Cq Fisico Quimico
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INTRODUÇÃO
O controle de qualidade físico-químico consiste na avaliação das
amostras de matéria-prima através de testes que constatam sua solubilidade,
densidade relativa, identificação (correspondência com as informações
disponibilizas pelo fornecedor), nível de pureza, quantidade de impurezas na
substância, presença de metais pesados, umidade e ressecamento, etc..
Para eficácia no controle de qualidade, todos os testes e resultados
precisam ser registrados no Boletim de Análise da Matéria-Prima ou Material
de Emabalagem, armazenada juntamente com as amostras de retenção.
A partir desses testes o Controle de Qualidade (CQ) aprova ou
reprova a matéria-prima, tomando o devido procedimento de acordo com o
resultado. Se aceito, o produto poderá ser utilizado na produção de
medicamentos ou cosméticos, senão, deverá ser descartado ou devolvido ao
fornecedor.
O CQ não deve se limitar na análise apenas da matéria-prima, mas
atentar para a qualidade da água e na higienização dos equipamentos usados
na produção, evitando contaminações em todo o processo.
A análise poderá ser refeita sempre que necessário, de acordo com
o programa pré-estabelecido pelo CQ.
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1 ESTABILIDADE E DETERMINAÇÃO DO PRAZO DE VALIDADE DE
MEDICAMENTOS E COSMÉTICOS
A estabilidade dos medicamentos e cosméticos devem ser testada
em experimentações orientadas pelos termos pré-estabelecidos de
temperatura e umidade, considerando as condições climáticas do local em que
os produtos serão transportados e amarzenados durante o prazo de validade
previsto. Porém existem outros fatores que devem ser considerados por
influenciarem na estabilidade do medicamento, por apresentarem risco de
impactar sua composição, oriundos de condições inerentes ao próprio produto
como sua reatividade diante dos ingredientes ativos, a composição dos
materiais da embalagem e diversos componentes que podem entrar em
contato com o medicamento e causar alterações em sua composição. Esses
riscos podem ser atenuados através de testes de stress durante o
desenvolvimento do produto.
Existem também os fatores relacionados à produção, como a
quantidade dos lotes, os equipamentos e a qualidade dos elementos usados.
Para reduzir os riscos, há procedimentos padrões que regularizam e validam o
processo de produção como: As Boas Práticas de Fabricação, Qualificação de
Instalações, Qualificação Operacional e a constante renovação das tecnologias
por indicação dos termos de Tecnologia de Processos Analíticos.
Aos fatores externos que podem influenciar a estabilidade do
medicamento inclui-se o calor, umidade, luminosidade, pH e o oxigênio. Todas
essas variáveis podem ser testadas em longa duração, acelerados e através de
teste de stress, indentificando o tipo de embalagem adequada, o prazo de
validade e as recomendações de armazenamento.
Existe a possibilidade de ocorrer danos físicos durante o transporte e
armazenamento dos produtos. Prevendo esses fatores de riscos é
recomendado o uso de embalagens secundárias adequadas, como tambores,
caixas ou containers.
Os aspectos físicos do medicamento precisam ser conservados com
suas propriedades originais, incluindo aparência, cor, odor, uniformidade,
dentre outros fatores. Os aspectos químicos devem ser conservados dentro de
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padrões estabelecidos que configure a integridade da estrutura química do
produto, isso inclui as proporções e teor dos ingredientes ativos, entre outros
limites definidos pelo fabricante. É importante também que se garanta a
preservação das características do produto no que diz respeito à sua
funcionalidade do efeito proposto, sem se alterar seus atributos, além da
segurança para consumo do produto, em que nenhuma alteração significativa
aconteça de maneira a ser nociva aos consumo. Os níveis de contaminação
por impurezas devem ter o devido controle a ser incluído na definição do prazo
de validade de modo eficaz.
É necessário também manter uma certa frequência dos testes,
fazendo análises a longo prazo para se definir com maior precisão os perfis de
estabilidade do produto e propor seu prazo de validade. Dessa forma, a
frequência dos testes devem acompanhar o prazo de validade proposto, sendo
conferido se ocorreu qualquer alteração do produto a cada trimestre nos
primeiros 12 meses, a cada semestre no ano seguinte e, por fim, anualmente
durante o resto do período proposto, caso o produto ultrapasse 24 meses como
prazo de validade.
É possível realizar estudos de estabilidade em condições aceleradas
de armazenamento para se estipular provisoriamente um prazo de validade,
possibilitando assim a introdução do produto no mercado antes que os estudos
de longa duração sejam completados e seja, enfim, definidos o prazo integral..
2 CONTROLE DE QUALIDADE DE MATERIAL DE ACONDICIONAMENTO E
EMBALAGEM
O Controle da Qualidade do Material de Embalagem é o órgão
responsável pelas definições dos materiais e análise das embalagens,
validando sua qualidade. Para isso, testes são feitos comparando o padrão de
cores, conferindo a legibilidade da impressão, a constituição da fibra, a
colagem, dimensões métricas, validade e atualidade das informações do
produto, texto indelével, propriedades mecânicas como resistência,
adesividade, fechamento e lacragem, entre outros fatores. Dessa forma, o
material da embalagem deve garantir a conservação do produto, conter as
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informações do medicamento e proteger o produto das influências externas
como calor, luminosidade, o ar e ser de fácil manuseamento. Dentro dos limites
estipulados, o produto pode ser aprovado ou rejeitado, caso não atenda os
padrões previstos.
3 CONTROLE DE QUALIDADE DE FITOTERÁPICOS
O controle de qualidade de fitoterápicos estão submetidos às
metodologias analíticas de validação da RE 899/03, mas também podem ser
orientados pelos mesmos termos de validação dos métodos bioanalíticos,
sempre levando em consideração a complexidade da matéria-prima vegetal.
No caso dos métodos bioanalíticos existe uma margem padrão de valor do
coeficiente de correlação linear (R), em que a curva de calibração aceitavel
deve ser igual ou superior a 0.98 e seu grau de dispersão seja de 15% nos
pontos médios e 20% no limite inferior de quantificação.
Deve-se observar os padrões de referências e de trabalho relativo
ao extrato da planta, de acordo com a legislação supramencionada. No caso de
não haver um padrão de referência para o fitoterápico específico, já é previsto
o uso dos padrões de trabalho regulamentados.
É recomendado o uso dos marcadores isolados do extrato para
qualificar a substância em seu padrão primário e perfil cromatográfico.
Posteriormente, o extrato já qualificado deve ser submetido ao padrão
secundário, de trabalho, e seu perfil cromatográfico, fazendo as definições das
quantidades mínimas nos marcadores isoladamente.
No momento de validar a metodologia de análise quantitativa,
recomenda-se a calibração por adição de padrão, possibilitando que o efeito de
matriz complexa seja considerado na análise.
É necessário para as empresas qualificar o extrato de acordo com o
padrão secundário de referência, por meio dos padrões primários oficializados,
ou seja, as substâncias isoladas, independente de como o certificado de
análise do fornecedor é apresentado. Também é possível usar de forma direta
os extratos padrões oficializados na condição de estar apresentado junto com o
perfil cromatográfico.
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O coeficiente de correlação (R) representa a dispersão média dos
valores de cada sinal analítico com base nas amostras de calibração em
função da curva de regressão teórica. É necessário haver congruência entres
os valores obtidos e o valor teórico para determinado modelo de regressão,
ainda que a relação entre a concentração e o sinal analítico seja exponencial,
polinomial, quadrática ou sigmoidal, R deverá apresentar valor igual a 1. Assim,
valor de R sendo igual a 1 não garante linearidade, sendo esta um
procedimento analítico de sua capacidade de obter resultados em um
procedimento diretamente proporcional a quantidade do analito na amostra,
devendo ser apresentada diretamente no analito ou nas amostras fortificadas
ao se utilizar pelo menos cinco concentrações diferentes cobrindo a faixa de
trabalho, de acordo com a Internacional Conference Harmonization (ICH).
Ainda segundo a ICH, é recomendado realizar testes estatísticos apropriados,
além do exame visual do sinal analítico de acordo com a concentração. É
possivel obter os parâmetros de inclinação e intercepto a partir da soma dos
quadrados residuais e do coeficiente de correlação, que também devem ser
reportados, podendo ser exibida com uma representação gráfica dos resíduos,
recomendadamente. Deste modo pode se distribuir aleatoriamente os valores
residuais ao redor da linha de resíduo zero.
É considerado relevante realizar a estimativa dos intervalos de
confiança para as estipulações de coeficientes da linha de regressão, os slope
e intercepto. Quando a faixa de calibração é superior a três ordens de
magnitude, como nos métodos espectrofotométricos por ultravioleta (UV/Vis e
CLAE-UV/Vis) normalmente ocorrem desvios significativos da linearidade.
Para a elaboração do gráfico de resíduos, não é necessário a adição
desse trabalho às atividades da empresa, podendo ser usado um software que
contenha os dados já existentes, como o Excel®.
A validação do produto final, diante de uma metodologia analítica
farmacopeica já existente para o extrato vegetal, não se faz necessária, por já
estar contida nos termos padrões da metodologia. Porém, ao haver alterações
em qualquer parâmetro, é necessário se fazer a covalidação através de testes
de sua precisão, especificidade e linearidade. Caso haja um processo de
extração mais complexo, a validação com todos os parâmetros descritos
anteriormente será necessária. Essa condição é aplicaqda para a maioria dos
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extratos com lactose ou adição de aerosil na solução, sendo recomendado co-
validar o produto por ser um laudo não especificado pelo fornecedor. A
interpretação dos resultados dos testes de quantificação por meio do
espectofotometria deve ser cauteloso, considerando a possibilidade de
interferências absorvidas por fatores de igual comprimento de onda.
Para a verificação de estabilidade dos produtos fitoterápicos, aplica-
se a RE 01/05, exigindo-se uma variação no conteúdo de marcadores menor
ou igual a 15% do valor de análise da liberação para que os testes de
dissolução e produtos de degradação não sejam solicitados. Também é exigido
testes de fotoestabilidade para garantir que o medicamento foi protegido da
emissão de luz durante a produção e possuir embalagens âmbar.
4 CONTROLE DE QUALIDADE EM FARMÁCIAS MAGISTRAIS
Para o controle de qualidade em farmácias magistrais (de
manipulação), existem regimentos estipulados pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), garantidno a conformidade da matéria prima,
considerando o crescimento do número de importadores e distribuidores nesse
setor aumenta o risco de problemas no material, exigindo-se, assim, maior
cautela no controle de qualidade desses elementos, que podem interferir no
resultado final do produto.
Para isso, destaca-se o item 4.4.1 da RDC que rege o controle sobre
as condições de aquisição dos materiais e seu sub-intem 4.4.1.2.1, que
ressalta a regularidade do fornecedor diante da autoridade sanitária,
garantindo, então, o controle de qualidade da matéria prima fornecida.
Conhecer a regularidade dos fornecedores é imprescindível para garantir a
consolidação do setor magistral e evitar problemas na produção e no resultado
final do medicamento.
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5 CONTROLE DE QUALIDADE EM COSMÉTICOS
Para o controle de qualidade de cosméticos existem
regulamentações previstas pela ANVISA por serem produtos potencialmente
nocivos a saúde do consumido. Além dos procedimentos mencionados acima
no controle de estabilidade e prazo de validade, os produtos cosméticos
possuem determinações específicas, em que se destacam:
RES 47/06, em que é estipulado os termos de qualidade das
substâncias dos filtros de raios ultra-violetas (UV), como os presente em
produtos como protetores solares; a RES 215/05, que apresenta uma lista de
restrições quantitativas de determinadas substâncias dentro dos produtos
cosméticos; a RES 48/06, em que há uma lista de substâncias que são
proibidas de fazerem parte da composição do produto por serem altamente
nocivas; RES 162/01, que regulamenta a qualidade e quantidade de
conservantes que podem ser utilizados no cosmético; e a RES 79/00, que
estipula a qualidade dos corantes que podem compor o produto, garantindo
sua não toxicidade para o consumo humano.
Portanto, os produtos comésticos devem estar em conformidade
com a legislação imposta pela ANVISA ao mesmo tempo em que deve garantir
a satisfação e integridade do consumidor, se adequar às exigências do
mercado e estar em constante processo de aprimoramento e desenvolvimento
tecnológico de seus produtos.
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CONCLUSÃO
Os requerimentos que regulamentam o controle de qualidade nos
diversos produtos fabricados, desde a materia prima a embalagens, é de
fundamental importância para garantir a segurança do consumidor quanto a
integridade da composição e o prazo de validade, assim como as condições de
armazenamentos, como aqui abordado sobre o aspectos físico-químico.
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REFERÊNCIAS
http://jfpharma.com.br/ind/cq1.html
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-
40422013000200023&script=sci_arttext
http://jfpharma.com.br/ind/cq1.html
http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/fitoterapicos/
Controle_qualidade_extratos.pdf
http://pt.slideshare.net/atafuri/cq-cosmetico