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FIAMINGHI: encontro com a luz

Copyright: Instituto Arte na Escola

Autores deste material: Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque

Revisão de textos: Soletra Assessoria em Língua Portuguesa

Diagramação e arte final: Jorge Monge

Autorização de imagens: Ludmila Picosque Baltazar

Fotolito, impressão e acabamento: Indusplan Express

Tiragem: 200 exemplares

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(William Okubo, CRB-8/6331, SP, Brasil)

INSTITUTO ARTE NA ESCOLA

Fiaminghi: encontro com a luz / Instituto Arte na Escola ; autoria e coor-

denação de Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. – São Paulo : Instituto

Arte na Escola, 2005.

(DVDteca Arte na Escola – Material educativo para professor-propositor ; 2)

Foco: FC-2/2005 Forma-Conteúdo

Contém: 1 DVD ; Glossário ; Bibliografia

ISBN 85-98009-03-2

1. Artes - Estudo e ensino 2. Artes - Pintura 3. Arte concreta 4. Fiaminghi,

Hermelindo I. Martins, Mirian Celeste II. Picosque, Gisa III. Título IV. Série

CDD-700.7

Créditos

MATERIAIS EDUCATIVOS DVDTECA ARTE NA ESCOLA

Organização: Instituto Arte na Escola

Coordenação: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Projeto gráfico e direção de arte: Oliva Teles Comunicação

MAPA RIZOMÁTICO

Copyright: Instituto Arte na Escola

Concepção: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Concepção gráfica: Bia Fioretti

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DVDFIAMINGHI: encontro com a luz

Ficha técnica

Gênero: Documentário a partir de entrevista na casa do pintor.

Palavras-chave: Cor; forma; abstração; arte concreta; geometria.

Foco: Forma-Conteúdo.

Tema: O trabalho deste artista, focalizando sua história, a impor-tância da cor, a litografia, a têmpera e o concretismo em sua obra.

Artistas abordados: Hermelindo Fiaminghi, Alfredo Volpi, alémde outros citados.

Indicação: 7a e 8a séries do Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Direção: Cacá Vicalvi.

Realização/Produção: Rede SescSenac de Televisão. São Paulo.

Ano de produção: 2001.

Duração: 23’.

Coleção/Série: O mundo da arte.

SinopseNeste documentário, dividido em três blocos, a fala do artistapaulistano Fiaminghi é entremeada por suas obras, fotografiasde época, comentários do escritor Marco Antonio AmaralRezende e da narradora. No primeiro bloco: o modo de ser doartista em sua casa, sua história, a litografia e o modo pessoalde tratar a cor. O tema do segundo bloco é o encontro com aarte concreta: a visível passagem das pinturas de paisagenspara a sua última obra figurativa, e sua crescente atração pe-las formas geométricas e abstratas, em consonância com ou-tros artistas plásticos e escritores. O encontro com Volpi e adescoberta da luz é o tema do terceiro bloco, que parte dasinovações da década de 50 e da corluz. A pintura e as litografiastestemunham a busca pela luminosidade da cor.

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Trama inventivaOnde se vê a forma, lá está o conteúdo. Kandinsky discute essaquestão de modo certeiro. Para ele, “a forma é a expressãoexterior do conteúdo interior”1 A forma visual – linhas, volu-mes, cores,... e suas relações compositivas – é o meio pelo qualo artista dá ressonância, nos materiais, à sua idéia/pensamen-to e à emoção que quer expressar. A forma conjuga-se com amatéria por meio da qual se exprime, ligada aos significadosque imprimem cada artista, período ou época. Forma e conteú-do são, assim, intimamente conectados, inseparáveis,imantados. Aproximação deste documentário ao território For-ma-Conteúdo da cartografia oferece acesso a vias de com-preensão para além do olhar analítico que separa a forma esté-tica do conteúdo tematizado.

O passeio da câmera

O documentário apresenta a trajetória poética do artista. En-tramos em sua casa e em sua história. Desde as primeiras obras,parece ser a cor o elemento da visualidade preponderante emseu trabalho. As imagens do documentário conduzem para essapercepção, partindo de uma de suas paisagens e passando parao último quadro em que a figura aparece, mas já composta numaestrutura construtiva.

A pesquisa geométrica, como alicerce da abstração que inves-tiga, marca a escolha de formas e contra-formas2 . As obrasconcretas aparecem em destaque, assim como a sua inserçãono grupo de artistas concretos, para o qual a poesia tambémse estrutura na visualidade.

A litografia apresentada, aparentemente, com poucos recursos,é vista em muitos dos seus trabalhos, embora não haja ima-gens do artista realizando-a .

A cor cerca todas as obras presentes no documentário, desdeos efeitos cromáticos à fabricação das cores por misturas pre-cisas, não aleatórias, presentes no primeiro bloco. A pintura

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concreta e o interesse pela cor de modo mais rigoroso e econô-mico são expostos no segundo bloco. A volta da cor plena, noterceiro bloco, traz a pesquisa da corluz que se traduz nova-mente com a têmpera ou a litografia.

O documentário convida para proposições pedagógicas quepodem focalizar: os Saberes Estéticos e Culturais através domovimento concretista; as Conexões Transdisciplinares noaprofundamento das relações entre a poesia concreta e asvinculações com a poesia visual, assim como a geometria; aMaterialidade e as questões das Linguagens Artísticas tradici-onais e convergentes (no caso, a produção gráfica e a moda,embora esta última seja apenas citada), além dos processosde criação, incluindo aí a viagem de estudos como fonte e ali-mento do processo criador.

Neste material, a escolha incide em Forma-Conteúdo, focali-zando especialmente a cor e a abstração.

Sobre Hermelindo Fiaminghi(São Paulo/SP, 1920 - São Paulo/SP, 2004)

Existe na corluz a luz que você não conhece, que é resultado dacombinação de cores, uma ao lado da outra, uma sobre a outra.(...)Nas primeiras pinturas que fiz em Eldorado, pude observar no re-flexo da luz das folhas na água, a transparência e a vibração dascores. Eu componho azuis misturando pigmentos de azuis diferen-tes para conseguir o meu azul.

Hermelindo Fiaminghi

Cor e forma. Tomando-as como inquietantes componen-tes, Fiaminghi constrói sua poética pessoal, seu modo sin-gular de criação. Um caminho que inicia aos 16 anos, aofreqüentar por 5 anos o Liceu de Artes e Ofícios de SãoPaulo. Lá, estuda pintura com Waldemar da Costa quedeixa marcas profundas em sua poética pessoal, e adentrano campo das artes gráficas. Depois, profissionalmente,atua nesta área tanto na publicidade, como na produçãográfica e litográfica, trabalhando nas principais indús-trias gráficas de São Paulo e produzindo os poemas-

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cartazes dos escritores concretos paulistas. É consi-derado um pioneiro na utilização do off-set como lin-guagem artística no Brasil.

Das paisagens iniciais, parte para a abstração geométrica.Econômico nas cores e usando tintas automotivas, Fiaminghiproduz, na década de 50, obras em que há diálogos visuaisintensos entre as formas e contra-formas, e as relações figu-ra-fundo. Participa do movimento Ruptura, liderado porWaldemar Cordeiro, com Maurício Nogueira Lima, HérculesBarsotti, Luiz Sacilotto (das artes plásticas), Décio Pignatari,Augusto e Haroldo de Campos, Ronaldo Azeredo (da literatu-ra), Mario Schenberg (físico, matemático, político, crítico dearte), entre outros artistas concretistas de São Paulo3 . Se-gundo Ferreira Gullar4, a dinâmica visual e a exploração dosefeitos da construção seriada são o foco da preocupação dospaulistas, que difere de outros grupos concretistas, como oGrupo Frente, no Rio de Janeiro, do qual participaram LygiaClark, Franz Weissmann, Aloísio Carvão, Abraham Palatnik,Hélio Oiticica, Lygia Pape.5

Em 1959, Fiaminghi aproxima-se de Alfredo Volpi. Em entre-vista a um jornal paulista6 , sobre sua aprendizagem com Volpi,diz o artista: “Aprendi olhando: preparar a tela e fazer têmpe-ra (ele pintava só com têmpera), misturas de pigmento comgema (dá liga), clara (flexibilidade), resina dâmar (lumi-nosidade), óleo de linhaça decantado, carbonato de cálcio, cerade abelha fervida com aguarrás (transparência). Aprendi arespeitar a pintura. Além disso, aprendi a ser gente (risos).Aprendi a tomar vinho”. Da construção dessa sensível amiza-de, Fiaminghi substitui as tintas industrializadas e o suportede madeira pela tela e a têmpera, buscando maior transpa-rência das cores, chegando ao que denomina de corluz,pesquisando a luminosidade, a fusão e difusão da cor pelaincidência da luz. A retícula gráfica é retomada em novas cir-cunstâncias que animam superfícies, fazem nascer novasséries como os “desretratos” e as “despaisagens”. As pes-quisas sobre a corluz continuam até sua morte.

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Os olhos da arte

Pode ser muito provocador focalizar a arte concreta pelo viés deforma e conteúdo e não apenas pelo viés da história da arte. Nabusca de maior compreensão da linguagem da arte, a ênfase aosaspectos de forma e conteúdo, neste documentário sobreFiaminghi, pode ajudar o aluno a perceber os códigos da arte, oseu modo singular de expressar e comunicar, especialmente nummomento histórico em que há uma forte ruptura com a narrativa.Como disse Marco Antonio Amaral Rezende7 , Fiaminghi adquire“uma linguagem própria sem deixar de fazer pintura concreta, dapintura enquanto pintura propriamente dita e não como recursopara contar alguma coisa, algum fato anedótico”. A visualidade,isto é, a obra em si é o que interessa. São os elementos da própriavisualidade e as relações entre eles que se tornam o assunto, otema, o discurso da obra. Por isso, é difícil para um leigo compre-ender a abstração, pois, nesse tipo de obra não é possível a bus-ca de algo que seja reconhecível no mundo da natureza . Nas obrasabstratas, há uma valorização da pura visualidade.

Embora as relações de forma e conteúdo estejam presentesem obras figurativas, é na abstração que se tornam mais visí-veis aos aprendizes da arte: a significação do conteúdo se tor-na a própria significação da forma.

Hermelindo Fiaminghi -

Virtual II, 1958

Esmalte sobre aglomerado demadeira, 60 X 70 cm

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Vários são os acontecimentos que levam ao apogeu da visua-lidade: o construtivismo russo de Malevitch, o neoplasticismoholandês de Mondrian, os princípios da escola de arte Bauhaus,a presença marcante da abstração na 1ª Bienal de São Pauloem 1951 com Max Bill, que ganha o prêmio com a obra Unida-

de Tripartida, o novo surto industrial de São Paulo, a constru-ção de Brasília.

Assim, a pura idéia visual desaloja a arte do compromisso com oregistro do mundo visível. Max Bill adota a denominação arte con-creta que, segundo Ferreira Gullar, impulsionava para aprender alidar com as cores como “fatos da percepção”, focos de energiaque agem no campo visual, dinamizando as áreas, criando açõese reações entre si. Esse vocabulário puro, recentemente desco-berto, é que deveria servir de base para uma nova linguagem.

O vocabulário de Fiaminghi pode ser vislumbrado especial-mente pela cor, como fato da percepção. O seu apelo visual

Hermelindo Fiaminghi -

Corluz 9417, 1994

Óleo sobre tela, 150 X 120 cm

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nos convoca a todo instante ao mundo colorido em que vi-vemos. A tv em cores ou as fotografias coloridas se tornaramnossas preferidas, pode ser até que alguns de nossos alunosdesconheçam as imagens em b/p da tv ou da fotografia.

Mas a cor é também informação cultural e vem carregada desimbologia que se infiltra na estética do cotidiano: branco noreveillon, vermelho para a bandeira do Partido dos Trabalhado-res, preto para a morte, mas também para o formal. O certo éque nossas escolhas, percepções, interpretações, inclusiveestéticas, são inteiramente designadas pela experiência e abagagem cultural que carregamos. Assim, na China ou aqui, ascores se imprimem de conteúdos diversos, mesclados à nos-sas próprias escolhas, ao nosso repertório cultural que traduznosso gosto estético e um pouco de nossa biografia.

Muitas vezes, a arte na escola traz a cor como um conteúdo fe-chado na moldura das cores primárias e secundárias da tradiçãopictórica (azul, amarelo e vermelho). Mas as cores primárias paraa impressão, utilizadas também nos computadores são outras:amarelo, cian e magenta8 . Há, ainda, as primárias da luz, que semostram nos vídeos da tv: o amarelo, o verde e o vermelho, comopodemos verificar no logo da tv Bandeirantes, por exemplo.

Entretanto, para Josef Albers9 , artista e professor da Bauhaus,o mais importante é:

(...) a interação da cor, isto é, observar o que sucede entre as co-res. Podemos ouvir um tom isolado, mas quase nunca (isto é, semaparatos especiais) vemos uma cor isolada, desconectada ou des-ligada de outras. As cores apresentam-se a nós num fluxo contí-nuo, constantemente relacionadas com o que está próximo e emcondições mutantes. Em conseqüência, isto demonstra para a lei-tura da cor, o que Kandinsky pedia com freqüência para a leiturada arte: o que conta não é o quê, senão o como.

São as relações entre as cores, entre a forma e a contra-forma que se apresentam, em Fiaminghi, estreitamenteentrelaçadas como forma e conteúdo. É por este olhar daarte que as idéias são aqui sugeridas para o potencial trazidopelo documentário.

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O passeio dos olhos do professorConvidamos você a ser um leitor do vídeo, antes do planeja-mento de sua utilização. Neste momento, é importante que vocêregistre suas impressões durante a exibição. Nossa sugestãoé que suas anotações iniciem um diário de bordo, como um ins-trumento para o seu pensar pedagógico durante todo o pro-cesso de trabalho junto aos alunos.

A seguir, uma pauta do olhar que pode ajudá-lo.

O que o documentário desperta em você?

O que o documentário mostra sobre a cor? Como ela se cons-titui um dos elementos básicos da visualidade?

Como você vê a forma geométrica na obra de Fiaminghi? Emqual momento ela ganha maior destaque?

Como as circunstâncias da vida de Fiaminghi foram encami-nhando o desenvolvimento de sua obra? Nesse desenvolvi-mento, que obras lhe chamam a atenção? É possível perce-ber um percurso? Contínuo ou repleto de rupturas?

Sobre o formato do documentário: o que o caráter de entre-vista desperta em você? A divisão em blocos poderia seraproveitada na sala de aula? De que modo?

O documentário lhe faz perguntas? Quais?

O que você imagina que os alunos gostariam de ver nodocumentário? O que causaria atração ou estranhamento?

Para você, o documentário pode desencadear quais focos detrabalho para a sala de aula?

Agora, reveja suas anotações. Elas revelam o modo singular desua percepção e análise. A partir delas e da escolha do foco detrabalho, quais questões você faria numa pauta do olhar paraseus alunos, por meio da qual os olhos deles pudessem passe-ar pelo documentário?

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Percursos com desafios estéticosNo mapa você pode visualizar as diferentes trilhas para o focoForma-Conteúdo. Pelas brechas do filme de Fiaminghi, acha-mos que esse enfoque mostra-se bastante relevante. Consi-derando a sensibilidade, o interesse e a motivação que odocumentário pode gerar, apresentamos alguns percursos parao trabalho, com a intenção de que sejam impulsionadores deprojetos para o aprender-ensinar arte.

O passeio dos olhos dos alunos

Possibilidades:

Até mesmo um pequeno trabalho com uma forma geométricapode transformar-se num modo de entrada para o docu-mentário. Por exemplo, peça para que os alunos recortem tri-ângulos de vários tamanhos, utilizando apenas uma cor, e queescolham o tamanho e a cor do papel que servirá de suporte(como se fará uma colagem, é interessante pedir um papelencorpado). Depois, convide-os a fazer uma composição não-figurativa e exponha os trabalhos. Antes de comentá-los, mos-tre o segundo bloco do documentário: o encontro com a arte

concreta. Neste caso, a própria forma triangular realizada antespoderá servir como pauta do olhar, mesmo que não seja soli-citada. A partir desse bloco do vídeo e dos trabalhos dos alu-nos, problematize o que fizeram e o que Fiaminghi fazia. Le-vante as questões que essa ação desencadeou.

O segundo bloco do documentário pode ser a porta deentrada para este projeto. Mas antes de apresentá-lo,elabore uma pauta do olhar que trate de questões como:

O que Fiaminghi diz sobre a pintura de paisagens?

Como se deu a passagem da forma figurativa para a for-ma abstrata?

O que você compreendeu dos conceitos de forma e con-tra-forma?

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qual FOCO?

qual CONTEÚDO?

o que PESQUISAR?

Zarpand

poética da materialidade

potencialidade, qualidadee singularidade da matéria

pedra litográfica,madeira e tela,fabricação artesanal

suporte

natureza da matéria

ferramentas

pincéis, lápislitográfico

matéria industrial,matéria orgânica,pigmentos

Materialidade

ConexõesTransdisciplinares

arte, ciênciae tecnologia

geometria

do

Forma - Conteúdo

elementos davisualidade

forma e contra-forma,forma geométrica,cor: luz-luminosidade,relações, fabricação

relações entre elementosda visualidade

ritmo, equilíbrio,proporção,composição,simetria

temáticasfigurativas: paisagem, retratos; não-figurativas: abstração geométrica

SaberesEstéticos eCulturais

história da arte arte concreta

Linguagens Artísticas

artesvisuais

literaturameiostradicionais

pintura - têmpera, litografia(impressão por estampagem)poesia concreta,

poesia visual

design, moda,produção gráfica

linguagensconvergentes

Processo deCriação

ação criadora poética pessoal

ateliê, acervo pessoal,viagens de estudo

ambiência de trabalho

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Há uma forma geométrica predominante nas obras do artista?

Por que Marco Antonio Rezende, escritor de uma obra so-bre Fiaminghi, diz no documentário que Fiaminghi adquireuma linguagem própria sem deixar de fazer pintura concre-ta, da pintura enquanto pintura propriamente dita e não comorecurso para contar alguma coisa, algum fato anedótico?

Cada aluno pode pensar sobre essas perguntas individualmen-te e, depois, discutir em pequenos grupos. Você pode finalizaresse momento com a análise das respostas de cada grupo,confrontando-as e problematizando-as, buscando encontrarperguntas interessantes para mover seu projeto.

Outro modo para a introduzir o documentário é investigar otrabalho com a cor, percebendo que ela interage com as co-res que lhe são próximas. Trabalhar com cores é perceberrelações: relações entre cores, relações entre cor e forma,cor e matéria, entre cor e gesto, entre cor e luz. Para iniciar,peça que os alunos façam uma composição não-figurativautilizando pintura com guache com as cores que mais apre-ciam. Depois, você pode solicitar que a mesma composiçãoseja feita com colagem. Os alunos podem repeti-la, ainda,com giz de cera ou canetas hidrográficas, com mudançasde tamanho do papel e da cor de fundo. Ao expor todas asproduções realizadas, problematize a não-figuração (Foi di-fícil sair do mundo reconhecível? O que norteou o trabalho?,etc), as possibilidades da cor em cada material utilizado(Como a própria materialidade do trabalho interfere no re-sultado? O tamanho muda a intensidade das formas e dascores?, etc), a percepção das 3 qualidades cromáticas(tom, saturação - pureza da cor - e brilho - luminosidade).Não se preocupe em já fornecer informações a respeitoda cor, mas em problematizar e instigar para o aprofunda-mento da investigação.

Essas sugestões podem ser geradoras de outras, com a inten-ção de convocar os alunos para assistirem ao documentário,inteiro ou em partes, despertando novos fatos, idéias e senti-dos para a reflexão sobre as questões de forma e conteúdo.

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Pode-se também pedir que eles lancem questões prévias quegostariam de ver respondidas por meio do documentário.

O importante, após a exibição, é uma conversa que possa levarà socialização da apreciação do documentário, animada pelasações expressivas feitas anteriormente e pelas problema-tizações possíveis.

Desvelando a poética pessoal

O desafio deste percurso é criar, com formas e cores, visando oapuramento do trabalho do próprio aluno, da percepção de seumodo singular, de suas escolhas, de sua poética pessoal. O impor-tante é orientar e motivar o aluno para uma atitude investigativade seu próprio modo de expressão na linguagem visual.

As duas possibilidades aqui indicadas podem ser sugeridas aoaluno para que faça sua escolha. Cada proposta não se resumeà realização de um único trabalho, mas à criação de uma sérieque possa ser apreciada e discutida sob a perspectiva da pes-quisa pessoal de linguagem.

Com pintura ou colagem, fabricar tons e experimentar rela-ções entre cores, relações entre cor e forma, cor e matéria,entre cor e gesto, entre cor e luz.

Criar diferentes produções gráficas – cartazes, capas decaderno ou cds sob a influência da arte concreta, utilizandotambém os recursos da informática.

Ampliando o olhar

Uma coleta sensorial pela escola, pelo bairro, pela casa,procurando olhar a estrutura abstrata das formas e com elascriar pinturas e colagens pode se tornar uma propostainstigante. A análise compartilhada dos trabalhos de todosos alunos pode gerar novos problemas, novos olhares, no-vas pesquisas plásticas.

Se você não utilizou as sugestões, para introduzir o tema,que partiam da exibição do bloco 2 do documentário, você

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pode aproveitar e mostrá-lo novamente, colocando a pautado olhar ali sugerida, ampliando o olhar e os conceitos.

A percepção de uma cor isolada pode ser um desafio inte-ressante. Peça para que cada aluno escolha uma cor pre-sente num objeto qualquer, percebendo suas qualidades cro-máticas: tom, saturação e brilho. A tentativa de reproduzira cor com a tinta será o exercício do olhar atento ao modocomo ela é composta. Pode-se retornar ao primeiro blocodo documentário para verificar como Fiaminghi fala da fa-bricação do violeta, do alaranjado.

Josef Albers, já citado, propõe uma série de desafios es-téticos com colagem. Para fazê-los é preciso juntar mui-tos pedaços de papel colorido, recolhidos em revistas,papéis variados, embalagens. Com esse material, é possí-vel criar composições de diversas formas, por exemplo: A)escolher duas cores e sobrepô-las parcialmente, buscan-do um retalho de uma outra cor para representar estasobreposição, de modo que pareça real. B) fazer com queuma cor pareça ser duas ao colocá-la em dois fundos dife-rentes. C) do mesmo modo, fazer com que duas corespareçam iguais.

A visita a museus de arte, especialmente os de arte modernae contemporânea, para entrar em contato com obras abstra-tas pode levar à discussão das relações entre forma e conteú-do. As visitas também podem ser virtuais, tanto aos museus,quanto aos artistas aqui citados, centrando a análise mais napercepção dos trabalhos do que nas questões biográficas.

A busca das formas geométricas presentes na natureza podeampliar o olhar para além das aparências: redesenhando sobrefotografias ou desenhando a partir do ambiente, do natural,sintetizando, marcando contornos. Com as formas obtidas épossível criar composições em que as cores construam no-vas relações entre si, assim como fez o artista Josef Albersao criar uma grande série de quadrados dentro de quadradosque nos faz perceber como as cores aproximam ou afastamas formas. Para saber mais veja o site recomendado.

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Conhecendo pela pesquisa

Investigar Fiaminghi pelos olhos de poetas:

(...)geômetra

amoroso da retae da curvaprecisas

das retículas sutisque se entre-reticulam

como texturas movediças(o violeta entrando pelo verde

pervasivo insinuantefeito um véu que sedesvela outrovéu)

Décio Pignatari 10

Fiaminghi ou Concreção Sensória, 1998

As cores acabam azuis. Quando as lâmpadas ainda não foram ace-sas e a nuvem da noite vem cobrindo as folhas lenta, do mar até aserra. A fumaça desfoca os objetos que não se movem. A luz batena pele das coisas gerando essa camada membrana película cha-mada cor. Saliva sobre a língua. Ás vezes elas parecem vir de dentrodas coisas: As cores do lápis de cores. Linguagem. Para que hajavermelho é preciso muito branco. As cores se transformam quandose encostam. Laranja, rosa, cor-de-laranja, cor-de-rosa. Amanhecer.As cores costumam arder antes de esmaecer. Quando esfriam, oespaço entre elas e as coisas diminui. E borram quando transbor-dam. Os verdes maduram cedo. As luzes apagam preto. As corescomeçam azuis, dentro dos casulos brancos. Flores para elas.

Arnaldo Antunes 11

Geômetra amoroso da reta e da curva, da corluz, repletas deazuis. Quais conexões são possíveis entre o documentário, asobras, a vida de Fiaminghi e as palavras dos poetas? As cone-xões descobertas podem vir também em forma de poema. É umaboa oportunidade para trabalhar os poemas diagramados, como cuidado da produção gráfica que Fiaminghi tanto prezava.

Outros artistas também teriam vivido percursos iniciadoscom obras figurativas e depois partiram para a abstração?Por que abandonaram a figuração? Quem foram seus mes-tres? Valorizaram especialmente forma e cor como Fiaminghi

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ou foram outros os elementos utilizados? É possível encon-trar artistas que fizeram este percurso na escultura?

A litografia é uma técnica de impressão por estampagemque utiliza como suporte da matriz uma pedra calcárea. Apesquisa sobre a técnica pode interessar aos alunos. Visi-te, se possível, algum ateliê de artista que utiliza esta téc-nica. Ou procure em sites.

O que é gestalt? O que é a “boa forma”? Compreender estaquestão conectada com a psicologia da forma pode se tor-nar um caminho muito interessante no aprofundamento davisualidade. Arnheim (1980), Dondis (1991) ou Gomes Fi-lho (2000) podem ajudá-lo na pesquisa para pensar em novosdesafios perceptivos e aprofundamento de conceitos.

Como artista e como produtor gráfico, Fiaminghi iniciou asconexões profundas entre a arte concreta, o design, a co-municação visual, a publicidade, o desenho industrial. Seucartaz para a Escola de Propaganda em 1951 (disponívelno site do MAC/Usp) é um de seus testemunhos. Hoje, estaestética encontra eco na mídia impressa, na televisão, nainternet? O que os alunos podem descobrir sob esta esté-tica pesquisando estas áreas da comunicação?

Que relações poderiam ser pensadas entre a arte concreta eas colchas de patchwork, realizadas com formas geométri-cas coloridas? Esta pesquisa poderia levar à estética do co-tidiano e ao valor estético que essas colchas têm na cultura.

Os percursos aqui sugeridos não correspondem a uma ordemseqüencial. Qualquer um deles pode ser o início ou ser propos-to paralelamente.

Amarrações de sentidos: portfólio

Como bagagem estética da viagem iniciada pela escolha dodocumentário, o portfólio acolhe o que foi descoberto e traba-lhado nesta viagem-projeto. Dar sentidos ao que foi estudadoé um momento especial, que pode ser vivido no ato de elencaros conteúdos e de pensar sobre eles. O portfólio, ao contrário

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da montagem de uma pasta que simplesmente “guarda” ostrabalhos realizados, pode ser o suporte para este pensar, apre-sentando desde as primeiras propostas com as quais se desen-rolaram o foco abordado. Para que a composição do portfólioganhe uma marca pessoal, você pode desafiar os alunos comuma proposta de apresentação estética capaz de gerar novossentidos para os elementos estudados.

Como Fiaminghi fez importantes catálogos, os alunos podem criarum catálogo como portfólio. Poderia se pensar, como design, nouso de apenas duas cores – preto e branco, ou azul e verde, porexemplo –, inserindo de modo estético, dentro das valorizaçõesconcretistas, um texto síntese sobre toda a trajetória de estudo,os trabalhos de discussão, de pesquisas e de fazer-artístico, assimcomo aquelas da criação poética pessoal.

Valorizando a processualidadeHouve transformações? O que os alunos percebem que conheceram?

A apresentação e discussão a partir do portfólio podem desen-cadear boas reflexões de avaliação sobre essas questões. Outromovimento de avaliação pode ocorrer por meio de uma propos-ta na qual os alunos ajam da mesma forma que os entrevis-tadores de Fiaminghi no documentário. Individualmente ou empequenos grupos, podem levantar questões sobre todo o pro-cesso vivido, buscando cercar o que conheceram, o que foi maisimportante, o que levam deste projeto, o que ainda falta co-nhecer, etc. O convite é para que entrevistem os alunos comquem tenham menos contato, para que façam uma reportagemsobre o projeto vivido. A socialização das reportagens na clas-se pode evidenciar as aprendizagens, o que foi mais importan-te, e revelar também as faltas e idéias para novos projetos.

Da mesma forma, esse momento é ideal para você refletir comoprofessor-pesquisador a partir do seu diário de bordo. O quevocê percebe que aprendeu com esse projeto? Quais os novosachados foram descobertos para sua ação pedagógica nessaexperiência? O projeto germinou novas idéias em você?

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Glossário

Brilho – como uma das qualidades cromáticas da cor, este parâmetro defineo valor de luminosidade em atenuação ascendente (que acrescenta bran-co ou luz) ou em atenuação descendente (que subtrai luminosidade ouescurece a cor até o preto). Fonte: GUIMARÃES, Luciano. A cor como in-

formação. São Paulo: Annnablume, 2000.

Cor – elemento de visualidade de grande apelo visual. As relações entreas cores criam um contexto colorístico que determina o valor exato de cadacor. Cada nova relação cria novo contexto que implica na percepção detonalidades (mais claras ou mais escuras, mais ou menos saturada), das“temperaturas” cromáticas (quentes e frias), de tensões espaciais (coresque se expandem, se aproximam, se afastam, se contrastam entre si).Assim, a cor sempre dependerá do conjunto em que é vista, ou seja, amesma cor pode definir o espaço de maneiras diferentes. Fonte:OSTROWER, Fayga. Universos da arte. Rio de Janeiro: Campus, 1983.

Forma – elemento da visualidade que organiza, ordena e estrutura. Ela incor-pora o conteúdo de tal modo que se torna uma só identidade. Qualidadesvisuais como rotundidade ou agudeza, força ou fragilidade, harmonia oudiscordância implicam em compreensões diversas de conteúdos sustentadospelas formas. Mudando-se a forma, transforma-se também o conteúdo, poishá uma equivalência entre elas. Fonte: ARNHEIM, Rudolf. Arte e percepção

visual. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

Gestalt – utilizado para abarcar a teoria da percepção visual baseada napsicologia da forma, este termo alemão é geralmente traduzido como fi-gura, forma, estrutura e se vulgarizou como “boa forma” em termos dedesign. Em 1890, o psicólogo austríaco Christian von Ehrenfels (1859-1932) lançou as bases do que viria mais tarde a ser os estudos da psico-logia da forma (originalmente, Gestaltpsychologie), que considera quenossa estrutura cerebral não vê partes isoladas, mas relações. Fonte:GOMES FILHO, João. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da for-ma. São Paulo: Escrituras, 2000.

Patchwork – palavra inglesa que significa: “trabalho feito de retalhos”. Feitainicialmente para aproveitar retalhos de panos, este artesanato apresentatambém peças minuciosamente elaboradas. A técnica de retalhos acolchoa-dos surgiu no Oriente Médio e foram os colonizadores ingleses que a trouxe-ram para o Ocidente. O quilt, marca singular desta técnica, é um alinhavoaparente que perpassa todo o trabalho, unindo os retalhos. Antigamente, erafeito apenas com linha branca e as peças eram recheadas com lã de ovelha,mas hoje se usam linhas coloridas e o acrilon para acolchoar, substituindo-se,também, parte do trabalho manual pela máquina de costura. Fonte:<www.acessa.com/mulher/arquivo/artesanato/2004/01/06-patchwork/>.

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material educativo para o professor-propositor

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Saturação – como uma das qualidades cromáticas da cor, a saturação é umparâmetro que determina a proximidade da cor espectral com a sua correspon-dente em uma escala de tons de cinza e que define seu grau de pureza. Fonte:GUIMARÃES, Luciano. A cor como informação. São Paulo: Annnablume, 2000.

Tom – ou matiz é uma das qualidades cromáticas da cor. É um parâmetropara definição das cores, definindo a cor espectral. Determina o que co-nhecemos por azul, vermelho, amarelo, verde etc. Fonte: GUIMARÃES,Luciano. A cor como informação. São Paulo: Annnablume, 2000.

BibliografiaARNHEIM, Rudolf. Arte e percepção visual: uma psicologia da visão cria-

dora. São Paulo: Pioneira, 1980.

BOUSSO, Vitória Daniela. Fiaminghi ou a concreção sensória. Disserta-ção (Mestrado) - Escola de Comunicações e Artes da Universidade deSão Paulo - ECA/USP, São Paulo, 1992.

CABRAL, Isabella; REZENDE, Marco Antonio Amaral. Hermelindo

Fiaminghi. São Paulo: Edusp, 1998. (Col. Artistas brasileiros, 11).

DONDIS, D.A. A sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

GUIMARÃES, Luciano. A cor como informação: a construção biofísica, lin-güística e cultural da simbologia das cortes. São Paulo: Annablume, 2000.

OSTROWER, Fayga. Universos da arte. Rio de Janeiro: Campus, 1998.

PAREYSON, Luigi. Os problemas da estética. São Paulo: Martins Fontes, 1984.

ZANINI, Walther (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Insti-tuto Walther Moreira Salles, 1983.

Seleção de endereços sobre arte na rede internetOs sites abaixo foram acessados em 10 jan. 2005.

ALBERS, Josef. Disponível em: <http://www1.uol.com.br/bienal/24bienal/nuh/enuhmonalbe01.htm>.

BILL, Max. Disponível em: <www.mac.usp.br/exposicoes/99/secarte/obras/bill.html>.

FIAMINGHI, Hermelindo. Disponível em: <www.macniteroi.com/expoanteriores/hermelindofiaminghi/fotos.htm>.

___. <www.telescopio.inf.br/CAFIA.htm>.

___. <www.mac.usp.br/projetos/seculoxx/modulo3/ruptura/fiaminghi/index.html>.

ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL DE ARTES VISUAIS. Disponível em:<www.itaucultural.org.br>.

LITOGRAFIA. Disponível em: <www.artemiranda.com/tutoriales/tut_litografia.htm>.

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MALEVITCH, Kazimir. Disponível em: <www.castellots.com/galleria/malevich/malevich800.htm>.

MONDRIAN, Piet. Disponível em: <www.guggenheimcollection.org/site/artist_works_112_0.html>.

Notas1 KANDINSKY, Wassily. Sobre a questão da forma. In: Olhar sobre o pas-

sado. São Paulo: Martins Fontes, 1991, p. 118.2 O termo contra-forma utilizado por Fiaminghi desvela um jogo entre re-lações formais - positivo e negativo, figura e fundo, espaços cheios e va-zios gerando dualidades.3 Sobre o movimento concretista e Fiaminghi, veja: <www.mac.usp.br/projetos/seculoxx/modulo3/ruptura/fiaminghi/index.html>.4 GULLAR, Ferreira. Etapas da arte contemporânea: do cubismo à arte

neoconcreta. Rio de Janeiro: Revan, 1999.5 Outras tendências construtivistas nasceram, acolhendo artistas e rece-bendo denominações particulares, como as nomeadas por Walter Zanini,em sua História geral da arte no Brasil (1983), como o movimentoneoconcreto, o ateliê abstração, a abstração lírica, o expressionismo abs-trato, além de tendências que revelam caráter pessoal de seus criadores.6 Entrevista dada à Folha de São Paulo em 17/06/2001.7 Co-autor do livro sobre o artista: Hermelindo Fiaminghi.8 A nomenclatura das cores nem sempre encontra uma convenção por partedos fabricantes dos pigmentos. A cor cian pode ser traduzida como umazul celeste e o magenta como um vermelho-bispo, um pink. É mais fácilproduzir um belo violeta com elas do que com azul e vermelho, mesmoporque há inúmeros tons de azul (ultramar, da Prússia, cobalto, azul ma-rinho, azul turquesa, etc...).9 ALBERS, Josef. La interacción del color. Madrid: Alianza, 1985. Ele éum artista que se tornou conhecido pelos quadrados superpostos que seaproximam ou afastam através das cores e foi professor da Bauhaus, umaousada escola (1919-1932) que se caracterizou pelas pesquisas formais,as tendências construtivistas, novas tecnologias, integrando artes e ofíci-os e artistas importantes numa ação que influenciou o ensino de arte porsuas dimensões estética, social e política.10 Fonte: <www.mac.usp.br/projetos/seculoxx/modulo3/ruptura/fiaminghi/bio.htm>.11 ANTUNES, Arnaldo. As cores. In: As coisas. São Paulo: Iluminuras, 1997, p. 17.

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