CORREIO DA BEIRA SERRA – 05.08.2008

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O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital optou por se abster, em reunião do executivo camarário, sobre um proces- so relacionado com a instalação de um Pingo-Doce – com um posto de combustí- veis agregado –, num terreno da Fundação Aurélio Amaro Diniz. A questão suscitou polémica e gerou um impasse, porque inicialmente os verea- dores do PSD votaram contra e os do PS a favor. O PSD alterou o sentido de voto, Alves manteve-se na abstenção, mas o PS argumenta que o autarca do PSD, que re- centemente licenciou um novo posto de combustíveis, não pode ter dualidade de critérios. Terça-feira, 5 de Agosto de 2008 QUINZENÁRIO Ano 2 - Série II - N.º 61 Director: Henrique Barreto Preço: € 0,50 (IVA incluído) www.correiodabeiraserra.com “Club nocturno” com imagens escaldantes Senhor das Almas PUB PUB Foi baptizada de “Lulu” e já é uma ver- dadeira estrela de um conhecido res- taurante de Fiais da Beira. O Correio da Beira Serra, teve que marcar previamen- te um encontro com a raposa que, por norma, só aparece no Vale dos Amores para jantar. Desde que não sejam sardi- nhas assadas. Pág. 7 “Lulu não gosta de sardinhas assadas” A história de uma raposa Suplemento Cultural da OHsXXI Never mind the Sex Pistols São podas mal dadas pelos serviços da Câma- ra de Oliveira do Hospital e que, irremedia- velmente, provocam deformações em muitas das árvores que ornamentam a cidade. Na imagem, os “Acer pseudoplatanus” do bairro de Sant´Ana foram “barbaramente” poda- dos este ano e encontram-se neste estado. Os automóveis já não conseguem estacionar sem embater nas ramagens. “É a asneira do costume... estragaram as árvores”, refere um técnico florestal convidado pelo CBS a comentar este tipo de podas. Pág. 13 Tudo passaria despercebido – como acontece por esse país fora – se a casa não fosse propriedade de um vereador do PS, que já assumiu que o seu “esta- tuto” de figura política não lhe permite o facto de ter arrendado uma casa onde existem suspeitas sobre a prática de prostituição. O CBS divulgou imagens de como o clube funciona no seu diá- rio digital e, Ribeiro de Almeida, disse que ia entregar o caso às autoridades policiais. Pág. 9 A Câmara e as podas... Págs. 2 e 3 Duas bombas... duas medidas ? Oposição socialista acusa autarca do PSD de dualidade de critérios O presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, Mário Alves, acompanhado pelo presidente da Junta de Freguesia de Penalva de Alva, Antó- nio Brito, inaugurou no Domingo, dia 3, as novas instalações da Junta de Fre- guesia e uma nova biblioteca /ludoteca, servidas por um elevador panorâmico que facilita o acesso ao complexo arqui- tectónico. O autarca local – primo do líder da concelhia do PSD local – agradeceu o investimento, frisando que “um presi- dente como Mário Alves não se pode perder” Pág. 6 Presidente da Junta elogia Mário Alves Penalva de Alva

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O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital optou por se abster, em reunião do executivo camarário, sobre um proces-so relacionado com a instalação de um Pingo-Doce – com um posto de combustí-veis agregado –, num terreno da Fundação Aurélio Amaro Diniz.A questão suscitou polémica e gerou um impasse, porque inicialmente os verea-dores do PSD votaram contra e os do PS a favor. O PSD alterou o sentido de voto, Alves manteve-se na abstenção, mas o PS argumenta que o autarca do PSD, que re-centemente licenciou um novo posto de combustíveis, não pode ter dualidade de critérios.

Terça-feira, 5 de Agosto de 2008QUINZENÁRIOAno 2 - Série II - N.º 61Director: Henrique Barreto

Preço: € 0,50 (IVA incluído)

www.correiodabeiraserra.com

“Club nocturno” com imagens escaldantes

Senhor das Almas

PUB

PUB

Foi baptizada de “Lulu” e já é uma ver-dadeira estrela de um conhecido res-taurante de Fiais da Beira. O Correio da Beira Serra, teve que marcar previamen-te um encontro com a raposa que, por norma, só aparece no Vale dos Amores para jantar. Desde que não sejam sardi-nhas assadas. Pág. 7

“Lulu não gosta de sardinhas assadas”

A história de uma raposa

Suplemento Cultural

da OHsXXI

Never mind the Sex Pistols

São podas mal dadas pelos serviços da Câma-ra de Oliveira do Hospital e que, irremedia-velmente, provocam deformações em muitas das árvores que ornamentam a cidade. Na

imagem, os “Acer pseudoplatanus” do bairro de Sant´Ana foram “barbaramente” poda-dos este ano e encontram-se neste estado. Os automóveis já não conseguem estacionar

sem embater nas ramagens. “É a asneira do costume... estragaram as árvores”, refere um técnico florestal convidado pelo CBS a comentar este tipo de podas. Pág. 13

Tudo passaria despercebido – como acontece por esse país fora – se a casa não fosse propriedade de um vereador do PS, que já assumiu que o seu “esta-tuto” de figura política não lhe permite o facto de ter arrendado uma casa onde existem suspeitas sobre a prática de prostituição. O CBS divulgou imagens de como o clube funciona no seu diá-rio digital e, Ribeiro de Almeida, disse que ia entregar o caso às autoridades policiais. Pág. 9

A Câmara e as podas...Págs. 2 e 3

‘Duas bombas... duas medidas’ ?Oposição socialista acusa autarca do PSD de dualidade de critérios

O presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, Mário Alves, acompanhado pelo presidente da Junta de Freguesia de Penalva de Alva, Antó-nio Brito, inaugurou no Domingo, dia 3, as novas instalações da Junta de Fre-guesia e uma nova biblioteca /ludoteca, servidas por um elevador panorâmico que facilita o acesso ao complexo arqui-tectónico. O autarca local – primo do líder da concelhia do PSD local – agradeceu o investimento, frisando que “um presi-dente como Mário Alves não se pode perder” Pág. 6

Presidente da Junta elogia Mário Alves

Penalva de Alva

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Opresidente da Câmara Muni-cipal de Oli-veira do Hos-pital (CMOH)

decidiu abster-se no processo relacionado com a instalação de uma superfície comercial de média dimensão – mais um pos-to de abastecimento de combus-tíveis – que o Grupo Jerónimo Martins pretende construir num terreno da Fundação Aurélio Amaro Diniz (FAAD), próximo do hospital daquela instituição.

Instada a pronunciar-se pela Direcção Regional de Econo-

mia (DGE) sobre o processo, a CMOH – o assunto foi introdu-zido na ordem de trabalhos já com os trabalhos em curso - viu-se confrontada com o problema na última reunião do executivo camarário, dia 29 de Julho, e Mário Alves foi inflexível.

De acordo com o que o Cor-reio da Beira Serra apurou junto de uma fonte ligada ao executi-vo camarário, o autarca do PSD terá preferido lançar o ónus so-bre os vereadores do seu parti-do a abdicar da sua posição de voto.

A discussão sobre este dos-siê gerou alguma controvérsia, já que enquanto os três verea-dores do PS votaram favoravel-mente o parecer solicitado pela DGE sobre a localização de um “Pingo Doce” e um posto de combustíveis numa área de 890 metros quadrados, nos terrenos da FAAD, os vereadores sociais-democratas optaram inicial-mente por votar contra.

Com este empate de 3-3, pro-vocado pela abstenção de Mário Alves, a discussão caiu num im-passe e, de acordo com a fonte

Mário Alves absteve-se e vereadores do PSD inverteram sentido de voto

Licenciamento de “Pingo Doce” com posto de combustíveis gera polémica

HENRIQUE BARRETO

Depois de solicitada a

pronunciar-se pela Di-

recção Geral de Energia

sobre a instalação de um

supermercado do Pingo

Doce – com um posto de

combustíveis – em terre-

nos da FAAD, a discussão

foi controversa. O PS

voto a favor, Alves abste-

ve-se e os três vereadores

do PSD inverteram o

sentido de voto.

C I DA D E

Criação de supermercado “Pingo Doce”, com posto de combustível, envolta em polémica

Estes resultados, foram recolhidos entre 22 de Julho e 4 de Agosto e correspondem a 798 votos.Os resultados deste inquérito não têm qualquer base científica, mas podem

constituir um indicador da preferência dos leitores do CBS Online.

Quem é que acha que Manuela Ferreira Leite vai indicar para candidato do PSD: Mário Alves ou José Carlos Mendes?

Acha que a Câmara Municipal deveria reeditar a FICACOL?

O posto de combustíveis recentemente licenciado pela Câmara Municipal

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Transparência na vida pública

A transparência na vida pública é cada vez mais fundamental, sobre-tudo num período em que o tema da corrupção volta a assumir a actua-lidade pela voz incómoda de João Cravinho.Os governos e autarcas deste país – independentemente de governarem com ou sem maiorias absolutas – têm que provocar o debate alargado no seio dos cidadãos que os elegem.Vem este comentário a propósito de um controverso processo de aval municipal à instalação de dois novos postos de combustível de marca bran-ca na cidade. Um já foi licenciado em plena cidade e nem sequer mereceu discussão. O outro – previsto para os terrenos adjacentes à Fundação Auré-lio Amaro Diniz (FAAD) –, deu agora azo a que o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital se viesse a abster do processo, para estar em coerência com a decisão que tomou no último mandato, e que resultou num veto à construção de uma bomba de gasolina nos terrenos da FAAD, numa parceria que estava a ser encetada por aquela instituição e o Futebol Clube de Oli-veira do Hospital.Como há razões que a razão desco-nhece, na altura o autarca invocou todo um conjunto de constrangimen-tos que aquele equipamento poderia desencadear, por se tratar de uma zona sensível. O problema, está em que o posto de abastecimento licen-ciado, junto ao supermercado Irmãos Gonçalves, também se encontra numa zona de grande sensibilidade e – va-mos esperar para ver! – poderá criar grandes transtornos na fluidez do trânsito numa das principais artérias da cidade.Para que não existam ambiguidades e muito menos insinuações, é por isso que este tipo de projectos, que neces-sariamente mexem com o quotidiano da cidade, sejam decididos com a maior transparência possível. Todos ficamos a ganhar.

P.S: Em consequência de grande parte dos seus colaboradores estarem de férias durante o mês de Agosto, o Correio da Beira Serra não se publi-cará dia 18 de Agosto. Regressaremos às bancas dia 2 de Setembro, mas toda a actualidade noticiosa pode ser acompanhada através do diário digital deste jornal em www.correiodabeira-serra.com

E D I T O R I A L

Henrique Barreto

C I DA D E

“Não pensem que a “Lulu” come de tudo, tem o gosto refinado – comen-ta o Humberto – pão, só se tiver manteiga, não gosta de sardinhas assadas, prefere carne, mas do que ela gosta mais é de camarão e tiramisú”!

Reportagem do CBS, sobre uma raposa (Lulu), no Vale dos Amores

“Um presidente como Mário Alves não se pode perder… pode contar comigo sempre que for bom para si…”

António Brito. Presidente da J.F. de Penalva de Alva durante a cerimónia de inauguração da nova Junta de

Freguesia e Biblioteca

“Esse novo Parque (subterrâneo) de Estacionamento vai ficar caríssi-mo e é um disparate em termos estratégicos.”

João Dinis,Correio da Beira Serra, 5 de Agosto

“Pela circunstância muito delicada que a questão autárquica encerra na Comissão Politica do PSD, con-sidero que neste exacto momento, não devo exportar mais alarido para um espaço que arde sem se ver, como o fogo de Camões.”

Lusitana Fonseca,Correio da Beira Serra, 5 de Agosto

“Infelizmente, o funcionalismo pu-blico, com cada vez maiores excep-ções, quer o que presta serviços às PME’s quer o que fiscaliza as suas áreas de actividade, pensa que tem o “Rei na barriga” e continua a comunicar com o pequeno empre-sário com arrogância, jactância e concentrado na arte de multar, não entendendo que está a falar com quem lho paga o ordenado no fim do mês”.

Luís Lagos,Correio da Beira Serra, 5 de Agosto

“Não foi esse o sentido inicial do Sr. Mário Alves, pois este em fase de inquérito judicial não quis prestar declarações e só a acusa-ção pública do Ministério Público o levou a meter travão na língua e a uma retracção de conduta”

Fernando Brito,Correio da Beira Serra, 5 de Agosto

“Já não basta a incompetência de gestão municipal que se verifica, mais uma vez foi necessário que o actual Presidente da Câmara tivesse que explicar em Tribunal a sua linguagem, quando o podia ter feito sem tempo perdido no lugar que ocupa e conforme lhe tinha sido solicitado”

Idem

F R A S E S

Pela primeira vez nesta época balnear

Praia fluvial de Avô com água de “Boa Qualidade”

Apraia fluvial de Avô viu este ano – pela primeira vez em toda a época balnear – as suas

águas a obterem a classificação “B” nas análises periodicamente realizadas pelos laboratórios da Comissão de Coordenação de De-senvolvimento Regional – Zona Centro.

De acordo com as últimas aná-lises da CCDRC, aquela estância balnear tem agora uma água de “Boa Qualidade”, quando até aqui tinha apenas a classificação de “Aceitável”.

Este resultado é uma boa notí-cia, já que os parâmetros obrigató-rios responsáveis pela classifica-ção está em perfeita sintonia com as exigências das directivas comu-nitárias, em matéria da qualidade das águas para uso balnear.

Classificação igual, continua entretanto a obter a praia fluvial de Alvôco das Várzeas.

do CBS, o presidente da Câmara foi desa-fiado a votar ou contra ou a favor. Alves manteve o “nim”, invocando a posição que tinha tido no anterior mandato, quando in-viabilizou o projecto de instalação – apre-sentado pela FAAD, numa parceria com o Futebol Clube de Oliveira do Hospital – de um posto de combustível e um centro de lavagem automática de automóveis nos terrenos da Fundação, com o argumento de o projecto ficar localizado numa zona sensí-vel de tráfego e por isso sujei-ta a alguns condicionamentos. O Intermarché fica a escassos metros do local onde o Pingo Doce se quer agora instalar e, na zona, existem dois estabe-lecimentos de ensino, que já geram uma situação de trânsi-to caótico.

Ao que o CBS apurou, a oposição socialista replicou com o argumento de que a CMOH já tinha permitido a criação de um posto de com-bustíveis junto aos supermer-cados “Irmãos Gonçalves” (IG), e também numa zona de alguma sensibilidade, fundamentalmente pela pro-ximidade dos bombeiros, do tráfego intenso na zona e do cruzamento junto à igreja de Sant´Ana.

Advertindo que “se já hou-ve condições para se viabi-lizar o posto de combustível dos IG, não existem razões para que se inviabilize o pro-jecto nos terrenos da FAAD”, que permitirá àquela institui-ção, que recentemente veio a público queixar-se de “asfixia financeira”, arrecadar algum dinheiro, os vereadores do PS alertaram Mário Alves para não deixar

cair o polémico processo num impasse.A questão demorou mais de uma hora a

ser ultrapassada, até que após algumas in-terrupções e depois de um engenheiro da CMOH ter entrado na reunião para esclare-cer algumas dúvidas, os três vereadores do PSD – Carlos Rocha, Fátima Antunes e Elsa Correia -, inverteram o seu sentido de voto e acabaram por votar favoravelmente o pa-

recer solicitado pela DGE. O resultado final foi então 6 votos a favor e uma abs-tenção: a de Mário Alves.

A fonte do PS, que soli-citou o anonimato, adian-tou ainda ao CBS que a emissão deste parecer favo-rável “é importante para a sustentabilidade financeira e para o desenvolvimen-to dos serviços da FAAD”, mas também frisou que o processo de licenciamento do futuro posto de posto de abastecimento de combus-tíveis de marca branca dos supermercados IG “nunca foi discutido em reunião de Câmara, por se tratar de uma decisão que está en-quadrada nas competências atribuídas ao presidente da Câmara”.

Entretanto, e apesar da aprovação do parecer, os vereadores do PSD votaram de forma condicionada re-lativamente à instalação da bomba de gasolina junto ao Pingo Doce, defenden-do que a FAAD terá que se sujeitar a uma nova bu-rocracia, que consistirá na

apresentação de um processo de licencia-mento nos serviços técnicos da autarquia oliveirense.

(…) Ao que o CBS

apurou, a oposição

socialista replicou

com o argumento

de que a CMOH já

tinha permitido a

criação de um pos-

to de combustíveis

junto aos super-

mercados “Irmãos

Gonçalves” (IG),

e também numa

zona de alguma

sensibilidade,

fundamentalmente

pela proximidade

dos bombeiros, do

tráfego intenso na

zona e do cruza-

mento junto à igreja

de Sant´Ana. (…)

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www.correiodabeiraserra.com4O P I N I Ã O

Se há linha ideológica que nunca me seduziu ou encantou foi o liberalis-mo. Sempre o achei excessivo e pe-rigosamente desligado da realidade social. Demasiado moderno para ser

actual e demasiado afirmativo para estar correc-to.

Na faculdade, quando discutia política com colegas fervorosamente liberais, impressionava-me o ódio que nutriam pela intervenção do Es-tado, como a diabolizavam e diminuíam. Enten-diam eles que a máxima, “menos Estado, melhor Estado”, se devia construir no total desapareci-mento do Estado da realidade económica e social do país, que só devia aparecer Estado na Defe-sa, Segurança e Negócios Estrangeiros, em tudo o resto deveria ser enterrada para sempre a sua participação, que, quando existia, só atrapalhava e entorpecia o desenvolvimento do país.

Hoje, fora dos bancos da faculdade, afastado da vivência diária e prática da vida política e abraçado a uma experiência empresarial, come-ço, de dia para dia, a dar razão aos meus colegas liberais. Não que a dê em áreas como a saúde ou educação, onde continuo a considerar a presença do Estado imprescindível. Agora, a intervenção do Estado junto das pequenas e médias empresas merece-me cada vez maior nojo e repugnância, porque a sinto pouco cooperante e demasiado nefasta.

É junto das pequenas e médias empresas que o Estado suga grande parte do financiamento para a sua gula financeira, exerce a sua grande pressão fiscalizante e presta os seus piores serviços.

Quem tem uma PME vê-se de um dia para o

Luís Lagos*(…) Quem tem uma PME

vê-se de um dia para o

outro rodeado de IVA’s,

pagamentos por conta,

pagamentos à segurança

social e mais mil paga-

mentos ao Estado por

tudo e por nada. Já não

chega às PME portuguesas

terem de suportar das te-

lecomunicações, energia,

portagens, combustíveis

mais caros da Europa,

ainda têm de fazer frente

ao Estado mais papão e

incompetente de toda a

União Europeia (…)

outro rodeado de IVA’s, pagamentos por conta, pagamentos à segurança social e mais mil pa-gamentos ao Estado por tudo e por nada. Já não chega às PME portuguesas terem de suportar das telecomunicações, energia, portagens, combus-tíveis mais caros da Europa, ainda têm de fazer frente ao Estado mais papão e incompetente de toda a União Europeia, o mesmo que depois quer exigir às empresas que sejam mais competitivas.

Quem tem uma PME acaba, mais dia, menos dia, a debater-se com um dos grandes pecados históricos da sociedade portuguesa, o desdém com que ainda hoje é olhado e tratado o empresá-rio e comerciante português pelo funcionalismo do Estado e sociedade em geral. Fruto de diversas circunstâncias que demoraria a explicar em curto texto, em Portugal, o bom emprego é a colocação na função pública e a distinção social pode nascer da conclusão de uma licenciatura. Ser empresá-rio é tarefa medíocre. Nada mais errado!!! É aí que está grande parte da justificação do atraso portu-guês. Só quando a função pública deixar de ser vista como um belo “tacho” e passar a ser olhada como um duro posto de serviço e a distinção so-cial passar a ir em primeiro lugar para quem cria riqueza e postos de trabalho e não para quem de forma muitas vezes peneirenta se faz passear com o título do canudo é que o país dá um passo em frente. Precisamos de mais serviço e menos con-versa, de mais senhores e menos doutores e de menos “tachos” e mais empresários.

Infelizmente, o funcionalismo publico, com cada vez maiores excepções, quer o que presta serviços às PME’s quer o que fiscaliza as suas áre-as de actividade, pensa que tem o “Rei na barriga”

e continua a comunicar com o pequeno empresá-rio com arrogância, jactância e concentrado na arte de multar, não entendendo que está a falar com quem lho paga o ordenado no fim do mês. Nenhum político lhe o diz directamente porque a função pública continua a ser a maior massa votante do país e os votos, até ver, vão valendo mais que as verdades.

Contudo, a continuar assim a intervenção do Estado junto das PME’s, não acredito que o país tenha grande futuro. Portugal para crescer, acho que todos concordamos com isso, precisa de mais empresas, que gerem riqueza e postos de traba-lho. Essas empresas para nascerem precisam de gente jovem que as crie, que as faça crescer e que as dinamize. Agora pergunto, quem é que num país como o nosso quer criar uma empresa? Um país onde os empresários continuam a ser olha-dos com desdém, onde quando um projecto em-presarial corre mal o empresário é crucificado em praça pública, como já vi acontecer na nossa ter-ra, um país onde a presença do Estado junto das PME’s só atrapalha, onde os melhores ordenados continuam a ser os da função pública, onde os benefícios e ajuda aos falsos desempregados é maior do que o apoio prestado a quem quer criar uma empresa, onde, socialmente, um mau polí-tico, um mau advogado, médico ou engenheiro continuam a ser olhados e tratados socialmente de melhor forma que um bom empresário.

Enfim, o problema deste país, não o digo com arrogância ou jactância, é mesmo de men-talidades. Se as mudarmos vamos lá, se não mudarmos…

*Jurista

O Empecilho Estado

Ficha Técnica Administração: António dos Santos Lopes Direcção Editorial: Henrique Barreto - [email protected] Jornalista Principal: Liliana Lopes - [email protected] Desporto: Editor: José Carlos Alexandrino, João Jorge Colaboradores

Permanentes: Adelaide Freixinho, António Campos, Carlos Portugal, Carlos Alberto, Carlos Carvalheira, João Dinis, José Augusto Tavares, Luís Lagos, Luís Torgal, Paulo Ribeiro (caricaturista), Rui Santos. Deptº. Comercial: Isabel Mascarenhas Projecto Gráfico: Jorge Lemos

Impressão: Coraze - Oliveira de Azeméis – Telef.: 256 600 580 - Fax: 256 600 589 - E-mail: [email protected] Sede, Redacção e Publicidade: Praceta Manuel Cid Teles, Lote 12 – 1º Esqº - 3400-075 Oliveira do Hospital, Telef.-Geral: 238086546 Correio Electrónico

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Euros Nº de Registo no ICS: 112130 Depósito Legal N.º 54475/92 Tiragem Média Mensal: 6.000 exemplares Detentores de mais de 10% do capital da empresa: AHL -Investimentos e Participações, SGPS, SA.; Henrique Manuel Barreto Pereira de Almeidawww.correiodabeiraserra.com

Apreguiça é um defeito pequeno. Quando pergunto a um aluno se é preguiçoso, diz-

me que sim com um sorriso que nem chega a ser envergonhado.

Não custa confessar a pregui-ça. A preguiça não tem má fama. Entre tantas coisas tão graves que se podem fazer, e de que temos notícia, as pessoas que não qui-seram ser más concederam a si mesmas o pequeno defeito da preguiça. Do mal, o menos: já que ninguém passa por aqui sem fazer algum mal, então que seja um mal pequeno.

Pusemos na moda a moleza, o exagero no descanso, os tempos mortos, o desleixo, a imperfeição. Há uma série de coisas que passá-mos a considerar demasiado difí-ceis ou desnecessárias...

A preguiça é, sem dúvida, um defeito pequeno. Mas é um hábi-to: gera constantemente em nós novas atitudes de um mesmo gé-nero. E a repetição de atitudes de um determinado género, boas ou más, acaba por influenciar toda a nossa maneira de ser. Não pode-mos isolar um hábito destes, de forma a impedi-lo de marcar de

algum modo toda a nossa perso-nalidade e toda a nossa vida.

Sucede como com as semen-tes. Crescem. Estendem-se. Alas-tram.

E há sementes pequenas que acabam por produzir grandes árvores. Demasiado grandes, por vezes. O Principezinho de Saint-Exupéry andava, e com razão, preocupadíssimo com as sementes de embondeiro, porque o seu planeta era muito pequeno: menor do que um embondeiro crescido... O embondeiro é um

exemplo de uma árvore demasia-do grande.

Aquele que permite uma se-mente pequena está a autorizar uma árvore talvez grande. E tor-na-se responsável pela actividade da árvore.

Por preguiça, podemos chegar a fazer coisas que são bastante piores do que a preguiça. Por pre-guiça, um homem bom pode ir realizando pequenas coisas más e, aos poucos, deixar de ser um homem bom. Pode deixar de fa-zer as coisas boas que tinha obri-

gação de fazer e, assim, roubar ao mundo uma certa porção de bem, de beleza, de alegria. Pode trans-formar-se em alguém que para pouco serve.

Por preguiça, pode acontecer que façamos o nosso trabalho sem perfeição e que isso preju-dique muito outras pessoas. Por preguiça, deito-me tarde. E, como no dia seguinte tenho de me le-

vantar à hora habitual, passo o dia com sono, enervado e mal disposto. Discuto com a minha mulher ou com os meus filhos por coisas de nada. O embondei-ro começa a destruir o meu pe-queno planeta...

Por preguiça, saio do sofá um pouco depois do último minuto admissível e vou para a estrada a correr. Excesso de velocidade. Alguns acidentes tiveram esta origem. É que a preguiça gera a pressa. É mesmo uma das princi-pais causas da pressa. E a pressa tem feito muitas vítimas.

O verdadeiro rosto de um ho-mem apressado – que não tem tempo para estar com os outros, para os ouvir, para os ajudar – é quase sempre o de alguém que passa, em alguma zona da sua vida, demasiado tempo a fazer coisas inúteis ou desproposita-das.

Por preguiça, um homem pode chegar ao final desta vida sem ter chegado a conhecer-se bem a si mesmo e sem ter conhecido mui-to daquilo que seria fundamental ter conhecido. Pode atingir o úl-timo centímetro do seu tempo e verificar que tem as mãos vazias.

*Professor de Língua [email protected]

Semente de embondeiro

Paulo Geraldo*

(…) Por preguiça, um ho-

mem pode chegar ao final

desta vida sem ter chegado a

conhecer-se bem a si mesmo

e sem ter conhecido muito

daquilo que seria funda-

mental ter conhecido. Pode

atingir o último centímetro

do seu tempo e verificar que

tem as mãos vazias (…)

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Aminha mãe certi-ficava-se que eu e o meu irmão íamos confortá-veis. Ajeitava as

almofadas nos assentos de trás do carro, providenciava um cobertor – a noite podia esfriar. O meu pai verificava o carro e arrumava as nossas malas. E os sacos. Sacos que, segundo ele, eram sacos a mais. Era assim, por altura das férias do Verão ou do Natal, sem-pre que partíamos de Almada, na margem sul do rio Tejo, às vezes já noite caída, rumo à terra.

Após várias horas durante as quais o abraço dado entre os que viajam juntos se estreita, era o chegar inesquecível à ponte sobre os dois rios que se tornam um só. A condução ainda mais difícil, e as curvas, que o meu pai conhe-ce como a palma da mão e que aprendi também a prever, ainda mais apertadas. Falta quase nada. O cheiro inconfundível da serra, agora mais intenso, invade e de-safia os sentidos. À saída de cada curva a paisagem abre-se como uma cortina que se recolhe para mostrar um novo segredo escon-dido. Os três últimos quilómetros. Durante muitos anos não tinham asfalto, eram em terra batida e em mau estado. Fazíamo-los en-tão muito devagar – levávamos sempre muitos sacos. E eis que ao virar da “curva da lomba”, na encosta do monte em frente, ali, no adiantado da noite, no seio da Serra do Açor, como se ancorada no meio do mar, como se noutro país, num outro continente, como se em lado nenhum, a aldeia do Chão Sobral.

Por aquelas bandas, segundo rezam as lendas locais – a proxi-midade com a Serra da Estrela dá-lhes alguma credibilidade –, terão andado Viriato e os Lusitanos. É pois de lá toda a minha família, e onde vivi ainda os primeiros meses de vida. Há 30 anos, na madrugada da noite de 8 de Maio, chamaram o táxi de Aldeia das Dez, e, até então sozinha num quarto do centro de saúde de Oli-veira do Hospital, vim antes do tempo fazer companhia à minha mãe.

Praticamente até finalizar a li-cenciatura em Economia na Uni-versidade Católica de Lisboa, fiz férias no Chão Sobral, passando ali e nos seus arredores alguns dos momentos mais interessan-tes da minha vida, sobretudo se os enquadrar no contexto do meu percurso nos últimos anos. É par-te de nós os espaços que habita-mos, as paisagens que respiramos e com elas a cultura dos que nelas vivem. Definem, de forma subtil mas permanente, a nossa identi-dade, senão mesmo a nossa per-sonalidade, através da imagem

fluida dos valores fortes que sim-bolizam. E é por estas razões que aqui presto tributo a uma peque-níssima parte das muitas memó-rias que tenho da “nossa” região e aos sentimentos que em mim transporto.

Da minha infância, recordo com um sabor alegre os meus avós e familiares que, com uma sabe-doria que só hoje entendo verda-deiramente e me faz hoje escutá-los com outra profundidade, nos contavam do mundo misterioso do campo e daquela serra e se-meavam dentro de nós o respeito e o orgulho pela terra de onde se nasce. Nada igualará a memória que guardo da minha avó mater-na a cortar um pedaço de broa de milho ainda quente, barrá-lo com manteiga e dar-mo a comer, ao fi-nal fresco de uma serena tarde de Verão repleta de brincadeiras com os amigos do Chão Sobral. É este, para mim, o sabor da liberdade, o significado da pureza e da ver-dade, como se entregues por uma aragem antiga.

Travessos, dando azo à imagi-nação inesgotável de crianças, à capacidade de inventar o mundo a cada brincadeira, estancávamos por vezes o caudal de água que li-gava a Fonte da Capela ao tanque onde as mulheres lavavam a rou-pa com uma barra de sabão, para o desviar rua abaixo. Brincávamos com os cascos dos pinheiros, bar-cos imaginários em corrida pe-los caminhos que a água traçava agora na ladeira, em direcção aos quintais. Jogávamos às cartas “aos rebuçados”, sentados à sombra no fresco do cimento das entradas das casas. Rebuçados comprados na mercearia a 10 tostões, hoje o equi-valente a meio cêntimo de euro.

Mas o que mais me impressio-nava, pela diferença do que vivia na cidade, era tudo o que tinha a ver com o amanho da terra, com o contacto com a natureza. Ir dei-tar as ovelhas e as cabras; dar de comer aos porcos, para o que se aproveitavam todos os restos do que se comia; misturar a farinha com os talos das couves para

deitar às galinhas; subir à carro-ça dos bois quando esta passava mansamente pelo largo da aldeia; apanhar a azeitona nos dias frios, estendendo os toldos de plástico em redor das oliveiras, subindo às árvores para arrancar as azei-tonas com as próprias mãos que se tingiam assim de uma cor rosá-cea; ajudar a plantar batatas, per-cebendo o quão difícil é acertar o movimento da enxada na terra seca; debulhar o milho, os feijões, ou as favas, sentados nas entradas das casas de quem os ali tivesse e parecesse querer, não só ajuda, mas dois dedos de conversa; ir às pinhas pelas encostas da serra, escutando o crepitar da caruma seca a cada passo; carregar lenha para junto da lareira, não esque-cendo as carquejas secas que es-palhavam facilmente o lume pelas cavacas; ver a minha avó materna amassar a farinha de milho para cozer a broa no forno a lenha feito de pedras de xisto, vê-la coalhar o leite para fazer os queijos, espe-rar ansiosamente pelos coscuréis;

agachado na Fonte dos Cabrizes, beber uma água fresca e cristalina como nenhuma outra.

Já na adolescência, povoam a minha memória as imagens dos bailaricos pelas muitas aldeias em redor, a recordação do frémito e da agitação que se sente assim que se avista nos largos das aldeias a povoação a dançar, a comer e a beber, uma comunidade que se junta inteira para festejar. As con-versas noite dentro, as saídas até tarde – mais tarde do que nos era permitido em Lisboa – ou as idas à piscina em Oliveira do Hospital. Os beijos e os passeios inocentes pelos campos, pelas fazendas, e junto aos rios daquelas bandas.

E, como que por ironia, recor-do-me do pormenor singelo de ter sido em Oliveira do Hospital, observando as suas carências em comparação com a cidade onde vivia perto da capital do país, ainda criança, que prometi a mim mesmo ajudar os mais carencia-dos para terem acesso a livros, acesso à cultura e ao conheci-mento. Não perdi esse desígnio. Por ele, e guiado por um sonho de criança ligado ao ensino, qui-seram as minhas opções de vida que me encontrasse hoje bem longe da terra, no sul da Holanda, na Universidade de Tilburg, onde faço investigação e tiro o meu Doutoramento.

Mas as minhas raízes, a altivez da serra onde nasci e os valores que guiam as gentes que nela vive, recordam-me que não há distância entre um homem e a terra que o vê nascer.

Carlos Lourenço

C U LT U RA

Carlos Lourenço, de Chão Sobral até à Universidade de Tilburg

“Da terra que somos”

Aos Domingos, às 11 horas, na Antena 1, Pedro Rolo Duarte apresenta um programa sobre

Blogs; por norma, ouço e tomo nota dos endereços daqueles que, pelos conteúdos, mais

me agradam. Recentemente, acompanhei uma entrevista aos autores dos textos do Blog

“A pente Fino” - http://apentefino.blogs.sapo.pt ; um deles, de nome Carlos Lourenço, é

natural de Oliveira do Hospital. Depois de um breve contacto, soube que as suas raízes

estão em Chão Sobral, daí que lhe tenha sugerido uma “viagem ao passado”, escrevendo

– o que fez de forma erudita.

Carlos Lourenço licenciou-se em Economia na Universidade Católica e está na Universi-

dade de Tilburg, na Holanda, onde faz investigação e tira o Doutoramento.

C.A.

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5 de Agosto de 2008

www.correiodabeiraserra.com6

Com pompa e cir-cunstância, o pre-sidente da Câmara Municipal de Oli-veira do Hospital,

Mário Alves, acompanhado pelo presidente da Junta de Freguesia de Penalva de Alva, António Bri-to, inaugurou no Domingo, dia 3, as novas instalações da Junta de Freguesia e uma nova biblioteca /ludoteca, servidas por um ele-vador panorâmico que facilita o acesso ao complexo arquitectó-nico.

A antiga escola primária teve o espaço profundamente remo-delado; uma pérgula e jardim ornamentam esteticamente o exterior, proporcionando um conjunto equilibrado que vale a pena conhecer; aproveitar a vis-ta panorâmica é outra das razões que justificam uma “curta via-gem” pelo elevador agora posto ao serviço da comunidade – uma solução inédita na região, que valoriza, sem dúvida, a Freguesia de Penalva de Alva.

Na ocasião, António Brito, não deixou de agradecer ao presiden-te Mário Alves e ao Executivo da Câmara a obra que iria ser inau-gurada, bem como a reconstru-ção da “Roda do rio”.

“-Um presidente como Mário Alves não se pode perder – disse António Brito, colocando-se ao dispor do presidente da Câmara: “…pode contar comigo sempre que for bom para si…”.

De improviso, Mário Alves

recordou que ”…na anterior in-fra-estrutura muitos penalvenses aprenderam a ler e a escrever (…) e agora, no novo espaço, podem valorizar-se através da leitura e da informação que passa a estar ao dispor de todos através da In-ternet”.

-“Peço às gentes de Penalva para não deixarem este espaço morto – esse é o grande desafio que se coloca a todos os penal-venses, que dêem vida a este

espaço. É isso que espero das gentes de Penalva” – apelou o presidente da edilidade, e acres-centou:

-“ Façam desta obra a vossa casa; espero que daqui a dois, três anos tenhamos a certeza de que valeu a pena o investimen-to”.

A biblioteca passa a preservar para cima de trinta mil livros que, durante anos, andaram em bolandas.

O custo da obra ronda os tre-zentos mil euros.

Um pequeno reparoO acesso pedonal junto ao eleva-dor, do lado esquerdo de quem sobe, carece de uma guarda que proteja a circulação de pessoas, sem desfear o conjunto; é possí-vel que o pequeno arranjo faça parte do projecto final, mas pelo sim pelo não, fica o alerta : “mais vale prevenir do que remediar”!

F R E G U E S I AS

Mário Alves inaugurou a nova sede da junta de freguesia e biblioteca de Penalva de Alva e recebeu o apoio político do autarca local

Penalva de Alva passa a ter novas instalações para a Junta de Freguesia e biblioteca /ludoteca

“Um presidente como Mário Alves não se pode perder”

O autarca do PSD que go-

verna Penalva de Alva as-

sistiu à inauguração de um

novo equipamento público

na freguesia e agradeceu,

referindo que “um presi-

dente como Mário Alves

não se pode perder.

CARLOS ALBERTO

NOTA DA DIRECÇÃO:Apesar de não ter sido convidado para a inauguração deste espa-ço público nem pela autarquia oliveirense nem pela Junta de Freguesia de Penalva de Alva, o Correio da Beira Serra teve, no entanto, um dos seus jornalistas na cerimónia de inauguração por entender que acima das “que-zílias” e da tentativa de censura imposta a este órgão de comuni-cação social por parte da Câmara Municipal e de diversas juntas de freguesia do concelho, estão os leitores deste jornal.

Refira-se a este propósito que ainda recentemente o autarca penalvense, desligou o telefone a uma jornalista do CBS que o instava a pronunciar-se sobre um assunto local com o seguinte ar-gumento: “… Eu não quero falar mais nada porque esse jornal é muito crítico. Bom dia!”.

As atitudes ficam sempre com

quem as toma, mas, apesar des-te e de outros condicionalismos, o Correio da Beira Serra tentará sempre fazer o seu trabalho e, também, se vê forçado a lamen-tar publicamente que os autarcas de Avô e de Vila Pouca da Beira tenham “evitado” a presença do Correio da Beira Serra em cerimó-nias recentes que decorreram nas freguesias a que presidem e para as quais foram convidados outros órgãos de comunicação social. Contrariamente ao que aconteceu com Penalva de Alva, o CBS não esteve nesses actos públicos pelo facto de só ter tomado conheci-mento deles posteriormente e através da imprensa local.

Aos leitores do Correio da Bei-ra Serra, as nossas sinceras des-culpas por nos vermos forçados a dar explicações sobre situações que já deviam estar banidas do Portugal democrático.

Henrique Barreto Aspecto de um dos lados do novo edifício, resultante da recuperação da velha escola primária

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www.correiodabeiraserra.com 7

La Fontaine por cer-to não teria des-denhado juntar às suas fábulas a estória da raposi-

nha que vem todos os dias – e à hora (quase) certa, mais minu-to menos minuto! – “jantar” ao restaurante “Vale dos Amores”, perto de Fiais da Beira, na fre-guesia de Ervedal da Beira.

Se os “animais falassem”, se-ria curioso conhecer de “viva voz” o que vai na cabeça da raposinha para se entregar de “corpo e alma” à gentileza da sua presença, que já se tornou um hábito.

O proprietário do restauran-te, Humberto Cerejeira, conta como tudo começou:

–“ Eu e a minha mulher, há uns quatro meses, começámos a notar que o saco do lixo que às vezes fica esquecido fora da cozinha aparecia rasgado. Pen-sávamos que era obra de algum cão que andasse por aí, de noi-te, mas um dia a minha esposa viu a raposa perto daqui e não fez nada para a assustar; então, o animal foi aparecendo, dáva-mos restos de carne, e ela acos-tumou-se a nós”.

O Humberto, carinhosamen-te, baptizou-a de “Lulu”.

No dia em que a reportagem do Correio da Beira Serra se deslocou ao Vale dos Amores, já a tarde caminhava para a noite, o restaurante tinha a esplana-da bem composta de clientes, alguns deles, conhecedores da notícia, eram repetentes. A pri-meira surtida da raposinha ti-nha acontecido minutos antes, mas ficou a promessa do Hum-berto “…não tarda por aí, é uma questão de esperarem um pouco mais, porque ela pega no peda-ço de carne e vai, possivelmente, esconder, nunca come perto de nós…”.

Na verdade, daí a nada, os clientes mais atentos viram-na chegar; fez uma pausa a uns metros de distância, e como ninguém lhe fez negaças, apro-ximou-se devagar, orelhas le-vantadas e o olhar atento ao mais pequeno movimento.

–“Lulu”, toma – diz o Hum-berto – e o animal, sem pressas, aproximou-se por entre as me-sas, abocanhou o seu quinhão de carne, e voltou, nas calmas, pelo mesmo caminho.

A cena repetiu-se várias ve-zes, mesmo quando a ração era entregue por uma criança. Por vezes ficava parada perto da es-planada, como se esperasse que o “padrinho” a “convidasse” a entrar – só ele e a mais ninguém a raposinha “respondia”.

Numa floreira alta que fica perto, o Humberto escondeu um pedaço de carne; ela apro-ximou-se, um pequeno salto, farejou e… lá vai ela com o “pe-tisco” na boca!

– “Não pensem que a “Lulu” come de tudo, tem o gosto re-finado – comenta o Humberto – pão, só se tiver manteiga, não gosta de sardinhas assadas, pre-fere carne, mas do que ela gosta mais é de camarão e tiramisu”!

O animal é, como se calcula, uma atracção no restaurante. Como mais vale prevenir do que remediar, já foi desparasi-tada.“…falei com o médico vete-rinário para ver se a consegui-mos vacinar e colocar-lhe uma coleira”, acrescenta o Humberto Cerejeira que, a talhe de foice, sempre vai passando palavra aos vizinhos – não vá alguém ter a infeliz ideia de fazer uma espera à “Lulu, de caçadeira na mão…

Na opinião do doutor Modi-bo Mangara, conhecido médico veterinário de Oliveira do Hos-pital, como o animal faz parte da família dos canídeos, “…em-bora não sendo vulgar, por vezes as raposas, jovens, aproximam-se do Homem, principalmente se forem acarinhadas, como é o caso. Se houver algum cuidado, à partida, a sua presença fu-gaz não se torna perigosa, mas em casos semelhantes costumo aconselhar que contactem o Parque Zoológico de Gouveia, lá saberão como tratar dessas situações, inclusive recolher o animal…”.

Não vá a “Lulu” ficar depen-dente dos “mimos e favores dos seus amigos” do Vale dos Amo-res, talvez seja preferível, de facto, entregar a raposinha aos cuidados do Parque de Gouveia. Não é longe do local onde se tor-nou famosa, e sempre se poderia visitar no futuro, de preferência na companhia do “padrinho” Humberto Cerejeira, que certa-mente levaria uma “lembrança para matar saudades”, já que se tornou responsável por tê-la cativado, como aconteceu na estória do “Principezinho”, de Saint-Exupéry.

– “Lulu, toma”!

LO C A L

CARLOS ALBERTO

-“Lulu, toma”!

“Lulu”, a raposa

Vem comer à mão e “responde” à voz do “padrinho”

Lulu, é uma verdadeira atracção para os clientes do conhecido restaurante

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www.correiodabeiraserra.com8O P I N I Ã O

Tem fama de saber “poupar”, a gestão da Câmara Municipal he-gemonizada pelo PSD. Não raro, sobretudo nos debates entre círcu-los “politicamente fidelizados” e

supostamente esclarecidos, lá vem esse argumen-to em abono da maioria e do seu Presidente em especial.

Enfim, diremos que sim senhor, que a Câmara tem tido boas opções em termos de gestão e de economia de recursos. Mas também é verdade que tem tido certas opções muito criticáveis que serviram e servem para esbanjar dinheiro públi-co, a começar pelo dinheiro municipal.

Por exemplo, a ainda recente renovação do Parque Mandanelho é ilustrativa:- com os traba-lhos “a mais”, a primeira adjudicação de 1 milhão e 500 mil Euros acabou por saltar para o dobro no final da obra ! Entretanto, no novo Mandanelho, continuamos com a relva a ser regada à mão e com muitas árvores a secar...

Também as obras na rotunda ao fundo da rua que desce desde a entrada do Estádio Municipal, e as obras das novas ruas do lado Poente da “ve-lha” Feira, essas obras todas acabaram por ficar caríssimas devido a sucessivos erros/alterações de projecto.

As novas rotundas, com os implantes escultó-ricos produzidos pelo artista “único” ao serviço da estética “de regime”, são outros tantos “mo-numentos” em que foi gasto demasiado dinheiro público.

Agora, avançam as obras de renovação do Largo Ribeiro Amaral e, nestas, o (futuro) Parque Subterrâneo para estacionamento é um “hino” (...) ao esbanjamento. Esse novo Parque (subter-râneo) de Estacionamento vai ficar caríssimo e é pouco relevante em termos estratégicos. Entre-

tanto, saliente-se que, globalmente, esta obra foi aprovada por unanimidade no actual Executivo Municipal, assim juntando os votos favoráveis do PSD e do PS. Ao menos, ao menos que, a seguir, seja correctamente alterado o esquema de circu-lação de trânsito dentro da Cidade e que sejam construídos mais dois novos Parques de Estacio-namento nas proximidades.

Por outro lado, a Câmara de facto pouparia muito e muito dinheiro caso aceitasse transferir, para as Juntas de Freguesia, verbas e competên-cias para execução de obras, vamos lá, até 200 mil euros, à directa responsabilidade das mesmas Juntas de Freguesia ou, pelo menos, para aquelas com capacidade de iniciativa própria. Ora, essa falta de compreensão é, certamente, uma das maiores “falhas” da gestão política e financeira desta Câmara e da sua maioria PSD.

Em suma:- esta gestão da Câmara, às vezes “poupa” em áreas prioritárias mas também esban-ja noutras áreas não prioritárias. E faz tudo isso sem ouvir avisadas críticas e sugestões. Como se, afinal, não fosse possível fazer diferente e para melhor... Aliás, no final deste mandato, a Câmara pode atingir uma dívida à Banca na ordem dos sete milhões de Euros, o que, convenhamos, é muito dinheiro em dívida para uma Câmara como a nossa.

O problema é que a compreensão do “fenóme-no” por parte dos Cidadãos ( e Eleitores...) não é automática e o esclarecimento destas coisas é um processo altamente difícil e dificultado. Em última e decisiva análise, na grande maioria dos Cidadãos acaba por pesar (muito) mais a obra fei-ta – sobretudo a obra visível - do que o modo e a forma como tal e tal obra foram politicamente decididas e mandadas executar. Mas a luta con-tinua !

O mito da “poupança”...

João Dinis*

(…) Esse novo

Parque (subterrâneo)

de Estacionamento

vai ficar caríssimo

e é um disparate em

termos estratégicos.

Entretanto, saliente-

se que, globalmente,

esta obra foi aprova-

da por unanimidade

no actual Executivo

Municipal, juntado

assim os votos favo-

ráveis do PSD e do

PS (…)

Os “modernaços”...O (des)governo PS / Sócrates muito gosta de

se auto-proclamar como um (des)governo de “modernidade” e etc e tal. Ora, bem analisada a actual situação e as enormes dificuldades como se (sobre)vive em Portugal, cá a gente bem pode sugerir a essa “rapaziada e raparigada” que me-tam a “modernidade” deles, todinha, num certo sítio que aqui me inibo de precisar, não por qual-quer réstia de consideração em relação a “eles” e a “elas” mas por respeito ao leitor...

À cabeça, a revisão do “Código Laboral” – tare-fa mais do que prioritária para o grande patronato, para o (des)governo PS / Sócrates e para a direita pura e dura -- em aspectos fundamentais é um retrocesso legal e social até há mais de cem anos atrás, quando os direitos dos Trabalhadores ainda não tinham sido reconhecidos. É, aliás, uma ver-dadeira traição – encabeçada pelo (des)governo PS -- à luta heróica e persistente que, em Portugal (e no mundo), os Trabalhadores têm travado com sangue, suor e lágrimas. Mas são as políticas de direita...

Agora, agravando ainda mais os aspectos mais reaccionários e retrógrados do “Código Laboral”, eis que o (des)governo PS / Sócrates produz mais uma revoltante vergonha:- a entidade patronal pode decidir – unilateralmente e, portanto, con-tra a vontade do trabalhador - pode a entidade patronal decidir pagar parte do salário dos seus trabalhadores em espécie ou seja, tal como se pra-ticava há séculos atrás !... Assim, no extremo, um trabalhador de uma indústria que produza, por exemplo, ácido sulfúrico, esse trabalhador pode ser obrigado a receber parte do seu salário...em ácido sulfúrico !... Às tantas, se algum desses tra-balhadores depois se queixar que não ganha para comer, alguma aventesma, ao serviço do poder do-minante, será bem capaz de “recomendar” a esses trabalhadores que comam...o ácido sulfúrico...

Assim vão as “modernices” deste (des)governo PS / Sócrates. Até quando ??...

* Autarca da CDU – Oliveira do Hospital

J á se criaram partituras sem notas, filmes sem imagens, quadros sem cor, livros sem palavras – e os artistas que desse modo levaram a imaginação às fronteiras da recriação de sonhos, de fantasias, do

tempo e do espaço, ficaram na história como vi-sionários. Guardiães da palavra e do olhar, assim como o tempo e o seu divino regresso, é mensa-geiro da memória do mundo, o visionário tenta tirar o homem do nada e do silêncio, para que este possa ter o encontro fantástico do deslum-bramento, com a criação de novas obras, por ser impossível (sobretudo), apagar a imaginação do homem. O problema é que, uma vez assimilada a presumível intenção heróica do gesto, a repe-tição de obras está fora de causa e: ou se desiste de criar, ou se regressa a formas mais conven-cionais de expressão artística. A arquitectura na sua versão pronto-a-vestir para espaços públicos que o Portugal autárquico, de uma maneira geral, adoptou na sua expressão minimalista, é nesta dimensão interpretativa, um bom exemplo.

Sem sombra de dúvida, que quem frequen-ta a cidade reconhece como o Largo Ribeiro do Amaral foi abandonado, se tornou inabitável, mais frágil e, tirando ocasiões especiais, com-pletamente rarefeito da presença humana, e como essas ausências, ao anularem a memória do lugar, criaram um efeito de orfandade nos cidadãos sobre o espaço. Por isso se impunha uma intervenção autárquica. Que está em curso. E sobre o curso da qual tenho as minhas reser-vas desde o início. Se entendermos o espaço pú-

LusitanaFonseca*(…) Marx inventou

como energia da

História uma coisa

chamada luta de clas-

ses. Mas como dizia

Friedman — esque-

ceu-se do principal

motor da História

nas sociedades mais

atrasadas, que é a luta

de invejas. (…)

blico, como sendo aquele que dentro do terri-tório urbano é de uso comum e posse colectiva (pertence ao poder público), queira Deus que no futuro aquela obra não se venha a mostrar: irrisória, arrogante, e desrespeitadora da cidade e da sua memória.

As intervenções em zonas públicas consoli-dadas com alto valor patrimonial ou simbólico, devem respeitar o carácter dos locais – e, em qualquer caso, não podem ser decididas de for-ma autocrática, nem os cidadãos podem demi-tir-se de exercer os seus laços afectivos com os espaços. Neste projecto de requalificação, só há pouco mais de duas semanas a cidade acordou aturdida, com o abate cirúrgico das árvores e despertou finalmente para o projecto. Até áquele momento, as pessoas deram provas como aquele espaço era há muito um território de separação, espaço invisível, esquecido pelos agentes da ci-dade e ignorado pelos seus habitantes.

Marx inventou como energia da História uma coisa chamada luta de classes. Mas como dizia Friedman — esqueceu-se do principal motor da História nas sociedades mais atrasadas, que é a luta de invejas. E o que temos em Portugal é uma patologia social profunda que é: a inveja, a delação, a bufaria que impede o que faz pro-gredir uma sociedade: competição, pluralismo, avaliação pelo mérito, e que ganhe o melhor! Claro está, que perfilhar isto é mentalizarmo-nos, que é preciso descer para subir, e isto com-preende um atentado ao comodismo, por vezes à auto-estima. É esta ordem que nos confronta e

nos obriga a confirmar na comunicação social, o que devia ser mantido no restolho interno de um partido, até que sobre o assunto o líder tomasse palavra pública. Após o assunto ter caído na rua, levado aliás pela maioria dos membros que ago-ra ficam com o líder. Só me restou sem tormen-ta, assumir a este jornal na semana passada, o facto de constituir uma verdade, a apresentação ao presidente da Secção do PSD, da renúncia ao cargo de Vogal para o qual fora eleita.

Por que sou institucionalista, as fundadas ra-zões da minha saída, serão em primeiro lugar ex-postas ao líder do partido, não obstante há duas semanas atrás tenha em reunião da CPS, deixa-do explícito, que na condição de liderada de José Carlos, não podia permitir-me, a determinadas derivas internas. A minha carta de renúncia será em qualquer circunstância pública, se José Car-los Mendes – a quem quero deixar publicamente uma palavra de enorme simpatia pessoal – como líder do partido, considerar essa mesma inter-pretação.

Convém dizer que sempre tive presente a possibilidade de renunciar, o que naquela posi-ção, constitui seguramente uma prova de liber-dade. Mas saio numa altura, em que fica tudo por fazer, mas no momento em que se impunha sem reserva. Por isso não me importo nada, que outros falem agora na rua, sem a voz da razão, sem a responsabilidade de quem fica, sem a hu-mildade da admissão, de que a circunstância da minha saída se não impuser reconhecimento, deva dispensar invariavelmente, a ingratidão. Pela circunstância muito delicada que a questão autárquica encerra na CPS, considero que neste exacto momento, não devo exportar mais alarido para um espaço que arde sem se ver, como o fogo de Camões.

*Vogal demissionária da CP de Secção do PSD

Dois textos sem titulo.“Os verdadeiros lutadores não são imunes às críticas, porque não se resguardam”.

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Overeador do PS da Câmara Munici-pal de Oliveira do Hospital, Ribeiro de Almeida, me-

teu-se numa “embrulhada” que está a pôr em causa a sua imagem pública.

O assunto já se arrasta desde finais de 2007, data em que o Correio da Beira Serra noticiou que o vereador socialista tinha alugado um imóvel, em Senhor das Almas, freguesia de Nogueira do Cravo, onde existiam suspei-tas de estar a funcionar um negó-

cio ligado à prostituição.De arquitectura tipica-

mente brasileira, o edifício cor-de-rosa – onde em tem-pos funcionou um restau-rante – está mesmo à beira da estrada da Beira e foi alvo de várias transformações efectuadas pelos inquilinos da casa, que firmaram com Ribeiro de Almeida um con-trato de arrendamento de dez anos.

Na altura, um jornalista do Correio da Beira Serra esteve no local para tentar perceber como funcionava o negócio.

A viatura do CBS foi esta-cionada no parque privativo vedado, onde os clientes vão sorrateiramente acedendo ao local. Na entrada, dois ho-mens – um deles munido de um detector de metais -, ins-peccionam os “visitantes” e avi-sam que não é permitida a entrada de telemóveis. Passada a primeira “barreira”, seguem-se uns degraus e o primeiro impacto é uma tele-visão sintonizada em pornografia tipo “hard-core”.

Com os “carinhos” próprios da actividade e a arte de sedução que lhe é inerente, a Carmen (nome fic-tício) aborda o jornalista ao balcão e tenta seduzi-lo para “meia-hora” de prazer a “40 euros”. – “Estou de

passagem, pensei que isto era um bar e vim só beber uma cerveja”, respondeu o jornalista do CBS. A miúda insistiu, mas rapidamente se apercebeu que “ali” não fa-zia negócio.

Na altura, este jornal con-frontou o vereador socialista com a situação, mas Ribeiro de Almeida defendeu-se ale-gando que tinha alugado a casa para “uma residencial e um bar” e argumentou ainda que para esse efeito existia inclusivamente “uma licen-ça da Câmara Municipal”.

Admitindo no entanto que já lhe tinham chegado “alguns rumores” no sen-tido de que a casa estava a ser aproveitada “para outros fins”, aquele vereador des-cartou no entanto qualquer responsabilidade: “Eu alu-

guei aquilo para uma residencial e para um bar e ainda um restauran-te com churrasqueira. Portanto, se eu aluguei aquilo para esse fim e o edifício está a ter outra utilização, vou ter que averiguar porque o meu estatuto não me pode permi-tir isso”, adiantou ainda ao CBS o segundo vereador que o PS elegeu nas autárquicas de 2009.

Ribeiro de Almeida salientou também ao CBS que os próprios inquilinos já lhe haviam desmen-

tido “os rumores”. “Até prova em contrário, tenho que fazer fé no que os homens me dizem”, subli-nhou aquele titular de um cargo político, frisando também que “se não se pode provar nada” não é fácil “poder mover uma acção de despejo”.

O problema é que as “provas” de como funciona o imóvel estão agora todas na internet num blo-gue intitulado wwwclubnocturno.blogspot.com e a que os leitores – os maiores de 18 anos, como recomendam as regras - podem aceder através do seguinte ende-reço:http://wwwclubnocturno.blo-gspot.com.

O blogue, que só não mostra sexo ao vivo, tem imagens de “lin-das garotas”, “sensualidade e pra-zer” e muitos outros pormenores do “club nocturno” onde era su-posto estar a funcionar uma resi-dencial com café e churrasqueira.

Como o “churrasco” é outro, o Correio da Beira Serra contactou o vereador Ribeiro de Almeida para o instar a pronunciar-se so-bre o assunto. Alegando desco-nhecer o que estava a circular na internet – foi o CBS online que lhe facultou o endereço do blogue –, o vereador do PS disse não querer prestar declarações, mas deixou uma promessa: “Vou remeter tudo para a polícia e para as entidades responsáveis”.

S O C I E DA D E

HENRIQUE BARRETO

Imóvel arrendado por vereador do PS nas “bocas do mundo”

Grande “embrulhada”... O vereador do PS, Ribei-

ro de Almeida, continua

nas “bocas do mundo”

por causa da famosa casa

do Senhor das Almas, que

agora aparece na internet

com “escaldantes” imagens

alusivas ao negócio da noi-

te. O vereador socialista

prometeu entregar o caso

às autoridades policiais.

(…) “o Correio da Beira

Serra contactou o vere-

ador Ribeiro de Almeida

que disse não querer

prestar declarações. Mas

deixou uma promessa:

“Vou remeter tudo para a

polícia e para as entida-

des responsáveis” (…)

Imagens da casa de Ribeiro de Almeida divulgadas na internet, através de um blogue

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www.correiodabeiraserra.com10

15 DIAS | ON-LINE

C O N C E L H O

Lusitana Fonseca e Luciano Ré batem com a porta

PSD de Oliveira do Hospital com duas baixas

A Comissão Política de Secção (CPS) do PSD de Oliveira do Hospital registou duas baixas, apurou o correiodabeiraser-ra.com junto de uma fonte ligada àquela estrutura partidária.

Na última reunião realizada pela CPS, dia 15 de Julho, um dos principais pon-tos da agenda estava centrado na análise às polémicas declarações feitas a este di-ário online por um dos dois vice-presi-dentes do partido. Entrando em rota de colisão com a posição divulgada à im-prensa pelo PSD, em consequência do líder da distrital, Jaime Soares, ter vindo a público afirmar que Mário Alves seria o próximo candidato do partido nas au-tárquicas de 2009, Nuno Pereira – numa declaração que caiu mal no seio da CPS –, declarou ao CBS online que caso o ac-tual presidente da Câmara de Oliveira do Hospital fosse “imposto como candidato do PSD” pelos órgãos políticos do partido a nível distrital e nacional era “chegada a altura de José Carlos Mendes e José Car-los Alexandrino conversarem para que apresentem uma lista de independentes conjunta e que defenda os interesses dos oliveirenses”.

De acordo com o que o correiodabeira-serra.com apurou junto da mesma fonte, a discussão sobre esta polémica declaração – Nuno Pereira esteve ausente da reunião, alegando compromissos profissionais – terá descambado e dois vogais do PSD, Lusitana Fonseca e Luciano Ré, “bateram

com a porta”.Contactada pelo CBS online, Lusitana

Fonseca confirmou que vai “apresentar a renúncia por escrito para a semana”, através de uma carta dirigida ao líder do partido, José Carlos Mendes, que na data desta notícia se encontrava de férias.

Sem querer alongar-se em declarações, aquela vogal do PSD, eleita nas últimas eleições do partido, sustentou que “é o presidente do PSD que tem que esclarecer a questão”, mas deixou claro que a sua precoce saída aconteceu “por discordar da linha de orientação do partido”.

Sublinhe-se que na última edição im-pressa do Correio da Beira Serra, Lusitana escreve na sua coluna de opinião que “o PSD – como os demais partidos do nos-so espectro – sempre teve no seu poiso, gente comparável aos falcões, que fazem política via goela abaixo, desrespeitando princípios e pessoas, tendo como pano de fundo, no papel principal, o centro irra-diador de tudo, as vitórias eleitorais, con-seguidas por febre consumista de poder”. Nesse artigo, a demissionária vogal do PSD vai mais longe e garante que “quem quiser hoje pensar a política de cabeça limpa, não deve inscrever-se num partido político”.

Recorde-se que as primeiras divergên-cias no seio da estrutura local do PSD, co-meçaram quando se começou a discutir o posicionamento oficial do partido no apoio aos candidatos que disputavam a

Pingo Doce de olhos postos em Oliveira do Hospital

Grupo Jerónimo Martins interessado nos terrenos da FAAD

O Grupo Jerónimo Martins é uma das cadeias de supermercados que se encontra em negociações com a Fundação Aurélio Amaro Diniz (FAAD) com vista à instalação de uma superfície comercial nos terrenos que a instituição tem disponíveis. A in-formação foi confirmada ao correiodabei-raserra.com pelo presidente do Conselho de Administração (CA) da FAAD que disse não estar em condições para poder avançar com mais pormenores sobre o processo de conversações, porque ainda não está nada concluído.

A este diário digital, Antunes garantiu que – para além do grupo Jerónimo Martins – há outros grupos interessados no direi-to de superfície dos terrenos localizados no topo Sul da Quinta da Comenda, que confinam com a estrada de acesso à Esco-la Secundária de Oliveira do Hospital, rua António Mendes Monteiro e Quinta do Margarido. Segundo adiantou, o interesse por aqueles terrenos começou a ser mani-festado à FAAD há cerca de três anos, mas só agora decorrem conversações, altura em que “os valores que estão em cima da mesa são interessantes”.

Questionado por este jornal sobre o tipo de superfície que pode vir a ser instalada

nos terrenos adjacentes ao hospital da cida-de, o responsável garantiu que em cima da mesa está apenas o projecto para uma loja comercial, não estando a ser equacionada a instalação de um posto de combustível.

Sublinhe-se que a constituição do direi-to de superfície dos terrenos a uma rede de supermercados foi referenciada, na semana passada, pelo presidente do CA da FAAD como uma solução para a instituição fazer face à “grande asfixia financeira” com que se tem vindo a deparar. Ao correiodabeira-serra.com, Sebastião Antunes referiu hoje que o objectivo da FAAD é de que as con-versações sigam a bom ritmo e que o pro-jecto venha a merecer o parecer favorável da Câmara Municipal e Ministério da Eco-nomia. Revelou-se, por isso, confiante num desfecho positivo para a Fundação Aurélio Amaro Diniz.

Câmara já inviabilizou posto de combustívelAgora falados para a instalação de uma loja de distribuição alimentar, os terrenos da FAAD já anteriormente deram que falar por ocasião da inviabilização, por parte da Câmara Municipal, da instalação de um posto de combustível, num projecto con-junto da FAAD e Futebol Clube de Oliveira

liderança nacional. E enquanto que a CPS decidiu apoiar Pedro Passos Coelho, Lu-sitana Fonseca e Luciano Ré divergiram porque – de acordo com o que o CBS onli-ne sabe – preferiam que Manuela Ferreira Leite tivesse sido a candidata a apoiar.

Este diário digital fez algumas tentati-vas para estabelecer um contacto com o outro elemento demissionário, mas não possível chegar à fala com Luciano Ré, que abandonou a última reunião do parti-do antes de ela ter terminado.

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www.correiodabeiraserra.com 11 C O N C E L H O

15 DIAS | ON-LINE

Notícia caiu bem no seio da JS local

Ricardo Figueiredo eleito para Comissão Política Nacional da JS

Ricardo Figueiredo, jovem socialista de Oliveira do Hospital, foi recentemente elei-to, por ocasião do XVI Congresso Nacional da Juventude Socialista realizado no Porto,

para os órgãos nacionais da Juventude So-cialista. O também presidente do Núcleo da JS de Oliveira do Hospital – no exercício do segundo mandato – encabeça um gru-po de três jovens representativo do distrito de Coimbra na Comissão Política Nacional da Juventude Socialista, agora dirigida por Duarte Cordeiro.

Com oito anos de militância, o jovem oliveirense de 25 anos de idade confessa-se um militante activo e ao correiodabeiraser-ra.com contou que já o era ainda antes de ser filiado no partido. Explicou que, fruto dessa dedicação às causas da juventude socialista, decidiu não recusar esta opor-tunidade.

A eleição de Figueiredo já foi merecedo-ra de congratulação por parte do presidente da JS de Oliveira do Hospital. Em nota de imprensa enviada ao correiodabeiraserra.com, João Ramalhete revelou-se confiante de que o novo desafio de Figueiredo “vai ser certamente uma experiência enriquece-dora”, pelo que não deixou de lhe desejar “as maiores felicidades”. Por causa das AEC

Agrupamento de Escolas de Lagares da Beira ultrapassa divergências com a Câmara Municipal

Depois de o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital ter informado o executivo camarário, numa reunião realizada dia 15 de Julho, que “o presidente do Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas de Lagares da Beira”, Ernesto Gouveia “se recusou a subscrever” o acordo de colaboração re-lativo ao programa de Actividades de En-riquecimento Curricular no 1º Ciclo de Ensino Básico, o correiodabeiraserra.com apurou que esse acordo vai foi assinado nesta última quinta-feira pelas duas enti-dades.

Mário Alves chegou a afirmar que se as Actividades de Enriquecimento Curricu-lar (AEC) não viessem a ter lugar na Esco-la Básica Integrada de Lagares da Beira “a responsabilidade seria exclusivamente do Conselho Executivo (CE) daquela escola”.

Este processo, que gerou alguma po-lémica, voltou a ser discutido na reunião camarária do dia 29 de julho, e Alves – de acordo com o que o correiodabeiraserra.com apurou junto de uma fonte ligada ao executivo –, manteve-se intransigente, ao reiterar que se o acordo para as AEC não fosse assinado até dia 31 do mesmo mês, a responsabilidade seria imputada ao CE daquele agrupamento de escolas.

Este diário digital falou telefonicamen-te com Ernesto Gouveia, que fez o ponto da situação: “Chegou-se a um acordo, que

vai ser assinado (dia 31 de Julho), e neste momento não há problema nenhum”.

Aquele dirigente escolar, reconheceu a existência de algumas divergências entre o Agrupamento e a Câmara Municipal, sobretudo ao nível da “flexibilização dois horários dos professores”, mas foi peremp-tório ao afirmar que tudo está sanado.

De acordo com o novo programa das AEC, recentemente aprovado pelo Gover-no, a grande novidade para o próximo ano lectivo é a “generalização do ensino do In-glês” aos primeiro e segundo anos do 1º Ciclo de Ensino Básico, com uma duração semanal de 90 minutos.

Para além das actividades obrigatórias, “os planos podem incluir outras activida-des de enriquecimento curricular, nomea-damente o ensino da música, a actividade física e desportiva, o ensino de outras lín-guas estrangeiras e de outras expressões artísticas”.

Feitas em parceria com as entidades promotoras, que podem ser as autarquias, as associações de pais e as instituições particulares de solidariedade social ou os agrupamentos escolares, o Ministério da Educação comparticipa financeiramente as AEC com um valor que poderá chegar até aos 262, 50 euros anuais por aluno, “quando os planos de actividades incluí-rem o Inglês, a Música e a actividade físi-ca e desportiva”

Revelam quase todas as análises efectuadas

Praia Fluvial de Alvôco de Várzeas é líder de “qualidade da água”

A praia fluvial de Alvôco de Várzeas, que nesta época balnear deixou de cons-tar da lista oficial – publicada em Diário da República – de praias classificadas para 2008, é até ao momento a zona bal-near do concelho de Oliveira do Hospital com água de melhor qualidade.

De acordo com a monitorização das águas que está a ser efectuada pelos la-

boratórios da Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) durante toda a época balnear, aquela praia fluvial tem praticamente to-das as análises a revelarem uma água de “boa qualidade”.

Já em Avô, que em matéria de infra-es-truturas é considerada a rainha das praias fluviais do rio Alva, o cenário é diferen-

do Hospital.Ainda no mandato anterior, o presiden-

te Mário Alves justificou o indeferimen-to do projecto com o argumento de que o pretendido posto de combustível ficaria

muito próximo da rotunda do hospital, de um equipamento desportivo e de um outro educativo. O autarca invocou ainda argu-mentos relacionados com a própria organi-zação do trânsito naquela zona da cidade.

te. De todas as análises efectuadas pela CCDRC, a qualidade da água tem apenas a classificação de “Aceitável”, uma vez que tem vindo a ser detectada a presença de alguma contaminação bacteriológica, mas em valores inferiores ao Valor Má-

ximo Recomendado (VMR) imposto pe-las directivas comunitárias. Tal situação, significa que os utentes podem usufruir daquela pitoresca praia sem qualquer ris-co em porque a água é “compatível com a prática balnear”.

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Anova Estação de Tratamento de Águas Resi-duais (ETAR) de Oliveira do

Hospital, na quinta da Cobran-çã, continua a gerar problemas ambientais.

Apesar dos maus cheiros estarem relativamente ameni-zados, o Correio da Beira Serra esteve na passada sexta-feira, nas imediações daquele equi-pamento das Águas do Zêzere e Côa, e verificou que à saída da ETAR – onde era suposto sair uma água cristalina –, a li-nha de água que vai desaguar ao Ribeiro de Cavalos tem uma cor negra e corre com muita es-puma.

“Eu já tive gado, mas deixei-me disso porque os animais não podiam beber a água do ri-beiro”, referiu a este jornal um septuagenário que andava nas lides agrícolas a escassos me-

tros da ETAR e recordando os tempos em que a velha estação de tratamento da Câmara Mu-nicipal – já desactivada – lan-çava diariamente um enorme caudal de esgotos no Ribeiro de Cavalos.

“Agora puseram cá esta, mas continua a cheirar mal. Há para aí qualquer problema”, subli-nhou ainda aquele agricultor.

Este jornal confrontou re-centemente a empresa Águas do Zêzere e Côa (AZC) com a situação, mas a AZC, que no passado mês de Julho invo-cou o problema de “descargas ilegais” e da falta de energia, garantiu ao CBS que a situa-ção estava a ser “ultrapassa-da”. Não é o que se passa. Os problemas continuam e – con-forme documenta a imagem –, nos terrenos adjacentes à ETAR existem várias áreas cultivadas e alguns rebanhos a pastar.

Programada para um hori-zonte temporal de cerca de 40 anos, esta estação – a ADZC tem muitas outras para cons-truir um pouco por todo o con-celho – “é a melhor ETAR que a empresa tem no Mondego su-perior”.

De acordo com uma infor-mação avançada recentemente ao Correio da Beira Serra por um técnico da empresa, que solicitou o anonimato, a nova ETAR tem por obrigação lançar no ribeiro uma água cristalina e sem cheiro.

É uma situação que este jornal promete acompanhar, até que o assunto fique resol-vido. A natureza não se compadece com este tipo de situações.. em causa está a saúde pública.

Fotos comHistória

ARQUIVO CORREIO DA BEIRA SERRA

1998-2008

Campanha eleitoral para as eleições autár-

quicas de Dezembro de 1989. Na imagem,

o então presidente da Comissão Políti-ca Concelhia do PS,

António Campos, passeia-se com o

seu candidato, César Oliveira, pelo recinto

da feira mensal. No caminho encontra o

presidente da Câmara, Simões Saraiva, que se recandidata a um

novo mandato. Cum-primentam-se... com

“fair-play”.

A M B I E N T E

Uma água escura e com muita espuma é direccionada para o ribeiro de Cavalos

Nova ETAR gera problemas ambientaisApesar de ser a melhor

ETAR do Mondego supe-

rior, este equipamento con-

tinua com falhas que estão

a gerar problemas am-

bientais de vária ordem. A

água é escura e corre com

muita espuma. Por perto

andam animais a pastar.

HENRIQUE BARRETO

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5 de Agosto de 2008

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Ocaso não é único e multiplica-se por muitas autarquias do país. Para além dos abates – mui-

tas vezes deita-se abaixo em mi-nutos o que levou dezenas de anos ou até séculos a criar –, as árvores ornamentais da cidade de Oliveira do Hospital e de outras freguesias do concelho estão a ser vítimas de maus-tratos perpetrados pelos pró-prios serviços camarários.

Em causa estão as chamadas po-das que, por serem executadas sem qualquer arte nem técnica, causam muitas vezes não só o desfigura-mento das árvores como o seu pró-prio enfraquecimento.

As imagens hoje recolhidas pelo correiodabeiraserra.com – há muitos outros exemplos por o con-celho fora –, demonstram bem o serviço mal feito em “Acerus pe-seudoplatanus” plantados há mais de 20 anos na zona do conhecido bairro de Sant´Ana, em Oliveira do Hospital. Os ramos já quase chegam ao chão e os automobilis-tas que utilizam as zonas de esta-cionamento identificadas na foto, já não conseguem sequer estacio-nar os carros sem embater nas ra-magens. Noutras zonas da cidade – como na rua prof. António Ribei-ro Garcia de Vasconcelos, uma das principais artérias da cidade –, o crescimento desordenado de algu-mas árvores origina a que os ramos

já quase invadam as varandas de habitações.

“Uma poda mal feita pode condenar a árvore”Conforme refere António Carlos Miranda, um engenheiro agrónomo autor daquele que foi considerado o 8º melhor “blog” português na categoria “Animais Natureza e Am-biente”, a poda “deve ser feita para propiciar a convivência da árvore com o equipamento urbano, sem precisar removê-la (poda emergen-cial), para conduzir melhor a árvore ou para ajudar na sua formação”.

De acordo com o que escreve aquele agrónomo, que em tom iró-nico diz ter criado um blog que “pretende denunciar a chamada PODA das árvores, que na maior partes das vezes não é mais do que a “phoda” das árvores” – clique aqui para aceder –, “não é qualquer pes-soa que pode fazer o serviço” das podas, já que – conforme sustenta – “uma poda mal feita pode conde-nar a árvore”. Além do mais – expli-ca António Miranda – “há técnicas e equipamentos adequados para

isso”, bem como “há árvores que aceitam bem a poda e outras não”.

Para aquele amigo das árvores, é também importante lembrar que “a poda drástica (aquela que tira quase toda a copa da árvore) é proibida”.

Os homens mor-rem e as árvoresficam ainda na juventude…Outro aspecto importante a ter em conta pren-de-se com o tipo de árvore que se planta em meio urbano. “As pes-soas não têm consciência do tamanho que as árvores atingem. Os homens mor-rem e as árvores – muitas delas – ficam ainda na juventude”, referiu a este diário digital o presidente da

Caule. Salientando que “as árvores têm que ser escolhidas de forma a conviverem com o local onde são plantadas”, José Vasco de Campos – instado por o CBS a pronunciar-se sobre esta matéria –, também é muito crítico quanto à forma como câmaras

municipais e juntas de freguesia rea-lizam este tipo de operações.

“As pessoas não sabem o que andam a fazer”Servindo-se de um exemplo recen-temente ocorrido no adro da Igreja de Avô, aquele engenheiro técnico-florestal especificou que “alguns carvalhos americanos com mais de 30 e 40 anos” foram alvo de uma intervenção – desencadeada pela junta de freguesia local – “e que não há nenhuma razão aparente para se fazer aquele tipo de corte”. “São ár-vores que nunca mais recuperam dos cortes muito grandes que lhes foram feitos e esses cortes vão ser portas de entrada de fungos e mi-cro-organismos que vão debilitar as árvores”.”Aquilo não foi uma poda. Aquilo foi uma decepagem das ár-vores”, lamenta Vasco de Campos.

Convidado por este jornal a visitar as árvores cujas imagens documentam esta notícia, o presi-dente da Caule não demorou um minuto a fazer um comentário. “As pessoas não sabem o que andam a fazer. É a asneira do costume. Es-tas podas foram muito mal feitas, isto não é absolutamente nada e estragaram as árvores”, sentenciou Vasco Campos.

A M B I E N T E

Câmara Municipal não percebe “da poda”

Podas mal dadas provocam deformaçõesA Câmara de Oliveira do

Hospital anda a dar cabo

de árvores ornamentais

com podas mal executadas

e feitas por funcionários

que não terão formação

técnica para fazer este tipo

de trabalho. O resultado é

o que as imagens mostram.

“As pessoas não sabem o que andam a fazer...”, afirmou ao CBS um técnico florestal

PUB

HENRIQUE BARRETO

Deformação de uma árvore por causa de uma poda mal dada...

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5 de Agosto de 2008

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Um incêndio pro-vocado por um presumível curto-circuito na velha instalação eléctrica

de uma decrépita casa do Vale do Ferreiro, em Oliveira do Hospital, deixou sem abrigo duas pessoas – mãe e filha – que moravam na-quela habitação já sem o mínimo de condições, e que já este ano foi alvo de uma reportagem nas páginas do Correio da Beira Serra.

O incêndio ocorreu, dia 30 de Ju-lho, por volta das 8h30 da manhã, numa altura em que não se encon-trava ninguém em casa. O Correio da Beira Serra esteve no local e fa-lou com o neto de Maria de Lurdes Peres, que referiu a este jornal que a avó “quando chegou a casa e viu os bombeiros e as mangueiras, des-maiou” e teve que receber assistên-cia médica no centro de saúde de Oliveira do Hospital.

“Estamos nas mão do senhor presidente da Câmara. Vocês já fi-zeram aqui uma reportagem para o vosso jornal, mas nunca ninguém ligou a nada. Têm que nos arranjar uma casa porque esta não tem con-

dições e nem eu vou deixar que a minha avó volte a entrar mais nesta casa”, afirmou ao CBS Marco Peres (na imagem, à direita), que há pre-cisamente dois dias tinha arranjado um novo local para morar.

No interior da casa, o Correi da Beira Serra deparou-se com um ce-nário de extrema pobreza e, alguns dos haveres da família, estavam a ser retirados do local por uma equi-pa da Câmara Municipal de Olivei-

ra do Hospital (CMOH).Contactado por este jornal, o ad-

junto de comando dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital (BVOH), salientou que presume-se que o fogo, que deflagrou num quarto da rudimentar habitação, tenha tido origem “numa tomada eléctrica”.

Alertados para aquela ocorrência por um popular, Sousa salientou que “o incêndio foi rapidamente

extinto”, depois de os BVOH terem “arrombado a porta e partido os vi-dros das janelas”, uma vez que na-quele momento não havia ninguém dentro da casa.

Sublinhe-se que as condições de extrema precariedade em que vive esta família, já foram alvo de uma reportagem na edição impressa do Correio da Beira Serra, que apesar de várias tentativas não conseguiu entrar em contacto com a vereado-ra da CM responsável pelo pelouro da acção social, Elsa Correia, com vista a averiguar qual vai ser o des-tino dado as pessoas que acabam de ficar desalojadas.

O que o CBS sabe, de acordo com o que afirmou Marco Peres a este jornal, é que foi sugerido pe-los serviços sociais da Câmara que a avó, Maria de Lurdes Peres, 66 anos, fosse instalada num lar de idosos. “Nós não aceitamos essa solução, porque a minha avó ainda não está em idade de ir para um lar e trabalha todos os dias na agricul-tura”, disse ao CBS o jovem, que até há pouco tempo também habitava no na casa parcialmente destruída pelas chamas.

Colocando a avó em sua pópria casa – um local onde, segundo o próprio não existiam condições para habitarem duas pessoas –, Lur-des Peres foi entretanto acolhida por uma neta, que tem um aparta-mento alugado na cidade.

C I DA D E

HENRIQUE BARRETO

Um incêndio numa casa

que o Correio da Beira

Serra já tinha noticiado

que não tinha condi-

ções de habitabilidade,

colocou uma família de

Oliveira do Hospital em

situação difícil.

Situação de precariedade já tinha sido denunciada nas páginas do CBS

Não vou deixar que a minha avó volte a entrar mais nesta casa”

Incêndio em habitação precária coloca família em situação difícil

Alguns dos haveres da família Peres e a avó de Marco, que desmaiou ao ver os bombeiros

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5 de Agosto de 2008

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Humilde e de poucas fa-las, além da profissão de sapateiro, Miguel Cardo-so tem outras ocupações de carácter social, onde

se empenha com denodo; é homem soli-dário e isso basta para ser reconhecido e considerado como pessoa de bem.

No desporto, a sua colaboração vai para além dos patrocínios nas camisolas de treino dos atletas de alguns clubes: tem a sua própria equipa de futsal – é através da acção desportiva que publicita a sua empresa de reparações de calçado – e ainda reserva tempo para acompanhar de perto as escolas do Tourizense.

Curiosamente, o Miguel nunca pra-ticou qualquer tipo de desporto porque “…não tem jeito”, mas o hábito de ser prestável, sempre que é necessário, não é recente, como atesta o facto do Grupo Desportivo da Bobadela ter contado com a sua colaboração durante anos. Depois ingressou no departamento de formação do Futebol Clube de Oliveira do Hospi-tal, e em 2003 passou-se de “armas e ba-gagens” para o Tourizense, a convite do presidente Jorge Alexandre.

O futebol é o desporto predilecto do Miguel Cardoso e tem pelo Benfica uma verdadeira paixão, mas não se pense que o clube do seu coração lhe ocupa os tem-pos livres, porque as suas obrigações, assumidas de forma voluntária, estão em primeiro lugar:

– “Estou no Tourizense por gosto, nin-guém me obrigou a aceitar o cargo que

ocupo nas escolas de futebol, o meu de-ver é cumprir, e é isso que procuro fazer o melhor que posso e sei”.

A experiência de trabalhar com jovens atletas deixa marcas para a vida inteira, principalmente quando a actividade tem características específicas que vão para além dos aspectos lúdicos no progresso da aprendizagem de qualquer modalida-de, neste caso, o futebol.

As diferentes fases de desenvolvimen-to carecem de atenção técnica perma-nente, liderança responsável e compor-tamentos coerentes de quem dirige. O Tourizense, sabe-se, com maior ou me-nor dificuldade, tem conseguido manter níveis elevados nestas áreas, por isso o exemplo do Miguel Cardoso, enquanto

elemento de uma equipa não muito vasta mas qualitativamente acima da média, merece realce.

Há recordações que não se apagam, o Miguel prefere lembrar a que considera “fantástica”!

– “Nestes anos que levo de dirigente e delegado aos jogos nos clubes por onde passei, nunca fui expulso do banco nem sequer advertido por nenhum árbitro. Te-

nho boas recordações, sem dúvida, mas ter sido Campeão Regional de Juvenis na épo-ca 2006/7 é a melhor das lembranças”.

O Miguel, prazenteiro, recebe os amigos de várias condições sociais na oficina. Enquanto se ocupa com os afa-zeres da profissão, fica atento às conver-

sas, opina, e certamente por estes dias muito se tem dito sobre as equipas da 1ª Liga do campeonato português; entre aquisições e dispensas, já se imagina-ram soluções, delinearam estratégias, e nasceram sonhos de vitória. Do clube da terra, o F.C. de Oliveira do Hospital, por ora pouco se sabe, mas há outros – como o Nogueirense, que frequentemente en-tra na discussão – a merecerem honras

de especial atenção. A oficina do Miguel, em certa medi-

da e com as diferenças que se imaginam, assemelha-se aos pontos de encontro dos homens das várias culturas de um tempo recuado. Em Oliveira do Hospital há me-mórias da farmácia do doutor Fausto So-ares e do estabelecimento da firma “Júlio dos Santos e Companhia”, por exemplo, onde se discutia a República muito antes dela chegar…

A cidade reconhece a utilidade dos pequenos espaços comerciais pelos ser-viços que presta à comunidade, como colocar um simples salto num sapato de senhora ou limpar uma gravata num mo-mento de aperto, mas não valoriza a prá-tica da opinião saudável – não importa o tema – que, “sem hora certa”, acontece um pouco por aí, em liberdade, como na oficina do Miguel “sapateiro”.

O Miguel Cardoso nasceu e mora na Bobadela. Estudou em Oliveira do Hos-pital, foi carpinteiro de móveis, e apren-deu a profissão de sapateiro com o senhor Rogério, de Vila Nova de Oliveirinha. Al-gumas luzes do negócio levaram-no em 1999 a abrir a sua própria oficina.

Atletas das Escolinhas João Veloso, Nogueirense, Tourizense, e da secção de hóquei em patins do Oliveira do Hospital envergam, nos treinos, as camisolas que ostentam o nome da firma do Miguel: Re-parações “EXPRESS”.

Talvez tivesse gostado de praticar o desporto da sua eleição, mas a “falta de jeito…” levou-o a ficar do lado de fora

das linhas que limitam o recinto do jogo; como voluntário, de forma actuante e útil, ao serviço do Tourizense, encontrou uma forma diferente de estar no desporto.

Há, porém, ”um segredo” que o Mi-guel “sapateiro” deixou escapar a meio da conversa:

– “Bem, sempre pratico desporto quan-do jogo cartas, à “sueca”!

Carlos Alberto

Miguel

Cardoso

A oficina de sapateiro é ponto de encontro de amigos

e uma espécie de lugar de culto a um dos maiores clubes portugueses.

As vitrinas mostram memórias das “grandes vitórias” da equipa de futsal que defende as cores “EXPRESS”.

Na oficina, os sapatos gastos pelo cansaço de muitas passadas merecem meias solas, saltos e viras …

Uma forma diferente de estar no desporto

C U LT U RA

Page 16: CORREIO DA BEIRA SERRA – 05.08.2008

5 de Agosto de 2008

www.correiodabeiraserra.com16F R E G U E S I AS

“Obelix” / Gérard Depardieu: “…tanto ridículo, tanto melhor”

À distância de um ano das várias eleições que hão-de acontecer por cá, começo a deitar contas às cruzes que irei rabiscar nos boletins de voto, principalmente naquele que trará inscritos os nomes dos candidatos a administrar o “meu” concelho em nome do povo, de que faço parte. As Juntas e a Câmara do meu “sítio” bem me-recem lideres de uma só palavra, com pergami-nhos à lapela para que se saiba quem são e de onde vêm, mas…Imagine-se a responsabilidade do meu (e do vosso!) gesto no momento da escolha!Ainda mais distantes no tempo, os candidatos traçaram estratégias de vitória. É justo que o te-nham feito. Com actos e palavras, cada um usará as suas melhores armas – cuidado com os bume-rangues, que retornam à mão de quem “dispara!” – depois se saberá se foram suficientes…Por ora, nada consta nos bastidores dos partidos políticos sobre candidaturas femininas, o que é uma pena.Entretanto, diz-se à boca pequena, que um dos concorrentes é actor de teatro ”bufo”, o que me agradou sobremaneira, porque tenho imenso respeito por quem se assume no estilo, composto de trocadilhos, ironias e tudo o mais que possa constar do cardápio dos actos cénicos.A memória tem os seus dias para ser folheada e hoje não é um deles, daí que, por mais voltas que dê à “enciclopédia”, não recordo nomes de actores portugueses que tenham passado a políti-cos com algum sucesso, embora Nicolau Breyner tivesse andado perto de o conseguir em Serpa, onde nasceu. Lá por fora, da Cicciolina, eleita para o parlamento italiano em 1987, a Ronald Reagan, presidente dos EUA entre 1981 e 1989, há imensa gente que viajou da arte do entreteni-mento para a política O nome mais sonante em exercício é, sem dúvi-da, Arnold Schwarzenegger, que passou parte da sua existência como actor a distribuir “mimos”e pancada, mas também foi “saco de boxe” noutras ocasiões. Claro que não há qualquer semelhança entre o candidato/actor de teatro “bufo”e este ex – “mau-zão”, à excepção do “saco de boxe”!Numa alegoria com este desporto, gabo (ao candidato/actor) a coragem com que “encaixa”, amiudadas vezes, socos e “ganchos” da esquerda e da direita, sem queixumes mas com acrimó-nia., insiste em provocar, é satírico, arrogante e gosta de dizer “coisas”,Decididamente, não é o meu candidato.Bem, ainda estamos no campo do “eventualmen-te”, mas pelo sim pelo não, aqui fica a minha intenção de voto, à semelhança do “Obelix” / Gérard Depardieu numa passagem de um dos seus filmes.Um dia, este actor disse que adora o excesso nos filmes, como na vida. Adora a tragédia, adora a comédia, adora ir ao extremo ainda que seja ridículo, e se tanto ridículo, tanto melhor (…). É bonito saber que Depardieu assume a arte de representar nestes parâmetros, digamos…”filosóficos”. O candidato/actor de teatro “bufo” é fiel segui-dor da filosofia do “colega” francês, mas guarda segredo nas palavras…

C R O N I Q U E TA

Carlos Alberto (Vilaça)

O candidato

Por se afastar do padrão habi-tual da família portuguesa, a história de Maria Cecília e José Carlos Luís deixou de pertencer apenas à pacatez

da localidade de Chão Sobral, na fre-guesia de Aldeia das Dez, para passar a preencher páginas de jornal e até longos minutos do ecrã da televisão. Não são mi-lionários e nem sequer patentearam uma descoberta. Mas antes são pais de nove filhos que mantêm a estudar, embora ga-nhem pouco mais do que o salário míni-mo nacional.

Nunca pensaram andar nestas andan-ças e muito menos verem a foto de famí-lia – 11 no total – exposta nos jornais e a história narrada na televisão. “Nunca cá chamei ninguém. Não sei se é bom ou se é mau”, contou ao Correio da Beira Serra.com a mãe que com 47 anos de idade já deu à luz nove filhos.

Maria Cecília Luís compreende a curio-sidade dos que a contactam para tentarem perceber o que motivou o casal a ter tantos filhos, mas garante que “não há justifica-ção para nada”. “Sempre aceitei ter uma família grande e o meu marido nunca foi contrário a isso”, contou a este jornal, re-conhecendo que a família que constituiu com José Carlos não é muito habitual nos tempos que correm e muito menos na lo-calidade de Chão Sobral, que também não escapa incólume ao fenómeno da deserti-ficação. A rua onde moram é que é tudo menos deserta, já que os seus filhos asse-guram a alegria que faz falta em tantas ou-tras ruas da localidade e até de freguesias vizinhas.

A felicidade está-lhe estampada no rosto, da mesma forma que as marcas de uma vida dura de trabalho também não se conseguem esconder. Natural de Chão Sobral, Maria Cecília Luís segue também ela os rituais da vida da aldeia. O recurso à agricultura e ao esforço que a mesma

exige fazem parte do dia-a-dia, que tam-bém é reservado ao fabrico das facas com cabo de madeira. Cecília e José Carlos são os únicos funcionários da fábrica das facas que pertence a familiares. Também ali o trabalho é duro e exige muita perí-cia e responsabilidade. Não foi sempre a actividade de ambos, mas a “carestia” da vida e os gastos excessivos com desloca-ções para outros empregos acabava por não compensar. As facas são produzidas por ambos no interior de um espaço já marcado pelo passar dos anos que se si-tua a meia dúzia de passos da habitação do casal Luís.

Os ordenados – um pouco acima do valor do salário mínimo nacional, ga-rante Cecília – são esticados ao máximo. Quando chegam já têm destino e não dão grandes hipóteses para um ou ou-tro luxo, não fosse a família constituída por 11 pessoas, em que nove estudam e apenas dois trabalham. Mas como “com boa vontade chega para todos”, não há razões para dizer que a família passa por necessidades.

Ao invés de falar das fragilidades eco-nómicas, Maria Cecília prefere enaltecer a compreensão dos filhos e a vontade que todos manifestam em querer ajudar. Recorda, por exemplo que a Ana, a filha mais velha, se tornou independente des-de muito cedo. “Com 10 anos já falava como uma adulta”, referiu, sublinhando que ainda hoje é a filha mais velha que ajuda a orientar toda a vida familiar.

Actualmente, com excepção da mais nova, todos frequentam a escola e os três mais velhos já cursam uma licenciatura na Universidade de Coimbra. Valem-lhes as bolsas de estudos, porque Cecília e José Carlos não tinham como fazer face tantas despesas. “As bolsas são para eles sobreviverem, porque o que nós temos não dá para mais”, disse.

Diariamente, a casa de Chão Sobral é

habitada por seis filhos e pelo casal. Tam-bém por cá, os mais novos são beneficia-dos pelos subsídios escolares. “As pesso-as da terra dizem que os mais velhos já têm bom corpo para trabalhar, mas nós achamos que eles devem estudar e depois então é que devem seguir as suas vidas”, referiu Cecília. Confessa que não é fácil, mas garante que a receita para resolver todos os problemas passa por “uma boa dose de compreensão”.

“Devíamos ser 10 e não nove”Ana Luís, a mais velha dos irmãos que cur-sa Sociologia em Coimbra, dá de facto ares de grande maturidade. Destemida nas ex-pressões, a primogénita – 23 anos de idade – do casal Luís enche a boca para falar da família, ao mesmo tempo que se posiciona em defesa daquela que foi a opção dos pais de terem uma família numerosa. “Deví-amos ser 10 e não nove”, referiu a jovem, revelando-se desgostosa com “a ignorância das pessoas que não entendem a normali-dade desta família”. “Os meus pais não são burrinhos e nós somos todos saudáveis e inteligentes”, disse.

Pese embora o número de irmãos, Ana garante que nenhum é substituível, pelo que tentam estar sempre em contacto próximo, bem como com os pais. “É como se fossemos um. Somos tão unidos que quando há um problema, esse problema passa a ser de todos”, explicou, contando que no seu próprio caso tenta sempre dar o mais possível aos irmãos e aos pais.

Ana Luís confessa-se uma pessoa inde-pendente, embora muito dependente nos afectos, mas não deixa de sublinhar que na conquista da personalidade que hoje a caracteriza foi determinante o apoio do professor Fernando Brito, numa altu-ra em que estudou na Eptoliva. “Se hoje estou onde estou, foi porque o conheci a ele”, rematou.

Liliana Lopes

Em Chão Sobral, Aldeia das Dez

Casal fabrica facas e mantém nove filhos a estudar

Uma família “e pêras”...

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Opresidente da Câ-mara de Oliveira do Hospital foi despronunciado pelo Juiz do Tri-

bunal Judicial de Oliveira do Hos-pital na acusação em que lhe era imputada a prática de um crime de “difamação agravada”.

Este processo resultou de uma queixa-crime que o antigo verea-dor de César Oliveira, Fernando Brito, apresentou em tribunal contra Mário Alves, pelo facto de aquele autarca ter afirmado numa reunião do executivo camará-rio – realizada em Julho de 2006 – que a Eptoliva era “um ninho de víboras”.

A frase fez manchete no Cor-reio da Beira Serra e enquanto do-cente daquela escola profissional, Fernando Brito, entendeu que a polémica afirmação podia ser-lhe dirigida e decidiu pedir explica-ções ao autarca do PSD. Numa carta enviada ao chefe do execu-

tivo, Brito sustenta que “enten-dia” a afirmação de Alves como “vexatória e difamatória para a sua pessoa enquanto docente de uma escola que ajudou a criar”. E para esclarecer dúvidas antes de recorrer aos tribunais, o conheci-do advogado oliveirense deixou ainda uma advertência na carta: ”O senhor vai ter que explicar se tal é dirigido também a mim ou a mim, ou não e porquê”.

Numa outra reunião camará-ria, Alves deu conta da carta que tinha recebido, mas informou de imediato que, apesar de ter sido instado a fazê-lo com determi-nado prazo, não tencionava dar resposta.

Perante a ausência de qualquer

esclarecimento, Brito apresenta uma queixa no Ministério Público (MP), que acaba por deduzir acu-sação pública contra Mário Alves. “…o arguido sabia que ao proferir as supras aludidas expressões pe-rante o executivo camarário ofen-dia a honra e consideração pesso-al e profissional de todos os que ali trabalhavam, designadamente dos docentes e do assistente”, sustenta o MP, que alegando que o arguido “tinha ainda perfeito conhecimento que a sua conduta era punida criminalmente”, de-cide acusar o autarca oliveirense pela prática de um “crime de di-famação agravado”.

Para evitar o julgamento, Al-ves optou pelo silêncio e resolveu

abrir a instrução do processo.Depois de ouvidas as princi-

pais testemunhas arroladas por Fernando Brito – os vereadores socialistas Maria José Freixinho e José Francisco Rolo –, o Juiz en-tendeu que “nenhuma destas tes-temunhas que estiveram na reu-nião e presenciaram a afirmação proferida pelo arguido relacionam o aqui assistente, ou qualquer ou-tro docente da escola, com a dis-cussão que na ocasião ocorria na sessão camarária”, sublinhando ainda que “ambas as testemunhas são coincidentes ao referirem que o arguido (Mário Alves) falava sobre o comportamento das pes-soas que ocupavam os lugares de nomeação política na direcção da escola”, que na altura era dirigida por Jaime Martinho.

Argumentando ainda que “não existem indícios suficientes de que a intencionalidade com que o arguido proferiu as expressões em causa extravasasse da classe directiva da escola por forma a abranger qualquer outra classe de funcionários da mesma, docen-tes ou não docentes”, o Juiz do Tribunal Judicial de Oliveira do Hospital optou assim por despro-nunciar Mário Alves.

Contactado pelo Correio da Beira Serra, Fernando Brito afir-mou que não vai recorrer da deci-são. “Não estranho nem a posição assumida pelo Presidente da Câ-mara ao longo do processo, como também não estranho nada a de-cisão do juiz, que é um juiz sere-no e muito competente, embora esteja pessoalmente convicto de que, tendo em conta o passado de outras expressões, não foi esse o sentido inicial do Sr. Mário Al-ves, pois este em fase de inquérito

judicial não quis prestar declara-ções e só a acusação pública do Ministério Público o levou a me-ter travão na língua e a uma re-tracção de conduta”, sublinhou o docente da Eptoliva.

Mas Brito foi mais longe, ao referir que “que já não basta a in-competência de gestão municipal que se verifica, mais uma vez foi necessário que o actual Presiden-te da Câmara tivesse que explicar em Tribunal a sua linguagem, quando o podia ter feito sem tem-po perdido no lugar que ocupa e conforme lhe tinha sido solicita-do”.

Com alguma dose de ironia – e numa alusão clara à nomeação de Telma e Jaime Martinho para a direcção da escola –, o antigo nú-mero dois de César Oliveira, que deixou de exercer qualquer acti-vidade política desde 1993, alega ainda que “ao contrário do que se possa pensar, todos os docentes, alunos e funcionários acompa-nharam este processo com muita atenção e sentem-se minimamen-te satisfeitos por saber que afinal se concluiu que o Presidente da Câmara não se dirigia a eles, mas antes aos próprios dirigentes da sua confiança que ele próprio di-recta e indirectamente tem nome-ado e aceita”.

Com um discurso verdadeira-mente corrosivo, Brito salientou ainda que “na história municipal nunca ocorreu que um presidente da Câmara tenha que andar tantas vezes no tribunal a explicar o sen-tido das suas palavras e expres-sões”. “Espero que tal como com outras decisões ocorridas sobre os excessos verbais e comporta-mentos esta também tenha con-tribuído para a formação pessoal do presidente da Câmara, senhor Mário Alves…”para estes lugares tem de haver perfil próprio e ade-quado e não um qualquer”, subli-nha aquele advogado.

Sublinhe-se que todo este pro-cesso remonta a 2006, ano em que Jaime Martinho é afastado, de for-ma polémica, do lugar de direc-tor executivo da Eptoliva – uma escola profissional anteriormente dirigida pela esposa, Telma Mar-tinho, e que hoje integra a Co-missão Política de Secção do PSD de Oliveira do Hospital. Após a demissão de Martinho, o vice-presidente da Câmara Municipal, Paulo Rocha, passou a acumular o cargo de Presidente da Adeptoliva – a entidade proprietária da Esco-la – com o de Director Executivo da Eptoliva.

As tentativas feitas por este jornal no sentido de instar Mário Alves a pronunciar-se sobre o pro-cesso, revelaram-se infrutíferas.

Brito em reacção ao despronunciamento de Mário Alves no processo “ninho de víboras”

“Só a acusação do Ministério Público o levou a meter travão na língua”O presidente da Câmara

foi despronunciado pelo

Juiz do Tribunal Judi-

cial de Oliveira do Hos-

pital na acusação em

que lhe era imputada a

prática de um crime de

“difamação agravada”.

Brito não vai recorrer

da sentença, mas reage.

HENRIQUE BARRETO

J U S T I Ç A

R U R A L I DA D E S Foto de JOÃO SARGOjoaosargophotos.com.sapo.pt

Necessidades...

Chegou ao fim uma das contendas “judiciais” entre Fernando Brito e Mário Alves...

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IMOBILIÁRIO

P U B L I C I DA D E

IMOBILIÁRIA

NOTARIADO PORTUGUÊSCARTÓRIO NOTARIAL DE OLIVEIRA DO HOSPITAL

CERTIFICO, para fins de publicação, que no dia 29 de Julho de 2008, no livro de notas para escrituras diversas número dezanove, deste Cartó-rio, a folhas cinco e seguintes, foi lavrada uma escritura de justificação na qual MARIA FELISMINA COSTA e marido, ANTÓNIO PEREIRA DA SILVA ASSIS, casados no regime da comunhão geral, naturais da freguesia de Lagares, concelho de Oliveira do Hospital, onde residem na Rua da Escola, n.º 14, NIF 173.993.826 e 131.062.115, respectivamente, declararam ser, com exclusão de outrem, donos e legítimos possuidores, do seguinte prédio:

URBANO, sito na Rua da Escola, n.º 14, freguesia de Lagares, concelho de Oliveira do Hospital, composto por casa de habitação de três andares e logradouro, com a área total de quatrocentos e dez metros quadrados, sendo a superfície coberta de duzentos e dezassete metros quadrados e a descoberta de cento e noventa e três metros quadrados, a confrontar do norte e poente com Ana de Jesus Campos Assis, sul com Rua da Escola e nas-cente com Paulo Jorge Ferreira, inscrito na matriz, em nome do justificante marido, sob o artigo 1346, com o valor patrimonial tributário de quarenta e quatro mil e oitenta euros, igual ao atribuído, omisso na Conservatória do Registo Predial Oliveira do Hospital.

Que o citado prédio veio à sua posse por compra verbal, feita por volta do ano de mil novecentos e setenta, a Escolástica Rita Monteiro, viúva, residente que foi no lugar e freguesia de Lagares, deste concelho, tendo entrado de imediato na posse do mesmo, sem que, todavia, desse facto, tenham ficado a dispor de título válido para o seu registo.

A verdade, porém, é que a partir daquela data possuem, assim, aquele prédio, em nome próprio, há mais de vinte anos, passando a usufruí-lo sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu início, habitando-o, fazendo nele obras de conservação, retirando dele todas as utilidades possíveis, pagando as respectivas contribuições e impostos – posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento da generalidade das pessoas da indicada freguesia, lugares e freguesias vizinhas – traduzida pois em actos materiais de fruição, sendo por isso uma posse pacífica, porque adquirida sem violência, contínua, porque sem interrupção desde o seu início, pública, porque do conhecimento da generalidade das pessoas e de boa-fé, porque ignorando no momento do apossamento lesar direito de outrem – pelo que verificados os elementos integradores – o decurso do tempo e uma especial situação jurídica – posse – adquiriram o referido prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, documento que lhes permita fazer prova do seu direito de propriedade perfeita pelos meios ultrajudicias normais.

Está conforme.

Cartório Notarial de Oliveira do Hospital, 29 de Julho de 2008. A Notária,

Inês Barreto Amaral Correio da Beira Serra, 5 de Agosto de 2008

VENDA JUDICIAL – PROC. 107/06.0TBOHPSecção Única do Tribunal Judicial de Oliveira do Hospital

António Filipe de Azevedo Andrade Porto, com domicílio profissional na Rua da Sofia, n.º97- 4.º, 3000-390, em Coimbra, na quali-dade de Administrador da Insolvência da empresa “INFINITUM - Indústria de Confecções, Lda.”, CF 503404004, declarada insolvente no Processo n.º 107/06.0TBOHP, que corre termos na Secção Única do Tribunal Judicial de Oliveira do Hospital, vem por este meio, e com o con

PRÉDIO RÚSTICO – sito em Chão das Pereiras, freguesia da Lageosa, composto por: Terra de cultura com 50 oliveiras, 200 videi-ras, 8 fruteiras, pinhal, carvalhal, vinha, 2 nogueiras, e terreno com 7 castanheiros e mato – 21.050 m2 - Norte herdeiros de António Este-ves Tavares (Angelina das Dores Dinis; Maria Fernanda Dinis Tavares; Ilda Esteves Dinis Tavares Prata; Amadeu Esteves Dinis Tavares); Nascente barroca, Sul Manuel António Nunes Dinis, Poente estrada; .Artigo Matricial 598: Valor patrimonial para IMT: 9.174,56€ (Nove mil, cento e setenta e quatro euros e cinquenta e seis cêntimos) descrito na Conservatória do Registo Predial de Oliveira do Hospital sob o n.º 00125/110288, da freguesia da Lageosa.

O valor base do imóvel é de 87.289,63 € (oitenta e sete mil duzentos e oitenta e nove euros e sessenta e três cêntimos) sendo aceites propostas iguais ou superiores 50.000,00 € (cinquenta mil cento euros).

Encontra-se designado o dia 17 de Setembro de 2008, pelas 14h, no Tribunal Judicial de Oliveira do Hospital, para abertura das propostas.

As propostas devem ser formuladas por escrito, assinadas, e remetidas por correio ou entregues em mão na Secretaria Judicial do Tribunal de Oliveira do Hospital, sito no Largo Cabral Metelo, 3440-062 Oliveira do Hospital, em envelope fechado em cujo verso conste “Proposta Proc. 107/06.0 TBHOP, venda 17.09.2008” . Dentro do envelope deverá constar o valor oferecido, cópia do BI e do N.º de contri-buinte do proponente, bem como, como caução, um cheque visado à ordem da Massa Insolvente de Infinitum – Industria de Confecções, L.da, correspondente a 20% do valor base do bem, ou seja 17.457,92 €.

Para visita do prédio rústico em questão, deverá ser contactado o administrador de insolvência, indicando-se o telefone 239832057. Oliveira do Hospital, 15 de Julho de 2008

O Administrador de Insolvência, António Filipe de Azevedo Andrade Porto

Correio da Beira Serra, 5 de Agosto de 2008

CARTÓRIOS

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Albino da FonsecaFilho de gente pobre foi ele também pobre e humilde, mas honesto. Foi respeitado por todos os

oliveirenses tanto pelos pobres como ele, como pelos ricos. Começou a trabalhar com 10 anos fora de casa, guardando ovelhas e tratou de vacas até aos 12 anos. Veio para casa e continuou a trabalhar com o seu pai fazendo minas de água, indo a pé para as lagoas de Santa Luzia e regressando novamente a pé. Também trabalhou na poda das videiras no Alentejo ainda muito jovem.

Fez o serviço militar, regressou à terra e começou a trabalhar na camioneta que fazia o transporte público para Santa Comba, como cobrador. Começou a dedicar-se ao amanho da terra, tornando-se mais tarde encarregado de pessoal na casa do senhor Cabral Metello, o actual museu. Foi bombeiro voluntário muito novo e pelo seu empenho e dedicação chegou a chefe e deu instrução em muitas escolas que se seguiram inclusive uma na Guarda no ano de 1975. Foi Cabo de ordens, trabalhou na Casa do Povo durante 10 anos, como tesoureiro, sem ganhar dinheiro, mas ganhou respeito e admira-ção que, naquele tempo, valia mais do que dinheiro. Vendeu comida nas feiras e festas do concelho, confeccionada pela sua mulher, carregando os seus pertences com uma burra e carroça e, por último, dedicou-se só a trabalhar na terra e criando vacas produtoras de leite.

Viu o seu primeiro filho partir para a guerra de Angola com o coração a sangrar sem saber se o voltava a ver com vida, mas com um sorriso no rosto. Criou sete filhos com muita dificuldade, mas com rigor, respeito e amor. Foi ainda feitor do senhor Crasto Pina tendo à sua responsabilidade várias quintas e pinhais.

Foi reconhecido pelo senhor presidente da Câmara, professor Mário Alves, que mandou pôr uma rua com o seu nome, a praceta chefe Albino da Fonseca.

Morreu aos 80 anos a 22 de Outubro no Hospital da Universidade de Coimbra. Teve uma vida repleta de amigos e muito amor dos seus filhos, noras, genros e dos seus 12 netos. Contou com a admiração dos colegas bombeiros que lhe prestaram reconhecida homenagem e chegou a adjunto de comando.

Até sempre pai e amigo.

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www.correiodabeiraserra.com 19 C U LT U RA | AG E N DA

CINEMA

Oliveira do Hospital(Casa da Cultura César de Oliveira)

SEM CINEMA DURANTE O MÊS DE AGOSTO

ESPECTÁCULOS

Seia(Casa Municipal da Cultura)

8, 9 e 10> 21h30

UM BELO PAR... DE PATINSRealizador: Nick StollerIntérpretes: Jason Segel, Kristen Bell, Russell Brand, Mila Kunis, Paul RuddComédia | 112 min. | M/ 12 Anos

15, 16 e 17> 21h30

OS REIS DA RUARealizador: David AyerIntérpretes: Keanu Reeves, Forest Whitaker, Chis Evans, Hugh LaurieThriller | 109 min. | M/ 12 Anos

22, 23 e 24> 21:30 Horas

O INCRIVEL HULKRealizador: Louis LeterrierIntérpretes: Edward Norton, Liv Tyler, Tim Roth, William Hurt, Robert Downey Jr.; Acção/ Fantasia | M/ 12 Anos

29, 30 e 31> 21:30 Horas

LOUCURAS EM LAS VEGASRealizador: Tom VaughanIntérpretes: Cameron Diaz, Asthon Kutcher, Queen Latifah, Lake BellComédia | 99 min. | M/ 12 Anos

Oliveira do Hospital(Parque do Mandanelho)

Oliveira do Hospital convida à festaEntrada Livre

8 de Agosto>22h00

As Nossas ColectividadesENCONTRO DE FOLCLORE• Rancho Folclórico da Associação Cultural da Freguesia de Seixo da Beira• Rancho Folclórico da Associação Progressiva de Santo António do Alva• Rancho Folclórico Sampaense• Rancho Folclórico Camponesas do Alva – Avô

23 de Agosto> 22h00

As Nossas ColectividadesENCONTRO DE TUNAS• Tuna Recreativa Penalvense• Tunas e Cantares do Alva de Stº Antº do Alva• Grupo de Cantares de Nogueira do Cravo • Tuna da Associação dos Amigos de Meruge

Org: Câmara Municipal de Oliveira do Hospital

Gouveia (Festas do Senhor do Calvário)Frente aos Paços do Município

8 de Agosto > 23h00

CLÃ

9 de Agosto > 21h30

XXXIII Festival Internacional de Folclore de Gouveia

10 de Agosto > 23h00Concerto

MARIZA

11 de Agosto> 22h00Concerto

HERMAN JOSÉ

Avô (Animação das Praias Fluviais)

17 de Agosto> 17h30

Rancho Folclórico e Grupo de Con-certinas da Associação Cultural da Freguesia de Seixo da Beira

Tuna e Cantares do Alva Stº. António Alva

Fogo Artifício

Santo António do Alva(Animação das Praias Fluviais)

10 de Agosto> 17h30

Tuna e Cantares do Alva de Stº António do Alva

Grupo de CantaresNogueira do Cravo

Filarmónica Ervedal da Beira

Fogo de Artifício

Alvôco de Várzeas(Animação das Praias Fluviais)

24 de Agosto> 17h30

Rancho Folclórico Camponesas do Alva – Avô

Tuna e Cantares do Alva de Stº António do Alva

Grupo de Cantares Tradicionais Cotovias do Alvôco

Fogo de Artifício

MARIA DO CÉU FREIREPSICÓLOGO | ASTRÓLOGA | CARTOMANCIA

Se acredita em DeusComprove você mesmo!

Contactos: 960 193 419 (Seia) • 931 134 208 (Lisboa)

EXPOSIÇÕES

Fiais da Beira(Restaurante Vale dos Amores)

Exposição de Fotografia

CANTOS ENANTOSde Herman Mertens

Oliveira do Hospital(Livraria Apolo)

Até 22 de AgostoExposição de Fotografia

SE HOUVESSE MÚSICA NESTA IMAGEM...de Luís Pepe

S. Pedro do Sul(Andanças 2008)

13ª edição do festival internacional de danças populares

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OSampaense já deci-diu o seu futuro e, depois de ter visto aceite a candidatura apresentada à Fede-

ração Portuguesa de Basquetebol, vai disputar o próximo campeonato na Proliga.

Esta informação, foi avançada no site oficial de Internet do clube, que dá ainda conta dos novos reforços do clube de S. Paio de Gramaços.

Depois das contratações de Jorge Sing (ex FC Porto), Feliciano Cama-cho (ex Queluz) e Pedro Pinho (ex Sangalhos), o Sampaense firmou en-tretanto contrato com Hélder Carva-lho, um poste de 24 anos com 2,02 metros de altura, que jogava no An-gra Basket.

1. Como prometi na última edição, hoje, fa-rei uma análise a outros grandes jogadores do nosso concelho que entretanto já mencionei. Além desses falarei de dois irmãos que são naturais de Touriz, mas que a mãe é natural de Fiais da Beira e são netos do meu amigo Eli-siário.

Vamos a eles.2. Pedro Fontes - Um portento de genica,

garra e muito futebol. Marca muitos golos e pena foi que quando assinou pela Académica não se tivesse conseguido afirmar. Deixou este ano o clube do seu coração, o “Tourizense”, e joga no Pampilhosa. Acredito que ainda jogará numa divisão superior.

3. André Fontes tem feito esta pré-época com a Académica e ainda não sabe onde vai jogar. Um virtuoso com uma técnica invulgar, demonstrando um sentido táctico muito inteli-gente. Grande promessa do nosso futebol.

4. João Pedro - Pena que uma lesão num jo-elho não o deixasse ir mais longe, pois era um jogador como uma técnica evoluída e com uma capacidade de luta invulgar. Pequeno na esta-tura, mas com um poder de impulsão notável que fazia com que ganhasse a batalha do meio campo.

Quando olho para o futebol do João Mouti-nho lembro-me sempre do João Pedro.

5. Julinho - O melhor jogador que tive no futebol juvenil. Uma cultura táctica muito evo-luída para a época, fazia dele a maior promessa dos jovens que eu treinei. Nas bolas paradas era exímio, fazendo muitos golos de canto di-recto e nos livres.

Líder da equipa e com bom coração, faltou-lhe sorte e qualquer coisa mais para ter ido mui-to mais longe. Nunca me esqueço das palavras do Inácio, quando treinava o Rio Ave que me disse: “tenho que levar este miúdo para outro futebol”. Afinal não o levou e Julinho perdeu-se para esse futebol.

6. Telmo - Excelente como central. Era um falso lento com uma leitura de jogo enorme. Era daqueles jogadores que um treinador recorda sempre como grande, também como homem.

7. Zito - Um guarda-redes com uma elas-ticidade espectacular e com épocas enormes. Nunca o treinei mas sei que gostava de traba-lhar muito e tenho grande admiração pelo tra-jecto que tem tido como guarda-redes.

8. Carvalho - Foi meu guarda-redes e de-monstrou sempre uma enorme classe. Realizou exibições soberbas e demonstrava sempre uma humildade impressionante. Preferiu os estu-dos a uma carreira de jogador.

9. Fernando Pedro - Foi meu jogadore no Desporto Escolar quando tinha uns doze ani-tos. O Fernando tinha muita força e um pon-tapé soberbo. Parecido na forma de jogar com o Petit (Ex- Benfica e actualmente no Colónia). Conheci o Petit no Esposende e garanto que não jogava mais que o Fernando Pedro. Ainda tem muito tempo para atingir outras metas competitivas.

10. Pedro André - Um jogador mais cere-bral com uma técnica invulgar. Disse-lhe mui-tas vezes que ele jogava mais depressa na 1ª Divisão do que jogava no Distrital. Sem dúvida que a sua forma de estar, também o valoriza como jogador.

Fora de

Jogo

O P I N I Ã O

José Carlos

D E S P O RT O

A iniciativa foi um êxito

II “Downtown Nocturno Cidade D´Oliveira” junta milhares de pessoas

Milhares de pesso-as assistiram na noite de sábado, dia 26 de Julho, ao grande espec-

táculo proporcionado pelo “II Down-town Nocturno Cidade D´Oliveira”.

A iniciativa, inserida no programa da 4ª semana da Juventude, foi orga-nizada conjuntamente pela Câmara municipal e por o Clube Seita de Oliveira do Hospital e contou com a participação de 83 pilotos.

Com o local de partida instalado no largo Ribeiro do Amaral, os con-correntes tiveram que vencer os mais

variados obstáculos num percurso com vários “saltos” e muitas escadarias pela frente.

A prova, cuja meta estava instalada a es-cassos metros da rotunda do Cavaleiro e que contou com a realização de duas mangas, teve como vencedor o piloto Emanuel Perei-ra Pombo, na classe Elite, da equipa Team Li-berty/Run Bike/ BTT CC, com um tempo de 1:09.179 m.

Os segundo e terceiro lugares da geral, fo-ram ocupados, respectivamente, por Hélder Padilha e Fernando Rosado.

Significativa, foi também a presença de 26 concorrentes locais, que mostraram bastante habilidade neste tipo de modalidade.

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IMOBILIÁRIA

Basquetebol

Sampaense fica na Proliga

Os cinco novos reforços do Sampaense

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O1º Grande Prémio de Pesca Despor-tiva de Oliveira do Hospital, que teve lugar no pas-

sado Domingo, dia 3, juntou mais de uma centena de concorrentes na margem esquerda do rio Alva, em Penalva de Alva e Caldas de S. Paulo. O evento, organizado pelo Clube Caça e Pesca de O.H., contou com a colaboração do Inatel, Junta de Freguesia e Câmara Municipal.

Segundo Luís Pedro Alcântara, mentor da iniciativa e elemento do Caça e Pesca, a intenção era juntar neste convívio pescadores de vá-rios pontos do País, o que foi am-plamente conseguido.

-“Da parte da Câmara Munici-pal houve bastante abertura para que este encontro tivesse lugar na região; mais do que um concurso de pesca, foi importante a vinda das pessoas que gostam do contac-to com a Natureza e deste tipo de desporto”.

Na opinião do Pedro Alcânta-ra, “…é de lamentar que na nossa zona, cruzada por vários rios, não exista uma pista de pesca; sendo Penalva um lugar privilegiado, com as melhores condições para o efeito, a aposta, da nossa parte, não podia ser outra”.

Os concorrentes, que represen-tavam os clubes da especialidade, em grupos de quatro elementos fo-ram distribuídos por quatro zonas e disputaram duas provas, uma co-lectiva e outra individual.

-“ Toda a gente pesca, mas um bom pescador diferencia-se dos ou-tros quando é capaz de “ler “ o leito do rio de forma astuta, e perceber as correntes para assim apresentar

o isco ao tipo de peixe que se quer pescar. Um bom pescador não mata, não é um assassino, captura e de-volve ao rio; respeita os tamanhos das espécies quando guarda para si um ou outro exemplar, de outro modo o peixe começa a escassear, como já acontece, e algumas espé-cies deixam mesmo de existir. Nos concursos o peixe apanhado fica nas “mangas” dentro de água, no

final é pesado, e depois devolvido ao seu meio ambiente”.

O isco vivo utilizado neste do-mingo não era do “agrado “ dos pei-xes do rio Alva, ou então, como a fauna não é o que era noutros tem-pos, como refere Pedro Alcântara, os resultados estiveram longe do que se esperava.

Como “capitão” do Caça e Pesca, confessa-se satisfeito com a partici-pação dos concorrentes, sobretudo dos que vieram de longe, “…até de Guimarães!”, e espera por melho-res pescarias, para si e para o Clube durante a campanha na 1º divisão da especialidade, onde está inte-grado.

Daniel Correia, secretário da Di-recção do Caça e Pesca, foi o cicero-ne do Correio da Beira Serra numa manhã de intenso movimento as-sociativo; através dele chegámos à fala com José Calado, da equipa VEGA, campeão nacional de clubes e vice campeão mundial, também de clubes – honrosa classificação alcançada em Junho passado, em França. Calado valoriza estes en-contros pelo “ excelente convívio, sem a preocupação dos resulta-dos finais; a grande competição é durante os campeonatos, e não aqui…”.

Estudante do 2º ano do curso

de Engenharia Civil na ESTGOH, Carlos Figueiredo veio de Mortá-gua para representar uma equipa local. Considera-se encantado com as condições adjacentes ao rio, mas lamenta: “…há pouco peixe e o que se apanha é miúdo…”.

Para a história deste 1º Grande Prémio, ficam os nomes dos pre-miados:

No sector A, o vencedor foi José

Mendes do clube “VEGA” com 310 gramas de pescado; no B, Vítor Pais, dos “Ladrilhos Ferreira”, com 420 gramas; no C, Luís Almeida, do “VEGA”, com 500 gramas; no D. João Vale, do “Bordalo”, com 650 gramas. Por equipas, as cinco pri-meiros classificadas:

1º,”CELPESCA”, 2º, “Ladrilhos Ferreira”, 3º “VEGA, 4º “C. Poia-res”, 5º “Bordalo”.

D E S P O RT O

“…Há pouco peixe e o que se apanha é miúdo…”, disse um dos pescadores.

CARLOS ALBERTO

Em Penalva de Alva

1.º Grande Prémio de Pesca Desportiva reuniu mais de cem participantes

José Calado, campeão nacional e vice-campeão mundial de clubes Carlos Figueiredo, estudante da ESTGOH e pescador nas horas livres

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5 de Agosto de 2008

www.correiodabeiraserra.com22R E V I S TA D E I M P R E N SA

Tábua

II Festival da Juventude da Tábua XXIA Tábua XXI – Associação Juvenil vai

organizar dois dias de festa, entre 29 e 30 de Agosto.

O II Festival da Juventude da Tábua XXI, pretende trazer até Tábua animação e divertimento para todos, mas em espe-cial para os jovens.

O programa é bastante variado e co-meça na Sexta-feira dia 29 de Agosto pe-las 17 horas, com a abertura da Zona 21. Neste espaço vai estar disponível o touro mecânico, uma parede de escalada e ou-tro insuflável direccionado para os mais novos.

Nesta noite, vão subir ao palco os On da Rocks. A banda de Rock e Pop de Vi-seu vai actuar antes do DJ exPullse e do DJ Child n´Out.

No sábado, a Zona 21 vai estar com bastantes actividades. O touro mecânico vai continuar a testar os mais destemidos, tal como a parede de escalada e o bugs bunny.

Para as 19h30 está marcada uma Ses-

são de aeróbica, aberta a todos os prati-cantes de desporto.

Ainda na parte da tarde, vão estar dis-poníveis dois workshop´s, um de bateria com o Prof. Marito Marques e um de gui-tarra com Nuno Mouronho.

A noite de Sábado, os Ponto e Virgula da Lousã vão actuar antes do Tribal Fee-ling Project. Um projecto em que o bate-rista Marito acompanha o DJ exPullse.

Para acabar a noite sobe ao palco o DJ Child n´Out.

São dois dias de festa, com música, ac-tividades radicais e desportivas totalmen-te livres e gratuitas que a Tábua XXI quer levar até aos jovens de Tábua.

O Festival da Juventude vai ter lugar no Jardim Sarah Beirão, e conta com o apoio do Instituto Português da Juventude, Câ-mara Municipal de Tábua, Junta de Fre-guesia de Tábua e Ginásio Tábua Activa.

Para mais informações e inscrições nas actividades visitar o site www.festivalda-juventude.pt.to .

Seia

Hospital vai estar sem internamentos e cirurgias durante três meses

As obras de requalificação do novo Hos-pital de Seia vão obrigar ao encerramento dos serviços de internamento e cirurgia de Outubro a Dezembro. Durante este perío-do os doentes serão encaminhados, prefe-rencialmente, para os hospitais da Guarda e de Viseu.

Como a construção do novo edifício do Hospital Nossa Senhora da Assunção de Seia vai, em breve, entrar na sua última fase, o Conselho de Administração (CA) já está a programar a transferência dos servi-ços e o seu funcionamento até à conclusão das obras. Assim, por «razões de seguran-ça» e considerando o «planeamento das obras» apresentado pela empresa constru-tora, o CA deliberou, no passado dia 18 de Julho, proceder ao encerramento dos serviços de internamento de Medicina In-terna e de Cirurgia enquanto decorrerem as obras de demolição do velho edifício, construído em 1930, e os arranjos exterio-res do novo edifício em construção, ex-plicou Eduardo Silva, Presidente do Con-selho de Administração da unidade de saúde, que adiantou ainda que a decisão foi tomada após o anúncio do empreiteiro de que, nessa fase, «não se responsabiliza por qualquer problema que ocorra, quer com doentes quer também com visitas».

O fecho do internamento deverá ocorrer umas semanas antes do início da demoli-ção, isto para que a direcção do Hospital não corra o risco, por exemplo, de chegar a 1 de Outubro e ter as camas todas ocupa-das, o que certamente obrigaria o Hospital a alugar todas as ambulâncias então dis-poníveis para transportar os doentes para outros hospitais.

O bloco operatório também não vai poder funcionar durante esses três me-ses, igualmente por razões de segurança, «devido a trepidações e ao pó, que poderia provocar infecções», frisou o administra-dor hospitalar, que aponta também como condicionante para a decisão o facto de a alimentação da energia ao novo edifício ser feita pelo contador da obra, uma vez que o novo posto de transformação «ain-da está em fase de aprovação». «É muito movimento e não vamos arriscar a ter elevadores a funcionar e a decorrer uma intervenção cirúrgica e haver um corte de energia», esclareceu.

In Porta da Estrela

Coimbra

Regeneração urbana da zona históricada cidade recebe financiamento no âmbito do QREN

A Câmara Municipal de Coimbra vai receber perto de sete milhões de euros de apoios comunitários, com vista à rege-neração urbana do centro histórico, num projecto avaliado em cerca de 10 milhões de euros.

O contrato de financiamento da candi-datura aprovada no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), através do Programa Operacional Regional do Centro, foi assinado, dia 23 de Julho, pelo presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Carlos Encarnação, numa ce-rimónia realizada em S. Pedro de Moel, concelho da Marinha Grande, que contou com a presença do ministro do Ambiente.

Cerca de 39 milhões de euros é o mon-tante que será investido na regeneração urbana pelos municípios de Leiria, Coim-bra, Fundão e Viseu, que contam com os apoios comunitários na ordem dos 27 mi-lhões de euros.

Os projectos apresentados pelos quatro municípios apresentam montantes de in-vestimento semelhantes, mas é o projecto

de Coimbra “Cidade Univer(sc)idade, Re-generar e Revitalizar o Centro Histórico” que merece mais apoio comunitário.

Além das verbas para a regeneração ur-bana, foram também assinados contratos para intervenções no Litoral Centro, num investimento de 3,5 milhões de euros, que será comparticipado em cerca de 2,3 mi-lhões de euros.

Estes investimentos serão aplicados em requalificações nas praias de Paredes da Vitória (Alcobaça), Salir do Porto (Caldas da Rainha), Osso da Baleia (Pombal), Pe-drógão (Leiria), S. Pedro de Moel (Marinha Grande), além de intervenções na Ribeira da Estacada, em Santa Cruz, e em estrutu-ras de educação ambiental na Torreira.

A par das intervenções dos municípios nos centros históricos, o ministro do Am-biente disse que o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana está a negociar uma linha de crédito de 200 milhões de euros destinada a privados interessados em re-cuperar os seus imóveis.

In Diário de Coimbra

Carregal do Sal

Paulo Campos critica dois últimos governos do PSD

O secretário de estado das Obras Públi-cas, presidiu, ontem, à cerimónia de assi-natura do contrato de construção da Estra-da Regional 230 - Tondela/Carregal do Sal, orçada em 9,6 milhões de euros.

Esta nova estrada, que tem prazo de execução até Outubro de 2009, vai reduzir o percurso entre Carregal do Sal e Tonde-la, de 30 para 11 quilómetros.

Na cerimónia, que decorreu no salão nobre da Câmara de Carregal do Sal, o autarca anfitrião, começou por agradecer a concretização desta obra. “É o culminar de uma luta de há cem anos”, frisou Atílio Nunes.

O autarca carregalense pediu ainda ao membro do governo que seja feita a requa-lificação da ponte sobre o rio Mondego, na EN230, via que liga Oliveira do Hospital a Carregal do Sal.

Por seu lado, o presidente da Câmara de Tondela, que também esteve presente na cerimónia, sublinhou que “este é um dia fantástico para os dois concelho e ain-da para o concelho de Santa Comba Dão, uma vez que a estrada também passa nes-te concelho”.

Lembrou a “luta intensa” que foi feita ao longo de muitos anos. “Já não acreditá-vamos que esta obra fosse adjudicada tão rapidamente”, disse Carlos Marta.

Aproveitou para “pedir desculpas ao senhor secretário de estado, Paulo Cam-pos, pelo facto de não me ter dirigido a si da melhor forma”. O edil aludia a um re-cente encontro, entre os autarcas do distri-to de Viseu e o primeiro-ministro, e onde também estava Paulo Campos. Marta reco-nheceu que se terá dirigiu ao secretário de estado de “forma agressiva e talvez menos elegante e por isso peço humildemente as minhas desculpas”.

O secretário de estado, durante o seu discurso, revelou que concorreram qua-

tro consórcios para a construção da fu-tura auto-estrada entre Viseu e Coimbra. Dois deles vão passar a uma segunda fase no próximo mês de Setembro, “para que até ao final do ano possamos adjudicar a Auto-Estrada do Centro”.

Paulo Campos revelou que as diversas concessões de estradas que o governo está a lançar na zona Centro, “representam, sem margens de dúvidas, o maior investi-mento jamais feito nesta região”.

Frisando que dos 1.300 quilómetros de vias que o governo está a construir, 1.200 quilómetros se situam no interior. Sendo que desses 1300 quilómetros “70 por cen-to são na Região Centro, Trás-os-Montes e Alto Douro e Alentejo”, sublinhou. Regi-ões que o governo considerou como prio-ritárias para a construção destas estradas.

O governante criticou depois os ante-riores dois governos do PSD, visto que, segundo salientou, “dos 200 quilómetros de estradas que lançaram, não houve um único que tivesse sido construído no inte-rior, foram todos no litoral, junto a Lisboa e ao Porto”.

Acrescentando que “esta é claramente uma opção deste governo, que não quer que as pessoas do interior tenham as mes-mas oportunidades das do litoral”.

Deixou depois uma indirecta às críticas feitas por Manuela Ferreira Leite afirman-do que “só quem não vem a estas regiões é que não sabe das dificuldades que as pes-soas passam em termos de acessibilidades rodoviárias”.

No entender de Campos, “muito prova-velmente quem hoje põe dúvidas em rela-ção ao plano rodoviário, só anda em sítios onde existem muitas e boas estradas”.

Concluindo: “nós estamos aqui hoje, não apenas anunciar, mas a concretizar investimento público”.

In Diário As Beiras

R E G I Ã O

Maqueta do novo Hospital de Seia

Page 23: CORREIO DA BEIRA SERRA – 05.08.2008

5 de Agosto de 2008

www.correiodabeiraserra.com 23

Um dia um carpinteiro estava a cortar um um ramo de uma árvore perto de um rio e o ramo caiu ao rio. O infeliz carpinteiro pede ajuda a Deus que lhe aparece e lhe pergunta: - Porque choras carpinteiro ?E o carpinteiro responde-lhe que o seu ramo caiu ao rio. Deus mete-se no rio e traz-lhe um ramo em ouro e pergunta-lhe: - É este o teu ramo ?O nobre carpinteiro responde: - Não.Deus mete-se de novo no rio, tira um ramo em prata e pergunta-lhe: - É este o teu ramo ?De novo o carpinteiro diz: - Não esse também não é.Deus volta ao rio, traz-lhe o ramo de

madeira e pergunta: - E este, é o teu ramo ?E o carpinteiro feliz responde: - Sim, esse é o meu ramo.Deus estava tão contente com a sinceridade do carpinteiro, que lhe ofereceu os três ramos e mandou-o para casa. Mais tarde, o carpinteiro passeava com a sua mulher junto ao rio e de repente a mulher tropeçou e caiu ao rio. O infeliz carpinteiro pede ajuda a Deus que de novo lhe aparece e pergunta: - Porque choras carpinteiro ?O carpinteiro responde-lhe que a sua mulher havia caído ao rio.Deus mete-se no rio, e tira de lá a Jennifer Lopez e pergunta-lhe: - É esta a tua esposa ?- SIM, SIIIMMM!! - responde o carpinteiro todo contente.

Deus fica furioso e diz-lhe: - És um mentiroso, afinal tu és um grande aldrabão.Ao que o carpinteiro responde: - Oh meu Deus perdoa-me. Há aqui um mal entendido muito grande.- Se eu dissesse que não era a Jennifer Lopez, tu tiravas do rio a Julia Roberts.- Se eu dissesse que também não era ela, tu tiravas a minha esposa e aí eu diria que era ela e tu então mandavas-me para casa com as três. Deus, eu sou um homem humilde e não poderia sustentá-las às três......foi só por isso que eu disse ‘Sim’ à primeira vez.Moral da História: Os homens só mentem por grandes causas e sempre com boas intenções...

Preencha os espaços com números de 1 a 9 de forma que cada linha, coluna e quadrado interior contenha núme-ros de 1 a 9 sem se repetirem.

SOLUÇÃOEDIÇÃO ANTERIOR

HORIZONTAIS: 1. Suporte de Corrimão / 2. Por cozer; Ética / 3. Prisão (fig.); Ponhas asas / 4. Discursaram / 5. O mais; Vagabundo / 6. Cre-me; Paixão / 7. Merecedor; Cálcio (s. quím.) / 8. Tocava levemente / 9. Aguardente de melaço; Levantara / 10. Garantias; Escudeiro / 11. Vasilhas para salgar.

VERTICAIS: 1. Sigla de vacina; Amarras, cabos / 2. Inventariar; Fruto de videi-ra / 3. Luz da Lua; Relativo às termas / 4. Enfurecido; Prefixo de negação / 5. Osso do braço; Velhice (fig.) / 6. Isolado;Casta de uva preta / 7. Porção de porcos / 8. Chefe etíope; Guloseimas (fig.) / 9. Erguera; Àqueles.

Câmara Municipal de Oliveira do Hospital ..... 238 605 250Piquete de Águas .............. 238 605 256A.T.L. Municipal Pavilhão Desportivo........... 238 605 253Casa da Cultura César Oliveira ................... 238 605 254Posto de Turismo .............. 238 609 269Centro de Saúde ............... 238 600 250Hospital FAAD ................... 238 600 280GNR ................................... 238 604 444Bombeiros Voluntário de Oliveira do Hospital ..... 238 602 707

Bombeiros Voluntários de Lagares da Beira ........... 238 640 110Correios ............................ 238 600 343 Hospitais da Universidade de Coimbra ....................... 239 400 400Hospital de Seia ............... 238 320 700Polícia Judiciária Coimbra (piquete) ............. 239 863 000Criança Maltratada ........... 239 702 233SOS Adolescente ............... 800 202 484SOS Mulher ....................... 239 832 073SOS Amigo ........................ 239 721 010SOS Estudante .................. 808 200 204

TELEFONES ÚTEISFarmácias de Serviço em Oliveira do Hospital

4 a 10 de Agosto • Gonçalves • Telf.: 238 605 13011 a 17 Agosto • Figueira Diniz • Telf.: 238 604 435

SUDOKU

PALAVRAS CRUZADAS

SOLUÇÃOEDIÇÃO ANTERIOR

ANEDOTAS

Centro Português de Esoterismo para o Período de 23 de Julho a 5 de Agosto

CARNEIROCarta Dominante: Rainha de Paus, que significa Poder Material.Amor: Tudo estará em plena harmonia. Que o seu sorriso

ilumine todos em seu redor!Saúde: Faça um check-up.Dinheiro: Tente poupar um pouco mais, pois mais vale prevenir do que remediar.Cristal Protector: Topázio, pedra de protec-ção contra a má sorte, ela favorece a pros-peridade, a alegria e a felicidade. Ajuda a fazer a diferença entre o que é bom e o que é mau para nós. Facilita a comunicação entre os seres.Número da Sorte: 35

TOUROCarta Dominante: 8 de Co-pas, que significa Concreti-zação, Felicidade.Amor: A sua relação tem vin-do a esfriar e você precisa de

tomar uma atitude. Não exija tanto do outro, dê mais de si próprio.Saúde: Não faça dietas demasiado rigorosas.Dinheiro: Invista neste momento em algo que planeia há muito. A sorte é-lhe favorável.Cristal Protector: Àgua-Marinha, serve para a clarividência. Ajuda a atingir a harmo-nia entre os indivíduos, a paz e a amizade. Fortalece a imaginação e a confiança em si próprio.Número da Sorte: 44

GÉMEOSCarta Dominante: A Papisa, que significa Estabilidade, Estudo e Mistério.Amor: Tenha cuidado pois pode perder aquilo que tan-

to trabalho lhe deu a conquistar. Seja o seu melhor amigo!Saúde: Não se sobrecarregue desnecessaria-mente.Dinheiro: Trabalhe e confie no seu sucesso.Cristal Protector: Madeira Petrificada, puri-fica o sangue e elimina as toxinas. Ajuda na cura da melancolia, a controlar as emoções e no desenvolvimento da humildadeNúmero da Sorte: 2

CARANGUEJOCarta Dominante: A Morte, que significa Renovação.Amor: Poderá ter de enfren-tar uma forte discussão com alguém da sua família. Que a

sabedoria seja a sua melhor conselheira!Saúde: O cansaço poderá invadi-lo, tente relaxar.Dinheiro: A sua conta bancária anda um pouco em baixo, seja prudente nos gastos.Cristal Protector: Ónix, combate o stress, a depressão, a timidez, e a falta de confiança em si próprio. O Ónix simboliza o amor e protege-nos contra a má sorte e contra os es-píritos negativos.Número da Sorte: 13

LEÃOCarta Dominante: Valete de Ouros, que significa Refle-xão, Novidades.Amor: Guarde o seu sarcas-mo e fique atento às queixas

do seu par. A força do Bem transforma a vida!Saúde: Espere um período regular.Dinheiro: Poderá investir em novos projec-tos, mas, com prudência.Cristal Protector: Pedra da Lua, estimula o espírito e as actividades intelectuais. Ajuda no desenvolvimento da concentração e da memória. Permite o crescimento da alegria de viver, do optimismo e da felicidade.Número da Sorte: 75

VIRGEM Carta Dominante: O Louco, que significa Excentricida-de.Amor: Ao enfrentar algum problema só poderá ser re-

solvido se for abertamente discutido pelos dois. Aprenda a escrever novas páginas no livro da sua vida!Saúde: Cuidado com a alimentação.Dinheiro: Lembre-se das contas que tem em atraso.Cristal Protector: Ametista, ajuda a circu-lação sanguínea. Protege da hostilidade da-queles que nos querem mal.Número da Sorte: 22

BALANÇA Carta Dominante: Ás de Co-pas, que significa Principio do Amor, Grande Alegria.Amor: O convívio com a pessoa amada será propor-

cionado nesta fase. Aproveite estes momen-tos e esqueça todos os seus receios. Mante-nha-se alegre e receptível.Saúde: Fase estável mas esteja sempre alerta.Dinheiro: Os seus problemas poderão ser resolvidos, embora com lentidão.Cristal Protector: Quartzo Rosa estabelece o equilíbrio corpo – espírito. Ajuda a en-contrar a harmonia interior, na luta contra a melancolia, contra o stress e a angustia. Liberta-o de preconceitos.Número da Sorte: 37

ESCORPIÃOCarta Dominante: A Roda da Fortuna, que significa acon-tecimentos inesperados.Amor: Não dê atenção a quem não o merece. Selec-

cione apenas aquelas pessoas que o com-preendem e gostam de si para o rodear. Que a clareza de espírito esteja sempre consigo!Saúde: Cuide da sua imagem. Inicie uma dieta.Dinheiro: Não se esforce demasiado na sua actividade laboral, será recompensado na devida altura.Cristal Protector: Dolomita, que é o símbolo da purificação interior, da pureza. Traz-nos felici-dade e fé restaurando-nos a calma interior.Número da Sorte: 10

SAGITÁRIOCarta Dominante: A Estre-la, que significa Protecção, Luz.Amor: Não tenha medo de demonstrar os seus senti-

mentos à pessoa que ama, até poderá ser correspondido. Tenha a ousadia de so-nhar!Saúde: Não deixe que o seu sorriso fique amarelo e procure o seu dentista.Dinheiro: Momento favorável.Cristal Protector: Sodalite, que é a pedra do renascimento da luz que nos harmoni-za interiormente. Luta contra o medo da morte e do desconhecido.Número da Sorte: 17

CAPRICÓRNIOCarta Dominante: 6 de Ou-ros, que significa Generosi-dade.Amor: Tenha algum cuida-do com a forma como fala

com os seus familiares, pois pode ma-goa-los sem querer. Aceite os erros dos outros.Saúde: Tudo estará dentro da normalida-de.Dinheiro: Momento propício a investi-mentos um pouco mais alargados.Cristal Protector: Ágata, facilita o sono, e na cura de infecções cutâneas. É conside-rada a pedra do estudo, facilita a concen-tração e a memória.Número da Sorte: 70

AQUÁRIOCarta Dominante: 5 de Co-pas, que significa DerrotaAmor: Procure ser sincero nas suas promessas se quer que a pessoa que tem a seu

lado confie em si. Viva o presente com confiança!Saúde: Liberte-se e a sua saúde irá me-lhorar.Dinheiro: Excelente período para tratar de assuntos de carácter profissional.Cristal Protector: Amazonite, fortalece a fraternidade e solidariedade entre os in-divíduos. Contribui para o atingir de fe-licidade.Número da Sorte: 41

PEIXESCarta Dominante: Os Ena-morados, que significa Es-colha.Amor: Esteja atento a tudo o que o rodeia. Preocupe-se

com aquilo que você pensa sobre si pró-prio, faça uma limpeza interior.Saúde: Dê mais atenção à sua saúde.Dinheiro: Algumas dificuldades avizi-nham-se.Cristal Protector: Cornalina, ajuda o de-senvolvimento da coragem e do bem-es-tar. Facilita a concentração, a meditação e a harmonia entre os indivíduos. Afasta as influências negativas.Número da Sorte: 6

Neil Alden Armstrong (Wa-

pakoneta, 5 de agosto de 1930)

foi um astronauta dos Estados

Unidos, piloto de testes e avia-

dor naval que escreveu seu

nome na história do século XX

e da Humanidade ao ser o pri-

meiro homem a pisar na Lua,

como comandante da missão

Apollo 11, em 20 de Julho de

1969.

Fonte: wikipédia

Nasceu há 78 anos…

“Os pobres têm o segredo da esperança”. (Bernanos)

Page 24: CORREIO DA BEIRA SERRA – 05.08.2008

Redacção, Direcção, Publicidade: Praceta Manuel Cid Teles, Lote 12 - 1.º Esq. 3400-075 Oliveira do HospitalTelefone Geral 238 086 547 * Fax 238 086 546Internet: www.correiodabeiraserra.come-mail: [email protected] w w w . c o r r e i o d a b e i r a s e r r a . c o m

Depois do Correio da Bei-ra Serra ter publicado uma notícia a dar conta de que várias estátuas de Luis Queimadela estavam

há mais de meio-ano abandonadas nos estaleiros da Câmara Municipal (CM), o presidente da CM, Mário Alves, veio a pú-blico dar explicações e – de acordo com uma notícia publicada pelo jornal Folha

do Centro (FC) –, as obras de arte deverão ser “oportunamente” colocadas em vários locais da cidade.

De acordo com o mesmo jornal, Alves explicou que “uma já tem destino, a ro-tunda junto à Escola do 1º Ciclo, outra deverá ficar na praça junto ao BES, e uma terceira no Parque do Mandanelho. Quan-to às restantes – sublinha o FC – “ainda não está completamente definido”.

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A resposta veio na imprensa local

Estátuas de Luis Queimadela vão sair do estaleiro

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– “Ó Rocha, vai mas é buscar o motoserra, que desta poda sei eu...