CRISTÃOS E MUÇULMANOS NA PENÍNSULA IBÉRICA

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A PENÍNSULA IBÉRICA: DOIS MUNDOS EM PRESENÇA Ocupação e resistência Depois de ocuparem o Norte de África, em 711 um exército sob o comando de Tarique, atravessaram o estreito de Gibraltar. Os Visigodos enfraquecidos por lutas internas, foram derrotados na batalha de Guadalete. Depois disso , novas vagas de muçulmanos entraram na P.Ibérica e em menos de 5 anos estava dominada com excepção de uma pequena faixa de território a Norte. De uma maneira geral os muçulmanos foram tolerantes com as populações conquistadas. A maioria dos habitantes converteu-se ao islamismo. Os cristãos que não se converteram continuavam a praticar a sua religião, mas eram obrigados a pagar um imposto. Os habitantes que permaneceram em teritório muçulmanos e adoptaram as suas formas de vida, mas, professando a religião cristã, eram chamados de MOÇARABES. Os muçulmanos tentaram ultrapassar a P. Ibérica, mas foram derrotados em Poitiers, em 732. As regiões onde alguns nobres godos se refugiaram eram frias, pouco povoadas e pobres e a partir daí, iniciaram um processo de ofensiva militar e de alargamento do território para sul. Este conjunto de acções militares chama-se de reconquista.

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CRISTÃOS E MUÇULMANOS NA PENÍNSULA IBÉRICA

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A PENÍNSULA IBÉRICA: DOIS MUNDOS EM

PRESENÇA

Ocupação e resistência

Depois de ocuparem o Norte

de África, em 711 um exército

sob o comando de Tarique,

atravessaram o estreito de

Gibraltar. Os Visigodos

enfraquecidos por lutas

internas, foram derrotados na

batalha de Guadalete.

Depois disso , novas vagas de

muçulmanos entraram na

P.Ibérica e em menos de 5 anos

estava dominada com

excepção de uma pequena

faixa de território a Norte.

De uma maneira geral os

muçulmanos foram

tolerantes com as populações

conquistadas.

A maioria dos habitantes

converteu-se ao islamismo.

Os cristãos que não se

converteram continuavam a

praticar a sua religião, mas

eram obrigados a pagar um

imposto.

Os habitantes que

permaneceram em teritório

muçulmanos e adoptaram as

suas formas de vida, mas,

professando a religião cristã,

eram chamados de

MOÇARABES.

Os muçulmanos tentaram ultrapassar a P. Ibérica, mas foram derrotados em Poitiers, em 732. As regiões onde alguns nobres godos

se refugiaram eram frias, pouco povoadas e pobres e a partir daí, iniciaram um processo de ofensiva militar e de alargamento do

território para sul. Este conjunto de acções militares chama-se de reconquista.

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DUAS SOCIEDADE EM PRESENÇA

Durante séculos, coexistiram na

Península Ibérica duas civilizações

profundamente diferentes. Além de

terem línguas e religiões diferentes, o

Norte cristão era pobre e ruralizado.

O Sul muçulmano tinha uma próspera

economia urbana e comercial.

Embora tenha havido entre cristãos e

muçulmanos frequentes confrontos

militares, a verdade é que também

tiveram relações pacíficas.

A longa permanência dos muçulmanos na

Península:

Difusão de novas técnica no domínio da

navegação (Bússola e Astrolábio).

O mesmo aconteceu com o couro, os

metais, os tecidos e de um novo produto o

papel (inventado pelos Chineses

difundidos pelos Árabes).

Introduziram na Europa, plantas como o

arroz, laranjeira, limoeiro, damasqueiro

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O AVANÇO DA RECONQUISTA

FORMAÇÃO DOS REINOS IBÉRICOS

A reconquista levou à formação de vários reinos.

O reino das Astúrias, deu origem aos reinos de

Leão e Castela, reino de Navarra e Aragão.

A reconquista tornou-se muito mais rápida no

início do século XI, quando o califado de

Córdova se desfez em pequenos reinos

independentes, os Reinos Taifas.

No final do século XI e tendo já perdido

extensos territórios, pediram auxílio aos

Almorávidas, que eram guerreiros temíveis

e fanáticos pela religião.

Por sua vez os cristão responderam com ajuda de

muitos cavaleiros europeus, principalmente

francos. Tratavam-se de elementos da

nobreza feudal, que para além das

motivações religiosas, esperam obter

domínios mais extensos do que os

possuíam nos seus países.

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A INDEPENDÊNCIA

DE PORTUGAL

Um dos cavaleiros franceses que vieram participar na luta

contra os Almorávidas foi D. Henrique, em troca dos seus

serviços, o rei de Leão e Castela AfonsoVI concedeu-lhe, em

1096, a mão da sua filha D. Teresa e doou-lhe como feudo

hereditário, o Condado Portucalense.

O Conde D. Henrique, embora cumprindo os deveres de

vassalagem para com o rei de Leão e Castela, procurou

ganhar uma autonomia cada vez maior. O mesmo fez a sua

mulher D. Teresa, que lhe sucedeu em 1112.

Anos depois, D.Teresa aliou-se com a nobreza galega, pondo

em causa a autonomia do condado, isso causou o

descontentamento da nobreza portucalense, que se vão unir

em torno de seu filho Afonso Henriques. Iniciou-se por isso

um período de guerra civil, que veio a terminar na Batalha de

S. Mamede, 1128.

Uma vez à frente do Condado, Afonso Henriques foi um

grande chefe militar e um hábil político.

Conseguiu aliviar o sul da pressão dos Almorávidas e depois

começou a ambicionar a independência do Condado.

1137- torneio de Arcos de Valdevez e tratado de paz em Tui

entre D. Afonso VII e Afonso Henriques.

1139- Batalha de Ourique, grande vitória contra os

muçulmanos, D. Afonso Henriques passou a usar o título de

Rei.

1143- Independência do condado, na Conferência de Zamora

1179- Papa Alexandre III, concede a Bula Manifestis

Probatum, na qual reconhece como Rei de Portugal D.

Afonso Henriques.