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CRISTIANE BOHRER ESTUDO DE CASO SOBRE OS EFEITOS DA AURICULOTERAPIA EM UM PACIENTE COM CERVICALGIA CRÔNICA CIEPH CENTRO INTEGRADO DE ESTUDO E PESQUISA DO HOMEM NOVO HAMBURGO 2005

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CRISTIANE BOHRER

ESTUDO DE CASO SOBRE OS EFEITOS DA AURICULOTERAPIA EM UM

PACIENTE COM CERVICALGIA CRÔNICA

CIEPH

CENTRO INTEGRADO DE ESTUDO E PESQUISA DO HOMEM

NOVO HAMBURGO

2005

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CRISTIANE BOHRER

ESTUDO DE CASO SOBRE OS EFEITOS DA AURICULOTERAPIA EM UM

PACIENTE COM CERVICALGIA CRÔNICA

Trabalho de conclusão de curso

apresentado como requisito parcial para

obtenção do título de Especialista em

Acupuntura pelo Centro Integrado de

Estudo e Pesquisa do Homem

Orientador: Prof. Especialista Marcos Lisboa Neves

Novo Hamburgo

2005

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FOLHA DE APROVAÇÃO

AUTORA: CRISTIANE BOHRER

TÍTULO: ESTUDO DE CASO SOBRE OS EFEITOS DA AURICULOTERAPIA EM

UM PACIENTE COM CERVICALGIA CRÔNICA

Aprovado em ____ / ____ / ________, pela banca abaixo assinada:

BANCA

________________________________________________________

Orientador: Prof. Especialista Marcos Lisboa Neves

________________________________________________________

Prof. Dr. Carlos Gustavo Hoelzel

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RESUMO

De acordo com minha escolha inicial pela área da saúde, ingressei no curso de

Especialização em Acupuntura. Optei com a presente pesquisa, comprovar a eficácia do

tratamento de auriculoterapia em um paciente homem portador de cervicalgia crônica, na

redução da dor e melhora da amplitude de movimento cervical, observando as alterações

apresentadas na evolução do quadro durante o tratamento, já que o mesmo não faria uso de

medicação e nenhum outro recurso terapêutico. Constatei que o paradigma mais apropriado a

ser utilizado, seria o quantitativo, através de um estudo de caso de forma semi-experimental

antes e depois. A pesquisa foi realizada no período de fevereiro a abril de 2005, onde apliquei

a auriculoterapia junto aos instrumentos escolhidos, como a goniometria, escala analógica da

dor e diário de campo. Após o contato direto com o participante e a aplicação dos

instrumentos realizei a análise, onde pude comprovar a eficácia da auriculoterapia como

forma de tratamento para a redução da dor na cervicalgia crônica, bem como na melhora da

amplitude de movimentos cervical, devido à promoção e o controle da qualidade dos

ligamentos, tendões, ossos, músculos, através da ativação da circulação de Qi (energia) e Xue

(sangue), bem como por todos os indícios que me levaram a apostar neste recurso terapêutico

como única forma de tratamento para este caso. Confesso sentir-me confiante em deixar como

sugestão a continuidade de minha pesquisa, com uma gama maior de participantes, bem como

de outros instrumentos mensuráveis, já que a cervicalgia é uma das patologias que mais

acomete os indivíduos atualmente. Considero, portanto, que minhas conclusões podem ser

concebidas como provisórias e relativas ao tema em questão, pois quando trabalhamos com

seres humanos, as afirmações podem ser superadas por outras futuras, se ainda investigadas.

Palavras-chave: Auriculoterapia – Cervicalgia crônica – Dor – Amplitude de Movimentos.

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AGRADECIMENTO

Agradeço toda atenção e

ensinamentos transmitidos de meu orientador

Marcos Lisboa e por todo seu apoio.

Agradeço aos meus colegas e

amigos pelo companheirismo durante este

período, e em especial ao colaborador da

pesquisa.

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais e irmã por terem

acreditado e apostado em mais esta

conquista, sempre me estimulando com

palavras e gestos de carinho, dedicação e

compreensão.

A vocês, dedico mais esta conquista

como forma de infinita gratidão.

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“Sem sonhos, as perdas se tornam insuportáveis, as pedras do

caminho se tornam montanhas, os fracassos se transforma em

golpes fatais.

Mas se você tiver grandes sonhos...seus erros produzirão

crescimento, seus desafios produzirão oportunidades e seus

medos produzirão coragem.”

Augusto Cury

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 10

2 OBJETIVOS ................................................................................................... 12

2.1 Objetivos Gerais ......................................................................................................... 12

2.2 Objetivos Específicos .................................................................................................. 12

3 EMBASAMENTO TEÓRICO ......................................................................... 13

3.1 Coluna Cervical .......................................................................................................... 13

3.1.1 Ossos da Coluna Cervical ..................................................................................... 13

3.1.2 Articulações da Coluna Cervical .......................................................................... 13

3.1.3 Músculos da Coluna Cervical ............................................................................... 14

3.1.4 Inervação da Coluna Cervical............................................................................... 15

3.2 Dor Osteomioarticular ............................................................................................... 15

3.3 Afecções da Coluna Cervical ..................................................................................... 16

3.3.1 Cervicalgia ............................................................................................................ 17

3.4 Auriculoterapia ........................................................................................................... 18

3.4.1 Anatomia da Orelha .............................................................................................. 18

3.4.2 Mecanismo Fisiológico de Ação da Auriculoterapia ........................................... 19

3.4.3 Mecanismo Filosófico da Ação da Auriculoterapia ............................................. 19

3.4.4 Método de Tratamento.......................................................................................... 20

4 METODOLOGIA ............................................................................................ 24

4.1 Descrição da Pesquisa ................................................................................................ 24

4.2 População e Amostra .................................................................................................. 25

4.3 Contato Inicial e Estudo Principal ........................................................................... 25

4.4 Materiais e métodos .................................................................................................... 26

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5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................ 28

5.1 Categorias .................................................................................................................... 28

5.1.1 Amplitude de Movimento Cervical ...................................................................... 28

5.1.2 Escala da Dor ........................................................................................................ 30

CONCLUSÃO ........................................................................................................... 32

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 34

APÊNDICES ............................................................................................................. 36

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ........................................ 37

DIÁRIO DE CAMPO ............................................................................................................. 43

ANEXO ..................................................................................................................... 44

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INTRODUÇÃO

Através de meu interesse inicial pela área da saúde, escolhi a formação em

Fisioterapia, onde no decorrer da mesma, obtive o interesse e necessidade de buscar novas

alternativas que tornassem meu tratamento como terapeuta mais completo e eficaz.

Foi então que ingressei no curso de Especialização em Acupuntura, sendo este um

procedimento reconhecido pelo COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia

Ocupacional pela Resolução COFFITO 60/85 e 97/98).

Ao término de minha Especialização tive que optar por um assunto a ser estudado

e pesquisado dentro desta área. Neste momento, entrei em contato com meu professor e

orientador para a escolha do tema. Entre os casos em questão, dei início a minha pesquisa

sobre os efeitos da auriculoterapia em um paciente com cervicalgia crônica, pois segundo

Santos (1996) este é um dos males mais freqüentes dos nossos dias, onde 80% da população

apresenta desde leve desconforto à dores incapacitantes, podendo-se manifestar por crises

agudas ou crônicas.

Segundo Severino (2001) antes de propor a realização de um trabalho monográfico

é necessário elencar um universo familiar de problemas para se chegar à definição de um

problema específico.

A partir da delimitação de minha pesquisa, descrevi as alterações apresentadas

quanto a evolução do quadro de meu participante, através da aplicação da auriculoterapia,

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pois o mesmo ao iniciar o tratamento, apresentava quadro álgico e limitação de Amplitude de

movimento cervical importante, sendo estes fatores significativos para a busca de resultados.

Partindo destes princípios tracei como objetivos a comprovação deste tratamento

na redução da dor e melhora da amplitude de movimento cervical, através do uso de

instrumentos mensuráveis como, a Goniometria e a Escala da Dor, para maior fidedignidade

de resultados. Como mais um meio de coletar dados precisos, utilizei o Diário de Campo,

onde pude observar e descrever a evolução do paciente sem o uso de medicação ou qualquer

outro recurso terapêutico, sendo estes relatados, a cada atendimento realizado.

Dentre os materiais estudados para a realização desta pesquisa, procurei embasar e

justificar minha escolha pelo tema, através da abordagem de toda a estrutura da coluna

cervical, bem como enfatizar a origem e as causas ocidentais e orientais apresentadas pela

cervicalgia de forma crônica. De acordo com minha opção de tratamento para este caso, senti

a necessidade de incluir a importância da auriculoterapia na Medicina Tradicional Chinesa

(MTC), juntamente a parte fisiológica e filosófica desta técnica, para maior compreensão e

esclarecimento dos efeitos obtidos.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivos Gerais

Comprovar a eficácia do tratamento de auriculoterapia na redução da dor e

melhora da Amplitude de movimento cervical.

Observar e descrever alterações apresentadas na evolução do quadro do

paciente durante o tratamento.

2.2 Objetivos Específicos

Observar a evolução do paciente sem o uso de medicação.

Analisar os resultados obtidos durante o tratamento através de relatos do

paciente, Goniometria e Escala analógica da dor.

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3 EMBASAMENTO TEÓRICO

3.1 Coluna Cervical

3.1.1 Ossos da Coluna Cervical

“As vértebras cervicais formam o esqueleto ósseo do pescoço e estão

localizadas entre o crânio e o tórax. A característica mais evidente de cada vértebra

cervical é o forame do processo transverso. Numa vista lateral da região cervical,

observamos uma curvatura em forma de “C” com a convexidade anterior

denominada lordose cervical” (MOORE, 2001, p. 385)

3.1.2 Articulações da Coluna Cervical

De acordo com Hoppenfild (1997), a postura normal da coluna cervical é a

curvatura lordótica. Todas as vértebras, da segunda até a primeira sacral, articulam-se por

meio de articulações cartilagíneas entre seus corpos, articulações sinoviais entre seus

processos articulares e articulações fibrosas entre suas lâminas, processos transversos e

espinhosos. (WILLIAMS, 1995).

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Os corpos vertebrais são unidos por ligamentos longitudinais anterior e posterior e

por discos intervertebrais fibrocartilagíneos entre lâminas de cartilagem hialina. (WILLIAMS,

1995).

3.1.3 Músculos da Coluna Cervical

“A amplitude do movimento da coluna vertebral varia de acordo com a

região e o indivíduo. A mobilidade da coluna vertebral resulta principalmente da

compressibilidade e elasticidade dos discos intervertebrais. Os seguintes

movimentos da coluna vertebral são possíveis: flexão, extensão, inclinação (flexão)

lateral e rotação.” (MOORE, 2001, p. 406)

Williams (1995) descreve os músculos da coluna cervical como descrito na tabela

1.

REGIÃO ANTERIOR

MÚSCULOS

AÇÃO

Esternocleidomastóideo Inclina a cabeça ipsilateralmente e roda a face para o lado oposto, flexão cervical e ação inspiratória

Escaleno Anterior Flexão da cervical e inclinação ipsilateral e rotação contra-lateral da cabeça e ação inspiratória (eleva a primeira costela)

Escaleno Médio

Inclina a cervical ipsilateralmente e ação inspiratória (eleva a primeira costela)

Pré-vertebrais Flexão da cabeça e do pescoço

Suprahióideos

Elevam o osso hióide e baixa a mandíbula (abertura da boca)

Infrahióideos Baixam o osso hióide

REGIÃO POSTERIOR

MÚSCULOS AÇÃO

Trapézio Eleva a escápula, retrai a escápula

Elevador da escápula

Eleva a escápula e inclina a cabeça ipsilateralmente

Esplênio da cabeça

Retrai a cabeça, inclinação e rotação ipsilateral

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Triângulo suboccipital

Reto posterior maior da cabeça

Extensão e rotação ipsilateral da cabeça

Reto posterior menor da cabeça

Extensão da cabeça

Oblíquo superior da cabeça

Flexão póstero-lateral da cabeça

Oblíquo inferior da cabeça

Rotação ipsilateral da cabeça

Tabela 1: Músculos da região cervical

3.1.4 Inervação da Coluna Cervical

Segundo estudos de Williams (1995), o plexo cervical é formado pelos ramos

ventrais dos quatro nervos cervicais superiores. No plexo cervical, serão citados apenas dois

nervos: nervo occipital maior e occipital menor. Moore (2001) descreve estes nervos da

seguinte forma:

Nervo

Origem

Trajeto

Distribuição

Occipital

maior

Ramo posterior do nervo C2

Emerge inferior ao M. oblíquo inferior e sobe para trás do

escalpo

Pele sobre o pescoço e o

occipital

Occipital menor

Ramos anteriores dos nervos C2 e C3

Passa diretamente para pele

Pele do pescoço e escalpo

Tabela 2: Nervos do plexo cervical

3.2 Dor Osteomioarticular

A dor é parte integrante da vida, presente ao longo de todo o ciclo

desenvolvimental desde o nascimento até a morte. Aparece associada a doenças, processos

inflamatórios e acidentes, embora tão desagradável e estressante, é essencial para a

sobrevivência porque exerce uma função protetora para o organismo. Portanto, a intensidade e

a freqüência da dor podem exceder suas funções indicadoras e comprometer seriamente a

qualidade de vida da pessoa em sofrimento ou inabilitá-lo para diferentes atividades da vida

diária. (CARVALHO, 1999).

Sabendo-se que a dor é um dos sintomas mais relatados pelos pacientes, deve-se,

antes de ter uma compreensão completa da história, sinais e sintomas acompanhantes,

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questionar a natureza e a localização da dor. Para Medicina Tradicional Chinesa (MTC) a

diferenciação da natureza da dor é significante para deduzir sua etiologia e patologia,

enquanto a identificação da localização da dor ajuda a determinar os órgãos Zang Fu e canais

de energia desequilibrados. (XINNONG, 1999).

A etiologia de todas as enfermidades osteomioarticulares, dentro da Medicina

Tradicional Chinesa (MTC), pode se resumir em duas categorias: exógenas (traumas externos,

esforços repetitivos e alterações climáticas como o vento, frio e umidade) e endógenas

(fatores emocionais, idade e alimentação). Ambas podem provocar a má nutrição dos

músculos, articulações, tecidos moles e ossos, afetando a circulação de Qi e Xue a nível

superficial e profundo, desordenando o funcionamento dos órgãos Zang Fu, através do

desequilíbrio das funções do Fígado, do Rim e do Baço. (NEVES,2004).

De acordo com Maciocia (1996) os chineses costumam simbolizar a dor de

músculos, tendões e articulações através da Síndrome da Obstrução Dolorosa, sendo definida

como a aflição dos meridianos, em lugar dos órgãos internos. A dor, a sensibilidade e o

formigamento dos músculos, tendões e articulações são causadas por obstrução na circulação

de Qi (energia) e Xue (sangue) nos meridianos, por ação exterior do vento, frio e umidade.

Sendo de extrema importância, revisar a estrutura dos meridianos principais e secundários,

bem como a função energética sobre os membros, para maior compreensão na discussão do

tratamento da Síndrome da Obstrução Dolorosa.

3.3 Afecções da Coluna Cervical

Os principais sinais e sintomas das afecções da coluna vertebral são a dor e

rigidez muscular. A dor pode estar localizada em um segmento da coluna vertebral (cervical,

dorsal e lombossacra) ou em toda sua extensão. (PORTO, 1996).

Segundo Porto (1996), dor na coluna cervical que se irradia para os membros

superiores, sugere a possibilidade de comprometimento radicular, cuja etiologia pode ser

degenerativa ou compressiva. A dor que melhora aos movimentos e piora à noite aparece nas

afecções inflamatórias, porém as dores contínuas, que ocorrem mesmo em repouso e

agravam-se com os movimentos são originadas de hérnia discal.

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3.3.1 Cervicalgia

A cervicalgia pode se limitar à região posterior do pescoço ou, dependendo do

nível da articulação, pode irradiar-se segmentarmente ao occiptal, tórax anterior, cintura

escapular, braço, antebraço e mão. Pode se intensificar por movimentos passivos ou ativos do

pescoço. Os distúrbios gerais da dor e parestesias correspondem grosseiramente ao

dermátomo envolvido na extremidade superior. (TIERNEY, 1998).

A principal manifestação clínica é a dor do tipo choque, que segue os trajetos

radiculares, piorando com os movimentos que distendem a raiz, com o tórax ou com a coluna

vertebral. As parestesias podem ocorrer na parte distal da raiz. Alterações dos reflexos, do

tônus, da força ou alterações tróficas podem faltar ou serem tardias. O quadro clínico

compõem-se da região cervical dolorida, limitação dos movimentos, cervicobraquialgia e

diminuição da força dos membros superiores. (PORTO, 1996).

Barros (1995), diz que a cervicalgia é uma patologia insidiosa, sem causa

aparente. Mais raramente se inicia de maneira súbita, geralmente relacionada com

movimentos bruscos do pescoço, extensa permanência em posição forçada, esforço ou

trauma. Melhora nitidamente com repouso e se exacerba com a movimentação, com o

aumento da pressão liquórica e compressão das apófises espinhosas. Com freqüência, há

espasmo muscular e pontos de gatilho.

Já Garcia (1999) afirma que na Medicina Tradicional Chinesa (MTC) esta

enfermidade é causada por debilidade de Rim e de Fígado, devido estes serem os responsáveis

por controlar a qualidade dos ossos, tendões e ligamentos respectivamente, por estagnação de

Qi (energia) e acúmulo de frio, ou seja, por acúmulo de energia e destruição dos tecidos

moles.

De acordo com Ross (2003) enquanto os Rins são o principal sistema envolvido

nos problemas ósseos, as síndromes do Fígado, como Estagnação do Qi do Fígado e

Hiperatividade do Yang do Fígado, podem estar associadas com contraturas dos ombros,

devido sua estreita relação com os músculos e tendões. Além disso, a área do pescoço é

considerada suscetível à invasão de Vento Frio, particularmente quando existem fatores

predisponentes como Deficiência do Qi do Rim ou Estagnação do Qi por lesão anterior ou

estresse emocional.

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3.4 Auriculoterapia

Pode-se assegurar que a auriculoterapia, assim como a acupuntura, é parte

integrante da Medicina Tradicional Chinesa (MTC). Embora exista evidência de sua

utilização por diversos povos, o povo chinês foi, provavelmente, o primeiro a esboçar a estrita

relação existente entre o pavilhão auricular, os canais e colaterais, os Zang Fu e o resto do

organismo, além de legar as bases teóricas para o diagnóstico e tratamento, através do

pavilhão auricular. (GARCIA,1999).

3.4.1 Anatomia da Orelha

O pavilhão auricular é formado por uma estrutura de tecido fibrocartilaginoso,

sustentado por ligamentos, tecido adiposo e músculos. A parte inferior do pavilhão, é rica em

nervos, vasos sangüíneos e linfáticos, e o lóbulo, em sua maior parte, é constituído por tecido

adiposo e conjuntivo. Sua morfotipologia caracteriza-se pelo formato ovóide e côncavo, com

sua parte superior mais larga que a inferior e um relevo que alterna proeminências e

depressões. (GARCIA,1999).

3.4.1.1 Vascularização da Orelha

A irrigação da orelha é feita pela artéria temporal superficial e a artéria auricular

posterior. Ambas são ramos da carótida externa. O retorno circulatório é feito através da veia

temporal superficial e veia auricular posterior. (GUIMARÃES e BOUCINHAS, 2001).

3.4.1.2 Inervação da Orelha

A abundante inervação da orelha tem sua origem dividida em nervos espinhais e

cranianos. Os nervos espinhais originados no plexo cervical 2º e 3º são representados pelo

grande nervo auricular e pelo pequeno nervo occiptal. Os nervos cranianos (cerebrais) são

originados no trigêmeo como o nervo auriculotemporal e nos nervos glossofaríngeos, facial e

vago, representado por suas ramificações. (GUIMARÃES e BOUCINHAS, 2001).

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3.4.2 Mecanismo Fisiológico de Ação da Auriculoterapia

Sabendo-se a estreita relação energética dos pontos auriculares com o resto do

corpo, foram realizadas investigações sobre esta teoria milenar. Do ponto de vista

neurofisiológico, o pavilhão auricular é compreendido como um receptáculo de informação

periférica e central de alta fidelidade, podendo definir os pontos auriculares como uma

estação comunicadora com os canais, colaterais, fluído corpóreo e nervos, onde qualquer

desequilíbrio no fluxo energético, torna-se perceptível pontos dolorosos na orelha, como uma

ação reflexa do local obstruído. (GARCIA,1999).

3.4.3 Mecanismo Filosófico da Ação da Auriculoterapia

Conforme os antigos escritos da Medicina Tradicional Chinesa “Os doze

meridianos reúnem-se na orelha”. A orelha também é uma das principais zonas onde o Yin e o

Yang se inter-relacionam. Os 3 Yang da mão e os 3 Yin do pé chegam indiretamente através

de seus ramos.

O pavilhão auricular guarda estreita relação com os órgãos, é conhecido como o

palácio do Rim, tendo sua porta de entrada através do ouvido, além de que claramente ambos

aparentam a mesma forma anatômica. (GARCIA,1999).

3.4.3.1 Correspondência Auricular pela Medicina Tradicional Chinesa

Raiz do hélix Diafragma

Periferia da Raiz do Hélix Sistema Digestivo

Hélix Divide-se em 6 pontos com ação

antiinflamatória

Concha Cava ou Inferior Órgãos do Tórax

Concha Cimba ou Superior Órgãos do Abdome

Trago Abrange o nariz, supra-renal e vícios

Antítrago Cabeça e estruturas cerebrais

Fossa Superior do Trago Tronco Cerebral

Lóbulo Face

Incisura Intertrágica Glândulas Endócrinas

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Incisura Supratrago Ouvido Externo

Anti-hélix Coluna Vertebral

Raiz Inferior da Anti-hélix Glúteo, Ciático e Simpático

Raiz Superior da Anti-hélix Membro Inferior

Fossa Triangular Cavidade Pélvica

Fossa Escafóide Membro Superior

(GARCIA,1999).

3.4.3.2 Classificação dos Pontos Auriculares

Pontos da Zona Correspondente Representam a anatomia corporal.

Ex: ponto do ombro, joelho, etc.

Pontos da MTC Representam os 5 órgãos Zang e os 6 Fu.

Ex: ponto do Fígado, Rim, etc.

Pontos do Sistema Nervoso Representam as estruturas do sistema

nervoso.

Ex: Tálamo, cérebro, etc.

Pontos do Sistema Endócrino Representam cada uma das glândulas

endócrinas.

Ex: supra-renal, endócrino, etc.

Pontos de Ação Específica Representam uma determinada ação.

Ex: ponto da alergia, hipertensão, etc.

Pontos do Dorso da Orelha Representam o mesmo nome e local dos

pontos ventrais.

Mais indicados para o tratamento das

disfunções osteomioarticulares.

(GARCIA,1999).

3.4.4 Método de Tratamento

GUIMARÃES e BOUCINHAS (2001), garantem que na atualidade, os métodos e

estímulos que se utilizam sobre os pontos auriculares para o tratamento das enfermidades

continuam apresentando um amplo desenvolvimento, onde a introdução de novas técnicas

proporciona maior eficiência aos resultados.

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Dentre os métodos, destaca-se o uso da colocação de sementes, por ser um

procedimento menos traumático e doloroso para o paciente. Neste método são usados

materiais esféricos, de superfície lisa, que realizam pressão sobre os pontos auriculares.

(GARCIA,1999).

De acordo com Garcia (1999) as sementes colocadas no pavilhão auricular

podem permanecer por um período de 3 a 7 dias, sendo que entre um atendimento e outro a

orelha deverá ter um período de descanso de um dia , evitando a acomodação dos pontos

estimulados. A estimulação após a aplicação das sementes deve ser realizada pelo próprio

paciente, de três (3) a cinco (5) vezes por dia, auto-massageando as orelhas, o que gera uma

maior participação e desempenho em relação à melhora do quadro.

3.4.4.1 Seleção de Pontos Auriculares para o Tratamento de Cervicalgia Crônica

Região Cervical:

Localização: Esta zona abrange o primeiro quinto da parte inferior do anti-

hélix.

Ponto Ápice da Orelha:

Localização: Encontra-se no ponto mais alto do pavilhão auricular, na ponta

que se cria ao dobrar o pavilhão para frente.

Ponto Rim:

Localização: Este ponto localiza-se na pequena cavidade que se forma por

baixo da cruz inferior do anti-hélix, ao mesmo nível do ponto pelve.

Ponto Fígado:

Localização: Este ponto localiza-se no bordo póstero-inferior da concha cimba.

Ponto Baço:

Localização: Este ponto localiza-se no bordo supra-externo da concha cava, na

metade da distância de uma linha traçada desde o ponto estômago até a fossa do intertrago.

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Nervo Occiptal Menor:

Localização: Encontra-se no nível do ponto Yang do fígado, no tubérculo

auricular mais por seu bordo interno.

Nervo Auricular Maior:

Localização: Encontra-se abaixo do ponto da clavícula. (GARCIA, 1999).

3.4.4.2 Explicação do Uso dos Pontos

Sangria no Ápice da Orelha – Atualmente este é um dos métodos mais utilizados

na prática clínica. Apresenta funções sedantes, antiinflamatórias e antipiréticas, através das

quais, pode-se obter resultados satisfatórios na redução dos sintomas de dores crônicas.

Região Cervical: é um ponto da zona correspondente, através do qual ativa a

circulação de Qi e Xue, favorecendo a desobstrução dos canais e colaterais, fato que melhora a

nutrição dos tecidos moles e a detenção do processo degenerativo.

Sendo esta uma região, deve-se localizar os pontos referentes a 1ª e 7ª vértebra

cervical, respectivamente C1 e C7, a seleção destes dois pontos associado ao Nervo Auricular

Maior, possui o formato de um triângulo, o qual em ação concomitante com os outros pontos,

potencializa seus resultados. (GARCIA, 1999).

Nervo Occiptal Menor: Tem a função de desobstruir os canais e os colaterais,

aquecendo os canais, ativando a circulação do sangue e acalmando a dor. No tratamento da

cervicalgia pode ajudar em todos os sintomas que se produzam na região cervical, occipital e

ombro.

Nervo Auricular Maior: Tem sua importância na ativação da circulação de Qi e

Xue, no relaxamento da musculatura e alívio da dor, atuando sobre a coluna e membros

superiores.

Ponto Rim – É um ponto importante para a manutenção e conservação do estado

de saúde, armazena a essência vital, sustenta a atividade vital do homem. Na MTC, se declara

à importância do rim para controlar a qualidade dos ossos, sendo a utilização deste ponto,

vital para a recuperação do equilíbrio cálcio-fósforo.

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Ponto Fígado – O fígado controla os ligamentos e tendões e armazena o sangue,

já o rim, controla a qualidade dos ossos e armazena a essência. Razão pela qual se assegura

que o fígado e o rim têm a mesma origem.

Ponto Baço – Controla a qualidade dos músculos e a atividade dos quatro

membros, através da ativação da circulação de Qi (energia) e Xue (sangue). Esta função

permite tratar todas as patologias que envolvem comprometimento muscular, principalmente

afecções da coluna.

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4 METODOLOGIA

Metodologia é o processo que usamos para desenvolver nossa pesquisa, é o

caminho e o instrumento próprio de abordagem da realidade, é a própria alma do conteúdo,

pois relaciona o pensamento e a existência. (MINAYO, 2000).

4.1 Descrição da Pesquisa

PARADIGMA Quantitativo

METODOLOGIA Semi-experimental antes e depois

TIPO DE ESTUDO Estudo de caso

AMOSTRA Um participante portador de cervicalgia

crônica

LOCAL Residência do participante

PERÍODO DA PESQUISA Fevereiro à Abril de 2005

INSTRUMENTOS Avaliação e Goniometria

(Apêndice 2)

Escala Analógica da Dor

(Anexo 1)

Diário de Campo

(Apêndice 4)

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4.2 População e Amostra

Selecionei o paciente a participar da pesquisa, devido seu interesse próprio em

realizar tratamento através da acupuntura, por relatar queixas insatisfatórias quanto aos

resultados de outros métodos já executados.

O paciente selecionado para amostra apresentava queixa de rigidez e dor cervical,

bem como irradiação para os quatro membros, o que confirmou o diagnóstico de cervicalgia

crônica. A pesquisa teve como critério de exclusão: o não comparecimento do paciente em

duas ou mais sessões e o uso de alguma medicação durante o tratamento, a fim de garantir

dados confiáveis e satisfatórios para a pesquisa.

4.3 Contato Inicial e Estudo Principal

Meu contato inicial com o paciente deu-se através da explanação dos objetivos e

procedimentos a serem executados durante o estudo. Após a aprovação do mesmo diante a

participação na pesquisa, foi assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(Apêndice 1) conforme considerações éticas segundo a Resolução 196/96 do Conselho

Regional de Saúde. Após esclarecido e assinado o Termo de Consentimento, dei início ao

Estudo Principal.

No Estudo Principal, o participante foi submetido a uma avaliação contendo dados

informativos tanto pessoais como da história de sua patologia, exame físico da cervical,

avaliação do pavilhão auricular, aplicação da escala analógica da dor e goniometria no

primeiro, quinto e décimo atendimentos, bem como, a relatos observacionais, no diário de

campo, relacionados ao seu bem-estar durante a execução do tratamento, sendo estes,

realizados em cada encontro. Todos estes procedimentos foram feitos para que houvesse uma

maior fidedignidade dos resultados.

A utilização da Escala Analógica da dor foi feita de acordo com o julgamento do

paciente, já que a subjetividade é inevitável através da expressão de seus sentimentos.

Apresentei, inicialmente, ao paciente uma linha de dez centímetros de comprimento

(horizontal), traçada sobre um papel, com um item em cada extremidade, mas sem nenhuma

outra referência. O paciente indicou, por uma marca, o ponto onde se situava a dor no instante

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presente. Foi atribuído, a partir disto, um valor entre 0 e 10 à marca feita (0 = dor ausente, 10

= dor insuportável), que foram comparados antes e depois dos atendimentos. (VIEL, 2001).

Marques (2003), afirma que a Goniometria refere-se à medida de ângulos

articulares presentes nas articulações dos seres humanos, permitindo ao Fisioterapeuta,

quantificar a limitação dos ângulos articulares, decidir a intervenção terapêutica mais

apropriada e, ainda, documentar a eficácia desta intervenção, através de um instrumento, o

qual possui um corpo e dois braços: um móvel e outro fixo, onde verificam-se as escalas,

podendo ser um círculo completo (0 – 360 graus) ou de meio círculo (0 – 180 graus). A partir

deste instrumento foram verificados os graus de limitações apresentadas pelo participante, a

fim de conferir a eficácia do tratamento neste aspecto.

Já o Diário de Campo foi uma técnica de observação, que realizei, a partir da

descrição dos critérios estipulados por mim, no início da pesquisa, visando obter informações

sobre a observação e descrição das alterações apresentadas na evolução do quadro do paciente

durante o tratamento, observando a evolução do mesmo sem o uso de medicação. Para

Carvalho (1997), a importância dessa técnica reside no fato de podermos captar uma

variedade de situações ou fenômenos que não são obtidos por meio de perguntas, uma vez

que, observados diretamente na própria realidade, transmitem o que há de mais imponderável

e evasivo na vida real.

A pesquisa teve duração de dois (2) meses, completando o número de dez (10)

atendimentos, sendo realizado um (1) atendimento por semana com duração de trinta (30)

minutos cada.

4.4 Materiais e métodos

A cada atendimento os procedimentos de higienização e esterilização, bem como

a aplicação da técnica repetiam-se na seguinte rotina: Inicialmente realizava a limpeza do

pavilhão auricular com o auxílio de uma pinça mosquito da marca ABC com algodão

hidrófilo Cremer na ponta, embebido em álcool etílico Zepelin a 75%. No momento da

sangria utilizava lanceta para furar o ápice da orelha, luvas de látex não-estéril Cremer

descartável e chumaços de algodão Cremer para a retirada de gotas de sangue.

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A semente selecionada para o tratamento foi a de canola da marca Fritz e Frida,

por sua forma esférica e lisa. As mesmas foram colocadas em orifícios duplos em uma placa

plástica da marca DUX encobertas com esparadrapo Cremer cor da pele cortadas com estilete

Norma, na forma quadricular. Os esparadrapos de sementes duplas foram colados no pavilhão

auricular, conforme a seleção dos pontos, já mencionados anteriormente, e a prévia palpação

do pavilhão auricular através de um palpador de ponta romba da marca ABC, na busca e

confirmação dos pontos dolorosos para a colocação das sementes.

O participante era orientado a estimular as sementes, apertando os esparadrapos,

três vezes por dia, durante cinco dias. No final do quinto dia, o próprio participante retirava os

esparadrapos, no sexto dia permanecia sem estímulo e no sétimo dia repetia-se o processo de

colocação das sementes, até completar um ciclo de dez sessões.

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5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O processo de análise e discussão dos resultados foi feita a partir dos gráficos

obtidos através do uso dos instrumentos já mencionados na metodologia, durante o

tratamento, os quais verificaram o grau de amplitude de movimento do segmento estudado,

bem como da dor associada aos relatos do participante, sendo estes aplicados desde fevereiro

a abril de 2005, onde a pesquisa foi encerrada.

5.1 Categorias

As informações obtidas com os resultados estão divididas em duas categorias:

Amplitude de Movimento Cervical e análise da Escala da Dor com os dados de antes e depois

do tratamento com auriculoterapia.

5.1.1 Amplitude de Movimento Cervical

A ilustração do gráfico abaixo mostra o grau da amplitude de movimentos

cervicais avaliados no primeiro, quinto e último atendimentos de auriculoterapia, bem como o

padrão de normalidade dos movimentos referentes. É importante salientar que o paciente não

fez uso algum de outro recurso terapêutico durante o tratamento.

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Gráfico 1: Goniometria cervical

Pude perceber com o presente gráfico, a melhora nos movimentos de extensão,

inclinações e rotações laterais da coluna cervical, pois segundo Hochschuler e Reznik (2000)

as dores e limitações na coluna cervical provém de distensões musculares, problemas de

disco, estenose, lesões traumáticas e artrites.

De acordo com os critérios da MTC, a cervicalgia é causada pela debilidade de

rim e de fígado, por estagnação de Qi e acúmulo de frio, juntamente a desnutrição dos tecidos

moles. A escolha do ponto da região cervical, ou seja, da zona correspondente, favoreceu a

ativação da circulação de Qi e Xue, desobstruindo os canais e colaterais, fato que melhorou a

nutrição dos tecidos moles, bem como promoveu maior liberdade de movimentos nesta

região. (GARCIA, 1999).

Já a flexão cervical apresentou os mesmos valores desde o início até o final do

tratamento, mantendo-se dentro do padrão de normalidade, o que assegurou uma boa

movimentação, pois Norkin & White (1997) afirmam que este movimento geralmente

apresenta restrições devido ao seu padrão capsular estar envolvido unilateralmente a faceta, o

que ocasiona limitações.

Conforme a afirmação de Kisner (1998) para que haja amplitude de movimento

normal é necessário haver mobilidade e flexibilidade dos tecidos moles que circunda a

articulação. A mobilidade adequada dos tecidos moles e articulações é um fator importante na

prevenção de lesões e recidivas.

01020304050607080

22.02.05 22.03.05 26.04.05 PADRÃO

Goniometria Cervical

Flexão Extensão Incl Lat D Incl Lat E

Rot Lat D Rot Lat E

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Garcia (1999) afirma ainda que a combinação dos pontos utilizados, bem como a

junção, dos pontos do Rim, Fígado e Baço, promovem o controle da qualidade dos

ligamentos, tendões, ossos, músculos, bem como a atividade dos quarto membros,

respectivamente, através da ativação da circulação de Qi e Xue. Esta função permite tratar

todas as patologias que envolvem comprometimentos musculares, principalmente afecções da

coluna e suas irradiações.

5.1.2 Escala da Dor

Segundo Carvalho (1999), a dor funciona como um alarme de que alguma coisa

não está funcionando bem e quando essa dor assume prioridade sobre outros cuidados do

corpo humano, impulsiona o indivíduo a procurar tratamento apenas para cuidar da sua

sintomatologia. Isto demonstra que o indivíduo faz busca de um tratamento apenas para sanar

os sintomas de um quadro álgico e não se preocupa em tratar a causa da patologia.

De acordo com o gráfico apresentado a seguir, esse sem dúvida, é o mais

relevante de todos, por sua nítida verificação da redução da dor, avaliada pelo colaborador e

interpretada por mim. Nele, percebi que a dor apresentada foi reduzida de acordo com a

combinação de pontos traçada para o tratamento presente, sendo de suma importância

salientar que a auriculoterapia buscou tratar a causa da patologia e decorrente disto,

comprovou a eficácia da sua aplicação em mais este aspecto.

Gráfico 5: Escala de dor

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

22.02.05 22.03.05 26.04.05

DOR

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Frente ao contexto pesquisado, constatei a fidedignidade e a importância da

associação da sangria no ápice da orelha, bem como o uso do nervo auricular maior e nervo

occiptal menor, por estes apresentarem funções sedantes, através da ativação da circulação e

conseqüentemente do relaxamento muscular, onde pude obter resultados satisfatórios na

redução dos sintomas da dor crônica, associada aos demais benefícios diante do tratamento da

causa desta patologia.

A dor é uma experiência perceptiva complicada que se baseia na combinação de

sinais provenientes de vários sistemas. Fatores sensoriais, emocionais, cognitivos,

socioculturais e de comportamento que se entrelaçam na percepção da dor. (Herman e Scudds,

1998).

Através da afirmação de Cailliet (1999), o qual diz que a dor é uma experiência

sensorial que sofre influências da atenção, da expectativa, do aprendizado, da ansiedade e do

temor, consegui observar junto aos relatos de meu paciente durante os atendimentos, as

alterações apresentadas na evolução de seu quadro.

Desde a aplicação da auriculoterapia, percebi que as queixas iniciais de dores por

todo o corpo, principalmente na região cervical foram reduzindo com o passar do tratamento,

onde a cada novo encontro, o paciente relatava sentir-se mais leve e conseqüentemente mais

disposto a realizar suas atividades, devido sua percepção diante da liberdade da execução de

certos movimentos.

“Quanto mais flexível e elástico for o corpo, mais seguro ele estará em

relação à gravidade e mais resistente será sua vitalidade” (BOND.apud ACHOUR,

2002, p.271).

Embora não ter encontrado pesquisas científicas que me abastecessem de

respostas completas para entender o mecanismo de ação da acupuntura e auriculoterapia

através da neurofisiologia, assim como a teoria neuro-humoral fornece dados pobres ao citar a

ação de endorfinas ou do portal da dor, pude comprovar através desta pesquisa a riqueza dos

resultados desta terapia devido a visível evolução do quadro apresentado por meu paciente.

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CONCLUSÃO

Ao final de minha pesquisa, além de concluir mais uma etapa de minha vida, sinto-

me realizada por ter escolhido esta especialização, pois através dela, pude perceber o quão

infindável são seus recursos e resultados diante de certos casos e tratamentos traçados.

É com alívio que chego ao término do contexto pesquisado, pois sinto-me

satisfeita por ter alcançado plenamente os objetivos inicialmente traçados, onde através destes

pude comprovar a eficácia da auriculoterapia como forma de tratamento para a redução da dor

na cervicalgia crônica, bem como na melhora da amplitude de movimentos cervical .

Ao longo do tratamento, notei melhoras relevantes quanto à movimentação

cervical, bem como uma maior e melhor qualidade de execução dos mesmos, devido à

promoção e o controle da qualidade dos ligamentos, tendões, ossos, músculos, através da

ativação da circulação de Qi e Xue, bem como por todos os indícios que me levaram a apostar

neste recurso terapêutico como única forma de tratamento para este caso.

Enfatizo, por fim, ser de suma importância o papel da aplicação da auriculoterapia

para a sociedade, a partir do momento que a mesma pode ser beneficiada com novas terapias,

sem o uso de medicações, proporcionando uma forma mais saudável de tratamento através do

conhecimento e da realização de novas pesquisas dos profissionais da área.

Confesso sentir-me confiante em deixar como sugestão a continuidade de minha

pesquisa, com uma gama maior de participantes, bem como de outros instrumentos

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mensuráveis, já que a cervicalgia é uma das patologias que mais acomete os indivíduos

atualmente.

Considero, portanto, que minhas conclusões podem ser concebidas como

provisórias e relativas ao tema em questão, pois quando trabalhamos com seres humanos, as

afirmações podem ser superadas por outras futuras, se ainda investigadas.

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REFERÊNCIAS

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BARROS Filho; Roberto Basile Júnior. Coluna vertebral : diagnóstico e tratamento das

principais patologias. São Paulo : Sarvier , 1995 .

CAILLIET, René. Dor. Traduzido por Walkíria M. F. Settineri. Porto Alegre: Artes Médicas,

1999.

CARVALHO, Maria Cecília. Metodologia Científica Fundamentos e Técnicas

Construindo o Saber. 6 ed. São Paulo: Papirus, 1997.

CARVALHO, Maria Margarida M. J. de. Dor – Um estudo multidisciplinar. São Paulo:

Summus, 1999.

GARCIA, G., Ernesto. Auriculoterapia. São Paulo: ROCA, 1999.

GUIMARÃES, C. Raul; BOUCINHAS, Jorge. Auriculoterapia – Visão Oriental e Visão

Ocidental. Recife: Nossa Livraria, 2001.

HERMAN, Edith; SCUDS, Roger. Dor. In: PICKLES, Barrie et al. Fisioterapia na Terceira

Idade. São Paulo: Santos, 1998.

HOPPENFILD, Stanley. Propedêutica Ortopédica – Coluna e Extremidades. São Paulo:

Atheneu, 1997.

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KISNER, Carolin; COLBY, L. A. Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. São

Paulo: Manole, 1998.

MACIOCIA, Giovanni. A Prática da Medicina Chinesa. São Paulo: ROCA, 1996.

MARQUES, Pasqual Amélia. Manual de Goniometria. 2 ed. São Paulo: Manole,2003.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: Pesquisa qualitativa em

saúde. 7ª ed. São Paulo: Hucitec; Rio de Janeiro: Abrasco, 2000.

MOORE, Keith L.; DALLEY, Arthur F. Anatomia orientada para a clínica. 4ed. Rio de

Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

NEVES, Marcos L., Polígrafo do curso de Medicina Tradicional Chinesa em ortopedia.

Porto Alegre: 2004.

NORKIN,Cynthia; WHITE, Joyce. Medida do Movimento Articular – Manual de

Goniometria. 2ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

PORTO C. C. Exame clínico. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996.

ROSS, Jeromy. Combinação dos Pontos de Acupuntura. São Paulo: ROCA, 2003.

SANTOS, Antônio Cardoso. O exercício físico e o controle da dor na coluna. Rio de

Janeiro: Editora Médica e Científica Ltda, 1996.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo:

Cortez, 2001.

TIERNEY L.M, MCPHEE S. J, PAPADAKIS . Diagnóstico e Tratamento. São Paulo:

Atheneu , 1998.

VIEL, Eric. O Diagnóstico Cinesioterapêutico. São Paulo: Manole, 2001.

WILLIAMS, Peter L. Gray Anatomia. 37ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1995.

XINNONG, Cheng. Acupuntura e Moxibustão Chinesa. São Paulo: ROCA, 1999.

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APÊNDICES

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APÊNDICE 1 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Ao assinar este documento estou consentindo formalmente em participar da

pesquisa a ser realizada pela Fisioterapeuta e pós-graduanda do curso de Acupuntura do

Centro Integrado de Estudos e Pesquisa do Homem (CIEPH), Cristiane Bohrer, orientanda do

professor Especialista Marcos Lisboa Neves.

Dentre as linhas de atuação no tratamento de pacientes com cervicalgia crônica,

esta pesquisa será realizada a partir de um estudo que irá verificar os efeitos da auriculoterapia

em relação a esta patologia. As informações coletada, serão utilizadas para proporcionar

conhecimentos teóricos-práticos aos profissionais e estudantes da Medicina Tradicional

Chinesa (MTC), contribuindo para a atuação destes profissionais nas áreas de Ortopedia e

Traumatologia com o uso de Auriculoterapia.

Recebi do pesquisador as seguintes orientações:

1. Minha participação na pesquisa iniciará após a leitura e esclarecimento de

dúvidas e do meu consentimento.

2. Serei esclarecido sobre os procedimentos metodológicos e informações

relativas ao meu quadro clínico.

3. Os procedimentos realizados comigo durante a pesquisa não acarretarão

riscos para minha saúde.

4. Minha participação na pesquisa envolverá as seguintes fases: inicialmente

será realizada uma avaliação, após será aplicado o tratamento proposto

pelo pesquisador e seu orientador e no final será realizada uma

reavaliação.

5. Minha participação na pesquisa será voluntária.Terei liberdade para

concordar ou não em participar da pesquisa, podendo interrompê-la a

qualquer momento com solicitação prévia.

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6. Terei garantido o direito à minha privacidade e confidencialidade.

7. Minha participação em todos os procedimentos da pesquisa não implicará

no pagamento de qualquer taxa.

8. Necessitando de quaisquer esclarecimentos sobre minha participação na

pesquisa, entrarei em contato pessoal com a pesquisadora pelo telefone

(51) 556 4845 ou (51) 99057916.

Data:___/___/___

Nome do Colaborador:_______________________________________

Assinatura do Colaborador:____________________________________

Pesquisadora Responsável:____________________________________

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APÊNDICE 2 – Ficha de Avaliação

FICHA DE AVALIAÇÃO

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

DATA AVALIAÇÃO: ____/____/____.

NOME: ______________________________________________________________.

IDADE: ________. SEXO: M F TELEFONE: (___)_________________.

ESTADO CIVIL:_______________. PROFISSÃO:________________.FILHOS:___.

ENDEREÇO:__________________________________________________________.

DIAGNÓSTICO CLÍNICO:______________________________________________.

QP:___________________________________________________________________.

HDA:______________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________.

HF:________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________.

CIRURGIAS FEITAS:_______________________________________________________

___________________________________________________________________________.

MEDICAMENTOS:_________________________________________________________

___________________________________________________________________________.

FUMO ( ) BEBIDA ( ) DROGAS ( )

ATIV. FÍSICA ( ) NÃO ( ) SIM:_______________________________________________.

AVALIAÇÃO DO SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO:

TIPO DE DOR: ( ) Episódica ( ) Constante ( ) Unilateral ( ) Bilateral

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LOCAL DA DOR:

( ) Região Posterior ( ) Região Anterior ( ) Região Lateral ( ) Toda a Cabeça

DOR NA MOVIMENTAÇÃO DO PESCOÇO: ( ) Sim ( ) Não

QUAL MOVIMENTO:

( ) Flexão ( ) Inclinação D ( ) Rotação D

( ) Extensão ( ) Inclinação E ( ) Rotação E

MOBILIDADE DA COLUNA CERVICAL E MEMBROS SUPERIORES

Movimento Padrão

Cervical Flexão 45

Extensão 80

Inclinação Lateral D 45

Inclinação Lateral E 45

Rotação Lateral D 80

Rotação Lateral E 80

VALOR DA ESCALA ANALÓGICA DA DOR NA AVALIAÇÃO:______________.

AVALIAÇÃO DE AURICULOTERAPIA:

OBSERVAÇÃO

( ) Manchas vermelhas ( ) Manchas castanhas ( ) Hipervascularização

( ) Manchas brancas ( ) Manchas cinzas ( ) Proeminências

( ) Descamações ( ) Pápulas ( ) Depressões

Local da alteração: __________________________________________________________

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PALPAÇÃO

( ) Reação a Dor grau I ( ) Reação a Dor grau II ( ) Reação a Dor grau III

Local da reação: ____________________________________________________________

MUDANÇAS

MORFOLÓGICAS

( ) Proeminências ( ) Depressões ( ) Marcas deixadas pela

exploração e edemas

Local e descrição: ___________________________________________________________

EXAMESCOMPLEMENTARES: ________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

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APÊNDICE 3 – Tabela da Escala Analógica da Dor

TABELA DA ESCALA ANALÓGICA DA DOR

AVALIAÇÃO

ATENDIMENTO

ÚLTIMO

ATENDIMENTO

VALOR DA

ESCALA

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APÊNDICE 4 – Diário de Campo

DIÁRIO DE CAMPO

N da observação:_________ Data:___/___/___ Hora:__________

Pautas:

Observar e descrever alterações apresentadas na evolução do quadro do

paciente durante o tratamento;

Observar a evolução do paciente sem o uso de medicação.

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ANEXO

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ANEXO 1 – Escala Analógica da Dor

ESCALA ANALÓGICA DA DOR

Paciente:________________________________ Data:___/___/___

VIEL, Eric. O Diagnóstico Cinesioterapêutico. São Paulo: Manole, 2001.

0

DOR AUSENTE

10

DOR INSUPORTÁVEL