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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE CRISTIELEN SANTOS NEVES GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E O SEU IMPACTO SOBRE O PLANEJAMENTO FAMILIAR NA ATENÇÃO BÁSICA Mossoró 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE

CRISTIELEN SANTOS NEVES

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E O SEU IMPACTO SOBRE O

PLANEJAMENTO FAMILIAR NA ATENÇÃO BÁSICA

Mossoró 2016

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CRISTIELEN SANTOS NEVES

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E O SEU IMPACTO SOBRE O

PLANEJAMENTO FAMILIAR NA ATENÇÃO BÁSICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Universidade Federal do Maranhão/UNASUS, para obtenção do título de Especialista Atenção Básica em Saúde.

Orientador (a): Ilka Kassandra Belfort

Mossoró 2016

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Neves, Cristielen Santos Gravidez na adolescência e o seu impacto sobre o planejamento familiar na atenção básica/Cristielen Santos Neves. – São Luís, 2016. 21 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Pós-Graduação em Atenção Básica em Saúde) - Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde - PROGRAMA MAIS MÉDICOS, Universidade Federal do Maranhão, UNA-SUS, 2016. 1. Gravidez. 2. Saúde do Adolescente. 3. Planejamento familiar. I. Título. CDU 612.63-053.6

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CRISTIELEN SANTOS NEVES

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E O SEU IMPACTO SOBRE O

PLANEJAMENTO FAMILIAR NA ATENÇÃO BÁSICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Universidade Federal do Maranhão/UNASUS, para obtenção do título de Especialista em Saúde Básica em Saúde.

Aprovado em / /

BANCA EXAMINADORA

_____________________________

Prof. Ilka Kassandra Pereira Belfort (Orientador) Mestre em Saúde Materno Infantil

Universidade Federal do Maranhão

_____________________________

Membro da banca Maior titulação

Nome da Instituição

_____________________________

Membro da banca Maior titulação

Nome da Instituição

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RESUMO

A ocorrência da gestação no período da adolescência pode gerar além de problemas de saúde pública, a saber, complicações obstétricas com repercussões para mãe e para o recém-nascido (RN), problemas econômicos e de ordem psicossocial como distúrbios emocionais maternos e recorrência de outros episódios de gravidez na adolescência associados à falta de planejamento familiar. Tendo em vista esse panorama, objetivamos com esse trabalho o desenvolvimento de ações educativas e preventivas de forma a promover uma atenção integral ao adolescente. Serão realizadas medidas preventivas, entre elas, palestras, cursos, distribuição e orientação sobre uso de preservativos e anticoncepcionais direcionados a uma faixa etária específica de 10 a 19 anos de idade. Tais medidas visam atuar de maneira a educar e construir uma via direta de comunicação entre o adolescente e o sistema de saúde vigente em sua região. Espera-se com o plano de ação sensibilizar na mudança da forma de pensar do adolescente e da comunidade frente a essa problemática e encontrar um caminho para que o diálogo entre o adolescente e a atenção primária a saúde, a fim de promover um cuidado integral a esse grupo etário, modificando o cenário atual onde essa relação é quase inexistente.

Palavras-chaves: Gravidez. Saúde do Adolescente. Planejamento familiar.

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ABSTRACT

The pregnancy during adolescence can generate as well as public health problems, to wit obstetric complications that reverberate to mother and the newborn, economic problems and psycho-social order as maternal emotional distress and recurrence of further episodes of pregnancy in adolescence associated with lack of family planning. Given this panorama, we aim with this work the development of educational and preventive actions in order to promote a comprehensive care to adolescents. preventive measures will be taken, among them, lectures, courses , distribution and guidance on the use of condoms and contraceptives targeted to a specific age group 10-19 years old. Such measures aim to act in a way to educate and build a direct communication channel between the teenager and the current healthcare system in your region. It is hoped that the plan of action to raise awareness in changing the way of thinking of the teenager and front community to this problem and find a way for dialogue between the teenager and the primary health care in order to promote a comprehensive care to this age group , modifying the current scenario where this relationship is almost nonexistent.

Keywords: Pregnancy. Adolescent Health . Family planning.

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SUMÁRIO

p.

1 IDENTIFICAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO..................................................... 06

1.1 TÍTULO.......................................................................................................... 06

1.2 EQUIPE EXECUTORA.................................................................................. 06

1.3 PARCERIAS INSTITUCIONAIS ................................................................... 06

2 INTRODUÇÃO............................................................................................... 07

3 JUSTIFICATIVA............................................................................................ 09

4 OBJETIVOS................................................................................................... 11

4.1 Geral.............................................................................................................. 11

4.2 Específicos................................................................................................... 11

5 METAS........................................................................................................... 12

6 METODOLOGIA ........................................................................................... 13

7 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES............................................................... 15

8 IMPACTOS ESPERADOS............................................................................. 16

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 17

REFERÊNCIAS.............................................................................................. 18

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1 IDENTIFICAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO

1.1 TÍTULO GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E O SEU IMPACTO SOBRE O PLANEJAMENTO

FAMILIAR NA ATENÇÃO BÁSICA

1.2 EQUIPE EXECUTORA

Cristielen Santos Neves

Ilka kassandra Belford

1.3 PARCERIAS INSTITUCIONAIS

Secretaria Municipal de Saúde.

Secretaria Estadual e Municipal de Educação.

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2 INTRODUÇÃO

A adolescência é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o

período da vida correspondente entre 10 e 19 anos (OMS, 1965). Embora

estatisticamente venha se obsevando uma diminuição da faixa etária mais jovem do

país, os adolescentes ainda constituem um considerável recorte populacional de 45

milhões de indivíduos representando cerca de 23,6%, de toda população brasileira,

sendo a grande maioria residente em áreas urbanas (IBGE, 2010).

Trata-se de um período da vida caracterizado por profundas mudanças que

compreendem o sistema hormonal e psicossocial, como surgimento de caracteres

sexuais secundários, iniciação da consciência corporal, adequação social e inserção

na vida sexual, constituindo juntamente com o segmento jovem (15-24 anos), no que

diz respeito ao sexo feminino, a faixa etária que mais tem contribuído para o nível

geral de fecundidade prevalente no Brasil (BRASIL, 2010).

A proporção de gravidez nessa faixa etária foi de 18,5%, sendo 0,8% em

menores de 15 anos e 17,7% nas mulheres de 15 a 19 anos, o que representou um

declínio em relação ao censo de 2000. Entretanto, ainda se destaca, segundo o

mesmo senso, o aumento da fecundidade entre as mulheres indígenas e de raça

negra com baixo grau de instrução, independentemente da região de residência e,

aquelas inseridas no contexto de baixo rendimento nominal mensal domiciliar per

capita. De maneira geral as taxas de fecundidade entre as regiões do país

assemelham-se, com um discreto aumento no Norte e Nordeste na faixa etária entre

15-19 anos (IBGE, 2010b).

Mesmo em queda, a incidência de grávidas adolescentes no Brasil é

considerada elevada, correspondendo a 21,6% do total de grávidas em 2006

(BRASIL, 2008).

Apesar do avanço da tecnologia da contracepção e da assistência no âmbito

da saúde reprodutiva e sexual, muitas adolescentes ainda engravidam sem que

tenham planejado sua gestação (MANDU, 2002). Isso pode resultar do

desconhecimento ou do uso inadequado de contraceptivos, ignorância da fisiologia

da reprodução e das consequências das relações sexuais, utilização de métodos de

baixa eficiência, dentre outros (MOREIRA, 1997).

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Surpreendentemente, há grupos de adolescentes que apresentam uma

segunda, terceira ou até quarta gestação durante a adolescência, a maioria sem

planejamento (PINTO E SILVA; NOGUEIRA, 1998).

Um dos aspectos que agrava essa questão é que a gravidez na adolescência

é mais frequente nos estratos de renda mais baixa e, para muitas jovens, engravidar

é uma escolha tomada como um meio de inserção social. Os maiores índices de

gestação na adolescência recaíam preferencialmente sobre a parcela negra da

população - duas a três vezes maior do que entre as brancas - onde há o

predomínio do baixo nível socioeconômico (HENSHAW, 1997).

É notável, ainda, a relação existente entre a gravidez e o abandono escolar

pois, se estima que 57,8% das meninas brasileiras com filhos não estudam, nem

trabalham (MICHELAZZO et al., 2004). A ocorrência de gravidez dos 15 aos 19

anos de idade é maior na zona rural do que nas áreas metropolitanas, onde há

maior acesso à educação e à informação, além de observar-se uma taxa superior de

evasão escolar associada à gravidez na adolescência (BENNETT et al., 1997).

Altas porcentagens de repetição da gravidez na adolescência (10 a 45%)

acontecendo após pequenos intervalos entre as gestações, entre 12 – 24 meses,

foram constatadas por alguns autores. Embora esse fenômeno refira-se às

adolescentes das camadas mais pobres da sociedade, ele reflete um problema de

Saúde Pública que é geral, envolvendo outros segmentos sociais (PINTO E SILVA;

NOGUEIRA, 1998; PERSONA et al., 2004).

O acesso às políticas de prevenção e orientação sobre saúde sexual tem sido

considerado de grande importância na redução do número de partos feitos em

adolescentes na rede pública que diminuiu em 30,6% nos últimos dez anos

(BRASIL, 2010b).

Tendo em vista a necessidade dos adolescentes e jovens de acesso a

serviços de saúde que os acolham em suas necessidades e demandas, e que sejam

eficazes na integralidade da atenção básica a este grupo específico, propomos com

esse trabalho fornecer programas de planejamento familiar, com ações educativas e

oferecer métodos contraceptivos voltados para essa faixa etária, a fim de diminuir a

incidência de adolescentes envolvidos nessa problemática.

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3 JUSTIFICATIVA

Com o dinamismo da modernidade, a puberdade se inicia cada vez mais

precocemente. Na tentativa de se adequar as constantes mudanças

comportamentais da sociedade, os adolescentes iniciam atividades sexuais com

idade cada vez menor e sem o devido esclarecimento, ficando assim expostos

dentre outros perigos, ao risco de ter que lidar com uma gravidez precoce e

indesejada.

A iniciação sexual imatura e não orientada é um fator determinante e cada

vez mais evidente nas altas taxas de gravidez nessa faixa etária, prevalentes

sobretudo em países em desenvolvimento.

A gravidez na adolescência é um problema de raízes sociais, mas com

implicações que podem gerar riscos a saúde tanto da mãe, como do feto, além de

complicações psicológicas, que ocasionam insegurança, e cujos desdobramentos

refletem também na vida pessoal e profissional da adolescente e de seus familiares.

Outro aspecto importante a considerar é que a gravidez na adolescência

frequentemente não se limita a um episódio isolado, ao contrário, por tratar-se de um

evento na maioria das vezes não planejado, a reincidência de outras gestações é

maior. Mulheres que iniciam a maternidade na adolescência tendem a ter um

número maior de filhos durante toda a sua vida reprodutiva (BERLOFI et al., 2006).

A gravidez neste grupo populacional está associada à maior incidência de

anemia materna, doença hipertensiva específica da gravidez, desproporção céfalo-

pélvica, infecção urinária, prematuridade, placenta prévia, baixo peso ao nascer,

sofrimento fetal agudo intra-parto, complicações no parto, por exemplo, lesões no

canal de parto e hemorragias, e no puerpério, como endometrite, infecções,

deiscência de incisões, dificuldade para amamentar, entre outros (HERCOWITCH,

2002; JOLLY et al., 2000). Agrava-se a isso, a não aceitação da gravidez e o

seguimento irregular ou mesmo abandono do pré-natal.

Em muitos casos, constatamos prejuízo social com altas taxas de desistência

escolar, subempregos, comorbidades psíquicas como ansiedade, depressão pré e

pós natal , negligência e abandono .

A prevalência da gestação em adolescentes é preocupante, e constitui um

problema social e de saúde pública, necessitando portanto de uma abordagem

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específica na prevenção de sua ocorrência. Para tanto, que contribuição poderemos

dar, enquanto equipe de saúde, para interferir e modificar essa realidade?

A oferta de serviços específicos à saúde integral do adolescente permanece

precária e ineficiente em muitas regiões e municípios do país, e essa realidade não

é diferente na nossa região de atuação localizada no município do Alto do

Rodrigues. Compomos a equipe volante do Centro de Saúde- 1, formada por 01

médico, 01 enfermeiro, 01 dentista, 04 técnicas de enfermagem, além de atendentes

e dos agentes comunitários de saúde (ACS), atendendo nas quatro principais

comunidades da zona rural. São oferecidos, dentre outros, consulta ambulatorial dos

profissionais: médico, enfermeiro e dentista, atendimento a pequenas urgências e

visita domiciliar para pacientes acamados ou com dificuldade física de locomoção e

puérperas. Contamos ainda com o apoio do Núcleo de Assistência à Saúde da

Família (NASF), e de seus profissionais são eles: educador físico, assistente social,

nutricionista, psicólogo, farmacêutico, terapeuta ocupacional, entre outros.

O número de atendimento a pré-adolescentes e adolescentes é bastante

reduzido, provavelmente por se tratar de um grupo com baixo índice de

comorbidades. Implementar estratégias de saúde específicas para esse grupo ainda

tem sido um desafio, visto que evidenciamos uma procura menor por atendimento

por parte do próprio adolescente e, agravando-se a isso, o fato de que não dispomos

de programas de saúde especificamente voltados para essa faixa etária.

Por outro lado, foi possível observar um predomínio considerável de

adolescentes matriculadas no programa de acompanhamento do pré-natal no nosso

município, sendo muitas delas filhas de mães solteiras, em situação escolar

irregular, baixa condição socioeconômica, e tendo que lidar com as mudanças e

expectativas da gravidez , muitas vezes, sem apoio do pai da criança.

Tendo como panorama esse cenário e objetivando modificar a realidade na

qual estamos inseridos é que vislumbramos desenvolver um trabalho que possa agir

frente a tal problemática, aprofundando nossos conhecimentos sobre a realidade da

região em que desejamos atuar, e identificando a população mais vulnerável aos

efeitos negativos que a gravidez possa acarretar, tanto para a mãe, como para a

criança. Assim, devem ser implementados projetos e programas que visam a sua

prevenção com o intuito de promover uma atenção holística ao adolescente.

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4 OBJETIVOS

4.1 Geral

Traçar estratégias para diminuição da gravidez em mulheres jovens entre 12 e

19 anos assistidas no Centro de Saúde da Família -1, município do Alto do

Rodrigues.

4.2 Específicos

Oferecer palestras sobre educação sexual nas escolas e nas unidades de

atendimento;

Implantar um grupo de atendimento ao adolescente com dia e horário específicos

nas unidades de saúde.

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5 METAS

Atingir 70% do total de adolescentes entre 10 e 19 anos residentes na zona

rural do município do Alto do Rodrigues com palestras, distribuição de preservativos

e atendimento na unidade de saúde.

Realizar a distribuição mensal de preservativos pelos ACS para adolescentes

entre 10 e 19 anos que já tenham iniciado sua vida sexual.

Reduzir em pelo menos 30% o índice de gravidez em mulheres jovens entre

10 e 19 anos.

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6 METODOLOGIA

6.1 Tipo de Estudo

O presente estudo é de natureza intervencionista preocupando-se com a

atuação prática, com vistas a buscar soluções para a problemática abordada. Trata-

se de um Plano de Ação (PA), baseado em um conjunto de medidas preventivas,

entre elas, palestras, cursos, distribuição e orientação sobre uso de preservativos e

anticoncepcionais direcionados a uma faixa etária específica de 10 a 19 anos de

idade. Tais medidas visam atuar de maneira a educar e construir uma via direta de

comunicação entre o adolescente e o sistema de saúde vigente em sua região.

O PA tem como objetivo primordial a promoção a médio e longo prazo da

redução da incidência de gravidez na adolescência e pré-adolescência na região

rural do município do Alto do Rodrigues.

6.2 População do Estudo

Para definição da população estudada adotou-se a classificação de

adolescência proposta pela OMS, ou seja, idade entre 10 e 19 anos. Considerando

mais especificamente a população restrita a zona rural do município do Alto do

Rodrigues.

6.3 Coleta de Dados

Primeiramente, os dados deverão ser coletados junto a Secretaria de Saúde

do Municipal para identificar o número total de indivíduos entre 10 e 19 anos

residentes na zona rural do município, bem como o número de pessoas nesta faixa

etária do sexo feminino. Observando também a porcentagem de pré-natal em

adolescentes na zona rural do município do Alto do Rodrigues nos últimos 5 anos.

No segundo momento, para obtenção de informações junto ao público alvo,

sempre após as palestras ministradas, abrir-se-á um espaço para interação entre o

profissional de saúde e os adolescentes, através de uma conversa informal, cujo

principal objetivo é obter uma ideia mais próxima e realista do perfil das

adolescentes envolvidas nessa problemática, além de auxiliar lhes em suas dívidas.

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6.4 Instrumentos da Ação

Realização pelos profissionais médico e enfermeiro de palestras e bate

papos sobre a temática de gravidez na adolescência, sexo seguro e

esclarecimentos sobre o uso de anticoncepcionais orais nas escolas da

região em estudo, em parceria com as Secretarias Municipais e

Estaduais de Educação;

Realização pelos profissionais: assistentes social, psicóloga, médico ou

enfermeiro de palestras educativas para pais e responsáveis legais,

que deverão ocorrer na própria unidade de saúde, afim de orientá-los

sobre sua conduta frente a essa problemática;

Implantar na unidade de saúde um atendimento mensal coletivo ao

adolescente oferecendo cursos sobre sexo desprotegido, gravidez

precoce e suas repercussões sociais e patológicas, planejamento

familiar, dentre outros, promovendo um canal de comunicação com o

adolescente através de discussões supervisionadas, esclarecendo

dúvidas, sobretudo das adolescentes, como maneira de prevenir a

gravidez na adolescência e sua reincidência;

Distribuição domiciliar de preservativos pelos ACSs, pois são os

profissionais com maior contato direto com as famílias da comunidade,

e por isso, podem promover uma distribuição que atenda melhor as

necessidades dos adolescentes atentando para os mais carentes e

pouco informados.

6.5 Confecção do relatório

Ao final do mês, cada profissional da saúde envolvido deverá desenvolver um

relatório simples com base nas atividades que realizou e nas impressões obtidas

através da observação dos questionamentos das adolescentes. Esses relatórios têm

por finalidade recolher informações importantes sobre o andamento do plano de

ação durante o referido mês e sua comparação com os demais meses. Através dos

mesmos será possível o acompanhamento das metas estabelecidas, bem como da

adesão ao projeto e frequência por parte dos adolescentes.

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7 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

ATIVIDADES Janeiro 01/2016

Fevereiro 02/2016

Março 03/2016

Abril 04/2016

Maio 05/2016

Junho 06/2016

Julho 07/2016

Agosto 08/2016

Apresentação do plano de ação para os profissionais de saúde e

gestor

X

Palestras Educacionais

X X X X X

Atendimento Coletivo

X X X X X

Distribuição de

Preservativos X X X X X X X

Formulário X X X X X X X

Avalição do plano de ação

X

`

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8 IMPACTOS GERADOS

Através do desenvolvimento desse trabalho almejamos dar o primeiro passo

para a construção de um espaço permanente para o dialogo com o adolescente,

contribuindo positivamente para formação de uma nova maneira de pensar, na qual

ele venha ter ciência das consequências de suas ações, mas sinta-se apoiado em

seus medos, inseguranças e duvidas, chegando a ter conhecimento de todas as

suas possibilidades de crescimento e desenvolvimento, podendo por si mesmo

escolher o seu futuro com responsabilidade.

Buscamos primordialmente diminuir a incidência da gravidez prematura e sua

reincidência, minimizando seus impactos na saúde, com queda na ocorrência de

pré-natais de alto risco, complicações materno-fetais e psicossociais, o que gerará,

por conseguinte uma economia aos cofres públicos.

Como consequência indireta o incentivo e orientação adequada quanto ao

uso de preservativos poderá reduzir a incidência de doenças sexualmente

transmissíveis, as quais podem ser facilmente difundidas pela realização de sexo

desprotegido entre os adolescentes, que têm iniciado uma vida sexual cada vez

mais precoce e sem o devido esclarecimento.

A nível social, evitar uma gravidez indesejada na adolescência poderá

impedir o surgimento ou perpetuação de uma base familiar desestruturada, evitar

traumas psicológicos, podendo também reduzir o abandono escolar por parte da

adolescente, o que aliado a oportunos incentivos, tanto por parte da família quanto

da escola e do corpo de saúde, lhe garantirá a possibilidade de melhorar sua

condição socioeconômica, qualidade de vida e perspectivas para o futuro.

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9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para que os objetivos delineados a partir desse trabalhado sejam de fato

alcançados, faz-se necessário haver uma ação em conjunto entre as secretarias de

saúde e educação, bem como incentivo ao profissional de saúde que deverá ser

capacitado a recebe o adolescente na unidade básica de saúde. Por fim, o apoio dos

pais e da comunidade será de fundamental importância.

O nosso esforço deverá ser no sentido de mudar a forma de pensar do

adolescente e da comunidade frente a essa problemática e encontrar um caminho

para que o diálogo entre o adolescente e a atenção primária a saúde, a fim de

promover um cuidado integral a esse grupo etário, modificando o cenário atual onde

essa relação é quase inexistente.

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