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RESTAURAÇÃO DE PRÉDIOS ANTIGOS

Copyright: Instituto Arte na Escola

Autor deste material: Tarcísio Tatit Sapienza

Revisão de textos: Soletra Assessoria em Língua Portuguesa

Diagramação e arte final: Jorge Monge

Autorização de imagens: Ludmilla Picosque Baltazar

Fotolito, impressão e acabamento: Indusplan Express

Tiragem: 200 exemplares

Créditos

MATERIAIS EDUCATIVOS DVDTECA ARTE NA ESCOLA

Organização: Instituto Arte na Escola

Coordenação: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Projeto gráfico e direção de arte: Oliva Teles Comunicação

MAPA RIZOMÁTICO

Copyright: Instituto Arte na Escola

Concepção: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Concepção gráfica: Bia Fioretti

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(William Okubo, CRB-8/6331, SP, Brasil)

INSTITUTO ARTE NA ESCOLA

Restauração de prédios antigos / Instituto Arte na Escola ; autoria de Tarcísio

Tatit Sapienza ; coordenação de Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. –

São Paulo : Instituto Arte na Escola, 2006.

(DVDteca Arte na Escola – Material educativo para professor-propositor ; 81)

Foco: PCt-7/2006 Patrimônio Cultural

Contém: 1 DVD ; Glossário ; Bibliografia

ISBN 85-7762-012-3

1. Artes - Estudo e ensino 2. Arquitetura 3. Restauração de prédios 4.

Bens patrimoniais I. Sapienza, Tarcísio Tatit II. Martins, Mirian Celeste III.

Picosque, Gisa IV. Título V. Série

CDD-700.7

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DVDRESTAURAÇÃO DE PRÉDIOS ANTIGOS

Ficha técnica

Gênero: Documentário com depoimentos de arquitetos e res-tauradores.

Palavras-chave: Arquitetura; bens patrimoniais materiais; cul-tura brasileira; heranças culturais; conservação; restauração;preservação e memória; história do Brasil, cidadania.

Foco: Patrimônio Cultural.

Tema: O conceito e os métodos de restauração de prédios antigos.

Profissionais abordados: Os restauradores Júlio Moraes, An-tonio Sarasá e Gerardo Garrido, e os arquitetos Paulo Mendesda Rocha, Carlos Lemos, Helena Saia, Regina Tirello, Rita Vaz,Edgar Gouveia Júnior e Frederico Chicarino.

Indicação: A partir da 7a série do Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Direção: Hilton Lacerda.

Realização/Produção: Fundação Padre Anchieta - Centro Paulistade Rádio e TV Educativas, São Paulo (Iniciativa: Sebrae SP comprodução da TV PUC – convênio Fundação Cultural São Paulo).

Ano de produção: 1999.

Duração: 28’.

Coleção/Série: Indústria cultural.

SinopseO documentário reúne depoimentos de grandes arquitetos eteóricos da área, passando pelos artesãos da restauração e pelaformação desses profissionais, oferecendo um panorama sobrea restauração no Brasil e as várias vias que ela pode tomar. Sãoapresentadas as imagens dos resultados das intervenções dosarquitetos e restauradores nas diversas edificações em que traba-lhavam na época do documentário e alguns dos procedimentos

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envolvidos em sua realização. A maioria das intervenções emedifícios apresentadas se situa no Estado de São Paulo, como aPinacoteca do Estado, o Museu de Pesca e o Sítio Santo Antônio.

Trama inventivaObras de arte que habitam a rua, obras de arte que vivem nomuseu. Um vestígio arqueológico que surge em um deserto depedra, das cidades como ruínas. Bens culturais, materiais eimateriais se oferecem ao nosso olhar. Patrimônio de cada indi-víduo, memória do coletivo. Representam um momento da his-tória humana, um marco de vida. Testemunho da presença do serhumano, seu fazer estético, suas crenças, sua organização, suacultura. Se destruídos, empobrecemos. Quando conservados,enriquecemos. Patrimônio e preservação são, assim, quase si-nônimos. Na cartografia, movemos este documentário ao terri-tório Patrimônio Cultural, para nos orgulharmos das realizaçõesartísticas e encontrarmos nelas nossas heranças culturais.

O passeio da câmera

O velho provérbio que diz “É melhor prevenir do que remediar”pode ser o pano de fundo do documentário Restauração de

prédios antigos, editado em dois blocos, cada um com 13' e 15'de duração aproximada.

No primeiro bloco, restauradores e arquitetos falam de seu con-ceito de restauro e das relações entre as duas categorias profis-sionais. As imagens já nos colocam em contato com alguns deseus projetos de restauração de edifícios. Destacamos o depo-imento do arquiteto Paulo Mendes da Rocha que comenta a dis-tinção entre o restauro e a revitalização de um edifício. No se-gundo bloco, os depoimentos apontam as perspectivas do tra-balho com restauro de prédios antigos no Brasil. Os restauradoresfalam sobre as dificuldades devidas à não regulamentação daatuação em sua área, e as iniciativas tomadas nesse sentido.

Podemos acompanhar os depoimentos dos restauradores JúlioMoraes, Antonio Sarasá e Gerardo Garrido; depoimentos dos

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arquitetos Paulo Mendes da Rocha, Carlos Lemos, Helena Saia,Regina Tirello, Rita Vaz, Edgar Gouveia Júnior e FredericoChicarino; depoimentos de estagiários em projetos de restauro,e registros de alguns dos procedimentos adotados pelos restau-radores em seu trabalho. Os cuidados na conservação e restau-ração, no contexto de uma construção histórica, são reveladospelas imagens dos resultados das intervenções realizadas noEstado de São Paulo, como: na Pinacoteca do Estado, na Esta-ção Júlio Prestes, no Teatro São Pedro, no Sesc Pompéia, na VilaPenteado (FAU Maranhão), na Bolsa do Café de Santos, noMuseu de Pesca, em Santos, e no Sítio Santo Antônio.

O contato com os depoimentos oferece, à percepção dos tra-ços gerais de suas preocupações, os complexos dilemas queos profissionais enfrentam e as relações entre eles em um pro-jeto de conservação e restauração arquitetônica.

O documentário traz pistas para iniciar proposições pedagógi-cas diversas: em Conexões Transdisciplinares, a história doBrasil e relações entre cidadania e preservação; em Linguagens

Artísticas, o estudo da arquitetura de prédios antigos; emMaterialidade, os procedimentos técnicos do restauro e daconservação; em Saberes Estéticos e Culturais, a investiga-ção sobre os elementos da visualidade da arquitetura atravésdos tempos. Escolhemos Patrimônio Cultural como linha derumo deste material, focalizando o estudo sobre preservação,conservação, restauro e a educação patrimonial.

Sobre patrimônio: preservação,conservação e restauroA raiz da palavra patrimônio é herança paterna. Quando se trata

de patrimônio cultural, seu significado está associado à constru-

ção e acumulação de bens e à sua permanência, no tempo e no

espaço. (...) São os testemunhos da história e da cultura, produzi-

dos pelos grupos sociais, que permitem conhecer o modo de vida

de pessoas que viveram em outras épocas e lugares, em situações

diferentes das nossas, mas que como nós, trabalharam, lutaram,

amaram, sofreram, foram felizes ou tristes.

Célia Maria Corsino1

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O patrimônio arquitetônico é uma história escrita e inscrita naforma de prédios, casas, edifícios religiosos que são a raiz daprópria cidade. Porém, na história das aldeias, vilas e cidadesbrasileiras (desde os primórdios da colônia), é corriqueiro aban-donar ou deixar para trás núcleos urbanos criados, para fundaroutros, paralelos, transferindo as funções do antigo para o novo.Desse modo, a cidade “abandonada” com suas obrasarquitetônicas pode viver um período de estagnação e atémesmo cair no esquecimento.

No Brasil, o reconhecimento da necessidade de proteger opatrimônio histórico e artístico é apontado em 1936, durante ogoverno de Getúlio Vargas, graças às preocupações de GustavoCapanema, Ministro da Educação e Saúde na época. Atravésde um decreto-lei, é criado o Serviço do Patrimônio Histórico eArtístico Nacional – SPHAN, a partir de um anteprojeto de leide Mário de Andrade, que oferece uma visão sistemática dapreservação para resguardar a totalidade dos bens culturaisde nosso patrimônio histórico-cultural.

Mário de Andrade define o patrimônio como arte e o agru-

pa em oito categorias: arte arqueológica, arte ameríndia,

arte popular, arte histórica, arte erudita nacional, arte eru-

dita estrangeira, artes aplicadas nacionais e artes aplica-

das estrangeiras. O SPHAN é implantado por Rodrigo MelloFranco de Andrade com a colaboração de Manuel Bandeira,Afonso Arinos, Lucio Costa, Carlos Drummond de Andrade edo próprio Mário de Andrade.

É interessante observar que a discussão do patrimônio no Bra-sil surge por parte dos mesmos intelectuais que estão envolvi-dos no movimento modernista, caracterizado pela vontade derenovação, de desapego ao passado e pela construção de umaarte, música e literatura totalmente novas, modernas e tipica-mente brasileiras. A atuação de Mário de Andrade é caracteri-zada pela duplicidade de propósitos: de um lado, a renovaçãoinspirada pela modernização, e de outro, a permanência, liga-da ao resgate das tradições.

Hoje, a denominação do órgão é IPHAN - Instituto do Patrimônio

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Histórico e Artístico Nacional, responsável por proteger, fisca-lizar, restaurar, identificar e preservar os bens culturais do país.Ao mesmo tempo, a noção de patrimônio arquitetônico passa aabarcar também pequenos edifícios, construções rurais e cen-tros urbanos históricos de cidades e vilas; ou seja, é patrimônio

cultural todo objeto arquitetônico que encerre em si mes-

mo um testemunho cultural e civilizacional relevante acer-

ca da evolução da humanidade.

No documentário, o arquiteto Paulo Mendes da Rocha faz umcomentário sobre a restauração que realizou no edifício da Pina-coteca do Estado de São Paulo. Ele diferencia o restaurar, nosentido de devolver um edifício exatamente ao seu estado origi-nal, do restaurar que propõe uma revitalização, que pode sugerirnovos usos e mesmo promover alterações físicas em um prédioantigo, visando ampliar sua capacidade de participar de formaviva da rede urbana e construir a história da cidade.

Os projetos de preservação, conservação e restauro de obrasarquitetônicas são, portanto, desenvolvidos no contexto deuma construção histórica e levam em conta o local, a paisa-gem e o ambiente físico, observando alguns padrões de con-duta, como: realização de uma descrição clara e detalhadadas condições do objeto, dos métodos e materiais utilizadosdurante o tratamento; documentação de todos os registroshistóricos, sem nunca destruir, falsificar ou removê-los; limi-tação da intervenção ao mínimo necessário, orientando-apelo absoluto respeito à integridade estética, histórica ematerial dos bens culturais.

Preservação. Conservação. Restauração. A etimologia daspalavras diferencia cada ação: preservação - prefixo “pre” sig-nifica “antes”, e vai determinar uma série de medidas paraprevenir futuros danos; conservação - o início “com” indicaações com as obras, nas obras, atitudes de manutenção; res-tauração - prefixo “re” significa “de novo” e indica a recupe-ração da obra em seus aspectos estéticos, históricos e em suafunção social.

Todo patrimônio arquitetônico é a manifestação física da

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passagem do tempo que, por meio de sua preservação,

mantém os vínculos materiais entre o mundo passado e o

do futuro. Dessa forma, os prédios antigos são um modo denos aproximarmos de um dado momento da história humana,de um marco de vida que é testemunho material da atividadedo homem, seus recursos, sua organização, sua cultura.

Os olhos da arteQue tristeza que nóis sentia.

Cada táuba que caía

Doía no coração

Saudosa maloca, Adoniran Barbosa

Quando falamos de patrimônio cultural, uma inquietante ques-tão emerge: como abrandar os efeitos da negligência, do mauuso, da preservação inadequada, dos processos de urbaniza-ção e exploração turística desordenados, das intervençõeshumanas equivocadas, que provocam a degeneração e destrui-ção do nosso patrimônio cultural? Tal tarefa está restrita ape-nas à legislação específica e às verbas?

Os comportamentos que destroem os espaços, os objetos eanulam as manifestações culturais podem ser fruto, muitasvezes, das injustiças sociais. Mas, vistas de outro modo, essascondutas podem sinalizar desconhecimento, indiferença ouausência de laços de pertencimento com a memória e a histó-ria dos bens materiais e simbólicos da sociedade.

Nessa perspectiva, nos deparamos com o aspecto educacionaldo patrimônio cultural que depende, necessariamente, do de-senvolvimento de processos educativos que possam gerar umaeducação patrimonial.

A educação patrimonial é uma área recente no Brasil, introduzidaformalmente “a partir do 1º Seminário em 1983, no Museu Im-perial, em Petrópolis/RJ. É inspirada no trabalho pedagógicodesenvolvido na Inglaterra sob a designação Heritage Education,

como aponta o Guia básico de educação patrimonial2 . Esta obra,

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mais do que um guia,é um documento queinstitucionaliza a edu-cação patrimonial noBrasil, servindo comoparâmetro das ativi-dades desenvolvidaspor profissionais dediferentes áreas. Éconsiderada, confor-me os autores, uminstrumento de alfa-betização culturalque possibilita ao in-divíduo fazer a leitu-ra do mundo que o ro-deia, levando-o àcompreensão do uni-verso sociocultural eda trajetória históri-ca-temporal em queestá inserido.”3

Nesse sentido, aco-lher na escola processos educativos voltados à educaçãopatrimonial corresponde a mover crianças e jovens a teremum olhar questionador sobre o passado para que, em seuresgate e compreensão, sejam estabelecidos laços depertinência entre aquele que “vê” e aquilo que é “visto”.

Ao mesmo tempo, o estudo sobre o patrimônio cultural,

pelo seu teor simbólico e sua significação, funciona como

chave de entrada para a compreensão de uma época, de

uma sociedade ou de um momento da vida social. Pode-

mos, então, olhar o patrimônio como suporte de evoca-

ção e de memória, como fenômeno social que une pas-

sado e presente (re)criando e ressignificando imagens

da cidade, do povo, da cultura. Por outro lado, Néstor

Pinacoteca do Estado de São Paulo

Vista parcial do pátio posterior da Pinacoteca

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García Canclini4 afir-ma que:

o patrimônio não inclui ape-

nas a herança de cada

povo, as expressões ‘mor-

tas’ de sua cultura – sítios

arqueológicos, arquitetura

colonial, antigos objetos

em desuso -, mas também

os bens culturais, visíveis e

invisíveis: novos artesana-

tos, línguas, conhecimen-

tos, documentação e comu-

nicação do que se considera

apropriado através das in-

dústrias culturais.

Para esse autor, “orádio, a televisão, ocinema, os vídeos eos discos tornaram-se recursos-chavepara a documentaçãoe a difusão da própriacultura, para alémdas comunidades lo-cais que a geraram.”5

Seja conhecendo os lugares e suportes da memória (mu-

seus, monumentos históricos, arquivos, bibliotecas, síti-

os históricos, vestígios arqueológicos, etc.), seja

pesquisando diferentes mídias, o processo educativo para

a educação patrimonial é uma valiosa contribuição para

que crianças e jovens atuem como preservadores e cons-

trutores do seu espaço de vivência cotidiana.

Para o educador, a educação patrimonial é um vasto e sedutorcampo de trabalho e pesquisa, pois há muito que descobrir emuito que fazer. Basta reassumirmos nosso compromisso his-tórico com a memória e a preservação, sem que isso signifiqueconservadorismo.

Pinacoteca do Estado de São Paulo

Vista parcial do pátio posterior da Pinacoteca

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O passeio dos olhos do professorConvidamos você a ler este documentário antes de planejar suautilização. A proposta é iniciar um diário de bordo, um instru-mento de registro dos rumos trilhados por seu pensar pedagó-gico, a ser retomado e desenvolvido durante todo o processode trabalho junto aos alunos. A partir da exibição, é interessan-te que você anote suas impressões, utilizando os meios comque tiver mais afinidade: escrita, desenho, colagem...

Sugerimos que você assista ao documentário mais de uma vez.A seguir, oferecemos uma pauta do olhar que poderá ajudá-lonesse registro inicial. Fica a seu critério consultá-la antes daprimeira vez ou não.

O que o documentário desperta em você?

Qual é a noção de patrimônio cultural, preservação, conser-vação e restauro que o documentário oferece?

Que aspectos da restauração de edifícios atraem mais sua atenção?

O documentário gera em você interesse em trabalhar comeducação patrimonial?

Você já discutiu o conceito de patrimônio cultural com seus alunos?

O que você imagina que os alunos gostariam de ver nodocumentário? O que causaria atração, ou estranhamento?

Qual o foco que você daria ao trabalho em sala de aula a partirdeste documentário?

Como imagina aproveitar na sala de aula a divisão dodocumentário em dois segmentos?

Ao rever as anotações, o seu modo singular de percepção eanálise se revelará. Partindo destes registros e da escolha dofoco de trabalho, quais questões você incluiria numa pauta doolhar para o passeio dos olhos dos seus alunos por estedocumentário?

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qual FOCO?

qual CONTEÚDO?

o que PESQUISAR?

Za

procedimentos

procedimentos técnicos de conservação e restauro

Materialidade

bens simbólicos

preservação e memória

bens patrimoniais materiais;cultura brasileira; conjuntosarquitetônicos; prédios antigos

heranças culturais; conservação,restauração; IPHAN; políticas culturais;tombamento; memória coletiva

educaçãopatrimonial

exercício de cidadania eresponsabilidade social;valorização do patrimônio;acesso

PatrimônioCultural

ConexõesTransdisciplinares

arte e ciênciashumanas

arte, ciênciae tecnologia

antropologia cultural,história do Brasil, cidadania

física, química, eletrônica, informática

arpando

SaberesEstéticos eCulturais

história da arte elementos da visualidade daarquitetura através do tempo

política cultural

leis de benefício à cultura, prática patrimonialista

Linguagens Artísticas

arquitetura

linguagensconvergentes

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A pauta não precisa ser trabalhada com os alunos como umquestionamento verbal: o contato deles com suas questões podeocorrer por meio da realização de diferentes propostas, que vocêformular, partindo deste direcionamento; suas respostas tam-bém podem ser não verbais e, sim, expressas através do de-senvolvimento de seu processo de trabalho.

Percursos com desafios estéticosConforme destacamos no mapa, consideramos o Patrimônio

Cultural um enfoque relevante no documentário, a ser reto-mado em suas proposições pedagógicas.

A seguir, apresentamos alguns possíveis percursos de trabalhopotencialmente impulsionadores de projetos para o estudo sobrepatrimônio cultural. Os caminhos sugeridos não precisam serseguidos linearmente. Você está convidado a traçar a sua pró-pria rota: escolha por onde começar, onde passear, em que par-tes permanecer mais tempo, o que descartar.

O passeio dos olhos dos alunosAlgumas possibilidades:

Para provocar o olhar dos alunos para a exibição do docu-mentário, você pode apresentar para eles um objeto qual-quer de cerâmica ou louça comum, como uma xícara, prato,bule, pote, caneca, etc., previamente quebrado em peque-nos pedaços, dentro de um saco plástico transparente.Converse com os alunos, perguntando o que é este objeto,de qual material é feito, qual é a forma dos fragmentos, qualseria o seu uso. Escolha um dos fragmentos que possibiliteuma fácil identificação do objeto, por exemplo, a alça de umaxícara, a borda de uma caneca ou pote. Problematize, per-guntando se é possível, através do fragmento, saber comoera o objeto. Assim como num quebra-cabeça, peça aosalunos para tentarem reconstituir o objeto juntando os frag-mentos. Partindo dessa experiência, questione sobre: oobjeto, ao ser reconstituído, foi consertado ou restaurado?

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Qual a diferença? Os diferentes pontos de vista que essapergunta pode desencadear abrem espaço para o início daexibição do documentário. Após o primeiro bloco verifiquemquais as contribuições do documentário para a ampliaçãoda experiência com os fragmentos do objeto.

A proposta é uma expedição pela cidade em busca de um (oumais) edifício importante pelo seu valor histórico ouarquitetônico, ou edifícios que se apresentem em mau esta-do de conservação ou abandonados. Propondo um roteiro deinvestigação, você poderá instigar os alunos à observaçãosobre: quão antigo é o edifício? Foi modificado? Onde? Nasjanelas? Nas portas? No telhado? No volume arquitetônico?Qual o seu uso atual? Residencial? Religioso? Comercial?Como o edifício/local se insere na paisagem atual? E seuestado de conservação? Em ruínas? Em mau ou bom esta-do? O edifício está ocupado ou vazio? Qual a sua importân-cia para a vida da cidade? A visita pode ser registrada comuma série de fotografias ou desenhos que possa refletir osfocos observados, assim como pode ser ampliada com infor-mações colhidas em entrevistas com moradores, funcionári-os, vizinhos ou pedestres que estejam andando pelo local nomomento da expedição. Na volta à sala de aula, a apresenta-ção sobre o que descobriram pode ser feita em painéis comtextos escritos e visuais, abrindo uma análise e discussãosobre a situação dos edifícios observados. Após a conversa-ção, descubra com os alunos o que eles gostariam de sabermais sobre patrimônio cultural, preservação, conservação erestauração de edifícios. A exibição do segundo bloco dodocumentário, em seguida, oferece respostas para as ques-tões levantadas pelos alunos?

Proponha aos alunos o desenho de um mapa, o mais detalha-do possível, marcando o maior número de prédios antigos quepossam lembrar-se em seu caminho diário entre a casa e aescola, ou da rua principal da cidade, ou das ruas que contor-nam a escola. A partir dos desenhos elaborados, o que osalunos percebem? Há prédios que foram lembrados por to-

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dos os alunos? Há outros lembrados por poucos? Por queacontece isso? Após a conversa, exiba o documentário. Quaisnovas questões o documentário traz aos alunos?

Estas ações iniciais são sugestões para provocar o olhar atentodos alunos sobre o patrimônio cultural a partir do documentário.O importante é ter escuta e observação sensíveis para aprovei-tar todas as questões dos alunos, envolvendo-os no projeto.

Desvelando a poética pessoalO interesse aqui é gerar nos alunos a motivação para a criaçãode uma série de trabalhos nas quais desenvolvam uma atitudede pesquisa sobre sua poética pessoal. É importante que vocêobserve os resultados de cada proposta, abrindo também umadiscussão da experiência com a classe.

Se você escolher seguir a sugestão dada em Amarrações de

sentidos: portfólio, o desenvolvimento desta proposta podeamarrar a avaliação do percurso como um todo.

Os alunos podem escolher um local ou prédio antigo da ci-dade que gostariam de ver aproveitado de uma nova forma.Oriente os alunos a reunir todo tipo de referência sobre ahistória do uso do espaço escolhido, e a registrar em tex-tos, desenhos, fotografias ou filmagens o seu uso e carac-terísticas atuais. A partir da exposição desse material, osalunos podem discutir com a classe que tipo de transforma-ções gostariam de propor para este lugar, organizando-seem grupos de trabalho de acordo com os interesses mani-festados. Para alimentar este momento, você pode retomaros conceitos de restauro e de revitalização expostos nodocumentário pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha.

Proponha aos alunos que escrevam um pequeno texto des-crevendo suas idéias e façam esboços que as representem.A partir destes registros, instigue-os a criar uma maquete re-presentando, de forma simplificada, o local e a intervençãoproposta. Os professores de geografia e de desenho geomé-trico de sua escola podem ajudar a expor a noção de escala.

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material educativo para o professor-propositor

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É importante acompanhar de perto o processo de constru-ção das maquetes para orientar os alunos sobre o uso maisadequado dos materiais que selecionarem para sua confec-ção. O papelão utilizado em caixas pode ser um bom materialpara iniciar a construção. É importante abrir espaço para aexposição das maquetes e a argumentação oral dos alunossobre as intervenções, abrindo discussão com a classe sobreo caráter benéfico, ou não, das modificações propostas.

Fotos ou desenhos, atuais ou antigos, do local escolhidopelos alunos, para propor suas intervenções, também po-dem servir como base para que eles apresentem suas idéi-as. Mesmo sem dispor de uma máquina fotográfica digital,o computador de sua escola pode ser usado para criar ima-gens digitais, no caso de haver um escâner acoplado. Elaspodem ser arquivadas e utilizadas pelos alunos para o estu-do de suas propostas, recebendo interferências e modifica-ções por meio dos programas de tratamento de imagemdisponíveis no computador, como o Photoshop, Photopaint,

Paintshop Pro, Painter, ...

Ampliando o olhar

Convide um arquiteto, um historiador ou pessoas de sua ci-dade com mais idade para conduzir uma visita com os alu-nos e conversar sobre o passado de sua cidade/região. Sepossível, inclua na visita edifícios/locais antigos que sejampreservados pelas instituições ligadas ao patrimônio históri-co. Caso não haja nada semelhante em sua cidade, a visitapode envolver qualquer residência, igreja, fábrica ou fazendaantiga que os convidados considerem interessante comentar.

Selecione vários tipos de imagens de edifícios em revistas,folhetos, jornais. As figuras podem ser recortadas com des-taque a portas, janelas, telhados, chaminés, etc. Ofereçaos recortes aos alunos e peça para que procurem combinaros fragmentos numa figura completa. Os alunos identificamo estilo, as formas, as características dos edifícios?

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Organize uma visita com seus alunos a um espaço ondesejam criados projetos para edificações, como o departa-mento de obras de sua cidade, um escritório de arquiteturaou de engenharia. A proposta é observar como são repre-sentadas as idéias para um projeto em desenvolvimento.Após a visita, organize, num texto coletivo, as observaçõesdos alunos e o que conheceram.

A visita a um local onde esteja sendo realizada uma obra, mes-mo que seja apenas uma pequena reforma, pode ser uma opor-tunidade para que os alunos associem a arquitetura aos as-pectos materiais do trabalho de construção. Proponha a rea-lização de pequenos desenhos, com anotações sobre aspectosdo trato com os diferentes materiais, para serem retomadosem uma conversa sobre a experiência em sala de aula.

A proposta é colocar, a seus alunos, a seguinte situação:como parte de um projeto de alargamento de várias ruas,para melhoria do trânsito, uma prefeitura pretende demolirum conjunto de casas antigas que têm valor histórico paraa cidade. Partindo dessa problemática, divida os alunos emvários papéis: alguns serão empresários, outros técnicos deplanejamento, especialistas em engenharia de trânsito,moradores das casas, velhos e jovens, donas de casa, co-merciantes, donos de companhia de ônibus, fiscais, arqui-tetos do IPHAN, técnicos de organizações ambientalistas eo prefeito. Os alunos, representando os papéis, argumen-tam seu ponto de vista como se estivessem numa assem-bléia deliberativa. Qual a decisão da assembléia: preservarou demolir? Quais argumentos levaram à decisão?

Conhecendo pela pesquisaUm modo de levar seus alunos a valorizarem o patrimônio cul-tural é propor que pesquisem sobre a legislação de proteçãoao patrimônio cultural brasileiro, a história das instituições li-gadas à sua preservação, os aspectos desta cultura que elastêm se dedicado a preservar, além dos exemplos de proteçãoque podem ser encontrados na região em que vivem.

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RESTAURAÇÃO DE PRÉDIOS ANTIGOS

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Proponha uma investigação em grupo sobre os edifícios/locais antigos de sua cidade/região. Quem os construiu? Porque e como foram construídos? Existe alguma proposta derestauração ou de revitalização desses espaços? A pesqui-sa em jornais e entrevistas com a população local podemser bons modos de conhecer as mudanças que ocorreramnos edifícios e os diversos interesses políticos, econômicose comunitários relacionados a essas áreas.

No documentário, o arquiteto Paulo Mendes da Rocha cita areconstrução de cidades européias parcialmente destruídas pelosbombardeios na 2ª Guerra Mundial. O que os alunos podem vira descobrir pesquisando exemplos diversos de restauro/revitalização de espaços urbanos no Brasil e no mundo?

Quais os diferentes métodos de conservação e de restauroutilizados para tratar materiais diversos, como papel, ma-deira, tecido, entre outros? Quais os diversos fatores de riscoe as medidas que devem ser adotadas para sua proteção?Tais questões abrem espaço para o estudo sobre os proce-dimentos específicos da conservação e restauro. Se em suacidade houver pessoas com alguma experiência nessa área,inicie a pesquisa entrevistando-as.

Ampliando a pesquisa acima, podemos problematizar: diantedas proposições dos artistas, como fica a conservação e res-tauração da matéria da arte contemporânea? Como conser-var, por exemplo, as trouxas de carne de Artur Barrio? E asarquiteturas de nylon, semelhantes às das meias femininas,marca característica de Ernesto Neto? Há restauração possí-vel para os sensibilíssimos planos de malha metálica de Iole deFreitas? E para o batom, a glicerina e o tule, materiais presen-tes em obras de Carlos Fajardo? Como conservar as coleçõesde fotografias e negativos, e os acervos de videoarte?

Amarrações de sentidos: portfólioO portfólio pode ser um apoio para que o aluno perceba o sen-tido do que estudou, reveja os conteúdos trabalhados e possaperceber seu percurso de aprendizagem. Converse com eles

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para que o portfólio seja confeccionado desde o início dos per-cursos educativos. Assim, o portfólio poderá ser percebido comouma amarração dos conteúdos estudados, afastando o risco devirar apenas mais uma atividade. Como sugestão, propomosum portfólio construído em torno do estudo/intervenção denovos usos para um lugar/prédio antigo da cidade. Se possí-vel, a divulgação das propostas apresentadas poderá ser feitapor meio de jornais, rádios ou televisões locais.

Valorizando a processualidade

Houve transformações? O que os alunos percebem que conheceram?

Como esses indícios podem não ser aparentes a todos, cabe avocê retomar, nos portfólios, o percurso de cada aluno e da classe.Concluindo esta etapa de sua viagem e iniciando o planejamentode novas explorações com seus alunos, você pode registrar emseu diário de bordo algumas reflexões sobre as questões: comoprofessor-propositor, o que você percebe que aprendeu com esteprojeto? Descobriu novos caminhos para sua ação pedagógicanesta experiência? Seu diário de bordo aponta para rumosinexplorados? O projeto germinou novas idéias em você?

GlossárioConservação – “É o conjunto de intervenções diretas, realizadas na pró-pria estrutura física do bem cultural, com a finalidade de tratamento, im-pedindo, retardando ou inibindo a ação nefasta ocasionada pela ausênciade uma preservação. É composta por tratamentos curativos, mecânicose/ou químicos, tais como: higienização ou desinfestação de insetos oumicroorganismos, seguidos ou não de pequenos reparos.” Fonte: SÁ, IvanCoelho de. Oficina de conservação preventiva de acervos. Porto Alegre:Museu Militar do Comando Militar do Sul, 2001, p. 3 e p. 42.

Cultura – “A Cultura do Homem compreende suas idéias, valores, seuimaginário, sua criação intelectual ou intelectual e material: a cultura pro-porciona elementos objetivos e concretos, não apenas para a sobrevivên-cia do Homem e sua realização histórica, mas é, também, e ao mesmotempo, reflexo e instrumento para a mudança da qualidade do conjuntodas relações sociais.” Fonte: GUARNIERI, Waldisa Russio Camargo. Con-ceito de cultura e sua inter-relação com o patrimônio cultural e a preserva-ção. Cadernos Museológicos, Rio de Janeiro, n.3, p. 9, out.1990.

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Identidade cultural – “Não há desenvolvimento cultural sem o embasa-mento de experiências já realizadas; sem invenções artísticas e sociais vin-culadas à tradição. Eruditas ou populares, estas são as marcas da históriae da identidade de um grupo social. Constituem a memória coletiva quealimenta um processo em evolução. Os objetos representativos dessasexperiências e invenções são os elementos tangíveis dessa memória.” Fon-te: CAMPELLO, Glauco. Ações pelo patrimônio. Disponível em:<www.minc.gov.br/textos/olhar/acoespatrimonio.htm>.

Patrimônio cultural – “Os objetos têm para nós um significado (a atribuiçãode significados é, também, um dado cultural). Na medida em que estes sig-nificados entram para a nossa hierarquia de valores, ou seja, de simples “coi-sas” (...) passam a bens, transfiguram-se em patrimônio (conjunto de bens)e em patrimônio cultural.” Fonte: GUARNIERI, Waldisa Russio Camargo.Conceito de cultura e sua inter-relação com o patrimônio cultural e a preser-vação. Cadernos Museológicos, Rio de Janeiro, n.3, p. 10, out.1990.

Preservação – “É uma consciência, mentalidade, política (individual oucoletiva, particular ou institucional) com o objetivo de proteger e salva-guardar o Patrimônio. Resguardar o bem cultural, prevenindo possíveismalefícios e proporcionando a este condições adequadas de ‘saúde’. É ocontrole ambiental, composto por técnicas preventivas que envolvam omanuseio, acondicionamento, transporte e exposição.” Fonte: SÁ, Ivan Co-elho de. Oficina de conservação preventiva de acervos. Porto Alegre:Museu Militar do Comando Militar do Sul, 2001, p. 3 e p. 42.

Restauração – “É um tratamento bem mais complexo e profundo, cons-tituído de intervenções mecânicas e químicas, estruturais e/ou estéticas,com a finalidade de revitalizar um bem cultural, resgatando seus valoreshistóricos e artísticos. Respeitando-se, ao máximo, a integridade e ascaracterísticas históricas, estéticas e formais do bem cultural, deve serfeito por especialistas.” Fonte: SÁ, Ivan Coelho de. Oficina de conserva-

ção preventiva de acervos. Porto Alegre: Museu Militar do Comando Mi-litar do Sul, 2001, p. 3 e p. 42.

BibliografiaABREU, Regina; CHAGAS, Mário (org.). Memória e patrimônio: ensaios

contemporâneos. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

BOITO, Camillo. Os restauradores. Cotia: Ateliê, 2002. (Artes & ofícios, 3).

BUCHMANN, Luciano. A pertinência do patrimônio cultural brasileiro peloensino da arte. Revista Digital Art&, n.2, 2004, p. 6. Disponível em:<www.revista.art.br>. Acesso em 14 jan. 2006.

CARRAZZONI, Maria Elisa (coord.). Guia dos bens tombados Brasil. 2.ed.Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1987.

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CUNHA, Maria Clementina Pereira (org.). O direito à memória: patrimôniohistórico e cidadania. São Paulo: Depto. do Patrimônio Histórico da Se-cretaria Municipal de Cultura, 1992.

GRINSPUM, Denise. Educação patrimonial como forma de arte e cidadania. In: TOZZI,Devanil (org.). Educação com arte. São Paulo: FDE, 2004. (Série Idéias, 31).

GUARNIERI, Waldisa Russio Camargo. Conceito de cultura e sua inter-relação com o patrimônio cultural e a preservação. Cadernos

Museológicos, Rio de Janeiro, n.3, p. 10, out.1990.

HORTA, Maria de Lourdes Parreiras; GRUNBERG, Evelina; MONTEIRO,Adriana Queiroz. Guia básico de educação patrimonial. Brasília: IPHAN;Rio de Janeiro: Museu Imperial, 1999.

LEMOS, Carlos Alberto Cerqueira. O que é patrimônio histórico. São Paulo:Brasiliense, 2004. (Primeiros passos).

PARENT, Michael. O futuro do patrimônio arquitetônico. Revista do

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Rio de Janeiro: Fundação Na-cional Pró Memória, n.19, 1984.

Seleção de endereços sobre patrimônio na rede internetOs sites abaixo foram acessados em 6 fev. 2006.

EDUCAÇÃO PATRIMONIAL. Disponível em: <www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2003/ep/tetxt1.htm>.

IPHAN – REVISTA ELETRÔNICA. Disponível em: <www.revista.iphan.gov.br>.

PATRIMÔNIO CULTURAL. Disponível em: <www.iphan.gov.br>.

___. Disponível em: <www.minc.gov.br/textos/olhar/patrimonio.htm>.

RESTAURO. Disponível em: <www.abracor.com.br>.

___. Disponível em: <www.minc.gov.br/textos/olhar/grandesprojetos.htm>.

___. Disponível em: <www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura50.asp>.

Notas1 CORSINO, Célia Maria. Manifestações populares: o patrimônio imateriale o encontro das linguagens. Disponível em: <www.tvebrasil.com.br/sal-to/boletins2001/ling/lingtxt5.htm>. Acesso em 5 fev. 2006.2 Maria de Lourdes Parreiras HORTA et al., Guia básico de educação

patrimonial, p. 5.3 Ibid., p. 6.4 CANCLINI, Néstor García. O patrimônio cultural e a construção imagi-nária do nacional. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Rio de Janeiro: Fundação Nacional Pró-Memória, n.23, p. 95-96, 1994.5 Ibidem.

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