Correio Fraterno 466

16
Ano 48 • Nº 466 • Novembro-Dezembro 2015 CORREIO FRATERNO SEMPRE ATUAL, COM O MELHOR DO CONTEÚDO ESPÍRITA ISSN 2176-2104 A incrível descoberta do mundo dos espíritos Efeitos físicos com Chico Xavier A luminosidade fulgurante espraiou-se pelo cômodo e ali estava um espírito. Era Cidália, a segunda mãe do médium Chico Xavier. A entidade percorreu o recinto, distribuindo ânimo e paz e depois se retirou. Por um período de dois anos os fenômenos ocorreram em reunião reservada, até que... Leia mais na página 14. N os tempos de Platão, a maioria das pessoas acreditava que depois da morte as almas ascendiam para os céus. As estrelas seriam suas moradas junto aos deuses. A Terra estaria no centro do Universo, e os céus seriam como as cascas de uma cebola, onde estariam localizados o Sol e os planetas. Porém depois dos experimentos e teorias de Galileu, Kepler, Newton, o céu nunca mais foi o mesmo. A existência de Deus perdeu o sentido, quando se reconheceu a infinitude do Universo e a mo- rada das almas e anjos com seus corpos celestes perderam a subs- tância com a inexistência de uma matéria quintessência como imaginara Aristóteles. O materialismo tomou conta da cultura humana e as religiões foram vistas como ilusões, consideradas meios de dominação das grandes massas ignorantes. Mas a esta realidade existencial algo inusitado chegaria e transformaria a história da cultura humana. Leia mais nas página 8 e 9. A história de Clóvis Tavares e Nina Arueira contada em filme O ideal de ver implantada na Terra a lei do amor e da justiça atraiu, no pas- sado, os estudantes Clóvis Tavares e Nina Arueira. Uma história digna das telas de cinema começou a ser escrita e, em outubro, o filme tornou-se realidade. Leia mais em Baú de Memórias, pág. 7 Estudioso do Evangelho, o orador carioca Eduardo Guimarães aborda os diversos entendimentos sobre a grande mensagem trazida por Jesus. “Há muita gente que enxerga nas religiões maiores malefícios do que benefícios”. Leia nas páginas 4 e 5. Entrevista Frete grátis para compras a partir de R$ 59,90 www.correiofraterno.com.br/loja Loja virtual Correio Fraterno

description

Correio Fraterno, um dos mais conceituados veículos de informação espírita do Brasil.

Transcript of Correio Fraterno 466

A n o 4 8 • N º 4 6 6 • N o v e m b r o - D e z e m b r o 2 0 1 5

CORREIOFRATERNO

SEMPRE ATUAL, COM O MELHOR DO CONTEÚDO ESPÍRITA

ISSN

217

6-21

04

A incrível descoberta do mundo dos

espíritos

Efeitos físicos com Chico XavierA luminosidade fulgurante espraiou-se pelo cômodo e ali estava um espírito.

Era Cidália, a segunda mãe do médium Chico Xavier. A entidade percorreu o recinto, distribuindo ânimo e paz e depois se retirou. Por um período de dois anos os fenômenos ocorreram em reunião reservada, até que... Leia mais na página 14.

Nos tempos de Platão, a maioria das pessoas acreditava que depois da morte as almas ascendiam para os céus. As estrelas seriam suas moradas junto aos deuses. A Terra

estaria no centro do Universo, e os céus seriam como as cascas de uma cebola, onde estariam localizados o Sol e os planetas. Porém depois dos experimentos e teorias de Galileu, Kepler, Newton, o céu nunca mais foi o mesmo. A existência de Deus perdeu o sentido, quando se reconheceu a infi nitude do Universo e a mo-rada das almas e anjos com seus corpos celestes perderam a subs-tância com a inexistência de uma matéria quintessência como imaginara Aristóteles. O materialismo tomou conta da cultura humana e as religiões foram vistas como ilusões, consideradas meios de dominação das grandes massas ignorantes. Mas a esta realidade existencial algo inusitado chegaria e transformaria a história da cultura humana. Leia mais nas página 8 e 9.

A história de Clóvis Tavares e Nina Arueira contada em fi lme

O ideal de ver implantada na Terra a lei do amor e da justiça atraiu, no pas-sado, os estudantes Clóvis Tavares e Nina Arueira. Uma história digna das telas de cinema começou a ser escrita e, em outubro, o fi lme tornou-se realidade. Leia mais em Baú de Memórias, pág. 7

Estudioso do Evangelho, o orador carioca Eduardo Guimarães aborda os diversos entendimentos sobre a grande mensagem trazida por Jesus. “Há muita gente que enxerga nas religiões maiores malefícios do que benefícios”. Leia nas páginas 4 e 5.

Entrevista

Frete grátis para compras a partir de R$ 59,90

www.correiofraterno.com.br/loja

Estudioso do Evangelho, o Eduardo

aborda os diversos entendimentos sobre a grande mensagem trazida por Jesus.

Loja virtualCorreio Fraterno

2 CORREIO FRATERNO noVeMbRo - dezeMbRo 2015

www.correiofraterno.com.br

editoRiAl

Mais um ano se passou. E, como sempre acontece, retrospecti-vas e planejamentos se fazem

presentes em nossas refl exões. Mas, o que é o tempo para o espírito imortal? Importante para a realização de nossas tarefas, conforme vamos compreenden-do o outro lado da vida, percebemos seu sentido de duração, onde passado, pre-sente e futuro coexistem e formam o que há de mais essencial em cada um de nós: a individualidade.

É justamente em respeito à liberdade de experiências, a essa natureza única, divina, que o Amor a tudo une e nunca se esgota. Jesus, como modelo e guia da

humanidade terrena, ciente dessa Verdade, não nos deixa sem rumo. Estão aí, muito mais que sua doce fi gura, os exemplos deixados nas suas atitudes em forma de perdão, humildade, tolerância, solidariedade e fé robusta em união com o Pai.

Que possamos diante de tantos desafi os terrestres lembrar esse Código Moral e compreender que essa busca pela felicidade é esforço constante para resis-tir às tentações do desânimo e da inércia. Que o nosso maior presente de Natal possa ser a gratidão pelo o que temos e já conquistamos, com votos fortalecedores de que possamos ter coragem, disciplina e

CORREIO DO CORREIO

Simpósio na Unifesp Me comoveu profundamente ver o que pode ser realizado dentro de uma universi-dade, ainda mais em se tratando da UNI-FESP. (“Inclusão social é tema de sim-pósio sobre espiritualidade na Unifesp”, edição 465) Que saúde e espiritualidade abram cada vez mais o leque, trazendo

novas possibilidades ao conhecimento... Marisa Meira, Colatina, ES

Cosme MassiAdorei a entrevista com Cosme Massi (“Lógica, ciência e fi losofi a para melhor entender Kardec”, edição 465). Ele me fez pensar o espiritismo de forma dife-

Envio de artigosEncaminhar por e-mail: [email protected] Os artigos deverão ser inéditos e na dimensão máxima de 3.800 caracteres, constando referência bibliográfi ca e pequena apresentação do autor.

CORREIOFRATERNO

JORNAL CORREIO FRATERNOFundado em 3 de outubro de 1967 Vinculado ao Lar da Criança Emmanuel

www.laremmanuel.org.brwww.facebook.com/correiofraterno

Diretor: Raymundo Rodrigues EspelhoEditora: Izabel Regina R. Vitusso

Jornalista responsável: Eliana Ferrer Haddad (Mtb11.686)Apoio editorial: Cristian FernandesEditor de arte: Hamilton Dertonio

Diagramação: PACK Comunicação Criativawww.packcom.com.br

Administração/fi nanceiro: Raquel MottaComercial: Magali Pinheiro

Comunicação e marketing: Tatiana BenitesAuxiliar geral: Ana Oliete Lima

Apoio de expedição: Osmar TringílioImpressão: Gráfi ca Mar Mar

Telefone: (011) 4109-2939 E-mail: [email protected]

Site: www.correiofraterno.com.brTwitter: www.twitter.com/correiofraterno

Atendimento ao leitor: [email protected]: entre no site, ligue para a editora ou,

se preferir, envie depósito para Banco Itaú,agência 0092, c/c 19644-3 e informe a editora.

Assinatura anual (6 exemplares): R$ 42,00Mantenedor: acima de R$ 42,00

Exterior: U$ 28.00

Periodicidade bimestralPermitida a reprodução parcial de textos,

desde que citada a fonte.As colaborações assinadas não representam

necessariamente a opinião do jornal.

Editora Espírita Correio FraternocnPJ 48.128.664/0001-67

inscr. estadual: 635.088.381.118

Presidente: Adão Ribeiro da CruzVice-presidente: Tânia Teles da MotaTesoureiro: Vicente Rodrigues da Silva

Secretária: Ana Maria G. CoimbraAv. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2955

Vila Alves Dias - CEP 09851-000 São Bernardo do Campo – SP

Uma ética para a imprensa escrita

em dois artigos, escritos por Allan Kardec e publicados na Revista Espírita, em 1858, estão encerradas as diretrizes que o Cor-reio Fraterno adota como norte para o trabalho de divulgação:

• A apreciação razoável dos fatos, e de suas consequências.

• Acolhimento de todas observações a nós endereçadas, levantando dúvidas e esclarecendo pontos obscuros.

• discussão, porém não disputa. As in-conveniências de linguagem jamais ti-veram boas razões aos olhos de pessoas sensatas.

• A história da doutrina espírita, de al-guma forma, é a do espírito humano. o estudo dessas fontes nos forneceráuma mina inesgotável de observações, sobre fatos gerais pouco conhecidos.

• os princípios da doutrina são os de-correntes do próprio ensinamento dos espíritos. não será, então, uma teoria pessoal que exporemos.

• não responderemos aos ataques diri-gidos contra o espiritismo, contra seus partidários e mesmo contra nós. Aliás, nos absteremos das polêmicas que po-dem degenerar em personalismo. discu-tiremos os princípios que professamos.

• confessaremos nossa insufi ciência sobre todos os pontos aos quais não nos for possível responder. longe de repelir as objeções e as perguntas, nós as solicita-mos. Serão um meio de esclarecimento.

• Se emitirmos nosso ponto de vista, isso não é senão uma opinião indivi-dual que não pretenderemos impor aninguém. nós a entregaremos à discus-são e estaremos prontos para renunciá--la, se nosso erro for demonstrado.

esta publicação tem como fi nalidade ofe-recer um meio de comunicação a todos que se interessam por essas questões. e ligar, por um laço comum, os que com-preendem a doutrina espírita sob seu verdadeiro ponto de vista moral: a prática do bem e a caridade do evangelho para com todos.

Envie seus comentários para [email protected]. Os textos poderão ser publicados também no nosso site www.correiofraterno.com.br

ISSN 2176-2104

Gratidão pelo que

rente. Obrigada. Um 2016 com novas boas surpresas para todos nós.

Idalinda Chaves, São Paulo, SP

Mídia do BemToda vez que leio “Mídia do Bem” no Correio, minha esperança se renova, e penso: Meu Deus, tem muita gente boa nesse mundo! Eu adoro!Francisca Gisoline, Ribeirão Preto, SP

pensamentos no Bem. Que os caminhos se abram em forma de vibrações de luz e caridade, onde quer que estejamos, seja lá por onde passarmos. Que possamos fazer a diferença, construindo com nossos bons sentimentos e ações um mundo melhor.

Obrigada, 2015! Conte conosco, 2016!Equipe Correio Fraterno

conquistamos

NOVEMBRO - DEZEMBRO 2015 CORREIO FRATERNO 3

www.correiofraterno.com.br

Nos dias 17 e 18 de outubro, o Instituto Espírita de Estudos Fi-losóficos realizou em São Paulo o

V Simpósio de Filosofia Espírita, reunin-do no Centro Espírita Nosso Lar (Casas André Luiz) cerca de 200 participantes, que acompanharam com interesse pales-tras, debates e workshops sobre temas espíritas, baseados na obra do filósofo Manoel Pelicas São Marcos.

O professor São Marcos, que desen-carnou em novembro de 2004, foi o idealizador e fundador do Curso de Filo-sofia Espírita e o inspirador para criação do IEEF.

A programação do evento contou com palestras de do professor Franklin Leo-poldo Silva (Filosofia e espiritualidade), David Monducci (A realidade existencial) Carlos Alberto Simões (A razão e a fé), Tiago de Lima e Castro (A ética espírita) e Astrid Sayegh (Filosofia espírita e ontolo-gia). Realizado por expositores do Institu-to, o workshop abordou “A análise lógica e ontológica do aspecto religioso do espiri-tismo”, um dos capítulos do livro Filosofia espírita e seus temas, de São Marcos.

Astrid Sayegh, presidente do Institu-to, lembrou que a filosofia é um cami-nho de reflexão séria e exige esforço para que a consciência possa superar-se, e é suave, por nos levar à alegri, à busca de

Acontece

nós mesmos. É alimento espiritual, um mundo infinito que não se esgota e nutre a nossa alma.

O IEEf mantém no decorrer do ano cursos regulares gratuitos e se prepara para receber novas turmas em 2016.

Para saber mais, acesse www.ieef.org.br.

Simpósio de filosofia homenageia escritor Manuel São Marcos

Por eliAnA hAddAd

Concurso de Poesia entrega prêmios aos vencedores

A Arte Poética Castro Alves realizou dia 25 de novembro cerimônia de entrega do prêmio aos vencedores

e participantes do 25º Concurso de Poesia com Temática Espírita.

O evento foi realizado no Grupo da Paz, no Jardim da Glória, São Paulo, com doze contemplados: 12º Dária Limaverde Vilar Lobo (Fortaleza, CE), 11º Cintia Galhardo (São Paulo), 10º Francisco Bandeira Lima Junior (Caucaia,CE), 9º Magaly Campello de Magalhães (Rio), 8º Valter Rodrigues Mota (Taubaté, SP), 7º Elizabeth Caires (São Paulo), 6º Nina Lisboa ( Rio), 5º Mauro Augusto de Amorim (São Paulo), 4º Orlando de Poly Junior (São Fidelis,RJ).

Em 3º lugar, com O homem e a Natureza, a vencedora foi a carioca Elza Lemos Ro-drigues, no 2º lugar, com a poesia Palavras ficou Helaine Baroldi Ciqueto (São Paulo) e em 1º lugar com Estações da vida, a ven-cedora foi Maria Emília Jubran Picciano, da cidade de Jundiaí, SP. Satisfeito com o sucesso de mais um ano de Concurso, o idealista Altamirando Carneiro disse que a poesia está, pouco a pouco, colocando-se no lugar onde deve estar, nesta época em que afloram os valores do sentimento. “O auditório lotado no evento, é uma prova disso” – conclui o jornalista Altamirando.

Veja as poesias no site www.correriofraterno.com.br

Expositores e voluntários do IEEF

PúblicoAstrid Sayegh

Tiago Lima e Castro

Franklin Silva

4 CORREIO FRATERNO NOVEMBRO - DEZEMBRO 2015

www.correiofraterno.com.br

Como entendemos a mensagem de Jesus

entReViStA

Por eliAnA hAddAd

Espírita desde criança, eduardo Guimarães é de niterói, RJ, onde foi evan-gelizador de jovens e crianças e, por várias gestões, presidiu a casa espíri-

ta de caridade Aureliano. Farmacêutico e bioquímico com especialização em oncologia, eduardo é expositor espírita de renome internacional e estudioso do espiritismo desde menino, principalmente do evangelho, sobre o que nos concedeu esta interessante entrevista.

Com a proximidade do Natal, como podemos analisar a atua-ção e o papel de Jesus na socie-dade hoje?Eduardo: O Natal comemora o nasci-mento de Jesus, muito embora a data certa do seu nascimento ninguém verda-deiramente o saiba, assim como também o local em que se deu. Mas ainda que o 25 de dezembro seja uma convenção huma-na ocidental, não podemos deixar de con-

siderar que nas proximidades desta data, pela contaminação talvez de um espírito crístico, percebemos uma atmosfera espi-ritual diferente no planeta. Há, sem dú-vida, um forte apelo comercial, mas não podemos negar também que as trocas de gentilezas e amabilidades se acentu-am nesta ocasião do ano, longe ainda do “amai-vos uns aos outros”.

Em momentos de intolerância, ex-

tremismos, guerras religiosas, como você analisa a questão do cristianis-mo? Foi benéfico até que ponto?A história das religiões divide as opiniões. Há muita gente que enxerga nas religi-ões maiores malefícios do que benefícios para a humanidade, e alguns fatos histó-ricos reforçam esta interpretação. Porém não só a religião, mas todos os aspectos da cultura humana podem ser distorcidos por mentes neuróticas. Os radicalismos e extremismos são sempre nocivos em qual-quer área da atividade humana. Ninguém desconhece os grandes erros cometidos pelos homens em nome de Je-sus, sobretudo, no período da Idade Mé-dia. Porém, há que se reconhecer que o cristianismo inaugurou no mundo uma nova ordem, voltada para os desvalidos e esquecidos de todos os tempos. Foi com a mensagem de Jesus que a caridade assu-miu a sua feição mais pura, que surgiram na Terra as instituições de benemerência: os asilos, os leprosários, hospitais e orfana-tos. Além disso, é na sociedade cristã que os grandes temas das discriminações de sexo, cor e nível social são discutidos com maior justiça.

Você acha que a dificuldade para o Evangelho de Jesus ser defini-tivamente implantado na Terra seria também uma consequência dessas falsas interpretações?Não, não. Acredito que isso se deva mesmo pela falta de condição nossa de entendermos os conceitos de Jesus. Ele traz uma meta, um ideal de homem que ainda não assimilamos no mundo em que vivemos. Nós interpre-tamos erradamente a mensagem de Jesus porque ainda nos falta o necessário desen-volvimento espiritual, que só o processo das vidas sucessivas realizará em nós.

Mas não chega a ser desoladora essa distância existente entre nós e Jesus?Eu não diria desoladora, até porque re-flete a nossa realidade, e sendo realidade, não podemos negar, e desanimar pode-ria nos levar à desistência pela busca. O “cair em si” da parábola do filho pródigo, seja talvez esta constatação, mas também o “levantar-me-ei” da mesma parábola, deve ser a nossa disposição de prosseguir. Em arremate, diria que é preferível reco-nhecermos esta distância, a tentar descer Jesus ao nível da nossa pequenez. A em-barcação é que deve ir em direção ao cais. Não o contrário.

A ideia de Jesus como salvador não coloca os homens numa po-sição comodista, aguardando sua volta para o Juízo Final? Essa ideia de salvação no cristianismo também não foi bem compreendida. Que salvação apregoada é essa que alguns exe-getas, estudiosos e religiosos enxergaram? O espiritismo vê a salvação como um ca-minho, uma proposta de orientações que Jesus nos deu através de exemplos para que a gente se inspire e se ajuste a uma maneira de agir e não como uma questão da salvação exterior. A gente entende que Jesus veio trazer a salvação enquanto boa nova, ou seja, um aperfeiçoamento da lei antiga. Uma nova proposta de ser, mas partindo-se do nosso trabalho e esforço.

Com tantas interpretações parti-culares, como analisar a universa-lidade da mensagem de Jesus?Mesmo as nações que por bloqueios cultu-rais, regionais, políticos, não conheceram Jesus, não significa que estejam fora da proposta cristã. Se você considerar que Je-

Eduardo Guimarães: “Enxergamos na doutrina espírita uma possibilidade mais amadurecida de encarar a religião

NOVEMBRO - DEZEMBRO 2015 CORREIO FRATERNO 5

www.correiofraterno.com.br

nossa crítica a essas tendências excessiva-mente polarizadas.Você acredita que hoje já se com-preende o motivo da vinda de Je-sus à Terra?As interprestações são variadas. O respei-to aos sacramentos da igreja parece ser a tônica do catolicismo, ao passo que a vertente protestante defende a fé como elemento necessário à salvação além de um complicado conceito de eleição di-vina. Acredito que a doutrina espírita, referindo-se a Jesus como guia e modelo da humanidade e a proposta de lhe seguir os ensinamentos, constitui-se uma leitura bastante interessante.

O aspecto religioso do espiritismo

As bem-aventuranças não se constituem em algo em que você dorme de um jeito e acorda de outro, como simples

metamorfose”

sus sintetizou a Lei no “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mes-mo”, doando-se para o próximo, trabalhar em seu benefício, que todas as leis se re-duzem a esse amor, em qualquer ambiente religioso, desde que você reconheça a sua filiação divina e se entregue desinteressada-mente ao próximo, você faz parte do plano de Jesus ainda que não seja cristão.

Daí a conclusão de Kardec de que “fora da caridade não há salvação”?Sim. E isso está muito bem assentado na mensagem de Jesus. Quando você abre o Evangelho de Mateus, em que Jesus fala do Juízo Final (25: 31-46), de como seria a divisão entre os maus e os bons, entre os que, enfim, estariam à direita ou à esquerda, ele elucida quem estará à direita dizendo: “Estava com fome e deu-me de comer, estava com frio e deu-me o agasalho, estava no hos-pital, foram visitar-me; estava na prisão, foram me vê.” Jesus, no discurso regis-trado por Mateus, esclarece o critério de julgamento. De maneira clara e iniludí-vel estabelece o princípio da caridade. Como analisar o espiritismo como a Terceira Revelação com relação à história religiosa da humanidade?Quando Kardec pergunta sabiamente às entidades na questão 625 de O livro dos espíritos “qual o maior modelo e guia que a humanidade?”, recebeu sinteticamente a resposta: “Jesus”. Veja que Kardec per-gunta “modelo e guia”, alguém que seja exemplo e que estabeleça uma diretriz a seguir. Ora, se a diretriz é a caridade, Kardec também pergunta qual é o sen-tido da caridade como entendia Jesus, e obtém como resposta: “benevolência para com todos, indulgência para com as falhas alheias e perdão das ofensas”. Esse é um princípio comum a todas as religiões. O espiritismo, no que susten-ta essa posição de Jesus, abre mais uma possibilidade ao nosso entendimento, à nossa percepção, ao desvendar para nós o mundo espiritual, convidando-nos a uma visão mais ampliada da vida. Ainda em referência à questão sobre os radica-lismos e extremismos, enxergamos na doutrina espírita uma possibilidade mais amadurecida de encarar a religião, atra-vés da racionalidade podemos exercitar a

estaria justamente nesse ponto da transformação moral?Sem dúvida. Allan Kardec subdivide O evangelho em cinco partes: os atos comuns da vida de Jesus; os milagres; as predições; as palavras tomadas pelas igrejas para compor os dogmas; e o ensino moral. En-tão, é exatamente no apelo da nossa trans-formação moral a partir da mensagem da ‘boa nova’ é que o espírita enxerga Jesus na codificação.

Como ver a mensagem das bem--aventuranças no mundo de hoje diante da fome, das injustiças, da falta de paz, das aflições?As bem-aventuranças abrem o Sermão do Monte e eu as enxergo como um pro-cesso. Primeiro, elas não são realizáveis aqui, totalmente, nessa condição espiri-tual em que nos encontramos. Pode ser

até aqui na Terra, mas num outro mo-mento. Conforme vamos entendendo e praticando as bem-aventuranças, vamos também transformando o planeta. As bem-aventuranças não se constituem em algo em que você dorme e acorda “bem--aventurado”, como simples metamorfose repentina. Vamos experimentando, na vida, momentos de bem-aventuranças. Não é por que você chora que é um bem--aventurado. Mas, em alguns momentos, pela maneira como você chora, torna-se bem-aventurado. Espontaneamente não somos mansos. Mas, quando você conse-gue vencer sua agressividade e dá espaço a uma revisão da sua postura em relação à agressão, sente-se um bem-aventurado. Aos poucos isso se sedimenta e depois não

se consegue mais abrir mão desse estado de bem-aventurança. Mas dirão alguns: “Se as bem-aventuranças não são realizá-veis agora, por que Jesus as apregoou, se sabia que nós não teríamos condições de executá-las?” Jesus traz um ideal que vai se completando ao longo do tempo.

E quando vemos a questão da idolatria em tantos religiosos com relação à figura de Jesus? Isso não é um retrocesso?Eu diria que essencialmente estamos to-dos certos. Quando o protestante diz que somos salvos pela fé, basta crer e você é sal-vo, ele reconhece que o homem em Cristo nova criatura é, transforma-se e mostra Je-sus através da nova conduta. O evangélico diz que você está salvo porque Deus lhe escolheu, mas você só mostra essa eleição a partir de uma conduta. Não seria assim

tão complicado, em minha opinião, po-der fazer uma analogia com o que Kardec diz, de que só se reconhece o verdadeiro cristão pela sua transformação moral e pelo esforço que faz para domar suas más inclinações. Será que essa transformação não seria a aceitação de um princípio espi-ritual libertador, como o evangélico tam-bém o tem? O fundamental é manifestar a vontade de Deus na atitude. Penso que essencialmente em termos de cristianismo estamos muito bem sintonizados.

Como você vê no espiritismo hoje o papel de Jesus? Tenho visto que a partir do trabalho de Emmanuel, através do Chico [Xavier], uma nova percepção à necessidade da revivescência de Jesus. Falo até por uma questão de história pessoal. Durante muito tempo, quando comecei a estudar espiritismo, eu abria sobre a minha cama os livros de [Ernesto] Bozzano, e ficava encantado com aquela obra. Depois foi um processo de filosofia, de entender a vida, as leis de causa efeito etc... Mas chega um momento em que você chega à finalidade última que é o evangelho. Per-cebo também que isso acontece com o movimento espírita. Tivemos o momen-to de cientificismo, de provar se a reen-carnação existia ou não, de se correr atrás dos fatos para comprovar a imortalidade da alma. Hoje ninguém mais discute pa-rapsicologia, metapsíquica, fenomeno-logia mediúnica. As questões atuais são mais de natureza ética, humanista, para as quais o espiritismo tem uma propos-ta bem interessante, em acordo com a mensagem de Jesus. Quando Kardec diz que o espiritismo serve ao cristianismo como fundamentação dos ensinos cris-tãos, diz que, ao provar que somos imor-tais, dá uma dimensão muito maior à mensagem de Jesus. Não está circunscre-vendo, mas mostrando que estamos em processo. Que não é porque numa vida você não conseguiu esse ideal que você não tem mais chance, mas que tem pos-sibilidade de alcançá-lo através das vidas sucessivas. Assim, há um processo de co-nhecimento, de evolução, partindo-se já da premissa de que você é imortal. As-sim, tanto o catolicismo como o protes-tantismo e o espiritismo são imortalistas, e, portanto, espiritualistas.

6 CORREIO FRATERNO noVeMbRo - dezeMbRo 2015

www.correiofraterno.com.br

coiSAS de lAuRinhA Por tAtiAnA beniteS

Mundos diferentesA professora iniciava a explicação

sobre a existência de vida em outros planetas e, enquanto pegava o material para continuar, os alunos rapidamente se movimentaram e iniciaram uma conversava em roda.– uma vez eu sonhei que estava num lugar muito diferente – disse laurinha.– todo mundo já sonhou que estava num lugar diferente, laurinha. eu já sonhei que estava numa fl oresta – retruca Jorginho.– eu já sonhei que estava no espaço – emenda Pedro.– Mas eu estava falando de um lu-gar muuuuuuito diferente, nem sei se num outro mundo – argumenta laurinha.A professora pede silêncio.

– Vamos voltar aos seus lugares para continuar.– Professora, os outros mundos são muito diferentes? – questiona Aninha.– Podem ser, sim, Aninha. A base da matéria é uma só para todo o uni-verso, mas ela se apresenta em di-versos estados, muitos nem conhe-cemos – tenta explicar calmamente a professora.– quando a gente sonha que está num lugar muito diferente de tudo que nós vimos pode ser um mundo diferente? – pergunta laurinha.– talvez.– então eu já fui para outro mun-do enquanto sonhava – argumenta laurinha bem incisiva.– Sério? conte para nós como é esse lugar – estimula a educadora.

– É um mundo de delícias. tudo lá é de chocolate, as casas, os carros as plantas e até os animais...A professora interrompe:– não, laurinha, quando digo mun-dos diferentes, não estou falando de mundos de fantasia. Mundo de chocolate não passa de invenção dos homens aqui na terra.– Viu, laurinha, como não é outro mundo? – diz Jorginho com cara de sabido.– Pois para mim é. e vou torcer para sonhar com esse lugar de novo e comer mais e mais daquelas gosto-suras. e ninguém vai implicar e me mandar comer outra coisa saudáa-aaavel, porque lá só vai ter isso. de-lícia!!! Ainda bem que sonho não engorda.

– É um mundo de delícias. tudo lá é de chocolate, as casas, os carros as

– não, laurinha, quando digo mun-dos diferentes, não estou falando de mundos de fantasia. Mundo de chocolate não passa de invenção

– Pois para mim é. e vou torcer para sonhar com esse lugar de novo e comer mais e mais daquelas gosto-suras. e ninguém vai implicar e me mandar comer outra coisa saudáa-aaavel, porque lá só vai ter isso. de-lícia!!! Ainda bem que sonho não

NOVEMBRO - DEZEMBRO 2015 CORREIO FRATERNO 7

www.correiofraterno.com.br

Por izAbel VituSSo

A vida de dois nomes muito conhe-cidos no Movimento Espírita, Clóvis Tavares e Nina Arueira,

foi a inspiração para o documentarista Oceano Vieira de Melo fazer seu novo fil-me. O longa Luz na Escola foi exibido no dia 24 de novembro em duas salas do cir-cuito Kinoplex na cidade de Campos dos Goytacazes, RJ, cidade natal dos perso-nagens, em comemoração ao centenário de Clóvis Tavares e aos 80 anos da Escola Jesus Cristo.

Reconhecido pelo movimento espírita e autor de mais de dez livros, dentre eles Amor e Sabedoria de Emmanuel, Histórias que Jesus contou e Trinta anos com Chico Xavier, Clóvis Tavares (1915-1984) ga-nha cena no filme quando, ainda jovem estudante, se identifica com os ideais co-munistas na cidade onde nascera.

Nina Arueira (1916 -1935) é sua com-panheira de sala, no Liceu de Humanida-des de Campos, nos anos 30, e igualmente levada pelos ideais, ajuda a fundar as bases para a Juventude Comunista, provocando na cidade acirrados debates em favor dos menos favorecidos. Neste mesmo tempo, os dois se apaixonam, iniciam o namoro e passam a ser os principais líderes da dou-trina de Lênin na região.

Enquanto Clóvis aprimora seu discur-so materialista e ambos começam a sofrer com as perseguições, Nina conhece um dos admiradores dos seus artigos publica-dos, Sr. Virgílio de Paula, o estudioso de teosofia e do espiritismo e fundador do

Grupo Espírita João Baptista, na cidade. Por seu intermédio e também dos livros espíritas, Nina se identifica com o Evan-gelho e fica maravilhada com a visão de Jesus todo justiça, amor e caridade, expli-cado à luz do espiritismo.

Mas faltando apenas dois meses para seu casamento com Clóvis, Nina adoece e vem a desencarnar com tifo, deixando o noivo desolado, mas que não demora a receber mensagens da própria noiva, em espírito, orientando-o para que ele se dedicasse à educação com o Evangelho. Consolado pelas mensagens e pela dou-trina, Clóvis começa um trabalho junto às crianças e funda o que chama Escola Infantil Jesus Cristo, nominada depois Escola Jesus Cristo, dado que os adultos também se afeiçoaram ao trabalho.

Todo o preparo do jovem espírita, que se mudara para estudar no Rio de Janeiro e lá tivera contato com intelectu-ais e escritores na FEB – Guillon Ribei-ro, Manoel Quintão, Carlos Imbassahy, Leopoldo Machado – é resgatado pelo produtor Oceano, ao retratar a vida de Clóvis Tavares.

Pela amizade de mais de 50 anos do professor Clóvis com o médium Chico Xavier, quem chegava a ir duas vezes por ano visitar, muitas passagens entre os dois também são lembradas no documentário.

Em 1939, quatro anos depois da de-sencarnação da noiva, Clóvis faz sua pri-meira visita ao médium e recebe de Nina sua segunda mensagem, onde ela cita um

fato de conhecimento apenas dos dois: antes de desencarnar, Nina havia escrito um pequeno romance espiritualista, Ya-nur, dedicado ao noivo que, materialista, guardara em segredo.

A mocidade espírita de Campos visi-tava famílias necessitadas da Escola Jesus Cristo e numa dessas visitas, uma criança recém-nascida abandonada foi resgatada e acolhida, mas apesar de Clóvis ter pro-videnciado todos os cuidados, ela veio a desencarnar. Em uma de suas habituais viagens a Pedro Leopoldo para encontrar--se com Chico Xavier, Clóvis obteve do médium a informação de que o visitava um espírito de muita luz, chamado Elzi-nha França, o nome dado à criança aco-lhida. Clóvis contou ao médium quem era a menina e Chico logo complemen-tou que ela era uma das professoras que integravam a equipe espiritual de serviço na Escola Jesus Cristo.

Clóvis vem a se casar apenas 20 anos depois da desencarnação de Nina, com Hilda Mussa, que passou a ser também a sua fiel colaboradora nos trabalhos da Es-cola Jesus Cristo.

São essas e tantas outras histórias, como a revelação de Chico sobre a re-encarnação de Santos Dumont naquele núcleo familiar, ajudam a compor o im-portante registro cinematográfico Luz da Escola, que além de entreter o público, certamente guardará a memória daqueles que fizeram a diferença na história do es-piritismo no Brasil.

A produtora Versátil Digital Filmes se prepara para exibir o filme em dezem-bro em São Paulo e depois na TV por assinatura. E em junho realizará o lan-çamento em DVD acrescido por vídeos e áudios extras, incluindo palestras re-cuperadas pelo pesquisador gravadas na Escola Jesus Cristo.

bAÚ de MeMÓRiASO BAÚ DE MEMÓRIAS PODE SER FEITO POR VOCÊ!Envie para nós um fato marcante sobre o Espiritismo em sua cidade. Ele pode ser publicado aqui nesta seção. E-mail: [email protected].

A memória de clóvis tavares e nina Arueira no

cinema

1- Clóvis Tavares2- Nina Arueira3- O escritor em companhia do

médium Chico Xavier4- Escola Jesus Cristo, fundada em

Campos de Goytacazes, RJ, em 1935

1

2

3

3

4

8 CORREIO FRATERNO

www.correiofraterno.com.br

A incrível descoberta do

mundo dos espíritos

eSPeciAl

Por PAulo henRique de FiGueiRedo

Pela primeira vez na história da cultura humana, o espiritismo permitiu conhecer a espiritualidade como um mundo material possível de ser estu-

dado pela física. Em 1864, reconhecendo o alcance da teoria da alma, a existência do perispírito e da matéria que constitui o mundo dos espíritos, Allan Kardec afir-mou que “Um dia virá, sem dúvida, em que se reconhe-cerá que existe uma física espiritual”1.

Nos tempos de Platão, a maioria das pessoas acre-ditava que depois da morte as almas ascendiam para os céus. As estrelas seriam suas moradas junto aos deuses. A Terra estaria no centro do Universo, e os céus seriam como as cascas de uma cebola, onde estariam localiza-dos o Sol e os planetas, formando camadas à sua volta até a última onde repousariam as estrelas fixas. O céu seria composto de uma matéria especial, incorruptível, diferente de tudo o que conhecemos aqui embaixo. Tudo o que conhecemos pode se resumir a quatro es-sências: água, fogo, terra e ar. Desse modo, a matéria dos céus seria uma quinta essência, chamada éter, foi o que explicou Aristóteles.

Por séculos, as escrituras descreveram os céus como a morada das almas e de Deus. Os cristãos criaram o hábito de dirigir suas preces ao alto, imaginando que lá em cima estaria o Criador. Por sua vez, a Igreja, com a intenção de dominar seus fiéis, descreveu a morada do diabo nos abismos do centro da Terra, com seu fogo e enxofre, ameaçando aqueles que não se renderem ao seu poder com a condenação eterna.

Na era moderna, porém, Galileu chocou a cristan-dade quando apontou a luneta para o céu e encontrou indícios de que a Lua, as estrelas e o Sol eram feitos de matéria corruptível como a do nosso mundo. Com suas lentes, encontrou crateras na Lua, manchas no Sol, luas em torno de Júpiter. O entusiasmo de Galileu não foi correspondido pelos tradicionais professores da univer-sidade, como Cesare Cremonini, que se recusou a olhar pelo telescópio.

Depois dos experimentos e teorias de Galileu, Ke-pler, Newton, o céu nunca mais foi o mesmo. A exis-tência de Deus depois do último céu perdeu o sentido quando se reconheceu a infinitude do Universo. A mo-rada das almas e anjos com seus corpos celestes perde-ram a substância com a inexistência de uma quintes-sência como imaginara Aristóteles. O diabo com suas ameaças virou brincadeira de criança. E a maioria dos homens conscientes da liberdade de pensamento ficou desapontada com as falhas científicas das escrituras e caiu na descrença. O materialismo tomou conta da cul-tura humana e as religiões foram vistas como ilusões, consideradas meios de dominação das grandes massas ignorantes.

Com a chegada do espiritismo, uma nova realidade foi compreendida. A Teoria dos espíritos se estabeleceu por meio de comunicações recebidas em centenas de centros de pesquisa de todo o mundo, que se corres-

pondiam com Allan Kardec, além de suas sessões sema-nais de pesquisa na Sociedade Parisiense de Estudos Es-píritas, onde ao menos oito médiuns atuavam na mesa.

Os espíritos descreveram que não só podiam ob-servar o nosso mundo, influenciar nossos atos pelo pensamento, mas que também viviam em seu próprio mundo, habitado por meio de um corpo espiritual, ou perispírito. Além disso, nós humanos também estamos vivendo no mundo espiritual, com nosso perispírito, mas ligados célula a célula ao corpo físico desde o nasci-mento. Esse corpo que não seria mais do que um corpo de natureza animal ao qual estamos ligados durante esta vida, até que depois da morte possamos continuar nos-sa vida espiritual.

O mundo espiritual é outro universo. Durante o sono, caso tenhamos a capacidade de nos manter aten-tos às vivências espirituais, pois grande parte das pes-soas não se desliga das experiências cotidianas da vida material, conseguimos nos afastar do corpo físico e visi-tá-lo. Até mesmo rever os espíritos com os quais temos afinidade, repensar as decisões que aqui tomamos, fazer planos, revigorar nossos sentimentos a despeito das difi-culdades que aqui enfrentamos. Ao despertar, podemos lembrar relances dessas vivências, muitas vezes revesti-das de símbolos, misturadas às fantasias dos sonhos. Al-gumas pessoas conseguem relembrar suas andanças pela espiritualidade pelo que se denominam sonhos lúcidos ou desdobramento.

No entanto, de que é feita a matéria desse mun-do espiritual, quais são as suas propriedades? Como os espíritos conseguem se comunicar? Por que a ciência não tem como reconhecer e constatar a existência desse mundo por seus instrumentos?

Certa vez, conversando com um espírito em nosso grupo de pesquisa mediúnica, comentávamos o fato de que as descrições dos espíritos quanto ao mundo es-piritual nas obras de Kardec revelavam elementos da física moderna, ainda desconhecida naqueles tempos. O espírito prontamente respondeu: – Mas os espíritos superiores deste mundo conhecem os fenômenos físi-cos descritos pela relatividade e física quântica há mui-tos séculos, estudando a matéria do mundo espiritual. A Humanidade, porém, adquiriu esse conhecimento somente no século 20.

Hoje é mais fácil compreender como funciona o mundo espiritual. O pensamento dos espíritos se irra-dia como um campo eletromagnético à volta do peris-pírito e atinge às distâncias pelo que equivale às nos-sas ondas eletromagnéticas até o infinito. Quase todo mundo tem hoje um celular. Ele transmite e recebe ondas eletromagnéticas que se traduzem por imagens, diálogos, filmes, textos e outros elementos de comuni-cação. Esse nosso objeto, então, imita a capacidade na-tural dos espíritos para se comunicar pela transmissão do pensamento. Essa é uma das propriedades naturais do perispírito.

O astrônomo Galileu Galilei (1564-1642) revolucionou a ciência quando apontou sua possante luneta para o céu

noVeMbRo - dezeMbRo 2015 CORREIO FRATERNO 9

www.correiofraterno.com.br

A incrível descoberta do

mundo dos espíritos

LIVROS & CIA.

Editora ComeniusTel.: (11) 98155-2788www.editoracomenius.com.br

FEB / IDE EditoraTel.: (61) 2101-6161www.febeditora.com.br

Lúmen EditorialTel.: (11) 3207-1353www.lumeneditorial.com.br

Editora Correio FraternoTel.: (11) 4109-2939www.correiofraterno.com.br/loja

Educação para um mundo novode Maria Montessoriorganizado por Dora Incontri112 páginas14x21 cm

Mediunidade dos santosde Clóvis Tavares224 páginas16x23 cm

Construindo um caminhode Schellidapsicografi a de Eliana Machado Coelho504 páginas16x23 cm

Como renovar atitudesde Astrid Sayegh144 páginas14x21 cm

Editora Correio Fraterno

Construindo um caminhode Schellidapsicografi a de Eliana Machado Coelho504 páginas16x23 cm

Lúmen Editorial

Educação para um mundo novode Maria Montessoriorganizado por Dora Incontri112 páginas14x21 cm

Como renovar atitudesde Astrid Sayegh144 páginas14x21 cm

Editora Comenius

Mediunidade dos santosde Clóvis Tavares224 páginas16x23 cm

Mas nem todos os espíritos sabem utilizar essa capacidade. Há aqueles que ainda estão muito presos ao nosso mun-do, e quando morrem agem no mun-do espiritual como se estivessem aqui. Desconhecendo e antes de adquirir as habilidades do perispírito, precisam da voz para falar e ouvir, não conseguem ainda modular os pensamentos e mer-gulhar nessa imensidão de informações transmitidas pela humanidade a cada instante.

Mas de que é feito o perispírito e a matéria do mundo espiritual? Veja-mos um comentário de Allan Kardec em A gênese2:

“A camada de fl uidos espirituais que cerca a Terra se pode comparar às camadas inferiores da atmosfera, mais pesadas, mais compactas, menos pu-ras do que as camadas superiores. Não são homogêneos esses fl uidos; são uma mistura de moléculas de diversas qua-lidades, entre as quais necessariamente se encontram as moléculas elementares que lhes formam a base, porém mais ou menos alteradas”

Ou seja, Kardec aprendeu com os espíritos que o mundo espiritual é feito de moléculas. Isso signifi ca que tudo lá se constitui de matéria e energia da mes-ma forma que o nosso mundo. E aqui surge a mais complexa dúvida quanto ao aspecto científi co da teoria espírita: Por que a ciência atual não consegue detectar a matéria e a energia do mun-do espiritual?

Nosso universo observável está abrangido entre a matéria densa, feita de átomos, moléculas compreendidas na tabela periódica e a energia que se transmite em forma de onda eletromag-néticas, desde o calor radiante, a luz, o magnetismo, e outras vibrações do éter que percorrem as distâncias por uma velocidade constante, 299.792.458 me-tros por segundo. Essa é a velocidade máxima do nosso universo observável. Mas para compreender a teoria dos es-píritos precisamos considerar que haja matéria e energia em nosso universo cuja constante seja superior à veloci-dade da luz de nossa faixa. O mundo espiritual, portanto, está presente numa faixa de matéria acima da velocidade da luz de nosso mundo!

Mas como os espíritos podem fa-zer contato conosco, se estão num universo inacessível aos nossos instru-mentos? Fácil de responder quando lembramos que nós, homens, esta-mos vivendo em dois mundos, com o corpo físico no mundo material e no mundo espiritual, com o nosso cor-po espiritual, ou perispírito. A todo tempo, os espíritos estão em constan-te comunicação conosco por meio do pensamento irradiado pelo perispíri-to, e vice-versa.

O elo entre os dois mundos, o físi-co e o espiritual, é o fenômeno da vida! Todo ser vivo, seja ele uma simples cé-lula ou organela até os animais e seres humanos, está vivendo simultaneamen-te em dois domínios diferentes de nosso universo.

Todo aquele que morre, em verda-de, vivencia a morte apenas do corpo físico. Desde antes já estava presente no mundo espiritual, por meio de seu perispírito. Depois da morte, então, ele continua na espiritualidade, mas ago-ra abandonando os sentidos do corpo físico, passa a perceber continuamente o mundo espiritual, vivendo essa nova realidade!

Então, para quem pergunta: para onde vamos depois da morte? A dou-trina espírita responde: Para o mesmo lugar em que já está agora! Todos nós, também você, leitor, estamos ligados mentalmente aos espíritos afi ns, aos nossos espíritos protetores a todo tem-po. E permaneceremos junto a eles de-pois da morte. Há aqueles, porém, que por apego do egoísmo e orgulho, não se cansam de pensar e se ligar mental-mente àqueles que sentem raiva, rancor ou medo. Essa é a ligação mental que escolheram, e será a eles que estarão unidos depois da morte. Mas essa já é outra história!

Referências1Allan Kardec, Revista Espírita, jornal de estudos psicológicos, ano 1864. Tradução de Salvador Gentile. Araras: IDE, 1993.

2Allan Kardec, A gênese. Tradução de Guillon Ri-beiro. 36 ed. Brasília: FEB, 1944.

Paulo Henrique é pesquisador e autor do livro Mesmer, a ciência negada e os textos escondidos, Ed. Lachâtre, 2005.

10 CORREIO FRATERNO NOVEMBRO - DEZEMBRO 2015

www.correiofraterno.com.br

Yvonne, os suicidas e Léon DenisVocÊ SAbiA

da RedAção

Grande clássico da literatura espíri-ta, o livro Memórias de um suicida, de psicografia de Yvonne Pereira,

só foi publicado graças à interferência es-

piritual de Léon Denis.A autora assim o revela na introdução

da obra, onde agradece o “grande apósto-lo do espiritismo” e lhe atribui as intui-ções para a compilação e redação do livro.

“Durante cerca de vinte anos tive a felicidade de sentir a atenção de tão no-bre entidade piedosamente voltada para mim, inspirando-me um dia, aconse-lhando-me em outro, enxugando-me as lágrimas nos momentos decisivos em que renúncias dolorosas se impuseram como resgates indispensáveis ao levantamento de minha consciência, engolfada ainda nas consequências de um suicídio em existência pregressa”, revelou Yvonne em 1954, ao lançar a obra. “E durante vinte anos convivi com esse irmão venerável, cujas lições povoaram minha alma de consolações e esperanças, cujos conselhos procurei sempre pôr em prática, e hoje,

quando a existência já declina para o seu ocaso, fala-me mais ternamente ainda, no segredo do recinto humílimo onde estas linhas são escritas!”, revela.

Yvonne também diz que desde a ju-ventude vinha obtendo comunicações de espíritos suicidas que voluntariamente acorriam às reuniões do Centro Espírita de Lavras, cidade mineira em que morava. Dentre eles um se destacou pela ‘assidui-dade e simpatia’ e, principalmente, pelo nome glorioso que deixou na literatura em língua portuguesa: Camilo Cândido Botelho, ou Camilo Castelo Branco.

Até o ano de 1926, porém, só muito superficialmente ouvira falar em seu nome. Daí em diante, ora em sessões normalmen-te organizadas, ora em reuniões íntimas, le-vadas a efeito em domicílios particulares, ou no silêncio do seu aposento, recebia apontamentos, noticiário periódico, escri-

to ou verbal, ensaios literários, verdadeira reportagem relativa a casos de suicídio e suas tristes consequências.

Yvonne conta que teve muitas dificul-dades para compor o livro. “Não posso ajuizar quanto aos méritos desta obra. Proibi-me, durante muito tempo, levá-la ao conhecimento alheio, reconhecendo--me incapaz de analisá-la. Devo estas pá-ginas à caridade de eminente habitante do mundo espiritual, ao qual me sinto ligada por um sentimento de gratidão que pres-sinto se estenderá além da vida presente”, registra a médium.

Não fosse a amorosa solicitude desse iluminado representante da doutrina dos espíritos – que prometeu, nas páginas ful-gurantes dos livros que deixou na Terra so-bre filosofia espírita acudir ao apelo de todo coração sincero com o intuito de progredir – e esses apontamentos se perderiam.

Yvonne do Amaral Pereira - 24/12/1900 (Valença,RJ) - 9/3/1984 (Rio de Janeiro,RJ): uma das médiuns brasileiras mais respeitadas

NOVEMBRO - DEZEMBRO 2015 CORREIO FRATERNO 11

www.correiofraterno.com.br

ARtiGo

O final do ano vem se aproximando e com ele chega a nossa vontade de avaliar o que fizemos de posi-

tivo ou negativo em mais um ano, e tam-bém de planejar o novo ano, procurando, assim, definir os rumos que queremos dar para nossa vida.

Com certeza algumas pessoas vão fa-lar que precisariam de muito mais tempo para fazer tudo o que queriam ou precisa-vam ter feito.

Proponho então um exercício para uma simples avaliação do quanto estamos conscientes das atividades que desenvolve-mos e se estamos satisfeitos por realizá-las, e a partir daí decidir se queremos continu-ar da forma que estamos ou mudar para alcançar os reais objetivos.

A proposta é escrever em um papel deixando um espaço para as respostas, e como para tudo o que fazemos demanda--se tempo, vamos colocar embaixo o tem-po que utilizamos para cada atividade.

• O que gosto e faço? • O que gosto e não faço? • O que não gosto, mas faço? • O que não gosto e não faço? Antes de refletirmos sobre o que escre-

vemos, é importante lembrar que o que planejamos fazer no próximo minuto ou mesmo nos próximos anos dependerá do tempo que temos ainda nessa encarnação e, assim como o estudante que não utiliza o seu tempo para aprender e que retarda a sua formatura, o aproveitamento das oportunidades que a vida nos concede a favor da nossa evolução vai depender de nossas escolhas.

As vinte e quatro horas de cada dia, segundo a contagem humana, são iguais para todos. A diferença reside no que cada um de nós realiza num espaço de tempo.

Para os materialistas, “tempo é dinhei-ro”. Contudo, a avaliação é muito relati-va, se olhada apenas externamente, sendo importantíssimo o significado da ação para cada um. Podemos estar caminhando com nosso cão, nos exercitando e ao mes-mo tempo fazendo orações. Podemos es-

Quanto tempo eu tenho?Por Suely VentuRini

tar pescando na beira do lago e ao mesmo tempo fazendo profundas reflexões sobre nossa vida. Um workaholic (fanático por trabalho) dirá que isso seria um tremendo desperdício de tempo.

Mas mesmo sabendo que esta é apenas uma entre tantas vidas que teremos, como espíritos em evolução, ao chegarmos na maturidade, quando a noção da finitu-de do tempo da reencarnação se faz mais presente, certamente refletiremos sobre o valor de nossas escolhas, de tudo o que fi-zemos até então na reencarnação.

Muitas pessoas vivem esperando a sexta-feira, o feriado, as férias, a aposenta-doria, dizendo: “Quando esse dia chegar, aí vou fazer, vou viajar, vou ser voluntário, vou passear com meus filhos...” Vivem a expectativa do futuro. E não lembram que o tempo que esperam pode não chegar.

Embora seja difícil pensar na questão da nossa própria morte, tal consciência certamente nos ajudará a ponderar sobre o que estamos fazendo hoje com o tem-

po que temos ainda encarnados. Assim, devemos nos perguntar: estou feliz com o que estou fazendo com meu tempo? Estou aproveitando-o da melhor forma possível?

Podemos retomar o nosso exercício do começo, então, e reler o que escrevemos, observando se o que estamos fazendo faz parte de nossas prioridades e se estamos usando nosso tempo para executá-las equilibradamente.

www.correiofraterno.com.br

Fortalecendo a vontade– o homem poderia sempre vencer as suas más tendências pelos seus próprios esforços? Sim, e às vezes com pouco esforço; o que lhe falta é a vontade. Ah, como são poucos os que se esforçam! (O livro dos espíritos, p. 909)

Autolibertar-se é romper os obstáculos que impedem a manifestação, a expressão dos mananciais divinos em nós. em momentos de dificuldades, quando estamos imbuídos do desejo de libertação, o auxílio do plano es-piritual vem a nosso favor, mas sempre se faz necessário o apoio de nossa própria vontade para que os espíritos possam encontrar meios por onde atuar sobre nós. (Como renovar atitudes, Astrid Sayegh, correio Fraterno)

O tempo é excelente oportunidade de corrigir nossos erros, males e equívocos do passado recente ou remoto, mesmo que devagar, mas com dedicação, persistência e determinação.

Boas Festas e Feliz Ano Novo a todos.

Psicóloga, Suely participa do Instituto de Estudos Espí-ritas Dr. Wilson Ferreira de Mello e da Associação dos Divulgadores do Espiritismo, em Campinas,SP.

12 CORREIO FRATERNO noVeMbRo - dezeMbRo 2015

www.correiofraterno.com.br

Acesse a Agenda Eletrônica Correio Fraterno e fi que atualizado sobre o que

acontece no meio espírita. Participe.www.correiofraterno.com.br

qualquer hora, em qualquer lugar

ENIGMA

Por quanto

tempo Allan

Kardec

estudou o

magnetismo?

Resposta do Enigma:

Solução doPassatempo

Veja em:www.correiofraterno.com.br

Por 35 anos

(Revista Espírita, junho de

1858)

cultuRA & lAzeRElaborado por Izabel Vitusso e Hamilton Dertonio,

especialmente para o Correio FraternoDUPLEX DO CORREIO

Região do ABC Retirada de doações

para o bazar Permanente

ligue (11) 4109-8938

www.correiofraterno.com.br

Congresso Espírita ParaibanoAcontece de 8 a 10 de janeiro, com o tema

“O despertar do Espírito”, o VI Con-gresso Espírita Paraibano. Local: Teatro

A Pedra do Reino, no Centro de Convenções, João Pessoa, PB. Participação de: Divaldo P. Franco, Al-berto Almeida, Frederico Menezes, Giselda Arnaud, Haroldo Dutra, Rossandro Klinjey, Sandra Borba e Severino Celestino. Organização: Federação Espírita Paraibana. Informações: www.fepb.org.br.

Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita

Inicia-se a partir de 26 de janeiro de 2016, em todas as terças-feiras, das 19:30 às

21:30h o Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita (EADE), ministrado pela área de estudos da USE São Paulo. Local: Campo Experimental, Rua Brigadeiro Machado, 269, Brás, Capital. www.usesp.org.br. O curso é uma realização conjunta da USE-SP e da União Espírita Cristã Benefi cente Laudelino Novaes de Brito. Inscrições e informações: [email protected].

1º Congresso Espírita de UberlândiaDe 30 a 31 de janeiro de 2016, será realiza-

do em Uberlândia, MG, o 1º Congresso Espírita da cidade. Local Acrópole, Rua

José Rezende, 4090. Tema: “Jesus e a valorização da vida”. Participação de Haroldo Dutra, Irvênia Prada, Simão Pedro de Lima, Antonio Cesar Perri, Rossandro Klinjey e Jorge Alberto Elarrat. Organização Rádio Fra-ternidade. Inscrições: www.radiofraternidade.com.br.

Confraternização Espírita do Maranhão “Defesa da vida: desafi os do homem contem-

porâneo”. Este é o tema do 36ª Confrater-nização Espírita do Maranhão que acontece

em São Luis, de 7 a 9 de fevereiro de 2016, no Auditório FAMA/ Pitágoras. Palestrantes convidados: André Si-queira e Marco Milani. Informações: www.femar.org.br.

Congresso Espírita ParaibanoAcontece de 8 a 10 de janeiro, com o tema

A Pedra do Reino, no Centro de Convenções, João

JAN

8

Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita

21:30h o Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita

JAN

26

1º Congresso Espírita de UberlândiaDe 30 a 31 de janeiro de 2016, será realiza-

José Rezende, 4090. Tema: “Jesus e a valorização da

JAN

30

Confraternização Espírita do Maranhão “Defesa da vida: desafi os do homem contem-

em São Luis, de 7 a 9 de fevereiro de 2016, no Auditório

FEV

7

Bilhete de NatalMeu amigo, não te _________, pelo _______ de Jesus, de cultivar na ____________ a paz, a verdade e a _____.

Não olvides a _________ cheia de fé e de _______, por quem passa, sobre a _____, encarcerado na _____.

Vai buscar o _____________ e o _______ que nada tem... o _______ que passa ao longe sem o ________ de ninguém.

Consola as _______ sofredoras E alegra o ________ que vai Pelas _________ do mundo Sem o carinho de um ____.

Mas _______: Não te esqueças, Na doce __________ Que ______ deve nascer No altar de teu _________.

O mesmo que ouvideNascimentoRecordaçãoForma de energia radiante

Prece, rezaSentimento exemplifi cado por JesusO nosso planetaSofrimento

Diminutivo de pobreAborrecidoO que não é felizAfeição, ternura

Genitora (pl.)O que não tem pai ou mãeCaminhosGenitor

OuveDescobertaNosso irmão maiorÓrgão símbolo do sentimento

Resolva o diagrama à direita e complete o texto à esquerda

Telefone de JesusTelefone de JesusUma lista de coisas boasAcho que se a

gente pedisse só coisas boas, Deus

permitiria muito mais coisas boas

também!

Porque só tem notícia triste na

televisão...

tambémacho!

Faca uma lista de coisas boas,

então...

Já fiz:bolo, brigadeiro,

sorvete, brincadei-ras, festa... Acho que vou mandar

isso pra televisão!

Antologia mediúnica do Natal, Casimiro Cunha, por Chico Xavier.

NOVEMBRO - DEZEMBRO 2015 CORREIO FRATERNO 13

www.correiofraterno.com.br

cRÔnicA

Por RichARd SiMonetti

Ante a tempestade

A tarde caía. Jesus decidiu atraves-sar o lago de Genesaré com os discípulos. Buscando repousar,

recostou-se na popa, enquanto o barco singrava as águas serenas do grande lago. De súbito, como ocorre com frequência naquela região, o vento soprou forte, le-vantando ondas ameaçadoras.

Jesus dormia tranquilo. Os discípulos, não. Estavam apreensivos. O barco joga-va muito, parecia prestes a virar. À distân-cia da praia, corriam sério risco! E porque a situação ficasse cada vez pior, trataram de acordar Jesus:

– Salva-nos, Senhor, que perecemos!Fitando-os com a tranquilidade de

sempre, ele respondeu:– Por que temeis, homens de pouca fé?Então ergueu-se, ordenou ao vento

que parasse de soprar e ao mar que se acalmasse. Imediatamente a Natureza o atendeu. O vento fez-se brisa suave… As ondas reduziram-se a leves ondulações que beijavam a embarcação. Os discípu-los ficaram pasmos.

– Quem é esse que até os ventos e o mar lhe obedecem?

O episódio no lago de Genesaré tem notável conteúdo simbólico. Podemos situar a jornada terrestre como longa viagem por mares ignotos. Às vezes, o oceano está belo e calmo. Seguimos sau-dáveis e bem dispostos… Finanças em ordem… Estabilidade no emprego… Família em paz… Sentimo-nos ajusta-dos e felizes…

De repente, sopram os ventos, com ameaçadoras ondas. Uma doença inspira cuidados… Somos demitidos do empre-go… Surge a crise familiar… Falece o ente querido…

Temos dificuldade para lidar com es-sas situações. Vai-se a coragem… Chega o pessimismo… Nasce o medo… Falece a esperança... Manifestam-se a perturba-ção, o desencanto, a revolta, a rebeldia... Em casos extremos, há quem resvale para o álcool, as drogas, o desatino, e até o sui-

cídio, essa falsa porta de fuga que apenas nos precipita em sofrimentos mil vezes acentuados.

Por quê? Falta a fé. Podemos defini--la como a confiança plena em alguém ou em alguma coisa. É a bússola, a se-gurança, o apoio para todas as situações. Quem a conquistou nunca se perde nos balanços da Vida, quando sopra o vento da adversidade.

Geralmente nos enganamos a respeito da fé. Julgamos possuí-la. Nosso compor-tamento sugere o contrário.

Longa estiagem atormentava a popu-lação, em lugarejo do Nordeste. Quando a situação se tornou intolerável, um gru-po de fiéis procurou o padre, na igreja, propondo orações coletivas. O sacerdote perguntou-lhes:

– Vocês têm fé?– Temos!

– Acreditam que Deus ouvirá nossas orações?

– Acreditamos!– Guardam a convicção de que vai se

derramar a chuva em breves momentos, torrencialmente?

– Sim, padre! – Então, por que não trouxeram os

guarda-chuvas?O Evangelho de Mateus termina com

a divina promessa (28:20): “Estarei con-vosco até a consumação dos séculos”.

É preciso atentar a essas palavras. Jesus informa que permanecerá com seus segui-dores para sempre. Beleza! A seu lado a jornada é mais fácil e segura. Com Jesus não há problema insolúvel, dificuldade insuperável, dor insuportável, desafio invencível… Com ele não nos assustam as tormentas da existência, nem nos ame-drontam os ventos da adversidade.

Contar com Jesus é o nosso grande trunfo em todas as situações! Conside-remos, porém, que o evangelista repor-ta-se aos seguidores de Jesus. Seguidor, como sabemos, é aquele que segue al-guém, que lhe observa as orientações e imita os exemplos.

Segundo as recomendações de Jesus, devemos nos amar uns aos outros, re-nunciar aos interesses pessoais, perdoar as ofensas, eliminar os vícios, vencer a indiferença, superar o comodismo, dis-pondo-nos a consolar aflitos, medicar enfermos, alimentar famintos, confor-tar aflitos...

Se faz isso tudo, amigo leitor, para-béns! A paz e a serenidade, a alegria e o bem-estar certamente são as marcas de seus dias! Você é um seguidor de Jesus!

Autor de mais de cinquenta livros, Richard Simonetti é conhecido orador e também articulista nos princi-pais periódicos espíritas.

14 CORREIO FRATERNO NOVEMBRO - DEZEMBRO 2015

www.correiofraterno.com.br

Por JoAquiM AlVeS

Foi ASSiM

Efeitos físicos com o Chico

Materialização com Chico atinge culminâncias su-blimes! Numa das noites em que fomos convida-dos a um trabalho dessa natureza, dirigimo-nos

com um pequeno grupo de amigos até a casa de André, ir-mão do médium, em Pedro Leopoldo.

Preparado o ambiente, com portas e janelas completa-mente cerradas, revestidas ainda de cobertores para a pe-numbra completa, tênue melodia, incumbimo-nos de de-senhar as materializações para exibi-las mais tarde ao Chico, já que pela sua posição de medianeiro não lhe era possível vê-las no curso de sua realização.

A luminosidade fulgurante espraiou-se pelo cômodo e, no seu centro, estava um espírito.

André informou-nos:– É Cidália, minha mãe e segunda mãe de Chico.A entidade percorreu o recinto, distribuindo ânimo e

paz e, após, retirou-se. Depois, uma onda de perfume che-gou a nós. Outro espírito elegante, envolto numa roupagem belíssima trazendo numa das mãos uma estrela luminosa e noutra uma rosa igualmente fulgurante. Era Meimei. Ainda

se materializariam naquela noite Emmanuel, Scheilla e Auta de Souza, que nos pediu para que abríssemos a porta do cô-modo em que estava o médium.

Encontramos o ambiente todo iluminado. Chico perma-necia deitado, inanimado. De seu peito, um esfuziante foco de luz se lançava ao espaço e, em letras douradas, se escrevia a palavra: AMOR.

Esse período de materializações e efeitos físicos na me-diunidade de Chico perdurou por dois anos, 1952 e 1953, depois dos quais a palavra paternal de Emmanuel comuni-cou ao grupo que semelhantes manifestações haviam sido vedadas, a benefício do livro mediúnico. Chico deveria res-tringir-se ao uso das próprias forças na psicografia somente.

Isso – disse-nos Emmanuel – porque a mediunidade do companheiro precisa estar empenhada em outro tipo de ma-terialização: a materialização do pensamento de nossos ins-trutores da Vida Maior.

Fonte: Chico Xavier, 40 anos no mundo da mediunidade, Roque Jacintho, Ed. Luz no Lar, 1991.

NOVEMBRO - DEZEMBRO 2015 CORREIO FRATERNO 15

www.correiofraterno.com.br

Contabilidade – abertura e enCerramento de empresa – Certidões

Tel. (11) 4126-3300 Rua Índico, 30 | 13º andar | São Bernardo do Campo | SP

[email protected] Aral, 123 I São bernardo do campo I SP

Por uMbeRto FAbbRi

diReto Ao Ponto

Que a caridade nos resgate

A doutrina espírita nos esclarece que a causa de todas as guerras é a predominância da natureza ani-

mal sobre a espiritual, ou seja, da busca em satisfazer as paixões humanas, nasci-das do orgulho, do egoísmo e de nossas ilusórias ambições de poder, que alimen-tam uma falsa crença de superioridade.

Desconhecendo ou tentando ludi-briar as leis divinas, alguns de nós bus-camos fazer valer nossas tolas verdades, e, para tanto, muitas vezes desrespeitamos a mais valiosa oportunidade de redenção: nosso relacionamento com os nossos se-melhantes...

Nas pequenas brigas e desavenças do dia a dia, ou nas grandes guerras, vemos a ausência da compaixão, da compreen-são, da tolerância, do amor. Encontramos ainda em nós uma inabilidade em aceitar o outro e enxergá-lo como irmão, em re-conhecermos suas necessidades, buscan-do de alguma forma atendê-las. Com o chamado amor-próprio ferido, nos colo-camos em posição de ataque e não medi-mos as consequências para nossos cruéis desatinos.

Anjezë Gonxhe Bojaxhiu, mais co-nhecida como Madre Teresa de Calcutá, disse certa vez: “Hoje em dia, quando quase todas as doenças têm seu remédio, não se encontrou remédio algum para a indiferença pelo próximo. E, no entanto, ele existe. Não se melhorará a situação dos

excluídos nem se transformará o mundo com revoluções, violência, guerras, nacio-nalismos desenfreados, terrorismo e ódio, mas unicamente por meio do amor e da caridade”. A indiferença à dor, e senti-mentos alheios, é um termômetro de nos-sa pequenez.

Quando o sofrimento do próximo não desperta em nossos corações a pieda-de e a compaixão, devemos nos preocu-par, pois isto é uma mostra clara de que estamos espiritualmente doentes, e, para este mal, o remédio será bem amargo.

A semeadura é livre, mas a colheita, obrigatória.

Se um grande número de pessoas já se esforça e se preocupa com o semelhante, infelizmente, outro bom tanto ainda nem sequer enxerga além das fronteiras de seus próprios interesses. E é este o cenário que vemos nos países em guerra, ou que ex-ploram, prejudicam, desrespeitando os direitos da população.

O egoísmo de uma pequena parcela da sociedade se locupleta a custa da dor e sofrimento dos mais fracos.

Julgamentos não nos cabem, uma vez que em nosso passado é perfeitamente possível que tenhamos sido nós os anti-gos infelicitadores. Entretanto o que nos

compete é criar a medicação do amor nos laboratórios de nossa alma e, uma vez desenvolvida, que saiamos a distribuí-la imunizando outros corações.

A caridade é antídoto seguro para o desamor; somente ela transformará o mundo, acolherá os refugiados, dividirá com os desabrigados o alimento, a roupa e o afeto. Somente ela confortará e trará esperança para os que, arrependidos, bus-cam uma nova oportunidade. Em seu seio teremos a justa divisão dos bens da Terra, e da construção dos valores que nos levarão à ascensão espiritual.

Sabiamente nos disse Kardec que fora da caridade não haveria salvação, e esta salvação diz respeito ao nosso mun-do íntimo, a nossa consciência, que um dia mais desperta nos perguntará: Como utilizou seu tempo, suas posses, sua inte-ligência? De que forma aplicou o Evan-gelho de Jesus em sua vida, beneficiando os irmãos do caminho? E neste dia, caso as respostas sejam insatisfatórias, precisa-remos da mesma caridade para conosco, pois, apenas ela permitirá recomeçarmos e modificarmos nossa história, resgatando nossas almas do mundo sombrio do ‘eu’, ensinando a doce realidade do bem, uma vez que ela é o próprio amor em ação.

Profissional de Marketing, Umberto é orador e escri-tor brasileiro, morando atualmente na Flórida, EUA. Autor do livro O Traficante, ditado pelo espírito Jair dos Santos (Correio Fraterno).

16 CORREIO FRATERNO NOVEMBRO - DEZEMBRO 2015

www.correiofraterno.com.br

MÍdiA do beM

este espaço também é seu.envie para nós as boas notícias que saíram na mídia! Se o mal é a ausência do bem, é hora de focar diferente!

Estudantes criam “couro” de frutas desperdiçadas

Solidariedade na dor Dividindo experiência

Em solidariedade a um aluno que terá que utilizar tapa-olho durante três meses, uma professora do Distri-to Federal incentivou os estudantes da Escola Classe 05 do Núcleo Bandeirante a passarem um dia também com adesivo em um olho. O objetivo, explica a professora Fa-biana Marques Dourado, foi evitar que Murilo Gottardo, de 8 anos, sofresse bullying ou se sentisse envergonhado.

Professora há quatro anos na escola, Fabiana conver-sou com a turma de 19 alunos da 2ª série do ensino fun-damental sobre a necessidade do colega de utilizar o ta-pa-olho e quase todos toparam participar da brincadeira.

A experiência foi gratificante! Foi maravilhoso ver a alegria dele e o respeito dos colegas. Acredito que com a brincadeira evitamos comentários ou brincadeiras desa-gradáveis”, disse a professora.http://g1.globo.com

Um pianista alemão, identificado como Davide Mar-tello, fez uma emocionante homenagem às vítimas dos ataques terroristas que assolaram Paris na noite de sexta--feira, 13. O músico, que mora perto da casa de shows Bataclan, levou seu piano ao local e tocou Imagine, o hino pacifista composto pelo Beatle John Lennon.

Esta foi apenas uma das muitas manifestações espon-tâneas de solidariedade, que têm surgido na França e por todo o mundo. http://rollingstone.uol.com.br

Estudantes da Holanda criaram o couro feito de frutas que no futuro poderá substituir o couro retirado de animais.

A ideia do grupo de designers – formado por Hugo de Boon, Aron Hotting, Koen Meerkerk, Maaike Schoonen, Bart Schram e Miloy Snoijers – também pretende diminuir o desperdício de alimentos.

Os alunos do quarto ano da Willem de Kooning Aca-demie, em Rotterdam, se inspiraram em uma técnica nor-malmente utilizada na gastronomia para desenvolver o novo material que pretende ser uma alternativa sustentável ao couro animal.

O material, denominado Fruitleather (ou ‘couro de fru-tas), é confeccionado em três etapas: amassar, cozinhar e de-sidratar os alimentos. O planeta agradece!www.sonoticiaboa.com.br