CPV conquistou 324 vagas INSPER 2010 Prova esolvida...

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1 CPV INSPERJUN2011 ANÁLISE VERBAL Utilize o texto abaixo para responder às questões 1 a 3. Retrato Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas; eu não tinha este coração que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil: — em que espelho ficou perdida a minha face? Cecília Meireles 01. Assinale a alternativa que apresenta uma análise correta sobre o poema. a) O eu lírico revela uma amarga visão de desencanto com os problemas e as mudanças inevitáveis do mundo atual. b) A temática principal gira em torno do forte desejo de que o tempo pare e da obcessão pelo retorno à juventude. c) O título “Retrato” sintetiza, de um lado, o enobrecimento da velhice como símbolo de sabedoria e, de outro, a melancolia diante das mudanças físicas sofridas. d) A surpresa diante da passagem do tempo e a consciência da transitoriedade da vida compõem os aspectos centrais da temática abordada no poema e) Os versos têm o objetivo de denunciar os preconceitos existentes contra a velhice, encarada como um período de sofrimento. Resolução: O poema discute a efemeridade da vida, em que tudo se transforma no tempo. Alternativa D 02. Considere as imagens a seguir. Imagem III Retrato de Gala, de Salvador Dalí Associando-se a temática do poema Retrato aos quadros acima, identifique a(s) imagem(ens) que melhor se aproxima(m) do texto. a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e III. e) I, II e III. Resolução: A consciência da transitoriedade da vida e a ideia de retrato estão mais bem contempladas na imagem III. Alternativa C Imagem I Autorretrato no espelho esférico, Escher Imagem II A reprodução proibida, de René Magritte CPV CONQUISTOU 324 VAGAS NO INSPER EM 2010 PROVA RESOLVIDA INSPER 12/ JUNHO/2011 PROVA A

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1CPV INSPERJUN2011

ANÁLISE VERBAL

Utilize o texto abaixo para responder às questões 1 a 3.

Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,assim calmo, assim triste, assim magro

nem estes olhos tão vazios,nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,tão paradas e frias e mortas;

eu não tinha este coraçãoque nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,tão simples, tão certa, tão fácil:— em que espelho ficou perdida

a minha face?Cecília Meireles

01. Assinale a alternativa que apresenta uma análise correta sobre o poema.

a) O eu lírico revela uma amarga visão de desencanto com os problemas e as mudanças inevitáveis do mundo atual.

b) A temática principal gira em torno do forte desejo de que o tempo pare e da obcessão pelo retorno à juventude.

c) O título “Retrato” sintetiza, de um lado, o enobrecimento da velhice como símbolo de sabedoria e, de outro, a melancolia diante das mudanças físicas sofridas.

d) A surpresa diante da passagem do tempo e a consciência da transitoriedade da vida compõem os aspectos centrais da temática abordada no poema

e) Os versos têm o objetivo de denunciar os preconceitos existentes contra a velhice, encarada como um período de sofrimento.

Resolução:

O poema discute a efemeridade da vida, em que tudo se transforma no tempo.

Alternativa D

02. Considere as imagens a seguir.

Imagem III

Retrato de Gala, de Salvador Dalí

Associando-se a temática do poema Retrato aos quadros acima, identifique a(s) imagem(ens) que melhor se aproxima(m) do texto.

a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e III. e) I, II e III.

Resolução:

A consciência da transitoriedade da vida e a ideia de retrato estão mais bem contempladas na imagem III.

Alternativa C

Imagem I

Autorretrato no espelho esférico, Escher

Imagem II

A reprodução proibida, de René Magritte

CPV conquistou 324 vagas no INSPER em 2010

Prova resolvida – INSPER – 12/junho/2011 – Prova a

INSPER – 12/06/2011 Seu Pé Direito naS MelhoreS FaculDaDeS2

CPV INSPERJUN2011

03. Relacione o poema Retrato, de Cecília Meireles, à canção:

Não Vou Me AdaptarEu não caibo mais

Nas roupas que eu cabiaEu não encho maisA casa de alegria

Os anos se passaramEnquanto eu dormia

E quem eu queria bemMe esquecia...

Será que eu faleiO que ninguém ouvia?

Será que eu escuteiO que ninguém dizia?

Eu não vou me adaptarMe adaptar...

Eu não tenho maisA cara que eu tinha

No espelho essa caraNão é minha

Mas é que quandoEu me toquei

Achei tão estranhoA minha barba estava

Desse tamanho...Será que eu falei

O que ninguém ouvia?Será que eu escutei

O que ninguém dizia?Eu não vou me adaptar

Me adaptar...Não vou!

Me adaptar! Me adaptar!Não vou! Me adaptar!

Não vou! Me adaptar!... Titãs / Composição: Arnaldo Antunes

Assinale (V) para afirmações verdadeiras ou (F) para as falsas. ( ) Embora o façam de maneiras distintas, tanto o poema quanto a canção

propõem a resignação do indivíduo diante da fatalidade da passagem do tempo.

( ) Enquanto Retrato aborda a problemática do envelhecimento e suas consequências, Não vou me adaptar trata da recusa de um adolescente em tornar-se adulto, conforme ilustra o trecho sublinhado na canção.

( ) O dialogismo entre os textos indica concordância nos pontos de vista, como pode ser identificado em “Eu não tinha este rosto de hoje,/assim calmo, assim triste, assim magro” e no trecho sublinhado na canção.

A sequência correta é: a) V, V, V. b) V, F, V. c) V, V, F. d) F, F, F. e) F, F, V. Resolução: A 1a afirmação é falsa, pois não há resignação (conformismo) em Eu não vou me adaptar.

O indivíduo da canção explicitamente diz que não se adaptará às mudanças que sofreu. A 2a também é falsa, visto que o trecho em destaque na canção não aborda a recusa

do indivíduo em se tornar adulto, mas apenas constata uma mudança. A 3a, por sua vez, também é falsa, uma vez que os pontos de vista dos dois textos são

diferentes. No poema da Cecília Meireles, o eu lírico percebe as mudanças que sofreu com o tempo de maneira melancólica e triste; na canção, há a mesma constatação, porém de modo a haver inconformismo. Pode-se dizer que a temática dos dois textos é a mesma (a passagem do tempo e seus efeitos), mas não que o ponto de vista seja igual. Embora os trechos destacados pela terceira afirmação tenham a mesma opinião sobre o tema, isso não ocorre com os textos. Gabarito CPV: D

Gabarito INSPER: E

Utilize o texto para responder às questões 4 a 6.

O fascínio do ão O novo estádio do Corinthians, em São Paulo, em tese destinado à abertura da Copa do Mundo de 2014, é por enquanto um rasgo de imaginação sobre um terreno baldio, mas já tem nome de guerra. O leitor adivinha qual é? Aí vai uma pista: o local escolhido é o bairro de Itaquera. Agora ficou fácil. O nome é Itaquerão, claro. Antes, os estádios precisavam ao menos ser construídos, para receber o enobrecimento do ão na última sílaba do apelido. Não mais. Não se sabe sequer quem vai pagar a conta do estádio, ou suposto estádio, do Corinthians, nem existe projeto definido. Mas o nome já lhe foi pespegado. Quando, para os Jogos Pan-Americanos, em 2007, foi inaugurado no Rio de Janeiro o Estádio João Havelange, que apelido ganhou? O leitor não adivinha? Pista: fica no bairro de Engenho de Dentro. Claro: é Engenhão. No caso do eventual e futuro estádio do Corinthians, o apelido de ltaquerão prova que o ão sobrevive mesmo à moda recente de chamar estádio de “arena” (Arena da Baixada. Arena Baruen). E no entanto ... No entanto, o inho é que melhor caracterizaria o brasileiro. Sérgio Buarque de Holanda escreveu, no clássico Raízes do Brasil (um pouco de erudição faz bem, especialmente ao amor, que se convence de estar falando coisa séria): “A terminação inho, aposta às palavras, serve para nos familiarizar mais com as pessoas ou os objetos e, ao mesmo tempo, para lhes dar relevo. É a maneira de fazê-los mais acessíveis aos sentidos e também de aproximá-los do coração”. A passagem está no famoso capítulo do “homem cordial”, isto é, o homem regido pelo coração, que sena o brasileiro. Somos o país do Joãozinho, do amorzinho e da “Dilminha” (como a trata a mãe da presidente, ela também chamada Dilma). Somos a terra do jeitinho, do favorzinho e do probleminha, invocados sobretudo quando o jeito é complicado, o favor é grande e o problema insolúvel. Por esse caminho, para melhor se aninhar no coração dos brasileiros, o Mineirão deveria ser Mineirinho, o Castelão, Castelinho e o Batistão, Batistinha. Ocorre que estádios pertencem a outra esfera. Não foram feitos para cativar, mas para impressionar. Não pedem carinho, mas reverência, a si mesmos e a seus criadores. Cumprem no Brasil o que há de mais próximo ao papel das catedrais e das pirâmides, em outras épocas e lugares. Mesmo no caso de uma entidade que é puro espírito, como o propalado estádio do Corinthians, o brasileiro é levado a considerar uma indelicadeza não chamá-lo de ão.

Roberto Pompeu de Toledo. O fascínio do ão,Veja, 09/03/2011

3Seu Pé Direito naS MelhoreS FaculDaDeS INSPER – 12/06/2011

INSPERJUN2011 CPV

04. De acordo com o texto, é correto afirmar que:

a) o emprego generalizado dos sufixos “-ão” e “-inho”, em diferentes palavras e situações, é um indicativo de que os brasileiros são passionais.

b) o uso do “-ão” para apelidar estádios de futebol resulta exclusivamente da grandiosidade dos projetos e das construções.

c) ao mencionar o “homem cordial” de Sérgio Buarque de Holanda, o autor mostra os traços de gentileza e polidez dos brasileiros.

d) os sufixos “-ão” e “-inho”, que se agregam a qualquer classe gramatical, denotam objetividade na expressão dos sentimentos.

e) é inadmissível adicionar o sufixo “-ão” para nomear um estádio que sequer começou a ser construído.

Resolução: De acordo com o texto, o brasileiro utiliza os sufixos -inho e -ão

para expressar um valor subjetivo acerca do termo que modificam. -inho e -ão são sufixos formadores de nomes diminutivos e

aumentativos, respectivamente. No entanto, esse processo de formação pode ser feito para exprimir uma ideia pejorativa ou afetiva sobre o termo. Dessa forma, o fascínio do ão, marcado pelo autor do texto, e a análise que ele faz sobre o sufixo -inho, “...é que melhor caracteriza o brasileiro...”, revelam uma expressão passional, isto é, motivada pela paixão.

Alternativa A

05. No contexto em que ocorre, o período “Somos a terra do jeitinho, do favorzinho e do probleminha, invocados sobretudo quando o jeito é complicado, o favor é grande e o problema insolúvel” constitui:

a) um indício de irritação do autor contra a malandragem do brasileiro.

b) uma manifestação ingênua usada pelos falantes para indicar afeto a amigos.

c) uma espécie de eufemismo usado para driblar certas imposições e dificuldades.

d) uma forma de intensificar a ideia, sendo equivalente ao uso do superlativo.

e) um recurso poético que expressa uma contradição no emprego dos diminutivos.

Resolução: A questão solicita a análise do período “Somos a terra do jeitinho,

do favorzinho e do probleminha, invocados sobretudo quando o jeito é complicado, o favor é grande e o problema insolúvel”. Como é preciso levar em consideração o contexto em que o período ocorre, percebe-se que o autor afirma que os brasileiros usam o diminutivo para suavizar a ideia de imposição ou dificuldade. Portanto, há eufemismo quando usamos jeitinho, favorzinho ou probleminha. Desse modo, somente a alternativa C é correta.

'Alternativa C

06. Em “... o Mineirão deveria ser Mineirinho, o Castelão, Castelinho e o Batistão, Batistinha.”, as duas últimas vírgulas são usadas para:

a) separarem termos que exercem diferentes funções sintáticas.

b) marcarem a presença da elipse da locução verbal “deveria ser”.

c) isolarem os apostos explicativos. d) marcarem a inversão dos adjuntos adverbiais de lugar. e) indicarem uma enumeração.

Resolução: Em “... o Mineirão deveria ser Mineirinho, o Castelão, Castelinho

e o Batistão, Batistinha”, as duas últimas vírgulas são usadas para marcarem a presença da elipse da locução verbal deveria ser. Essa locução foi omitida para se evitar a repetição nos trechos em que foi substituída por vírgulas.

Alternativa B

07. A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diversos, cada um com seu signo e sentimento, uns com os outros acho que nem não misturam. Contar seguido, alinhavado, só mesmo sendo as coisas de rasa importância. De cada vivimento que eu real tive, de alegria forte ou pesar, cada vez daquela hoje vejo que eu era como se fosse diferente pessoa. Sucedido desgovernado. Assim eu acho, assim é que eu conto. O senhor é bondoso de me ouvir. Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data. O senhor mesmo sabe.

João Guimarães Rosa. Grande sertão: veredas. Nova Fronteira, 2001

Considere estas afirmações sobre o excerto da obra de Guimarães Rosa.

I. Assumindo um tom proverbial, o narrador personagem explicita que irá relatar feitos heroicos e grandiosos vivenciados por outra personagem.

II. Por meio do emprego do discurso indireto livre, o narrador quer transmitir suas vivências a fim de melhor compreendê-las.

III. Ao justificar o aspecto descontínuo de sua narrativa, o narrador faz uso do recurso metalinguístico.

Está(ão) correta(s):

a) apenas I e II. b) apenas II e III. c) apenas I. d) apenas II. e) apenas III.

Resolução: A única alternativa correta é a III, pois o narrador, ao justificar

o aspecto descontínuo da narrativa, reflete sobre o modo como narra, o que constitui o caráter metalinguístico do trecho. Não há, no fragmento, a ideia de se narrarem feitos heroicos e grandiosos vivenciados por outras personagens, nem discurso indireto livre, já que todo o trecho é narração em 1a pessoa. Alternativa E

INSPER – 12/06/2011 Seu Pé Direito naS MelhoreS FaculDaDeS4

CPV INSPERJUN2011

08. A metáfora é uma concentração semântica. No eixo da extensão, ela despreza uma série de traços e leva em conta apenas alguns traços comuns a dois significados que coexistem. Com isso, dá concretude a uma ideia abstrata, aumentando a intensidade do sentido. Poder-se-ia dizer que o sentido torna-se mais tônico. Ao dar ao sentido tonicidade, a metáfora tem um valor argumentativo muito forte. O que estabelece uma compatibilidade entre os dois sentidos é uma similaridade, ou seja, a existência de traços comuns a ambos. A metáfora é, pois, o tropo em que se estabelece uma compatibilidade predicativa por similaridade, restringindo a extensão sêmica dos elementos coexistentes e aumentando sua tonicidade.

José Luiz Fiorin. http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=12219

Folha de São Paulo, 07/03/2011

A frase do último quadrinho mostra que o personagem que a proferiu reconhece que não foi bem sucedido ao tentar criar uma metáfora.

De acordo com os conceitos apresentados no texto que precede a tirinha, isso ocorreu porque, em sua tentativa:

a) não houve “traços comuns a dois significados que coexistem”.

b) não houve uma comparação subentendida para dar “concretude a uma ideia abstrata”.

c) a “similaridade” proposta contém, na verdade, antagonismos.

d) o “valor argumentativo muito forte ” tornou-se grosseiro. e) houve “compatibilidade entre os dois sentidos”, mas

ela foi depreciativa.

Resolução:

A questão apresentou dois textos, um com a definição de metáfora e outro com uma tirinha na qual um dos personagens julga que foi usada uma metáfora: “seus olhos se parecem com um conjunto de células fotorreceptoras envolvidas por uma cápsula fibrosa”. Como se trata simplesmente da definição de olhos, não havendo, na realidade, uma comparação subentendida (o que invalida a alternativa E), pode-se afirmar que não há metáfora. Portanto, somente a alternativa B pode ser assinalada como correta.

Alternativa B

09. Frases de lenda

As agências se dividiram na semana passada. Metade delas deu em manchete, “Há 50 anos Gagarin disse: ‘A Terra é azul’.” E a outra metade contestou: “Gagarin nunca disse ‘A Terra é azul’.” Referiam-se à famosa frase que o astronauta soviético Yuri Gagarin teria dito (ou não) ao ser o primeiro a espiar a Terra de fora, a 12 de abril de 1961. Para todos os efeitos, Gagarin disse a frase.

Mais precavido foi o americano Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar a Lua, em 1969. Dias antes de zarpar, a Nasa deu-lhe uma frase prontinha para quando ele começasse o bordejo pelo satélite: “Este é um pequeno passo para um homem, mas um passo gigante para a humanidade”. Pois não é que Armstrong tropeçou nas palavras e quase melou o sentido ao dizer “Este é um pequeno passo para o homem”, em vez de “um homem”? Pois foi para a lenda assim mesmo.

Ruy Castro, Folha de São Paulo, 18/04/2011

Ruy Castro afirma que o astronauta Neil Armostrong

“tropeçou nas palavras e quase melou o sentido”

porque, ao trocar o artigo indefinido pelo definido, a frase adquire sentido:

a) ambíguo, impossibilitando saber se o astronauta referia-se a si mesmo ou à humanidade.

b) redundante, pois, quando associado ao artigo definido, o substantivo “homem” significa “humanidade”.

c) prolixo, pois perde objetividade ao utilizar mais palavras do que era necessário para exprimir a ideia.

d) conotativo, já que a expressão “o homem” refere-se à espécie humana em oposição aos animais.

e) contraditório, já que propõe como válidas duas ideias opostas a respeito da façanha de pisar na Lua.

Resolução:

Com o artigo definido, o substantivo homem pode referir-se tanto a um homem específico quanto a toda a humanidade, o que gera a ambiguidade sugerida pela alternativa A.

Alternativa A

5Seu Pé Direito naS MelhoreS FaculDaDeS INSPER – 12/06/2011

INSPERJUN2011 CPV

10. Versão perversa do “efeito Tostines” A moçada que vai atrás do primeiro emprego, no Brasil,

vai mesmo atrás dos primeiros empregos. Reportagem do colega Marcelo Rehder, publicada no caderno de Economia do Estadão deste domingo, mostra que é enorme — para não dizer absurda — a rotatividade no mercado formal de trabalho, no caso dos jovens entre 15 e 18 anos.

Passa de 70% em doze meses (...) Acaba vigorando no mercado de trabalho uma versão

perversa do “efeito tostines”: o empregado não fica porque não é treinado ou não é treinado porque não fica. O resultado é um silencioso e naturalizado, de tão comum, acréscimo ao “custo Brasil”.

http://blogs.estadao.com.br/jpkupfer/versao-perversa-do-%e2%80%9cefeito-tostines%e2%80%9d/

Para tratar do problema da rotatividade no mercado de trabalho, o autor faz alusão a um antigo slogan de uma propaganda de biscoitos, empregando a estrutura do círculo vicioso. Das alternativas abaixo, assinale a única em esse raciocínio também tenha sido usado.

a) Milhões de brasileiros não têm transporte público de qualidade nas regiões metropolitanas. Os congestionamentos são cada vez mais torturantes. As rodovias e as vias públicas estão cada vez mais cheias de carros e caminhões. Resultado: menos tempo para trabalho e lazer, maior preço dos produtos, menos exportações e condições de vida insatisfatórias.

b) VIRGEM (23 ago. a 22 set.): Lembre-se de seus amigos hoje, mostre a alguns deles como são importantes em sua vida. Quanto mais você se importa com essas pessoas, mais forte você irá se sentir também. A autoconfiança tem reflexos diretos no amor.

c) “Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro”. (Machado de Assis)

d) Há tempos economistas reivindicam a reforma fiscal, já que a elevada carga tributária brasileira serve como estímulo à fraude. Como a tributação é excessiva, sonega-se muito e, como há muita sonegação, tributa-se mais.

e) Análise do ciclo do carbono e da dinâmica da vegetação diante das mudanças climáticas conclui que a floresta amazônica ficará mais quente e com eventos naturais extremos — como grandes secas ou inundações — cada vez mais comuns.

Resolução: De acordo com a alternativa D, a elevada tributação brasileira

incita a fraude. Nesse sentido, a alta carga tributária é apresentada como a razão de se sonegar em demasia; ao mesmo tempo, devido à excessiva tributação, os tributos aumentam, evidenciando-se, assim, a estrutura do círculo vicioso, pois uma causa gera uma consequência que, por sua vez, configura uma nova causa.

Alternativa D

Utilize o texto abaixo para responder às questões 11 a 14.

Somos todos comida

Depois da notícia de que, ao fim de prolongado debate jurídico, foi negado por um tribunal o habeas corpus impetrado em favor de um chimpanzé enjaulado em solidão no Zoológico de Niterói, vieram ao conhecimento público outras providências judiciais em nome de animais, pelo Brasil afora. Isso está ficando interessante. Antigamente, era fácil dizer que os animais não tinham direito nenhum, pois não são sujeitos de direito, não são pessoas, não podem acionar o poder judiciário, da mesma forma que não têm deveres, nem podem ser interpelados pela justiça. Direitos e deveres são província exclusiva do ser humano e, embora isso não soe bem, um cachorro, por exemplo, não tem o direito de não ser maltratado. O homem é que tem o direito de estabelecer em lei que maltratar um animal é criminoso e de protestar e intervir, quando a lei for descumprida.

Mas vivemos tempos mais complexos e em transformação quase frenética. As crenças antes estabelecidas e praticamente unânimes hoje mudam o tempo todo, somos intimidados pelas descobertas da física quântica, as certezas se tornam indagações e a eventual sensação de que ninguém sabe nada é inevitável. Já há quem sustente que pelo menos os chamados animais superiores, como o mencionado cachorro, têm consciência e emoções. Os donos de cachorros frequentemente acham que estes pensam, raciocinam e comunicam seus pensamentos, só faltando mesmo falar. Logo, têm direitos e talvez a única coisa que lhes negue a condição de sujeito de direito seja a circunstância de que a linguagem do cachorro ainda não tem tradutores oficializados. Mas talvez passe a ter no futuro e alguém venha a dizer que o Rex está se sentindo prejudicado pelo seu dono e quer constituir advogado, para o que aplicará a impressão de sua pata em uma procuração.

De certa forma, isso já começa a acontecer, como demonstra o caso do habeas corpus do chimpanzé. Seus advogados inferiram que, sem companhia e encarcerado, o chimpanzé é infeliz e consegue comunicar que, sim, gostaria de ser transferido para uma moradia condigna. Considerando a maravilhosa diversidade do ser humano, acho que, a partir desse precedente, viremos a testemunhar ações movidas não somente por cachorros, gatos, peixes de aquário e outros animais domésticos, mas também, antecipo eu, por bois de corte ou por frangos para abate. Não descarto até mesmo a possibilidade de medidas contra o que certamente se chamará “zoofobia”, em cuja ilícita prática serão enquadrados, por exemplo, os que usarem as palavras “galinha”, “vaca” ou “cadela” com intenção pejorativa.

INSPER – 12/06/2011 Seu Pé Direito naS MelhoreS FaculDaDeS6

CPV INSPERJUN2011

A situação deverá evoluir, em futuro talvez não muito distante, para o estabelecimento dos níveis de consciência das espécies e a consequente maior ou menor abrangência de seus direitos. Não é descabido imaginar a promulgação de uma Declaração Universal dos Direitos dos Cães, ou do Estatuto do Gato e assim por diante, cada um deles definindo os critérios aplicáveis a cada espécie. É complicado, porque, por exemplo, o direito de latir, certamente parte indissolúvel da liberdade de expressão canina, pode conflitar com o direito ao silêncio de um vizinho humano, o que requererá imaginação e engenho da parte de legisladores e magistrados.Questões éticas e morais, filosóficas mesmo, terão que ser encaradas, por mais incômodas que sejam. O morcego, em muitos casos inofensivo, amante das frutas e polinizador de pomares, pode ser discriminado apenas por ter, na opinião da maior parte das pessoas, uma aparência assustadora ou repulsiva? Nos desenhos animados e historietas infantis, serão adotadas cotas para a inclusão de animais normalmente marginalizados, a exemplo de lacraias, lesmas e piolhos? Aliás, é um direito do piolho infestar cabeleiras improdutivas e sugar uma cesta básica de sangue? Estará sujeito à acusação de omissão de socorro aquele que negar a uma futura mamãe mosquito da dengue o direito a uma picadinha que a ajudará a perpetuar sua espécie?De propósito, deixei para o fim o direito mais básico, o direito à vida. Sem ele, evidentemente, os outros perdem o sentido. Pensando nele, argumentam os que se negam a consumir qualquer produto de origem animal. Nossa comida deveria ser apenas a que se consegue obter sem destruir nenhuma vida, nem mesmo, talvez, a das plantas. Nós somos os reis da Criação e não podemos agir como predadores. Nós somos, isso sim, os reis da presunção. Imaginamos que a nossa moral é a moral da natureza, como se a natureza tivesse moral. Na natureza, continua um alegre come-come por tudo quanto é canto, um comendo o outro afanadamente, às vezes até de forma surpreendente, como no caso de um pelicano londrino que vi na internet. Esse pelicano, em seu andar balançado na grama de um parque, viu e fingiu nem notar um pombo a seu lado. Mas, num movimento rapidíssimo, engoliu o pombo, que ficou se agitando dentro daquele papo enorme, sem chance de escapar. Se as pessoas presentes à cena fossem do tamanho de pombos, o pelicano sem dúvida as comeria também, porque é assim a natureza. Nós achamos que somos os grandes comedores, só porque, do nosso ponto de vista, ocupamos o topo da cadeia alimentar. Ocupamos nada. Cada um de nós, mesmo os que não portam parasitas, é hospedeiro de uma infinidade de “ecossistemas”, para não falar nos muitos animais que, por exemplo, vivem do sangue de mamíferos, inclusive nosso. Nós somos os favoritos de nós mesmos, não da natureza. Nossos corpos, biodegradáveis como são, para outras espécies não passam de simples comida e, homens, bichos ou plantas, a Terra acabará digerindo todos nós.

João Ubaldo Ribeiro. O Estado de S.Paulo, 01/05/2011

11. De acordo com as ideias apresentadas no texto, pode-se inferir que o autor:

a) defende a criação de mecanismos de proteção aos animais, à semelhança do que ocorre com os grupos minoritários humanos.

b) utiliza-se do humor politicamente incorreto para debochar de organizações que lutam em defesa dos direitos humanos.

c) recorre ao nonsense para criticar a excessiva arrogância dos seres humanos, que têm uma convicção infundada de superioridade na natureza.

d) manifesta solidariedade no caso do chimpanzé enjaulado para endossar posicionamentos a favor do uso de recursos jurídicos que promovam o direito à vida.

e) faz uma divagação filosófica acerca das nuances da cadeia alimentar para advogar em prol de uma dieta vegetariana.

Resolução: Solicitava-se ao candidato que identificasse a ideia do autor, João

Ubaldo Ribeiro, cujo texto antecede a questão. Como o autor critica os seres humanos, que são pretensiosos ao se imaginarem superiores aos outros seres da natureza, em linguagem muito criativa, com suposições absurdas, pode-se dizer que recorre ao “nonsense” para criticar a excessiva arrogância dos seres humanos, que têm uma convicção infundada de superioridade na natureza. Portanto, somente a alternativa C pode ser considerada correta. Alternativa C

12. Em “Já há quem sustente que pelo menos os chamados animais superiores, como o mencionado cachorro, têm consciência e emoções. Os donos de cachorros frequentemente acham que estes pensam, raciocinam e comunicam seus pensamentos, só faltando mesmo falar. Logo, têm direitos...”, o cronista adota como estratégia argumentativa:

a) um raciocínio que lembra a estrutura do silogismo, partindo de premissas para se chegar a uma conclusão sobre os direitos dos animais.

b) uma enumeração que desconstrói algumas opiniões cristalizadas na sociedade sobre o grau de consciência e de emoções dos animais.

c) uma analogia que demonstra as semelhanças na expressão dos sentimentos entre os seres humanos e os "animais superiores".

d) a contra-argumentação através do confronto de diferentes pontos de vista sobre a capacidade de raciocínio dos cães.

e) a reunião de provas concretas para apresentar evidências categóricas sobre os direitos dos animais.

Resolução: No trecho “Já há quem sustente que pelo menos os chamados animais

superiores, como o mencionado cachorro, têm consciência e emoções. Os donos de cachorros frequentemente acham que estes pensam, raciocinam e comunicam seus pensamentos, só faltando mesmo falar. Logo, têm direitos...”, pode-se verificar que o cronista utiliza como estratégia argumentativa um raciocínio semelhante à estrutura do silogismo, isto é, uma construção dedutiva determinada por duas proposições, a partir das quais se infere uma terceira premissa. Dessa forma, a partir da ideia de que o cachorro pode pensar e raciocinar, “só faltando mesmo falar”, conclui-se que esses animais têm direitos.

Alternativa A

7Seu Pé Direito naS MelhoreS FaculDaDeS INSPER – 12/06/2011

INSPERJUN2011 CPV

13. Em que alternativa o vocábulo entre parênteses poderia substituir a palavra negritada, preservando o sentido original do texto?

a) “Direitos e deveres são província exclusiva do ser humano. . .” (prerrogativa)

b) “Mas vivemos tempos mais complexos e em transformação quase frenética.” (hedonistas)

c) “Mas vivemos tempos mais complexos e em transformação quase frenética.” (perseverante)

d) “...certamente parte indissolúvel da liberdade de expressão canina.” (inimaginável)

e) “O morcego, em muitos casos inofensivo, amante das frutas e polinizador de pomares...” (inóspito)

Resolução: O vocábulo prerrogativa significa direito

inerente a determinada pessoa. Por isso, a alternativa A é a única em que o vocábulo poderia substituir a palavra negritada, preservando o sentido original do texto: “Direitos e deveres são província exclusiva do ser humano” por “Direitos e deveres são prerrogativa exclusiva do ser humano”.

Alternativa A

14. Em ... “vieram ao conhecimento público outras providências judiciais em nome de animais, pelo Brasil afora”, o termo “outras providências judiciais exerce a função sintática de:

a) objeto direto. b) sujeito. c) objeto indireto. d) adjunto adnominal. e) predicativo do sujeito.

Resolução: O termo outras providências judiciais exerce

a função sintática de sujeito, uma vez que o predicado “vieram do conhecimento público em nome de animais, pelo Brasil afora” é uma afirmação que se refere a “outras providências judiciais”. Desse modo, a ordem direta é: “outras providências judiciais vieram ao conhecimento público em nome de animais, pelo Brasil.”

Alternativa B

15.

http://amarildocharge.wordpress.com/2011/05/03/morte-de-osama-bin-laden/

Considerando-se os elementos visuais e textuais, é correto afirmar que a charge:

a) propõe que o terrorismo, após a morte de Osama Bin Laden, tornou-se obsoleto.

b) sugere que a morte de Osama Bin Laden foi inócua no combate ao terrorismo.

c) explicita que a ação norte-americana contra terroristas teve propósitos eleitoreiros.

d) demonstra que o assassinato de Osama Bin Laden dirimiu o poder de rebeldes orientais.

e) expõe o recrudescimento do governo norte-americano na investida contra terroristas.

Resolução: A charge apresenta como elemento visual uma lagartixa, em cujo tronco está escrita a palavra terrorismo e em cuja cauda está redigido o nome Osama Bin Laden. Considerando que, ao ser cortada a cauda da lagartixa, ela é recomposta, ao se separar Osama Bin Laden de terrorismo, consequentemente, outra cauda crescerá, ligada ao terrorismo. Portanto, a morte de Osama Bin Laden foi inócua no combate ao terrorismo. Alternativa B

Utilize o texto abaixo para responder à questão 16.

Poluição causa mais infarto que cocaínaRespirar ar poluído causa mais ataques cardíacos que usar cocaína, segundo revisão de estudos

envolvendo 700 mil pessoas, publicada ontem no “Lancet”.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd2502201102.htm

INSPER – 12/06/2011 Seu Pé Direito naS MelhoreS FaculDaDeS8

CPV INSPERJUN2011

16. Coloque (V) verdadeiro ou (F) falso para as afirmações acerca dos dados do gráfico anterior.

( ) O título da reportagem apresenta uma informação falaciosa, uma vez que traz uma interpretação correta do dado apresentado sob a perspectiva do coletivo, mas incorreta sob a do individual.

( ) Pelos dados expostos, pode-se inferir que ser demitido do emprego acarreta mais riscos do que ver seu time do coração vencer o campeonato.

( ) A pesquisa mostra que alimentação gordurosa representa um fator de risco mais grave do que contrair infecções respiratórias.

A sequência correta é: a) V, V, V. b) V, F, V. c) F, V, V. d) F, F, V. e) V, V, F.

Resolução: Verdadeira: o título da reportagem é falacioso, porque, do ponto

de vista individual, a afirmação de que a poluição causa mais infarto que cocaína não é verdade. A porcentagem de pessoas que usam cocaína é baixa (0,04%); porém, no caso delas, a cocaína pode matar mais que a poluição.

Verdadeira: ser demitido do emprego envolve raiva e emoções negativas, respectivamente o 7o e o 6o maiores causadores de infarto; por outro lado, ver o time de futebol ser campeão relaciona-se a emoções positivas, o 9o causador de infarto. Portanto, a demissão é mais perigosa.

Verdadeira: a alimentação gordurosa, a 8a causadora, causa mais infarto do que doenças relacionadas a infecções respiratórias, a 13a causadora.

Alternativa A

17. Fifa intervém no futebol do país e cria comitê para organizar eleição A respeito do verbo intervir, presente no título acima, é

correto afirmar que: a) conforme o Acordo Ortográfico, em vigor desde 2009,

não se usam mais acentos para diferenciar singular e plural dos verbos derivados do “vir”.

b) segundo a norma gramatical, o verbo “intervir”, na 3o pessoa do singular no presente do indicativo, deve receber acento circunflexo.

c) caso o autor optasse por usar o verbo “intervir” no pretérito perfeito do indicativo, ele deveria escrever “interveio”.

d) para indicar a ideia de possibilidade ou hipótese, o verbo “intervir”, no contexto em que aparece, poderia ser conjugado assim: “intervisse”.

e) embora seja empregado com frequência na variante popular de linguagem, esse verbo é defectivo e não pode ser conjugado no presente do indicativo.

Resolução: O verbo intervir, irregular e não defectivo (conjuga-se em todas as pessoas de todos os tempos e modos verbais), empregado geralmente em contextos mais formais (não é coloquial) conjuga-se conforme o verbo vir, de acordo com a norma padrão. Assim, nas 3as pessoas, tanto do singular quanto do plural, do Presente do Indicativo, o verbo possui acento diferencial: agudo no singular (B) e circunflexo no plural, o que não foi alterado pelo novo Acordo Ortográfico (A). Estão incorretas as conjugações previstas nas alternativas D e E e correta a prevista na letra C. Alternativa C

18. Considere o período abaixo: Incêndio atinge loja de São Paulo e não deixa vítimas. No contexto em que ocorre, a conjunção e: a) tem valor aditivo e foi empregada para garantir a simetria

sintática do período coordenado. b) é desnecessária e pode ser substituída por dois pontos,

sem que haja alteração de sentido. c) foi empregada de modo equivocado, pois admite sempre

valor aditivo. d) poderia ser substituída por “nem”, já que está associada

ao advérbio de negação. e) indica oposição e tem sentido equivalente à conjunção

adversativa “mas”. Resolução: Como é possível substituir o conectivo e por mas, porém, contudo,

ele possui valor adversativo. No trecho, há ideia de que é incomum incêndios não causarem vítimas, daí a noção de oposição.

Alternativa E

19. Compare estes períodos: I. Morta a testemunha que depôs a relatora da OAB. II. Morta a testemunha que depôs à relatora da OAB. A respeito das construções sintáticas, é correto afirmar que: a) em I, a ausência do acento grave constitui infração na

regência do verbo “depor” que, por ser transitivo indireto, exige preposição obrigatória.

b) em II, a inclusão do acento grave diante do substantivo feminino revela um erro de regência verbal, que é corrigido na frase I.

c) a ausência do acento grave no período I atribui ao verbo “depor” um significado completamente diferente do que ocorre no período II.

d) os dois períodos exemplificam os casos em que a crase é facultativa, sem que haja qualquer alteração de sentido.

e) a ocorrência de crase é obrigatória por haver a junção de preposição e artigo na indicação de quem é o sujeito da ação.

Resolução: Em I, o verbo depor possui o significado de destituir do cargo,

ao passo que em II tem valor de fazer depoimento. Essa distinção semântica causa também distinção de regências, pois no 1o caso o verbo é transitivo direto, e no segundo é transitivo indireto. Devido a esse fato, a ausência do acento de crase em I modifica o sentido e a transitividade. Alternativa C

9Seu Pé Direito naS MelhoreS FaculDaDeS INSPER – 12/06/2011

INSPERJUN2011 CPV

20.

“Monstroristas”, “mautoristas”, “frustrados que compraram carro para respirar fumaça”, “covardes”. É assim que ciclistas engajados na defesa do uso de bicicleta como meio de transporte urbano chamam motoristas de carros, ônibus e afins.

O atropelamento de ciclistas em Porto Alegre na semana passada acirrou os ânimos desse grupo, que reagiu com “bicicletadas” de protesto.

O paulistano Renato Zerbinato, 34, se envolveu com o cicloativismo há dois anos, após se mudar para Brasília, cidade que define como "extremamente hostil" aos ciclistas devido às vias rápidas.

Ele vê uma “guerra velada” entre ciclistas e motoristas, que, reclama, não costumam respeitar a distância de 1,5m do ciclista e o direito de bicicletas e carros dividirem a pista, previstos no Código Brasileiro de Trânsito.

Folha de São Paulo, 09/03/2011

Considere as afirmações:

I. Por associação a outras palavras que também empregam o sufixo -ada, um leitor incauto poderia imaginar que bicicletada significa “usar a bicicleta como arma para golpear alguém”.

II. Se optasse pelo mesmo processo de formação de monstroristas e mautoristas para relatar um atropelamento provocado por um condutor embriagado, o jornalista poderia usar o neologismo alcooltecimento.

III. O substantivo cicloativismo, no contexto em que ocorre, sugere ideia de intervalo, período, indicando que movimentos engajados, como o mencionado na notícia, são esporádicos.

Está(ão) correta(s):

a) I, II e III. b) apenas I e II. c) apenas I e III. d) apenas II e III. e) apenas II.

Resolução:

I. Correta: o sufixo -ada pode dar a entender “usar a bicicleta como arma para golpear alguém”, em comparação com substantivos como paulada ou garrafada, o que poderia confundir um leitor incauto. Não se pode esquecer, entretanto, que o mesmo sufixo também indica a ideia de multidão ou coletivo, como em boiada e papelada.

II. Correta: o processo de formação das palavras monstroristas e mautorista é o de composição por aglutinação, no qual mais de uma palavra se unem para a formação de um novo vocábulo, sendo que há entre as palavras perda da integridade silábica. Tanto em monstroristas quanto em mautorista tem-se uma palavra (monstro / mau) somada a motoristas, que nos dois casos perde parte. Em alcooltecimento, nota-se o mesmo processo de composição por aglutinação, no qual a palavra álcool é somada a acontecimento.

III. Falsa: o substantivo clicloativismo é formado por ciclo, que traz o radical cicl (de ciclista) + ativismo, ou seja, uma forma de ativismo que envolve o ciclismo. Ciclo, nesse caso, não faz referência a intervalo ou período.

Alternativa B 21.

O Estado de São Paulo, 11/06/2008

Caso o Recruta Zero optasse por usar apenas advérbios, as locuções adverbiais com gosto e vontade, sem demora e com determinação poderiam ser substituídas, respectivamente, por:

a) prazerosamente, rapidamente, ferozmente. b) entusiasmadamente, demoradamente, decididamente. c) satisfatoriamente, magistralmente, indeterminadamente. d) animadamente, imediatamente, determinadamente. e) inusitadamente, brevemente, determinadamente.

Resolução:

A locução adverbial com gosto e vontade sob a forma de advérbio pode ser substituída por animadamente, uma vez que com gosto significa satisfação.

A expressão sem demora pode ser substituída por imediatamente; com determinação, por determinadamente.

Em todas as outras alternativas, não há correspondência de sentido entre as locuções e os advérbios, somente na letra D.

Alternativa D

INSPER – 12/06/2011 Seu Pé Direito naS MelhoreS FaculDaDeS10

CPV INSPERJUN2011

22. Atente-se ao título da notícia.

Utilizou-se uma flexão de gênero que contraria os princípios da norma gramatical com relação aos substantivos. Esse mesmo procedimento foi utilizado em:

a) Segundo o pesquisador, os avanços na medicina reprodutiva em bovinos vão ajudar a clonar mamutes com o uso de elefantas como mães de aluguel, mas não vai ser da maneira como as pessoas pensam. (Folha de S. Paulo, 19/11/2008.)

b) O omelete preparado pela presidenta Dilma Rousseff no programa “Mais Você”, da apresentadora Ana Maria Braga, está mais salgado para as donas de casa cariocas. (O dia online, 02/03/2011.)

c) Como se diz em Hollywood, o tapete vermelho está desenrolado, o champanhe está no gelo e as limusines estão esperando. Está na hora do Oscar. (http://g1.globo.com.)

d) Se há um homem que sabe driblar as ameaças, Ney Matogrosso é o cara. Quando decidiu rasgar o manual dos bons modos nos anos 70 para atiçar a libido de sua plateia em palcos vigiados por militares, recebeu cartinhas da ditadura dizendo que sua batata estava assando. (O Estado de SP, 29/01/2011)

e) Um dos quartos do apartamento de 140 m2 recebe iluminação de quatro janelas altas e largas de madeira. Por dentro, todas as portas acompanham o pé direito elevado e são pintados de um tom lilás suave. Cada cômodo do apartamento da aposentada praticamente equivale a uma quitinete na capital paulista. (www.redebrasilatual.com.br)

Resolução: No enunciado da questão, foi apresentada uma manchete em que se flexionou o substantivo mosquito. Por ser epiceno, esse substantivo não varia sua forma, e tal flexão, como dito na questão, “contraria os princípios da norma gramatical”. Algumas flexões apresentadas nas alternativas, como elefanta, limusines e libido, poderiam confundir o candidato. Porém, todas estão de acordo com as normas gramaticais Outras dúvidas poderiam surgir diante de omelete, forma que pode ser utilizada no feminino (a omelete) ou no masculino (o omelete), e de champagne, palavra que é, de fato, masculina (existindo, também, a forma champanha, também masculina). A alternativa E apresenta, ainda, um adjetivo (pintados) que não concorda adequadamente com o substantivo ao qual corresponde (portas): trata-se, porém, de uma flexão de adjetivo inadequada, e não de um substantivo. O INSPER considerou a alternativa B como um exemplo de contrariedade aos princípios da norma gramatical. Entretanto, não há motivo para tal: apesar da circulação de boatos a respeito da agramaticalidade do vocábulo presidenta, não se pode afirmar que ele contraria os princípios gramaticais, uma vez que o VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa) o tem registrado e oficialmente aceito como integrante do léxico português. Assim como se flexionou elefanta, flexionou-se presidenta, sem qualquer possibilidade de crítica contrária.

Não há, como vimos, alternativa correta para essa questão.Gabarito CPV: Sem Resposta

Gabarito INSPER: B

Folh

a de

São

Pau

lo, 1

4/05

/201

1

23. Yasmin Brunet desliza no português e vira notícia Yasmin Brunet pisou na bola com a língua

portuguesa ao escrever “preguissa” em vez de preguiça em seu Twitter. Logo em seguida, vários seguidores enviaram mensagens corrigindo a moça.

Em resposta, a modelo escreveu: “Nossa! Gente que fica corrigindo o que as pessoas escrevem aqui merecem um dia na praia, para relaxarem!”

O erro acabou virando notícia em alguns sites, dizendo que a bela havia se irritado com as correções e Yasmin ironizou: “Não sabia que tinha me irritado! Bom saber por vocês!”

É, pessoas famosas que quiserem postar no Twitter têm que ficar atentas, qualquer deslize é uma notícia! Sasha, a filha de Xuxa, que diga...

http://virgula.uol.com.br

Sobre a questão do impacto dos erros gramaticais cometidos por pessoas famosas, é correto afirmar que:

a) embora o autor tenha debochado do erro ortográfico cometido pela modelo, ele também cometeu um equívoco ao grafar erroneamente a palavra “deslize”.

b) na resposta da modelo, está explícita a ideia de que a linguagem empregada no Twitter não pode seguir as mesmas convenções gramaticais dos textos impressos em papel.

c) na resposta aos “tuiteiros”, a modelo cometeu outro erro gramatical, já que não estabeleceu a concordância verbal: “merecem” e “relaxarem” deveriam estar no singular.

d) o autor defende que as correções gramaticais feitas por celebridades em postagens do Twitter representam um indício de que os internautas têm zelo pela língua.

e) no último período, as reticências usadas após o aposto têm o objetivo de sugerir a ideia de que houve censura às críticas feitas à filha da apresentadora Xuxa.

Resolução: Os verbos merecer e relaxar estão relacionados a gente, substantivo coletivo, que exige verbo na terceira pessoa do singular.

Alternativa C

11Seu Pé Direito naS MelhoreS FaculDaDeS INSPER – 12/06/2011

INSPERJUN2011 CPV

Utilize o texto abaixo para responder às questões 24 a 26.

CAPÍTULO LXX / D. PLÁCIDA

VOLTEMOS à casinha. Não serias capaz de lá entrar hoje, curioso leitor; envelheceu, enegreceu, apodreceu, e o proprietário deitou-a abaixo para substituí-la por outra, três vezes maior, mas juro-te que muito menor que a primeira. O mundo era estreito para Alexandre; um desvão de telhado é o infinito para as andorinhas.Vê agora a neutralidade deste globo, que nos leva, através dos espaços, como uma lancha de náufragos, que vai dar à costa: dorme hoje um casal de virtudes no mesmo espaço de chão que sofreu um casal de pecados. Amanhã pode lá dormir um eclesiástico, depois um assassino, depois um ferreiro, depois um poeta, e todos abençoarão esse canto de terra, que lhes deu algumas ilusões.Virgília fez daquilo um brinco; designou as alfaias mais idôneas, e dispô-las com a intuição estética da mulher elegante; eu levei para lá alguns livros, e tudo ficou sob a guarda de D.Plácida, suposta, e, a certos respeitos, verdadeira dona da casa.Custou-lhe muito a aceitar a casa; farejara a intenção e doía-lhe o ofício; mas afinal cedeu. Creio que chorava, a princípio: tinha nojo de si mesma. Ao menos, é certo que não levantou os olhos para mim durante os primeiros dous meses; falava-me com eles baixos, séria, carrancuda, às vezes triste. Eu queria angariá-la, e não me dava por ofendido, tratava-a com carinho e respeito; forcejava por obter-lhe a benevolência, depois a confiança. Quando obtive a confiança, imaginei uma história patética dos meus amores com Virgília, um caso anterior ao casamento, a resistência do pai, a dureza do marido, e não sei que outros toques de novela. D. Plácida não rejeitou uma só página da novela; aceitou-as todas. Era uma necessidade da consciência. Ao cabo de seis meses, quem nos visse juntos diria que D. Plácida era minha sogra.Não fui ingrato; fiz-lhe um pecúlio de cinco contos, — os cinco contos achados em Botafogo, como um pão para a velhice. D. Plácida agradeceu-me com lágrimas nos olhos, e nunca mais deixou de rezar por mim, todas as noites, diante de uma imagem da Virgem, que tinha no quarto. Foi assim que lhe acabou o nojo.

Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas

24. Das afirmativas abaixo, a única que não pode ser confirmada pela leitura do texto é:

a) Ao descrever a casinha, no 1o parágrafo, o narrador tece divagações filosóficas para sobre a relatividade dos fatos.

b) Recorrendo ao seu conhecido cinismo, o narrador, ao final do capítulo, reconhece que “comprou” os escrúpulos morais de D. Plácida.

c) A tristeza de D. Plácida, mencionada pelo narrador, decorria do fato de ela ter consciência de que ela colaborava com o adultério de Virgília.

d) Ao afirmar que D. Plácida “não rejeitou uma só página da novela”, o narrador revela que ela fingiu acreditar nas histórias que ele lhe contou.

e) Em “quem nos visse juntos diria que D. Plácida era minha sogra”, o narrador demonstra que passou a cultivar sincero afeto pela mulher.

Resolução: o adjetivo sincero anula a alternativa E, se levarmos em conta o trecho: “Eu queria angariá-la, e não me dava por ofendido, tratava-a com carinho e respeito; forcejava por obter-lhe a benevolência, depois a confiança.” Nesse trecho, fica clara a manipulação do narrador, seu carinho é fruto de uma estratégia. Alternativa E

25. A respeito dos recursos linguísticos empregados por Machado de Assis no capítulo, é correto afirmar que:

a) em “Amanhã pode lá dormir um eclesiástico, depois um assassino, depois um ferreiro, depois um poeta”, ocorre a figura estilística gradação.

b) o ponto e vírgula usado em “Não fui ingrato; fiz-lhe um pecúlio de cinco contos” pode ser substituído pela conjunção “portanto”, sem que haja alteração de sentido.

c) o verbo “farejar”, presente em “custou-lhe muito a aceitar a casa; farejara a intenção”, indica uma ação futura em relação à ação de “custar”.

e) em “...falava-me com eles baixos...”, o pronome pessoal “eles” é um anafórico que retoma o substantivo “olhos” empregado na oração anterior.

e) O pronome demonstrativo “daquilo”, presente em “Virgília fez daquilo um brinco”, no contexto, indica a repulsa do narrador em relação àquele lugar.

Resolução: anafóricos são pronomes, numerais e advérbios que têm a função de retomar um termo antecedente. No texto em análise, o pronome pessoal do caso reto eles retoma o substantivo olhos.

Alternativa D

26. Um dos traços inovadores da técnica machadiana encontra-se na relação narrador-leitor. Suponha, no entanto, que o trecho “Não serias capaz de lá entrar hoje, curioso leitor...” fosse transposto para o discurso indireto. Como ele seria adequadamente escrito?

a) Brás Cubas garantiu que o curioso leitor não fosse capaz de lá entrar hoje.

b) O curioso leitor disse que tu não serias capaz de lá entrar hoje. c) Brás Cubas afirmou ao curioso leitor que este não seria capaz

de lá entrar atualmente. d) O homem desafiou o leitor curioso que hoje ele não seria

capaz de entrar lá. e) Brás Cubas indagou ao curioso leitor se ele seria capaz de

entrar lá nesse momento.

Resolução: a única alternativa correta é a C. Observe os erros encontrados nas alternativas a seguir: a) o tempo verbal e o advérbio hoje estão empregados indevidamente; b) o substantivo leitor, a flexão do verbo na segunda pessoa e o

advérbio hoje estão empregados indevidamente; d) além do emprego indevido de o homem, há ambiguidade em ele; e) a conjunção integrante se é empregada quando há interrogação no

discurso direto. Alternativa C

COMENTÁRIO DA PROVA DE ANÁLISE VERBAL DO CPV

A prova do INSPER-Junho/2011 não poderia ter sido mais confusa. Os textos excessivamente (e desnecessariamente) longos, com enunciados obscuros e alternativas ambíguas só serviram para confundir o candidato bem preparado. As questões bem elaboradas, por sua vez, foram de fácil resolução, sendo pouco seletivas, portanto.Em Gramática, foram abordados assuntos como Formação de Palavras, Verbos, Conjunções, Crase e Concordância, em detrimento da Sintaxe (apenas uma questão simples, a respeito de Sujeito), assunto recorrente nas provas anteriores.A prova, em geral, foi pouco exigente, gerando dúvidas mais pela má formulação das questões do que pela cobrança de conhecimento e conteúdo. Além disso, os erros de digitação e as palavras repetidas deixam clara a necessidade de uma revisão mais bem feita nos próximos exames.

INSPER – 12/06/2011 Seu Pé Direito naS MelhoreS FaculDaDeS12

CPV INSPERJUN2011

REDAÇÃO

Instruções para a Redação:a. A redação deve ser uma dissertação em prosa, com no máximo 30 linhas.b. Não é necessário escrever um título para a redação, o título é dado

juntamente com a proposta-tema.c. Fuga do tema implica nota zero.d. Redações com menos de 10 linhas serão desconsideradas.e. A redação pode ser feita a lápis.f. Anotações na folha identificada como “Rascunho da Redação” não

serão consideradas.g. Somente será considerado o que estiver escrito na folha pautada e com

linhas numeradas para a redação.h. Escreva sua redação com letra legível.i. Não é permitido destacar a folha de rascunho da redação.

Atenção: você deve finalizar o seu texto e passá-lo para a folha de redação até o horário limite de provas (indicado no quadro na frente da sala). Lembre-se de que você poderá retirar a folha para transcrever sua redação somente quando entregar o Cartão de Respostas preenchido.

Considere os textos a seguir. Reflita sobre as ideias apresentadas nos textos a seguir e desenvolva uma dissertação em prosa.

Protesto por metrô reúne centenas nas ruas de Higienópolis

Churrasco, cerveja importada e batucada deram ontem um tom de micareta ao protesto contra o cancelamento da construção de uma estação de metrô na av. Angélica, em Higienópolis, bairro nobre do centro paulistano.

Organizado inicialmente no Facebook como um “churrascão”, o ato começou às 14h, na praça Vilaboim, passou pelo shopping Higienópolis e terminou com uma churrascada em frente ao supermercado Pão de Açúcar, no cruzamento da Angélica com a rua Sergipe, onde o Metrô previa a estação.

“A gente não imaginava que fosse dar nisso, mas achei bacana uma discussão na internet ganhar as ruas de forma democrática”, disse o jornalista David Lobão, 26, um dos participantes do diálogo entre amigos no Facebook que deu origem à ideia do churrascão.

A brincadeira, que ganhou a adesão de mais de 55 mil pessoas na internet, reuniu, na vida real, cerca de 600, segundo a Polícia Militar.

A multidão bloqueou a av. Higienópolis das 14h às 15h e parte da av. Angélica, em seguida. Até as 20h, continuava nas ruas. Tudo foi feito sob os olhos de 80 policiais militares que até tentaram negociar o fim do ato por volta das 18h. Sem sucesso.

Tema analisadoem sala de aula do CPV.

O termo mais usado no ato foi “gente diferenciada”, uma alusão à frase de uma psicóloga que, em entrevista à Folha no ano passado, dizia temer que camelôs e mendigos surgissem nos arredores da estação.

Folha de São Paulo, 15/05/2011.

“Quem diz que Google, Facebook ou Twitterforam responsáveis pela revolução no Egito

incide num erro e comete uma injustiça.Celulares, redes sociais, sites da internet,

são apenas isto: ferramentas.”Eric Schmidt, ex-Presidente do Google, Veja, 02/03/2011.

Conforme indicado nas folhas de rascunho e de redação, utilize o próprio tema como título de sua dissertação.

Tema/Título: O papel da mídia digital nas sociedades

COMENTÁRIO DE REDAÇÃO DO CPV

A Prova de Redação do vestibular Insper-Junho/2011 solicitou a elaboração de um texto dissertativo sobre o tema: O papel da mídia digital nas sociedades. Como base para a reflexão, a Banca Examinadora disponibilizou aos candidatos uma pequena coletânea. O primeiro texto, publicado pelo jornal Folha de São Paulo, fazia menção ao protesto contra o cancelamento da construção de uma estação de metrô na Av. Angélica, em Higienópolis, bairro nobre do centro paulistano. O fragmento chamava a atenção para o fato de o protesto ter sido organizado inicialmente no Facebook, a partir de uma discussão democrática. O segundo texto, publicado na Revista Veja, trazia uma declaração de Eric Schmidt, ex-presidente do Google, que afirmou ser um erro atribuir a responsabilidade pela revolução no Egito às redes sociais. Na opinião dele, celulares, sites da internet, Facebook, entre outros, foram apenas instrumentos, ferramentas para o ocorrido. Entre outras abordagens, o candidato poderia confirmar a discussão sugerida pelo segundo texto da coletânea e defender que a internet contribui sim como uma ferramenta, como uma nova forma de comunicação social maciça, mas produzida, recebida e vivenciada individualmente. De modo geral, ela resgata uma das práticas mais fundamentais à democracia, que é também um direito: a da liberdade de expressão, pois assegura o debate que, por sua vez, é essencial para a construção do bem comum. Isso ocorre porque, embora, atualmente, a informação seja veiculada por diferentes fontes, os meios de comunicação tradicionais parecem estar, de modo geral, a serviço da Indústria Cultural ou do poder público. Tal fato contribuiu para o declínio do espaço público como arena democrática. Apesar desse contexto, ainda há aqueles cidadãos que insistem em acreditar que podem influenciar os que falam em seu nome e encontram na Internet, sobretudo nas redes sociais, um novo espaço para o debate. A Equipe Pedagógica do CPV Vestibulares gostaria de elogiar alguns ajustes executados pela Banca Examinadora na elaboração desta prova. Primeiramente, destaca a atualidade do tema, mais condizente com o perfil do candidato que disputa uma vaga no Insper. Em segundo lugar, exalta a escolha dos textos da coletânea que, a cada semestre, se torna mais significativa para o processo de reflexão que o candidato deve promover durante o exame.

13Seu Pé Direito naS MelhoreS FaculDaDeS INSPER – 12/06/2011

INSPERJUN2011 CPV

ANÁLISE QUANTITATIVA e LÓGICA

Utilize as informações a seguir para as questões 27, 28 e 29.

O gráfico a seguir representa a função f(x) = 4x

, definida no conjunto dos números reais positivos.

27. Sejam a, b e c três números inteiros positivos, dois a dois distintos, tais que f(a), f(b) e f(c) são inteiros.

Então, f (a + b + c):

a) é menor ou igual a 0,25. b) é maior do que 0,25 e menor ou igual a 0,5. c) é maior do que 0,5 e menor ou igual a 0,75. d) é maior do que 0,75 e menor ou igual a 1. e) é maior do que 1 e menor ou igual a 1,25.

Resolução:

Se a, b e c são inteiros: f (a) = 4a , f (b) =

4b e f (c) =

4c

também são inteiros, então a, b e c são divisores de 4.

Como os divisores naturais de 4 são 1, 2 e 4, e a, b e c são distintos entre si, podemos dizer que os valores de a, b e c são 1, 2 e 4.

Logo, f (a + b + c) = f (1 + 2 + 4) = f (7) = 47 @ 0,57

Portanto: 0,5 < f (a + b + c) < 0,75Alternativa C

28. Sobre a função g(x) = xf(x), é correto afirmar que ela é:

a) constante. b) estritamente crescente. c) estritamente decrescente. d) negativa. e) identicamente nula.

Resolução:

g (x) = x . f (x) Þ g (x) = x . 4x

Portanto, g (x) = 4 (função constante)Alternativa A

29. O gráfico que melhor representa a função y = f(f(x)) é:

a)

b)

c)

d)

e)

Resolução:

y = f (f(x)) Þ y = f 4x Þ y = 4

4x Portanto y = x, com x > 0.

Alternativa C

y

x

y

x

y

x

y

x

y

x

y

x

INSPER – 12/06/2011 Seu Pé Direito naS MelhoreS FaculDaDeS14

CPV INSPERJUN2011

Utilize as informações a seguir para as questões 30, 31 e 32.

Um tapete está sendo projetado para ser instalado num dos cantos de um salão de festas retangular.

Pensou-se, inicialmente, num tapete na forma de um triângulo retângulo cujos catetos medem 3 e 4 metros. No entanto, o designer que está projetando o tapete fez um novo estudo considerando:

● aumentar o menor cateto em m3 metros,

● reduzir o maior cateto em m4 metros,

sendo m um número real positivo menor do que 16.

30. Para que o triângulo seja isósceles, causando um efeito de simetria, o designer deve adotar para m o valor:

a) 34. b)

47. c)

74.

d) 712. e)

127.

Resolução:

Para que o triângulo seja isósceles, as medidas de seus catetos deverão ser iguais.

Portanto: 3 + m3

= 4 – m4

Þ m = 127 Alternativa E

31. Qualquer que seja o valor de m adotado pelo designer, a hipotenusa desse triângulo irá:

a) manter o mesmo tamanho que tinha antes. b) necessariamente aumentar em relação ao tamanho que

tinha antes. c) necessariamente diminuir em relação ao tamanho que

tinha antes. d) passar a ser um lado de um triângulo que não será mais

retângulo. e) aumentar para alguns valores de m e diminuir para

outros.

Resolução:

Sendo h a hipotenusa desse triângulo, temos:

h2 = 3 34

45 144

12

2 2 2+

+ −

⇒ =

+m m hm

Sendo m2 > 0, pois m Î ] 0; 16 [, temos que:

m2 + 144 > 144 Þ m2 144+ > 12 Þ 5 144

12

2m + > 5

Como o triângulo inicial tinha hipotenusa igual a 5, concluímos que necessariamente ela vai aumentar.

Alternativa B

32. Se o designer fizer essa mudança de modo a obter a maior área possível para o tapete, o valor mais aproximado para essa área (em metros quadrados) será:

a) 6,0. b) 6,5. c) 7,0. d) 7,5. e) 8,0.

Resolução:

A área desse triângulo será dada por:

A (m) = 12

33

44

. .+

m m Þ

Þ A (m) = 124

. (– m2 + 7m + 144), m Î ] 0; 16 [

Essa área será a maior possível quando A(m) for igual ao yv.

Portanto: Amáx = − − −

724

4 124

14424

4

2. .

. −−

124

@ 6,5

Alternativa B

33. Numa empresa de auditoria, há duas máquinas trituradoras de papel, cuja função é fragmentar os documentos descartados todas as semanas nos escritórios da empresa. O volume de papel descartado semanalmente é sempre o mesmo e as duas máquinas levam juntas, trabalhando sem interrupções, 20 horas para fragmentar todos os documentos. Cada uma das máquinas precisou ficar parada para manutenção durante uma semana, na qual todo o papel foi triturado apenas pela outra. Percebeu-se que as máquinas não têm rendimento igual e que a mais rápida levou 9 horas a menos que a mais lenta para fazer a fragmentação.

O tempo que a mais lenta levou para triturar todo o papel sozinha é igual a:

a) 41 horas. b) 43 horas. c) 45 horas. d) 47 horas. e) 49 horas.

Resolução:

Sendo T1 o tempo gasto (em horas) pela máquina mais lenta para triturar todo o papel, o tempo gasto pela máquina mais rápida será T1 – 9.

Da relação de rendimento, temos: T1 = 45

1 1

91201 1T T

+−= Þ T1

2 – 49 T1 + 180 = 0 ou

T1 = 4 (não convém) Logo, T1 = 45 horas

Alternativa C

15Seu Pé Direito naS MelhoreS FaculDaDeS INSPER – 12/06/2011

INSPERJUN2011 CPV

Utilize as informações a seguir para as questões 34 e 35.

Um grupo de 6 amigos juntou suas economias e iniciou uma viagem de 100 dias pelas Américas. O dinheiro que juntaram seria suficiente para cada um gastar US$ 50,00 por dia durante toda a expedição, acabando ao fim do último dia. Após 30 dias de viagem, nos quais cada um gastou exatamente sua cota, encontraram outros dois amigos que faziam o mesmo roteiro, mas que haviam sido assaltados e estavam completamente sem dinheiro. Entendendo que aquilo poderia acontecer com qualquer um deles, decidiram integrar mais estas duas pessoas ao grupo e seguir viagem.

34. Considere que d(t) representa o dinheiro total ainda não gasto pelo grupo em função do tempo. Admitindo que o valor que cada um gasta por dia permaneça o mesmo depois que os novos amigos entrarem para o grupo, o gráfico que melhor representa d(t) é:

a)

b)

c)

d)

e)

Resolução:

Cada amigo levou US$ 50 para cada um dos 100 dias de viagem, acumulando um total de 6 x 50 x 100 = US$ 30.000,00.

A cada dia são gastos 6 x 50 = US$ 300,00.

Dessa maneira, o total gasto nos 30 primeiros dias de viagem será 30 x 300 = US$ 9.000,00, restando um total de US$ 21.000,00.

Com a adesão de mais 2 amigos, a cada dia serão gastos 8 x 50 = US$ 400,00.

Portanto, o número de dias até gastarem todo o dinheiro será

21 000400.

= 52,5 dias.

O total de dias que durará o dinheiro será 30 + 52,5 = 82,5.

Assim, d(30) = 21.000 d(82,5) = 0

Alternativa E

35. Se eles decidirem reduzir o total que cada um irá gastar por dia, para que a viagem dure o mesmo tempo inicialmente planejado, então cada um poderá gastar diariamente:

a) 17,5% menos do que o inicialmente planejado. b) 20,0% menos do que o inicialmente planejado. c) 22,5% menos do que o inicialmente planejado. d) 25,0% menos do que o inicialmente planejado. e) 27,5% menos do que o inicialmente planejado.

Resolução:

Considerando que nos primeiros 30 dias eles gastaram US$ 9.000, restam ainda US$ 21.000 para serem gastos pelos oito viajantes em 70 dias.

Portanto, 8 . x . 70 = 21.000 Þ x = US$ 37,50

A redução será de:

50 . (1 – i) = 37,5 Þ i = 25%Alternativa D

INSPER – 12/06/2011 Seu Pé Direito naS MelhoreS FaculDaDeS16

CPV INSPERJUN2011

Utilize as informações a seguir para as questões 36 e 37.

Na figura a seguir, está representada uma caixa, na forma de um paralelepípedo reto retângulo cujas três arestas (perpendiculares duas a duas) medem x2, y2 e z2. As faces opostas desta caixa têm o mesmo desenho.

36. Se S representa a soma das áreas de todas as faces e V representa o volume da caixa, então a expressão

xyz

xzy

yzx

+ +

é idêntica a:

a) SV2. b)

SV2. c)

SV.

d) 2SV. e)

2SV.

Resolução: Temos:

xyz

xzy

yzx

x y x z y zx y z

SV

+ + =+ +

=2 2 2 2 2 2

2 pois

V = x2 y2 z2 e S = 2 x2y2 + 2 x2z2 + 2 y2z2

Alternativa A

37. A caixa será decorada pintando-se cada triângulo de cada uma das faces. A menor quantidade de cores de tinta que é suficiente para pintar todos os triângulos, de modo que dois triângulos que compartilhem um mesmo lado nunca sejam pintados da mesma cor, é:

a) 2. b) 4. c) 8. d) 16. e) 24.

Resolução: Vejamos a figura para as cores branco (B) e preto (P).

Alternativa A

P

P

PP

PP

B

B

B B

BB

Utilize as informações a seguir para as questões 38 e 39.

Michele construiu a circunferência ao lado com um compasso. Em seguida, posicionou o compasso sobre o ponto P e, com a mesma abertura que usou para traçar a circunferência, marcou o ponto Q. Reposicionou o compasso com a mesma abertura em Q e marcou um ponto R, distinto de P. Assim, sucessivamente, foi marcando pontos no sentido anti-horário, até completar uma volta.

38. O número de polígonos convexos distintos que Michele poderá formar com vértices sobre os pontos que marcou é:

a) 6. b) 15. c) 20. d) 42. e) 64.

Resolução: Como o arco PQ equivale a 60o, teremos 6 pontos marcados

sobre a circunferência, assim o número de polígonos convexos é igual a:

C6,3 + C6,4 + C6,5 + C6,6 = 20 + 15 + 6 + 1 = 42.

Alternativa D

39. A área da região compreendida entre o menor dos arcos PQ e o segmento PQ, cuja medida é 2 cm, é:

a) 32

3π −

cm2.

b) 23

3π −

cm2.

c) 2 32

π −

cm2.

d) 3 32

π −

cm2.

e) 6 32

π −

cm2.

Resolução:

A área pedida é a de um segmento circular:

A = 16 . p . 22 –

2 34

2 . =

23

3π−

cm2

Alternativa B

17Seu Pé Direito naS MelhoreS FaculDaDeS INSPER – 12/06/2011

INSPERJUN2011 CPV

Utilize as informações a seguir para as questões 40 e 41.

Um número triangular é um inteiro da forma n n +( )12

, sendo n um inteiro positivo.

40. Além de ser um número triangular, o número 1 também é um quadrado perfeito, ou seja, sua raiz quadrada é um inteiro. Outro quadrado perfeito que também é triangular é:

a) 16. b) 25. c) 36. d) 49. e) 64.

Resolução:

Segundo o enunciado, um número triangular da forma n n +( )1

2

deve ser um quadrado perfeito.

Assim, se partirmos das alternativas, o dobro do número apresentado deve ser o produto de dois números consecutivos.

Daí, concluímos que a alternativa correta é a C, pois

2 . 36 = 72 = 8 . 9Alternativa C

41. Considere a tabela

A soma dos algarismos de X é:

a) 10. b) 11. c) 12. d) 13. e) 14.

Resolução:

X X. +( )1

2 = 3486

X(X + 1) = 6972

X = 83

A soma dos algarismos de X é 8 + 3 = 11

Alternativa B

42. No hexágono regular ABCDEF, a distância entre dois lados paralelos é 12 cm. As retas AB

� ���e CE� ��

interceptam-se no ponto P e as retas AD

� ��� e CE� ��

interceptam-se no ponto Q.

A altura do ΔAPQ, relativa ao vértice Q, mede (em cm):

a) 8.

b) 6 2

c) 6 3 .

d) 9.

e) 27 34

Resolução: Na figura,

ΔQDE º ΔQGC

Þ x + x + 2x = 12 TrapézioABCF º TrapézioEDCF 4x = 12 x = 3

Concluímos, portanto, que a altura do ΔAPQ é

x + 2x = 3 + 6 = 9.Alternativa D

x

x

2x

Q

G

INSPER – 12/06/2011 Seu Pé Direito naS MelhoreS FaculDaDeS18

CPV INSPERJUN2011

43. Dados os pontos A(0; 1) e B(5; 6) do plano cartesiano, considere os segmentos AB e AB′, em que AB′ é o simétrico de AB em relação ao eixo y. Para sobrepor o segmento AB′ ao segmento AB, pode-se aplicar ao primeiro uma rotação de:

a) 180o, em qualquer sentido, em torno do ponto A. b) 240o, no sentido horário, em torno do ponto A. c) 270o, no sentido horário, em torno do ponto A. d) 240o, no sentido anti-horário, em torno do ponto A. e) 270o, no sentido anti-horário, em torno do ponto A.

Resolução:

Temos a figura:

Para sobrepormos AB’ com AB, devemos realizar uma rotação de 270° no sentido anti-horário.

Alternativa E

44. A figura mostra a circunferência trigonométrica, cujo

raio mede 1, e o triângulo ABC, de área 23 , inscrito na

circunferência.

Nessas condições, o valor de cos α é:

a) 13

. b) 23 . c)

33 .

d) 53 . e)

63 .

270°–5 5 x

1 A

45°

BB’

y

6

y

xO B

C

Resolução: Na figura dada, temos:

área = 22

23

. h= Þ h =

23

Daí, sen α =

231

23

= Þ cos α = 1

23

53

2− =

Alternativa D

45. Enquanto preparava uma aula de Trigonometria, um professor decidiu que seria interessante mostrar aos alunos uma equação trigonométrica que não apresentasse raízes reais. Assim, partindo da equação

2 sen2 x − K cos x + 6 = 2K, ele queria escolher um valor para a constante K de modo

que a equação obtida pudesse ser utilizada na aula com tal finalidade. O professor teria sucesso em sua procura se, e somente se, o valor escolhido para K fosse tal que:

a) K < −1 ou K > 1. b) −1 ≤ K ≤ 1. c) K < 2 ou K > 6. d) 2 ≤ K ≤ 6. e) K < −12 ou K > −4.

Resolução: 2 sen2 x – K cos x + 6 = 2K Þ

Þ – 2 cos2 x – K cos x + 8 – 2K = 0

Δ = K2 + 64 – 16 K Þ Δ = (k – 8)2

cos x = K K K K± −( )

−=

± −( )−

84

84

2

cos x = K K− +−

84 = – 2 (não convém)

ou

cos x = 2 8

4K --

Para que a equação não admita raízes, devemos ter cos x < –1 ou cos x > 1, portanto:

2 8

4K -- > 1 Þ K < 2 ou

2 84

K -- < – 1 Þ K > 6

Alternativa C

2

h1

y

xO B

C

19Seu Pé Direito naS MelhoreS FaculDaDeS INSPER – 12/06/2011

INSPERJUN2011 CPV

46. O círculo claro da figura, de raio 2R, está inscrito no losango ABCD. Os dois círculos escuros, ambos de raio R, são tangentes a dois lados do losango e ao círculo claro.

Assim, a área do losango ABCD é igual a:

a) 18 2 R2.

b) 24 2 R2.

c) 12 3 R2.

d) 18 3 R2.

e) 24R2.

Resolução:

Aplicando Pitágoras no ΔEHO, temos:

(3R)2 = R2 + x2 Þ x = 2 2 R

Como ΔAFE º ΔEHO, temos que AO = 6R Þ AC = 12R

OA^B º BO^G (ângulos formados por retas perpendiculares duas a duas)

Portanto ΔOGB ~ ΔAGO ~ ΔEHO, então:

BOR

RR2

32 2

= Þ BO = 32R

Þ BO = 3 22R

e BD = 3 2 R

A área do losango ABCD é:

S = Dd R R2

12 3 22

=.

\ S = 18 2 R2

Alternativa A

F

G

a aa

R

R

RR

x

E

H

O2R

Texto para as questões 47 e 48.

A figura a seguir mostra um esboço do gráfico de uma função do 3o grau P(x).

47. Dentre as opções apresentadas nas alternativas abaixo, a única que pode representar a lei dessa função é:

a) P(x) = 2x3 + 3x2. b) P(x) = −2x3 − 3x2. c) P(x) = −2x3 − 3. d) P(x) = 2x3 + 3x. e) P(x) = −2x3 − 3x.

Resolução:

Observando o gráfico, concluímos que a função admite apenas o zero como raiz simples e, sendo estritamente decrescente em todo seu domínio, a única função nessas condições é:

P(x) = – 2x3 – 3x

P(x) = x(– 2x2 – 3)

Alternativa E

0

INSPER – 12/06/2011 Seu Pé Direito naS MelhoreS FaculDaDeS20

CPV INSPERJUN2011

48. Resolvendo a equação P(x) = 0 no conjunto dos números complexos, obtém-se {0; ki; −ki} como conjunto solução, sendo k um número real positivo e i2 = −1.

Assim, o conjunto solução da equação P(xi) = 0, também resolvida em , é:

a) {0; ki;−ki}.

b) {0; i k ;−i k }.

c) {0; k; −k}.

d) {0; k ;− k }.

e) {0; k + i; k − i}.

Resolução:

Sendo 0; ki e – ki raízes de P(x), temos:

P(x) = a . (x – 0) . (x – ki) . (x + ki), a Î *

Logo, o conjunto solução da equação P(xi) = 0 é:

a . xi . (xi – ki) . (xi + ki) = 0

xi . (x2i2 – k2i2) = 0

xi (– x2 + k2) = 0

xi = 0

x = 0 De onde obtemos: ou Þ ou x2 = k2 x = ± k

Portanto, S = {0; k; – k}Alternativa C

Texto para as questões 49 e 50.

Numa roleta, estão marcados todos os números inteiros de 0 a 36, num total de 37 números. Cada vez que a roleta é acionada, um desses números é escolhido aleatoriamente, tendo todos eles a mesma probabilidade de serem escolhidos.

Um grupo de cinco amigos utiliza essa roleta para decidir quem inicia cada rodada de um jogo. A cada rodada, a roleta é acionada e o número escolhido é dividido por 5, tomando-se o resto dessadivisão. Então, o jogador que inicia a rodada é definido de acordo com a tabela abaixo.

Resto da Divisão Jogador que Inicia a Rodada0 Bruno1 Felipe2 Júlia3 Luana4 Rafael

49. Considere que as três próximas rodadas do jogo serão iniciadas por três jogadores diferentes. Dada essa condição, dentre os trios apresentados a seguir, aquele que tem a maior probabilidade de conter os três jogadores que iniciarão as próximas três rodadas é:

a) Bruno, Felipe e Luana. b) Bruno, Júlia e Rafael. c) Felipe, Júlia e Luana. d) Felipe, Luana e Rafael. e) Júlia, Luana e Rafael.

Resolução:Jogador que inicia Números Possíveis Total

Bruno 0, 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35 8Felipe 1, 6, 11, 16, 21, 26, 31, 36 8Júlia 2, 7, 12 ,17, 22, 27, 32 7

Luana 3, 8, 13, 18, 23, 28, 33 7Rafael 4, 9, 14, 19, 24, 29, 34 7

Podemos concluir que Bruno e Felipe possuem as maiores probabilidades de iniciar as próximas três rodadas.

Alternativa A

50. Numa determinada rodada, o número escolhido na roleta foi tal que todas as afirmações feitas a seguir são verdadeiras.

● Se o número escolhido é par, então ele é um quadrado perfeito.

● Se o número escolhido é maior do que 20, então a soma de seus algarismos é maior ou igual a 7.

● Se o número escolhido é menor do que 15, então ele não é par.

● Se o número escolhido é ímpar, então ele é divisível por 11.

Assim, o jogador que iniciou aquela rodada foi:

a) Bruno. b) Felipe. c) Júlia. d) Luana. e) Rafael.

Resolução: As restrições 1 e 4 são complementares, de modo que é possível

restringir de modo eficiente o total de possibilidades:

Se N é par: 0, 4, 16 ou 36 (deve ser quadrado perfeito) Se N é ímpar: 11 ou 33 (deve ser múltiplo de 11)

Conforme a segunda restrição, as possibilidades maiores que 20 (ou 36, ou 33) devem ter soma de algarismos maior ou igual a 7, o que não é o caso do 33.

Já de acordo com a terceira restrição, as possibilidades menores que 15 (0, 4, 11) não devem ser pares, eliminando o 0 e o 4.

Assim, restam apenas as possibilidades 11,16 e 36. Como ambos têm resto 1, Felipe é quem iniciou a rodada em questão.

Alternativa B

21Seu Pé Direito naS MelhoreS FaculDaDeS INSPER – 12/06/2011

INSPERJUN2011 CPV

51. Dadas duas variáveis reais x e y tais que y = x2 + 3x + 1, considere a proposição seguinte.

[y = 5] (I) [(x = 1) (II) (x = −4)]

Os espaços representados por (I) e (II) serão completados com conectivos lógicos.

Para que a afirmação seja necessariamente verdadeira, estes conectivos poderão ser:

a) (I): se, e somente se, (II): ou. b) (I): se, e somente se, (II): e. c) (I): e (II): ou. d) (I): e (II): e. e) (I): ou (II): se, e somente se,.

Resolução:

Inicialmente, vamos resolver a equação proposta para y = 5:

x2 + 3x + 1 = 5 Þ x2 + 3x – 4 = 0 Þ x = 1 ou x = – 4.

Agora, façamos duas análises:

Caso y = 5 na equação proposta, as raízes obtidas serão consequentemente 1 e – 4.

A equivalência vale também no sentido oposto: caso x = 1 ou x = – 4, teremos consequentemente y = 5.

Isso descreve uma situação de equivalência lógica, enunciada da seguinte forma:

y assumirá o valor 5 se, e somente se, x assumir os valores 1 ou – 4.

Em símbolos: y = 5 Û x = 1 ou x = – 4

Alternativa A

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52. A cobertura de uma barraca de praia, feita de lona, é constituída de dois triângulos equiláteros ABC e BCD, com o lado comum BC medindo 4 m. Estando a barraca montada, como representado na figura, os vértices A e D ficam a 1 m do chão, enquanto os vértices B e C ficam a 2 m do chão.

Nessas condições, quando os raios solares incidirem perpendicularmente ao plano do chão, a área da sombra da barraca projetada no chão (em m2) será:

a) 4√3. b) 4√11. c) 4√15. d) 8√3. e) 8√11.

Resolução:

Sendo AM a altura do triângulo equilátero ABC de lado 4m, então AM = 2√3 m.

Aplicando Pitágoras no triângulo AME, temos:

AE2 = (2√3)2 – 12 Þ AE = √11 m

A sombra projetada é um losango cujas diagonais medem

A'D' = 2√11 m e B'C' = 4 m. Portanto, a área é:

S = 2 11 42.

\ S = 4√11 m2

Alternativa B

A

A'

B'

D'

DC'

EB

M

C

1

1 1

INSPER – 12/06/2011 Seu Pé Direito naS MelhoreS FaculDaDeS22

CPV INSPERJUN2011

53. Os pontos A e B do plano cartesiano são vértices consecutivos de um quadrado inscrito na circunferência de equação

x2 + (y − 7)2 = 10.

Se A = (−3; 8), então as coordenadas do ponto B podem ser:

a) (−3; 6). b) (−1; 4). c) (1; 4). d) (3; 6). e) (√10; 7).

Resolução:

A equação x2 + (y – 7)2 = 10

é uma circunferência de centro O (0; 7) e raio √10.

O coeficiente angular da reta AO é m = 8 73 0

13

−− −

=− .

Portanto, o coeficiente angular da reta BD é m = 3.

A equação da reta BD é y – 7 = 3 (x – 0), isto é, y = 3x + 7.

Resolvendo o sistema x yy x

2 27 103 7+ −( ) == +

vem x2 + (3x + 7 – 7)2 = 10 Þ x2 = 1 Þ x = ±1

Para x = 1, y = 10, isto é, (1; 10)

Para x = –1, y = 4, isto é, (–1; 4)

Alternativa B

C

B

D

A (–3; 8)O (0; 7)

54. A sequência (a1, a2, a3, . . . , an, . . .) é tal que

● (a1, a2, a3) é uma progressão aritmética (PA),

● (a2, a3, a4) é uma progressão geométrica (PG),

● (a3, a4, a5) é uma PA,

e assim sucessivamente, de modo que (ai, ai+1, ai+2) é uma PA, para todo i ímpar e positivo, e é uma PG, para todo i par e positivo.

Sabendo que a1 = 0 e a4 = 12, o sétimo termo dessa sequência é:

a) 643 .

b) 30. c) 32. d) 36.

e) 812 .

Resolução:

Na sequência (0, a2, a3, 12, a5, a6, a7, ..., an, ...) temos, de acordo com as condições dadas:

2

120

2

4 12

0

2 3

32

2

2

2 3

22

2

2

a a

a aa

a a

a a

a

=

=

=

( ) =≠

⇒=

=

aa2

3

36

A sequência fica:

(0, 3, 6, 12, a5, a6, a7, ..., an)

Como 6, 12, a5 estão em PA, temos a5 = 18.

Assim, 12, 18, a6 estão em PG.

Portanto: 182 = 12 . a6 Þ a6 = 27

Concluimos que a7 = 36

Alternativa D

23Seu Pé Direito naS MelhoreS FaculDaDeS INSPER – 12/06/2011

INSPERJUN2011 CPV

55. De acordo com suas programações, os ônibus das linhas X e Y passam pela parada P às 16h10min e às 16h15min, respectivamente. No entanto, o ônibus da linha X pode atrasar-se e o da linha Y pode antecipar-se alguns minutos, como detalhado nas tabelas a seguir.

Linha XAtraso de Probabilidadesem atraso 50%1 minuto 20%2 minutos 10%3 minutos 10%4 minutos 5%5 minutos 5%

Linha YAntecipação de Probabilidadesem antecipação 50%

1 minuto 20%2 minutos 10%3 minutos 10%4 minutos 5%5 minutos 5%

Considerando que eventuais atrasos ou antecipações dos ônibus das duas linhas sejam independentes entre si, a probabilidade de que, num dia qualquer, eles passem pela parada P no mesmo horário é:

a) 5%. b) 9%. c) 13%. d) 16%. e) 32%.

Resolução: Para que os ônibus das linhas X e Y se encontrem no mesmo

horário, é necessário que ocorra uma das seguintes configurações:

Linha X Linha Ysem atraso 5 minutos1 minuto 4 minutos2 minutos 3 minutos3 minutos 2 minutos4 minutos 1 minuto5 minutos sem antecipação

Pelas informações do enunciado, a probabilidade do encontro é:

50100

5100

20100

5100

10100

10100

10100

10100

20100

5100

5⋅ + ⋅ + ⋅ + ⋅ + ⋅ +

00100

5100

900100 100

⋅ =.

o que representa 9% de probabilidade.Alternativa B

56. Considere o número inteiro N =

2014 20164

3..

O maior fator que aparece na decomposição de N em fatores primos é:

a) 37 b) 41 c) 47 d) 53 e) 59

Resolução:

N = 2014 2016

4

3.

= (2014 . 504)3 =

= (2 . 19 . 53 . 23 . 32 . 7)3 = (24 . 32 . 7 . 19 . 53)3

= 212 . 36 . 73 . 193 . 533

O maior fator primo é o número 53. Alternativa D

Texto para as questões 57 e 58.O departamento de vendas de uma empresa é chefiado por um dos seus vice-presidentes. Há 4 diretores subordinados ao vice-presidente, cada um responsável por uma das quatro linhas de produtos da empresa (A, B, C e D). A cada diretor estão subordinados 8 gerentes regionais. Cada gerente regional, por sua vez, comanda um time de 12 vendedores.Os cargos citados acima são os únicos do departamento de vendas.A política de bônus anuais desse departamento segue um conjunto de regras, algumas delas listadas a seguir.● Se menos de 75% dos diretores do departamento conseguirem

atingir suas metas para aquele ano, então o vice-presidente não recebe seu bônus anual.

● Se menos de 75% de seus gerentes regionais conseguirem atingir suas metas para aquele ano, então um diretor não recebe seu bônus anual.

● Se menos de 75% dos vendedores de seu time conseguirem atingir suas metas para aquele ano, então um gerente regional não recebe seu bônus anual.

● Um funcionário do departamento de vendas recebe bônus se, e somente se, cumpre as suas metas anuais.

57. Em um ano qualquer, considerando apenas as regras listadas no enunciado, o número de funcionários do departamento de vendas dessa empresa que podem receber os bônus anuais é, no máximo:

a) 25. b) 106. c) 315. d) 384. e) 421.

Resolução: Na situação de máxima quantidade de bônus, todos os funcionários do departamento receberão a gratificação: basta que 100% dos vendedores batam suas metas (e recebam seus bônus) para que 100% dos gerentes batam suas metas (e recebam seus bônus) e, em cascata, 100% dos diretores e 100% da direção, idem.

Em números, de trás para frente:

Nmáx = 1 vice-presidente + 4 diretores + 4 x 8 gerentes +

+ 4 x 8 x 12 vendedores = 421 funcionários bonificados.

Alternativa E

INSPER – 12/06/2011 Seu Pé Direito naS MelhoreS FaculDaDeS24

CPV INSPERJUN2011

58. Sabe-se que, no ano X, ● o gerente regional da região R, subordinado ao diretor

da linha A, recebeu o bônus anual. ● o diretor da linha B recebeu o bônus anual. ● o diretor da linha C não recebeu o bônus anual. Apenas com essas informações, pode-se garantir que o

número mínimo de funcionários do departamento de vendas dessa empresa que receberam bônus anuais no ano X foi:

a) 26. b) 53. c) 71. d) 92. e) 118.

Resolução:

A condição para que R (gerente) receba seu bônus é que, dos seus subordinados diretos (12 vendedores), pelo menos 75% tenha batido sua meta.

Na situação mínima, serão N1 = 0,75 . 12 = 9 vendedores bonificados.

A condição para que A (diretor) receba seu bônus é que, dos seus subordinados diretos (8 gerentes), pelo menos 75% tenha batido sua meta.

Na situação mínima, serão N2 = 0,75 . 8 = 6 gerentes bonificados.

Cada um desses 6 gerentes têm o mesmo perfil de R descrito no parágrafo anterior; serão portanto mais N3 = 6 . 9 = 54 vendedores bonificados.

Assim, temos o total mínimo de

Nmín = N1 + N2 + N3 + R + A = 9 + 6 + 54 + 1 + 1 =

= 71 funcionários bonificados.Alternativa C

Texto para as questões 59 e 60.

Considere o gráfico da função f(x) = 3x − 2x, dado na figura:

59. A expressão 3 3 2 25 5−( ) vale aproximadamente:

a) 1,0. b) 1,2. c) 1,4. d) 1,6. e) 1,8.

Resolução:

3 3 2 2 3 2 3 25 565

65 1 2 1 2−( ) = − = −, , = f (1,2) @ 1,4

Alternativa C

60. A solução real da equação

9x − 2 . 6x + 4x = 16

é aproximadamente igual a:

a) 1,85. b) 1,65. c) 1,45. d) 1,25. e) 1,05.

Resolução:

9x – 2 . 6x + 4x = 16 Þ (3x – 2x)2 = 16 Þ 3x – 2x = ±4

Observando o gráfico, concluímos que

3x – 2x = –4 (não convém) ou

3x – 2x = 4 para x @ 1,85

Alternativa A

COMENTÁRIO Da PROVA De ANÁLISE QUANTITATIVA

A prova de Matemática do Vestibular INSPER-Junho/2011 apresentou um grande avanço em relação à qualidade das questões e à adequação do processo seletivo.

Ao contrário dos anos anteriores, a Banca Examinadora propôs questões que, embora de nível menos difícil, não perderam em consistência, exigindo um razoável grau de conhecimento conceitual.

Acreditamos que essa harmonia entre dificuldade e consistência resultou em uma prova em sintonia com os candidatos mais bem preparados.

Certamente haverá uma melhora significativa no índice de discriminação das questões, o que deverá atender ao objetivo da Banca Examinadora de selecionar os melhores candidatos.