Criação de Valor Compartilhado...É no campo que reside a grande força de nossa economia e foi...

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Criação de Valor Compartilhado Desenvolvimento Rural RELATóRIO NESTLé BRASIL – 2010

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  • Criação de Valor CompartilhadoDesenvolvimento Rural

    RelatóRio Nestlé BRasil – 2010

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  • 6 Compromisso Sustentabilidade e Criação de Valor Compartilhado

    8 Princípios Nestlé As bases sólidas da confiança

    11 Mais alimentos com menos recursos Conhecimento, produtividade e renda no campo

    14 Alimento sustentável Qualidade e sustentabilidade na cadeia leiteira

    22 Tecnologia no campo Uma ponte entre a pesquisa científica e a agricultura familiar

    30 Qualificação e assistência rural Assistência técnica eleva resultados do produtor

    34 Responsible sourcing Relações éticas e duradouras com a cadeia de fornecedores

    36 Desenvolvimento local Bons negócios e bem-estar na comunidade

    40 Regionalização e BoP Qualidade, nutrição e inclusão social

    44 Ciência e nutrição Nutrição para a saúde e o bem-estar

    50 Gestão ambiental Compartilhando recursos naturais

    56 Gestão de pessoas A multiplicadora de benefícios

    62 Projetos culturais incentivados Arte cria valor

    65 Eventos Criação de Valor Compartilhado Fórum de Criação de Valor Compartilhado destaca desenvolvimento rural

    “É no campo que reside a grande força de nossa economia e foi seu desempenho que posicionou o Brasil como um dos maiores produtores de alimentos do mundo”.

    Ivan F. Zurita

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    Harmonizar a necessidade de produzir alimentos para atender uma população mundial

    crescente e, ao mesmo tempo, conservar os recursos naturais do planeta é um dos

    principais desafios do século XXI.

    A Nestlé se orgulha de contribuir para a superação desse desafio, tanto ao oferecer

    alimentos de alto valor nutricional, cada vez mais acessíveis à população, quanto

    estimulando o desenvolvimento da agricultura sustentável. Nesta, a qualidade da

    produção está intrinsecamente associada aos cuidados com a conservação da água,

    do solo, do ar e da biodiversidade.

    A sustentabilidade dos negócios da Nestlé tem como fio condutor a estratégia de

    Criação de Valor Compartilhado ao longo de todos os elos da cadeia produtiva.

    Além disso, alinha-se aos objetivos de combate à fome e à miséria e no respeito aos

    direitos humanos e trabalhistas expressos nas Metas do Milênio e no Pacto Global da

    Organização das Nações Unidas (ONU), dos quais somos signatários.

    É no campo que reside a grande força de nossa economia e foi seu desempenho que

    posicionou o Brasil como um dos maiores produtores de alimentos do mundo.

    Tema central deste relatório, o desenvolvimento rural é também um dos pilares em que a

    Nestlé se apoia para compartilhar valor com a sociedade brasileira.

    Para isso, trilhamos a via do conhecimento, a fim de capacitar produtores rurais

    e garantir seu acesso à tecnologia. Conduta que resulta não apenas em maior

    geração de renda e qualidade das culturas e criações, mas também impacta

    positivamente a oferta de alimentos para a população.

    Embora este relatório resuma nossas práticas mais recentes, a Geração de Valor

    Compartilhado vinculada ao desenvolvimento rural data da chegada

    da Nestlé ao Brasil, 90 anos atrás.

    Já no início dos anos 1920, colaboradores da Nestlé percorriam pela manhã e

    à tarde as chamadas “estradas do leite”, recolhendo o leite produzido pelas fazendas

    da região. Passaram posteriormente a prestar assistência técnica aos produtores,

    mostrando como era possível aumentar a produção e os lucros, com a melhora da

    nutrição do gado, a modificação dos cuidados e práticas mais amplas da higiene.

    A força do Brasil como protagonista da segurança alimentar global certamente se

    concretizará nas próximas décadas e a Nestlé contribuirá para isso com estratégias que

    evidenciam nosso modo de ser: criando e compartilhando valor com toda a sociedade.

    Ivan F. Zurita

    Geração de Valor Compartilhado

    Uma história de 90 anos no Brasil

  • 6 | Relatório Social Nestlé - 2O1O

    Sustentabilidade e Criação de Valor Compartilhado

    Compromisso

    Criar valor para a sociedade e para seus

    acionistas, no longo prazo, por meio de

    uma atividade sustentável, está no centro

    da estratégia da Nestlé para perenizar

    o seu negócio. Esse é um compromisso

    que leva a empresa a promover, em

    suas cadeias produtivas, a Criação de

    Valor Compartilhado, que vai além do

    cumprimento de leis e das premissas da

    sustentabilidade.

    A Criação de Valor Compartilhado é uma

    forma de conduzir a gestão dos negócios

    e dos processos cotidianos de modo a

    gerar benefícios para todos os envolvidos:

    os parceiros que integram as cadeias

    produtivas, as comunidades presentes no

    entorno de suas unidades, os consumidores

    e a sociedade.

    A companhia identifica três pilares

    de maior potencial para compartilhar

    valor com a sociedade: Nutrição, Água

    e Desenvolvimento Rural. São áreas

    estratégicas para os negócios e vitais para

    o bem-estar das pessoas nos países

    em que a Nestlé está presente.

    Para realizar a estratégia de Valor

    Compartilhado, a companhia busca

    ativamente parcerias capazes de acentuar

    o impacto positivo sobre essas áreas.

    Ao fazer isso, mantém uma visão ampla

    de desenvolvimento de negócios e

    acolhe o diálogo com parceiros externos

    comprometidos a agir em consonância

    com esses valores. Isso inclui autoridades

    governamentais e órgãos regulatórios,

    organizações não governamentais,

    entidades acadêmicas e profissionais, e

    comunidades locais.

    Criação de Valor Compartilhado

    Nutrição, Água, Desenvolvimento Rural

    sustentabilidade

    Proteger o futuro

    Compliance

    Princípios Nestlé de Gestão Empresarial, Leis, Códigos de Conduta

    É uma forma de conduzir a gestão dos negócios e dos processos cotidianos de modo a gerar benefícios para todos os envolvidos.

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  • 8 | Relatório Social Nestlé - 2O1O

    Os Princípios Nestlé de Gestão

    Empresarial constituem a base da cultura

    organizacional da companhia e são a

    garantia da confiança que os consumidores

    e parceiros vêm depositando na empresa

    ao longo de seus 145 anos de história.

    O crescimento da Nestlé tem se

    baseado na premissa de que o sucesso

    contínuo no seu relacionamento com

    parceiros de negócios exige a criação de

    valor significativo para a sociedade, além

    do cumprimento das leis vigentes e da

    garantia de que todas as atividades são

    sustentáveis.

    CoNsumidoRes

    1 - Nutrição, saúde e Bem-estar

    O principal objetivo da Nestlé é melhorar

    a qualidade de vida do consumidor a

    cada dia, em todos os lugares, pela oferta

    de opções de alimentos e bebidas mais

    saborosos e saudáveis, bem como encorajar

    um estilo de vida mais saudável, e expresso

    na frase Good Food, Good Life.

    2 - Qualidade e segurança do produto

    Em qualquer parte do mundo, o

    nome Nestlé representa uma garantia ao

    consumidor de que o produto é seguro e

    produzido segundo os mais altos padrões.

    3 - Comunicação com o consumidor

    A Nestlé se compromete a realizar uma

    comunicação responsável e confiável

    – que confere ao consumidor o direito

    de escolher com base em informação

    recebida – e promover dietas mais

    saudáveis. A Nestlé respeita a privacidade

    do consumidor.

    diReitos HumaNos e PRátiCas

    tRaBalHistas

    4 - direitos Humanos nas atividades

    profissionais da Nestlé

    A Nestlé apoia plenamente os princípios

    norteadores do Pacto Global das Nações

    Unidas no que tange a direitos humanos

    e trabalhistas. A empresa tem por objetivo

    proporcionar um exemplo de boas práticas

    de direitos humanos e conduta laboral em

    todas as suas atividades corporativas.

    As bases sólidas da confiança

    Princípios Nestlé

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    ColaBoRadoRes

    5 - liderança e responsabilidade

    individual

    O sucesso da Nestlé está vinculado

    aos seus colaboradores. Prevalece em seu

    ambiente de trabalho um tratamento

    mútuo de respeito e dignidade.

    A Nestlé seleciona pessoas competentes

    e motivadas, que respeitem os valores da

    companhia. Oferece oportunidades iguais

    para o desenvolvimento e o progresso de

    todos os colaboradores, protegendo sua

    privacidade. Não tolera qualquer forma de

    assédio ou discriminação.

    6 - segurança e saúde no trabalho

    A Nestlé assume o compromisso de

    prevenir acidentes, lesões e doenças

    decorrentes das condições de trabalho,

    bem como de proteger os colaboradores,

    parceiros de negócios e outros envolvidos

    na cadeia de valor.

    FoRNeCedoRes e ClieNtes

    7 - Relacionamento com fornecedores

    e clientes

    É prática da Nestlé estabelecer

    compromissos – com todos os seus

    fornecedores, representantes, terceiros e

    funcionários – baseados na honestidade,

    integridade e lealdade, bem como na

    adesão aos princípios não negociáveis de

    conduta da companhia. Da mesma forma,

    a empresa assume esse compromisso

    perante seus clientes.

    8 - agricultura e desenvolvimento Rural

    A Nestlé contribui para melhorias na

    produção agrícola, na condição social

    e econômica dos produtores e das

    comunidades rurais, bem como dos

    sistemas de produção, adequando-os para

    torná-los ambientalmente mais sustentáveis.

    meio amBieNte

    9 - sustentabilidade ambiental

    A Nestlé está comprometida com

    a busca de práticas corporativas

    sustentáveis do ponto de vista ambiental.

    Em todos os estágios do ciclo de vida do

    produto, a companhia procura utilizar

    eficientemente os recursos naturais e

    favorecer o uso de recursos renováveis

    por sistemas de gestão sustentável, tendo

    por meta o desperdício zero.

    10 - água

    A Nestlé compromete-se a utilizar os

    recursos hídricos de modo sustentável e

    sob um gerenciamento continuamente

    aperfeiçoado. A companhia reconhece que

    o mundo enfrenta um desafio crescente

    com relação à água e que a gestão

    responsável dos recursos hídricos mundiais

    por todos aqueles que os utilizam é uma

    necessidade absoluta.

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  • Augusto Blaschi Neto planta salsão em sua propriedade, em São José do Rio Pardo.

    É produtor assim como seu pai, Natalino, também foi. Com o neto de Natalino também tocando a

    produção, agora três gerações permanecem no campo fornecendo para a Nestlé alimentos de alta

    qualidade. O programa que a Nestlé desenvolve na região, em parceria com a ESALQ, contribui

    para a fixação do homem no campo, geração de renda e sustentabilidade da atividade e dissemina

    o conceito de Criação de Valor Compartilhado.

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    Natalino Blaschi é um pequeno produtor

    rural de São José do Rio Pardo, no interior de

    São Paulo. Em 1998, ele começou a fornecer

    as cenouras que planta em sua propriedade

    de quatro hectares para a fábrica da Nestlé,

    que fica a quatro quilômetros de suas

    terras, dando início ao que se tornaria uma

    tradição familiar. Em 2003, seu filho, Augusto

    Blaschi Neto, assumiu as atividades da

    propriedade e manteve a parceria com a

    empresa. Hoje, o neto de Natalino, Dimas

    Augusto Blaschi, estuda e aprende técnicas

    de plantio e de boas práticas agrícolas

    por meio de um programa de excelência

    contínua que a Nestlé promove na região e

    envolve 22 produtores rurais que vivem da

    agricultura familiar.

    Quando inaugurou a planta de

    São José do Rio Pardo, em 1974, que

    hoje fabrica a linha de cereais, produtos

    infantis e culinários, com papinhas, sopas

    e cremes, a Nestlé proporcionou uma

    alternativa de renda e de bem-estar social

    para dezenas de pequenos produtores

    de verduras e legumes como Natalino,

    Conhecimento, produtividade e renda no campo

    Mais alimentos com menos recursos

    que extraem de suas terras cenoura, salsa,

    alho-poró, aipo e espinafre. Essa parceria

    vem compartilhando valor entre todos os

    participantes da cadeia produtiva e tem

    apresentado resultados formidáveis.

    Em 2010, esses agricultores forneceram

    cerca de 4,7 mil toneladas de legumes para

    a Nestlé, ante 1.400 toneladas, em 2006, ou

    quase triplicaram o volume nesse intervalo.

    A produtividade dos plantios de cenoura

    passou de 28 toneladas por hectare,

    em 2006, para 52 toneladas por hectare,

    em 2010. Os legumes e verduras frescos

    fornecidos são matérias-primas de alta

    qualidade, que conferem ao produto final

    o diferencial de excelência que a Nestlé

    oferece aos consumidores. Significa dizer

    que o programa de desenvolvimento de

    fornecedor da Nestlé São José do Rio Pardo

    está gerando valor.

    O programa envolve o repasse aos

    agricultores das melhores técnicas

    agrícolas, que vão desde a escolha das

    sementes, passando pelo plantio e a

    colheita, e resultando em significativos

    aumentos de produtividade e de renda.

    Com isso, os agricultores podem viver

    de suas terras, o que vem garantindo

    a permanência das novas gerações no

    campo, como ocorre com a família de

    Natalino. Para a realização desse programa,

    a Nestlé firmou um acordo de cooperação

    com a Escola Superior de Agricultura Luiz

    de Queiroz, da Universidade de São Paulo,

    (ESALQ/USP), câmpus de Piracicaba (SP).

    Quando inaugurou a fábrica de São José do Rio Pardo, em 1974, a Nestlé proporcionou uma alternativa de renda e de bem-estar social para dezenas de pequenos produtores.

  • 12 | Relatório Social Nestlé - 2O1O

    Contra o desperdício

    metodologia leaN para Criação de

    Valor Compartilhado

    Com a introdução, em 2009, da

    metodologia LEAN para Criação de Valor

    Compartilhado na cadeia de fornecedores

    de São José do Rio Pardo, a Nestlé

    aprofundou ainda mais a parceria com

    os produtores rurais da região. O LEAN

    é uma forma de analisar uma cadeia de

    valor, visando aumentar a eficiência em

    todos os seus elos pelo mapeamento de

    pontos de desperdício e pela capacitação

    de todos os envolvidos. Assim, cada um

    pode contribuir para a melhoria de sua

    área de atuação, abrindo oportunidades de

    geração de valor para todos. A aplicação da

    metodologia promove o desenvolvimento

    baseando-se no tripé tecnologia, economia

    e impacto social. A disseminação da

    tecnologia na cadeia produtiva aumenta

    a produtividade e a renda, possibilitando

    uma cadeia sustentável compartilhada.

    Mas a aplicação da metodologia vai além,

    com reflexos significativos na qualidade

    do produto final e na redução do impacto

    ambiental da atividade.

    O projeto piloto de LEAN para a Geração

    de Valor Compartilhado em São José do

    Rio Pardo envolveu seis produtores e

    foi centrado em dois produtos – salsa e

    cenoura. Os técnicos da Nestlé analisaram

    e identificaram oito pontos de desperdício,

    que incluíam possibilidades de economia de

    combustível na hora da entrega, redução do

    consumo de água, melhor uso de sementes,

    entre outros. A ideia era a de fazer o

    produtor entender toda a cadeia produtiva

    e avaliar seu próprio processo de produção.

    Na etapa de implantação, conduzida

    pela área de LEAN Corporativo e pela

    equipe de São José do Rio Pardo, a cenoura

    Mais alimentos com menos recursos

    A disseminação da tecnologia na cadeia produtiva aumenta a produtividade e a renda, possibilitando uma cadeia sustentável compartilhada.

    A família Martini fornece há mais de 20

    anos verduras e legumes para a fábrica

    da Nestlé de São José do Rio Pardo.

    João Carlos de Martin segue a

    atividade de seu pai, Antonio de Martini,

    e repassa conhecimentos para seu filho,

    Leonardo de Martini. Três gerações que

    permanecem no campo e se beneficiam

    dos programas de excelência contínua

    que a Nestlé desenvolve junto

    a seus fornecedores.

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    Pre

    to

  • chegava à fábrica com talo e muita terra,

    o que exigia maior consumo de água para

    sua lavagem. Na média, havia cerca de

    100 quilos de terra por tonelada de

    cenoura. Detectado o problema, os

    produtores foram orientados a limpar a

    cenoura, sem uso de água, apenas usando

    as mãos para remover a terra. Com isso, eles

    também passaram a avaliar as cenouras

    que estavam entregando, separando as

    que apresentavam irregularidades, como as

    trincadas que estavam com problemas.

    Com a correção, os produtores deixaram

    de ser descontados, pois melhoraram a

    qualidade do produto entregue.

    Na área de produção, houve uma redução

    do consumo de água, da geração de

    resíduos, eliminando-se os custos de

    remoção da terra que ficava dentro da

    fábrica. “A filosofia do LEAN, que estamos

    aprendendo, vai servir tanto para a cenoura

    quanto para outras culturas”, diz Nelson

    Gomes, produtor de cenoura. “Então, é uma

    grande coisa que a Nestlé está fazendo

    para a gente. Em troca, vamos conseguir

    melhorar cada vez mais a qualidade do

    produto que entregamos para a empresa”.

    Para Cláudio Sarti, gerente da fábrica de

    São José do Rio Pardo, o produtor já está

    comprometido com essa parceira para

    agregar e compartilhar valor: “A gente vê

    hoje o produtor fazendo o mapa de criação

    de valor e aprendendo, com entusiasmo, o

    uso de uma nova ferramenta”.

    Novas técnicas para agregar valor às

    plantações

    Investir na capacitação técnica dos

    produtores de verduras e legumes é o

    foco da parceria firmada entre a Nestlé e a

    ESALQ/USP em 2007. Os alunos do último

    ano de Agronomia da ESALQ ajudam os

    produtores de São José do Rio Pardo

    Ganho de produtividade(Toneladas/ hectare)*

    Ano Aipo Alho-poró Espinafre Salsa Cenoura

    2006 65,00 63,70 60,00 30,00 28,00

    2007 72,00 63,70 62,00 45,00 43,00

    2008 75,00 65,00 65,00 58,00 48,00

    2009 75,00 65,00 69,00 55,00 50,00

    2010 93,80 75,50 70,00 61,00 52,00

    *Resultados da parceria Nestlé/ESALQ, em São José do Rio Pardo

    * Evolução dos volumes da colheita de legumes contratados pela Nestlé em São José do Rio Pardo

    Evolução da colheita legumes* (em toneladas)

    1.391

    3.850

    3.042

    3.989

    4.712

    Aprender a planejar suas atividades e depois a avaliá-las reduz o desperdício, corrige desvios, aumentando a qualidade e a produtividade.

    2006 2007 2008 2009 2010

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    a desenvolverem suas culturas,

    preparando-se, assim, para o mercado

    de trabalho. Eles são orientados por um

    coordenador especialista e as experiências

    realizadas em campo são utilizadas como

    fonte de pesquisas pela universidade.

    Os produtores são capacitados a

    desenvolver as boas práticas agrícolas, o

    que envolve adubação, irrigação, controle

    fitossanitário, entre outras ações. São

    estimulados a fazer um manejo integrado

    de suas propriedades para o controle de

    ervas daninhas, de pragas e de doenças

    e recebem recomendações sobre como

    trabalhar com as sementes. Aprendem

    a planejar suas atividades e depois a

    avaliá-las – desde a preparação do solo

    até a entrega na fábrica. Isso proporciona

    ótimos resultados, pois reduz o desperdício,

    corrige desvios, aumentando a qualidade e

    a produtividade.

  • O leite e seus derivados são alimentos de

    grande importância na mesa dos brasileiros.

    O leite também é matéria-prima

    componente de uma cadeia de alimentos

    essenciais para a dieta cotidiana da

    população. O Brasil é o quinto maior

    produtor mundial de leite e sua produção é

    fonte de renda para aproximadamente 1,35

    milhão de famílias, a grande maioria, 81%,

    formada por pequenos produtores familiares.

    Em 2010, estima-se que o Brasil

    produziu cerca de 29,4 bilhões de litros

    de leite. Deste total, a Nestlé Brasil e sua

    coligada DPA – Dairy Partners Americas,

    empresa dos grupos Nestlé e Fonterra –

    captaram em torno de 2,12 bilhões de

    litros, consolidando sua posição de maior

    compradora individual do setor.

    Consciente de sua posição de liderança,

    a Nestlé/DPA desenvolve programas

    visando aprimorar a qualidade do leite,

    melhorar a gestão e a lucratividade das

    propriedades, bem como reduzir o impacto

    ambiental da atividade.

    Disponíveis para seus 6.550

    fornecedores diretos e cerca de

    40 mil indiretos e oferecidos por meios

    próprios ou em parcerias com outras

    organizações, esses programas envolvem

    assistência técnica, cursos e treinamentos,

    promovem a capacitação dos produtores,

    técnicos e estudantes e a transferência

    de tecnologia para o campo. Com ações

    que se entrelaçam e se complementam,

    adquirem aspectos diferenciados nas

    diversas regiões brasileiras, em função das

    características da produção local e das

    parcerias estabelecidas para realizá-los.

    Seus objetivos, no entanto, convergem:

    gerar e compartilhar valor com a sociedade.

    Qualidade e sustentabilidade na cadeia leiteira

    Alimento sustentável

    A Nestlé desenvolve programas visando aprimorar a qualidade do leite, melhorar a gestão e a lucratividade das propriedades, bem como reduzir o impacto ambiental da atividade.

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  • O produtor Marco Antônio Bordin, fornecedor de leite da Nestlé/DPA,

    teve sua fazenda, uma das mais equipadas de Guararapes, em São Paulo,

    certificada na categoria Boas Práticas. Um reconhecimento à produção

    de leite de alta qualidade.

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  • Entre os programas desenvolvidos

    pela Nestlé/DPA visando à melhoria da

    qualidade do leite, destacam-se o Boas

    Práticas na Fazenda (BPF), que contribui

    para a melhoria de gestão, manejo e

    rentabilidade para o produtor; o Sistema

    de Valorização do Leite (SVL), um método

    de precificação que oferece um diferencial

    no pagamento de leite de melhor

    qualidade e composição; e o Pró-Sólidos,

    que incentiva a produção de leite com

    maior teor de sólidos, ou seja, como mais

    proteína e gordura, portanto de maior

    valor nutricional. Esses programas são

    complementares a outros desenvolvidos

    pela companhia, como os de transferência

    de tecnologia e de assistência técnica.

    Fazendas de excelência

    O programa Boas Práticas na Fazenda

    (BPF), lançado pela Nestlé/DPA em

    2005, teve como ponto de partida uma

    Alimento sustentável Leite de melhor qualidade

    Jaime Polo da Cruz, produtor de leite, cria vacas em sua Estância Shangrilá, em

    Birigui, São Paulo. Recebe assistência técnica do NATA, programa da Nestlé/DPA

    que o ajuda com orientações sobre produção e gestão da propriedade, além de

    prever a visita mensal de um técnico.

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  • Relatório Social Nestlé - 2O1O | 17

    parceria com a Embrapa, responsável pela

    condução do Programa Alimento Seguro

    no Campo, e foi estruturado tendo como

    referência experiências realizadas em

    países como França, Espanha, Austrália e

    Nova Zelândia, onde o programa existe

    há vários anos. Pioneiro no Brasil e até

    hoje incomparável em sua escala, seu

    objetivo é o de garantir a segurança e a

    qualidade da matéria-prima, bem como a

    sustentabilidade ambiental e econômica

    das fazendas. Avanços nesse sentido têm

    impacto em todo o setor, elevando o

    patamar da pecuária leiteira brasileira.

    A importância dessa questão é crescente

    para quem está na atividade, pois o

    consumidor, tanto no Brasil como no exterior,

    está cada vez mais consciente e exigente.

    Atualmente, 1.200 propriedades são

    atendidas pelo BPF, sendo 844 delas

    aprovadas nas auditorias realizadas.

    Isso significa que atingiram um nível de

    excelência em qualidade, segurança e em

    suas práticas gerenciais. Tal desempenho

    contribui para a sustentabilidade do

    negócio – pois reflete práticas que

    reduzem o impacto no meio ambiente –

    e para o seu crescimento como empresa

    rural. A expectativa é a de que, em

    três anos, cerca de 3 mil propriedades

    fornecedoras da DPA tenham atingido

    a classificação de aprovadas em Boas

    Práticas na Fazenda.

    Categoria Boas Práticas

    Ao entrar no programa, o produtor

    compromete-se a introduzir ou

    aperfeiçoar gradualmente um conjunto

    de procedimentos. Como suporte,

    recebe visitas periódicas de técnicos

    que orientam as atividades e fazem

    pré-auditorias preparatórias para a

    auditoria final. A fazenda pode chegar

    à categoria Boas Práticas em pouco

    tempo, desde que demonstre ter adotado

    os procedimentos indicados para um

    processo de melhoria contínua.

    A auditoria é feita por empresa

    terceirizada, nesse caso pela Qualit

    Consultants of New Zealand (Qconz).

    “O leite é um alimento nobre, de grande

    importância para o ser humano.

    Produzi-lo com qualidade e segurança é

    uma exigência de mercado, no mundo

    todo. Nesse aspecto, o programa BPF

    oferece uma contribuição indiscutível”,

    afirma Bernard John Woodcock,

    representante da Qconz no Brasil.

    A adoção das boas práticas proporciona a

    melhoria da gestão e dos procedimentos

    da propriedade. Além disso, o leite de

    mais qualidade trará ganhos adicionais ao

    produtor via Sistema de Valorização do Leite

    (ver página 18).

    mais agilidade e resultados

    Em 2010, o programa Boas Práticas na

    Fazenda (BPF) da DPA ultrapassou a marca

    de 700 propriedades aprovadas em todo o

    Brasil, e o objetivo para 2011 é terminar o

    ano com 1.500 propriedades certificadas.

    Para o especialista em qualidade da DPA,

    Luiz Guedes, alguns fatores contribuem

    para o grande interesse pelo programa:

    “Podemos perceber que os produtores

    estão mais conscientes sobre a importância

    de adotar procedimentos que garantam a

    qualidade e a segurança do leite”.

    A entrada do produtor Mozart Moreira

    Braz, da Fazenda Ponte Alta, em Lagoa

    Formosa (MG), no programa Boas Práticas

    na Fazenda ocorreu no primeiro semestre

    de 2010. Num balanço de como era e

    como ficou, Mozart é enfático: “Agora

    existe uma organização na propriedade

    Para Helton Leonardo Rossafa, cuja propriedade foi aprovada pela auditoria

    do Programa Boas Práticas na Fazenda, produzir com qualidade é um motivo de

    orgulho: “ O leite com mais qualidade tem preço diferenciado”, explica Helton.

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  • 18 | Relatório Social Nestlé - 2O1O

    que antes não existia. Quem chegava, se

    quisesse, podia entrar em qualquer local,

    já que os armazéns ficavam abertos. O BPF

    me mostrou a importância de estabelecer

    critérios e criar regras de acesso, o que

    aumenta a segurança do que produzimos

    e dos animais”.

    Fator determinante para a entrada de

    Mozart no BPF foram relatos de outros

    produtores que já tinham aderido ao

    programa e estavam bem satisfeitos com

    os resultados. Segundo ele, o processo até

    a propriedade ser aprovada na auditoria

    foi simples: “Inclusive, estava com dois

    funcionários novos, mas como eles já

    conheciam o programa foi fácil chegar até

    a certificação”.

    Com relação ao leite, ele percebe

    que houve melhoras na qualidade e na

    produtividade: “Já trabalhava em cima da

    qualidade e, se estava bom, ficou melhor”.

    incentivo ao aperfeiçoamento

    Em 2005, a Nestlé foi uma das pioneiras

    na criação do Sistema de Valorização do

    Leite (SVL), com o intuito de reconhecer

    o esforço dos produtores de melhorar a

    qualidade de seu leite e de seus rebanhos.

    Trata-se de um método de precificação

    diferenciado que vem resultando em

    melhorias significativas nos países

    exportadores de derivados lácteos. Hoje,

    o SVL é uma referência na cadeia láctea

    brasileira e responde às expectativas

    dos consumidores, que buscam no leite

    qualidade e alto valor nutricional.

    Os indicadores de qualidade são níveis

    baixos de Contagem de Células Somáticas

    (CCS), que se relacionam com a saúde

    da glândula mamária e as condições

    sanitárias do rebanho; e os de Contagem

    Bacteriana Total (CBT), que indicam

    o padrão de higiene. Os indicadores

    de eficiência são a maior presença de

    sólidos no leite, ou seja, maiores teores de

    proteína e de gordura, que têm alto valor

    para a indústria por se relacionarem

    ao maior rendimento na produção

    de derivados lácteos, principalmente leite

    em pó e queijo.

    A precificação diferenciada baseia-se

    nesses critérios, que são conhecidos por

    todos os fornecedores da DPA, e tem

    grande efeito multiplicador. Desde 2003,

    o Brasil já é autossuficiente em relação à

    produção de leite. O próximo passo é o

    País se tornar um grande exportador.

    Alimento sustentável

    “ Com a orientação que recebemos do BPF, mudamos o que precisava de ajustes”, diz Ivo

    Gentil Pereira (à direita). Para Vivaldo de Melo Júnior, anotar corretamente o tratamento

    das vacas foi crucial: “ Identificamos medicamentos que não funcionavam bem e os

    substituímos, melhorando nossos resultados”.

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  • Jonas Rodrigues Junior, produtor e fornecedor de leite da Nestlé, na região de

    Coroados, em Araçatuba, São Paulo. Além de ter sua propriedade certificada

    pelo programa Boas Práticas na Fazenda, Jonas faz parte do Núcleo de

    Assistência Técnica Autorizada (NATA) da Nestlé/DPA.

    Relatório Social Nestlé - 2O1O | 19

    Evolução das fazendas BPF em relação às fazendas sem BPF:

    % de volume abaixo de 100 mil UFC/ml

    Evolução do programa BPF: Número de fazendas aprovadas

    no programa de Boas Práticas na Fazenda

    150%

    140%

    130%

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    Fazendas BPF Fazendas sem BPF 2010 2011

    900800700600500400300200100

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  • CaPaCitação de oRdeNHadoRes

    Melhorar a qualidade do leite pode depender de iniciativas relativamente simples,

    como a capacitação dos ordenhadores para a ordenha mecânica. Foi pensando

    nisso que, desde 2005, a Nestlé/DPA passou a oferecer gratuitamente para seus

    fornecedores o Curso de Capacitação de Ordenhadores, que já treinou mais de 4 mil

    pessoas. Disponível nas principais regiões leiteiras da Nestlé/DPA, o curso consiste

    em uma palestra técnica e demonstrações práticas sobre manejo de ordenha,

    manutenção e cuidados higiênicos com os equipamentos e utensílios.

    eFiCiêNCia Na oRdeNHa maNual

    O Cinturão da Qualidade DPA e o Kit Limpeza de Utensílios conseguem melhorar

    muito a qualidade do leite na ordenha manual. O produtor que faz ordenha manual e

    utiliza corretamente essas duas ferramentas tem diversos benefícios, como:

    Atender aos parâmetros de Contagem Bacteriana Total (CBT) estabelecidos

    no Sistema de Valorização do Leite (SVL) da DPA e, portanto, conseguir melhor

    remuneração pelo preço do produto de acordo com o SVL;

    Seu uso correto garante maior mobilidade nas operações, além de tornar possível a

    produção de leite de qualidade; e

    Maior sanidade do rebanho com a diminuição de casos de mastite.

    Nas regiões leiteiras da DPA, o produtor pode participar gratuitamente de um

    curso de capacitação, que mostra como utilizar o Cinturão da Qualidade DPA

    e o Kit Limpeza de Utensílios.

    Alimento sustentável

    20 | Relatório Social Nestlé - 2O1O

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  • Composição consistente

    Complementar aos programas Boas

    Práticas na Fazenda e Sistema de Valorização

    do Leite, o Programa Pró-Sólidos, lançado

    em abril de 2010, é mais uma iniciativa

    pioneira da Nestlé/DPA com potencial

    de transformar a cadeia láctea brasileira.

    Por meio de incentivos financeiros e de

    transferência de tecnologia ao produtor,

    o programa visa ao aumento do teor de

    sólidos no leite, com menor custo e mais

    qualidade. Com isso, o leite brasileiro

    ganhará mais competitividade no mercado

    internacional, atendendo também a

    uma exigência ambiental, já que permite

    produzir mais sólidos por área e por

    animal e, em consequência, por unidade

    de gás emitido. Esse é um grande desafio

    para toda a cadeia láctea, uma verdadeira

    mudança cultural no setor.

    Para atingir esses resultados, o

    Pró-Sólidos prevê um conjunto de ações

    na pecuária leiteira: aprimoramento dos

    rebanhos, com a seleção de sêmen de

    touros melhoradores de sólidos; mudanças

    na alimentação e no manejo do rebanho;

    e remuneração por sólidos. O produtor que

    aderir ao programa será favorecido.

    As tabelas da Nestlé/DPA de pagamento

    por composição foram alteradas para

    valorizar a maior presença de sólidos no

    leite, como já ocorre nos principais países

    produtores.

    Relatório Social Nestlé - 2O1O | 21

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  • 22 | Relatório Social Nestlé - 2O1O

    Uma ponte entre a pesquisa científica e a agricultura familiar

    Tecnologia no campo

    Levar ao produtor rural o conhecimento

    científico e as melhores tecnologias

    desenvolvidas em universidades e centros

    de pesquisas brasileiros tem sido um

    dos caminhos escolhidos pela Nestlé

    para compartilhar valor. Os pequenos

    produtores familiares empenhados na

    produção de leite vêm se beneficiando

    de quatro projetos que levam até

    suas propriedades os conhecimentos

    desenvolvidos nos principais centros de

    excelência em pesquisa rural do País.

    Em parceira com a Universidade

    Federal de Viçosa (UFV-MG) , a empresa

    promove o Programa de Desenvolvimento

    da Pecuária Leiteira (PDPL). No interior

    de São Paulo, em convênio com a Escola

    Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

    (ESALQ/USP), implementa o Programa

    Andradina. E, em Santa Maria, no Rio

    Grande do Sul, deu início, em julho de

    2009, ao Programa Ficus. São projetos

    de transferência de tecnologia que

    vêm contribuindo para gerar renda e

    melhorar a qualidade de vida no campo

    e para a permanência de dezenas de

    famílias de pequenos produtores em

    suas propriedades. Voltado para jovens

    moradores da zona rural, a empresa

    promove, em parceria com o Conselho

    de Exportadores de Café (CeCafé),

    o Projeto Criança do Café na Escola,

    de inclusão digital.

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  • Há 23 anos, o PDPL, por meio de uma parceria com a Universidade Federal de

    Viçosa, leva até o produtor rural informações gerenciais sobre agronegócio.

    Um dos beneficiados pelo programa é o produtor Paulo Martiniano Cupertino,

    que aprecia sua plantação de milho, em Coimbra (MG), a qual servirá de ração

    para seu rebanho leiteiro.

    Relatório Social Nestlé - 2O1O | 23

  • Programa de desenvolvimento da

    Pecuária leiteira (PdPl)

    Criado há 23 anos, o Programa de

    Desenvolvimento da Pecuária Leiteira

    (PDPL) é uma atividade de extensão rural,

    ou seja, prepara jovens profissionais

    para o mercado de trabalho e

    oferece assistência técnica e

    gerencial às propriedades

    de famílias de pequenos

    produtores rurais. Participam alunos

    cursando os últimos anos de Medicina

    Veterinária, Agronomia, Zootecnia, entre

    outros cursos, que aplicam no campo

    teorias e técnicas desenvolvidas na

    universidade. Desse modo, transferem

    tecnologia para os produtores, interagem

    com as diferentes áreas das propriedades

    e aprendem a desenvolver soluções para

    o meio rural.

    Em 2010, o PDPL mobilizou 224

    estudantes junto a 42 produtores em

    Viçosa. O acesso ao conhecimento

    e à tecnologia permite ao produtor

    apurar o gado, fazer o manejo correto, ter

    controle sobre os custos, produzir mais,

    aumentar os ganhos, sempre respeitando

    o meio ambiente. Produzindo com

    sustentabilidade, ele pode permanecer

    na atividade e manter os filhos no campo

    para dar continuidade ao trabalho.

    Produtividade com qualidade

    O PDPL vem apresentando

    resultados significativos de melhoria de

    produtividade e de qualidade do leite.

    Na região de Viçosa, a produção

    Tecnologia no campo

    24 | Relatório Social Nestlé - 2O1O

    por vaca saltou de 4,3 litros por dia,

    em 1989, para 16,7 litros por dia, em 2010,

    um crescimento de 370%. O produtor

    Geraldo Aleixo Gonçalves, dono do Sítio

    Água Limpa, em Porto Firme, cidade a

    cerca de 30 quilômetros de Viçosa,

    é um bom exemplo. Ele faz parte do PDPL

    desde o início do programa, quando não

    chegava a produzir 100 litros/dia

    de leite. Sua produção atual é de 500

    litros/dia. “Aprendi muito com as equipes

    do PDPL, consegui melhorar a genética

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  • Participante do Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira (PDPL),

    José Afonso Frederico, produtor de leite do município de Coimbra, na região de

    Viçosa (Minas Gerais), recebe orientações técnicas e gerenciais que melhoram

    significativamente a sua produção e a gestão de sua propriedade.

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    e a alimentação e aumentar muito a

    produção”, diz o produtor.

    A contribuição do PDPL tem sido

    relevante para o desenvolvimento da

    pecuária leiteira do Brasil, que já é o

    quinto maior produtor mundial de leite –

    em 2010, estima-se que foram coletados

    29,4 bilhões de litros. A produtividade

    no País, porém, ainda é baixa: apenas

    1.261 litros/vaca/ano em média. Elevar

    a produtividade com qualidade está,

    portanto, entre os maiores desafios da

    atividade, que se encaminha para figurar

    entre as mais importantes do mundo.

    Relatório Social Nestlé - 2O1O | 25

  • 26 | Relatório Social Nestlé - 2O1O

    PDPL VIÇOSA

    Início 1988

    Estudantes treinados 1.108 (1988-2010)

    PDPL Viçosa

    Produção diária (litros/dia)

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    Produção/área (l/ha/ano)

    1989 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

    Tecnologia no campo

    Fonte: Revista DPA

    5.000

    4.500

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  • Relatório Social Nestlé - 2O1O | 27

    Programa andradina

    Implantado em um assentamento

    rural no interior de São Paulo, em 2005,

    o Programa Andradina tem sua missão

    alinhada às demais ações da empresa

    dirigidas ao pequeno produtor familiar:

    desenvolver e tornar a produção de leite

    sustentável, contribuir para a permanência

    do produtor e sua família no campo,

    abrindo-lhes oportunidades de aumentar

    a renda obtida com a atividade.

    Fruto da parceria entre a Nestlé/DPA

    com a ESALQ/USP, o programa é

    financiado pela empresa e prevê a visita

    mensal de pesquisadores da ESALQ e

    coloca um técnico em período integral

    à disposição dos pequenos produtores.

    Em 2010, 30 famílias foram assistidas e

    os resultados são animadores. “Antes do

    programa, o máximo que eu conseguia

    tirar de leite eram 60 litros por dia. Hoje

    chego a tirar até 130 litros”, afirma a

    produtora Jandira Vieira Pereira.

    Para o assentado Clóvis Gonçalves Ribeiro,

    a produção pode aumentar muito.

    “O professor falou que a gente tem

    condição de tirar de 500 litros a mil litros

    por dia. E é nesse pensamento que eu vou.”

    Nestlé Faz Bem saber

    O Programa Andradina é uma das

    iniciativas do programa Nestlé Faz

    Bem Saber, um dos três programas

    desenvolvidos pela Fundação Nestlé Brasil

    para gerar valor para a sociedade por

    meio das atividades da Nestlé.

    Os outros dois são o Nestlé Faz Bem Nutrir,

    que promove a educação alimentar

    para a população de baixa renda, e

    o Nestlé Faz Bem Cuidar, que oferece

    educação ambiental, com o foco na

    preservação da água.

    Hélio Luz da Silva vive no

    assentamento Timboré e produz

    leite no seu sítio Dois irmãos, no

    município de Andradina. Por meio

    do Programa Andradina, Hélio

    teve acesso a conhecimentos para

    melhor gerir sua produção

    e a práticas de agricultura

    sustentável.

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  • Programa Ficus

    Na mesma linha de tornar sustentável

    a produção leiteira na agricultura familiar,

    a Nestlé/DPA iniciou, em julho de 2009,

    o Programa Ficus, na região de Palmeira

    das Missões, município do Rio Grande

    do Sul. Com a coordenação técnica da

    Universidade Federal de Santa Maria

    (UFSM), o programa em 2010 já atende

    30 produtores, conta com um técnico

    em período integral e visita quinzenal de

    pesquisadores da universidade à região.

    O programa visa promover o

    desenvolvimento socioeconômico das

    propriedades rurais, estimular a cadeia de

    suprimentos da Nestlé/DPA e propiciar

    a permanência do produtor no campo.

    A iniciativa gera valor na produção

    do leite pela introdução de técnicas

    de gestão, incremento da qualidade

    e da produtividade. A experiência das

    propriedades assistidas servirá de modelo

    para outras famílias da região.

    Tecnologia no campo

    Iniciativas que geram valor na

    produção do leite pela introdução

    de técnicas de gestão, incremento da

    qualidade e da produtividade.

    28 | Relatório Social Nestlé - 2O1O

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  • Relatório Social Nestlé - 2O1O | 29

    AndradinaAndradina FicusFicus

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    Nº de produtores assistidosProdução por vaca em lactação (l/dia/animal)

    Para participar dos programas Ficus

    e Andradina, o produtor não precisa ser

    fornecedor da DPA, mas deve seguir

    100% das orientações técnicas

    combinadas e participar pelo menos

    de 70% das reuniões.

    Para a Nestlé/DPA, o Programa

    Ficus, o PDPL e o Andradina são

    expressões concretas de Geração de

    Valor Compartilhado que contribuem

    para o desenvolvimento de sua cadeia

    de suprimentos. Os reflexos dos

    programas são muito amplos, pois o

    aperfeiçoamento da extensão rural eleva

    o nível de formação dos estudantes

    universitários e o de desenvolvimento

    da pesquisa aplicada, ampliando

    o conhecimento acumulado pela

    agropecuária brasileira.

    Projeto Criança do Café na escola

    O Projeto Criança do Café na Escola tem

    proporcionado um novo horizonte para

    crianças e adolescentes do meio rural ao

    promover a inclusão digital nas escolas

    das comunidades produtoras de café.

    Desenvolvido por iniciativa do Conselho

    dos Exportadores de Café (CeCafé), com

    apoio da Nestlé e de outras empresas,

    o projeto prevê a doação, entrega e

    montagem de salas de informática com

    dez computadores cada e adiciona um

    programa de informática ao currículo de

    escolas rurais.

    Em dezembro de 2009, a Nestlé

    patrocinou, junto com a Unicafé, a

    inauguração da 100ª sala digital do

    programa, na Escola Pedro Balbino de

    Menezes, no município de Sooretama (ES),

    beneficiando mais de 600 alunos

    do Ensino Fundamental. Nesse mesmo

    ano, a empresa também patrocinou salas

    digitais em mais três escolas, beneficiando

    cerca de 1.000 crianças. O Projeto Criança

    do Café na Escola também procura

    sensibilizar as crianças e a comunidade

    para a produção de um café sustentável,

    que atenda aos preceitos básicos de

    conservação ambiental e de inclusão social

    das famílias cafeicultoras.

  • Não faz muito tempo, os latões de leite à

    beira das estradas dominavam a paisagem

    das regiões leiteiras Brasil afora. No interior

    das propriedades, a ordenha era manual, o

    leite ia para um balde e dali para os latões,

    que ficavam à espera do caminhão do leite.

    Hoje os latões já não enfeitam as estradas

    vicinais de boa parte dessas regiões, mas

    as mudanças vão bem além da paisagem.

    Cada vez mais, os produtores se beneficiam

    dos avanços nas pesquisas desenvolvidas

    em grandes centros especializados em

    produção leiteira. Utilizam equipamentos

    de alta tecnologia para ordenhar o rebanho,

    manter o leite resfriado e transportá-lo.

    As condições sanitárias melhoraram

    radicalmente e, com elas, o aproveitamento

    do leite. A produtividade dos rebanhos

    cresceu, graças ao aperfeiçoamento das

    matrizes, melhor alimentação e conforto

    animal. A renda do produtor também

    cresceu e, com ela, sua qualidade de vida.

    A Nestlé/DPA tem exercido influência

    crucial para tornar possíveis esses

    avanços, por meio de várias ferramentas

    de assistência técnica e de qualificação.

    Programas desenvolvidos pela empresa,

    como o Núcleo de Assistência Técnica

    Autorizada (NATA), ou em parceria com

    outras organizações, como o Educampo,

    realizado com o Sebrae de Minas

    Gerais, têm levado conhecimento

    especializado para dentro da

    propriedade leiteira, envolvendo

    tanto proprietários e familiares

    quanto seus funcionários.

    A assistência faz a diferença: dados

    no Brasil apontam para um aumento

    da produção anual leiteira de 15%

    entre os produtores que possuem

    assistência técnica e apenas de 3% para

    os que não contam com esse apoio.

    Assistência técnica eleva resultados do produtor

    Qualificação e assistência rural

    A produtividade dos rebanhos cresceu, graças ao aperfeiçoamento das matrizes, melhor alimentação e conforto animal.

    30 | Relatório Social Nestlé - 2O1O

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  • Quando entrou no PDPL, há cerca de oito anos, Sergio Henrique Viana

    Maciel, dono da Fazenda Oásis, em Viçosa (MG), tirava uma média

    de 250 litros de leite por dia. Hoje, por meio da parceria com o PDPL,

    atinge média de 1.000 litros de leite por dia.

    Relatório Social Nestlé - 2O1O | 31

  • 32 | Relatório Social Nestlé - 2O1O

    Consultoria intensiva e resultado certo

    O Educampo e o NATA são programas

    de assistência e consultoria gerencial e

    tecnológica intensiva e contínua. Seus

    objetivos são aumentar a produtividade,

    reduzir custos, elevar o retorno financeiro

    e a sustentabilidade da atividade. Para isso,

    técnicos qualificados e treinados pela DPA

    – engenheiros agrônomos, veterinários

    ou zootecnistas – atendem grupos de

    produtores em todas as regiões de atuação

    da empresa, fazem um diagnóstico da

    propriedade e indicam caminhos para que

    o produtor consiga aprimorar o manejo de

    forma econômica e sustentável.

    “Chega um momento em que não

    conseguimos mais avaliar as tecnologias

    que aparecem e acabamos nos sentindo

    perdidos. Resolvi que precisava de um apoio

    técnico, procurei o Educampo e o resultado

    foi excelente”, explica o produtor Elmar

    Flausino Dias, da Fazenda Córrego Bento,

    em Perdizes (MG), que faz parte do grupo

    de Patrocínio (MG). Dono de uma área de

    17 hectares, antes do Educampo chegava a

    alugar pasto para colocar uma parte do seu

    rebanho, quadro que mudou radicalmente.

    Ele passou a aplicar melhores técnicas de

    manejo de pastagens, deixou de alugar

    terras, o que, além de oneroso, fazia com

    que perdesse tempo para ir onde o gado

    estava. A produção média de leite em sua

    fazenda aumentou 60% em comparação

    ao que produzia antes do Educampo.

    Elmar fala com orgulho da evolução de

    sua propriedade: “Formei meu menino em

    faculdade particular em Araxá (MG), estou

    formando outro neste ano e tem mais um

    começando Agronomia. Praticamente foi

    tudo com recursos tirados daqui”.

    Gestão e planejamento

    Com um trabalho baseado na genética,

    nutrição e gestão, os técnicos da DPA

    indicam os caminhos, por meio do

    Educampo e do NATA, para que cada

    produtor possa melhorar o desempenho da

    sua fazenda leiteira. É o caso de Magnólia

    Martins da Silva, da Fazenda Valinhos, em

    Monte Alegre de Minas (MG), que está no

    Qualificação e assistência rural

    “ Precisava de um apoio técnico e procurei o Educampo. O resultado foi excelente”,

    explica o produtor Elmar Flausino Dias, da Fazenda Córrego Bento, em Perdizes (MG).

    Já a produtora Magnólia Martins da Silva, da Fazenda Valinhos, em Monte Alegre de

    Minas (MG), também está muito satisfeita: com a assistência técnica que recebeu

    por meio do Educampo, a produção média de litros de leite por dia na propriedade

    dela saltou 195%.

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  • Educampo desde a formação do grupo da

    região de Ituiutaba (MG). “Com o programa,

    entre outras coisas, criei o hábito de me

    organizar e fazer registros. Percebi que, se eu

    não tiver dados confiáveis, corro o risco de

    não acertar em minhas decisões. Um ponto

    que destaco é o do controle de custos. Seja

    qual for a condição de mercado, tenho que

    saber como e onde gastar melhor”, diz a

    produtora. Com o Educampo, a produção

    média de litros de leite por dia na sua

    propriedade saltou 195% e a produção por

    vaca em lactação subiu 35%.

    O médico-veterinário Matozalém Camilo

    orientou as ações de melhoramento

    genético do rebanho há cerca de cinco

    anos. Com as ações adotadas, a produtora

    passará a ter três fontes de renda em sua

    propriedade: a comercialização do leite, a

    venda de matrizes e de sêmen.

    No mesmo grupo de Magnólia está

    Marcus Novais Costa, proprietário da

    Fazenda Olhos d’Água, em Ituiutaba (MG),

    que faz uma avaliação altamente positiva

    dos resultados que conseguiu com o

    programa. “Eu precisava mudar muita coisa

    e não sabia como fazer. O Educampo me

    mostrou o caminho. Ganhei muito em

    produtividade e em redução de gastos.”

    Também contando com a assessoria do

    médico-veterinário Matozalém Camilo,

    Marcus alicerçou seu crescimento no

    melhoramento genético e no controle de

    custos. “Quando vemos uma propriedade

    bem-sucedida, percebemos que ali se

    trabalham corretamente três pilares

    básicos da agropecuária: genética, nutrição

    e gestão”, afirma o veterinário.

    Os resultados de Elmar, Magnólia

    e Marcus são uma prova indiscutível da

    importância da assistência técnica na

    Criação de Valor Compartilhado.

    Marcus Novais Costa, proprietário da

    Fazenda Olhos d’Água, em Ituiutaba (MG):

    “ Eu precisava mudar muita coisa e não sabia

    como fazer. O Educampo me mostrou o

    caminho e ganhei muito em produtividade e,

    principalmente, em redução de gastos”.

    Relatório Social Nestlé - 2O1O | 33

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  • O impacto mais direto da Nestlé na

    agropecuária brasileira poderia ser medido

    apenas pelo volume de matérias-primas

    adquirido a cada ano. Cerca de 45% do

    total de compras da empresa em 2010

    é de produtos originados no meio rural.

    Considerando apenas o leite fresco, as

    compras chegam a R$ 1,5 bilhão. Valores

    expressivos vão também para café, cacau,

    açúcar, óleos e gorduras vegetais, entre os

    mais importantes; além de ingredientes,

    como os cereais.

    No entanto, por mais robustos que

    sejam esses números, a empresa vai

    além, criando meios para que os valores

    gerados sejam compartilhados em

    todos os elos e com todas as pessoas

    que compõem sua cadeia produtiva.

    Um dos instrumentos para isso é o seu

    Código do Fornecedor Nestlé (Nestlé

    Supplier Code), que especifica e apoia

    o cumprimento de padrões mínimos

    e não negociáveis por parte dos

    fornecedores, incluindo seus funcionários,

    representantes e subcontratados, em

    seis áreas-chave: integridade do negócio,

    legislação trabalhista, saúde ocupacional

    e segurança no trabalho, meio ambiente,

    sustentabilidade e assistência aos produtores.

    Tais práticas garantem o padrão ético,

    produtivo e responsável na cadeia produtiva

    e na sociedade, coibindo, por exemplo, a

    prática de trabalho escravo, o uso de mão

    de obra infantil, a corrupção, a sonegação

    de impostos e outras atividades ilegais.

    Compras responsáveis

    Para estimular práticas de compras

    responsáveis e a sustentabilidade na cadeia

    produtiva, o departamento de Procurement

    da empresa introduziu uma inovação em

    2010, a política de Responsible sourcing.

    Por meio dessa iniciativa, a Nestlé Brasil

    audita quatro aspectos do desempenho

    do fornecedor: integridade do negócio,

    legislação trabalhista, saúde e segurança no

    trabalho e meio ambiente.

    Para garantir a integridade do negócio,

    por exemplo, os fornecedores são

    auditados em aspectos como a

    não-existência de suborno e corrupção

    e o cumprimento de normas legais e

    tributárias, como recolhimento de taxas e

    impostos. Em relação à legislação trabalhista,

    são avaliados procedimentos como o

    pagamento adequado de horas extras e de

    benefícios ou a existência de discriminação

    no ambiente de trabalho, o emprego

    de mão de obra infantil, entre outros.

    Os fornecedores são auditados quanto

    às condições de saúde e segurança no

    ambiente de trabalho e também quanto aos

    impactos gerados no meio ambiente.

    As auditorias solicitam aos fornecedores

    que apresentem um nível de

    cumprimento de normas semelhante ao

    que a Nestlé pratica. Poucas empresas

    Relações éticas e duradourascom a cadeia de fornecedores

    Responsible sourcing

    34 | Relatório Social Nestlé - 2O1O

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  • Relatório Social Nestlé - 2O1O | 35

    têm esse nível de exigência no Brasil.

    Em compensação, o fornecedor que se

    enquadra nesses quatro pilares passa a ser

    referência no mercado, o que lhe garante

    grande vantagem competitiva.

    Até dezembro de 2010, foram auditados

    150 fornecedores, entre eles a Cargill,

    empresa que fornece à Nestlé produtos

    derivados de milho e de cacau, óleos e

    gorduras, entre outros. “Os critérios de

    avaliação de fornecedores da Nestlé

    vão ao encontro dos compromissos de

    responsabilidade corporativa assumidos

    pela Cargill em relação à ética, às pessoas,

    à comunidade e ao meio ambiente”,

    comenta Edson Janaudis, líder de

    Corporate Account da empresa.

    Boas práticas nos negócios

    O Código do Fornecedor Nestlé

    (Nestlé Supplier Code) adota critérios

    estabelecidos pelo AIM-Progress, iniciativa

    global patrocinada e apoiada pela AIM

    (Association des Industries de Marque

    – European Brands Association) e pela

    GMA (Grocery Manufacturers Association),

    da América do Norte. O AIM-Progress é

    um fórum composto por 24 empresas

    multinacionais, fabricantes de produtos

    para o consumo direto, que objetiva

    compartilhar informações sobre suas

    cadeias de fornecedores e estimular

    práticas de compras éticas e responsáveis.

    Além da Nestlé, participam desse fórum

    organizações como Coca-Cola, Colgate-

    Palmolive, Heinz, Kellogg’s, Heineken,

    Sara Lee e Procter & Gamble, entre outras.

    A Aim-Progress visa assegurar as bases

    para boas relações de negócios, com

    uma visão de longo prazo e garantia do

    cumprimento dos preceitos legais. Assim,

    o programa estabelece um grau justo de

    competição entre fornecedores e cria um

    ambiente de melhoria de eficiência e de

    vantagem competitiva.

    Lourival Fernandes da Cruz planta salsa e

    cenoura, em sua propriedade em São José

    do Rio Pardo (em São Paulo). Há três anos

    fornece para a Nestlé. Por meio da parceria

    entre a Nestlé e a ESALQ, o pequeno

    produtor tem acesso à tecnologia de ponta,

    tem preço garantido para sua produção

    e apoio técnico.

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  • Quando a Nestlé anuncia investimentos em

    novas linhas de produção ou na instalação

    de uma nova fábrica em um município

    brasileiro, a comunidade local, urbana e

    rural tem motivos para celebrar. A política

    global da empresa é fazer a expectativa

    do negócio convergir para uma sociedade

    melhor, com inclusão social crescente,

    produção sustentável e respeito ao meio

    ambiente. Há 90 anos no Brasil e com

    30 fábricas instaladas em sete Estados,

    cada unidade da empresa é um polo de

    geração e de distribuição de valor que

    dinamiza a economia local e promove o

    desenvolvimento regional.

    Para os produtores rurais, a presença da

    Nestlé representa a abertura de um novo

    canal para a venda de sua produção,

    estímulos para a modernização da

    propriedade, incremento da produtividade

    e aumento de seus ganhos. A população

    local se beneficia das novas oportunidades

    de empregos diretos e indiretos e

    novas possibilidades de geração de

    renda. Comerciantes e prestadores de

    serviços participam da nova dinâmica da

    economia local. O município arrecada

    mais, as demandas sociais aumentam,

    propiciando investimentos sociais, como

    a melhoria nos níveis de educação e de

    saúde, de transferência de conhecimento

    técnico e científico, de capacitação

    profissional em todas as áreas e melhoria

    da qualidade de vida.

    Uma frase reiterada pelo presidente

    da Nestlé Brasil, Ivan F. Zurita, sintetiza

    o compromisso da empresa com o

    desenvolvimento local: “A Nestlé não

    acredita em ‘consumidores globais’;

    cada região tem características muito

    peculiares e, para isso, oferecemos produtos

    próprios para os diferentes grupos.”

    A mensagem do presidente resume

    duas ideias centrais na estratégia da

    empresa: promover o desenvolvimento

    local e reconhecer e atender aos hábitos

    de consumo das diferentes regiões

    brasileiras. Por isso, a Nestlé dá andamento,

    a todo vapor, ao seu plano de expansão

    e regionalização no Brasil, que prevê a

    instalação de novas unidades.

    Em 2010, a empresa inaugurou novas

    fábricas em Carazinho, no Rio Grande do Sul;

    em Garanhuns, a primeira em Pernambuco;

    e anunciou a segunda ampliação da

    unidade de Feira de Santana, na Bahia.

    Cada nova unidade da Nestlé traz

    embutidas décadas de pesquisas e

    conhecimento científico aplicados à cadeia

    de produção de alimentos e à nutrição.

    Bons negócios e bem-estar na comunidade

    Desenvolvimento local

    A política global da empresa é fazer a expectativa do negócio convergir para uma sociedade melhor, com inclusão social crescente, produção sustentável e respeito ao meio ambiente.

    36 | Relatório Social Nestlé - 2O1O

  • Relatório Social Nestlé - 2O1O | 37

    Geração de valor

    A unidade de Carazinho, município a 192

    quilômetros de Porto Alegre, no Rio Grande

    do Sul, é a segunda fábrica da Nestlé nesse

    Estado, depois da unidade de Palmeira

    das Missões. Desde o início das operações,

    em março de 2010, criou 750 empregos

    diretos e indiretos e vem movimentando

    a economia local, já que todo o leite

    processado é captado na região.

    Com instalações e equipamentos de última

    geração, em uma área de 36.500 metros

    quadrados, a unidade conta ainda com

    seis postos de recepção e resfriamento de

    leite, instalados nas cidades gaúchas de

    Giruá, Augusto Pestana, Casca, Boa Vista

    do Buricá e São Paulo das Missões, além

    da catarinense Xanxerê. Toda a rede de

    fornecedores é rastreada, desde a coleta

    na fazenda até o recebimento na fábrica,

    assegurando a qualidade do produto final.

    A empresa mantém um eficiente sistema

    de comunicação com os produtores,

    visando a uma relação transparente e de

    longo prazo. Esse apoio aos produtores se

    reflete na ampliação da bacia leiteira local,

    e gera diversificação e renda no campo.

    Com investimento de mais de

    R$ 110 milhões, a unidade tem capacidade

    para processar 150 milhões de litros de

    leite/ano. Fabrica leite líquido premium

    com diferencial nutricional das marcas

    Ninho e Molico (Ninho Fortificado, leite

    integral enriquecido com Ferro e Vitaminas

    A, C e D; e Molico A&D, leite desnatado

    enriquecido com Vitaminas A e D), além

    de Leite Moça e Creme de Leite Nestlé e

    Nescau RTD pronto para beber.

    Consciente do impacto da presença

    da empresa na sua região, o prefeito

    de Carazinho, Aylton Magalhães, não

    se acomoda. “Estamos felizes com a

    presença da Nestlé e vamos oferecer toda

    a infraestrutura necessária para que a

    empresa também instale aqui o seu centro

    de distribuição de toda a linha de produtos

    para o Sul do Brasil.”

    Com instalações e equipamentos

    de última geração, a planta de

    Carazinho (RS), inaugurada em

    março de 2010, criou 750 novos

    empregos diretos e indiretos

    e movimenta a economia local.

    No centro, o presidente da Nestlé,

    Ivan F. Zurita, durante cerimônia

    de inauguração da unidade, que

    exigiu investimentos de mais de

    R$ 110 milhões e tem capacidade

    para processar 150 milhões de

    litros de leite/ano.Fo

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  • A fábrica multiprodutos de Feira de Santana (Bahia) triplicou sua produção desde

    sua inauguração, em 2007. “ Eu olho para trás e vejo que estou crescendo junto

    com a Nestlé”, comenta Ana Gabriela de Carvalho, funcionária da fábrica.

    Cadeia local de fornecedores

    Um dos pilares do crescimento da Nestlé

    no Brasil está assentado na regionalização

    de suas atividades, voltada para atender às

    necessidades e demandas diferenciadas

    da população de cada região. Outro pilar

    é o do desenvolvimento de produtos de

    alto valor nutricional e custo reduzido para

    a população de baixa renda. Em 2007, a

    empresa inaugurou a fábrica de Feira de

    Santana, sua primeira unidade destinada

    a produtos regionais e para população de

    baixa renda.

    O projeto foi tão bem-sucedido que, em

    2008, a fábrica foi ampliada e, em 2010, foi

    anunciado novo plano de expansão de

    sua produção. Ana Gabriela de Carvalho,

    funcionária da fábrica, expressa com

    precisão o que isso significa: “Eu olho

    para trás e vejo que estou crescendo com

    a Nestlé”. A cidade, a 110 quilômetros da

    capital, Salvador, está estrategicamente

    localizada em um importante polo

    industrial da região, o que contribui para

    reduzir custos – sobretudo logísticos – e

    fazer com que os produtos Nestlé tenham

    preços mais competitivos e acessíveis à

    população da região.

    “A ampliação dos negócios em nossa

    unidade de Feira de Santana ocorreu

    apenas um ano e quatro meses depois da

    inauguração da fábrica. O compromisso

    que assumimos na ocasião foi antecipado

    em razão da velocidade da expansão do

    nosso projeto de regionalização”, afirmou

    Ivan F. Zurita.

    A unidade acumula investimentos de

    R$ 150 milhões e já gerou 3 mil empregos

    diretos e indiretos, movimentando a cadeia

    Desenvolvimento local

    38 | Relatório Social Nestlé - 2O1O

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  • Relatório Social Nestlé - 2O1O | 39

    produtiva da região e arrecadando cerca

    de R$ 25 milhões em impostos municipais

    e estaduais. O empreendimento conta

    com fornecedores locais de serviços de

    segurança, alimentação e limpeza, e 75% do

    maquinário das linhas de produção e envase

    da nova unidade foi adquirido no Brasil.

    Seguindo a política de sustentabilidade

    da Nestlé, a nova unidade conta com

    uma zona de tratamento de efluentes,

    caldeira para combustão à base de

    gás natural e programas internos de

    reciclagem de materiais.

    Bem-estar e cidadania

    Entre 2007 e 2009, a fábrica multiprodutos

    de Feira de Santana triplicou sua produção,

    passando de 40 mil para 120 mil toneladas/

    ano. A perspectiva é a de quintuplicar

    rapidamente a produção. Cinco novas

    linhas de fabricação integraram o projeto

    de Feira de Santana, incluindo os produtos

    cereais matinais, duas linhas de lácteos

    e bebidas achocolatadas. Para atender

    ao paladar e às necessidades específicas

    dos mercados do Nordeste, a Nestlé

    oferece, por exemplo, um café solúvel mais

    suave (NESCAFÉ Dolca), biscoitos Bono e

    Negresco em embalagens menores, além

    do Ideal, produto lácteo enriquecido com

    ferro, cálcio e vitaminas A, C e D. A unidade

    produz também o La Frutta, único suco

    em pó do País sem corantes artificiais e

    acrescido de ferro e oito vitaminas.

    Desenvolver estratégias de menor custo,

    sem prejuízo da qualidade, não é somente

    bom senso empresarial, mas também bom

    senso ético. “A fábrica de Feira de Santana

    é um patrimônio para o desenvolvimento

    sustentável, para aumentar a inclusão e

    construir cidadania”, afirma Zurita.

    A região Nordeste, uma das prioridades

    estratégicas da Nestlé, ganhou sua terceira

    fábrica em setembro de 2010, quando a

    unidade de Garanhuns, a primeira no Estado

    de Pernambuco, iniciou suas operações.

    Alinhada com a estratégia de regionalização

    da Nestlé, ali são fabricados produtos

    refrigerados, como iogurtes e bebidas

    lácteas fermentadas com as marcas Nestlé,

    Ninho Soleil e Neston, direcionados para os

    consumidores das Regiões Norte e Nordeste.

    Para atender a essa produção, a empresa

    capta 100 mil litros de leite/dia, fornecidos

    por produtores locais.

    A fábrica tem capacidade de produzir

    50 mil toneladas por ano e gerou 1.000

    empregos diretos e indiretos.

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  • Quando a Nestlé investe em

    desenvolvimento rural está ajudando a

    melhorar a qualidade de vida de toda a

    população. O aumento da produtividade

    no campo se traduz em mais renda, mais

    alimentos e preços mais acessíveis para

    todos, mas principalmente para quem tem

    menos renda, sejam moradores da cidade,

    do campo ou populações ribeirinhas,

    como as da Amazônia. Pensando nesse

    público, a empresa criou o Nestlé até Você,

    um sistema de vendas porta a porta que

    leva alimentos de qualidade e orientações

    nutricionais para mais de 3,2 milhões

    de lares brasileiros. Os resultados são

    expressivos para todos – consumidores,

    clientes, vendedores, distribuidores e

    também para a Nestlé.

    “Nos últimos dois anos, compramos carro,

    DVD, tanquinho e um monte de coisinhas

    para a casa”, afirma Cremilde Rosa Nicolau

    Rodrigues, moradora de Belo Horizonte

    (MG), casada, mãe de um filho e uma

    das cerca de 8 mil revendedoras

    autônomas do Nestlé até Você.

    Cremilde abastece seu carrinho de vendas

    em um dos mais de 250 microdistribuidores

    exclusivos e autorizados pela empresa.

    Ali pode escolher entre 800 produtos

    Nestlé aqueles que mais atendem às

    preferências de seus clientes, recebendo-os

    embalados em kits.

    Criado em 2006, o Nestlé até Você gera

    empregos e renda nas comunidades,

    proporcionando a inclusão social. Idealizado

    para ser um complemento do orçamento

    familiar, já se tornou a principal fonte de

    renda de muitas famílias. “Chego a vender

    35 kits em um dia e a tirar dois mil reais por

    mês”, atesta Cremilde.

    Valor nutricional

    A ação do Nestlé até Você vai bem além das

    vendas. A empresa lançou um programa

    exclusivo para capacitar as revendedoras

    autônomas e líderes de vendas com

    o objetivo de incrementar a atividade

    e disseminar informações nutricionais.

    Recursos diferenciados, como a telenovela

    “As Aventuras de Rosa e Azulão”, apoiam

    o programa de treinamento, que envolve

    conhecimentos de nutrição, saúde e

    bem-estar, além de dinâmicas para orientar

    as boas práticas comerciais.

    Denominado Projeto ABC, o conteúdo

    inovador foi desenvolvido em parceria com a

    Unidade Estratégica Wellness. O treinamento

    começou por São Paulo e Rio de Janeiro e a

    expectativa é a de que todas as revendedoras

    autônomas participem. “Depois de vários

    treinamentos sobre as qualidades dos

    produtos Nestlé, a revendedora autônoma

    fica apta a levar conhecimento nutricional

    básico do produto para seus clientes”, afirma

    Luciana Alves Fagundes, da equipe de

    treinamento do programa.

    Qualidade, nutrição e inclusão social

    Regionalização e BoP

    Idealizado para ser um complemento do orçamento familiar, o Nestlé até Você já se tornou a principal fonte de renda de muitas famílias.

    40 | Relatório Social Nestlé - 2O1O

  • Relatório Social Nestlé - 2O1O | 41

    O Nestlé até Você, um sistema de vendas porta a porta, leva alimentos de

    qualidade e orientações nutricionais para mais de 3,2 milhões de lares

    brasileiros de baixa renda. A revendedora do Nestlé até Você

    Maria Aparecida da Silva,entrega na zona leste de São Paulo produtos

    de alto valor nutricional para o consumidor José Luiz Guimarães Neto.

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  • 42 | Relatório Social Nestlé - 2O1O

    inclusão social

    O Nestlé até Você é uma das iniciativas da

    divisão de Regionalização e BoP (Base of

    Pyramid) da companhia, área responsável

    por desenvolver estratégias e produtos

    específicos para as classes de baixa renda

    de cada região brasileira. “Estamos levando

    produtos da Nestlé, com valor nutricional

    agregado, para milhares de consumidores

    que antes não tinham acesso a eles. Para

    nós, a baixa renda já não é um segmento

    de mercado: hoje, é o mercado”, afirma

    Ivan F. Zurita, presidente da Nestlé Brasil.

    A empresa se antecipou ao mercado ao

    olhar para essas classes sociais e atender

    às suas necessidades de consumo,

    adaptando seus processos e tecnologias

    para essa faixa de renda. Com isso, não só

    manteve a liderança nesse segmento, como

    construiu um negócio lucrativo para todos.

    Para cumprir sua missão, a divisão

    lançou canais de vendas específicos.

    Além do programa Nestlé até Você,

    inclui iniciativas como as Parcerias e o

    Supermercado Flutuante.

    As Parcerias são responsáveis pela

    montagem de quiosques de venda de

    produtos da empresa em locais de grande

    fluxo de pessoas, como estádios de futebol,

    estações do metrô e redes varejistas. Essa

    iniciativa marca a presença da Nestlé no

    dia a dia do consumidor de baixa renda,

    mesmo quando está em movimento. Nesse

    caso, os produtos mais procurados são

    bebidas, sorvetes, biscoitos e chocolates.

    A divisão de Regionalização e BoP também

    13,322,409

    65,871,283

    96,204,328 75,260,044

    91,762,175

    19,418,071 19,967,739

    94,934,828

    73,291,816

    2003 2008 2009

    A pirâmide populacional dividida em classes econômicas

    Classe DE Classe C Classe AB

    Fonte: Centro de Políticas Sociais da FGV a partir dos microdados da PNAD/IBGE

    Definição das classes econômicasRenda domiciliar total de todas as fontes limites

    Reais

    Classe E R$ 0 a R$ 583

    Classe D R$ 584 a R$ 1.167

    Classe C R$ 1.168 a R$ 2.919

    Classe B R$ 2.920 a R$ 5.839

    Classe A R$ 5.840 ou mais

    lidera as iniciativas da Nestlé Brasil no

    ramo de produtos para os consumidores

    de baixa renda, ou PPP (sigla em inglês de

    Popular Positioned Products). Além das

    inovações que introduziu no mercado nos

    últimos anos, como o produto lácteo Ideal,

    o Nescafé Dolca ou os sachês de Leite

    Ninho e Mucilon, a companhia entrou em

    novas categorias. Um dos exemplos é o

    La Frutta, um suco em pó com alto valor

    nutricional (sem corantes artificiais

    e acrescido de ferro e oito vitaminas) e

    preço acessível.

    Com sua experiência acumulada e

    comprovada por meio de pesquisas,

    a Nestlé percebeu que o perfil do

    consumidor não é homogêneo nas

    diferentes regiões brasileiras. Para

    atendê-los, foram criadas equipes de

    negócios regionalizadas, que trabalham

    para adaptar os produtos, a comunicação

    e as promoções de modo a atender às

    expectativas do consumidor regional.

    Regionalização e BoP

  • suPeRmeRCado FlutuaNte

    Em iniciativa inédita no Brasil, a Nestlé

    inaugurou, em julho de 2010, o primeiro

    supermercado flutuante do Norte do Brasil -

    uma ação integrada ao programa Nestlé até

    Você, direcionado para a comercialização de

    produtos para comunidades de baixa renda.

    Com mais de 300 itens nas prateleiras, o

    Nestlé até Você a Bordo sai do Porto de Belém

    (PA), navega na região do Baixo Amazonas,

    alcançando 18 municípios ribeirinhos.

    O percurso é feito em 36 dias e a embarcação

    permanece um dia em cada uma das

    18 cidades visitadas. A estimativa é a de

    atender até 800 mil pessoas, ampliando

    a presença da Nestlé nos lares brasileiros.

    O barco expressa bem o conceito de

    regionalização da empresa, de buscar o

    cliente onde ele está. “Como a população

    da Amazônia tem rios como ruas e avenidas,

    nada mais natural do que um barco para

    atendê-la”, comenta o presidente da

    companhia no Brasil. Com uma estrutura

    completa – equipe de vendas, estoque

    e gerência de operação –, conta com o

    trabalho de onze pessoas, entre funcionários

    do supermercado e tripulantes. Com

    27,5 metros de comprimento, sua loja de

    100 metros quadrados tem acesso para

    pessoas com necessidades especiais e

    idosos. O Nestlé até Você a Bordo é mais do

    que supermercado flutuante. Com ele, a

    Nestlé pretende desenvolver um canal de

    incentivo à nutrição, à saúde e ao bem-estar

    para comunidades de áreas remotas da

    Região Norte.

    Supermercado flutuante, o Nestlé Até Você

    a Bordo leva mais de 300 produtos para

    populações do Baixo Amazonas, alcançando

    inicialmente 18 municípios ribeirinhos.

    Relatório Social Nestlé - 2O1O | 43

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  • Os alimentos produzidos no campo,

    em particular o leite, o café, o cacau e os

    cereais, são as matérias-primas que estão na

    base dos produtos da Nestlé. A busca pela

    qualidade e valor nutricional que atendam

    às necessidades das pessoas percorre

    toda a cadeia de alimentos Nestlé, do

    produtor rural aos laboratórios e cozinhas

    experimentais, e está na origem da própria

    empresa. Foi essa busca pela qualidade

    nutricional que levou Henri Nestlé a criar a

    Farinha Láctea, em 1866, na Suíça, produto

    pioneiro em alimentação infantil e pedra

    fundamental na edificação da empresa.

    Começava ali a construção de um amplo

    e perene arco sustentável, capaz de gerar

    valor para toda a sociedade.

    Um exemplo da permanência desses

    princípios pode ser visto na inauguração das

    novas linhas de produção de leites premiuns

    Ninho e Molico em versão

    longa-vida na fábrica de Araraquara, no

    interior de São Paulo, em novembro de 2009.

    “A iniciativa representa um crescimento

    da empresa no segmento de leites

    líquidos UHT (Ultra High Temperature),

    com diferenciais nutricionais e funcionais”,

    afirma Ivan F. Zurita, presidente da Nestlé

    Brasil. Com as novas instalações, o Ninho

    Fortificado, leite integral enriquecido com

    vitaminas A, C e D, e o Molico A&D, leite

    desnatado enriquecido com vitaminas A e

    D, passaram a ser comercializados em todo

    o País, em 2009.

    Essas novas linhas de produção geram

    1,6 mil novos empregos diretos e indiretos

    e impulsionam a pecuária leiteira local,

    estimulando a produção de qualidade.

    “Precisamos trabalhar com matéria-prima

    superior e estar próximos de nossos

    fornecedores para reduzir ao máximo o

    tempo entre a retirada do leite na fazenda

    e sua chegada na linha de produção, pois

    isso contribui para a qualidade do insumo”,

    afirma Francisco Marino, gerente da fábrica

    de Araraquara.

    Líder mundial em Nutrição, Saúde e

    Bem-estar e pioneira em pesquisa

    nutricional voltada para atender às demandas

    de uma população mundial crescente,

    principalmente para as camadas de baixa

    renda dos países emergentes, a Nestlé

    acredita que o futuro da companhia está em

    Nutrição para a saúde e o bem-estar

    Ciência e nutrição

    A busca pela qualidade e valor nutricional que atendam às necessidades das pessoas percorre toda a cadeia de alimentos Nestlé.

    44 | Relatório Social Nestlé - 2O1O

  • Relatório Social Nestlé - 2O1O | 45

    ajudar as pessoas a se alimentarem com base

    em uma dieta equilibrada e saudável.

    A empresa se propõe a superar os

    desafios do século XXI, abrindo novas

    fronteiras entre alimentação e saúde. Dietas

    saudáveis, desnutrição infantil, alimentação

    de idosos são apenas algumas das questões

    que se colocam hoje para a ciência da

    nutrição, área em que a Nestlé tem expertise

    secular, desenvolvida em mais de 140 anos.

    Rede global de pesquisa

    Os produtos Nestlé têm por base a maior

    rede privada mundial de investigação

    científica aplicada à nutrição humana,

    compreendendo 28 centros de pesquisa,

    tecnologia e desenvolvimento, com mais

    de 5.200 funcionários. O coração dessa

    rede é o Nestlé Research Center, localizado

    em Lausanne, na Suíça, que reúne 300

    cientistas, mantém parcerias com cerca

    de 200 universidades, centros médicos e

    institutos de pesquisa independentes e

    publica em torno de 300 artigos científicos

    por ano.

    No Brasil, a Nestlé cultiva parcerias

    profícuas e longevas com sociedades

    científicas, entidades de pesquisa e

    universidades. Entre essas, destacam-se

    as realizadas com a Sociedade Brasileira

    de Pediatria (SBP), a Associação Brasileira

    de Nutrição (ASBRAN), a Associação

    Brasileira de Nutrologia (ABRAN), a

    Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a

    Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral

    e Enteral (SBNPE), a Sociedade Brasileira

    de Alimentação e Nutrição (SBAN) e a

    Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia

    de Alimentos (SBCTA).

    Em agosto de 2010, o 67º Curso Nestlé

    de Atualização em Pediatria reuniu quase

    quatro mil pediatras, em Belo Horizonte,

    fruto de um longo trabalho conjunto entre

    a Nestlé Nutrition e a Sociedade Brasileira

    de Pediatria. A pauta de debates incluía

    temas como Saúde Mental, Nutrição, Prática

    Clínica, Aleitamento Materno, Neonatologia,

    Neurologia, entre outros. A mesma parceria

    lançou a campanha veiculada na TV Quem

    vai ao pediatra volta tranquilo.

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  • Cerimônia de premiação da segunda edição do Prêmio

    Henri Nestlé – Nutrição e Saúde: 18 trabalhos de

    pesquisa científica reconhecidos, com seis vencedores.

    PRêmio HeNRi Nestlé

    Instituído em 2008, o Prêmio Henri Nestlé - Nutrição e Saúde é uma iniciativa da

    empresa para incentivar e reconhecer a pesquisa científica no Brasil nas áreas de

    Nutrição em Saúde Pública, Tecnologia e Bioquímica de Alimentos e Nutrição Química.

    Direcionado para estudantes, pesquisadores e profissionais, o prêmio conta com

    amplo apoio da comunidade médica e científica brasileira. Em 2010, em sua segunda

    edição, foram reconhecidos 18 trabalhos, com seis vencedores