Correio Fraterno 447

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Ano 45 • Nº 447 • Setembro - Outubro 2012 CORREIO FRATERNO SEMPRE ATUAL, COM O MELHOR DO CONTEÚDO ESPÍRITA ISSN 2176-2104 www.correiofraterno.com.br/clube A história em forma de textos A viagem Artistas procuram o professor Herculano Pires e escrevem juntos a novela espírita que bateu um recorde nunca visto na época. Página 3 P ara comemorar os seus 45 anos de fundação, no mês em que também Kardec é homenageado, o Correio Fraterno resgata alguns dos milhares de textos publica- dos em suas páginas de quase quinhentas edições, que tradu- zem os ideais de um tempo, seus ajustes e também emoções, como esta retratada na narrativa de Canuto Abreu, que em 1922 vai à França visitar o ilustre escritor Léon Denis. Um encontro que ficou gravado para sempre em sua memória: “Eu esperava um homem forte, alto, altivo, de bigode à Clemanceau e pince-nez. Assim minha imaginação o fazia, pelo retrato em busto que ele me enviara em 1915. Ali estava, porém, um homem de estatura meã, delica- do de corpo, de longas barbas brancas em flâmula de duas pontas, cabeça meio pendida para frente e para o coração. Estendeu-me a destra com um sorriso acolhedor. Avancei co- movido ao seu encontro.” Esta e tantas outras histórias você encontra nesta edição especial de aniversário. Página 7 Assine já o Clube Correio Fraterno e garanta sua boa leitura em livros, jornal e em nosso site. Eles disseram... Uma coletânea dos principais pensamentos publicados no Correio, que expressam as tendências, as preocupações e a necessidade de se firmar no movimento espírita a essência do que é o espiritismo. Páginas 8 e 9 Entrevista Raymundo Espelho fala sobre a história do Correio e a importância de se preservar a memória do espiritismo. Págs. 4 e 5.

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Correio Fraterno, um dos mais conceituados veículos de informação espírita do Brasil.

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A n o 4 5 • N º 4 4 7 • S e t e m b r o - O u t u b r o 2 0 1 2

CORREIOFRATERNO

SEMPRE ATUAL, COM O MELHOR DO CONTEÚDO ESPÍRITA

ISSN

217

6-21

04

www.correiofraterno.com.br/clube

A história em forma de textos

A viagemArtistas procuram o professor Herculano Pires e escrevem juntos a

novela espírita que bateu um recorde nunca visto na época. Página 3

Para comemorar os seus 45 anos de fundação, no mês em que também Kardec é homenageado, o Correio Fraterno resgata alguns dos milhares de textos publica-

dos em suas páginas de quase quinhentas edições, que tradu-zem os ideais de um tempo, seus ajustes e também emoções, como esta retratada na narrativa de Canuto Abreu, que em 1922 vai à França visitar o ilustre escritor Léon Denis. Um encontro que fi cou gravado para sempre em sua memória:

“Eu esperava um homem forte, alto, altivo, de bigode à Clemanceau e pince-nez. Assim minha imaginação o fazia, pelo retrato em busto que ele me enviara em 1915.

Ali estava, porém, um homem de estatura meã, delica-do de corpo, de longas barbas brancas em fl âmula de duas pontas, cabeça meio pendida para frente e para o coração. Estendeu-me a destra com um sorriso acolhedor. Avancei co-movido ao seu encontro.”

Esta e tantas outras histórias você encontra nesta edição especial de aniversário. Página 7

Assine já o Clube

Correio Fraterno e garanta sua boa leitura em livros, jornal e em nosso

site.

Eles disseram...Uma coletânea dos principais pensamentos publicados no Correio, que expressam as tendências, as preocupações e a necessidade de

se fi rmar no movimento espírita a essência do que é o espiritismo. Páginas 8 e 9

EntrevistaRaymundo

Espelhofala sobre a história do

Correio e a importância de se preservar a memória do

espiritismo. Págs. 4 e 5.

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2 CORREIO FRATERNO SETEMBRO - OUTUBRO 2012

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EDITORIAL

Ninguém imaginava o que seria mer-gulhar no acervo do Correio Fraterno para preparar a edição comemorati-

va dos 45 anos. O tempo estimado para a tarefa foi rapidamente esgotado, enquanto a vontade de aprofundar a pesquisa se intensi-fi cava a cada um dos volumes manuseados.

Em quase quinhentas edições, estão re-gistrados os principais fatos do movimento espírita e tantos outros acontecimentos que deixaram marcas em nossa história, comen-tados à luz da doutrina.

Com eles, textos dos principais expoentes do espiritismo das últimas quatro décadas, como que planifi cando o terreno da divulga-ção, descortinam a lógica no pensamento de Herculano Pires, a postura imbatível de Jor-ge Rizzini ante as agressões que o espiritismo

sofria, a inteligência de Deolindo Amorim, com sua visão estratégica de divulgador da doutrina, a alma doce de Herminio Miran-da, que ao abordar aspectos tristes do com-portamento humano, descreve a poesia do seu antigo derredor, e centenas de outros nomes que ajudaram a cunhar o registro da história do movimento espírita nestes quase cinquenta anos. Uma história real, com di-reito também aos revezes e às impetuosida-des humanas.

A vontade de toda a equipe foi trans-portar de alguma forma para esta edição comemorativa toda a essência encontrada no Correio nos dias de pesquisa. Este é o objetivo então de cada um dos textos ca-rinhosamente aqui selecionados. Alguns, não menos importantes, já se encontram

CORREIO DO CORREIO Durante os 45 anos de circulação do Correio Fraterno, inúmeras correspondências de leitores (antes por cartas e agora por meio eletrônico) chegaram à redação. Muitas que foram destaque nesta coluna constituem importantes testemu-nhos de como o trabalho da divulgação espírita pode fazer a diferença para muitas pessoas que, diante de uma nova possibilidade de enxergar a vida, decidem dar novos rumos a ela. Enquadra--se neste caso uma carta enviada há cerca de vin-

te anos ao Correio de assíduo leitor, como segue abaixo:

Ex-presidiário escreve:Senhor editor!Venho mui respeitosamente solicitar a assina-tura deste tão conceituado jornal que recebi, por um longo tempo, gratuitamente, dentro de um presídio. Informações que nele encon-trei foram grandes motivos para mudança em

Envio de artigosEncaminhar por e-mail: [email protected] Os artigos deverão ser inéditos e na dimensão máxima de 3.800 caracteres, constando referência bibliográfi ca e pequena apresentação do autor.

CORREIOFRATERNO

JORNAL CORREIO FRATERNOFundado em 3 de outubro de 1967 Vinculado ao Lar da Criança Emmanuel

www.laremmanuel.org.brDiretor: Raymundo Rodrigues Espelho

Editora: Izabel Regina R. VitussoJornalista responsável: Eliana Ferrer Haddad (Mtb11.686)

Apoio editorial: Cristian FernandesEditor de arte: Hamilton Dertonio

Diagramação: PACK Comunicação Criativawww.packcom.com.br

Administração/fi nanceiro: Raquel MottaComercial: Magali Pinheiro

Comunicação e marketing: Tatiana BenitesAuxiliar geral: Ana Oliete Lima

Apoio de expedição: Osmar TringílioImpressão: Lance Gráfi ca

Telefone: (011) 4109-2939 E-mail: [email protected]

Site: www.correiofraterno.com.brTwitter: www.twitter.com/correiofraterno

Atendimento ao leitor: [email protected]: entre no site, ligue para a editora ou,

se preferir, envie depósito para Banco Itaú,agência 0092, c/c 19644-3 e informe a editora.

Assinatura anual (6 exemplares): R$ 36,00Mantenedor: acima de R$ 36,00

Exterior: U$ 24.00

Periodicidade bimestralPermitida a reprodução parcial de textos,

desde que citada a fonte.As colaborações assinadas não representam

necessariamente a opinião do jornal.

Editora Espírita Correio FraternoCNPJ 48.128.664/0001-67

Inscr. Estadual: 635.088.381.118

Presidente: Izabel Regina R. VitussoVice-presidente: Tânia Teles da MotaTesoureiro: Vicente Rodrigues da Silva

Secretária: Ana Maria G. CoimbraAv. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2955

Vila Alves Dias - CEP 09851-000 São Bernardo do Campo – SP

Uma ética para a imprensa escrita

Em dois artigos, escritos por Allan Kardec e publicados na Revista Espírita, em 1858, estão encerradas as diretrizes que o Cor-reio Fraterno adota como norte para o trabalho de divulgação:

• A apreciação razoável dos fatos, e de suas conseqüências.

• Acolhimento de todas observações a nós endereçadas, levantando dúvidas e esclarecendo pontos obscuros.

• Discussão, porém não disputa. As in-conveniências de linguagem jamais ti-veram boas razões aos olhos de pessoas sensatas.

• A história da doutrina espírita, de al-guma forma, é a do espírito humano. O estudo dessas fontes nos forneceráuma mina inesgotável de observações, sobre fatos gerais pouco conhecidos.

• Os princípios da doutrina são os de-correntes do próprio ensinamento dos Espíritos. Não será, então, uma teoria pessoal que exporemos.

• Não responderemos aos ataques diri-gidos contra o Espiritismo, contra seus partidários e mesmo contra nós. Aliás, nos absteremos das polêmicas que po-dem degenerar em personalismo. Discu-tiremos os princípios que professamos.

• Confessaremos nossa insufi ciência sobre todos os pontos aos quais não nos for possível responder. Longe de repelir as objeções e as perguntas, nós as solicita-mos. Serão um meio de esclarecimento.

• Se emitirmos nosso ponto de vista, isso não é senão uma opinião indivi-dual que não pretenderemos impor aninguém. Nós a entregaremos à discus-são e estaremos prontos para renunciá--la, se nosso erro for demonstrado.

Esta publicação tem como fi nalidade ofe-recer um meio de comunicação a todos que se interessam por essas questões. E ligar, por um laço comum, os que com-preendem a doutrina espírita sob seu verdadeiro ponto de vista moral: a prática do bem e a caridade do evangelho para com todos.

Envie seus comentários para [email protected]. Os textos poderão ser publicados também no nosso site www.correiofraterno.com.br

ISSN 2176-2104

Muita história para

minha vida. Hoje, em liberdade, já me encon-tro em condições de assiná-lo. Peço-lhe ainda que me informe onde encontra-rei aqui na cidade em que resido um centro es-pírita para que possa frequentá-lo. No presídio tive a oportunidade de ler e conhecer melhor os princípios de espiritismo e agora buscarei aprender mais sobre essa doutrina, a fi m de que, sustentado em seus fundamentos, meus passos sejam de fato em direção à nova meta.Após ler tudo isso, como não dizer: vale a pena a nossa luta nessa senda de amor e luz!

(Identidade preservada, na época, pelo editor) edição 241, fevereiro de 1991.

na seção Acervo do site. Outros ainda estão sendo preparados para a versão digital, num trabalho minucioso que certamente exigirá tempo e “olhos de ver” no manuseio de tan-tas edições.

Junto a esta edição, segue o nosso con-vite para uma viagem ao passado nem tão distante, mas que coloca em evidência a di-nâmica de nossa caminhada como seres em constante aprendizado, permuta e evolução.

A alegria da conquista é imensa, mas o bom senso exige reconhecer que ainda há muito a fazer e que o Correio Fraterno é ape-nas um tijolo na grande seara da divulgação das ideias espíritas.

Um abraço afetuoso e agradecido a todos!

Izabel Vitusso

contar

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As páginas do Correio Fraterno sempre estiveram abertas para a arte, publicando notícias, artigos,

entrevistas sobre festivais, peças teatrais e novelas, que abordavam temas específi cos da doutrina espírita, como reencarnação, mediunidade, vida após morte e comu-nicação entre os espíritos. Em 1990, por exemplo, o Correio publica um texto do articulista Jamil Salomão, que demonstra o sonho de mais de vinte anos [na época] dos idealistas espíritas levarem para os cinemas a temática espírita.

“Recordo-me da difi culdade do ator e diretor de teatro, a fi gura notável de Dio-

ACONTECE

nísio de Azevedo, para conseguir a auto-rização e os direitos para adaptar para o cinema a obra E a vida continua, de An-dré Luiz e psicografada por Chico Xavier. Foram tantos os obstáculos que Dionísio de Azevedo acabou desistindo”, contava revelando detalhes interessantes. “Na épo-ca, fazia parte do grupo que articulava esse empreendimento e acompanhei de per-to todo o esforço no sentido de realizar o fi lme, que certamente fi caria gravado em nossas lembranças. Na mesma época, con-forme publicara, a escritora e novelista Iva-ni Ribeiro juntamente com o ator e diretor Carlos Zara batalharam junto à Federação

O início dos romances espíritas na TV e no cinema

Espírita Brasileira para obter os direitos au-torais dos livros E a vida continua e Nosso Lar, a fi m de adaptá-los à televisão como novela para a TV Tupi. Para não desistir da ideia, Carlos Zara e Ivani Ribeiro procura-ram o professor Herculano [Pires] e juntos escreveram a novela espírita que recebeu o nome de A viagem, com um recorde de au-diência nunca visto [na época]”.

Hoje, 37 anos depois, E a vida continua está nas telas dos cinemas e provavelmente, em pouco tempo, na televisão. Chico Xa-vier, que psicografou o romance em 1968, já teve sua vida retratada nos cinemas – Chico Xavier e As mães de Chico Xavier – e

foi vencedor do concurso “O maior brasi-leiro de todos os tempos”, realizado pelo SBT – Sistema Brasileiro de Televisão.

Também a história de Nosso Lar ga-nhou com sucesso as telas do cinema e TV e certamente outros romances espíritas se-guirão o mesmo rumo, tendo em vista o público que arregimenta para os índices do Ibope e a lotação dos cinemas. Afi nal, a temática espírita já não é mais novida-de, nem em revistas, em fi lmes, novelas ou seriados na TV. O público já percebeu que a espiritualidade não tem nada de so-brenatural, desperta o interesse, e parte de todos nós.

Ivani Ribeiro, Herculano Pires e o ator Altair Lima, em sessão de autógrafos da obra A viagem, edição da novela publicada em livro, em 1976.

FUNDAÇÃO MARIA VIRGÍNIA E J. HERCULANO PIRES

Da REDAÇÃO

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Nos bastidores da história

ENTREVISTA

Por ELIANA HADDAD

Hoje o jornal Correio Fraterno, com quase 450 edições, já faz parte da história do espiritismo. Conte-nos como tudo começou.Raymundo Espelho: Por estímulo de amigos, em setembro de 1959, aos 22 anos, saí de Catanduva, cidade onde nas-ci, para São Bernardo, uma cidade já bas-tante promissora em termos profissionais. Desde jovem eu pensava em fundar um jornal. Tanto que quando me mudei, em pouco tempo chegamos a publicar, junto a outros companheiros, um boletim mime-ografado, o Voz Juvenil. Passei a frequentar o Centro Espírita Emmanuel, onde se pre-tendia instituir um lar para crianças órfãs. Acabei fazendo parte da comissão. Um ano depois, em 30 de março de 1960, era fun-dado o Lar da Criança Emmanuel, de cujas atividades participei com muito carinho. O jornal Correio Fraterno também acabou sendo um dos projetos do pessoal do Lar e de um grupo de jovens da então UME – União Municipal Espírita da cidade de São Bernardo, da qual eu fazia parte.

A primeira edição do jornal é de outubro de 1967. Como era fazer um jornal espírita naquela época?Raymundo Espelho: Na época, era tudo feito de forma artesanal. Após preparadas as matérias – muitas necessitavam ser dati-lografadas – levávamos ao Diário do Gran-de ABC, em Santo André, onde os textos eram compostos nas oficinas em linotipo. Fazíamos, eu e mais dois companheiros, a revisão que depois retornava para as emen-das, tudo feito no chumbo, para depois ser impresso na gráfica em Utinga (Distrito de Santo André), dois ou três dias depois. O jornal era bimestral, tinha apenas quatro

páginas, formato ofício e uma tiragem de mil exemplares. Aos poucos foi crescen-do em formato, quantidade de páginas, alcançando a casa dos 12 mil exemplares e passando a uma circulação mensal também maior, chegando a diversos países. As difi-culdades financeiras eram frequentes e as contas sempre justas. Embora a distribuição fosse grande, a luta para a conscientização dos confrades sobre a necessidade de se fazer assinatura dos periódicos espíritas, apoiando estas iniciativas, sempre foi grande.

Como o senhor analisa a história do Correio Fraterno?Raymundo Espelho: Penso que o movi-mento espírita, por conta das imperfeições humanas, teve altos e baixos. Agora nos encontramos em uma fase muito boa, gra-ças a Deus. Realmente temos no Correio uma síntese de importantes acontecimen-tos ocorridos nestes 45 anos. São muitas histórias, reportagens e tantos articulistas que passaram por suas páginas, falando so-bre os mais diversos assuntos. É engraçado que desde o início, sempre houve a preo-cupação editorial do Correio de se contex-tualizar os temas doutrinários. Em alguns momentos houve desacertos. Fruto da im-pulsividade de muitos que compunham a equipe na época. Mas isso também faz par-te da comunicação, que é atuante e busca a inovação.

Quais os personagens do movi-mento espírita que figuravam nas primeiras décadas do jornal?Raymundo Espelho: Tivemos uma gran-de alegria, quando em nossa segunda edi-ção, passou a colaborar conosco o reco-nhecido orador, escritor e jornalista Paulo

Natural de Catanduva, SP, com uma passagem marcante por São Bernardo do Campo, Raymundo Rodrigues Espelho tem muitas histórias para contar.Sua paixão pela divulgação da mensagem cristã certamente não vem somente da sua vivência de agora. Sua descendência é espanhola, mas tem notícias de uma avó que vivera na França. Desde menino, sempre teve contato com o Evangelho e com o dever da caridade. Seus pais eram médiuns e faziam reuniões em casa, às quais assistia com seus sete irmãos, juntamente com os colonos – moravam na zona rural –, sitiantes e outros familiares, ocasiões em que muito se lia a obra de Kardec e também os livros de André Luiz. Ele lembra que muitas vezes saía também junto com os pais para atender pes-soas necessitadas. Isso tudo ajudou a formar a base para suas atividades dou-trinárias, exercidas mais tarde. Idealista no Bem, em São Bernardo do Campo, Raymundo foi um dos fundadores da União Municipal Espírita, do Conselho Regional Espírita e também do Grupo da Fraternidade João Ramalho. Em 1960, participou da fundação do Lar da Criança Emmanuel, seguido do jornal e da Editora Correio Fraterno.Comprometido com a divulgação dos conteúdos espíritas, Raymundo ficou à frente da editora por mais de 35 anos. Desde 2005, sua filha, a jornalista Izabel Vitusso, vem dando sequência às suas atividades na editora e no Lar.Leitor assíduo, Raymundo é um pesquisador assumido, daqueles que sabem sem-pre onde tal afirmação se encontra ou em qual livro certo autor analisou um as-sunto específico. Os textos evangélicos são os seus prediletos. Demonstra, enfim, que o seu faro de comunicador continua, ainda que esteja hoje mais distante da coordenação de todo o projeto Correio Fraterno, residindo com a esposa, Maria Elena Stuginski, em Campinas, SP. Esta entrevista revela apenas uma parte, um recorte da sua vida, que muitas vezes se confunde com os desafios desses 45 anos do Correio, que iniciou com sua família fazendo cola de farinha para endereçar as edições, em tempos de lotar o carro de jornal para distribuir, uma história que acompanhou os bastidores do movimento espírita no Brasil.

Raymundo Espelho: idealismo no bem e na divulgação

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ENTREVISTA

Alves Godoy, permanecendo conosco por muitos anos. Ele fora também presidente da Federação Espírita do Estado de São Paulo. Contamos sempre também com Carlos Jordão da Silva, que muito nos orientou administrativamente, tendo sido também presidente da FEESP. Aureliano Alves Netto, de Caruaru, PE, Antonio Fer-nandes Rodrigues, de São Paulo, Domério de Oliveira, de Catanduva. Sem falar dos expoentes Deolindo Amorim, Alberto de Souza Rocha, Herminio Miranda, Sérgio Lourenço, Francisco Klörs Wernek, Abstal Loureiro e tantos outros.

Como era o movimento e a im-prensa espírita quando o Correio Fraterno começou a circular?Raymundo Espelho: A divulgação da doutrina era muito diferente do que é hoje. O mercado editorial era pequeno, mas muito movimentado e efi ciente. Tí-nhamos umas dez ou doze editoras de porte. Os jornais também eram poucos, mas muito bem dirigidos e elaborados. O movimento espírita também mudou mui-to. Quando cheguei em São Bernardo, os poucos espíritas que tinham na região eram os que se uniam para abrir as frentes de trabalho espírita. Imagino que foram estas frentes por todo o Brasil que ajuda-ram a formar a base para o movimento espírita atual. O movimento espírita e a imprensa sofre-ram, como acontece em outras áreas do conhecimento, os refl exos de cada perí-odo, infl uenciado pelas próprias pessoas que compunham o movimento da época. Houve tempo inclusive em que preferi me afastar da divulgação, por não concordar com a linha editorial adotada. Agora nos encontramos em uma fase muito boa, graças a Deus.

Podemos dizer que nas páginas do Correio está uma síntese de importantes acontecimentos no movimento espírita. O senhor se lembra de alguns deles?Raymundo Espelho: Não há dúvidas so-bre a importância do Correio Fraterno na preservação da memória do espiritismo e no trabalho da divulgação da doutrina, nesses 45 anos de circulação. Além da ale-gria de ver o trabalho desses anos todos da editora, o importante papel social que o

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Lar da Criança Emmanuel realiza há mais de 50 anos na região em que se encontra completa-nos a ideia de que a doutrina é maravilhosa e o que nos ajuda a falar sobre ela é o bem que podemos realizar em prol dos que necessitam. Há fatos notáveis que foram publicados, que mereceram inclusi-ve o apoio e incentivo do jornal, como os congressos de jornalistas espíritas, os festi-vais de música de espírita e concursos lite-rários e poesias, debates e muito mais.

E as edições dos livros, como sur-giram?Raymundo Espelho: No início da dé-cada de 1970, chegamos como de hábi-to nos Correios para expedir os jornais e fomos avisados de que pagaríamos a tari-fa comum. Só os jornais publicados por editoras teriam direito, a partir de então, a tarifas especiais. Então elaboramos o estatuto da editora, ‘a toque de caixa’, e

que venham sempre

mais leitores e interessados pela doutrina maravilhosa dos espíritos. A mensagem

é clara e consoladora”

Raymundo Espelho

realizamos a assembleia geral no Lar Em-manuel, instituindo a Editora Espírita Correio Fraterno. Quando algum tempo depois começamos a editar livros, a edito-ra já existia. O primeiro livro publicado, em 1978, foi de autoria de Iracema Sapu-caia, O Besouro Casca-Dura, que se tornou um clássico entre as crianças espíritas.Conheci o casal Jorge Rizzini e Iracema Sapucaia na década de 1970, convivemos mais estreitamente, por ocasião do lan-çamento do livro Eurípedes Barsanulfo, o apóstolo da caridade, de autoria de Rizzi-ni, que obteve grande aceitação do públi-co. Rizzini sempre foi muito exigente, e se tornava imbatível quando via o espiri-tismo sofrendo agressões. Diversos casos de repercussão nacional contaram com a defesa decisiva do médium. Um deles foi a perseguição ao médium José de Arigó, mundialmente conhecido por suas curas. Em 1981, tivemos a grande alegria de publicar a obra que também se tornou um clássico no meio espírita, A mansão Renoir, fruto do trabalho da extraor-dinária médium Dolores Bacelar, em parceria com o espírito Alfredo. Os desafi os continuam, mas olho para trás satisfeito e vejo que uma boa caminhada já foi realizada.

Como o senhor avalia o Correio Fraterno hoje?Raymundo Espelho: O Correio está cum-prindo com galhardia sua missão. Um jornal vibrante, com espaços muito bem aproveitados, belo visual, matérias e ilus-trações bem distribuídas e com muita pro-fundidade e profi ssionalismo. Com grande aceitação dos leitores. Precisamos divulgar a doutrina que a cada dia poderá orientar um maior número de irmãos que procu-ram algo novo e não sabem o que é.

Em sua opinião, haverá espaço para os jornais espíritas no fu-turo?Raymundo Espelho: Os jornais espíritas progridem sempre. Acredito que aqueles que pensavam que a internet prejudicaria os jornais impressos equivocaram-se, pois ela veio somar, ampliando acesso à infor-mação a um maior número de leitores. E que venham sempre mais leitores e inte-ressados pela doutrina maravilhosa dos es-píritos. A mensagem é clara e consoladora.

LANÇADO NA DÉCADA DE

1960

LANÇADO NA DÉCADA DE

1970

LANÇADO NA DÉCADA DE

1980

LANÇADO NA DÉCADA DE

1990

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6 CORREIO FRATERNO SETEMBRO - OUTUBRO 2012

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O BAÚ DE MEMÓRIAS PODE SER FEITO POR VOCÊ!Envie para nós um fato marcante sobre o Espiritismo em sua cidade. Ele pode ser publicado aqui nesta seção. E-mail: [email protected].

Um artigo bastante curioso, publi-cado somente em A Centelha, em 1945, revista espírita há muito ex-

tinta, traz as apreciações do pesquisador Canuto Abreu sobre seu encontro em ja-neiro de 1922 com Léon Denis na cidade de Tour, França. Veja a seguir:

O que fi cou mais gravado na minha memória foi nosso primeiro encontro. Fui a Tours no dia 6 de janeiro de 1922. A ve-lha cidade francesa estava sombria e as luzes das ruas acesas, apesar de pleno dia. O frio era intenso. Quando o auto destacou baru-lhento à porta de casa, na Place des Arts, 19, estava uma senhora a entrar. Parou a ver quem chegava e foi minha gentil introdu-tora. Conquanto informado por uma carta de Jean Meyer duma próxima visita minha, Léon Denis não me aguardava naquele dia. De propósito cheguei a Tours sem outro aviso para não dar ao venerando mestre o incomodo de me esperar em dia certo. A casa estava com algumas visitas. Falava-se alto lá dentro, como em controvérsia. A se-nhora, que me fez entrar a seu lado, deixou-

BAÚ DE MEMÓRIAS

-me à entrada com mademoiselle Georgette, dedicada caseira de Denis. E, enquanto esta me ajudava a despir o sobretudo, ela varou a sala vizinha para me anunciar. A conversa animada cessou de súbito. Um moço alto e magro espiou à porta. Logo outro senhor apareceu, vindo a meu encontro. Quan-do acompanhado por ele entrei na sala da palestra, surgiu diante de mim um velho de longas barbas, tendo ao lado a mesma senhora que me fi zera entrar na casa. Eu esperava um homem forte, alto, altivo, de bigode à Clemanceau e pince-nez. Assim minha imaginação o fazia, pelo retrato em busto que ele me enviara em 1915.

Ali estava, porém, um homem de estatu-ra meã, delicado de corpo, de longas barbas brancas em fl âmula de duas pontas, cabeça meio pendida para frente e para o coração. Estendeu-me a destra com um sorriso aco-lhedor. Avancei comovido ao seu encontro. Foi estreito e afetuoso o amplexo que me deu. Lembro-me que meu coração batia fortemente e sua barba roçava meu rosto quando ele disse distintamente: – Mon cher

ami! Antes e depois desse encontro ouvi de muitos lábios a mesma expressão de amiza-de tão comum na França. Nenhuma, en-tretanto, fi cou gravada tão indelevelmente na minha lembrança. Sentado a seu lado depois das apresentações aos presentes, conversamos longamente. Era ele o mais indagador. Inquiria, perguntava, interpela-va. Levou o assunto para a doutrina espí-rita no Brasil. Sua divulgação, seu caráter cristão, suas curas notáveis. Citou nomes amigos: Leopoldo Cirne, João Louren-ço de Souza, Antonio Alves da Fonseca... Perguntou se Guillon Ribeiro descendia de franceses. Quando lhe disse que Depois da morte, traduzido por Lourenço Souza já es-tava no quinto milheiro, ele prontamente me retifi cou. Sabia bem quanto andava a edição de seus livros no Brasil, porque rece-bia exemplares toda vez que uma aparecia. Acrescentou que na França a 55ª edição já havia sido lançada e no prelo se encontrava a décima de O grande enigma.

– Estou agora fazendo a revisão das últimas páginas de O problema do ser [do destino e da dor]. Eu o arrumei, extraordi-nariamente, com um estudo retrospectivo de tudo quanto apareceu de Allan Kardec para cá. Espero ter sido quase completo.

– E tem em vista publicar alguma obra nova?

– Sim, se Deus me der vida. Trabalho em diversos assuntos. Terminei o Espiri-tismo e a arte, que será publicado seguida-mente pela Revue Espirite. Estou agora es-crevendo sobre o Espiritismo e o socialismo.

Correio Fraterno, edição 129, setembro de 1981

Canuto Abreu visita Léon Denis e descreve sua emoção

– São assuntos palpitantes, que os brasi-leiros estimarão muitíssimo.

A admirável operosidade de Léon Denis

Léon Denis trabalhou incessantemen-te até o fi m. O inverno de 1927 foi muito rigoroso e Léon Denis quase não saía de casa. Quando o fazia, era para ir à tipogra-fi a. Trabalhava pela manhã na coordenação e redação de seu novo livro: O gênio céltico e o mundo invisível, ansioso por terminá-lo. Ao entrar a primavera, começou a receber as primeiras provas, que sua secretária ma-demoiselle Baumard lia em voz alta e cor-rigia de acordo com ele. Com o pressen-timento de estar próxima a sua passagem, exigia da secretária trabalho mais intenso e rápido. “Tenho pressa”, explicava.

No dia 5 de abril, a secretária sentiu a mão do mestre febril e comunicou dis-cretamente a Georgette sua preocupação. No dia 6 pela manhã o encontrou aparen-temente bem disposto. Porém, qualquer coisa o incomodava na garganta. Após os exames o médico recomendou-lhe perma-necesse no leito e se medicasse.

Apesar de deitado, Denis continuou a ouvir a leitura das provas e a corrigi-las. Na sexta-feira, 8, quando Mlle Baumard che-gou, lá o encontrou de pé, preparado para o trabalho. No sábado, Denis não conse-guiu erguer-se do leito. O médico verifi cou tratar-se duma pneumonia. Respirava com difi culdade. Todavia procurava reanimar os que o rodeavam.

No dia10, sua preocupação máxima era, contudo, o livro cujas provas ainda não es-tavam todas corrigidas. Por fi m, a secretária declarou terminada a tarefa! Foi um alívio imenso para o doente. Chamou Gaston Luce e lhe recomendou: “Que esse livro saia à sua honra, sim Luce?”. “Mas ainda não está fi nda a biografi a de Allan Kardec!”. Respondeu Luce: “Sim, já está”. Era uma informação incerta, dada para tranquilizá--lo. Mas Denis sorriu, incrédulo: “Vamos! Escreva logo. Em que ponto estávamos! Ah! Recordo-me. Vamos continuar agora!”

Dois dias depois, na manhã de 12 de abril de 1927, Léon Denis começa a se des-prender do corpo físico. Mademoiselle Bau-mard tem nas suas as mãos do agonizante, que não cessa de lhe dar recomendações... pelo futuro da doutrina espírita.

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ESPECIAL

Chico Xavier“Nosso amigo An-dré Luiz considera que excetuando--se determinados casos, por mortes em acidentes e ou-tros excepcionais, em que a criatura necessita daquela

provação, o momento da morte, de um modo geral, não traz dor alguma, porque a demasiada concentração do dióxido de carbono no organismo determina a anes-tesia do sistema nervoso central. O doador de órgãos naturalmente não tem absoluta-mente sofrimento algum.” Entrevista com Chico Xavier, dezembro de 1968.

Deolindo Amorim“A verdade é luz interior. Quanto mais o homem se ilumina espiritu-almente, maiores são as possibilida-des de descobrir centelhas da Ver-

dade. É preciso, pois, alargar as perspecti-

Um mergulho na memória

vas do espírito a fi m de que se possa ver qualquer manifestação da verdade, onde ela desponte, seja onde for.” Centelhas da verdade, setembro de 1975.

Dora Incontri “A doutrina não aniquila em nós a possibilidade de rir, para vestir-nos de luto, mas veste--nos de responsa-bilidade para rir-mos sem perigo.” Carnaval: a tradi-

ção da folia, março de 1984.

Yvonne Pereira “A mediunidade tem que vir naturalmente, sem a pessoa forçar. Porque é justamente essa insistência em querer desenvolver uma mediunidade que às vezes nem existe que tem dado essa defi ciência nos médiuns. Preparar a mediunidade com prática do Bem, da caridade, o estudo e deixar que ela venha naturalmente.” Entrevista inédita de Yvonne Pereira, abril de 1984.

Herminio Miranda “O mais importante aspecto da missão do

espiritismo. A sua mais extraordiná-ria façanha intelec-tual está em haver conciliado a razão e a fé, ou seja, em propor uma teoria do conhecimento religioso não ape-nas apoiada em

fatos observados e observáveis, mas perfei-tamente racional.” Religião – em busca de um conceito satisfatório, março de 1985.

Pinheiro Guedes “Não faz sentido imaginar que a doutrina se omite dos acontecimentos sociais e po-líticos só porque tem seus interesses maio-res voltados para o espírito. Se há espíritas passivos, místicos adoradores, alheios à re-alidade é porque não conhecem o espiritis-mo em toda a sua extensão. Já é tempo de acabar com essa onda de que o espiritismo contribui para o aparecimento de pessoas alienadas.” O espiritismo não é alienante, fevereiro de 1989.

Amílcar Del Chiaro“Se temos grandes instituições espíritas de assistência social que nos enchem de orgu-

lho, é hora de termos milhares de peque-nos grupos que estudem e ensinem o espi-ritismo, para provar que numa sociedade governada pelas leis do Cristo, ninguém deverá morrer de fome.” Da curiosidade às aplicações sociais, março de 1996.

Divaldo Franco “Mediunidade não é privilégio e sim uma conquista do homem, que a desenvolve em cada encarnação pelos seus atos. Mediu-nidade é faculdade orgânica, existente em todas as pessoas e pode ser educada como a memória, a inteligência e a aptidão artís-tica.” Não é um dom, nem carisma, como as doutrinas religiosas afi rmavam, maio de 1989.

Ismael Sgrignolli “Vencer ideias arraigadas, elaborar dentro de si novas formas de perfeição é processo realmente demorado. Isto porque a verda-deira reforma não pode ser imposta, deve brotar espontânea como fruto de próprio convencimento.” A lei do progresso, feverei-ro de 1973.

Maria Therezinha C. Oliveira “Cada um de nós, tanto na ação individu-al como na ação coletiva podemos ser vo-

A essência do pensamento que caracterizou uma época, resgatada nos diversos artigos do Correio Fraterno

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luntários sociais. É preciso boa vontade e espontaneidade. Não podemos nos sentir realizados com tantos problemas à frente. Eles exigem mobilização objetiva. Ajudar o outro a crescer requer envolvimento e par-ticipação.” Menor abandonado, como solu-cionar?, julho de 1989.

Richard Simonetti “A intenção do suicídio dispara alarmes no plano espiritual, mobilizando familiares, amigos e orientadores espirituais que, com recursos ao seu alcance tentam demover seus tutelados do gesto desesperado.” A visita, março de 1984.

Wilson Garcia “A imprensa espírita não é apenas respon-sabilidade de quem a faz. É responsabili-dade de todos. De jornalistas, dirigentes e leitores. O jornalista espírita não se preo-cupa em doutrinar. Ele apresenta as infor-mações para que o leitor possa escolher e selecionar.” A imprensa espírita dá sinais de revitalização, setembro de 1989.

Alkíndar de Oliveira “Se você é um bom católico, continue a sê-lo. Se você processa uma das diversas religiões protestantes, continue na sua con-vicção. Mas se você é dos que dizem que “o espiritismo é coisa do demônio”, procure, sem abandonar sua religião – e pelo me-nos estudar alguns livros espíritas. Dê a si mesmo o direito de conhecer melhor seu objeto de crítica. Estude.” Espiritismo, coisa do demônio?, fevereiro de 1997.

Sergio Lourenço “É preciso muito estudo e muito cuidado para lidar com os espíritos desencarnados.

Lá, como aqui, tem de tudo. O descuido com esse detalhe não é apenas um obstácu-lo. É perigoso. E também profundamente prejudicial à divulgação da verdade espíri-ta.” Os médiuns sérios, dezembro de 1989.

Domério de Oliveira “A psicologia da morte é uma disciplina como outra qualquer do nosso currículo es-colar. Devemos estudá-la com afi nco, lem-brando-nos sempre de que o devido preparo para a morte é o nosso alvará de libertação das mazelas e quinquilharias da matéria.” Psicologia da morte, abril de 1996.

Earle de Oliveira “A doutrina espírita acabou com o mila-gre, demonstrando que não há derrogação da lei divina. Sejamos realmente espíritas e acabemos com tanta fantasia que leva a doutrina ao ridículo e põe tanta confusão na cabeça dos que dão os primeiros passos.” Livros mediúnicos, agosto de 1989.

Paulo Alves Godoy “Carece de fundamento e jamais poderá ser aceita a teoria de que Jesus, durante a vida terrena, tivesse um corpo fl uídico, não pas-sando de uma aparição tangível, um agêne-re. Se tudo fosse apenas aparente, todos os acontecimentos de sua vida teria sido um vão simulacro.” As aparições de Jesus após a morte, abril de 1996.

Marcus Alberto De Mario “O diálogo espírita pressupõe a exemplifi -cação da palavra através dos atos. E os atos reclamam reforma moral. Para manter o diálogo com proveito é necessário o estudo incessante. O diálogo é a forma fi losófi ca do saber.” Diálogos, abril de 1984.

Lorival Augusto de Santana “O mais importante na divulgação es-pírita não é esperar aplausos, não é fazer média, sendo conivente com práticas es-tranhas à doutrina.” A unidade da prática espírita – de Kardec aos nossos dias, março de 1997.

Heloisa Pires“Problemas emocionais, facilidades ou difi culdades intelectuais são resultado do nosso agir no passado próximo ou no pas-sado distante. Somos estimulados mais ou menos pelo ambiente, mas como explica o espiritismo ‘estamos sempre no local certo, com a pessoa certa, no melhor momento para o nosso progresso”. Construtivismo di-vino, junho de 1997.

Tania Spina dos Santos “Procuremos ouvir a voz do coração, culti-vando a humildade à semelhança do mei-go nazareno, imitando-o em seu exemplo de renúncia e desprendimento, lembrando que ele conta com a nossa fagulha de coope-ração para que a paz se implante no seio da humanidade.” Humildade, julho de 1975.

Carlos Roberto Fernandes “A disseminação dos ensinamentos espíri-tas se deve ao rigor metodológico de Allan Kardec, que não se furtou ao bom senso e a pesquisas incansáveis de fenômenos na-turais, apoiado em métodos científi cos in-questionáveis. A fi losofi a e a religião espíri-tas se desenvolveram consequentemente ao trabalho científi co do codifi cador.” Livros espíritas, julho de 1989.

Acompanhe outros pensamentos no site: www.correio-fraterano.com.br

Heloisa Pires

Alberto S. Rocha e Deolindo Amorim

Herculano, Waldo Vieira e Chico

Jorge Rizzini

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HOMENAGEM

Por DORA INCONTRI

ia 9 de março último, exa-tamente cinco anos após a morte de J. Herculano Pires,

desencarnou no Rio uma grande médium brasileira, Yvonne A. Pereira. Numa casa do Meyer, onde morava com a irmã, par-tiu Yvonne, discreta e sem alarde. Como discreta e sem alarde foi sua laboriosíssima existência, inteiramente dedicada à causa es-pírita. Tivemos o privilégio de visitá-la pes-soalmente mais de uma vez e de mantermos correspondência com ela, até quando sua saúde lhe permitiu escrever. Depois, faláva-mos por telefone em ligações interurbanas.

Criatura carinhosa e simples, jamais procurou a sua autopromoção. Cumpriu com humildade sua missão mediúnica e deixou uma valiosa contribuição para a li-teratura espírita. Na verdade, os livros de Yvonne A. Pereira apresentam um altíssi-mo nível, tanto do ponto de vista literário quanto do doutrinário. Nível, aliás, rara-mente alcançado pela maior parte da nossa vastíssima literatura mediúnica.

Yvonne, muito bem assistida pelos Es-píritos Charles (seu guia), Bezerra de Me-nezes, Léon Tolstói, Léon Denis, Camilo Castelo Branco e outros, publicou 12 obras que, sem sombra de dúvida podemos colo-cá-las todas no rol dos clássicos do espiritis-mo. Acontece que a característica principal de Yvonne sempre foi a prudência. Pa-

A herança de Yvonne A. Pereira

cientemente, ela aguardava que seus livros amadurecessem, às vezes durante décadas, dentro das gavetas. São verdadeiros artesa-natos mediúnicos. Os espíritos trabalhavam com ela e não somente através dela. As cui-dadas notas de rodapé da própria Yvonne demonstram isso. Nesse sentido, também merece especial destaque os interessantes Recordações da mediunidade e Devassando o invisível, nos quais a médium relata de próprio punho as suas experiências bastante instrutivas, tendo, entretanto, sido orienta-da por Bezerra e por Charles na escolha e na condução dos temas.

Exemplo ilustrativo do senso crítico de Yvonne é a introdução de Memórias de um suicida, onde ela conta que esse livro lhe foi ditado por Camilo Cândido Botelho (pseudônimo que a própria médium deu a Camilo Castelo Branco, em respeito às dolorosas confissões feitas por esse espírito na citada obra). Entretanto, os relatos eram vagos e sem muito cunho doutrinário. Fo-ram, assim, arquivados por Yvonne, que ficou à espera por mais de oito anos, quan-do então o livro recebeu o acabamento do grande Léon Denis. Essa foi a versão que veio a público e que representa um marco na literatura mediúnica, pois jamais as con-dições espirituais do suicida foram descritas com tanta cor e minúcia.

Composição idêntica têm os livros O ca-

valeiro de Numiers e Drama da Bretanha, ori-ginalmente esboçados por Roberto de Cana-lejas e concluídos por Charles, 40 anos depois.

Outro aspecto importante da herança mediúnica de Yvonne são os contos – gênero literário menos encontrável no meio espírita que o romance, por exemplo. E o principal autor dos seus contos mediúnicos não é nem mais nem menos que o inigualável Tólstoi. Ressurreição e vida retoma plenamente o acento evangélico que o mestre russo ado-tava, sobretudo nos últimos tempos de sua vida terrena, quando passou a canalizar sua verve literária para os ideais cristãos. E note--se que antes de recebê-lo, Yvonne não tivera praticamente nenhum contato com a obra tolstoiana. Em Sublimação, aparecem outros contos do mesmo autor espiritual.

Interessante observar também uma peça de outro gênero literário, ainda mais raro que o conto, na obra de Yvonne: a novela. E quem a ditou foi o maior autor do gêne-ro em língua portuguesa, Camilo Castelo Branco. Intitulada de O tesouro do castelo, a novela mediúnica faz parte da pitoresca obra Nas telas do infinito e narra um emo-cionante caso de castelo assombrado.

Bezerra de Menezes, o ilustre médico do Além, foi quem trabalhou muitíssimo com Yvonne. Durante vários anos, ditou receitas homeopáticas por seu intermédio. Cartas e pedidos chegavam de todo o Brasil e a ab-

Após a desencarnação de Yvonne do Amaral Pereira, em 1984, o Correio

Fraterno publicou um Suplemento Literário especial. Retratando sua vida e obra,

um artigo da jornalista e escritora Dora Incontri prestava homenagem à médium, destacando sua discrição e incontestável

contribuição na literatura espírita

negada médium psicografava receituário e orientação espiritual. Como legado de Dr. Bezerra pela mediunidade de Yvonne ficou--nos dois excelentes livros: A tragédia de Santa Maria, uma trama de amor através dos tempos e Dramas da obsessão, dois casos extremamente ilustrativos que decerram to-das as nuances do problema obsessivo.

A Yvonne de outras erasÉ bastante comum médiuns de maior

sensibilidade saberem intuitiva ou clara-mente do seu passado espiritual. Para Yvon-ne, quando criança, a lembrança viva de sua existência anterior sobrepunha-se à realida-de da atual, causando-lhe sérios desajustes. Depois, ao passar a adolescência, com o desenvolvimento de sua mediunidade e a dedicação ao estudo espírita, essa invasão do presente foi contida e ela pôde assumir mais tranquilamente os compromissos da sua vida atual. Mais tarde, porém, psicogra-fou as histórias de várias de suas encarna-ções. A trilogia de romances Nas voragens do pecado, O cavaleiro de Numiers e Drama de Bretanha são passagens sucessivas da per-sonalidade de Yvonne como Ruth de La Chapelle, Berthe de Sourmeville e Andrea de Guzman d’ Albret respectivamente..”

Texto publicado na edição 160, de abril de 1984

Leia o texto completo no www.correiofraterno.com.br

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Por IZABEL VITUSSO

É bem difícil abordar a história do Cor-reio Fraterno sem fazer referência ao Lar da Criança Emmanuel. Ambos

sempre caminharam juntos, na mesma lo-calidade. Nosso trabalho até hoje é regado pelo zum-zum-zum das crianças brincando na quadra ou correndo pelos espaços verdes da instituição. Por essas e possivelmente ou-tras questões que fogem do nosso ‘radar’, o universo infantil desde cedo atraiu as ini-ciativas do Correio Fraterno, aproximando talentos como os da escritora Iracema Sapu-caia, criadora nos anos 70 de personagens que se imortalizaram na literatura espírita; do cartunista Paulo José, com o talentoso formigueiro em torno do personagem Bin-go e escritores da nova geração, como Ta-tiana Benites e Rogério Pietro... O objetivo sempre foi apenas um: entreter e instruir, crianças e jovens espíritas com literatura de qualidade.

Anunciado como um presente de Ano Novo para os leitores, o Correio Fraterno inaugura em janeiro de 1978 a coluna “Fra-terninho”, na autoria da escritora Iracema Sapucaia, a pedagoga com especial tino para as letras, que possivelmente inspirada pela ou-sadia literária de Lobato, inicia narrativas em forma de fábulas, segundo o qual “precisam correr a galope, sem nenhum enfeite literário”.

A paisagem literária no Brasil“A literatura infantil em nosso país só

tomou corpo e assumiu seu verdadeiro sentido recreativo e didático após o apa-recimento do grande livro de Monteiro Lobato, em 1921, o Narizinho arrebitado. O caminho estava desbravado. Vieram na esteira de Lobato outros autores, porém sem o compromisso de levar algo mais alto, como por exemplo noções fundamentais de uma religião racional e desvinculada de dogmatismo.

O espiritismo sentiu a problemática. Do mundo maior veio o exemplo: a partir

LEITURA

de 1946, os espíritos de Veneranda, Mei-mei, Neio Lúcio e Casimiro Cunha dita-ram a Chico Xavier vários livros destinados às crianças.

Dos escritores espíritas encarnados, apenas dois vinham explorando o difícil ramo da literatura infantil: Roque Jacintho e Mário Tamassia. A literatura infantil espí-rita é assaz defi ciente, no aspecto numérico e seus poucos autores encarnados e desen-carnados, e não transmite ensinamentos doutrinários, a cultura espírita, mas apenas a moral cristã.” Em abril de 1979, assim escrevia o articulista do Correio, Aureliano Alves Netto.

Iracema enriquece a literatura espírita infantil

Em pouco tempo as histórias de O Fra-terninho ganharam o formato de livro, sob o nome O Besouro Casca-Dura e outros con-tos, e se torna a primeira publicação em li-vros do Correio, em dezembro de 1978. O espaço no jornal destinado ao Fraterninho se transformou no Suplemento Literário, um projeto inovador na imprensa espírita na época.

Deolindo Amorim comentaDeolindo Amorim, jornalista, idealiza-

dor e presidente da Associação Brasileira de Jornalistas Espíritas, também se manifesta, na edição de março de 1979:

“De cada história, como o besouro, a aranha, a formiguinha, o coelhinho, o ja-caré, o tatu, o expositor ou orientador tira uma lição, que se aplica à vida. A história em si agrada à criança, mas o principal, depois da exposição, é justamente o apro-veitamento prático. Contudo, não faz mal observar que, em determinados passos de algumas das histórias, o orientador da clas-se infantil naturalmente terá o cuidado de esclarecer o que signifi cam as referências à mediunidade, quando trata de bichos, a

Literatura infantil além da moral cristã

fi m de que a criança não fi que na suposição de que o jacaré, o jabuti e outras fi guras do enredo recebam comunicações de espíritos. Tudo é fi gurado, mas a curiosidade infantil, como sabem, tem reações imprevisíveis.”

Os animais e a temática espíritaUsar ou não os recursos das fábu-

las (dando voz aos animais) para passar o conhecimento espírita para crianças? A questão ganhou espaço por inúmeras edições do Correio, e foi levada inclusive à mesa redonda, realizada na época pelo jornal, com representantes do movimen-to espírita. Algumas colocações estampa-das na edição de dezembro de 79 trazem afi rmativas como: “negar este material junto à criança é negar a realidade infan-til. A criança passa pela fase anímica, ela fala com os animais e os animais falam com ela. Negar isso é negar o talento de Walt Disney, de Monteiro Lobato, negar

Há mais de 30 anos, Correio Fraterno inaugurava espaço literário para crianças

os grandes fabulistas. O autor ao escrever não está fazendo uma farsa, está procu-rando deleitar o espírito infantil. Agora, o importante é transmitir a verdade à crian-ça: a reencarnação, a mediunidade etc.”

Fraterninho em quadrinhosAinda pelas mãos de Iracema Sapucaia

nasce em dezembro de 1978 o persona-gem Fraterninho, primeiramente no Su-plemento Literário, depois em forma de livro – As aventuras do Fraterninho. Mas foi em projeto recente que as aventuras deste personagem junto ao seu amigo Forcílio se transformaram em uma série em histórias em quadrinhos, encartada nas edições do Correio Fraterno entre 2008 e 2009. O su-cesso foi tanto que por pouco a autora, já octogenária, não acata o nosso convite para dar vida a novas travessuras do personagem trinta anos depois. Receosa, ela se preca-veu: Fraterninho poderia não reconhecê-la.

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12 CORREIO FRATERNO SETEMBRO - OUTUBRO 2012

www.correiofraterno.com.br

III Congresso Espírita do Estado do Rio de Janeiro

De 12 a 14 de outubro, sob o tema: O que é a vida para você?

Local: Clube Monte Líbano, Av. Borges Medeiros, 701, Lagoa - Rio de Janeiro, RJ. Com a participação de André Trigueiro, Haroldo Dutra, Alberto Almeida, Gerson Si-mões Monteiro, Antonio César Perri, Dalva Silva e muitos outros. Realização: Conselho Espírita do Estado do Rio de Janeiro. Informações: http://congressoespiritarj.com.br

Seminário Finalidade e efi cácia da pena criminal

Dia 20 de outubro às 15:30h. Local: Sede da USE-SP: Rua Gabriel Piza, 433, Santana, São

Paulo. Promoção: Associação Jurídico-Espírita de São Pau-lo. Informações e inscrições: www.ajesaopaulo.com.br

Semana Espírita de MaceióA Federação Espírita do Estado de Alagoas

(FEEA) promoverá a I Semana Espírita de Maceió nos dias 20 e 21 de outubro. Tema a

ser discutido por Geraldo Campetti, vice-presidente da Fe-deração Espírita de Brasileira: Imortalidade e regeneração. Informações: e-mail [email protected]

4º Feirão do Livro Espírita em Araras, SPLivros espíritas, espiritualistas e autoajuda

De 10 e 11 de novembro, das 9 às 17 h.Local: IDE Gráfi ca: Av. Otto Barreto, 1067 Dis-

trito Industrial II. Informações: 19 3543-2400, www.feiraodo-livroespiririta.com.br. Realização: Instituto de Difusão Espírita.

Jornada AME-SP 2012 Saúde e Espiritualidade: Ensino, pesquisa e as-

sistência. Dias 24 e 25 de novembro.Local: auditório da FEESP Federação Espírita

do Estado de São Paulo. Rua Maria Paula, 140, Centro, São Paulo, SP. Com participação de Fabio Nasri, Luis Gustavo Mariotti, Clineu de Melo Almada, Marlene Nobre, Irvenia Prada e muito mais. Inscrições: www.amesaopaulo.com

2º Grande Encontro da USE Regional São Paulo

Dia 20 de outubro, das 9 às 17 h. Local: Escola Estadual Professor Antônio Raposo Tavares – CENEART. Praça 21 de Dezembro, s/n, Centro, Osasco, SP. Objetivo: promover a confraterniza-ção, instrução e troca de experiências entre os dirigentes e trabalhadores espíritas. Com seminários e apresentações dos casos de sucesso, em trabalhos realizados em institui-ções da região. Informações: http://www.usesp.org.br

Acesse a Agenda Eletrônica Correio Fraterno e fi que atualizado sobre o que

acontece no meio espírita. Participe.www.correiofraterno.com.br

qualquer hora, em qualquer lugar

III Congresso Espírita do Estado do Rio de Janeiro

Local: Clube Monte Líbano, Av. Borges Medeiros, 701,

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4º Feirão do Livro Espírita em Araras, SPLivros espíritas, espiritualistas e autoajuda

trito Industrial II. Informações: 19 3543-2400, www.feiraodo-

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Jornada AME-SP 2012 Saúde e Espiritualidade: Ensino, pesquisa e as-

do Estado de São Paulo. Rua Maria Paula, 140, Centro, São

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2º Grande Encontro da USE Regional São Paulo

Raposo Tavares – CENEART. Praça 21 de Dezembro, s/n,

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ENIGMA

Qual é o autor

da frase: “Mais

vale repelir dez

verdades do

que admitir

uma mentira”?

CRIPTOGRAMA DO CORREIO

Resposta do Enigma:

Solução do Criptograma

Veja em:www.correiofraterno.com.br

Erasto, em O livro dos médiuns, capítulo 20,

em sua dissertação sobre a infl uência moral dos

médiuns.

Seminário Finalidade e efi cácia da pena criminal

Paulo. Promoção: Associação Jurídico-Espírita de São Pau-

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Semana Espírita de MaceióA Federação Espírita do Estado de Alagoas

ser discutido por Geraldo Campetti, vice-presidente da Fe-

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Elaborado por Izabel Vitusso e Hamilton Dertonio, especialmente para o Correio Fraterno

Lendo a edição especial 45 anos, você encontrará as respostas do passatempo e descobrirá o nome de um dos clássicos personagens do Correio Fraterno.

Chá e Bazar Benefi centesDia 11 de novembro de 2012, às 14:30h

Local: Associação dos Funcionários Públicos. Rua 28 de Outubro, 61 – Centro – S. Bernardo do Campo, SP. Contato: (11) 4109-8938 (Lar). O evento mais aguardado no ano!

(Enxovais bordados, artesanatos fi nos, pinturas)

Chá e Bazar Benefi centesDia 11 de novembro de 2012, às 14:30hNOV

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Tirinha publicada em março de 1989, criação e ilutração de Paulo José

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1- Narrativa fi gurada, onde os personagens geralmente são animais com

características humanas.

2- Sobrenome da médium que recebeu a obra Nas telas do infi nito.3- Atriz inglesa que vivenciou um caso de desdobramento.

4 - Conde _ _ _ _ _ _ _ _ _: conhecido autor espiritual que ditava romances à médium russa.

5- Uma das seções mais antigas do Correio Fraterno.

6- Autora do livro O Besouro Casca- Dura:

_ _ _ _ _ _ _ Sapucaia.

7- Considerado o continuador da obra de Kardec.

8- Nome da primeira novela com temática espírita, levada ao ar pela TV Tupi em 1975.

9- Pesquisador espírita brasileiro que visitou o escritor Léon Denis, na França:

_ _ _ _ _ _ Abreu

10- Auxiliou a médium Yvonne Pereira em sua tarefa da psicografi a.

11- Tema abordado por Herminio Miranda em seu artigo publicado nesta edição.

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Correio Fraterno, edição 417, setembro, ou-tubro de 2007

A aula havia acabado e todos os alunos saíam da sala. Quando a professora es-

tava se retirando da sala, viu que Laurinha continuava pensativa, sentada na cadeira.– Vamos, Laurinha! A aula já terminou. Você não vai se levantar?Laurinha, meio sem jeito, disse:– Eu sei que o sinal já bateu, mas vou conti-nuar pensando um pouco.– Mas o que aconteceu para você fi car pen-sando?– Eu estou aprendendo muita coisa ao mes-mo tempo e acho que tenho que organizar as minhas ideias, porque as coisas estão co-meçando a fi car confusas.A professora olhou para Laurinha num tom preocupado e pensou: “O que será que está acontecendo de tão grave para uma menina de sete anos fi car tão pensativa?”.

– Eu posso te ajudar em alguma coisa? O que te afl ige?– Muitas coisas, muitas coisas... – respondeu colocando a cabeça entre as mãos.– Mas minha garotinha, você é muito nova para fi car assim tão preocupada!Laurinha levantou a cabeça, olhou para pro-fessora e perguntou:– Os espíritos estão por toda parte?– Estão sim, por quê?– Eles estão aqui na escola e em casa vendo o que fazemos?– Sim.– Ai, ai, ai.– O que aconteceu, Laurinha?– Estive pensando... Então eles me veem to-mando banho!!!???– Ah! É essa sua preocupação?– Claro! Eu tenho vergonha! E ontem mi-nha mãe disse para eu não esquecer de lavar minhas orelhas. Mas eu nem tomei banho direito... Porque achei os brinquedos para

brincar na água, que minha mãe já tinha escondido, e fi quei brincando de novo no banheiro. Quer dizer que, além de algum espírito me ver tomando banho, ainda pode contar tudo para minha mãe?A professora segurou o riso, achando graça das conclusões da menina e disse:– Não se preocupe, Laurinha. Os espíritos que podem entrar em nossa casa não estão preocupados em nos ver despidos! E sabe o que mais? Ainda é tempo. Vamos lavar as orelhas agora mesmo... Quem sabe algum espírito também vai ver você fazer a coisa certa.– É mesmo, não tinha pensado nisso!Laurinha deu um sorriso e saiu correndo en-quanto a professora gritava:– E nada de brincadeiras no banho! Agora tem que lavar tudo direitinho!

Este texto compõe o primeiro livro da autora Tatiana Beni-tes pela Correio Jovem, Tem espíritos no banheiro?

QUEM PERGUNTA QUER SABER

COISAS DE LAURINHA Por TATIANA BENITES

Tem espíritos no banheiro?

Por HELOISA PIRES

A Gênese de Allan Kardec diz que “se o homem agisse sempre de acordo com as leis de Deus evitaria para

si os males mais amargos e seria feliz sobre a terra”. No capítulo sobre encarnação diz que quando o espírito reencarna é para evo-luir, que as várias encarnações devem fazer o ser crescer. Portanto a ideia de que provas terríveis e dores insuportáveis são indispen-sáveis para o indivíduo, não é espírita.

Mesmo o repórter André Luiz reconhe-ce em alguns de seus livros formas melho-res de evoluir; dizendo sempre que o ser constrói seu destino, admite que o homem é quem complica sua encarnação.

Pode haver evolução sem grandes e terríveis dores? Pode e deve. A evolução deve ser um ato de amor. Se nós, seres in-feriores, procuramos educar nossos fi lhos

É necessário sofrer?

Dúvida que ainda causa en-ganos na interpretação da

doutrina espírita, o sofrimento tem sido muitas vezes motivo de identifi cação do espiritismo

como uma doutrina que faz apologia à dor.

Em agosto de 1983, edição 152 do Correio Fraterno, Heloisa Ferraz Pires analisou e

esclareceu o assunto.

com amor, quão maior será o es-forço do plano espiritual su-perior para nos conduzir com miser icórdia, compreendendo a nossa fragilida-de. Onde o espí-rita desenvolveu seu sadismo e masoquismo, pedindo sofrimento? Em várias obras es-píritas os heróis pedem a dor e seus olhos brilham intensamente quando são aten-didos. Por quê? É criação nossa a imagem de um Deus cruel que nos arrasta a provas horríveis esperando que nos despedacemos

entoando hi-nos de glória a seu poder. Que Deus absurdo, herança do pa-ganismo, do judaísmo, do cristianismo que deturpamos! O Criador sabia de nossas inferio-ridades, como exigiria mais do

que podíamos dar? As leis disciplinares existem em toda a natureza, porém são leis de compreensão. O Deus vingativo é criação nossa. Os resíduos de um passa-do escuro, a ignorância que nos envolve é a responsável por permanecermos amar-

rados às encarnações difíceis. No sécu-lo 20 o homem deveria estar apto para evoluir com mais tranquilidade. Mas sua visão antropomórfi ca do universo o im-pede; somos nós que exigimos para nós o cálice amargo. Somos os juízes que não perdoam. E o que é pior: em reencarnan-do trazemos dentro de nós um tremendo complexo de culpa que faz com que nos fl agelemos e iniciemos difíceis processos obsessivos. O espiritismo, como elemen-to libertador, deve fazer o ser romper com as amarras dos séculos aprendendo a caminhar com alegria. Lutemos contra o sofrimento. Vamos usar nossa inteligên-cia para atenuarmos nossas provas.

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FOI ASSIM

Elizabeth Taylor: um caso de desdobramento

Por FLORIANO MOINHO PÉRES

VOCÊ SABIA?

A coluna Você Sabia? acompanha o Correio Fraterno desde as pri-meiras edições. Até hoje mais de

1.500 textos foram publicados na seção, com instigantes curiosidades.

Médico sonâmbulo Hugh Cayce, aos seis anos de idade,

teve o rosto atingido por uma explosão de magnésio. Os médicos concluíram ser necessário retirar um dos seus globos oculares e que o outro, embora permane-cesse, também estava perdido. Ao saber disso o menino disse: “Meu pai pode me salvar. Dormindo, ele é o melhor médico

do mundo”. Edgard Cayce, o pai, en-trou logo em transe profundo e receitou o ácido tânico e manutenção dos demais remédios. Embora a relutância médica, a receita foi obedecida e os olhos de Hugh foram salvos. Revista Planeta, n.11. (Você Sabia?, Correio Fraterno em abril de 1982).

Estranha tristezaVictor Hugo, no dia 8 de setembro

de 1843, fez publicar na folha Pyrénées a nota: “Na noite de minha chegada a Oléron, encontrava-me vencido pela tristeza... Tinha a morte na alma. Pare-cia-me que esta ilha era um caixão mor-

tuário deitado sobre o mar, e que a lua era ali uma vela”. No seguinte, quando regressava da Espanha, num café na al-deia de Soubise leu num jornal a notícia da morte de sua filha, Leopoldina. Fon-te: As mesas girantes e o espiritismo, Zêus Wantuil. (Você Sabia?, Correio Fraterno em agosto de 1982).

ReminiscênciasA menina até os 3 anos de idade se

conservou muda. As únicas duas palavras que pronunciava era papá e mamã. De repente, pôs-se a falar com extraordiná-ria facilidade, mas em língua desconhe-

cida, que nada tinha a ver com o inglês. Aliás, ela recusava, terminantemente, a expressar-se em inglês, a única língua em que se lhe falava, e obrigava os que convi-viam com ela, seu irmão, por exemplo, a aprender a sua, que continha algumas pa-lavras em francês, o que também nunca antes pronunciadas diante dela. “Como explicar o fato, a não ser pela recordação de uma língua que essa criança teria fala-do em existência anterior? Fonte: A reen-carnação, Gabriel Dellane. (Você Sabia?, Correio Fraterno em agosto de 1985).

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A famosa estrela de cinema, Elizabeth Taylor ia interpretar o papel de Cleópatra, no filme mais caro até então, de toda a história do ci-

nema. Ela havia chegado a Londres, em triunfo, mi-lhões de dólares já haviam sido gastos e fabulosos ce-nários construídos e Londres, representando o Egito e a Roma antiga.

Verdadeiras fortunas já tinham sido empatadas em roupagens, perucas e joias. Mas, inesperadamente, ado-eceu e, agravando-se-lhe o estado de saúde, sofreu uma traqueostomia e os médicos já não garantiam a sua cura!

Os médicos balançavam a cabeça, pois as esperanças de salvar a famosa estrela estavam perdidas e seu quarto estava coberto de flores.

De súbito, um raro momento de lucidez fez com que ela pedisse para ver o imenso jardim apertado entre as paredes brancas.

Prontamente atendida, Elizabeth Taylor olhou fi-xamente a primavera engalanada, como quem quisesse partir para o Além com a bela visão floral nas retinas enregeladas pela morte, que se avizinhava.

Relembremos as palavras proferidas pela famosa es-trela de cinema, logo após esse lance de intensa drama-ticidade:

“ – Fui assaltada por uma curiosa sensação de sepa-ração de meu corpo. Uma sensação de irrealidade. Eu sentia que o fim estava próximo, porém ignorava que os médicos não tinham mais esperanças. A sensação que

eu sentia era mais nítida e perfeita. Eu não estava na cama e nem tampouco presa em meu corpo.

– Senti que estava em outro lugar, flutuando e ob-servando os acontecimentos. Depois fui tocada pela re-alidade. Havia dois ‘eus’: a pessoa na cama que estava morrendo, e a outra pessoa que se sentia um pouco es-tranha, porém muito bem.

Esta segunda pessoa era muito mais eu mesma”!O retorno dessa experiência de abandono do pró-

prio corpo (desdobramento), coincidiu com a melhora do seu estado. Depois, entrou em convalescência.

“– Jamais me esquecerei dessa experiência. Será que por um momento eu morri?

Será que é assim, quando morremos? Um dia sabe-rei, com certeza”.

À luz do espiritismo, esse é um fenômeno perfeita-mente explicável, ou seja, o desdobramento produzido por doença grave, uma vez que a estrela se achava sob extrema debilidade orgânica, permitindo a exteriori-zação do seu espírito e perispírito, afastados do corpo somático, mas ligado a ele pelo cordão fluídico, anima-do do corpo vital indispensável à continuidade da vida orgânica.

Elizabeth Taylor desencarnou no ano passado, em Los Angeles, aos 79 anos de idade, vítima de insuficiência cardíaca, que ela enfrentava desde 2004.

Publicado no Correio Fraterno, em novembro de 1982

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MUNDO SUSTENTÁVEL

Há temas modernos sobre os quais encontramos sumárias formulações no contexto da doutrina ou no seu

bojo são encaixados para uma visão mais abrangente do que significam para a comu-nidade humana. Tome-se, para exemplo, o tema atualíssimo da ecologia.

Aparentemente, nada teria o espiritis-mo a ver com o problema, que não está especificamente referido na codificação, a não ser em referências indiretas, como na questão 733, na qual os espíritos ensinam que “o horror à destruição cresce com o desenvolvimento intelectual e moral”. Ou em passagens, nas quais é discutida a lei da conservação.

No entanto, a doutrina tem sempre uma visão dualística da vida, pois o ser humano é um espírito vivendo transitoriamente na matéria. Na realidade, o movimento eco-lógico mundial nos convida à meditação, pelas suas implicações doutrinárias e pela contribuição que o espiritismo poderá tra-zer à melhor iluminação do tema.

O que propõem os ecologistas é a pre-servação do meio ambiente, para que se mantenham adequadas condições de vida na Terra. O que se pretende, portanto, e em última análise, é a preservação das oportu-nidades de reencarnação de que a vida pre-cisa para cumprir a sua tarefa evolucionista.

Uma civilização que agrida suas pró-prias condições de continuidade ou, no mínimo, as põe em perigo, cria um meca-nismo suicida. Temos vivido nas últimas

Espiritismo e ecologiaPor HERMINIO C. MIRANDA

décadas um clima de ‘que-me-importismo’ ecológico. Nada disso é construtivo.

Desencadeia-se um acelerado processo de demolição sistemática de todo o dispo-sitivo material de apoio à vida do espírito na Terra. Na minha infância há apenas meio século – um mero segundo em ter-mos geológicos – multidões de pássaros co-loriam e musicalizavam os campos e até a vizinhança das ci-dades. Do quintal de minha casa em Volta Redonda, à beira da Central do Brasil, onde nasci e me criei até que se inicias-se a segunda déca-da de vida, podia ver bandos traves-sos de bugios, na maior algazarra, pulando de galho em galho. A água dos riachos e até de rios mais volu-mosos era limpa e potável, deixando ver os cardumes de peixes a navegarem tranquila-mente daqui para ali em busca de alimento.

Era um mundo quase idílico compara-do ao de hoje e ficou há apenas cinquenta anos no tempo, ali mesmo...

É bom, pois, que a consciência univer-sal esteja sendo alertada para esses aspec-tos pelos jovens, que têm sido a voz e a

ação contra a degradação das condições de vida no planeta. Afinal de contas, são eles os espíritos que nos deixaram um mun-do razoavelmente saudável e tranquilo há um século ou dois para reencontrarem-no agora inquieto, agitado, temeroso, de-predado e doente. Que fizeram com este mundo as gerações intermediárias? Que está fazendo a atual?

Embora poucos sejam os que trazem a convicção consciente do mecanismo das vi-das sucessivas, são mui-tos os que têm a intui-ção viva do processo e sabem que a civilização continuará a necessitar de ambiente adequa-do para desenvolver as suas tarefas evolutivas ao longo do tempo.

A literatura espírita é rica em ensinamen-tos específicos sobre a inexorabilidade das leis

divinas de ação e reação. A Terra é a habitação de que necessi-

tamos, de tempo em tempo, para viver durante algumas décadas, a fim de que se cumpram as tarefas exigidas pelo processo educativo da evolução individual e coleti-va. É aqui que cometemos os nossos equí-vocos; é aqui, portanto, que temos de re-tificá-los e demonstrar que já aprendemos

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a lição e estamos aprovados no vestibular cósmico. Mesmo que não precisássemos voltar, contudo, não estaríamos autoriza-dos a demolir a casa que nos tem servido e que certamente há de servir a incontáveis gerações. Se vamos ainda precisar dela – e isto é certo –, cuidemos de não deixá-la re-duzida à condição de tapera infecta e inabi-tável, porque será assim ou em pior estado que a encontraremos quando de nosso re-torno à carne, em nova existência futura.

Como dizíamos, a doutrina espírita não fala especificamente em ecologia, mas tem importantes reflexos a oferecer para melhor entendimento do problema que começa a afligir a consciência universal.

Sem falar, é claro, pelo espiritismo em geral, aos jovens que lutam pela recupera-ção do meio ambiente o meu aplauso e o meu estímulo, por mínimo que isso possa significar. Também estou entre os que ain-da precisarão do nosso modesto planeta para futuras romagens na carne. Um dia estará aqui implantado o Reino de Deus anunciado pelo Cristo. Não nos esqueça-mos, porém, de que será a mera projeção do que se construir na intimidade de cada um de nós. O Reino – disse ele – não está aqui nem ali, no tempo e no espaço; ele já existe dentro de nós. Só nos cabe realizá-lo.

O que nos falta? O que estamos espe-rando?

Publicado no Correio Fraterno, edição 164, de agosto de 1984

Uma civiliza-ção que agrida suas pró-prias condições de conti-nuidade ou, no mínimo, as põe em perigo, cria um

mecanismo suicida”Herminio C. Miranda

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16 CORREIO FRATERNO SETEMBRO - OUTUBRO 2012

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A edição 431 do Correio Fraterno come-morou os 50 anos de fundação do Lar da Criança Emmanuel, instituição fi-

lantrópica a que o jornal está vinculado, e que igualmente vem escrevendo sua história de superação e de sucesso, ajustando-se às trans-formações da própria sociedade – de orfanato à creche, hoje o Lar inclui o apoio à família, focalizando o convívio sadio e a educação in-tegral.

Fundada em 1960, em São Bernardo do Campo, SP, o Lar da Criança Emmanuel sur-giu do ideal de um grupo de espíritas, motiva-dos a fazer o bem. Decidiram, na época, ba-ter à porta do casal Leonor e Felipe de Freitas Audi, que doou parte de suas terras para erguer um lar para crianças órfãs.

Em 1980, a instituição passou a trabalhar em regime de creche, visando a um maior con-tato e participação da família na formação das crianças. Muitos deles, entretanto, sem famí-lia, continuaram na casa, recebendo a mesma atenção. Alguns saíram para casar, formaram-

-se, constituíram família e voltaram ao Lar como profissionais dedicados.

Para atender atualmente a cerca de 300 crianças, com idade de 0 a 5 anos, e oferecer apoio familiar, o Lar conta com 45 profissio-nais, instalações próprias e completas, que in-cluem parque, brinquedoteca, ateliê de artes, biblioteca, quadra esportiva, horta e uma área de lazer totalmente arborizada.

Para desenvolver os diversos projetos na área da educação, o Lar da Criança Emmanuel busca constantemente parcerias. São elas que ajudam a consolidar, nas crianças, nos jovens e na comunidade potenciais renovadores para transformar as condições sociais em que vivem, valorizando a cidadania e a inclusão produtiva.

Doações e a dedicação de afinada equipe de voluntários garantem também a manuten-ção das atividades do Lar. Por isso, toda cola-boração é sempre muito bem-vinda.

Para saber mais: (11) 4109-8938 e www.laremmanuel.org.br

Uma história que se renova a cada diaLAR EMMANUEL