"Cristiada" Revolução do México...

19
Viva Cristo Rei! Viva a Virgem de Guadalupe! GUERRA DOS CRISTEROS DO MÉXICO (A “CRISTIADA”)

Transcript of "Cristiada" Revolução do México...

Page 1: "Cristiada" Revolução do México...

Viva Cristo Rei!

Viva a Virgem de

Guadalupe!GUERRA DOS CRISTEROS DO MÉXICO (A “CRISTIADA”)

Page 2: "Cristiada" Revolução do México...

Entre os anos de 1926 e 1930, o México viu surgir do interior de um

governo federal maçônico, anti-clerical elaicista, um dos momentos

mais tristes da história do país. O episódio ficou conhecido

como Guerra dos Cristeros ou Cristiada. Dados oficiais contam 90 mil

vítimas dessa verdadeira batalha, mas informações extraoficiais falam

de 200.000 mortos em 4 anos de conflitos.

Contra a sensibilidade da maioria do povo mexicano, os governantes –

em nome de uma agenda anti-cristã e anti-clerical – partiram para o

ataque promulgando leis e impondo sanções à liberdade de religião

naquele país. Eles só não contavam com um bando de leigos e mais

um bom punhado de clérigos – sempre eles, os santos, atrapalhando

tudo! – que não abaixaram a cabeça para qualquer poder político,

sem o respaldo moral e legal.

Page 3: "Cristiada" Revolução do México...

Cristãos mortos na Guerra Cristiada. Eles eram

pendurados em árvores, nas margens das estradas

férreas ou executados em praça pública. Tudo para

desencorajar os “fanáticos católicos” Cristeros.

Page 4: "Cristiada" Revolução do México...

Sacerdote sendo executado com seus

paramentos. Não foram raros os casos em

que os padres saiam imediatamente da

celebração da Santa Missa para o martírio.

Page 5: "Cristiada" Revolução do México...

A perseguição religiosa está profundamente enraizada na história

do México, desde a morte do Pe. Miguel Hidalgo e, depois, do Pe.

José María Morelos, que participaram da Guerra daIndependência do México (1820-1821).

A Guerra dos Cristeros (1926-1929) foi uma resposta ao ataque

direto contra a fé católica por parte do presidente Plutarco Calles.

A aplicação estrita das regras anticlericais da Constituição

Mexicana de 1917 foi conhecida como “Lei Calles”.

Calles quis erradicar o catolicismo e criar uma nova forma de vida.

No começo, os fiéis e a hierarquia adotaram posturas pacíficas emsua resistência à chamada “Lei Calles”.

Page 6: "Cristiada" Revolução do México...

O movimento cristero foi organizado pela “Liga Nacional de la

Defensa de la Libertad Religiosa” ou “Liga Nacional Defensora de

la Libertad Religiosa” (LNDLR). A LNDLR foi um grupo de direitos civise religiosos, estabelecido em 1925.

Os bispos mexicanos trabalharam incansavelmente para modificar

a Lei Calles. O Papa Pio XI aprovou esta ação. Ao não poder

chegar a um acordo com o regime Calles, e com o fim de evitar

enfrentamentos e derramamento de sangue, os bispos pediram à

Santa Sé autorização para suspender o culto católico em 31 de

julho de 1926 – na véspera da entrada em vigor da lei

Page 7: "Cristiada" Revolução do México...

Papa Pio XI escreveu uma carta encíclica ao clero e aos fiéis do

México para encorajá-los e dar-lhes esperança durante esta

perseguição. A Santa Sé não podia fazer muito mais que isso.

A resistência armada começou em 1927, em Los Altos (Jalisco) e se

difundiu por todo o México, até tornar-se uma verdadeira guerra

civil.

Os primeiros levantamentos para defender a liberdade religiosa no

México ocorreram nos dias 1º e 2 de janeiro de 1927, no norte do

estado de Jalisco (Los Altos). Este acontecimento foi o primeiro que

teve êxito em rejeitar as tropas do governo. A vitória estimulou omovimento, razão pela qual houve mais manifestações nesta

região.

Page 8: "Cristiada" Revolução do México...

a Igreja reconhece um grande número de mártires da Guerra

Cristera, incluindo o Beato Miguel Augustín Pro, um jesuíta

assassinado em 23 de novembro de 1927, o Beato José Sánchez delRío, um cristero de 15 anos de idade, executado em 10 de fevereiro

de 1928, e o Beato Anacleto González Flores, líder da resistência

pacífica, morto em 1º de abril de 1927. O Padre Pro foi beatificado

em 1988, 25 mártires foram canonizados em 2000 e 13 foram

beatificados em 2005 (incluindo González Flores e Sánchez del Río).

Page 9: "Cristiada" Revolução do México...

Beato Miguel Augustín Pro

Page 10: "Cristiada" Revolução do México...

O embaixador dos Estados Unidos no México ajudou a negociar

uma trégua entre o governo do México e os Cristeros, mas isso não

acabou com a perseguição dos líderes Cristeros nem da Igreja.

O embaixador americano Dwight Morrow foi o meio pelo qual a

guerra teve uma trégua. Em uma das diversas reuniões que teve

com o presidente Calles, o embaixador ofereceu apoio militar em

troca de petróleo, para que a guerra terminasse de uma vez por

todas. No final, no entanto, dependeu das habilidades

diplomáticas do clero católico e dos leigos para negociar o acordo

de paz que acabou com a Cristiada.

Page 11: "Cristiada" Revolução do México...

Tristemente, a trégua assinada pelo governo mexicano e a Igreja

Católica foi, sem dúvida, uma armação para os Cristeros. O regime

de Calles rompeu rapidamente a promessa de cumprir oscompromissos combinados e, durante os três primeiros meses

depois da trégua, mais de 500 líderes e 5 mil Cristeros foram

executados. Morreram mais líderes Cristeros durante esse breve

período do que durante os três anos de guerra.

de acordo com a investigação do Pe. Brian Van Hove, cerca de 40

sacerdotes foram assassinados no México entre 1926 e 1934.

Inclusive em 1935, seis anos depois da “trégua”, cerca de 2.500

sacerdotes se viram obrigados a esconder-se e 6 bispos foramexilados. Em 1926, havia 3 mil sacerdotes no México e, em 1934,restavam apenas 334.

Page 12: "Cristiada" Revolução do México...

A relação entre o Estado e a Igreja melhorou há poucos anos. O

ex-presidente Vicente Fox (2000 a 2006) e seu sucessor, Felipe

Calderón (2006 a 2012), católicos, foram mais indulgentes com aIgreja, até o ponto de restabelecer as relações diplomáticas com o

Vaticano.

Mas a perseguição pode acontecer novamente, se as pessoas se

esquecerem do passado. A tarefa de defender a nossa liberdade

religiosa é um direito dado por Deus e devemos fazê-lo valer cada

vez que ela for atacada. Uma frase muito poderosa do filme

“Cristiada” define isso perfeitamente: “Não podemos permitir que

os ateus tirem a nossa liberdade”.

Page 13: "Cristiada" Revolução do México...

Beato José Luis Sánchez del Río

José Luiz Sanchez Del Río nasceu a 28 de março de 1913, na cidade

Sahuayo, província de Michoacan, México. Vivia uma vida comum,

como qualquer outro menino do interior do México, até que esta

normalidade foi quebrada pela ascensão de Plutarco Elias Calles à

chefia do poder daquela nação.

Page 14: "Cristiada" Revolução do México...

Este presidente tirânico, declaradamente socialista e maçom, empreendeu em todo o país uma das maiores perseguições que a Igreja Católica sofreu no século XX. Com o pretexto de “livrar a nação do fanatismo religioso” .

Um dia, ao visitar o túmulo do beato mártir Anacleto González Flores, que havia morrido durante a perseguição de maneira brutal e impiedosa, José Luiz Sanchez Del Río rezou a Deus, pedindo para que ele também pudesse morrer pela manutenção de sua Fé. Então, aos 13 anos de idade, foi procurar o general PrudencioMendoza, que tinha sua base na vila de Cotija, para que pudesse ingressar no exército cristero. Ao chegar, dirigiu-se ao general que o indagou:—O que viste fazer aqui meu rapaz? Ele respondeu: —Vim aqui para morrer por Cristo Rei.

Page 15: "Cristiada" Revolução do México...

Em fevereiro de 1928, cerca de 1 ano após o seu ingresso no

exército cristero, o menino e seus confrades foram surpreendidos

numa emboscada. José Luiz cedeu seu cavalo ao líder da resistência, sendo capturado pelos sádicos soldados do governo

de Plutarco. Na intenção de fazer com que o menino renunciasse

sua fé, descamaram a planta de seus pés até as nervura e o

amarraram em um cavalo, obrigando-o a andar por cerca de

quatorze quilômetros a pé e descalço. Não precisamos aqui dizer o

nível de dor que esta pobre criança sentiu, mesmo assim, nos

momentos em que as dores lhes eram insuportáveis, o menino

cheio da Graça Divina Bradava em voz alta e vigorosa “Viva Cristo Rey e la Virgem de Guadalupe!”

Page 16: "Cristiada" Revolução do México...

Sem sucesso na tentativa de que José Luiz abjurasse de sua fé por

meio da dor mais causticante e alucinante possível, os soldados

tentaram com intimidá-lo de outra maneira. Ao chegar na vila em que nascera, para ser executado no dia seguinte, os soldados

fizeram com que a mãe do menino escrevesse-lhe uma carta

pedindo para que ele abjurasse da fé católica, para poder ser

solto. José Luiz Sanchez Del Río respondeu assim ao bilhete de sua

mãe:

Page 17: "Cristiada" Revolução do México...

“Minha querida mãe: Fui feito prisioneiro em combate neste dia.

Creio que nos momentos atuais vou morrer, mas não importa, nada

importa, mãe. Resigna-te à vontade de Deus; eu morro muito feliz porque no fim de tudo isto, morro ao lado de Nosso Senhor. Não te

aflijas pela minha morte, que é o que me mortifica. Antes, diz aos

meus outros irmãos que sigam o exemplo do mais pequeno, e tu faz

a vontade do nosso Deus. Tem coragem e manda-me a tua

bênção juntamente com a de meu pai. Saúda a todos pela última

vez e tu recebe por último o coração do teu filho que tanto te quer

e tanto desejava ver-te antes de morrer”

Page 18: "Cristiada" Revolução do México...
Page 19: "Cristiada" Revolução do México...