COVER PORTOGHESE - champagnat.org · Um projeto de missão “ad gentes” para os próximos anos....

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COVERPORTOGHESE

índiceA lâmpada de Seán página 2

Superior geralCarta a meus Irmãos. Ir. Seán Sammon

página 4

Vigário-geralUm projeto de missão “ad gentes” para os próximos anos.Ir. Luis García Sobrado

página 18

Conselho geralComissão de missãoDiferentes rostos para uma única missão. Ir. Emili Turú

página 28

Comissão de pastoral vocacionalA respeito da cultura da vocação. Ir. Théoneste Kalisa

página 36

Comissão vida religiosaEm contínuo processo de crescimento humano e de conversão. Ir. Antonio Ramalho

página 42

Comissão de uso evangélico dos bens. Uso evangélico dos bens no Instituto. Ir. Maurice Berquet

página 50

Comissão de governoUma liderança que dá vida. Ir. Peter Rodney

página 58

Ano XVIII - n° 34 - Dezembro 2005

Diretor:Ir. AMEstaún

Comissão de Publicaçoes: Irmãos Emili Turú, Maurice Berquet eAMEstaún.

Colaboradores:Irmãos Seán Sammon, Luis García Sobrado, Théoneste Kalisa,Antonio Ramalho, Peter Rodney, Pedro Herreros, Emili Turú, Maurice Berquet e vários irmãos daAdministração geral.

Coordenação de tradutores: Ir. Jean Ronzon.

Tradutores:Espanhol: Ir. Carlos Martín HinojarFrancês: Irmãos Gilles Beauregard e Aimé Maillet.Anglês: Irmãos Gerard Brereton e Patrick Sheils.Português: Irmãos Manoel Soares e Teófilo Minga.

Fotografia:AMEstaún, Maurice Berquet, Michel Flanigan

Registro e Estatisticas:Erika Gamberale.

Diagrama e fotolitos:TIPOCROM, s.r.l.Via A. Meucci 28, 00012 Guidonia,Roma (Italia)

Redação e Administraçao: Piazzale Marcellino Champagnat, 2. C.P. 10250 - 00144 ROMATel. (39) 06 54 51 71Fax (39) 06 54 517 217E-mail: [email protected]: www.champagnat.org

Edita:Instituto dos Irmãos Maristas. Casa Geral - Roma.

Imprime:C.S.C. GRAFICA, s.r.l.Via A. Meucci 28, 00012 Guidonia,Roma (Itália)

Contra-capa, flor nacional do Sri Lanka: Nil Manel (Ninphaea Stellata).

Comissão de leigosAjudando a aurora a nascer. Ir. Pedro Herreros

página 64

Administração geral Comissão de missão e leigosI Assembléia internacional da Missão Marista.Ir. Juan Miguel Anaya

página 70

BIS O Bis em Genebra. Ir. Dominick Pujia

página 74

Álbum de recordação da VII Conferência geral página 80

Álbum de visitasIndia. Ir. Adolfo Cermeño. página 84Timor Leste. Ir. Claudino Falchetto página 86Malásia. Ir. Samuel Holguín página 88Paquistão. Ir. Manuel Jorques página 89China. Ir. Primitivo Mendoza página 90Japão. Ir. Lawrence Ndawala página 91Filipinas. Ir. Sylvain Ramandimbiarisoa página 92Sri Lanka. Ir. Tercílio Sevegnani página 93Coréia. Ir. Carl Tapp página 94Camboja. Ir. John Thompson página 95Cingapura. Ir. Maurice Berquet página 96

O que é a Conferência geral? página 97

Esquema histórico das Conferências gerais página 98

Programa da VII Conferência geral página 99

Uma parábola para a Conferência página 100

Estatística do Instituto página 103

Canto de boas-vindas Ir. Nicholas Fernando página 108

O Irmão Seán Sammon,Superior Geral, quisque na Casa geral,

junto a um quadro deMarcelino que se encontra naentrada do seu gabinetedando as boas-vindas aosvisitantes, houvesse umalâmpada acesa, dia e noite,cuidadosamente controladapara que não se apague. Estesímbolo foi colocado durantea abertura do Ano VocacionalMarista, simbolizando umapresença constante eapaixonada para que a luz damissão continue brilhando, eque não faltem operários paralevá-la adiante.A VII Conferência geraltambém foi iniciada sob os

A lâmpadade Seán

editorialIr. AMEstaún

símbolos do fogo e da luz. Ocandelabro de bronze, tendona parte superior a figura deum galo, típico da culturacingalesa, presidiu ascerimônias de acolhida dos

participantes e de início dostrabalhos. A recepção épresidida pelo galomadrugador que anuncia asboas novas do dia queamanhece, faz a acolhida domensageiro portador de boasnotícias e dá as boas-vindas àluz do amanhecer. A aurora deum novo dia se anuncia comum canto matutino queinterrompe o sonho da noite.É hora de despertar, eis quechega a boa nova, chega omensageiro que anuncia aclaridade da luz que vai guiaro trabalho do novo dia.O recém-chegado traz a novaluz de sua pessoa e acende a

mecha do candeeiro comosinal de acolhida e

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saudação a quantos moram nacasa. Esse costume cingalêsestá em consonância comaquela proposta evangélica:“Não se acende uma lâmpadapara colocá-la debaixo dacama, senão sobre ocandeeiro para que ilumine atodos quantos se encontramna casa e possa iluminar seusolhos e guiar seus passos”. Oinício da VII Conferência geralquis significar com essessímbolos que a luz daConferência era colocada noalto do candeeiro parailuminar todo o mundomarista. O irmão Séan, pôs ofogo e a luz sobre ocandelabro para ofertá-los atodo o Instituto. Por isso quisque junto à chama e ao fogoque o animam como Superior,no candelabro da VIIConferência fosse tambémacesa uma chama para cadairmão representante de cadaum dos cinco continentes.Ficava claro, assim, o sentido

da co-responsabilidade e dauniversalidade. O encontro seconvertia, dessa maneira, emtocha acesa diante dos povose nações do mundo inteiroonde os irmãos estãopresentes. Essa tochamanifesta o fogo interior darenovação de que falou Seánem várias ocasiões durante aConferência, fogo que arde nocoração dos irmãos: Somos luz

e fogo postos no candelabrodo Instituto para iluminar eaquecer tanto o frio como aobscuridade que possamexistir ao nosso redor. E aqui,neste número de FMSMensagem 34, está recolhidoo abundante óleo que aConferência ofereceu aoInstituto para manter viva achama e a luz da missão emnosso mundo.

aros Irmãos

e Parceiros

maristas,

Howard Thorsheim

e Bruce Roberts,

dois futuristas,

mostravam slides

a um grupo de alunos

do 2o ano durante

uma exposição

científica anual

em sua escola.

Quando uma imagem

da terra, tirada

do espaço

a 160.000 km

surgiu na tela,

uma aluna da classe

levantou a mão

e disse:

“Nós desenhamos

as linhas”.

CCartaSuperior geral

Ir. Seán Sammon

Vamos juntos reivindicar o espíritu de l’Hermitage. (Seán Sammon, Reivindicar o espíritu de l’Hermitage, p. 37)

Diciember 2005 5

Perplexos, os dois homens lheperguntaram o que ela queriadizer. A menina respondeu:“Olhem o globo terrestre nabiblioteca; existem linhas en-tre os países. E olhem a terratal como ela aparece realmen-te; não existem linhas sobre aterra, mas somente no globo.Nós desenhamos as linhas!”. Podemos nos perguntar o queessa história de jovens alu-nos, do seu globo terrestre ede uma imagem longínqua daterra tem a ver com o traba-lho da nossa sétima Conferên-cia Geral de Negombo, no SriLanka, em setembro último.A relação é muito simples. No

início de outubro, quando vol-tava do Sul da Ásia para Ro-ma, dei-me conta de que alémde tudo o que tínhamos reali-zado durante aquelas quatrosemanas de encontro, tínha-mos também aprendido a se-guinte lição: se, no passado,linhas foram traçadas no Ins-tituto conforme as línguas,as culturas, as diferentes vi-sões de mundo, as diferentespercepções da vida religiosaetc., chegou o momento deapagá-las, pois aquilo quepartilhamos como irmãos deMarcelino e parceiros leigosmaristas é muito mais signifi-cativo do que as diferenças

que poderiam existir. Se me pedissem uma únicalembrança do nosso encontrono Sri Lanka, mencionaria osentido de fraternidade quefoi tão forte entre nós. Não setrata de um tipo de fraterni-dade que nos deixa conforta-dos e satisfeitos, mas a expe-riência de fraternidade quetrouxe comigo a Roma é maisprofunda e promissora, porqueestá enraizada em nossapaixão comum por Jesus e oReino de Deus. Ao traçar o plano da Confe-rência Geral, os membros doConselho Geral rezavam paraque o encontro fosse um mo-

a meus irmãos

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mento determinante na his-tória atual do nosso Institu-to. Demo-nos conta, eviden-temente, de que as Confe-rências Gerais diferem dosCapítulos Gerais, de diversasmaneiras significativas. OsCapítulos são deliberativos,enquanto as Conferênciassão consultivas. Enquanto osCapítulos gozam de amplospoderes e constituem aautoridade suprema do Ins-tituto quando estão em ses-são, as Conferências Geraissão ocasiões de encontrodos Provinciais e dos Super-iores de Distr i to com oSuperior Geral, o Vigário, osmembros do Conselho, assimcomo com outros membrosda Administração Geral. Conscientes dessas limita-ções, os membros do Conse-

lho Geral mantinham a espe-rança de que nosso encontroseria mais do que uma pres-tação de contas sobre os úl-timos quatro anos, mesmoconsiderando a sua impor-tância. Nossa esperança,portanto, tinha uma maiorenvergadura, pois se tratavade definir mais e melhor anossa visão sobre o futuroda vida e missão maristas, aqual vem sendo melhor defi-nida há algum tempo, comotambém tratava-se de orga-nizar os meios para concre-tizar essa visão de maneiramais ampla. Devo reconhecer que volteidesses dias passados no SriLanka mais encorajado doque imaginava, e tambémmais agradecido. Agradecidopor meus coirmãos e pelo

dom de sua vocação, assimcomo por tudo o que ela tema oferecer à Igreja e aomundo hoje; agradecido porMarcelino e sua fé inque-brantável na presença deDeus, sua confiança em Ma-ria, sua simplicidade e seuamor profundo por nossosprimeiros irmãos. Enfim, es-tou agradecido por aquelesque partiram antes que nós,em épocas exigentes e difí-ceis, mas nunca deixaram desonhar, jamais deixaram dealimentar sua fé e de prepa-rar o terreno para que nas-cesse o novo dia que estádespontando sobre o Insti-tuto e sua missão. É um dia diferente daqueleque alguns podem ter imagi-nado há quarenta anos, en-tretanto é o dia do Senhor.Sim, sofremos importantes

perdas durante os últi-mos quarenta anos:perda de i rmãosmaravi lhosos em

Superior geralIr. Seán Sammon

numerosas Províncias, perdado ponto central da nossamissão marista em outraspartes e perda da nossa re-putação em outras, ainda. Mas, em troca, ganhamosimensamente, pois, hoje,compreendemos mais plena-mente que é o trabalho doSenhor que realizamos, enão o nosso; que somoschamados não para obter su-cesso, mas para sermosfiéis, e que o movimento deparceria dos leigos maristasem união com os irmãos nosdá uma primeira idéia daqui-lo a que a Igreja de amanhãpoderá se assemelhar.

Pontos importantesNesta carta, pretendo apre-sentar uma visão panorâmi-ca da Conferência e do seutrabalho, uma introdução,de certa maneira, à históriadessas importantes semanasque passamos juntos. Maisadiante, neste número Men-sagem, você poderá ler commais detalhe sobre cada umdos temas que menciono.Antes, porém, gostaria demencionar três grandes rea-lizações que nasceram du-rante aqueles dias de escutae partilha, de leitura e dereflexão, de oração e açãode graças. Primeiramente, a Conferên-

cia foi um momento de reno-vação pessoal para aquelesque dela participaram. Ouviesse comentário várias vezesentre aqueles que estavamem Negombo. Nenhum grupopode se renovar, a menosque aqueles que estão en-carregados de apoiar essarenovação não estejam, elesmesmos, convertidos. O fatode que vários tenham desco-berto que a Conferência foium tempo de renovação pes-soal constitui um sinal deesperança. Em seguida, durante aConferência, foram apresen-tadas as iniciativas de pro-jetos dirigidos ao Institutopara os próximos anos, emais importante ainda, es-ses projetos foram bemacolhidos. Esse avanço indi-ca que construímos o futuroe que, com a ajuda de Deus,veremos os seus frutos. Por exemplo, foi propostoenviar pelo menos 150 ir-mãos à Ásia durante ospróximos quatro anos, econvidar outros para ajudaras novas Províncias que,apesar da reestruturação,não encontrarão a vitalidadede que necessitam sem aju-da exter ior. Atualmente,nosso Instituto está presen-te em numerosos paísesporque 900 dos nossos ir-mãos deixaram a França em1903, por ocasião da LeiCombes. Hoje, como Institu-

to, devemos incorporar no-vamente o mesmo espíritode 1903.Finalmente, os participantesda Conferência partiram comsentimentos de encoraja-mento e de esperança. Pes-soalmente, acredito que estaúltima é a virtude, a maisimportante de que temosnecessidade na vida religio-sa, hoje. A esperança vaialém do racional; asseme-lha-se mais com as coisas docoração e do espírito. Somoschamados hoje a ser arautosda esperança para os jovenscarentes em várias partes domundo. Assim, nós mesmostemos necessidade de espe-rança, porque não podemosdar aos outros o que nãopossuímos.

Sri LankaNas páginas seguintes quevocê lerá, assim o espero,partilhará da experiência da-

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Carta a meus irmãos

queles que tiveram o privilé-gio de ser membro da nossarecente Conferência Geral.Durante esse tempo juntos,rezamos, trabalhamos, cele-bramos e eventualmentecrescemos para formar umacomunidade de irmãos. Nos-sos dias foram marcados pe-lo respeito mútuo, pela par-tilha sincera de nossa fé eum desejo de aprender unscom os outros. No início de todo encontro,a acolhida sempre deixauma impressão duradoura edá o tom para o que virádepois. A esse respeito, oirmão Michael de Waas, ir-mão Mervyn Perera, nossosirmãos e os parceiros leigosda Província do Sri Lanka

foram extraordinários. Elesnos acolheram em suas vi-das e em seus corações etudo fizeram para que nossentíssemos à vontade. Deigual maneira, partilharamconosco a riqueza da suacultura milenar através dadança, da música e doscontos, assim como dasbelezas do seu país, quepudemos descobrir por oca-sião de uma excursão. O povo cingalês tem a repu-tação de ser acolhedor ehospitaleiro. E fomos os be-neficiados durante toda anossa estadia. Entretanto, opaís e seus cidadãos sofre-ram terrivelmente durante oano passado, quando umTsunami atingiu as costasda ilha em 26 de dezembrode 2005. De volta ao ocea-

no, o Tsunami levou consigoinúmeras vidas, deixando fa-mílias traumatizadas parasempre, crianças órfãs, e se-meou morte e destruição nu-ma escala difícil de imagi-nar. Durante o nosso encontro ti-vemos a oportunidade deouvir dois sobreviventesdesse horrível cataclismo.Uma religiosa nos disse quetodos os outros membros dasua comunidade morreramcom o Tsunami naquela fatí-dica manhã de domingo, eque ela mesma poderia termorrido afogada. Ela se per-gunta por que Deus a pre-servou. Um padre nos contou suahistória. Falou abertamentedo medo que o invadiuquando se deu conta de que

Superior geralIr. Seán Sammon

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a onda que avançava pelaestrada atrás do seu carro seaproximava, mesmo que cor-resse em grande velocidadeem direção a uma área maiselevada da estrada onde pu-desse estar em segurança.Ainda hoje, ele dorme comuma lâmpada acesa e nãopode mais utilizar o ventila-dor, cujo barulho lhe relem-bra muito os acontecimentosdaquela manhã de 26 de de-zembro. Visitamos também uma paró-quia atingida pelo Tsunami.A igreja onde os paroquianosrezam tem mais de cem anose está situada sobre a costa.O governo informou à paró-quia que a igreja deve sertransferida para outro lugar.É compreensível a resistênciados paroquianos. Essa histó-r ia se repete em muitasáreas da costa atingidas pelomaremoto.Vários bispos do país tam-bém estiveram conosco, en-tre os quais o Arcebispo deColombo, Monsenhor OswaldGomis. Fiquei impressionadopelo fato de que mais dametade da Conferência epis-copal tivesse vindo com ele,inclusive, seu presidente.Suas palavras de agradeci-mento ao nosso Institutopela presença e a contribui-ção de nossos irmãos do SriLanka eram espontâneas evinham do fundo do cora-ção.

Por que o Sudeste

asiático?O Conselho Geral escolheu aÁsia como lugar para nossoencontro por várias razões:primeiramente, quase doisterços da população mundialhabitam esse continente, en-quanto que não somos mais

que uns duzentos irmãos aípresentes; depois, o PapaJoão Paulo II considerava aÁsia como o lugar onde apresença da Igreja deveria sedesenvolver ao longo dopróximo século.Visto que a concepção sobrea evangelização mudou de-pois do Vaticano II, ele su-geriu que uma presença dequalidade, onde o diálogo, aharmonia e a reconciliação

Carta a meus irmãos

entre os cristãos sejam donsque a Igreja poderia levar aessa região. Nosso teólogoconvidado à Conferência,Padre Aloysius Píeres, SJ,nos ajudou a compreender anecessidade de uma nova vi-são para empreender umamissão mais inovadora. Du-rante a sua apresentação,nos mostrou como vários po-vos asiáticos têm uma des-confiança em relação aocristianismo, vendo-o antesde tudo como um instrumen-to do Ocidente para imporsua cultura aos povos doOriente. Ao dizer isso, o pa-dre expressava a crescenteconvicção entre vários cris-tãos de hoje, de que o diá-logo religioso é uma das ta-refas mais urgentes que aIgreja deve empreender pararealizar sua missão no mun-do.Finalmente, uma palavra so-bre o hotel Goldi Sands. Al-

guns se perguntaram porque escolhemos um hotelcomo lugar para o encontro.É verdade que utilizamos ha-bitualmente uma casa doInstituto ou um centro deretiro para esse tipo de reu-nião. Recordemos, primeira-mente, que esta é a segundavez em que a ConferênciaGeral se realiza fora de Ro-ma. A primeira foi em 1989,em Veranópolis, Brasil. Pro-curando um lugar apropriadopara nossa reunião, a Comis-são preparatória da Confe-rência começou a trabalhar,com a ajuda dos nossos coir-mãos do Sr i Lanka, doisanos antes da realização doencontro.O critério mais importanteque orientou a escolha foievidentemente a necessida-de de encontrar um espaçoadequado, isto é, uma salade reunião capaz de acomo-dar todos os membros da

Conferência com os traduto-res, os secretários, os diver-sos membros da Administra-ção Geral, convidados, etc. Era necessário haver tam-bém outras salas para os pe-quenos grupos de trabalho,assim como uma capela, umrefeitório, espaço para en-contros comunitários infor-mais e, finalmente, mais desessenta quartos. Também consideramos oscustos. Como a moeda cin-galesa é mais fraca do que oEuro ou o dólar americano,as despesas foram relativa-mente baixas, se as compa-rarmos ao custo que umaConferência como essa teriase fosse realizada em outraparte do mundo. Considera-mos outros fatores tais co-mo a distância do aeroporto,a disponibilidade de mate-rial eletrônico adequado, acapacidade de variar o car-dápio segundo os regimesal imentares de um grupointernacional, etc. Somente depois de haver es-tudado vários outros luga-res, ficou evidente que ne-

Superior geralIr. Seán Sammon

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nhuma casa de ret i rorespondia às nossas necessi-dades. O seminário de Kan-dy, que poderia ser um lugarpossível, encontra-se a maisde cinco horas de distânciado aeroporto internacionalde Negombo, e teria neces-sidade de sofrer várias modi-ficações para que a reuniãopudesse funcionar em quatrolínguas e ter os instrumen-tos informáticos necessá-rios.O hotel Goldie Sands é umprédio modesto utilizado pe-la Conferência episcopal doSr i Lanka para suas reu-niões; também tem sido uti-lizado para reuniões da As-sociação das escolas católi-cas. O gerente, senhor Cruz,um antigo seminarista dosSalesianos, podia adaptar asinstalações para atender asnossas necessidades. Haven-do a possibilidade de reser-var o hotel por todo o mês,poderíamos, então, construiruma comunidade mais fortedurante nossa estadia naÁsia do Sul.

A Conferência Ao ler este número de FMSMensagem, você compreen-derá melhor a estrutura daConferência assim como vá-r ios dos seus elementos.Uma breve introdução lheajudará a compreender mel-hor por que a conjuntura do

encontro foi tecida tal comoé apresentada. Primeiramente, a 7a Confe-rência Geral começou muitotempo antes que os partici-pantes chegassem ao aero-porto de Negombo. Como jámencionei, a Comissão pre-paratória, composta pelosirmãos Luis Sobrado, presi-dente, Pedro Herreros, Mer-vyn Perera, Peter Rodney eJean Ronzon, tinha sido no-meada dois anos antes dareunião.

Tínhamos pedido aos Provin-ciais e aos Superiores deDistrito para visitar pelomenos uma Província ou Dis-trito da região da Ásia antesde virem para o Sri Lanka, afim de melhor conhecer a vi-da e o apostolado de nossosirmãos nessa parte do mun-do marista. Muitos dentreeles puderam realizar essasvisitas e chegaram à Confe-rência mais ricos por causa

dessa experiência. Os paísesvisitados foram: Camboja,China, Timor Leste, Índia,Japão, Coréia, Malásia, Pa-quistão, Singapura, Sri Lan-ka e Filipinas. A Conferência começou nodia 5 de setembro, com aeucaristia digna dos grandesencontros, celebrada porMonsenhor Frank Marcus, umantigo aluno dos irmãos deNegombo. Em seguida, ogrupo trocou informaçõessobre as visitas que os Pro-

vinciais e Superiores de Dis-trito fizeram antes da Confe-rência.Como acontece em todo en-contro, as apresentações fo-ram uma parte importanteda reunião. O desafio era,no entanto, realizar essaatividade sem que se tornas-se algo cansativo. Além domais, queríamos nos encon-trar com nossos irmãos doSri Lanka e ouvir alguma

Carta a meus irmãos

coisa sobre suas vidas e so-bre o trabalho que realizam.Esse desejo foi concretizadodurante um encontro frater-no realizado à noite, quandopartilhamos juntos a oraçãoe a refeição. Durante esseencontro, o irmão Michael deWass, Provincial da Provínciado Sri Lanka e Paquistão, en-tregou a cada membro daConferência, em nome dos ir-mãos da sua Província, umaplaca comemorativa da nossareunião e da nossa presençaem seu país. Para o restante da primeirasemana, estava prevista aapresentação de uma visão

geral da Conferência. Retros-pectivamente, o tempo re-servado para isso parece tersido muito breve, conside-rando-se o grande número detemas. Entretanto, ao final,as principais atividades ti-nham sido cumpridas. Após odiscurso intro-

dutório no qual foram apre-sentadas as grandes linhasda Conferência, uma troca deidéias sobre os sinais de vi-talidade no Instituto foi or-ganizada por Luis e eu, as-sim como uma revisão doscinco apelos do XX CapítuloGeral.Concluímos a semana comuma proposta de projeto pa-ra a missão ad gentes naÁsia e em algumas UnidadesAdministrativas que enfren-tam dificuldade para assegu-rar a vitalidade apesar dareestruturação. A Adminis-tração Geral prevê, sobretu-do, enviar 150 irmãos à Ásiadurante os próximos quatroanos e pedir um pequeno nú-mero de irmãos para ajudaressas Províncias e esses Dis-

tritos que enfrentam grandesdesafios na área da reestru-turação. Esse projeto, comovocê lerá mais adiante, foipensado para responder aosapelos da Igreja e aos sinaisdos tempos. Acreditamostambém que essa iniciativada missão ad gentes é fiel àconvicção de Marcelino deque todas as dioceses domundo entram em nossosplanos. Tendo a Conferência sido ofi-cialmente iniciada, muitotrabalho preliminar tendo si-do realizado e uma das pro-postas mais importantes parao futuro apresentada, reser-vamos o dia de sábado para aoração e reflexão. Foi ummomento muito apreciadodepois de uma semana esti-mulante e de muito trabalho.

Desafios particulares:formação e promoção vocacionalO desenrolar da Conferênciaa partir desse momento estárelatado nas páginas seguin-tes. Tratamos dos temas so-bre a formação inicial e per-manente, da promoção voca-cional, da regionalização,da reestruturação, das finan-ças, do uso evangélico dos

Superior geralIr. Seán Sammon

bens, da missão, da solida-riedade, da espiritualidadeapostólica marista e do lai-cato. Os membros da Confe-rência também puderam sebeneficiar das exposiçõesdos irmãos Jean Ronzon, Se-cretário geral, Juan MiguelAnaya, Procurador geral ,Giovanni Bigotto, Postuladorgeral e Antonio Martinez Es-taún, diretor das comunica-ções. Cada um apresentou oque foi realizado na sua áreanesses últimos quatro anos.Também nos informaram so-bre o trabalho que aindaresta a realizar. Alguns pontos fortes. A for-mação inicial e permanenteassim como a promoção vo-cacional foram os temascentrais da Conferência du-rante a maior parte da se-gunda semana. Os irmãosAntonio Ramalho, Presidenteda Comissão de Vida religio-sa, e Théoneste Kalisa, Pre-sidente da Comissão das vo-cações, apoiados pelo irmãoErnesto Sánchez, Secretáriodessas duas comissões, for-neceram dados e animaramos debates sobre esses te-mas.Faz mais de trinta anos que

o Instituto iniciou um novocaminho para a formação.Retrospectivamente, várioselementos colocados emprática foram inspirados;eles deram frutos na vida demuitos jovens em formação

depois do Vaticano II e fo-ram enriquecidos ao mesmotempo da vida e da missãode nosso Instituto. Graças aum planejamento cuidadosoe ao sacrifício de vários ir-mãos, temos hoje no Insti-tuto numerosos formadoresbem preparados, que reali-zam seu apostolado com de-votamento e competência. Entretanto, várias áreas daformação têm necessidadede ser melhor cuidadas. Porexemplo, a questão doacompanhamento foi coloca-da em discussão várias vezesdurante a Conferência. Em-bora aqueles que falaram re-conheçam claramente suaimportância em nosso pro-grama de formação e dese-jem a sua continuidade, ou-tros colocam em questão otipo de acompanhamentoque por vezes é oferecido. O tema da formação conti-nuada também mereceu nos-sa atenção. Os programasem vigor atualmente sãobastante valorizados e têmajudado muitos irmãos du-rante anos. Ao mesmo tem-po, alguns irmãos se per-guntam se não chegou omomento de aval iarmosaquilo que fazemos: nossosprogramas atuais respondemàs necessidades de hoje? de-veríamos revisar certos pro-gramas e criar outros novos?Foi manifestado o interessepela idéia de prolongar pro-

gramas de renovação em co-operação com outrasCongregações de irmãos ouInstitutos de caráter marial. Em seguida, refletimos sobre

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Carta a meus irmãos

o ano da promoção vocacio-nal. Em vários lugares doInstituto, essa iniciativa dedoze meses permitiu estabe-lecer uma cultura da promo-ção vocacional nas Provín-cias e Distritos, ou reforçar otrabalho já existente, com-pletando, assim, o objetivofixado. Uma palavra de agra-decimento àqueles que tra-balharam duro durante o úl-timo ano para dar à promo-ção vocacional o lugar queocupa no Instituto e em ca-da uma das Unidades Admi-nistrativas. Ao mesmo tempo, vários ir-mãos pedem uma segundaetapa para continuar a en-corajar as vocações no mun-do. Nós acredi tamos queDeus continua a chamar jo-vens para nosso estilo de vi-da. Devemos nos assegurar

de que não fazemos nadaque vá de encontro à açãode Deus.

Reestruturação,regionalização, financiamento, uso evangélico dos bens, missão, espiritualidade, laicatoA terceira semana da Confe-rência começou com uma ses-são sobre a reestruturação ea regionalização, sob a coor-denação dos irmãos PeterRodney, Presidente da Comis-são de Governo, e Juan Mi-guel Anaya, Secretário da Co-missão. Essa sessão com-

preendeu várias apresenta-ções feitas por um grupo deProvinciais convidados. Antesda reunião, havíamos solici-tado a cada um deles para fa-lar sobre sua experiência dereestruturação e/ou de regio-nalização. Aqueles que fala-ram disseram que os resulta-dos foram positivos para osdois processos; mais de umsalientou que a reestrutura-ção exige muito trabalho su-plementar, mas que as possi-bilidades de vida nova queela favorece fazem com quevalha a pena o sacrifício.Irmão Antonio Martinez, Ecô-nomo Geral, acompanhadodos membros da Comissãoeconômica do Conselho Geral,tratou das finanças. Apresen-tou um resumo da situaçãofinanceira do Instituto duran-te os últimos anos, assim co-mo informações referentes àestrutura e à saúde financeirado Fundo do XX Capítulo Ge-ral. Essas apresentações aju-daram os participantes a me-lhor compreender certas rea-lidades financeiras do Insti-tuto, ao mesmo tempo emque deram ocasião ao surgi-mento de várias sugestõesúteis por parte dos membrosda Conferência. Irmão Maurice Berquet, Pre-sidente da Comissão sobre oUso evangélico dos Bens,continuou com uma apresen-tação sobre o plano de açãodesenvolvido por sua Comis-

Superior geralIr. Seán Sammon

são. Fez também algumas su-gestões sobre seu uso e deuexemplos sobre a maneiracomo esse plano tem ajuda-do alguns irmãos e leigosmaristas no Instituto. Os irmãos Emili Turú, Presi-dente da Comissão de Mis-são, e Juan Miguel Anaya,Secretário dessa Comissão,traçaram as grandes linhasda Assembléia internacionalsobre a Missão marista, pre-vista para setembro de 2007,e informaram aos membrossobre suas iniciativas. O ir-mão Dominick Pujia, Diretordo Departamento Internacio-nal de Solidariedade, fez suaintervenção junto com a Co-missão de Missão. Apresen-tou um projeto que dará aoInstituto uma voz diante daComissão dos Direitos Huma-

nos das Nações Unidas paraa defesa dos direitos dacriança. Essa iniciativa faráparte do nosso trabalho comFranciscans International, umgrupo com sede em Genebra,composto por membros dasFamílias franciscana e domi-nicana, além da nossa.Os irmãos Pedro Herreros,Presidente da Comissão doLaicato, e Michael Flanigan,Secretário dessa Comissão,apresentaram à Conferênciaum resumo do seu trabalhoaté o presente com os leigosmaristas no mundo. Mostra-ram algumas estatísticas so-bre o crescimento do Movi-mento Champagnat da Famí-lia Marista em cada regiãodo Instituto e informaramque sua Comissão havia in-iciado estudos preliminares

quanto à possibilidade deelaborar um documento sob-re a parceria leiga marista. O irmão Peter Rodney, quecoordena o grupo de traba-lho do Conselho encarregadode redigir um documento so-bre a Espiritualidade Apostó-lica Marista, apresentou aosmembros da Conferência otrabalho realizado pela Co-missão até o presente mo-mento e respondeu às váriasperguntas suscitadas. Umavez mais, sugestões foramfeitas para ajudar o seu gru-po de trabalho. No que se re-fere à espir i tual idade, aquestão das redes regionaisde Espiritualidade ApostólicaMarista, as quais tinham sidosolicitadas pelo XX CapítuloGeral, foram discutidas. Osmembros da Conferência pe-

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Carta a meus irmãos

diram ao Conselho Geral queencontrasse meios mais efi-cazes do que aqueles que fo-ram usados até hoje paraaplicar esta diretiva.

EncerramentoÀ medida que a Conferênciachegava ao fim, os partici-pantes puderam aproveitar asvárias apresentações oficio-sas, como aquela do plano derenovação de Nossa Senhorade l’Hermitage, a fim de queesse lugar realize melhor sua

missão de hospitalidade ecomo centro da herança ma-rista durante os próximosanos. Outras sessões permiti-ram rever o calendário doConselho Geral para os próxi-mos quatro anos, a fim deprecisar melhor os detalhespara um segundo turno de vi-sitas dos Conselheiros Gerais,discutir a formação perma-nente, e de formação para ossecretários provinciais e deDistritos, através de sessõesorganizadas pelo SecretárioGeral, irmão Jean Ronzon. Finalmente, uma Conferência

Geral depende do duro tra-balho e do devotamento denumerosas pessoas: os mem-bros do Comitê coordenador,os irmãos que asseguraram astraduções escritas e orais, ossecretários etc. A lista dosnomes seria muito longa sefosse escrita aqui, mas dese-jo expressar minha mais vivagratidão e apreço pelo imen-so trabalho e as horas suple-mentares que numerosos ir-mãos deram para o bom fun-cionamento da Conferência.Os Padres Maristas foram par-ticularmente generosos em

Superior geralIr. Seán Sammon

permitir que o Padre JoaquimFernández, antigo SuperiorGeral, ficasse conosco duran-te a Conferência e nos ofere-cesse seus serviços como ca-pelão. A Província do SriLanka e Paquistão não foimenos generosa ao colocar anossa disposição seu Vice-provincial e Ecônomo, irmãoMervyn Perera. Ele esteve àdisposição dos irmãos vinte equatro horas por dia, semprecom grande discrição e damaneira mais eficaz possível.Para que não fiquemos com aimpressão de que tudo foisomente trabalho, acrescen-to que, durante a metade dopercurso, vários participan-tes da Conferência foram àcidade de Kandy, fazendo vá-rias paradas ao longo do tra-jeto. Essa excursão permitiuaos viajantes ver uma outraface do Sri Lanka, sua regiãoconhecida mundialmente pe-la produção do chá, assimcomo lhes permitiu se fami-liarizarem um pouco maiscom a cultura desse país.Durante nosso tempo passa-do juntos, trabalhamos den-tro de um ritmo que permitiurealizar o trabalho previsto.O grupo também participoude uma noite de oraçãointer-religiosa com represen-tantes do hinduísmo, do bu-dismo, do islamismo, com apresença de alunos e profes-sores da escola Maris Stellade Negombo. Tivemos tam-

bém um encontro com osmeios de comunicação lo-cais. Próximo ao fim da nos-sa estadia, a direção do ho-tel organizou um jantar deadeus para todos nós. Aopartir, nos sentíamos maisenriquecidos pela presençade cada um, com uma ima-gem mais precisa dos desa-fios que nos esperam, massobretudo com a convicçãode que, com a graça de Deus,poderemos enfrentá-los comcoragem e criatividade. O primeiro grupo de passa-geiros partiu antes da aurorado dia 1 de outubro; ao finaldesse mesmo dia quase todoshaviam deixado Negombo.Aqueles que ainda ficaramdurante um ou vários diastinham reuniões ou planosde viagem diferentes. No en-tanto, em 7 de outubro to-dos os membros da Conferên-cia tinham deixado o país,com exceção daqueles paraquem o Sri Lanka constituisua Pátria.Quanto a mim, ao deixar essepaís, levava lembranças agra-dáveis: o calor, a hospitalida-de e a generosidade de nos-sos irmãos e das pessoas da-qui. Eu também me deiconta, como muitos outros,de que havia aprendido muitosobre essa região da Ásia.Com certeza, uma ConferênciaGeral é muito mais do queuma série de apresentaçõesou de planos para o futuro.

No coração de toda Conferên-cia existe uma expressão defé, uma experiência de espe-rança, uma reafirmação denossa fraternidade, de nossaparceria com os leigos maris-tas e de tudo o que o Funda-dor tinha na alma quandosonhou em fundar um Insti-tuto de irmãos educadores.Deus, em sua bondade, colo-cou no mundo nosso Institu-to em 1817, e deu a ele vidadurante mais de dois séculos.Agora, que voltamos nossosolhos para o 200o aniversáriodo nosso Instituto, assuma-mos o compromisso de vivero sonho desse simples padrecamponês e Padre Marista,Marcelino Champagnat, quefoi corajoso e perseverantepara nos fundar e nos conso-lidar. Guardemos tambémsempre na alma que viemosjuntos para uma missão e queessa missão é muito clara:tornar Jesus conhecido eamado pelas crianças e pelosjovens pobres.Possa Deus continuar a nosbendizer, proteger e acolhercomo fi lhos! Que Maria eMarcel ino sejam nossosconstantes companheiros,hoje e sempre!Com toda a minha afeição ea certeza das minhas preces,

Dezembro de 2005 17

Carta a meus irmãos

Ásia, esse é o desafio do terceiro milênio para a Igreja. (Ecclesia in Ásia, 1)

Dezembro de 2005 19

Tratava-se de recolher areflexão dos líderes doInstituto sobre esse par-ticular e consultar comeles sobre a conveniênciae oportunidade de talprojeto. A aprovação dos

Irmãos Provinciais e Superiores de Distrito foi praticamente unâ-nime. Suas reflexões e observações ajudarão a que esse projetoaterrisse com objetivos e meios mais realistas e mais bem ajusta-dos à realidade e possibilidades das Unidades Administrativas. Creio que tanto a filosofia como os próprios termos desse projetocativaram a imaginação e o coração dos membros dessa Conferên-cia Geral e podem constituir elemento importante na tarefa de re-vitalização do Instituto. Desejo compartilhar com todos vocês oselementos principais dessa filosofia e as linhas diretrizes desseprojeto.

I. A filosofia do projetoObjetivo

Trata-se de assegurar que uma porcentagem de Irmãos do Insti-tuto se desloque para a Ásia e para as Províncias que, tendo-sereestruturado, continuam necessitando da vinda de Irmãos comas características adequadas para poder alcançar os objetivosde viabilidade e vitalidade propostos. Ao mesmo tempo, trata-sede iniciar uma dinâmica anual de envio em Missão ad gentes deum número significativo de Irmãos, com a esperança que essa

Ir. Luis García Sobrado

Vig

ário

ger

al

Comissões do Conselho geral

Um projeto de missão “ad gentes”

para os próximos anos

No qu a d r o d a V I IConferência Gera l ,

o Conselho Geral apre-s e n t o u u m p r o j e t o d eMissão ad gentes a serimplementado nos próxi-mos anos.

prática se prolongue no tempo e favoreça de modo eficaz a inter-nacionalidade e o interculturalismo em todas as Unidades Admi-nistrativas.

Percepções e convicções crescentes

Atrás desse projeto há uma série de percepções e convicções cres-centes no pensar e sentir do Conselho Geral e, creio, de um núme-ro considerável de Irmãos e Leigos Maristas. Elenco as que consi-dero mais significativas:

1. A percepção de que a tradição daMissão ad gentes, continuada des-de as origens do Instituto, foi sedebilitando ultimamente. Ao mes-mo tempo, as mudanças sociorreli-giosas profundas e radicais quehouve nos últimos cinqüenta anosintroduziram mudanças radicais,tanto na visão como na prática daMissão ad gentes na Igreja e noInstituto. Um exemplo: Se a salvação se dá“fora da Igreja”, qual é o objetivoda Missão ad gentes?

2. A visão da práxis da Missão ad gen-tes, definida no último Capítulo Ge-ral: “Escolher a Vida”, n.º 46:

“O XX Capítulo Geral recomenda:

– Que as Províncias de uma mesma zona se unam para iniciar oucontinuar algum projeto missionário “ad gentes”.

– Que grupos de Províncias, em diálogo com o Conselho Geral, possaminiciar projetos de missão marista com estruturas próprias.

– Que se facilite a mobilidade dos Irmãos de uma Província para ou-tra visando a Impulsionar projetos de solidariedade, evangelizaçãoe educação.”

Este número de “Escolhamos a Vida” oficializa uma nova prática da Missãoad gentes no Instituto. Explico-me. O êxodo de Irmãos franceses de 1903,pressionados pelos acontecimentos políticos, reforça e potencia de modo de-finitivo a internacionalização do Instituto. Essa dinâmica se prolongará de-

20 • FMS Mensagem 34

Ir. Luis García SobradoComissões do Conselho geral

Dezembro de 2005 21

pois de modo estruturado e planificado através dasCasas de Formação de Missões: São Francisco Xavier,Bairo, etc. O Capítulo Geral de 1967 passa a cada Pro-víncia a responsabilidade de continuar essa dinâmicade Missão ad gentes no Instituto e, sem dúvida, estesúltimos quarenta anos foram fecundos em novas fun-dações com Irmãos e recursos saídos de bom númerode Províncias. Esse ciclo agora está se encerrando, eum novo ciclo, interprovincial, regional e internacio-nal, começa. Essa nova dinâmica parece necessitar,pelo menos inicialmente, do apoio e coordenação daAdministração Geral.

3. A percepção de que algumas Províncias, recen-temente reestruturadas, não poderão conse-guir os objetivos de maior viabilidade e vitali-dade sem o ingresso de Irmãos procedentesde outras Províncias, que possam efetivamen-te colaborar para esse fim.

4. O chamado de João Paulo II, em repetidasocasiões, com expressões similares a esta:“Ásia, esse é o desafio do terceiro milênio pa-ra a Igreja” (Ecclesia in Ásia, n.º 1).

5. A convicção de que a revitalização da dimen-são da Missão ad gentes terá um efeito positi-vo na vida e missão de cada Província no Ins-tituto.

6. A percepção de que Redemptoris Missio, aofalar de uma “nova evangelização”, expres-sa a necessidade de uma evangelização emque o interculturalismo tem um papel im-portante.

7. Além do compromisso de muitas Provínciasna Missão ad gentes nestes últimos anos,houve, paralelamente, e de modo ininterrup-to, o costume de um número significativo deIrmãos que sentiram o chamado, se oferecerdiretamente ao Irmão Superior-Geral para aMissão ad gentes. O fato é que somente pou-cos desses Irmãos foram chamados a mis-sões concretas. Quando isso aconteceu, pe-diu-se a esses poucos Irmãos que se inte-grassem em missões e projetos bem especí-ficos, como foi o caso bem conhecido dosquatro Irmãos missionários que foram assas-sinados no campo de refugiados de Bugove,no antigo Zaire.

O Conselho Geral pensa que chegou o mo-mento de desenvolver uma práxis mais pró-ativa de ajudar esses Irmãos a discerniremo chamado de Deus e a pô-lo em prática.Temos a intuição de que o número de Ir-mãos que estão sentindo esse chamado vaicrescer com o tempo e que, pouco a pouco,

se desenvolva algo assim como uma tradição de envios anuaisde Irmãos e Leigos que assegurem novas presenças maristasno mundo e na Igreja.

Dois pressupostos

Primeiro: Não podemos predizer o fu-turo, mas podemos ajudar a configurá-lo através das decisões que vamos to-mando e dos passos dados para imple-mentá-las.

Segundo: Seremos mais eficientes emnossa missão se nossos projetos tive-rem um contexto e uma inspiração nofato de que somos um Instituto inter-nacional e intercultural. O contrário se-ria como uma coleção de Unidades Ad-ministrativas independentes, com hori-zontes bem mais limitados e empobre-cidos. A corajosa avaliação de nossasobras a que nos convida o XX CapítuloGeral somente será possível se funcio-narmos a partir de horizontes suficien-temente amplos, indo além de preocu-pações e interesses estreitos e locais.

Contexto

Este projeto somente pode ser entendido no contexto da missãomarista em sua totalidade. O Irmão Seán, nosso querido IrmãoSuperior-Geral, prepara sua terceira circular sobre a missão e aidentidade maristas. Tenho a certeza de que essa circular ajudar-nos-á a dar maior perspectiva a este projeto ad gentes e a colocá-lo no coração do carisma e do ser marista, hoje.O pano de fundo da VII Conferência Geral foi, em todo o momento,o tema da vitalidade da vida e da missão maristas. Lançar-nos comfé e esperança num projeto de Missão ad gentes como aquele quefoi proposto nessa Conferência Geral, é um sinal transparente denossa fé no futuro da vida e da missão maristas. Constitui, ao mes-mo tempo, uma evolução lógica daquilo que se discerniu e imple-mentou nestes últimos anos, particularmente toda a dinâmica dereestruturação. Estamos convencidos, certamente, de que é umaresposta aos sinais dos tempos.

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Ir. Luis García SobradoComissões do Conselho geral

A missão “Ad gentes” no Instituto é uma ação apostólica de fronteira,

que leva consigo o sair do próprio país para ir a outro para anunciar a Boa Nova de Jesus. Para nós, irmãos maristas, é uma vocação dentro da nossa comum vocação de consagradosque vivem o carisma de Champagnat. Ao longo de nossa história manteve-se e continuamos mantendo o fogo missionário no Instituto. Nos últimos 16 anos o número de irmãosmissionários “Ad gentes” foi aumentandoprogressivamente. Os lugares de fronteira deevangelização nos esperam. Esse é um dos desafiosde nosso Instituto para os tempos atuais.

Ir. José Antonio RuizSuperior da Distrito de África Ocidental

Dezembro de 2005 23

II. O plano estratégico para um projetode uma missão ad gentes 2006 - 2009

Essas cifras nos podem dizer:

– Que as Províncias realizaram umbom trabalho na Missão adgentes, continuando e abrindonovas presenças missionárias,depois que se fecharam as CasasInternacionais para as Missões.

– Que, com o passar do tempo, as Províncias encontraramdificuldades para enviar Irmãoscom menos de 50 anos aosprojetos de Missões ad gentes.

– Que o Instituto ainda tem uma margem de oportunidadepara revitalizar essa importante dimensão de sua vidae missão.

2. Pessoal necessário

Coordenação do projeto: Escritório do Vigário Geral

Equipe de formação: Diretor, Subdiretor, Ecônomo

Visitador(es): Um ou dois Irmãos com tempo integral, delega-dos do Irmão Superior-Geral; Trabalham em es-treita colaboração com o Vigário; Sua comuni-dade é a da Administração Geral.

IRMÃOS MISSIONÁRIOSAno Missionários Média de id.1989 553 51,371990 556 52,201991 563 52,801992 566 53,631993 569 54,451994 571 55,341995 574 56,151996 575 57,091997 576 58,041998 576 59,041999 576 60,042000 577 60,982001 583 61,602002 588 62,282003 595 62,822004 596 63,76

Irmãos Grupono Instituto de Idade

65 20

238 25

204 30

203 35

187 40

227 45

253 50

386 55

375 60

453 65

500 70

TOTAL 3091

MetaUm plano operacional de

enviar em missão um número significativo de irmãos,

cada ano, à Ásia e às Províncias Maristas quepossam necessitar de ajuda.

Prioridades em termos de missão ➤ Ásia.

➤ Províncias reestruturadas que necessitamde ajuda em termos de vitalidade e de via-bilidade.

➤ Favorecer a internacionalidade de projetosAd Gentes.

1. Procurar aprender alguma lição das estatísticas recentes

Função:a. Pôr-se em contato e visitar os Bispos, Autoridades civis e Pro-

vinciais Maristas ou Superiores de Distrito;

b. Recolher informaçôes necessárias para ajudar a discernir e defi-nir o projeto real que os missionários vão fundar, ou o projetoem que vão colaborar;

c. Preparar as fichas e a documentação necessárias que facilitarãoa designação dos novos missionários;

d. Acompanhar e manter contatos com os novos Irmãos missioná-rios durante, pelo menos, o primeiro ano.

3. Elaboração das listas sobre uma base anual

– Carta do Ir. Superior-Geral convidando os Irmãos a se oferece-rem para a Missão ad gentes.1

– Em diálogo com o Ir. Provincial/Superior de Distrito, um convitepessoal do Ir. Superior-Geral aos Irmãos que, embora não setenham oferecido como voluntários num primeiro momento, po-dem ser considerados como pessoas adequadas para uma das“novas presenças” da Missão ad gentes.

24 • FMS Mensagem 34

Ir. Luis García SobradoComissões do Conselho geral

* Neste momento há 38 Irmãos na lista

“Ad Gentes”. Todos eles tomaram

a iniciativa de escrever ao Ir. Superior-Geral.

Dezembro de 2005 25

4. Discernimento e seleção

– Primeiro passo: Diálogo por carta/telefone/inter-net (Superior-Geral, Vigário-Geral).

– Segundo passo: Recomendação do Provin-cial/Superior de Distrito.

– Terceiro passo: Um curso de seis meses deacompanhamento, formação, discernimentopessoal e grupal.

– Diálogo entre o Vigário, Visitador(es) e Di-retor da Equipe que elaborará uma lista depossíveis envios.

– Missão designada pelo Ir. Superior-Geral pa-ra um primeiro período de três anos.

5. O curso de formação ede discernimento

Responsável: Vigário-Geral e Equipe de Formação.

Duração: Seis meses.

Conteúdos:

➤ Cursos comuns de Missiologia, Espiritualida-de Missionária, Antropologia Cultural, etc.

➤ Uma dinâmica que leve a aprofundar o pro-cesso de desenvolvimento pessoal; assis-tência psicológica para ajudar a pessoa aaprender como chegar a tornar-se maisconsciente de seus pontos fracos e comoenfrentá-los; como suportar a solidão emsituações de missão (solidão cultural e derelação durante os primeiros anos), etc.

➤ Uma dinâmica de vida comunitária que fa-voreça o clima fraterno, a solução comuni-tária de conflitos; desenvolver uma sensi-bilidade intercultural, etc.

➤ Acompanhamento pessoal que vise a reforçaro processo de crescimento espiritual, a vidade oração, o desenvolvimento da fé, etc.

Objetivo: Ao finalizar o curso, o Ir. Superior-Geral, aEquipe de Formação e o Irmão individualmen-te, deveriam chegar a uma conclusão sobre aautent ic idade do chamado à Missão adgentes, o tipo de apostolado que melhor seadapta às qualidades e experiência do Irmãoe o envio do Irmão para um primeiro períodode três anos.

Idioma:

➤ Inglês.

➤ Razão principal: O idioma mais comum decomunicação na Ásia; segundo idioma maisconhecido pelos Irmãos de menos de 40anos.

➤ Seria oferecida tradução do inglês aoespanhol, se necessário.

Local: Filipinas.

➤ Razão: Ásia, presença católica forte, recur-sos de pessoal, instalações disponíveis,custos razoáveis;

➤ Local alugado.

➤ Facilidade de mudar o local depois de três ou quatro anos, senecessário.

Locais alternativos: Sri Lanka, Roma.

Financiamento

➤ Viagens : Vôo de ida – Província de origem ou Região;

Vôo de volta – Província de destino ou Região.

➤ Hospedagem e matrícula:

1/3 Administração Geral.

1/3 Província de destino.

1/3 Recursos externos.

26 • FMS Mensagem 34

Ir. Luis García SobradoComissões do Conselho geral

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7. Calendário

8. Tempo de iniciação

➤ Seis meses de iniciação dentro da UnidadeAdministrativa ou região em que o Irmãoestará em missão durante os três anos se-guintes.

➤ Tempo de aprender sobre a cultura, o idio-ma, encontrar-se com os Irmãos, sonharcom os futuros membros da Comunidadeantes de ser indicado para um projetoconcreto e uma Comunidade.

CALENDÁRIO GRUPO A GRUPO B GRUPO C GRUPO D GRUPO E(20 – 30) (20 – 30) (20 – 30) (20 – 30) (20 – 30)

Jan – Jun 2006 Aprendem inglês

Jul – Dez 2006 Formação Aprendem inglês

Jan – Jun 2007 Iniciação Formação Aprendem inglês

Jul – Dez 2007 Iniciação Formação Aprendem inglês

Jan – Jun 2008 Iniciação Formação Aprendem inglês

Jul – Dez 2008 Iniciação Formação

Jan – Jun 2009 Iniciação

Nosso ministério apostólico pode ter hoje rostosdiferentes nas diversas partes do mundo, porém, no fundo, permanece o mandato evangélico de tornarJesus Cristo conhecido e amado.

(Seán Sammon, Uma liderança que gera vida, p. 26)

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Em seus comentários, vo-cê se detém de maneiraparticular no tema da Mis-são marista, sabendo queme tocou um papel espe-cial na animação dessedia: obrigado. Alegro-meem saber que você gostoudo detalhe de que eu ti-vesse iniciado minha re-flexão projetando rostosde crianças e jovens doscinco continentes que se

beneficiam da educação. A diversidade de situações problemáticasque o Instituto deve abordar nesse momento da sua história, assimcomo o aumento da sua média de idade poderiam desviar nosso o-lhar para o interior, como se a única questão importante fossenossa própria sobrevivência. Esses rostos concretos tinham comoobjetivo nos fazer recordar de que nascemos para eles e que nelesencontramos a razão do nosso ser e da nossa missão. Saber que cerca de 100 milhões de crianças vivem nas ruas; quemais de 120 milhões estão fora da escola, ou que mais da metadedos meninos e meninas do mundo sofre de graves privações porcausa da guerra, da pobreza e da AIDS... nos remete à realidade enos faz lembrar onde se encontram as verdadeiras urgências paranós. Urgências apresentadas tanto nos últimos Capítulos Geraiscomo pelo documento “Missão Educativa Marista”. O Espírito nosfala, como o fez ao Padre Champagnat, através das necessidadesdas crianças e jovens de hoje. Você mesmo, Felipe, me disse em sua carta que “existem respostas

Ir. Emili Turú

Con

selh

oger

al

Comissão de missão

Diferentes rostos

para uma única missão

C aro Felipe,Quero hoje respon-

der à carta que você meenviou há algumas semanas,a qual contém suas reaçõessobre a r ea l i z ação daConferência Geral. Agra-deço-lhe seu enorme inte-resse pela vida do nossoInstituto, assim como pelasinceridade da sua reflexãopartilhada.

que não podem esperar”. Não sei se sabia que, como preparação àConferência, foi feita uma pesquisa com todos os Conselhos provin-ciais sobre a aplicação dos grandes apelos do XX Capítulo Geral.Pois bem: devo dizer-lhe que todos foram unânimes em afirmar quea solidariedade deve estar no coração da missão marista. Também sereconhecem grandes avanços nessa área, que deram maior vitalidadeàs Províncias: deslocamento para novos campos de missão; desen-volvimento de novos projetos; maior sensibilidade; crescimento nainclusão de programas sociais nas escolas, etc. Entretanto, a maio-ria recorda que ainda existe um longo caminho a percorrer...Você me pergunta sobre a reflexão feita pelo Conselho Geral arespeito da missão marista durante a Conferência. Devo dizer-lhe

que, dando continuidade ao que deixamos es-crito nas Províncias depois de cada uma dasvisitas que realizamos durante estes últimosquatro anos, estes foram os principais temasmais discutidos:

Transparência de nosso compromisso comum

Não basta redigir belos documentos expressandonossas prioridades. Essas últimas devem ser cla-ramente visíveis, perceptíveis. Visibilidade: comonos vêem os demais? O que dizem de nós? Quaissão as características pelas quais nos conhecem?E, talvez, exista outra pergunta que se dirige anós mesmos: Verdadeiramente, através de quecaracterísticas queremos ser identificados? Parece-me que esta é uma questão profunda, quese refere não somente ao “que fazemos”, mas ao“onde estamos”. Ainda que seja uma citação umpouco grande, quero apresentar-lhe um texto deJoan Chittister, que me parece muito significati-vo: “Hoje contamos com os grupos mais beminstruídos do mundo e nossos membros têm uma

alta transparência profissional, enquanto que as congregações se torna-ram quase totalmente invisíveis...Enquanto não orientarmos nossaenergia corporativa para os problemas sociais do nosso mundo, alertan-do as pessoas sobre sua importância, defendendo as mudanças e encar-nando novas respostas com nossas vidas, a pergunta sobre as razões denosso continuar juntos permanecerá sendo válida e necessária. Umacongregação sem compromisso corporativo não tem nada com que for-mar os seus membros. Para que convidar as pessoas a se unirem a nóssem um objetivo? (La caída del templo: una llamada a la formación).

30 • FMS Mensagem 34

Ir. Emili TurúComissão de missão

Nosso caminho para o futuropassa pela necessidade de

clarificar nossa identidade, através de umesforço de dar visibilidade a nosso ser eatuar maristas, de viver nossa vocação deirmãos na Igreja juntos com os leigos, poruma redefinição de nossa espiritualidadeapostólica, por uma atualização de nossamissão educativa e evangelizadora ao serviçodas crianças e jovens mais necessitados, e por uma busca de um estilo de vidacomunitária enraizada em nossas origenscarismáticas e aberta aos desafios da cultura juvenil de nosso tempo.

Ir. Xavier BarcelóProvincial de Hermitage

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Convite a sermos mais Audazes em nossas opçõesComo recordará, Felipe, ao final da visita doConselho Geral à sua Província, uma das recomen-dações que fizemos foi de não ter medo de traba-lhar mais a serviço das crianças e jovens mais de-sassistidos. Recomendações similares foram feitasa muitas outras Províncias: que cresçam em quanti-dade e/ou qualidade, sempre nessa direção indica-da pelo XX Capítulo Geral.Temos escrito em Missão Educativa Marista: “... a

nossa preferência deve ser pelos excluídos da so-ciedade e por aqueles que, por causa da sua pobre-za material, não têm acesso à saúde, a uma vidafamiliar equilibrada, à escolarização e à educaçãonos valores. Reconhecemos, nesse amor por todasas crianças e jovens, e especialmente pelos pobres,a característica essencial da nossa Missão Marista”(54-55). Também neste caso, a “preferência” deve ser visí-vel, avaliável. Seja qual for o campo onde se reali-za a missão marista (escola, universidade, centrosde educação não-formal, etc.), ali deve estar CLA-RO que temos preferência por aquelas crianças ejovens menos favorecidos: critérios de admissão eseleção; acompanhamento; atenção pessoal; currí-culos adaptados; programas de integração, etc.Porém, também coletivamente, como Província,podemos medir quais são nossas preferências. Al-guns critérios para isso são, por exemplo: para on-de vão os recursos econômicos; número de obraseducativas em ambientes “socialmente favoreci-dos” e em lugares de marginalização, assim comoo número de irmãos dedicados a essas diferentesobras maristas.Já faz doze anos que recebemos esta mensagem:“Nós, irmãos Maristas, estamos todos comprometi-dos com a solidariedade, embora não possamos,

provavelmente, vivê-la do mesmo modo. Como expressão da opção pelospobres, assumida em todas as Províncias, alguns irmãos serão convida-dos a trabalhar diretamente entre os pobres e com eles (o número des-ses irmãos deve ser suficientemente elevado para que se possa falar deopção preferencial). Entretanto, outros irmãos, onde quer que seja, sa-berão que são chamados a trabalhar para os pobres e a organizar sua vi-da e seu apostolado na perspectiva deles.Chegou o momento de assumir coletivamente, de maneira decidida esem equívocos, o apelo evangélico à solidariedade.” (XIX Capítulo Geral,Solidariedade 19-20)

Convite a sermos Criativosna EvangelizaçãoJá sei, Felipe, que este tema lhe é particularmente querido. Seu trabalho demuitos anos na pastoral juvenil lhe permitiu estar continuamente em buscada melhor maneira de transmitir o Evangelho às crianças e jovens. Da mesmamaneira está acontecendo em muitas Províncias do Instituto, mesmo que apalavra “evangelizar” tenha conotações muito distintas, dependendo docontexto onde é dita. Nossa estada na Ásia nos relembrou bem esse aspecto.

32 • FMS Mensagem 34

Ir. Emili TurúComissão de missão

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Peço-lhe que me permita citar mais uma vez a Mis-são Educativa Marista: “Seguindo MarcelinoChampagnat, buscamos ser apóstolos da juventude,evangelizando pelo testemunho das nossas vidas epela nossa presença junto às crianças e aos jovens,bem como pelo nosso ensino: nem só como cate-quistas, tampouco como apenas professores das di-versas disciplinas escolares. A educação, no seusentido mais amplo, é o nosso campo de evangeli-zação: nas instituições escolares, em outros proje-tos pastorais e sociais e nos contatos informais.Em todas essas situações, oferecemos uma educa-ção integral, elaborada a partir de uma visão cristãda pessoa humana e do seu desenvolvimento.”(75-76) Devo dizer-lhe que estou admirado com os esforçosque estão sendo realizados em algumas partes doInstituto para buscar uma adaptação às novas ne-cessidades das crianças e jovens. Em outras partes,entretanto, a impressão que temos é que já se jo-gou a toalha. Diferenças de gerações, falta de for-mação, crescente secularismo nas sociedades, indi-ferença entre os jovens... nem sempre foram toma-dos como desafios e um convite a ser criativos. Emqualquer caso, você não deseja abandonar a luta,não é verdade?

Apelo aCriar estruturas de gestão adequadas às novas realidadesNão deixe de ler este tema, Felipe. Tenho a impres-são de que você é um pouco alérgico às “estruturasde gestão”, porém, a mim me parece que é um as-sunto importante, uma vez que, de fato, ainda quedigamos que isso é “para outros”, como instituiçãonecessitamos utilizar essas estruturas. Elas tambémdevem se adequar aos princípios evangélicos e mos-trar, de maneira eficaz, os critérios que nos movem.Faz alguns dias que um amigo me explicava a expe-riência do seu pai. Ele iniciou uma pequena empre-sa familiar nos anos 80. Com o passar dos anos,aquela pequena empresa foi crescendo e desenvol-vendo-se com maior produção e maior número detrabalhadores. O problema é que seu pai deseja

continuar administrando a empresa como fazia hávinte anos, e se estressa com uma realidade que jánão controla. Esse exemplo não lhe parece familiar? Tenho a im-pressão de que assim também ocorreu com muitasdas nossas instituições educativas. E não se trata so-mente de usar novas técnicas de gestão que as tor-nam mais simples e eficazes, senão, sobretudo, deadequar nossas estruturas à nova realidade da “mis-são partilhada” com os leigos. Com efeito, a presen-ça majoritária de leigos em nossas obras educativasexige um tipo de participação baseado na confiança,na clareza das funções e responsabilidades, e deacordo com o que afirmamos em nossos documentosquando falamos de “co-responsabilidade”.

Por outro lado, a realidade das Províncias reestruturadas ou complexasquanto ao número de obras e extensão geográfica nos mostra que, a me-nos que exista um bom modelo de gestão das obras educativas, ou oProvincial e seu conselho terão que assumir um trabalho acima de suaspossibilidades reais, ou se descuidarem da atenção a essas obras, com operigo de se depararem em pouco tempo com situações irreversíveis.

Importância da Internacionalidade do Instituto

Recordo que em outra carta sua, você me citava uma frase da Cartaconvocatória à Conferência geral: “temos sido um Instituto internacionaldurante mais de um século, porém nem sempre temos agido como tal”. Asseguro-lhe que este aspecto da internacionalidade é uma das maioresriquezas que pude experimentar na própria carne ao longo desses últi-

mos quatro anos. É verdade que a reestruturaçãoestá nos ajudando a pensar com uma mentalidademais larga, porém, me parece que nos movemosmuito através de critérios “locais”. Alguns desta-cam as dificuldades da internacionalidade: dife-renças culturais e lingüísticas, viajar é caro... De-finitivamente, creio que devemos aceitar comtranqüilidade alguns inconvenientes que fazemparte da riqueza da diversidade.Mesmo que seja um caminho lento, estamos de-senvolvendo estruturas de colaboração e apoiopara a missão marista em âmbito continental-internacional. E a experiência está sendo muitopositiva. Oxalá que no futuro continuemos poresse caminho.Vou terminando esta carta, que hoje ficou maislonga do que a de costume. Porém, creio que acircunstância a exigia.Termino fazendo referência ao último comentárioda sua carta, quando você me diz que em suaProvíncia continua existindo uma certa tensãoentre os que realizam a missão marista na escolae aquelas pessoas que trabalham em outros cam-pos. Também para mim é uma situação que medói, Felipe. Quantas batalhas inúteis temosconhecido! Você não está de acordo? Deveríamosretomar, uma vez mais, o documento Missão Edu-cativa Marista, onde a proposta é muito clara:uma só missão, que se realiza em diferentes ros-

34 • FMS Mensagem 34

Ir. Emili TurúComissão de missão

Nesta VII Conferência geral,voltamos a escutar os apelos

atualizados do sonho de Marcelino: umamissão partilhada com os leigos,manifestando nossa preferência pelos menosfavorecidos e continuando com nossocompromisso de evangelizar através daeducação. Acreditamos que o processo deformar e envolver todas os agentes de nossasobras educativas responda de maneira maisinstitucional ao nos deslocarmossignificativa e decididamente para aevangelização dos mais pobres. Acreditamosque ao escolher esse caminho, mais largo ecomprometedor, estamos respondendo a umgrande sonho de Champagnat, e estamosacendendo nossos corações para alcançaresse objetivo de maneira mais significativa.

Ir. Víctor M. Preciado R.Provincial do México Ocidental

Dezembro de 2005 35

tos e campos de ação. Todos somos necessários ecomplementares. Seria maravilhoso que nãodesperdiçássemos um único minuto do nosso tem-po em disputas internas, mas dedicássemos todasas nossas energias ao serviço da missão urgenteque nos foi confiada entre as crianças e jovens,especialmente entre os mais necessitados, cada umdando o melhor de si mesmo. Desejo-lhe o melhor, irmão. Que o Senhor nosconceda o dom da autenticidade. Não resisto aodesejo de oferecer-lhe um texto de Thomas Merton,que ontem me chamou a atenção: “Se queres saberquem sou, não me perguntes onde vivo, o que gos-to de comer ou como me penteio. Pergunta-me an-tes pelo que vivo, detalhadamente, e pergunta-mese o que penso é dedicar-me a viver plenamenteaquilo para o qual quero viver”.Obrigado uma vez mais, por sua confiança esinceridade. E muita coragem e ânimo em suamissão entre os jovens.

Minhas saudações aos irmãos.Um abraço.

Somos chamados a ser presença desafiadoraem nosso mundo.

(Seán Sammon, Companheiros maravilhosos , p. 44)

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Alguns provinciais fala-ram da esperança nascidaquando alguns jovens pe-diram para partilhar suavida. Com freqüência, es-ses candidatos se apre-sentam após termos pas-sado vários anos sem no-viços ou postulantes.Parti lhamos também otrabalho positivo susci-

tado pelo ano das vocações nas diferentes Províncias do Institu-to. Durante a partilha das reflexões, foi notável o sentimentogeral de que, como Instituto e como Províncias, podemos fazermais no campo da pastoral das vocações, apesar da diversidadedas Províncias. Existe um consenso sobre uma visão que chama-mos “uma cultura da vocação”. Foi escolhido este tema para apresente reflexão.A cultura da vocação é uma expressão muito presente na lin-guagem atual. Ela trata da necessidade de evangelização emprofundidade. A compreensão cristã sobre a vocação em geralenfraqueceu. Em certos meios, falar do chamado de Deus, parti-cularmente da vocação à vida consagrada, é interpretado comouma sobrevivência de um mundo que já passou. Convencida deque Deus continua a chamar, a Igreja convida os consagrados ase mobilizarem para analisar as causas dessa mudança nas men-talidades e para reformular a experiência do chamado de Deus demaneira mais adaptada à linguagem e à realidade de hoje. Evi-dentemente, mais do que uma reflexão, a Igreja chama a desper-tar a cultura da vocação em seu seio. Toda família cristã é con-

Ir. Théoneste Kalisa

Con

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eirog

eral

Comissão de pastoral vocacional

A respeito da cultura da

vocacão

O tema da s vocaçõe ssuscitou grande in-

teresse entre os partici-pan t e s da Con f erênc i aGeral de 2005, em Ne-gombo. Eles manifestaramsua preocupação face aoenfraquecimento do sen-tido da vocação na vidados irmãos.

vidada a contribuir com essa visão, cada uma segundo suas possi-bilidades e seu papel na Igreja. Trata-se de um engajamento pro-fundo em uma obra de grande fôlego.

O carisma do educador cristão da juventudefaz do nosso Instituto e de cada irmão par-ceiros privilegiados nesse trabalho. O conta-to cotidiano com os jovens nos dá a ocasiãode partilhar com eles a visão cristã do mun-do e uma cultura que se desenvolve a partirdos valores do evangelho. O apelo da Igrejapara criar uma cultura da vocação respondeà preocupação do nosso Instituto quanto aosentimento dos irmãos e dos leigos maristassobre o tema da vocação, em geral, e da vo-cação do irmão marista, em particular.Nas linhas que seguem, partilharemos umamaneira possível de compreender a culturada vocação e de participar da sua realiza-ção.

Cultura da vocacão e EvangelizacãoA cultura da vocação é uma dimensão essen-cial de nossa fé e da nossa missão evangeli-zadora. Jesus tem uma relação pessoal, umaexpectativa e um convite específ icos arespeito de todo ser humano. Esta expectati-

va e este convite específicos que Jesus demonstra por cada um,constituem a vocação pessoal. É incompreensível pensar nossa fée a evangelização sem a cultura da vocação. O convite a desenvol-ver uma cultura da vocação é de fato um apelo para restaurar naIgreja a verdadeira dimensão da evangelização. Para nós, religio-sos, é também um apelo a redescobrir a verdadeira natureza denossa existência.Foi particularmente oportuno poder associar a cultura da vocaçãocom a abertura missionária apresentada durante a Conferência Ge-ral. A cultura da vocação esteve sempre presente na origem dosgrandes impulsos missionários. As duas coisas se completam paraexpressar o forte sentimento de que Deus nos chama a todos e nosdá um papel na sua obra de evangelização. Sem dúvida, a grande questão que se coloca a todos é: Como pro-mover a cultura da vocação em nossos irmãos, em nossas comuni-dades e em todos aqueles com os quais entramos em contato atra-vés do nosso apostolado?

38 • FMS Mensagem 34

Ir. Théoneste KalisaComissão de pastoral vocacional

A reflexão da 7a Conferência geral

acentuou a importância da vocação maristapara todos nós. A celebração do anovocacional orientou o Instituto para umamaior tomada de consciência nesse sentido,olhando para o futuro. É uma questão quedever estar em primeiro plano entre osesforços que realizam as várias Unidadesadministrativas. É fundamental que continuemos a busca de novas einovadoras maneiras de atrair candidatosque se unam a nós na missão de evangelizaras crianças e jovens, especialmente os mais abandonados.

Ir. Ken McDonaldSuperior do Distrito de Melanésia

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Em nossas comunidadesÉ urgente vermos o sentido do apelo de Deusrenascer com vigor em nossos irmãos e emnossas comunidades. Isso também significa a‘Vitalidade’ para o Instituto. Em certas partesdo mundo, a influência do meio ambienteterminou por embotar o sentido da presençade Deus sob a forma do chamado que ele diri-ge a cada um. A experiência de viver nas es-truturas da comunidade religiosa, sem o sen-timento do chamado de Deus, aumentou.Para uma revitalização da cultura da vocação,temos necessidade de trabalhar sobre três ní-veis da cultura em geral.

O nível das formas

A cultura da vocação, como toda cultura, temnecessidade de expressar-se através das for-mas. Essas formas podem ser objetos mate-riais: instrumentos, obras de arte, símbolos,etc. Podem ser também práticas visíveis, taiscomo um vocabulário específico, maneiras deser e estar em relação, expressões corporais,etc. No passado, certos grupos desenvolveramformas até o extremo. Pode ser que, por essarazão, a rejeição tenha acontecido nas mesmasproporções. Temos necessidade de redescobriras formas próprias à cultura marista. Elas são

um suporte necessário à nossa cultura da vo-cação. Hoje, cabe a cada Província agir comdiscernimento e tirar do seu tesouro maristageral o que necessita para sua vitalidade.

O nível das funções

As diferentes formas culturais estão unidas porrelações funcionais. Cada forma encontra suaexplicação em outras. Por que fazemos isso?por que não fazemos aquilo? o que significa talsímbolo? Em uma comunidade marista, os mem-bros, sobretudo os mais jovens, têm necessida-de de compreender a natureza das relações en-tre as formas que constituem o contexto espe-cífico da sua vida. É a aprendizagem da culturamarista. As recentes pesquisas históricas sobreas origens do Instituto nos têm ajudado aresponder a essa necessidade. Mas, existe aindaum grande trabalho a ser feito para que os ir-mãos compreendam e integrem sua história e acultura de sua vocação.

O nível do profundo

A psicologia profunda aqui é o lugar das nossasmotivações históricas. É o lugar das grandesexperiências fundadoras. É fundamental desen-volver e tirar o maior proveito das experiênciasemocionais profundas de nossas origens. Elas

são essenciais para o verdadeiro sentimento de pertença e da mis-são comum. Quando esse sentimento é profundo, os irmãos têm umsentido mais forte de sua vocação e são entusiastas ao convidar os

jovens. Estão convencidos de que Deus nos dáa missão de viver uma experiência, de apro-fundá-la e torná-la perene. Isso significa real-mente falar de cultura da vocaçãoChampagnat era um homem prático, mas nósnos empobrecemos da riqueza mística de suaexperiência espiritual que é, no entanto, tãogrande e necessária para nós. A visão de umacultura da vocação é uma ocasião para abrirnossos olhos sobre esse aspecto do nossoFundador. No nível da psicologia profunda, a cultura davocação se funda e se confunde na sabedoriacristã, uma sabedoria que se abandona ativa-mente em Deus. É a sabedoria da mística doPadre Champagnat: homem ativo, realista,previdente e ao mesmo tempo um homem se-reno, totalmente aberto e abandonado nasmãos de Deus, sempre pronto a acolher suassurpresas. Essa atitude constitui, evidente-mente, um objetivo longínquo para os jovens,mas pode ser sugerida para os nossos irmãosde mais idade. A atitude de ação de graçaspelo dom recebido e a abertura à sabedoria deJesus dão à cultura da vocação uma profundi-dade e uma força que não podem ser adquiri-das de outra maneira.

Diante dos jovens A cultura em geral pode ser vista como umprimeiro caminho que Deus nos indica paracaminhar para Ele. Ela compreende a educaçãodada e os valores transmitidos às novas gera-ções. Nessa mesma ordem, a cultura da voca-ção dá aos jovens um contexto de crescimentoque, por uma parte, lhes permite fazer a expe-riência de um Deus que chama, e, por outra,os acompanha na busca e na vontade que elestêm de responder existencialmente. Mais tar-de, o convite direto para abrir-se ao serviçode Deus na vida consagrada encontrará umaboa terra fértil.

40 • FMS Mensagem 34

Ir. Théoneste KalisaComissão de pastoral vocacional

Quando os irmãos estão maispreocupados com a cons-

trução do Reino de Deus do que salvar e satis-fazer suas necessidades pessoais, entãopodemos dizer que se manifesta um verdadeirosinal da vitalidade do Instituto. Dessa maneira,minha reflexão durante a Conferência geral doSri Lanka centrou-se no desafio lançado peloArcebispo Fernando, quando nos lembrou quesomente no momento em que Mahatma Gandhise vestiu com um grosseiro tecido feito em casae saiu pela rua como um pobre, foi quando asmassas da Índia o seguiram. A mesma históriapoderíamos contar de Madre Teresa de Cal-cutá e de Francisco de Assis. A chave para queos jovens sintam-se atraídos por nosso estilode vida é simples: viver uma vida autêntica. Oque somente acontecerá se seguirmos a Cristoque disse: bem-aventurados os pobres, porquedeles é o Reino dos céus.

Ir. Manuel V. de Leon, Provincial das Filipinas

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O testemunho dos adultos que integraram bemos valores da vocação é essencial para esse du-plo trabalho. Os jovens de hoje são confronta-dos com um meio social difícil. Eles buscam seucaminho através das numerosas e profundascontradições. Nesse mundo pobre de referênciashumanas, eles têm necessidade das pessoas pa-ra as quais se voltam, a fim de se sentirem re-confortados em sua luta. A relação com religio-sos bem ‘inculturados’ em sua vocação, a aco-lhida das comunidades religiosas integradas,orantes e vivendo os valores do seu carisma,dão aos jovens o apoio e o encorajamento deque têm necessidade. A simplicidade e a forçada mensagem de Jesus os interrogam e os tran-qüilizam. Então, eles podem fazer um discerni-mento. Os jovens de hoje têm necessidade de sinais.Chama-nos a atenção como os jovens ornamen-tam os espaços colocados à sua disposição. Asparedes ficam cheias de imagens, de fotos, desímbolos, de pinturas, etc. Existe uma razão pa-ra acreditar que através de tudo isso eles bus-cam um símbolo que os ajudará a focalizar suasenergias e tomar uma direção. Nossa cultura davocação tem o dever de se tornar visível nestemundo, estando presente em tudo, exatamentelá onde os jovens buscam seu caminho.Finalmente, lembremo-nos de que os jovens nãosão consumidores passivos. Na aprendizagem dacultura da vocação, eles contribuem tambémpara seu crescimento. Eles a interrogam, a cri-

ticam, a desafiam, etc. O contato freqüentecom os jovens oferece aos adultos consagradosuma ocasião de se abrirem e de purificar suamaneira de ver o mundo e os próprios jovens. Ea partir de um diálogo estabelecido, nasce umaestrutura cada vez mais importante para a cul-tura da vocação: uma parceria entre os consa-grados e os jovens.

ConclusãoO ano das vocações foi o despertar de uma rea-ção muito positiva no Instituto. Mas a questãoque surge é: E depois do ano das vocações? Se-ria ingênuo esperar uma resposta clara, pronta.A verdadeira resposta é a criatividade de todospara dar continuidade a esse impulso do qualtodos fomos testemunhas. O convite para de-senvolver uma cultura da vocação é geral na Ig-reja. Para nós, significa também que o entu-siasmo do ano marista das vocações não foi umfogo de palha. Foi, antes, o despertar de umaforça profunda que pode, em determinado mo-mento, adormecer dentro de nós. É necessáriomanter-nos vigilantes! Que, de agora em dian-te, nossos planos de ação da pastoral vocacio-nal se fundamentem em uma visão profunda eampla que toca as raízes da nossa história e donosso carisma, e ao mesmo tempo estejam in-tegrados no mundo de hoje.

O maior recurso que temos no Instituto são nossos irmãos e nossos colaboradores leigos.

(Seán Sammon, Um tempo para tomar decisões!, p. 7)

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O tema da formação, desdea sua fase inicial, toca avida de todos nossos ir-mãos e nos põe de frentecom o desafío de acom-panhar a pessoa em sua

complexidade, vivendo em contínuo processo de desenvolvimento eque, portanto, enfrenta diferentes crises ao longo da sua vida. Apre-sentamos a seguir as principais idéias tratadas durante a Conferên-cia geral, com relação à Formação Inicial e Permanente.

Formação inicialDurante a Conferência compartilhamos e refletimos sobre os pontosfortes e os desafios que foram percebidos na formação inicial, du-rante as visitas do Conselho Geral, realizadas durante os últimos trêsanos.

Pontos fortes percebidos durante as visitas

• Em geral, percebe-se nas Unidades Administrativas um esforçomuito positivo para oferecer uma formação sólida, dedicando osrecursos humanos e financeiros necessários.

• Entre os formandos, existe um grande desejo de aprender e vivero carisma marista.

• Los formadores vivem sua missão com entusiasmo, esperança, en-trega, dedicação e presença junto aos formandos. Há uma cres-cente consciência de trabalho em equipe.

Ir. Antonio Ramalho

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Comissão de vida religiosa

Em contínuo processode crescimento

humanoede conversão

“L a vitalidad de nuestrafamilia religiosa y la

fidelidad a su misión depen-den, en gran parte, de laformación de sus miembros”(C 95).

TRADURRE

• Em algumas Regiões do Instituto, está se realizando um proceso deunificação de critérios no trabalho formativo entre as equipes dasdiferentes etapas.

• Cada vez mais se tem um cuidado para oferecer uma formaçãoadaptada e personalizada, sobretudo através do acompanhamentopessoal.

• Existe um esforço cada vez maior para oferecer uma formação quebusca adaptar-se e inserir-se melhor na realidade social, cultural ereligiosa do país.

• Nos parece que, no nível do Instituto, se conseguiu uma propostade Noviciado com um bom nível de unificação de critérios formati-vos em relação ao objetivo desta etapa.

• Em muitas casas de formação se está favorecendo a aprendizagem e aprática de uma oração na línha da Espiritualidade Apostólica Marista.

Desafios na Formação Inicial

Os desafios foram agrupados em 7 “núcleos te-máticos”. Os três primeiros haviam sido assina-lados pelo irmão Seán em sua carta convocató-ria “Por uma liderança que gera vida”, e a Co-missão de Vida Religiosa propôs outros quatro.Apresentamo-los a seguir, incluindo uma sínte-se das contribuições dos grupos de reflexão du-rante a Conferência.

a) Os programas de formação teológica(Identidade Religiosa). O irmão Seán mencio-na que “necessitamos dispor de um programacompleto que prepare nossos irmãos jovens pa-ra ser hoje arautos da Palavra de Deus” (p.19).São vários os casos onde a carga de estudosacadêmico-pedagógicos é tal que não permiteespaço suficiente para os estudos religioso-teo-lógicos. O grupo de reflexão sugeriu: que seofereça ao irmão fazer uma experiência vivifica-

dora em seu apostolado, para preparar-se a SER e a FAZER o que épróprio de um religioso marista; assegurar no Pós-Noviciado um pro-grama de Formação Teológica consistente; identificar futuros forma-dores e oferecer-lhes uma preparação teológica.

b) A influência das ciências humanas no processo de formação. Oirmão Seán assinala que “existem diferentes opiniões, por exemplo,no que se refere à influência que devem ter as ciências humanas noprocesso de formação” (p. 18). No Instituto, essistem experiênciasformativas que pelo fato de dar ênfase a algum aspecto, não favore-

Conhecer os movimentos queestão acontecendo dentro do

estilo da nossa formação, foi umaexperiência enriquecedora durante estaConferência. Saindo do estilo tradicionalde formação e adquirindo maior sentido darealidade dos pobres, sentindo-se maispróximo da Espiritualidade ApostólicaMarista os novos irmãos crescerãoespiritualmente com uma experiência maisreal das pessoas, vivida a partir da suaresponsabilidade como maristas.

Ir. John Vianney KimSuperior do Distrito da Coréia

44 • FMS Mensagem 34

Ir. Antonio RamalhoComissão de vida religiosa

Dezembro de 2005 45

cem uma integração equilibrada. Às vezes, estasituação tem suscitado fortes desacordos quantoaos critérios e programas de formação, seja entreas mesmas equipes de formadores, seja em rela-ção com os irmãos da Província ou Distrito. Ogrupo de trabalho sugeriu: proceder a uma ava-liação do trabalho que realizam os formadores;trocar informação entre as casas, e com a Provín-cia; revisar os programas em vista a responder àsnecessidades dos jovens de hoje; oferecer umcurso com a finalidade de ter uma visão unificadano processo de acompanhamento; aprofundar oestudo do Guia de Formação do Instituto, objeti-vando enriquecê-lo, propondo algumas mudan-ças, se forem necessárias.

c) A localização das casas de formação. O irmãoSeán também diz que “a localização das casas deformação é outra questão que tem revelado gran-des diferenças de opinão, frequentemente dentroda mesma Província ou Distrito”, e insiste que“chegou o momento de fazer uma avaliação com-pleta do nosso novo programa de formação, vi-sando reforçar seus aspectos positivos e fazer os

ajustes necessários” (pp. 19-20). O grupo de tra-balho sugeriu considerar a localização de cadacasa de formação como ajuda para desenvolveralguns valores formativos tais como: vida sim-ples, presença junto aos mais pobres, oração en-carnada, visão da sociedade a partir da realidadedo povo; considerar a localização com base noobjetivo de cada etapa de formação; ajudar aProvíncia a compreender o sentido das mudançasque estão acontecendo.

d) Assegurar a continuidade na proposta for-mativa. Às vezes, falta sintonia entre a pastoraljuvenil-vocacional e as etapas do pré-noviciado.Também acontece que os noviços procedem dediferentes postulantados, tendo seguido progra-mas muito diferentes. O mesmo se dá em algunspós-noviciados, cujos noviços procedem de dife-rentes noviciados. O grupo de reflexão ofereceuas seguintes sugestões: assegurar que existacontinuidade no acompanhamento; velar paraque, na Região, o Guia de Formação continuesendo o documento inspirador dos planos de for-mação; que a Província assegure a existência de

uma comissão de formação articulada na estrutura de animação pro-vincial; promover encontros entre formadores das diferentes etapasde formação.

e) Pós-Noviciado 1: Harmonização de estu-dos e atividades apostólicas com a vida deoração e de comunidade – Duração do pós-noviciado 1. Com frequência dá-se ênfase àpreparação profissional em detrimento da for-mação religiosa. Ou então, existe um compro-misso apostólico tal que dificulta ao irmão dopós-noviciado seguir adiante com os estudosacadêmicos. Com facilidade ele descuida dosseus momentos de oração pessoal e os com-promissos comunitários. Nesta etapa, normal-mente, surgem novas crises. Por outra parte,no Instituto, atualmente, se conta com estru-turas de Pós-Noviciado 1 muito variadas quan-to às formas, duração e programas de estudo.Como assegurar o tempo de três anos previstopelas Constituições – para esta primeira etapa– a fim de consolidar certos processos decrescimento do irmão pós-noviço? O grupo dereflexão sugeriu: dada a característica própriado Pós-Noviciado 1, marcado por algumas ten-sões, assegurar uma adequada preparação aosformadores; oferecer aos irmãos comunidadespensadas e preparadas para esta etapa; favo-recer uma sã e equilibrada integração entre asnecessidades professionais do jovem apóstoloe a continuidade da formação religiosa, obje-tivando construir sua identidade de religiosomarista.

f) Pós-Noviciado 2. Muitos irmãos jovens es-tão vivendo com muita dificuldade a passa-gem à inserção apostólica nas comunidades. Oacompanhamento pessoal e comunitário seapresenta de maneira deficiente. Com frequên-

cia, o irmão vive uma sobrecarga de trabalho que o leva fácilmentea descuidar sua vida comunitária e de oração. Pode chegar a umativismo que desgasta e que o leva a perder o sentido da suaconsagração. O grupo sugeriu: que o irmão Provincial ou Superiorde Distrito ajude a manter viva a visão da Província, motivando osjovens com uma proposta de vida e missão; vele para que os candi-datos com certos problemas os resolvam durante as primeiras eta-pas de formação; mantenha comunicação com os animadores comu-

46 • FMS Mensagem 34

Ir. Antonio RamalhoComissão de vida religiosa

A apresentação sobre a Formação permanente

e as reflexões dela decorrentes me recordouo importante papel que tem o Provincial na animação da vida dos irmãos e das comunidades. Uma parte decisiva de sua responsabilidade consiste em proporcionar oportunidades valiosaspara a Formação permanente.

Além disso, o curso para animadores de comunidade que aconteceu em Nemi naprimavera passada, comporta um potencialformativo orientado a proporcionar aosanimadores as habilidades e intuições de quenecessitam para apoiar os Superiores de comunidade. Dessa maneira, espero e desejoque cada uma de nossas comunidades esteja emcondições de integrar na vida as orientaçõesassinaladas pelo irmão Seán Sammon em suacircular: Maravilhosos companheiros.

Ir. John Klein, Provincial dos Estados Unidos

Dezembro de 2005 47

nitários para apoiá-los em sua tarefa de acom-panhar os jovens irmãos; ofereça oportunidadede preparação para os votos perpétuos; favore-ça encontros entre os jovens irmãos.

g) O tema da formação e culturas. O núcleotemático em torno da formação e cultura (ouculturas), se apresenta sob diferentes formas edesafios. Estamos tendo cada vez mais casasde formação nas quais atendemos grupos deformandos procedentes de diferentes países eonde a interculturalidade está muito presente.Estamos recebendo jovens procedentes do meiorural ou do meio urbano ou semi-urbano. Exis-tem no Instituto algumas experiências que pro-curaram atender na formação a jovens proce-dentes do meio indígena. Podemos ver tambéma formação e cultura em relação às diferençasde gerações que existem no Instituto. O grupode reflexão sugeriu constituir e preparar boasequipes de formadores, dando especial atençãoao tema das culturas e motivar a avaliação dosprogramas formativos; continuar o empenho nainculturação do nosso carisma no meio indíge-na e nas zonas urbanas.

Formação permanenteCom relação à Formação Permanente, foram pro-postos para a reflexão alguns temas emanados doXX Capítulo Geral e sobre os meios utilizados pe-lo Conselho Geral e as Províncias para sua anima-ção. Apresentamos aqui cada um deles:

Animação dos dois primeiros apelos do Capítulo geralPara o Conselho Geral, a animação dos dois pri-meiros apelos do XX Capítulo geral foi um temaprioritário. Durante as visitas realizadas às Unida-des Administrativas de 2002 a 2005, o irmão Seáne seu Conselho promoveram retiros na linha dosapelos do Capítulo. O irmão Seán lançou sua pri-meira Circular ao Instituto sobre o tema da espiri-tualidade, a segunda sobre a comunidade, seguidade uma terceira sobre a missão marista. Foi cons-tituída a Comissão de Vida Religiosa, cujo objeti-vo tem sido: Apoiar o trabalho do Conselho Gerale das Unidades Administrativas na animação da

vida religiosa dos irmãos e comunidades, favorecendo estruturas eequipes de apoio para a formação inicial e permanente, e para oacompanhamento das pessoas e comunidades em seu processo decrescimento, segundo os dois primeiros apelos do XX Capítulo Geral.

Cursos de renovação espiritualForam abordados os cursos de formação permanente (espiritualidade, ter-ceira idade), que se realizam normalmente em Manziana e em El Escorial,para as línguas inglesa, espanhola e portuguesa e, durante o ano de

2005, em língua francesa. Os irmãos Provinciaisexpressaram que estes cursos estão incidindo demaneira muito positiva nos participantes, tantopela oportunidade de renovação pessoal, comopela experiência de uma comunidade internacionalque favorece o intercâmbio e a ampliação de hori-zontes.

Cursos para animadores comunitáriosTambém se partilhou sobre os cursos que recente-mente foram organizados como resposta ao XX Ca-pítulo Geral, que pede para facilitar e estabelecerum programa de formação de animadores (cf. Men-sagem, 48.3). Participaram 47 irmãos, provenientesda quase totalidade das Unidades Administrativas.Dezesseis irmãos participaram do curso em Nemi(língua inglesa), 15 do primeiro curso realizado emEl Escorial, e 16 do segundo (ambos em espanhol-portugués). Os cursos estiveram destinados a ir-mãos que colaborariam com o irmão Provincial natarefa de animação dos Superiores locais, criandoprogramas de apoio com essa mesma finalidade. Os

irmãos Provinciais e Superiores de Distrito se expressaram sobre o impactopositivo desses cursos e sobre como estão dando continuidade, no sentidode favorecer a formação dos animadores comunitários locais.

Curso para Formação de Formadores, Nairobi 2005-2006 “Construindo juntos o futuro”A Comissão informou sobre o curso para formadores que está sendorealizado em Nairobi, com o objetivo de apoiar área da formação in-

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Ir. Antonio RamalhoComissão de vida religiosa

Creio que um olhar carinhososobre os questionamentos

relativos à formação contínua apresentadosna nossa Conferência Geral, pode nos ajudara solucionar os problemas que surgem emnossas vidas. A busca decidida que cada umfor implementando para o seu crescimentopessoal e para a ajuda aos outros iráaumentando a nossa capacidade de sermosfiéis e a nossa vitalidade. A felicidadecrescente de cada um será como centelha de luz a fortalecer o brilho da fogueira de nossa linda vocação marista.

Ir. João GutembergSuperior do Distrito Marista da Amazônia

Dezembro de 2005 49

icial. Buscou-se dar ao curso um enfoque partici-pativo, prático, que permita a cada irmão crescercomo pessoa e interiorizar a centralidade de Je-sus em sua vida, e lhe facilite recursos práticospara sua futura tarefa como formador. Neste cur-so estudam-se as idéias básicas sobre a formaçãomarista segundo as Constituições e o Guia deFormação, com um estilo adaptado para nossotempo. Participam 17 irmãos provenientes dediferentes Unidades Administrativas.

Animação da Espiritualidade/Redes de Espiritualidade Apostólica MaristaRedes de Espiritualidade Apostólica Marista. Du-rante a Conferência, suscitamos um diálogo emtorno do tema da animação da EspiritualidadeApostólica Marista. Houve partilha sobre as ex-periências nas diferentes regiões e foram apre-sentadas algumas pistas para o futuro. Constata-mos que se apresenta o desafío de implementarjuntos (as Unidades Administrativas, o ConselhoGeral, a Comissão) os meios mais adequados paracontinuar animando a área da EspiritualidadeApostólica Marista no Instituto, buscando a mel-hor adaptação à realidade de cada Região. Emoutra ocasião, foi dedicada uma sessão paraconhecer os avanços do processo de elaboraçãodo Documento sobre Espiritualidade, pedido peloCapítulo Geral, e que vem sendo trabalhado porum grupo internacional há dois anos. Um primei-ro texto será elaborado em 2006.

Programas de Formação Permanente nas Unidades Administrativas Também demos espaço para compartilhar sobre asexperiências de Formação Permanente que estãosendo realizadas nas Províncias e Distritos de mo-do habitual. De maneira breve, foram partilhadosalguns programas que estão sendo realizados eprocurou-se também valorizar os “meios comuns”de formação (Cf. C 110).

ConclusãoO apelo do XX Capítulo geral para centrar nossavida em Jesus, vivendo em contínuo crescimentohumano e conversão é um processo cotidiano quetoca o profundo de nossa consagração religiosa.A Formação Inicial e Permanente exercem um pa-pel capital neste processo. A partir dos diálogostidos durante a Conferência geral, a Comissão deVida Religiosa continuará buscando os meios ade-quados para apoiar as Províncias e Distritos noserviço de animação da vida consagrada dos ir-mãos e comunidades. A reflexão e a partilha so-bre o tema da Formação, em di-ferentes níveis da Província –Conselho, Formadores, comu-nidades -, continuarão favo-recendo o caminhar do In-stituto em seu constantecompromisso de adaptaçãoe fidelidade ao carisma,que recebemos como umdom.

Estou contente que uma atenção particulartivesse sido dada a todas as etapas da formação: “formar solidamente o apóstolo marista que seja também um bom educador” (G.F. 296). O acompanhamento continua sendo um elemento importante, sobretudo para os jovens irmãos que têm necessidade de um irmão mais velho que o ame e caminhe com ele. Um desafio continua:

como ajudar os irmãos quetêm problemas sérios depersonalidade, de alcoolismoou outras patologias?

Ir. Eugène KabangukaProvincial da Africa Centro-Leste

Temos que administrar nossos recursos a serviço da missão(Seán Sammon, Uma liderança que gera vida, p. 17)

Dezembro de 2005 51

Na tarde do 20 de setem-bro de 2005, depois daapresentação das finan-ças do Instituto, reali-zou-se a sessão consa-grada à aplicação, nasProvíncias, do Plano dediscernimento sobre ouso evangélico dos bens.

A metade das Unidades administrativas…Depois de uma breve apresentação do trabalho da Comissão e daredação do Plano de discernimento, a Comissão falou sobre aaplicação do plano nas Províncias. Cerca da metade das Unidadesadministrativas empreendeu algo em relação ao Plano, mas comgraus bastante diferentes, que vão da simples divulgação parcialou total do documento até à apropriação completa do mesmo.Neste último caso, algumas Províncias adaptaram o plano à suasituação, propondo um modo de fazer específico, bem como umcalendário para os três níveis considerados: a Província, as obrase as comunidades. Três irmãos provinciais foram solicitados paradar o seu testemunho sobre a aplicação do Plano de discernimen-to na sua própria Província: Ir. Claudino Falchetto, do Brasil Cen-tro Norte, no nível das comunidades; Ir. Primitivo Mendoza, deCompostela, para as obras, e Ir. Christian Mbam, da Nigéria, nonível da administração provincial.

Ir. Maurice Berquet

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Comissão de uso evangélico dos bens

Uso evangélico

dos bens

A presentando o temado u s o e v a n g é l i c o

do s b en s no i n í c i o doano 2004, a Comissãodeste assunto tinha fixadoa Conferência geral co-mo primeira etapa de ava-liação.

Extratos do testemunho do Irmão Claudino no nível das comunidadesA Província do Brasil Centro-Norte conta 32 comunidades, dasquais muitas têm apenas dois ou três irmãos. A maioria das comu-nidades que animavam um colégio ou uma obra social até 2003estava integrada a estas obras no que diz respeito à administra-ção, à contabilidade e às despesas correntes. Os irmãos sabiam,por conseguinte, poucas coisas relativas às despesas que faziamnos domínios seguintes: o consumo de água e de electricidade, otelefone, a manutenção dos veículos, etc. Tudo era englobado nascontas do colégio.Uma análise da realidade fez-nos compreender que a primeira etapaa realizar deveria ser a separação das contas e o conhecimentoexato das despesas dos irmãos. Por conseguinte, pediu-se a cadacomunidade que elaborasse um orçamento anual detalhado. Umavez esse orçamento realizado, a sua execução era acompanhada ca-da quinze dias pela administração provincial. Chegamos a esta decisão depois de um estudo prévio onde oConselho provincial constatou a sua ignorância sobre a realidadecontabilística das comunidades, por falta de dados concretos. Estasituação foi comunicada, por ocasião de uma reunião provincial,aos animadores de comunidades com os quais se fez a elaboração

do orçamento de cada comunidade. Esta eta-pa do processo foi realizada em março de2005.Uma consequência perceptível é a liberdadeque têm muitos irmãos para falar abertamen-te de certos abusos ligados à sociedade deconsumo, como o tipo de alojamento e de re-feições, as decisões relativa às construções,aos veículos, às viagens e aos objetos pes-soais.A próxima reunião dos Animadores comunitá-rios, em outubro, vai avaliar a elaboração e oacompanhamento do orçamento, bem como a

sua incidência na vida dos irmãos. A Comissão de Formação perma-nente acompanhará, então, propostas de reflexão e de aplicaçãosobre o uso dos bens.

Algumas dificuldades apareceram imediatamente: ■ A primeira foi a de motivar os animadores de modo que che-

guem a comunicar todo o trabalho de reflexão aos coirmãos dassuas comunidades. Em certas comunidades, as medidas apresen-tadas foram consideradas como burocráticas, impostas, inúteisou de pouco interesse.

52 • FMS Mensagem 34

Ir. Maurice BerquetComissão de uso evangélico dos bens

Dezembro de 2005 53

■ A segunda dificuldade foi a de dar um cará-ter jurídico às comunidades, ao separá-lasdos colégios ou das obras, considerando-ascomo unidades distintas, igualmente sujeitasàs exigências legais.

■ A terceira dificuldade foi a elaboração do or-çamento. Por falta de costume, por falta deconhecimento e por certa facilidade em per-manecer em relação com o colégio, algunsirmãos resistiram às mudanças.

O acompanhamento e a execução do orçamentoexigem uma atenção constante dos ecônomos lo-cais e a partilha comunitária no fim de cadamês, a fim de respeitar os limites fixados. Issorepresenta também, para a administração provin-cial, um acréscimo de trabalho. A iniciativa do orçamento provocou reações di-versas e teve consequências perceptíveis. As co-munidades que o fazem seriamente tomam cons-ciência do nível de vida dos irmãos e podem fa-zer uma comparação com o nível de vida damaioria das pessoas. Os irmãos constatam quemuitas despesas são supérfluas, que a utilizaçãodo celular é exagerada, que haveria outras ma-neiras de utilizar os veículos, que certas viagenspoderiam ser feitas com outros meios detransporte, etc.

Extratos do testemunhodo Irmão Primitivo no nível das obrasA Província de Compostela estabeleceu o seu pro-grama e adaptou o Plano do Instituto à sua pró-pria realidade. A fase de lançamento começou porum comentário do irmão Provincial durante os re-tiros da Província, depois, em setembro de 2004,com uma carta pessoal do Provincial aos diferen-tes grupos e níveis de reflexão do Plano; por últi-mo, a apresentação do Plano nas reuniões dosresponsáveis (Superiores, Diretores e Equipes deDireção).

O programa prevê o número de reuniões paracada etapa:

VER (1-2) + JUlGAR (1) +

DECIDIR (1) + EVALIAR (1 em fim del ano escolar)

O questionário foi reelaborado e dados comple-mentares foram fornecidos. Por exemplo, para aprimeira etapa VER:

■ 1ª reunião:“O que possui a instituição (escola ou obra); osrecursos da instituição, e “os serviços presta-dos aos mais pobres” (dados, questionário, rea-ções).

■ 2ª reunião:“O que vemos em volta da instituição (escola,obra)”; (indicações e pistas para a reunião de da-dos e o diálogo).

Em nível da aplicação, a Província dividiu a eco-nomia provincial em blocos: as obras, as comuni-dades, os outros serviços, a Província. Em segui-da precisou critérios de funcionamento e de soli-dariedade para cada um destes blocos.No que diz respeito às escolas, colégios e liceus,as recomendações são as seguintes: Para as ope-

Bens é o que uma instituição possui para a realização dos seus objetivos:imóveis, móveis, equipamentos, semoventes,dinheiro e outros. Para nós eles têm uma tríplice função: a vida e a formação dos Irmãos, a missão e a solidariedade “ad intra” e “ad extra”.Esses bens devem ser usados de acordo com o Evangelho: simplicidade no estilo de vida pessoal, comunitária e nas obraspara sermos profetas frente ao consumismo,

à acomodação, ao apego aos bens, ao acúmulo de riqueza para que o Instituto gere mais vida.

Ir. Roque Ari SaletProvincial do Rio Grande do Sul

rações e ações a serem realizadas no futuro, devemos tender, tantoquanto possível, para a autonomia econômica. Continuar a separaçãoda economia das comunidades da dos Colégios, etc. Tender tambémpara a instauração de um clima de solidariedade intercolegial, ou seja,que os benefícios de certos colégios cubram as necessidades dos ou-tros mais pobres. Que este bloco disponha de um fundo (para os in-vestimentos extraordinários, o encerramento de obras, etc.).Além disso, a Província decidiu a criação de um fundo de solidarieda-de do qual as receitas viriam do remanescente do bloco das comuni-dades, previsto para a partilha e para a solidariedade. A tudo isso sejuntaria 15% das vendas e 10% das receitas financeiras.

Extratos do testemunhodo Irmão Christianno nível provincial

A Província da Nigéria organizou um seminário sobre este assunto emsetembro de 2004. O Irmão Dominick Pujia, Director do BIS e membroda Comissão sobre o uso dos bens, foi convidado a animar as etapasJULGAR e AGIR. Neste quadro, a Província estudou seriamente os seus

rendimentos e as suas despesas relativos aostrês anos 2001 - 2003. Observou, igualmente,os seus comportamentos e a natureza das suasrelações com os bens materiais.

1. Na Província, as despesas para a solidarie-dade atingiram 20% das despesas totais da

Província. As crianças indigentes são aceitas nasnossas escolas com doação de bolsas parciais outotais. Esta vantagem é estendida igualmente àscrianças dos nossos funcionários. Quando o Superior Geral fez um apelo para ajudaras vítimas do Tsunami no Sri Lanka, a Provínciarecorreu a todas as nossas escolas, aos irmãos daProvíncia, para a realização de projetos. A suaresposta permitiu fazer um doação de $ 15.000.No mesmo sentido, a Província pensou que seriauma aplicação prática do uso evangélico dosbens de dar uma contribuição para o fundo doXX Capítulo Geral, ainda que o façamos mais atítulo de partilha do que temos, do que porposse de excedentes monetários. Por outro la-do, a Província recebe uma parte das contribui-ções do Instituto e uma ajuda para as nossasnecessidades de formação.

54 • FMS Mensagem 34

Ir. Maurice BerquetComissão de uso evangélico dos bens

O uso evangélico dos benstem uma forte influência na

vitalidade da vida religiosa e na conversãopessoal que requer mais audácia. Zaqueu,tocado por Jesus, reparte a metade dos seusbens com os pobres e devolve quatro vezesmais o que havia roubado. O jovem riconão segue Jesus porque tinha muitos bens.Que sinais de conversão damos nós? O desafio é de viver com simplicidade esolidariedade com o povo. E empregar osbens pelo Reino, ao serviço dos pobres e desuas justas causas. A busca por segurançaeconômica pode ser uma tentação sutil.

Ir. Pedro MarcosProvincial de Santa Maria de los Andes

Dezembro de 2005 55

2. A Província criou uma Comissão de Jus-tiça e Solidariedade a fim de termos a

certeza de que agimos para promover a justiçano país. Será a consciência da Província, as-segurando-se de que o salário pago aos em-pregados, as suas condições de trabalho e asua segurança social são justas. Tem tambéma responsabilidade de sensibilizar os irmãosda Província aos problemas de solidariedade ede justiça na sociedade. No mesmo espírito,tem por mandato de estudar a possibilidadepara a Província de criar algo para as criançasdas ruas e para os pacientes com AIDS, nopaís.

3. O respeito da natureza e do ambiente foium dos valores sublinhados durante a

reunião sobre o uso dos bens. Até agora,considerámos a natureza e os seus recursoscomo um dom adquirido. Vivemos tão perto danatureza que não vemos mais as suas belezase os seus limites. Os nossos irmãos têm poucaou nenhuma consciência da natureza e do seusistema. O 5º Capítulo provincial, em confor-midade com as inspirações dessa reunião sobreos Bens, proibiu aos irmãos de cortar árvoressem pensar. Qualquer irmão, antes de abater

uma árvore da comunidade, deve solicitar aautorização do Superior local.

4. Outro valor que apareceu: ser realista nomomento de lançar um projeto. Esta de-

cisão foi inspirada pela história dos projetosda Província não realizados no passado. Acausa destes fracassos vinha do fato de nãoterem sido estudados suficientemente antesde aprovar e lançar os respectivos projetos.Ser realista pode também querer dizer que de-vemos fazer um discernimento sobre o númerode novos projetos que a Província pode em-preender, e sobre a sua duração antes de oslançar ou mesmo de atribuir aos irmãos certastarefas.A Província instaurou um sistema financeirotransparente. Cada irmão da Província conheceas nossas fontes de rendimentos e a sua utili-zação. Assim, eles apoiam mais o sistema ereencontram novo entusiasmo para a missão. Dessa forma, os nossos bens podem ser orien-tados para a missão. A Comissão de “Missão”da Província já nos pede para assumir uma no-va missão fora da Nigéria. E não há a menordúvida de que haverá muitos irmãos que opta-rão por ela, quando a Província decidir levarpara a frente esse novo projecto.

Reflexão dos grupos regionaisPara avançar progressivamente para uma visãocomum sobre o uso bens, os irmãos provinciaisreencontraram-se em grupos regionais. A Co-missão propôs-lhes a seguinte pergunta:

De acordo com o seu pensamento, o quedeveríamos sublinhar mais particularmentenos quatro próximos anos para respon-der ao desafio da vitalidade, no domíniodo uso dos bens?

A partilha foi centrada nos dez valoresdesenvolvidos no plano de discernimento, e cada grupo devia apre-sentar dois. Eis as propostas que foram compartilhadas em Assem-bléia plenária:

➣ GRUPO ÁFRICAUma vida simples e a solidariedade com os pobres.

➣ GRUPO ÁSIAA confiança na Providência sem deixar de ser realista e umavida simples.

➣ GRUPO BRASIL E CONE-SULOs nossos bens ao serviço do Reino e uma vida simples.

➣ GRUPO EUROPAUma vida simples e a promoção da justiça.

➣ GRUPO AMÉRICA DO NORTE E ARCO NORTEUma vida simples no nível pessoal e comunitário; solidarieda-de com os pobres (os nossos bens ao seu serviço).

➣ GRUPO PACÍFICOUma vida simples e laboriosa e o desapego dos bens.

A simplicidade de vida é ovalor que aparece em todasas propostas. Esta tendênciafoi confirmada pela sondagemfinal da Conferência. À per-gunta: Desejam que o Conse-lho geral sublinhe este valordurante os próximos anos, noâmbito do uso evangélicodos bens? O resultado foi oseguinte: 87% de SIM, 6%sem opinião, 3% NÃO.

Ir. Maurice BerquetComissão de uso evangélico dos bens

Reflexão da Comissão depois da Conferência geralCom toda certeza o assunto foi tomado muito seriamente por bom número deProvíncias. Os benefícios que elas podem retirar para a vitalidade podem in-citar outras a lançarem-se neste caminho. Além disso, há uma tomada deconsciência quase unânime para centrar os nossos esforços na simplicidadede vida.A nossa convicção é a seguinte: é impossível esperar progressos neste domí-nio difícil e indispensável sem um forte compromisso da liderança provincial.Ainda resta muito a fazer de modo que o Plano de discernimento seja levadoa efeito em todo o Instituto, mesmo se várias Províncias manifestaram a in-tenção de entrar nesta dinâmica, depois da Conferência geral. A Comissãotenciona pôr à disposição na web todos os instrumentos e todas as experiên-cias realizadas pelas Províncias, no início de 2006.

“A justiça pede também que cada um de nós mude o seu coração. Assim, você e eu, cada dia nos perguntaremos: Que faço eu, quais são as decisões que tomo, quais são as atitudes que adoto que dão vida à pobreza? E devemos pôr-nos estas perguntas como comunidades, Províncias e Distritos, e no conjunto do Instituto.”

Ir. Seán, SGPrefácio do Plano de discernimento

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O verdadeiro desafio hoje para um líder é o de converter-seem homem com maior capacidade de amar.

(Seán Sammon, Uma liderança que gera vida, p. 28)

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Contexto: O 5° apelodo Capítulo geralEstamos exatamente ameio caminho na estradaque nos conduz ao próxi-mo Capítulo Geral, um mo-mento de discernimentocoletivo para o futuro denossa vida e missão. Além

de ser simplesmente uma data num calendário de oito anos, aConferência geral é uma oportunidade valiosa para que a liderançado Instituto reflita, em conjunto, sobre o discernimento feito nosCapítulos Gerais precedentes e, de um modo especial, na sua decisãode renovar as nossas estruturas administrativas. Temos conosco,agora, uma experiência considerável sobre a reestruturação. AConferência geral foi uma oportunidade para fazermos uma síntesedessa experiência e para recolhermos alguns ensinamentos dela.Mas, a reflexão sobre a reestruturação deve ser vista dentro de umareflexão mais ampla: o 5o apelo do Capítulo Geral, ou seja, sermoscapazes de criar estruturas de animação e do governo que promovama vitalidade do Instituto.

Três “momentos” de reflexãoDentro do processo de toda a Conferência tivemos três “momen-tos” para refletir sobre a liderança e a reestruturação: o primei-ro foi o questionário mandado a cada Superior provincial e de

Ir. Peter Rodney

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Comissão de governo

Liderança que dá vida

Reflexões sobre a liderança e a reestruturação

Para muitos irmãos no Ins-tituto, a “reestrutura-

ção” já é uma coisa do pas-sado. Outros problemas sãoagora o centro da nossaatenção e da nossa energia.Mesmo assim, o desafio deconseguir o que poderíamoschamar a plenitude da rees-truturação, permanece.

Distrito, antes da Conferência. Era um simples meio para refletir so-bre os cinco apelos do XX Capítulo Geral, à luz dos quatro anos ante-riores; no segundo, houve um dia inteiro durante a Conferência dedi-cado à reflexão sobre a liderança, estruturas de governo e reestrutu-ração. Durante esse dia, o processo consistiu numa partilha de expe-riências entre os Provinciais; e em terceiro lugar, durante toda aConferência, que durou aproximadamente um mês, houve muitas oca-siões para uma discussão informal sobre esse tema.

Subsidiaridade e co-responsabilidadeTemos agora menos Unidades Administrativas noInstituto (Províncias: de 44 para 26; Distritos:de 13 para 5), e conseqüentemente as novasUnidades Administrativas são maiores, e fre-qüentemente mais complexas: um maior númerodos irmãos, um maior número de atividadesapostólicas. A reflexão feita durante a Confe-rência demonstrou que as novas Províncias nãopodem funcionar eficazmente alimentando ex-pectativas e usando estruturas do século ante-rior. É quase como se a reestruturação, de fato,nos forçasse a viver realmente os dois princípiosgêmeos da subsidiaridade e da co-responsibili-dade. Como aconteceu tudo isto? As Províncias, que formalmente podem ter sidoum tanto hierárquicas e ter centralizado a maio-ria das coisas nas mãos do Provincial, foram for-çadas a prever estruturas diferentes. O Provin-cial já não tem tempo para fazer tudo o que an-teriormente se esperava dele. Se o papel-chavee o desejo fundamental do Provincial forem o deconhecer bem os seus irmãos e de se preocuparcom eles (este foi o desejo e o desafio, repeti-das vezes mencionado pelos Provinciais durantea Conferência), então, ele tem que deixar outrasresponsabilidades em outras mãos. É verdadeque, dentro do marco de nossas Constituições, oProvincial detém, evidentemente, a responsabili-dade e a autoridade em toda a Província. Contu-do, alguns aspectos do seu papel, como respon-sabilidade e autoridade, podem ser delegados.Cada líder enfrenta decisões críticas: com otempo limitado que tem cada dia; como podereiusar o melhor possível esse tempo? Que funções

60 • FMS Mensagem 34

Ir. Peter RodneyComissão de governo

Durante a Conferência geralpudemos perceber que estamos

indo no bom caminho, que foram tomadasinteressantes iniciativas em todas asProvíncias que nos permitem olhar para ofuturo com esperança. Demos graças a Deuspor contar com uma excelente disposiçãodos irmãos e com uma liderança segura ecriativa dos animadores. Estou convencidode que o processo de reestruturação estásendo uma bênção para o Instituto e para asProvíncias. Temos que continuar apoiando-oe favorecendo sua plena consecução.

Ir. Demetrio EspinosaProvincial de Cruzeiro do Sul

Nairobi

Dezembro de 2005 61

devo deixar para realizar eu mesmo, e o que pos-so, dentro da prudência, delegar eficazmente aoutros? Algumas Províncias estão utilizando aplanificação pastoral e o planejamento estratégi-co para responder a estas perguntas vitais. AConferência geral foi um momento oportuno paraouvir Provinciais que estão usando vários modelosda liderança compartilhada (por exemplo VigáriosProvinciais, delegados), ad experimentum.

Tendências à subsidiaridadeUma característica fundamental de uma liderançaeficaz é conhecer-se bem; e, de um modo especial,conhecer as suas capacidades e os seus limites. E,conseqüentemente, exercitar as suas capacidades,ao mesmo tempo em que procura auxílio de outrosque sejam capazes de fazer aquilo que ele não é ca-paz ou não pode fazer. A reestruturação está forçando os líderes da comuni-dade a assumirem o seu papel, tal como é apresen-tado nas Constituições. Têm, ao mesmo tempo,responsabilidade e autoridade, ainda que, às vezes,muitos irmãos, fazendo o melhor, possam sentir opeso da primeira e a falta da segunda. O que ante-riormente pode ter sido exercido pelo Provincial, te-rá que, necessariamente, agora, passar para as mãosda comunidade e do seu líder. Atualmente, esse de-safio não é visto como algo fácil. As capacidades e aexperiência para partilhar as responsabilidades nãose adquirem do dia para a noite. Contudo, a Confe-rência foi um momento único para compartilhar oque várias Províncias estão fazendo para fortalece-rem a vida comunitária, a liderança e a animaçãodessa mesma vida. Um número considerável de Pro-víncias organizou muito bem programas de grandealcance para treinarem os seus líderes comunitários.

Devido ao número e à complexidade das atividadesde muitas Províncias, uma animação eficaz requer,não apenas uma pessoa (por exemplo, o Provincial),mas uma equipe. O planejamento pastoral conduzfreqüentemente ao estabelecimento de comissões naProvíncia. Algumas Províncias estabelecem três co-missões fundamentais, como por exemplo a pasto-ral, formação dos irmãos e dos leigos, espiritualida-de ou um número maior de comissões mais especia-lizadas, relacionando-se mutuamente. Algumas Pro-víncias têm agora leigos maristas em todas as co-missões: isso é de uma grande riqueza, pois podemtrazer para a Província suas capacidades, seu amorpor nossa espiritualidade e nossa missão além a ri-queza da sua experiência de vida.

Cochabamba

Mittagong

Conselhos gerais ampliados durante as visitas do Conselho geral ao mundo marista.

Conselheiros gerais que exercem a função deenlace com cada região Instituto.

Como tornar eficaz a co-responsabilidadeAs estruturas de liderança ao “serviço da vida” não acontecem por ge-ração espontânea. Vemos que, para que isso aconteça de modo eficaz,

é necessário um certo número de coisas. Emprimeiro lugar, as funções de vários líderes de-vem ser definidas claramente, e devem ser co-municadas eficaz e freqüentemente. Por exem-plo, qual é a diferença entre um Provincial e umvigário provincial? Depois de ter definido os pa-péis, eles devem ser respeitados, o que significaque cada um faz somente o que lhe está consig-nado dentro das suas responsabilidades, e nãoinvade as responsabilidades que pertencem aooutro. Ao criar um certo número de comissõesou equipes da Província, devemos estar cientesde que uma atenção considerável deve ser pres-tada à sua formação. Essa formação é necessá-ria, de um modo especial para os membros quesão leigos maristas: só assim eles poderão assu-mir, de um modo pleno, o seu papel. Às comis-sões deve ser dada autoridade a fim de poderemtomar decisões e agir. É muito gratificante veras diferentes estruturas que emergem em muitasProvíncias para responder a estes desafios: Quedecisões devem ser tomadas pelo Provincial epelo seu Conselho? Que decisões podem ser de-legadas a outros grupos dentro da Província?Até mesmo o modo de fazer as reuniões doConselho provincial está sendo reexaminado?

O“momento oportuno”para a reestruturaçãoA Conferência Geral foi também uma excelente oca-sião para relembrar o desafio do XX Capítulo Geral:“O desafio da vitalidade é o fio condutor da rees-truturação do Instituto. Já criamos novas Provín-cias. Aproveitemos a oportunidade para criar Pro-víncias “novas”.2

Um lembrete oportuno a dizer-nos é que a mudan-ça das nossas estruturas administrativas não é umfim em si mesmo, mas um meio para desenvolver avitalidade da nossa vida e da nossa missão. Nósvivemos com o seguinte desafio: a reestruturaçãopor si própria não traz vida nova, somos nós oscriadores de uma vida renovada. Para cada Provín-

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Ir. Peter RodneyComissão de governo

Os irmãos da 7a. Conferênciageral que também estiveram

durante o XX Capítulo geral em Roma(2001), perceberam de imediato o impactoda reestruturação realizada através doInstituto, quando se reuniram no Sri Lanka,quatro anos depois. Agora havia bemmenos Provinciais e Superiores de Distrito. Durante as apresentações feitas pelosirmãos, mostrava-se claramente quantasredes maristas se estendem hoje através da diversidade de ministérios, programas de formação, iniciativas dirigidasaos leigos maristas e projetos de solidariedade. Sua disposição em partilhar recursos e experiências é muito mais do que evidente.

Ir. Paul GilchristProvincial de Melbourne, Austrália

Guatemala

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cia nova, a pergunta nuclear é: Qual é a nossa visãopara o futuro da missão? A quem nos devemos diri-gir na nossa ação pastoral? Como fazer tudo isso damelhor maneira? Quais são as estruturas que melhornos servirão para levar a Boa Nova do Evangelho àjuventude; e levá-la do jeito de Maria? A reestrutu-ração é um “momento oportuno” para realizar essavisão renovada que perseguimos. Este é o momentoconveniente para deixar para trás o que já não servepara realizarmos eficazmente a nossa missão. Estamos aproveitando todo o potencial que estemomento de reestruturação nos oferece? Provavel-mente as perguntas que constituem maiores desa-fios estão ainda por vir. Seria verdadeiramente umapena se este momento de graça e o potencial debênçãos que ele representa para nós passassem pornós, sem nos dizer nada. Como disse o Irmão Seán no seu discurso de encer-ramento da Conferência geral: “A reestruturaçãotraz consigo uma soma considerável de trabalhoextra, mas as oportunidades para um sentido reno-vado da vida são também significativamente maisabundantes”.

ConclusãoOs dias que passamos juntos, na Conferência geral,vivendo em conjunto uma série de atividades e deprocessos, foram para cada um de nós um momen-to de esperança, um momento de coragem renova-da. Nós conhecemos os desafios, e conhecemostambém a unidade de visão que existe entre nós.A internacionalidade do Instituto é cada vez maisevidente, sempre que nos juntamos. Isso dá outraamplitude de visão ao nosso pensar. A riqueza dadiversidade é real.O tema da Conferência foi: “Uma Liderança que geravida”. A partilha feita durante a Conferência geral éum grande incentivo para todos nós. Nas ações dodia-a-dia da liderança e nas novas Províncias queestão surgindo, a visão consiste em dar a “vida”,dar incentivo e dar esperança a todos aqueles queparticipam na vida e na missão maristas. Para mim,constitui um grande incentivo o fato de que o 5o

apelo do Capítulo, referente à animação do Institu-to, para que a sua vitalidade seja mais forte, está

Madrid

Hong-Kong

Maryknoll

precedido pelo 1o apelo: centrar nossas vidas em Je-sus. No coração do que fazemos e no centro daquiloque esperamos realizar, deve estar a relação pessoalcom Jesus. Essa relação pessoal é um desafio, mas étambém fonte de coragem. Como líderes, finalmente,é aí que está a fonte da vida que nós damos.

O fundamento da parceria entre os leigos maristas, homens e mulheres, e os irmãos de Marcelino repousa, então, sobre uma missão comum e um apelo profético que decorre de nosso batismo.

(Seán Sammon, Reivindicar o espírito de l’Hermitage, p. 35)

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Mais de um Provincial le-vou em conta a recomen-dação – também expressana carta “Uma liderançaque gera vida” – de acu-dir à Conferência levandoconsigo a reflexão dosIrmãos e Leigos Maristasde sua Província.Ao abordar o tema do lai-cato, durante a Conferên-cia, a rica experiência queestamos vivendo no Insti-tuto, com desenvolvimen-tos desiguais, foi refletidacom atenção e carinho,

com disposição a escutar-nos e a aprender uns dos outros.O texto que segue recolhe a dinâmica do trabalho desenvolvido:as apresentações feitas e a informação recolhida do trabalhogrupal e da folha de consulta a cada Provincial. Dois momentosmarcaram o trabalho: o primeiro foi tomar consciência de ondeestamos no desenvolvimento e acompanhamento do laicato ma-rista; o segundo foi tomar conhecimento de para onde queremoscaminhar nos anos futuros.

Ir. Pedro Herreros

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Comissão de leigos

Ajudando a aurora a nascer...

Q uando o Ir. Superior-Geral escreveu a Carta

Convocatória para a Conferência Geral 2005,assinalou como um dos cincosinais dos tempos que tínha-mos de considerar o fato deque “Irmãos e Leigos Maris-tas estamos passando por umnovo momento da história denosso Instituto e de sua mis-são”, que requer novas es-truturas e novo vocabuláriopara ser abordado.

Síntese do Informe sobre Questionário 2004A Comissão de Laicato enviou um questionário aos Provinciais emmarço de 2004, que perguntava acerca de cinco tópicos: progra-mas de formação laical, o Movimento Champagnat e outros grupos,a participação laical em nível provincial e de obras, formas de as-sociação e vinculação, e a identidade do leigo marista. Finalmente,o questionário perguntava quais seriam os próximos passos na Pro-víncia, que passos esperavam da Comissão de Laicato, e como lhes

parecia o Plano de Ação da Comissão. O infor-me respectivo foi enviado aos Provinciais emcomeços de julho de 2005 e apresentado emsíntese na Conferência.Nas 27 Unidades Administrativas que respon-deram ao questionário, há 81 programas deformação em execução para leigos e Irmãos,com diversa duração, objetivos e grupos dedestinatários. Há 257 Fraternidades do Movi-mento Champagnat pelo mundo, das quais75% se encontram na América, particularmen-te na América Latina. Todas as Fraternidadescultivam a dimensão espiritual e comunitária.Duas terças partes estão comprometidas emobras de solidariedade com os necessitados.Há também outros grupos maristas associadoscom os Irmãos e vinculados ao carisma do Pe.Champagnat que não se reconhecem no Movi-mento Champagnat. A participação dos leigos é bastante amplanas diversas Unidades Administrativas: sejaem nível dos colégios e outras obras (em 89%

das Províncias), seja em nível das comissões provinciais (em 81%).Os membros afiliados ao Instituto têm longa história, desde queforam instituídos em 1932, e se encontram hoje principalmente naAmérica e na Europa. Muitas Unidades Administrativas (59%) indi-cam que lhes interessaria avançar na busca de novas formas depertença dos leigos ao Instituto.Finalmente, 70% das Unidades Administrativas desejariam que sechegasse a uma clareza acerca da identidade do leigo marista.O questionário e suas respostas nos permitiram um primeiro conta-to com as Províncias, com as pessoas ou equipes responsáveis pela

66 • FMS Mensagem 34

Ir. Pedro HerrerosComissão de leigos

A Assembléia Internacional de Missão, a ser realizada

em setembro de 2007, sob o lema “Um coração, uma Missão”, é a concretização de que a mensagemcapitular se faz vida; passamos do “alargar a tenda” para “um novo momento da história do nosso Instituto e sua missão”,mais universal, mais compartilhada, mais decidida em favor das crianças e jovensmais necessitados.

Ir. Ángel MedinaSuperior do Distrito do Paraguai

1. Onde estamos?

Dezembro de 2005 67

animação do laicato. Pro-porcionaram-nos umaperspectiva acerca do“alargamento do espaçoda tenda”, recomendadopelo XX Capítulo Geral. Eespecialmente nos permi-tiram precisar as tarefasque se esperam da Comis-são no futuro.

Forças impulsoras e forças paralisantesDurante a Conferência Geral, os Provinciais par-tilharam, em grupos inter-regionais, sua própriaexperiência sobre este tema: Em sua Província, oque ajuda a avançar e o que obstaculiza o ca-minho do laicato marista?Apesar da ampla diversidade de situações, é pos-sível identificar entre os fatores que estão aju-dando a avançar nesse campo, o caminhar da Igre-ja a partir do Vaticano II. A ênfase no chamadouniversal à santidade e a valorização da vocaçãolaical produziram notável florescimento dos mo-vimentos laicais em nossos dias. Nesse contextopareceria que os processos de formaçãoconjunta de Irmãos e Leigos, que estão se de-senvolvendo em diversas Províncias, constituema principal força impulsionadora do avanço naconstituição de um laicato marista. A atraçãodespertada pela figura de São Marcelino, nossoFundador, e sua paixão por Jesus Cristo anuncia-do aos jovens, especialmente aos mais desaten-didos, é outro fator de dinamismo. A celebraçãode sua canonização veio dar novo impulso a essefator. Assinala-se, também, a ânsia de espiritua-lidade entre os leigos. Há os que, partilhando amissão de educar cristãmente os jovens, desco-brem o espírito marista e o fazem seu. Vivem aespiritualidade marista com crescente compro-misso e se ufanam de ser leigos maristas. “Bomnúmero de Irmãos e leigos vivem com entusias-mo a Missão Educativa Marista nas escolas e emnovas presenças junto aos excluídos” (Escolha-mos a vida, 10). Finalmente, se destaca a parti-

cipação dos leigos em assembléias e capítulos,em comissões provinciais de animação, em car-gos de responsabilidade na missão, como outraforça que impulsiona o avanço do laicato maris-ta.Ao mesmo tempo, e em grau diferente segundoas Províncias, há algumas forças que obstaculi-zam esse desenvolvimento. Menciona-se a faltade clareza e de reflexão sobre quem é o leigomarista, qual é sua identidade específica, queterminologia utilizar para caracterizá-lo adequa-damente, sem reducionismos, com suficiente am-plitude. Um segundo fator mencionado é a men-talidade de alguns Irmãos que resistem a umanova relação, especialmente quando essa implicaque os leigos assumam responsabilidades dire-tivas e participem na tomada de decisões. “Coma perda das funções tradicionais, diversos Ir-mãos se interrogam a respeito da própria voca-ção, e até colocam em questão a opção que fize-ram” (Escolhamos a vida, 11). Há também outrofator que se destaca, relacionado com o dinhei-ro. Por uma parte, há Províncias que carecem derecursos suficientes para investir em programasde formação ou para remunerar os animadorespastorais. Por outra, há os que manifestam des-confiança ante os leigos quando se trata de ad-ministrar dinheiro ou quando optam por trabal-hos mais bem-remunerados. Finalmente, há osque assinalam não contar com Irmãos especial-mente formados para serem animadores de pro-gramas de formação e acompanhamento laical.

A voz dos Provinciais

Os Provinciais tiveram a ocasião de expressar por escrito, no final dasessão acerca do Laicato, sua resposta a essa pergunta. Eis aqui umasíntese do que expressaram, em três níveis:

1. Em nível da própria Província:Embora os desafios sejam diferentes, é notávela coincidência, em todas as regiões, sobre osprogramas de formação para leigos e Irmãos co-mo o próximo passo a intensificar (Europa,Oceania e América) ou a iniciar (África e Ásia)nas Províncias. Mencionam em seguida a neces-sidade das equipes ou comissões provinciais deleigos: para criá-los (Ásia, Cone Sul) ou parapotenciar sua tarefa de animação (Europa,Oceania, Arco Norte). No Brasil há coincidênciaem melhorar a coordenação do MovimentoChampagnat da Família Marista.

2. Em nível interprovincial:Há unanimidade em todas as regiões, em espe-rar maior comunicação para partilhar iniciati-vas, processos e materiais entre as Provínciasda região. Em alguns casos deseja-se constituirredes formais ou equipes regionais (Arco Norte,Oceania, Europa).

3. Em nível da Comissão de Laicato:Em quase todas as regiões espera-se da Comis-são que avance na apresentação de um docu-mento acerca da identidade do leigo marista.Em todas se menciona a necessidade de que aComissão partilhe informação acerca dos pro-cessos e experiências que estão em andamentono mundo marista, oxalá incluindo os diversosmateriais de animação em uso. Nas regiões emque o desenvolvimento do laicato é menor(África e Ásia), espera-se da Comissão umcontato e acompanhamento mais próximo paracada Província.

68 • FMS Mensagem 34

Ir. Pedro HerrerosComissão de leigos

2. Para onde queremos ir?

A questão do laicato suscitoumuito interesse e entusiasmo

entre os participantes da 7a. Conferênciageral. Foi visto como sinal claro dos nossostempos. Devemos ser fiéis ao Espírito que nos fala através da Igreja. O dom de Marcelino Champagnat foi um dom paratoda a Igreja, e por isso deve ser partilhadopor todos os que se sentem atraídos por sua chamada. O Instituto, na opinião dosparticipantes, deve alimentar esse dom entreos leigos e permitir que ele floresça no seudevido tempo. Para facilitar esse processodeve partilhar projetos e recursos.

Ir. Christian MbamProvincial da Nigéria

Dezembro de 2005 69

As propostas da Comissão

A Comissão de Laicato, por sua vez, apresentoualgumas propostas, que vem amadurecendo, àconsideração da Conferência. Os Provinciais tive-ram ocasião de pronunciar-se sobre elas, em for-ma de “acordos de princípio”.

1. Documento sobre “A vocação do leigo maris-ta”: que incluiria uma descrição dos traços desua identidade e os possíveis modelos de as-sociação do laicato. Essa proposta recebeu umparecer favorável da quase totalidade dos Pro-vinciais. São várias as Províncias que produzi-ram documentos acerca do tema da identidadedo leigo marista. A tarefa vai requerer aconvocação de Irmãos e leigos que possam re-digir esse documento.

2. Encontro de responsáveis de formação: a enor-me variedade e diversidade de programas deformação para Irmãos e leigos que estão sedesenvolvendo no Instituto (81), bem como ointeresse em prosseguir com essas iniciativas,nos sugerem a conveniência de os responsá-veis por sua animação poderem sentar em tor-no de uma mesa para partilhar o que realizam

e refletir sobre algumas orientações comuns.A proposta de um encontro único, para todasas regiões, que permita uma fecundação inter-cultural, foi acolhida pela metade dos Provin-ciais; muitos outros prefeririam realizar essesencontros em nível regional. A Comissão estu-dará o rumo a seguir nesse tema.

3. Encontros continentais do Movimento Cham-pagnat: já estava em andamento a preparaçãodo encontro americano (onde se encontram75% das Fraternidades) quando se apresentoua idéia aos Provinciais. Em geral, foi bemacolhida a idéia, sendo que em algumas re-giões não existe e em outras apresenta umdesenvolvimento limitado.

4. Curso para Irmãos e leigos: com a finalidade devisualizar novas formas de ser marista e criarjuntos novas formas de vida comunitária, coma duração de quatro a cinco semanas. Incluiriatemas de carisma, espiritualidade, associa-ção/pertença. A idéia foi amadurecendo com aequipe de El Escorial. As opiniões dos Provin-ciais estão divididas quanto a essa iniciativa.A Comissão continuará refletindo sobre essaalternativa e o modo de desenvolvê-la.

ConclusãoA Comissão de Laicato anunciou também aosProvinciais que prosseguirá nos próximos anosa tarefa de comunicação de iniciativas e pro-cessos que se desenvolvem no Instituto, atra-vés da publicação “FMS Ecos” e da página webwww.champagnat.orgAo concluir este informe, desejo expressar aalegria de estar colaborando na animação dolaicato marista desde o Conselho Geral. Creioque o Espírito nos tem regalado suscitando nocoração dos leigos o desejo de ser maristas naIgreja. Acolhemos com satisfação este novo re-bento de fecundidade do carisma de São Marce-lino Champagnat para o século XXI. Ao acom-panhar de perto as manifestações dessa vitali-dade estamos aprendendo a discernir seu pre-

sente e a vislumbrar seu futuro. Que Maria, aBoa Mãe, aquela que “guardava todas essas coi-sas e as meditava em seu coração” (Lc 2,19),inspire e alente nosso caminhar.

Ser parceiro é muito mais do que participar de uma obra comum; é partilhar nossa fé, amar Jesus Cristo,viver a experiência comum de ter tido nosso coração cativado e nossa mente tomada por Marcelino Champagnat.

(Seán Sammon, Reivindicar o espírito de l’Hermitage, p. 35)

Dezembro de 2005 71

Os planos de trabalho dasComissões de Missão eLeigos do Conselho geralincluíram entre as ativida-des propostas, a realiza-ção de uma AssembléiaInternacional de MissãoMarista e sugeriram a da-ta do ano 2007, para suarealização.A Comissão de Missão en-viou às Unidades Adminis-trativas e a alguns irmãosum questionário sobre oplano de ação previsto. Oreferido questionário in-

cluía duas perguntas sobre a possível realização da Assembléia. Asrespostas recebidas foram majoritariamente favoráveis a esta reali-zação e apresentaram numerosas sugestões sobre a metodologia,tema, participantes.Em junho de 2004, o Conselho Geral aprovou que essa Assembléiafosse realizada em setembro de 2007, e em agosto nomeou uma Co-missão encarregada de prepará-la. Essa Comissão teve sua primeirareunião em dezembro de 2004. O Conselho Geral aprovou, em janei-ro de 2005, as propostas de trabalho elaboradas nessa reunião.Em julho de 2005, houve uma segunda reunião da Comissão paradetalhar a preparação do encontro. O Conselho Geral aprovou, en-tre junho e julho de 2005, que a Assembléia fosse realizada emMendes, Brasil, de 3 a 12 de setembro de 2007.Em setembro de 2005 todo o projeto foi apresentado à Conferência

Ir. Juan Miguel Anaya Torres

Com

issão

de m

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Administração geral

I AssembléiaInternacional

da missão marista

OXX Capítulo geral pediuao Conselho geral que

“Crie as estruturas que consi-derar necessárias para apoiar,em nível de Instituto, a missãopartilhada entre Irmãos e Lei-gos e o serviço educativo eevangelizador entre as crian-ças e jovens mais pobres e ex-cluídos.” Entre as propostasapresentadas, consta: “Efetiva-ção de fóruns internacionaisda missão marista.

(Escolhamos a vida 48.6)

geral, recebendo uma grande acolhida por parte dos irmãos Provin-ciais e Superiores de Distrito.

Quem são os membros da Comissão preparatória?Foi decidido que a Comissão tivesse representantes de todas as regiõesgeográficas do mundo marista, com a presença dos diversos gruposlingüísticos e de leigos e leigas comprometidos com nossa missão. Os membros da Comissão são: Ir. Alphonse Balombe (R. D. do Congo);Sr. Chema Pérez Soba (Espanha); Sra. Dilma Alves Rodrigues (Brasil);Sra. Erica Pegorer (Austrália); Ir. John Y Tan (Filipinas); Irs. Juan Mi-guel Anaya, Michael Flanigan, Pedro Herreros e Emili Turú (Administra-ção geral).

Por que uma Assembléia Internacional?Nos últimos 15 anos tem sido comum, nas Províncias e no Instituto,convidar diversos leigos e leigas para nossas reuniões consultivas oulegislativas. Entretanto, a presença dessas pessoas como convidadasem nossas instituições canônicas não tem sido satisfatória, porque a

condição de convidadas limitava temporariamente suapresença, uma vez que não podem ter o direito de vo-to sobre determinados assuntos, ou porque elas mes-mas não se sentiam representantes de ninguém, umavez que, comumente, são escolhidas pelos respectivosConselhos ou Superiores dos níveis geral ou provincial. A situação tem sido diferente quando se trata de es-truturas mais diretamente relacionadas com a Missão.Cada vez mais diretores gerais de nossas obras são lei-gos e leigas. Cada vez mais eles estão integrados nasComissões das Províncias ou em outros órgãos onde setomam decisões importantes.A Assembléia Internacional constitui um novo passona vida do Instituto Marista, pois acreditamos que

oferecerá aos irmãos e leigos a oportunidade de refletir juntos, emigualdade de condições, a respeito da missão do Instituto no presen-te e para o futuro, assim como sobre sua própria identidade.Além disso, a Assembléia se apresenta como uma ocasião para:

1. Fortalecer os processos de reestruturação e internacionalizaçãoque vivem as Províncias, no início do século XXI, dialogando entreirmãos e leigos sobre o que os move e os preocupa em seu serviçojuntos às crianças e à juventude.

72 • FMS Mensagem 34

Ir. Juan Miguel AnayaAdministração geral

Dezembro de 2005 73

2. Perguntar-se sobre a própria vivência de servi-ço à missão marista e as convicções que a nu-trem, assim como as vocações que a ela seconsagram, motivando um novo olhar para otexto “Missão Educativa Marista”, aprofundan-do a compreensão do XX Capítulo Geral.

As sugestões e recomendações que nasçam da As-sembléia Internacional poderão ser estudadas pe-los participantes durante o XXI Capítulo Geral(2009), se assim o decidirem, e contribuir para tra-çar orientações de futuro para o mundo marista.

Quais são os objetivos que pretendemos com esta 1ª Assembléia?Favorecer, em todo o Instituto, processos de diá-logo e compromisso entre os protagonistas daMissão Marista.1. Uma releitura da Missão Marista a partir da vi-da de Champagnat, levando em conta:

– sua paixão em anunciar a Boa Nova;– seu desejo de enviar-nos para estar entre os

jovens, particularmente os mais necessitados;– sua busca de constante discernimento que

o faz adaptar-se às necessidades do meioem constante processo de mudança.

2. Clarificar e aprofundar o que entendemos porvocação marista: o que é próprio e o que écomum a irmãos e leigos/as, etc.

3. Promover uma maior co-responsabilidade en-tre aqueles que compartilham da Missão ma-rista, especialmente oferecendo estruturas,modelos, etc., que a favoreçam.

4. Um maior conhecimento e valorização da di-versidade de expressões em que se encarna aMissão marista no mundo de hoje, assim comoda sua internacionalidade como uma força quedeve ser levada em conta.

Como será realizada?Não podemos pensar em uma Assembléia que ul-trapasse excessivamente uma centena de partici-pantes se queremos que todos eles tenham aoportunidade de se sentirem protagonistas daconstrução da mesma. Os grupos humanos vão setornando progressivamente mais difíceis de coor-denar na medida em que aumentam de tamanho.Na Missão Marista estão comprometidos mais de50.000 irmãos e leigos. Trata-se, portanto, de traçar um processo de par-ticipação que permita envolver o maior númeropossível de pessoas e que, por sua vez, sirva paraescolher representantes dos diversos grupos quepossam contribuir com a multiplicidade de expe-riências e os frutos do diálogo durante a Assem-bléia propriamente dita. Acreditamos que sejamais importante percorrer bem o caminho de pre-paração do que fazer uma reunião final com umacentena de pessoas.Pensamos, pois, em um processo com três fases,que podem ser ampliadas para quatro, em algunslugares. Queremos assegurar em todas partes umafase local, outra provincial (ou distrital) e a Assem-bléia em Mendes. Em alguns lugares poderá, tam-bém, haver a fase regional (agrupando várias Pro-víncias de uma mesma região), se assim decidirem.

QUAL É O CALENDÁRIO PREVISTO PARA TUDO ISTO?

Ano 2006 Ano 2007❑ JANEIRO: ❑ JANEIRO a AGOSTO:Início das fases local e provincial. ➣ Possível atividade regional.❑ DEZEMBRO: ➣ Preparação para os participantes.

Fin da fase provincial:➣ Envio a Roma de uma síntese. ❑ SETEMBRO, 3 a 12:➣ Escolha de representantes de cada Província. ASSEMBLÉIA INTERNACIONAL

A solidariedade implica em que nós escolhamos entrardeliberadamente até um certo ponto no mundo daqueles quevivem à margem da sociedade e partilhar suas experiências de serem maltratados, negligenciados ou abandonados.

(Seán Sammon, Reivindicar o espírito de l’Hermitage, p. 33)

Dezembro de 2005 75

Desde seu estabeleci-mento em 1995, BIScresceu e foi o Secreta-riado Internacional doInstituto para a educa-ção, a defesa, a coorde-nação de projetos, eespecialmente uma redepara a justiça, a paz, ea solidariedade, áreasque afetam as criançase os jovens. Este novotrabalho para as crian-ças e jovens está quasea começar em Genebra,e serà adiante um passo

dentro do mandato do BIS para ser um defensor de causasdas crianças e dos jovens; por outro lado, esta iniciativa trazo BIS à sua intuição fundadora: ajudar a todos os níveis oInstituto a viver “com mais audácia” o chamado a ser solidá-rio com os pobres. Ao escolhermos esta direção temos a consciência clara de queeste trabalho em Genebra não é uma missão nova. É a mesmamissão que nos foi dada pelo nosso Fundador. Nós estamosem Genebra por causa de nossa preocupação pelas crianças ejovens, especialmente pelos que são mais vulneráveis. É amesma missão que os Irmãos desempenham todos os dias nasescolas, centros, e casas de assistência social pelo mundo fo-ra. O que nós faremos em Genebra, isto é, tentar efetuar mu-

Ir. Dominick Pujia

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Administração geral

O BIS – BureauInternacional

de Solidariedade –em Genebra

BIS assumiu uma novainiciativa em nome do

Instituto. Com o contratorecentemente assinada com“Franciscanos Internacio-nal”, os Irmãos Maristasentram agora na arena di-plomát ica internacionaldos direitos humanos dascrianças na ONU, em Ge-nebra. Fazendo assim, BISentra em uma nova fase decrescimento a serviço doInstituto.

danças estruturais para as crianças que são as vítimas da in-justiça, da guerra, de abusos da doença, da falta de educação,é complementar que os Irmãos Maristas e os seus colegas lei-gos fazem diariamente nas escolas. Genebra é um lugar novo para nós, um trabalho pastoral novodentro de uma missão muito maior que vem do tempo de P.Champagnat. Por que as Nações Unidas? Alguns questionariam a credibilida-de deste corpo muito imperfeito de nações, que põem sempreem primeiro lugar os seus próprios interesses nacionais. Durante anos fomos testemunhas da sua inabilidade para serdecisivo e realizar os altos ideais para os quais foi fundado epara qual todos os estados membros deram o seu consentimen-

to. Mesmo assim, sem a ONU, que outrocorpo internacional de líderes mundiais ha-veria para discutir ou agir em assuntos im-portantes como a justiça, a paz e a guerra,pobreza extrema, fome mundial, saúde, de-senvolvimento, direitos humanos? Apesarde estar tão “roto”, é ainda é o melhor lu-gar para discutir e tentar corrigir os pro-blemas do mundo. Por que Genebra? Genebra acolhe váriosescritórios da ONU, inclusive o Alto-comis-sário para os Direitos humanos e o Alto-comissáriado para Refugiados. Também alberga várias agências especiali-zadas como a Organização do ComércioMundial e a Organização Mundial do Tra-balho, que é parte da ONU. Alberga todos,menos um dos sete corpos de tratados dedireitos humanos e os mecanismos espe-ciais que projetou para controlar as obri-gações desses tratados. O Comitê para os Direitos da Criança, cor-po internacional estabelecido pela Conven-ção dos Direitos da Criança, tratado inter-nacional assinado por todos, menos doisestados membros, é um exemplo dessescorpos internacionais. Além disso, há em Genebra centenas deONGs (Organizações Não-Governamentais)e movimentos que centram sua atençãonos direitos humanos. Enquanto que Nova Iorque é visto como ocentro para discutir e agir em questões desegurança, Genebra é vista como o centro

76 • FMS Mensagem 34

Ir. Dominick PujiaAdministração geral

A Conferência geral nos fez refletir sobre os

grandes desafios para o futuro. Hoje, mais do que nunca, a criatividade nos fará caminhar com uma mesma visão, a aprofundar uma identidade que sejavisível, a viver uma espiritualidade queexpresse fraternidade na vida comunitária e paixão pelo anúncio de Jesus. Promovamos a VIDA de tantas crianças e jovens necessitados!

Ir. Fernando Mejía Provincial de México Central

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para fixar padrões internacionais sobre osdireitos humanos, questões intelectuais,saúde mundial, e comunicações, para no-mear apenas alguns. Se nós queremos contribuir para a discussãosobre os direitos de crianças, inclusive o di-reito à educação, então Genebra será neces-sariamente o lugar que temos que escolher. Porquê uma sociedade com “FranciscanosInternacional”? (=FI). Franciscanos Interna-cional é uma ONG com ECOSOC, isto é, com“direito consultivo geral” nas Nações Uni-das. É patrocinado pela Conferência da Famíliafranciscana em Roma. FI traz uma voz fran-ciscana à ordem do dia da ONU no que dizrespeito a questões de paz, à luta dos po-bres e ao respeito pela criação. FI abriu seuescritório de Nova Iorque em 1989. Há oitoanos, em 1997, abriu outro escritório em

Uma grande assembléia dos responsáveis do Instituto para refletir seriamente sobrenossa vida! Foi o momento de percorrercom o olhar sobre um período de quatroanos para avaliar como temos progredidono seguimento do mandato do XX Capítulogeral. Essa experiência de vida emcomunidade internacional nos ajudou a revitalizar nossa vocação de irmãos.Entrar em contato com uma multiplicidade

de raças, religiões eculturas foi uma inspiração.Nossos encontros comdiversos grupos do paísforam iluminadores.

Ir. Michael De WaasProvincial do Sri Lanka e Paquistão

Genebra para estar mais perto dos mecanismos dos direitoshumanos da ONU e trabalhar mais de perto com muitas ONGsrelacionadas com os direitos humanosA sociedade que é válida a partir dos fins de março de 2005 éboa para os Irmãos Maristas. De acordo com seus estatutos, osIrmãos Maristas beneficiarão de muitas formas desta união

com FI: temos um escritório em Genebrapara apoiar diferentes serviços, ajuda parafomentar e apoiar atividades de defesa dascrianças e jovens, acesso em Genebra aosmecanismos de direitos humanos para ascrianças e jovens, ajuda e orientação paraa nossa própria aceitação no ECCOSOC, pro-cesso que pode levar três anos. Francisca-nos Internacional também beneficiará dasua união conosco: nessa sociedade, en-contrará em nós um corpo que os ajudará aobservar e a desenvolver os direitos dascrianças e os ajudará com despesas de es-critório. Temos pois uma presença Marista efetivana ONU em Genebra: o Conselho Geraldesignou um irmão para esse posto. Paracomeçar, ele é membro do BIS para a defe-sa dos Direitos da Criança. Trabalhando inicialmente fora de Roma edepois numa comunidade a ser estabeleci-da em Genebra em 2007, este irmão seráo ponto de referência do Instituto para osdireitos de cr ianças em FranciscanosInternacional. Ao mesmo tempo que tra-balha em Genebra, este irmão deve ani-mar os outros irmãos e os colegas leigosnas unidades administrativas no que dizrespeito aos direitos das crianças e dosjovens. Em Outubro, o Ir. César Henriquez, da Pro-víncia de América Central (El Salvador)chegou ao BIS onde tem como papel a de-fesa dos Direitos da Criança. O Ir. César to-ma este encargo porque tem uma verdadei-ra paixão pelos direitos das crianças. Du-rante os últimos três anos, ele trabalhoucom outros Irmãos Maristas na pastoral daCasa Alianza, Guatemala, um ONG dedicadaao cuidado e à reabilitação de crianças derua ou em grande risco social.

78 • FMS Mensagem 34

Ir. Dominick PujiaAdministração geral

Eis aqui, em quatro palavras-chave, o coração da minha

experiência durante a Conferência geral :Uma paixão, aquela de Jesus Cristo, até à audácia de promover a missão “Ad gentes” na Ásia e em várias outrasProvíncias reestruturadas. Uma compaixão pelos pobres e pequenos, os jovens a amar, a escutar e a evangelizar.Uma experiência de unidade excepcionalvivida em nosso grupo inteiramenteinternacional, o que não pode ser senãofruto do Espírito de Jesus presente no nosso meio.Uma fraternidade totalmente rica e bem vivaque experimentei, particularmente, por ocasião do falecimento do meu pai, no início da Conferência.

Ir. Réal CloutierProvincial do Canadá

Dezembro de 2005 79

O trabalho dele compreendia formação paraos valores, aconselhamento e orientação, ea organização de reuniões e retiros para jo-vens. “Na Casa Alianza eu vi as consequên-cias que os meninos e meninas sofremquando os seus direitos lhes são negados”,diz o Ir. César. Os seus sonhos de uma vidaplena e feliz são frustrados porque a opor-tunidade de se desenvolverem completa-mente como pessoas lhes é negada.” O Ir. César continua dizendo: “Nós nascemosde uma experiência de solidariedade: Marce-lino era muito sensível à realidade da ju-ventude do seu tempo quando pressentiu afalta de oportunidades e a falta de Deus.Como Marcelino, nossos corações sofremquando vermos vidas jovens destruídas pelaviolência, pela exploração sexual, quando

não têm oportunidades de educação ou vi-vem em condições muito pobres, quando selhes falta o respeito. A evangelização hoje também tem que in-cluir a promoção dos direitos humanos. Istoé especialmente verdadeiro em relação àscrianças e aos jovens. Muitos jovens olhampara nós esperando que sejamos a sua vozna sociedades e nos foros que têm um efeitodireto na vida social e política dos seus paí-ses”. O trabalho em que o Ir. César assumiu é demeter medo, mas ele não está só. Como umIrmão Marista em Genebra, ele conta com oapoio e encorajamento do Instituto inteiro.O seu trabalho, com a ajuda do pessoal deFranciscanos Internacional e as muitas ou-tras instituições que trabalham em Genebra,cuidará da defesa das crianças e dos jovens,especialmente os que correm mais riscos de-vido a injustiças estruturais. Como todos osMaristas e os seus colegas leigos o Ir. Césarestá trabalhando para fazer do mundo umlugar melhor para as crianças crescerem e sedesenvolverem como “um bom cidadão e umbom cristão.”

A Conferência ajudou-me a abrir os olhospara o mundo, para a missão “Ad gentes”.A visita e a estada na Índia e Sri Lankamostrou-me uma realidade maristadesconhecida para mim: “Minha Província é o Instituto”. Isso pede a mim uma ampla disponibilidadepara a missão e a cada Província a disponibilidade de partilhar forças,vitalidade e bens. Se a reestruturação nos ajudou a atravessar as fronteiras

mais próximas, a Conferêncianos convida agora a ultrapassar também as aquelas mais distantes.

Ir. Laurentino AlbaláProvincial de Norandina

Ir. César Henríquez

ÁLBUM DE RECORDAÇÃOda VII Conferência geral

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1. Vozes da Ásia na Conferência. 2. O Ir. Sunanda Alwis, Diretor do Maris Stella College. 3. Aniversários dos irmãos Xavier Barceló, F. Galiana eJ. Scholte. 4. Gratidão da Índia aos irmãos Provinciais da Austrália. 5. Grupo cantante para a festa do México. 6. A Conferência Episcopal do SriLanka com os irmãos do Conselho geral. 7. Na paróquia de Duwa. 8. Professores. 9. Afiliado.

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10. Grupo geral. 11. Grupo geral com os irmãos do Sri Lanka. 12. Provinciais. 13. Conselho geral. 14. Superiores de Distrito. 15. Auxiliares.16. Convidados. 17. Tradutores.

18. Visita ao Maris Stella College de Negombo. 19. Banho de elefantes no rio Katugastata. 20. Pessoal do Goldi Sands Hotel. 21. Encontro inter-religioso. 22. Fogosde artifício no final da festa oferecida pelos diretores do Hotel. 23. Sobreviventes do tsunami contam sua experiência. 24. Expressão do folclore do Sri Lanka.25. Encontro com as comunidades maristas de Sri Lanka. 26. O Padre Joaquín Fernández, ex-Superior geral dos Padres maristas, Capelão da VII Conferência geral.

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27. Trabalho em grupo. 28. Síntese de avaliação da Conferência. 29. Oração na comunidade. 30. O templo budista de Kandy. 31. Recepção e saudação aos irmãose comunidades do Sri Lanka. 32. África marista partilhar. 33. Presente para os Conselheiros gerais. 34. O esquilo amigo e pontual cada dia na hora do intervalo.35. Inculturação do Conselho geral. 36. Encontro com os alunos do Sri Lanka. 37. Irmãos do antigo seminário internacional de Bairo, presentes à Conferência geral.

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presenciamos a simplicidadeexistente, como em nossasorigens: simplicidade nasestruturas, no estilo de vida, nosmeios utilizados e, comodenominador comum, o amorcomo um forte laço de união.Tudo isso gera esperança de que

O s irmãos maristas que vivemna Índia trabalham em dois

colégios: são 27 irmãos, levamuma vida muito simples, sãoamáveis e acolhedores. Pudemosfazer a experiência concreta dacanção que diz: onde existe umirmão nosso, aí temos nosso lar.Nos alojamos na casa deformação onde residem ospostulantes, que são três, e osaspirantes, que são nove, nomomento. Percebe-se que sãorapazes simples, atenciosos,carinhosos e com grande paixãopor tudo o que é marista, etambém com grande disposiçãopara ir adquirindo essafisionomia. Eles fizeram sentir-nos em casa, apesar dadificuldade com o idioma.Pudemos visitar todas ascomunidades, e em todas elas

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UM DE VISITAS • ÁLBUM DE VISITAS • ÁLBUM DE VISITAS • ÁLBUM DE VISITAS • ÁLBUM DE V

Índia: experiência de encontro efraternidade que gera esperança

Ir. Adolfo Cermeño, Provincial de América Central

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DE VISITAS • ÁLBUM DE VISITAS • ÁLBUM DE VISITAS • ÁLBUM DE VISITAS • ÁLBUM DE

Didascalia della foto da inserire qui della lunghezza diquattro o cinque righe, grazie.Didascalia della foto da inserire qui della lunghezza diquattro o cinque righe.

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a vida marista tem futuro evitalidade suficiente paracontinuar presente no meio daIgreja, construindo o Reino edando motivos de esperançapara as crianças e jovens, quesão tão numerosos. Pudemosvisitar os lugares afetados peloTsunami. Encontramo-nos compessoas que perderam muitosdos seus entes queridos. Para ascrianças que sofreram com acatástrofe, os irmãos têm umprojeto e as ajudam a superar ostraumas, dando-lhes alternativasatravés de terapias de grupo ecomputação. Vários irmãos sedeslocam semanalmente a umlugar, que está a 160 km, ondemantêm um centro de ajuda, noqual existem dois jovens, quepermanecem lá durante toda asemana. Agradecemos aos irmãos daÍndia por nos haverem ajudado anos sentirmos em casa estandoentre eles, e terem partilhadoconosco, durante esses dias, suasimplicidade e pobreza.

Colégio dos irmãos.

Alguns alunos.

Aspirantes, postulantes e formadores.

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M inha opção por visitarTimor Leste, além do

conhecimento da história e da realidade desse jovempaís, tinha como objetivoencontrar-me com o Irmão Raimundo Barbosa ecom os cinco leigos enviados por minha Província para um tempo de voluntariado e de solidariedade com aquele país. A Província do Brasil Centro-Norte decidiu enviaresses voluntários comoresposta aos apelos dos

TIMOR LESTEIr. Claudino Falchetto

Provincial do Brasil Centro-Norte

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DE VISITAS • ÁLBUM DE VISITAS • ÁLBUM DE VISITAS • ÁLBUM DE VISITAS • ÁLBUM DE

Didascalia della foto c

Irmãos australianos, que lá se instalaram há cinco anos e que têm, sob suaresponsabilidade, a direção de um Instituto orientado à formação de professores para o Ensino Fundamental. A questão do ensino, no Timor Leste, ésimplesmente dramática. A maioria dos professores, no momento daindependência, eramindonésios e saíram do país,deixando para trás umanalfabetismo de 45% dascrianças em idade escolar.Além disso, as instalações eos recursos escolarestornaram-se precários einsuficientes. A situação agrava-se aolevarmos em conta que amaioria das crianças possuicomo língua materna o“Tetum” e não conhece oportuguês, declarado língua oficial.Assim sendo, acreditamos queos voluntários brasileiros,todos eles com experiênciapedagógica e educacional,poderão contribuireficazmente para a formaçãode algumas gerações de professores e alunos. Pelo entusiasmo que pudeconstatar tanto na preparaçãodo início do ano escolar comona aprendizagem do Tetum, a língua nacional, é evidente que os frutos serão abundantes.A presença desses voluntários,por último, constitui-se numparadigma de cooperação

interprovincial, abrindocaminho para novas vocações“ad gentes”, tanto entreirmãos como entre leigosengajados e idealistas.

O irmão Claudino com o irmão Raimundo e os cooperadoresdo Brasil Centro Norte.

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estava oculto aos meus olhos,mesmo que respeitado eadmirado em meu coração.O encontro com os irmãos dascomunidades que visitei, umaem Petaling Jaya e outra emMalacca, significou para mimum encontro com a fidelidadepessoal de irmãos que amamprofundamente seu povo e aIgreja e que, apesar da idade,continuam sendo fecundos emseu apostolado, em sua vida deoração, em seu sentir-semarista, no seu serviço juntoaos jovens, com quem vivemna escola e nas paróquias.Descobri na Malásia umasociedade plural em raças,culturas e crenças. Os católicossão parte minoritária dasociedade (3 a 4%), porémconvivem com um profundosentido de respeito, tolerânciae paz. A igreja é jovem,atrativa, familiar e comesperança em um futuro quemotiva a identificar-se comopovo de Deus em marcha. Faziatempo que não via celebraçõeseucarísticas e uma exposiçãodo Santíssimo com tantaalegria, canções e desejos dejuventude espiritual, profundae viva. Entre tanta juventude etão próxima da Igreja, eu meperguntava pelo futuro maristanessa terra da Malásia, e pelaesperança vocacional de vidamarista e de irmão.

Oencontro com essamaravilhosa cultura

asiática me abriu o coraçãopara uma nova realidadeinternacional, intercultural,inter-religiosa e interfraterna.Os valores da acolhida,delicadeza, profundaespiritualidade, amor ao PadreChampagnat, vida simples eevangélica, interpelaram minha

mente ocidental eme fizeram sentira riqueza dapluralidade e ogrande valorhumano e religioso quesupõe ainternacionalidadedo nossoInstituto, um“arco-íris” de vidamarista que

A NEGOMBOPASSANDO PELA MALÁSIA

Ir. Samuel Holguín, Provincial de Ibérica

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John Chin, Théoneste Kalisa, Teoh Robert, Samuel em Kuallampur.

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PAQUISTÃOIr. Manuel Jorques Bru,

Superior Provincial de Mediterránea

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J unto com o irmão PedroHerreros, que apenas

conhecia e que foi o meuprimeiro presente dessaexperiência apostólica, inicieiminha visita às Comunidades doPaquistão.Que tesouros descobri?1. A riqueza humana, fraterna eespiritual de irmãos vivendo com simplicidade, alegria eausteridade sua vocação marista.Um ritmo de trabalho sereno,sem pressa, opções muito clarase decididas. Grande preocupaçãopela Pastoral vocacional e peloacompanhamento aosPostulantes.2. A convivência respeitosa eamiga entre professores eirmãos. Pessoas conscientes desua responsabilidade, dotrabalho, funcionários que sesentem queridos, apoiados eanimados. “Os irmãos nosvalorizam e nos respeitam comopessoas”. Há um grande respeitopela opção religiosa.3. A alegria, atenção e acolhidapor parte dos alunos quepudemos visitar nas salas econviver com eles durante osrecreios e tardes livres. Eles sesentem em casa e estão sempredisponíveis para qualquernecessidade que haja no Colégio:limpeza, mudança de cadeiras,decoração, etc.4. A delicadeza e a grandequantidade de pequenos detalhes

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com que a todo momento te fazem sentir em família,querido e acolhido. Não te sentes estranho, nem tampouco estrangeiro. 5. A fé celebrada ecompartilhada com granderespeito, um sentidoespiritual profundo queabarca toda a vida e que teenvolve. Rezar, orar, guardarsilêncio e dirigir-se a Deusé algo tão natural comorespirar.Felicito os irmãos do Paquistão por sua opção tãocorajosa e preferencial pelos pobres enecessitados, porque na paixão de um coraçãomovido pelo amor aJesus, às crianças e aos jovens,encontram sua força, energia e valor.

Alunos e professores de Sarghoda

O irmão Pedro com os postulantes em Faisalabad.

Irmãos Pedro e Gregory rodeados de aspirantes maristas.

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acolhedor, serviu para nossareunião. Falamos, partilhamos ojantar, tiramos algumas fotos ecantamos a Salve. Entretanto,um calafrio me percorre o corpoe a emoção me embarga a voz.Depois de dois dias em Beijing,empreendemos viagem à cidadede Zangye. Outros dois dias paraconviver com os dois irmãos queestão ali. Outra vez sentimostão próximo o espírito de famíliamarista, sua amabilidade edelicadeza para conosco, quenão são fáceis de descrever.Visitamos as casas onde morame conversamos longamente –com amor e carinho – sobre suasinquietudes e seu trabalho. Hoje, já envolvido com ostrabalhos da VII ConferênciaGeral, porém ainda com os olhoscheios de paisagens, com ocoração pleno do espírito defamília marista, a menteadmirada e surpresa por tudo oque foi vivido, não posso deixarde valorizar muito positivamentea visita à China. Sinto-me maismarista e mais irmão.Compreendi melhor e admiromais a vida dos irmãos,enquanto recordarei por muitotempo o exemplo que me deram.Queira Deus que sejamoscapazes de ajudá-los para que aobra marista volte a florescercom mais vigor nessas terras dosol nascente, onde a semente deSão Marcelino continua viva.

O rtega y Gasset – filósofoespanhol – disse que

“surpreender-se e admirar-se écomeçar a entender”. Nadamelhor que suas palavras para

expressar meussentimentos duranteminha visita aos irmãosmaristas da China,porque a mente nãopára de surpreender-sediante do que vêem osolhos e do que ocoração estranhabuscando apreciar maiso que vive, sem pausae muito depressa, emcada momento, em

cada visita, no rosto de cadairmão, nas pessoas que te olham e olham. O primeiro dia – ao entardecer –tivemos um encontro com cincoirmãos que vivem em Beijing.Um apartamento simples,pequeno, porém profundamente

China:uma visita entre surpresa, admiração e encanto

Ir. Primitivo Mendoza, Provincial de Compostela

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Na placa está escrito:

Lugar histórico da cidade de Beijing.Neste edifício esteve

a primeira escolamarista francofônica

da China.

Zhangye: os irmãos Demetrio Espinosa,Emili Turú e Primitivo Mendoza,

visitantes, junto com Tom Chin, JohnLek e Rosendo Yee.

VISITA AO JAPÃO

Ir. Lawrence Ndawala, Provincial de África Austral

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D entro do plano preparadopara as visitas antes da

Conferência, a mim coubevisitar os irmãos do Japão.Meu companheiro de viagemfoi o Ir. Réal Coutier, privincialdo Canadá. Fizemos a visitaentre os dias 26 de agosto e 2de setembro de 2005.A comunidade é formada pordois irmãos, ambos com maisde setenta anos de idade: Ir.Ramón, espanhol, e Ir. Joseph,natural do Japão. Há outroirmão japonês, que, porém,trabalha na Austrália. Aresidência dos irmãos está emum canto do colégio.Desde a nossa chegada emSuma, Kobe, vimos claramenteque os irmãos desejam mantera ‘presença’ marista nocolégio. Estão buscando‘sangue novo’, de qualquerparte do mundo, que os ajude.Esses irmãos almejados seocupariam de:1. Trabalhar com os emigrantesbrasileiros e peruanos quevivem no Japão. Os padresmaristas já se dedicam a umgrupo deles, em Nara. Algunsemigrantes de Kobe utilizam oginásio do colégio nosdomingos à tarde. O Ir. Ramóntrabalha com eles.2. Acompanhar pastoralmentea grande comunidade detrabalhadores filipinos que nãopôde, até agora, organizar sua

vida cristã por causa da faltade sacerdotes e religiosos.3. Apoiar a presença da minoria católica dessa parte do mundo.O Japão é um dos países maispotentes do mundo. Isso éevidente quando se observa a organização dos serviçossociais. É uma sociedadematerialista.O maior desafionaquele país é acultura. Não é possívelfazer nada seminculturação. É umpaís oriental e lugaronde convivemdiversas religiões.O idioma é umadificultade ulterior,visto que é necessáriomuito tempo paraaprendê-lo.

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também atividades para ajudaros pobres. Por exemplo, o“Champagnat CommunityExtension Services”. Trata-se de um projeto paraajudar os indígenas a sair da pobreza. O trabalho podeconsistir, por exemplo, emajudá-los a iniciar e gerir uma pequena chácara, um campo agrícola, construir casas ou fazerpoços. Fiquei impressionado com acomunidade dos irmãos emBuda, que se encontra naregião montanhosa, afastadada cidade. Não tem ainda nemeletricidade, nem telefone. Noentanto, eles têm água emabundância. Os irmãos levamuma vida muito simples comoas pessoas do vilarejo:contentam-se com umacabana feita de madeira. Elestrabalham com o bispo dadiocese e o padre da paróquia:animação dos jovens,supervisão dos trabalhosescolares, formação deanimadores de comunidadesde base, etc.Os irmãos das Filipinas nosdão um bom exemplo demissão junto às crianças ejovens: vivem a solidariedadecom os pobres e os ajudam amelhorar a vida deles atravésde diferentes projetos deassistência.

A Província marista dasFilipinas conta com 49

irmãos divididos em 12comunidades. Sua missão ésobretudo o trabalho nasescolas; oferecem umaformação acadêmicaimportante, como tambémeducação cristã.Em algumas escolas, os irmãosoferecem a oportunidade aos

jovens pobres derealizarem seusestudos através dosistema “Workingstudent”, isto é, ojovem estuda sempagar, mas nos diasferiados ou durante asférias, ele prestaserviço à escola.Paralelamente, certascomunidades têm

VISITA ÀS FILIPINAS

Ir. Sylvain RamandimbiarisoaProvincial de Madagascar

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F oi uma experiência deinserção numa cultura

totalmente diferente daminha. Senti o apelo a sair demim mesmo e “caminhar comos pés” do povo do Sri Lanka.Os Irmãos vivem de maneirasimples e austera em relação amoradia, meios de transporte,vestuário e alimentação. Oscolégios da Província tambémsão muito simples e acessíveisà classe popular, porque ogoverno subvenciona parte dosalário dos professores (60%).Os pais cobrem os outros 40%do salário, e a limpeza dassalas é feita pelos própriosalunos. O povo leva tambémuma vida simples e austera.Percebi um grande apreço evalorização das raízesculturais do país, resultandodaí o apreço e o respeito peladiversidade. Nas escolasMarista, notei o cultivo da música popular, das danças típicas e de outrastradições culturais.Apesar das tensões atuais edo passado, nota-se uma boaconvivência entre as religiões.No país convivem as grandesreligiões: budismo, hinduísmo,islamismo e catolicismo. Oscatólicos são somente 7% dapopulação. Sendo minoria, sãocatólicos por convicção emuito praticantes. O noviciado de Tudella é

um exemplo concreto deinterculturalidade. O mestre é australiano e os noviços provêm doPaquistão, da Índia e doSri Lanka. Os paquistanesese indianos são da raçaTâmil e os do Sri Lanka sãocingaleses. Nos três paísesos católicos são minoria.Nos nossos colégios,percebi muita disciplinanestes momentos: recreios,entrada na sala de aula, nas próprias salas, nas relações professor-aluno.Relativamente a minhacultura, pareceu-me umadisciplina exagerada, masparece que no Sri Lanka isso é normal, pois o povo é bastante ordeiro e disciplinado.

SRI LANKA

Ir. Tercílio Sevegnani, Provincial do Brasil Centro-Sul.

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intelectual. Um bom númerodeles foi praticamenteabandonado por seus pais.Muitos irmãos têm um diplomade serviço social, e usam seusconhecimentos e habilidadesde uma maneira que seenquadre plenamente dentro doespírito de Champagnat.Percebe-se que os meninosgostam dos irmãos, umarelação que é fruto de umcuidado paciente e afetuosoque os irmãos têm com eles. Osmenores vão à escola enquantoos maiores se dedicam a tarefascomercialmente produtivas emoficinas da propriedade.O almoço que tivemos nonoviciado nos deu aoportunidade de conhecer ostrês noviços. A propósito, háuma perspectiva de dezaspirantes para o próximo ano.Em terras onde a Igreja celebra103 mártires canonizados, a féé muito forte, e, apesar dopoder de uma sociedadeorientada para o consumo, atradição pelo estilo de vidasimples dos irmãos constituium grande impacto.Partimos da Coréiaprofundamente agradecidospela hospitalidade, ao estilocoreano, com que nosbrindaram os irmãos, e pelosgestos de atenção que tevepara conosco o irmão John Vianney.

Q uando alguém põe os pésno aeroporto internacional

de Incheon, está dando oprimeiro passo para entrar emuma Coréia muito rica. É uma

riqueza que se percebede muitas maneiras,mas, especialmente,em sua infra-estrutura. É um paíscativante e de muitoprogresso. Ascalorosas boas-vindasque nos deram osirmãos contribuírampara essa simpatia.Os irmãos do Distritoda Coréia não sededicam ao trabalhoescolar; mesmo assim,um dos 27 que vivemali trabalha em umaescola oficial. OSuperior do Distrito,irmão John VianneyKim, nos disse que umdos seus maioresdesafios é encontrartrabalho apostólicoque esteja em sintonia

com o sonho de Marcelino.Nessa visita estavam comigo osirmãos Gilchrist (Melbourne) eJohn Thompson (Sidnei). Oponto alto da nossa visita foiquando estivemos nacomunidade do Lar MaristaChoong-ju, onde os irmãosmantêm um centro de acolhidapara meninos com déficit

VISITA À CORÉIAIr. Carl Tapp

Provincial de Nova Zelândia

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Irmãos Paul Gilchrist, John Thompson, Carl Tapp

e Jacob com jovens no Noviciado Choong-ju.

Grupo do Noviciado. Sentados:Irmãos Paul, Carl e Damaso (N)

Alfredo Below: Ir. John Yang Francisco (N) Canudo

(N) Irs. John Thompson, John Oh

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CAMBOJA

Ir. John ThompsonProvincial de Sidnei

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É praticamente impossívelum visitante imaginar as

boas-vindas que o esperam por parte dos alunosdeficientes da escola LaValla.Eles vêm em suas cadeiras derodas, patins ou muletas como mais belo sorriso nos lábiose as mãos juntas numarespeitosa saudação. Quandoos noventa alunos voltaram asuas atividades, pudemos ver a figura do irmão Darryl, no jardim.A escola LaValla cresceunotavelmente desde seuhumilde começo em locaisalugados no centro de PhnomPenh, em 1998. Em 2000 e em2005, foi feita a mudança parao local atual, onde fizeraminstalações adequadas parameninos e meninas, com umcomplexo dotado de salas eoficinas, instalações dehidroterapia, área de recreio euma granja em expansão. Oprojeto está financiado pelaProvíncia de Sidnei. Tambémrecebe doações de ONGs e depessoas particulares.Tem fama de ser uma escolaextraordinária, sem a qualesses alunos normalmente nãoreceberiam educação, e nelaexiste uma equipe excelentede professores (deficientesfísicos) que ensina tão bem,que muitos alunos fazemrápidos progressos no

primário. Os que terminamessa fase se inscrevemimediatamente para o cursosecundário (coisa que eraantes impensável paradeficientes). O administradorde LaValla (Ouch Nimel)construiu um albergue emPhom Penh, onde osestudantes podem adquirirhabilidades profissionais. O bispo Emile nos fez umavisita para conversar. Suarelação com os irmãos, com aspessoas de confissão budista ecom os meninos era cálida edemonstrava confiança. Emsua reflexão sobre a questãoda evangelização, dizia:“Vocês lhes dão esperança (àscrianças mais vulneráveis doCamboja), lhes dão alegria, ospreparam para uma vidamelhor. O que mais Deus podepedir de vocês? O Espírito farátodo o resto”.

VISITA A SINGAPURA

Ir. Maurice Berquet, Conselheiro geral

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todos rezam o Pai nosso!Tive o prazer de encontrar as duas fraternidades maristasde Singapura. Um dos membros é o Vice-Presidente mundial das Conferências São Vicente de Paulo. Ao ser interrogado sobre a ausência de pobreza visívelem Singapura, ele respondeu-me:Considerando o fato de quemendigar seja um delito, por que você acha que MadreTeresa estabeleceu umacomunidade aqui mesmo?Duas outras reuniões mepermitiram dialogar com osprofessores das nossas Escolase com o padre da paróquia.Acredito que a escola católicaem Singapura é um lugarprivilegiado de evangelizaçãopara as crianças, mas tambémpara os pais. Também percebi o desejo dosprofessores leigos de que hajamais irmãos para trabalharjunto aos jovens e continuar amostrar o que é um IrmãoMarista.Um grande obrigado aosirmãos Paul, Joseph eAnthony que acolheram-me efacilitaram os meus diversosencontros. Meus sincerosvotos de restabelecimento ou melhoria da saúde aos irmãos Natal e Kevin.

D epois de várias mudançasde programa, acabei sendo

o único a visitar os nossosirmãos de Singapura, de 30 de agosto a 3 de setembro. São membros da Provínciamarista da China, cuja casaprovincial se encontra naMalásia, o país vizinho. Existem atualmente cincoirmãos em Singapura, dois dos quais em casas derepouso. A única comunidadenão situada no lado dekindergarten, uma das duasobras maristas de Singapura,com o grande colégio MariStella High School.A Igreja é constituída de umaúnica diocese e vive a situaçãodas minorias: Somente 4,7%dos 4,5 milhões de habitantessão católicos. Esta situação éreencontrada nas nossasescolas, onde os professores eos alunos católicos são

igualmenteminoritários.Isso,aparaentemente,não representaum problemanem para ospais nem paraos professoresde outrasconfissões. Nas orações da manhã nokindergarten,

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Com as professoras do kindergarten.

Com alguns funcionários do Mari Stella.

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O costume de reunir um grupo significativode irmãos para tratar dos assuntos importan-tes do Instituto já era uma prática de Marce-lino, que via nessa reunião uma ocasião parafomentar a união dos irmãos. A origem destaestrutura ao serviço do governo geral, tal co-mo a conhecemos agora, começou a tomarforma e ter sua funcionalidade definida a par-tir dos ares de renovação do novo estilo degoverno das instituições religiosas suscitadopelo Concílio Vaticano II. A Sétima Comissãodo XV Capítulo geral, à qual foi solicitado o

estudo sobre a saúde dos irmãos e o cuidado com os irmãos anciãos, apresentou o se-guinte desejo: “Que, por ocasião do retiro anual, sejam organizados, na Casa geral, ses-sões para os irmãos Provinciais a fim de estudar juntos, sob a direção do irmão Superiorgeral e do seu Conselho, os melhores meios para enfrentar os problemas do momento. O Capítulo faz seu esse desejo e decide que o Conselho geral fixará a periodicidade des-sas sessões (cada três ou quatro anos)” (Circulares, XXII, p. 281).O irmão Charles Raphaël pôs em prática essa resolução do XV Capítulo geral convocandoem duas ocasiões (5-16 de outubro de 1961 e 4-12 de maio de 1965) a “Reunião geraldos irmãos Provinciais”. O XVI Capítulo geral estabeleceu, no Diretório (177), que aConferência geral “fosse convocada duas vezes no decurso de um Capítulo geral ordinárioaté o seguinte”, cujo período era de 9 anos, integrando assim a nomenclatura e as estru-turas do Instituto àquelas usadas na Igreja que acabava de incluir às já tradicionaisConferências episcopais existentes em vários países. A Conferência geral, sendo uma as-sembléia consultiva, tem uma dinâmica e um funciona-mento diferente de um Capítulo geral. Este tem plenaautonomia em relação ao Conselho geral e é autoridadesuprema extraordinária do Instituto. Por outro lado, a or-ganização, a temática, as atividades e a duração daConferência geral são competência do Superior geral e doseu Conselho em diálogo com os Provinciais. Durante osCapítulos, as decisões são votadas e expressas em formade documentos para o Instituto. Nas Conferências, as de-cisões não são votadas, porém busca-se um consenso so-bre os aspectos que serão impulsionados nas Provínciasou no Instituto, mesmo que não sejam escritos em formade documentos e declarações oficiais. Estas diferenças setraduzem na forma de trabalhar e, certamente, nos obje-tivos que se perseguem e nos meios para alcançá-los.

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As Constituições ma-ristas descrevem a

Conferência geral comouma assembléia consul-tiva que tem um duploobjetivo: consolidar aunidade dentro do Insti-tuto e estudar os assun-tos de interesse geral epropor-lhes solução.

O QUE éaCONFERÊNCIAGERAL

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ANO SUPERIOR DATA LUGAR RESUMO

1. 1971 Ir. Basilio Rueda 28.04 a Roma Meditação em voz alta15.05.1971 (Itália) de um Superior geral

aos seus irmãos Provinciais

2. 1974 Ir. Basilio Rueda 07.04 a Roma Preparação 21.05.1974 (Itália) do XVII Capítulo geral

3. 1979 Ir. Basilio Rueda 01. 10 a Roma Vida consagrada,14.10.1979 (Itália) Projeto de vida

comunitária, Pobreza e justiça... A Família marista, o Patrimônio marista

4. 1982 Ir. Basilio Rueda 03.10 a Roma Avaliar o progresso 17.10.1982 (Itália) da renovação

no Instituto e preparar a redação das Constituiçoes e Estatutos

5. 1989 Ir. Charles Howard 21.09 a Veranópolis O Irmão marista e15.10.1989 (Brasil) sua missão para o futuro.

Foi convidado um grupo de irmãos jovens

6. 1997 Ir. Benito Arbués 12.09 a Roma Refundação do Instituto.04.10.1997 (Itália) Fora convidados 8 irmãos

jovens e 8 leigos

7. 2005 Ir. Seán Sammon 05.09 a Negombo Suscitar a vitalidade30.09.2005 (Sri Lanka) do carisma e missão

maristas, hoje

XVI Capítulo geral 1967

HISTÓRIA DAS CONFERÊNCIAS GERAIS

XVII Capítulo geral 1976

XVIII Capítulo geral 1985

XIX Capítulo general 1993

XX Capítulo general 2001

XXI Capítulo geral...

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PROGRAMA DE VII CONFERÊNCIA GERAL

■ Segunda-feira, 05 de setembro

Boas-vindas a Sri Lanka. Missa de abertura.Reflexão e intercâmbio sobre as visitas Ásia

■ Terça-feira, 06 de setembro

Um especialista e um painel: A Igreja na Ásia.

■ Quarta-feira, 07 de setembro

Discurso de abertura do irmão Seán. Um tempo para tomar decisões!Reflexão sobre a vitalidade a partir dos cinco apelos

■ Quinta-feira, 08 de setembro

Reflexão sobre a vitalidadedos cinco apelos

■ Sexta-feira, 09 de setembro

Os Irmãos Maristas e o apelo da Igreja para a evangelização da Ásia

■ Sábado, 10 de setembro

Tempo de assimilação.Tarde cultural.Reunião com os irmãos do Sri Lanka.

■ Domingo, 11 de setembro

Livre

■ Segunda-feira, 12 de setembro

Animação e governo. Reestruturação.

■ Terça-feira, 13 de setembro

Pastoral Vocacional

■ Quarta-feira, 14 de setembro

Formação inicial

■ Quinta-feira, 15 de setembro

Formação inicial

■ Sexta-feira, 16 de setembro

Formação permanente.

■ Sábado, 17 de setembro

Visita cultural e religiosa

■ Domingo, 18 de setembro

Visita cultural e religiosa

■ Segunda-feira, 19 de setembro

Segunda rodada das visitas do Conselho Geral.

■ Terça-feira, 20 de setembro

Economia e uso evangélico dos bens

■ Quarta-feira, 21 de setembro

Plano de reconstrução de l’Hermitage

■ Quinta-feira, 22 de setembro

Missão

■ Sexta-feira, 23 de setembro

Leigos – Procurador geral

■ Sábado, 24 de setembro

Tempo de interiorização

■ Domingo, 25 setembro

Missa na Paróquia de Duwa

■ Segunda-feira, 26 de setembro

Calendário do Conselho geral para 2005 – 2009. XXI Capítulo Geral

■ Terça-feira, 27 de setembro

Formação dos Secretários Provinciais Documento Espiritualidade Apostólica Marista

■ Quarta-feira, 28 de setembro

As comunicações do Instituto e a Página Web.Visita ao Colégio Maris Stella de NegomboCausa dos Santos, Colégio internacional, Casa Geral

■ Quinta-feira, 29 de setembro

Acordo sobre algumas orientações básicas

■ Sexta-feira, 30 de setembro

Avaliação de Conferência Geral. Discurso de encerramento. Celebração de envio.

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C heguei a Negombo quandoterminavam os preparativos

para acolher os irmãos àConferência. Havia atividades emvários lugares diferentes edistantes entre si. O Goldi SandsHotel iria ser a casa marista porum mês. Pouco a pouco os váriosambientes iam assumindo aatmosfera marista de quenecessitavam. Foi reservado nohall do hotel um lugar privilegiadopara Marcelino e para Maria, queacolhiam com os braços abertos aquantos chegavam. Cartazes,posters, faixas davam um toqueparticular em toda parte. Aochegar a essa formosa ilha,receberam-nos brindando com umaafetuosa acolhida. No Maris StellaCollege expressaram-na com a letrade uma canção composta por umirmão: “Damos-lhes as boas-

vindas, queridos amigos, às terrasdo grande continente que viunascer quatro dos grandes rios dareligião, os quais correm para osquatro cantos do mundo. Comafeto e coração aberto, nós osacolhemos, queridos irmãos, naterra em que os quatro credos quedão consolo espiritual àhumanidade se desenvolveram comentusiasmo; na terra três vezesanimada pelos beijos suaves dospés de Buda; no paraísoresplandecente do SriLanka.Partilhamos o amor de Deuscom os filhos dispersos por todo omundo. Sejam bem-vindos, filhosde Marcelino! Bem-vindos à Ásia!Bem-vindos ao Sri Lanka.”!Chamou-me a atenção um quadrona sala de conferências: sobre ummar aberto navega o catamarã doInstituto com as velas abertas e

Ao deixar Negombo

Uma parábola para a ConferênciaIr. AMEstaún

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cheias de vitalidade pelos mares daÁsia. E um letreiro: SétimaConferência Geral. 5 – 30 desetembro. Negombo – Sri Lanka. Vios carpinteiros fazendo os últimosretoques. No espaço que íamosutilizar como capela, penduravamuma cortina branca onde umartista havia apenas esboçado oconteúdo de um quadro. Nela, via-se, através de longos traços delápis, o rosto de Marcelino,rodeado de crianças, cujas figuraseram indefinidas e sem cor. Norefeitório, num lugar de destaque,via-se um quadro de linhasingênuas, porém seguras, commuitas cores, representandoMarcelino com pele morena,rodeado de crianças de rostosbrancos e rosados. O conjuntoexpressava a atividade diária deum colégio. Um canto à educaçãomarista. Ao comparar os doisquadros, surgiu-me a impressão deque um estivesse terminado, e ooutro não. Não houve tempo paraconcluí-lo, pensei. Porém, como agênese de todas as coisas está nofinal, o quadro não-concluído setransformou em parábola para aConferência.Particularmente, não conheço oautor do esboço, nem o tema quedeseja desenvolver, porém acreditoque poderia intitular-se: “a missãodos maristas na Ásia”. Esse poderiaser o motivo do quadro inacabadoque presidiu todas as celebraçõeslitúrgicas. Os traços mais definidosnele são os de Champagnat.Percebem-se também alguns traçosde crianças realizando algumasatividades. Porém tudo estáapenas esboçado através de váriostraços a lápis.Assim, aquela tela permaneceudurante toda a Conferênciaesperando as pinceladas que

dariam vida e cor ao projeto. Terásido uma decisão do artista deixá-lo assim? No início da conferênciaperguntei se alguém viria concluí-lo. Irão deixá-lo assim? E ouvialguém respondendo atrás de mim:E por que não? Perguntei, porque a

mim agrada terminar o que começoe o mais rápido possível; não emum momento qualquer. Porém,refletindo um pouco, dei razão aomeu interlocutor. Por que as obrasde arte devem ser definitivamenteacabadas e perfeitas? Há arte que

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é vida e se aperfeiçoa no dia-a-dia. Cada dia deixa seu reflexo eseu matiz.A manhã em que se interiorizavatudo o que foi vivido durante aConferência e se fazia uma síntesepessoal, começou na capela comum momento longo de silêncio ede reflexão. Um dia ou algumashoras de “deserto”, comonormalmente acontece durante osretiros. Transportar-nos física eespiritualmente para um desertocomo este da península arábica,que estamos atravessando agora,escrevendo e passando por Amãem direção a Roma, é colocar-nos,como Jesus, diante da tentaçãoque apresentam os desafiosfuturos. Correr o risco de dizer sima Deus ou fraquejar. Nessesinstantes contemplativos hásilêncio ao redor. Busca-se osilêncio porque é nele que se geraa palavra, a intuição. Quando apalavra permanece no silêncio,torna-se fecunda e nasce cheia devida. Depois de um longo espaçode tempo cheio de silênciocontemplativo, foi pedido aosirmãos que escrevessem sobreaquela tela uma palavra, uma frasesignificativa a respeito do que aConferência estava dizendo a cadaum naqueles momentos finais. Nosilêncio se engendra a palavra. Osilêncio envolvia a alma daConferência. E no silêncio estava a

palavra. Pediu-se uma palavra,uma breve expressão queresumisse, que sintetizasse osentimento que os trabalhos e aConferência deixaram no coração.Os vocábulos, as frases que osirmãos plasmaram, com sua grafiae em seu idioma nativo, eramcomo as línguas de fogo doPentecostes. Falaram em línguas.E, em um primeiro momento,ininteligíveis: chineses,cingaleses, coreanos, argentinos,canadenses, filipinos, ruandeses,espanhóis, holandeses...representando 77 países,rompendo os limites das quatrolínguas oficiais. Todos falavam emlínguas diferentes, mas todos seentendiam. Animava-os um mesmoespírito. Terminou a VIIConferência Geral. Ali ficou oquadro com a tela quase branca,com uma história não concluída,porém bastante avançada.Negombo continuou a proposta deVeranópolis e dos últimosCapítulos Gerais, transformando asfronteiras romanas do Institutoque sempre nos convidaram àuniversalidade. Essa universalidadee internacionalidade queChampagnat e seus irmãosempreenderam um dia, a partir del’Hermitage, em busca de novasdioceses para seus planos.Aí está oquadro de Negombo recolhendojunto a Champagnat os novos ares

do Instituto movidos pela VIIConferência Geral. Um quadroinconcluso, porém programático.Em cada Província do Institutoforam acrescentados os traçospertinentes, próprios, inculturados.Cada região dará sua tonalidade eseu brilho. Também as sombras estarãopresentes; deve-se contar com elaspara realçar os contrastes.Pincelada a pincelada, com overmelho intenso do amor, ostraços seguros do verde esperança,os matizes imprescindíveis domarrom que interferem em nossasvidas, ou do branco dos aleluias,dar-se-á pouco a pouco forma aesse quadro da vida institucionaldurante os próximos quatro anos.Negombo será um novo marco emnosso caminho. O catamarã, comsua vela quadrada e versátil,presidiu a abertura dos trabalhosda Conferência indicando o rumoda Ásia. Hoje, o Instituto abresuas velas ante as lufadas do ventodo Espírito, no desejo de que nosleve a bom porto, pelas mãos deSanta Maria da Boa Viagem que, apartir da igreja de Duwa, guiou ocaminho de volta de cada irmão.Adeus, Negombo e Colombo, com asaudade da formidável acolhidaque os irmãos nos dispensaram. Aodeixar Sri Lanka, levamos nocoração a missão de abrir mais asfronteiras do Instituto “adgentes”, de envolver os leigos emsua missão, de consolidar ocaminho marista para Deus comuma sólida espiritualidade, departilhar em gestos desolidariedade com os necessitadostudo de bom que temos entre osirmãos. Tudo isso haverá decompor um belo quadro multicolorem torno a Champagnat, realizadocom o espírito de l’Hermitage.

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P R O V I N C I A SNOVIÇOS IRMÃOS DIMINUIÇÃO PROFISSÃO

1º 2º TOT Temp Perp TOT Difs Sals TOT 1ª Prof PPer

1. AFRIQUE CENTRO-ESTE 9 3 12 30 53 83 0 1 1 8 02. AMÉRICA CENTRAL 0 0 0 14 119 133 3 1 4 0 33. BRASIL CENTRO-NORTE 2 0 2 38 106 144 2 11 13 7 44. BRASIL CENTRO-SUL 12 0 12 34 109 143 7 2 9 8 25. CANADÁ 0 0 0 3 185 188 9 0 9 0 06. CHINA 0 0 0 0 35 35 1 0 1 0 07. COMPOSTELA 0 0 0 2 276 278 6 2 8 0 18. CRUZ DEL SUR 3 3 6 12 159 171 6 2 8 5 19. EUROPA CENTRO-OESTE 0 0 0 0 192 192 11 0 11 0 0

10. IBÉRICA 0 0 0 2 218 220 2 0 2 0 111. L'HERMITAGE 0 1 1 3 472 475 12 4 16 0 312. MADAGASCAR 0 0 0 8 52 60 0 1 1 0 013. MEDITERRÂNEA 4 2 6 32 294 326 7 5 12 1 314. MELBOURNE 2 2 4 16 105 121 2 1 3 4 115. MÉXICO CENTRAL 1 0 1 26 123 149 4 1 5 3 016. MÉXICO OCIDENTAL 0 0 0 7 138 145 2 2 4 1 217. NOVA-ZELÂNDIA 2 0 2 6 118 124 5 2 7 0 018. NIGÉRIA 2 1 3 18 68 86 1 0 1 7 419. NORANDINA 6 0 6 16 137 153 4 3 7 2 120. FILIPINAS 4 2 6 15 36 51 0 1 1 4 221. RIO GRANDE DO SUL 8 2 10 46 183 229 7 5 12 7 322. Sª. MARIA DE LOS ANDES 0 2 2 2 128 130 4 3 7 0 223. ÁFRICA DO SUL 11 12 23 47 72 119 0 0 0 12 124. SRI LANKA E PAKISTÃO 2 0 2 1 36 37 0 0 0 0 125. SIDNEI 4 1 5 36 225 261 2 5 7 5 126. ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA 0 0 0 2 212 214 2 2 4 0 0

TOTAL 72 31 103 416 3851 4267 99 54 153 74 36

* Nota: As Províncias correspondem àquelas depois da reestruturacão (janeiro 2005)

SEGUNDO OS DADOS DO SERVIÇO DE REGISTRO E ESTATÍSTICA DO SECRETARIADO GERAL

ESTATÍSTICA GERAL DO INSTITUTO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2004*

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IRMÃOS QUE FIZERAM A PRIMEIRA PROFISSÃO NO ANO 2004

SEGUNDO OS DADOS DO SERVIÇO DE REGISTRO E ESTATÍSTICA DO SECRETARIADO GERAL

SOBRENOME NOME PROVÍNCIA PAÍS DE ORIGEM DATA

1. Kalendelo Valerian Afrique Centre-Est Tanzânia 2004-07-032. Ally Hussein Pascal Afrique Centre-Est Congo R.D. 2004-06-203. Bulume Shamabale Désiré Afrique Centre-Est Congo R.D. 2004-06-204. Khakula Benard Newton Shamaia Afrique Centre-Est Kenya 2004-07-035. Kabwika Richard Afrique Centre-Est Congo R.D. 2004-06-206. Ntabala Ndege Théodore Afrique Centre-Est Congo R.D. 2004-06-207. Muke Kianosok Herman Afrique Centre-Est Congo R.D. 2004-06-208. Ganazoui Ouessewane Bérénil Jacques Afrique Centre-Est Centrafrique 2004-06-209. Neves Santos Ronilton Brasil Centro-Norte Brasil 2004-12-26

10. Duarte De Souza Hyndson Gray Brasil Centro-Norte Brasil 2004-12-2611. Da Silva Carlos Henrique Brasil Centro-Norte Brasil 2004-12-2612. Mangueira Lima Acleto Brasil Centro-Norte Brasil 2004-12-2613. Oliveira Bernardo Tiago Brasil Centro-Norte Brasil 2004-12-2614. Panceri Montebeler Rodrigo Brasil Centro-Norte Brasil 2004-07-3115. De Brito Silva Marciano Brasil Centro-Norte Brasil 2004-12-2616. Santana Finamor Alvanei Aparecido Brasil Centro-Sul Brasil 2004-12-0817. Janovski Adilson José Brasil Centro-Sul Brasil 2004-12-0818. Santos Carlos César dos Brasil Centro-Sul Brasil 2004-12-0819. Kuhn Vanderlei Antônio Brasil Centro-Sul Brasil 2004-12-0820. Rottava Dayan Luiz Brasil Centro-Sul Brasil 2004-12-0821. Uberti Cassiano Brasil Centro-Sul Brasil 2004-12-0822. Serena Marcos Brasil Centro-Sul Brasil 2004-12-0823. Santorum Darlan Brasil Centro-Sul Brasil 2004-12-0824. Bernal Castello Juan José Cruz del Sur Argentina 2004-02-0825. Chimeno Jáuregui Pedro Cruz del Sur Argentina 2004-02-0826. Borja Bogado César Concepción Cruz del Sur Paraguai 2004-01-0427. Flecha Benitez Marciano Cruz del Sur Paraguai 2004-02-1428. Santiago Coca Fernado Diego Cruz del Sur Argentina 2004-02-0829. Ntoban Humphery Yufenyu Mediterránea Camarões 2004-06-1930. Sowrimuthu Saul Placious Melbourne India 2004-02-2131. Chinnappan Arul Rozario Melbourne India 2004-02-2132. Masilamani Anantha Raj Melbourne India 2004-02-2133. Durai Suresh Durai Melbourne India 2004-02-2134. Kim Anselmo (Dong-ryol) KIM México Central Coréia 2004-06-0635. Castillo Garcia Jaime México Central México 2004-06-1236. Lee Raphael (Myung-ho) México Central Coréia 2004-06-0637. Uribe López Alejandro México Occidental México 2004-06-1238. Odo Nathaniel Uchenna Nigeria Nigéria 2004-06-1939. Angulu Paul Edward Nigeria Nigéria 2004-06-1940. Uzor Henry Chidi Nigeria Nigéria 2004-06-1941. Abiaka Donatus Uzoma Nigeria Nigéria 2004-06-1942. Onwuanaku Sylvanus Nigeria Nigéria 2004-06-1943. Iheme Joseph Nigeria Nigéria 2004-06-1944. Mate Philip Olugbenga Nigeria Nigéria 2004-06-1945. Delgado Narvaez Hermes Arbey Norandina Colômbia 2004-12-1546. Regalado Piedra Carlos Eduardo Norandina Equador 2004-12-0747. Suarez Niño Mark John Philippines Filipinas 2004-05-2048. Andoloy Ramil Philippines Filipinas 2004-05-2049. Antiquisa Jeff Rhey Philippines Filipinas 2004-05-2050. Muñoz Albert Philippines Filipinas 2004-05-2051. Both Ronaldo Rio Grande do Sul Brasil 2004-12-0852. Jetelina Douglas Rio Grande do Sul Brasil 2004-12-0853. Lunkes Diego Rio Grande do Sul Brasil 2004-12-0854. Quadros Claudinei Henrique Junnior de Rio Grande do Sul Brasil 2004-12-0855. Rocha João Batista Machado da Rio Grande do Sul Brasil 2004-12-0856. Tenedini Vinícius Domingos Rio Grande do Sul Brasil 2004-12-0857. Schons Joel Pedro Rio Grande do Sul Brasil 2004-12-0858. Kasirayi Garikayi Gabriel Southern Africa Zimbabue 2004-07-0359. Muteveri Ebel Southern Africa Zimbabue 2004-07-0360. Halle Vicente Southern Africa Moçambique 2004-07-03

Dezembro de 2005 105

SOBRENOME NOME PROVÍNCIA PAÍS DE ORIGEM DATA

61. Francisco José Hebo Ricardo Southern Africa Angola 2004-07-1762. Fore Blessing Nyarai Southern Africa Zimbabue 2004-07-0363. Munkhondya Mathias Msango Southern Africa Malawi 2004-07-0364. Mulenga Maximillian Southern Africa Zâmbia 2004-07-0365. Muchibo Kiven Kuziwa Southern Africa Zimbabue 2004-07-0366. Matusse Ilidio José Jacinto Southern Africa Moçambique 2004-07-0367. Khambi Ignatius Francisco Southern Africa Malawi 2004-07-0368. Hibajene Maxwell Southern Africa Zâmbia 2004-07-0369. Nangolo Euclides Cuvalela Southern Africa Angola 2004-07-1770. Kamusap Francis Sydney Papua-N. Guiné 2004-03-2771. Gonko Norman Sydney Papua-N. Guiné 2004-11-2072. Huiruo Noah Sydney Papua-N. Guiné 2004-11-2073. Pekubei Clement Sydney Papua-N. Guiné 2004-11-2074. Ruqegolomo Andrew Sydney Ilhas Salomão 2004-11-20

IRMÃOS QUE FIZERAM A PROFISSÃO PERPÉTUA NO ANO 2004

SEGUNDO OS DADOS DO SERVIÇO DE REGISTRO E ESTATÍSTICA DO SECRETARIADO GERAL

SOBRENOME NOME PROVÍNCIA PAÍS DE ORIGEM DATA PROP

1. Gonzáles Torres César Bernald América Central Nicarágua 2004-12-072. Gonzáles Polanco Mynor Estuardo América Central Guatemala 2004-12-193. Monroy Peinado Carlos Benigno América Central Guatemala 2004-12-194. Lima Manuel da Silva Brasil Centro-Norte Brasil 2004-05-295. Espíndola Cláudio Jairo Gomes Brasil Centro-Norte Brasil 2004-12-236. Lima Iranilson Correia de Brasil Centro-Norte Brasil 2004-12-237. Cruz José Wagner Rodrigues da Brasil Centro-Norte Brasil 2004-12-238. Vogel Paulinho Brasil Centro-Sul Brasil 2004-08-149. Siqueira dos Santos Vanderlei Brasil Centro-Sul Brasil 2004-05-16

10. Cuesta de Diego Pablo Compostela Espanha 2004-10-3111. Romero Méndez Francisco Cruz del Sur Paraguai 2004-02-1412. Mena Goldáraz Alejandro Ibérica Espanha 2004-10-0913. Gual de Miguel Xavier L'hermitage Espanha 2004-10-2314. Collado Sánchez Diego L'Hermitage Espanha 2004-10-2315. Valls Pujol Ismael L'Hermitage Espanha 2004-10-2316. Tekay Washington H Martin Mediterránea Libéria 2004-12-1117. Gragera Fernández-Salguero Francisco Javier Mediterránea Espanha 2004-09-2518. Juárez Moreno Juan Mediterránea Espanha 2004-09-1119. Arockiasamy Henry Alexander Melbourne India 2004-07-1020. Acevedo Sánchez Agustín México Occidental México 2004-06-0521. Villarreal Cavazos Guillermo José México Occidental México 2004-06-0522. Abadom Vincent Uchenna Nigeria Nigéria 2004-08-2123. Nze Augustine Nigeria Nigéria 2004-08-2124. Onukwufor Christian Obiom Nigeria Nigéria 2004-08-2125. Okolo Mark Omede Nigeria Nigéria 2004-08-2126. Villareal Riaño Juan Carlos Norandina Colômbia 2004-04-0327. Jandic Elmer Erio Philippines Filipinas 2004-05-2028. Pizarro Niño Mayor Philippines Filipinas 2004-05-2029. Tiecher Claudino Rio Grande do Sul Brasil 2004-11-2730. Allebrand Márcio Luis Rio Grande do Sul Brasil 2004-11-0731. Orlandi Miguel Antônio Rio Grande do Sul Brasil 2004-05-2932. Menacho Suárez Juan Carlos Sª. María de los Andes Bolívia 2004-12-3033. Cornejo Silva Luis Sª. María de los Andes Chile 2004-10-3034. Sikelo Andrew John Southern Africa Malawi 2004-10-0235. Miranda Robert Manuel Jude Sri Lanka and Pakistan Sri Lanka 2004-08-1536. Tukana John Sydney Papua N. Guiné 2004-11-27

106 • FMS Mensagem 34

SEGUNDO OS DADOS DO SERVIÇO DE REGISTRO E ESTATÍSTICA DO SECRETARIADO GERAL

SOBRENOME NOME NOME DE IRMÃO DATA FAL. ID PROVÍNCIA

1. Dalpiva Adelino Silvestro Silverio Bento 2004-01-03 82 Brasil Centro-Sul2. Schmitt Félix Amphiloque 2004-01-05 90 Mediterrânea3. Aubut Firmin Firmin Marie 2004-01-07 79 Canadá4. Garau Ivo Ivo Marcial 2004-01-08 84 Cruz Del Sur5. Rebollar Campo Antonio Amancio 2004-01-10 85 Compostela6. Kelly Terence Edwin Celestine Terence 2004-01-15 78 New-Zealand7. Connolly Kevin Joseph Norbert Kevin 2004-01-21 78 New-Zealand8. Zanella Pedro Sartori Januário 2004-01-24 91 Brasil Centro-Sul9. Kim (Chang Soo) Bartolomeo 2004-01-26 55 México Central

10. Farrell Keith Boyd Stephen Edan 2004-01-27 82 Sydney11. Santamaría Ibañez Lorenzo Zósimo Benito 2004-01-29 87 Cruz Del Sur12. Klein Jean Paul René 2004-02-01 84 Europe Centre-Ouest13. González Abasolo Alberto Pedro Casiano 2004-02-01 93 Cruz Del Sur14. Guezmes García Julián 2004-02-02 61 América Central15. Santamaría Ibañez Gregorio Valero Germán 2004-02-03 84 Cruz Del Sur16. Smaniotto Alberto Acacio Aleixo 2004-02-04 86 Brasil Centro-Sul17. Mittermeier Seimel Georg Cornelius 2004-02-11 96 Sª. María de los Andes18. Hennessy Edward R. Thomas Edward 2004-02-13 84 United States Of America19. Macho Gómez José Julián Alvaro 2004-02-23 84 Norandina20. Côté André Henri André 2004-02-25 72 Canadà21. Navarro Aceves Agustín Narciso Pablo 2004-02-29 79 México Occidental22. Di Pietro Giovanni Alessandro 2004-03-02 96 Mediterránea23. Scannell Desmond Joseph Giles Vincent 2004-03-06 83 New-Zealand24. Poncin Henri Germain Georges Andronic 2004-03-06 90 Europe Centre-Ouest25. García Baños Miguel Cesáreo Miguel Adrian 2004-03-07 95 México Central26. Macneil Donald Cyril Flavian 2004-03-17 81 Europe Centre-Ouest27. Neville Patrick Leo Basil Charles 2004-03-23 85 New-Zealand28. Hilbert Jean Joseph Théophile 2004-04-03 83 Europe Centre-Ouest29. Serneels Augustin Etienne Désiré 2004-04-19 84 Europe Centre-Ouest30. Mata Luis Laureano Pablo 2004-04-19 98 América Central31. Berto Nilo Fulgêncio Raúl 2004-04-22 85 Rio Grande Do Sul32. Gauthier Wilfrid François Marie 2004-04-27 86 Canada33. Mc Garry Thomas Kevin Odran (Kevin) 2004-04-29 77 Europe Centre-Ouest34. Chazal Henri-Jean-Marie Marie Vincent 2004-05-01 82 L'Hermitage35. Silva Reis Manuel Niceto 2004-05-07 94 Compostela36. Souza Eurico De Heriberto Lucio 2004-05-15 81 Brasil Centro-Norte37. Bigotto Giorgio Giorgio Giovanni 2004-05-21 68 Mediterrânea38. Flynn Peter Francis Marcellin John 2004-05-22 73 Sydney39. Rada Goñi Benjamín Fermín Santos 2004-05-23 84 L'Hermitage40. Tremblay Charles-Eugène Charles Jérôme 2004-05-24 84 Canada41. Méjean Elie Joseph Honorat 2004-05-24 94 L'Hermitage42. Bussi Orcelet Erminio Ermanno Giuseppe 2004-05-28 86 Sª. María de los Andes43. Rodríguez Rodríguez Antonio Jorge Faustino 2004-06-03 95 Compostela44. Kane Thomas Joseph Terence Mary 2004-06-03 72 Melbourne45. González Gallo Donato Bernardo 2004-06-04 78 Mediterrânea46. Empinotti Moacyr Caetano Dionysio Félix 2004-06-13 93 Rio Grande Do Sul47. De Cos González Miguel Mariano Miguel 2004-06-15 88 Sª. María de los Andes48. Agba Sylvester Linus Sylvester 2004-06-20 75 Nigéria49. Fernández Díez Santiago Tadeo Antonio 2004-06-24 78 Compostela50. Goutagny Pierre Marie Claudius 2004-07-01 89 L'Hermitage51. Sheils Patrick Cormac 2004-07-10 77 Europe Centre-Ouest

IRMÃOS FALECIDOS DURANTE O ANO 2004

Dezembro de 2005 107

SOBRENOME NOME NOME DE IRMÃO DATA FAL. ID PROVÍNCIA

52. Herrera Hernández Agustín Daniel Agustín 2004-07-16 91 México Central53. Suárez García Esteban José Sebastian 2004-07-17 82 Cruz del Sur54. Acebes Fuentes Tomás Tomás Agustín 2004-07-19 69 Sª. María de los Andes55. Arce Arce Eutiquiano Plácido Benito 2004-07-25 79 Mediterrânea56. Nahirniak André Floriano João 2004-07-28 86 Brasil Centro-Sul57. Eguiguren Aizpuru Dionisio Ignacio Agustín 2004-07-29 82 Ibérica58. Roy Daniel 2004-08-08 62 L'Hermitage59. Villarroya Gómez Bernardo Bernardo Ramón 2004-08-09 66 L'Hermitage60. Gómez Galvan Salvador Salvador Gabriel 2004-08-11 72 México Occidental61. O'Halloran Brian Brian 2004-08-12 75 Europe Centre-Ouest62. Tung Tsao Lung Paul Malya Laurent 2004-08-14 91 China63. Dematté Gildo Samuel André 2004-08-21 88 Brasil Centro-Sul64. Bauer Franz Xaver Leo Xaver 2004-08-24 86 Europe Centre-Ouest65. Prelorenzos Jean Jean Emmanuel 2004-08-25 69 L'Hermitage66. Clifford John Patrick Hubert Nicholas 2004-08-27 87 New-Zealand67. Mattuella Rizzieri Romildo María 2004-08-29 74 Rio Grande do Sul68. Ziegler Paul Marie Bertrand 2004-09-06 96 L'Hermitage69. Corriveau Vincent Vincent Arthur 2004-09-07 83 Canadà70. García Martínez José Dolores Roque José 2004-09-08 86 América Central71. Lefebvre Marcel Célestius 2004-09-10 89 Canadà72. Blanco Blanco Ruperto Ruperto Víctor 2004-09-13 83 Mediterrânea73. Ruver José Francisco Adelmo 2004-09-19 85 Brasil Centro-Sul74. Drouard Jean Pierre Michael 2004-09-19 84 L'Hermitage75. Rengifo Reina Félix Esteban Anselmo Félix 2004-09-21 87 Norandina76. Trascasa García Conrado Telmo Conrado 2004-09-23 89 Ibérica77. Lodi Sylvio João Narciso Matías 2004-09-27 82 Rio Grande do Sul78. San Martín Rojo Juan José José Daniel 2004-10-11 73 Compostela79. Barrocas José María Fidel Alipio 2004-10-24 95 Brasil Centro-Norte80. Tisseur Paul-Joannès Paul Dominique 2004-10-27 63 L'Hermitage81. Orcajo Pozo Benedicto Eterio Gregorio 2004-10-29 74 Compostela82. Finkler Pedro Plácido Xavier 2004-11-07 85 Rio Grande do Sul83. Martínez Díaz Manuel Ambrosio Teófilo Antonio 2004-11-07 85 Norandina84. Sheehan Barry William Canute Regis 2004-11-10 79 Melbourne85. Galvez Moreno Modesto Patricio 2004-11-13 41 Norandina86. Appio Antônio Fioravante Florentino Pedro 2004-11-14 81 Rio Grande do Sul87. Iglesias Vera Carlos Carlos Pedro 2004-11-18 64 L'Hermitage88. Caresia Dionísio André Carlos 2004-11-18 79 Brasil Centro-Sul89. Poirier Antonio Raymond Alfred 2004-11-22 88 Canadà90. Poitras Gilles Gilles Aimé 2004-11-22 73 Canadà91. Van Raemdonck Gérard Gérard Albert 2004-11-23 89 Europe Centre-Ouest92. Criado Martínez Dalmacio Héctor María 2004-12-01 95 Cruz Del Sur93. Flach Ernesto Jorge Flávio Ernesto 2004-12-03 78 Rio Grande do Sul94. Llanillo García Agustín Ramón Vicente 2004-12-06 83 Mediterrânea95. Murray John 2004-12-12 55 United States of America96. Ronzon Jean-Baptiste Henri Augustin 2004-12-14 84 L'Hermitage97. Aguirre González Apolinar Apolinar Alejo 2004-12-14 81 México Central98. Proulx Raymond Gilles Raymond 2004-12-24 74 Canada99. Hengeler Hans Ludwig Gandolf 2004-12-27 84 Europe Centre-Ouest

Inspirados pela graça do Espírito Santoa fonte de todo bemnós lhes damos as boas-vindasao país deste grande continenteque deu origem aos quatro grandes rios da religiãoque correm para os quatro cantos da terra.

Nós os acolhemos calorosamente, queridos amigos,e com o coração aberto em um país onde estesquatro credosque levam a luz espiritual a toda a humanidadese desenvolveram com muito zelo,em um país que foi animado três vezespelo doce beijo do pé do Senhor Budao esplêndido paraíso do Sri Lanka.

Sejam bem-vindos, vocês que compartilham a graça de Deuscom as crianças em todas partes do mundo.Sejam bem-vindos filhos de MarcelinoSejam bem-vindos à AsiaSejam bem-vindos ao Sri Lanka.

Guiados pela Boa Mãesempre aberta ao Espíritoe por nosso santo patrono Marcelinoque consagrou sua vida às criançaspossa sua missão entrar em seus planos.

Pelo poder do Espírito Santoa bondade do mundoespalha-se por toda parte.

Dêem-nos o bem que receberame recebam aquele que possuímospois todo bem é herança do universoe dá vida à humanidade.

Fertilizando a terra, abraçando colinas e valesdeixem-nos saborear e partilhara transbordante herança do mundoque enriquece o encontro.Queridos amigos, que sejamos preenchidos e inundadospelo sopro transbordante do Senhor.

(Ir. Nicholas Fernando)

CANTO DE BOAS-VINDAS