Cosmozine - Alex Topini

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Alex Topini

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Cosmozine que acompanha a exposição de Alex Topini, com texto de Daniela Labra.

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Alex Topini

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Cinto muito / 2010 fotografi a e montagem digital100x65cm

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A R T E C O N T E M P O R Â N E A

Diretores Artísticos Felipe Barbosa e Rosana RicaldeDiretor Executivo Álvaro Figueiredo

Assistente Marcelo OliveiraAcervo e Transporte Teresa Gonçalves

Assuntos Gráfi cos Lin Lima

elenco

alex topini / felipe barbosa / geraldo marcolinihugo houayek / leila danziger / leo ayres

lin lima / louise d.d. / marta nevesmônica rubinho / murilo maia / rafael alonso

rodrigo oliveira / rosana ricaldesidney philocreon / wilton montenegro

Capa

A Venda / 2010

Fotografi a Digit

al

50x62cm

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Um dos grandes desafios para o artista jovem de hoje é construir uma relação confortável com o mercado e a mídia. Constatado o fato de que não é possível escapar da realidade mercantil e mi-diática que normatiza a cultura global, cabe ao indivíduo descobrir o seu melhor modo de lidar com tal situação. Enquanto uns desejam com-pactuar cegamente com as pragmáticas regras do meio artístico pós-fordista, outros assumem que esta convivência não deve ser assim tão dó-cil nem inquestionável.

Um olhar mais atento sobre o frenético trân-sito de propostas artísticas e artistas contempo-râneos mundo afora, faz notar que a relação do sistema da arte com a esfera econômica e midi-ática é indissociável, e responde, por tanto, a todo um pensamento econômico liberal que se entranhou nas sociedades ocidentais e ociden-talizadas, especialmente após os anos 1970.

De modo geral, essa década marca o início de uma era de desnacionalização do capital, caracterizada pelo fluxo global de commodity e infinitas transações especulativas e de investi-mentos, apoiados em mídias tecnológicas, espe-cialmente a partir dos anos 1990. Nesse quadro, que traz operações móveis e recombinantes em todos os níveis sócio-culturais, as artes se torna-ram mercadoria, apesar de toda a poesia relutar em ser enquadrada como um produto.

Por sua vez, este cenário que trouxe des-conforto a muitos artistas e teóricos, também in-centivou a que na década de 1990 surgissem tra-balhos de cunho crítico direcionados ao próprio sistema liberal da arte e a relação deste com as mídias. Os exemplos são vários, e incluem tanto as articulações irônicas e lucrativas de Damien Hirst, quanto os perversos projetos de Santiago Sierra.

A circulação mercantil da arte, em acordo com a ordem liberal, tem seu embrião na Holan-da do século 17. Ali, surgem as figuras do colecio-nador burguês, o marchand e o artista como pro-fissional autônomo que vendia suas obras em

FEIRASDaniela

Labra,

curadora indepen

dente

e crítica de art

e

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casa, feiras livres ou através de representantes. Ao longo de quatro séculos, o braço mercantilista do sistema da arte foi se incrementando, até tornar-se o alicerce importante que é hoje. Por outro lado, tal sistema se complexou, sendo atualmente formado por diversas engrenagens que incluem as esco-las, museus, curadores, editoras, críticos, teóricos, museólogos, galeristas e, claro, as feiras.

As feiras de arte são um fenômeno da segunda metade do século XX, e sua dinâmica hiper-midiática é o refl exo do momento sócio-econômico con-temporâneo. Com vistas a negócios de luxo em primeiro lugar, um olhar céti-co afi rmará que estes eventos não tem nada a ver com iniciativas educativas ou de democratização do ensino (e mesmo da venda) da arte.

Desde que a primeira feira de arte surgiu no mundo – a Art Cologne, Ale-manha, 1967 - uma espécie de “feirização” do meio foi se dando, apoiada no entendimento de que estes são acontecimentos midiáticos transnacionais que colaboram para a inserção de cidades no círculo cultural da economia globalizada. Nesse sentido, não nota-se que a proliferação das feiras é um fenômeno tão vasto quanto o da multiplicação de Bienais Internacionais.

Embora sejam de naturezas distintas – uma Bienal é essencialmente institucional, enquanto que a outra é francamente comercial - a relação en-tre ambas é clara: a primeira referenda a distinção artística do artista, e a segunda traduz a aclamação da crítica em valor de mercado. Bienais e feiras são hoje as coqueluches do circuito da arte internacional, pois envolvem a maior quantidade possível de atores e fatores existentes em um determinado sistema de arte local, aquecendo o mercado como um todo.

Glória a Deus

nas alturas / 2010

fotografi a e

montagem digital

100x56cm

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Sorry 2010

vinil adesivo

sobre

placa de metal

20x30cm

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Obra de Deus / 2010fotografi a e montagem digital100x60cm

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Considerando o quadro apresentado até aqui, retornamos, pois, ao artista jo-vem hoje. Alex Topini, o autor de FEIRAS, é um dos integrantes do articulado Coletivo Filé de Peixe, e mantém em seu trabalho individual o mesmo interes-se do grupo, que age criticamente sobre processos de recepção e circulação da arte enquanto mercadoria.

Este é ocaso, portanto, desta série de fotografi as-intervenções que ex-plora várias questões situadas na compreensão da arte como mercadoria. Com suas imagens quase singelas, o artista discute a incidência e importân-cia destes eventos midiáticos e comerciais enquanto espaços de legitimação artística, e também refl ete sobre o limite tênue entre objeto artístico e produ-to, a relação do colecionismo privado com a cultura do consumo e descarte, a divisão de renda desigual crônica entre os homens. Sua obra executa cortes críticos na economia política da arte, mas permite estender o pensamento para além do terreno das artes e sua História.

Topini utiliza cartelas com nomes de grandes feiras internacionais, e as torna legendas de obras avistadas em feiras livres populares. Assim, sugere um paralelismo entre os papéis sociais desempenhados pelos dois tipos de evento, o de elite e o popular, lembrando que ambos provém da mesma anti-ga tradição de comércio varejista dos mercados urbanos. O gesto de legendar pinturas simples, algumas de gosto duvidoso e traço grosseiro, com nomen-claturas nobres, designa valor simbólico a certa produção, vasta e anônima, que se desenvolve no mundo todo, distante de galerias e especialistas em arte contemporânea.

Adoradores da obra / 2010fotografi a emontagem digital100x56cm

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Alex Topini tira proveito de seus momentos de inserção no circuito especializado da arte para objetar a relação, ora problemática ora paternal, dos artistas e suas obras com o ca-pital e o meio que o impulsiona. Desse modo, vai traçando projetos que não se acabam no objeto artístico pronto, seguindo na direção de autores como Hirst, Sierra, Tania Bruguera, Hans Haacke e muitos outros que alcançaram reconhecimento e inserção com obras que cri-ticam o próprio sistema que os acolhe e legiti-ma, numa prolífica refutação amorosa.

Diante de práticas como as de Topini, que parecem pagar com ingratidão o meio que as

promove, pode-se indagar por que o merca-do simplesmente não bane tais artistas com suas obras insolentes. A resposta vem fácil. É por que a arte, em especial a contemporânea, coloca-se como espaço crítico e se constrói sobre a crise, seja do ser, das sociedades, da cultura, fazendo com que o conteúdo vire for-ma, e o pensamento virtude estética.

Sem valores

/ 2011

nota de R$10

0,00

carimbada

7x14cm

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Cubo mágico

/ 2010

fotografia e

montagem dig

ital

100x100cm

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Série Feiras / 201

2

Fotografia Digital

150X100cm

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Série Feiras / 2012Fotografi a Digital150X100cm

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Garoupa, da série Biosustentável / 2010scanner e montagem digital30x50cm

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Arara, da séri

e

Biosustentável

/ 2010

scanner e mont

agem

digital

30x50cm

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Alex Topini / 1979Vive e trabalha no Rio de Janeiro.

- Participou, dentre outros, do 16º Salão UNAMA de Pequenos Formatos(PA), 14º Salão dos Novos de Joinville(SC) e 1º Salão Audiovisual do Recôncavo (premiado). Além de mostras coletivas no Museu de Arte Contemporânea de Niterói(MAC), Centro Cultural da Justiça Federal(CCJF), Centro Cultural Banco do Brasil(CCBB), Museu da Maré(RJ), Galeria Murilo Castro(BH) e Galeria A Gentil Carioca(RJ). No exterior, participou de coletivas na Suécia, Argentina, Espanha, e tem mostras programadas ao longo de 2012 para ocorrerem no Chile e no México.

- Integra o Coletivo Filé de Peixe, que realiza ações de intervenção urbana e ocupações artísticas com base no audiovisual, e há dois anos desenvolve o projeto PIRATÃO, prática artística que investiga e simula a economia informal e pirata para a difusão de videoartes.

Formação

2011 Programa de Aprofundamento em Artes Visuais, com Anna Bella Geiger, FernandoCochiarale e João Modé, na EAV do Parque Lage;Arte: Atitudes e Reflexões, com Anna Bella Geiger e Fernando Cocchiarale, na EAV do Parque Lage;

2010 Videoarte: fundamentos e análise crítica, com Bill Lundberg, na EAV do Parque Lage;Teorias da Arte, com Fernando Cocchiarale, na EAV do Parque Lage;

2008 Trabalhos em Andamento I, com Marcos Bonisson, no Ateliê da Imagem;Fotografia e Artes Plásticas, com Marcos Bonisson, no Ateliê da Imagem;História Cultural da Fotografia: A Criação de Imagens na Era das Máquinas, com Simone Rodrigues (Grupo de Estudos);Processos Poéticos-Performativos, com Daniela Mattos e Cecília Cotrim, Realejo ArtesAndando / SESC Tijuca;Arte Pública: Ações em Rede, com Alexandre Vogler/Luis Andrade, Realejo ArtesAndando/ SESC Tijuca;

2007 A Foto-Matriz: Panorama da Imagem Técnica, com Simone Rodrigues, na EAV do Parque LageAfinidades Eletivas: Cinema e Pintura, Caixa Cultural do Rio de Janeiro;Métodos Alternativos de Impressão, Grupo de Estudos - Desde;O Espaço Urbano na Arte e a Arte no Espaço Urbano, com Felipe Barbosa/Daniela Labra, Realejo ArtesAndando / SESC Tijuca.

Exposições Individuais

A VENDA - Galeria Cosmocopa / Rio de Janeiro (RJ) – 2012

Exposições Coletivas

2012 IN-POSSÍVEIS | Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage / Rio de Janeiro (RJ);Reverberações | Galeria Cosmocopa / Rio de Janeiro (RJ);ALAF – Projeto Coletivo em Vídeo | Ateliê da Imagem / Rio de Janeiro (RJ);

2011 Performance Arte Brasil | Museu de Arte Moderna (MAM) / Rio de Janeiro (RJ);EDNO – Projeto Coletivo em Vídeo | Ateliê da Imagem / Rio de Janeiro (RJ);Festival Panorama, CorpoCópia | Armazéns Cais do Porto / Rio de Janeiro (RJ);É Crédito ou Débito? | Circuito SESC de Artes / São Paulo (SP);

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VII Salão de Artes Plásticas de Suzano | Centro Cultural Francisco Moriconi / Suzano (SP);2010 16º Salão UNAMA de Pequenos Formatos | Galeria Graça Landeira (PA);

USVtv Videoicomiso | Museo de la Ciudad de Querétaro, México;14º Salão dos Novos de Joinville (SC) - (Premiado);1º Salão Audiovisual do Recôncavo | Cachoeira (BA) - (Premiado);Abotoados pela Manga | São Paulo (SP);PIRATÃO: Vide Convergências | Rede Funarte Artes Visuais / Belém (PA);Jogos de Guerra | Memorial da América Latina / São Paulo (SP); Abre Alas | Galeria A Gentil Carioca / Rio de Janeiro (RJ);OPMET – Projeto Coletivo em Vídeo | Ateliê da Imagem / Rio de Janeiro (RJ);SIMULTÂNEO – Foto Projeção | 2º Viradão Carioca / Rio de Janeiro (RJ); Mostra do Filme Livre | Centro Cultural Banco do Brasil / Rio de Janeiro (RJ);Repente Fotográfico | Espaço Figura / Rio de Janeiro (RJ);Arte 24Horas | Sesc Noites Cariocas / Rio de Janeiro (RJ);

2009 1ª Bienal de Fotocópias de Mendoza (Argentina);Festival Visual Brasil (Barcelona);SPA das Artes | Recife (PE);Parágrafo Zero | Museu da Maré / Rio de Janeiro (RJ);Piscinão | Galeria Murilo Castro / Belo Horizonte (MG);Parede: Festival Internacional de Pôsters | Centro Cultural da Justiça Federal(RJ);NanoExposição | Studio 44 em Estocolmo / Suécia;Galeria do Poste Ano XII | Galeria do Poste / Niterói(RJ); O Tema é Releitura | Sesc-Teresópolis (RJ);

2008 MaC-Filé | Museu de Arte Contemporânea (MAC) / Niterói (RJ);Formato Polaroid | Galeria Meninos de Luz / Rio de Janeiro (RJ);Premiados XV Universidarte | Parque das Ruínas / Rio de Janeiro (RJ);ZUL: Projeto Coletivo em Vídeo | Ateliê da Imagem / Rio de Janeiro (RJ);2º Arraial Fotográfico | Arraial da Ajuda (BA);5º Salão de Artes Unimed | Ponta Grossa (PR);Arraial In Rio | Ateliê da Imagem / Rio de Janeiro (RJ);

2007 Prêmio Chave Mestra | Casarão da UNEI / Rio de Janeiro (RJ);Associados | Espaço Orlândia / Rio de Janeiro (RJ);IV Semana Santa Cultural de Santa Teresa | Parque das Ruínas (RJ);VI Simpósio Internacional de Contadores de Histórias | Sesc-Copacabana (RJ);Centro de Experimentação Poética (CEP20.000) | Sérgio Porto (RJ);Integral[ação + espaço + linguagem] | Castelinho 38 / Rio de Janeiro (RJ);XV Universidarte | Universidade Estácio de Sá / Rio de Janeiro (RJ);1º Arraial Fotográfico | Arraial da Ajuda (BA);

2006 Prêmiados XIV Universidarte | Casa França-Brasil / Rio de Janeiro (RJ); R-e-d-e-o-c-u-p-a-ç-ã-o | Casarão da UNEI / Rio de Janeiro (RJ);V Mercadão Cultural | Teatro Carlos Gomes / Rio de Janeiro (RJ); 2ª Mostra Livre de Artes | Circo Voador / Rio de Janeiro (RJ);

2005 1ª Mostra Livre de Artes | Circo Voador / Rio de Janeiro (RJ).

Coleções

Delcir da CostaRonan HortaSabina BochnerMurilo Castro

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A R T E C O N T E M P O R Â N E A

MÁ SÃ / 2009Fotografi a e Montagem Digital50x50cm