualmente uma clara diferença

entre as atividades presentes nas figuras 3 e 4, e as atividades físicas retratadas na figura 5.

2 O Senador Antônio Carlos Ribeiro de Andrada foi um político mineiro que atuou tanto como senador, como deputado federal.

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Figura 3 – “Alumnas do Grupo Delphim Moreira, de Juiz de Fóra, executando a “Marcha da Aida” interessante gymnastica rythmica, por occasião das festas commemorativas do 14 de julho realizadas naquella cidade mineira”.

Fonte: Revista Fon Fon, n.33, 1926.

A figura 3 retrata apenas pessoas do sexo feminino. São, ao todo, quinze meninas, das

quais onze formam um semicírculo, enquanto quatro se dispunham em posição central, no

formato de losango. Trata-se de uma fotografia bastante simétrica, a qual retratava uma

atividade de cunho artístico e cujo posicionamento das jovens também era simétrico. Todas

as meninas carregam na mão o mesmo instrumento e trajam roupas que apresentam a

temática egípcia, contexto em que a ópera Aida é ambientada. Todas as meninas estão

descalças. Como mencionado anteriormente, a atividade é identificada como ginástica

rítmica, entretanto, ao observar a fotografia, a característica teatral é a que se destaca.

A figura 4 apresenta elementos semelhantes à imagem anterior. Em primeiro lugar, foi

realizada no mesmo espaço e refere-se a outra atividade de cunho artístico, que se levou a

cabo no âmbito das comemorações do 14 de julho. Ainda que a qualidade da imagem não

permita uma afirmação segura, acredita-se que somente meninas integravam essa atividade.

A preocupação com a simetria também é uma característica bastante evidente, a qual é

conferida pela forma como algumas integrantes estão dispostas na apresentação: algumas

deitadas, nas pontas, outras em pé, na fileira de trás. Além da organização na disposição das

meninas, verifica-se uma preocupação com o figurino, tendo em vista que são utilizadas

coroas de flores e vestidos, com saias rodadas.

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Figura 4 – “Outro numero do programma das commemorações da data de 14 de julho, do Grupo Delphim Moreira, em Juiz de Fóra: “Gioconda”, dansa das heras.

Fonte: Revista Fon Fon, n.33, 1926.

A figura 5, entretanto, diverge em diversos elementos. Em primeiro lugar, ainda que

seja identificada como ginástica rítmica, ela não apresenta os elementos de teatralidade

presentes nas figuras apresentadas anteriormente. Destaca-se que, nessa imagem, o grupo é

retratado trajando os uniformes escolares. Em segundo lugar, ao contrário das outras

atividades que aparentemente eram realizadas apenas por estudantes do sexo feminino, essa

atividade conta com estudantes de ambos os sexos. Em terceiro lugar, verifica-se a presença

da professora, figura ausente nas imagens do mesmo grupo. Faz-se necessário relembrar que

a legenda dessa fotografia traz uma dubiedade: a mesma parece indicar que o retrato foi

produzido durante às homenagens ao senador Antônio Carlos, no Rio de Janeiro. Entretanto,

é possível que esse grupo tivesse viajado para a capital para integrar as comemorações, nas a

fotografia, retrataria os mesmos no âmbito das comemorações de 14 de julho, na esfera

escolar. Destaca-se que o muro, ao fundo, bem como as colunas à direita, são semelhantes às

retratadas nas figuras 3 e 4.

Na figura 5, os alunos dispunham-se em três fileiras, formadas em média por 13

estudantes. As fileiras laterais são constituídas por meninas, enquanto a fileira central, é

formada por meninos. Os uniformes escolares são distintos conforme o gênero: as meninas

usam saia, blusa e gorro ornado; os meninos usam camisa e bermuda. A diferenciação dos

uniformes (uma característica da época em praticamente todo o território nacional) e a

divisão em fileiras distintas, representam, também, a divisão por gênero. A própria ausência

dos meninos nas imagens anteriores também indica as perspectivas para cada sexo durante

as primeiras décadas do século XX. Destaca-se que a presente fotografia, cuja legenda indica

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uma homenagem a um senador da República constitui-se em uma forma de incitar na

infância e na juventude o respeito às autoridades estabelecidas. Além disso, atua no sentido

de valorizar políticos da região que atingem renome nacional.

F

Figura 5 – “Os alumnos do terceiro ano do mesmo Grupo, que se acha no Rio, onde veio tomar parte dos festejos em homenagem ao senador Antonio Carlos, numa gymnastica rythmica executada com bastão”.

Fonte: Revista Fon Fon, n.33, 1926.

A figura 6 faz parte de um grupo de três fotografias, as quais estão dispostas na mesma

página. A primeira imagem retrata a mesa que presidiu a solenidade de inauguração da

biblioteca infantil, oferecida à Escola Delfim Moreira, pelo Rotary Club. A segunda, referia-se

à diretora e um grupo de alunas no espaço da biblioteca recém inaugurada. Por fim, a figura

6, trata-se de uma fotografia produzida na parte externa da escola e refere-se a uma

apresentação das alunas, as quais realizavam exercícios físicos, em comemoração à

inauguração da biblioteca. Algumas dúvidas se colocam sobre esse grupo de imagens: em

primeiro lugar, questiona-se se realmente trata da mesma escola que foi foco de fotografias

no número 33 da mesma revista. Em segundo lugar, é mencionada apenas a presença de

alunas, porém, na figura 6 é possível perceber a presença de meninos, ainda que em número

menor. Essa presença indica para o fato de que se trata de uma escola em que ocorre a

coeducação, ou seja, uma escola mista. Essa imagem destaca-se, também, pelo fato de que a

mesma não apresenta a mesma rigidez simétrica presente nas fotografias contemporâneas e

que representam exercícios físicos e atividades de educação física. Os alunos estão dispostos

em fileiras, entretanto elas desalinham-se em alguns momentos. Além disso, a maioria

levanta lenços nas mãos, enquanto outros não o fazem. A falta de padronização dos

uniformes atua no sentido de uma fotografia pautada não pela informalidade completa, tendo

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em vista que os padrões persistem, mas que apresenta elementos de informalidade ou que,

aproxima-se mais de elementos da cotidianidade, embora retrate uma comemoração, um

evento.

Figura 6 – “As alumnas em exercícios physicos, após a inauguração, sabbado á tarde” Fonte: Revista Fon Fon, n.40, 1926

Destaca-se a superioridade do número de meninas (ao menos nas primeiras fileiras) em

relação ao de meninos. Tal imagem pode indicar para o grande contingente de meninas que

ingressava no ensino primário (mas que muitas vezes não acediam ao secundário e ao

superior pelas limitações sociais para o gênero feminino). Outro elemento importante, é

como o uniforme, que frequentemente é utilizado com o intuito de padronizar, deixa

transparecer pelos detalhes, tais como calçados, meias e estado do próprio uniforme.

A educação e a higiene estavam estreitamente relacionadas, como pode ser verificado

na inclusão da temática higiene escolar como um incremento do ensino. Higiene e moral

constituíam dois aspectos de uma mesma problemática, tendo em vista que a higiene do

corpo atuava significativamente para representar a higiene do caráter. Dessa forma:

Uma educação física, intelectual e moral da mocidade, com a finalidade de possibilitar ao espírito todas as noções necessárias para melhor garantir a ordem, se colocou como central para que todos os homens tivessem consciência de seu papel social. Em outras palavras, a educação foi vinculada à formação do cidadão” (CORSETTI, 1997, p.167).

A formação moral ganhava a mesma relevância em território argentino: “El acento

puesto en el caracter moralizador de la educación atraviesa cada uno de los modos”

(KUMMER, 2010, p. 80). Nesse trecho de Kummer (2010), que analisa a obra de José María

Torres, evidencia-se a importância da formação moral na escola, a qual seria um tema

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transversal nos anteriormente mencionados modos de atividades das crianças. A formação

moral ocorreria tanto em âmbito físico, como intelectual. Em concordância com esse

contexto educacional: “Os ensinos cívico e moral tem sido um dos pontos que hão merecido o

maior carinho de parte dos respectivos instructores” (ALMANACH DE PELOTAS, 1918,

p.185).

Percebe-se que educação física, civismo e escotismo eram elementos que atuavam

conjuntamente no sentido de promover a higiene social e de divulgar determinados valores.

Além disso, a educação física foi amplamente utilizada em comemorações com o intuito de

promover valores, também, para os expectadores.

Considerações Finais

A educação física e as atividades do escotismo estiveram estreitamente relacionadas

às práticas disciplinadoras presentes no âmbito educacional. Destaca-se que as fotografias

utilizadas na presente investigação, a qual se encontra em fase de desenvolvimento, foram

extraídas de periódicos de circulação regional ou nacional. Ao utilizar-se esse tipo de imagem

como fonte de pesquisa, deve-se ter em conta que as mesmas foram produzidas com o intuito

de terem uma circulação ampla, além das fronteiras do espaço escolar. As imagens

encontradas na imprensa estão presentes de ideais: feminino e masculino, disciplina,

respeito à autoridade, higiene física. Pode-se perceber que existe uma série de semelhanças

entre as fotografias publicadas na imprensa de circulação local/regional e as publicadas no

periódico de circulação nacional. Em geral, meninos e meninas utilizam vestimentas

diferenciadas. A separação por gênero ainda está muito presente nas atividades. Destaca-se,

ainda, que a educação física, além de atuar no sentido de higienizar o corpo e a mente, possui

uma função cerimonial.

Referências

CORSETTI, Berenice. O poder em migalhas – a escola no Rio Grande do Sul na Primeira República. Santa Maria, Universidade Federal de Santa Maria, 1997. KUMMER, Virginia. José María Torres: las huellas de su pensamiento en la conformación del campo pedagógico normalista. 1.ed. Paraná: Universidad Nacional de Entre Rios. UNER, 2010. LINS, Vera. Em revistas, o simbolismo e a virada do século. In: OLIVEIRA, Cláudia de. O moderno em revistas: representações do Rio de Janeiro de 1890 a 1930. Rio de Janeiro: Garamond, 2010.

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MICHELON, Francisca Ferreira; SCHWONKE, Raquel Santos. Retratos de uma cidade & catálogo de fotografias impressas 1913/1930. Pelotas: Ed. e Gráfica Universitária, UFPel, 2008. PINTO, Genivaldo Gonçalves. Manifestações da cultura militar no espaço educacional brasileiro na primeira república: o contexto de Pelotas-RS. Tese. PPGE, Universidade Federal de Pelotas. Pelotas, 2015. VELLOSO, Mônica Pimenta. As distintas retóricas do moderno. In: OLIVEIRA, Cláudia de. O moderno em revistas: representações do Rio de Janeiro de 1890 a 1930. Rio de Janeiro: Garamond, 2010.