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ANO LETIVO 2011-2012 1ª Ficha – 3º Período (15 de maio de 2012) Proposta de Correção Grupo I A – Lê atentamente o texto. Nós (Parte I) 5 10 15 20 Foi quando em dois verões, seguidamente, a Febre E a Cólera também andaram na cidade, Que esta população, com um terror de lebre, Fugiu da capital como da tempestade. Ora, meu pai, depois das nossas vidas salvas (Até então nós só tivéramos sarampo), Tanto nos viu crescer entre uns montões de malvas Que ele ganhou por isso um grande amor ao campo! Se acaso o conta, ainda a fronte se lhe enruga: O que se ouvia sempre era o dobrar dos sinos; Mesmo no nosso prédio, os outros inquilinos Morreram todos. Nós salvámo-nos na fuga. Na parte mercantil, foco da epidemia, Um pânico! Nem um navio entrava a barra, A alfândega parou, nenhuma loja abria, E os turbulentos cais cessaram a algazarra. Pela manhã, em vez dos trens dos batizados, Rodavam sem cessar as seges dos enterros. Que triste a sucessão dos armazéns fechados! Como um domingo inglês na city, que desterros! 25 30 35 40 Sem canalização, em muitos burgos ermos Secavam dejeções cobertas de mosqueiros, E os médicos, ao pé dos padres e coveiros, Os últimos fiéis, tremiam dos enfermos! Uma iluminação a azeite de purgueira, De noite amarelava os prédios macilentos. Barricas de alcatrão ardiam; de maneira Que tinham tons de inferno outros arruamentos (…) Por isso, o chefe antigo e bom da nossa casa, Triste de ouvir falar em órfãos e em viúvas, E em permanência olhando o horizonte em brasa, Não quis voltar senão depois das grandes chuvas. Ele, dum lado, via os filhos achacados, Um lívido flagelo e uma moléstia horrenda! E via, do outro lado, eiras, lezírias, prados, E um salutar refúgio e um lucro na vivenda! E o campo, desde então, segundo o que me lembro, É todo o meu amor de todos estes anos! Nós vamos para lá; somos provincianos, Desde o calor de maio aos frios de novembro! Cesário Verde, O Livro de Cesário Verde O poema «Nós» é constituído por três partes num total de 128 estrofes. Na parte I (12 estrofes), o poeta evoca os acontecimentos trágicos ocorridos na capital e suas consequências. Lembra que, nessa época, seu pai salvara a família, levando-a para o campo. Responde ao questionário de modo estruturado e conciso. 1. O eu poético evoca o passado. 1.1 Caracteriza a capital nesse tempo. Lisboa é caracterizada como um espaço de: doença, epidemias (febre amarela e cólera), morte, isolamento, tristeza, condições de higiene deploráveis, mau cheiro e poluição. 1.2 Explica a tomada de decisão do pai do sujeito poético perante essa realidade. O pai do sujeito poético decidiu levar a família para o campo para a salvar das epidemias. Português – 11º ano – Turma A

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  • ANO LETIVO 2011-2012

    1 Ficha 3 Perodo (15 de maio de 2012) Proposta de Correo

    Grupo I

    A L atentamente o texto. Ns (Parte I)

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    Foi quando em dois veres, seguidamente, a Febre E a Clera tambm andaram na cidade, Que esta populao, com um terror de lebre, Fugiu da capital como da tempestade.

    Ora, meu pai, depois das nossas vidas salvas (At ento ns s tivramos sarampo), Tanto nos viu crescer entre uns montes de malvas Que ele ganhou por isso um grande amor ao campo!

    Se acaso o conta, ainda a fronte se lhe enruga: O que se ouvia sempre era o dobrar dos sinos; Mesmo no nosso prdio, os outros inquilinos Morreram todos. Ns salvmo-nos na fuga.

    Na parte mercantil, foco da epidemia, Um pnico! Nem um navio entrava a barra, A alfndega parou, nenhuma loja abria, E os turbulentos cais cessaram a algazarra.

    Pela manh, em vez dos trens dos batizados, Rodavam sem cessar as seges dos enterros. Que triste a sucesso dos armazns fechados! Como um domingo ingls na city, que desterros!

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    Sem canalizao, em muitos burgos ermos Secavam dejees cobertas de mosqueiros, E os mdicos, ao p dos padres e coveiros, Os ltimos fiis, tremiam dos enfermos!

    Uma iluminao a azeite de purgueira, De noite amarelava os prdios macilentos. Barricas de alcatro ardiam; de maneira Que tinham tons de inferno outros arruamentos () Por isso, o chefe antigo e bom da nossa casa, Triste de ouvir falar em rfos e em vivas, E em permanncia olhando o horizonte em brasa, No quis voltar seno depois das grandes chuvas.

    Ele, dum lado, via os filhos achacados, Um lvido flagelo e uma molstia horrenda! E via, do outro lado, eiras, lezrias, prados, E um salutar refgio e um lucro na vivenda!

    E o campo, desde ento, segundo o que me lembro, todo o meu amor de todos estes anos! Ns vamos para l; somos provincianos, Desde o calor de maio aos frios de novembro!

    Cesrio Verde, O Livro de Cesrio Verde

    O poema Ns constitudo por trs partes num total de 128 estrofes. Na parte I (12 estrofes), o poeta evoca os acontecimentos trgicos ocorridos na capital e suas consequncias. Lembra que, nessa poca, seu pai salvara a famlia, levando-a para o campo.

    Responde ao questionrio de modo estruturado e conciso. 1. O eu potico evoca o passado. 1.1 Caracteriza a capital nesse tempo.

    Lisboa caracterizada como um espao de: doena, epidemias (febre amarela e clera), morte, isolamento, tristeza, condies de higiene deplorveis, mau cheiro e poluio. 1.2 Explica a tomada de deciso do pai do sujeito potico perante essa realidade.

    O pai do sujeito potico decidiu levar a famlia para o campo para a salvar das epidemias.

    Portugus 11 ano Turma A

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    2. Refere os traos caracterizadores do espao campestre. O campo o espao amplo onde a vida possvel. Espao de salvao, de ar puro, de

    abundncia e de riqueza. 2.1 Identifica o recurso estilstico presente na expresso somos provincianos (v. 39), explicitando o seu significado.

    Metfora. O eu potico afirma que ele e os elementos da sua famlia tm um profundo carinho pelo campo. Apesar de viverem na cidade, dedicam um grande amor ao campo, indo habitar, voluntariamente, esse espao de maio a novembro, como se regressassem s suas origens. 3. O poema contm referncias de natureza autobiogrfica. Justifica a afirmao, exemplificando.

    Presena de: determinantes possessivos, exs.: meu pai, nossas vidas salvas; pronomes pessoais (1.a pessoa), exs.: ns s tivramos sarampo, nos viu crescer; me lembro; formas verbais (1.a pessoa), exs.: Ns vamos para l; somos provincianos.

    B Atenta na frase:

    A poesia de Cesrio Verde revela a sua faceta de um observador atento da realidade da sua poca.

    Num texto coerente, entre oitenta e cento e trinta palavras, aborda a opinio apresentada na frase supracitada, fundamentando com a obra potica de Cesrio Verde.

    Grupo II

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    A arquitetura paisagista essencialmente uma arte e quem a pratica um artista, pelo que na formao deste deve ser desenvolvido o sentido da proporo e do equilbrio que conduzem, atravs da criatividade, ao belo. Bela arte, fundamentalmente social, porque se destina a ser vivida intrinsecamente pelas pessoas a quem se dirige e a ser, sobretudo, concretizada pelo uso. A arquitetura paisagista deve ter da paisagem que cria ou transforma uma conceo no espao e no tempo, porque estando sujeita dinmica da vida, nunca est terminada. ()

    O funcionamento global da paisagem, em cada momento, traduz-se sempre pela procura de um equilbrio dinmico e de uma estabilidade temporal.

    A presena ativa de cada um dos seus elementos tender sempre a contribuir para esse equilbrio e estabilidade, mesmo que corresponda a uma menor riqueza biolgica.

    A ao do homem poder ento determinar um caminho mais consentneo com os seus interesses no sentido da diversidade biolgica e de um maior potencial gentico e de vida. ()

    O ordenamento do territrio dever ter como princpios e conceitos eficazes de interveno os da arquitetura paisagista, porque esta uma arte que coopera com a natureza, posta disposio do Homem para a realizao dos seus fins.

    A arquitetura paisagista encontra as suas mais remotas origens no ofcio de jardineiro, cujos objetivos so, num espao limitado, manter o grau de fertilidade, intensificar e dar continuidade ao aproveitamento e melhorar as plantas utilizadas. Bem depressa esse espao limitado se transformou num lugar idlico de estar e simblico da fertilidade. (...)

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    A realizao da paisagem humanizada no deve deixar de considerar a vontade latente das populaes de se recriar o den, tambm presente no subconsciente das camadas mais desenvolvidas, necessidade cada vez mais imposta pela sistemtica destruio de paisagens equilibradas e belas a que hoje assistimos, pela degradao, a uma escala nunca antes vista, dos recursos naturais de que a humanidade depende, pela alienao que representa o consumismo exorbitante das sociedades desenvolvidas.

    A construo da paisagem tem de ter em considerao o desenrolar do processo civilizacional iniciado a partir da organizao dos espaos com o fim de satisfazer as necessidades primrias da sociedade; criaram-se gradualmente laos de fraternidade humana e solidariedade ecolgica e desenvolveram-se culturas, que ainda hoje subsistem nas sociedades mais primitivas ou mesmo nas rurais mais afastadas das vias egostas do chamado progresso.

    Prefcio da 1.a edio dos Fundamentos da Arq. Paisagista, Gonalo Ribeiro Telles, Prof. Cat. Jubilado e Arq. O Paisagista

    Seleciona a alnea que completa, de forma correta, cada um dos seguintes itens. 1. Segundo o autor, a arquitetura paisagista uma arte que tem como objetivo: a) ser observada. b) ser vivenciada. c) ser protegida. d) ser apreciada.

    2. Uma interveno da arquitetura paisagista nunca est terminada, porque tem de procurar a estabilidade e o equilbrio: a) no tempo de concretizao. b) no espao em que se insere. c) nas espcies selecionadas. d) na dinmica da vida.

    3. A arquitetura paisagista de uma importncia fundamental: a) na preservao da natureza. b) no equilbrio ecolgico. c) no ordenamento do territrio. d) na reabilitao dos jardins.

    4. A destruio da natureza tem levado as pessoas a desejarem a recriao: a) de espaos de lazer. b) de espaos ajardinados. c) de espaos paradisacos. d) de espaos funcionais.

    5. A preservao da natureza e do equilbrio ecolgico ainda permanece em lugares afastados: a) da moderna civilizao. b) da construo em altura.

  • PGINA - 4

    c) dos espaos desabitados. d) do interior do pas.

    6. O texto constitui-se como uma apologia ao trabalho dos arquitetos paisagistas, enquanto promotores: a) da beleza dos antigos jardins. b) do equilbrio paisagstico. c) do equilbrio ecolgico. d) da qualidade de vida.

    7. Estabelece a correspondncia correta entre a coluna A e a coluna B. Coluna A Coluna B

    1. Na expresso deve ser desenvolvido (l. 2) o verbo dever tem uma funo c) a) correferncia. 2. A orao estando sujeita dinmica da vida (l. 5) e) b) lugar. 3. arquitetura paisagista e esta (l. 14) estabelecem, entre si, uma relao de a) c) modalizadora. 4. paisagem (l. 25) e espaos (l. 26) so palavras do mesmo campo g) d) tempo. 5. hoje (l. 28) tem um valor detico de d) e) no finita. f) finita. g) lexical. h) semntico

    Grupo III

    Elabora um texto de opinio, de entre 200 a 300 palavras, claro e correto, nos planos lexical, morfolgico, sinttico, ortogrfico e de pontuao, subordinado ao tema Que bom viver no campo!

    Bom Trabalho! A Professora: