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WALDOMIRO DE DEUS: o naïf brasileiro

Copyright: Instituto Arte na Escola

Autor deste material: Tarcísio Tatit Sapienza

Revisão de textos: Soletra Assessoria em Língua Portuguesa

Diagramação e arte final: Jorge Monge

Autorização de imagens: Ludmilla Picosque Baltazar

Fotolito, impressão e acabamento: Indusplan Express

Tiragem: 200 exemplares

Créditos

MATERIAIS EDUCATIVOS DVDTECA ARTE NA ESCOLA

Organização: Instituto Arte na Escola

Coordenação: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Projeto gráfico e direção de arte: Oliva Teles Comunicação

MAPA RIZOMÁTICO

Copyright: Instituto Arte na Escola

Concepção: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Concepção gráfica: Bia Fioretti

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(William Okubo, CRB-8/6331, SP, Brasil)

INSTITUTO ARTE NA ESCOLA

Waldomiro de Deus: o naïf brasileiro / Instituto Arte na Escola ; autoria de Tarcísio

Tatit Sapienza ; coordenação de Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. – São

Paulo : Instituto Arte na Escola, 2006.

(DVDteca Arte na Escola – Material educativo para professor-propositor ; 79)

Foco: SE-7/2006 Saberes Estéticos e Culturais

Contém: 1 DVD ; Glossário ; Bibliografia

ISBN 85-98009-80-6

1. Artes - Estudo e ensino 2. Arte Naif 3. Pintura 4. Deus, Waldomiro de

I. Sapienza, Tarcísio Tatit II. Martins, Mirian Celeste III. Picosque, Gisa IV.

Título V. Série

CDD-700.7

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DVDWALDOMIRO DE DEUS: o naïf brasileiro

Ficha técnica

Gênero: Documentário sobre a vida e obra do artista.

Palavras-chave: Arte naïf; artista e sociedade; imaginário fan-tástico; pintura; observação; imaginação criadora; arte comoexperiência de vida.

Foco: Saberes Estéticos e Culturais.

Tema: O pintor Waldomiro de Deus e sua arte naïf.

Artista abordado: Waldomiro de Deus.

Indicação: A partir da 5a série do Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Direção: Kátia Klock.

Realização/Produção: Rede SescSenac de Televisão, São Paulo.

Ano de produção: 2001.

Duração: 23’.

Coleção/Série: O mundo da arte.

SinopseO documentário apresenta depoimentos do pintor naïf Waldomirode Deus, em seu ateliê na cidade paulista de Osasco, oferecen-do um percurso sobre sua vida e obra. O artista fala de comocomeçou a pintar e comenta momentos importantes de sua vidae trajetória artística. Imagens de obras, em exposição no ateliê,e do artista pintando revelam as cores vivas de seus quadros, areligiosidade e a defesa dos direitos humanos como temáticascentrais de seu trabalho. O crítico de arte Oscar D’Ambrosiodestaca sua obra dentre outras de artistas naïf por seu olhar paraquestões contemporâneas, como a era espacial, a revoluçãosexual, a reforma agrária e o massacre de presidiários.

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Trama inventivaHá saberes em arte que são como estrelas para aclarar o cami-nho de um território que se quer conhecer. Na cartografia, parapensar-sentir sobre uma obra ou artista, as ferramentas sãocomo lentes: lente microscópica, para chegar pertinho davisualidade, dos signos e códigos da linguagem da arte, ou len-te telescópica para o olhar ampliado sobre a experiência esté-tica e estésica das práticas culturais, ou, ainda, lente com zoomque vai se abrindo na história da arte, passando pela estéticae filosofia em associações com outros campos de saberes. Porassim dizer, neste documentário, tudo parece se deixar ver pelaluz intermitente de um vaga-lume a brilhar no território dosSaberes Estéticos e Culturais.

O passeio da câmera

Cores vivas enchem a tela, colorindo nosso olhar. Waldomirode Deus se apresenta com voz mansa, falando um verso: “ÉWaldomiro de Deus / Seu nome de assinatura / Tão logo nas-ceu / Veio a cores com tintura a ser / Em tom celeste / Pas-sando logo no teste / Com a colorida pintura”. É assim quesomos convidados a entrar no ateliê de Waldomiro de Deus poreste documentário, dividido em três blocos, com a duraçãoaproximada de 7’, 8’, e 7’ cada um.

A montagem intercala: depoimentos do próprio artista, comen-tários do crítico de arte Oscar D’Ambrosio, registros deWaldomiro de Deus pintando, trechos de narração, fotos dediversos momentos de sua vida, além de gravações que pas-seiam por seu ateliê e por suas obras.

No primeiro bloco, Waldomiro de Deus mostra alguns traba-lhos e fala de como começa a pintar. A voz em off da narradoraintroduz o conceito de arte naïf. No segundo, o artista comentaa polêmica gerada por sua santa de minissaia, que o leva a via-jar para o exterior, onde realiza diversas exposições. Destaca amudança de vida após sua experiência religiosa em Israel. No

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material educativo para o professor-propositor

WALDOMIRO DE DEUS – O NAÏF BRASILEIRO

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último bloco, o artista comenta sobre questões políticas e so-ciais presentes em sua obra e podemos observá-lo pintandoum quadro. Finalizando o documentário, Waldomiro de Deusrecita trechos de um cordel sobre sua vida.

O documentário traz pistas para iniciar proposições pedagógi-cas: em Conexões Transdisciplinares, sobre religião, críticapolítica e cultura brasileira; em Forma-Conteúdo, a cor, atemática figurativa e a ausência de perspectiva e proporção nacomposição; em Linguagens Artísticas, a pintura chapada; emMaterialidade, os procedimentos tradicionais da pintura a óleo;em Processo de Criação, a observação sensível, a leitura demundo, a intuição e a imaginação criadora.

Escolhemos deslocar o documentário para o território Sabe-

res Estéticos e Culturais, como modo de estudo da arte naïfpor meio da força da linha e o emprego feliz da matéria pictó-rica por Waldomiro de Deus.

Sobre Waldomiro de Deus

(Waldomiro de Jesus Souza)

(Itajibá/BA,1944)

Poderia fazer pintura decorativa e ficar rico, mas prefiro morar em

Osasco, no meio da gente simples. Eu venho desse povo, faço parte

dele. Vejo os problemas e as alegrias do povo, que são temas sem-

pre presentes na minha pintura.

Waldomiro de Deus

Apresentando a sala especial dedicada à obra do artista naBienal Naïfs do Brasil 2000, o pesquisador Antonio do Nasci-mento1 fala do artista e de sua “arte ingênua, naïf, espontâneae instintiva” de um modo que podemos reconhecer a pessoacom a qual encontraremos no documentário:

Calmo, alegre, atencioso, conversador, consegue expressar todos

esses predicados em suas obras, marcadas pelo desenho simples,

colorido vivo, pinceladas firmes e acentuada criatividade.

Waldomiro de Deus é assim como sua obra: um estilo autônomo,

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rico, vibrante, pleno de encantamento. Na criação de suastemáticas, o artista cobre compulsivamente a superfície plana

das telas com os personagens, as circunstâncias e os deta-

lhes dos fatos que ele deseja comunicar. Em seus trabalhos,

o desenho flui povoando cada espaço. Limitadas às formaspelo traço escuro, ou livres na pura relação cor com cor, Waldomirofaz pintura chapada, com gente brasileira de pele morena.

Na sua infância no interior da Bahia, com seus oito irmãos, ofuturo artista chega a passar fome. Em 1956, com 12 anos,abandona sua casa após uma séria discussão com seu pai. Emsua mala, leva apenas algumas roupas e o pouco dinheiro queganha trabalhando em pequenas plantações locais. Pega caro-na até Minas Gerais, onde trabalha por 2 anos como engraxatee ajudante numa padaria. Decide, então, ir para São Paulo, ondeconhece um guarda que o abriga em sua casa em Osasco.

Aos 17 anos, consegue um emprego como jardineiro na casade um imigrante italiano. Na garagem da casa, encontra as tin-tas guache, pincéis e pedaços de cartão com que realiza suasprimeiras pinturas. Entusiasmado, passa a pintar a noite todae a dormir de dia. Termina por ser demitido, mas não desiste.Leva os seus desenhos ao Viaduto do Chá, centro da cidade deSão Paulo, onde vende dois trabalhos, conseguindo dinheiropara pagar um lugar para passar a noite.

Convidado a participar da 1ª Feira de Artigos Típicos Brasilei-ros, realizada no Parque da Água Branca/São Paulo, em 1962,é descoberto pelo decorador Terry Della Stuffa, que o incentivaa pintar suas primeiras telas a óleo. O decorador apresenta evende suas obras a amigos, dentre eles o físico e crítico de arteMario Schenberg, grande incentivador da carreira de Waldomiro.

As pinturas de Waldomiro de Deus retratam, inicialmente, cenasdo folclore, mas logo seus temas se ampliam e passam a incluirfoguetes, astronautas brasileiros na lua, críticas sociais etc. Em1967, participa da IX Bienal de São Paulo. No final dos anos 1960,inspirado por uma visita à movimentada Rua Augusta, o“pinbahippie” (pintor + baiano + hippie) cria um quadro retratan-do Nossa Senhora com minissaia, que motiva sua perseguição por

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um grupo radical (TFP-Tradição, Família e Propriedade). Em se-guida, viaja à Europa e realiza exposições coletivas e individuaisna França, Itália, Israel e Estados Unidos.

O crítico de arte Oscar D’Ambrosio2 justifica a inserção doartista no contexto da arte naïf ao assinalar que Waldomiro deDeus “aprendeu sua técnica sozinho, sem nunca ter pisado numaescola”. Considera que sua obra se diferencia da de outrosartistas do gênero por expressar uma crítica à sociedade con-temporânea que nem sempre agrada e por vezes incomoda:

(...) vai do cotidiano à religiosidade popular com a mesma simplicida-

de e poder criativo. Folclore, crítica social, religião, (...) preocupação

com a política e personagens que tiram os pés do chão são alguns de

seus temas preferidos, retratados com cores fortes e em uma ausên-

cia de perspectiva que cria a impressão de que suas figuras pairam,

muitas vezes sem proporção dentro de uma lógica cartesiana, mas

em disposições espaciais que encantam desde o primeiro quadro.

Vive por 2 anos em um kibbutz em Israel. Lá, uma experiênciamística, descrita no documentário, o leva a mudar seu nome deWaldomiro de Jesus para Waldomiro de Deus. Retornando aoBrasil, divide seu tempo entre o ateliê em Osasco/SP e seu sítioem Goiânia/GO, onde se torna um líder religioso. Em 1976, casa-se com Lourdes de Deus, que começa também a pintar em 1992.

Waldomiro de Deus é um cronista do cotidiano que exterioriza

seu impulso criativo pintando o que lhe dita o coração e o sen-

timento. Suas composições movimentadas são como a inquieta-ção que domina o pintor na ansiedade de bem transmitir e no fun-damento religioso em que se assenta sua arte, de tentar exorcizaro mal, atrair benesses, obter a paz para um mundo tumultuado.

Os olhos da arteEu tô dormindo, aí vem aquele pensamento, vem aquele quadro na

mente. Quando o quadro tá pronto na mente eu levanto, pego uma

tela e jogo aquelas figuras na tela. Depois deixo para no outro dia

cedo começar a pintar, ou já começo a pintar à noite mesmo.

Waldomiro de Deus

A pintura de Waldomiro de Deus é uma pintura de relato, dehistória implícita, de registro de fatos, imagem que conta para

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quem observa, sabendo, adivinhando ou ouvindo e imaginandoatravés dos olhos. Pintura ligada à realidade do homem, suavida e sua morte. Pintura que nasce do fazer artístico sem es-cola, nem orientação. Waldomiro de Deus é um pintor naïf.

Naïf é um adjetivo de origem francesa, significa nativo,

grosseiro, bruto, que está por aperfeiçoar, ingênuo. A par-

tir da segunda metade do século 20, a arte naïf, também

dita arte primitiva, pode ser considerada uma das princi-

pais manifestações da arte contemporânea, à medida quepermaneceu imune às demais tendências artísticas conhecidasdo período como: fauvismo, cubismo, surrealismo etc.

Quem inaugura o termo é o pintor Henri Rousseau, com a obraO alfandegário. Rousseau era pintor amador quando, em 1886,expôs no Salão dos Independentes em Paris pela primeira vez.As obras naïf deste alfandegário aposentado foram apreciadasna época por diversos artistas europeus, os quais buscandoreferências à margem dos modelos tradicionais, inspiraram-setambém na originalidade percebida nos trabalhos de povos

Waldomiro de Deus - Mulher em ação

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considerados primitivos, de crianças e de loucos. No contextoda arte moderna, essa postura é nomeada primitivismo, atitu-de que podemos reconhecer em artistas diversos como Gauguin,Picasso e Henry Moore.

Para o crítico de arte Oscar D’Ambrosio3 , a arte primitiva ounaïf está fortemente vinculada à arte popular brasileira e expli-ca assim o sentido que dá a esses termos:

se convencionou chamar arte primitiva a que é produzida por artistas

não-eruditos, a partir de temas populares geralmente inspirados no

meio rural. Já quando o tema é urbano, costuma-se utilizar o termo

naïve (“ingênuo”, em francês), que se pronuncia “naíf” (...) Os dois

estilos, porém, têm em comum as cores vivas e uma imaginação,

estilização e poder de síntese levados para a tela com uma técnica

aparentemente rudimentar.”

A arte naïf possui certas características predominantes, por

Waldomiro de Deus - Avante Brasil

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exemplo, a formação de imagens através de “pontilhados” e detracejados simétricos e o uso de cores quentes. Contudo, diferen-te do que se pode pensar, não se trata de uma técnica. A arte

naïf é um estilo por meio do qual o artista omite toda e qual-

quer tecnicidade, escapando de qualquer preocupação com

a perspectiva – forma de representar os objetos, seja na tela

ou no papel, tais como se apresentam à vista – e propor-

cionalidade – harmonização das diferentes imagens que

compõem a obra segundo seu tamanho. Não por menos, amaioria dos artistas é autodidata, como Waldomiro de Deus.

Para o marchand Jacques Ardies4 , os artistas naïfs “começama pintar por impulso e procuram resolver as dificuldades técni-cas com meios próprios, (...) Porém, a experiência da práticaao longo dos anos pode proporcionar ao pintor naïf uma técnicaapurada e certeira”.

Em termos de referencial, os artistas naïfs possuem uma

visão muito mais regionalizada do que globalizada, muito

mais idealizada e poética do que real. A arte naïf retrata omundo simples e sereno, como: cenas da vida cotidiana, cenasde infância, manifestações populares, mitos e crenças.

Encontramos artistas naïf na França, Haiti, Estados Unidos,Itália e Iugoslávia. No Brasil, embora se considere Cardosinhocomo o precursor dessa arte, o primeiro artista a ser significa-tivo foi Heitor dos Prazeres, em 1951. Outros nomes surgiramnesse período, como Silvia de Leon Chalreo e José Antônio daSilva. Mais tarde, já na década de 70, ocorreu uma verdadeiraexplosão de pintores naïf brasileiros, com o surgimento deWaldomiro de Deus, Iracema Arditi, Agostinho Batista deFreitas, Maria Auxiliadora, Ivonaldo, Isabel de Jesus, GersonAlves de Souza, Elza Oliveira de Souza, Crisaldo de Moraes,Pedro Paulo Leal e Antonio Poteiro5 .

Convém observar que o cunho de arte simples dado ao estilonão necessariamente se refere à falta de instrução de seusartistas. Muitos artistas naïf cursam universidade, só que emoutras áreas; e muitos moram em centros urbanos. A diferençaé que são artistas que escolheram não fazer faculdade de arte.

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WALDOMIRO DE DEUS – O NAÏF BRASILEIRO

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Simplesmente, aprenderam na prática, pintando todos os dias,mostrando o que lhes é mais importante dentro do próprio uni-verso. Não seriam esses artistas movidos pela intensa neces-sidade de expressar suas emoções?

O passeio dos olhos do professorConvidamos você à leitura do documentário antes de planejarsua utilização. A proposta é iniciar um diário de bordo, como uminstrumento de registro dos rumos trilhados por seu pensar pe-dagógico, a ser retomado e desenvolvido durante todo o proces-so de trabalho junto aos alunos. Recomendamos, a partir daexibição, anotar suas impressões utilizando os meios com quetiver mais afinidade: escrita, desenho, colagem etc. Assistir aodocumentário mais de uma vez é um procedimento recomenda-do. A pauta do olhar que sugerimos a seguir poderá ajudá-lo nesteregistro inicial, ficando a seu critério consultá-la antes ou não.

O que o documentário desperta em você?

Que aspectos do trabalho de Waldomiro de Deus atraem maissua atenção?

O documentário amplia, questiona, contribui para seu conhe-cimento e percepção dos processos de criação em arte? Deque modo?

O documentário lhe faz perguntas? Quais? Instiga você apesquisar qual assunto?

O que imagina que os alunos gostariam de ver no docu-mentário? O que causaria atração ou estranhamento?

Você já discutiu antes com seus alunos as fronteiras entrearte erudita e popular?

Que foco você daria a seu trabalho em sala de aula utilizan-do este documentário?

Como imagina aproveitar, em aula, a divisão do documentárioem três blocos?

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qual FOCO?

qual CONTEÚDO?

o que PESQUISAR?

Zarpando

suporte

natureza da matéria

tinta a óleo, guache

tela, cartolina

Materialidade

Forma - Conteúdo

elementos davisualidade

temáticas

relações entre elementosda visualidade

figurativa: religiosa, figuras humanaspaisagem, imaginário fantástico

forma, linha, cor chapada, cores puras

ausência de perspectiva e proporcionalidade

SaberesEstéticos eCulturais

história da arte arte naïf, cultura popular

artista e sociedade,cronista do cotidiano

sociologia da arte

Linguagens Artísticas

meios tradicionais

pintura

artesvisuais

Processo deCriação

ação criadora

poética pessoal, arte como experiência de vida

ateliê

imaginação criadora, intuição,observação sensível, leitura de mundo,pensamento visual, imaginário simbólico

potências criadoras

ambiência de trabalho

ConexõesTransdisciplinares

arte e ciênciashumanas

religião, política, antropologia,mestiçagem racial

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Ao rever as anotações, o seu modo singular de percepção e análisese revela. A partir desses registros e da escolha do foco de traba-lho, quais questões você incluiria numa pauta do olhar para o pas-seio dos olhos dos seus alunos por este documentário? A pauta nãoprecisa ser trabalhada com os alunos como um questionamentoverbal: o contato com as questões pode se dar por meio da realiza-ção das diversas propostas para o estudo que você formular. Suasrespostas também não precisam ser verbais, podem ser expressaspelo desenvolvimento de seu processo de trabalho.

Percursos com desafios estéticosNo mapa potencial, consideramos o foco Saberes Estéticos e

Culturais um enfoque relevante no documentário, a ser reto-mado em suas proposições pedagógicas. A seguir, apresenta-mos alguns possíveis percursos de trabalho que percebemoscomo potencialmente impulsionadores de projetos para o es-tudo da arte. Os caminhos sugeridos não precisam ser segui-dos linearmente, você está convidado a traçar a sua própria rota:escolha por onde começar, por onde passear, em que partespermanecer mais tempo, o que descartar.

O passeio dos olhos dos alunos

Algumas possibilidades:

Pintando o dia-a-dia

Proponha aos alunos que façam uma pintura retratando algoque tenha chamado a atenção no dia-a-dia. Peça que usemtinta guache sobre um papel mais grosso, como cartolina,material semelhante ao utilizado por Waldomiro de Deus emseus primeiros trabalhos. Conversando sobre os resultados,observando o uso da cor e a proporcionalidade das figuras,abra uma discussão sobre a importância de temáticas queregistram o cotidiano. Depois, exiba o documentário. Quaisrelações os alunos estabelecem entre as pinturas deWaldomiro de Deus e seus próprios trabalhos?

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Apreciando a arte popular

Apresentando aos alunos algumas imagens de obras deWaldomiro de Deus, do site do artista, por exemplo, enca-minhe uma conversa sobre o que os alunos percebem dascaracterísticas visuais, dos temas tratados e como imagi-nam que foram trabalhados pelo artista. Após esse levan-tamento de hipóteses, pergunte o que gostariam de sabermais sobre o artista, fazendo um novo levantamento. De-pois, exiba o documentário. No que a exibição ampliou o olhardos alunos sobre a obra de Waldomiro de Deus?

De que modo se aprende arte?

Propondo esta questão aos alunos, converse sobre o que ima-ginam que sejam os modos e possibilidades de uma pessoaaprender o fazer-artístico. Para eles, há diferença entre umartista que faz faculdade de arte e outro, autodidata? Após aconversa, exiba o documentário. Depois, problematize o queassistiram sob o prisma da questão inicial.

Esses caminhos têm a intenção de sugerir modos de convocar osalunos para a exibição do documentário, despertando para umareflexão por meio da conversa e socialização das impressões .

Ampliando o olharOrganizando uma sessão de documentários

sobre arte popular

Para apreciar e discutir com seus alunos, você encontra naDVDteca Arte na Escola diversos documentários que apre-sentam artistas populares. Sugerimos, por exemplo, Renas-

cença: rendas do Cariri; A herança de Mestre Vitalino e As

fábulas de Antonio Poteiro. Após a exibição do documentário,peça para que os alunos escrevam um pequeno texto sobreos aspectos que mais os tocaram nas obras desses artis-tas. Quando tiverem assistido a todos os documentários,proponha uma discussão sobre como compreendem as ma-nifestações de arte popular.

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Conversar com um artista

A visita à sala de aula de um artista popular de sua comuni-dade, que tenha iniciado seu trabalho sem um aprendizadoformal/acadêmico, é sempre interessante para o contato dosalunos com o universo artístico. Prepare, com os alunos, umroteiro com perguntas que gostariam de fazer ao artista.

Visitar um local dedicado ao ensino de arte

Organizar uma visita a uma instituição de sua cidade dedicadaao ensino de arte (escolas de desenho, conservatórios musi-cais, faculdades, ateliês de artistas etc.) para observar e sabermais sobre sua proposta de ensino. Os alunos podem prepararum roteiro de questões para a entrevista de pessoas da insti-tuição. Retornando à sala de aula e após uma síntese sobre avisita feita pelos alunos, retome a conversa a respeito do quesabem sobre os modos de aprender arte, iniciada em O pas-

seio dos olhos dos alunos. Discuta os contrastes entre o ensi-no sistematizado em uma instituição e os processos de apren-dizado intuitivos, provavelmente, comentados na primeira con-versa, e observados no documentário sobre Waldomiro de Deus.

Conhecendo pela pesquisaA arte naïf no Brasil

O que os alunos podem descobrir sobre a arte naïf no Bra-sil? Além da pesquisa em livros e na internet, diversosdocumentários sobre artistas de origem popular podem serencontrados na DVDteca Arte na Escola. Como referênciainicial, sugerimos investigar alguns destes artistas: JoséAntônio da Silva; Antonio Poteiro; Djanira; Cardosinho;Mestre Noza; Heitor dos Prazeres; Chico da Silva; RosinaBecker do Valle; Manezinho Araújo; Raimundo de Oliveira;Elisa Martins da Silveira; Lênio; Maria Auxiliadora; LiaMittarakis; Ivonaldo; o índio Amati Trumai. O maior acervodo mundo no gênero, com cerca de oito mil obras de centoe trinta países, está no Rio de Janeiro, no Museu Internaci-onal de Arte Naïf do Brasil (Mian), criado em 1995.

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A história dos materiais e das técnicas

de desenho e de pintura

Quais são os diferentes materiais e técnicas utilizados emdesenho e pintura? Proponha aos alunos que realizem umapesquisa investigando essa questão, organizando um pai-nel detalhando as descobertas feitas.

A gênese da modernidade na arte

O termo naïf nasce com o pintor Henri Rousseau com suaobra O alfandegário. Suas obras foram apreciadas na épo-ca por diversos artistas europeus que, buscando referênci-as à margem dos modelos tradicionais, inspiram-se tambémna originalidade que percebem nos trabalhos de povos daÁfrica e Oceania, de crianças e de loucos. No contexto daarte moderna, essa postura é nomeada de primitivismo,atitude que podemos reconhecer em diversos artistas comoGauguin, Picasso, Henry Moore e Matisse. Investigandosobre esses artistas, o que os alunos podem descobrir so-bre a ruptura que ocorreu na arte no final do século 19 e quedá origem à arte moderna?

A escolha de trabalhar com arte

Conversar com os alunos sobre o documentário e saber maissobre o artista Waldomiro de Deus traz a questão: o queleva alguém a escolher trabalhar com a arte? A proposta éuma pesquisa em grupo sobre como diferentes artistas as-sumiram esta escolha. A pesquisa pode ser concluída comuma redação pessoal de cada aluno sobre as escolhas deseus artistas preferidos.

Investigando a fabricação de tintas

A proposta é colocar os alunos em investigação na fabrica-ção de tintas, experimentando e comparando os resultados.Os pigmentos conhecidos como pó xadrez, encontrados comfacilidade em casas de materiais para construção, são pig-mentos naturais com diversas cores que permitem produzirtintas a um custo relativamente baixo. Sugerimos experi-mentar, como aglutinantes, cola branca, goma arábica, gema

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de ovo, comparando com os alunos os resultados obtidoscom cada material. É importante para a comparação deresultados investigar a tinta, fazendo diferentes testes decomo ela se comporta, explorando o uso dos diversos ele-mentos visuais em diferentes tipos de papel, estudando areceita mais adequada para o suporte que vão utilizar.

Desvelando a poética pessoalO desafio aqui é motivar os alunos a criar séries de trabalhosnas quais desenvolvam uma atitude de pesquisa sobre seu modopróprio de expressão na linguagem visual e percebam o caráterpoético de suas criações. É importante a discussão sobre osresultados estéticos das propostas, focalizando, além dos as-pectos formais e temáticos, o próprio processo de criação decada aluno.

Crônicas do cotidiano

A fabricação de tintas e cores, já sugerida, pode gerar umaescolha pessoal da matéria para a criação de uma série depinturas retratando o seu cotidiano dentro e fora da escola.Lembrando do documentário como referência, enfatize quenão precisam retratar suas vivências de um modo realista,os trabalhos podem incluir memórias, sonhos e desejos entreseus temas. A exposição dos trabalhos e a discussão com aclasse poderão gerar uma nova conversa sobre a arte naïf.

Se você escolher seguir a sugestão dada em Amarrações de

sentidos: portfólio, a proposta de organizar uma exposição podeestruturar a avaliação do percurso como um todo. Após definirum local, discuta com os alunos a melhor forma de apresentarseus trabalhos, estudando as relações que podem criar entreeles de acordo com sua disposição. Realize uma exposiçãoaberta para a comunidade, na qual também possa ser exibido

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o documentário e as demais proposições desenvolvidas dentrodeste percurso educativo.

Amarrações de sentidos: portfólioO portfólio pode ser um apoio para que o aluno perceba o sen-tido do que estudou, reveja os conteúdos trabalhados e reflitasobre seu processo de aprendizagem. É importante que os alu-nos saibam da proposta de portfólio desde o início do percursoeducativo. Dessa forma, poderão organizar paralelamente seustrabalhos de poética pessoal, de pesquisa de imagens e detextos, de escritos pessoais. A proposta aqui é uma exposiçãodo material produzido, organizada na própria escola ou em outroespaço cultural disponível em sua cidade. Se possível, busquedivulgar a exposição por meio de jornais, rádios ou tvs locais,ampliando a repercussão do trabalho na comunidade.

Valorizando a processualidade

Houve transformações? O que os alunos percebem que estu-daram e conheceram?

Como estes indícios podem não ser aparentes a todos, cabe avocê retomar nos portfólios o percurso de cada aluno e da clas-se. Concluindo esta etapa de sua viagem e iniciando o planeja-mento de novas explorações com seus alunos, você pode re-gistrar em seu diário de bordo o seu pensar sobre algumasquestões: como professor-propositor, o que você percebe queaprendeu com este projeto? Descobriu novos caminhos parasua ação pedagógica nesta experiência? Seu diário de bordoaponta para rumos inexplorados? O projeto germinou novasidéias em você? Após o estudo que foi realizado, qualdocumentário da DVDteca Arte na Escola você percebe queseria interessante exibir aos alunos?

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GlossárioArte moderna – no final do século 19, iniciou-se um questionamento arespeito das noções de realidade e sua representação, abalando toda umaconfortável noção de imitação da natureza. O grande triunfo da arte mo-derna é a aquisição do pensamento sobre a construção da linguagem, pro-cesso esse instalado visivelmente a partir do impressionismo. Fonte:DERDYK, Edith. O desenho da figura humana. São Paulo: Scipione, 1989.

Arte naïf – “Termo aplicado à pintura que, embora produzida em socieda-des sofisticadas, caracteriza-se pela ausência de habilidades convencio-nais de representação. As cores são tipicamente brilhantes e não-natura-listas, a perspectiva é não científica e a visão, infantil e prosaica. O termo‘primitivo’ é por vezes usado como sinônimo de naïf. Os artistas naïfs nemsempre são amadores ou indivíduos sem formação artística; pintores so-fisticados podem simular um estilo naïf”. Fonte: CHILVERS, Ian. Dicioná-

rio Oxford de arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 370.

Elementos visuais – “Se fossemos perguntar de quantos vocábulos se cons-titui a linguagem visual, de quantos elementos expressivos, a resposta seriade cinco. São cinco apenas: a linha, a superfície, o volume, a luz e a cor. Comtão poucos elementos, e nem sempre reunidos, formulam-se todas as obrasde arte, na imensa variedade de técnicas e estilos.” Fonte: OSTROWER, Fayga.Universos da arte. Rio de Janeiro: Campus, 1983, p. 65.

Estilo – “A imaginação de um tema, a escolha do formato apropriado oude materiais e técnicas viáveis, até o próprio modo de trabalhar, as hesi-tações, as dúvidas e descobertas, as ordenações formais e as própriasreferências ordenadoras, tudo está impregnado por consideraçõesestilísticas. Intuitivas na maioria das vezes, sem precisarem alcançar o níveldo consciente, tais considerações irão orientar integralmente o fazer ar-tístico”. Fonte: OSTROWER, Fayga. Universos da arte. Rio de Janeiro:Campus, 1983, p. 295.

Intuição – “Mobilizando a uma só vez todo o manancial de inteligência esensibilidade das pessoas, seu potencial de associações e imaginação esuas necessidades interiores, os processos intuitivos informam o própriomodo de conhecer, pois interligam a experiência afetiva do indivíduo àssuas indagações pessoais”. Fonte: OSTROWER, Fayga. Universos da arte.

Rio de Janeiro: Campus, 1983, p. 58.

Primitivismo – “Considerando que na virada do século o ponto de vista oci-dental convencional se impôs como superior ao primitivo, os primitivistasquestionaram a validade de tal suposição, eles usaram essas mesmas idéiascomo forma de desafiar e subverter sua própria cultura, ou aspectos dela.”(...) “através da ênfase na atribuição de valor pelos artistas modernos ao que

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material educativo para o professor-propositor

WALDOMIRO DE DEUS – O NAÏF BRASILEIRO

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percebiam como modos primitivos de criação por trás da arte primitiva, maisdo que às próprias formas primitivas, o caminho está aberto para uma defini-ção de primitivista que inclui um largo espectro de trabalhos visualmente dis-tintos, sem conexão formal aos objetos primitivos.” Fonte: RHODES, Colin.Primitivism and modern art. Londres: Thames and Hudson, 1994, p. 13 e 130.

Sensibilidade – “Na sensibilidade, eu incluiria todas as vivências do sen-sível, num amplo leque abrindo-se do sensorial ao intelectual, vivênciasessas que levam à compreensão de 7ordenações dinâmicas, explícitas ouimplícitas, e a visões de coerência e beleza (...) Fonte da criatividade –seja qual for o campo de atuação da pessoa – a sensibilidade abrange osmundos psíquicos de nossos sentimentos e nossos valores, os mundos daimaginação”. Fonte: OSTROWER, Fayga. Acasos e criação artística. Riode Janeiro: Campus, 1990, p. 218.

Tintas – as tintas que costumamos usar são compostas por pelo menosdois ingredientes: o pigmento, material responsável pela cor da tinta, podeser de natureza orgânica ou mineral, sintético ou natural; e o aglutinante,a cola que estabelece a liga entre as partículas de pigmento e o materialque vai servir de suporte para receber a tinta, o tipo de aglutinante de-termina várias características da tinta, como seu grau de transparência,tempo de secagem, e resistência. Pode ser necessário adicionar umconservante, como óleo de cravo ou lisoforme, a tintas cujo pigmentoou aglutinante sejam de natureza orgânica/perecível (por exemplo, natinta à tempera, ovos são utilizados como aglutinante). Fonte: MOTTA,Edson; SALGADO, Maria Luiza G. Iniciação à pintura. Rio de Janeiro:Nova Fronteira, 1976.

Bibliografia4a BIENAL Naïfs do Brasil. Curadoria Antonio do Nascimento. Piracicaba:

Sesc, 1998.

ARDIES, Jacques. A arte naïf no Brasil. Texto Geraldo Edson de Andrade.São Paulo: Empresa das Artes, 1998.

D’AMBROSIO, Oscar. Os pincéis de Deus: vida e obra do pintor naïfWaldomiro de Deus. São Paulo: Ed. Unesp, 1999.

FROTA, Lélia Coelho. Mitopoética de 9 artistas brasileiros. Rio de Janei-ro: Funarte, 1978.

HARRISON, Charles; FRASCINA, Francis; PERRY, Gill. Primitivismo, cubismo,

abstração: começo do século XX. São Paulo: Cosac & Naify, 1999.

OSTROWER, Fayga. Universos da arte. Rio de Janeiro: Campus, 1983.

RHODES, Colin. Primitivism and modern art. Londres: Thames and Hudson, 1994.

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SCHENBERG, Mario. Pensando a arte. São Paulo: Nova Stella, 1988.

Seleção de endereços sobre artistas e arte na rede internet

Os sites abaixo foram acessados em 15 nov. 2005.

ARTE NAÏF. Disponível em: <www.museunaif.com.br/>.

___. Disponível em:<www.artcanal.com.br/oscardambrosio/index.html>.

___.Disponível em: <www.sescsp.com.br/sesc/hotsites/naif/index.htm>.

___. Disponível em:<www.sescsp.com.br/sesc/hotsites/naif2000/index.htm>.

___. Disponível em:<www.mac.usp.br/exposicoes/01/naif/index.html>.

___. Disponível em:<www.ardies.com/>.

DEUS, Waldomiro de. Disponível em: <www.waldomirodedeus.com.br/>.

___.Disponível em: <www.artcanal.com.br/oscardambrosio/waldomirodedeus.htm>.

GAUGUIN, Paul. Disponível em: <www.pitoresco.com.br/espelho/valeapena/gauguim/gauguin.htm>.

PICASSO, Pablo. Disponível em: <www1.uol.com.br/bienal/23bienal/especial/pepi.htm>.

ROUSSEAU, Henri. Disponível em: <www.elloroestepario.com/pintura9.html>.

Notas1 A exposição foi realizada no Sesc Piracicaba e o trecho retirado do tex-to do pesquisador Antonio do Nascimento. Disponível em: <www.sescsp.com.br/sesc/hotsites/naif2000/sala_especial.htm>.2 D’AMBROSIO, Oscar. O inverso do camaleão. Disponível em:<www.artcanal.com.br/oscardambrosio/waldomirodedeus.htm>.3 D’AMBROSIO, Oscar. O que é arte naïf. Disponível em: <www.artcanal.com.br/oscardambrosio/artenaif.htm>.4 Citado por D’AMBROSIO, Oscar. op. cit. acima.

5 Consulte documentário sobre Antonio Poteiro na DVDteca Arte na Escola.

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