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JANEIRO/FEVEREIRO de 2009 I NFORMATIVO DA F UNDAÇÃO C ARLOS A LBERTO V ANZOLINI - D EPARTAMENTO DE E NGENHARIA DE P RODUÇÃO - E SCOLA P OLITÉCNICA - USP ANO XVI n° 78 2 5 6 7 ENTREVISTA DESTAQUE DESTAQUE SOLUÇÃO SOLUÇÃO UP GRADE UP GRADE ENTREVISTA Crianças exigentes Executivo analisa o crescimento do mercado de brinquedos no Brasil Casa sustentável Protótipo em escala real dá nova dimensão a construções de alta qualidade ambiental Convênio internacional Parceria incentiva a troca de experiências no âmbito da educação contínua Para facilitar a vida Artigo discute a ergonomia aplicada aos sistemas informatizados em foco em foco VANGUARDA EM DIA LEITURA VANGUARDA EM DIA LEITURA Como projetar funções interdependentes? Convênio em benefício da saúde . Sustentabilidade na logística . Meio século de vida e sucesso . Festa tecnológica Resenha: Engenharia Econômica e Finanças

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JANEIRO/FEVEREIRO de 2009

INFORMATIVO DA FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOL IN I - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO - ESCOLA POL ITÉCNICA - USP

ANO XVI n° 78

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ENTREVISTA

DESTAQUEDESTAQUE

SOLUÇÃOSOLUÇÃO

UP GRADEUP GRADE

ENTREVISTA

Crianças exigentes

Executivo analisa o crescimento

do mercado de brinquedos no Brasil

Casa sustentável

Protótipo em escala real dá nova dimensão

a construções de alta qualidade ambiental

Convênio internacional

Parceria incentiva a troca de experiências

no âmbito da educação contínua

Para facilitar a vida

Artigo discute a ergonomia aplicada

aos sistemas informatizados

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VANGUARDA

EM DIA

LEITURA

VANGUARDA

EM DIA

LEITURA

Como projetar funções interdependentes?

Convênio em benefício da saúde . Sustentabilidade na logística . Meio século de vida e sucesso . Festa tecnológica

Resenha: Engenharia Econômica e Finanças

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ENTREENTREvista

Vanzolini em Foco – O que é o Sistema de Informações do Mercado Brasileiro de Brinquedos, o projeto SimBrasil?Raul Miranda – A ideia do SimBrasil começou a amadurecer muito dentro da empresa no final de 2001. A Mattel, empresa de brinquedos, tem um pú-blico especial, a criança, com todas as suas particularidades. A criança quer o brinquedo, mas quem decide a compra são os pais ou responsáveis – o shopper. Então temos o desafio de como comu-nicar a esses dois públicos. Em 2001, sentimos uma grande dificuldade por-que não havia qualquer informação de mercado. Na época, ninguém auditava o mercado, não sabíamos o tamanho das categorias, as suas tendências – en-fim, o setor estava completamente às cegas nessa discussão, no que tange à informação. A partir daí começamos a pensar em como fazer esse trabalho. É evidente que há empresas que já rea-lizam pesquisas em outras categorias, mas elas ficam muito limitadas a um canal de distribuição. Especificamen-te no mercado de brinquedos não ha-via uma experiência na qual pudésse-mos nos basear. Por outro lado, havia a questão do custo, pois quando se está sozinho, fica inviável economicamen-te. E a nossa empresa em 2001 não era a empresa de hoje, era pequena ainda. Era uma multinacional com grande po-tencial, mas a essa altura tinha somen-te o potencial. Para fazer crescer esse potencial, tínhamos que conhecer o mercado. Começamos a amadurecer a ideia e, em 2002, pensei na universida-de, certamente poderíamos fazer uma associação. Eu particularmente acredi-to muito nessa sinergia entre empresa e

universidade. Então fomos à USP. Nos-so primeiro desafio foi, portanto, con-vencer a academia a participar do nosso trabalho. Depois, tivemos de conven-cer os nossos clientes a darem as infor-mações. Uns quatro ou cinco clientes líderes deram início a todo o projeto. Os primeiros resultados vieram em 2004. Hoje a amostra representa entre 55% e 60% do mercado, o que é mui-to bom. Temos todas as categorias do mercado de brinquedos representadas, mas não foi nada fácil no início, porque os clientes têm uma base de dados com informações diferentes umas das ou-tras. Hoje a base de dados é gigante, há um filtro para poder juntar todas essas informações, de todo formato.

VF – Não havia antes do projeto uma ca-tegorização do consumo desses brinquedos? RM – Havia. O mercado de brinquedos divide-se muito em mercado para meni-nas, para meninos e infantil pré-escolar. Dentro dessas grandes unidades, temos subcategorias: a de bonecas – e dentro da de bonecas há a divisão entre large dolls (as grandes), fashion dolls (como a Barbie), minidolls (como a Polly). Os meninos têm os bonecos, as figuras de ação, os carrinhos (que são um clássico). Há também os jogos e quebra-cabeças (dentro de uma categoria “família”). Essas categorizações foram muito im-portantes para conhecermos o merca-do e suas tendências. Por exemplo, há uma categoria dentro do SimBrasil que chamamos de “eletrônicos”, que reúne aqueles pequenos videogames. Trata-se de outra característica de brinquedo. VF – Essas divisões são rígidas? Por

exemplo, hoje a divisão entre brinquedos de menina e de menino não está mais elástica, uma parte dos brinquedos não interessa a ambos?RM – É muito mais o adulto que cria essas regras, porque a criança quer é brincar. A menina também brinca com figuras de ação, ou com carrinhos, por exemplo. As crianças têm muita imagi-nação, o adulto é que estabelece esses limites.

VF – Foi possível conhecer as peculiarida-des do mercado nacional?RM – Sim. O mercado brasileiro du-rante muitos anos manteve-se fechado a importações. A indústria nacional, na época, pensava de forma produtiva: eu fabrico 100 e vendo esses 100. Não se fazia um estudo sobre qual a capacidade do mercado. Com a abertura, começou a haver as importações e a indústria nacio-nal em algumas categorias começou a ter dificuldades. Hoje, a indústria brasileira fabrica com maestria todas as bonecas grandes (large dolls), por exemplo, o que é uma produção significativa. O mesmo ocorre com os jogos e quebra-cabeças, além de triciclos. Nessas áreas a indús-tria nacional tem presença importante. O produto importado gira em torno de 75% a 80% das vendas ao consumidor. O cenário mudou muito nos últimos sete, oito anos.

VF – O projeto SimBrasil está em que ponto?RM – Hoje ele tem uma dimensão na-cional. Conseguimos extrapolar os da-dos para termos informação categoria a categoria e conhecer as tendências no âmbito nacional. Além disso, há empre-

Um mercado muito especial Executivo da Mattel detalha as especificidades do setor de brinquedos no país e explica o

que é preciso fazer para agradar às crianças, exigentes consumidores de novidades

O diretor de Marketing da Mattel do Brasil, Raul Miranda, co-nhece a fundo as particularidades do mercado de brinquedos no Brasil, pois antes de assumir o cargo de diretor de marke-

ting, atuou como diretor de vendas na mesma empresa durante 8 anos. Segundo o executivo, a característica mais importante do setor é o fato de ter como consumidor a criança. Embora não seja ela quem efetiva-mente compra o produto – ação reservada a pais ou responsáveis –, desempenha papel fundamental na escolha do presente. “A criança é extremamente exigente com as novidades”, diz. Miranda explica ainda que essa avidez pelo novo impõe a necessidade de renovação anual dos estoques, o que dinamiza o setor. De origem portuguesa, o entrevistado desta edição do Vanzolini em Foco também ocupou o cargo de gerente geral da Braun (uma divisão da Gillete) em Portugal e no Brasil.

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ENTREENTREvista

“A indústria do brinquedo

necessita (...) muito de inovação”

sas interessadas em entrar no projeto. Até pouco tempo atrás, a Mattel era a única financiadora do projeto. A ampliação é muito boa, pois o mercado vai ficar mais profissional e ganhar em credibilidade. Vai se basear em tendências reais, e não no que a empresa “A” ou “B” acha. O brinquedo é um negócio que tem algum risco, o risco do inventário, do estoque final. A criança é extremamente exi-gente com as novidades. A indústria do brinquedo necessita, portanto, muito de inovação. Ela tem de se renovar todos os anos. Essa tem sido a grande dinâmica que a Mattel trouxe para o mercado. Nós renovamos a nossa linha em quase 100% ano a ano. Para isso, é preciso fazer um grande investimento, até porque a nos-sa empresa sofre bastante com as cópias. O mercado deu o grande salto em 2005. Hoje é o dobro do que era há cinco anos. Como nós sabemos de tudo isso? Gra-ças ao SimBrasil. Há oito anos, quando entrei nesse negócio, todo mundo dizia um número sobre o tamanho do merca-do. Hoje, temos dados exatos sobre isso. Voltando à questão do estoque, se você vira o ano com muito inventário, há ris-co de perder muita margem. Tem de ser muito bem-feito esse gerenciamento de estoque versus giro de produtos ao con-sumidor. A Mattel é uma empresa que tem as vendas dinamizadas pela venda ao consumidor, por isso temos dados do inventário de nossos clientes e vamos de 15 em 15 dias ver, produto a produto, como está o comportamento de venda ao consumidor.

VF – Como é feita a comunicação com os vários atores envolvidos nessa estratégia de vendas?RM – A nossa comunicação é voltada para o nosso target, que é a criança. Fo-camos em filmes para crianças a partir dos 3 anos veiculados em programas infantis na TV. É claro que nesse cam-po há várias discussões da sociedade sobre a exposição da criança a essa co-municação maciça. Os comerciais têm de ter regras. Por exemplo, nos comer-ciais do Max Steel, sempre há uma mão humana a manipular o brinquedo para mostrar à criança o que o boneco realmente faz.

VF – Para que o boneco não pareça ga-nhar vida...RM – Isso mesmo. O Conar [Conselho de Autorregulamentação Publicitária] re-gulamenta muito bem os comerciais

para crianças. Acho muito importante haver regras para evitar abusos. Temos de nos preocupar com isso, de forma a comunicar sem ser agressivo. Nossa principal forma de comunicar é pela TV, mas temos páginas de internet da Polly, da Barbie, que chegam a receber 2 milhões de visitas/mês. Principal-mente as meninas se identificam com a internet. O tempo que o menino gasta com a internet é muito mais voltado a atividades de ação. A internet propor-ciona a experiência com a marca e o conteúdo que colocamos nas páginas. Há várias atividades em hot sites dife-rentes para cada uma de nossas marcas. Não falamos apenas com crianças, há os colecionadores de Hot Wheels, por exemplo. Esse é um caso muito interes-sante porque o adulto nunca deixa de

ser criança. E o Hot Wheels tem uma particularidade, já que nesse brinque-do o filho e o pai são cúmplices, eles colecionam juntos. Numa pesquisa que fizemos recentemente, verifica-mos que o consumo do carrinho básico é de 40% de público adulto. Trata-se de uma fatia muito grande. Hoje te-mos um grande desafio pela frente que é falar com a criança e com o adul-to. O Brasil é um dos maiores merca-dos do mundo de carrinhos Hot Whe-els. Veja bem, temos essa informação por causa do SimBrasil. O brasileiro é apaixonado por automobilismo. Tanto é que neste ano vamos ter uma equi-pe de competição na Stock Car, a Hot Wheels Racing.

VF – Como surgiu a ideia de patrocinar um curso para clientes e funcionários da Mattel?RM – O curso reúne pessoas da área em aulas de interesse comum. Nossa grande jornada ao longo desses anos é profissionalizar o mercado. Infelizmen-te a Mattel esteve sozinha, patrocinan-do o projeto durante muitos anos. Não basta dizer ao cliente: “Olha você tem de se profissionalizar”. “Você tem que

modernizar o seu negócio”. Nós sem-pre tivemos a abertura de estimular o nosso cliente para que ele investisse no negócio. Acreditamos que, se o cliente cresce, todo o mercado se vai benefi-ciar e a Mattel também. De três anos para cá, passamos a desenvolver o que chamamos de Programa de Desenvol-vimento Estratégico do Cliente. Faz parte dele a concessão de bolsas todos os anos, pois identificamos em alguns clientes um grande potencial de cresci-mento, mas também percebemos que era necessário formalizar ao máximo o negócio de cada um. Ou seja, organizar o negócio, treinar suas equipes, com-prar sistemas novos etc. O nosso canal de distribuição no Brasil é predomi-nantemente familiar. Eram empresas que precisavam de investimento. Para esse programa, fizemos uma parceria com uma consultoria e começamos a fazer avaliações de negócios de alguns clientes. Foram identificadas áreas de melhoria. Os clientes desenvolveram projetos e a Mattel financiou 50% dos selecionados. E agora existe o curso que a Fundação Vanzolini está a dar para a capacitação de pessoas e de gestão. E vimos com muita gratificação hoje que há filhos dos donos do negócio – o que para nós é muito interessante porque eles vão dar continuidade ao negócio e são um fator importante de mudança. Nós também financiamos 50% desse curso para nossos clientes. Com isso, o mercado como um todo é beneficia-do, cresce, e isso reflete no negócio da Mattel. O mercado vai crescer e nós, como líder do mercado, vamos obter uma grande fatia desse crescimento. É um programa muito interessante e já está a contribuir com a profissionali-zação desse mercado. Temos também outro programa em que financiamos o lay out das lojas. Tudo para valorizar o brinquedo. Hoje temos muito mais certeza de que fazemos muito melhor as coisas graças ao projeto iniciado em 2002. Construímos uma fórmula, que são os quatro “is” da Mattel: inovação, investimento, impacto e informação. Com o SimBrasil e outras pesquisas que realizamos, conseguimos comple-tar a fórmula. Adotamos esses quatro “is” a partir de 2004. Isso fez com que a Mattel se tornasse uma empresa grande como é no Brasil e no mundo e também levou ao aquecimento do mercado. Para encantar a criança, você precisa desses quatro “is”.

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Em diaEm diaPALAVRA DO PRESIDENTE

Oportunidades visíveis

O fechamento desta primeira década do século 21 deixará, no mínimo, duas marcas para o mun-do. A primeira diz respeito aos impactos causados pela crise financeira global, que já devastou mi-lhares de empregos e de atividades produtivas. A segunda será ainda mais relevante: a lição de quem soube identificar e trabalhar com novas oportunidades que surgiram a partir desta crise.

Que a crise traz oportunidades, todos sabem. É quase um chavão. Mas identificar as oportuni-dades depende de conhecimento e competência para atravessar períodos como esse. Requer com-preender o mercado e interpretá-lo. Identificar alternativas, avaliá-las, modelar processos, iden-tificar as verdadeiras fontes de valor. Para isso, é preciso visão abrangente, sistêmica, para enten-der, ao mesmo tempo, tanto o todo como as partes. A capacidade para fazer tudo isso está nas pessoas. Sem equipes altamente capacitadas, ficaremos no chavão, com oportunidades perdidas.

Disseminar conhecimentos em Engenharia de Produção e suas diversas aplicações tem sido um dos mais fortes objetivos da Fundação Vanzolini ao longo de seus 42 anos. Possuímos expertise suficiente para atuar neste momento tão crítico que o mundo, sobretudo o corporativo, viven-cia. Afinal, faz parte de uma cultura socialmente responsável identificar, interpretar e atuar sobre esse mercado, e ajudar as empresas a atravessar este período, contribuindo para o seu desenvol-vimento sustentável.

A oferta de soluções customizadas, representa-das pelo desenvolvimento de projetos para a me-lhoria e implementação de sistemas produtivos, planejamento de produção e treinamentos, entre muitos exemplos, é uma das grandes oportuni-dades que temos. Ao mesmo tempo, a Vanzolini contribuirá para que outras empresas também en-frentem a crise, despertem para as suas próprias oportunidades e cresçam neste novo contexto so-cial e econômico. Esse é o nosso papel.

Mauro ZilboviciusPresidente da Diretoria Executiva

Em sua segunda edição no Brasil, a Campus Party, maior evento de entreteni-mento e tecnologia eletrônica do mundo, contou mais uma vez com a participação da Fundação Vanzolini. A equipe GTE (Gestão de Tecnologias aplicadas à Educação) contribuiu para a montagem da infraestrutura de conexão do encontro, além ofe-recer suporte operacional durante o evento, ocorrido entre 19 e 25 de janeiro, em

São Paulo. A Campus Party Brasil 2009 operou com conexão de 10 Gb por segundo: capacidade 340 vezes maior do que a fornecida pelas operadoras de telecomunicação aos usuários brasileiros de internet doméstica. Durante a semana de ativi-dades sobre novas tendências tecnológicas e entretenimentos

em games, blogs, música e robótica, o local recebeu mais de 4 mil participantes cativos, além dos 300 mil visitantes e 2 milhões de visitantes virtuais.

Destaque da programação do dia 21, o debate Inclusão Digital e Mobiliza-ção Social foi promovido pela GTE/Fundação Vanzolini e contou com a par-ticipação do cantor Lobão, do editor Fabio Lima, do programa Link da rádio Eldorado FM, e mediação do doutor em Semiótica Rogério da Costa, consultor da GTE/Fundação Vanzolini.

Convênio em benefício da saúde

A Fundação Vanzolini e o Hospital A.C. Camargo firmaram convênio para oferecer em conjunto cursos na área da saúde. O primeiro curso oferecido será o de formação de Green Belts em

metodologia Lean Seis Sigma, ainda neste semestre, destinado à melhoria da qualidade e produtividade de processos técnico-administrativos. Segundo o coordenador, professor doutor Alberto W. Ramos, este é o resultado de recente trabalho de sucesso, realizado em parceria entre as entidades, em que houve a identificação de áreas com mais oportunidades de melhoria, desenvolvimento de modelo de macroprocessos e seleção de propostas internas para a implantação da metodologia. Nesta nova fase, inicialmente, foi ministrado treinamento de capacitação aos envolvidos, no qual todos os casos e exercícios foram adaptados para situações da área de saúde. “A Vanzolini orientou diversos projetos em Centro Cirúrgico, Nutrição, Enfermagem, Glosas e outros departamentos”, afirma Ramos. “Novos cursos devem se somar a esta iniciativa pioneira.”

Sustentabilidade na logística

Em 23 de março, o Anfiteatro Prof. Francisco Romeu Lan-di, na Poli-USP, abriu as portas para a 1ª Jornada de Lo-gística e Supply Chain Management. Com o tema Logística e Sustentabilidade, o encontro teve por objetivo tratar de assuntos como a sustentabilidade nas operações de cadeias de suprimento; a otimização de operações logísticas com o

uso de métodos avançados; e o planejamento da infraestrutura logística no Brasil e em empresas brasileiras. Segundo o professor do Departamento de Engenharia de Produção da Poli-USP Hugo Yoshizaki, coordenador de curso da Fundação Vanzolini, do Programa de Mestrado em Engenharia de Sistemas Logísticos da Poli-USP (MLog-USP) e organizador do encontro, o foco deste ano mos-trou-se muito oportuno para empresas nacionais e internacionais. “A ideia é fazer eventos anuais sobre logística e para este ano escolhemos um tema quente, de interesse para docentes, profissio-nais, alunos de pós-graduação e pesquisadores que atuam nas áreas de Logística e Supply Chain Management”, explica. A programação, formada por um mix de teoria e prática, foi conduzida por palestrantes nacionais e internacionais. Entre os destaques, logo após a abertura dos trabalhos, Charles Corbett (Anderson Graduate School of Management – University of California at Los Ange-les UCLA) tratou da questão da sustentabilidade como indutor de excelência.

Meio século de vida e sucesso

Para comemorar os 50 anos do Departamento de En-genharia de Produção da Poli-USP, foi realizado, em 12 de março, um coquetel seguido de jantar para mais de 800 pessoas. Estiveram presentes no Espaço Rosa Rosarum, em Pinheiros, atuais e ex-alunos de graduação e pós-gra-

duação, funcionários, atuais e ex-professores e chefes de Departamento, além do vice-diretor da Poli, José Roberto Cardoso, autoridades, representantes área acadêmica e D. Maria Alice Vanzolini. Durante a noite, discursaram o chefe do Departamento, professor Mario Sergio Sa-lerno e os ex-chefes do Departamento professor Afonso Fleury e professor Samsão Woiler. Ao final do evento, os presentes receberam um exemplar do livro Construindo o Futuro: 50 Anos de Engenharia de Produção na Universidade de São Paulo, produzido pelo Departamento.

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DESTAQUEDESTAQUE

VANGUARDAVANGUARDAComo projetar funções interdependentes?

É extremamente comum que, numa empresa, funcionários de diferentes setores atuem

juntos em forças-tarefa, equipes de projeto e assemelhados. Na indús-tria de processo contínuo, porém, as áreas de Engenharia, Manutenção e Operação possuem muita inter-dependência. Isso é verificável em refinarias, petroquímicas, químicas, indústria de cimento e todas aque-las cuja transformação é de nature-za físico-química, e não de forma (como é nas indústrias de montagem, por exemplo). A Engenharia interfere diretamen-te na Operação quando estipula parâmetros, quando modifica procedimentos; em eventos críticos, a Engenharia “desce” à sala de operações e redefine manobras, monitora telemati-camente o estado da operação, indicando mudanças de es-tratégia de controle. A Operação, por sua vez, pode rejeitar as propostas da Engenharia, pois ela conhece a inércia das instalações, as relações de interdependência entre os proces-sos. A Manutenção, além de também monitorar telematica-mente o estado dos processos e dos equipamentos, interfere na Operação e na Engenharia de Processos quando indica novos parâmetros de set points em função do estado dos equi-pamentos, e assim vai.

Normalmente, Engenharia, Operação e Manutenção são projetadas isoladamente, qual seja, cada uma com um gestor, com atribuições específicas, não prevendo as inúmeras, fre-quentes e decisivas situações de trabalho conjunto “dentro” de outra dimensão. Muitos exemplos práticos mostram que

os limites, as fronteiras entre essas três dimensões organizacionais são móveis, interpenetrantes. Mas, tra-dicionalmente, as responsabilida-des são predefinidas, os objetivos, indicadores e critérios de avaliação de cada dimensão, de sua gestão e de seus funcionários são diferentes entre si, o que tende a levar a con-flitos de atribuição e de responsabi-lidades. E os custos de paradas não previstas, ou de desvios de produ-

ção, num processo caracterizado por elevado capital fixo, com elevado volume (fluxo) de produção, com pouca possibilidade de retrabalho, podem ser altíssimos.

O artigo “Engenharia, Manutenção e Operação em Pro-cessos Contínuos: Elementos para o Projeto de Fronteiras Organizacionais Móveis e Interpenetrantes”, de Mario Ser-gio Salerno e Marcelo Crescenti Aulicino, publicado na re-vista Gestão & Produção (v.15, n.2), aborda exatamente essa questão, e propõe critérios de projeto organizacional para enfrentá-la. O artigo é construído a partir de análise deta-lhada na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), da Petro-bras, em Cubatão, e de empresa multinacional de insumos para fertilizantes. Foram desenvolvidos critérios de projeto organizacional que contemplam a interpenetrabilidade das fronteiras dessas dimensões. Tais critérios estão ancorados na abordagem de sociotecnologia, uma evolução da aborda-gem de sistemas sociotécnicos, desenvolvida inicialmente na Holanda, e trabalhada no Departamento de Engenharia de Produção da Poli-USP.

A Fundação Vanzolini, por meio de sua diretoria de certifica-ção, e os parceiros Inovatech

Engenharia e Reed Exhibitions fi-zeram da Feicon Batimat 2009 um grande evento da construção susten-tável. Os visitantes da feira, que ocor-

reu entre 24 e 28 de março, puderam conferir a Casa AQUA, um protótipo em escala real para a apresentação de noções de sustentabilidade na cons-trução civil baseadas no Referencial Técnico de Certificação – Processo AQUA (Alta Qualidade Ambiental). “A casa é um conceito, um conjun-to de possibilidades de realização”, explica Manuel Carlos Reis Martins, coordenador executivo do Processo AQUA. “O interior dela é composto de uma série de ambientes expondo essas soluções.”

Surgido em setembro de 2008, o projeto da Casa AQUA tem por obje-tivos: promover a construção sustentá-vel; divulgar soluções de sustentabi-lidade de alto, médio e baixo custo e sua complexidade; promover, através

da Sustainable Building Alliance, a internacionalização de práticas sus-tentáveis; incentivar a certificação e o reconhecimento de empreendimentos de alta qualidade ambiental.

Na abertura da Feicon, no dia 24 de março, data do lançamento ao públi-co da Casa AQUA, foi realizado um seminário, organizado pela Fundação Vanzolini e seus parceiros franceses, chamado Cidades Sustentáveis: Con-ceitos e Aplicações Práticas. Durante o encontro, especialistas dos dois pa-íses discutiram iniciativas de sucesso no âmbito da sustentabilidade.

Realizada no ano da França no Brasil, a Casa AQUA tem apoio do governo francês para divulgação da cooperação entre os dois países na construção sustentável.

Fundação Vanzolini leva à Feicon 2009 casa-conceito para apresentar soluções de sustentabilidade na construção civil

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SOLUÇÃOSOLUÇÃO

Interessados em fazer parcerias para a realização de cursos de extensão no campo da Engenharia, represen-

tantes da Pontificia Universidad Jave-riana, localizada em Bogotá, Colômbia, estiveram no Brasil, no mês de fevereiro,

para uma série de reuniões na Poli-USP. Durante a rodada de discussões, o dire-tor do Centro de Educación Continua, Federico García Méndez, e o diretor do Programa de Educación Continua, da Faculdad de Ingeniería, Jorge Hernán Rojas Aldana, foram acompanhados pelo presidente da Recla – Rede de Educa-ção Contínua da Europa e América La-tina e membro do Conselho Curador da Fundação Vanzolini, professor Gregório Bouer. “A ideia surgiu porque sabemos que muitas universidades têm convênios marco com a USP, como é o caso da Ja-veriana. Só que há dificuldades de fazê-los ir para a frente. E agora resolvemos – com apoio da Recla – botá-los para fun-cionar”, explica Bouer.

A agenda incluiu encontros com o pró-reitor de cultura e extensão universitária, professor Ruy Alberto Corrêa Altafim, e com o diretor executivo de educação da Fundação Vanzolini, professor Mauro Spi-nola. “Como resultado das diversas reuni-ões feitas, estamos perfilando um projeto de trabalho que também seria assumido em parte pela Recla, com a participação da USP e da Universidade Javeriana”, diz Federico García Méndez.

Entre as oportunidades detectadas, Jorge Hernán Rojas Aldana destaca o

interesse em cursos nas áreas de en-genharia industrial, engenharia civil e alguns temas na área de sistemas. “Es-tamos estruturando uma estratégia para fazer programas conjuntos com o PECE [Programa de Educação Continuada da

Poli-USP], e também há alguns temas em conjunto com a Fundação Vanzolini, como seis sigma e logística”, adianta.

Quanto ao modelo do curso de exten-são, estão em debate a duração e a forma de diplomar os participantes. Já no que diz respeito ao modo de ministrar as aulas, das reuniões surgiram algumas propostas. “A ideia era fazer o curso a distância. Com a Vanzolini, inicialmente o professor Alber-to Ramos [que atua na área de Qualidade na Fundação] iria para lá dar um curso, para começar o relacionamento”, esclarece Bouer. “Na continuidade das conversa-ções, estivemos com o professor Altafim. Ele deu uma visão muito interessante: a criação de polos – por exemplo, teríamos um polo lá da universidade Javeriana para dar o curso, que seria dado daqui, lá have-ria monitores.”

Segundo o professor, trata-se de um curso semipresencial porque no início e ao fim do programa, as aulas serão minis-tradas presencialmente. “Trata-se de uma proposta nova na USP, mas a universida-de tem interesse nesse tipo de projeto por causa da meta de internacionalização. O professor Altafim prometeu dar todo o apoio”, continua Bouer.

Sobre o mercado no campo da engenha-ria para esse tipo de curso na Colômbia,

Jorge Aldana explica que foi criado todo um mercado profissional que exige atua-lizações constantes. “Especificamente há uma demanda para a área de seis sigma, devido ao grande número de multinacio-nais no país, que requerem que seus exe-

cutivos estejam familiarizados com essas metodologias”, detalha.

Os próximos passos dessa iniciativa de sucesso serão a formatação desse programa semipresencial e o amadure-cimento do diálogo entre os envolvidos. “O importante é que haja uma comu-nicação nos dois sentidos. Pois há áreas deles em que temos muito a aprender e experiências que podem ser trazidas para cá”, afirma Bouer.

Uma oportunidade para entrar em contato com a experiência em educação contínua da Colômbia e de outros países será o encontro da Recla a ser realizado na USP no final de setembro e início de outubro. “O tema central do evento des-te ano é Melhores Práticas em Educação Contínua, como é o caso da relação uni-versidade/empresa”, diz García Méndez. “Desde que assumimos a gestão da Recla – o Federico também é da diretoria –, re-solvemos fazê-la funcionar efetivamente como uma rede. Estamos agora fazendo a dinamização dos contatos, com cursos dados em outros países e que forneçam diploma duplo, por exemplo da Colôm-bia e do Brasil. Além disso, o aluno vai ganhar um certificado adicional da Recla, como um selo de qualidade desses pro-gramas”, finaliza Bouer.

Direto da Colômbia

Conheça um pouco da história de uma das mais antigas universidades da América

Fundada originalmente no ano de 1623, quando começava a colonização espanhola, a Universidad Javeriana é uma das mais antigas da América. Mais tarde, foi fechada durante a expulsão dos jesuí-tas da América, pelo rei Carlos III da Espanha. Reaberta no ano de 1930, vem crescendo ano a ano. No total são 17 faculdades, ou escolas, e vários centros de pesquisa. “Em Bogotá, temos cerca de 22 mil estudantes – 21 mil de graduação e cerca de 3.500 de pós-graduação. Na educação contínua, atendemos anualmente cerca de 32 mil pessoas”, diz o diretor do Centro de Educación Continua da universdade, Federico García Méndez.

Série de reuniões formalizam parceria na área de educação contínua

Diálogo promissor

Gregório Bouer Federico García Méndez Jorge Hernán Rojas Aldana

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A ergonomia aplicada aos sistemas informatizados (SIs) tem por objetivo compreender a interação entre os diferentes componentes de um sistema

informatizado a fim de elaborar parâmetros a serem inseri-dos na concepção de aplicativos que orientem os usuários e que contribuam para a execução da tarefa. Nesse sentido, espera-se dos aplicativos linguagem inteligível, sequência de ações claras e opções de entradas de dados que permitam o controle do processo e o feedback das ações. No entanto, algumas dessas condições raramente são contempladas. Se-ria esta uma das razões que levam um usuário a fracassar na sua tarefa? A proposta é indagar, antes de tudo, quais são as tarefas e a que faixa da população se destina o produto, para assim atingir os objetivos a que o artefato se propõe. Nesse processo, é fundamental compreender como o usu-ário se apropria das informações contidas no ambiente na perspectiva de incorporar essas representações (esquemas) conceitualmente no projeto.

A ergonomia no estudo dos SIs analisa diferentes vari-áveis, tais como a utilidade e a usabilidade do sistema e, especialmente, a dimensão cognitiva envolvida nesse tipo de tarefa. Dois eixos principais norteiam a análise de sis-temas informatizados: o primeiro refere-se à utilidade do sistema, ou seja, se ele possui os recursos (funcionais e de performance) necessários à realização das tarefas para as quais foi concebido.

O segundo eixo enfoca a usabilidade, relacionada à análi-se da qualidade do sistema em facilitar o seu manuseio e sua aprendizagem pelo usuário. Apesar da importância da esté-tica na navegação não se trata somente de tornar a interface mais atrativa ou agradável. Uma interface, dependendo da sua lógica de funcionamento, pode dificultar ou até impe-dir a ação dos usuários, quando é de difícil interpretação ou quando é desenhada a partir de uma compreensão distante da realidade de trabalho e/ou do usuário. É oportuno acres-centar que os sistemas são utilizados por usuários comuns e não somente por especialistas, e que os SIs tendem a se tornar cada dia mais interativos.

A visão antropocêntrica, na qual o usuário passa a ter um papel fundamental, não desconsidera a visão técnica neces-sária à concepção dos sistemas informatizados, mas legitima que as características da população devem guiar as decisões de cunho técnico, resultando em uma interface mais adap-tada aos seus usuários.

Nesse sentido, pode-se avançar dizendo que a interfa-ce deve ser configurada de forma a não exigir, necessaria-mente, dos usuários um novo aprendizado para associar comandos e ações, tornando a navegação mais “intuiti-va”. Compreende-se intuitiva no sentido de ser automá-tica, ou processada inconscientemente, solicitando pouco esforço cognitivo – facilitando a ação e reduzindo a pro-babilidade de erros.

Outro critério importante é a navegabilidade, que, além dos aspectos intrínsecos da usabilidade, engloba as caracte-

rísticas dos usuários, em particular as estratégias que adotam no processo de construção de problemas e da resolução que subsidia sua tomada de decisão. Ao ser confrontado com uma lógica de representação muito distinta de seu modo de funcionamento, as dificuldades para atingir um determina-do objetivo assumem proporções enormes, sobretudo para pessoas cuja familiaridade tecnológica é ainda incipiente.

A utilização dos preceitos da usabilidade, aliada à análi-se da situação real dos usuários, tal como proposta em er-gonomia, permite compreender as relações estabelecidas entre o sistema informatizado e a situação, bem como seu impacto na ação dos usuários do sistema. Trata-se de uma estratégia para envolver o usuário que realiza uma tarefa específica, e, portanto, observá-lo em ação, a fim de com-preender a sua lógica e, assim, incorporar ao SI elementos que facilitem a ação.

Reconhecer e compreender a variabilidade inter e in-traindividual nas diferentes etapas de um projeto indus-trial/organizacional possibilita a introdução de elementos flexíveis desde a concepção, como a valorização de um sa-ber constituído ao longo do tempo, incorporado na experi-ência do trabalhador.

Ao considerar a diversidade da formação, da aprendiza-gem e da experiência, contribui-se para a implantação de suportes que favoreçam o desenvolvimento continuado das competências. Isso possibilita atender às necessidades da reestruturação do trabalho que exigem do trabalhador de qualquer idade, em diferentes níveis de formação conhe-cimentos e habilidades para acompanhar essas mudanças. Assim, evita-se a exclusão de pessoas portadoras de expe-riências valiosas no desenvolvimento do processo de rees-truturação do trabalho.

Sem medo de fracassarArtigo analisa a ergonomia aplicada aos sistemas informatizados do

ponto de vista de sua utilidade e usabilidade

por Julia Issy Abrahão

Julia Issy Abrahão é professora visitante do Departamento de Engenharia de Produção da Poli-USP.

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Conselho Curador: Antonio Rafael Namur Muscat – Fernando José Barbin Laurindo – Celma de Oliveira Ribeiro – Gregório Bouer – João Amato Neto – Marcelo Schneck de Paula Pessôa – Roberto Gilioli Rotondaro. Diretoria Executiva: Mauro Zilbovicius (diretor presidente) – Clovis Armando Alvarenga Netto (diretor administrativo) – Paulino Graciano Francischini (diretor financeiro) – Mauro de Mesquita Spinola (diretor de educação). Informações: Av. Prof. Almeida Prado, 531, 1° andar, Cidade Universitária, São Paulo - SP, cep 05508-900, tel. (11) 3814-7366, fax (11) 3814-7496 www.vanzolini.org.br – e-mail: [email protected]. Diretora editorial: Celma de Oliveira Ribeiro. Criação e Realização: “Entre Aspas”, tel./fax (11) 3032-2049. Jornalista responsável. Fatima Cardoso MTB 19 945

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Em momentos de crise, em que o dinheiro disponível é mais escasso, deter o co-

nhecimento necessário para me-lhor gerir esse recurso passa a ter uma importância redobrada no âmbito empresarial e se mostra um importante diferencial com-petitivo, com o qual as organi-zações devem se preocupar. Por isso, este trabalho é extremamen-te oportuno.

Esta obra oferece um trabalho didático e acessível sobre os as-pectos econômicos e financeiros, fornecendo subsídios à compre-ensão desses assuntos tanto aos gestores de empresas quanto aos estudantes de Engenharia de Produção, pós-graduação ou cur-sos de especialização.

Engenharia Econômica e Finanças discorre não só sobre os principais conceitos teóricos da Engenharia Econômica, mas também sobre aspectos de micro e macroeco-nomia, da utilização de demons-trativos financeiros para análises econômicas, de finanças e de em-preendedorismo. O livro enfatiza a conjunção de tais conceitos no âmbito empresarial e nos transmite a ideia de que as atividades envolvidas em cada um deles estão coligadas às demais. Toda a experiência de longos anos de ensino e de pesquisa, aliada aos trabalhos de consultorias empresariais dos autores, professores das mais renomadas instituições de ensino do país, reflete-se no conteúdo desta obra, composta de alguns capítulos de natureza teórica (economia, contabilidade e finanças) e ou-tros que aplicam essa teoria na prática (engenharia econô-mica, análise de investimentos e empreendedorismo).

Já na abertura do livro, o professor Reinaldo Pacheco nos apresenta de maneira sintética os principais pontos da eco-nomia que influenciam as decisões de financiamento e in-vestimentos das empresas, tanto no contexto micro quanto no aspecto macroeconômico. O professor Cesar das Neves nos ensina no capítulo 2 as noções básicas de contabilida-

de, demonstrativos financeiros e indicadores econômicos, essen-ciais para os modelos de tomada de decisão a serem apresentados.

No capítulo 3, os professores Armando Celestino, Guilherme Calôba e Regis Motta discorrem sobre a Engenharia Econômica. Conceitos de matemática finan-ceira se adicionam aos principais métodos de tomada de decisão econômico-financeira para teori-zar o custo de capital e o valor do dinheiro no tempo. No capítulo 4, Análise de Investimentos, os mes-mos professores nos dão uma visão sobre a avaliação de empresas, de ativos do mercado financeiro e de suas relações, enfatizando os aspectos da relação risco-retorno nos investimentos. Finanças Cor-porativas são tratadas no capítulo 5. Novamente o professor Cesar das Neves compartilha conosco sua experiência no campo das fi-nanças, tratando do papel da admi-nistração financeira na firma, seus objetivos, mercados e instrumen-tos de tomada de decisão.

Para fechar o livro, no capítulo 6, os professores Reinaldo Pacheco e o Marcelo Nakagawa abordam o Empreendedorismo. Apresentam um histórico dessa atividade e da importância da estratégia dentro dos novos negócios. Procuram despertar nos leitores o inte-resse pelos negócios, pela capacidade de empreender e mostram que é possível o desenvolvimento de projetos pessoais, ensinando-os a avaliarem seus potenciais negó-cios com o ferramental visto ao longo de todo o livro. Não bastasse essa sólida explanação teórica, o livro também disponibiliza ao leitor atividades práticas que o levarão a um melhor desempenho e compreensão dos conceitos, assim como a análise de diferentes estudos de casos.

Por tudo isso, podemos dizer que a obra é um compêndio que fundamenta e integra as áreas relacionadas à análise econômica e financeira de empreendimentos. Com certeza, um livro que todos deveriam ter em suas estantes.

por José Eliel da Silva Junior

José Eliel da Silva Junior é engenheiro, faz parte da empresa GtPlenus – Gestão de Tecnologia.

Obra reúne especialistas para tratar de forma simples assuntos como Engenharia Econômica e empreendedorismo

Teoria e prática para o sucesso empresarial

O professor do Departamento de Engenharia de

Produção da Poli-USP Reinaldo Pacheco e outros

especialistas lançam obra que reúne teoria e

prática da Engenharia Econômica e Finanças