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INSTITUTO DO EMPREGO E FORMAO PROFISSIONAL, I.P. DEPARTAMENTO DE FORMAO PROFISSIONAL

CORROSO

Tratamentos de Metais 003 Formadora: Filipa Marques1

CORROSODeteriorao de um material em consequncia do ataque qumico efectuado pelo ambiente que o rodeia.

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FACTORES DE QUE DEPENDE A CORROSO O grau de humidade e a concentrao de oxignio dissolvido na gua so factores decisivos da corroso. Com base na equao de reduo do oxignio, facilmente se verifica que esta tanto mais favorecida quanto mais cido for o meio. A semireaco de reduo e, por isso, a reaco de oxidao-reduo total, so favorecidas em meio de baixo pH. Deste modo, o dxdo de carbono dissolvido na gua e as chuvas cidas favorecem os fenmenos de corroso metlica. A presena de impurezas inicas, como por exemplo cloreto de sdio, favorece igualmente a corroso metlica, especialmente porque aumenta a condutividade elctrica da soluo e, assim, facilita a migrao dos ies. Por isso, a corroso mais intensa em zonas junto ao oceano. Igualmente mais gravosa a corroso em automveis que circulam em estradas com neve que so submetidas aplicao de sal para ajudar a fundir a neve.

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A presena de ies cloreto no ar hmido pode tambm favorecer a corroso, atravs da formao de compostos com os ies metlicos. Por exemplo, janelas e portas de alumnio (ainda que alumnio anodizado ou lacado) em povoaes martimas mostram, frequentemente, picadas e um p branco que cloreto de alumnio (AlCl3) e oxicloreto de alumnio (AlOCl). Tambm a presena de dixido de enxofre, S02, na atmosfera favorece a corroso metlica, quer pela formao de sulfatos, quer de sulfuretos. Por exemplo, a oxidao dos objectos de prata ao ar ou em contacto com produtos alimentares corresponde, sobretudo, formao de sulfureto de prata, Ag2S (s). O cobre, por seu turno, forma uma camada de sais de cobre (I) e (II) verdete , designadamente xido de cobre (I), Cu20, e carbonato de cobre (II), CuCO3, atravs de uma aco conjugada de oxidao pelo oxignio do ar e formao de io carbonato a partir do CO2 atmosfrico.

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TIPOS DE CORROSOA corroso pode apresentar-se de diversas maneiras. A identificao do tipo de corroso ajuda a determinar a causa e a desenvolver mecanismos de preveno, eliminao e controlo.

OS PRINCIPAIS TIPOS DE CORROSO SO: 1. 2. 3. 4. 5. 6. CORROSO ATMOSFRICA; CORROSO GALVNICA (Bimetlica); CORROSO MICROBIOLOGICA; CORROSO POR PILHA DE AREJAMENTO DIFERENCIAL; CORROSO POR TENSO; CORROSO POR ATRITO DE VIBRAO.

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CORROSO ATMOSFRICACerca de 80% das estruturas metlicas esto expostas atmosfera. A atmosfera responsvel por mais de 50% das perdas causadas pela corroso. Em certas condies atmosfricas, a velocidade de corroso alcana valores significativos. Em funo do grau de humidade, a corroso atmosfera classificada em: Corroso atmosfrica seca

Ocorre em atmosfera isenta de humidade, sem a presena do filme de eletrlito na superfcie metlica. A simples presena do ar um factor na deteriorao do metal. Sais levados pelo ar e outros compostos qumicos depositam-se sobre o metal. 0 processo de corroso pode ser considerado puramente qumico. Exemplo: Escurecimento de alguns metais como a prata (Ag2S) e o cobre (CuS), devido presena de H2S (cido sulfdrico), na atmosfera.

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Corroso atmosfrica hmida Ocorre em atmosfera com alta humidade atmosfrica. Verifica-se condensao formada pela variao de temperatura. Tem-se a presena do filme de eletrlito depositado na superfcie metlica.

A velocidade do processo de corroso depende de:Humidade relativa; Poluentes atmosfricos; Higroscopicidade dos produtos da corroso ( porosidade dos xidos, est associada a capacidade dos xidos em absorver gua). Exemplo: Chuva cida; Nvoa salina

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PROCESSO ELECTROQUMICO DA FORMAO DA FERRUGEM

semi-reaco de oxidao: semi-reaco de reduo :

Fe (s)

Fe 2+ (aq) + 2 e- ; 2 OH- (aq) ;

02 (g) + H20 (l) + 2 e-

Quando a gota de gua (ou humidade), contendo ies, entra em contacto com o metal, forma-se uma pilha.8

Na superfcie do metal em contacto com a gua ocorre a semi-reaco de oxidao. Esta d-se na regio central da gota, que funciona como nodo sendo o elctrodo mais eletropositivo. Fe (s) Fe 2+ (aq) + 2 e- oxidao

O io ferro II passa para a soluo e os electres libertados movem-se atravs do metal at uma zona menos central da gota. sobretudo superfcie da gota, onde a concentrao de oxignio dissolvido na gua elevada, e junto ao metal que tem lugar a semi - reaco de reduo. Quando o ferro exposto ao ar hmido ( gua + oxignio) ocorre a seguinte semireaco. Esta zona funciona como ctodo ( o elctrodo mais eletronegativo) 02 (aq) Com a equao acertada: OH- (aq)

02 (aq) + 2 H20 (l) + 2 e-

2 OH- (aq) ; reduo

O metal ferro funciona como se fosse o circuito externo entre os terminais da pilha.9

1.

Na gota de gua, os ies deslocam-se, completando o circuito. Os ies Fe2+ deslocam-se para fora, a partir do centro da gota, e os ies OH- para dentro, a partir dos bordos da gota. Com a difuso dos ies Fe 2+ e OH- no interior da gota tem lugar a formao do hidrxido de ferro (II): Fe2+ (aq) +2OH- (aq) Fe (OH)2 (s)

2.

Este precipitado rapidamente oxidado pelo oxignio, originando a ferrugem:Fe(OH)2 Fe203 . x H20

Agora a corroso uma oxidao indesejavel. Quando o ferro ou certos aos enferruja, forma-se um oxido de ferro III hidratado, de composio varivel:

4 Fe (s) + 3 02 (g) + 2 x H20 (l)

2 Fe203, x H20 (s)

Como este xido no adere ao metal, devido especialmente presena de molculas de gua de hidratao, o metal subjacente continua exposto ao ar, pelo que a corroso prossegue continuadamnete, podendo causar enormes prejuzos materiais.10

Neste tipo de corroso formam-se pilhas locais devido ao aparecimento no metal de zonas andicas e zonas catdicas. A presena de zonas catdicas pode ser devida: A diferentes concentraes do agente oxidante; por exemplo o oxignio superfcie do metal; presena de outro metal ou de impurezas.

Na zona onde se d a oxidao do ferro, o nodo, os tomos de ferro transformam-se em ies e dissolvem-se na gua, dando origem a buracos; Na zona onde se d a reduo, o ctodo, deposita-se a ferrugem, Fe203 . x H20.

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CORROSO GALVNICA (Bimetlica)Quando duas peas metlicas com composies qumicas diferentes, so colocadas em contacto na presena de um eletrlito, certo que uma das duas peas sofrer corroso e a outra ir permanecer intacto. Isto ocorre devido diferena de potenciais eltricos (ddp) entre os metais, funcionamento das pilhas galvnicas. Notar-se-: Um aumento da velocidade da corroso do metal menos resistente nodo (menos nobre na escala galvnica) Uma diminuio da velocidade da corroso do metal mais resistente ctodo (mais nobre na escala galvnica) nodo - o elctrodo mais eletropositivo, que se dissolve na forma de ies e fornece electres para a soluo de eletrlito (elctrodo que se corri). Ctodo - o elctrodo mais eletronegativo, o que aceita eltres, permanece intacto sem sofrer desgaste. Eletrlito - um lquido que tem a capacidade de conduzir a eletricidade atravs de ies. A gua destilada no um bom condutor de eletricidade por que no tem ies dissolvidos e portanto no pode ser considerado um eletrlito s se existirem sais ou cidos dissolvidos ser um bom eletrlito.12

Na corroso galvnica entre metais diferentes, h que ter cuidado nas unies, porque a diferena entre os respectivos potenciais electroqumicos pode originar corroso. O ao galvanizado, que ao revestido com zinco, constitui um exemplo em que um metal (zinco) se sacrifica para proteger o outro (ao). O zinco que depositado sobre o ao, por imerso a quente ou electroliticamente andico em relao ao ao e, consequentemente sofre corroso protegendo o ao, que funciona como ctodo nesta pilha galvnica O zinco e o ao apresentam valores tpicos da variao de peso do zinco e do ao em ambientes aquosos, quando estes dois materiais metlicos esto juntos e quando esto separados. Quando o zinco e o ao esto separados, a corroso de ambos d-se sensivelmente mesma velocidade. No entanto, quando esto acoplados (formando um par bimetlico), o zinco corrodo sendo o nodo de uma pilha galvnica e consequentemente protege o ao.

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Outro exemplo da utilizao de dois metais diferentes num produto industrial o da folha de estanho (folha-de-flandres), usada por exemplo em latas para refrigerantes e em embalagens para conservas alimentares. A maior parte da folha-de-flandres produzida por electrodeposio de uma camada fina de estanho sobre folha de ao. A natureza no txica dos sais de estanho permite que a folha-de-flandres seja utilizvel como material para conter alimentos. O estanho (f.e.m. padro de - 0,136 V) e o ferro (f.e.m. padro de - 0,441 V) tm comportamentos electroqumicos prximos. Pequenas variaes no oxignio disponvel e nas concentraes dos ies que se formam na superfcie podem alterar a sua polaridade relativa. Em condies normais de exposio atmosfrica, o estanho normalmente catdico ( no se corro ) em relao ao ao. Assim, se a parte exterior de uma folha-de-flandres tiver uma perfurao e estiver exposta atmosfera, ser corrodo e no o estanho. No entanto, na ausncia de oxignio no ar, o estanho andico relativamente ao ao, o que faz com que a folha-de-flandres, seja um material muito adequado para o fabrico de recipientes para alimentos e bebidas.

Como se pode ver atravs deste exemplo, a disponibilidade do oxignio um factor importante na corroso galvnica.

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Um outro factor importante na corroso galvnica a razo entre as reas catdica e andica. o denominado efeito de rea. Uma razo de reas desfavorvel aquela que corresponde a uma grande rea catdica e a uma pequena rea andica. Quando uma determinada corrente circula entre um par de metais, por exemplo, elctrodos de cobre e de ferro com diferentes tamanhos, a densidade de corrente muito maior no elctrodo mais pequeno do que no elctrodo de maiores dimenses. Consequentemente, o elctrodo andico, mais pequeno, corrodo muito mais depressa.

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PREVENO E CONTROLO DA CORROSO GALVNICA (Bimetlica)Cabe ao projecto de avies estar atento para as seguinte regras: Regra 1: Selecionar combinaes de metais que estaro em contacto eltrico que estejam o mais prximos possvel nas sries galvnicas. Diminuindo assim a "ddp" entre os metais. Regra 2: Isolar eletricamente metais de grupos diferentes, sempre que possvel. Se a isolao completa no for possvel, pintura ou selagem na juno ajudam a prevenir a corroso galvnica. Regra 3: Evitar fixar peas de materiais dissimilares atravs de prendedores rosqueados e se isso no for possvel, dever ser levado em considerao o tipo de selagem e/ou pintura, para que se possa eliminar um dos itens que favorecem a corroso que o eletrlito (meio). Regra 4: As camadas de proteo devem ser aplicadas com critrio. Exemplo: No pintar o metal menos nobre sem pintar tambm o mais nobre. Caso contrrio, o ataque pode se concentrar nas imperfeies da camada do metal menos nobre. Manter sempre em boas condies as camadas de proteo. Regra 5: Evitar combinaes de materiais dissimilares onde a rea do metal menos nobre (mais andico) menor do que a rea do metal mais nobre.

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RELAO DE REAS NO ATAQUE CORROSIVOA rea do material andico deve sempre ser maior que a rea do metal catdico. Geralmente, a intensidade do ataque corrosivo proporcional razo entre as reas dos componentes andico e catdico. Se a relao (rea andica / rea catdica) for muito maior que um, isto , rea catdica pequena em comparao com a andica, a corroso no ser muito acentuada, mas em caso contrrio, a corroso ser tanto mais intensa quanto maior for a rea catdica. Da ser mais conveniente o emprego de rebites de material metlico mais catdico do que o material da junta.

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CORROSO MICROBIOLGICA a corroso causada pela actividade metablica de vrios microorganismos ( bactrias, fungos, algas). H vrios anos, que a corroso microbiolgica no interior de tanques de combustvel um problema. A grandes altitudes, com baixas temperaturas, a gua presente no combustivel vai-se condensar aps o pouso e depositar-se no fundo dos tanques ( a gua mais densa ). Essa gua contm microorganismos que so simplesmente formas microscpicas de vida animal ou vegetal.

Os microrganismos vivem, na sua maioria, na interface do combustvel e da gua, encontrando ali um ambiente propcio para o seu desenvolvimento. Estes podemse desenvolver na presena de oxignio (aerbios) ou na sua ausncia (anaerbios), alimentando-se de hidrocarbonetos do combustvel, sais minerais e outras impurezas contidas na gua. Numa sntese simplista, pode-se dizer que a obscuridade dentro dos tanques favorece o metabolismo desses microorganismos, eliminam substncias que formam uma camada iodosa ( espuma) provocando a corroso dos tanques.

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Se a espuma se formar ao longo das bordas da vedao de um tanque, o vedante vai-se soltar da estrutura, causar o esvaziamento e exigir uma operao custosa para repor a vedao. virtualmente impossvel prever esse tipo de crescimento de microorganismos, que vivem livremente no combustvel. A proliferao dos microorganismos podem causar, indicaes falsas de quantidades de combustvel e falha dos motores, devido a obstruo dos elementos filtrantes. Meios de contaminao dos tanques. Existe uma relao ntima entre presena de gua no combustvel e condies favorveis para o desenvolvimento de colnias de microrganismos.

A gua pode ser introduzida nos tanques por um dos seguintes meios:- Condensao da humidade do ar contido no interior dos tanques; - Decantao da gua dissolvida no combustvel; - Introduo directa de gua pelo equipamento abastecedor, caso esse no seja adequadamente mantido e controlado; - Penetrao de gua de chuva pelo local de abastecimento, em caso de deteriorao da vedao e, eventualmente, maus tratos tampa, ou mesmo em abastecimentos efectuados em dias chuvosos.19

PREVENO E CONTROLO DA CORROSO MICROBIOLGICAA seguir, esto relacionados os modos de combate ou de minimizao dos efeitos do crescimento de colnias de microrganismos no interior dos tanques.

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DrenagensA eliminao de gua no interior dos tanques um dos pontos mais importantes do programa. O seguinte procedimento deve ser seguido: 1.Drenar os tanques pelo menos uma vez por dia;

2.Observar as amostras colhidas e verificar a presena de gua no fundo do recipiente;3.Verificar a presena de detritos, sedimentos ou limo, principalmente na interface gua combustvel; 4. Se em qualquer das drenagens for notada a presena de sedimentos ou limo, submeter a amostra a uma anlise da presena de microrganismos

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Verificao da concentrao de gua

Estudos efectuados revelam que, em concentraes de gua no combustvel inferiores a 30 ppm, as possibilidades de proliferao de microrganismos so extremamente remotas.

Dessa forma, deve-se exigir das companhias abastecedoras que em todos os abastecimentos seja efectuado o teste de gua do combustvel. Caso seja detectada a presena de gua durante esse teste, recuse o combustvel e solicite o abastecimento de outro camio ou de outra companhia. Caso esse procedimento no seja possvel, drenar os tanques aps o abastecimento e comunicar manuteno o facto.

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Aplicao preventiva e sistemtica de produtos biostticosUm produto biosttico o que inibe o desenvolvimento de colnias, ou seja, cria um ambiente desfavorvel para o seu crescimento. Na fase preventiva, recomenda-se o uso de produtos biostticos (Prist, por exemplo) em vez dos biocidas (os quais tm finalidade especfica de matar os microrganismos, atacando as colnias e tornando o tanque estril). Esses produtos so, em geral, anticongelantes; mas, nas propores utilizadas, apresentam propriedades de evitar ou impedir o desenvolvimento de colnias de microrganismos. Caso venha a ser detectada a presena de microrganismos, h necessidade da aplicao suplementar dos produtos biostticos ou de produtos especificamente biocidas.

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Anlise peridica da presena de microrganismosAs amostras devem ser imediatamente submetidas a uma cultura de microrganismos quando: durante a fase de drenagem, for notada a presena de sedimentos ou limo; durante a fase de verificao da concentrao de gua no combustvel, forem notadas concentraes superiores a 30 ppm; independente das situaes acima, a cada 150 horas ou 3 meses.

Deve-se fazer a pintura interna dos tanques integrais de combustvel com uma tinta antifungo (liga de alumnio)

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CORROSO POR PILHA DE AREJAMENTO DIFERENCIALCORROSAO POR CLULA DE CONCENTRAO DE OXIGNIO Pilha de concentrao de oxignio (ou pilha de arejamento diferencial), forma -se quando dois pedaos do mesmo metal esto ligados electricamente atravs de um electrlito, mas esto imersos em solues com concentraes diferentes de oxignio. Nas diversas junes de um avio, inevitvel que hajam frestas (fendas) ao longo da sua estrutura. Estas frestas proporcionam o surgimento de uma pilha de aerao diferencial que se forma devido diferena de concentrao de oxignio que existe entre: 0 interior da fresta (menos oxignio); 0 exterior da fresta (mais oxignio).

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Estas frestas devem ser preenchidas geralmente com selantes. Os selantes agem tambm, no sentido de evitar o acumular de outros contaminantes nessas frestas, impedindo deste modo o surgimento da higroscopicidade da fresta.

Quando a gua (H20) cobre a superfcie de um metal, com revestimentos de alumnio em avies, e penetra nas fissuras entre as juntas sobrepostas de chapas, pode levar ocorrncia de corroso por clula de concentrao, uma vez que a gua numa rea aberta, absorve o oxignio do ar, atraindo eletres do metal para formar ies hidrxidos negativos:2 H20 + 02 + 4 eletres 4(OH)

Duas molculas de gua mais uma molcula de oxignio mais quatro electres iro formar quatro ies negativos de hidrxido.

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Os electres necessrios para formar esses ies negativos so oriundos do prprio metal. A rea entre os revestimentos no liberta electres para a gua na sua superfcie, pois no existe oxignio suficiente para formar ies de hidrxido. Os electres fluem, entretanto, para a superfcie catdica a rea aberta. A rea entre os revestimentos, com a perda de electres, possui agora ies positivos de alumnio e torna-se o nodo. Os electres fluem dentro do metal do nodo para o ctodo, deixando ies positivos do metal na rea entre as chapas. Esse alumnio positivo atrai os ies negativos do hidrxido da gua e corri, formando hidrxido de alumnio. A caracterstica rara deste tipo de corroso que ela formada em reas onde existe deficincia de oxignio. A corroso por clula de oxignio ocorre em alumnio, magnsio ou metais ferrosos.27

CORROSO POR TENSOA corroso sob tenso (CST) nos metais consiste numa fissurao provocada por efeitos combinados de uma tenso de traco (stress) e de um ambiente corrosivo especifico que actuam sobre o metal. As tenses no metal que provocam CST podem ser residuais ou aplicadas. Podem surgir fortes tenses residuais, por exemplo na forma de tenses termicas originadas por diferentes velocidades de arrefecimento ( tmpera incorreta aps o aquecimento trmico) ou devidas a um mau projecto mecnico, operaes de soldadura, etc.

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Este tipo de corroso apresenta-se sobre a forma de fissuras por entre os gros e fissuras do prprio gro do metal. Em muitos casos a fenda inicia-se numa picada ou em outra descontinuidade na superficie do metal. Aps a fenda se ter iniciado a sua extremidade pode avanar. Devida s tenses de traco que actuam no material, cria-se uma zona de concentrao de tenses na extremidade da fenda. A fenda cresce num plano perpendicular tenso de traco, at que ocorre a ruptura total da pea metalica. Os locais frequentes de corroso so, entre os rebites de revestimento solicitados,ao redor de buchas sob presso, roscas cnicas em tubos.Essas tenses devem ser contrabalanadas por foras de traco antes que a corroso por tensao possa ocorrer. Um ensaio visual cuidadoso pode detectar esse tipo de corroso, mas para avaliar a extenso real das fissuras ser necessrio o ensaio com lquido penetrante.

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PREVENO E CONTROLO DA CORROSO POR TENSOOs seguintes mtodos podem impedir ou reduzir a CST nos metais. Em algumas ligas de aluminio tratadas a quente a preveno realizada por meio de jactos ( condicionamento superfical por bombardeio com particulas durssimas), para que a superficie seja uniformemente solicitada por compresso. Baixar a tenso do material metlico para um valor inferior ao que provoca fissura. Isto pode ser conseguido atravs da diminuio da tenso aplicada ao material ou, no caso de tenses residuais, atravs de um recozimento para alvio de tenses.

Adicionar inibidores caso seja possvel.

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CORROSO POR ATRITO DE VIBRAOQuando duas superfcies so postas em contacto, mas uma move-se em relao a outra, elas desgastam-se devido frico. Essas superfcies, em geral, no esto to apertadas para expulsar o oxignio, com isso, elas criam a benfica pelcula protectora. Entretanto, essa pelcula protectora destruda pelo atrito contnuo. Esse desgaste a corroso por atrito de vibrao. Quando o movimento entre as duas superfcies pequeno, os detritos entre elas no se conseguem soltar e actuam como abrasivos para gastar ainda mais a superfcie. Com o tempo, esse tipo de corroso comea a chegar superfcie, nesse ponto, o dano j est causado e as peas precisam de ser substitudas. A aplicao de um lubrificante adequado pode minimizar esse tipo de corroso.

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A corroso por atrito de vibrao pode ocorrer: Ao redor dos rebites do revestimento. Pode ser identificada por depsitos escuros que escorrem ao redor da cabea dos rebites, com a aparncia de fumaa de rebite. Os rebites que apresentarem esse sinal de corroso devem ser substitudos imediatamente.

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PARA EVITAR A CORROSO POR ATRITO DE VIBRAO DEVEMOS: Eliminar as vibraes, desde a fase inicial de montagem de gabaritos; Apertar as juntas, com valores de torques especificados em roteiro de operaes; Aplicar lubrificantes especificados para o tipo de material;

Aplicar material de acabamento final resistente ao atrito entre as duas superfcies;Evitar ultrapassar dos 100C nos sistemas de lavagem de avies e/ ou peas; Ter cuidado na seleo de materiais; Aplicar selagem em todas as junes seguindo uma anlise de adequao do tipo de selante.

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FORMAS DE CORROSO1. 2. 3. 4. 5. 6. CORROSO UNIFORME OU GENERALIZADA; CORROSO POR PITTING; CORROSO INTERGRANULAR; CORROSO INTRAGRANULAR; CORROSO POR ESFOLIAO; CORROSO FILIFORME.

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CORROSO UNIFORME OU GENERALIZADAA corroso uniforme ou por ataque generalizado caracterizada por uma reaco electroqumica ou qumica. Em certos meios fortemente cidos ou bsicos, o filme de xido destruido e ocorre um ataque que se desenvolve de modo uniforme em toda a superfcie do metal exposta ao ambiente corrosivo. Dependendo das condies dos meios, o ataque pode ir de pequenas manchas rpida dissoluo do material. Um exemplo so as manchas de gua formadas em condies de humidade muito elevada ou condensao que descoloram o filme de xido, tornando-o branco, marron ou at mesmo preto, dependendo da liga e do grau de oxidao. Excepto pela aparncia a presena das manchas de gua no prejudicam o material. O ataque facilmente avaliado pelas medidas de perda de peso e perda de espessura.

No entanto, relativamente fcil de controlar atravs de (1) revestimentos protectores, (2) inibidores e (3) proteco catdica.35

CORROSO POR PITTINGA corroso por picadas uma forma de ataque corrosivo localizado, que d origem a pequenas cavidades ou picadas num metal. uma forma de corroso mais frequente em ligas de alumnio, magnsio e de ao inoxidvel. Nas estruturas de engenharia, esta forma de corroso pode ser muito destrutiva, se conduzir perfurao do metal. A corroso por picadas muitas vezes difcil de detectar porque as pequenas cavidades podem estar cobertas pelos produtos da corroso, esta s pode ser detectada por inspeco visual quando o processo j se encontra em estado avanado. O nmero e a profundidade das picadas podem tambm variar muito, (podem ser homognios e concentrados ou podem variar de tamanho e estarem totalmente espalhados pela superfcie), pelo que o grau de deteriorao causado por esta forma de corroso pode ser difcil de avaliar. Consequentemente, devido sua natureza localizada, a corroso por picadas pode muitas vezes resultar em rupturas sbitas e inesperadas.

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A corroso por picadas necessita normalmente de um perodo de iniciao, mas uma vez iniciada, as picadas crescem com uma velocidade cada vez maior. Na maioria dos casos, as picadas desenvolvem-se e crescem na direco da fora da gravidade e nas superfcies interiores das peas. As tenses no metal que provocam CST podem ser residuais ou aplicadas. Podem surgir fortes tenses residuais, por exemplo na forma de tenses termicas originadas por diferentes velocidades de arrefecimento ( tmpera incorreta aps o aquecimento trmico) ou devidas a um mau projecto mecnico, operaes de soldadura, etc.As picadas iniciam-se em locais onde a velocidade de corroso maior. As incluses e outras heterogeneidades na estrutura e na composio da superfcie constituem os locais habituais onde as picadas se iniciam. Existe um tipo de ataque, denominado undermining pitting ( escavando) no qual a picada penetra no metal e depois avana paralelamente superfcie. Este tipo de ataque pode resultar em bolhas (blisters)37

CORROSO INTERGRANULARA corroso intergranular consiste num ataque corrosivo localizado nos limites de gro ou em regies adjacentes aos limites de gro de uma liga metlica. Esta corroso causada pela diferena de potencial entre a regio do contorno de gro e a regio interna do gro. O mecanismo de corroso diferente para as vrias ligas. Em condies normais, se um metal corrodo uniformemente, os limites de gro so apenas ligeiramente mais reactivos do que o material do interior dos gros. No entanto, noutras condies, os limites de gro podem ser muito reactivos, dando origem a corroso intergranular com perda de resistncia mecnica da liga, ou mesmo provocando a sua desintegrao pelos limites de gro. Por exemplo, muitas ligas de alumnio de alta resistncia mecnica e algumas ligas de cobre, as quais tm fases na forma de precipitados que lhes conferem maior resistncia mecnica, so susceptveis de apresentar corroso intergranular sob determinadas condies.

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Nas ligas de alumnio-cobre (grupo 2xxx), a diferena de potncial existe entre:

- As regies de soluo slida no interior dos gros contendo uma quantidade relativamente grande de cobre em soluo slida ( Ctodo).- Uma fina faixa de cada lado do contorno do gro que relativamnete isenta de cobre ( nodo). Nas ligas de alumnio-magnsio (grupo 5xxx), a diferena de potncial entre compostos intermtalicos relativamente andicos, situados perto dos contornosde gro, e a soluo slida no interior dos gros. A avaliao do ataque da corroso intergranular mais complexa que a avaliao de corroso por pitting. Os dados de perda de massa e observao visual no so confiveis As avaliaes que fornecem os melhores resultados so: ensaios de traco, exame microscpico, raio x e ultra som.

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CORROSO INTRAGRANULAREste tipo de corroso processa-se nos gros da rede cristalina do metal, o qual perdendo as suas propriedades mecnicas, poder fraturar-se facilmente, tendo-se a corroso sob tenso fraturante detectada por raio x e ultra som.

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CORROSO POR ESFOLIAOA esfoliao uma forma de corroso laminar, que resulta de um rpido ataque lateral em torno dos contornos de gros, paralelamente superfcie do metal. Detectado por inspeco visual. Esse ataque resulta numa aco de desfolhamento, agravada pelo grande volume dos produtos de corroso, que fazem com que o metal no atacado seja dividido. A corroso por esfoliao est usualmente associada a uma forte direccionalidade de estrutura dos gros. Assim , a esfoliao pode ser encontrada em produtos com estrutura de gros alongada, onde os gros so relativamente finos quando comparados com a sua largura. As ligas mais susceptveis a corroso por esfoliao so: Al-Cu ( grupo 2xxx) Al-Zn-Mg-Cu ( grupo 7xxx) Al-Mg( grupo 5xxx)

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CORROSO FILIFORMENuma superfcie com restos de solvente, que no foi devidamente seca, ao aplicarse a pintura, o hidrognio e outros gases, caminham em busca de uma sada , oxidando a superfcie. O trajecto semelhante a fios de cabelo. Detectado por inspeco visual.

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