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Concepo de lngua Carlos Alberto FaracoEstamos hoje bastante conscientes de que no h uma nica forma de conceber a linguagem. Igualmente estamos bastante conscientes do fato de que o ensino de Lngua Portuguesa ter diferentes configuraes dependendo da concepo que temos da linguagem. Entre ns, as concepes mais tradicionais tendem a reduzir a linguagem ora a um conjunto de regras (a uma gramtica); ora a um monumento (a um conjunto de expresses ditas corretas); ora a um mero instrumento de comunicao e expresso (a uma ferramenta bem-acabada que os falantes usam em certas circunstncias). Podemos observar que todas essas concepes tm algo em comum: elas entendem a linguagem, como uma realidade em si (um sistema gramatical, um monumento, um instrumento); como se ela tivesse vida prpria, despregada de seus falantes, da dinmica das relaes sociais, dos movimentos da histria. Nossa concepo recusa esses olhares que alienam a linguagem de sua realidade social concreta. Ns a concebemos como um conjunto aberto e mltiplo de prticas sociointeracionais, orais ou escritas, desenvolvidas por sujeitos historicamente situados. Pensar a linguagem desse modo perceber que ela no existe em si, mas s existe efetivamente no contexto das relaes sociais: ela elemento constitutivo dessas mltiplas relaes e nelas se constitui continuamente. Por outro lado, os prprios falantes tomam conta como sujeitos histricos e como realidades psquicas em meio a essa intrincada rede de relaes socioverbais e pala interiorizao da prpria dinmica da interao socioverbal. Somo, nesse sentido, seres de linguagem, constitudos e vivendo num complexo feixe de relaes socioverbais. De forma alguma, podemos ser compreendidos como meros aplicadores de regras de um sistema gramatical; ou como meros reprodutores de um certo monumento lingustico cristalizado; ou, ainda, como meros usurios de um instrumento externo a ns. Desse modo, ensinar portugus , fundamentalmente, oferecer aos /s alunos/as a oportunidade de amadurecer e ampliar o domnio que eles/elas j tm das prticas de linguagem. Em lngua materna, a escola, obviamente, nunca parte do zero: os/as alunos/as tm uma experincia acumulada deprticas de fala e de escrita. Cabe-nos, no entanto, criar condies para que esse domnio d um salto de qualidade, tornando-se mais maduro e mais amplo. fonte: Portugus: lngua e cultura Carlos Alberto Faraco, 2005Concepes de leitura e de escrita Nacir Abdala 1 de janeiro de 2008 A importncia do ato de aprender a ler e a escrever est fundamentada na idia de que o homem se faz livre por meio do domnio da palavra. O uso da linguagem to importante que a linha do tempo divide a histria em antes e depois da escrita. A partir de ento, o homem pde registrar sua cultura, as descobertas, as emoes, sua poesia, enfim, sua maneira de ver o mundo. Isso no quer dizer que o homem no manifestasse o desejo de se expressar no mundo antes de desenvolver a escrita. Ele se comunicava por meio do desenho e da pintura, mas foi com a escrita que ampliou sua habilidade comunicativa e socializou o registro atravs de um sistema convencional de sinais fechados. No entanto, aprender a ler e a escrever mais do que uma simples decodificao de smbolos. Para o sujeito construir a habilidade de escrever e ler necessrio que compreenda a sua prpria existncia. preciso ter conscincia de que a escrita tem por funo registrar fatos criados e vividos pelo homem. A escrita registra os significados dos homens. Deve-se tambm esclarecer que a escrita vista como um processo de aperfeioamento do homem, um enriquecimento exterior, um desenvolvimento intelectual e cultural do ser humano. O domnio da lngua oral e escrita fundamental para a participao social efetiva, pois por meio dele que o homem se comunica, tem acesso a informaes, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constri vises de mundo, produz conhecimentos. Por isso, segundo os Parmetros Curriculares Nacionais (1997) ao assinal-las, a escola cumpre sua funo de garantir a todos os seus alunos o acesso aos saberes lingsticos, necessrios para o exerccio da cidadania, direito inalienvel de todos (cf. p. 15). Estatsticas sobre a educao brasileira mostram que h um nmero muito grande de alunos deixando a escola sem as habilidades comunicativas de ler e escrever. A evaso escolar significa a excluso do indivduo do exerccio da cidadania, pois na escola que se desenvolvem as habilidades de registro bsico para o indivduo inscrever-se em seu grupo social como cidado, e ser cidado significa participar conscientemente da construocultural e comprometer-se com a construo da cidadania do grupo social ao qual se pertence. Constata-se, assim, que ler e escrever bem requer esforo e dedicao do aluno, mas tambm a orientao e a mediao segura do professor. Para se construir compreenso do ato de ler e escrever cabe, pois, avaliar o papel do aluno na construo da leitura e da escrita e sua percepo do processo, bem como o papel do professor e sua percepo no desenvolvimento da habilidade de escrever e ler e no processo de produo textual na escola. Tais fatos merecem uma reflexo por parte dos professores. Numa poca em que para predominar a oralidade, vlida e rica sob todos os aspectos, no se pode esquecer tambm a importncia da expresso escrita, saber expor devidamente suas idias oralmente e por escrito e argumentar com eficcia fator inquestionvel no sucesso pessoal no grupo social da criana; Portanto, escola um ambiente no qual se busca o desenvolvimento de um grande nmero de competncias. As habilidades de construo da escrita e da leitura no poderiam ser excludas das informaes e das competncias a serem trabalhadas no processo de ensino-aprendizagem. Algumas das provveis razes das dificuldades para redigir pode ser o fato de a escola colocar a avaliao do produto como objetivo da escrita, de privilegiar aspectos gramaticais, de impor tpicos a serem desenvolvidos, de no fornecer comentrios ou at de mostrar pouco interesse pela escrita, privilegiando, por exemplo, a leitura de forma mecnica, que no oferece desenvolvimento criativo para a criana, e a fala do professor na sala de aula.2. LEITURA: A PRTICA E A CONCEPO DOS ALUNOSEste captulo tem por objetivo apresentar as principais concepes tericas dos autores clssicos que estudam e escrevem sobre a temtica da leitura. O intuito neste momento estabelecer um dilogo conceitual sobre a leitura, tomando como referncia o pensamento dos estudiosos sobre esta temtica. 2.1. A leitura e os conhecimentos prvios dos alunosO conceito do que seja leitura algo complexo, uma vez que a leitura no se resume apenas em decifrar signos lingsticos (letras). Dizer isso significa limitar sua riqueza conceitual, como nos mostra Martins (1994, p.22)O conceito de leitura est geralmente restrito decifrao da escrita, sua aprendizagem, no entanto liga-se por tradio ao processo de formao global do indivduo, sua capacidade para o convvio e a atuao social,poltica,econmica e cultural.Como disse a autora, as pessoas tendem a restringir o conceito de leitura ao ato de decifrar palavras. Ler passa a ser somente a decodificao do texto. Mas a leitura vai muito, alm disso, ela amplia nosso horizonte de sentidos, podemos ler aes, fatos, imagens, smbolos e palavras. Esta concepo deixa claro que a leitura sem dvida, um fator importante na nossa vida porque lendo que ampliamos e aprofundamos nossos conhecimentos. A leitura sinnimo de aquisio de conhecimentos, ela oferece ao leitor a oportunidade de analisar fatos, contextualizar a mensagem. O bom leitor aquele que opina sobre o que est lendo, concordando ou discordando. A leitura a atividade fundamental desenvolvida pela escola para a formao doa alunos, pois a mesma a extenso da escola na vida das pessoas. Quando se faz uma leitura, tomam-se por base os conhecimentos prvios que se tem sobre as coisas, isso se chama "viso de mundo" do leitor. Esta, sempre precede a leitura do texto propriamente dito. Ou seja: A leitura do mundo precede a leitura da palavra,da que a posterior leitura desta no possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreenso do texto alcanada por sua leitura crtica,implica a percepo das relaes entre o texto e o contexto. (FREIRE,1994.P.14)A leitura do texto escrito vem sempre antecedida por uma leitura de mundo que o leitor possui. Sendo assim, o leitor associa o texto lido com suas vivncias cotidianas e isso acaba determinando a compreenso que ele faz do texto. Ler uma maneira excelente de se comunicar com o mundo, a leitura est implcita em todos os momentos de nossas vidas. A leitura considerada como condio nica para a formao de alunos crticos e conscientes do seu papel de cidado no mundo. O processo de ensino aprendizagem tem a leitura como elemento constituidor, ela uma prtica indispensvel na educao escolar. Ela favorece o desenvolvimento das habilidades cognitivas e ao mesmo tempo, desperta aimaginao e a criatividade doa alunos. O leitor constri imagens acerca do que est lendo, construindo assim, artifcios para pensar e elaborar boas idias. A formao do hbito da leitura , antes de tudo, uma forma de comportamento do indivduo, que passa a utilizar a leitura, no como uma tcnica aprendida, mas como um ato consciente que leva o leitor a aumentar seus conhecimentos. A leitura vlida tambm como recreao e viagem em um mundo de imagens construdo entre o autor e o leitor. "Cada leitura nova escrita de um novo texto". (ZILBERMAN, 1998. p.26) A leitura pode ser feita de diferentes maneiras, com diferentes sentidos. Uma leitura feita por uma criana no igual leitura feita por um adulto. Nessa perspectiva, Kleiman (1999, p.39) acrescenta que: A criana em fase de alfabetizao l vagarosamente, mas o que ela est fazendo decodificar,um processo muito diferente da leitura embora as habilidades necessrias para a decodificao ( conhecimento das correspondncias entre o som e a letra) sejam necessrias para a leitura. O leitor adulto no decodifica,ele percebe as palavras globalmente e advinha muitas outras guiado pelo seu conhecimento prvios e por sua hiptese de leitura.A afirmao acima destaca que os conhecimentos prvios ajudam o leitor a descobrir o significado da leitura, isso nos leva a perceber que quanto maior for nosso conhecimento sobre o mundo maior ser a nossa capacidade de interpretar textos lidos. Sem falar que a leitura um hbito adquirido, quanto mais se exerce esse hbito mais aperfeioamento se tem. Tanto as escolas como os professores precisam compreender a importncia da leitura como elemento mediador entre o educando e o mundo que o circunda, alm dela ser um elemento significativo na formao da cidadania. Os estudantes devem se preparar para ler e produzir textos, interpret-los e relacion-los vida cotidiana. Isso uma exigncia do aprendizado que no pode ser desconsiderada, como afirma Soares (2000, p.11) quando diz que: A partir do intenso contato que as crianas tm com o texto elas comeam a elaborar hipteses sobre leitura e escrita.Dependendo da importncia que tem a leitura no meio em que elas vivem e da freqncia e a qualidade das suas interaes com esse objeto de conhecimento,suas hiptese a respeito de como se l podem evoluir mais lentamente ou mais rapidamente.Pelo que foi expresso, fica claro que quanto maior for o contato do leitor com o texto, maior ser sua habilidade de ser um leitor competente. Ler oferece a possibilidade de ir alm, de ter uma sensibilidade mpar e ser capaz de interpretar o que foi lido e perceber as reais intenes do texto, ou seja, ler as entrelinhas. A leitura s considerada verdadeiramente significativa, quando conseguimos compreender o que lemos e entender o que ela esta a transmitir. Portanto: O leitor l e compara as idias do autor que esto no livro, com suas prprias idias,experincias,cone cimentos,informaes,enfim com sua vida.A leitura verdadeira quando agente pensa sobre o que est lendo e entende o que a leitura nos traz.(ANTUNES,2007,p. 42) No basta ler por ler, preciso, antes de tudo, associar idias lidas, relacionar acontecimentos, interpretar o que foi lido. A leitura deve ser sempre ser feita orientada para um objetivo e ela deve ser feita orientada para um objetivo e ela deve nos trazer refletir e questionar aquilo que est sendo posto. Existem diversas exigncias quando se prope uma leitura e uma das importantes decifrar a essncia do texto, sua mensagem principal.Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/leitura-um-ato-deprazer/58281/#ixzz21B68SUQy