Cravo de noiva
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CRAVO DE NOIVAAugusto dos Anjos
Cravo de noiva. A nívea cor de cera
Que o seu seio branqueja, é como os
prantos
Níveos, que a virgem chora, entre os
[encantos]
Dum noivado risonho em primavera.
Flor de mistérios d'alma, sacrossantos,
Guarda segredos divinais que eu dera
Duas vidas, se duas eu tivera
Pra desvendar os seus segredos
santos.
E tudo quer que nessa flor se enleve
O poeta. E que dessa concha
armínea,
Da lactescência angélica da neve,
Se evolam castos, virginais aromas
De essência estranha; olências de
virgínea
Carne fremindo num langor de pomas.
CRÉDITOS:
Texto: Poema “Cravo de Noiva” (Augusto dos Anjos)
Ilustração: Ana Maria- aluna do 1.º Período EJA, Ensino Médio, Escola Estadual “Celestino Nunes”, Paineiras/MG.
Trabalho de Língua Portuguesa: Prof.ª Arlete Caetano de Jesus.
Música: Internet (joaozynhocarmargo-alma-batida.mp3)