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Jornal quinzenal da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Ano 1 Número 2 2ª quinzena março - 2009 www.pucsp.br Caminhada Comunidade em forma Teve início este mês o projeto Caminhar Faz Bem, que promove caminhadas em grupo para alu- nos, professores e funcionários no parque da Água Branca (zona Oeste). O programa tem monitoria de um docente do Depto. de Edu- cação Física e Esportes e é uma ini- ciativa da Pró-Reitoria de Cultura e Relações Comunitárias. |pág. 6 Programa Pindorama Meio Ambiente No último dia 4/3, a PUC-SP for- mou mais uma turma de indígenas pelo Programa Pindorama. Criado em 2001, o projeto pretende dar força à continuidade e à expansão do patrimônio físico e cultural dos povos indígenas do Brasil. Rejane Silva, recém-formada em Direito, integra o Programa e planeja criar no futuro um núcleo de orientação jurídica para atender comunidades indígenas. |pág. 6 Dias 30 e 31/3, um seminário internacional reunirá no Tuca em- preendedores, indústrias, governo, universidades e setor privado para debater o mercado de carbono, instrumentos financeiros e de mer- cado e práticas de gerenciamento. O Carbon Finance Workshop é uma parceria entre a PUC-SP, o Centre for Environment da Univer- sidade de Toronto e a PriceWater- houseCoopers. |pág. 7 João Luiz 2ª Feira do livro Crescimento da Universidade é indispensável, diz Dirceu Alunos, professores, funcionários e a comunidade externa poderão comprar com desconto obras de diversas áreas, durante a 2ª Feira do Livro da PUC-SP. O evento, pro- movido pela Divisão de Comunica- ção, se realiza entre os dias 30/3 e 3/4. Além da venda de livros haverá também uma programação cultu- ral, com debates e mostra de filmes franceses. |pág. 8 Durante uma hora exata, o reitor Dirceu de Mello conversou com a equipe do jornal da Universida- de sobre desafios, dificuldades e projeções, e foi taxativo: “É preciso crescer. Nós já somos grandes, en- tão vamos nos tornar gigantes”. Na entrevista, Dirceu afirma que foi um início de gestão muito difícil “O preço de um noviciado é sem- pre muito grande”, ressaltou. Além de afirmar que conta com uma equipe afiada e disposta, Dir- ceu revelou: “Resgatei algo que ouvi no passado de uma pessoa que sempre me influenciou muito e que dizia: ‘Dirceu, não se im- pressione com o que você tem pela frente, olhe o que já fez; é ali que está o estímulo para você enfren- tar os desafios’”. E eles são muitos, considera Dirceu. Segundo o reitor, a equipe decidiu definir prioridades para enfrentá- los, e vem trabalhando nisso. O professor ressaltou algumas questões já superadas como a Cardeal pensa a identidade da PUC-SP O cardeal D. Odilo Pedro Sche- rer participou do evento Para uma presença cristã na Universidade, no último dia 14/3, no Tuca. “Esta é uma excelente ocasião para refletirmos sobre o signifi- cado da Pastoral Universitária e a presença da Igreja na Univer- sidade”, observou D. Odilo, que também é grão-chanceler da PUC-SP. Docentes, estudantes e mili- tantes católicos acompanharam a solenidade, que contou ainda com depoimentos dos professores Antonio Carlos Malheiros (PUC- SP), Maria Luiza Marcilio e Dalton Luiz Ramos (USP e membro da Pontifícia Academia Pro Vita do Vaticano). |pág. 3 Improviso no Tuca Reitor concede primeira entrevista ao PUC em Notícias O espetáculo Caleidoscópio, em cartaz até 26/4 no Tucarena, é mais uma peça de improvisação a ser apresentada no teatro da Uni- versidade. Diferente da outra peça montada pelo grupo Jogando no Quintal (também em cartaz no Tuca), em Caleidoscópio os quatro atores e o músico do espetáculo se apresen- tam durante uma hora sem a típica máscara de palhaço: o desafio é construir cenas de longa duração, ao calor do momento, com trilha criada ao vivo e tendo o público como testemunha. Segundo o diretor Márcio Ballas, o trabalho é resultado de exercí- cios, treinamentos, leitura de arti- gos acadêmicos e intercâmbio com grupos de improvisação da Europa e da América Latina. |pág. 8 Pedagogia Social A Faculdade de Educação, o curso de Pedagogia e o Núcleo de Trabalhos de Comunitários promoveram a 1ª edição das Jornadas Brasileiras de Pedago- gia Social. Na ocasião, também houve o lançamento do livro Pe- dagogia Social (ed. Expressão e Arte), resultado de conferências realizadas em parceria entre PUC-SP, USP, Unicamp, Macken- zie e Unisal. |pág. 2 REALIDADE CARCERÁRIA Fernando Vivas/Agência A Tarde/AE O Escritório Modelo “Dom Paulo Evaristo Arns”, da PUC-SP, participará de um projeto da Defensoria Pública voltado à as- sistência jurídica gratuita para presos de sete cidades paulistas, em parceria com a Pastoral Car- cerária. Durante um ano, cerca de 20 advogados e estagiários trabalharão em núcleos em sete cidades da Grande São Paulo. O projeto envolve ainda profis- sionais de Psicologia e Serviço Social. |pág. 3 votação do Regimento Geral da Universidade, do Orçamento para 2009 e a apresentação do Plano de Atividades também para esse ano. Destacou ainda outras priorida- des a serem enfrentadas, entre elas a quitação dos débitos da PUC- SP com os bancos, a melhoria na infra-estrutura de alguns campi, a superação dos problemas de aten- dimento aos alunos, a criação de programas de qualificação para funcionários e a Reitoria itineran- te, promessa sua de campanha. “A presença do reitor nos locais para conhecimento dos problemas e en- caminhamento é indispensável e ainda vai ocorrer. Não que não de- sejasse circular mais, simplesmente ainda não consegui”, justificou. Sobre a relação com a mantene- dora, Fundação São Paulo, Dirceu afirma estar tranqüilo: “nossos objetivos são os mesmos, o pres- tígio e a eficiência para nossa Universidade”. |pág. 4 Divisão de Comunicação Fred Bottrel

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Jornal quinzenal da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Ano 1 Número 22ª quinzena

março - 2009

www.pucsp.br

CaminhadaComunidade em forma

Teve início este mês o projeto Caminhar Faz Bem, que promove caminhadas em grupo para alu-nos, professores e funcionários no parque da Água Branca (zona Oeste). O programa tem monitoria de um docente do Depto. de Edu-cação Física e Esportes e é uma ini-ciativa da Pró-Reitoria de Cultura e Relações Comunitárias. |pág. 6

Programa PindoramaMeio AmbienteNo último dia 4/3, a PUC-SP for-

mou mais uma turma de indígenas pelo Programa Pindorama. Criado em 2001, o projeto pretende dar força à continuidade e à expansão do patrimônio físico e cultural dos povos indígenas do Brasil. Rejane Silva, recém-formada em Direito, integra o Programa e planeja criar no futuro um núcleo de orientação jurídica para atender comunidades indígenas. |pág. 6

Dias 30 e 31/3, um seminário internacional reunirá no Tuca em-preendedores, indústrias, governo, universidades e setor privado para debater o mercado de carbono, instrumentos financeiros e de mer-cado e práticas de gerenciamento. O Carbon Finance Workshop é uma parceria entre a PUC-SP, o Centre for Environment da Univer-sidade de Toronto e a PriceWater-houseCoopers. |pág. 7

João Luiz

2ª Feira do livro

Crescimento da Universidade é indispensável, diz Dirceu

Alunos, professores, funcionários e a comunidade externa poderão comprar com desconto obras de diversas áreas, durante a 2ª Feira do Livro da PUC-SP. O evento, pro-movido pela Divisão de Comunica-ção, se realiza entre os dias 30/3 e 3/4.

Além da venda de livros haverá também uma programação cultu-ral, com debates e mostra de filmes franceses. |pág. 8

Durante uma hora exata, o reitor Dirceu de Mello conversou com a equipe do jornal da Universida-de sobre desafios, dificuldades e projeções, e foi taxativo: “É preciso crescer. Nós já somos grandes, en-tão vamos nos tornar gigantes”.

Na entrevista, Dirceu afirma que foi um início de gestão muito difícil “O preço de um noviciado é sem-pre muito grande”, ressaltou.

Além de afirmar que conta com uma equipe afiada e disposta, Dir-ceu revelou: “Resgatei algo que ouvi no passado de uma pessoa que sempre me influenciou muito e que dizia: ‘Dirceu, não se im-pressione com o que você tem pela frente, olhe o que já fez; é ali que está o estímulo para você enfren-tar os desafios’”. E eles são muitos, considera Dirceu.

Segundo o reitor, a equipe decidiu definir prioridades para enfrentá-los, e vem trabalhando nisso.

O professor ressaltou algumas questões já superadas como a

Cardeal pensa a identidade da PUC-SP

O cardeal D. Odilo Pedro Sche-rer participou do evento Para uma presença cristã na Universidade, no último dia 14/3, no Tuca.

“Esta é uma excelente ocasião para refletirmos sobre o signifi-cado da Pastoral Universitária e a presença da Igreja na Univer-sidade”, observou D. Odilo, que também é grão-chanceler da PUC-SP.

Docentes, estudantes e mili-tantes católicos acompanharam a solenidade, que contou ainda com depoimentos dos professores Antonio Carlos Malheiros (PUC-SP), Maria Luiza Marcilio e Dalton Luiz Ramos (USP e membro da Pontifícia Academia Pro Vita do Vaticano). |pág. 3

Improviso no Tuca

Reitor concede primeira entrevista ao PUC em Notícias

O espetáculo Caleidoscópio, em cartaz até 26/4 no Tucarena, é mais uma peça de improvisação a ser apresentada no teatro da Uni-versidade.

Diferente da outra peça montada pelo grupo Jogando no Quintal (também em cartaz no Tuca), em Caleidoscópio os quatro atores e o músico do espetáculo se apresen-tam durante uma hora sem a típica

máscara de palhaço: o desafio é construir cenas de longa duração, ao calor do momento, com trilha criada ao vivo e tendo o público como testemunha.

Segundo o diretor Márcio Ballas, o trabalho é resultado de exercí-cios, treinamentos, leitura de arti-gos acadêmicos e intercâmbio com grupos de improvisação da Europa e da América Latina. |pág. 8

Pedagogia SocialA Faculdade de Educação, o

curso de Pedagogia e o Núcleo de Trabalhos de Comunitários promoveram a 1ª edição das Jornadas Brasileiras de Pedago-gia Social. Na ocasião, também houve o lançamento do livro Pe-dagogia Social (ed. Expressão e Arte), resultado de conferências realizadas em parceria entre PUC-SP, USP, Unicamp, Macken-zie e Unisal. |pág. 2

REALIDADE CARCERÁRIA

Fernando Vivas/Agência A

Tarde/AE

O Escritório Modelo “Dom Paulo Evaristo Arns”, da PUC-SP, participará de um projeto da Defensoria Pública voltado à as-sistência jurídica gratuita para presos de sete cidades paulistas, em parceria com a Pastoral Car-

cerária. Durante um ano, cerca de 20 advogados e estagiários trabalharão em núcleos em sete cidades da Grande São Paulo. O projeto envolve ainda profis-sionais de Psicologia e Serviço Social. |pág. 3

votação do Regimento Geral da Universidade, do Orçamento para 2009 e a apresentação do Plano de Atividades também para esse ano.

Destacou ainda outras priorida-des a serem enfrentadas, entre elas a quitação dos débitos da PUC-SP com os bancos, a melhoria na infra-estrutura de alguns campi, a superação dos problemas de aten-dimento aos alunos, a criação de programas de qualificação para funcionários e a Reitoria itineran-te, promessa sua de campanha. “A presença do reitor nos locais para conhecimento dos problemas e en-caminhamento é indispensável e ainda vai ocorrer. Não que não de-sejasse circular mais, simplesmente ainda não consegui”, justificou.

Sobre a relação com a mantene-dora, Fundação São Paulo, Dirceu afirma estar tranqüilo: “nossos objetivos são os mesmos, o pres-tígio e a eficiência para nossa Universidade”. |pág. 4

Divisão de C

omunicação

Fred Bottrel

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O reitor Dirceu de Mello ministra palestra sobre o tema, dia 27/3, às 9h, no Ciee (rua Tabapuã, 540, Itaim Bibi). Inscrições pelo tel. (11) 3040-6541.

Diálogo da universidade com a comunidade

www.pucsp.br

02

D. Odilo chama docentes a refletirem sobre identidade da PUC-SP

“E eu que andava nessa escuridão/ de repente foi me acontecer/ me roubou o sono e a solidão/ me mos-trou o que eu temia ver...” Foi ao som destes versos de Toquinho, em Escravo da Alegria, que o Coral da PUC-SP (Cuca) deu início na manhã de 14/3, no Tuca, ao evento Para uma presen-ça cristã na Universidade.

Dirigindo-se especialmen-te aos professores univer-sitários, o padre Vando Valentini, do Núcleo Fé e Cultura, enfatizou: “Vamos começar com música por-que a linguagem da arte é forte e contundente para apresentar diferentes temas para discussão”.

Padre Vando se referia à interlocução entre fé, cultura e conhecimento na universi-dade católica. Foi justamen-te com essa idéia que o car-deal D. Odilo Pedro Scherer abriu seu discurso. À mesa, estava acompanhado do reitor Dirceu de Mello – que agradeceu a presença do cardeal e alertou para o sig-nificado especial do evento na mesma trajetória das atividades que se iniciaram com a recente incorporação da Faculdade de Teologia à PUC-SP – e dos professores Antonio Carlos Malheiros (PUC-SP), Maria Luiza Mar-cilio e Dalton Luiz Ramos (ambos da USP).

Na platéia, estavam o Bispo Auxiliar de São Pau-lo, D. José Benedito Simão, professores, estudantes e militantes católicos. “Esta é

Segundo o cardeal, o trabalho da Pastoral Universitária irá contribuir de maneira significativa para a presença católica na instituição

uma excelente ocasião para refletirmos sobre o significa-do da Pastoral Universitária e a presença da Igreja na Universidade”, observou D. Odilo. O cardeal também afirmou considerar significa-tiva a contribuição do novo estatuto da PUC-SP para a universidade explicitar sua identidade – o documento cria a Coordenadoria da Pastoral Universitária.

TESTEMUNHOS – A prá-tica dos preceitos católicos no dia-a-dia e seus reflexos na atividade acadêmica e na vida profissional foram trazidos à tona pelas expe-riências dos convidados.

O tema Direitos Humanos mereceu destaque. Coube à Presidente da Comissão de Direitos Humanos da USP, Maria Luiza Marcilio,

Profa. Maria Luiza (USP), o reitor Dirceu e o cardeal D. Odilo, no Tuca, na manhã de 14/3

destacar como a fé católica influenciou sua formação, levando-a a Paris para co-nhecer a experiência que re-sultou na criação do Centro de Estudos de Demografia Histórica da América Latina, na USP.

A bioética foi abordada pelo professor da USP e membro da Pontifícia Aca-demia Pro Vita do Vaticano, Dalton Luiz Ramos. Seus relatos abordaram a ética ao lidar com doenças que geram forte preconceito so-cial e levam o paciente ao isolamento.

Já o professor da área de Direitos Humanos da PUC-SP, Antonio Carlos Malheiros, emocionou a platéia ao nar-rar algumas situações de sua vida. Contou como foi mar-cante a primeira vez em que esteve em uma favela e de

que forma isso o influenciou. Quando não atua como desembargador no Tribu-nal de Justiça de São Pau-lo, Malheiros pode estar em atividade na Comissão Justiça e Paz, lidando com alfabetização de adultos e moradores de rua ou ves-tido de palhaço em algum hospital infantil brincando com crianças vítimas de queimaduras.

“O que mais caracteriza essas histórias são as mani-festações de carinho. É pre-ciso ter alguém no ambien-te universitário que também o ofereça. Não podemos ficar desolados e achar que o bem já não é possível. Os universitários não vêm aqui só para ser doutores, mas à procura da felicidade”, afir-mou padre Vando Valentini, ao final do evento.

Eveline Denardi

Editorial

Rigorosamente, não são cem dias de gestão, fez questão de frisar o reitor Dirceu de Mello, em sua primeira entrevista ao PUC em Notícias. O professor se referia aos recessos de final de ano e do Carnaval que encolheram um pouco este período, significativo para qualquer administração que se inicia.

A conversa que o reitor teve com a editora Thaís Polato e o repórter Thiago Pacheco tocou em pontos como finanças da Universidade, desafios acadêmicos, diálogo com a co-munidade e invasão de Reitoria.

Os temas escolhidos para as perguntas surgiram da ob-servação e do conhecimento da equipe de reportagem so-bre a PUC-SP. Assim também surgiu a idéia de criar um blog do jornal, espaço para a comunidade se manifestar sobre os temas abordados na publicação.

Neste número, como não poderia deixar de ser, abrimos a possibilidade de professores, alunos e funcionários se mani-festarem sobre as respostas dadas pelo reitor na entrevista que pode ser lida das páginas 4 e 5. Desafio, ressaltamos, prontamente aceito pelo professor Dirceu. “Detesto monó-logo”, afirmou.

A cada edição, o PUC em Notícias selecionará uma ou mais reportagens para serem comentadas no blog. Desde já, também estamos abertos a críticas e sugestões sobre todo o conteúdo do jornal, através de nosso e-mail, de nos-sos telefones ou pessoalmente, na sala da Divisão de Co-municação, localizada no térreo do Prédio Velho, campus Perdizes.

Dessa forma, vamos construindo novos e integrados ca-nais de comunicação com a comunidade puquiana.

O boletim online Acontece na PUC-SP e a atualização das notícias no site, ambos feitos diariamente, mais o PUC em Notícias, jornal quinzenal, e o novo blog têm a intenção de trazer à tona, cada um a seu modo e de maneira com-plementar, o que a PUC-SP produz em termos acadêmicos, administrativos e comunitários.

Boa leitura.

Redação

Luciney Martins / O

São Paulo

Grão-Chanceler: Dom Odilo Pedro SchererReitor: Dirceu de Mello Vice-reitor: Antonio Vico Mañas Pró-Reitores: André Ramos Tavares (Pós-Graduação) Haydee Roveratti (Educação Continuada)Hélio Roberto Deliberador (Cultura e Relações Comunitárias) José Heleno Mariano (Planejamento, Desenvolvimento e Gestão) Marina Feldmann (Graduação)Chefe de Gabinete: Cláudio José Langroiva Pereira Coordenadora da Divisão de Comunicação Institu-cional: Eveline Denardi (MTb 27.655)Edição: Thaís Polato (MTb 30.176) Reportagem: Eveline Denardi Priscila Lacerda Thaís Polato Thiago Pacheco Assistente-administrativa: Vera LucasProjeto Gráfico e Editoração: Núcleo de Mídias Digitais Impressão: Artgraph Tiragem: 2 mil exemplares Redação: Rua Monte Alegre, 984, sala T-34 Perdizes, São Paulo, SPCEP 05014-901Tel.: (11) 3670-8001E-mail: [email protected]

2ª quinzena de março - 2009

Jornada aborda pedagogia social

O desafio do diálogo

Evento lançou livro em parceria da PUC-SP, USP, Unicamp, Mackenzie e Unisal

A Faculdade de Educação e o curso de Pedagogia pro-moveram a 1ª edição das Jornadas Brasileiras de Peda-gogia Social, no Tucarena, dia 16/3. O evento teve palestras de João Clemente (Macken-zie), Roberto da Silva (FE/USP), Sanna Ryynänen (Fin-lândia) e o lançamento do livro Pedagogia Social (ed. Ex-pressão e Arte), resultado de conferências realizadas em parceria entre PUC-SP e USP, Unicamp, Mackenzie e Unisal. A pró-reitora de Graduação,

Marina Graziela Feldmann, falou da importância de se debater o tema. “Trata-se de um encontro muito sig-nificativo, pois representa a oportunidade de estreitar a comunicação acadêmica en-tre estudiosos de várias uni-versidades nacionais e inter-nacionais, em conjunto com representantes de movimen-tos sociais e culturais. É im-portante trazer para o debate a pedagogia social enquanto referência teórica e metodoló-gica, com vistas a se construir alternativas na questão da ex-clusão-inclusão educativa de

pessoas e de grupos em ou-tros espaços diferentes da es-cola”, afirmou.

Sanna, mestre e doutora em pedagogia social pela Univer-sidade de Tampere (Finlân-dia), trabalha como voluntária no Projeto Axé, em Salvador, e falou sobre sua pesquisa de campo. “Esse trabalho, cha-mado de educação não for-mal, deveria ser voltado não somente para pessoas classi-ficadas em situação de risco, mas para todos, pois a pe-dagogia social procura uma sociedade mais igualitária e justa”, defendeu.

Priscila Lacerda

A finlandesa Sanna

Priscila Lacerda

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A professora Salma Tannus Muchail (Depto. e Pós em Filosofia) realiza aula magna, dia 30/3, às 19h30, no Tucarena.

Aula inaugural na Comfil

www.pucsp.br

03

Debate avalia impacto da crise mundial em São Paulo

Um grupo de acadêmicos e representantes do gover-no municipal paulistano se reuniu no último dia 12/3, no auditório superior do Tuca, para pensar em al-ternativas locais de enfren-tamento à crise financeira mundial. “As instituições de ensino podem nos ajudar a descobrir quais instru-mentos o município pode oferecer para diminuir os efeitos da crise. A informa-ção produzida nas univer-sidades deve gerar ações de planejamento por parte do poder público para mu-dar a realidade”, avaliou o vereador José Pólice Neto (PSDB), organizador do de-bate Os impactos da crise mundial nas finanças da Metrópole São Paulo.

O professor Antonio Vico Mañas, vice-reitor da PUC-SP, fez uma proposta para apro-ximar as universidades do governo municipal, por meio das 31 subprefeituras da ca-pital. “A economia de São Paulo é baseada em serviços. As instituições devem pesqui-sar, identificar potencialida-des nessas áreas e orientar a gestão de novos serviços, de forma a criar soluções ino-vadoras e novos negócios”, argumentou.

Vico enfatizou a necessida-

Área de serviços é uma das apontadas para a realização de projetos em conjunto entre universidades e governo municipal

de de inverter a abordagem da crise – analisando-a da esfera local para a global, e não a partir do sentido oposto. “A universidade deve buscar conhecimento e pro-por soluções, ser um elo para provocar e sustentar as ações governamentais”, declarou. “Ao governo municipal cabe fomentar esses debates, e aos governos estadual e federal, projetar grandes ações”. Ainda segundo o vi-ce-reitor, avaliar os impactos da crise, na PUC-SP, significa dar um “olhar social para a questão”: “congregamos áreas diferentes como Ser-viço Social, Economia, Co-municação, Ciências Sociais, Engenharias... Podemos jun-tar todas elas a favor do de-senvolvimento da cidade”.

A professora Celina Mar-tins Ramalho (FGV e vice-presidente da Ordem dos Economistas do Brasil) con-cordou com a proposta de fazer das subprefeituras um espaço para diagnosticar problemas e também com a necessidade de inovar (in-clusive na gestão municipal e na capacitação dos ges-tores públicos) para pensar em novos meios produtivos. O vereador Pólice Neto tam-bém falou da importância de associar o olhar urbanista ao da produção econômi-ca, incentivando o desen-

volvimento das regiões da cidade de acordo com a aptidão de cada uma delas. “Temos que reunir as univer-sidades para investigar es-sas vocações, do contrário, o desenvolvimento regional continuará a depender de políticas assistencialistas. Elas são importantes, mas não podemos ficar sujeitos ape-nas a elas”.

ESTADO X MERCADO – Celina apontou mais um efeito da crise, relacionado às demissões causadas nes-se contexto, para o municí-pio. “Por um lado, o desem-prego causa inadimplência de tributos, portanto, perda de receita. Por outro, causa criminalidade e violência e o estado deve investir mais recursos para acolher a situ-ação”. Para solucionar esse desequilíbrio, a professora defendeu o resgate da Teoria Keynesiana e a intervenção do Estado na economia.

“Podemos descrever duas grandes linhas de pensa-mento econômico. Uma considera que os mercados funcionam, e ao Estado cabe apenas um papel regulador, sem entrar no processo pro-dutivo. A outra avalia que os mercados não funcionam, e portanto o Estado deve intervir na economia para promover o equilíbrio do

Thiago Pacheco

Thiago Pacheco

Escritório Modelo e Pastoral Carcerária prestarão atendimento jurídico a presos

O Escritório Modelo “Dom Paulo Evaristo Arns” da PUC-SP irá participar de um projeto para assistência jurí-dica gratuita para presos de sete cidades paulistas. “De-senvolveremos atividades junto a varas de execução criminal e presídios para proporcionar atendimento digno e personalizado aos detentos e suas famílias, in-clusive com a participação de profissionais de Psicolo-gia e Serviço Social”, explica o professor Luiz Guilherme Arcaro Conci, coordenador do projeto.

Obtido pela Defensoria Pública paulista junto ao Mi-nistério da Justiça, o projeto será executado em parceria entre o Escritório Modelo da Universidade e a Pasto-ral Carcerária. Durante um ano, cerca de 20 advogados trabalharão em núcleos nas

cidades de São Paulo, Gua-rulhos, Osasco, Mogi das Cruzes, Santo André, São Caetano, São Bernardo do Campo. “Cada advogado e sua equipe deverão aten-der cerca de 250 presos por mês. Eles realizarão tarefas como pedir soltura e fiscali-zar execuções penais, enca-minhando situações como a de presos que já cumpriram a pena mas ainda estão nos presídios”, afirma o coor-denador. Os editais para seleção de estagiários serão publicados em breve.

MEDIAÇÃO – O Escritório Modelo promove diversas atividades de caráter social. Uma delas é o Balcão de Direitos, coordenado pelo professor Nelson Saule Jr., voltado à concretização de direitos e à democratização do acesso à informação so-bre direitos. Já o Projeto Pa-cificar, coordenado também

Thiago Pacheco

Unidade integrará programa da Defensoria Pública paulista junto ao Ministério da Justiça

mercado”, explicou Carlos Antonio Luque (presiden-te da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Fipe). “O problema é que uma dessas linhas só se sobrepõe porque a outra naufragou”, completou.

Luque reforçou a importân-cia da participação do setor público na economia, mas apontou um problema: a Lei de Responsabilidade Fiscal. “Na crise, os agentes econô-

micos ficam receosos em in-vestir e Keynes sugere que o Estado, neste caso, deve gas-tar para dar força à econo-mia. Mas a Lei, que foi impor-tante para controlar os gastos públicos, possui um efeito ruim na crise. Ela segura o in-vestimento estatal exatamente no momento em que se exige expansão de gastos. Portanto, não podemos esperar muito do governo”.

Também participaram do

encontro, o segundo da sé-rie iniciada em novembro na Câmara Municipal, os pro-fessores Fernando Coelho (USP) e Antonio Corrêa de Lacerda (Depto. Economia PUC-SP), além de Wilson Araújo (subsecretário da Re-ceita Municipal). O próximo debate Os impactos da crise mundial nas finanças da Me-trópole São Paulo será reali-zado no campus da USP na zona Leste da capital.

pelo professor Conci, foi criado para divulgar e apli-car a mediação como forma de resolver impasses antes da entrada de um novo pro-cesso no Poder Judiciário. Os atendimentos deste pro-jeto são feitos tanto no Escri-tório Modelo quanto em fa-velas e comunidades – onde os profissionais e estagiários também trabalham como multiplicadores, divulgado a mediação como instrumento de solução de conflitos. O Escritório Modelo oferece ainda atendimento jurídico gratuito e promove ações coletivas.

“O Escritório Modelo apre-senta um campo de estágio diferente para nosso aluno”, avalia o professor Conci. “Aqui, eles atendem quem não paga e entram em con-tato com classes menos fa-vorecidas, ou seja, têm uma relação profissional-cliente que não é medida apenas

Ao microfone, o vereador Pólice Neto defende que as universidades pesquisem as voca-ções de cada região da cidade para promover o desenvolvimento local

População aguarda para ser atendida, na sede do Escritório Modelo

pelo aspecto econômico. Essa experiência forma um profissional com visão hu-manista, que conhece mais

a realidade do país.”Para manter suas ativi-

dades, o Escritório Modelo “Dom Paulo Evaristo Arns”

conta com o apoio de par-cerias. Para entrar em conta-to com a equipe, ligue para (11) 3873-3200.

Acervo D

ivisão de Com

unicação

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Diálogo é indispensável, como professor esta é a minha lógica. Detesto monólogo. (Dirceu de Mello)

Relação com a comunidade

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04

Prestação de serviços e convênios são principais caminhos para trazer recursos à UniversidadeEm março, a gestão do reitor Dirceu de Mello completou seus primeiros cem dias – se não descontarmos os recessos, como frisou o professor. Abaixo, Dirceu fala sobre os principais desafios deste período e as prioridades para os próximos anos de gestão. A entrevista pode ser comentada pelos leitores no blog do PUC-SP em Notícias, através do endereço http://blog.pucsp.br/pucemnoticias.

PUC em Notícias (PN) – Quais foram os principais de-safios e as dificuldades que o sr. e sua equipe encontraram até agora?

Dirceu de Mello (DM) – O início de qualquer atividade é sempre muito difícil, até por-que a Universidade é muito grande, tem diversos campi, inúmeras faculdades, número elevado de alunos, de profes-sores e funcionários. Depois, claro, tivemos que entrar em contato com as questões que já estavam postas antes da nossa gestão se iniciar.

PN – Quais o sr. destaca-ria?

DM – A votação do Estatu-to da Universidade já havia se completado, mas estava em curso ainda a votação do Regimento Geral. Ele é indispensável para a vida da própria instituição. Atacamos esse problema e o documen-to foi aprovado em 18/3, pelo Conselho Universitário (Consun). Tínhamos também que enfrentar um problema muito sério, de natureza eco-nômica, que era a votação do orçamento. Rigorosamente falando, seria uma obrigação nossa só para o próximo ano. Mas enfrentamos o desafio e também conseguimos fazer com que fosse aprovado pelo Consun. Durante esse curto período de gestão começou ainda a funcionar um novo órgão da Universidade, o Conselho de Administração (Consad). Já houve sucessivos encontros porque, de acordo com o Estatuto, ele deve se reunir duas vezes por mês.

Também precisávamos re-solver o Plano de Atividades, uma projeção daquilo que de-veria acontecer em 2009. Nós o apresentamos ao Conselho Superior da Fundação São Paulo, depois ele foi aprovado pelo Consad e pelo Consun. Mas eu deixei bem claro que ainda será completado. Os pró-reitores já estão cuidan-do disso, porque só mesmo diante de uma visão de con-junto da Universidade e em contato com a situação que nós encontramos é que havia possibilidade de elaborar essa documentação.

Acho que essas foram as grandes dificuldades que nós encontramos. Agora, insisto sempre, o preço do noviciado é sempre muito grande. Eu nunca fui reitor, os pró-reitores escolhidos também nunca o haviam sido. Aliás, não exis-tia nem as instâncias de Pró e Vice-Reitoria.

PN – Passado este primeiro momento, quais as priorida-des da gestão?

DM – Os desafios são mui-tos. Aliás, vocês usaram uma palavra que eu adotei. Eu sabia que encontraria um trabalho muito grande, mas não imaginava que fosse tão grande. Como todos nós sabemos, embora esteja de-vidamente controlado e ca-minhando seguramente para uma solução definitiva, nós temos o problema econômico da Universidade. O primeiro desafio foi exatamente dirigir todo nosso empenho, todo nosso potencial, no sentido de minimizar esse de problema.

PN – De que forma?

Thaís Polato e Thiago Pacheco DM – O potencial da PUC-SP é muito grande, muito grande mesmo. Nós chegamos à conclusão que ele nunca foi devidamente aproveitado. En-tão, nós estamos caminhando com projetos que envolvem prestação de serviços e convê-nios, para resultar na chega-da de novos recursos. Porque, é claro, poder-se-ia pensar em aumento de mensalida-des, diminuição do quadro de professores e funcionários, re-dução geral de vencimentos, mas estas são medidas ex-tremas. E, numa época difícil como essa que nós estamos passando, são providências não só antipáticas como injus-tas. E como falei em mensa-lidades, gostaria de dizer que já encontrei aqui novos valores quando assumi, estabelecidos um dia antes da posse. Outra prioridade é a expansão de nossa Universidade. A mídia tem destacado as dificuldades econômicas que atravessam, de forma geral, todas as uni-versidades privadas. Portanto, isto não é “privilégio” da PUC-SP. O mercado do ensino su-perior oferece uma concor-rência muito grande. Então, dir-se-á, “ah, mas a PUC-SP já é grande. Pelo ranking do MEC somos a segunda uni-versidade privada do Brasil e a primeira em São Paulo”. Mas ela precisa crescer mais ainda, porque a concorrência está aqui à nossa volta.

PN – Que tipo de cresci-mento?

DM – Expansão de nossos cursos. Há potencial para isso. Veja, por exemplo, uma realidade: a USP instalou uma Faculdade de Direito em Ri-

beirão Preto. Antigamente, nem se podia imaginar uma coisa dessas: “faculdade de direito da USP sair do largo São Francisco?” Ela não saiu, continua lá, mas estendeu seu braço para uma das capitais do estado, uma cidade como Ribeirão Preto. E posso aí jo-gar também com a situação de cursos que nós temos e que são muito procurados.

PN – Em quais áreas pode-ríamos crescer?

DM – Já crescemos nas áreas da FEA (Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária), nos campi Barueri e Santa-na. Vejo potencial em outras como relações internacio-nais, jornalismo, medicina... E podemos crescer não só a partir de expansão territorial, mas também no próprio local onde o curso funciona. Outra forma é incentivar cursos a distância, ação para a qual já temos um convênio firmado. Eu sei que é um tema mais ou menos polêmico. Quando se fala nisso, alguns dizem: “Mas curso a distância, que coisa esquisita... E o contro-le?” Mas é uma realidade que nós não podemos ignorar. O próprio MEC incentiva esses cursos. A PUC-SP não pode ficar para trás. No momento em que nós não avançamos, não damos um passo, os ou-tros estão dando esse passo, e daí, como ficamos? É muito mais difícil recuperar o tempo perdido. No que diz respeito a seu controle, sua fiscalização, temos que confiar nos nossos professores, nossos funcioná-rios. Tudo é uma questão de administração.

PN – Do ponto de vista fi-nanceiro, o sr. considera cres-cer a principal saída?

DM – Sim. Nunca vi com simpatia o fato de termos dé-bito com dois bancos e com o BNDES. Na linha de trabalho que nosso grupo projetou, a preocupação é diminuir e até chegar à eliminação de-les, através dessas formas de recursos que pontuei até ago-ra. Mas isso leva tempo, não é um trabalho que produza resultado de um dia para o outro. O importante é plantar desde o início da gestão. E as coisas estão indo bem, estou muito otimista.

PN – Para o dia-a-dia da Universidade, como está a questão econômica?

DM – Tudo controlado, tanto

que professores e funcionários estão recebendo seus salários em dia. Os direitos pendentes estão sendo também resolvi-dos. É muito importante dizer que, respeitada suas esferas de atividade, a Universida-de é uma coisa, a Fundação São Paulo é outra. Mas não podemos esquecer que a Fun-dação São Paulo é a mante-nedora da Universidade, que essa é uma realidade. Cada uma definindo perfeitamente seus espaços, por meio de um trabalho harmônico, conjun-to, e bem intencionado, temos muito mais oportunidade de chegar a bons resultados.

PN – A diferença de papéis da Universidade e da Funda-ção São Paulo (Fundasp) já está clara? Como o sr. a de-finiria?

DM – É muito fácil, basta examinar o Estatuto da Uni-versidade e o Regimento Ge-ral.

PN – Mas para a comunida-de em geral, que nem sempre tem facilidade de acesso a esse tipo de documento, como o sr. a definiria?

DM – A Fundação São Pau-lo é a empregadora, disso não há dúvida nenhuma, de todos que têm vínculo empre-gatício com a PUC-SP. Agora, a atividade acadêmica e ad-ministrativa, por força do Es-tatuto e da Constituição, é da Universidade. Isso não quer dizer que a Universidade não tenha também sua autonomia financeira. A Fundação é em-pregadora e evidentemente

tem que resolver também os problemas nessa área, mas com a participação decidida da Universidade, até porque nós criamos e votamos no Consun a existência do Con-selho de Administração, o Consad.

PN – Em que a Universida-de e a Fundação podem tra-balhar juntas?

DM – Eu entendo, e quan-to a isto estou tranqüilo, que o objetivo da Reitoria e da Fundação é um só: prestígio e eficiência da Universidade. Se temos o mesmo propósito, podemos perfeitamente cami-nhar juntos. Agora, isso não representará, é claro, subser-viência de uma parte ou de outra, o que seria completa-mente diferente. A divergência é possível, mas aquela que se coloca em nível superior e que depois seja, é claro, resolvida pelos órgãos competentes. Quantas e quantas vezes se estabelece a divergência... Durante muito tempo, integrei o Consun como diretor do Centro de Ciências Jurídicas, Econômicas e Administrati-vas da PUC-SP. E quantas e quantas vezes os próprios conselheiros não estiveram de acordo com um determinado encaminhamento? O impor-tante é que cada um susten-te bem o seu ponto de vista, para que o órgão competente decida. O que posso dizer, fe-lizmente, é que, no momento, e acredito que esse momento se perpetuará, as esferas de atuação da Universidade e da Fundação estão perfeitamente

Reitor Dirceu de Mello concede entrevista, em seu gabinete

Fotos: Thiago Pacheco

Entrevista

Gestão implantou Reitoria de portas abertas

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o modelo ideal de relaciona-mento?

DM – Sim, até porque ví-nhamos... Eu não gosto muito de falar sobre o passado, mas como parece que é um fato público e notório, eu senti que não havia esse relacionamen-to mais próximo com as enti-dades de classe. Já fiz mais de uma reunião e estabeleci até um calendário. Quero ter todo mês aqui a Afapuc, a Apro-puc, as entidades de alunos. Já recebi diretores de diversos centros acadêmicos. Outro dia, os alunos de Jornalismo quiseram entrevistar o reitor e recebei 29 estudantes que me entrevistaram. Acho esse diá-logo importantíssimo. Sou de uma época em que o aluno tinha que chamar o professor de “excelência” e não podia sequer fazer uma pergunta

em classe. O dia em que eu fiz uma pergunta, o professor me colocou fora da classe, e como me re-cusei a sair, ele instaurou uma sindi-cância contra mim. Um dos meus com-promissos é dialogar com os alunos. A mocidade é curiosa, quer

saber por que, quer saber como...

PN – O que tem sido trata-do nesses encontros?

DM – Os mais variados pro-blemas. Alguns como a ques-

tão da secretaria única, de valores em aberto, no caso de professores e funcionários... Alguns já estão se resolvendo. Os alunos também pergun-tam se vou convocar a polícia. E eu digo “espero não ter que convocar a polícia, porque es-pero que vocês não ocupem aqui a minha sala”. Até por-que estabeleci o sistema da porta aberta. Uma coisa que sempre achei indispensável, e está lá desde o dia que assumi o cargo.

PN – Como tem sido, na prática, a Reitoria de porta aberta?

DM – Acontece assim: a pessoa vem, quer falar com o reitor e eu recebo. Claro que respeito aqueles que já haviam marcado hora, mas basta esperar um pouco que eu atendo.

PN – A constância no rela-cionamento com os alunos afasta o risco de uma possível invasão?

DM – Não vou dizer que afaste, o futuro a Deus perten-ce. Mas que cria dificuldades maiores, é fato. O diálogo é indispensável. Como profes-sor esta é a minha lógica, de-testo o monólogo. A primeira coisa que eu digo numa classe é exatamente isso: perguntem o quanto quiserem, conver-sem comigo. Dúvida tem que ser resolvida na hora.

PN – No caso de uma inva-são, como o sr. agiria?

DM – Bom, espero que não haja invasão, porque através do diálogo nós podemos nos acertar. Recebo os alunos, nós dialogamos. Isso, é claro, im-

pede um desentendimento en-tre a Reitoria e os estudantes.

PN – Por que a sindicância aberta quando da última in-vasão de Reitoria, em 2007, voltou ao Consun?

DM – Minha gestão havia recebido o resultado do pro-cesso já com a decisão toma-da. Dei ciência para a comis-são processante e aos alunos envolvidos, na pessoa de seu advogado. No entanto, os es-tudantes recorreram da deci-são e eu encaminhei o recurso para o Consun. Nesse meio tempo, surgiu uma prova nova. Mandei todo o material para a relatora do colegiado, que já estava designada e que se trata da professora Nena Jerusa Cei, para que analise o processo e o recurso. Tam-bém dei conhecimento do fato novo à comissão processante e à defesa, a fim de resguar-dar o direito de todos. Acredi-to que o feito será julgado na próxima sessão ordinária do Consun.

PN – Em relação a um outro problema crônico da Universi-dade, como vocês têm pensa-do em resolver a fragmenta-ção entre os campi?

DM – Também é nossa prio-ridade. Quando estive nos lo-cais como candidato senti isso fortemente. As pessoas me diziam “não sentimos aqui o mesmo clima de universida-de, parece que não somos puquianos...”. Precisamos me- lhorar isso com a presença do reitor, do vice-reitor e dos pró-reitores nos locais e tam-bém com eventos que tenham como espaço esses campi. Tudo vai nos mostrar que a

PUC-SP é uma só. Além dis-so, fazemos questão que os professores que dão aulas no campus Perdizes sejam os mesmo que lecionam nos ou-tros campi.

PN – Como fazer para não inchar mais ainda o espaço físico da Monte Alegre?

DM – A expansão estrutural deve ser planejada com muito cuidado. Vamos ter nas férias de julho, no Prédio Novo, re-formas em alguns andares. Já o prédio sede, muito bonito e agradável, é tombado como patrimônio. Como todo pré-dio antigo, tem suas belezas, mas também suas deficiências em termos de comodidades. Tenho perfeita noção, do pon-to de vista da infra-estrutura, que nossa situação não é a ideal. Sempre usei a seguinte imagem: o corpo de nossa Universidade chega a nos de-cepcionar, o que conta neste momento é aquilo que chamo de alma. Por outro lado, mui-tas vezes realizo palestras em outras instituições e preparo o que vou falar. Sou recebido num local de excelentes insta-lações e fico encantado. Mas basta uma conversa de dez minutos com alunos e com professores para que eu veja que preciso deixar de lado tudo o que preparei porque estaria falando para as pare-des. Quantas e quantas vezes fechei todo meu material, jo-guei de lado, e improvisei uma palestra. O ideal é que uma instituição de ensino tenha corpo e alma. Por enquanto, nosso corpo não entusiasma. À medida em que os recursos forem entrando, é claro, va-mos direcionar também para o aperfeiçoamento de nossa estrutura. Não podemos ficar para trás nisso, a concorrên-cia é muito grande.

PN – O sr. já citou o fato do MEC ter avaliado a PUC-SP como a segunda melhor uni-versidade privada do país. O que é preciso fazer, academi-camente, para ficar em pri-meiro lugar?

DM – É preciso crescer. Nós já somos grandes, então va-mos nos tornar gigantes. Não podemos nunca parar de crescer.

PN – O sr. se refere apenas à graduação?

DM – A tudo, porque nos-sa avaliação plena foi tanto na graduação como na pós-graduação. Não podemos perder esse destaque.

A PUC-SP tem que crescer. Se já somos grandes, temos que nos tornar gigantes. (Dirceu de Mello)

Desenvolvimento

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05

titucional, alargando o campo de atuação da antiga ACI e in-cluindo atividades como a de cerimonial, algo que sempre senti falta na Universidade. A outra divisão que criamos é a de Infra-estrutura e Pla-no Diretor (Diplad), para dar conta de todas as nossas ne-cessidades de planejamento, construções etc. Ambas estão em fase de definição de orga-nograma, cargos e pessoas envolvidas. A terceira divisão já havia sido criada pela Fun-dação São Paulo é a Divisão de Tecnologia da Informação (DTI), também um órgão im-portantíssimo.

PN – Durante sua campa-nha para reitor, o sr. falou de uma especial atenção à qualificação dos funcionários. Como vê isso agora?

DM – Ainda não pudemos tomar nenhu-ma providência nesse campo. Como disse, há muitos proble-mas a serem enfrentados. Quando che-gamos aqui, houve até um certo momento de desânimo geral, “mas é tanta coisa a ser feita!”, pen-sávamos. En-tão, reuni meus colaboradores e falei que pre-cisávamos estabelecer priori-dades. Resgatei algo que ouvi no passado de uma pessoa que sempre me influenciou muito e que dizia: “Dirceu, não se impressione com o que você tem pela frente, olhe o que já fez; é ali que está o estímulo para você enfrentar os desafios”. Porque se for-mos pensar no conjunto, para resolver de plano, perdemos o controle e desanimamos. Fomos então estabelecendo as prioridades. A questão que vocês levantam é prioridade também, só que ainda não chegou o momento. Também não pude fazer ainda as visi-tas permanentes aos setores e aos campi, como havia pro-metido. Não que não desejas-se, simplesmente ainda não consegui. A presença do reitor para conhecimento dos pro-blemas e encaminhamento é indispensável e vai ocorrer.

PN – O sr. fez algumas reu-niões com as associações de funcionário e professores. É

Prestação de serviços e convênios são principais caminhos para trazer recursos à UniversidadeEm março, a gestão do reitor Dirceu de Mello completou seus primeiros cem dias – se não descontarmos os recessos, como frisou o professor. Abaixo, Dirceu fala sobre os principais desafios deste período e as prioridades para os próximos anos de gestão. A entrevista pode ser comentada pelos leitores no blog do PUC-SP em Notícias, através do endereço http://blog.pucsp.br/pucemnoticias.

definidas, e que nosso objeti-vo é comum: a grandeza de nossa instituição.

PN – Como enfrentar o pro-blema da qualidade no aten-dimento na Universidade?

DM – A necessidade de re-solução dos problemas em torno da Secretaria de Admi-nistração Escolar (SAE) é ur-gente. Considero interessante a idéia do atendimento único, mas é importante destacar que sua instalação foi feita há um ano, portanto, bem antes de nossa posse. Recebo mui-tas reclamações. Mas os pro-blemas seriam bem menores se tivesse havido um compas-so entre a instalação da secre-taria única e necessário apoio da estrutura tecnológica. Essa é a origem das dificuldades que enfrentamos. Estamos to-mando providências, é claro, numa ação conjunta com a secretaria executiva da Fun-dação São Paulo.

PN – Quais providências?DM – Ainda não posso falar

porque tenho receio de adian-tar algo e depois a solução acontecer num caminho dife-rente. Só queria ressaltar que estou aqui há muitos anos, sei que as reclamações são mais ou menos crônicas, mas não é só aqui que isso acontece, em outras universidades também, até mesmo na USP. Só que o mau exemplo não pode ser modelo para nós, temos que olhar nossa situação.

PN – Recentemente, foram criadas três novas divisões nas áreas de tecnologia, in-fra-estrutura e comunicação. Se desconsiderarmos o pro-blema financeiro, o sr. acha que resolvendo os problemas inerentes a essas três áreas, a PUC-SP consegue dar um sal-to de qualidade?

DM – Estou absolutamente convencido. Nós estávamos inteiramente carentes. São serviços que existiam, mas que eram realizados com grandes dificuldades, sem condições. Ser uma divisão é se transfor-mar um pilar que sustenta a instituição, algo bem diferente de ser uma mera assessoria. Nesse sentido, volto a falar em desafios. A divulgação daquilo que temos e do que podemos fazer é essencial. Nosso comportamento era muito modesto nesse sentido. Muita gente ignora, por exem-plo, que a PUC-SP tenha de-terminados cursos. Criamos a Divisão de Comunicação Ins- SAE: problemas de atendimento poderiam ter sido menores

Respeita-das as esferas de atividade, a Universidade é uma coisa, a Fundação é outra

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A Fundação São Paulo e o Sesc renovaram parceria que permite a professores, funcionários e seus dependentes acesso às unidades da capital e do interior.

Parceria com o Sesc

www.pucsp.br

06PindoramaCaminhada e dança criativa colocam

comunidade para se exercitar

Dança ou caminhada? Basta escolher e participar de uma destas duas novas atividades que a PUC-SP oferece para professores, alunos e funcionários.

O projeto Caminhar Faz Bem, organizado pelo pro-fessor Ivo Ribeiro de Sá, em parceria com a Pró-Reitoria de Cultura e Relações Co-munitárias e Faculdade de Educação/Departamento de Educação Física e Esportes (Defe), quer desenvolver nas pessoas o hábito de realizar atividades físicas.

O caráter comunitário da atividade é ressaltado neste projeto, que se realiza no parque da Água Branca – há planos de estender a ati-vidade para outros locais e de incluir ciclistas.

“Caminhar sozinho é di-ferente de caminhar em grupo. Juntas, as pessoas estabelecem uma relação social. Ao mesmo tempo em que cuidam da saúde, se estimulam, firmam um compromisso”, afirma Sá, que acompanhará e dará o suporte necessário para que as caminhadas sejam saudáveis.

Pessoas de fora da Uni-versidade também podem participar (leia no quadro os horários disponíveis e como integrar das caminhadas).

Indígenas obtêm diploma

Alguns setores também estão praticando ginástica laboral

Inclusão universitária com excelência acadêmica. Este foi um dos caminhos encon-trados pela PUC-SP para dar força à continuidade e à expansão do patrimônio físico e cultural dos povos indígenas do Brasil. No últi-mo dia 4/3, o que há alguns anos era apenas um ideal se tornou, mais uma vez, a rea-lização concreta do diploma de graduação. Mas não é só isso. Os cerca de 30 in-dígenas que já se formaram na PUC-SP desde que teve início o Programa Pindora-ma, em 2001, levam mais do que o canudo para casa. E, nos anos que estão em sala de aula, também tra-zem muito de sua sabedoria para a Universidade, já que o Pindorama quer aliar for-mação de rigor acadêmico ao reconhecimento do signi-ficado do saber indígena e de sua visão de mundo.

Segundo a professora Ma-risa Penna, coordenadora do Pindorama até o fim de 2008 – agora ele tem à frente o professor Miguel Perosa –, ninguém sai daqui levantando bandeiras. “Eles já trazem suas bandeiras e saem daqui com outra for-ma de se posicionar, de se impor”.

Rejane Silva, de 35 anos, estava entre os indígenas que participaram da colação de grau no início de março. Recém-formada em Direito, defendeu a monografia Pro-teção jurídica aos conheci-mentos tradicionais indíge-nas com o objetivo de lidar com uma realidade que co-

nhece de perto. “Minha úni-ca intenção era a de levar ao mundo acadêmico um pou-co da nossa história, só que contada pela perspectiva de uma indígena universitária”, afirma. Segundo a bacha-rel, muitas vezes, pessoas de fora vão visitar as aldeias para pesquisar costumes, artesanatos e ervas usadas na cura de enfermidades, mas depois não retornam. “Nem informam o que foi feito com aquele material. Inclusive há casos em que não aparecem sequer os créditos para a aldeia ou população da aldeia pes-quisada”, alerta Rejane.

Agora, já formada, ela faz planos: quer criar um nú-cleo de orientação jurídica para atender comunidades indígenas.

ETNIAS – O Pindorama também dá oportunidade aos indígenas para que co-nheçam e se integrem a po-pulações de outras etnias e suas respectivas culturas.

O programa traz à PUC-SP alunos indígenas Pankararu, Pankararé, Atikum, Guarani Nãndevá, Guarani Mbyá, Kaingang, Krenak, Fulni-ô, Potiguara, Terena, Pataxó e Xukuru.

Ao todo, 110 estudantes já ingressaram na gradu-ação. Na cerimônia de 4/3, no auditório superior do Tuca, havia formandos em Direito, Enfermagem, Tecnologias e Mídias Di-gitais, Ciências Sociais, Ciências Contábeis, Econo-mia, Letras e Pedagogia.

Saiba mais no site www.projetopindorama.com.br.

13 etnias já passaram pelo programa

Priscila LacerdaPriscila Lacerda

Veja os benefícios da caminhada Ginástica no trabalho

- Trabalha a função cardiovas-cular;

- Ajuda na perda de peso e fortalece as pernas;

- Reduz a pressão sanguínea, os níveis de colesterol no san-gue, o risco de doenças cardía-cas, osteoporose e diabetes;

- Pode ser feita em qualquer lugar, o que permite que se altere a intensidade pelo au-mento da velocidade, percur-so (subias e descidas) ou da distância percorrida.

Participe

Caminhar faz bemSegundas e quartas-feiras, das 7h30 às 8h30Terças e quintas, das 17 às 18hQuartas e sextas, das 12 às 13hInformações: [email protected] de dança criativaSextas-feiras, das 17h30 às 19hTucarena: r. Monte Alegre, 1.024Informações: (11) 3670-8462

Tiveram início no dia 10/3 as aulas de ginástica laboral, promovidas pela Pró-Reitoria de Cultura e Relações Comunitárias em parceria com o Departa-mento de Educação Física e Esportes (Defe) e o apoio da Divisão de Recursos Humanos (DRH).

O objetivo da atividade é compensar a sobrecarga das tarefas operacionais diárias, por meio de alon-

gamento, relaxamento cor-poral, trabalho respirató-rio e correção postural. As aulas duram 15 minutos e são realizadas duas vezes por semana.

Neste primeiro semes-tre, serão atendidos os funcionários da SAE, da Cogeae Consolação e do Centro Administrativo. No segundo semestre, todos os setores da Universidade poderão participar.

Dias 12 e 13/3, a PUC Jr. Consultoria realizou campanha de doação de sangue com o Centro de Hematologia de São Pau-lo, no campus Perdizes. Segundo os integrantes da empresa júnior, a ação foi além do esperado.

DOAÇÃO DE SANGUE

Carlos C

asanova

“Nossa meta era obter 160 bolsas. Conseguimos 246”, comemora a aluna e integrante da consultoria Mariana Belchior. “A acei-tação foi tão grande que, por falta de material para a coleta, tivemos até que recusar doadores.”

EXPRESSÃO CRIATI-VA – Quem prefere outro tipo de atividade poderá optar pela Oficina de Dança Criativa – módulo I, voltada para alunos, professores e funcionários. A atividade propicia a conscientização do corpo e o desenvolvi-mento da auto-expressão criativa por meio da dança. São trabalhados conteúdos de consciência corporal,

ritmos diversos, expressão corporal e jogos de impro-visação.

Coordenada pela bailari-na e coreógrafa Kathya Go-doy, a oficina é promovida em parceria da Pró-Reitoria de Cultura e Relações Co-munitárias com Divisão de Recursos Humanos (DRH), Faculdade de Educação/Departamento de Educação Física e Esportes e Tuca.

Parque da Água Branca, na zona Oeste, local onde serão realizadas as caminhadasJoão Luiz

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CCET aponta perspectivas para a área de engenhariaPara participantes do evento, profissionais devem contribuir para o desenvolvimento do país

PUC-SP discute mercado de carbonoDebate internacional se realiza em 30 e 31/3, no Tuca

A psicanalista Paulina Rocha oferece o curso A constituição do “eu”. Inf.: www.pucsp.br/derdic.

Psicanálise na Derdic

www.pucsp.br

07

O profissional da área de Engenharia será fundamen-tal para o crescimento do país, caso o Brasil aposte no caminho do desenvolvi-mento para enfrentar a crise financeira mundial. Tal pro-jeção foi evidenciada pe-los participantes do debate Necessidades e perspectivas do engenheiro no contexto nacional, que a Diretoria do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia (CCET) promo-veu no último dia 4/3, no campus Consolação.

“Quando o país se desen-volve, na indústria, na infra-estrutura ou em construções públicas e particulares, ele precisa de engenheiros”, ar-gumentou Edemar Amorim, presidente do Instituto de Engenharia. “Nossa dificul-dade é que há carência de profissionais. Em 2008, for-mamos 23 mil engenheiros, e a Coréia do Sul, 80 mil. O governo não consegue tocar as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) porque não tem corpo técnico”, afirmou.

Carlos Cavalcante (su-perintendente do Institu-to Euvaldo Lodi, ligado à Confederação Nacional da Indústria) também enfatizou

Thiago Pacheco a importância do engenhei-ro no atual contexto da crise. Para ele, “quando é preciso discutir, pesquisar, descobrir as causas dos problemas, recorre-se ao economis-ta. Mas quando é preciso pensar em soluções e abrir novas frentes para desenvol-vimento, recorre-se ao en-genheiro”. O professor Ely Dirani, diretor da Faculdade de Matemática, Física e Tec-nologia, complementou essa opinião ao afirmar que o profissional de Engenharia é empreendedor desde a for-mação, pois quando é estu-dante aprende a administrar prazos e metas, trabalhando com objetividade.

PERFIL – Além da im-portância, os debatedores falaram sobre o perfil do profissional formado pelas instituições de ensino. Amo-rim defendeu que o enge-nheiro deve ter um preparo sólido e profundo de conhe-cimentos básicos da área, deixando a especialização para um momento após a graduação. Já Cavalcante observou que há uma dis-tância entre o mundo real e a experiência acadêmica – o que causa uma lacuna, num primeiro momento, entre o profissional recém-graduado

as necessidades das empre-sas. “O engenheiro recém saído da universidade tem dificuldade para encontrar resultados. O funcionário ‘chão de fábrica’ sabe mais, porque nesta área o conhe-cimento empírico é maior que o teórico”, explicou.

Para solucionar o pro-blema, afirmou, é preciso aproximar universidades e empresas, fortalecendo a relação entre teoria e prática e construindo conhecimento voltado à aplicação. Caval-cante citou a colaboração por meio de pesquisas con-juntas e a criação de redes de estudos, além da ida de professores às indústrias para se atualizar, como pos-síveis espaços de interação.

Dirani tratou da dissocia-ção entre as instituições de ensino e as empresas, e também argumentou sobre a importância da pesquisa para solucionar a questão. “Não há como vencer os de-safios do mundo globaliza-do sem inovação tecnológi-ca. E temos que pensar aqui, não é possível importar solu-ções. Há produtos que não se adequam a nossa espe-cificidade, nossa realidade econômica e ambiental é diferente dos outros países”, defendeu.

O professor falou ainda da importância do estímulo es-tatal para diminuir essa dis-tância e criar produtos e ser-viços inovadores, por meio de políticas públicas para investimento em projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (PeD). Dirani se referiu a um caso particular, a participa-ção do CCET na rede Insti-tuto Nacional de Eletrônica Orgânica (Ineo). O Ineo é um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia,

cujas criações foram incen-tivadas pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) com o objetivo de consolidar o sistema de pesquisa bra-sileiro e transferir tecnologia para o setor produtivo. “A parceria (da universidade) com o setor provado é a bola da vez”, declarou Di-rani.

SÉRIE – Além dos debate-dores, o evento contou com a participação do professor

Thiago Pacheco

Um seminário internacional irá reunir empreendedores, indústrias, governo, univer-sidades e setor privado para debater questões específicas do mercado de carbono, ins-trumentos financeiros e de mercado e práticas de ge-renciamento. Parceria entre a PUC-SP, o Centre for Envi-ronment da Universidade de Toronto (Canadá) e a Price Waterhouse Coopers Brasil, o Carbon Finance Workshop será realizado dias 30 e 31/3, no Tuca.

“A tendência das univer-sidades atualmente é não apenas formar e especializar profissionais para o mercado de trabalho e para o ingresso em cargos e funções públicas e privadas, mas também co-laborar e se aproximar dos setores econômicos e do mer-cado financeiro, desenvolven-do projetos e eventos conjun-tos”, considera a professora Consuelo Yoshida, uma das

organizadoras do evento e coordenadora da especia-lização Direito Ambiental e Gestão Estratégica da Susten-tabilidade.

O workshop abordará te-mas como riscos associados ao emergente mercado de carbono, o estado atual das iniciativas em âmbito interna-cional, o crescimento material de fatores de carbono em áreas específicas do mercado e os riscos percebidos pelo Canadá e outros países.

O evento é aberto a profis-sionais e estudantes de todas as áreas. Consuelo avalia que, por se tratar de um tema multidisciplinar, o seminário pode interessar a pessoas de áreas além daquelas mais próximas ao assunto, como Direito, Economia e Admi-nistração. “O mercado de carbono está começando a ser desenvolvido, e exige pro-fissionais qualificados e muito especializados. Esta é uma grande oportunidade a todos que se interessem por este

promissor mercado”.A oportunidade de realizar

o evento na PUC-SP surgiu por meio de Mayra Motta Froes Torres, ex-aluna que atualmente reside em Toron-to (Canadá). Ela atua como correspondente internacional entre as duas universidades. Mayra também participa das reuniões do Comitê que deci-de sobre a realização do Car-bon Finance Workshop em diferentes lugares do mundo – haverá debates semelhan-tes em cidades como Londres, Dubai e Xangai.

No Brasil, o evento terá pa-lestras em português e inglês, com tradução simultânea. Apoio: Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvol-vimento Sustentável, Comitê de Estudos sobre Mercado de Carbono da OAB/SP, Associa-ção Brasileira das Empresas de Mercado de Carbono e Escola da Advocacia-Geral da União.

Participe:www.pucsp.br/carbon

Ricardo Zanotta, assessor da Vice-Reitoria. A atividade in-tegra uma série desenvolvida pela direção do CCET para aproximar a instituição de empresas. “Temos feito con-tatos com diversas compa-nhias, e a resposta tem sido muito boa. Sentimos que a PUC-SP pode ter um nome tão conceituado na área de Ciência e Tecnologia como possui nas Humanas”, ava-liou Luiz Carlos de Campos, diretor-geral do CCET.

Álbum

Em 2003, a então Ministra do Meio-Ambiente, Marina Silva, esteve no Tucarena para apresentar os dados do Relatório sobre a dignidade humana e a paz no Brasil 2003 (ed. Salesiana e Paulinas). Realizado pelo Conselho Nacional de Igrejas Cris-tãs do Brasil (Conic), o relatório contou com apoio científico da PUC-SP e apresentou um índice de in-dignação da população e um indicador da percep-ção ao desrespeito à dignidade humana no Brasil.

No próximo dia 31/3, Marina estará de vol-ta à PUC-SP para participar do Carbon Finance Workshop, no Tuca. Leia mais sobre o evento, que se realiza também no dia 30 e tem presenças inter-nacionais, no texto ao lado.

Amorim, ao microfone, apontou carência de profissionais de engenharia no mercado

Notas

PremiaçãoA PUC-SP indicou os pro-

fessores Maria Lúcia San-taella Braga (programas de Pós em Comunicação e semiótica e em Tecnologias da Inteligência e Design Di-gital) e William Saad Hoss-ne (ex-docente do curso de Ciências Médicas, atual-mente na Unesp-Botucatu) para concorrerem ao Prê-mio Conrado Wessel nas áreas de Cultura e de Ciên-cia, após consulta aos Cen-tros de Ciências Médicas e Biológicas (CCMB) e de Ciências Humanas (CCH).

Os prêmios são concedi-dos anualmente e reconhe-cem perfis renomados nos campos de Ciência e Cultu-ra (Literatura). São valiadas questões como qualidades de talento inovador, lide-rança, abrangência social, trabalho incansável, inte-gridade e ética.

Os vencedores serão co-nhecidos na cerimônia de outorga, dia 1/6, às 19h30, na Sala São Paulo.

Thiago Pacheco

Divisão de C

omunicação

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Caleidoscópio estréia no Tucarena com uma hora de improvisação

Feira do livro traz obras com descontos e promove bate-papo com autoresMostra de filmes integra evento

Até julho, segue a temporada de sucesso do espetáculo Improvável , da Cia. Barbixas de Humor. Inf.: www.teatrotuca.com.br.

Humor no Tuca

www.pucsp.br

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Companhia do consagrado Jogando no Quintal tem mais um espetáculo em cartaz na PUC-SP

Alunos, professores, funcio-nários e a comunidade exter-na poderão comprar obras de diversas áreas com pelo menos 15% de desconto, du-rante a 2ª Feira do Livro da PUC-SP, que se realiza de 30/3 a 3/4, das 9 às 22h, e

Após dois anos de pes-quisas e ensaios, chega ao palco a nova e ousada pro-dução do grupo Jogando no Quintal. Trata-se de Calei-doscópio – um espetáculo de improvisação teatral, em cartaz até 26/4, às sextas-feiras, no Tucarena.

Caleidoscópio – um espetáculo de improvisação teatral

Direção: Marcio BallasImprovisadores: Allan

Benatti, Marcio Ballas, Marco Gonçalves, Rhena

de FariaTemporada até: 26/4,

sextas-feiras, às 21h30Preço: R$ 30 (meia-

entrada para estudantes, idosos e aposentados)

R$ 10 (PUC-SP)Duração: 70 min.Local: Tucarena (R. Monte

Alegre, 1024 – Perdizes)

Tel: (11) 3670-8455

A peça traz os atores do conhecido grupo paulista, que há sete anos faz sucesso com o espetáculo Jogando no Quintal, em um traba-lho intenso de improvisação. Durante uma hora, quatro atores e um músico, dirigidos por Marcio Ballas, constro-

em uma atmosfera diferente daquela estabelecida no es-petáculo anterior (também em cartaz no Tuca). Sem a típica máscara de palhaço, o grupo cria cenas e vive histó-rias a partir do humor e do lirismo.

Segundo Ballas, o traba-

lho é resultado de exercícios, treinamentos, leitura de arti-gos acadêmicos e de inter-câmbio com grupos de im-provisação da Europa e da América Latina. Depois de ter participado do mundial de Match Improvisação e do Catch de Impro, o grupo

considerou que era a hora de dividir com o público o resultado de sete anos de existência. “Chegou a nossa vez de experimentarmos um formato mais ousado, mais arriscado. Tentarmos duran-te uma hora criar cenas que o público nem perceba que estão sendo improvisadas ali, na hora”, afirma Ballas.

O desafio do Caleidoscó-pio é a construção de cenas de longa duração, ao calor do momento, com trilha cria-da ao vivo e tendo o público como testemunha. “Hoje, ainda peno pra definir. Não consigo explicar o espetácu-lo. Não sei se parece com o pai, se parece com a mãe, ou se, na verdade, parece ele

mesmo... Só sei que a gente gosta muito dele e espero que vocês gostem tanto quanto a gente”, conclui o diretor.

4/4, das 9 às 17h, no Prédio Novo (térreo, 1º e 2º andares). Promovido pela Divisão de Comunicação, o evento tem como tema o Ano da França no Brasil e contará também com debates e mostra de fil-mes franceses.

Algol EditoraHumanitas (FFLCH)Cosac Naify Distribuidora LoyolaEdiproEditora da UnespEduc (PUC-SP)Grupo Espírita Emmanuel

SummusMartins FontesPalas AthenaParábola EditorialÁtomo e AlíneaExpressão PopularDigeratiS&V Livros

BoitempoEdusc (Planeta Terra)PiagetEstação das Letras e CoresAteliê EditorialUniverso dos LivrosAbrilPaulusIbep / NacionalPerseu Abramo7 LetrasSBSLivraria CortezAutores AssociadosCultura RacionalRenovarMartin Claret

Veja as editoras e livrarias que participam

Programação cultural

Segunda-feira (30/3)19h30 - Abertura

Terça-feira (31/3)17h30h – Mostra de Fil-mes Franceses: “Conto da Primavera” (Conte de prin-temps; Dir.: Eric Rohmer; França; 107 min.; 1990)

19h30 às 21h – Lança-mento do livro O Vôo de Minerva de Antonio Carlos Mazzeo (Ed. Boitempo)

Quarta-feira (1/4)10 às 11h30 – bate-papo com o autorTema: Transtorno de es-tresse pós-traumático em vítimas de seqüestro (Gru-po Summus) Dr. Eduardo Ferreira Santos

17h30 – Mostra de Fil-mes Franceses: “O Corte”

(Le Couperet, Dir.: Costa-Gavras; França; 122 min.; 2005)19h30 às 21h – bate-papo com o autorTema: O enigma bipolar (Grupo Summus)Dr. Teng Chei Tung

Franceses: “Hiroshima, meu amor” (Hiroshima mon amour; Dir.: Alain Resnais; França/Japão; 95 min.; 1959)

19h30 às 21h – bate-papo com autorasCorpo e moda por uma compreensão do contem-porâneo (Estação das le-tras e Cores Editora)Kátia Castilo e Ana Clau-dia de Oliveira (org.)

Quinta-feira (2/4)10 às 11h30 – bate-papo com o autorTema: A Globalização e o capitalismo contempo-râneo (Editora Expressão Popular)Edmilson Costa

16 às 17h30 – bate-papo com o autorTema: A nova toupeira: os caminhos da esquerda latino-americana (Editora Boitempo) Emir SaderLocal a confirmar

18h – Mostra de Filmes

Sexta-feira (3/4)18h – Mostra de Filmes Franceses: “O Garoto Sel-vagem” (L’Enfant Sauva-ge; Dir.: François Truffaut; França; 83 min.; 1970)

19h30 às 21h – bate-papo com o autorOs melhores jornais do mundo (Editora Globo)Matias Molina

Notas

FraternidadeO pró-reitor de Cultura e

Relações Comunitárias Hé-lio Deliberador participou de sessão solene em ho-menagem à Campanha da Fraternidade 2009, na As-sembléia Legislativa de São Paulo, dia 13/3. Promovida pela Confederação Na-cional dos Bispos do Brasil (CNBB), a campanha trata este ano do tema Fraterni-dade e Segurança Pública.

“O tema é essencial para as políticas públicas e, do ponto de vista do cidadão, trata-se de uma preocupa-ção da maior relevância”, disse Deliberador.

O evento também contou, enttre outros, com a partici-pação do professor Antonio Carlos Malheiros (Direito), presidente da Comissão de Justiça e Paz da Arquidioce-se de São Paulo, represen-tando o Poder Judiciário.

Fotos: Fernando Aratanha

Veja outros espetáculos em cartaz no Tuca:

www.teatrotuca.com.br