Criacao de Site Para a Gibiteca

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS CURITIBA DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE DESENHO INDUSTRIAL CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ARTES GRÁFICAS ELIEL CEZAR CARDOSO CORDEIRO FILHO (Código 680) CRIAÇÃO DE SITE PARA A GIBITECA DE CURITIBA CURITIBA 2010

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CAMPUS CURITIBA

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE DESENHO INDUSTRIAL

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ARTES GRÁFICAS

ELIEL CEZAR CARDOSO CORDEIRO FILHO

(Código 680)

CRIAÇÃO DE SITE PARA A GIBITECA DE CURITIBA

CURITIBA

2010

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ELIEL CEZAR CARDOSO CORDEIRO FILHO

CRIAÇÃO DE SITE PARA A GIBITECA DE CURITIBA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina Trabalho de Diplomação, como quesito parcial para obtenção de grau de Tecnólogo em Artes Gráficas, do Curso Superior de Tecnologia em Artes Gráficas do Departamento Acadêmico de Desenho Industrial da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Orientador: Prof. Luciano Silva

CURITIBA

2010

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Eliel Cezar Cardoso Cordeiro Filho

CRIAÇÃO DE SITE PARA A GIBITECA DE CURITIBA

Esta monografia foi julgada adequada e aprovada como Trabalho de Conclusão de Curso de Tecnologia em Artes Gráficas, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, ____ de __________________ de 2010. Orientador:

___________________________________ Prof. Luciano Silva - UTFPR

Orientador Banca Examinadora:

___________________________________ Prof. Luciano Silva – UTFPR

Orientador

__________________________________ Prof. Liber Eugênio Paz

Professor

__________________________________ Prof.

Professor

__________________________________ Prof.

Professor

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À Cris, que esteve ao meu lado em todos os momentos.

Nada disso teria sido possível sem você.

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RESUMO

Cordeiro Filho, Eliel Cezar Cardoso. Criação de Site para a Gibiteca de Curitiba. 2010. 73 f. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) - Curso Superior de Tecnologia em Artes Gráficas, Departamento Acadêmico de Desenho Industrial, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2010. Este projeto propõe a criação de um site para a Gibiteca de Curitiba, como uma forma de contribuir para a divulgação de seus cursos e eventos, além de oferecer uma ferramenta para consulta online de seu acervo. A fundamentação desse projeto contou com uma pesquisa bibliográfica focada em três eixos teóricos centrais: a importância sócio-cultural das histórias em quadrinhos, o uso da internet como ferramenta de democratização de informações e os fundamentos de design relacionados ao desenvolvimento de sites.

Palavras-chave: site, gibiteca, internet, história em quadrinhos

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ABSTRACT

CORDEIRO FILHO, Eliel Cezar Cardoso. Web Site Development for Gibiteca of Curitiba. 2010. 73 f. Monograph (Diploma Work) – Technology of Graphic Arts Superior Course, Industrial Design Department, Federal University of Technology - Paraná. Curitiba, 2010. This work proposes the web site development for Gibiteca of Curitiba, as a contribution for the promotion of its courses and events, besides of being a tool for the online research of its collection. The work theoretical base includes a bibliographic research concentrated in three theoretical axes: the social and cultural importance of comic books, the internet uses for the democratization of information and the design basements related to web sites development. Keywords: web site, gibiteca, internet, comic books.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 – COMPOSIÇÃO DO PERFIL DOS INTERNAUTAS BRASILEIROS

POR CLASSE SOCIAL – 2006 A 2008 ..................................................................... 32

FIGURA 02 – ESTRUTURA DA PÁGINA INICIAL DO SITE DA GIBITECA ............. 41

FIGURA 03 – ESTRUTURA DA PÁGINA DE PESQUISA DO ACERVO .................. 42

FIGURA 04 – ESTRUTURA DA PÁGINA DE EXIBIÇÃO DE NOTÍCIA .................... 43

FIGURA 05 – LAYOUT DA PÁGINA INICIAL DO SITE DA GIBITECA ..................... 50

FIGURA 06 – LAYOUT DA PÁGINA DE PESQUISA DO ACERVO DA GIBITECA .. 51

FIGURA 07 – LAYOUT DA PÁGINA DE EXIBIÇÃO DE NOTÍCIAS ......................... 52

FIGURA 08 – INTERFACE ADMINISTRATIVA DO DRUPAL ................................... 58

FIGURA 09 – INTERFACE D EDIÇÃO DE CONTEÚDO DO DRUPAL .................... 59

FIGURA 10 – VISUALIZAÇÃO DO SITE DA GIBITECA NO NAVEGADOR

INTERNET EXPLORER 8 – SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS ....................... 61

FIGURA 11 – VISUALIZAÇÃO DO SITE DA GIBITECA NO NAVEGADOR FIREFOX

3 – SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS ............................................................... 61

FIGURA 12 – VISUALIZAÇÃO DO SITE DA GIBITECA NO NAVEGADOR GOOGLE

CHROME – SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS ................................................. 62

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

HTML - Hyper Text Markup Language

CSS - Cascading Style Sheets

W3C - World Wide Web Consortium

CMS - Content Management System

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 11

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO ......................................................................................... 13

1.2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 14

1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 14

1.4 EIXOS TEÓRICOS ............................................................................................. 15

1.5 ESTRUTURAÇÃO DO DOCUMENTO ............................................................... 15

2 SURGIMENTO E IMPORTÂNCIA DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS ......... 17

2.1 A GIBITECA DE CURITIBA E O SURGIMENTO DAS GIBITECAS NO BRASIL .......... 23

3 ESCOLHA DO SUPORTE ................................................................................. 26

3.1 POSSIBILIDADES ABERTAS PELA INTERNET NA DIVULGAÇÃO E NA DEMOCRATIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES ............................................................. 26

3.2 INTERNET COMO FERRAMENTA PARA A DIVULGAÇÃO DE ACERVOS BIBLIOGRÁFICOS .................................................................................................... 33

4 METODOLOGIA ................................................................................................. 35

5 DEFINIÇÃO ........................................................................................................ 37

5.1 PÚBLICO ALVO .................................................................................................. 37

5.2 CONTEÚDO DO SITE ........................................................................................ 38

6 ESTRUTURAÇÃO DO SITE ............................................................................... 40

6.1 ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO .................................................................. 40

6.2 ACESSIBILIDADE .............................................................................................. 44

6.3 USABILIDADE .................................................................................................... 44

6.4 ERGONOMIA ...................................................................................................... 45

7 DESIGN DE INTERFACE ................................................................................... 48

7.1 ELEMENTOS GRÁFICOS DO SITE .................................................................. 48

8 DESENVOLVIMENTO DO SITE E IMPLEMENTAÇÃO ..................................... 53

8.1 ESTRUTURA DE CONTEÚDO E APARÊNCIA .................................................. 53

8.2 COMPORTAMENTO .......................................................................................... 54

Page 10: Criacao de Site Para a Gibiteca

9 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE CONTEÚDO ........................................ 55

9.1 GERENCIADORES DE CONTEÚDO DE SOFTWARE LIVRE ........................... 56

9.2 DRUPAL ............................................................................................................. 57

10 TESTES .............................................................................................................. 60

10.1 TESTES DE FUNCIONAMENTO DE SISTEMA ............................................... 60

10.2 TESTES DE USABILIDADE ............................................................................. 62

10.3 RESULTADOS DOS TESTES DE USABILIDADE ........................................... 64

11 PUBLICAÇÃO .................................................................................................... 66

11 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 67

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 69

GLOSSÁRIO ............................................................................................................. 73

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1 INTRODUÇÃO

Fundada em 1982, a Gibiteca de Curitiba é a primeira biblioteca brasileira

especializada em histórias em quadrinhos. Instalada na região central da cidade, no

prédio do Centro Cultural Solar do Barão, possui um grande e variado acervo de

obras de histórias em quadrinhos, incluindo volumes raros de autores nacionais e

estrangeiros.

Segundo a Fundação Cultural de Curitiba, o acervo da Gibiteca de Curitiba é

composto por mais de 25 mil títulos disponíveis para consulta. Apesar da grande

quantidade e diversidade das obras, este espaço é ainda pouco conhecido do

público em geral devido, entre outros fatores, à inexistência de um sistema que

possibilite a pesquisa e divulgação do acervo. A falta dessa ferramenta dificulta a

expansão do número de freqüentadores da Gibiteca, de forma que muitas obras

menos populares, mas de grande importância, acabam caindo no esquecimento do

público. Além do empréstimo das obras, a Gibiteca também oferece cursos, oficinas

de criação, exposições, palestras e encontros e, da mesma forma, encontra grandes

dificuldades para divulgar esses eventos.

O presente Trabalho de Diplomação foi desenvolvido com o intuito de

elaborar um site para Gibiteca de Curitiba, possibilitando tanto a consulta ao acervo

quanto a divulgação dos cursos ofertados no local.

Progressivamente, a internet firma-se como um dos principais meios de

pesquisa, a ponto de diversas instituições seguirem o mesmo caminho de

disponibilização de seus acervos e produções para consulta online. A falta de um

sistema de fácil acesso para pesquisa do acervo da Gibiteca muitas vezes dificulta

ou até mesmo impede que pesquisadores de outras cidades desenvolvam seus

estudos, ou faz com que se desloquem para Curitiba sem saber com certeza se a

obra que procuram realmente está disponível.

Por outro lado, como os recursos da instituição são bastante limitados,

qualquer outro meio de divulgação como a produção de anúncios, panfletos ou

cartazes em larga escala seria, a princípio, inviável. Por isso, a criação de um site

mostrou-se a melhor alternativa, uma vez que seu desenvolvimento dispensa

qualquer gasto com mídias físicas, podendo ser realizado de forma totalmente

gratuita, bastando para isso o conhecimento técnico.

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O projeto do site envolveu diversas fases de desenvolvimento, cada uma com

sua parcela de importância para que se atingisse o objetivo de criar uma ferramenta

útil para a instituição e para a comunidade.

O ponto de partida foi uma conversa com os funcionários, incluindo

administração, atendentes e professores, com o intuito de se compreender melhor

as necessidades da instituição e das pessoas que a freqüentam. Neste sentido,

buscou-se investigar de quais recursos mais sentiam falta, do que o público gostaria

de ver, entre outros fatores.

De posse desse briefing, foi possível passar para a fase de análise e

organização preliminar do conteúdo. Através dessa análise, foi possível perceber

que o conteúdo do site seria basicamente dividido entre notícias sobre a Gibiteca e o

mundo dos quadrinhos e a listagem do acervo. Definida essa parte, também foi

possível prever a maior parte dos recursos que o site utilizaria, além de definir a

arquitetura da informação.

Em seguida, partiu-se para a geração de alternativas de layout e a aprovação

com a administração da Gibiteca. Essa fase transcorreu rapidamente e sem grandes

problemas, com a primeira alternativa sendo aprovada quase que imediatamente,

abrindo caminho para a fase seguinte. Com o layout aprovado, foi possível iniciar o

desenvolvimento do protótipo do site e, em seguida, realizar sua integração com o

sistema de gerenciamento de conteúdo, que foi configurado para se adequar às

especificações do projeto.

Finalizada essa fase, foi possível cadastrar o conteúdo inicial e verificar se o

sistema comportava-se como o esperado. Em seguida, partiu-se para os testes de

usabilidade e compatibilidade, quando foi possível verificar se o site se comportava

da mesma maneira em diversas combinações de navegadores e sistemas

operacionais, e também se os usuários eram capazes de realizar tarefas

corriqueiras, como pesquisar obras do acervo ou encontrar informações específicas,

como a data de início de um curso ou a página contendo o histórico da Gibiteca.

Como os testes não registraram nenhum problema significativo, apontou-se a

possibilidade de publicação para a apreciação da equipe de funcionários da

Gibiteca.

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1.1 PROBLEMATIZAÇÃO

A internet vem sendo utilizada como importante ferramenta de busca e

divulgação dos mais diversos tipos de conteúdo, atingindo ramos do conhecimento

que possuem público segmentado.

A Gibiteca de Curitiba possui um grande acervo de quadrinhos nacionais e

internacionais. Apesar de o acervo estar disponível fisicamente para qualquer

pessoa, ainda não existe um sistema online que possibilite ao público pesquisar a

existência de um título ou um autor específico. A instituição também oferece

periodicamente uma série de cursos e eventos relacionados ao mundo dos

quadrinhos.

A criação de um site para a Gibiteca de Curitiba tem como finalidade a

divulgação ampla e com baixo custo do acervo do local em um veículo que cada vez

mais se configura como meio privilegiado de ampliação das formas de pesquisa.

Por ser um espaço público, administrado pela Fundação Cultural de Curitiba,

órgão atrelado à Prefeitura Municipal da cidade, a Gibiteca não possui verba para

investimento em publicidade de seu acervo e dos cursos ali ministrados. Entre esses

cursos, é possível citar os de Mangá e os de Desenhos de Histórias em Quadrinhos.

Embora apresentem preços acessíveis à boa parte da população, estes cursos não

são divulgados em larga escala, o que beneficiaria várias pessoas com a

possibilidade de aprimorar suas habilidades ou mesmo a própria Gibiteca, que

poderia obter mais recursos com um aumento do número de alunos interessados.

Dessa maneira, o desenvolvimento de um site para a Gibiteca de Curitiba busca

solucionar o problema da dificuldade de divulgação e consulta ao acervo deste

espaço, contribuindo com sua preservação.

A existência dessa ferramenta permitirá que pesquisadores e amantes de

histórias em quadrinhos de todo o Brasil vasculhem o acervo da Gibiteca sem sair

de casa e descubram se a mesma possui alguma obra de seu interesse. Dessa

forma, essas pessoas poderiam deslocar-se até a instituição para realizar suas

pesquisas e leituras com a certeza de que encontrarão o que procuram.

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1.2 JUSTIFICATIVA

As histórias em quadrinhos aliam imaginação e realidade, revelando aspectos

tanto do dia-a-dia das pessoas, quanto da mentalidade de uma dada época. A

preservação e o estímulo à divulgação do acervo de espaços como a Gibiteca de

Curitiba permitem a manutenção de obras que desvendam muito sobre as

características da sociedade, além de garantir a existência de um local que já faz

parte do patrimônio cultural da cidade.

Com a expansão do acesso e da utilização da internet enquanto meio de

pesquisa, muitas bibliotecas e instituições vêm disponibilizando a consulta de seu

catálogo de obras por meio de sites. Por estar presente no cotidiano de um número

cada vez maior de pessoas e permitir variadas facilidades em termos de sistemas de

busca, a internet mostra-se como o veículo ideal para divulgação do acervo da

Gibiteca.

A internet permite que idéias, produtos e serviços sejam disseminados para

inúmeras pessoas, residentes nas mais diversas localidades. Dessa forma, a

elaboração de um site para divulgação do acervo da Gibiteca e dos cursos ofertados

poderá popularizar o local e agregar novos freqüentadores. Com isso, facilita-se a

preservação deste espaço, que se configura como a mais antiga gibiteca do país,

bem como a aquisição de novas obras e a transmissão do conhecimento de

materiais raros para um maior número de pessoas. A falta de um sistema de fácil

acesso para pesquisa do acervo muitas vezes dificulta ou até mesmo impede que

pesquisadores de outras cidades desenvolvam seus estudos, ou faz com que se

desloquem até Curitiba sem saber com certeza se a obra que procuram realmente

está disponível.

1.3 OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho é desenvolver um site de fácil utilização para

pesquisa do acervo da Gibiteca de Curitiba e dos cursos eventos nela ofertados. A

elaboração do site visa também que o mesmo possa ser facilmente administrado

pelos próprios funcionários da Gibiteca a custo zero.

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Inicialmente, o conteúdo exibido no site possuirá apenas uma pequena

amostra de seu acervo, com a intenção de demonstrar seu funcionamento. Isso se

deve à inviabilidade de se cadastrar todo o acervo no tempo previsto para entrega

deste trabalho. O cadastro dessas obras iniciais se baseará no desenvolvimento de

um projeto paralelo de catalogação do acervo já em andamento.

Após a publicação do site, as obras que ficarem de fora da primeira amostra

poderão ser incluídas por qualquer pessoa autorizada pela administração da

Gibiteca.

1.4 EIXOS TEÓRICOS

A elaboração do presente trabalho baseou-se em três eixos teóricos: histórias

em quadrinhos; uso da internet como ferramenta de democratização de informações;

fundamentos de design relacionados ao desenvolvimento de sites. Para traçar a

fundamentação teórica relacionada às histórias em quadrinhos, foram consultados

autores como Vergueiro (2005;2007), Eisner (1999) e Rahde (1996; 2000).

Em relação às possibilidades apresentadas pela internet, a pesquisa baseou-

se nos trabalhos de Castells (2003), Lévy (1999), Peruzzo (2002), Monteiro (2001) e

Teixeira (2001) que destacaram aspectos relacionados às inovações na

apresentação de conteúdos pela rede mundial de computadores e as

potencialidades do acesso à internet. Em relação à digitalização dos catálogos e

acervos das bibliotecas, foram consultadas, essencialmente, as pesquisas de

Teixeira e Schiel (1997), Silva e Furtado (2004) e Santos e Passos (2004).

Por fim, a fundamentação ligada à criação de sites foi desenvolvida a partir de

artigos e textos de autores como Zeldman (2003), Cybis(2007) e Krug (2008), além

de cursos e leitura constante de textos na própria internet em sites voltados para o

tema.

1.5 ESTRUTURAÇÃO DO DOCUMENTO

Na introdução deste trabalho, apresentou-se a caracterização do tema, a

problematização, justificativa e os eixos teóricos centrais. O capítulo seguinte centra-

se na revisão teórica relacionada às histórias em quadrinhos. O terceiro capítulo

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justifica a escolha do suporte e detalha as possibilidades de utilização e

democratização dos recursos da internet. No quarto capítulo aborda-se a

metodologia empregada para a elaboração deste trabalho, acentuando a interação

entre a pesquisa bibliográfica e a elaboração do produto final. No capítulo seguinte é

detalhada a etapa de definição dos parâmetros de desenvolvimento do projeto. O

sexto capítulo tem foco na estruturação do site, com destaque para os critérios

relacionados à arquitetura da informação, acessibilidade, usabilidade e ergonomia.

O capítulo número sete apresenta todo o processo de criação do layout. No oitavo

capítulo são apresentadas as características básicas de uma página na internet no

que diz respeito a sua estrutura de arquivos e programação. No capítulo nove são

apresentadas as principais características e funções de sistemas de gerenciamento

de conteúdo. No décimo capítulo são detalhados os procedimentos para execução

de testes do site desenvolvido. O capítulo final deste trabalho apresenta as

conclusões obtidas a partir da finalização do site para a Gibiteca de Curitiba.

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2 SURGIMENTO E IMPORTÂNCIA DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS

As histórias em quadrinhos, conforme uma acepção geral, têm sido colocadas

em um patamar inferior, consideradas como mero veículo de entretenimento

superficial para jovens e crianças, sem grande repercussão para o mundo adulto.

Vergueiro (2005) aponta que, embora haja uma crescente tendência ao

reconhecimento desta forma de comunicação, as histórias em quadrinhos ainda são

analisadas em grande medida enquanto produto cultural inferior, não sendo

apontadas como produções artísticas e culturais de maior relevância.

Alguns estudos, entretanto, têm trabalhado a importância deste veículo de

comunicação no seu papel social, como um canal revelador de inúmeras

características da sociedade e enquanto instrumento capaz de auxiliar no processo

didático e pedagógico:

Tendo sido objeto de perseguições e preconceitos em sua longa trajetória,

hoje as histórias em quadrinhos já são encaradas de forma muito mais

positiva por parcelas cada vez maiores da sociedade. Aos poucos, elas

passaram a ser aceitas nos mais diversos ambientes educacionais, sendo

utilizadas por professores de todas as áreas e níveis de ensino e se

tornando objeto de atenção de pesquisadores no mundo inteiro. Em

conseqüência, passaram a fazer parte de coleções das bibliotecas,

passando a representar um desafio para os profissionais da informação

devido à pouca familiaridade que estes tinham (e têm) com esse produto

editorial. (VERGUEIRO, 2005)

Segundo Vergueiro, se analisadas como linguagem gráfica, as histórias em

quadrinhos datam do início da própria história do homem que, desde as pinturas

rupestres, retratam histórias e informações de sua realidade. Neste sentido, como

mostra Rahde (1996, p.103) a respeito das pinturas nas cavernas, “frente aos

perigos de um meio hostil, o homem descobria, sem mesmo o saber, a sua

capacidade criadora através da imagem, não só comunicando, mas produzindo

cultura”. A autora ressalta ainda que os trabalhos artísticos dos homens das

cavernas permitiram aos antropólogos compreender melhor as culturas primitivas

bem como o descobrimento de “elementos de continuidade cultural” que

possibilitaram estudos no ramo da História da Arte.

Page 18: Criacao de Site Para a Gibiteca

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Apesar de as expressões gráficas existirem desde os primórdios da história

do homem, é a partir da segunda metade do século XIX que os quadrinhos

começaram a ser trabalhados como meio de comunicação de massa, atingindo

grande repercussão com o desenvolvimento da imprensa sensacionalista norte-

americana. Inicialmente, os quadrinhos integraram as páginas dos jornais até que,

na década de 1930, surgiram as revistas em quadrinhos, as quais facilitaram a

expansão desta forma de comunicação em todo o mundo.

Conforme Vergueiro (2005), as histórias em quadrinhos são herdeiras dos

romances folhetinescos dos séculos XVIII e XIX e surgiram inicialmente destinadas

às classes sociais mais baixas e de menor nível cultural, sofrendo sérias restrições e

resistência por parte da elite cultural. Este fator pode, de certa forma, explicar o

preconceito existente até hoje em relação a essa forma de comunicação que ainda

encontra dificuldades de inclusão nos acervos das bibliotecas. Para Vergueiro, a

resistência aos quadrinhos e sua concepção como um tipo de material inferior

insere-se em um contexto de valorização pela elite cultural do formato do livro

tradicional em oposição a novos veículos de comunicação e entretenimento.

Apesar de encaradas com preconceito por uma parcela da população

juntamente com a fotografia, o cinema e a arte visual expressa nos cartazes, as

histórias em quadrinhos passaram a integrar o rol de expressões artísticas e

culturais que intensificaram gradativamente o poder e a influência das imagens no

cotidiano das pessoas:

(...) Portanto o cinema e, em conseqüência, o desenho animado, bem como

a história em quadrinhos, nasceram simultaneamente, não derivando uns

dos outros, mas incorporando uma profunda tendência do homem na busca

da união da imagem, presente na expressão humana, com a linguagem

escrita e posteriormente falada, pela evolução do cinema sonoro, ao final da

segunda década do século XX. (RAHDE, 1996, p.105)

Trabalhando como uma mescla de linguagem escrita e visual, as histórias em

quadrinhos podem ser compostas por elementos de realidade e fantasia,

apresentando características que perpassam o cotidiano das pessoas e elementos

que compõe o imaginário coletivo. Assim como os antigos seres mitológicos, os

diversos heróis, vilões e demais personagens que compõe o universo dos

quadrinhos apresentam características comuns aos seres humanos, seus

Page 19: Criacao de Site Para a Gibiteca

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preconceitos, valores e visões de mundo. Por esse motivo, têm sido apontadas

como instrumentos reveladores do pensamento e da mentalidade social de uma

determinada época.

Em sua investigação sobre os componentes e parâmetros das histórias em

quadrinhos, Eisner (1999) destacou a peculiaridade desta “arte de comunicação”

(p.6) que apresenta características lingüísticas e imagéticas próprias e diferenciadas

de outros tipos de narrativas.

A configuração geral da revista de quadrinhos apresenta uma sobreposição

de palavra e imagem, e, assim, é preciso que o leitor exerça as suas

habilidades interpretativas visuais e verbais. As regências da arte (por

exemplo, perspectiva, simetria, pincelada) e as regências da literatura (por

exemplo, gramática, enredo, sintaxe) superpõem-se mutuamente. A leitura

da revista de quadrinhos é um ato de percepção estética e de esforço

intelectual. (EISNER, 1999, p.8)

Para Eisner, o emprego reiterado nos quadrinhos de uma série de imagens

repetitivas e símbolos comuns leva à formação de uma linguagem própria, fruto de

uma aplicação disciplinada que cria o que o autor chamava de “arte sequencial”. A

criação das histórias em quadrinhos e sua típica mistura de imagens e palavras é

fruto do anseio dos artistas que desejavam comunicar ao público de massa

pensamentos, sons, ações e idéias complexas por meio de uma linguagem coesa.

Isso levou à disposição dos elementos em seqüência e à separação por quadros,

culminando na forma artística atualmente denominada como histórias em

quadrinhos.

Os quadrinhos em si permitem a comunicação de idéias e o fluxo das

histórias por meio da captura de determinados momentos da narrativa, produzindo

movimento de acordo com uma sequência lógica que se diferencia, por exemplo, da

forma cinematográfica. Enquanto que o cinema pode trabalhar com a captação de

inúmeras imagens fluidas, nos quadrinhos o número de imagens é limitado, daí a

importância, segundo ressalta Eisner, de que o artista adquira habilidade para

compor a arte sequencial. Conforme Eisner, esse é um dos elementos que

particulariza a comunicação através das histórias em quadrinhos, as quais deveriam

merecer mais atenção dos próprios artistas. Para o autor, essa forma

comunicacional deve merecer uma análise mais detida tanto por sua complexidade,

Page 20: Criacao de Site Para a Gibiteca

20

que exige de seu criador a capacidade de transformar abstrações em imagem e

símbolos, e também por seu impacto cultural.

Conforme Santos e Silva (2002), as histórias em quadrinhos aproximam-se do

mais diversos tipos de vivências do público, incluindo concepções e sensações

espirituais, metafísicas e concretas, conduzindo o leitor “ao mundo imaginário

prenhe de sensações sinestésicas e metafóricas, mesmo quando se trabalha com

temas concretos de seu dia-a-dia” (p.02). Assim, a mistura da linguagem escrita com

a visual, o uso de termos coloquiais e gírias que facilitam o entendimento, o apelo à

imaginação e à realidade cotidiana acaba por aproximar os quadrinhos dos leitores,

que se identificam com os personagens e situações relatadas:

O leitor e o autor estabelecem uma interação cujo centro é um assunto em

comum, ao qual dedicam suas atenções visuais e cognitivas, por meio de

uma atividade conversacional que muito se aproxima da linguagem de seu

dia a dia. Esse diálogo entre os atores sociais nasce a partir de um sentido

que se integra naturalmente aos contextos nos quais a comunicação se

desenrola. A construção de sentidos pelos atores é elaborada por ações de

comunicação específicas chamadas de processos que intervém sobre os

diversos contextos e formam assim a trama de situação

comunicacional.(SANTOS e SILVA, 2002, p.2)

Apesar de fruto da cultura de massa, para autores como Vergueiro e Santos e

Silva, as histórias em quadrinhos podem ser concebidas como mídia alternativa,

assim como jornais de bairro e as rádios comunitárias. Enquanto que a maior parte

dos demais veículos de comunicação busca abordar temas de interesse global, as

mídias alternativas preocupam-se com o particular, fazendo um recorte próprio da

realidade e assim resistindo à massificação da linguagem.

O aspecto da interação entre o desenhista e seu público, essencial para que a

mensagem seja compreendida, foi abordado por Rahde (2000). Analisadas a partir

deste ponto de vista, as histórias em quadrinhos devem ser compreendidas para

além da cultura de massa, como forma de cultura alternativa que influencia os

leitores nas esferas psicológica e social. Como ressalta Eisner (1999), o leitor deve

reconhecer a significação da imagem para que a mesma produza impacto, de modo

que os elementos visuais pertençam a um universo de imagens presentes na mente

tanto do artista quanto do público.

Page 21: Criacao de Site Para a Gibiteca

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Viana (2008) analisou a temática das histórias em quadrinhos sob o ponto de

vista sociológico. A sociologia das histórias em quadrinhos é um ramo que estuda

aspectos como os valores culturais presentes neste meio de comunicação, o

processo social de sua produção e o impacto sobre o leitor, tendo em vista a

reprodução de valores, concepções, preconceitos e modos de ver o mundo.

Conforme o autor, as histórias em quadrinhos, como os demais fenômenos sociais,

tornaram-se objeto de estudo da sociologia e embora existam estudos expressivos a

respeito, é possível dizer que este ramo ainda se configura como uma das

especializações menos desenvolvidas da área sociológica.

Segundo Viana (2008), a desvalorização dos quadrinhos deve-se em grande

medida à importância dada à razão nos tempos atuais, em detrimento de qualquer

elemento de fantasia e imaginação. Neste contexto, verifica-se o predomínio de uma

forma de racionalidade instrumentalizada que busca o controle da natureza, das

relações sociais e das emoções e sentimentos, o que acaba por rebaixar

manifestações consideradas irracionais. Para o autor, é necessário afastar-se dessa

concepção e vislumbrar o universo dos quadrinhos em meio a sua importância

enquanto forma de comunicação e como retrato da sociedade.

A influência dos quadrinhos sobre o público e sua importância social pode ser

demonstrada ao se analisar o papel relegado aos super-heróis durante a Segunda

Guerra Mundial, período em que inúmeros personagens foram criados com o intuito

de combater a expansão do nazi-facismo. Entre os heróis criados nesta época, é

possível citar o Capitão América, que enfrentava os nazistas e defendia o

patriotismo estadunidense. Personagens como este fascinaram e estimularam

inúmeros jovens norte-americanos, contribuindo para o engajamento dos mesmos à

frente de batalha.

Conforme destaca Viana (2008), as mensagens transmitidas pelas histórias

em quadrinhos não podem ser consideradas como neutras, mas sim como

reprodutoras dos valores e concepções sociais dominantes. Apesar da

predominância de quadrinhos considerados conservadores em relação a costumes e

visões de mundo dominantes, estes veículos de comunicação também podem abrir

espaço para a crítica e contestação. É neste contexto que emerge a figura do anti-

herói, daquele que encarna os defeitos humanos e a derrota.

Page 22: Criacao de Site Para a Gibiteca

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A importância do estudo e da análise das histórias em quadrinhos dentro do

contexto da indústria de massa foi demonstrada por Silva (2002) que a abordou a

dualidade inerente a esta forma de expressão artística e cultural:

Os quadrinhos são postos, desde o início, em situação ambígua diante do

mercado: por um lado mostram-se completamente integrados em sua

lógica, e, por outro, através de seus conteúdos, que muitas vezes não se

coadunam com a moral dominante, são tidos como ameaçadores aos bons

costumes. Com a sua criação, iniciou-se o uso de uma nova linguagem que

vai influenciar os demais tipos de arte, com maior predominância naquela

que lhe é mais próxima, o cinema. (SILVA, 2002, p.17)

Conservadores ou questionadores da ordem social, é consensual entre

grande parte dos autores que os quadrinhos exerceram e ainda exercem forte

influência na sociedade. Neste sentido, Patati e Braga (2006, p.12) reforçam o

aspecto de evolução e transformação no universo dos quadrinhos, desde sua inicial

estrutura rudimentar até o momento atual, em que são encarados por muitos como

“mídia gráfica de experimentação artística refinada”. É notória, por exemplo, sua

influência sobre as demais artes, em especial o cinema, bem como no contexto

social de modo geral, de forma que, como destacam Patati e Braga (2006, p.12)

“foram, e ainda são, importante ferramenta na construção do imaginário coletivo dos

povos ocidentais e orientais”.

Apesar de sua popularidade e presença cultural, as histórias em quadrinhos

foram mantidas durante anos longe dos ambientes escolares.

Reproduzindo contextos e valores culturais, as histórias em quadrinhos

oferecem oportunidades para as crianças ampliarem seus conhecimentos

sobre o mundo social. Porém, seja pelos assuntos veiculados, seja pela

forma como os temas são tratados, as histórias em quadrinhos foram alvo

de muitas críticas e, lê-las dentro das escolas, foi por muito tempo

considerada uma atividade clandestina e sujeita a punições. (ALVES, 2001)

Como salienta Vergueiro (2007), ao final do século XX, com o

desenvolvimento das ciências da comunicação, buscou-se compreender melhor o

impacto dos diversos tipos de mídia na sociedade. Em meio a esse contexto, os

quadrinhos começaram a ser analisados com maior profundidade e as elites

Page 23: Criacao de Site Para a Gibiteca

23

intelectuais passaram a encará-los como uma forma específica de manifestação

artística e comunicacional. Nesse processo, muitas das barreiras, preconceitos e

temores relativos aos quadrinhos foram minimizados e enfatizaram-se as

possibilidades de utilização das histórias em quadrinhos nas práticas educacionais e

pedagógicas.

Iniciativas de uso dos quadrinhos como ferramenta educacional já haviam

sido colocadas em prática antes do desenvolvimento dos estudos educacionais.

Exemplo disso foram as adaptações para os quadrinhos de clássicos da literatura a

partir da década de 1940 e seu uso religioso para a catequese de crianças e

adolescentes. Na década de 1950, também o governo de Mao Tsé Tung fez uso

desta mídia como meio de comunicação com os jovens para exemplificar

comportamentos sociais desejados na China comunista.

Em sua defesa do aproveitamento das histórias em quadrinhos no ensino,

Vergueiro (2007) aponta uma série de elementos presentes nesta forma de

comunicação capazes de aproximar os estudantes do conteúdo programático

facilitando o processo de aprendizado. Segundo o autor, os quadrinhos aumentam a

motivação dos estudantes para as aulas, já que os jovens estão acostumados com o

tipo de linguagem, com o apelo visual existente e possuem forte identificação com

os ícones da cultura de massa. A interligação entre imagem e texto amplia a

possibilidade de compreensão, além de que as histórias em quadrinhos contêm um

alto nível de informação, podem versar sobre qualquer área do conhecimento,

auxiliam no desenvolvimento do hábito de leitura, enriquecem o vocabulário,

estimulam a imaginação e o pensamento e apresentam um caráter globalizador,

contendo mensagens universais.

Como sugere Alves (2001), os educadores devem estar cientes do impacto

que as histórias em quadrinhos podem causar no processo de aprendizagem dos

jovens para que possam servir como mediadores, atuando no sentido de auxiliar a

desenvolver sujeitos criativos e críticos.

2.1 A GIBITECA DE CURITIBA E O SURGIMENTO DAS GIBITECAS NO BRASIL

A criação da Gibiteca de Curitiba no início da década de 1980 marca a

fundação da primeira biblioteca brasileira destinada à disseminação, empréstimo e

Page 24: Criacao de Site Para a Gibiteca

24

armazenamento de histórias em quadrinhos. Conforme Vergueiro (2005), as

gibitecas são espaços genuinamente brasileiros e sua denominação é um

neologismo que se refere à palavra gibi, comumente empregada para designar as

revistas de quadrinhos.

A Gibiteca de Curitiba constituiu, durante um bom tempo, uma iniciativa

isolada, fruto do interesse de um grupo de idealistas e amantes das

histórias em quadrinhos. Embora ela jamais tenha estado inserida no âmbito

de um serviço de informação tradicional e nem tenha contado com um

profissional de informação para gerenciá-la, uma situação que ainda

persiste, isso não impediu que se tornasse o ponto central de uma intensa

atividade relacionada às histórias em quadrinhos, indo muito além de uma

coleção especializada.(VERGUEIRO, 2005)

O pioneirismo da Gibiteca de Curitiba influenciou a fundação de outras

bibliotecas destinadas ao mesmo fim em diversas regiões do país. Muitas dessas

gibitecas foram criadas por iniciativa privada, pelo trabalho de coleta e coleção de

obras dos próprios artistas autores de histórias em quadrinhos. Inaugurada em 1991,

a Gibiteca Henfil foi a primeira que surgiu inserida em um serviço de biblioteca

pública, criada por iniciativa da administração municipal da cidade de São Paulo.

Esta gibiteca possui um vasto acervo, com mais de 100 mil obras, dos mais diversos

estilos, temáticas e graus de popularização.

De acordo com Vergueiro, é difícil mensurar a quantidade de gibitecas que

atualmente existem no país, muitas das quais são vinculadas a bibliotecas públicas,

sendo administradas por profissionais capacitados. Para o autor, a expansão das

gibitecas pelo Brasil demonstra uma gradativa conscientização a respeito da

importância em conservar acervos relacionados às histórias em quadrinhos em

detrimento da visão pejorativa anteriormente dominante a respeito das mesmas.

Segundo informações da Fundação Cultural de Curitiba, a Gibiteca da capital

paranaense constitui-se como um centro cultural dinâmico que dispõe de mais de 25

mil títulos para empréstimo e consulta e que oferta periodicamente oficinas de

criação, exposições, palestras, lançamentos e cursos diversos. O espaço é um local

de encontro de artistas de várias gerações, permitindo a troca de experiências entre

jovens desenhistas com grandes nomes dos quadrinhos brasileiros. Além disso,

Page 25: Criacao de Site Para a Gibiteca

25

constitui-se em um centro de formação de inúmeros artistas curitibanos e

paranaenses que vêm atingindo destaque no cenário nacional e internacional.

O acervo da Gibiteca de Curitiba é composto por uma grande variedade de

obras nacionais e estrangeiras, de conteúdo infantil e adulto, narrativas de heróis,

humor, suspense, terror, fanzines, mangás, entre outros gêneros e estilos de

quadrinhos. A quantidade, qualidade e diversidade das obras torna o espaço uma

importante fonte de pesquisa, daí a importância de garantir a sua preservação.

Contando com verba reduzida, a contribuição para a manutenção do acervo

da Gibiteca e aquisição de novas obras é complementada com doações de leitores e

apoiadores deste centro cultural. Apesar de sua importância nacional enquanto

biblioteca destinada a quadrinhos pioneira no Brasil e de tratar-se de um relevante

espaço para a pesquisa, a Gibiteca de Curitiba ainda não possui um sistema capaz

de possibilitar a consulta pela internet de seu catálogo, o conhecimento das novas

aquisições e de divulgação das atividades ofertadas no local.

Page 26: Criacao de Site Para a Gibiteca

26

3 ESCOLHA DO SUPORTE

Para divulgar de forma ampla o catálogo da Gibiteca de Curitiba, optou-se

pela elaboração de um site, recurso que se constitui como uma as principais formas

de distribuição de informação por meio da internet. Essa escolha foi tomada tendo

em vista, em primeiro lugar, as potencialidades que este recurso da internet

comporta, permitindo o acesso amplo e irrestrito de pesquisadores, mesmo à longa

distância, e a custo zero. Além disso, a criação de um site para consulta dos

serviços e obras da Gibiteca insere-se em um contexto em que se verifica uma

crescente onda de digitalização dos catálogos das bibliotecas em geral.

3.1 POSSIBILIDADES ABERTAS PELA INTERNET NA DIVULGAÇÃO E NA

DEMOCRATIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES

Cada vez mais disseminada entre os diversos segmentos da população, a

internet vem sendo analisada por diversos autores, que apontam as possibilidades

que este veículo oferece ao permitir a ampliação das fontes e canais de pesquisa e

aquisição de informações. Segundo Coelho (2004), o resultado dos avanços

tecnológicos no campo da informática, das telecomunicações e na indústria

eletrônica provocaram um forte impacto na sociedade a qual passou a ser

denominada como sociedade da informação ou sociedade pós-industrial (p.10). O

termo sociedade da informação refere-se à crescente relevância dada às atividades

ligadas à informação e a serviços que, possivelmente, adquiriram importância igual

ou ainda maior do que as atividades vinculadas à produção industrial.

Neste contexto, no qual se disseminou o uso das redes de computadores, de

informação e de conhecimento, a internet assumiu um papel central na veiculação

rápida e em grande escala de informação.

A importância e o impacto social desse novo veículo foi analisada por Castells

(2003) que denominou a forma social originada com as modificações provocadas

pela disseminação da internet como sociedade em rede. Para este autor, a internet é

a base tecnológica que permitiu a formação de uma nova forma social, a da

sociedade em rede, que se desenvolve em torno das redes de comunicação via

Page 27: Criacao de Site Para a Gibiteca

27

internet e na qual se verifica a possibilidade de comunicação e conexão de milhares

de pessoas, em escala global.

Uma rede é um conjunto de nós interconectados. A formação de redes é uma prática humana muito antiga, mas as redes ganharam vida nova em nosso tempo, transformando-se em redes de informação energizadas pela internet. As redes têm vantagens extraordinárias como ferramentas de organização em virtude de sua flexibilidade e adaptabilidade inerentes, características fundamentais para se sobreviver e prosperar num ambiente em rápida mutação (CASTELLS, 2003, p. 7)

O crescimento e expansão da internet foi possibilitado por fatores

econômicos, evoluções ligadas ao desenvolvimento tecnológico e fatores sociais,

como o crescimento da demanda por valores como a liberdade individual e pela

comunicação ampla e irrestrita. Castells compara a criação e disseminação da

internet e seus impactos na sociedade com a revolução causada pela invenção de

prensa por Gutenberg no século XV. Neste sentindo, conforme Castells, se a criação

da prensa de tipos móveis havia criado o que McLuhan (1962) denominou como a

“Galáxia de Gutenberg”, a revolução ocasionada pelo desenvolvimento tecnológico

recente e pela sociedade de rede criou a “Galáxia da Internet”.

A interferência da internet no cotidiano das pessoas, alcançando os mais

diversos campos do conhecimento e permitindo a todos aqueles que a acessam

entrar em contato com um número ilimitado de conteúdos, levou muitos autores a

denominar o momento atual como a era da informação. Nesse contexto, a sociedade

organiza-se em torno da informação, disseminada por meio das redes.

O desenvolvimento da informática, eletroeletrônica, telecomunicações e, em especial, o crescimento explosivo da Internet, desencadeou mudanças profundas na organização da sociedade. A informação assume importância cada vez maior e flui velozmente através de redes de computadores na forma de textos, imagens, sons, vídeos, ou outra forma digital. O usuário, em diferentes papéis se torna tanto um produtor como um consumidor de informação via Internet, participando ativamente nesse novo modelo de sociedade, a “Sociedade da Informação” (COELHO, 2004, p.8).

Lévy (1999) abordou a incidência na sociedade da expansão da internet nos

mais diversos planos, como o social, o político, o cultural e o econômico, e sua

disseminação, fruto da vontade, principalmente dos jovens, de inovar e experimentar

formas de comunicação diferentes das tradicionais. O autor trabalha com dois

Page 28: Criacao de Site Para a Gibiteca

28

conceitos centrais que marcam esse novo momento da sociedade: ciberespaço e

cibercultura:

O ciberespaço (que também chamarei de “rede”) é o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores. O termo especifica não apenas a infra-estrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de informações que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo. Quanto ao neologismo “cibercultura”, especifica aqui o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço. (LÉVY, 1999, p. 17)

Segundo Lévy, o ciberespaço permite o intercâmbio e a troca de informações

independentemente da distância geográfica e da diferença de horários. Os usuários

da internet podem consultar uma “memória comum”, acessando informações sobre

os mais diversos campos do conhecimento, no sentido de que “a extensão do

ciberespaço acompanha e acelera uma virtualização geral da economia e da

sociedade” (p. 49).

Gadotti (2000) apontou a intensificação da velocidade de disseminação de

dados possibilitada pela internet, a qual permitiu o armazenamento de grandes

quantidades de informação que podem ser disseminadas de forma prática e

acessível, facilitando a pesquisa e o acesso para um grande número de pessoas.

Essas novas ferramentas comunicacionais e de acesso a dados, ao

transformar o modo de organização da sociedade, afetam também os métodos

tradicionais de ensino, de modo que também as escolas podem apropriar-se dessas

transformações. Por meio da internet, como salienta Gadotti (2000), o acesso ao

acervo de qualquer biblioteca do mundo pode ocorrer a partir de qualquer sala de

aula. A escola deixou de ser o único local de transmissão de conhecimentos e

informações, de modo que outros espaços sociais podem adquirir um papel

relevante no processo de ensino e aprendizagem.

As transformações geradas pela difusão desse meio provocaram uma quebra

em relação ao modo tradicional de elaboração da informação e no modo de difundi-

la. Sem excluir as demais mídias e tampouco sua importância, o advento da internet

permitiu sua confluência, integrando informações diversas, em variados formatos, no

que diz respeito à televisão, cinema, rádio, publicidade, entre outras modalidades de

comunicação.

Page 29: Criacao de Site Para a Gibiteca

29

Peruzzo (2002) argumenta que a democratização e o aproveitamento do

potencial da internet permitem modificar o sistema tradicional de circulação de

informações, anteriormente concentrado em poucos veículos e nas mãos de

grandes empresários, possibilitando que inúmeras pessoas possam tornar-se

produtores e veiculadores de material informativo. A circulação das mensagens

independe de diferenças culturais, de territórios, de tempo e de interesses,

permitindo a transmissão de conteúdos pelos próprios agentes sociais, uma

dimensão que não existia conforme o modelo da mídia tradicional. Para Peruzzo, a

internet representa uma revolução nas formas de comunicação que continua a

provocar mudanças na cultura, na economia, no mundo do trabalho e nos mais

diversos setores da vida em sociedade.

Nesse novo meio que se distingue dos modos tradicionais de comunicação,

em especial das mídias consideradas de massa como o rádio e a televisão, o

usuário da internet não é apenas um receptor de conteúdo como também um

emissor (GADOTTI, 2000). No modelo midiático tradicional, havia uma maior

separação entre emissor e receptor, de forma que o tratamento, a escolha e a

divulgação das informações eram atividades quase que exclusivas de alguns poucos

agentes da comunicação. Com o desenvolvimento da internet e de suas

potencialidades, os usuários adquiriram a possibilidade de tornar-se mais ativos no

processo de comunicação, tornando-se também emissores. Isso se verificou mais

fortemente com a expansão do número de sites e blogs, os quais possibilitam a

divulgação de conteúdos, produtos, idéias, opiniões e os mais diversos dados.

Qualquer pessoa que possua acesso à internet pode criar seu próprio canal de

transmissão de informações a custo bastante reduzido (ou até mesmo sem custo

algum) o que, no caso das mídias tradicionais, como a televisão e o rádio,

demandava grandes investimentos em dinheiro e dependia da concessão

governamental.

Ao trabalhar com as possibilidades da internet enquanto meio de

comunicação, Monteiro (2001) abordou a diferenciação existente entre a rede

mundial de computadores e os meios de comunicação de massa. O autor tratou das

principais características dos meios de comunicação de massa, os quais são

operados por organizações amplas e complexas, envolvendo profissionais com

diferentes habilidades. Além disso, são capazes de difundir informações para

milhões de pessoas, fazendo uso de recursos tecnológicos e sustentados. Os meios

Page 30: Criacao de Site Para a Gibiteca

30

de comunicação de massa transmitem seus conteúdos para uma audiência

heterogênea, geograficamente dispersa e anônima. De modo geral, exercem

comunicação em um só sentido, do emissor ao receptor, apesar de possuírem

alguns sistemas de interatividade.

Para Monteiro (2001), a internet pode englobar algumas dessas

características, especialmente se a análise for baseada nos grandes portais de

conteúdo variado. Estes são veículos pertencentes a grandes organizações,

sustentadas por publicidade e que se dirigem a um público numeroso, disperso e

heterogêneo. No entanto, a internet possibilita que um único indivíduo, fazendo uso

somente de seu computador pessoal, possa produzir e disponibilizar conteúdo para

grandes audiências, ou então, para públicos segmentados. Outra diferenciação se

dá em relação ao sentido da comunicação e às características do público, que não é

somente um espectador, um receptor passivo da informação. Os usuários da

internet fazem escolhas em relação ao conteúdo que desejam acessar, selecionam

dados e fontes diversas, podendo definir em que momento querem entrar em

contato com as informações. Além disso, a interação entre aqueles que divulgam

informações e seus leitores ou usuários pode ocorrer de forma instantânea, por

meio, por exemplo, da possibilidade de adicionar comentários ao conteúdo exibido.

Dessa forma, Monteiro classifica a internet como um meio “híbrido” e

revolucionário, capaz de agregar algumas características de um veículo de

comunicação interpessoal e características de comunicação de massa. O autor

ressalta que a internet permite ao cidadão comum, sem dispor de grandes recursos

tecnológicos ou financeiros, divulgar informações para um irrestrito número de

pessoas, possibilitando o intercâmbio de culturas.

Fenômenos recentemente observados mostram que a internet dificulta a

censura a todo e qualquer material informativo, que pode ser produzido e distribuído

pelas mais diversas fontes. Para Monteiro (2001), essas possibilidades da rede

mundial de computadores vêm provocando uma transformação radical no ambiente

da comunicação de massa, em que todos podem ter voz, compartilhando o mesmo

espaço, o qual é caracterizado por ser “democrático por excelência” (p.33).

Esse potencial de democratização da internet, contudo, foi alvo de

questionamentos por parte de muitos autores a respeito da restrição ao acesso aos

conteúdos da rede pela parcela da população economicamente desfavorecida.

Neste sentido, apontava-se para o fato de que a popularização da internet entre os

Page 31: Criacao de Site Para a Gibiteca

31

segmentos mais abastados da sociedade estaria provocando uma “exclusão digital”,

no sentido de que a população de baixa renda ficaria apartada em relação às

amplas possibilidades de entretenimento e empregabilidade deste novo meio de

comunicação. No entanto, pesquisas recentes revelam uma significativa mudança

nesse quadro, mostrando uma tendência de grande democratização do acesso à

rede nos próximos anos.

Uma pesquisa realizada pelo IBOPE Media (INSTITUTO BRASILEIRO DE

OPINIÃO PÚBLICA E ESTATÍSTICA, 2009), confirmou que a participação na

internet da população de baixa renda supera a das classes média e alta. O resultado

mostrou que 51,6% dos usuários de internet brasileiros pertencem às classes C, D e

E, contra 48,4% da população pertencente às classes A e B. Este cenário opõe-se

ao constatado em 2007, quando 50,2% das pessoas que acessavam a rede

pertenciam às classes A e B, enquanto o restante, 49,8%, pertencia às populações

C, D e E.

A mesma pesquisa também mostrou que a classe C vem acessando mais a

internet a partir de sua própria residência (61,2%) do que em espaços públicos

(19,7%) e casas de amigos e parentes (12,6%). De acordo com os coordenadores

da pesquisa, a compra do computador pessoal pelos membros da classe C foi

facilitada pelo aumento da renda, a ampliação do acesso ao crédito e a redução no

preço dos produtos de informática.

O levantamento também concluiu que no ano de 2009 houve um crescimento

de 16,2% nas vendas de computadores para a classe C, quatro vezes mais do que

para as classes A e B. Atualmente o Brasil possui aproximadamente 67 milhões de

pessoas conectadas à internet e o país lidera o ranking dos países em que as

pessoas ficam mais tempo online: 45 horas e 43 minutos mensais, à frente de Reino

Unido, Estados Unidos, França, Austrália, Espanha, Alemanha, Itália e Japão.

Ainda segundo o IBOPE Media, em pesquisa realizada em nove regiões

metropolitanas brasileiras, constatou-se que 49% da população de dez anos ou mais

de idade já tem acesso à internet. Há um ano atrás, esse índice era de 45%, já

tendo sido de 39% dois anos antes.

Estes dados colocam-se contrariamente à idéia, propaganda por diversos

autores de que a restrição à utilização da internet seria um obstáculo para o

aproveitamento de todo o potencial da rede mundial de computadores por parte da

população de baixa renda. O potencial na democratização da produção e do

Page 32: Criacao de Site Para a Gibiteca

32

consumo de informações é inerente a este meio e a própria disseminação da

internet pode auxiliar na superação de situações de desigualdade. Isso porque este

meio de comunicação permite acesso irrestrito a informações e fontes de

conhecimento, possibilitando a qualquer pessoa expandir suas potencialidades,

oferecendo, inclusive, novas formas de atuação no mercado profissional

FIGURA 1 – COMPOSIÇÃO DO PERFIL DOS INTERNAUTAS BRASILEIROS POR

CLASSE SOCIAL – 2006 A 2008.

Fonte: 20ª Internet Pop

Segundo Teixeira (2001), nesse contexto de disseminação da internet, surge

a possibilidade de um novo tipo de inserção do sujeito como produtor de

conhecimento. A informação assume um caráter estratégico, facilitador do

desenvolvimento individual e coletivo do ser humano, adquirindo um caráter social

na medida em que permite às pessoas expressar livremente suas idéias. A internet

expande a capacidade de interação entre os indivíduos, a troca de idéias e

experiências. Neste sentido, o desenvolvimento das tecnologias da informação

oferece condições a todos os indivíduos de disseminar e manipular dados em uma

proporção jamais vista anteriormente e articulando os diversos tipos de mídia.

O computador não é apenas um aparato técnico, mas um instrumento

tecnológico com potencial de criar ambientes de desenvolvimento de novos

conhecimentos, cooperação e interação. Vislumbrado deste modo, o computador

pode ser considerado como uma “tecnologia cultural”, conforme a denominação de

Page 33: Criacao de Site Para a Gibiteca

33

Silva (2000 apud Teixeira, 2001, p.25), um aparato tecnológico que carrega toda

uma dimensão de elementos simbólicos-culturais, ligando-se ao indivíduo de modo

mais profundo do que meramente pela interação homem-máquina.

3.2 INTERNET COMO FERRAMENTA PARA A DIVULGAÇÃO DE ACERVOS

BIBLIOGRÁFICOS

Com a expansão da internet, instaurou-se às bibliotecas o desafio de

disponibilizar seus serviços e manterem-se atualizadas às novas tecnologias e

possibilidades criadas pelo desenvolvimento do espaço virtual. Teixeira e Schiel

(1997) salientaram o papel da internet na recuperação de informações e na pesquisa

bibliográfica. Segundo os autores, a internet tornou-se uma “biblioteca cibernética

universal”, na qual existem inúmeros serviços disponíveis à pesquisa, permitindo a

cada um optar pelo que lhe parecer mais adequado para encontrar a informação que

deseja.

Silva e Furtado (2004) destacaram as novas dimensões que ganharam as

atividades desenvolvidas pelas bibliotecas com sua inserção na rede mundial de

computadores, a qual possibilitou o uso de recursos eletrônicos para potencializar e

difundir o acesso de produtos e serviços ofertados pelos centros de informação,

permitindo em grande escala a disseminação do conhecimento e da cooperação.

No que diz respeito à catalogação e divulgação do acervo bibliográfico,

Santos e Passos (2004) vislumbram a existência de três períodos centrais de

evolução na história das bibliotecas. O primeiro deles diria respeito ao modelo

tradicional de bibliotecas, baseado na catalogação manual do acervo, o qual se

constitui majoritariamente na forma de papel. O segundo estágio de evolução seria

caracterizado pela automatização da catalogação do acervo. Já o último estágio

seria referente à biblioteca do futuro, eletrônica e “sem paredes”, a qual permitiria o

acesso à informação de livros e periódicos de modo virtual. A evolução das

bibliotecas vem ocorrendo em paralelo com as transformações no modo de registro

das informações e com as inovações tecnológicas que cada vez mais permitem o

acesso a dados em tempo real.

Nesse contexto, conforme frisam Santos e Passos (2004), é crescente o

processo de passagem dos dados contidos nas fichas relativas ao catálogo de obras

bibliográficas aos meios eletrônicos e digitais, com um tratamento sistemático na

Page 34: Criacao de Site Para a Gibiteca

34

organização dessas informações e sua transmissão pela internet. Inúmeras

bibliotecas brasileiras passaram pelo processamento técnico das informações, com

a catalogação, a classificação das obras e sua indexação, oferecendo hoje a seus

usuários a possibilidade de pesquisa do acervo pela internet, facilitando a busca

pelas obras e otimizando o tempo empregado em encontrá-las.

Segundo Santos e Passos (2004, p.1), “as bibliotecas na Internet procuram

prover o acesso intelectual a grandes coleções de informação digital, elas

constituem a modalidade mais eficaz e eficiente de repositórios de informação”.

Dessa forma, a busca do acervo pela internet possibilita que mesmo aqueles que se

encontram longe do espaço físico da biblioteca possam entrar em contato com seu

acervo, permitindo a pesquisa pelas mais diversas obras, independente da

localização geográfica do usuário.

Page 35: Criacao de Site Para a Gibiteca

35

4 METODOLOGIA

A elaboração deste trabalho envolveu previamente tanto a pesquisa

bibliográfica quanto coleta de informações realizada junto a funcionários da Gibiteca,

além de estudos de identidade visual, arquitetura da informação e testes de

usabilidade.

No que tange à pesquisa bibliográfica, foram consultadas obras que

permitiram compreender melhor o universo das histórias em quadrinhos, o que

facilitou a elaboração da identidade visual do site. Também buscou-se a

fundamentação teórica no que se refere ao desenvolvimento de sites e sistemas

para internet.

Para o desenvolvimento do site, utilizou-se a metodologia DADI (Definição,

Arquitetura, Design, Implementação), desenvolvida por Clement Mok (1996). Trata-

se de uma metodologia de desenho adaptada para páginas na internet, sendo

bastante utilizada comercialmente por agências de desenvolvimento web no mundo

inteiro.

A metodologia DADI é dividida em quatro etapas complementares, sendo que

o trabalho realizado em cada uma delas pode ser modificado sempre que houver

necessidade. As quatro etapas compreendem às fases de definição, arquitetura,

design e implementação.

Conforme a metodologia DADI, a etapa de definição é a primeira fase do

projeto e começa com a reunião de briefing, que pode ser presencial ou à distância.

Nessa etapa, há a coleta das informações disponíveis, a identificação dos

problemas, a definição dos objetivos e a análise dos elementos que farão parte do

projeto, com o estabelecimento do público-alvo, concorrência, prazos, escopo do

projeto e do investimento necessário. Esse também é o momento de se fazer uma

coleta preliminar de dados e conteúdos para analisá-los e avaliar o que será de

interesse para o site.

Complementando a fase anterior, na fase de arquitetura todas as informações

são classificadas em blocos organizados por seções ou assuntos principais. Nesta

etapa são criadas as regras da organização e distribuição dos conteúdos adquiridos

na fase de definição, além de se realizar uma estrutura hierárquica do conteúdo que

será apresentado.

Page 36: Criacao de Site Para a Gibiteca

36

Feito isso, separam-se os blocos dos quais as informações serão distribuídas

de maneira a organizar a interface de acordo com o grau de importância de cada

informação. Finalizada a fase de arquitetura, é possível submeter os arquivos

gerados para aprovação do cliente ou partir diretamente para a fase seguinte.

Tão importante quanto a arquitetura, a fase de design contribui para aprimorar

a organização do conteúdo realizada anteriormente. É quando ocorre a definição do

projeto gráfico do site propriamente dito. Nesta fase, há a preocupação com a

tipografia a ser utilizada e o volume de textos em cada bloco de conteúdo. Realiza-

se a criação ou edição de arquivos de imagem, áudio e vídeo, caso sejam

necessários, e também se avalia a necessidade da inserção de outras tecnologias

como animações em flash, entre outras.

Após finalizado, o layout da página inicial do site e um exemplo de página

interna são enviados para aprovação do cliente, que pode rejeitá-lo, aprová-lo com

alterações ou aprová-lo integralmente. Caso seja rejeitado, será preciso retornar à

primeira fase de desenvolvimento (a fase de definição) e obter mais detalhes sobre o

projeto que possam ter sido omitidos ou ignorados. Caso o site seja aprovado com

alterações, deve-se avaliar as modificações sugeridas pelo cliente e aplicá-las caso

sejam convenientes, ou realizar uma nova reunião para discussão dos pontos

divergentes.

Por fim, após a aprovação integral do layout, é possível iniciar a criação dos

protótipos de telas do site, para uma melhor visualização de sua aparência, já

utilizando um navegador web.

Com o layout já definido e aprovado, chega-se à etapa de implementação, ou

seja, o momento em que o mesmo é transformado em interface dinâmica, que será

programada e integrada ao software gerenciador de conteúdo, funcionando em

conjunto com a interface de administração e o banco de dados.

Essa é a etapa final do projeto, quando são testadas todas as

funcionalidades do site e também são realizados os testes de usabilidade. Após ser

testado e aprovado, o site é finalmente disponibilizado ao público.

Page 37: Criacao de Site Para a Gibiteca

37

5 DEFINIÇÃO

Seguindo a metodologia DADI, a definição do projeto para o site da Gibiteca

iniciou com uma consulta aos funcionários responsáveis pela Gibiteca, que teve

como objetivo verificar quais elementos eram considerados essenciais para

composição da página na internet que divulgaria o acervo do local.

Este diálogo foi realizado a partir de visitas realizadas à Gibiteca de Curitiba e

baseou-se no conceito de entrevista despadronizada, que permite ao entrevistado

livre expressão e fluxo de idéias por meio de uma conversação informal com o

entrevistador.

Segundo Ander-Egg (1978, apud MARCONI; LAKATOS, 2002, p.94), a

entrevista despadronizada pode ser realizada de forma não dirigida, de modo que há

ampla liberdade de o entrevistado expressar suas expectativas e idéias. A opção por

este tipo de conversação ocorreu com o intuito de facilitar a comunicação com os

entrevistados e buscar informações relevantes nos detalhes expostos em sua fala de

forma não dirigida.

Por meio das informações coletadas nas entrevistas, foi possível identificar o

público alvo, bem como as seções e conteúdos do site a ser desenvolvido.

5.1 PÚBLICO ALVO

A determinação do público-alvo é um fator que contribui consideravelmente

para a formatação do site, desde a nomenclatura das diferentes áreas até a sua

identidade visual. Após freqüentar a Gibiteca de Curitiba em diferentes dias e

horários e conversar com seus funcionários, foi possível constatar que o público alvo

é composto majoritariamente por jovens de 10 a 29 anos, de ambos os sexos,

pertencentes às classes A, B e C. Outra característica comum do público é o

interesse por histórias em quadrinhos, seja de maneira amadora ou motivado por

razões científicas.

Page 38: Criacao de Site Para a Gibiteca

38

5.2 CONTEÚDO DO SITE

O site para a Gibiteca de Curitiba tem como objetivo ser um canal online e

gratuito para que pesquisadores e público interessado possam consultar uma base

de dados contendo todo o catálogo de seu acervo, além de ser um canal para que a

instituição possa divulgar seus cursos, eventos e outras atividades. Seguindo um

padrão sugerido pela administração da Gibiteca, cada obra será cadastrada com as

seguintes informações:

• Título

• Gênero (guerra, terror, infantil, entre outros)

• Número

• Ano

• Data da Publicação

• Valor de Capa

• Circulação

• Número de Páginas

• Editora

• País de origem

• Imagem digitalizada da capa

• Formato (medidas em centímetros da largura e altura da capa)

• Impressor

• Distribuidor

• Observações complementares

Dessa maneira, pesquisadores e consumidores de quadrinhos terão acesso a

informações detalhadas das obras existentes na instituição. Como nem todas as

publicações exibem as informações citadas de maneira clara ou padronizada, o

sistema de cadastro exigirá apenas o preenchimento dos campos de título e gênero.

As demais informações poderão ser incluídas conforme estiverem disponíveis em

cada obra. Acredita-se que essa liberdade de cadastro não seja um grande

problema, visto que é interesse da instituição ter a maior quantidade possível de

informações cadastradas sobre seu acervo.

Page 39: Criacao de Site Para a Gibiteca

39

Em outra área do site, a administração da Gibiteca poderá publicar notícias

relacionadas ao mundo dos quadrinhos. Com esse recurso, espera-se gerar

audiência para o site, fidelizando o público através da publicação de conteúdo

relevante e de qualidade sobre autores de quadrinhos, publicações nacionais e

internacionais. Nesta área também podem ser anunciados os cursos e eventos da

instituição, que poderão ser mantidos em destaque na página inicial do site pelo

tempo que se julgar necessário.

Além das áreas de notícias e acervo, o site possuirá páginas com conteúdo

fixo, como a que resume a história da instituição, a página com a lista de cursos

ofertados anualmente e a página de contato.

A página de cursos aborda a descrição completa de todos os cursos ofertados

pela Gibiteca, professores, dias, horários, custos, conteúdo programático e previsão

de turmas para o ano.

Na seção relativa ao acervo, exibem-se as últimas obras cadastradas e um

mecanismo avançado de pesquisa, permitindo ao usuário pesquisar o acervo por

palavra-chave ou por qualquer um dos critérios de cadastro.

A seção contato conta com um formulário que permite ao usuário tirar

dúvidas, enviar críticas, sugestões e enviar comentários a respeito de qualquer

informação disponível no site.

A página permanente relativa à história da Gibiteca de Curitiba contém um

resumo da história da Gibiteca e fotos relevantes, para que os usuários possam

conhecer a importância histórica da instituição.

Page 40: Criacao de Site Para a Gibiteca

40

6 ESTRUTURAÇÃO DO SITE

Para garantir a produção de um site satisfatório sob múltiplos pontos de vista,

seu desenvolvimento levou em conta aspectos relacionados à arquitetura da

informação, acessibilidade, design funcional, usabilidade e ergonomia.

A estruturação foi iniciada com a classificação e organização dos tipos de

conteúdos a serem publicados, de acordo com as necessidades levantadas durante

a entrevista com os funcionários da instituição.

6.1 ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

A arquitetura de informação é o estudo preliminar dos espaços a serem

ocupados pelas informações do site, visando facilitar o acesso intuitivo ao conteúdo.

Trata-se da definição da estruturação que organiza as informações e sobre a qual

todas as demais partes irão se apoiar. De acordo com WEST (2001), a arquitetura

de informação diz respeito à prática de projetar a infra-estrutura de um site,

principalmente a sua navegação.

Quando bem projetada, a arquitetura de informação pode auxiliar o usuário a

se localizar facilmente na interface, permitindo-o encontrar o que deseja e ter acesso

a esta informação, garantindo sua satisfação com o sistema. Portanto, quanto mais

positiva for a interação oferecida, mais satisfeito ficará o usuário e,

conseqüentemente, maior o número de benefícios gerados.

A arquitetura da informação de um site deve ser realizada tendo em vista a

definição do conteúdo do site e seu grau de importância através de níveis

hierárquicos, de modo a garantir sua manutenção e evolução. Deve ainda considerar

a análise dos processos do site e definir o sistema de navegação, permitindo com

que as informações procuradas sejam localizadas, bem como a nomenclatura da

interface, utilizando uma linguagem preferencialmente de domínio do usuário.

Como produto, ao término do projeto de arquitetura, é gerado um diagrama

mostrando a disposição básica do conteúdo nas principais estruturas de página além

do esquema de navegação. Este documento é também conhecido como wireframe.

Em um projeto composto por vários profissionais, o wireframe é desenvolvido

pelo profissional responsável por realizar os estudos de arquitetura da informação,

definindo de maneira simplificada os elementos que compõem as páginas do site.

Page 41: Criacao de Site Para a Gibiteca

41

O wireframe é, em vários aspectos, um documento facilitador do processo de

desenvolvimento do site, à medida que ajuda o designer da equipe a prever a

distribuição dos elementos nas principais páginas antes mesmo de iniciar o processo

de criação dos elementos gráficos que formarão a identidade visual do site.

No caso do site da Gibiteca, por ser totalmente desenvolvido por um único

profissional, a validade do wireframe resume-se à documentação do estudo da

composição das estruturas das páginas principais. A disposição das informações

com base nos estudos realizados pode ser observada nas imagens a seguir.

FIGURA 2 – ESTRUTURA DA PÁGINA INICIAL DO SITE DA GIBITECA

Fonte: o autor

Page 42: Criacao de Site Para a Gibiteca

42

FIGURA 3 – ESTRUTURA DA PÁGINA DE PESQUISA DO ACERVO

Fonte: o autor

Page 43: Criacao de Site Para a Gibiteca

43

FIGURA 4 – ESTRUTURA DA PÁGINA DE EXIBIÇÃO DE NOTÍCIA

Fonte: o autor

Page 44: Criacao de Site Para a Gibiteca

44

6.2 ACESSIBILIDADE

A capacidade de um sistema de tornar disponível um conteúdo para o maior

grupo de pessoas possível é conhecida como acessibilidade. Um sistema pode ser

acessado em diferentes contextos, por usuários que possuam uma variada gama de

limitações como uma tela que apresenta apenas texto, telas com dimensões

reduzidas, ou ainda uma conexão lenta com a Internet, fator comum em telefones

celulares, por exemplo.

Também é preciso considerar usuários que tenham dificuldade em ler, ouvir,

se deslocar, ou interpretar determinados tipos de informações, ou ainda pessoas

que não tenham um teclado, mouse, ou não sejam capazes de utilizá-los, como

portadores de deficiência motora.

O design de interface deve considerar estas diferentes situações para ser

verdadeiramente acessível. Um site desenvolvido de acordo com as premissas de

acessibilidade estará oferecendo seu conteúdo ao maior número possível de

pessoas, além de contribuir para a eliminação de barreiras e promoção da inclusão

dos cidadãos com deficiência e/ou necessidades especiais.

6.3 USABILIDADE

A usabilidade mede a eficácia, eficiência e satisfação com que um usuário

pode realizar um conjunto específico de tarefas em um ambiente particular e um dos

seus objetivos, entre outros, é avaliar se as tarefas básicas são simples de serem

desempenhadas pelos usuários. Segundo Cybis (2007, p. 15), “a usabilidade é a

qualidade que caracteriza o uso dos programas e aplicações. A essência da

usabilidade é o acordo entre interface, usuário, tarefa e ambiente”.

Segundo o autor, um sistema é considerado: eficaz quando permite que os

usuários atinjam seus objetivos. É também considerado eficiente quando os

recursos utilizados na realização de uma tarefa, como tempo, esforço mental e

dinheiro, são empregados corretamente. E pode ser considerado satisfatório quando

o usuário considera a interação com sistema agradável e não algo penoso.

Conforme Cybis, como metodologia básica das avaliações de usabilidade,

torna-se necessário conhecer o objeto do trabalho e o público-alvo, manter seu

interesse através da comunicação visual, falar a linguagem do usuário, utilizar

Page 45: Criacao de Site Para a Gibiteca

45

metáforas, antecipar os problemas pela ótica do usuário, evitar que ele se preocupe

com o aspecto mecânico das tarefas e utilizar comunicações diretas e não

genéricas. Neste sentido, textos de ajuda ou alerta, quando necessários, devem ser

objetivos e claros.

6.4 ERGONOMIA

Um aspecto relevante para o desenvolvimento de um site confortável de se

navegar é a preocupação com sua ergonomia.

“Pode-se dizer que ergonomia está na origem da usabilidade, pois ela visa proporcionar eficácia e eficiência, além do bem-estar e saúde do usuário, por meio da adaptação do trabalho do homem. Isto significa que seu objetivo é garantir que sistemas e dispositivos estejam adaptados à maneira como o usuário pensa, comporta-se e trabalha e, assim, proporcionem usabilidade”. (Cybis, 2007, p.15).

De acordo com Cybis, em 1993, os pesquisadores Dominique Scapin e

Christian Bastien, do Instituto Nacional de Pesquisa em Automação e Informática da

França, propuseram um conjunto de oito critérios ergonômicos, com o objetivo de

minimizar e facilitar a classificação os problemas ergonômicos em interfaces

interativas. Esses critérios compreendem a condução, a carga de trabalho, o

controle explícito, a adaptabilidade, a gestão de erros, a consistência, o significado

de códigos e a compatibilidade.

A condução visa favorecer o aprendizado e utilização do sistema por novos

usuários. No caso de um site, sua utilização deve estar implícita na própria interface.

Nenhum usuário deve precisar ler uma lista de instruções antes de começar a

navegar.

A carga de trabalho diz respeito a todos os elementos da interface que têm

um papel importante no aumento da eficiência na interação entre usuário e interface.

Isso pode ser conseguido através de uma interface concisa (títulos e denominações

curtas), presença de atalhos para as ações mais comuns e a solicitação de dados do

usuário somente quando for crucial.

O critério do controle explícito aplica-se especificamente às ações de longa

duração e determina que o sistema deve executar somente o que o usuário quiser e

somente quando ele ordenar, garantindo ao usuário amplo controle das decisões a

Page 46: Criacao de Site Para a Gibiteca

46

serem tomadas e um melhor entendimento do funcionamento da interface,

favorecendo a aprendizagem e satisfação com o sistema. Sites que tocam músicas

de fundo automaticamente, ou aqueles que abrem links em novas janelas do

navegador sem avisar são exemplos de quebra desse critério.

A adaptabilidade é uma das características mais importantes em qualquer

sistema. Para que todos tenham acesso ao mesmo nível de usabilidade, a interface

deve propor maneiras variadas de se realizar a mesma tarefa, deixando a escolha a

cargo do usuário. Ela também deve permitir que o usuário adapte os estilos de

apresentação de acordo com as suas necessidades. No caso específico do site da

Gibiteca, todas as páginas e links foram projetadas para serem acessíveis através

de mouse ou teclado, o tamanho dos textos de todas as notícias pode ser regulado

pelo usuário e existe mais de um mecanismo de busca de conteúdo: um genérico

para qualquer conteúdo do site e outro mais detalhado para buscas no acervo.

O critério gestão de erros aplica-se a todas as ações possíveis em um

sistema e afirma que quanto menos erros surgirem, melhor será o desempenho do

usuário. Isso pode ser conseguido com uma interface que não ofereça comandos

destrutivos como opção padrão e que solicite confirmação antes de executar ações

que não podem ser desfeitas. Ambos os recursos estão presentes no ambiente

administrativo do site da Gibiteca.

A consistência refere-se à capacidade do sistema de manter as mesmas

denominações, formatos e procedimentos em contextos idênticos e alterando essas

características em contextos diferentes. Isso pode ser conseguido especialmente

mantendo-se uma padronização gráfica dos elementos que compõem a página,

como a barra lateral, o topo e o menu. Nenhum elemento deve ser alterado se o

motivo para tal modificação não ficar explícito para o usuário.

Em relação ao significado de códigos, os elementos que compõem o site

devem possuir nomes fáceis e significativos para o usuário, e manter esses mesmos

nomes em todas as páginas. Exemplos desses elementos são os termos caixa de

busca, formulário de contato, álbum de fotos, entre outros.

A compatibilidade prevê que o sistema deve ser projetado de maneira a ser

compatível com o usuário, com a tarefa e com o ambiente onde está sendo

executado. No caso de um site, ambiente pode ser entendido como o conjunto de

sistema operacional, navegador e monitor.

Page 47: Criacao de Site Para a Gibiteca

47

O site da Gibiteca foi projetado para exibir notícias e o acervo da instituição,

por isso possui características visuais familiares ao público alvo, ao mesmo tempo

em que foram simplificadas visando tornar a navegação suficientemente rápida.

Qualquer conteúdo pode ser acessado com dois ou três cliques no máximo, a partir

de qualquer ponto do site.

Page 48: Criacao de Site Para a Gibiteca

48

7 DESIGN DE INTERFACE

Em geral, um site institucional acaba sofrendo forte influência dos elementos

empregados na construção da identidade visual da empresa que o possui. Cores

institucionais, logotipo e outros grafismos característicos são comumente

aproveitados para a composição do layout do site. Trata-se de um caminho natural a

se seguir visando manter a harmonia com outros elementos da sua identidade

corporativa.

No entanto, no caso específico da Gibiteca, não há (e nunca houve) qualquer

elemento padronizado relacionado à sua identidade visual. Toda a comunicação

interna e externa é feita utilizando-se documentos e materiais dentro do padrão da

Prefeitura de Curitiba.

Como o escopo deste projeto restringe-se ao desenvolvimento do site, a

saída encontrada foi a utilização de uma linha criativa fortemente relacionada com o

objeto de interesse dos usuários: histórias em quadrinhos. Com essa decisão,

espera-se gerar imediata identificação com o público alvo, uma vez que se utilizará

elementos intrinsecamente ligados à imagem da instituição.

Também foi identificada a carência de um logotipo ou símbolo que represente

a instituição. Por isso, na proposta de site apresentada neste trabalho foi incluída

uma sugestão de logotipo, criado com o intuito de complementar a composição do

site. Sua forma e traços seguem o mesmo conceito de criação do layout do site,

detalhado a seguir. É importante ressaltar que essa sugestão foi aplicada ao layout

de maneira que poderá ser facilmente modificada ou substituída se a administração

da Gibiteca considerar conveniente.

7.1 ELEMENTOS GRÁFICOS DO SITE

Por se tratar de um universo extremamente variado em formas e estilos, os

elementos que definiram o que se entende por estilo “história em quadrinhos” foram

baseados nas páginas de Will Eisner, mais especificamente nas edições de Spirit,

por apresentarem abundância dos elementos e recursos gráficos mais populares

das narrativas em quadrinhos como: requadros, balões, tiras (uma fila de

quadrinhos) e calhas (espaços padronizados entre quadrinhos).

Page 49: Criacao de Site Para a Gibiteca

49

A decisão justifica-se tanto pela popularidade das publicações dos quadrinhos

em preto e branco (de diversos artistas em todas as épocas) quanto pelo fato de o

referido autor ser amplamente admirado, estudado e reconhecido por leitores,

pesquisadores e produtores de quadrinhos no mundo inteiro.

Assim, o layout do site possui um fundo acinzentado, com quadrinhos

variados em marca d’água formando uma textura rica e ao mesmo tempo

suficientemente neutra, evitando desviar a atenção do usuário do foco principal da

página que são as informações sobre o acervo e demais notícias.

Os blocos de conteúdo em destaque são apresentados dentro de quadros

brancos com grossas bordas pretas, de maneira semelhante aos quadrinhos

utilizados como referência, e títulos que podem ser exibidos de duas maneiras:

dentro de áreas no topo dos quadros (como blocos de narração ou texto

complementar das histórias em quadrinhos) ou no decorrer da página marcados com

balões de diálogo.

A coluna lateral utilizada para apresentar informações complementares é

totalmente preta, gerando contraste com a área de conteúdos branca. Esse recurso

de contraste é bastante comum na produção de quadrinhos, especialmente os

produzidos em preto e branco. No contexto do site, indica ao usuário que o conteúdo

presente nessa coluna é diferente dos conteúdos exibidos nas demais áreas do site.

A coluna direita possui um caráter complementar, apresentando alguns links de

interesse, como blogs dos professores, links para outros sites relacionados a

histórias em quadrinhos, fotos de eventos recentes da Gibiteca, entre outras

informações.

Os textos em destaque e links no meio do texto são todos em negrito e itálico

também fazendo referência ao estilo das fontes utilizadas nos quadrinhos. Essas

características mostraram-se bastante convenientes, uma vez que tornaram o

ambiente do site relativamente neutro e com maior contraste entre os elementos que

contêm alguma informação, valorizando o que a página possui de mais importante:

seu conteúdo e, especialmente nesse caso, a arte das capas das publicações.

Dessa forma, foi possível levar para o ambiente eletrônico alguns elementos

do ambiente gráfico impresso, criando um padrão original e característico para a

Gibiteca, além de propiciar uma composição relativamente neutra, criando a

abertura para que no futuro um logotipo oficial possa ser facilmente aplicado no topo

do site, sem a necessidade de reconstruir seu layout.

Page 50: Criacao de Site Para a Gibiteca

50

FIGURA 5 – LAYOUT DA PÁGINA INICIAL DO SITE DA GIBITECA

Fonte: o autor

Page 51: Criacao de Site Para a Gibiteca

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FIGURA 6 – LAYOUT DA PÁGINA DE PESQUISA DO ACERVO DA GIBITECA

Fonte: o autor

Page 52: Criacao de Site Para a Gibiteca

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FIGURA 7 – LAYOUT DA PÁGINA DE EXIBIÇÃO DE NOTÍCIAS

Fonte: o autor

Page 53: Criacao de Site Para a Gibiteca

53

8 DESENVOLVIMENTO DO SITE E IMPLEMENTAÇÃO

Definido o layout, foi possível iniciar o desenvolvimento do site propriamente

dito. De maneira geral, um site é formado por três camadas: conteúdo, aparência e

comportamento. Por sua vez, essas camadas são compostas por um conjunto de

arquivos de texto, com regras bem definidas escritas em um conjunto de linguagens

como: HTML, CSS, Javascript e PHP.

Esses arquivos ficam hospedados em um computador remoto e podem ser

acessados por qualquer computador conectado à internet. Quando um usuário

acessa o endereço do site, o computador que possui os arquivos (também chamado

de “servidor”), responde à solicitação do computador do usuário, que também pode

ser chamado de “cliente”, enviando os arquivos de texto e imagem correspondentes

à solicitação realizada. Em seguida, os arquivos são interpretados no lado do cliente

por um software específico (navegador web) que se encarrega de exibir na tela do

usuário a página desejada, com o conteúdo e a aparência determinados nos

arquivos CSS e HTML recebidos do servidor.

8.1 ESTRUTURA DE CONTEÚDO E APARÊNCIA

A estrutura de conteúdo de um site é formada pelos blocos de código HTML

(Hyper Text Markup Language), uma linguagem de marcação que contém dados de

texto formatados de acordo com seu significado estrutural: título, títulos secundários

e terciários, parágrafo, lista e assim por diante.

As marcações obedecem a um padrão previamente estabelecido por um

órgão internacional, o Consórcio World Wide Web (W3C) e são interpretadas de

maneira semelhante pelos diferentes navegadores web, softwares leitores de tela

entre outros softwares existentes no mercado.

A aparência refere-se ao visual do site, incluindo cores, tipografia,

posicionamento dos diversos elementos, divisões entre topo, áreas de conteúdo,

rodapé, entre outros elementos. Essas características são definidas por regras

escritas em um arquivo de texto separado utilizando a linguagem CSS (Folhas de

Estilo em Cascata, do inglês Cascading Style Sheets).

Como as regras em linguagem CSS que determinam a aparência do site são

separadas dos arquivos que determinam sua estrutura, é possível modificar ambas

Page 54: Criacao de Site Para a Gibiteca

54

as camadas (HTML e CSS) de maneira independente. Por exemplo, é possível

definir um estilo padrão para listas, parágrafos e títulos, entre outros elementos,

apenas uma vez e aplicá-lo para todas as páginas do site. Da mesma forma, é

possível acrescentar ou remover elementos do código HTML sem o risco de

corromper o layout do site como um todo.

8.2 COMPORTAMENTO

A camada de comportamento geralmente utiliza linguagem JavaScript e é

responsável por realizar efeitos mais sofisticados, como alguns tipo de animação,

efeitos de transição entre imagens ou exibição de elementos sem a necessidade de

recarregar toda a página. Um exemplo típico de uso dessa camada seria o efeito de

ampliação de miniaturas de uma galeria de imagens, popularmente conhecido como

lightbox. Da mesma maneira que o CSS e o HTML, as regras da camada de

comportamento são escritas em um arquivo à parte e pode ser modificado sem

interferência às outras camadas do site.

Para integrar as três camadas e permitir o bom funcionamento e

administração do site, é conveniente utilizar um sistema de gerenciamento de

conteúdo, ou seja, uma ferramenta que permitirá aos administradores e criar, editar

e gerenciar todos os conteúdos.

Page 55: Criacao de Site Para a Gibiteca

55

9 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE CONTEÚDO

Sistemas de gerenciamento de conteúdo são ferramentas criadas com a

intenção de facilitar e agilizar o processo de criação, gerenciamento e publicação de

informação em um site. A base de seu funcionamento está ligada à estrutura

baseada em camadas dos sites modernos. Isso faz com que o conteúdo exista de

maneira independente da sua apresentação visual, podendo ser exibido, omitido ou

manipulado de diversas formas sem que seja necessário editá-lo. Essa mesma

característica permite aos sistemas de gerenciamento de conteúdo oferecer os mais

variados recursos de gestão sem que a utilização dos mesmos interfira na estrutura

visual do site.

Embora em muitos casos ofereçam recursos avançados, esses sistemas são

projetados com o objetivo de permitir que usuários não técnicos possam gerenciar

sites com facilidade. Por isso, a habilidade necessária para utilizá-los não vai muito

além dos conhecimentos utilizados em uma rotina de envio de e-mail.

Pode ser considerado um bom sistema de gerenciamento de conteúdo aquele

que permite a usuários sem qualquer conhecimento técnico terem total autonomia

sobre seu conteúdo, dispensando a assistência de terceiros ou empresas

especializadas para manutenções de rotina. Dessa forma, cada membro da equipe

poderá gerenciar o seu próprio conteúdo, diluindo os custos com recursos humanos.

A maioria dos sistemas disponíveis no mercado oferece funcionalidades

similares. Entre elas, podemos destacar a mais importante de todas: a criação,

edição e armazenamento de conteúdos e metadados. Essa é a função básica que

permitirá aos administradores do site criar, editar e manipular os mais variados tipos

de conteúdo, além de utilizarem o recurso de metadados para descrever

características importantes do conteúdo e organizá-lo das mais variadas formas. Os

metadados também são úteis para melhorar a precisão da tarefa de busca,

permitindo aos usuários especificar atributos adicionais. São exemplos de

metadados informações como: descrição, autor, idioma, data de criação, data de

revisão, ente outros.

Outra característica importante dos sistemas de gerenciamento de conteúdo é

a gestão de usuários e seus direitos. Este recurso permite o controle de acesso por

usuários através de ferramentas de autenticação e autorização, além da criação de

diversos perfis de usuários com permissões específicas. Um perfil de usuário

Page 56: Criacao de Site Para a Gibiteca

56

representa seus interesses e qualificações dentro de um sistema. Assim, os usuários

de um site podem ser classificados como administradores, editores, redatores,

revisores ou qualquer outra denominação que se considere conveniente, podendo-

se determinar permissões específicas de acordo com o papel atribuído. Em geral, sistemas de gerenciamento de conteúdo também incluem

mecanismos automatizados de classificação e indexação, além de ferramentas de

busca. Um mecanismo de busca eficiente deve fornecer resultados relevantes para

uma dada consulta no menor espaço de tempo possível. Cada sistema de

gerenciamento pode possuir seus próprios mecanismos e critérios de busca, entre

os quais os mais comuns são: busca por palavra-chave, por frase exata, por

metadados, entre outros.

9.1 GERENCIADORES DE CONTEÚDO DE SOFTWARE LIVRE

Há uma oferta crescente de softwares gerenciadores de conteúdo baseados

na filosofia do software livre, disponíveis para diversas aplicações. Um software é

considerado livre quando tem o seu código fonte disponibilizado aos usuários, que

possuem a liberdade de copiar, executar, estudar como funciona e adaptá-lo às suas

necessidades, além de redistribuir cópias de modo que toda a comunidade se

beneficie.

Essa filosofia, apesar de ainda não ser altamente popular, está cada vez mais

presente em nosso dia a dia e tem sido incentivada por governos do mundo inteiro

por representar uma grande economia de recursos financeiros.

Sistemas desenvolvidos sob a filosofia do software livre apresentam inúmeras

vantagens em relação aos softwares proprietários. Com a independência em relação

ao fornecedor, modificações ou a criação de novos produtos a partir de um código

fonte podem ser feitas com maior rapidez a um custo mais baixo e de acordo com as

necessidades de cada usuário.

Esse modelo de desenvolvimento tende ser uma opção estratégica para

governos, órgãos públicos, organizações não-governamentais e iniciativa privada em

geral, especialmente por propiciar uma considerável economia de recursos

financeiros, além de garantir a independência de uma única empresa, ou de um

pequeno grupo de empresas.

Page 57: Criacao de Site Para a Gibiteca

57

Um exemplo bastante popular de software livre para gerenciamento de

conteúdo é o Drupal, que tem atraído cada vez mais usuários e já figura entre os

três sistemas mais populares do mundo, sendo utilizado em sites como o do governo

dos Estados Unidos, de diversos departamentos do governo americano e sites de

organizações não-governamentais como o Greenpeace.

9.2 DRUPAL

Drupal é um sistema de gerenciamento de conteúdo (CMS, do inglês Content

Management System) criado dentro da filosofia do software livre. Da mesma forma

que os sistemas de gerenciamento de conteúdo modernos, o Drupal permite criar e

organizar conteúdo, automatizar tarefas administrativas, e definir permissões e

papéis para usuários e colaboradores.

Além de oferecer as funcionalidades básicas de um CMS, o Drupal também

permite a criação e instalação de novas funcionalidades fazendo com que seu

ambiente administrativo se adapte às necessidades específicas de cada projeto.

Essas novas funcionalidades são conhecidas como módulos e podem ser criados e

distribuídos por qualquer pessoa. Por ser um projeto de software livre e código

aberto desenvolvido por uma comunidade, o Drupal é grátis para download e uso, e

qualquer um pode estudar seu funcionamento, fazer modificações e redistribuí-lo,

além de poder propor mudanças no projeto principal.

Sendo uma plataforma para gerenciamento de sites dinâmicos, o Drupal

integra muitos recursos populares de sistemas gerenciadores de conteúdo como

criação de páginas, notícias, enquetes, ferramenta de fórum e pesquisa em um

único pacote fácil de usar. Ao instalar, habilitar e configurar diversos módulos, um

administrador pode desenvolver um site único, que pode ser utilizado para uma

combinação de gestão de conhecimento, publicação na web ou interação de

comunidades.

Page 58: Criacao de Site Para a Gibiteca

58

FIGURA 8 – INTERFACE ADMINISTRATIVA DO DRUPAL

Fonte: o autor

Page 59: Criacao de Site Para a Gibiteca

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FIGURA 9 – INTERFACE DE EDIÇÃO DE CONTEÚDO DO DRUPAL

Fonte: o autor

Page 60: Criacao de Site Para a Gibiteca

60

10 TESTES

Ao final do desenvolvimento do site, foi iniciada a fase de testes, divididos em

duas etapas bem definidas: os testes de funcionamento de sistema e os testes de

usabilidade.

10.1 TESTES DE FUNCIONAMENTO DE SISTEMA

Nessa primeira bateria de testes, o objetivo é verificar se todos os recursos do

site funcionam corretamente em diferentes navegadores e sistemas operacionais.

Os elementos gráficos do site, bem como a disposição de seus elementos e

blocos de conteúdo também não podem apresentar mudanças significativas de

navegador para navegador.

Visando abranger a quase totalidade do mercado, o site da Gibiteca foi

testado nos seguintes navegadores e sistemas operacionais:

• Internet Explorer 7, no sistema operacional Windows;

• Internet Explorer 8, no sistema operacional Windows;

• Firefox 2, no sistema operacional Windows, Linux e MacOSX;

• Firefox 3, nos sistemas operacionais Windows, Linux e MacOSX;

• Google Chrome, nos sistemas operacionais Windows, Linux e MacOS;

• Safari, no sistema operacional MacOSX;

Page 61: Criacao de Site Para a Gibiteca

61

FIGURA 10 – VISUALIZAÇÃO DO SITE DA GIBITECA NO NAVEGADOR

INTERNET EXPLORER 8 - SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS

Fonte: o autor

FIGURA 11 – VISUALIZAÇÃO DO SITE DA GIBITECA NO NAVEGADOR FIREFOX

3, SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS

Fonte: o autor

Page 62: Criacao de Site Para a Gibiteca

62

FIGURA 12 – VISUALIZAÇÃO DO SITE DA GIBITECA NO NAVEGADOR GOOGLE

CHROME, SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS

Fonte: o autor

10.2 TESTES DE USABILIDADE

Segundo Cybis (2007, p.176), “os testes de usabilidade têm como foco de

avaliação a qualidade das interações que se estabelecem entre os usuários e o

sistema”. Dessa forma, o objetivo é identificar problemas, suas causas na interface e

o impacto negativo sobre as interações.

Conforme visto anteriormente, as qualidades de usabilidade de um sistema

podem variar de acordo com o usuário, a ação executada e o ambiente em que o

mesmo é utilizado. Assim, podemos concluir que a melhor maneira de testar um site

é simular tanto quanto possível o ambiente e situação corriqueiros de uso.

Os testes também devem ser realizados com usuário reais ou representativos

do público alvo do site, que deverão interagir com o sistema para realizar tarefas

consideradas rotineiras naquele contexto. O tamanho da amostra deve ser o

suficiente para cobrir a maior parte dos usuários do site, além permitir diferenciar os

comportamentos generalizados (tendências seguidas pela maioria dos usuários) dos

Page 63: Criacao de Site Para a Gibiteca

63

comportamentos específicos (ações isoladas de um único usuário). Segundo Nielsen

(1994, apud Cybis, 2007, p. 201) sugere que uma amostragem qualitativa, com

amostras de 6 a 12 pessoas é, em geral, suficiente.

De acordo com Cybis (2007), existem várias técnicas para avaliar a

usabilidade de um site. Entre as mais conhecidas, destacam-se as entrevistas e

questionários, a observação, a verbalização do usuário, avaliação heurística,

avaliação semiótica, card sorting, grupos de foco, entre outras. Para o site da

Gibiteca, optou-se pela observação somada à verbalização do usuário.

Dessa maneira, enquanto eram observados realizando pequenas tarefas no

site, os usuários eram incentivados a verbalizarem seus pensamentos, explicando a

cada momento o que estavam sentindo, antes, durante e depois de concluírem as

tarefas pré-determinadas, sem qualquer tipo de censura.

Os testes foram realizados em diferentes locais, de acordo com a

disponibilidade dos voluntários. No entanto, em todos os locais tomou-se o cuidado

de manter o usuário o mais isolado possível na sala em que o teste estava sendo

realizado, garantindo que o voluntário estivesse livre de quaisquer distrações

externas.

Pelo fato de estar sendo observado durante todo o teste, é normal que o

usuário sofra com algum nível de constrangimento. Para minimizar essa situação,

foram seguidas algumas recomendações sugeridas por Cybis (2007), no sentido de

garantir a integridade psicológica do participante.

No início de cada teste era sempre deixado claro que o objetivo era avaliar o

site, e não o usuário. Além disso, garantiu-se total sigilo com relação às suas

identidades. Outro cuidado tomado durante a duração de cada bateria de testes foi o

de sempre utilizar-se espaços com pouca ou nenhuma circulação de pessoas nas

proximidades, com o intuito de deixar os voluntários tão à vontade quanto possível

para verbalizarem seus pensamentos.

Cybis (2007) ainda aponta possíveis impasses que podem surgir durante os

testes e a maneira adequada de administrá-los, como: nunca tomar atitudes

grosseiras que possam inibir o usuário, propor uma nova tarefa caso o usuário sinta

muita dificuldade em realizar a tarefa solicitada anteriormente e, ainda, proceder a

imediata interrupção do teste caso o voluntário demonstre sinais de constrangimento

ou nervosismo. Seguindo à risca as recomendações do autor, foi possível realizar o

teste com 11 pessoas sem nenhum tipo de contratempo.

Page 64: Criacao de Site Para a Gibiteca

64

Conforme Cybis, testes de usabilidade podem render resultados qualitativos e

quantitativos. Os qualitativos referem-se ao registro das estratégias aplicadas pelos

usuários para realizar as tarefas solicitadas e à lista de problemas de ergonomia das

interfaces. Eles podem confirmar resultados esperados ou revelar comportamentos

inesperados por parte dos usuários. Também podem mostrar fatores que possam

desviar o usuário de uma trajetória considerada ideal para a realização de uma

tarefa, e como o mesmo se comporta caso se depare com uma situação inesperada.

Os dados quantitativos se referem a informações como: freqüência e duração

dos acontecimentos, porcentagem de usuários que realizaram a tarefa com sucesso,

entre outros indicadores de usabilidade. Para o site da Gibiteca, muito em função da

abordagem de testes escolhida, buscou-se valorizar apenas os resultados

qualitativos.

10.3 RESULTADOS DOS TESTES DE USABILIDADE

Os testes foram executados com onze pessoas de perfil compatível com o

público da Gibiteca (jovens de ambos o sexos, com idades entre 19 e 28 anos

usuários corriqueiros da internet, de classes A, B e C) de maneira individual, em

diferentes dias e locais, no período de cinco a dezenove de maio.

O teste assistido visava identificar se um usuário seria capaz de identificar o

tema do site, além da avaliar sua capacidade de realizar três tarefas consideradas

fundamentais: encontrar uma obra constante no acervo, encontrar um curso

especificado previamente e encontrar a página contendo a história da Gibiteca.

Ao iniciar o teste com a página inicial do site aberta, solicitava-se ao

voluntário que examinasse rapidamente a página inicial e em seguida, perguntava-

se do que tratava o site. Sete pessoas responderam imediatamente que era o site da

Gibiteca de Curitiba. Quatro responderam apenas que era o “site de uma gibiteca”.

Ambas as respostas foram consideradas satisfatórias.

Em seguida, solicitou-se a cada um dos voluntários que encontrassem a obra

“Estranhos no Paraíso” número 2, de Terry Moore, a partir da página inicial. Seis

pessoas digitaram as palavras-chave “estranhos no paraíso” diretamente no campo

de busca geral, no topo do site. Dessas, duas clicaram corretamente no link que leva

à página da obra solicitada. As outras quatro pessoas clicaram primeiro no link que

levava à edição número 1 do mesmo título, devido ao fato desse link ser o primeiro

Page 65: Criacao de Site Para a Gibiteca

65

resultado na página de resultado de buscas. Ao se darem conta do erro, retornaram

à página de resultados e finalmente encontraram a obra através do segundo link da

lista de resultados. Os outros cinco voluntários iniciaram a busca clicando no item

“Acervo” no menu superior e em seguida utilizaram os recursos de busca avançada

da página. Destes, quatro encontraram a obra solicitada na primeira busca e apenas

um não obteve sucesso, recorrendo à busca geral como segunda alternativa e

finalmente encontrando a obra. Nesse teste, apesar dos comportamentos diversos,

todos os resultados foram considerados satisfatórios.

Ao serem solicitadas para encontrar informações sobre o curso História em

Quadrinhos – Nível Avançado, oito pessoas recorreram mais uma vez ao campo

geral de busca, e três clicaram no menu “Cursos”. Todas realizaram a tarefa com

sucesso, sem dificuldades e na primeira tentativa.

No último teste, solicitou-se aos voluntáros que encontrassem a página

contendo informações sobre a Gibiteca. Nesse teste as 11 pessoas clicaram no link

“Sobre a Gibiteca” no menu superior e apenas uma recorreu à ferramenta de busca.

Ao final da fase de testes, observou-se que todos os voluntários conseguiram

realizar as tarefas solicitadas sem grandes dificuldades. A tarefa considerada mais

complexa foi a busca pelo item específico do acervo, que exigiu de alguns

voluntários mais do que uma tentativa. Ainda assim, todos os resultados podem ser

considerados bastantes positivos, já que o pior desempenho na tarefa considerada

mais complexa foi de duas tentativas (e poucos segundos) para alcançar o objetivo.

Assim, pode-se concluir que o site da Gibiteca atende aos requisitos de

usabilidade, tendo suas informações e recursos de utilização bem organizados,

devendo corresponder às expectativas dos usuários quando o site for disponibilizado

ao público em geral.

Page 66: Criacao de Site Para a Gibiteca

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11 PUBLICAÇÃO

O site da Gibiteca de Curitiba pode ser considerado um projeto modesto na

exigência de recursos de hospedagem se comparado com os sites de outras

instituições, como o próprio site da Prefeitura Municipal de Curitiba. Por isso, sua

publicação pode ser realizada em qualquer servidor configurado com os padrões

mínimos existentes no mercado. Não são necessários grandes espaços em disco

rígido, tampouco grandes capacidades de processamento. Trata-se de um site

rápido, simples, leve e que exige pouquíssimos recursos do computador que o

hospeda.

De acordo com a reunião em que se deu início ao projeto, ficou aberta a

possibilidade de realizar-se a publicação do site utilizando os próprios recursos de

hospedagem da Prefeitura Municipal de Curitiba, que já abriga dezenas de sites

relacionados aos seus núcleos de serviços.

No entanto, até o momento da entrega deste trabalho, não foi possível

realizar tal procedimento devido à quantidade de barreiras burocráticas envolvidas.

Por isso, enquanto não é lançado, o site pode ser acessado através do endereço

http://gibiteca.elielcezar.com.

Page 67: Criacao de Site Para a Gibiteca

67

11 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse trabalho foi idealizado e concebido como uma forma de relacionar os

conhecimentos obtidos no curso de Artes Gráficas da Universidade Tecnológica

Federal do Paraná com as habilidades adquiridas pelo autor em sua vida

profissional.

O projeto visou ainda a construção de uma ferramenta de divulgação para

uma instituição pública, a Gibiteca de Curitiba, a qual de fato necessita de ações de

apoio da comunidade e de canais de divulgação de seu acervo e dos serviços de

qualidade que oferece. Dessa forma, o desenvolvimento de um site apresentou-se

como uma possibilidade adequada à realidade da instituição e capaz de ampliar sua

visibilidade e o número de freqüentadores.

Inicialmente, o trabalho envolveu o diálogo com os profissionais que atuam na

Gibiteca de Curitiba buscando identificar quais seriam as reais demandas a serem

atendidas no que diz respeito ao conteúdo do site. Essa conversa com os

funcionários possibilitou ainda conhecer melhor o público alvo para o qual a página

na internet estaria voltada, o que facilitou o desenvolvimento gráfico do produto.

A fundamentação desse projeto contou com uma pesquisa bibliográfica

focada em três eixos teóricos centrais: a importância sócio-cultural das histórias em

quadrinhos, o uso da internet como ferramenta de democratização de informações e

os fundamentos de design relacionados ao desenvolvimento de sites. O

desenvolvimento da pesquisa teórica permitiu compreender melhor o universo das

histórias em quadrinhos e de sua importância na sociedade, bem como das

possibilidades da internet na geração e transmissão de conhecimentos. Da mesma

forma, o estudo dos fundamentos de design, como as técnicas de composição, de

diagramação, ergonomia, tipografia e teoria da cor mostram-se essenciais para

compor a identidade visual do site.

Para a fundamentação teórica, além da pesquisa realizada com obras

impressas, mostrou-se essencial a utilização da própria internet como fonte

atualizada e variada de dados estatísticos, trabalhos de pesquisa e outros estudos e

obras de referência.

Entre os grandes enriquecimentos pessoais e profissionais obtidos com esse

projeto, figuram a descoberta da metodologia DADI (Definição, Arquitetura, Design,

Implementação), que se trata de uma metodologia adaptada para páginas de

Page 68: Criacao de Site Para a Gibiteca

68

internet, bem como o aprofundamento acadêmico da teoria relacionada ao

desenvolvimento de sites.

A realização desse trabalho compreendeu ainda o desafio de transpor os

elementos de mídia impressa, especificamente os elementos gráficos dos

quadrinhos, para a mídia digital. Essa dificuldade inicial foi sendo superada no

decorrer do desenvolvimento do site ao se buscar constantemente aliar a teoria

relacionada às histórias em quadrinhos com os conhecimentos teóricos e práticos

ligados à internet. Nesse sentido, contribuiu em muito a experiência profissional do

autor na área design para internet.

Ao término da elaboração do site, foram realizados testes de usabilidade os

quais permitiram constatar resultados positivos na medida em que os voluntários

puderam realizar sem grandes dificuldades as tarefas solicitadas de busca de

informações na página.

Assim, com a elaboração de uma página na internet para a Gibiteca de

Curitiba, objetivou-se oferecer uma ferramenta prática e de fácil utilização capaz de

beneficiar a sociedade de modo geral, facilitando o acesso e a descoberta de obras

relevantes existentes na instituição. O projeto visou também disponibilizar um canal

de consulta a acervo de grande utilidade para o mundo acadêmico, em especial para

os pesquisadores de quadrinhos e artes gráficas brasileiros.

Até o momento da entrega deste trabalho não foi possível publicar o site em

seu endereço definitivo, muito em função de enormes entraves burocráticos que

envolvem a Gibiteca. Por isso, enquanto não é lançado, o site pode ser acessado

provisoriamente através do endereço http://gibiteca.elielcezar.com.

Page 69: Criacao de Site Para a Gibiteca

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REFERÊNCIAS

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Page 73: Criacao de Site Para a Gibiteca

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GLOSSÁRIO Balões – Os recipientes dos diálogos de uma história em quadrinhos.

Briefing – Conjunto de informações coletadas em uma reunião de

detalhamento de um determinado projeto. Calhas – Os espaços entre os quadrinhos.

Código fonte - Conjunto de palavras ou símbolos contendo instruções em uma

linguagem de programação. Digitalização – Processo pelo qual uma imagem é transformada em um código

digital.

Download – Em português, descarregar. É a transferência de dados de um

computador remoto para um computador local.

Fanzines – Uma revista publicada por um fã de um determinado assunto.

Flash – Software para a criação de animações, geralmente publicadas em sites.

Interface - Conjunto de recursos, geralmente gráficos, dispostos de maneira a

fazer a adaptação entre dois sistemas ou linguagens.

Internet – Rede mundial de computadores Javascript – Linguagem de programação utilizada para regular o comportamento

das páginas, permitindo, entre outras facilidades, que o usuário realize tarefas sem a

necessidade de recarregar a página. Layout – Composição visual de uma página.

Mangá – Quadrinhos em estilo japonês. Metadados – Dados que contribuem para entendimento ou classificação de um

outro dado. Exemplo: a data em que um artigo foi criado, ou o nome de seu autor.

Navegador – Programa de computador utilizado para acessar sites e documentos

disponíveis na internet. Online – Aquilo que está disponível para acesso imediato através da internet. Requadro – Contorno de um quadrinho Site – Grupo de páginas armazenadas em um mesmo endereço na internet. Software – programa de computador. Web - Em português, teia. Abreviatura para designar a World-Wide-Web.