Criançar: ética e os infantis Leni Vieira Dornelles.
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Criançar: ética e os infantis
Leni Vieira Dornelles
Devir- Criança
•Devir é sempre processo, nem começo, meio ou final da viagem – é um eterno processo de tornar-se, na ética de afirmações da vida (Deleuze).
Ética e infância como uma recriação da vida infantil.
• Pensar no devir infantil a partir do CRIANÇAR:
• viver o criançar é viver intensamente o processo de ser criança, é afirmar a vida infantil. É ver a vida das crianças como a recriação de si.
Problematizar o termo INFÂNCIA:
•Que infância é esta ou de que infâncias estamos falando?
•Que ética é esta ou de que ética estamos falando?
As múltiplas infâncias hoje.
a infância de rua: com suas crianças que vivem e sobrevivem sem a proteção do adulto...
a infância trabalhadora: com as crianças nas carvoarias, nas plantações de cana, nas colheitas de cizal, na prostituição das ruas...
a infância cyber: das crianças que lidam com as novas tecnologias de games, internet, televisão à cabo, lan houses...
E nós professores/as?
• Queremos que as crianças sejam apenas competentes, encapsuladas dentro de manuais e didáticas, mas... podemos:
• Seguir seus processos, interstícios, aventuras e desventuras, descobertas, imaginação, trilhas de ir e vir, de pedras, flores, espinhos, sorrisos,choros.
• Seguirmos as marcas deixadas no voltar e começar, cair e levantar, criar e desmanchar. Borrando, pintando, dançando, pulando, brincando - vivendo intensamente o criançar .
Inventar o criançar
• Como se inventa a arte – a vida como obra de arte – e nessa pintura, o processo será mais importante que o produto, porque neste criançar se poderá sempre pintar as infâncias - começando sempre que necessário, tudo novamente.
Criançar como obra de arte
•Pintar o criançar como novidade, como descoberta, com o jeito de ser criança que só as crianças têm.
Criançar - parte de um contexto cultural e histórico
• Em permanente transformação onde:• as mudanças acontecem ao longo das
infâncias; • os direitos estão sendo negados às
crianças;• as crianças pensam diferente dos adultos; • a criança não é o adulto e podemos
inventar com ela novas possibilidades da vida infantil.
Criançar em defesa
• da criança-poeta, da criança-artista, da criança-pintora, da criança-cantora, e, principalmente, da criança-brincante.
• Inventarmos com elas a vida com capacidade de criançar e sobretudo de criançar-se.
Um criançar que possibilite:
• o sonho a novidade
• a fantasia a invenção
• a brincadeira a espontaneidade
• o lugar para a emoção a solidariedade
• o lugar para o desejo o prazer
• o gosto pelo belo a criatividade
• a sensibilidade a subjetivação
• a expressão a generosidade
• a curiosidade a paixão
a convivência fraterna com o outro
Acima de tudo viver intensamente
•Com muita generosidade o criançar - o devir-criança - como uma ética de afirmação da vida.