CRITÉRIOS PARA A CALAGEM NO SISTEMA PLANTIO … · No primeiro, avaliou-se os critérios de...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE AGRONOMIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO CRITÉRIOS PARA A CALAGEM NO SISTEMA PLANTIO DIRETO ANTONIO NOLLA (Tese de doutorado)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE AGRONOMIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO

CRITÉRIOS PARA A CALAGEM NO SISTEMA PLANTIO DIRETO

ANTONIO NOLLA (Tese de doutorado)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE AGRONOMIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO

CRITÉRIOS PARA A CALAGEM NO SISTEMA PLANTIO DIRETO

ANTONIO NOLLA Engenheiro Agrônomo (UFSM)

Mestre em Solos e Nutrição de Plantas (UFV)

Tese apresentada como um dos requisitos à obtenção do Grau de Doutor em Ciência do Solo.

Porto Alegre (RS), Brasil Fevereiro/2003

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Dedico: aos meus pais, Ezaldir e Irene Nolla, pelo constante apoio, por todos os ensinamentos e pelo carinho.

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AGRADECIMENTOS

A Deus acima de tudo, pela graça de conhecer o verdadeiro objetivo

da vida, por nos conceder saúde e alegria do viver para manter persistente a

busca dos ideais.

Ao professor Ibanor Anghinoni, pelo seu exemplo de mestre e

educador, pelo incentivo, capacidade de orientação segura, amizade,

paciência, empenho, apoio e convivência durante esse período.

À Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pela oportunidade de

realização do curso.

Ao CNPq pela bolsa de doutorado e ao PRONEX, FAPERGS e

CNPq, pelo apoio financeiro.

Aos professores Carlos Alberto Bissani (UFRGS) e Roberto Luiz

Salet (UNICRUZ), pelas valiosas contribuições na qualificação e no término do

trabalho.

Ao pesquisadores da EMBRAPA Trigo, Delmar Pöttker e Sírio

Wiethölter, pelas valiosas sugestões, pela pronta liberação das áreas

experimentais, pelo auxílio e empenho na coleta de solo e pela amizade e

companheirismo.

Ao professor João Mielniczuk, pelas valiosas contribuições e pelo

seu maravilhoso carisma.

Aos professores Humberto Bohnen e Marino Tedesco, por fazerem

parte da Comissão orientadora, pelas valiosas contribuições no decorrer do

curso.

Aos professores Pedro Alberto Selbach e Enilson Saccol, pelas

contribuições e pelo empenho.

Ao professor José Carlos Germani, pela hospitalidade, valiosas

sugestões e por ser prestativo na utilização da centrífuga utilizada na extração

da solução do solo.

Aos demais professores do curso de Pós-Graduação em Solos e

Nutrição de Plantas, pelos ensinamentos.

Aos funcionários do Departamento de Solos José, Adão e Daniel,

pelas valiosas contribuições durante a condução dos experimentos e nas

análises laboratoriais.

v

Ao Antônio Sérgio do Amaral, pelo companheirismo, paciência e

pela indispensável colaboração.

Aos colegas de república, Marcelo de Paula Segatto e Paulo Cesar

Conceição, pela amizade verdadeira, com quem tive o prazer de conviver em

um ambiente familiar e agradável, onde cada um, de seu jeito, colaborou muito

para o aprendizado durante a realização do curso de doutorado.

Aos colegas de curso, Jairo André Schlindwein, Nelson Horowitz,

Luiz Cezar Cassol, Alaerto Marcolan, Jefferson Diekow, Edir de Oliveira

Fonseca, Pedrinho Spigolon, André Dabdab Abichequer, Paulo Almeida, Eliséo

Soprano, João Paulo Cassol Flores, Lúcio Debarba, Ricardo Dalmolin, Thomé

Lovato, Fernando Pajara, Margarete Nicolodi, Apolino e Fabíola Nogueira.

Ao meu irmão, Antonir Nolla, sempre prestativo e compreensivo,

pelo convívio e pela amizade verdadeira.

À Vanete de Carvalho Alves, sempre companheira perfeita e amiga

querida, da qual tive muitas saudades, pelo seu apoio e estímulo constante,

pelas reflexões e pelo carinho e amor em todo o período.

A todas as pessoas amigas, que de alguma forma, contribuíram para

a conclusão do trabalho, muito obrigado.

vi

CRITÉRIOS PARA A CALAGEM NO SISTEMA PLANTIO DIRETO 1/

Autor: Antonio Nolla Orientador: Professor Ibanor Anghinoni

RESUMO

As recomendações de calagem foram desenvolvidas para o sistema cultivo convencional (SCC) e estão sendo utilizadas, com alterações, no sistema plantio direto (SPD), onde há uma dinâmica diferenciada devido ao acúmulo superficial de matéria orgânica e nutrientes (destacando-se fósforo e cálcio) e menor toxidez do alumínio (Al). Atualmente, as recomendações utilizadas no RS/SC estabelecem que os critérios de calagem no SPD são baseados no pH 5,5 e/ou V = 60%. Objetivou-se avaliar os critérios de calagem utilizados no SPD no RS e SC, identificando quais os componentes capazes de reduzir a atividade de Al em solução. Para tal, desenvolveram-se dois estudos. No primeiro, avaliou-se os critérios de calagem, utilizando-se dois experimentos no SPD (LVat) com níveis de acidez, a partir de SCC e campo natural (CN). Desses, coletou-se amostras indeformadas de solo, cultivando-se soja (25 dias). Estabeleceu-se critérios de calagem baseados no melhor crescimento da soja. Os critérios de calagem baseados no pH H20 e na saturação por bases (H+Al determinado pelo acetato de cálcio e estimado por equação de calibração utilizada até 2001), foram semelhantes aos atualmente utilizados no SPD. No entanto, o índice V%, onde o H+Al foi estimado pela nova equação (desde 2002), foi de 55%, inferior ao recomendado no SPD (60%). No segundo estudo, avaliou-se a eficiência da adubação fosfatada em reduzir o Al trocável e na solução. Utilizou-se um experimento no SPD (LVdt) com níveis de acidez, aplicando-se doses crescentes de P. As doses crescentes do adubo reduziram o Al trocável e na solução. Não ocorreu complexação do Al pelo fosfato. No entanto, a adubação deslocou ligantes orgânicos para a solução, que foram os principais responsáveis pela complexação e redução da atividade do Al.

1/ Tese de Doutorado em Ciência do Solo. Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo, Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre (RS). (168p.) Fevereiro, 2002. Trabalho realizado com recursos do PRONEX e CNPq.

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SOIL LIMING CRITERIA IN NO TILLAGE SYSTEM 2/

Author: Antonio Nolla Adviser: Professor Ibanor Anghinoni

ABSTRACT

Lime recommendation was developed for conventional system and has been used, with alterations, in the no-tillage system, where the dynamics is different due to organic matter and surface nutrient accumulation (mainly phosphorus and calcium) and lower aluminum toxicity. The recommendations used in the states RS and SC established the liming criteria for no-tillage system as pH 5,5 and/or V=60%. The objective of this study was to evaluate the liming criteria used in no-tillage system in RS / SC, identifying what components are able to decrease the aluminum activity in solution. Two experiments in an Oxisol with different acidity levels were used in the first study. Undeformed soil samples were collected in colunns where soybean was grown for 25 days. The liming criteria were based in the best soybean growth. The pH H2O and bases saturation (V%) (H+Al by calcium acetate and by equation used up to 2001) were similar to those recommended for no-tillage system. However, bases saturation with H+Al estimated by the new equation (since 2002) was 55%, a lower value as compared with the recommended value (60%). In the second study the fosfate fertilization effectiveness to reduce the solution aluminum activity was evaluated in no-tillage experiment (Oxisol) with acidity levels, adding different P rates. The phosphate addition was able to reduce aluminum activity. There was no fosfate-aluminum complexation. However, the phosphate addition was able to displace organic ligands to solution, that resulted in aluminum complexation and activity reduction in soil solution.

1/ Doctoral Thesis in Soil Science. Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo, Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre (RS) - Brazil. (168p). February, 2003. Research supported by PRONEX and CNPq.

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SUMÁRIO

Página

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................1 2 CAPÍTULO 1 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................4

2.1 Acidez do solo e calagem ........................................................................4 2.2 Modelo de recomendação de calagem ....................................................6 2.3 Métodos de recomendação da dose de calcário......................................6

2.3.1 Método de incubação com CaCO3....................................................7 2.3.2 Métodos baseados em soluções tampão..........................................7 2.3.3 Método do alumínio trocável .............................................................9

2.4 Critérios de recomendação de calagem...................................................9 2.4.1 Índice pH (água e sal) .......................................................................9 2.4.2 Saturação por bases .......................................................................12 2.4.3 Método do alumínio trocável ...........................................................13

2.5 Interação entre calcário e fósforo...........................................................15 2.6 Solução do solo......................................................................................16

2.6.1 Especiação química da solução do solo .........................................19 2.6.2 Complexação ..................................................................................20 2.6.3 Sorção.............................................................................................25

2.6.3.1 Adsorção ...................................................................................25 2.6.3.2 Precipitação ..............................................................................29

2.7 Problematização ....................................................................................29 3 ÍNDICES DE TOMADA DE DECISÃO PARA A CALAGEM NO SISTEMA

PLANTIO DIRETO.....................................................................................32 3.1 Introdução ..............................................................................................32 3.2 Material e métodos.................................................................................36

3.2.1 Caracterização dos experimentos...................................................36 3.2.2 Desenvolvimento experimental .......................................................37 3.2.3 Análises e determinações ...............................................................37 3.2.4 Análise estatística ...........................................................................39

3.3 Resultados e discussão .........................................................................39 3.4 Conclusões ............................................................................................68

4 RELAÇÃO CALCÁRIO-FÓSFORO NO SISTEMA PLANTIO DIRETO......70 4.1 Introdução ..............................................................................................70 4.2 Material e métodos.................................................................................72

4.2.1 Resposta da soja à combinações de calcário e fósforo no sistema plantio direto ..................................................................................73

4.2.1.1 Caracterização da base experimental ......................................73 4.2.1.2 Procedimento experimental......................................................73 4.2.1.3 Análises e determinações ........................................................74

4.2.2 Dinâmica e especiação de íons na solução do solo afetadas por níveis de acidez e de fósforo no sistema plantio direto..................74

4.2.2.1 Caracterização do experimento.................................................74 4.2.2.2 Procedimento experimental.......................................................74 4.2.2.3 Análises e determinações .........................................................75

4.2.3 Análise estatística ...........................................................................76 4.3 Resultados e discussão .........................................................................77

4.3.1 Resposta da soja à combinações de calcário e fósforo no sistema plantio direto ..................................................................................77

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4.3.2 Atributos químicos do solo e especiação de íons na solução do solo afetados por níveis de acidez e de fósforo no sistema plantio direto ..................................................................................84

4.3.2.1 Solo ...........................................................................................84 4.3.2.2 Dinâmica e especiação química de íons na solução do solo ....86

4.4 Conclusões ..........................................................................................109 5 CONCLUSÕES GERAIS .........................................................................110 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................111 7 APÊNDICES............................................................................................129 8 RESUMO BIOGRÁFICO..........................................................................169

x

RELAÇÃO DE TABELAS Página 01. Constantes de equilíbrio dos principais complexos inorgânicos

formados com o alumínio........................................................... 22

02. Parâmetros das plantas de soja em colunas e rendimento de grãos de soja (parcelas de campo – safra 2000/2001), de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de lavoura convencional (EMBRAPA Trigo em Sarandi, RS - janeiro de 2001)...................................................

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03. Parâmetros das plantas de soja em colunas e rendimento de grãos de soja (parcelas de campo – safra 2000/2001), de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de campo natural (EMBRAPA Trigo em Marau, RS - janeiro de 2001).........................................................................

42

04. Valores de referência para os diferentes índices de recomendação de calagem (camada de 0-10 cm), baseados no máximo atingido pelos atributos das plantas de soja, de dois experimentos de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário: um proveniente de lavoura cultivada (Sarandi) e outro proveniente de campo natural (Marau)..........

54

05. Valores de referência para os diferentes índices de recomendação de calagem (camada de 0-15 cm), baseados no máximo atingido pelos atributos das plantas de soja, de dois experimentos de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário: um proveniente de lavoura cultivada (Sarandi) e outro proveniente de campo natural (Marau)..........

55

06. Índices médios de acidez do solo (camada de 0-10 cm) relacionados a 95% e 90% do máximo atingido pela produtividade e pelos parâmetros das plantas de soja, de dois experimentos de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário..................................................................

61

07. Índices médios de acidez do solo (camada de 0-15 cm) relacionados a 95% e 90% do máximo atingido pela produtividade e pelos parâmetros das plantas de soja, de dois experimentos de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário..................................................................

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xi

08. Índices médios de acidez do solo relacionados com os valores de pH em água de 5,5 e 6,0 nas camadas de 0-10 e 0-15 cm, em um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário.......................................................................................

66

09. Parâmetros das plantas de soja cultivadas por 25 dias em colunas provenientes dos diversos tratamentos de um Latossolo Vermelho distrófico típico, cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário..............

78

10. Rendimento de grãos de soja (safra 2000/2001), em função das doses de calcário aplicadas em 1994, em um Latossolo Vermelho distrófico típico no sistema plantio direto, instalado pela EMBRAPA Trigo em Passo Fundo – RS............................

80

11. Valores de alumínio trocável, saturação por alumínio e fósforo disponível de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-15 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário (1994) em lavoura convencional, onde foram aplicadas superficialmente doses crescentes de superfosfato triplo...............................................

82

12. Atributos químicos do solo das colunas (camada de 0-10 cm) onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo, de um Latossolo Vermelho distrófico típico, cultivado por sete anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário.............

85

13. Constantes da isoterma de Langmuir de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), com diferentes níveis de acidez do solo, onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo......................................................

90

xii

RELAÇÃO DE FIGURAS Página

01. Equilíbrio dinâmico que ocorre entre a solução de solo e os demais compartimentos do solo................................................. 17

02. Relação entre atributos das plantas de soja e o pH-H2O (a, b, c, d) e o pH CaCl2 (e, f, g, h) nas camadas de 0-10 ( ) e 0-15 cm (_._) de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de lavoura convencional (EMBRAPA Trigo, Sarandi – RS, 2001).....................................

44

03. Relação entre atributos das plantas de soja e o alumínio trocável (a, b, c, d) e a saturação por bases(1) (e, f, g, h) - (acidez potencial estimada pelo acetato de cálcio 0,5 mol L-1) nas camadas de 0-10 ( ) e 0-15 cm (_._) de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de lavoura convencional (EMBRAPA Trigo, Sarandi – RS, 2001)....................................................................................

45

04. Relação entre atributos das plantas de soja e a saturação por bases baseada na acidez potencial estimada pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999)(2) (a, b, c, d) e a saturação por bases baseada na acidez potencial estimada pela equação proposta por Kaminski et al. (2001)(3) (e, f, g, h) nas camadas de 0-10 ( ) e 0-15 cm (_._) de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de lavoura convencional (EMBRAPA Trigo, Sarandi – RS, 2001)...................................................................................

46

05. Relação entre atributos das plantas de soja e a saturação por alumínio (a, b, c, d) e Al/Ca+Mg (e, f, g, h) nas camadas de 0-10 ( ) e 0-15 cm (_._) de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de lavoura convencional (EMBRAPA Trigo, Sarandi – RS, 2001)...............

47

06. Relação entre atributos das plantas de soja e o pH-H2O (a, b, c, d) e o pH CaCl2 (e, f, g, h) nas camadas de 0-10 ( ) e 0-15 cm (_._) de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de campo natural (EMBRAPA Trigo, Marau – RS, 2001)...........................................................

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xiii

07. Relação entre atributos das plantas de soja e o alumínio trocável (a, b, c, d) e a saturação por bases(1) (e, f, g, h) - (baseado na acidez potencial estimada pelo acetato de cálcio 0,5 mol L-1) nas camadas de 0-10 ( ) e 0-15 cm (_._) de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de campo natural (EMBRAPA Trigo, Marau – RS, 2001)..........................................................................................

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08. Relação entre atributos das plantas de soja e a saturação por bases baseada na acidez potencial estimada pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999)(2) (a, b, c, d) e a saturação por bases baseada na acidez potencial estimada pela equação proposta por Kaminski et al. (2001)(3) (e, f, g, h) nas camadas de 0-10 ( ) e 0-15 cm (_._) de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de campo natural (EMBRAPA Trigo, Marau – RS, 2001)..........................................................................................

50

09. Relação entre atributos das plantas de soja e a saturação por alumínio (a, b, c, d) e Al/Ca+Mg (e, f, g, h) nas camadas de 0-10 ( ) e 0-15 cm (_._) de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de campo natural (EMBRAPA Trigo, Marau – RS, 2001).......................................

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10. Relação do pH em água com o pH CaCl2 (a,b) e a saturação por bases [(1) V% onde a acidez potencial foi determinada pela extração com acetato de cálcio 0,5 mol L1(c,d); (2) V% onde a acidez potencial foi estimada pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999) (e,f)] nas camadas de 0-10 e 0-15 cm, dos dois experimentos de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário: um proveniente de lavoura cultivada (Sarandi) e outro proveniente de campo natural (Marau)...........................................................................

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11. Relação do pH em água com a saturação por bases (a,b) [(3) V% onde a acidez potencial foi estimada pela equação proposta por Kaminski et al., (2001)] o alumínio trocável (c,d), saturação por alumínio (e,f) e Al/Ca+Mg (g,h) nas camadas de 0-10 e 0-15 cm, dos dois experimentos de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário: um proveniente de lavoura cultivada (Sarandi) e outro proveniente de campo natural (Marau)..........................................................

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xiv

12. Relação do comprimento do sistema radicular das plantas de soja com: a) pH em água; b) pH CaCl2; c) Al trocável; d) saturação por alumínio; saturação por bases (V%) sendo [e)

V%(1) acidez potencial determinada pela extração com acetato de cálcio 0,5 mol L1; f) V%(2) acidez potencial estimada pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999); g) V%(3) acidez potencial estimada pela equação proposta por Kaminski et al. (2001)] e h) relação Al/Ca+Mg, de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-15 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário..................................................................

81

13. Teor (a) e atividade de fosfato (b) na solução de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário, onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo.....

87 14. Relação entre o fósforo na solução do solo e o fósforo

adsorvido no complexo de troca de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário, onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo............................

88 15. Isotermas de adsorção de fósforo (Langmuir) de um Latossolo

Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário, onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo.....

89

16. Concentração relativa de espécies do íon fosfato na solução de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário (a- 1; b- 6 e c- 24 Mg ha-1 de calcário), onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo...................

91

17. Teor (a) e atividade de alumínio (b) na solução de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário, onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo...................................................................................

93

18. Concentração relativa de espécies de alumínio da solução de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário (a- 1; b- 6 e c- 24 Mg ha-1 de calcário), onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo...................

95

19. Teor (a) e atividade (b) de carbono orgânico dissolvido na solução de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário, onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo.................................................................

97

xv

20. Concentração relativa de espécies do carbono orgânico dissolvido (COD) da solução de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário (a- 1; b- 6 e c- 24 Mg ha-1 de calcário), onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo.................................................................

98

21. Valores de pH (a) e condutividade elétrica (b) da solução de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos sob plantio direto após a aplicação de calcário, onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo.....

101

22. Teor de potássio na solução de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário, onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo...............................

102

23. Teor e atividade de sulfato na solução de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário, onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo.....

103

24. Concentração relativa de espécies de sulfato na solução do solo de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário (a- 1; b- 6 e c- 24 Mg ha-1 de calcário), onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo...................

104

25. Teor e atividade de cálcio na solução de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário, onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo.....

106

26. Concentração relativa de espécies de cálcio da solução de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário (a- 1; b- 6 e c- 24 Mg ha-1 de calcário), onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo...................

107

27. Teor de magnésio na solução de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário, onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo............................

108

1 INTRODUÇÃO

A utilização do plantio direto como sistema de cultivo nas áreas

agrícolas brasileiras tem aumentado rapidamente na última década. No Rio

Grande do Sul, esse sistema abrangia 205.000 hectares em 1990, aumentou

para 2 milhões em 1996 e, na atualidade, já abrange 4 milhões de hectares, o

que corresponde a 60% da área agrícola total do Estado (FEBRAPDP, 2002).

O Brasil conta atualmente com mais de 12,5 milhões de hectares em sistema

plantio direto, superado apenas pelos EUA, com 19,8 milhões de hectares

(Wiethölter, 2000a). O sucesso do sistema decorre das grandes vantagens de

sua utilização. Esses dados têm alertado os órgãos de pesquisa no intuito de

gerar informações e conhecimentos pertinentes a este sistema relativamente

novo, no qual ainda restam muitas questões a serem elucidadas.

Nesse sistema, há uma dinâmica diferenciada em relação ao

sistema convencional, em função do aumento no teor de matéria orgânica,

acúmulo superficial de nutrientes e menor toxidez do alumínio trocável no solo,

observando-se, freqüentemente, rendimentos adequados após longos períodos

sem reaplicação de calcário em solos com pH baixo e alumínio trocável alto

(Anghinoni & Salet, 2000). Assim, como as recomendações de calagem e

adubação utilizadas no Rio Grande do Sul e Santa Catarina foram

desenvolvidas para o sistema convencional de preparo e cultivo do solo

(Comissão..., 1995), adotou-se alterações nas recomendações a partir de 1997

(Comissão..., 1997; Wiethölter, 2002 a e b), para a sua utilização no sistema

plantio direto.

As recomendações atualmente definidas pela Comissão de Química

e Fertilidade do solo RS/SC (Comissão..., 1997; Wiethölter, 2000b e 2002 a e

b) estabelecem dosagens de calcário para: a) elevação do pH do solo até 6,0,

2

com incorporação do calcário na camada de 0-20 cm, para o estabelecimento

do sistema plantio direto, a partir de lavouras no sistema de preparo

convencional; b) elevação do pH do solo até 5,5, na camada de 0-10 cm, com

reaplicação superficial de calcário no caso de lavouras consolidadas (> 5 anos)

no sistema plantio direto, provenientes do sistema de preparo convencional c)

elevação do pH do solo até 6,0, na camada de 0-10 cm, com aplicação

superficial no estabelecimento do plantio direto, a partir do campo natural, sem

mobilização do solo.

As recomendações de calagem utilizam índices de tomada de

decisão de se aplicar ou não calcário e índices de definição de doses de

calcário, no caso de verificação de sua necessidade. No entanto, as novas

recomendações para o sistema plantio direto (Comissão..., 1997; Wiethölter,

2000b e 2002 a e b), foram baseadas em resultados de poucos experimentos

de resposta à adição de calcário, que relacionam os níveis diferenciados de pH

em água com o desenvolvimento da planta, necessitando-se testar outros

índices de acidez para dar maior segurança ao processo de tomada de decisão

de recomendação de calagem nesse sistema.

É importante mencionar também que no sistema plantio direto, tem

sido observada a complexação do alumínio com os ligantes orgânicos

provenientes dos restos culturais e da matéria orgânica, capazes de reduzir o

efeito fitotóxico do alumínio. Além disso, o acúmulo de nutrientes no sistema

plantio direto, destacando-se fósforo e cálcio, também pode estar contribuindo

na redução do alumínio trocável, pois há estudos que mostram uma possível

complexação do alumínio por ligantes inorgânicos, formando compostos

capazes de reduzir a atividade do alumínio em solução, diminuindo seu efeito

fitotóxico. No entanto, ainda não se conhece o mecanismo e a dinâmica de

ação dos ligantes inorgânicos em neutralizar o alumínio em solução. Assim, o

estudo da eficiência e identificação de componentes orgânicos e inorgânicos

capazes de neutralizar o alumínio em solução é importante para auxiliar na

consolidação das recomendações técnicas para o sistema plantio direto.

O trabalho foi desenvolvido no intuito de avaliar os critérios de

tomada de decisão de recomendação de calagem atualmente utilizados no

sistema plantio direto no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, identificando os

3

principais componentes capazes de reduzir os teores de alumínio,

proporcionando um desenvolvimento normal das culturas.

2 CAPÍTULO 1 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Acidez do solo e calagem

A acidez é o principal fator de degradação química do solo e

abrange áreas extensas de solos nas zonas temperadas e nos trópicos. Entre

as causas químicas capazes de ocasionar a acidez do solo, destacam-se a

água da chuva (dissociação do ácido carbônico – H2CO3), a decomposição de

materiais orgânicos (dissociação de prótons de grupamentos carboxílicos e

fenólicos da matéria orgânica e de restos culturais), a adição de fertilizantes

nitrogenados (uréia, sulfato de amônio, etc.) e a lixiviação de cátions como

cálcio, potássio e magnésio (Sá, 1993; Santos, 1997; Pöttker, 2002; Wiethölter,

2000 a e 2002 a e b). O cultivo do solo, tanto manejado no sistema

convencional como no sistema plantio direto, também gera um processo de

acidificação, em função de perdas e absorção pelas plantas de cátions básicos,

pela mineralização de materiais orgânicos e em função da nitrificação (Shear &

Moschler, 1969; Kaminski, 1974; Scherer, 1976; Blevins et al., 1977 e 1978;

Pavan, 1983; Sá, 1993; Salet, 1998; Salet, 1999; Pöttker & Ben, 1998; Amaral,

2002 e Wiethölter, 2002 a e b).

De maneira geral, os solos nativos do Rio Grande do Sul

apresentam pH baixo, concentração de alumínio e manganês em níveis tóxicos

para as plantas e alta capacidade de adsorção de ânions, especialmente

fosfatos (Goedert et al., 1997; Ernani et al., 1998; Bohnen, 2000). O alumínio

(Al3+) presente na solução do solo provoca inibição da expansão da raiz e,

posteriormente, redução e engrossamento do sistema radicular da planta

5

(Taylor, 1988), resultando em menor absorção de nutrientes e água devido ao

menor volume de solo explorado. A disponibilidade de nutrientes é relacionada

ao pH do solo. Em solos ácidos com pH baixo (<5,5), há menor disponibilidade

de cálcio, magnésio e fósforo. Tais restrições prejudicam o desenvolvimento

normal das plantas, afetando sua capacidade produtiva.

A acidez do solo pode ser controlada com a aplicação de

substâncias que liberam hidroxilas (OH-) capazes de neutralizar os prótons (H+)

presentes na solução do solo. O calcário é o material mais utilizado. Entretanto

para ser efetivo, necessita dissolver-se em água, conforme a reação abaixo:

CaCO3 + H2O Ca+2 + HCO3 + OH- (1)

HCO3 + H H2CO3 H2O + CO2

OH- + H H2O

As bases (OH-) reagem com o Al+3, o Mn+2 e o H+ presentes no solo,

fazendo com que a reação química (1) se desloque para a direita, até a

neutralização da acidez do solo ou quando todo calcário aplicado seja exaurido

(Bohnen, 2000). Além da neutralização da acidez do solo, a calagem

proporciona aumento da concentração de cálcio e magnésio em solução,

criando condições adequadas para o crescimento normal das culturas.

Apesar de ser uma prática comum, há necessidade de que se tenha

critérios adequados para a definição da dose adequada de calcário a ser

utilizada. A estimativa correta da quantidade de calcário a ser aplicada no solo,

é importante para a consolidação de qualquer programa de uso de corretivos.

O termo “necessidade de calcário” indica a quantidade de corretivo de acidez

necessária para a neutralização da acidez de um solo até um determinado

nível, partindo de certa condição inicial (Ribeiro et al., 1999). Os critérios de

recomendação de calagem são variáveis, segundo os princípios analíticos e os

objetivos propostos. A escolha de um determinado índice está condicionado ao

seu comportamento nos solos em questão, e a necessidade de calcário não

depende apenas da concentração de hidrogênio, mas especialmente da

capacidade tampão do solo, que se relaciona diretamente com os tipos e teor

de argila e o conteúdo de matéria orgânica no solo (Defelipo et al., 1972).

6

2.2 Modelo de recomendação de calagem

De maneira geral, o modelo comumente utilizado para a

recomendação de calagem compõe-se basicamente de duas etapas: a primeira

refere-se à tomada de decisão de aplicação ou não de calcário. Para isto,

utiliza-se índices de acidez do solo, destacando-se o pH, a saturação por

bases, o alumínio trocável, a saturação por alumínio ou a relação Al/Ca+Mg.

Dentro desses índices, são estipulados valores referenciais pré-determinados,

denominados critérios. Esses valores referenciais podem ser estabelecidos “a

priori” ou então baseados em relações entre a produtividade e/ou outros

parâmetros de crescimento das culturas. Conforme a região, a escolha de um

ou mais atributos químicos de acidez do solo (dependentes basicamente das

características locais e dos resultados de pesquisa), irá recomendar a calagem

(Anghinoni & Salet, 2000). O sucesso dos critérios de tomada de decisão de

calagem depende basicamente da quantidade e da qualidade dos dados de

pesquisa disponíveis para a sua calibração e interpretação.

A segunda etapa refere-se à recomendação da dosagem de calcário a

ser utilizada para atingir o índice de referência desejado (Anghinoni & Salet,

2000; Pöttker, 2002). Os métodos de recomendação de doses de calcário

baseiam-se na acidez potencial, objetivando a neutralização das fontes de acidez

do solo. Para isso, são conduzidos estudos envolvendo os solos representativos

da região considerada, relacionando os valores dos índices de acidez do solo, à

dosagens crescentes de calcário. Assim, são estabelecidas tabelas e equações

que relacionam a acidez potencial (através dos valores do índice SMP, V%, Al e

%Al) com a dosagem de calcário necessária para atingir o nível de correção

desejado. Dessa forma, conforme a condição de acidez do solo em questão,

recomenda-se a dosagem de calcário a ser utilizada para estabelecer uma

condição de solo desejada.

2.3 Métodos de recomendação da dose de calcário

Há inúmeros métodos de recomendação de calagem. A seguir,

serão feitas considerações sobre os métodos mais utilizados no Brasil, entre

eles o da incubação com CaCO3, da solução tampão SMP e alumínio trocável.

7

2.3.1 Método de incubação com CaCO3

Este método pode ser utilizado para a recomendação da dosagem de

calcário necessária para atingir os valores referenciais dos índices de acidez . Em

função de sua precisão, é muito importante para a calibração de outros métodos

mais práticos, sendo caracterizado como método padrão. Não é utilizado como

rotina em laboratórios de análise de solo devido à grande demanda de mão-de-

obra e tempo (pouca praticidade).

Para este método, devem ser utilizados solos com características

representativas da região, aplicando-se doses crescentes de carbonato de cálcio.

Assim, amostras devidamente umedecidas dos diferentes solos são incubadas

pelo tempo necessário para a completa reação do carbonato com as fontes de

acidez do solo. Com a determinação dos índices de acidez (pH, Al, %Al, V%),

são elaboradas curvas de neutralização. Com isso, pode-se, pelas curvas de

calibração, determinar a dosagem de CaCO3 necessária para atingir o critério de

tomada de decisão de calagem no solo desejado (Quaggio, 1983; Raij &

Quaggio, 1997; Gama, 1998; Quaggio, 2000).

2.3.2 Métodos baseados em soluções tampão

Estes métodos medem a depressão de pH de uma amostra de solo

após a adição de uma solução tampão. As soluções tampão mais conhecidas

são a do tampão SMP (Shoemaker et al., 1961), a de Woodruff (1948) e a de

Yuan (1974 e 1976).

O método SMP, descrito por Shoemaker et al. (1961), tem sido o

mais estudado no Brasil, para a determinação da quantidade de corretivos a

adicionar ao solo (Freitas et al., 1968; Murdock et al., 1971; Kaminski, 1974;

Scherer, 1976; Sousa et al., 1980; Quaggio, 1983; Ernani & Almeida, 1986;

Borges et al., 1987; Sousa et al., 1989; Ciprandi, 1993; Wiethölter, 2002 a e b).

Por ser considerado um método barato, rápido, preciso e de elevada correlação

com os valores da necessidade de corretivos obtidos na incubação do solo

(Kaminski, 1974; Scherer, 1976; Ciprandi, 1993; Pereira et al., 1998;

Escosteguy & Bissani, 1999), tem sido utilizado para a recomendação da

dosagem de calcário nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina,

desde a década de 60 (Kaminski, 1974; Scherer, 1976; Wiethölter, 2002b).

8

Nesse método, após a incubação do solo com CaCO3, para estabelecer a

relação entre o pH estabilizado do solo e a dose de CaCO3 adicionada

(Shoemaker et al., 1961), amostras dos solos originais são misturadas com

uma solução tampão (SMP), determinando-se o pH da suspensão

(solo:solução tampão), cujo valor denomina-se de pH SMP. Com os resultados

do pH SMP e a necessidade de corretivo, são elaboradas tabelas para a

recomendação de calagem, conforme as necessidade das culturas (Murdock et

al., 1971; Kaminski, 1974; Scherer, 1976; Ernani & Almeida, 1986;

Comissão...,1995; Raij & Quaggio, 1997; Raij et al., 2001; Pöttker, 2002). O

método SMP baseia-se, então, no poder tampão do solo, determinando

maiores quantidades de corretivo à medida que aumentam os teores de

matéria orgânica e alumínio trocável, que são as principais fontes de acidez do

solo.

O método para a determinação da necessidade de calcário em

alguns estados do centro-oeste, São Paulo e parte do Paraná utiliza a fórmula:

NC = T(V2-V1)/10. PRNT (3);

onde NC = necessidade de calagem, em Mg ha-1 (0-20 cm); T= capacidade de

troca de cátions a pH 7,0, obtida pelo somatório entre Ca + Mg + K + (H + Al)

em mmolc dm-3 (4), V1 = saturação por bases atual no solo e V2 = saturação por

bases que se pretende alcançar (Quaggio, 1983; Almeida, 1984; Sousa et al.,

1989; Gama, 1998; Quaggio, 2000; Raij et al., 2001).

Os teores de K, Ca e Mg são facilmente determinados em

laboratório, e por cálculo obtém-se a soma de bases (Quaggio, 2000). No

entanto, a determinação do H + Al, pelo método do acetato de cálcio, é

trabalhosa (Cattani & Gallo, 1955; Bohnen, 1995). Raij el al. (1979) obtiveram

elevada correlação entre o pH SMP (relação 10:20:10 - solo-água-solução

SMP) e os valores de H + Al, de tal maneira que o H + Al passou a ser

determinado no estado de São Paulo através de leituras potenciométricas do

pH de equilíbrio do tampão SMP. Assim, pode-se observar que da mesma

forma como nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, os estados de

São Paulo, Paraná e alguns estados do centro-oeste, também utilizam de

forma indireta, o método SMP para indicar a quantidade de calcário a ser

9

adicionada ao solo para a respectiva redução das condições de acidez até o

nível estabelecido (Quaggio, 1983; Almeida, 1984; Sousa et al., 1989; Gama,

1998; Quaggio, 2000; Raij et al., 2001).

2.3.3 Método do alumínio trocável

O alumínio trocável é outro método utilizado para avaliar as

condições de acidez do solo, e tem como princípio básico a aplicação de

calcário até a neutralização do alumínio trocável no solo. Porém, há estudos

comprovando que este método recomenda uma quantidade de calcário

insuficiente para suprir as exigências das plantas, em função de não conseguir

elevar o pH em água acima de 5,4 e a saturação por bases além de 40 a 50%.

A neutralização do alumínio trocável nessas condições, não demonstrou uma

relação adequada com os rendimentos esperados das culturas (Raij et al,

1983; Quaggio, 1983; Gama, 1998). Assim, tornou-se usual a utilização de um

critério complementar, o qual visa garantir a exigência das culturas quanto a

cálcio e magnésio (Gama, 1998; Ribeiro et al., 1999). Para o estado de Minas

Gerais, por exemplo, a recomendação de calagem é obtida pela seguinte

fórmula :

NC = { Y.[Al+3 – (mt . t /1000)] + [ x – (Ca+2 + Mg+2)]} (2)

em que:

NC = necessidade de calagem (Mg ha-1)

Y = valor variável em função da capacidade tampão do solo

mt = saturação máxima tolerada por determinada cultura

t = CTC efetiva em cmolc dm-3

x = valor variável conforme os requerimentos de Ca e Mg pela

cultura

2.4 Critérios de recomendação de calagem

2.4.1 Índice pH (água e sal)

Nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o pH do solo é

10

o índice utilizado para indicar se existe a necessidade ou não de calagem, e o

índice pH SMP indica a quantidade de calcário a ser adicionada ao solo para a

respectiva elevação do pH ao nível estabelecido (Kaminski, 1974; Scherer,

1976; Quaggio, 1983; Ciprandi, 1993; Wiethölter, 2000 b e 2002 a e b).

Entretanto, a utilização do pH em água como índice de acidez pode

apresentar algumas limitações. Os valores obtidos para este parâmetro são

bastante instáveis, devido às grandes variações existentes entre os solos

(Coleman et al., 1958; Farina et al., 1980; Quaggio et al., 1982; Raij et al.,

1983; Vasconcellos et al., 1994 e Salet et al., 1998). Não é a concentração de

hidrogênio no solo que, por si só, causa o mau rendimento das culturas, mas a

toxidez de alumínio e/ou manganês e o nível inadequado de nutrientes a ele

relacionados (Bell, 1996). O pH em que ocorre a toxidez do alumínio, por

exemplo, depende do tipo de solo, do conteúdo de matéria orgânica

armazenada, do nível global de fertilidade e do ambiente (Sumner, 1997) e da

época do ano (Collins et al., 1970). Assim, solos com valores de pH iguais,

podem apresentar diferentes concentrações de alumínio na solução do solo

(Kaminski, 1989). É possível, também, segundo Caires et al. (1998), obter bons

rendimentos mesmo em solos com pH baixo, desde que os teores de cálcio,

magnésio e potássio sejam suficientes no perfil e o teor de alumínio não seja

muito elevado (<6 mmolc dm-3).

De maneira geral, as recomendações de calagem utilizadas no Rio

Grande do Sul e Santa Catarina foram desenvolvidas para o sistema

convencional de preparo e cultivo do solo (Comissão..., 1995), cujo critério de

tomada de decisão é o pH 6,0, faixa de melhor desenvolvimento das culturas.

No entanto, estão sendo utilizadas, com alterações, para o sistema plantio

direto, pois tem sido observado que em solos sob esse sistema, há uma

superestimação da necessidade de calcário, pois os rendimentos das culturas

tem sido adequados, mesmo em pH menor do que 6,0 (Phillips & Phillips, 1984;

Pöttker, 1996; Pöttker et al., 1998; Pöttker & Ben, 1998; Anghinoni & Salet,

2000; Wiethölter, 2002b), e com alumínio trocável alto (Anghinoni & Salet,

2000). Por este motivo, as recomendações definidas pela Comissão de

Química e Fertilidade do Solo (CQFS) - RS/SC (Comissão..., 1997; Wiethölter,

2000 b e 2002 a e b; Pöttker, 2002) estabelecem que os critérios de tomada de

11

decisão da aplicação de calagem para o sistema plantio direto são o pH 5,5

e/ou a saturação por bases de 60%.

Conforme mencionado anteriormente, a calibração da dosagem de

calcário no Rio Grande do Sul e Santa Catarina foi desenvolvida para o sistema

convencional de preparo e cultivo do solo (Comissão..., 1995), objetivando a

aplicação de calcário (método SMP) para elevar o pH do solo até 6,0. Em

função do sistema convencional apresentar características distintas do sistema

plantio direto, atualmente são estabelecidas dosagens de calcário para: a)

elevação do pH do solo até 6,0, com incorporação do calcário (0-20 cm) para o

estabelecimento do sistema plantio direto, quer de lavoura do sistema de

cultivo convencional ou de campo natural; b) elevação do pH do solo até 5,5

(amostragem na camada de 0-10 cm), com reaplicação superficial de calcário

no caso de lavouras no sistema plantio direto, provenientes do sistema de

cultivo convencional c) elevação do pH do solo até 6,0 (amostragem na

camada de 0-10 cm), com reaplicação superficial de calcário no caso de

lavouras no sistema plantio direto a partir do campo natural, sem mobilização

do solo (Comissão..., 1997; Wiethölter, 2000 b e 2002 a e b; Pöttker, 2002).

Alguns estados brasileiros utilizam o pH CaCl2 e o pH KCl, para a

tomada de decisão de calagem, considerando-os mais satisfatórios que o pH

em água (Schofield & Taylor, 1955; Kaminski, 1974; Scherer, 1976; Quaggio,

1983; Ciprandi, 1993; Gama, 1998; Moreira et al., 2001). Entre as vantagens

para a utilização do pH CaCl2, segundo Raij (1986), destacam-se: a) o pH

medido é pouco afetado pela relação solo:solução; b) a quantidade de sal

adicionada é suficiente para nivelar o efeito dos sais existentes no solo; c)

como a solução do solo é floculada, os erros de potencial de junção líquida

podem ser minimizados pela medida de pH em líquido sobrenadante límpido.

Ernani & Almeida (1986) observaram que, para os solos de Santa Catarina, a

determinação do pH CaCl2 pode ser convertido para o pH em água, bastando

acrescentar 0,5 unidades para o valor do índice obtido. No Paraná,

o pH CaCl2 é um dos índices utilizados na recomendação de calagem, tendo

como critério de tomada de decisão de calagem o pH CaCl2 = 5,6 (Caires et al.,

1996, 1998 e 2000).

12

2.4.2 Saturação por bases

De maneira geral, a saturação por bases tem sido usada como

critério de verificação da necessidade de calagem, devido à flexibilidade de

adaptação para diferentes culturas, conforme suas exigências (Raij, 1991) e

por ser um método que sofre menores oscilações que o pH (Quaggio, 2000).

Além disso, a possibilidade da comparação dos valores de pH com os de

saturação por bases permite um controle bastante eficiente dos resultados de

laboratório. Outro motivo da utilização da saturação por bases, como índice de

calagem, é a sua fundamentação teórica mais completa, pois engloba

importantes conceitos agronômicos para o desenvolvimento das plantas, tais

como a soma de bases (englobando cálcio, magnésio e potássio), a

capacidade de troca de cátions e a acidez potencial (Raij, 1991). No entanto,

por ser mais completo, é considerado um índice de acidez mais complexo,

demorado e caro, pois exige a determinação de cálcio, magnésio, potássio e da

capacidade de troca de cátions para que seja possível uma avaliação das

condições de acidez de determinado solo.

Em São Paulo, Paraná e alguns estados do centro-oeste brasileiro, a

saturação por bases e o teor mínimo de magnésio no solo são os índices de

acidez utilizados para indicar se existe a necessidade ou não de calagem

(Quaggio, 1983; Almeida, 1984; Raij, 1986 e 1989; Sousa et al., 1989; Raij et

al., 1997; Gama, 1998; Quaggio, 2000; Raij et al., 2001).

Apesar das diferenças observadas entre os índices de acidez

baseados no pH e na saturação por bases, é correto observar que a estimativa

das condições de acidez do solo é bastante aproximada quando se compara os

valores de pH e de saturação por bases.

Em São Paulo, os critérios de tomada de decisão para a calagem

são estabelecidos conforme a tolerância à acidez ou a resposta do sistema de

culturas à calagem. Para o feijão, milho, sorgo e trigo, o critério de calagem é

de 70% da saturação por bases, para soja e batata 60%, e para arroz e café

50% (Raij & Quaggio, 1997). Entretanto, deve ser observado, de maneira geral,

que se o teor de magnésio trocável for inferior a 5 mmolc dm-3, faz-se

necessária a calagem, aplicando-se um máximo de 3 a 5 Mg ha-1 de calcário.

13

Assim, conforme o sistema de culturas a ser utilizado, o critério para a tomada

de decisão de calagem é diferenciado.

Em parte do Paraná, as recomendações de calagem objetivam

elevar a saturação por bases a 70%, amostrando solo na camada de 0-20 cm

(Quaggio, 1989). Uma opção de recomendação de calagem atualmente

utilizada para o sistema plantio direto no Paraná, estabelece como sendo os

critérios de tomada de decisão de calagem a saturação por bases = 65% e o

pH CaCl2 = 5,6, com amostragem do solo efetuada na camada de 0-5 cm

(Caires et al., 1996, 1998 e 2000), utilizando-se, para solos argilosos, 1/3 a 1/2

da recomendação de calcário baseada no pH SMP para elevar a saturação por

bases aos critérios estabelecidos (amostragem na camada de 0-20 cm),

aplicando-se um máximo de 2,5 Mg ha-1 de calcário, e 1/2 para solos argilo-

arenosos, aplicando-se um máximo de 1,5 a 2,0 Mg ha-1 de calcário (Sá, 1997).

Em alguns estados do centro-oeste brasileiro, por sua vez, o critério

de tomada de decisão de aplicação de calagem é a saturação por bases de

50%, que equivale ao pH 6,0 (Sousa et al., 1989; Sousa & Lobato, 1996; Sousa

& Lobato, 2000).

Percebe-se claramente que o critério para tomada de decisão de

calcário baseado nos valores de saturação por bases é diferenciado entre os

estados de São Paulo, Paraná e do centro-oeste. Essas diferenças ocorrem

principalmente devido ao tipo de solos utilizados na calibração da

recomendação e as respostas das culturas à calagem no sistema de manejo

adotado.

2.4.3 Método do alumínio trocável

De maneira geral, a utilização do alumínio trocável, como índice de

acidez do solo, apresenta algumas limitações. A acidez potencial do solo não

depende apenas dos teores de alumínio trocável, mas também do alumínio

adsorvido nos sítios de troca, da concentração de hidrogênio e dos ácidos

orgânicos provenientes da matéria orgânica. Além disso, mesmo em solos com

alumínio trocável alto (>1,0 cmolc kg-1), podem ser obtidas condições

satisfatórias para o crescimento de plantas, desde que haja um balanço

adequado de nutrientes, em solos com maiores concentrações de cálcio e

magnésio no solo, capazes de minimizar o efeito tóxico do alumínio que estiver

14

em solução (Caires et al., 1998). Além disso, o manejo do solo em sistema

plantio direto pode promover a redução do efeito fitotóxico do alumínio, devido

a vários aspectos, conforme será visto a seguir.

No sistema plantio direto, há redução do efeito fitotóxico do alumínio

devido à sua complexação pelos radicais da matéria orgânica e pelos ligantes

orgânicos de baixo peso molecular provenientes dos restos culturais. Além

disso, o maior teor de cálcio e magnésio no sistema plantio direto, em relação

ao convencional (Salet, 1988; Sá, 1993; Kaminski & Rheinheimer, 2000), pode

diminuir a toxidez de alumínio, porque se concentram na superfície do solo

(0-5 cm), estabelecendo uma relação Al/Ca+Mg mais baixa, que passa a ser

importante no processo de geração de energia, plasticidade da membrana

plasmática, germinação e estabelecimento da cultura, especialmente das

espécies e/ou cultivares sensíveis ao alumínio (Nobel, 1970; Ferri, 1985;

Salisbury & Ross, 1991; Barber, 1995; Marschner, 1995).

O teor e a saturação por alumínio trocável e teores de cálcio e

magnésio do solo constituem o conjunto de critérios para a tomada de decisão

de calagem para o estado de Minas Gerais. De fato, para sistemas de culturas

com arroz irrigado e/ou sequeiro, milho, sorgo, trigo, feijão e soja, o critério de

tomada de decisão de calagem é o teor de Ca+Mg de 2,0 cmolc dm-3, que

corresponde à saturação por bases de 50%. Por outro lado, faz-se necessário

a aplicação de calcário sempre que a saturação por alumínio estiver acima de

25% para arroz, 20% para feijão, soja e adubos verdes e 15% para milho,

sorgo e trigo, respectivamente (Ribeiro et al., 1999). A recomendação da

dosagem de calcário a ser adicionada ao solo, por sua vez, é dependente dos

teores de cálcio e magnésio no solo, da saturação por alumínio, da CTC efetiva

e principalmente do tipo de solo, onde solos de textura média (15-35% de

argila), argilosa (35-60%) e muito argilosa (>60%) necessitam da aplicação de

calcário duas, três e quatro vezes superiores ao solo arenoso, respectivamente

(Ribeiro et al., 1999).

Solos no sistema plantio direto (os quais acumulam matéria orgânica

e nutrientes na camada superficial do solo) podem apresentar níveis de

alumínio considerados tóxicos (> 1,0 cmolc kg-1) para o desenvolvimento

normal das plantas no sistema convencional de cultivo, indicando necessidade

de correção do solo. Entretanto, como as culturas sob sistema plantio direto

15

apresentam produtividades elevadas mesmo em condições mais ácidas

(Anghinoni & Salet, 2000), o critério do alumínio trocável para a recomendação

de calcário no sistema plantio direto pode não recomendar a real necessidade

de calagem para este sistema.

A pesquisa até o momento procurou relacionar os diversos índices

de acidez, como pH (água, CaCl2), saturação por bases, teor e saturação por

alumínio, relação Ca/Al e Ca+Mg/Al, com o rendimento de plantas para o

estabelecimento de critérios de calagem (Kaminski, 1974; Scherer, 1976;

Ernani & Almeida, 1986; Ciprandi, 1993; Miranda, 1993; Spehar, 1993; Cruz et

al., 1994; Ernani et al., 1997 e 1998; Almeida et al., 1999; Caires et al., 1996,

1998 e 2000; Rheinheimer et al., 2000; Moreira et al., 2001). Assim, é

necessário relacionar o crescimento de plantas através do rendimento,

crescimento ou mesmo de parâmetros morfológicos, com tais atributos de solo,

em diferentes condições de acidez no sistema plantio direto, com objetivo de

visualizar critérios de tomada de decisão para a recomendação ou não de

calagem nesse sistema.

2.5 Interação entre calcário e fósforo

No sistema plantio direto, ocorre acúmulo de fósforo na superfície do

solo, proveniente de sua aplicação superficial, sem mobilização do solo, e da

ciclagem dos resíduos da superfície (Muzilli, 1983; Sá, 1993). O fósforo

acumulado tende a reagir com alumínio e manganês em solos ácidos,

formando compostos estáveis [ Al(OH)2H2PO4 e MnPO4 ] de baixa solubilidade,

que precipitam (Raij, 1991; Novais & Smyth, 1999) em função de sua elevada

afinidade química com estes metais (Haynes, 1984). A reação do alumínio com

o fósforo pode ser assim representada (Novais & Smyth, 1999):

Al+3 + H2PO4 + 2 H2O 2 H+ + Al (OH)2 H2PO4 (5)

trocável solúvel insolúvel

Por outro lado, em solos com pH mais elevado (>5,5), com muito

cálcio trocável, proveniente de reservas naturais do solo e/ou da aplicação de

elevadas dosagens de calcário, também pode ocorrer a reação do fósforo

acumulado ou adicionado ao solo, com o cálcio (Sample et al., 1980;

Novais & Smyth, 1999), diminuindo a sua solubilidade. Isto ocorre, porque pode

16

haver a precipitação do fosfato na forma tricálcica, pela formação de fosfato de

cálcio (insolúvel), caracterizado por um fenômeno conhecido como

retrogradação (Malavolta, 1959):

3 Ca+2 + 2 H2PO4- Ca3(PO4)2 + 4 H+ (6)

A interação entre o calcário e o fósforo, na qual o aumento de um

dos insumos provoca melhor eficiência de utilização do outro pelas plantas é

conhecida (Vidor & Freire, 1972; Ben & Dechen, 1996; Pöttker & Ben, 1998;

Freitas, 1999). Isto ocorre, porque o calcário aplicado no solo, além de inativar

parte do Al+3 trocável devido ao aumento de pH (Salet, 1998), proporciona

diminuição na retenção de fósforo, aumentando sua disponibilidade em solução

(Ernani et al., 1996). Além disso, o fósforo presente em maior quantidade em

solução, seja pelo aumento de pH, pelo manejo do solo (SPD) ou pela

adubação, pode estar contribuindo na inativação de parte do Al+3 em solução

[AlPO4; Al(OH)2H2PO4], reduzindo o efeito tóxico desse elemento (Al) às

plantas.

Observa-se, tanto em lavouras como em experimentos sob sistema

de preparo convencional, maiores respostas ao fósforo do que a calcário e

interação calcário-fósforo nas doses mais baixas (Anghinoni & Salet, 2000),

porém, necessita-se ainda de maiores informações para avaliar os efeitos da

aplicação de doses de calcário e de fósforo no desenvolvimento das culturas

no sistema plantio direto.

Para tentar elucidar alguns destes questionamentos, é relevante o

estudo da dinâmica dos íons em solução sob condições diferenciadas, onde as

condições de acidez do solo e/ou a utilização de corretivos e fertilizantes,

promovem uma interferência direta ou indireta nesta dinâmica.

2.6 Solução do solo

A solução do solo constitui a fase aquosa que ocupa o espaço

poroso do solo, representando o ambiente dominante onde as reações

químicas ocorrem (Adams, 1974; Wolt, 1994). Sua composição depende das

reações químicas relacionadas às demais fases do solo, sendo constituída por

água, diversos solutos (íons e outros materiais solúveis), substâncias minerais

e orgânicas dissolvidas e gases (Meurer & Anghinoni, 2000).

17

O solo constitui-se de um sistema multifásico em equilíbrio dinâmico,

onde a solução representa o compartimento do solo do qual as plantas, através

das raízes (rizosfera), absorvem seus nutrientes, interagindo com as demais

fases (Lindsay, 1979), como representado na Figura 1.

FIGURA 1: Equilíbrio dinâmico que ocorre entre a solução de solo e os demais compartimentos do solo (Fonte: Lindsay, 1979; Meurer & Anghinoni, 1999).

De maneira geral, a solução do solo distribui-se nos poros de

tamanho menor e como filmes em torno de partículas de natureza coloidal

(Adams, 1974), apresentando uma grande variação, em função do tipo de

rocha original, do ambiente, da utilização de produtos químicos para combater

pragas e doenças, do tipo de manejo e de fertilizantes e corretivos

Solução do solo

Íons livres ou complexados

Absorção de nutrientes pelas plantas

Íons trocáveis +

Superfície de adsorção

Fase mineral

Matéria orgânica +

Microrganismos

Precipitação,

Drenagem

Adição de fertilizantes

Atmosfera do solo

Volatilização

18

empregados. Entre as alterações provocadas pela ação antrópica, o combate

da erosão e da acidez do solo e a utilização de adubação para a manutenção

da produtividade das culturas são as práticas que se destacam por sua

alteração na dinâmica de íons na solução do solo. O sistema plantio direto

caracteriza-se pelo não revolvimento do solo, acumulando assim nutrientes

(destacando-se o fósforo) e matéria orgânica na superfície do solo. O acúmulo

de íons, principalmente em função da capacidade de complexação em solução,

influencia bastante na sua especiação. A calagem e a adubação fosfatada

também alteram a dinâmica de íons na solução do solo, em função do efeito de

inativação do alumínio em solução e pela liberação de cálcio, magnésio e

fósforo em solução.

A determinação da composição química da solução do solo é

extremamente importante, pois as plantas retiram dela os nutrientes para sua

sobrevivência. No entanto, há significativas alterações na composição de íons

em solução, em função da época do ano, da umidade do solo e da variação do

equilíbrio existente entre os componentes em solução e as demais fases do

solo relacionadas (Figura 1). Assim, deve-se empregar métodos capazes de

extrair a solução do solo mais próxima do real. Segundo Adams (1974) e Wolt

(1994), as metodologias utilizadas baseiam-se em princípios de centrifugação,

deslocamento, pressão, sucção e adsorção molecular. Segundo Klepker &

Anghinoni (1994), o método do deslocamento (considerado padrão) mostra

similaridade ao método da centrifugação (método mais confiável, simples e

prático) quanto à determinação de íons do solo. Na maioria dos solos, a análise

de concentração total de alumínio, cálcio, magnésio, potássio, sódio, nitrato,

cloro, sulfato, fosfato e de carbono orgânico dissolvido é suficiente para a

descrição da solução do solo (Wolt, 1994). Entretanto, o detalhamento dos

fenômenos de complexação e de precipitação que ocorrem em solução,

capazes de alterar a atividade, a força e o arranjamento das espécies iônicas

(principalmente alumínio e fósforo), é fundamental para a interpretação de

muitos dos fenômenos químicos relacionados à fertilidade do solo e ao

ambiente.

19

2.6.1 Especiação química da solução do solo

O estudo da dinâmica de íons em solução pelos métodos

convencionais não é capaz de indicar possíveis espécies tóxicas às plantas,

pois não há separação entre as espécies tóxicas das chamadas não tóxicas

que poderão estar complexadas com ligantes inorgânicos e/ou orgânicos

(Pavan & Bingham, 1982; Pavan et al., 1982; Alva et al., 1986; Hue et al.,

1986). Assim, tem-se utilizado a especiação química para o estudo dos íons na

solução. Estes, apresentam-se em solução sob diferentes formas iônicas. A

estes arranjamentos químicos de determinado íon ou seus componentes

denominam-se as espécies, ao passo que a atividade analítica de identificação

das espécies químicas e sua distribuição corresponde à especiação

(Templeton, 1999).

O estudo detalhado da especiação química da solução do solo rege

um importante papel no entendimento da dinâmica e combinação entre os íons

em solução. Os passos no cálculo da atividade iônica e distribuição das

espécies em solução incluem a obtenção e análise da solução do solo,

identificação das espécies predominantes formadas, suas reações de formação

e respectivas constantes de equilíbrio, calculando-se, assim, o coeficiente de

atividade. Para resolver os sistemas de equilíbrio químico de íons em solução

são utilizados modelos computadorizados que dispõem, em sua base, de

dados da atividade iônica, do coeficiente de atividade e das constantes de

formação da grande maioria dos complexos (Schwab, 2000).

De maneira geral, as limitações que interferem na interpretação dos

resultados da especiação iônica referem-se à natureza dinâmica dos solos (no

modelo é estático), ao equilíbrio entre íons pobremente definido, às limitações

na química analítica (base de dados somente contém as reações de interesse)

e à falta de conhecimento a respeito do carbono orgânico solúvel que pode

mascarar o real potencial dos ligantes orgânicos em solução.

A determinação da atividade de íons na solução do solo proporciona

uma excelente técnica para a interpretação das reações químicas que ocorrem

nos solos. As interações entre íons na solução reduzem o potencial químico

dos íons livres, de maneira que as interferências entre os íons expressam uma

redução na capacidade do íon em promover uma reação química (coeficiente

20

de atividade). O aumento na concentração de um mesmo íon, no entanto,

aumenta sua atividade (atividade = concentração x coeficiente de atividade).

Como exemplo, pode-se tomar o alumínio em solução, que é complexado,

polimerizado ou precipitado por ânions orgânicos e inorgânicos (OH-, PO43-,

SO42- e F-). Assim as espécies químicas do alumínio em solução sofrem

alterações (Hue et al., 1986), de modo a reduzir sua atividade.

2.6.2 Complexação

Um complexo de coordenação ou composto de coordenação

apresenta uma espécie central (cátion ou um ânion) ligada a íons ou

moléculas, que são denominadas de ligantes (Barros, 1992). Os metais na

solução do solo são hidratados, e a formação do complexo envolve o

deslocamento de uma molécula de água coordenada por um ligante. A solução

do solo é composta por muitos complexos, entre 100 e 200 (Sposito, 1989),

envolvendo uma grande variedade de ligantes orgânicos, (produtos da

intemperização, decomposição de plantas, animais e microrganismos) e

inorgânicos (decomposição do material de origem e adubações) que se ligam a

cátions metálicos. Em função da combinação entre os átomos, o fenômeno de

complexação altera a força e a atividade iônica na solução (Salet, 1998;

Escosteguy, 2001).

Conforme a química de coordenação, os complexos podem ser

agrupados em duas categorias: complexos de esfera externa e complexos de

esfera interna. Quando as moléculas de água solvatam um grupamento central,

se orientam e estabelecem interações eletrostáticas com o ligante, é

constituído o composto de esfera externa. Se as moléculas que solvatam um

cátion são trocadas pelos ligantes, e o grupamento central passa a coordenar

diretamente os ligantes, é constituído o complexo de esfera interna (Sposito,

1989; Stum & Morgan., 1996).

De acordo com o conceito de Lewis, o átomo ligante (doador de

elétrons) é chamado de base de Lewis, enquanto que o metal (receptor de

elétrons) é chamado de ácido de Lewis (Sposito, 1981). Ácidos e bases de

Lewis podem ser classificados numa escala de “duro” a “mole” pela utilização

da terminologia de Pearson (1963). Um ácido duro apresenta alta

eletronegatividade, tamanho pequeno, alto estado de oxidação e baixa

21

polaridade. Um base dura, por sua vez, apresenta alta eletronegatividade, difícil

oxidação e baixa polaridade. De maneira geral, bases duras preferem unir-se a

ácidos duros, formando complexos de esfera externa, e conforme este

princípio, apresentam uma maior estabilidade em solução. Segundo Pearson

(1963), entre os ácidos duros estão o H+, Li+, Na+, K+, Mg+2, Ca+2, Al+3 e Fe+3 e

entre as bases duras estão F-, OH-, CH3COO-, PO4-3, SO4

-2, R-OH e NO3-.

Assim, pode-se concluir que a maioria dos complexos formados entre os

principais cátions trocáveis e ligantes orgânicos e/ou inorgânicos (Pearson,

1963; Wolt, 1994) são de esfera externa, com relativa estabilidade. Além disso,

a força de ligação do complexo varia de acordo com o potencial iônico do

cátion (potencial iônico = valência do cátion/raio), pH e força iônica da solução

do solo (Stumm & Morgan, 1996). Em pH ácido, a complexação iônica é maior

entre cátions de maior valência e menor raio, ao passo que aumentando-se o

pH, haverá maior predominância de cátions com menor valência que podem se

complexar com os ligantes orgânicos e/ou inorgânicos.

O solo apresenta uma grande diversidade de materiais de origem

orgânica, produto da intemperização e decomposição química. Os ácidos

orgânicos, presentes em quantidades significativas no solo (principalmente no

sistema plantio direto), são moléculas bem caracterizadas, de tamanho

pequeno.

Essas moléculas interagem com cátions, formando complexos na

solução do solo. Em pH ácido, um dos principais problemas é o alumínio tóxico

em solução (Tan, 1986), causando redução da capacidade produtiva do solo.

Os ácidos orgânicos apresentam grande importância na redução deste efeito

em função da complexação com alumínio, diferindo na efetividade em função

da posição relativa dos grupos funcionais -OH- e -COOH na cadeia principal do

carbono. Segundo Ritchie et al. (1988), a complexação do alumínio com os

ácidos orgânicos dissolvidos em solução geralmente é mais forte que a

complexação com ligantes inorgânicos. Os mais detoxificantes são constituídos

por 2 pares de -OH-/-COOH ligados a dois carbonos adjacentes ou dois

radicais -COOH ligados ao carbono comum. Segundo Bartlett & Riego (1972)

e Hue et al. (1986), o alumínio complexado organicamente é aparentemente

muito menos tóxico às plantas que o alumínio complexado com ligantes

inorgânicos. De maneira geral, quanto menor o pH do solo, maior a afinidade

22

entre o alumínio e os ligantes orgânicos presentes na solução (Shoji &

Fujiwara, 1984). Segundo Miyazawa et al. (1992), a capacidade de

complexação de parte do alumínio pelos ácidos orgânicos em solução segue a

seguinte ordem: maleico/succínico<tartárico/succínico/láctico<fúlvico<málico<

húmico<oxálico<cítrico<EDTA. Wright et al. (1989), estudando dezenas de

solos dos EUA, concluíram que 65,8% do alumínio em solução foi complexado

por ácidos orgânicos. Franchini et al. (1999), estudando o comportamento de

Latossolos ácidos do Paraná sob campo natural durante a decomposição de

resíduos vegetais, observaram que 90% do alumínio em solução estava

complexado com ácidos orgânicos. Isso demonstra que no sistema plantio

direto, a elevada concentração de ácidos orgânicos pode contribuir

efetivamente na complexação de grande parte do alumínio em solução

(Salet, 1994 e 1998; Salet et al., 1999).

A natureza e a concentração de ligantes inorgânicos também podem

exercer uma notável influência na dinâmica de íons em solução. Em solos de

pH baixo, estes exercem grande influência na redução da toxidez do alumínio.

Isto ocorre porque grande parte do alumínio presente em solução, pode estar

ligado a ânions inorgânicos, principalmente hidroxila, fluoreto, sulfato e fosfato

(Sposito, 1989). A afinidade dos ligantes inorgânicos sobre a neutralização do

alumínio pode ser determinada pela semelhança com o raio iônico da hidroxila,

e pela estabilidade do complexo formado. Assim, quanto maior a constante de

estabilidade (pK) e maior a semelhança com o raio iônico hidratado, os

complexos formados em solução serão mais fortes (Hue et al., 1986). Lindsay

1979) estabeleceu a constante de estabilidade dos complexos entre o alumínio

e os ligantes inorgânicos (Tabela 1).

TABELA 1. Constantes de equilíbrio dos principais complexos

inorgânicos formados com o alumínio. Complexo pKeq AlF2+ -6,98 AlF2

+ -12,60 AlF3

0 -16,65 AlF4

- -19,03 Al(NO3)3

0 0,12 AlSO4

+ -3,20 Al(SO4)2

- -1,90 Al2(SO4)3

0 1,88

23

A ocorrência natural do fluoreto, principalmente nos solos ácidos

e/ou intemperizados é muito baixa, assim como é pequena a ocorrência deste

elemento como impureza na maior parte dos fertilizantes e corretivos

comumente encontrados (Larsen & Widdowson, 1971). No entanto, o fluoreto é

o mais eletronegativo e um dos íons mais reativos, apresentando a mesma

carga e o raio iônico bastante assemelhado ao íon hidróxido – OH-, (Ares,

1986; Rubini et al., 2002) tendendo a formar complexos de esfera interna com

o alumínio, numa coordenação octaedral (AlF63-). O íon fluoreto é o ligante que

forma os complexos mais fortes com o alumínio, superando a afinidade do

alumínio com a hidroxila de coordenação (Amaral et al., 1997). Iyamuremye &

Dick (1996), estudando o efeito da aplicação de adubo fosfatado em um solo

turfoso, encontraram 96% do alumínio em solução complexado com fluoreto,

indicando que pequenas quantidades do íon fluoreto em solução podem reduzir

grandemente a fitotoxicidade do alumínio (Alva et al., 1988; Moore and Ritchie,

1988; Noble et al., 1988; Dahlgren et al., 1989). Em concentrações iguais ao

sulfato, o fluoreto tem uma afinidade muito maior pelo alumínio e maior

eficiência na redução do seu efeito tóxico (Cameron et al., 1986).

Embora a complexação de alumínio com o sulfato é

signficativamente mais fraca que o complexo alumínio-fluoreto, é forte bastante

para exercer notável influência na dinâmica do alumínio em solução (Ritchie,

1988). A afinidade Al-sulfato tem se mostrado bastante superior em relação a

complexação do sulfato com o potássio, magnésio e cálcio (Carmello, 1997).

Segundo Nordstrom & May (1995), os complexos Al-sulfato formados podem

ser tanto de esfera externa como de esfera interna. Em função da baixa

concentração de fosfatos e fluoretos em solos ácidos, a maior abundância do

sulfato tem sido o principal agente complexante de parte do alumínio na

solução do solo, capaz de modificar sua atividade (Johnson et al., 1981; Ares,

1986; Kerven et al., 1995). De maneira geral, os íons sulfato estão entre os

principais ânions da solução do solo, sendo importantes tanto para a

amenização da toxidez do alumínio, como fonte nutriente às plantas (Wolt,

1994; Sposito, 1995). Alva & Sumner (1989), estudando a amenização da

toxidez do alumínio em solução com plantas de soja, encontraram 33% do

alumínio complexado com o sulfato, que é uma espécie menos fitotóxica. A

aplicação de gesso (CaSO4) tem sido uma prática utilizada no aumento dos

24

teores de cálcio no subsolo, onde a redução da fitotoxidez do alumínio ocorre

pela complexação com o sulfato adicionado (Pavan & Bingham, 1982). Assim,

a utilização do gesso resultou em complexação de 80% do alumínio pelo

sulfato, e apenas 11% permaneceu na forma Al+3 (Alva & Sumner, 1989).

Sabe-se que o fósforo pode estar especificamente adsorvido aos

radicais da matéria orgânica e à fração coloidal do solo (óxidos de ferro e

alumínio), e também pela precipitação com alumínio, ferro ou cálcio. A

complexação entre os íons fosfato e alumínio em solução é difícil de

caracterizar e, por isso, são freqüentes os estudos que omitem esta associação

(Nordstrom & May, 1995). Os ânions fosfato são fracamente solúveis em água

e retidos fortemente pelo complexo de troca (Wolt, 1994). Alva & Sumner

(1989) mencionam a constante de equilíbrio entre íons fosfato e alumínio (pKe):

AlPO4(s) = -19,5; AlHPO4+ = -19,8; AlH2PO4

2+ = -22,7; Al(H2PO4)2+ = -46,0;

Al(H2PO4)3 = -68,0. Estudando solos dos Estados Unidos, Bloom & Erich (1995)

concluíram que a complexação das espécies de alumínio com o fosfato não é

significativa em pH inferior a 6,5, uma vez que há grande afinidade dos íons

fosfatos pelos radicais orgânicos em solução. Entretanto, em solos que

receberam a aplicação de calcário, onde há presença de elevadas quantidades

de cálcio em solução em detrimento ao alumínio, o fosfato apresenta uma

maior tendência de complexação com o cálcio, tendendo a formar CaPO4.

Segundo Nordstrom & May (1995), a complexação do fósforo com o alumínio é

dependente do pH do solo. Em pH menor que 6,0 predomina o complexo

AlH2PO42+, ao passo que em pH maior (>6,0) há predomínio de AlHPO4

+. Salet

et al. (1999), estudando a especiação do alumínio em sistema plantio direto e

convencional sob rotação de culturas, observaram que sua complexação com

fosfato foi muito pouco significativa (<0,1%), sendo o complexo alumínio-

ligantes orgânicos o tipo de complexo responsável pela maior parte da

inativação do alumínio fitotóxico (Al+3) em solução.

A freqüência da adubação fosfatada, aliada ao sistema plantio direto,

que acumula fósforo na superfície do solo em função da não mobilização do

solo, justificam o estudo da complexação Al-PO4, pois fornecem informações

importantes a respeito da interação entre o calcário e o fósforo (Vidor, 1972;

Vidor & Freire, 1972; Pöttker & Ben, 1998). Iyamuremeye & Dick (1996),

estudando a especiação do fósforo em solos onde foi adicionado carbonato de

25

cálcio, encontraram que o complexo alumínio-fosfato correspondeu a 3% do

alumínio total, e nos tratamentos onde aplicou-se gesso, a complexação de

alumínio-sulfato e de alumínio-fosfato foi de 5 e 10%, respectivamente.

Segundo esses autores, isto indica que a elevação do pH reduziu a toxidez de

alumínio e aumentou a disponibilidade de fósforo em solução, de maneira a

proporcionar uma maior complexação do alumínio (Al+3) em solução. Wright et

al. (1991), estudando o desenvolvimento de plântulas de trigo em solo ácido

com adição de doses crescentes de adubação fosfatada, observaram que o

aumento do fósforo aplicado no solo proporcionou um aumento significativo no

desenvolvimento das plântulas, porém a concentração de alumínio em solução

não foi reduzida. Isto parece indicar que parte do alumínio em solução pode ter

sido complexado pelo fosfato. Além disso, os autores observaram que a adição

de fosfato em solução proporcionou um aumento de sulfato e fluoreto em

solução. Isto pode indicar que, além do fosfato adicionado, os ânions fluoreto e

sulfato, no seu conjunto, resultaram num melhor desenvolvimento das plântulas

de trigo.

2.6.3 Sorção

O fenômeno de retenção ou sorção de íons no solo compreende o

deslocamento de íons e/ou moléculas presentes na solução do solo para a fase

sólida, e sua retenção pela superfície sólida. A sorção é um termo geral,

utilizado quando o mecanismo de retenção a uma superfície é desconhecido,

que engloba a adsorção, precipitação em superfície e polimerização (Sparks,

1995; Iyamuremeye & Dick, 1996).

De maneira geral, a sorção do fósforo adicionado ao solo, em formas

lábeis ou não lábeis, ocorre tanto pela precipitação do fósforo como,

principalmente, pela sua adsorção pelos hidróxidos de ferro e alumínio (Novais

& Smyth, 1999). A adsorção e a precipitação de íons são importantes

processos químicos que ocorrem no solo.

2.6.3.1 Adsorção

A adsorção pode ser definida como uma série de reações químicas

26

e físicas que resultam na acumulação de substâncias ou materiais na interface

entre a superfície sólida mineral e orgânica e a solução (Stum & Morgan, 1996;

Novais & Smyth, 1999). Este processo consiste da remoção de íons da solução

e de água retida na superfície sólida e a sorção dos íons na superfície sólida

(Sparks, 1995). A adsorção determina a quantidade de nutrientes, metais,

pesticidas e outras substâncias orgânicas que são retidas na superfície sólida,

e, por isso, afeta o transporte de nutrientes e contaminantes no solo.

Os solos brasileiros são predominantemente compostos por

argilominerais do tipo caulinita, óxidos de ferro e alumínio (Fontes, 1992). De

maneira geral, grande parte dos ânions presentes em solução são adsorvidos

pela superfície sólida dos minerais, em função do grande potencial da caulinita,

e dos óxidos de ferro e alumínio para adsorver ânions e matéria orgânica.

Segundo Partiff (1978), a preferência de adsorção de ânions pela superfície

sólida é a seguinte: fosfato > arseniato > selenito = molibdato > sulfato =

fluoreto > cloreto > nitrato. Esta ordem demonstra que a adsorção do fósforo

aos sítios de troca ocorre em função da elevada afinidade pela superfície de

troca, levando à aplicação de grandes quantidades de fertilizante fosfatado

para torná-lo disponível às plantas.

A adsorção de fósforo no solo inicia-se por uma atração

eletrostática, seguida pela adsorção por hidróxidos por meio de troca de

ligantes (Partiff, 1978; Sposito, 1995; Novais & Smyth, 1999), como OH- ou

OH2 mono-coordenados por fosfato da solução. Nesta troca de ligantes, ocorre

a liberação de hidroxilas (OH-) para a solução do solo, predominando uma

ligação covalente entre fosfato-hidróxidos, altamente específica e geralmente

irreversível (Partiff, 1978).

O pH é importante fator capaz de alterar a afinidade da superfície

dos colóides minerais pelo fosfato. Com o aumento do pH, as cargas dos

argilominerais tornam-se negativas, aumentando, dessa forma, a repulsão

(menor adsorção) entre o fosfato e os colóides. Assim, a adsorção de fósforo

pelo solo é máxima em pH baixo (Partiff, 1978; Haynes, 1984; Ernani et al.,

1996). Segundo Tisdale et al. (1993), a gibbsita é capaz de adsorver as

maiores quantidade de fósforo entre pH 4,0 e 5,0. Além disso, com o aumento

do pH, há predominância da forma HPO42- e redução da espécie H2PO4

-, que é

preferencialmente adsorvida. Segundo Tisdale et al. (1993), a disponibilidade

27

de fósforo é máxima entre pH 5,5 e 6,5. Acima de pH 7,0, o fosfato pode

precipitar na forma de fosfato de cálcio (CaPO4).

A calagem objetiva a correção da acidez do solo, elevando o pH do

solo e aumentando a concentração de cálcio e magnésio em solução. Se por

um lado, o aumento de pH aumenta a disponibilidade de fósforo, por outro o

aumento de cátions divalentes pode aumentar a adsorção de fosfato, pela

formação de pontes de cátions mais acessíveis à adsorção do fosfato. A

concentração de alumínio também afeta a adsorção de fósforo. Em solos com

alumínio trocável alto, há tendência a aumentar a adsorção de fósforo pela

formação de AlPO4, ao passo que em solos pobres em alumínio esta adsorção

é diminuída (Tisdale et al., 1993; Novais & Smyth, 1999).

Além do fosfato, outros ânions orgânicos e inorgânicos podem

competir com o fósforo pelos sítios de adsorção, resultando em uma redução

do fosfato adicionado. Ânions fracamente adsorvidos, como nitrato e cloreto

têm uma pequena influência na adsorção de fosfato, ao passo que ânions

especificamente adsorvidos, como OH-, H3SO4- e SO4

2- e MoO42-, podem

apresentar uma grande capacidade de competição pelos sítios de adsorção. A

força de cimentação do ânion com a superfície mineral determina a habilidade

de competição do ânion (Tisdale et al., 1993).

No sistema plantio direto, há acúmulo de matéria orgânica e restos

culturais na superfície do solo. De maneira geral, a matéria orgânica tem sido

outro componente capaz de alterar a adsorção de fósforo no solo. Entretanto,

têm sido observados efeitos contrastantes entre o acúmulo da matéria orgânica

e a adsorção do fósforo.

De um lado, a matéria orgânica pode formar complexos solúveis em

função de seu caráter aniônico, em função das pontes de cátions com alumínio,

ferro e cálcio que a ela são adsorvidos, de modo a proporcionar superfícies

ativas para a retenção de fósforo (Sparks, 1995). Por outro lado, solos sob

sistema plantio direto podem estar aumentando a disponibilidade de fósforo

pela presença da matéria orgânica (Haynes, 1984; Hue, 1991; Sanyal et al.,

1993; Nziguheba et al., 1998). Isto ocorre porque a matéria orgânica ligada aos

íons fosfato pode reduzir a área superficial, reduzindo, assim, a capacidade de

adsorção de fósforo. De maneira geral, os colóides podem adsorver fortemente

ácidos orgânicos, saturando os sítios capazes de adsorver o fósforo (Haynes,

28

1984; Tisdale et al., 1993), dependendo basicamente da qualidade de ácidos

orgânicos que predominam na matéria orgânica. De maneira geral, moléculas

com maior número de grupos funcionais, como -OH- e -COOH, competem com

maior efetividade pelos sítios de adsorção do fósforo.

O efeito da aplicação de fertilizantes fosfatados no sistema plantio

direto difere do sistema convencional, principalmente em função do não

revolvimento e da permanência do fertilizante no local de aplicação, de maneira

que há uma tendência à saturação dos sítios de adsorção de fósforo,

permanecendo o adubo na forma disponível por maior tempo (Rheinheimer,

2000), em função da menor adsorção de fósforo na camada superficial,

independentemente da dose de fosfato aplicado (Oloya & Logan, 1980; Guertal

et al., 1991).

A capacidade de adsorção do solo é uma importante característica,

que depende basicamente do tipo de argilominerais que o compõe, do teor de

matéria orgânica, da capacidade de troca de cátions, da composição da

solução e do pH do solo (Yu, 1997). No entanto, a determinação da capacidade

de adsorção máxima de ânions apresenta algumas dificuldades. Para fosfatos,

por exemplo, o processo para avaliar a capacidade máxima de adsorção não é

simples, pois a adsorção de fósforo pelo solo é lenta e dinâmica, levando

alguns meses. De maneira geral, a alternativa utilizada para determinar a

capacidade de adsorção de fósforo envolve a adição de doses crescentes de

fósforo no solo e após um período de agitação, determina-se as concentrações

em equilíbrio, de onde a diferença entre a concentração adicionada e a do

equilíbrio determina o fósforo adsorvido ao solo. Os diversos valores de fósforo

em solução e adsorvido no complexo de troca são submetidos a isotermas de

adsorção, de modo a determinar a capacidade de adsorção máxima do solo

(Sparks, 1995; Novais & Smyth, 1999).

Entre as várias isotermas conhecidas, a isoterma de Langmuir tem

sido comumente utilizada para estimar a adsorção de fosfatos. De maneira

geral, sua maior vantagem refere-se à estimativa da capacidade máxima de

adsorção e a constante relacionada com a energia de ligação. Veith & Sposito

(1977) e Sparks (1995) têm criticado a determinação da adsorção de fósforo

pela isoterma de Langmuir em função da dificuldade de diferenciação entre

29

adsorção e precipitação, que são processos distintos que ocorrem

simultaneamente.

2.6.3.2 Precipitação

O fenômeno precipitação compreende uma reação química entre

dois íons na solução do solo, com a formação de um novo composto definido

em uma nova fase, que é deslocada da solução. As reações de precipitação

alteram significativamente a distribuição de espécies de íons em solução e a

concentração de íons.

De maneira geral, a precipitação de fósforo tem sido bastante

importante em casos de adubação fosfatada, onde a dissolução do fertilizante

ultrapassa as constantes do produto de solubilidade da reação entre a solução

do solo e o fertilizante (Novais & Smyth, 1999). Em solos ácidos, onde há

grande concentração de alumínio em solução, pode ocorrer o fenômeno de

precipitação de parte do adubo fosfatado ao solo, reduzindo parte do alumínio

em solução, pela formação de fosfato de alumínio insolúvel. Assim, grandes

quantidades de fósforo podem reduzir o efeito tóxico do alumínio tanto pela

complexação em solução, como pela precipitação do alumínio. Em solos

calcariados e com alto pH, a adubação fosfatada pode promover a precipitação

do fósforo na forma de fosfato de cálcio insolúvel, em função da afinidade entre

os íons fosfato e cálcio.

2.7 Problematização

À medida em que se observa a acidificação do solo cultivado,

recomenda-se que seja efetuada nova aplicação de calcário no solo. No Rio

Grande do Sul e Santa Catarina, a metodologia de recomendação de calagem

foi desenvolvida para o sistema de cultivo convencional e a aplicação de

calcário objetiva elevar o pH do solo até 6,0. Essa recomendação tem sido

utilizada com alterações para o sistema plantio direto, devido ao acúmulo de

matéria orgânica e nutrientes (destacando-se o fósforo e cálcio), menor toxidez

do alumínio no solo, e pela ocorrência de rendimentos adequados após longos

períodos sem reaplicação recente de calcário, em solos com pH baixo e

alumínio trocável alto. Em função disso, as recomendações de calagem,

30

atualmente utilizadas, estabelecem que os índices de tomada de decisão da

aplicação de calagem para o sistema plantio direto são o pH 5,5 e/ou a

saturação por bases 60%. As dosagens de calagem para o estabelecimento do

sistema plantio direto visam a elevação do pH do solo até 6,0, com

incorporação do calcário (0-20 cm) para lavoura do sistema de cultivo

convencional ou de campo natural. Quanto à reaplicação de calcário, em

lavouras no sistema plantio direto provenientes do sistema de cultivo

convencional, aplica-se o corretivo (em superfície) para a elevação do pH do

solo até 5,5 (amostragem na camada de 0-10 cm), e para lavouras no sistema

plantio direto, a partir do campo natural sem mobilização do solo, reaplicação

de calcário (em superfície) para elevar o pH do solo até 6,0 (amostragem na

camada de 0-10 cm).

Essas recomendações foram baseadas em resultados de poucos

experimentos de resposta à adição de calcário, que relacionam os níveis

diferenciados de pH em água com o crescimento da planta. No entanto, é

necessário testar esses índices de acidez para verificar se as alterações nos

critérios de tomada de decisão de recomendação de calagem nesse sistema

são adequados, ou se a utilização de outros índices são mais eficientes para a

decisão de aplicação de calcário no sistema plantio direto.

Outro aspecto importante a considerar na tomada de decisão para a

aplicação de calcário refere-se ao acúmulo de nutrientes, especialmente o

fósforo e o cálcio, na superfície do solo no sistema plantio direto. No sistema de

plantio convencional, já é conhecido o efeito da relação positiva entre o calcário

e o fósforo, onde há interação entre os efeitos da adubação e calagem. No

plantio direto, existem vários componentes capazes de diminuir o efeito tóxico

do alumínio no solo, entre eles a calagem, a concentração de nutrientes na

superfície do solo, os ácidos fúlvicos de baixa massa molecular e os ligantes

orgânicos de alta massa molecular, provenientes da decomposição dos

resíduos na superfície do solo, tornando-se difícil quantificar qual é a

contribuição do acúmulo de fósforo na redução da necessidade de calcário.

No entanto, são poucos os estudos relacionados à efetividade dos íons

fosfato em reduzir o alumínio em solução e o detalhamento dos fenômenos de

complexação, precipitação e adsorção que ocorrem no solo, capazes de alterar

a dinâmica de íons. Para isso, o estudo da especiação química de íons pode

31

ser uma alternativa bastante promissora para identificar a eficiência da

aplicação do fósforo na complexação/precipitação do alumínio trocável, e sua

relação com os demais íons capazes de reduzir a necessidade de calagem

pela amenização do efeito fitotóxico do alumínio.

3 CAPÍTULO 2

ESTUDO 1 - ÍNDICES DE TOMADA DE DECISÃO PARA A CALAGEM NO SISTEMA PLANTIO DIRETO

3.1 Introdução

De maneira geral, à medida em que o aumento da acidez do solo

ocasiona redução na produtividade das culturas, recomenda-se a sua correção.

O modelo utilizado para a recomendação de calagem compõe-se de duas

etapas. A primeira, refere-se à tomada de decisão para a calagem, isto é, da

aplicação ou não de calcário. Para isso, utiliza-se índices de acidez do solo

(pH, V%, Al e %Al), e, dentro desses índices, são estipulados valores

referenciais pré-determinados. Esses valores são baseados, de forma geral, no

máximo rendimento econômico das culturas, de modo que rendimentos

inferiores indicam a necessidade de calagem. A segunda etapa, refere-se à

recomendação da dosagem de calcário a ser utilizada para atingir o valor de

referência. Os métodos de recomendação de calcário objetivam a neutralização

das fontes de acidez do solo. Para isso, são conduzidos estudos com solos

representativos da região considerada, avaliando-se a alteração da acidez dos

solos quando submetidos à dosagens crescentes de calcário (método de

incubação). Assim, são estabelecidas tabelas e equações que relacionam a

acidez potencial (através dos valores do índice SMP, V%, Al e %Al) com a

dosagem de calcário necessária para atingir o nível de correção desejado

(Murdock et al., 1971; Kaminski, 1974; Scherer, 1976; Quaggio, 1983; Ernani &

Almeida, 1986; Comissão...,1995; Raij & Quaggio, 1997; Gama, 1998;

Quaggio, 2000; Wiethölter 2002 a e b).

33

Nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina,

tradicionalmente o pH do solo e, mais recentemente, também a saturação por

bases (Comissão..., 1997; Wiethölter, 2002 a e b), são os índices adotados

para indicar se existe a necessidade ou não de calagem, e o índice pH SMP

para indicar a quantidade de calcário a ser adicionada ao solo para a

respectiva elevação do pH e/ou a saturação por bases aos níveis estabelecidos

(Murdock et al., 1971; Kaminski, 1974; Scherer, 1976; Ciprandi, 1993;

Wiethölter, 2000 b; Comissão..., 1997; Wiethölter, 2002 a e b).

A utilização do pH em água como índice de acidez pode apresentar

algumas limitações. Os valores de pH são bastante instáveis, devido às

grandes variações existentes entre os solos (Coleman et al., 1958; Farina et al.,

1980; Quaggio et al., 1982; Raij et al., 1983; Vasconcellos et al., 1994 e Salet

et al., 1998). Além da concentração de hidrogênio (pH), a toxidez de alumínio

e/ou de manganês e o nível inadequado de nutrientes a ele relacionados

(Bell, 1996) também afetam o rendimento das culturas. O pH em que ocorre a

toxidez do alumínio, por exemplo, depende do tipo de solo, do conteúdo de

matéria orgânica, do nível global de fertilidade e do ambiente (Sumner, 1997) e

da época do ano (Collins et al., 1970). Assim, solos com valores de pH iguais,

podem apresentar diferentes concentrações de alumínio na solução do solo

(Kaminski, 1989). Alguns estados brasileiros utilizam o pH CaCl2 e o pH KCl,

para a tomada de decisão de calagem, considerando-os mais satisfatórios que

o pH em água (Schofield & Taylor, 1955; Kaminski, 1974; Quaggio, 1983;

Gama, 1998; Moreira et al., 2001). Segundo Ernani & Almeida (1986), a

determinação do pH CaCl2 pode ser convertida para o pH em água,

acrescentando 0,5 unidades para o valor do índice obtido. No Paraná, um dos

critérios de tomada de decisão de calagem é o pH CaCl2 = 5,6

(Caires et al., 1996, 1998 e 2000).

A saturação por bases também é usada como critério de verificação

da necessidade de calagem, devido à flexibilidade de adaptação para

diferentes culturas conforme suas exigências (Raij, 1991) e por ser um método

que sofre menores oscilações que o pH (Quaggio, 2000). Outro motivo da

utilização da saturação por bases como índice de calagem é a sua

fundamentação teórica mais completa, pois engloba importantes conceitos

agronômicos para o desenvolvimento das plantas, tais como a soma de bases,

34

a capacidade de troca de cátions e a acidez potencial (Raij , 1991). No entanto,

por ser mais completo, é considerado um índice de acidez mais complexo,

demorado e caro, pois exige a determinação de cálcio, magnésio, potássio e da

capacidade de troca de cátions para que seja possível avaliar as condições de

acidez do solo.

O alumínio trocável é outro índice de acidez utilizado para a

recomendação de calcário, e tem como princípio básico a aplicação de calcário

até a neutralização do alumínio trocável no solo. De maneira geral, a utilização

do alumínio trocável como índice de acidez do solo apresenta algumas

limitações. A acidez potencial do solo não depende apenas dos teores de

alumínio trocável, mas também do alumínio adsorvido nos sítios de troca, da

concentração de hidrogênios e dos ácidos orgânicos provenientes da matéria

orgânica. Além disso, o manejo do solo em sistema plantio direto pode

promover a redução do efeito fitotóxico do alumínio, pelos radicais da matéria

orgânica e pelos ligantes orgânicos de baixo peso molecular provenientes dos

restos culturais (Kwong & Huang, 1979; Bloom et al., 1979; Hargrove &

Thomas, 1982; Quaggio et al., 1985; Ahmad & Tan, 1986; Sá, 1993; Pavan,

1994; Anghinoni & Salet, 1995; Pöttker & Ben, 1998; Salet, 1988; Kaminski &

Rheinheimer, 2000). Como as culturas sob sistema plantio direto apresentam

produtividades elevadas mesmo em condições mais ácidas (Anghinoni & Salet,

2000), o critério do alumínio trocável para a recomendação de calcário no

sistema plantio direto deve ser revisto, pois pode não recomendar a real

necessidade de calagem para este sistema.

As recomendações de calagem e adubação utilizadas no Rio

Grande do Sul e Santa Catarina foram desenvolvidas para o sistema

convencional de preparo e cultivo do solo (Comissão..., 1995), cujo objetivo é

elevar o pH do solo até 6,0, e estão sendo utilizadas, com alterações, no

sistema plantio direto. De maneira geral, a implantação do sistema plantio

direto pode ocorrer a partir de lavouras cultivadas no sistema de preparo

convencional e de campo natural, com ou sem a incorporação do calcário. Em

ambos os casos, com o passar do tempo, há acumulação de resíduos culturais,

matéria orgânica e nutrientes na camada superficial do solo. A presença de

ácidos fúlvicos, provenientes da matéria orgânica, e de ligantes orgânicos de

baixo peso molecular, provenientes dos resíduos culturais, complexam parte do

35

alumínio na solução do solo, reduzindo o seu efeito tóxico às plantas

(Salet, 1998). Assim, o pH em que o alumínio passa a ser tóxico é,

provavelmente, menor do que no sistema convencional de cultivo, observando-

se, freqüentemente, rendimentos adequados após longos períodos sem

reaplicação de calcário em solos com pH baixo e alumínio trocável alto

(Anghinoni & Salet, 2000).

Por este motivo, as recomendações definidas pela Comissão de

Química e Fertilidade do Solo (CQFS) - RS/SC (Comissão..., 1997; Wiethölter,

2000b e 2002a e b) estabelecem que os critérios de tomada de decisão da

aplicação de calagem para o sistema plantio direto são o pH 5,5 e/ou a

saturação por bases 60%. Assim, as recomendações definidas pela referida

Comissão estabelecem dosagens de calcário para: a) elevação do pH do solo

até 6,0, com incorporação do corretivo na camada de 0-20 cm, para o

estabelecimento do sistema plantio direto com mobilização do solo; b) elevação

do pH do solo até 5,5 na camada de 0-10 cm, com reaplicação superficial de

corretivo no caso de lavouras consolidadas (> 5 anos) no sistema plantio direto

c) elevação do pH do solo até 6,0 na camada de 0-10 cm, com aplicação

superficial no estabelecimento do sistema plantio direto a partir do campo

nativo (natural).

Os critérios de tomada de decisão de calagem podem ser

questionados, pois a decisão baseada no pH 5,5 pode não corresponder à

saturação por bases de 60%, pois no sistema plantio direto há acúmulo de

nutrientes em superfície, aumentando a saturação por bases, reduzindo o valor

de referência do índice de acidez onde se verifica a real necessidade de

calagem. Essas recomendações de calagem foram desenvolvidas,

baseando-se em dados de alguns experimentos de resposta à adição de

calcário nesse sistema, nos quais não se observa incremento no rendimento a

partir do efeito residual de doses de calcário aplicadas na superfície do solo

(Pöttker, 1996 e 1998; Pöttker et al., 1998; Wiethölter, 2002; Pöttker, 2002).

Por isso, é necessário relacionar o rendimento e outros parâmetros

do crescimento e desenvolvimento de culturas, em uma ampla faixa de acidez

do solo, para verificar se as alterações nos critérios de tomada de decisão de

recomendação de calagem nesse sistema são adequadas, destacando a

possibilidade de que os critérios para a tomada de decisão de calagem,

36

atualmente utilizados no sistema plantio direto (Comissão..., 1997; Wiethölter,

2000 a e b e 2002 a e b), podem ainda não estar recomendando a real

necessidade de calagem para esse sistema.

O objetivo deste estudo foi de relacionar as condições de acidez do

solo com parâmetros de planta para avaliar a adequação dos índices de

tomada de decisão para a calagem no sistema plantio direto.

3.2 Material e métodos

3.2.1 Caracterização dos experimentos

Foram utilizados dois experimentos de campo sob sistema plantio

direto consolidado com diferentes níveis de acidez do solo. O primeiro foi

instalado pela EMBRAPA Trigo em um Latossolo Vermelho aluminoférrico

típico (unidade de mapeamento Erechim) no município de Sarandi – RS. Esta

área foi cultivada sob sistema de preparo convencional entre 1988 a 1993,

quando, então, foi estabelecido o sistema plantio direto, aplicando-se

superficialmente, 0, 1,8 (1/4 SMP), 3,6 (1/2 SMP) e 7,2 (1 SMP – pH 6,0) Mg

ha-1 de calcário, além de outro tratamento com incorporação (0-20 cm) de 7,2

Mg ha-1 de calcário, num delineamento em blocos casualizados com 4

repetições. A área vem sendo cultivada com soja (Glycine max)/milho (Zea

mays) no verão e trigo (Triticum aestivum)/aveia preta (Avena strigosa) no

inverno.

O outro experimento foi instalado pela EMBRAPA Trigo em um

Latossolo Vermelho aluminoférrico típico (unidade de mapeamento Erechim) no

município de Marau – RS. A área era de campo natural até 1993, quando

então, foi estabelecido o sistema plantio direto, aplicando-se superficialmente,

0, 2,2 (1/4 SMP), 4,4 (1/2 SMP) e 8,8 (1 SMP – pH 6,0) Mg ha-1de calcário,

além de outro tratamento com incorporação de 8,8 Mg ha-1 de calcário, num

delineamento em blocos casualizados com 4 repetições. A área também vem

sendo cultivada com milho/soja no verão e trigo/aveia preta no inverno.

37

3.2.2 Desenvolvimento experimental

Foram coletadas, em 3 repetições dos diferentes tratamentos dos

dois experimentos, amostras indeformadas em colunas de PVC de 10 cm

(diâmetro) x 15 (altura) cm de solo nas entrelinhas da soja. A caracterização

química do solo da camada de 0-20 cm, especialmente dos atributos

relacionados com a acidez do solo dos experimentos de Sarandi e Marau está

apresentada nos Apêndices 1 e 2, respectivamente. Para evitar o excesso de

água nas colunas, foram feitos dois furos de 3 milímetros de diâmetro na

parede superior e inferior das colunas. O fundo das colunas foi protegido por

pratos plásticos, visando evitar a perda de solo.

As colunas foram colocadas em um cercado telado e descoberto, e

arranjadas em delineamento inteiramente casualizado, colocando-se em

17/01/2001, 8-9 sementes de soja cultivar BR-16 (sensível ao alumínio)

(Menosso, 1994) para germinar. Após a emergência, efetuou-se o desbaste, de

forma que ficassem 4 plantas por coluna. Durante o desenvolvimento das

plantas, a umidade foi mantida acima de 80% da capacidade de campo. A

colheita das plantas ocorreu aos 25 dias da semeadura, quando as raízes das

plantas mais desenvolvidas alcançaram o fundo da coluna.

3.2.3 Análises e determinações

Inicialmente, cortou-se a parte aérea das plantas de soja,

obtendo-se a matéria seca após a secagem em estufa de circulação forçada a

650C, por 72 horas.

Após o corte da parte aérea das plantas, as colunas foram

colocadas em câmara de crescimento, com temperatura controlada de 50C,

objetivando a preservação do solo e das raízes. Posteriormente, as colunas

foram seccionadas nas camadas de 0-5, 5-10 e 10-15 cm, separando-se o solo

das raízes de cada camada, respectivamente. Para fins de discussão,

trabalhou-se com valores médios ponderados, nas camadas de 0-10 cm (0-5 +

5-10) e 0-15 cm (0-5 + 0-10 + 0-15 cm).

As raízes foram lavadas com água, pesadas (matéria fresca),

colocadas em sacos plásticos e congeladas para manter suas características.

O comprimento do sistema radicular foi determinado pelo método de Tennant

38

(1975) e a matéria seca foi obtida após a secagem em estufa de circulação

forçada a 650C por 72 horas. O raio da raiz foi estimado, utilizando-se da

fórmula descrita por Barber (1995):

r0 = (V / L . π)½ (7)

em que:

r0 = raio da raiz (cm)

V= volume da raiz (g cm-3) *

L = comprimento radicular (cm)

* admitindo-se a densidade radicular = 1 g cm-3

Paralelamente, obteve-se o rendimento de grãos de soja das

parcelas de campo (dados fornecidos pela EMBRAPA Trigo –

Passo Fundo – RS).

As amostras de solo coletado para a caracterização dos

experimentos no campo (0-20 cm) e de cada camada (0-5 e 5-10 e 10-15 cm)

das colunas conduzidas no cercado telado foram secas ao ar, moídas e

passadas em peneiras com malha de 2 mm de diâmetro para determinação de

atributos químicos.

Os atributos químicos analisados foram: pH H2O (relação 1:1), pH

CaCl2 (relação 1:2,5 – CaCl2 0,01 mol L-1) e índice SMP (todos com eletrodo de

vidro), cálcio e magnésio trocáveis (KCl 1 mol L-1), determinados por

espectrofotômetro de absorção atômica; alumínio trocável extraído com KCl 1

mol L-1, e determinado por titulação com NaOH 0,0125 mol L-1 e indicador de

azul de bromotimol; o potássio disponível foi extraído pelo método Mehlich-1 e

determinado com fotômetro de chama. Todas essas análises foram efetuadas

conforme Tedesco et al. (1995). O fósforo foi extraído pelo método Mehlich-1, e

determinado com colorímetro, conforme Murphy & Rilley (1962). O carbono

orgânico total foi determinado por digestão úmida com posterior titulação,

conforme metodologia de Walkley & Black. Estimou-se a CTC efetiva (Ca + Mg

+ K + Al trocáveis), a soma de bases (S) e a saturação por alumínio (m). A

acidez potencial foi obtida pelo método do acetato de cálcio (Embrapa, 1999),

pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999) [log H+Al (mmolc dm-3)

= 3,9014-0,391 SMP; r2= 0,90] e pela equação proposta por Kaminski et al.

39

(2001) [log H+Al (mmolc dm-3) = 4,6317 – 0,4987 SMP; r2= 0,99]. A CTC a pH

7,0 e a saturação por bases foram baseadas nas três formas de determinar a

acidez potencial (acetato de cálcio e as duas equações propostas).

3.2.4 Análise estatística

Todos os resultados foram submetidos à análise de variância pelo

programa SANEST e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey ao

nível de 5% de probabilidade de erro.

Através de estudos de correlação e regressão, estabeleceu-se

relações entre os atributos de acidez do solo e parâmetros de planta

(comprimento do sistema radicular, matéria seca da parte aérea e do sistema

radicular e rendimento de grãos das parcelas de campo), nas camadas de 0-10

e 0-15 cm, no intuito de avaliar os índices de acidez, e respectivos valores de

referência (critérios) para a tomada de decisão de calagem no sistema plantio

direto.

3.3 Resultados e discussão

Os resultados dos atributos químicos nos diversos tratamentos dos

experimentos provenientes de lavoura cultivada (Sarandi – Apêndice 1) e de

campo natural (Marau - Apêndice 2), demonstraram, na condição de campo

(0-20 cm), que, após oito anos da calagem, ainda se mantém uma grande

amplitude no grau de acidez do solo e na concentração de nutrientes. Dessa

forma, as condições eram adequadas para a avaliação dos critérios de tomada

de decisão para a calagem em solos sob sistema plantio direto. De maneira

geral, ocorreu uma menor acidez na camada superficial (0-5 cm) das colunas,

tendendo a aumentar nas camadas de maior profundidade, exceto nas colunas

onde o calcário foi incorporado ao solo (Apêndices 3 e 4). Os nutrientes e o

carbono orgânico, por sua vez, apresentaram maior concentração na camada

superficial (0-5 cm) das colunas, e decresceram em profundidade,

característica peculiar em solos manejados sob sistema plantio direto (Blevins

et al., 1977 e 1978; Pavan, 1983; Sá, 1993; Schlindwein, 1999).

Nas colunas dos tratamentos onde foram incorporadas 7,2 (Sarandi)

e 8,8 (Marau) Mg ha-1 de calcário, como esperado, a acidez do solo

40

manteve-se mais uniforme no perfil e um pouco mais elevada, especialmente

na área proveniente de lavoura, em relação à mesma dose de calcário aplicada

em superfície, demonstrando que a incorporação do calcário proporcionou

maior reatividade e, conseqüentemente, menor efeito residual do calcário no

tempo (Apêndices 3 e 4).

Após oito anos de cultivo, pode-se constatar também que os

nutrientes, especialmente cálcio e magnésio trocáveis e fósforo disponível,

concentraram-se na camada superficial (0-5 cm) das colunas onde o calcário

foi aplicado em superfície (Apêndices 3 e 4).

Como conseqüência das diferenças entre os atributos de acidez dos

solos, os parâmetros das plantas cultivadas nas colunas foram afetados em

ambos os solos (Tabelas 2 e 3). Ocorreu um aumento na matéria seca da parte

aérea (P<0,05) com o decréscimo da acidez. Quanto ao sistema radicular,

houve aumento no comprimento e da matéria seca e redução do raio médio

nas colunas do experimento proveniente de campo natural (Marau). Isto

decorre da redução dos efeitos tóxicos do alumínio na inibição da expansão e

conseqüente engrossamento das raízes, concordando com os resultados

obtidos por Taylor (1988).

Da mesma maneira, o rendimento de grãos das parcelas a campo

também aumentou à medida em que aumentou a dose de calcário aplicada em

1993 no solo, demonstrando, assim, o efeito residual proporcional à dose de

calcário aplicado, mesmo após oito anos de cultivo (Tabelas 2 e 3). É

interessante observar que a resposta do crescimento da parte aérea e do

comprimento radicular da soja, em função dos níveis de acidez, é bastante

similar à resposta de rendimento de grãos no campo em ambos os locais.

Entre os parâmetros das plantas de soja, a matéria seca radicular e

da parte aérea diferiram (P<0,05) quando se comparou o efeito da

incorporação ou não do calcário (1 SMP) nas colunas de solo na área de campo

natural (Tabela 3). Além disso, os demais parâmetros das plantas cultivadas nas

colunas provenientes deste experimento, tenderam a apresentar um menor

crescimento nas colunas onde o calcário foi incorporado. Entretanto, nas

colunas provenientes da área inicialmente em lavoura convencional, não foram

observadas diferenças significativas (P<0,05) entre os parâmetros de planta

41

TABELA 2. Parâmetros das plantas de soja em colunas e rendimento de grãos de soja (parcelas de campo – safra 2000/2001), de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de lavoura convencional (EMBRAPA Trigo em Sarandi, RS - janeiro de 2001).

Doses de calcário (1)

Matéria seca da

parte aérea

Matéria seca do

sistema radicular

Comprimento do

sistema radicular

Raio médio

da raiz

Rendimento de

grãos (2)

--Mg ha-1-- ---------------------g planta-1------------------------ --------m planta-1------ ------mm----- -----kg ha-1-----

0 0,42B 0,12B 8,26B 0,16A 2.420C

1,8 0,58AB 0,19AB 12,66A 0,15A 2.810BC

3,6 0,64A 0,20A 11,22A 0,14A 3.060A

7,2 (1 SMP) 0,66A 0,22A 13,31A 0,14A 3.140A

7,2 incorporado 0,69A 0,21A 11,64A 0,15A 3.080A

(1) Aplicação em 1993; (2) Dados das parcelas de campo obtidos pela EMBRAPA Trigo de Passo Fundo – RS. Médias seguidas pela mesma letra na colunas, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

42

TABELA 3. Parâmetros das plantas de soja em colunas e rendimento de grãos de soja (parcelas de campo – safra 2000/2001), de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de campo natural (EMBRAPA Trigo em Marau, RS - janeiro de 2001).

Doses de calcário (1)

Matéria seca da

parte aérea

Matéria seca do

sistema radicular

Comprimento do

sistema radicular

Raio médio

da raiz

Rendimento de

grãos (2)

--Mg ha-1-- ---------------------g planta-1------------------------ --------m planta-1------ ------mm----- -----kg ha-1-----

0 0,31D 0,11C 3,47C 0,25A 2.190C

2,2 0,53C 0,24AB 10,29B 0,17B 2.650B

4,4 0,65AB 0,26AB 12,42AB 0,16B 2.940A

8,8 (1 SMP) 0,70A 0,30A 14,91A 0,14B 3.030A

8,8 incorporado 0,58BC 0,23B 13,56A 0,15B 2.980A

(1) Aplicação em 1993; (2) Dados das parcelas de campo obtidos pela EMBRAPA Trigo de Passo Fundo – RS. Médias seguidas pela mesma letra na colunas, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

43

(Tabela 2). Isto pode ter ocorrido porque a área a partir do campo natural

apresentava originalmente maior acidez do solo (Apêndices 1 e 2). Assim, a

incorporação do calcário, que favorece uma maior reatividade no solo, resultou,

provavelmente, em menor efeito residual do calcário no tempo, refletindo-se nos

parâmetros das plantas de soja cultivadas nas colunas.

Entre as diferentes camadas das colunas (0-5, 5-10 e 10-15 cm) de

solo das áreas originadas de campo natural e de lavoura convencional, as

raízes apresentaram maior comprimento e acúmulo de matéria seca na camada

superficial (0-5 cm), provavelmente em função da menor acidez e maior

concentração de nutrientes e de matéria orgânica nessa camada. A camada de

10-15 cm, por sua vez, apresentou maior acúmulo de matéria seca e

comprimento radicular do que a camada de 5-10 cm (Apêndices 5 e 6), porque

houve um certo acúmulo das raízes no fundo das colunas.

Como visto anteriormente, os critérios para a tomada de decisão de

calagem no sistema plantio direto foram estabelecidos com base no rendimento

máximo das culturas, correspondente ao nível de acidez onde a aplicação de

calcário não proporcionava incrementos significativos na produtividade. Por

isso, foram estabelecidas relações entre os atributos de acidez dos dois solos

estudados, nas camadas de 0-10 e 0-15 cm, com os parâmetros de plantas nas

colunas e também, com o rendimento de grãos das parcelas de campo

(Figuras 2 a 9), no intuito de estudar, com maior detalhamento, os índices de

acidez, para verificar se as alterações nos critérios de tomada de decisão de

recomendação de calagem nesse sistema são adequados, ou se a utilização

de outros índices pode ser mais eficiente para a decisão de aplicação de

calcário no sistema plantio direto.

De maneira geral, todas relações entre os atributos de acidez do

solo e os parâmetros de planta apresentaram um alto ajuste (Figuras 2 a 9), em

ambos os experimentos e nas duas camadas (0-10 e 0-15 cm). Além disso, é

importante observar que todas as curvas de ajuste apresentaram equações de

ordem 2, de maneira a permitir obter o ponto de máximo ou de mínimo (Figuras

2 a 9).

Comparando-se as camadas de 0-10 e 0-15 cm, observa-se, nas

colunas do experimento proveniente de campo natural (Marau), que há uma

44

pH H2O0,0 4,5 5,0 5,5 6,0

Prod

utiv

idad

e (M

g ha

-1)

0,0

2,5

3,0

3,5y = - 15,775 + 6,9374x - 0,636x2

R2 = 0,99 _ . _

y = - 12,971 + 5,7914x -0,5199x2

R2 = 1,00 ___

pH H2O0,0 4,5 5,0 5,5 6,0

Com

pr. r

adic

ular

(m p

lant

a-1)

0

6

8

10

12

14 y = - 58,407 + 25,012x - 2,1951x2

R2 = 0,58 _ . _

y = - 59,673 + 24,869x- 2,2493x2

R2 = 0,75 ___

pH H2O0,0 4,5 5,0 5,5 6,0

M. s

eca

raiz

(g p

lant

a-1)

0,00

0,09

0,12

0,15

0,18

0,21

0,24 y = - 2,3241 + 0,937x - 0,0863x2

R2 = 0,93 _ . _

y = - 1,3155 + 0,5257x - 0,0465x2

R2 = 0,92 ___

pH H2O0,0 4,5 5,0 5,5 6,0

M. s

eca

aére

a (g

pla

nta-1

)

0,0

0,4

0,5

0,6

0,7

y = - 6,2948 + 2,5665x -0,2359x2 r2 = 0,96 ____

y = - 0,622 + 0,1157x -0,0723x2

R2 = 0,98 __ . __

pH CaCl2

0,0 3,5 4,0 4,5 5,0

Prod

utiv

idad

e (M

g ha

-1)

0,0

2,5

3,0

3,5y = - 15,443 + 8,3258x - 0,9311x2

R2 = 0,97 _ . _

y = - 9,4251 + 5,3143x - 0,5606x2

R2 = 0,99 ___

pH - CaCl2

0,0 3,5 4,0 4,5 5,0

Com

pr. r

adic

ular

(m p

lant

a-1)

0

6

8

10

12

14 y = - 47,793 + 25,708x - 2,7273x2

R2 = 0,53 _ . _

y = - 44,246 + 22,717x - 2,418x2

R2 = 0,74 ___

pH CaCl2

0,0 3,5 4,0 4,5 5,0

M. s

eca

raiz

(g p

lant

a-1)

0,00

0,09

0,12

0,15

0,18

0,21

0,24 y = - 2,1217 + 1,0467x - 0,1169x2

R2 = 0,88 _ . _

y = - 1,0024 + 0,4871x - 0,0506x2

R2 = 0,94 ___

pH CaCl2

0,0 3,5 4,0 4,5 5,0

M. s

eca

aére

a (g

pla

nta-1

)

0,0

0,4

0,5

0,6

0,7

y = - 4,6205 + 2,2941x - 0,2477x2

r2 = 0,97 ____

y = - 7,1784 + 3,5805x - 0,4071x2

R2 = 0,97 __ . __

_._ 0 1,8 3,6 7,2 (1 SMP) 7,2 incorporado

0 1,8 3,6 7,2 (1 SMP) 7,2 incorporado(0-10 cm)

(0-15 cm)

Figura 2. Relação entre atributos das plantas de soja e o pH-H2O (a, b, c, d) e o pH CaCl2 (e, f, g, h) nas camadas de 0-10 ( ) e 0-15 cm (_._) de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de lavoura convencional (EMBRAPA Trigo, Sarandi – RS, 2001).

0-15 cm

0-15 cm

a b

c d

e f

g h

0-15 cm

0-10 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm

0-10 cm 0-10 cm

0-15 cm

45

Al (cmolc kg-1)

0 1 2 3

Prod

utiv

idad

e (M

g ha

-1)

0,0

2,5

3,0

3,5y = - 3,1233 + 0,0845x - 0,1311x2

R2 = 1,00 _ . _

y = - 3,1438 + 0,0148x - 0,1065x2

R2 = 1,00 ___

Al (cmolc kg-1)

0 1 2 3

Com

pr. r

adic

ular

(m p

lant

a-1)

0

6

8

10

12

14 y = - 11,88 + 1,466x - 0,9853x2

R2 = 0,62 _ . _

y = - 8,5308 + 1,0461x - 0,8195x2

R2 = 0,84 ___

Al (cmolc kg-1)

0 1 2 3

M. s

eca

raiz

(g p

lant

a-1)

0,00

0,09

0,12

0,15

0,18

0,21

0,24 y = - 0,2037 + 0,0314x - 0,0232x2

R2 = 0,95 _ . _

y = - 0,171 + 0,0005x - 0,0117x2

R2 = 0,95 ___

Al (cmolc kg-1)

0 1 2 3M

. sec

a aé

rea

(g p

lant

a-1)

0,0

0,4

0,5

0,6

0,7

y = - 0,65 + 0,0652x - 0,0618x2 r2 = 0,97 ____

y = - 0,622 + 0,1157x - 0,0723x2

R2 = 0,98 __ . __

V% (1)

0 20 30 40 50 60 70

Prod

utiv

idad

e (M

g ha

-1)

0,0

2,5

3,0

3,5

y = - 1,8229 + 0,0207x - 5x10-5x2

R2 = 0,73 _ . _

y = - 0,0321 + 0,0255x - 0,0004x2

R2 = 1,00 ___

V% (1)

0 20 30 40 50 60 70

Com

pr. r

adic

ular

(m p

lant

a-1)

0

6

8

10

12

14 y = - 5,1767 + 0,2399x - 0,0019x2

R2 = 0,56 _ . _

y = - 1,9107 + 0,237x - 0,002x2

R2 = 0,79 ___

V% (1)

0 20 30 40 50 60 70

M. s

eca

raiz

(g p

lant

a-1)

0,00

0,09

0,12

0,15

0,18

0,21

0,24 y = 0,0031 + 0,0077x - 7x10-5x2

R2 = 0,91 _ . _

y = 0,0066 + 0,0049x - 4x10-5x2

R2 = 0,94 ___

V% (1)

0 20 30 40 50 60 70

M. s

eca

aére

a (g

pla

nta-1

)

0,0

0,4

0,5

0,6

0,7

y = - 0,0321 + 0,0225x - 0,0002x2

r2 = 0,97 ____

y = - 0,0222 + 0,0253x - 0,0002x2

R2 = 0,97 __ . __

_._ 0 1,8 3,6 7,2 (1 SMP) 7,2 incorporado

0 1,8 3,6 7,2 (1 SMP) 7,2 incorporado(0-10 cm)

(0-15 cm)

Figura 3. Relação entre atributos das plantas de soja e o alumínio trocável (a, b, c, d) e a saturação por bases(1) (e, f, g, h) - (acidez potencial estimada pelo acetato de cálcio 0,5 mol L-1) nas camadas de 0-10 ( ) e 0-15 cm (_._) de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de lavoura convencional (EMBRAPA Trigo, Sarandi –RS, 2001).

a

g

fe

dc

b

h

0-10 cm

0-15 cm 0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm 0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm

0-10 cm

0-15 cm

46

V% (2)

0 20 30 40 50 60 70

Prod

utiv

idad

e (M

g ha

-1)

0,0

2,5

3,0

3,5

y = - 1,8436 + 0,0255x - 4x10-5x2

R2 = 0,73 _ . _

y = - 1,796 + 0,0416x - 0,0003x2

R2 = 1,00 ___

V% (2)

0 10 20 30 40 50 60 70

Com

pr. r

adic

ular

(m p

lant

a-1)

0

4

6

8

10

12

14 y = - 7,9141 + 0,1603x - 0,0013x2

R2 = 0,52 _ . _

y = - 4,5033 + 0,1694x - 0,0016x2

R2 = 0,74 ___

V% (2)

0 20 30 40 50 60 70

M. s

eca

raiz

(g p

lant

a-1)

0,00

0,09

0,12

0,15

0,18

0,21

0,24 y = 0,0397 + 0,0065x - 6x10-5x2

R2 = 0,90 _ . _

y = 0,0333 + 0,004x - 3x10-5x2

R2 = 0,94 ___

V% (2)

0 20 30 40 50 60 70M

. sec

a aé

rea

(g p

lant

a-1)

0,0

0,4

0,5

0,6

0,7

y = - 0,1531 + 0,0181x - 0,0002x2 r2 = 0,97 ____

y = - 0,2039+ 0,0167x - 0,0001x2 R2 = 0,96 __ . __

V% (3)

0 10 20 30 40 50 60 70

Prod

utiv

idad

e (M

g ha

-1)

0,0

2,5

3,0

3,5

y = - 1,829 + 0,041x - 0,0003x2

R2 = 0,74 _ . _

y = - 2,0417 + 0,0399x - 0,0004x2

R2 = 0,99 ___

V% (3)

0 10 20 30 40 50 60 70

Com

pr. r

adic

ular

(m p

lant

a-1)

0

6

8

10

12

14 y = - 7,9141 + 0,1603x - 0,0013x2

R2 = 0,52 _ . _

y = - 4,5033+ 0,1694x - 0,0016x2

R2 = 0,74 ___

V% (3)

0 10 20 30 40 50 60 70

M. s

eca

raiz

(g p

lant

a-1)

0,00

0,09

0,12

0,15

0,18

0,21

0,24 y = 0,0768+ 0,006x - 6x10-5x2

R2 = 0,88 _ . _

y = 0,0582+ 0,0037x - 3x10-5x2

R2 = 0,92 ___

V% (3)

0 10 20 30 40 50 60 70

M. s

eca

aére

a (g

pla

nta-1

)

0,0

0,4

0,5

0,6

0,7

y = - 0,2643 + 0,0198x - 0,0002x2 r2 = 0,96 ____

y = - 0,2572 + 0,0198x - 0,0002x2 R2 = 0,95 __ . __

_._ 0 1,8 3,6 7,2 (1 SMP) 7,2 incorporado

0 1,8 3,6 7,2 (1 SMP) 7,2 incorporado(0-10 cm)

(0-15 cm)

Figura 4. Relação entre atributos das plantas de soja e a saturação por bases baseada na acidez potencial estimada pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999)(2)

(a, b, c, d) e a saturação por bases baseada na acidez potencial estimada pela equação proposta por Kaminski et al. (2001)(3) (e, f, g, h) nas camadas de 0-10 ( ) e 0-15 cm (_._) de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de lavoura convencional (EMBRAPA Trigo, Sarandi – RS, 2001).

0-15 cm

a

hg

fe

dc

b0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm 0-15 cm

0-10 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-15 cm

0-10 cm

0-10 cm 0-15 cm

0-10 cm

47

% Al0 10 20 30 40 50 60

Prod

utiv

idad

e (M

g ha

-1)

0,0

2,5

3,0

3,5y = - 3,1474 + 0,0012x - 0,0002x2

R2 = 0,99 _ . _

y = - 3,1609 + 0,0085x - 0,0001x2

R2 = 1,00 ___

% Al 0 10 20 30 40 50 60

Com

pr. r

adic

ular

(m p

lant

a-1)

0

6

8

10

12

14 y = - 11,643 + 0,0931x - 0,0028x2

R2 = 0,64 _ . _

y = - 8,5959 + 0,042x - 0,0021x2

R2 = 0,88 ___

% Al0 10 20 30 40 50 60

M. s

eca

raiz

(g p

lant

a-1)

0,00

0,09

0,12

0,15

0,18

0,21

0,24 y = - 0,2073 + 0,0011x - 5x10-5x2

R2 = 0,95 _ . _

y = - 0,166 + 0,0005x - 2x10-5x2

R2 = 0,96 ___

% Al0 10 20 30 40 50 60

M. s

eca

aére

a (g

pla

nta-1

)0,0

0,4

0,5

0,6

0,7

y = - 0,6682 + 7x10-5x - 0,0001x2 r2 = 0,97 ____

y = - 0,649 + 0,0031x - 0,0001x2 R2 = 0,97 __ . __

Al / Ca+Mg0,0 0,5 1,0 1,5

Prod

utiv

idad

e (M

g ha

-1)

0,0

2,5

3,0

3,5y = 3,1821 - 0,7045x + 0,094x2

R2 = 1,00 _ . _

y = 3,1554 - 0,8817x + 0,2018x2

R2 = 1,00 ___

Al / Ca+Mg

0,0 0,5 1,0 1,5

Com

pr. r

adic

ular

(m p

lant

a-1)

0

6

8

10

12

14y = - 11,939 + 2,5487x - 4,0645x2

R2 = 0,77 _ . _

y = - 8,66 + 0,825x - 3,0844x2

R2 = 0,90 ___

Al / Ca+Mg0,0 0,5 1,0 1,5

M. s

eca

raiz

(g p

lant

a-1)

0,00

0,09

0,12

0,15

0,18

0,21

0,24y = - 0,2159 - 0,0345x - 0,0296x2

R2 = 0,98 _ . _

y = 0,1651 - 0,0612x - 0,0053x2

R2 = 0,97 ___

Al / Ca+Mg0,0 0,5 1,0 1,5

M. s

eca

aére

a (g

pla

nta-1

)

0,0

0,4

0,5

0,6

0,7y = 0,6793 - 0,2244x - 0,0074x2 R2 = 0,98 ____

y = 0,6823 - 0,151x - 0,0387x2 R2 = 0,97 __ . __

_._ 0 1,8 3,6 7,2 (1 SMP) 7,2 incorporado

0 1,8 3,6 7,2 (1 SMP) 7,2 incorporado(0-10 cm)

(0-15 cm)

Figura 5. Relação entre atributos das plantas de soja e a saturação por alumínio (a, b, c, d) e Al/Ca+Mg (e, f, g, h) nas camadas de 0-10 ( ) e 0-15 cm (_._) de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de lavoura convencional (EMBRAPA Trigo, Sarandi – RS, 2001).

a

hg

fe

dc

b0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm 0-15 cm

0-10 cm

0-10 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-15 cm

48

pH H2O0,0 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0

Prod

utiv

idad

e (M

g ha

-1)

0,0

2,0

2,5

3,0

3,5y = - 16,608 + 7,5674x - 0,7279x2

R2 = 0,98 _ . _

y = - 13,287 + 6,3714x - 0,6005x2

R2 = 0,96 ___

pH H2O0,0 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0

Com

pr. r

adic

ular

(m p

lant

a-1)

0

4

6

8

10

12

14

16 y = - 224,93 + 91,68x - 8,7664x2

R2 = 0,98 _ . _

y = - 101,15 + 41,133x - 3,803x2

R2 = 0,97 ___

pH H2O0,0 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0

M. s

eca

raiz

(g p

lant

a-1)

0,00

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30 y = - 4,0826 + 1,7102x - 0,1673x2

R2 = 0,82 _ . _

y = - 0,7663 + 0,3242x - 0,0268x2

R2 = 0,76 ___

pH H2O0,0 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0

M. s

eca

aére

a (g

pla

nta-1

)

0,0

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

y = - 5,9815 + 2,508x - 0,2361x2 r2 = 0,82 ____

y = - 8,4011 + 3,5375x - 0,3444x2 R2 = 0,88 __ . __

pH CaCl2

0,0 3,5 4,0 4,5 5,0

Prod

utiv

idad

e (M

g ha

-1)

0,0

2,0

2,5

3,0

3,5y = - 19,709 + 10,714x - 1,257x2

R2 = 0,96 _ . _

y = - 12,444 + 6,9571x - 0,7799x2

R2 = 0,95 ___

pH CaCl2

0,0 3,5 4,0 4,5 5,0

Com

pr. r

adic

ular

(m p

lant

a-1)

0

4

6

8

10

12

14

16 y = - 264,6 + 130,86x - 15,284x2

R2 = 0,97 _ . _

y = - 94,177 + 45,907x - 5,0549x2

R2 = 0,97 ___

pH CaCl2

0,0 3,5 4,0 4,5 5,0

M. s

eca

raiz

(g p

lant

a-1)

0,00

0,090,120,150,180,210,240,270,30

y = - 4,5305 + 2,2914x - 0,2717x2

R2 = 0,79 _ . _

y = - 0,8874 + 0,451x - 0,0465x2

R2 = 0,76 ___

pH CaCl2

0,0 3,5 4,0 4,5 5,0

M. s

eca

aére

a (g

pla

nta-1

)

0,0

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

y = - 5,7924 + 2,9162x - 0,3284x2 r2 = 0,81 ____

y = - 9,3966 + 4,7776x - 0,5647x2 R2 = 0,84 __ . __

_._ 0 2,2 4,4 8,8 (1 SMP) 8,8 incorporado

0 2,2 4,4 8,8 (1 SMP) 8,8 incorporado(0-10 cm)

(0-15 cm)

Figura 6. Relação entre atributos das plantas de soja e o pH-H2O (a, b, c, d) e o pH CaCl2 (e, f, g, h) nas camadas de 0-10 ( ) e 0-15 cm (_._) de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de campo natural (EMBRAPA Trigo, Marau – RS, 2001).

a b

c d

e f

g h

0-10 cm

0-15 cm 0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm 0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm

0-10 cm

0-15 cm

49

Al (cmolc kg-1)

0 1 2 3 4

Prod

utiv

idad

e (M

g ha

-1)

0,0

2,0

2,5

3,0

3,5y = 3,0211 - 0,0038x - 0,0576x2

R2 = 0,95 _ . _

y = 2,9921 + 0,0681x - 0,0718x2

R2 = 1,00 ___

Al (cmolc kg-1)

0 1 2 3 4

Com

pr. r

adic

ular

(m p

lant

a-1)

0

4

6

8

10

12

14

16 y = 14,298 + 0,049x - 0,7739x2

R2 = 0,98 _ . _

y = 9,6559 + 0,118x - 0,445x2

R2 = 0,97 ___

Al (cmolc kg-1)

0 1 2 3 4

M. s

eca

raiz

(g p

lant

a-1)

0,00

0,090,120,150,180,210,240,270,30 y = 0,2438 + 0,0505x - 0,0228x2

R2 = 0,90 _ . _

y = 0,1956 + 0,0045x - 0,0072x2

R2 = 0,71 ___

Al (cmolc kg-1)

0 1 2 3 4

M. s

eca

aére

a (g

pla

nta-1

)

0,0

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

y = 0,6238 + 0,082x - 0,0426x2

R2 = 0,93 ___

y = 0,6126 + 0,072x - 0,0406x2 R2 = 0,89 __ . __

V% (1)

0 10 20 30 40 50 60 70

Prod

utiv

idad

e (M

g ha

-1)

0,0

2,0

2,5

3,0

3,5y = 1,6486 + 0,0492x - 0,0004x2

R2 = 0,97 _ . _

y = 1,7978 + 0,0359x- 0,0003x2

R2 = 0,97 ___

V% (1)

0 10 20 30 40 50 60 70

Com

pr. r

adic

ular

(m p

lant

a-1)

0

4

6

8

10

12

14

16 y = - 3,2948 + 0,6241x - 0,0055x2

R2 = 0,99 _ . _

y = 1,168 + 0,2239x - 0,0014x2

R2 = 0,99 ___

V% (1)

0 10 20 30 40 50 60 70

M. s

eca

raiz

(g p

lant

a-1)

0,00

0,090,120,150,180,210,240,270,30 y = - 0,0186 + 0,0122x - 0,0001x2

R2 = 0,88 _ . _

y = 0,0697 + 0,003x - 2x10-5x2

R2 = 0,80 ___

V% (1)

0 10 20 30 40 50 60 70

M. s

eca

aére

a (g

pla

nta-1

)

0,0

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

y = 0,1326 + 0,0168x - 0,0001x2 R2 = 0,88 ____

y = 0,0456 + 0,0244x - 0,0002x2 R2 = 0,89 __ . __

_._ 0 2,2 4,4 8,8 (1 SMP) 8,8 incorporado

0 2,2 4,4 8,8 (1 SMP) 8,8 incorporado(0-10 cm)

(0-15 cm)

Figura 7. Relação entre atributos das plantas de soja e o alumínio trocável (a, b, c, d) e a saturação por bases(1) (e, f, g, h) - (baseado na acidez potencial estimada pelo acetato de cálcio 0,5 mol L-1) nas camadas de 0-10 ( ) e 0-15 cm (_._) de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de campo natural (EMBRAPA Trigo, Marau – RS, 2001).

a b

c d

e f

g h

0-10 cm

0-15 cm0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm 0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm

0-10 cm

0-15 cm

50

V% (2)

0 10 20 30 40 50 60 70

Prod

utiv

idad

e (M

g ha

-1)

0,0

2,0

2,5

3,0

3,5y = 1,8234 + 0,0446x - 0,0004x2

R2 = 0,99 _ . _

y = 1,9052 + 0,0341x - 0,0003x2

R2 = 0,99 ___

V% (2)

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Com

pr. r

adic

ular

(m p

lant

a-1)

0

4

6

8

10

12

14y = -0,0051x2 + 0,562x - 0,9736

R2 = 0,99 _ . _

y = -0,0016x2 + 0,2303x + 1,5332

R2 = 0,99 ___

V% (2)

0 10 20 30 40 50 60 70 80

M. s

eca

raiz

(g p

lant

a-1)

0,00

0,090,120,150,180,210,240,270,30 y = 0,0258 + 0,0109x - 0,0001x2

R2 = 0,89 _ . _

y = 0,0808 + 0,003x - 2x10-5x2

R2 = 0,76 __

V% (2)

0 10 20 30 40 50 60 70 80M

. sec

a aé

rea

(g p

lant

a-1)

0,0

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

y = 0,1828 + 0,0159x - 0,0001x2 R2 = 0,90 ____

y = 0,1272 + 0,0223x - 0,0002x2 R2 = 0,93 __ . __

V% (3)

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Prod

utiv

idad

e (M

g ha

-1)

0,0

2,0

2,5

3,0

3,5y = 1,9439 + 0,052x - 0,0006x2

R2 = 1,00 _ . _

y = 2,0074 + 0,0392x - 0,0004x2

R2 = 0,99 ___

V% (3)

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Com

pr. r

adic

ular

(m p

lant

a-1)

0

4

6

8

10

12

14

16 y = 0,6459 + 0,6463x - 0,0072x2

R2 = 0,9859 _ . _

y = 2,2769 + 0,2637x - 0,0023x2

R2 = 0,98 __

V% (3)

0 10 20 30 40 50 60 70 80

M. s

eca

raiz

(g p

lant

a-1)

0,00

0,090,120,150,180,210,240,270,300,33

y = 0,0592 + 0,012x - 0,0001x2

R2 = 0,87 _ . _

y = 0,0943 + 0,0031x - 2x10-5x2

R2 = 0,74 ___

V% (3)

0 10 20 30 40 50 60 70 80

M. s

eca

aére

a (g

pla

nta-1

)

0,0

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

y = 0,2383 + 0,0172x - 0,0002x2 R2 = 0,88 ___

y = 0,1896 + 0,0253x - 0,0003x2 R2 = 0,94 __ . __

_._ 0 2,2 4,4 8,8 (1 SMP) 8,8 incorporado

0 2,2 4,4 8,8 (1 SMP) 8,8 incorporado(0-10 cm)

(0-15 cm)

Figura 8. Relação entre atributos das plantas de soja e a saturação por bases baseada na acidez potencial estimada pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999)(2) (a, b, c, d) e a saturação por bases baseada na acidez potencial estimada pela equação proposta por Kaminski et al. (2001)(3) (e, f, g, h) nas camadas de 0-10 ( ) e 0-15 cm (_._) de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de campo natural (EMBRAPA Trigo, Marau – RS, 2001).

a b

c d

e f

g h

0-10 cm

0-15 cm0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm 0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm

0-10 cm

0-15 cm

51

% Al0 10 20 30 40 50 60 70

Prod

utiv

idad

e (M

g ha

-1)

0,0

2,5

3,0

3,5y = 3,0362 - 0,0046x - 0,0001x2

R2 = 0,95 _ . _

y = 3,0403 - 0,0128x + 1x10-5x2

R2 = 0,96 ___

% Al

0 10 20 30 40 50 60 70

Com

pr. r

adic

ular

(m p

lant

a-1)

0

4

6

8

10

12

14

16 y = 14,508 - 0,0543x - 0,0015x2

R2 = 0,98 _ . _

y = 9,9892 - 0,1143x + 0,0003x2

R2 = 0,98 ___

% Al0 10 20 30 40 50 60 70

M. s

eca

raiz

(g p

lant

a-1)

0,00

0,090,120,150,180,210,240,270,30 y = 0,2555 + 0,0016x - 5x10-5x2

R2 = 0,89 _ . _

y = 0,2014 - 0,0015x + 1x10-6x2

R2 = 0,78 __

% Al0 10 20 30 40 50 60 70

M. s

eca

aére

a (g

pla

nta-1

)

0,0

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

y = 0,6501 - 0,0025x - 3x10-5x2 R2 = 0,87 ____

y = 0,6329 + 0,0015x - 9x10-5x2 R2 = 0,88 __ . __

Al / Ca+Mg0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5

Prod

utiv

idad

e (M

g ha

-1)

0,0

2,0

2,5

3,0

3,5y = 3,0465 - 0,7384x + 0,1504x2

R2 = 0,98 _ . _

y = + 3,0347 - 0,7334x + 0,1497x2

R2 = 0,99 ___

Al / Ca+Mg0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5

Com

pr. r

adic

ular

(m p

lant

a-1)

0

4

6

8

10

12

14

16

y = 14,537 - 8,708x + 1,6684x2

R2 = 0,99 _ . _

y = 9,8052 - 5,5662x + 1,1323x2

R2 = 0,99 __

Al / Ca+Mg0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5

M. s

eca

raiz

(g p

lant

a-1)

0,00

0,090,120,150,180,210,240,270,30

y = 0,2676 - 0,0454x - 0,0022x2

R2 = 0,88 _ . _

y = 0,197 - 0,0643x + 0,0107x2

R2 = 0,76 ___

Al / Ca+Mg0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5

M. s

eca

aére

a (g

pla

nta-1

)

0,0

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

y = + 0,6559 - 0,2164x + 0,0337x2 R2 = 0,90 ____

y = + 0,6572 - 0,2064x + 0,0303x2 R2 = 0,89 __ . __

_._ 0 2,2 4,4 8,8 (1 SMP) 8,8 incorporado

0 2,2 4,4 8,8 (1 SMP) 8,8 incorporado(0-10 cm)

(0-15 cm)

Figura 9. Relação entre atributos das plantas de soja e a saturação por alumínio (a, b, c, d) e Al/Ca+Mg (e, f, g, h) nas camadas de 0-10 ( ) e 0-15 cm (_._) de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de campo natural (EMBRAPA Trigo, Marau – RS, 2001).

a b

c d

e f

g h

0-10 cm

0-15 cm 0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm 0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm

0-15 cm

0-10 cm

0-10 cm

0-15 cm

52

melhor visualização dos picos atingidos pelas plantas na camada de 0-15cm

(Figuras 6 a 9). Observando-se as camadas seccionadas nas camadas de 0-5,

5-10 e 0-15 cm dos tratamentos (Apêndice 4), pode-se inferir que isto pode ter

ocorrido em função de que a camada de 0-10 cm apresenta uma maior

amplitude nos atributos de acidez do solo (pH H2O, pH CaCl2, Al, %Al e H+Al)

entre os tratamentos quando comparada com a outra camada.

É importante destacar as curvas de ajuste, baseadas nas relações

entre os parâmetros de planta e os índices de acidez, que apresentaram

comportamento similar ao rendimento de grãos das parcelas de campo, que foi

o parâmetro referência. Entre os parâmetros de planta estudados, a

produtividade (referência) e a matéria seca da parte aérea foram os que

apresentaram maior similaridade nas relações, e também apresentaram um

elevado ajuste (Figuras 2 a 9).

As curvas que relacionam os atributos de acidez com a matéria seca

e o comprimento do sistema radicular apresentaram formatos sensivelmente

mais diferenciadas quando comparadas à produtividade, entretanto, também

apresentaram um alto ajuste. Exceção foram as relações envolvendo os

atributos de acidez do solo e o comprimento do sistema radicular das colunas

provenientes do experimento instalado em lavoura (Sarandi), que

apresentaram valores mais baixos de ajuste, principalmente na camada de 0-

15 cm (Figuras 2 a 5b,f), porém ainda muito significativos (P<0,01). Isto ocorreu

porque as plantas cultivadas nessas colunas (1,8 Mg ha-1 de calcário = 1/4

SMP) apresentaram crescimento do sistema radicular muito elevado, o que,

provavelmente, promoveu um acúmulo de raízes no fundo da coluna,

distanciando-se bastante das curvas de ajuste obtidas. Isto denota uma

condição inesperada, aliada ao fato de que a matéria seca do sistema radicular

deste tratamento não apresentou tal comportamento (Figuras 2 a 5c,g). Na

camada de 0-10 cm, no entanto, os coeficientes de determinação

apresentaram valores maiores (R2> 0,75).

As relações envolvendo os atributos de acidez do solo e o

comprimento radicular das colunas provenientes de campo natural (Figuras 6 a

9), por sua vez, não apresentaram o mesmo problema do experimento

proveniente de lavoura, apresentando alto ajuste, muitas vezes, semelhante ao

53

ajuste obtido pelas relações envolvendo a matéria seca da parte aérea e o

rendimento de grãos (parâmetro referência).

Com base nessas observações, apesar da grande similaridade entre

as relações envolvendo a matéria seca da parte aérea e a produtividade, pode-

se afirmar que as relações envolvendo o comprimento e a matéria seca do

sistema radicular das plantas de soja também apresentaram boa similaridade

com a produtividade. Assim, utilizou-se também os parâmetros do sistema

radicular, juntamente com a produtividade, como parâmetros referenciais, pois

segundo Ritchey et al. (1982 e 1983), o sistema radicular é a parte da planta

que melhor reflete, a curto prazo, os efeitos da acidez do solo.

Os valores referenciais dos índices de acidez atualmente utilizados

no sistema plantio direto (pH em água e/ou saturação por bases – Comissão...,

1997; Wiethölter, 2000a e 2002a e b) foram estabelecidos para a situação em

que a aplicação de calcário não resultava em incrementos significativos na

produtividade das culturas (pH 5,5 e saturação por bases 60%).

Com base nas relações obtidas nas Figuras 2 a 9, esses valores

foram avaliados, obtendo-se o valor do x, na primeira derivada das equações

(ponto de máximo ou mínimo) (Tabelas 4 e 5).

Os valores de referência para a tomada de decisão de calagem

fornecidos pelos quatro parâmetros de planta considerados (rendimento de

grãos, comprimento e matéria seca radicular e matéria seca da parte aérea), de

maneira geral, apresentaram-se bastante similares, indicando confiabilidade

para os critérios obtidos (Tabelas 4 e 5).

Os valores de referência para a calagem foram estabelecidos para

as camadas de 0-10 (Tabela 4) e 0-15 cm (Tabela 5). De maneira geral,

considerando o pH como índice referencial de acidez e utilizando o rendimento

de grãos (referência) como parâmetro de planta, percebe-se grande

similaridade entre os valores médios encontrados (5,5 e 5,4 nas camadas

de 0-10 cm e 0-15 cm, respectivamente) e o valor atualmente utilizado para a

tomada de decisão de calagem (pH 5,5) para o sistema plantio direto

(Wiethölter, 2002a e b). Assim, o critério de recomendar calagem sempre que o

pH for menor que 5,5 reflete, com boa precisão, a real necessidade de calagem

para o sistema plantio direto.

54

TABELA 4: Valores de referência para os diferentes índices de recomendação de calagem (camada de 0-10 cm), baseados no máximo atingido pelos atributos das plantas de soja, de dois experimentos de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário: um proveniente de lavoura cultivada (Sarandi) e outro proveniente de campo natural (Marau).

Parâmetro

considerado

Condição

Inicial

pH

H2O

pH

CaCl2

Al

(cmolckg-1)% Al Al/Ca+Mg V%1 V%2 V%3

Lavoura 5,6 4,7 0,29 3 0,02 64 69 50

Campo

natural 5,3 4,5 0,47 3 0,03 60 57 49

Rendimento

de grãos

Média 5,5 4,6 0,38 3 0,03 62 63 50

Lavoura 5,6 4,8 0,31 13 0,08 61 67 62

Campo

natural 5,7 4,8 0,31 1 0,03 75 75 66

Matéria seca

radicular

Média 5,7 4,8 0,31 7 0,06 70 71 64

Lavoura 5,5 4,7 0,64 10 0,13 59 61 53

Campo

natural 5,4 4,5 0,13 9 0,03 80 72 57

Comprimento

radicular

Média 5,5 4,6 0,39 10 0,08 69 67 55

Lavoura 5,4 4,6 0,53 1 0,05 56 45 50

Campo

natural 5,3 4,4 0,96 1 0,20 47 46 43

Matéria seca

aérea

Média 5,4 4,5 0,75 1 0,13 52 45 47

1 V% onde a acidez potencial foi determinada pela extração com acetato de cálcio 0,5 mol L1; 2 V% onde a acidez potencial foi estimada pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999); 3 V% onde a acidez potencial foi estimada pela equação proposta por Kaminski et al. (2001).

55

TABELA 5: Valores de referência para os diferentes índices de recomendação de calagem (camada de 0-15 cm), baseados no máximo atingido pelos atributos das plantas de soja, de dois experimentos de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário: um proveniente de lavoura cultivada (Sarandi) e outro proveniente de campo natural (Marau).

Parâmetro

considerado

Condição

Inicial

pH

H2O

pH

CaCl2

Al

(cmolckg-1)% Al Al/Ca+Mg V%1 V%2 V%3

Lavoura 5,5 4,5 0,32 11 0,38 61 61 51

Campo

natural 5,2 4,3 0,79 23 0,01 62 56 43

Rendimento de

grãos

Média 5,4 4,4 0,56 17 0,20 61 58 47

Lavoura 5,4 4,5 0,68 11 0,27 55 54 50

Campo

natural 5,1 4,2 1,11 16 0,08 61 54 43

Matéria seca

radicular

Média 5,3 4,4 0,90 13 0,18 58 54 47

Lavoura 5,7 4,7 0,74 10 0,31 63 58 51

Campo

natural 5,2 4,3 0,85 13 0,01 57 55 45

Comprimento

radicular

Média 5,5 4,5 0,80 12 0,16 60 56 48

Lavoura 5,3 4,4 0,80 14 0,28 63 53 50

Campo

natural 5,1 4,2 0,89 14 0,16 61 56 42

Matéria seca

aérea

Média 5,2 4,3 0,85 14 0,22 62 55 46

1 V% onde a acidez potencial foi determinada pela extração com acetato de cálcio 0,5 mol L1; 2 V% onde a acidez potencial foi estimada pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999); 3 V% onde a acidez potencial foi estimada pela equação proposta por Kaminski et al. (2001).

56

A saturação por bases passou a ser, oficialmente desde 1997, outro

critério considerado como índice de tomada de decisão de calagem no Rio

Grande do Sul e Santa Catarina pela Comissão de Química e Fertilidade do

solo (Comissão..., 1997; Wiethölter, 2000b e 2002a e b). Conforme

mencionado anteriormente, a saturação por bases é estimada pela relação

entre soma de bases e a CTC a pH 7,0, sendo influenciada diretamente pela

maneira como é estimada a acidez potencial. Assim, determinou-se a

saturação por bases por três métodos: a) diretamente pelo acetato de cálcio

0,5 mol L-1, que é um dos extratores mais utilizados para essa determinação

(Escosteguy & Bissani, 1999), capaz de extrair grande parte da acidez

potencial (Quaggio, 1983, Gama, 1998); b) indiretamente pelo índice SMP,

utilizando-se a fórmula log H+Al (mmolc dm-3) = 3,9014 - 0,391 SMP; r2= 0,90

(Escosteguy & Bissani, 1999) e c) indiretamente por uma nova equação para a

determinação da acidez potencial pela correlação com o pH SMP: log (H+Al -

mmolc dm-3) = 4,6317 – 0,4987 SMP; r2= 0,99 (Kaminski et al., 2001).

Neste trabalho, a tomada de decisão baseada na saturação por

bases, com a acidez potencial determinada pelo método do acetato de cálcio,

apresentou valores similares aos encontrados pela V% baseada na equação

proposta por Escosteguy & Bissani (1999) (Tabelas 4 e 5). No entanto, os

valores de referência para a saturação por bases foram menores quando a

acidez potencial foi determinada pela equação proposta por Kaminski et al.

(2001). A acidez potencial vinha sendo estimada pelos laboratórios da ROLAS

pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999), porque apresentava

grande similaridade com o método padrão (acetato de cálcio 0,5 mol L-1). No

entanto, como havia subestimação do H+Al em solos muito tamponados (com

índice SMP inferior a 5,5) e, conseqüentemente, superestimação da saturação

por bases, Kaminski et al. (2001) propuseram uma nova equação. Esta nova

equação passou a ser adotada na ROLAS a partir de janeiro de 2002. Assim, o

valor de 60% adotado como referência para a saturação por bases pode ser

alto e necessita ser revisto. Nolla et al. (2002), estudando a acidez potencial

dos dois experimentos deste trabalho, observaram que os valores fornecidos

pela equação proposta por Kaminski et al. (2001) apresentaram boa

similaridade com a real necessidade de calagem nas mais variadas condições

de acidez do solo.

57

De maneira geral, observa-se que, para a camada de 0-10 cm

(Tabela 4), os valores de tomada de decisão baseados na saturação por bases

foram mais elevados do que para a camada de 0-15 cm (Tabela 5). Isto

provavelmente ocorreu pela maior concentração de bases na camada

superficial do solo em função da sua não mobilização (Apêndices 3 e 4),

resultando em maiores valores para a tomada de decisão.

Na camada de 0-15, os valores médios de saturação por bases

obtidos da acidez potencial determinada pelo acetato de cálcio variaram de 62

a 58% e foram um pouco superiores à variação de 58 a 54% quando baseados

na acidez potencial obtida pela equação proposta por Escosteguy & Bissani

(1999). Utilizando-se o rendimento de grãos (referencial) a tomada de decisão

de calagem correspondeu a valores de 61% (acetato de cálcio) e de 58%

(equação proposta por Escosteguy & Bissani, 1999), semelhante aos 60%

atualmente recomendado para o sistema plantio direto no RS e SC até o ano

de 2001 (equação proposta por Escosteguy & Bissani, 1999). Quando foi

utilizada a equação proposta por Kaminski et al. (2001), os valores variaram

entre 46 e 48% (Tabela 5), portanto, inferiores aos 60%, valor atualmente

utilizado pela Comissão de Fertilidade e Química do Solo (Comissão..., 1997;

Wiethölter, 2000b e 2002a e b).

De maneira geral, a recomendação oficial para a calagem no

sistema plantio direto consolidado (aplicação superficial) é efetuar a

amostragem na camada de 0-10 cm e, a partir de 2002, a estimativa da acidez

potencial utiliza a equação proposta por Kaminski et al. (2001). Assim, a

recomendação de calagem baseada na saturação por bases (com acidez

potencial determinada conforme Kaminski et al. (2001) para a camada de 0-10

cm (Tabela 4) variou, para os diferentes parâmetros de planta de 64 a 47%

(média de 54%). Utilizando o rendimento de grãos (referencial) como

parâmetro de planta, o valor de referência do índice (V%) foi de 50%, inferior

ao valor de 60%, atualmente utilizado pela Comissão de Fertilidade e Química

do Solo (Comissão..., 1997; Pöttker, 2002; Wiethölter, 2000b e 2002 a e b), e

igual aos 50% estabelecidos para solos de São Paulo para arroz e café, e para

solos da região dos cerrados (Raij et al., 1997; Sousa et al., 1989; Sousa &

Lobato, 1996; Sousa & Lobato, 2000).

58

Os valores médios de saturação por bases baseados na acidez

potencial determinada pelo acetato de cálcio variaram de 70 a 52% e de 71 a

45% quando baseados na acidez potencial obtida pela equação proposta por

Escosteguy & Bissani (1999) - (Tabela 4). Considerando o rendimento de grãos

como parâmetro de planta (referencial), os valores de saturação por bases

foram de 62% (acetato de cálcio) e de 63% (equação proposta por Escosteguy

& Bissani, 1999), bastante próximos ao valor atualmente utilizado para a

tomada de decisão de calagem baseado na saturação por bases (60%)

utilizado no sistema plantio direto no RS e SC até o ano de 2001 (equação

proposta por Escosteguy & Bissani, 1999).

Com base nesse contexto, pode-se inferir que existe necessidade de

rever o critério (valor) de recomendar calagem para o sistema plantio direto,

baseado na saturação por bases de 60% (Comissão..., 1997; Wiethölter, 2000b

e 2002 a e b). Isto pode estar ocorrendo, segundo Kaminski et al. (2001),

porque em solos muito tamponados (com índice SMP inferior a 5,5) o H+Al é

subestimado pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999) e,

conseqüentemente, proporciona superestimação da saturação por bases. Além

disso, essa diferença nos valores da saturação por bases também pode estar

ocorrendo porque, no sistema plantio direto, há acúmulo de matéria orgânica e

nutrientes na superfície do solo, destacando o fósforo e cálcio. Segundo

Anghinoni & Salet (2000), este acúmulo promove uma diminuição no alumínio

trocável. Assim, ocorre redução da interferência do alumínio no processo de

absorção de nutrientes pelas raízes das plantas e no funcionamento dos

carregadores (Jones, 1992; Salisbury & Ross, 1991; Kaminski & Rheinheimer,

2000), permitindo um suprimento adequado de nutrientes para as plantas,

mesmo com uma menor saturação por bases.

Da mesma forma como o pH em água e a saturação por bases, os

demais índices apresentaram valores semelhantes para os diferentes

parâmetros de planta considerados, e com menores variações para a camada

de 0-15 cm (Tabelas 4 e 5). O pH CaCl2 variou, na média, de 4,3 a 4,5 (4,4

baseado no rendimento de grãos) para a camada de 0-15 cm e de 4,5-4,8

(4,6 baseado no rendimento de grãos) para a camada de 0-10 cm, valores

inferiores ao de 5,6 encontrado por Caires et al. (1996; 1998 e 2000) para o

estado do Paraná. De maneira geral, o pH CaCl2 apresentou maior

59

uniformidade, provavelmente porque a adição do CaCl2 diminui a possibilidade

de interferência da relação solo-solução, além de diminuir a variação pela

colocação do eletrodo em líquido sobrenadante mais límpido (Raij, 1986).

O teor de alumínio trocável também tem sido um importante índice

na recomendação de calagem. Os resultados demonstram que este índice

apresentou uma menor uniformidade entre os parâmetros de planta

considerados e entre os experimentos (campo natural e lavoura), oscilando, na

média, entre 0,56 e 0,90 cmolc kg-1 para a camada de 0-15 cm (Tabela 5), e de

0,31 a 0,75 cmolc kg-1 para a camada de 0-10 cm (Tabela 4). Observando-se

os valores médios baseados no rendimento de grãos (referencial), percebe-se

que a tomada de decisão de calagem seria de 0,56 para a camada de 0-15 cm

e de 0,38 na camada de 0-10 cm. Esses valores indicam que a presença do

alumínio trocável até esses níveis não prejudica o rendimento da soja no

sistema plantio direto o que está de acordo com as observações e propostas

de Anghinoni & Salet (2000).

Comparando o valor de alumínio trocável com o de saturação por

alumínio, este apresentou uma uniformidade menor entre os parâmetros

estudados na camada de 0-10 cm, oscilando entre 1 e 10 % (Tabela 4). Para a

camada de 0-15 cm, os valores foram mais uniformes, oscilando entre 12 e

17%. Baseando-se no rendimento de grãos (parâmetro referencial), a

Saturação por alumínio foi de 17% para a camada de 0-15 cm (Tabela 5) e de

apenas 3 % na camada de 0-10 cm.

Os valores de saturação por alumínio na camada de 0-10 cm,

indicam recomendação de calagem para o sistema plantio direto a partir de

uma condição menos ácida (3%) que os 10% sugerido por Anghinoni & Salet

(2000). Para a camada de 0-15 cm, no entanto, a maior uniformidade e a

menor acidez, indicou necessidade de calagem sempre que a saturação por

alumínio estiver acima de 17%, aproximando-se da recomendação de calagem

utilizada no estado de Minas Gerais (Ribeiro et al., 1999), que considera como

sendo 20% da saturação por alumínio o valor para a aplicação de calcário em

sistemas de cultura com feijão, soja e adubos verdes no sistema de cultivo

convencional (Ribeiro et al., 1999).

Considerando a relação Al/Ca+Mg como índice de calagem,

observa-se que os valores para a camada de 0-10 cm oscilaram entre 0,03

60

(rendimento de grãos – referencial) e 0,13 (Tabela 4). Para a camada de 0-15

cm, no entanto, os índices de calagem baseados na relação Al/Ca+Mg

estiveram entre 0,18 e 0,22 (Tabela 5), e utilizando o rendimento de grãos

como referencial, a relação foi de 0,20. Na camada de 0-15 cm, estes índices

foram maiores no experimento de lavoura cultivada, apesar de apresentarem

certa uniformidade na média obtida, oscilando de 0,16 a 0,22. Pode-se inferir

que parte do Al trocável deve estar complexado pela matéria orgânica e restos

culturais no sistema plantio direto. Além disso, podem ser obtidos rendimentos

satisfatórios das culturas em pH baixo, desde que haja um balanço adequado

de nutrientes, capaz de minimizar o efeito tóxico do alumínio que estiver em

solução (Caires et al., 1998).

Comparando os índices de tomada de decisão para a calagem

obtidos, observa-se, de maneira geral, que no experimento proveniente de

campo natural, o pH em água e CaCl2 são menores e o alumínio trocável é

maior que no experimento de lavoura cultivada, tanto na camada de 0-10 cm

(Tabela 4), como para a camada de 0-15 cm (Tabela 5). Isto pode estar

ocorrendo, provavelmente, em função de que a não mobilização do solo no

campo natural proporcionou um maior acúmulo de matéria orgânica superficial

(Apêndice 2), de maneira que a necessidade de aplicação de calcário se

verifica somente em maiores condições de acidez (Tabela 3).

Do ponto de vista prático, enfatizar os benefícios proporcionados

pelo cultivo do solo em condições ideais de acidez para o maior rendimento

das culturas é uma das estratégias recomendadas para a utilização adequada

de corretivos de acidez do solo, tidos como investimento, com efeito residual de

médio prazo. Para efeito de verificação, foram determinados os valores dos

índices de acidez do solo relacionados a 95 e 90% do máximo atingido pelas

plantas de soja, baseando-se nas camadas de 0-10 cm (Tabelas 6) e de 0-15

cm (Tabela 7). Observa-se, de maneira geral, que uma redução de somente 5

e 10% no crescimento máximo das plantas foi associada à condições de acidez

do solo relativamente altas (pH 5,0; V% estimada pela equação proposta por

Kaminski et al. (2001) de 36 e 29%; Al 1,2 e 1,5 cmolc kg-1; %Al de 18 e 26% e

Al/Ca+Mg de 0,27 e 0,41) – (Tabelas 6 e 7). Estes resultados podem servir

61

TABELA 6: Índices médios de acidez do solo (camada de 0-10 cm) relacionados a 95% e 90% do máximo atingido pela produtividade e pelos parâmetros das plantas de soja, de dois experimentos de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário.

Parâmetro

considerado

% máxima

atingida

pH

H2O

pH

CaCl2

Al

(cmolckg-1)

% Al Al/Ca+Mg V%1 V%2 V%3

95% 4,9 4,1 1,50 15 0,22 44 41 36 Rendimento

de grãos 90% 4,7 3,9 2,06 27 0,45 37 33 26

95% 5,3 4,5 0,79 8 0,10 54 54 43 Matéria seca

radicular 90% 5,1 4,3 1,35 19 0,25 51 45 36

95% 5,1 4,3 0,74 17 0,48 54 53 43 Comprimento

radicular 90% 4,9 4,1 1,38 24 0,64 47 44 35

95% 5,1 4,2 1,21 14 0,18 46 41 35 Matéria seca

aérea 90% 4,9 4,1 1,62 26 0,29 40 37 27

1 V% onde a acidez potencial foi determinada pela extração com acetato de cálcio 0,5 mol L1; 2 V% onde a acidez potencial foi estimada pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999); 3 V% onde a acidez potencial foi estimada pela equação proposta por Kaminski et al. (2001).

62

TABELA 7: Índices médios de acidez do solo (camada de 0-15 cm) relacionados a 95% e 90% do máximo atingido pela produtividade e pelos parâmetros das plantas de soja, de dois experimentos de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário.

Parâmetro

considerado

% máxima

atingida

pH

H2O

pH

CaCl2

Al

(cmolckg-1)

% Al Al/Ca+Mg V%1 V%2 V%3

95% 4,9 3,9 1,48 24 0,27 42 41 32 Rendimento

de grãos 90% 4,7 3,8 1,73 35 0,52 36 34 25

95% 5,1 4,0 1,16 20 0,28 40 39 28 Matéria seca

radicular 90% 4,9 3,9 1,45 28 0,38 36 34 25

95% 5,2 4,2 1,03 17 0,27 53 50 41 Comprimento

radicular 90% 5,0 4,0 1,26 22 0,37 43 41 33

95% 5,0 4,1 0,99 21 0,30 35 35 28 Matéria seca

aérea 90% 4,8 4,0 1,14 28 0,38 32 31 24

1 V% onde a acidez potencial foi determinada pela extração com acetato de cálcio 0,5 mol L1; 2 V% onde a acidez potencial foi estimada pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999); 3 V% onde a acidez potencial foi estimada pela equação proposta por Kaminski et al. (2001).

63

também para ressaltar as diferenças existentes entre os sistemas plantio direto

e convencional. Como exemplo, pode-se citar os resultados de rendimentos de

grãos de soja obtidos em sistema convencional por Vidor & Freire (1972).

Nesse sistema, o rendimento máximo da cultura foi obtido em pH 6,8 e sem a

presença de alumínio trocável.

Nas mesmas condições do sistema plantio direto, com pH em torno

de 5,0, correspondendo entre 95 e 90 % do rendimento máximo, o rendimento

para o sistema convencional seria somente de 80% do máximo (Vidor & Freire,

1972). O teor de alumínio trocável de 1,2 e 1,5 cmolc kg-1, por sua vez, que

ocasionou uma queda de apenas 5 e 10%, respectivamente, de rendimento no

sistema plantio direto, proporcionaria um rendimento de apenas 68 e 64% do

máximo no sistema convencional, respectivamente (Vidor & Freire, 1972).

Esses resultados refletem as vantagens do sistema plantio direto sobre o

sistema de cultivo convencional, onde a matéria orgânica e nutrientes

acumulados no sistema plantio direto promove a amenização do efeito tóxico

do alumínio, mesmo em um nível de acidez mais elevado, onde seriam

recomendadas altas doses de calcário.

Como visto anteriormente, a recomendação de calagem atualmente

utilizada para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, emprega o

pH em água como índice principal na tomada de decisão de aplicação de

calcário para o sistema plantio direto. Assim, é importante analisar como este

índice se relaciona com os demais índices de calagem (Figuras 10 e 11). De

maneira geral, as relações entre o pH água com os demais atributos de acidez

do solo apresentaram um alto ajuste (R2>0,95). Além disso, a conformação das

curvas foi bastante semelhante, quando comparou-se as relações do pH em

água com os demais atributos de acidez, tanto para a camada de 0-10 cm

como para a de 0-15 cm (Figuras 10 e 11).

Com base nas equações apresentadas Figuras 10 e 11, fixou-se o

pH em 5,5 (atual valor para recomendação de calagem para o RS/SC) e 6,0

(recomendação antiga) para calcular os valores correspondentes para os

demais índices de calagem para o sistema plantio direto (Tabela 8). De

maneira geral, observa-se que, para a camada de 0-10 cm, os valores dos

índices foram obtidos em condições sensivelmente menos ácidas do que para

64

y = - 0,4139 + 0,9223x R2 = 0,99

2,5

3

3,5

4

4,5

5

3,5 4 4,5 5 5,5 6pH - H2O

pH C

aCl 2

y = - 0,2936 + 0,8829xR2 = 0,98

2,5

3

3,5

4

4,5

5

3,5 4 4,5 5 5,5 6pH - H2O

pH C

aCl 2

0-10 cm

y = - 118,43 + 32,802xR2 = 0,96

010203040506070

3,5 4 4,5 5 5,5 6pH - H2O

V% (1

)

0-15 cm

y = - 124,86 + 33,593x R2 = 0,97

010203040506070

3,5 4 4,5 5 5,5 6pH - H2O

V% (1

)

0-10 cm

y =- 141,41 + 37,337x R2 = 0,95

01020304050607080

3,5 4 4,5 5 5,5 6pH - H2O

V% (2

)

0-15 cm

y = - 149,17 + 38,316xR2 = 0,96

01020304050607080

3,5 4 4,5 5 5,5 6pH - H2O

V% (2

)

FIGURA 10. Relação do pH em água com o pH CaCl2 (a,b) e a saturação por bases [(1) V% onde a acidez potencial foi determinada pela extração com acetato de cálcio 0,5 mol L1(c,d); (2) V% onde a acidez potencial foi estimada pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999) (e,f)] nas camadas de 0-10 e 0-15 cm, dos dois experimentos de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário: um proveniente de lavoura cultivada (Sarandi) e outro proveniente de campo natural (Marau).

0,0 0,0

0,0 0,0

c d

e f

0 0

0-10 cm 0-15 cm

0 0

a b

0

1

0 20 40 60 80 100 120 140 160

Experimento a partir de lavoura (Sarandi)

Experimento a partir de campo natural (Marau)

65

0-10 cm

y = - 150,23 + 37,656xR2 = 0,96

0

10

20

30

40

50

60

70

3,5 4 4,5 5 5,5 6pH - H2O

V% (3

)

0-15 cm

y = - 150,66 + 37,125xR2 = 0,95

0

10

20

30

40

50

60

70

3,5 4 4,5 5 5,5 6pH - H2O

V% (3

)

0-10 cm

y = 43,963 - 15,159x + 1,3123x2

R2 = 0,97

0

1

2

3

4

4 4,5 5 5,5 6pH - H2O

Al (

cmol

c kg-1

)

0-15 cm

y = 39,616 - 13,564x + 1,1732x2

R2 = 0,98

0

1

2

3

4

4 4,5 5 5,5 6pH - H2O

Al (

cmol

c kg-1

)

0-10 cm

y = 969,37 - 348,6x + 31,403x2

R2 = 0,95

010203040506070

4 4,5 5 5,5 6pH - H2O

% A

l

0-15 cm

y = 846,24 - 296,05x + 26,06x2

R2 = 0,97

010203040506070

4 4,5 5 5,5 6pH - H2O

% A

l

0-10 cm

y = 308,21 - 176,23x + 33,521x2- 2,12x3

R2 = 0,99

0

1

2

3

4 4,5 5 5,5 6pH - H2O

Al /

Ca+

Mg

0-15 cm

y = 331,3 - 192,23x + 37,181x2 - 2,3962x3

R2 = 0,98

0

1

2

3

4 4,5 5 5,5 6pH - H2O

Al /

Ca+

Mg

FIGURA 11. Relação do pH em água com a saturação por bases (a,b) [(3) V% onde a acidez potencial foi estimada pela equação proposta por Kaminski et al., (2001)] o alumínio trocável (c,d), saturação por alumínio (e,f) e Al/Ca+Mg (g,h) nas camadas de 0-10 e 0-15 cm, dos dois experimentos de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário: um proveniente de lavoura cultivada (Sarandi) e outro proveniente de campo natural (Marau).

0,0 0,0 0

a b

0,0 0,0

0,00,0

e f

g h

0,0 0,0

d c

0

1

0 20 40 60 80 100 120 140 160

Experimento a partir de lavoura (Sarandi)

Experimento a partir de campo natural (Marau)

66

TABELA 8: Índices médios de acidez do solo relacionados com os valores de pH em água de 5,5 e 6,0 nas camadas de 0-10 e 0-15 cm, em um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário.

Índice de acidez pH H2O 5,5 pH H2O 6,0

Profundidade da camada amostrada (cm)

0-10 0-15 0-10 0-15

pH CaCl2 4,7 4,6 5,1 5,0

Saturação por bases (%) (1) 62 60 78 77

Saturação por bases (%) (2) 64 62 83 81

Saturação por bases (%) (3) 57 54 76 72

Alumínio trocável (cmolc kg-1) 0,29 0,50 0,25 0,47

Saturação por alumínio (%) 2,01 6,28 8,28 8,10

Relação Al/Ca+Mg 0,07 0,11 0,02 0,06

(1) V% onde a acidez potencial foi determinada pela extração com acetato de cálcio 0,5 mol L1 (2) V% onde a acidez potencial foi estimada pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999); (3) V% onde a acidez potencial foi estimada pela equação proposta por Kaminski et al. (2001).

a camada de 0-15 cm. Isto ocorreu pela maior concentração de matéria

orgânica e de bases na camada superficial em função da sua não mobilização

(Apêndices 3 e 4), resultando numa menor acidez. Assim, do ponto de vista

prático, é importante considerar a camada de solo amostrada, pois os valores

referenciais dos índices de acidez a serem empregados na recomendação de

calagem são distintos, conforme a profundidade de amostragem do solo.

Com base na correlação entre o pH em água e o pH CaCl2,

observou-se que pH em água de 5,5 e 6,0 equivale na média, respectivamente,

ao pH CaCl2 4,6 e 5,0 (Tabela 8). A diferença obtida entre os valores de pH em

67

água e CaCl2 (0,7 para o pH 5,5 e 1,0 para o pH 6,0) foram superiores à

diferença encontrada por Ernani & Almeida (1986) para os solos de Santa

Catarina, onde a determinação do pH CaCl2 seria, em média, 0,5 unidades

inferior ao pH em água.

De maneira geral, verificou-se que a necessidade de calagem se

verifica em condições sensivelmente menos ácidas quando amostradas na

camada de 0-10 cm. Utilizando-se, o atual critério de saturação por bases,

baseado na determinação da acidez potencial pela equação proposta por

Kaminski et al. (2001)], seria necessária a prática de calagem sempre que

análise de solo indicasse uma saturação por bases, de 54% para a camada de

0-15 cm e de 57% para a camada de 0-10 cm, próximo aos 60% de saturação

por bases recomendados pela Comissão de Química e Fertilidade do Solo

para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Comissão..., 1997; Wiethölter,

2000b e 2002 a e b). Isto indica que a decisão de aplicação ou não de calagem

deve ser tomada conforme a camada de solo amostrada (Tabela 8), pois

ocorrem diferenças entre os índices referenciais de acidez do solo, quando

considera-se camadas diferenciadas de solo. O índice de acidez baseado na

saturação por bases onde a acidez potencial foi determinada pelo acetato de

cálcio e pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999) foi maior na

camada de 0-10 cm, mas, de maneira geral, se aproximou do valor referencial

de 60% de saturação por bases atualmente utilizado no sistema plantio direto

(Tabela 8), e foram também semelhantes aos encontrados pela relação com os

atributos das plantas (Tabelas 4 e 5).

Fixando-se, por sua vez, o pH em água em 6,0, a saturação por

bases obtida foi de 78, 82 e 74%, respectivamente, quando baseada na acidez

potencial determinada pelo acetato de cálcio 0,5 mol L-1 (V1), pela equação

proposta por Escosteguy & Bissani (1999) - (V2) e por Kaminski et al. (2001) -

(V3). De maneira geral, ao utilizar a recomendação da necessidade de calagem

para o sistema convencional (pH 6,0), observa-se que a necessidade de

calagem seria, na média, quando a saturação por base fosse inferior a 80% (V1

e V2) e 74% (V3). Essa diferença entre os valores encontrados, refletem as

vantagens do sistema plantio direto quando comparado com o sistema

convencional, onde o acúmulo de matéria orgânica e nutrientes em superfície,

reduzem a toxicidade de alumínio. Assim, utilizando-se as recomendações do

68

sistema convencional, seria necessário a correção da acidez do solo em

condições de menor acidez, necessitando-se elevadas quantidade de calcário,

porém, sem a resposta adequada das culturas.

Observando-se os valores dos índices baseados nas relações do pH

em água com o alumínio trocável e a saturação por alumínio (Tabela 8),

percebe-se, de maneira geral, que na camada de 0-10 cm os valores dos

índices de acidez são relativamente menores, provavelmente em função do

maior acúmulo superficial de matéria orgânica e de nutrientes. Assim, deve-se

seguir a recomendação ajustada para a camada de solo amostrada, que se

confirma pelas diferenças obtidas entre os índices referenciais de acidez do

solo nas diferentes camadas de solo amostradas (Tabela 8).

É importante mencionar que para a relação entre o pH e o Al/Ca+Mg

ocorreu uma certa dificuldade de encontrar uma equação que se ajustasse aos

níveis de acidez nos dois solos, sendo necessário ajustar equações de ordem 3

para que as curvas obtidas não cortassem o eixo das abscissas (Figura 11g,h)

e apresentassem valores negativos para a relação Al/Ca+Mg (Tabela 8). De

maneira geral, a relação do Al/Ca+Mg com o pH em água, apresentou valores

inferiores quando fixou-se o pH em 6,0. No entanto, é possível que as

condições de maior acidez (pH 5,5) não sejam capazes de afetar o

desenvolvimento das plantas, pois no sistema plantio direto há acúmulo de

nutrientes na superfície do solo, e, segundo Caires et al. (1998), pode-se obter

bons rendimentos mesmo em solos com pH baixo, desde que os teores de

cálcio, magnésio e potássio estabeleçam uma relação com uma concentração

de alumínio não muito elevada (<6 mmolc dm-3).

3.4 Conclusões

a) Todos os índices para a tomada de decisão de calagem podem

ser utilizados para o sistema plantio direto. O pH foi um bom índice para a

tomada de decisão de calagem, seguido pela saturação por bases, o alumínio

trocável, a saturação por alumínio e a relação Al/Ca+Mg.

b) Conforme a camada de solo amostrada, os índices para a tomada

de decisão de calagem foram diferenciados, sendo, portanto, necessário a

obtenção da profundidade de coleta do solo, para a correta recomendação da

necessidade de calagem no sistema plantio direto.

69

c) Os índices para a tomada de decisão de calagem (com base na

amostragem na camada de 0-10 cm) pH em água e saturação por bases onde

a acidez foi determinada pelo acetato de cálcio e pela equação proposta por

Escosteguy & Bissani (1999) foram semelhantes aos atualmente utilizados

(pH 5,5 e V = 60%) pela Comissão de Química e Fertilidade do Solo do Rio

Grande do Sul e Santa Catarina para o sistema plantio direto. No entanto, o

critério de calagem baseado na saturação por bases, com a acidez potencial

estimada pela equação proposta por Kaminski et al. (2001), apresentou valor

em torno de 55%, um pouco inferior ao atualmente utilizado pela Comissão de

Química e Fertilidade do Solo do Rio Grande do Sul e Santa Catarina para o

sistema plantio direto (60%).

4 CAPÍTULO 3

ESTUDO 2 – RELAÇÃO CALCÁRIO – FÓSFORO NO SISTEMA PLANTIO DIRETO

4.1 Introdução

No sistema plantio direto consolidado, a manutenção do solo

constantemente coberto por plantas ou seus resíduos altera a dinâmica de

nutrientes, provocando um aumento na sua concentração na camada

superficial do solo, especialmente fósforo e cálcio. Este acúmulo pode estar

contribuindo para diminuir o efeito da acidez do solo nesse sistema pela

formação de precipitado Al(OH)2H2PO4, devido à alta afinidade química entre

ambos e pelo efeito fisiológico e desintoxicante do cálcio. Além disso, o

aumento de pH do solo pela calagem aumenta as cargas negativas no

complexo de troca e diminui a solubilidade de alumínio e ferro, aumentando,

dessa forma, a concentração de fósforo disponível na solução do solo (Ernani

et al., 1996; Ernani et al., 2000). O aumento de fósforo em solução, seja pelo

aumento de pH, pelo manejo do solo (SPD) ou pela adubação, pode estar

contribuindo na inativação de parte do Al+3 em solução [AlPO4; Al(OH)2H2PO4],

reduzindo a quantidade de calcário necessária para o adequado crescimento

das culturas. Assim, o grau de substituição entre o calcário e o fósforo (Vidor,

1972; Ben & Dechen, 1996), com interação positiva nas doses mais baixas

(Anghinoni & Salet, 2000), pode também ser importante para explicar a menor

resposta das culturas à adição de calcário no sistema plantio direto.

No intuito de avaliar o efeito interativo entre o calcário e o fósforo,

71

a dinâmica dos íons em solução tem sido estudada sob condições

diferenciadas, onde o acúmulo de matéria orgânica, as condições de acidez do

solo e/ou a utilização de corretivos e fertilizantes promovem uma influência

direta ou indireta, alterando a atividade e disponibilidade de nutrientes e outros

elementos no solo.

O estudo da dinâmica de íons em solução, avaliada por métodos

convencionais, no entanto, não é capaz de indicar possíveis espécies tóxicas

às plantas, pois não há separação entre as espécies tóxicas das chamadas

não tóxicas, que podem estar complexadas com ligantes inorgânicos e/ou

orgânicos (Pavan & Bingham, 1982; Pavan et al., 1982; Alva et al, 1986; Hue et

al., 1986). Por isso, tem sido utilizada a especiação química para o estudo dos

íons em solução. Estes, apresentam-se em solução sob diferentes formas

devido às interações, que reduzem o potencial químico dos íons livres. Assim,

parte do alumínio tóxico, que está presente na solução do solo é complexado,

polimerizado ou precipitado por ânions orgânicos (ácidos orgânicos da matéria

orgânica) e inorgânicos (OH-, PO43-, SO4

2- e F-), sendo que as espécies

químicas do alumínio em solução sofrem alterações (Hue et al., 1986),

reduzindo sua atividade.

Os ácidos orgânicos, que se acumulam na superfície do solo sob

sistema plantio direto, podem contribuir efetivamente na complexação de

grande parte do alumínio em solução (Salet, 1998; Salet et al, 1999). Segundo

Ritchie et al. (1988), a complexação do alumínio com os ácidos orgânicos

geralmente é mais forte do que a complexação com ligantes inorgânicos. De

maneira geral, quanto menor o pH do solo, maior é a afinidade entre o alumínio

e os ligantes orgânicos presentes na solução (Shoji & Fujiwara, 1984). São

vários os autores que observaram a grande capacidade de complexação do

alumínio em solução por ácidos orgânicos (Hargrove & Thomas, 1982; Pavan,

1983; Wright et al., 1989; Mendonça & Rowell, 1994; Franchini et al., 1999;

Miyasawa et al., 2000).

Os ligantes inorgânicos também podem exercer uma notável

influência na dinâmica de íons em solução. Em solos de pH baixo, estes

exercem grande influência na redução da toxidez do alumínio. Isto ocorre

porque grande parte desse elemento presente em solução pode estar ligado a

ânions inorgânicos, principalmente hidroxilas, fluoreto, sulfato e fosfato

72

(Sposito, 1989). Em função da baixa concentração de fosfatos e fluoretos em

solos ácidos, o sulfato, devido à sua maior abundância, tem sido o principal

agente complexante de parte do alumínio em solução capaz de modificar a sua

atividade (Johnson et al., 1981; Ares, 1986; Kerven et al., 1995). A baixa

concentração de fósforo em solução ocorre em função da grande adsorção

pelo complexo de troca e pela matéria orgânica. Entretanto, a utilização de

fertilizantes fosfatados no sistema plantio direto promove uma saturação dos

sítios de adsorção de fósforo em função do não revolvimento e da permanência

do fertilizante no local de aplicação, de maneira que há uma tendência do

fósforo permanecer na forma disponível por maior tempo (Rheinheimer, 2000),

em função da menor adsorção de fósforo na camada superficial,

independentemente da dose de fertilizante aplicada (Oloya & Logan, 1980;

Guertal et al., 1991). Dessa forma, o fósforo acumulado na superfície do solo

também pode ser efetivo na redução da toxidez do Al+3 em solução

(Wright et al., 1991).

Assim, o aumento da concentração de fósforo em solução, seja pela

adubação, pelo não revolvimento do solo no sistema plantio direto ou pelo uso

de calcário, que eleva o pH, pode reduzir o efeito tóxico do alumínio, tanto pela

complexação em solução, como por sua precipitação.

Com base nesse contexto, os objetivos deste estudo foram: a)

relacionar o crescimento de plantas de soja com níveis de fósforo e de acidez

do solo para avaliar o efeito interativo entre o calcário e fósforo no sistema

plantio direto; b) estudar a dinâmica de íons na solução do solo com diferentes

níveis de acidez e de fósforo no solo, visando identificar quais são os

componentes e o mecanismo responsável pela redução da atividade do

alumínio em solução no sistema plantio direto.

4.2 Material e métodos

Foram conduzidos dois experimentos em colunas indeformadas de

solo coletadas em experimento de campo no sistema plantio direto. O primeiro,

em cercado telado ao ar livre, para avaliar o desenvolvimento das plantas de

soja em diferentes níveis de acidez e de fósforo, e o segundo, em laboratório,

para avaliar a dinâmica de íons na solução do solo em diferentes níveis de

acidez.

73

4.2.1 Resposta da soja à combinações de calcário e fósforo no

sistema plantio direto

4.2.1.1 Caracterização da base experimental

Utilizou-se um experimento de campo instalado pela EMBRAPA

Trigo, em um Latossolo Vermelho distrófico típico, no sistema plantio direto, no

município de Passo Fundo - RS. Esta área era de campo nativo até 1988,

quando passou a ser cultivada, no sistema convencional, com milho ou soja no

verão, e aveia preta no inverno, até 1994. Neste ano, ocorreu a instalação do

sistema plantio direto, com a incorporação (0-20 cm) de 1 (1/24 SMP), 6 (1/4

SMP) e 24 Mg ha-1 (1 SMP – pH 6,0) de calcário, num delineamento em blocos

casualizados com 4 repetições. A área vem sendo cultivada, desde então, na

sucessão aveia preta/soja/trigo/milho, com adubação fosfatada efetuada à

lanço.

4.2.1.2 Procedimento experimental

Foram coletadas (dezembro de 2000), nos diferentes tratamentos do

experimento (4.2.1.1), amostras indeformadas em colunas de PVC de 10

(diâmetro) x 15 cm (altura) de solo, nas entrelinhas da soja, totalizando-se 3

colunas por parcela, aplicando-se superficialmente, nas colunas, o equivalente

a 0, 40 e 80 kg ha-1 de P2O5. O adubo fosfatado (superfosfato triplo) aplicado

nas colunas foi moído e peneirado (apresentando granulometria entre 1 e 2

mm), com objetivo de proporcionar uma maior reatividade. Nas colunas, foram

semeadas em 17/01/2001, 8-9 sementes de soja, cultivar BR-16, sensível ao

alumínio (Menosso, 1994), permanecendo 4 plantas/coluna, após o desbaste.

Para evitar o excesso de água nas colunas, foram feitos dois furos de 3

milímetros de diâmetro na porção superior e inferior das colunas. As colunas

foram colocadas sobre pratos plásticos, para evitar a perda de solo. Durante o

desenvolvimento das plantas, a umidade foi mantida acima de 80% da

capacidade de campo. A colheita das plantas verificou-se aos 25 dias da

74

semeadura, estádio de desenvolvimento em que as raízes das plantas mais

desenvolvidas alcançaram o fundo da coluna. A caracterização química do solo

da camada de 0-20 cm do experimento, está apresentada no Apêndice 10.

4.2.1.3 Análises e determinações

As colunas foram seccionadas nas camadas de 0-5 e 5-15 cm. Para

fins de discussão, trabalhou-se com valores médios ponderados, na camada de

0-15 cm (0-5 + 5-15 cm). Os demais procedimentos sobre as análise e

determinações efetuadas estão descritos no item 3.2.3, pois o experimento foi

cultivado simultaneamente ao experimento do Estudo 1.

Estabeleceu-se relações entre os atributos de acidez do solo na

camada de 0-15 cm (valores médios ponderados), e o comprimento do sistema

radicular, no intuito de avaliar o desenvolvimento da soja em diferentes níveis

de acidez e de fósforo.

4.2.2 Dinâmica e especiação de íons na solução do solo

afetadas por níveis de acidez e de fósforo no sistema

plantio direto

4.2.2.1 Caracterização do experimento

Utilizou-se três repetições do mesmo experimento descrito no item

4.2.1.1. A quarta repetição foi utilizada para a realização de testes para a

definição da metodologia empregada na extração da solução do solo.

4.2.2.2 Procedimento experimental

Foram coletadas, nos três tratamentos de calagem do experimento

(4.2.1.1), amostras indeformadas, em colunas de PVC de 5 (diâmetro) x 10 cm

de solo (altura), nas entrelinhas da soja, totalizando 8 colunas por parcela.

Aplicou-se superficialmente, nas colunas, o equivalente a 0, 40, 80, 160, 320,

75

640, 1.280 e 2.560 mg L-1 de P na forma de KH2PO4 em solução, com objetivo

de proporcionar reatividade imediata. As colunas foram, então, colocadas

dentro de copos plásticos e o fundo das mesmas foi coberto por papel filtro

Wattman 42, para evitar a perda de solo e água. As colunas foram incubadas,

durante 30 dias, em câmara de crescimento, com temperatura variando de 24-

270C, mantendo-se a umidade do solo a aproximadamente 90% da capacidade

de campo.

Após a incubação, as colunas foram centrifugadas por 30 minutos a

2.450 rpm (centrífuga Janetzki K-60), para a extração da solução do solo.

Como os tubos de centrífuga, originalmente de vidro ou plástico, não

apresentavam resistência à centrifugação, devido ao peso de solo das colunas,

foi necessário a construção de um aparato modificado, conforme desenho

esquemático apresentado no Apêndice 9. Assim, utilizou-se tubos de PVC de 6

cm (diâmetro) x 12 cm (altura), com o fundo fechado com terminais de

tubulação em PVC, colados e torneados, de forma a apresentar a espessura o

mais próximo possível do diâmetro do tubo. No seu interior, foi colocado um

anel de PVC de 5 cm (diâmetro) x 2 cm (altura) tendo colado, em sua parte

superior, uma lâmina de papel filtro Wattman 42, para constituir o reservatório

da solução do solo a ser extraída. Sobre o anel de PVC, foi colocado um disco,

em acrílico, de 5 cm (diâmetro) x 0,5 cm (altura), perfurado (20 furos de 2 mm),

com o objetivo de sustentar o peso exercido pela coluna contendo a amostra

de solo durante a centrifugação e permitir a drenagem da solução do solo para

o reservatório.

Após a extração da solução do solo, retirou-se uma alíquota para a

determinação do pH, condutividade elétrica e carbono orgânico solúvel (Moore,

1985), procedendo-se ao congelamento do restante da solução para posterior

determinação dos demais atributos químicos da solução.

4.2.2.3 Análises e determinações

Os atributos químicos do solo analisados foram: carbono orgânico

total por digestão úmida com posterior titulação, conforme metodologia de

Walkley & Black; CTC efetiva (Ca + Mg + K + Al trocáveis); soma de bases (S);

saturação por alumínio; pH H2O (relação 1:1); pH CaCl2 (relação 1:2,5 – CaCl2

76

0,01 mol L-1) e índice SMP (todos com eletrodo de vidro); cálcio, manganês e

magnésio trocáveis (KCl 1 mol L-1), determinados com espectrofotômetro de

absorção atômica; alumínio trocável (KCl 1 mol L-1) determinado por titulação

com NaOH 0,0125 mol L-1 e indicador de azul de bromotimol; o potássio foi

extraído pelo método Mehlich-1 e determinado com fotômetro de chama, todos

conforme Tedesco et al. (1995). O fósforo foi extraído pelo método Mehlich-1 e

determinado com colorímetro, conforme metodologia de Murphy & Rilley

(1962). A acidez potencial foi obtida pelos métodos do acetato de cálcio

(Embrapa, 1999), pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999): [log

H+Al (mmolc dm-3) = 3,9014-0,391 SMP; r2= 0,90] e pela equação proposta por

Kaminski et al. (2001): [log (H+Al - mmolc dm-3) = 4,6317 – 0,4987 SMP;

r2= 0,99]. A CTC a pH 7,0 e saturação por bases foram obtidas pelas três

formas de determinar a acidez potencial (acetato de cálcio e as duas equações

mencionadas acima).

Na solução do solo foram determinados o pH (potenciômetro com

eletrodo de vidro), a condutividade elétrica (condutivímetro de mesa), o cálcio,

magnésio e manganês (absorção atômica), o potássio e o sódio (fotômetro de

chama) e o alumínio (forno de grafite). O carbono orgânico solúvel foi

determinado segundo Moore (1985); o amônio foi determinado pelo método

“phenate” (Franson, 1995); e os ânions fósforo, sulfato, cloreto e nitrato por

cromatografia iônica (Jeffery et al., 1992) com cromatógrafo Dionex – D-120 e

coluna ASCHA com eluente carbonato bicarbonato de sódio.

A estimativa da atividade e da especiação química dos íons em

solução foi efetuada pelo programa Visual Minteq (for Windows) versão 2.12

(Gustaffson, 2002), baseado no programa Minteq A2 versão 4.0 (Allison et al.,

1998).

4.2.3 Análise estatística

Todos os resultados foram submetidos à análise de variância pelo

programa SANEST e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey ao

nível de 5% de probabilidade de erro.

77

4.3 Resultados e discussão

4.3.1 Resposta da soja à combinações de calcário e fósforo no

sistema plantio direto

Os resultados dos atributos químicos das amostras de solo no

campo (Apêndice 10) e das respectivas colunas, submetidas à aplicação de

doses de fósforo (Apêndice 11) demonstram que, após sete anos da calagem,

ainda ocorre uma grande variação no grau de acidez do solo e na

concentração de nutrientes, especialmente cálcio e magnésio trocáveis

(Apêndice 10).

A aplicação superficial de superfosfato triplo nas colunas, por sua

vez, não alterou os índices de acidez do solo e a concentração de nutrientes

(Apêndice 11) exceto o fósforo, que aumentou (P<0,05).

De maneira geral, os atributos de acidez do solo não apresentaram

diferença (P<0,05) entre as camadas (0-5, 5-15 e 0-15 cm), mesmo com a

aplicação de superfosfato triplo na superfície do solo (Apêndice 11). Os

nutrientes, por sua vez, tenderam a apresentar maior concentração na camada

superficial (0-5 cm) das colunas. Esta maior concentração de nutrientes na

superfície do solo é usualmente encontrada em solos sob sistema plantio direto

(Sá, 1993; Pöttker & Ben, 1998; Salet, 1998; Salet et al., 1999; Caires et al., 2000).

A matéria seca da parte aérea da soja cultivada nos vasos aumentou

(P<0,05) com as doses de calcário e de fósforo (efeito simples), ocorrendo,

também, interação entre ambos (Tabela 9). Por exemplo, nas colunas

provenientes dos tratamentos onde aplicou-se 1 Mg ha-1 de calcário e

80 kg ha-1 de fósforo, o acúmulo de matéria seca aérea foi de 0,57 g planta-1,

semelhante aos 0,61 g planta-1 obtido quando aplicou-se apenas 6 Mg ha-1 de

calcário, apesar dos níveis de acidez diferenciados (Tabela 9). Este efeito

interativo positivo entre calcário e fósforo, na matéria seca da parte aérea das

plantas, também foi observado na cultura do milheto (Mendez & Kamprath,

1978), milho (Silva et al., 1993), sorgo (Souza et al., 1983), leguminosas

forrageiras (Carvalho et al., 1988) e pensacola (Pessoa et al., 1994).

Quanto ao crescimento radicular, as plantas apresentaram maior

comprimento e acúmulo de matéria seca na camada superficial (Apêndice 12).

78

TABELA 9: Parâmetros das plantas de soja cultivadas por 25 dias em colunas provenientes dos diversos tratamentos de um Latossolo Vermelho distrófico típico, cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário.

Dose de calcário aplicado em 1994 (Mg ha-1) P2O5 aplicado

(kg ha-1) 1 6 24 Média

Matéria seca da parte aérea (g planta-1)

0 0,34 Cb 0,61 Ba 0,61 Ca 0,52C

40 0,47 Bb 0,66 Ba 0,69 Ba 0,61B

80 0,57 Ab 0,74 Aa 0,75 Aa 0,69A

Média 0,46 b 0,67 a 0,68 a

Comprimento do sistema radicular (m planta-1)

0 8,64 Bb 14,93 Ba 13,97 Ca 12,51C

40 13,94 Ab 16,50 ABa 19,22 Ba 16,55B

80 17,06 Ab 20,19 Aa 23,81 Aa 20,35A

Média 13,21 b 17,21 a 19,00 a

Matéria seca do sistema radicular (g planta-1)

0 0,16 0,26 0,28 0,23C

40 0,21 0,30 0,34 0,28B

80 0,26 0,33 0,37 0,32A

Média 0,21 c 0,30 b 0,33 a

Raio da raiz (mm)

0 0,17 Aa 0,14 Aa 0,15 Aa 0,15A

40 0,16 Aa 0,14 Aa 0,14 Aa 0,15A

80 0,14 Aa 0,13 Aa 0,13 Aa 0,13A

Média 0,16 a 0,13 a 0,14 a

Pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade, médias seguidas pela mesma letra maiúscula/minúscula, não diferem estatisticamente entre si na coluna/linha.

79

Isto provavelmente também ocorreu em função da maior concentração de

nutrientes na camada superficial (0-5 cm) das colunas (Apêndice 11). O

comprimento do sistema radicular (Tabela 9) aumentou (P<0,05) com as doses

de calcário e fósforo (efeito simples), ocorrendo, também, interação entre

ambos (Tabela 9). Nas colunas provenientes dos tratamentos onde aplicou-se

1 Mg ha-1 de calcário e 80 kg ha-1 de fósforo, o comprimento do sistema

radicular foi de 17,06 m planta-1, semelhante a 16,50 m planta-1 obtido, quando

aplicou-se o equivalente a 6 Mg ha-1 de calcário e 40 kg ha-1 de fósforo

(Tabela 9). Estas diferentes combinações entre o calcário residual e o fósforo

adicionado, que resultaram num semelhante comprimento do sistema radicular,

demonstraram que a adubação fosfatada pode estar neutralizando parte do

alumínio em solução. Além disso, observa-se que a maior resposta do

comprimento radicular à adição de fósforo (197%) se verificou no tratamento

com maior acidez (testemunha – 1 Mg ha-1 de calcário aplicado em 1994). Por

outro lado, nos tratamentos onde foi aplicado calcário, a resposta a fósforo foi

menor (135 e 170%, nos tratamentos de 6 e 24 Mg ha-1 de calcário,

respectivamente) - (Tabela 9). Segundo Goepfert & Freire (1972); Eltz et al.

(1975) e Couto (1991), esta menor resposta da planta à fósforo nas condições

de menor acidez (maior efeito do calcário) e vice-versa, caracteriza uma

relação de substituição entre os dois insumos.

Observando-se o rendimento de grãos das parcelas de campo

(Tabela 10), percebe-se que há uma maior resposta da soja à acidez do solo

do que a resposta das plantas cultivadas nas colunas provenientes dos

respectivos tratamentos (Tabela 9), quanto aos atributos avaliados, indicando

uma maior sensibilidade à acidez do solo nas condições de campo.

O que se pretende, neste trabalho, é estudar a interação e a relação

de substituição entre o calcário residual e o fósforo adicionado ao solo, e,

também, verificar se o aumento do teor de fósforo disponível no solo (em

função da adubação e do acúmulo na superfície pelo não revolvimento), pode

ter proporcionado condições para a redução do efeito fitotóxico do alumínio no

sistema plantio direto. Em função da ocorrência de interação entre doses de

calcário e de fósforo, procurou-se estabelecer as relações dos atributos de

acidez com parâmetros de planta nos diferentes níveis de fósforo. O parâmetro

80

TABELA 10: Rendimento de grãos de soja (safra 2000/2001), em função das doses de calcário aplicadas em 1994, em um Latossolo Vermelho distrófico típico no sistema plantio direto, instalado pela EMBRAPA Trigo em Passo Fundo – RS.

Dose de calcário (Mg ha-1)

1 6 24

-----------------------------------------kg ha-1----------------------------------------

1.509 C 3.669 B 4.486 A

Médias seguidas por letras diferentes, diferem pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

de planta utilizado foi o comprimento do sistema radicular por sua maior

sensibilidade à acidez do solo (Ritchey et al., 1982 e 1983), e por sua

similaridade com as respostas da matéria seca da parte aérea (Tabela 9). O

comprimento do sistema radicular também se mostrou um parâmetro confiável,

e com respostas semelhantes ao rendimento de grãos (referencial) no Estudo 1

(Tabelas 2 e 3).

Observa-se na Figura 12, o comprimento radicular da soja em

diferentes condições de acidez e de disponibilidade de fósforo. Os coeficientes

de determinação (R2) foram omitidos, porque três níveis de acidez (aplicação

de 1, 6 e 24 Mg ha-1 de calcário) resultam sempre em um valor de R2 igual a

1,00. Observa-se, de maneira geral, que as curvas de ajuste formadas não são

paralelas entre si, para todos os índices de acidez. Isto caracteriza o efeito de

interação, onde a aplicação de doses de fósforo pode aumentar o

desenvolvimento das raízes em condições mais ácidas, aproximando-se do

desenvolvimento atingido nos tratamentos com menor acidez (Figura 12).

O maior efeito da aplicação de fósforo ocorreu em condições de

menor acidez, com pH (água e CaCl2) alto, alumínio trocável e saturação por

alumínio baixas, saturação por bases alta e relação Al/Ca+Mg baixa (Figura

12). Isto pode ter ocorrido porque em solos com menor acidez, a aplicação de

fósforo nas colunas aumentou o comprimento radicular da soja. O maior efeito

da calagem residual, por sua vez, ocorreu quando não foi aplicado fósforo; seu

efeito diminuiu à medida em que aumentou a dose de fósforo adicionada. Essa

81

pH - H2O0,0 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5

Com

pr. r

adic

ular

(m p

lant

a-1)

0

5

10

15

20

25

_ .. _ Y = -126,13 + 51,87 x - 4,4556 x2

___ Y = -156,7426 + 63,3229 x - 5,7014 x2

_ _ _ Y = -65,2044 + 28,6091 x - 2,414 x 2

pH - CaCl2

0,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5

Com

pr. r

adic

ular

(m p

lant

a-1)

0

5

10

15

20

25

_ .. _ Y = - 57,43 + 804,13/x - 1955/x2

___ Y = - 1634,9429 + 707,95/x - 58,1486/x2

_ _ _ Y = - 12,7838 + 330,2206/x - 842,45/x2

Al trocável (cmolc kg-1)

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5

Com

pr. r

adic

ular

(m p

lant

a-1)

0

5

10

15

20

25

___ Y = 13,9466 + 2,3471 x - 1,0655 x2 _ _ _ Y = 19,2311 - 1,1087 x - 0,3563 x2 _ .. _ Y = 23,8637 - 2,6845 x - 0,0426 x2

% Al na troca

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Com

pr. r

adic

ular

(m p

lant

a-1)

0

5

10

15

20

25

30

___ Y = 13,9634 + 0,095 x - 0,0022 x2 _ _ _ Y = 19,2281 - 0,1011 x - 0,0002 x2

_ .. _ Y = 23,8445 - 0,2031 x + 0,0011 x2

V % (1)

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Com

pr. r

adic

ular

(m p

lant

a-1)

0

5

10

15

20

25

30

___ Y = 4,4939 + 0,4399 x - 0,004 x2 _ _ _ Y = 7,8234 + 0,3116 x - 0,0021 x2 _ .. _ Y = 8,0961 + 0,4231 x + 0,0028 x2

V % (2)

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Com

pr. r

adic

ular

(m p

lant

a-1)

0

5

10

15

20

25

30

___ Y = 6,4886 + 0,3507 x - 0,0032 x2

_ _ _ Y = 9,5019 + 0,2789 x - 0,0020 x2

_ .. _ Y = 13,5255 + 0,1737 x - 0,0005 x2

V % (3)

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Com

pr. r

adic

ular

(m p

lant

a-1)

0

5

10

15

20

25

30

___ Y = 7,2707 + 0,3882 x - 0,0038 x2

_ _ _ Y = 10,7336 + 0,3071 x - 0,0026 x2

_ .. _ Y = 14,4981 + 0,191 x - 0,0009 x2

Al / Ca+Mg0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5

Com

pr. r

adic

ular

(m p

lant

a-1)

0

5

10

15

20

25

___ Y = 13,968 + 2,9205 x - 1,2765 x2

_ _ _ Y = 19,227 - 8,7981 x + 3,4749 x2

_ .. _ Y = 23,8377 - 16,3357 x + 9,843 x2

1 Mg ha-1 6 Mg ha-1 24 Mg ha-1 (1 SMP)

___ 0 kg ha-1 P2O5 _ _ _ 40 kg ha-1 P2O5

_ .. _ 80 kg ha-1 P2O5

FIGURA 12- Relação do comprimento do sistema radicular das plantas de soja com: a) pH em água; b) pH CaCl2; c) Al trocável; d) saturação por alumínio; saturação por bases (V%) sendo [e) V%(1)

acidez potencial determinada pela extração com acetato de cálcio 0,5 mol L1; f) V%(2) acidez potencial estimada pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999); g) V%(3) acidez potencial estimada pela equação proposta por Kaminski et al. (2001)] e h) relação Al/Ca+Mg, de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-15 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário.

a b

c d

e f

g h

82

possível interferência do fósforo neutralizando o efeito do alumínio caracteriza

a relação de substituição entre o calcário residual e o fósforo adicionado, onde

doses maiores de um dos dois insumos reduz a eficiência do outro.

Pode-se estabelecer diferentes combinações entre os índices de

acidez e o calcário residual e fósforo aplicado, resultando num crescimento

radicular semelhante (Figura 12). Por exemplo, comprimentos radiculares

semelhantes foram observados no tratamento onde aplicou-se 6 Mg ha-1 de

calcário e 80 kg ha-1 de fósforo, quando o pH em água estava em torno de 4,8,

e também nos tratamentos onde aplicou-se 24 Mg ha-1 de calcário e o

equivalente a 80 kg ha-1, quando o pH em água estava em torno de 6,3. Da

mesma forma, pode-se observar um comprimento radicular semelhante,

mediante a aplicação de 6 Mg ha-1 de calcário, quando o alumínio, a saturação

por alumínio e a saturação por bases estavam em torno de 1,5 cmolc kg-1, 28%

e 30% , respectivamente, ou pela aplicação de 1 Mg ha-1 de calcário e 40 kg

ha-1 de fósforo, quando o alumínio, a saturação por alumínio e a saturação por

bases estavam em torno de 2,5 cmolc kg-1, 50% e 15%, respectivamente

(Figura 12).

De maneira geral, a adubação fosfatada proporcionou um aumento

no teor de fósforo disponível, de forma semelhante em todos os níveis de

acidez do solo, aumentando de 28-30 para 54-59 mg kg-1 (Tabela 11).

Tabela 11: Valores de alumínio trocável, saturação por alumínio e fósforo disponível de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-15 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário (1994) em lavoura convencional, onde foram aplicadas superficialmente doses crescentes de superfosfato triplo.

Dose de calcário aplicada em 1994

1 6 24

Dose de

P2O5

aplicada

(kg ha-1) Al(1) %Al P(2) Al(1) %Al P(2) Al(1) %Al P(2)

0 3,6Aa 76Aa 28Ba 1,6Ab 30Ab 30Ba 0,01Ac 0,07Ab 29Ba

40 2,6Aa 48Aa 44ABa 1,6Ab 26Ab 50Aa 0,01Ab 0,08Ab 48Aa

80 2,4Aa 44Aa 54Aa 1,3Ab 20Ab 59Aa 0,02Ab 0,17Ab 58Aa

(1) = cmolc kg-1; (2) = mg kg-1. Pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade, médias seguidas pela mesma letra maiúscula, não diferem estatisticamente entre si na coluna; médias seguidas pela mesma letra minúscula, não diferem estatisticamente entre si na linha para o mesmo parâmetro químico considerado.

83

A aplicação de doses crescentes de superfosfato triplo tendeu a reduzir os

teores de alumínio trocável e a saturação por alumínio, especialmente na

condição de maior acidez (1 Mg ha-1 de calcário). Observou-se também que o

efeito residual da calagem ocasionou uma tendência de aumento nos teores de

fósforo disponível, especialmente quando comparou-se o tratamento mais

ácido com os demais (Tabela 11). Isto ocorre porque o calcário aplicado no

solo é capaz de reduzir a retenção de fósforo, aumentando sua disponibilidade

em solução (Ernani et al., 1996).

A redução do alumínio devido à aplicação de fósforo deve ter

ocorrido devido à complexação de parte do alumínio com o fósforo, proveniente

da adubação (Vidor, 1972; Vidor & Freire, 1972; Pöttker & Ben, 1998;

Iyamuremeye et al., 1996), e também possivelmente em função de que

dissolução do fertilizante adicionado pode ter ultrapassado as constantes do

produto de solubilidade da reação entre a solução do solo e o fertilizante

(Novais & Smyth, 1999), levando à formação de Al(OH)2H2PO4, que precipita,

diminuindo a atividade do alumínio em solução (Ernani et al., 2000). Além

disso, no sistema plantio direto, há acúmulo superficial de material orgânico e

nutrientes, que também podem estar contribuindo na redução da atividade de

alumínio, devido à sua complexação e/ou precipitação, melhorando as

condições para o crescimento das plantas (Figura 12).

Desse modo, levando-se em consideração a presença de muitos

componentes capazes de diminuir a atividade do alumínio em solução, entre

eles a calagem, a concentração de nutrientes na superfície do solo e os

ligantes orgânicos provenientes da matéria orgânica e dos restos culturais, que

variam conforme o tipo de solo, a sucessão de culturas e a forma de promover

o manejo e a adubação do solo, torna-se difícil quantificar qual é a contribuição

do fósforo, em reduzir a necessidade de calagem no sistema plantio direto.

Assim, é necessário um estudo específico que vise identificar a efetividade

destes componentes na redução da atividade do alumínio em solução.

84

4.3.2 Atributos químicos do solo e especiação de íons na

solução do solo afetados por níveis de acidez e de

fósforo no sistema plantio direto

4.3.2.1 Solo

Após os 30 dias de incubação das colunas indeformadas

provenientes dos tratamentos com diferentes níveis de acidez no campo,

percebe-se que a adição de doses crescentes de fósforo promoveu algumas

alterações nos atributos químicos do solo (camada de 0-10 cm) - (Tabela 12 e

Apêndice 13). Pode-se observar que a aplicação de doses crescentes de

fósforo aumentou o teor de fósforo em mais de 28 vezes (Tabela 12) e de

potássio em mais de 21 vezes (Apêndice 13). Este aumento na concentração

de fósforo no solo promoveu um aumento no pH do solo (Tabela 12), nos

tratamentos onde aplicou-se 1 e 6 Mg ha-1 de calcário, concordando com

resultados obtidos por Silva et al. (1977) e Machado et al. (1983). Esta

tendência de aumento no pH provavelmente ocorreu devido à redução no

alumínio trocável (Tabela 12) e na saturação por alumínio (Apêndice 13). No

tratamento onde aplicou-se 1 Mg ha-1 de calcário em 1994, por exemplo, a

adubação fosfatada reduziu o teor de Al de 3,22 para 0,78 cmolc kg-1 (Tabela

12), abaixo de 1,0 cmolc kg-1 de Al, valor referencial que indica a necessidade

de correção da acidez do solo (Anghinoni & Salet, 2000). A saturação por

alumínio nessas condições (Apêndice 13) foi reduzida em até 400% (78,86

para 16,11 % quando aplicou-se 2.560 mg L-1 de P). O efeito do fósforo na

redução do alumínio trocável também foi observado por Ernani & Barber (1991)

e Ernani (2000). Esta redução nos teores e na saturação por alumínio pode ter

ocorrido em função da formação de precipitados de fosfatos de alumínio

(Figueiredo, 1985), e pelo aumento do pH do solo nos microsítios de adsorção

de fósforo (Barceló et al., 1996). Assim, infere-se que o fósforo pode ter sido

efetivo na redução da saturação do alumínio provavelmente pela neutralização

de parte do alumínio trocável (Vidor & Freire, 1972; Mendez & Kamprath, 1978;

85

TABELA 12. Atributos químicos do solo das colunas (camada de 0-10 cm) onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo, de um Latossolo Vermelho distrófico típico, cultivado por sete anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário.

Dose de calcário aplicada em 1994 (Mg ha-1) Dose de P (mg L-1)

1 6 24 (1 SMP) Média

P (mg kg-1) 0 44 Ea 38 Ea 25 Ea 35 E

40 52 Ea 44 DEa 33 Ea 43 E

80 63 Ea 58 DEa 37 DEa 53 E

160 98 DEa 82 DEa 61 DEa 80 E

320 164 Da 137 Da 133 Da 145 D

640 297 Ca 269 Ca 236 Ca 267 C

1.280 534 Ba 530 Ba 499 Ba 521 B

2.560 1.068 Aa 912 Ab 1.044 Aa 1.008 A

Média 290 A 259 B 259 b

pH H2O 0 4,0 Ec 4,5 Db 6,4 Aa 5,0 D

40 4,1 DEc 4,7 Db 6,1 Ba 5,0 D

80 4,1 DEc 4,7 CDb 6,2 ABa 5,0 D

160 4,2 Dc 4,6 CDb 6,1 Ba 5,0 D

320 4,3 CDc 4,8 Cb 6,1 Ba 5,1 CD

640 4,4 BCc 4,8 Cb 6,3 ABa 5,2 BC

1.280 4,6 Bc 5,1 Bb 6,2 ABa 5,3 B

2.560 5,0 Ac 5,5 Ab 6,2 ABa 5,5 A

Média 4,3 C 4,8 b 6,2 a

Al (cmolc kg-1) 0 3,22ABa 1,41Ab 0,00Ac 1,54A

40 3,45Aa 1,39Ab 0,00Ac 1,61A

80 3,19ABa 1,31Ab 0,00Ac 1,50A

160 3,11Ba 1,28ABb 0,01Ac 1,47A

320 2,73Ca 0,95BCb 0,01Ac 1,23B

640 2,30Da 0,77CDb 0,01Ac 1,02C

1.280 1,65Ea 0,50DEb 0,04Ac 0,73D

2.560 0,78Fa 0,30Eb 0,16Ab 0,41E

Média 2,55a 0,99b 0,03c Médias seguidas pela mesma letra maiúscula/minúscula, não diferem estatisticamente entre si na coluna/linha, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

86

Ernani et al., 2000) por complexação (Iyamuremeye et al., 1996; Wright et al.,

1991) e/ou precipitação (Ernani et al., 2000), reduzindo seu efeito fitotóxico.

A adição de fosfato de potássio também alterou a saturação e a

soma de bases (Apêndice 13). De maneira geral, à medida em que aumentou a

quantidade de adubo aplicado, ocorreu um aumento na saturação por bases,

em função do potássio, que aumentou significativamente (Apêndice 13).

O teor de carbono orgânico, por sua vez, não foi afetado pela

utilização de doses crescentes de adubo fosfatado (Apêndice 13). Isto ocorreu,

provavelmente, porque no sistema plantio direto há acúmulo de matéria

orgânica (Lovato, 2001) mais estável, devido à sua proteção físico-química,

proveniente dos efeitos de estruturação e agregação em solo não mobilizado.

De maneira geral, a aplicação do adubo fosfatado pouco alterou a

concentração de magnésio e manganês (Apêndice 13). Para o cálcio só houve

redução na concentração quando aplicou-se a maior dose de fósforo (2.560 mg

L-1) nos tratamentos com menor acidez. A CTC efetiva e CTC pH 7,0, de

maneira geral, aumentaram à medida em que aumentou-se a dose de adubo

aplicada (Apêndice 13).

Pode-se afirmar, com bases nos atributos químicos do solo (Tabela

12 e Apêndice 13), que a aplicação de fósforo foi efetiva na redução de parte

do alumínio trocável. No entanto, é necessário o estudo da atividade e da

especiação química de íons em solução para uma observação detalhada a

respeito da eficiência dos componentes e o mecanismo responsável pela

neutralização e/ou complexação do alumínio em solução, reduzindo seu efeito

fitotóxico no sistema plantio direto.

4.3.2.2 Dinâmica e especiação química de íons na solução do

solo

Os valores dos atributos químicos determinados na solução do solo

estão apresentados no Apêndice 14. Observando-se os teores de fósforo na

solução do solo (Figura 13a, Apêndice 14), percebe-se que há pequena

variação entre os tratamentos com diferentes níveis de acidez do solo, sem

aplicação de fósforo (0,67 para 0,87 mg L-1 de PO4) – Apêndice 14. A aplicação

de até 640 mg L-1 de fósforo por sua vez, não aumentou a concentração e

87

atividade de fósforo em solução (Figura 13, Apêndice 14); já os teores de

fósforo disponível (Mehlich 1) no solo, aumentaram significativamente a partir

da adição de 320 mg L-1 de fósforo (Tabela 12). Isto pode ter ocorrido devido à

grande capacidade de retenção de fósforo na fração coloidal do solo por meio

de ligações covalentes com os óxidos de ferro e alumínio, pela precipitação

com alumínio ou ferro e por estar especificamente adsorvido aos radicais da

0255075

100125150175200

0 40 80 160 320 640 1.280 2.560

Con

c. d

e PO

4 (m

g L-1

)

020406080

100120140160180200

0 40 80 160 320 640 1.280 2.560

P aplicado (mg L-1)

Ativ

idad

e de

PO

4 (x1

0-5)

Níveis de calagem (Mg ha-1) – Aplicação em 1994

FIGURA 13. Teor (a) e atividade de fosfato (b) na solução de um Latossolo

Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário, onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo.

a

b

1 6 24 (1 SMP)

88

matéria orgânica (Volkweiss, 1989; Wolt, 1994). Com a aplicação de

2.560 mg L-1 do adubo, no entanto, ocorreu um aumento abrupto na

concentração e atividade do fosfato (Figura 13a,b).

Provavelmente, somente nessas condições é que houve saturação

dos sítios de adsorção na fase sólida, de maneira a aumentar a concentração

em solução. Percebe-se, porém, que este aumento foi proporcional às

aplicações de calcário feitas em 1994. Isto pode ter ocorrido porque com o

aumento do pH do solo (Tabela 12), há decréscimo no potencial elétrico da

superfície sólida onde o fósforo se liga, reduzindo sua retenção,

proporcionando assim o acúmulo em solução (Adams, 1974; Ernani & Barber,

1990; Ernani et al., 1996 e 1997).

No intuito de observar a cinética de adsorção dos sítios do complexo

de troca nos tratamentos com diferentes níveis de acidez e de fósforo,

estabeleceu-se uma relação entre a concentração de fósforo em solução e o

fósforo adsorvido no complexo de troca pela isoterma de Langmuir (Figuras 14

Fósforo na solução do solo (mg L-1)

0 50 100 150 200 250

Fósf

oro

adso

rvid

o (m

g kg

-1)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

_____ 1 Mg ha-1 de calcário_ _ _ 6 Mg ha-1 de calcário__..__ 24 Mg ha-1 de calcário

FIGURA 14. Relação entre o fósforo na solução do solo e o fósforo adsorvido

no complexo de troca de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário, onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo.

89

Fósforo na solução do solo (mg L-1)

0 40 80 120 160 200

P so

luçã

o (m

g L-1

) / P

ads

orvi

do (m

g g-1

)

0

20

40

60

80

100____ 1 Mg ha-1 de calcário

Y = 14,178 + 0,1911 x; r2 = 0,25

__..__ 24 Mg ha-1 de calcário

Y = 16,004 + 0,3502 x ; r2 = 0,64

_ _ _ 6 Mg ha-1 de calcário

Y = 14,016 + 0,3065 x ; r2 = 0,41

FIGURA 15. Isotermas de adsorção de fósforo (Langmuir) de um Latossolo

Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário, onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo.

e 15). Observou-se uma maior tendência à saturação dos sítios de troca em

solos com menor acidez (Figuras 14 e 15). Isto pode ser demonstrado pela

estimativa (com base na isoterma de Langmuir) da capacidade de adsorção

máxima de fósforo e da constante relacionada à energia de ligação (Tabela

13). À medida em que diminuiu a acidez do solo, como esperado, a capacidade

de adsorção máxima do fósforo diminuiu (5,23 para 2,86 mg g-1), sendo,

necessário a aplicação de dosagens menores de fósforo para ocorrer a

saturação dos sítios de troca em todos os tratamentos. Ernani et al. (1996);

Ernani & Barber (1991) e Mendez & Kamprath (1978) também observaram a

redução na adsorção do fósforo à medida em que se reduzem as condições de

acidez do solo. No entanto, a constante relacionada à energia de ligação

aumentou (de 0,014 para 0,022 L mg-1) à medida em que se reduziram as

condições de acidez do solo (Tabela 13), concordando com os resultados

obtidos por Novais (1977) citado por Novais & Smyth (1999) e por Bahia Filho

90

TABELA 13 Constantes da isoterma de Langmuir de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), com diferentes níveis de acidez do solo, onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo.

Condição de acidez

do solo

Capacidade de

adsorção máxima(1)

Constante relacionada à

energia de ligação(2)

pH H2O Al (cmolc kg-1) mg g-1 L mg-1

4,3 2,55 5,23 0,014

4,8 0,99 3,26 0,022

6,2 0,03 2,86 0,022

(1) Capacidade de adsorção máxima = 1/b, onde b é um dos coeficientes das equações obtidas pelas Isotermas de Langmuir (Figura 15); (2) Constante relacionada à energia de ligação = 1/ab, onde b é um dos coeficientes das equações obtidas pelas Isotermas de Langmuir (Figura 15).

et al. (1983). Provavelmente, isto pode estar ocorrendo porque, segundo

Rheinheimer (2000), as isotermas de adsorção não permitem separar os

fenômenos responsáveis pelo desaparecimento do fósforo em solução,

provavelmente em função da formação de precipitados.

Conforme visto anteriormente, o acúmulo de fósforo em solução foi

um componente importante na redução da acidez do solo. Entretanto, é

importante observar que a simples análise da concentração de alumínio e

fósforo e demais ânions em solução, não é suficiente para verificar o

mecanismo de redução do alumínio pela aplicação de fosfato (Iyamuremeye &

Dick, 1996; Wright et al., 1991. Por isso, utilizou-se da concentração dos íons

(Apêndice 14) para fazer a estimativa das espécies e a atividade iônica em

solução, com o programa Visual Minteq (Gustaffson, 2002), tendo a mesma

base de dados do programa Minteq (Allison et al., 1998). O estudo da

especiação química do fosfato está apresentada na Figura 16. Nos tratamentos

com maior acidez, a espécie predominante, com no mínimo 90% de

concentração relativa, foi o H2PO4 (Figura 16a,b).

Da mesma forma, no tratamento com menor acidez, a espécie

predominante foi o H2PO4, com uma concentração relativa menor, entre 70 e

80%, seguida pelo HPO4-2 (aproximadamente 10%) - (Figura 16c). Observa-se,

neste tratamento, que além das duas espécies predominantes, houve formação

dos complexos CaHPO4, CaH2PO4, MgHPO4 e MgH2PO4 (Figura 16c). Isto

91

0102030405060708090

100

0 40 80 160 320 640 1.280 2.560

0102030405060708090

100

0 40 80 160 320 640 1.280 2.560

0102030405060708090

100

0 40 80 160 320 640 1.280 2.560

P aplicado (mg L-1)

HPO4-2 H2PO4- H3PO4 MgH2PO4+MgHPO4 (aq) CaHPO4 (aq) CaH2PO4+ KHPO4NaHO4 CaPO4

FIGURA 16. Concentração relativa de espécies do íon fosfato na solução de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário (a- 1; b- 6 e c- 24 Mg ha-1 de calcário), onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo.

a

b

c

HPO4-2

MgHPO4 (aq)

NaHPO4

H2PO4-

CaHPO4 (aq)

CaPO4

H3PO4

CaH2PO4+

MgH2PO4+

KHPO4

Con

cent

raçã

o re

lativ

a da

s es

péci

es d

e fo

sfat

o (%

)

92

pode estar acontecendo porque nos tratamentos com pH em torno de 6,0

ocorre elevada concentração de cálcio trocável (Apêndices 13). Nessas

condições, segundo Sample et al. (1980) e Novais & Smyth (1999), o fósforo

acumulado reage com cátions divalentes, preferencialmente o cálcio, formando

fosfato de cálcio.

De maneira geral, esperava-se uma significativa complexação entre

o alumínio e o fosfato em solução, pois a aplicação do fosfato reduziu

efetivamente a concentração de alumínio em solução, principalmente nas

condições de maior acidez (Apêndices 14). Entretanto, isto não ocorreu,

mesmo com aplicação de doses altas de fósforo (Figura 16). Provavelmente,

não houve formação de fosfato de alumínio, devido ao valor baixo da constante

de equilíbrio do complexo (Ke < -19,5), que reduz sua estabilidade (Alva &

Sumner, 1989), reduzindo, conseqüentemente, a afinidade entre o alumínio e

fósforo. Wright et al. (1991), estudando o efeito da aplicação de adubo

fosfatado no crescimento de plântulas de trigo em solo ácido, também

observaram a inexistência do complexo Al-fosfato. Esta baixa capacidade de

complexação de alumínio por fosfato também foi observada por Salet et al.

(1999) no sistema plantio direto, onde a concentração relativa da espécie

alumínio com fosfato foi menor que <0,1%. Segundo Bloom & Erich (1995) e

Wolt (1994), a complexação das espécies de alumínio com o fosfato não é

significativa em pH inferior a 6,5, uma vez que há grande afinidade dos íons

fosfato pelos radicais orgânicos da matéria orgânica em solução.

Pode-se inferir que, em função da grande capacidade de retenção

de fósforo pelo complexo de troca do solo, aliada à baixa estabilidade dos

complexos formados entre o alumínio e fósforo, a ação do fósforo na

neutralização do alumínio em solução pode ser baixa, pois outros componentes

(ligantes orgânicos e inorgânicos) podem ser efetivos na diminuição da

atividade do alumínio.

O objetivo principal da utilização de doses crescentes de fosfato em

solução na superfície das colunas foi analisar sua efetividade na redução de

alumínio na solução do solo. Nas colunas provenientes dos tratamentos onde

aplicou-se a menor dose de calcário (1 Mg ha-1), a utilização de doses

crescentes de fosfato demonstraram eficiência na redução do alumínio em

93

solução (Figura 17a, Apêndice 14), seguindo a mesma tendência observada

para os teores de alumínio trocável (Apêndice 13).

Observando-se a Figura 17b, percebe-se nitidamente que o fosfato

foi eficaz na redução da atividade do alumínio na solução das colunas

provenientes dos tratamentos com maior acidez (1 Mg ha-1 de calcário).

Quando aplicou-se 2.560 mg L-1 de fosfato em condições de acidez elevada, a

atividade de alumínio foi semelhante àquela observada em condições de menor

acidez (6 e 24 Mg ha-1 de calcário), atingindo valores inferiores a

0

0,5

1

1,5

2

2,5

0 40 80 160 320 640 1.280 2.560

Con

c. d

e al

umín

io (

mg

L-1)

0

1

2

3

4

5

6

0 40 80 160 320 640 1.280 2.560

P aplicado (mg L-1)

Ativ

idad

e de

alu

mín

io (x

10-5

)

Níveis de calagem (Mg ha-1) – Aplicação em 1994

FIGURA 17. Teor (a) e atividade de alumínio (b) na solução de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário, onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo.

a

b

1 6 24 (1 SMP)

94

1,2 x10-5 (Figura 17b), que corresponde ao nível crítico de atividade de alumínio

para café (Pavan & Bingham, 1982) e milho (Brenes & Pearson, 1973).

Nas colunas provenientes dos tratamentos onde aplicou-se 6 e 24

Mg ha-1 de calcário, a atividade de alumínio em solução já era originalmente

baixa e pouco tóxica para o desenvolvimento das plantas (Figura 17b). Assim,

mesmo com o aumento da dose de fosfato, não houve redução na atividade do

alumínio nessas condições.

A especiação química de alumínio está apresentada na Figura 18.

De maneira geral, no tratamento com a maior acidez (Figura 18a), a espécie

predominante é o Al+3, devido ao pH baixo e pelo alto teor de alumínio trocável

e em solução (Apêndices 13 e 14). Dahlgren et al. (1989), estudando a

especiação do alumínio em solos de pH baixo (4,5-4,6), também encontraram o

alumínio livre como a espécie predominante em solução (55 a 79 % do

alumínio total). A espécie de alumínio complexada por ligantes orgânicos (Al-

Org.) também apresentou uma concentração elevada (Figura 18a). Isto ocorreu

porque o aumento das doses de fosfato em solução ocasionou o deslocamento

de ânions orgânicos do complexo de troca para a solução (Apêndice 14).

Assim, os ânions orgânicos ocasionaram um aumento na concentração de Al-

orgânico em solução (de 17,5% para 55%), reduzindo a concentração relativa

do alumínio livre (Figura 18a). Wright et al. (1989); Salet (1998) e Salet et al.

(1999) também observaram a importância dos ácidos orgânicos na redução do

alumínio. Segundo Ritchie et al. (1988), a complexação do alumínio com os

ácidos orgânicos dissolvidos em solução geralmente é mais forte que a

complexação com ligantes inorgânicos, e quanto menor o pH do solo, maior

afinidade entre o alumínio e os ligantes orgânicos presentes na solução (Shoji

& Fujiwara, 1984).

A Figura 18b apresenta as diferentes espécies de alumínio em

solução das colunas provenientes dos tratamentos onde aplicou-se 6 Mg ha-1

de calcário em 1994. É importante mencionar que há baixa concentração de

alumínio em solução neste tratamento (0,06 a 0,12 mg L-1 de Al – Apêndice

14), principalmente em função da faixa de pH (5,3 a 5,7 – Apêndice 14), que

contribui para a redução do alumínio livre em solução (Al+3). Entre as espécies

predominantes, estão o Al(OH)2+ e o Al(OH)2+, espécies consideradas pouco

95

0

10

20

30

40

50

60

0 40 80 160 320 640 1.280 2.560

0

10

20

30

40

50

60

0 40 80 160 320 640 1.280 2.560

0

10

20

30

40

50

60

0 40 80 160 320 640 1.280 2.560

P aplicado (mg L-1)

Al+3 Al-Org. AlOH 2+ Al(OH)2 +

Al(OH)3 AlOH4- AlSO4 Al(SO4)2 FIGURA 18. Concentração relativa de espécies de alumínio da solução de um

Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário (a- 1; b- 6 e c- 24 Mg ha-1 de calcário), onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo.

c

a

b

Al+3

Al(OH)3

Al-Orgânico

Al(OH)4-

AlOH2+

AlSO4

Al(OH)2+

Al(SO4)2

Con

cent

raçã

o re

lativ

a da

s es

péci

es d

e al

umín

io (%

)

96

tóxicas para o desenvolvimento das plantas (Cameron et al., 1986; Kinraide &

Parker, 1991). O alumínio complexado por ligantes orgânicos foi outra espécie

predominante em solução, demonstrando a importância dos ácidos orgânicos

na redução do Al+3 em solução (Wright et al., 1989; Salet, 1998;

Salet et al., 1999).

No tratamento com 24 Mg ha-1 de calcário, as espécies de alumínio

predominantes em solução foram Al(OH)2+ e Al(OH)4

- (Figura 18c), pouco

tóxicas para o desenvolvimento das plantas. É importante observar que nesse

tratamento, a complexação do alumínio com os ácidos orgânicos foi pouco

pronunciada. Provavelmente isto ocorreu em função do pH elevado (> 6,0),

pois quanto maior o pH do solo, menor a atividade do alumínio e sua afinidade

com os ânions orgânicos presentes em solução (Shoji & Fujiwara, 1984).

O carbono orgânico dissolvido (ligantes orgânicos provenientes da

matéria orgânica) na solução do solo tem sido considerado um componente

importante, capaz de inativar parte do alumínio em solução (Bartlett & Riego,

1972; Shoji & Fujiwara, 1984; Hue et al., 1986; Ritchie et al., 1988; Wright et al.,

1989; Miyazawa et al., 1992; Salet, 1998; Franchini et al., 1999; Salet et al,

1999). Observa-se que a concentração de carbono orgânico em solução

aumentou com a aplicação de doses maiores de calcário (Apêndice 14 e

Figura 19a). Isto pode ter ocorrido porque com a aplicação de calcário houve

maior crescimento das culturas, com conseqüente maior quantidade de restos

culturais, o que pode ter contribuído para um maior acúmulo de carbono

orgânico em solução, sem no entanto, afetar da mesma maneira o teor total de

carbono orgânico no solo (Tabela 12 e Apêndice 13).

A aplicação de fosfato também contribuiu significativamente no

aumento da concentração e atividade de carbono orgânico solúvel em solução

(Figura 19a,b). De maneira geral, este aumento foi proporcional à quantidade

de carbono original (Figura 19a,b, Apêndice 13 e 14). Nos tratamentos onde

aplicou-se 1, 6 e 24 Mg ha-1 de calcário em 1994 (Apêndice 14), o teor de

carbono orgânico dissolvido aumentou, respectivamente, em 58, 60 e 114%. O

maior incremento dos teores de carbono orgânico solúvel em condições de

menor acidez ocorreram devido à menor capacidade de retenção de fósforo

(Tabela 13 e Figuras 14 e 15). Assim, doses elevadas do adubo fosfatado

97

0

50

100

150

200

0 40 80 160 320 640 1.280 2.560

Con

c. d

e ca

rbon

o or

gâni

co (m

g L-1

)

0

2

4

6

8

10

12

14

0 40 80 160 320 640 1.280 2.560

P aplicado (mg L-1)

Ativ

. de

carb

ono

orgâ

nico

(x10

-5)

Níveis de calagem (Mg ha-1) – Aplicação em 1994

FIGURA 19. Teor (a) e atividade (b) de carbono orgânico dissolvido na solução de um

Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário, onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo.

deslocaram uma quantidade significativa de ânions orgânicos do complexo de

troca por ação de massa, contribuindo na redução do alumínio em solução,

como observado por Hens & Merckx (2002).

A concentração relativa das espécies de carbono orgânico solúvel

estão apresentadas na Figura 20. De maneira geral, para todos os tratamentos,

a

b

1 6 24 (1 SMP)

98

0

10

20

30

40

50

60

70

0 40 80 160 320 640 1.280 2.560

0

10

20

30

40

50

60

70

0 40 80 160 320 640 1.280 2.560

0

10

20

30

40

50

60

70

0 40 80 160 320 640 1.280 2.560

P aplicado (mg L-1)

C. orgânico dissolvido (COD) livre H-COD Al-COD Ca-COD Mg-COD

FIGURA 20. Concentração relativa de espécies do carbono orgânico dissolvido (COD)

da solução de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário (a- 1; b- 6 e c- 24 Mg ha-1 de calcário), onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo.

a

b

c

Con

cent

raçã

o re

lativ

a da

s es

péci

es d

e ca

rbon

o or

gâni

co d

isso

lvid

o (%

)

99

(Figura 20a,b,c) a espécie predominante foi o carbono orgânico livre,

provavelmente porque no sistema plantio direto há um grande acúmulo de

matéria orgânica e restos culturais na camada superficial do solo, aumentando

o carbono orgânico dissolvido na solução do solo.

No tratamento com maior acidez (Figura 20a), outra espécie que se

destacou foi o Al-carbono orgânico dissolvido (COD), com mais de 40% no

tratamento testemunha, sem a aplicação de fosfato. Isto demonstra a

importância dos ácidos orgânicos na redução do alumínio livre em solução

(Wright et al., 1989). Segundo Miyasawa et al. (2000), o complexo Al-ligante

orgânico apresenta uma grande estabilidade, confirmando, assim, a relação

direta entre a complexação e os teores de carbono orgânico solúvel e alumínio

em solução (Franchini et al., 1999). À medida em que as doses de fosfato

aumentaram, ocorreu uma redução na concentração relativa de carbono

complexando o alumínio (Figura 20a). Apesar desta redução, a concentração e

atividade de alumínio permaneceram baixas, provavelmente em função do

aumento na concentração de ligantes orgânicos (Apêndice 14), mantendo,

dessa forma, sua eficiência na complexação do alumínio em solução, de modo

a reduzir sua atividade. Assim, a grande quantidade de ligantes orgânicos que

se acumulam na superfície do solo no sistema plantio direto, aliada ao efeito de

deslocamento de ânions orgânicos à medida em que se aplicou doses

crescentes de fosfato, foram os principais responsáveis pela redução da

atividade iônica do alumínio em solução, concordando com os resultados

obtidos por Tan (1986), Wright et al. (1989); Ritchie et al. (1988); Salet (1998);

Franchini et al. (1999) e Salet et al. (1999).

É importante observar também que a adição de doses crescentes de

fosfato, mesmo em pH baixo, aumentaram a formação da espécie Ca-orgânico

(Figura 20a). Provavelmente, os ácidos orgânicos deslocados do complexo de

troca, devido ao efeito de massa do adubo adicionado, podem ter reagido com

o cálcio, formando complexos em solução. Estes complexos podem aumentar a

mobilidade do cálcio em direção à rizosfera aumentando assim a capacidade

de absorção do elemento pelas plantas (Salisbury & Ross, 1991) e também

podem aumentar a capacidade de transporte de cálcio no perfil (Pavan, 1997 e

1999; Ziglio et al., 1999; Amaral, 2002), de maneira a aumentar a

100

disponibilidade do nutriente e aliviar o efeito tóxico do alumínio na

subsuperfície.

Nas colunas provenientes dos tratamentos com menor acidez

(Figura 20b,c), a espécie Ca-carbono orgânico dissolvido também apresentou

uma elevada concentração. É importante observar que a concentração de

alumínio nestes tratamentos é muito baixa (<0,12 mg L-1 – Apêndice 14), de

maneira que, mesmo sendo todo alumínio complexado com ânions orgânicos,

grande parte do carbono orgânico ficou na forma livre, em solução. Pode-se

inferir que o aumento de pH (>6,0 – Apêndice 14), a redução do alumínio em

solução e os elevados teores de cálcio podem ter contribuído para

complexação do cálcio com o ânions orgânicos. Isto pode estar ocorrendo

porque, na ausência do alumínio, que apresenta uma maior constante de

estabilidade do Al-ligante orgânico (Miyazawa, 2000), o cálcio apresenta maior

facilidade de complexação com ânions orgânicos, contribuindo, assim, para o

aumento de sua mobilidade e disponibilidade de absorção pelas plantas

(Salisbury & Ross, 1991).

De maneira geral, percebe-se que os valores de pH H2O da solução

de solo nos tratamentos com maior acidez (Apêndice 14 e Figura 21a), são

maiores que os do pH H2O do solo (Apêndice 13). Este aumento de pH da

solução do solo ocorre porque o pH do solo é determinado em suspensão

solo:água (1:1), onde há maior contato do eletrodo de vidro com o extrato solo-

água e com as fases sólidas do solo reduzindo o pH. Assim, na fase trocável

há uma maior concentração de prótons (H+), que permanecem na nuvem

eletrônica da dupla camada difusa, de maneira a serem detectados quando o

pH do solo é medido. Além disso, o teor de CO2 é menor na solução, em

relação à suspensão de solo, contribuindo dessa forma no aumento do pH

(Salet, 1994; Wolt; 1994; Silva, 1996; Giongo, 1997 e Salet, 1998).

Observou-se também, que ocorreu uma tendência de redução do pH

da solução do solo, nos tratamentos onde aplicou-se doses superiores a 320

mg L-1 de fósforo (Figura 21a e Apêndice 13). O efeito de massa do adubo

provavelmente deslocou ânions orgânicos (ação do fosfato) e o hidrogênio

(ação do potássio) do complexo de troca para a solução que, em

101

4

4,5

5

5,5

6

6,5

0 40 80 160 320 640 1.280 2.560

pH-H

2O

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

0 40 80 160 320 640 1.280 2.560

P aplicado (mg L-1)

Con

dutiv

idad

e el

étric

a (d

S m

-1)

Níveis de calagem (Mg ha-1) – Aplicação em 1994

FIGURA 21. Valores de pH (a) e condutividade elétrica (b) da solução de um Latossolo

Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos sob plantio direto após a aplicação de calcário, onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo.

função da ausência do efeito tampão na solução do solo, promoveram a

redução no pH (Mello, 1989; Raij, 1989 e 1991). No entanto, esta tendência de

redução não foi observada para o pH do solo (Tabela 12), pelo contrário,

tendeu a aumentar. Provavelmente, a reação química do fosfato adicionado ao

solo provocou alta acidez, de modo a dissolver constituintes do solo que se

distribuem em solução, e como conseqüência, aumentou a concentração dos

cátions Al3+, Fe3+, Ca2+, K+ e Mn2+ em solução (Apêndice 14), concordando

com os resultados encontrados por Sousa (1980) e Raij (1991). Assim, como a

condutividade elétrica da solução do solo é proporcional à concentração de

0

a

b

1 6 24 (1 SMP)

102

eletrólitos em solução (Wolt, 1994), conseqüentemente, observou-se uma

maior condutividade elétrica nos tratamentos onde aplicou-se as maiores doses

de calcário em 1994 (Figura 21b, Apêndice 14). Em função disso, ocorreu uma

maior competitividade iônica, reduzindo, conseqüentemente, a atividade do

alumínio à medida que aumentaram as doses de fósforo adicionadas

(Figura 17a,b).

A adubação com fósforo (na forma de fosfato de potássio

proporcionou um aumento nos teores de potássio tanto no solo (Apêndice 13)

como em solução (Figura 22, Apêndice 14). Este aumento em solução, foi um

0

100

200

300

400

500

600

700

0 40 80 160 320 640 1.280 2.560

P aplicado (mg L-1)

Con

c. d

e po

táss

io (m

g L-1

)

Níveis de calagem (Mg ha-1) – Aplicação em 1994

FIGURA 22. Teor de potássio na solução de um Latossolo Vermelho distrófico típico

(camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário, onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo.

dos principais responsáveis pelo aumento da condutividade elétrica em solução

(Figura 21b), ocasionando redução na atividade do alumínio (Figura 17b). Além

disso, o potássio pode ter sido um dos íons responsáveis pelo deslocamento

de cálcio, magnésio e hidrogênio que estavam originalmente adsorvidos no

complexo de troca para a solução do solo.

A aplicação do fósforo aumentou a concentração e atividade de

sulfato em solução (Figura 23a,b), somente na aplicação de 2.560 mg L-1 de

fosfato (Figura 23a e Apêndice 14) numa tendência semelhante ao íon fosfato

(Figura 14a,b). Isto pode ter ocorrido em função da ação do fosfato, que em

concentrações elevadas, deslocou os demais ânions para a solução em função

1 6 24 (1 SMP)

103

0

30

60

90

120

150

180

0 40 80 160 320 640 1.280 2.560

Con

c. d

e su

lfato

(mg

L-1)

0

20

40

60

80

100

120

0 40 80 160 320 640 1.280 2.560

P aplicado (mg L-1)

Ativ

. de

sulfa

to (x

10-5

)

Níveis de calagem (Mg ha-1) – Aplicação em 1994

FIGURA 23. Teor e atividade de sulfato na solução de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário, onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo.

de sua grande afinidade pelos sítios de troca, concordando com os resultados

obtidos por Wolt (1994). Shoji & Fujiwara (1984) verificaram que doses

crescentes de adubação fosfatada aumentaram a concentração de sulfato e

fluoreto em solução.

Com relação às espécies de sulfato, o íon SO4-2 livre destacou-se

dos demais, com mais de 70% de concentração relativa para todos os níveis de

acidez (Figura 24). Outra espécie que se destacou foi o CaSO4, cuja concentração

a

b

1 6 24 (1 SMP)

104

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P aplicado (mg dm-1)

SO4-2 HSO4- NH4SO4

-

AlSO4+ MnSO4 (aq) MgSO4 (aq)

CaSO4 (aq) NaSO4- KSO4

- FIGURA 24. Concentração relativa de espécies de sulfato na solução do solo de um

Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário (a- 1; b- 6 e c- 24 Mg ha-1 de calcário), onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo.

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(%)

105

relativa aumentou com o pH, atingindo mais de 20% na menor condição de

acidez (Figura 24c). Segundo Zhang et al. (2001), à medida que o pH do solo

atinge condições alcalinas (pH > 6,0), há um aumento da concentração de

sulfato de cálcio, devido à maior concentração de cálcio (efeito da calagem) e

aumento do sulfato em solução (menor retenção de sulfato nos colóides do

solo). A complexação do sulfato com o cálcio pode ter contribuído para a

redução do cálcio em solução à medida em que aumentou a aplicação de

fósforo (Apêndice 14), conforme observado por Chaves et al. (1991).

Entre as espécies que apresentaram uma pequena concentração

relativa destacaram-se o MgSO4 e o AlSO4 (Figura 24). A pequena

concentração do MgSO4 já era suposta. No entanto, esperava-se uma

complexação bem maior do alumínio pelo sulfato, devido à conhecida eficiência

do sulfato em complexar o alumínio em solução (Johnson et al., 1981; Ares,

1986; Alva & Sumner, 1989; Kerven et al., 1995; Nordstrom & May, 1995). O

aumento na concentração de fosfato ocasionou o deslocamento do sulfato para

a solução do solo, principalmente na maior dose de fósforo (Figura 23). No

entanto, devido à grande afinidade do alumínio pelos ligantes orgânicos (Figura

18), que se acumularam em solução, houve pouco efeito de complexação do

sulfato com o alumínio (Figura 24).

Os teores de cálcio, tanto em solução como no solo, foram

superiores no tratamento com as maiores dosagens de calcário (Figura 25a,

Apêndice 13 e 14). No entanto, à medida em que aumentaram as doses de

fosfato de potássio, houve uma significativa redução na concentração e na

atividade de cálcio em solução (Figura 25a,b e Apêndice 14). Segundo

Malavolta (1959), Sample et al. (1980) e Novais e Smyth (1999), isto pode ter

ocorrido em função da alta afinidade entre o fosfato e o cálcio em solução,

resultando na reação do fósforo adicionado ao solo com o cálcio (CaPO4 - pK =

13,09 – Lindsay, 1979), formando-se fosfato de cálcio (insolúvel), que precipita.

Entre os fatores que podem ter favorecido a precipitação, estão o aumento da

concentração de fosfato e de cálcio em solução, o aumento de pH e a redução

da força iônica (Verbeeck et al., 1992; Song et al., 2002). Esta tendência de

redução nos teores de cálcio também foram observadas no solo (Apêndice 13),

no entanto, em menor proporção, pois o cálcio é retido com maior força pelo

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P aplicado (mg L-1)

Ativ

. de

cálc

io (x

10-5

)

Níveis de calagem (Mg ha-1) – Aplicação em 1994

FIGURA 25. Teor e atividade de cálcio na solução de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário, onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo.

complexo de troca, de modo a reduzir o efeito de deslocamento provocado pela

ação de massa do adubo fosfatado.

A concentração relativa das espécies de cálcio em solução está

apresentada na Figura 26. De maneira geral, para todos os níveis de acidez a

espécie predominante é o cálcio livre (Ca+2), atingindo, na maioria das

situações, mais de 90% da concentração relativa (Figura 26), como também

a

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P aplicado (mg L-1)

Ca+2 Ca - COD CaCl+ CaSO4 (aq)

CaNO3+ CaHPO4

+ CaH2PO4+

FIGURA 26. Concentração relativa de espécies de cálcio da solução de um Latossolo

Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário (a- 1; b- 6 e c- 24 Mg ha-1 de calcário), onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo.

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(%)

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observado por Deluchat et al. (1997). Apesar da significativa complexação do

cálcio com os ligantes orgânicos (Figura 20), apenas uma pequena proporção

deste nutriente foi complexada pelos ânions orgânicos em solução,

permanecendo em grande parte na forma trocável e disponível às plantas

(Figura 26).

A esperada elevação da concentração de magnésio, por efeito de

deslocamento, ao aplicar doses crescentes de fosfato de potássio, ocorreu,

(Figura 27), basicamente nos tratamentos com as menores doses de calcário

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P aplicado (mg L-1)

Mg

(mg

L-1)

Níveis de calagem (Mg ha-1) – Aplicação em 1994

FIGURA 27. Teor de magnésio na solução de um Latossolo Vermelho distrófico típico (camada de 0-10 cm), cultivado por sete anos no sistema plantio direto após a aplicação de calcário, onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo.

(de 8,86 para 13,58 mg L-1), provavelmente, em função da menor afinidade do

fosfato com o magnésio, quando comparado com o cálcio, pois segundo

Lindsay, (1979) e Hue et al., (1986), a constante de estabilidade do complexo

MgHPO4 (Ke) é de 4,29, enquanto que para o cálcio (CaPO4-) é de 13,09, e

quanto maior a constante de estabilidade, maior a possibilidade de formação

dos complexos.

1 6 24 (1 SMP)

109

4.4 Conclusões

a) Houve interação calcário-fósforo em condições de plantio direto.

b) Houve aumento de fósforo disponível com a redução da acidez

do solo (aumento de pH) pela calagem.

c) Ocorreu a diminuição do teor e saturação por alumínio trocável

com a aplicação de fósforo, que determinou uma maior resposta

à fósforo em condições de menor acidez.

d) Houve a diminuição na concentração e atividade de alumínio na

solução do solo com o aumento das doses de fosfato aplicadas.

e) O aumento de fósforo na solução, resultante da aplicação de

fosfato, não influenciou na complexação do alumínio.

f) Os ânions e ligantes orgânicos, deslocados do complexo de troca

pela aplicação de fosfato, foram os principais responsáveis pela

complexação do alumínio, reduzindo sua concentração e

atividade na solução do solo.

g) A formação de fosfato de cálcio foi muito pequena e ocorreu

somente em condições de pH maior do que 6,0.

h) O sulfato exerceu pequeno efeito de complexação do alumínio.

5 CONCLUSÕES GERAIS

a) Os critérios pH 5,5 e V=60% [acidez potencial determinada pelo acetato de

cálcio e estimados pela equação proposta por Escosteguy & Bissani,

(1999)] são semelhantes a atual recomendação de calagem no sistema

plantio direto no Rio Grande de Sul e Santa Catarina. No entanto, a tomada

de decisão baseada na saturação por bases onde a acidez potencial foi

estimada pela equação proposta por Kaminski et al (2001), indicou

condições de maior acidez (em torno de 55%) que a recomendação

atualmente utilizada (60%) para a prática de calagem no sistema plantio

direto.

b) Os ânions e ligantes orgânicos deslocados do complexo de troca devido à

aplicação superficial de fósforo, foram os principais responsáveis pela

complexação do alumínio, capazes de reduzir sua concentração e atividade

na solução do solo.

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7 APÊNDICES

130

APÊNDICE 1. Atributos químicos da camada de 0-20 cm de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de lavoura convencional (EMBRAPA Trigo em Sarandi, RS - janeiro de 2001). Médias de 3 repetições.

Dose de calcário aplicada em 1994 (Mg ha-1) Atributo

químico 0 1,8 3,6 7,2 7,2 incorporado

pH H2O 4,3B 4,5B 4,6B 5,5 A 5,3A

pH SMP 4,7B 4,9B 5,1B 5,9 A 5,7A

pH CaCl2 3,6B 3,7B 3,9B 4,8 A 4,6A

Ca (cmolc kg-1) 1,34A 2,20B 4,03A 4,55 B 4,03B

Mg (cmolc kg-1) 0,44C 1,00B 1,56B 2,30 A 2,23A

Al (cmolc kg-1) 2,50A 1,92B 1,15BC 0,23 C 0,81C

Mn (mg kg-1) 50,53A 46,97A 40,19A 34,45 A 34,11A

P (mg kg-1) 70,54A 67,15A 93,84A 85,42 A 55,30A

K (mg kg-1) 173A 190A 111A 116 A 70B

H+Al (cmolc kg-1)(1) 11,82A 9,89AB 7,71BC 4,48 C 4,93C

H+Al (cmolc kg-1)(2) 19,91A 15,87AB 11,54C 5,78 C 6,54C

C.orgânico (mg kg-1) 30,30AB 30,10B 30,20AB 30,44 AB 31,70A

S (cmolc kg-1) 2,22B 3,69AB 5,87A 7,15 A 6,44A

CTC efet.(cmolc kg-1) 2,41C 3,86BC 6,02A 7,27 A 6,56B

T (cmolc kg-1) (1) 14,04A 13,58A 13,58A 11,63 A 11,37A

T (cmolc kg-1) (2) 22,13A 19,56A 17,41A 12,93 A 12,98A

V% (1) 15,83C 27,15B 43,24B 61,47 A 56,64A

V% (2) 10,04D 18,85C 33,73B 55,29 A 49,61AB

%Al 52,94A 34,25B 16,37BC 3,12 C 11,17CD (1) Atributos químicos baseados na acidez potencial estimada pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999); (2) Atributos químicos baseados na acidez potencial estimada pela equação proposta por Kaminski et al. (2001). Médias seguidas pela mesma letra na linha, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

131

APÊNDICE 2. Atributos químicos da camada de 0-20 cm de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de campo natural (EMBRAPA Trigo em Marau, RS - janeiro de 2001). Médias de 3 repetições.

Dose de calcário aplicada (Mg ha-1) Atributo

químico 0 2,2 4,4 8,8 8,8 incorporado

pH H2O 4,1E 4,3D 4,6C 5,7A 5,1B

pH SMP 4,4D 4,6D 5,0C 6,2A 5,4B

pH CaCl2 3,3D 3,5D 3,9C 5,1A 4,3B

Ca (cmolc kg-1) 1,07C 1,44C 2,87B 4,86A 4,36A

Mg (cmolc kg-1) 0,48C 0,82C 2,09B 2,47B 3,03A

Mn (mg kg-1) 91,82AB 103,67A 65,59BC 47,14C 61,02BC

Al (cmolc kg-1) 2,93A 2,35A 1,22B 1,12BC 0,46BC

P (mg kg-1) 9,65C 17,87B 8,20C 42,75A 21,55A

K (mg kg-1) 146AB 214A 212A 133B 175AB

H+Al (cmolc kg-1)(1) 15,81A 12,61B 8,49C 3,12E 6,01D

H+Al (cmolc kg-1)(2) 28,87A 21,62B 13,05C 3,64E 8,40D

C. orgânico (mg kg-1) 31,75A 31,80A 32,86A 31,64A 32,13A

S (cmolc kg-1) 1,92C 2,81C 5,50B 7,67AB 7,84A

CTC efet.(cmolc kg-1) 5,19C 5,53C 6,96B 8,96A 8,52A

T (cmolc kg-1) (1) 17,73A 15,42AB 13,99AB 10,79C 13,85B

T (cmolc kg-1) (2) 30,79A 24,43AB 18,55AB 11,31C 16,24B

V% (1) 10,85C 18,21C 39,32B 71,08A 56,60A

V% (2) 6,25D 11,49D 29,66C 67,82A 48,27B

%Al 60,37A 45,57B 18,15BC 12,74C 5,54CD

(1) Atributos químicos baseados na acidez potencial estimada pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999); (2) Atributos químicos baseados na acidez potencial estimada pela equação proposta por Kaminski et al. (2001). Médias seguidas pela mesma letra na linha, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

132

APÊNDICE 3. Atributos químicos das colunas (cultivadas com plantas de soja por 25 dias), de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de lavoura convencional (EMBRAPA Trigo em Sarandi, RS – 2001).

Dose de calcário aplicada (Mg ha-1)

Profundidade

(cm) 0 1,8 3,6 7,2 7,2 inc. Média

pH H2O

0-5 4,4 4,7 5,2 5,9 5,3 5,1 A

5-10 4,4 4,7 5,1 5,7 5,1 5,0 AB

10-15 4,5 4,7 4,9 5,2 5,1 4,9 B

Média (0-15 cm) 4,4 c 4,7 c 5,1 b 5,6 a 5,2b

Média (0-10 cm) 4,4 c 4,7 bc 5,2 ab 5,8 a 5,2a

pH SMP

0-5 4,7 5,1 5,3 5,9 5,5 5,3 A

5-10 4,5 4,8 5,2 5,7 5,1 5,0 B

10-15 4,6 4,7 5,0 5,2 5,0 4,9 B

Média (0-15 cm) 4,6 c 4,8c 5,2b 5,6a 5,2b

Média (0-10 cm) 4,6c 4,9bc 5,3ab 5,8a 5,3ab

pH CaCl2

0-5 3,7 4,0 4,3 5,1 4,6 4,4 A

5-10 3,6 3,7 4,2 4,8 4,2 4,1 B

10-15 3,5 3,7 3,9 4,3 4,2 3,9 B

Média (0-15 cm) 3,6c 3,8c 4,1b 4,7a 4,3b

Média (0-10 cm) 3,6c 3,9bc 4,3bc 5,0a 4,4ab

Ca (cmolc kg-1)

0-5 2,10 3,44 5,18 7,51 5,84 4,81Aa

5-10 1,12 1,92 4,12 5,41 3,50 3,22B

10-15 1,13 1,54 2,67 3,30 3,08 2,34C

Média (0-15 cm) 1,45c 2,30c 3,99b 5,41a 4,14b

Média (0-10 cm) 1,61c 2,68bc 4,65 ab 6,47a 4,67ab

Mg (cmolc kg-1)

0-5 0,85 1,56 2,30 3,84 2,57 2,22A

5-10 0,46 0,93 2,09 3,21 1,84 1,71B

10-15 0,42 0,77 1,50 2,37 1,72 1,36B

Média (0-15 cm) 0,58c 1,09c 1,96b 3,14a 2,04b

Média (0-10 cm) 0,66c 1,25bc 2,20ab 3,53a 2,21ab

133

Apêndice 3. Continuação...

Dose de calcário aplicada (Mg ha-1)

Profundidade

(cm) 0 1,8 3,6 7,2 7,2 inc. Média

Al (cmolc kg-1)

0-5 2,05 1,14 0,55 0,09 0,30 0,83B

5-10 3,00 2,27 0,94 0,34 1,18 1,55A

10-15 2,89 2,35 1,63 1,05 1,40 1,86A

Média (0-15 cm) 2,65a 1,92b 1,04c 0,49c 0,96 c

Média (0-10 cm) 2,53a 1,71a 0,75b 0,21b 0,74 b

Mn (mg kg-1)

0-5 39,16 37,45 32,07 21,81 35,01 33,10A

5-10 33,78 28,41 26,21 15,69 27,18 26,25B

10-15 30,12 28,40 27,43 17,41 22,05 25,00B

Média (0-15 cm) 34,35a 31,42ab 28,57b 18,30c 28,08b

Média (0-10 cm) 36,47a 32,93ab 29,14ab 18,75b 31,10ab

P (mg kg-1)

0-5 50,70Ab 63,24Aab 68,95Aab 81,53Aa 75,92Aa 68,08A

5-10 30,29Bb 42,19Bab 41,93Bab 58,30Ba 34,81Bb 41,51B

10-15 18,81Ba 12,91Ca 18,37Ca 18,50Ca 21,62Ba 18,04C

Média (0-15 cm) 33,29b 39,45b 43,09ab 52,78a 44,12ab

Média (0-10 cm) 40,50b 52,72ab 55,44ab 69,92a 55,37ab

K (mg kg-1)

0-5 242 239 231 268 298 256A

5-10 161 139 113 152 184 150B

10-15 127 77 48 85 132 94C

Média (0-15 cm) 177ab 152bc 131c 168b 205a

Média (0-10 cm) 201a 189a 172a 210a 241a

H+Al (cmolc kg-1) (1)

0-5 9,89 8,06 6,86 4,38 6,64 7,17B

5-10 9,99 8,91 6,73 5,38 7,23 7,65AB

10-15 9,77 8,34 7,73 6,96 7,27 8,02A

Média (0-15 cm) 9,88a 8,44b 7,11c 5,58d 7,05c

Média (0-10 cm) 9,94a 8,48ab 6,80bc 4,88c 6,94b

H+Al (cmolc kg-1) (2)

0-5 11,73 8,46 6,59 4,03 5,82 7,32B

5-10 14,13 10,94 7,50 5,01 7,80 9,08A

10-15 12,64 11,57 9,18 7,24 8,74 9,87A

Média (0-15 cm) 12,83a 10,32b 7,76c 5,43c 7,45c

Média (0-10 cm) 12,93a 9,70b 7,05bc 4,52c 6,81bc

134

Apêndice 3. Continuação...

Dose de calcário aplicada (Mg ha-1)

Profundidade

(cm) 0 1,8 3,6 7,2 7,2 inc. Média

H+Al (cmolc kg-1) (3)

0-5 19,71 12,99 9,46 5,05 8,06 11,06B

5-10 25,01 18,05 11,16 6,67 11,71 14,52A

10-15 21,69 19,37 14,43 10,66 13,55 15,94A

Média (0-15 cm) 22,14a 16,81b 11,68c 7,46d 11,11c

Média (0-10 cm) 22,36a 15,52b 10,31bc 5,86c 9,89bc

Carbono orgânico (g kg-1)

0-5 32,61 31,88 31,55 32,13 32,10 32,05A

5-10 29,86 29,54 29,27 29,63 29,61 29,58B

10-15 29,13 28,74 29,14 28,98 29,23 29,04C

Média (0-15 cm) 30,53a 30,05a 29,99a 30,25a 30,32a

Média (0-10 cm) 31,23a 30,71a 30,41a 30,88a 30,86a

S (cmolc kg-1)

0-5 3,57 5,61 8,07 12,04 9,17 7,69A

5-10 1,99 3,21 6,50 9,01 5,81 5,30B

10-15 1,87 2,51 4,29 5,89 5,14 3,94C

Média (0-15 cm) 2,48c 3,77c 6,29b 8,98a 6,71b

Média (0-10 cm) 2,78c 4,41bc 7,28ab 10,53a 7,49ab

CTC EFETIVA (cmolc kg-1)

0-5 5,76 6,89 8,74 12,20 9,60 8,64A

5-10 5,11 5,58 7,53 9,41 7,09 6,94AB

10-15 4,87 4,96 6,02 7,00 6,62 5,90B

Média (0-15 cm) 5,25b 5,81b 7,43b 9,54a 7,77b

Média (0-10 cm) 5,44b 6,24b 8,14ab 10,81a 8,34ab

CTC pH 7,0 (cmolc kg-1) (1)

0-5 13,46 13,67 14,93 16,42 15,81 14,86A

5-10 11,98 12,12 13,23 14,39 13,04 12,95B

10-15 11,64 10,85 12,02 12,85 12,41 11,95B

Média (0-15 cm) 12,36a 12,21a 13,39a 14,55a 13,75a

Média (0-10 cm) 12,72b 12,89b 14,08ab 15,41a 14,43ab

CTC pH 7,0 (cmolc kg-1) (2)

0-5 15,30 14,07 14,66 16,07 14,99 15,02A

5-10 16,12 14,15 14,00 14,02 13,61 14,38A

10-15 14,51 14,08 13,47 13,13 13,88 13,81A

Média (0-15 cm) 15,31a 14,10a 14,04a 14,40a 14,16a

Média (0-10 cm) 15,70a 14,11a 14,34a 15,05a 14,30a

135

Apêndice 3. Continuação... Dose de calcário aplicada (Mg ha-1)

Profundidade

(cm) 0 1,8 3,6 7,2 7,2 inc. Média

CTC pH 7,0 (cmolc kg-1) (3)

0-5 23,28 18,60 17,53 17,09 17,23 18,75A

5-10 27,00 21,26 17,66 15,68 17,52 19,82A

10-15 23,56 21,88 18,72 16,55 18,69 19,88A

Média (0-15 cm) 24,62a 20,58ab 17,97b 16,44b 17,81b

Média (0-10 cm) 25,14a 19,93b 17,60b 16,39b 17,37b

V% (1)

0-5 26,52 41,04 54,05 73,32 58,01 50,59A

5-10 16,62 26,46 49,13 62,61 44,56 39,88B

10-15 16,10 23,11 35,71 45,83 41,41 32,43B

Média (0-15 cm) 19,75d 30,20c 46,30b 60,58a 47,99b

Média (0-10 cm) 21,57c 33,75bc 51,59ab 67,96a 51,29ab

V% (2)

0-5 23,33 39,88 55,05 74,92 61,18 50,87A

5-10 12,35 22,66 46,42 64,26 42,69 37,68B

10-15 12,92 17,81 31,86 44,85 37,02 28,89B

Média (0-15 cm) 16,20d 26,78c 44,45b 61,34a 46,96b

Média (0-10 cm) 17,84b 31,27b 50,74a 69,59a 51,94a

V% (3) 0-5 15,33 30,17 46,04 70,44 53,23 43,04A

5-10 7,38 15,08 36,80 57,46 33,16 29,98B

10-15 7,96 11,46 22,93 35,58 27,49 21,08C

Média (0-15 cm) 10,22d 18,90c 35,26b 54,49a 37,96b

Média (0-10 cm) 11,36c 22,63bc 41,42b 63,95a 43,20ab

%Al

0-5 36,48 16,89 6,38 0,74 3,17 12,73C

5-10 60,10 41,46 12,64 3,64 16,88 26,94B

10-15 60,65 48,38 27,52 15,14 21,41 34,62A

Média (0-15 cm) 52,41a 35,58b 15,51c 6,50c 13,82c

Média (0-10 cm) 48,29a 29,18b 9,51bc 2,19c 10,03c (1) Atributos químicos baseados na acidez potencial determinada pelo método do acetato de cálcio 0,5 mol L-1; (2) Atributos químicos baseados na acidez potencial estimada pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999); (3) Atributos químicos baseados na acidez potencial estimada pela equação proposta por Kaminski et al. (2001). Médias seguidas pela mesma letra maiúscula/minúscula, não diferem estatisticamente entre si na coluna/linha, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

136

APÊNDICE 4. Atributos químicos das colunas (cultivadas com plantas de soja por 25 dias), de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de campo natural (EMBRAPA Trigo em Marau, RS - 2001). Médias de 3 repetições.

Dose de calcário aplicada (Mg ha-1) Profundidade

(cm) 0 2,2 4,4 8,8 8,8 inc. Média

pH H2O

0-5 4,1Ac 4,6Abc 4,9Ab 6,0Aa 5,2Aa 4,9A

5-10 4,1Ab 4,4Ab 4,6Ab 5,4Ba 5,6Aa 4,8AB

10-15 4,0Ab 4,4Ab 4,6Ab 5,2Ba 5,3Aa 4,7B

Média (0-15 cm) 4,1c 4,5b 4,7b 5,5a 5,4a

Média (0-10 cm) 4,1c 4,5b 4,7b 5,7a 5,4a

pH SMP

0-5 4,3 4,9 5,2 6,2 5,5 5,2A

5-10 4,2 4,3 4,8 5,5 5,8 4,9B

10-15 4,3 4,6 4,7 5,2 5,5 4,9B

Média (0-15 cm) 4,3c 4,6bc 4,9b 5,6a 5,6a

Média (0-10 cm) 4,3c 4,6bc 5,0b 5,8a 5,6a

pH CaCl2

0-5 3,4Ac 3,9Abc 4,1Ab 5,3Aa 4,5Ab 4,2 A

5-10 3,4Ab 3,7Ab 3,7Ab 4,5Ba 4,7Aa 4,0 B

10-15 3,5Ac 3,6Ac 3,6Abc 4,2Bab 4,4Aa 3,9 B

Média (0-15 cm) 3,4c 3,7c 3,8b 4,6a 4,5a

Média (0-10 cm) 3,4c 3,8b 3,9b 4,8a 4,6a

Ca (cmolc kg-1)

0-5 0,93Ac 3,98Ab 5,29Ab 8,56Aa 5,84Ab 4,92 A

5-10 0,69Ab 2,10Bb 2,54Bb 4,72Ba 6,20Aa 3,25 B

10-15 0,85Ac 1,40Bc 1,64Bbc 3,57Bab 4,54Aa 2,40 C

Média (0-15 cm) 0,82c 2,49b 3,16b 5,61a 5,53a

Média (0-10 cm) 0,81c 3,03b 3,91b 6,64a 6,02a

Mg (cmolc kg-1)

0-5 0,54Ac 2,36Ab 3,14Ab 5,46Aa 3,55Ab 3,01A

5-10 0,36AC 1,27BbC 1,88Bb 3,65Ba 4,02Aa 2,24B

10-15 0,40AB 0,83BB 1,28Bb 2,86Ba 3,66Aa 1,80B

Média (0-15 cm) 0,43c 1,49b 2,10b 3,99a 3,74a

Média (0-10 cm) 0,45c 1,82b 2,51b 4,56a 3,79a

137

Apêndice 4. Continuação...

Dose de calcário aplicada (Mg ha-1) Profundidade

(cm) 0 2,2 4,4 8,8 8,8 inc. Média

Al (cmolc kg-1)

0-5 3,65 Aa 1,13Bb 0,67Bbc 0,01Bb 0,22Abc 1,14C

5-10 4,02 Aa 2,36Ab 2,10Ab 0,42Bc 0,10Ac 1,80B

10-15 3,70 Aa 2,86Aab 2,46Ab 1,30Ac 0,54Ac 2,17A

Média (0-15 cm) 3,79 a 2,12b 1,74b 0,58c 0,28c

Média (0-10 cm) 3,84 a 2,74b 1,38b 0,22c 0,16c

Mn (mg kg-1)

0-5 56,52 Ab 74,36Aa 61,16Aab 28,89Ac 51,88Ab 54,56A

5-10 64,83 Aa 63,61ABa 48,45Bb 26,69Ac 32,56Bc 47,23B

10-15 63,61 Aa 58,72Bab 46,50Bbc 28,41Ad 32,07Bcd 45,86B

Média (0-15 cm) 61,65 a 65,56a 52,04b 28,00d 38,84c

Média (0-10 cm) 60,67 ab 68,98a 54,81ab 27,79c 42,22bc

P (mg kg-1)

0-5 24,63 27,38 26,40 25,15 26,11 25,93A

5-10 4,10 10,21 13,35 15,94 7,57 10,23B

10-15 1,85 4,31 2,54 7,38 1,91 3,60C

Média (0-15 cm) 10,19 b 13,97ab 14,10ab 16,16a 11,86b

Média (0-10 cm) 14,36 a 18,80a 19,88a 20,55a 16,84a

K (mg kg-1)

0-5 154 Ab 302Aa 257Aa 254Aa 264Aa 246A

5-10 107 Bc 199Ba 143Bbc 170Bab 171Bab 158B

10-15 116 ABab 145Ca 102Bab 114Cab 91Cb 114C

Média (0-15 cm) 126 c 215a 168b 179B 175b

Média (0-10 cm) 131 c 251a 200b 212ab 218ab

H+Al (cmolc kg-1) (1)

0-5 12,43 Aa 9,51Ab 8,44Abc 4,75Bd 7,13Ac 8,45A

5-10 11,43 ABa 10,22Aa 9,69Aa 6,42ABb 5,64Ab 8,68A

10-15 10,53 Ba 9,94Aa 9,52Aa 7,40Ab 6,61Ab 8,80A

Média (0-15 cm) 11,46 a 9,89b 9,22b 6,19c 6,46c

Média (0-10 cm) 11,93 a 9,87b 9,06b 5,59c 6,39c

H+Al (cmolc kg-1) (2)

0-5 16,05 9,42 7,39 3,08 5,77 8,34A

5-10 17,56 18,98 10,59 5,75 4,32 11,44A

10-15 16,58 12,72 11,56 8,04 5,86 10,95A

Média (0-15 cm) 16,73 a 13,71a 9,85bc 5,62c 5,32c

Média (0-10 cm) 16,81 a 14,20a 8,99ab 4,42b 5,05b

138

Apêndice 4. Continuação...

Dose de calcário aplicada (Mg ha-1) Profundidade

(cm) 0 2,2 4,4 8,8 8,8 inc. Média

H+Al (cmolc kg-1) (3)

0-5 29,43 14,91 10,95 3,58 7,98 13,37B

5-10 32,99 36,43 17,32 7,94 5,52 20,04A

10-15 30,68 21,87 19,35 12,17 8,14 18,44A

Média (0-15 cm) 31,03a 24,40b 15,87c 7,90d 7,21d

Média (0-10 cm) 31,21a 25,67a 14,14ab 5,76b 6,75b

Carbono orgânico (g kg-1)

0-5 32,80 35,19 35,68 34,76 32,82 34,58A

5-10 31,78 32,42 32,07 31,76 32,82 32,17B

10-15 30,92 31,34 31,48 31,31 31,26 31,26C

Média (0-15 cm) 31,83b 32,98ab 33,07a 32,61ab 32,86ab

Média (0-10 cm) 32,29b 33,81a 33,88a 33,26a 32,82a

S (cmolc kg-1)

0-5 1,86Ac 7,10Ab 9,09Ab 14,67Aa 10,07Ab 8,56A

5-10 1,32Ac 3,87Bbc 4,79Bb 8,80Ba 10,66Aa 5,89B

10-15 1,55Ab 2,60Bb 3,18Bb 6,72Ba 8,44Aa 4,50C

Média (0-15 cm) 1,57c 4,53b 5,68b 10,06a 9,72a

Média (0-10 cm) 1,59c 5,49b 6,94b 11,74a 10,37a

CTC EFETIVA (cmolc kg-1)

0-5 5,72 8,50 9,98 14,79 10,48 9,89A

5-10 5,58 6,46 7,07 9,32 10,88 7,86B

10-15 5,48 5,67 5,81 8,12 9,10 6,84B

Média (0-15 cm) 5,59c 6,88b 7,62b 10,74a 10,15a

Média (0-10 cm) 5,65c 7,48b 8,53b 12,06a 10,68a

CTC pH 7,0 (cmolc kg-1) (1)

0-5 14,29 16,61 17,53 19,42 17,20 17,01A

5-10 12,75 14,09 14,48 15,22 16,30 14,57B

10-15 12,08 12,54 12,70 14,12 15,05 13,30C

Média (0-15 cm) 13,04b 14,41b 14,90ab 16,25a 16,18a

Média (0-10 cm) 13,52d 15,35c 16,01bc 17,32a 16,75ab

CTC pH 7,0 (cmolc kg-1) (2)

0-5 17,91 16,52 16,48 17,75 15,84 16,90A

5-10 18,88 22,85 15,38 14,55 14,98 17,33A

10-15 18,13 15,32 14,74 14,76 14,30 15,45B

Média (0-15 cm) 18,31a 18,23a 15,53b 15,68b 15,04b

Média (0-10 cm) 18,40a 19,69a 15,93a 16,15a 15,41a

139

Apêndice 4. Continuação...

Dose de calcário aplicada (Mg ha-1) Profundidade

(cm) 0 2,2 4,4 8,8 8,8 inc. Média

CTC pH 7,0 (cmolc kg-1) (3)

0-5 31,29 22,01 20,04 18,25 18,05 21,93A

5-10 34,31 40,30 22,11 16,74 16,18 25,93A

10-15 32,23 24,47 22,53 18,89 16,58 22,94A

Média (0-15 cm) 32,61a 28,92a 21,56b 17,96b 16,93c

Média (0-10 cm) 32,80a 31,16a 21,08a 17,50a 17,12a

V% (1)

0-5 13,02 42,75 51,85 75,54 58,55 48,34A

5-10 10,35 27,47 33,08 57,82 65,40 38,82B

10-15 12,83 20,73 25,04 47,59 56,08 32,46B

Média (0-15 cm) 12,07 c 30,32b 36,66b 60,32a 60,01a

Média (0-10 cm) 11,68 c 35,11b 42,47b 66,68a 61,97a

V% (2)

0-5 10,38 42,98 55,14 82,67 63,58 50,95A

5-10 6,99 16,94 31,14 60,49 71,15 37,34B

10-15 8,55 16,97 21,58 45,54 59,03 30,33C

Média (0-15 cm) 8,64 c 25,63b 35,95b 62,90a 64,59a

Média (0-10 cm) 8,69 c 29,96b 43,15b 71,56a 67,37a

V% (3) 0-5 5,94 32,26 45,36 80,40 55,80 43,95A

5-10 3,85 9,60 21,67 52,57 65,89 30,71B

10-15 4,81 10,63 14,12 35,57 50,92 23,21C

Média (0-15 cm) 4,87 c 17,50bc 27,05b 56,18a 57,54a

Média (0-10 cm) 4,90 c 20,93bc 33,51b 66,48a 60,84a

%Al 0-5 66,24 Aa 13,72Cb 6,87Bb 0,07Bb 2,14Ab 17,80C

5-10 75,33 Aa 37,86Bb 30,49Ab 4,56Bc 0,93Ac 29,81B

10-15 70,52 Aa 52,38Ab 43,64Ab 16,20Ac 6,02Ac 37,75A

Média (0-15 cm) 70,70 a 34,66b 27,00c 6,94d 3,03d

Média (0-10 cm) 70,79 a 25,79b 18,68b 2,32c 1,54c (1) Atributos químicos baseados na acidez potencial determinada pelo método do acetato de cálcio 0,5 mol L-1; (2)

Atributos químicos baseados na acidez potencial estimada pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999); (3) Atributos químicos baseados na acidez potencial estimada pela equação proposta por Kaminski et al. (2001). Médias seguidas pela mesma letra maiúscula/minúscula, não diferem estatisticamente entre si na coluna/linha, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

140

APÊNDICE 5. Atributos radiculares de plantas de soja cultivadas por 25 dias em colunas, de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de lavoura convencional (EMBRAPA Trigo em Sarandi, RS – 2001). Médias de 3 repetições.

Dose de calcário aplicada (Mg ha-1) Profundidade

(cm) 0 1,8 3,6 7,2 7,2 inc. Média

Comprimento do sistema radicular (m)

0-5 4,41Ab 6,97Aa 7,28Aa 7,44Aa 6,67Aa 6,55A

5-10 1,33Ba 1,50Ca 1,71Ba 1,63Ca 1,33Ca 1,50C

10-15 2,50Bbc 4,19Bab 2,13Bc 4,24Ba 3,64Babc 3,34B

Média 2,75b 4,22a 3,71ab 4,44a 3,88a

0-10 cm 5,74b 8,47a 8,99a 9,07a 8,01ab

0-15 cm 8,26b 12,66a 11,22a 13,31a 11,64a

Raio da raiz (mm)

0-5 0,16 0,15 0,14 0,15 0,17 0,15A

5-10 0,15 0,16 0,15 0,14 0,17 0,15A

10-15 0,16 0,14 0,14 0,13 0,12 0,14A

Média 0,16a 0,15a 0,14a 0,14a 0,15a

141

Apêndice 5. Continuação...

Dose de calcário aplicada (Mg ha-1) Profundidade

(cm) 0 1,8 3,6 7,2 7,2 inc. Média

Matéria seca (g planta-1)

0-5 0,07 0,11 0,12 0,14 0,13 0,12A

5-10 0,02 0,02 0,02 0,03 0,03 0,02C

10-15 0,03 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05B

Média 0,03b 0,05a 0,05a 0,06a 0,05a

0-10 0,09b 0,14ab 0,15ab 0,17a 0,16a

0-15 0,12b 0,19ab 0,20a 0,22a 0,21a

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula/minúscula, não diferem estatisticamente entre si na coluna/linha, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

142

APÊNDICE 6. Atributos radiculares de plantas de soja, cultivadas por 25 dias em colunas de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de campo natural (EMBRAPA Trigo em Marau, RS - 2001). Médias de 3 repetições.

Dose de calcário aplicada (Mg ha-1) Profundidade

(cm) 0 2,2 4,4 8,8 8,8 inc. Média

Comprimento do sistema radicular (m)

0-5 3,04 Ad 5,19Ac 6,46Abc 8,18Aa 7,70Aab 6,11A

5-10 0,32 Bb 1,95Ba 2,01Ca 1,98Ca 1,66Cab 1,58C

10-15 0,11 Bb 3,15Ba 3,95Ba 4,75Ba 4,20Ba 3,23B

Média 1,16 c 3,43b 4,14ab 4,97a 4,52a

0-10 3,36 c 7,13b 8,47ab 10,16a 9,36ab

0-15 3,47 c 10,29b 12,42ab 14,91a 13,56a

Raio da Raiz (mm)

0-5 0,20Ba 0,17Aa 0,17Aa 0,16Aa 0,16Aa 0,17 A

5-10 0,20Ba 0,16Aa 0,17Aa 0,13Aa 0,15Aa 0,16 A

10-15 0,34Aa 0,17Ab 0,14Ab 0,13Ab 0,13Ab 0,18 A

Média 0,25a 0,17b 0,16b 0,14b 0,15b

143

Apêndice 6. Continuação...

Dose de calcário aplicada (Mg ha-1) Profundidade

(cm) 0 2,2 4,4 8,8 8,8 inc. Média

Matéria seca (g planta-1)

0-5 0,09 0,13 0,13 0,19 0,14 0,13A

5-10 0,01 0,04 0,04 0,04 0,03 0,03C

10-15 0,01 0,07 0,09 0,07 0,06 0,06B

Média 0,04b 0,08a 0,09a 0,10a 0,08a

0-10 0,10b 0,17ab 0,17ab 0,23a 0,17ab

0-15 0,11c 0,24ab 0,26ab 0,30a 0,23b

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula/minúscula, não diferem estatisticamente entre si na coluna/linha, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

144

APÊNDICE 7. Atributos da parte aérea das plantas de soja cultivadas por 25 dias em colunas, de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de lavoura convencional (EMBRAPA Trigo em Sarandi, RS - 2001). Médias de 3 repetições.

Dose de calcário aplicada (Mg ha-1) Característica

0 1,8 3,6 7,2 7,2 inc.

Comprimento (cm planta-1) 21,43B 23,08AB 24,73A 23,79AB 24,78A

Matéria fresca (g planta-1) 2,40B 3,31AB 3,52A 3,96A 4,03A

Matéria seca (g planta-1) 0,42B 0,58AB 0,64A 0,66A 0,69A

Médias seguidas pela mesma letra na linha, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

APÊNDICE 8. Atributos da parte aérea das plantas de soja, cultivadas por 25 dias em colunas, de um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico cultivado por oito anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em área de campo natural (EMBRAPA Trigo em Marau, RS - 2001). Médias de 3 repetições.

Dose de calcário aplicada (Mg ha-1) Característica

0 2,2 4,4 8,8 8,8 inc.

Comprimento (cm planta-1) 19,58C 21,40BC 25,03A 23,75A 23,27AB

Matéria fresca (g planta-1) 1,71C 3,07B 3,59AB 3,78A 3,21AB

Matéria seca (g planta-1) 0,31D 0,53C 0,65AB 0,70A 0,58BC

Médias seguidas pela mesma letra na linha, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

145

APÊNDICE 9. Desenho esquemático do aparato modificado utilizado na extração da solução do solo por centrifugação.

5 cm

6,0 cm

12 cm

4 cm

5 cm

10 cm

2 cm

0,5 cm

5 cm

Coluna com amostra de solo (PVC)

Papel filtro

Disco em acrílico

Anel Reservatório (PVC)

Aparato de substituição do tubo de centrífuga (em PVC)

Papel filtro

146

APÊNDICE 10. Atributos químicos da camada de 0-20 cm de um Latossolo

Vermelho distrófico típico cultivado por sete anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em lavoura convencional (EMBRAPA Trigo em Passo Fundo, RS - 2000). Médias de 4 repetições.

Dose de calcário aplicada em 1994 (Mg ha-1) Atributo

químico 1 6 24 (1 SMP)

pH H2O 4,0C 4,6B 6,4A

pH SMP 4,5C 5,2B 6,5A

pH CaCl2 3,3C 4,0B 5,7A

Ca (cmolc kg-1) 0,64C 2,58B 6,98A

Mg (cmolc kg-1) 0,22C 1,78B 4,64A

Al (cmolc kg-1) 3,44A 1,33B 0,01C

Mn (mg kg-1) 8,72B 56,96A 8,38B

P (mg kg-1) 27,09A 26,63A 24,49A

K (mg kg-1) 55A 49A 46A

H+Al (cmolc kg-1)(1) 13,65A 7,75B 2,29C

H+Al (cmolc kg-1)(2) 23,93A 11,62B 2,46C

Carbono orgânico (g kg-1) 30,01A 29,22A 29,47A

S (cmolc kg-1) 1,00C 4,49B 11,74A

CTC EFETIVA(cmolc kg-1) 4,47C 6,02B 11,78A T (cmolc kg-1) (1) 14,65A 12,24B 14,03A

T (cmolc kg-1) (2) 24,93A 16,11B 14,20C

V% (1) 6,83C 36,66B 83,68A

V% (2) 4,01C 27,85B 82,67A

% Al 77,47A 22,87B 0,09C (1) Atributos químicos baseados na acidez potencial estimada pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999); (2) Atributos químicos baseados na acidez potencial estimada pela equação proposta por Kaminski et al. (2001). Médias seguidas pela mesma letra, na linha, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

147

APÊNDICE 11. Atributos químicos das colunas (cultivadas com plantas de soja por 25 dias), de um Latossolo Vermelho distrófico típico cultivado por sete anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em lavoura convencional (EMBRAPA Trigo em Passo Fundo, RS – dezembro de 2000). Médias de 3 repetições.

Dose de calcário aplicado em 1994 (Mg ha-1)

1 6 24

Dose de P2O5

aplicada em

2001 (kg ha-1) 0-5cm 5-15cm 0-15 0-5cm 5-15cm 0-15 0-5cm 5-15cm 0-15

pH H2O 0 4,1Aab 4,0Aac 4,2Aac 4,6Aac 4,7Aab 4,7Aab 6,2Aba 6,8Aaa 6,5Aaba

40 4,3Aac 4,1Aac 4,4Aab 4,9Aab 4,8Aabb 4,8Aab 5,9Aba 6,6Aaa 6,3Aaba

80 4,3Aab 4,2Aab 4,5Aab 4,7Aab 4,5Aab 4,8Aab 6,0Aba 6,6Aaa 6,3Aaba

Média 4,2abc 4,1bc 4,4ab 4,7ab 4,7ab 4,8ab 6,1ca 6,7aa 6,4ba

pH SMP 0 4,1Aac 4,1Aac 4,3Aac 5,1Aab 5,1Aab 5,2Aab 6,5Aaba 6,7Aaa 6,2Aba

40 4,3Aac 4,2Aac 4,7Aab 5,6Aab 5,3Aabb 4,9Abb 6,2Aaa 6,6Aaa 6,2Aaa

80 4,4Aabc 4,2Abc 4,8Aab 5,4Aab 4,9Aab 5,3Aab 6,2Aaa 6,4Aaa 6,1Aaa

Média 4,3abc 4,2bc 4,6ac 5,4ab 5,1ab 5,1ab 6,3aba 6,6aa 6,2ba

pH CaCl2

0 3,3Aab 3,3Aab 3,4Aab 3,8Aab 3,8Aab 3,8Aab 5,7Aaa 6,2Aaa 6,1Aaa

40 3,4Aac 3,3Aac 3,6Aab 4,1Aab 3,9Aab 3,9Aab 5,3Aba 5,9Aaa 5,7Aaba

80 3,4Aab 3,3Aab 3,7Aab 3,9Aab 3,7Aab 3,9Aab 5,5Aaa 5,9Aaa 5,6Aaa

Média 3,4ac 3,3ac 3,6ab 4,0ab 3,8ab 3,9ab 5,5aa 6,0aa 5,8aa

148

Apêndice 11. Continuação...

Dose de calcário aplicado em 1994 (Mg ha-1)

1 6 24 Dose de P2O5

aplicada em

2001 (kg ha-1) 0-5cm 5-15cm 0-15 0-5cm 5-15cm 0-15 0-5cm 5-15cm 0-15

Ca (cmolc kg-1)

0 0,81Aac 0,46Aac 0,67Aac 2,97Aab 2,28Aab 2,44Aab 8,06Aaa 7,77Aaa 8,32Aaa

40 1,50Aac 0,62Aac 1,57Aab 3,87Aab 2,61Aabb 2,66Aabb 6,71Aaa 6,99Aaa 7,11Aaa

80 1,33Aac 0,50Aac 1,71Aac 3,30Aab 1,71Abb 2,89Aabb 7,96Aaa 7,23Aaa 6,99Aaa

Média 1,21ac 0,53ac 1,32ac 3,38ab 2,20bb 2,66bb 7,58aa 7,33aa 7,47aa

Mg (cmolc kg-1)

0 0,36Aac 0,22Aac 0,36Aac 1,93Aab 1,79Aab 1,67Aab 4,99Aaa 5,33Aaa 5,22Aaa

40 0,76Aac 0,36Aac 1,08Aab 2,44Aab 2,00Aabb 1,82Abb 4,47Aaa 4,97Aaa 4,69Aaa

80 0,66Aac 0,29Aab 1,24Aab 1,97Aab 1,32Aab 2,15Aab 4,36Aaa 4,84Aaa 4,47Aaa

Média 0,59ac 0,29ac 0,89ac 2,11ab 1,70ab 1,88ab 4,60aa 5,05aa 4,79aa

Al (cmolc kg-1)

0 3,51Aaa 3,79Aaa 3,59Aaa 1,47Aab 1,68ABab 1,64Aab 0,01Aac 0,01Aac 0,01 Aac

40 2,95Aaa 3,55Aaa 2,60Aaa 0,69Abb 1,36Babb 1,62Aaa 0,04Aab 0,01Aab 0,01 Aab

80 2,83Aaa 3,58Aaa 2,44Aaa 1,31Abb 2,85Aaa 1,34Abab 0,04Aab 0,01Aab 0,02 Aab

Média 3,10ac 3,64ac 2,88ac 1,16ab 1,97ab 1,53ab 0,03aa 0,01aa 0,01 aa

149

Apêndice 11. Continuação...

Dose de calcário aplicado em 1994 (Mg ha-1)

1 6 24

Dose de P2O5

aplicada em

2001 (kg ha-1) 0-5cm 5-15cm 0-15 0-5cm 5-15cm 0-15 0-5cm 5-15cm 0-15

Mn (mg kg-1)

0 12,11 12,11 24,29 42,57 27,60 41,49 12,15 5,19 8,12

40 26,83 26,50 17,69 47,35 25,31 15,82 7,39 2,99 10,32

80 49,94 48,16 40,29 34,96 19,72 32,69 31,58 7,39 18,39

Média 29,62 ab 28,95 aa 27,42 aa 41,64aa 24,21aa 30,00aa 17,04aa 5,19aa 12,28aa

P (mg kg-1)

0 30,01Baa 22,06Aaa 27,90Baa 44,66Baa 21,12Aba 29,80Bba 33,20Baa 19,49Aaa 29,00Baa

40 59,86Aaa 23,77Aba 44,52Aaa 62,20ABaa 19,64Aba 49,62Abb 57,85ABaa 21,36Aba 48,28Aabb

80 79,89Aaa 27,83Aba 54,27Aaa 85,04Aaa 24,63Aba 59,07Abb 75,55Aaa 24,79Aba 58,22Abb

Média 56,59aa 24,55ba 42,23aa 63,97aa 21,80ba 46,16ba 50,53aa 21,88ba 45,16aa

K (mg kg-1)

0 103Baa 57Aba 36Aba 79Caa 31Aba 41Baba 64Baa 17Aba 47Aaba

40 144Abaa 60Aba 56Aba 127Baa 38Ab a 71ABba 134Aaa 30Aba 62Aba

80 179Aaa 77Aba 68Aba 195Aaa 38Aca 94Aba 132Aab 39Aba 68Aba

Média 142aa 65ba 53ba 133aab 36cb 69ba 110ab 29cb 59ba

150

Apêndice 11. Continuação...

Dose de calcário aplicado em 1994 (Mg ha-1)

1 6 24

Dose de P2O5

aplicada em

2001 (kg ha-1) 0-5cm 5-15cm 0-15 0-5cm 5-15cm 0-15 0-5cm 5-15cm 0-15

H+AL (cmolc kg-1) (1)

0 9,64Aaa 9,22Aaa 9,64Aaa 8,22Aaa 7,55Aaa 7,97Aaab 3,08Aab 2,40Aab 3,29Aab

40 9,25Aaa 9,57Aaa 9,20Aaa 7,01Aaab 7,05Aaa 7,83Aaa 4,83Aab 2,87Aab 3,21Aab

80 9,47Aaa 9,15Aaa 9,10Aaa 8,36Aaa 8,46Aaa 8,41Aaa 4,85Aab 2,82Aab 3,60Aab

Média 9,45aa 9,31aa 9,31aa 7,86aa 7,69aa 8,07aa 4,25ab 2,70bb 3,37ab

H+Al (cmolc kg-1) (2)

0 19,12Aaa 19,92Aaa 16,06Aaa 7,93Aab 8,12Aab 7,68Aab 2,26Aac 1,87Aac 3,12Aac

40 16,25Aaba 18,27Aaa 12,53ABaa 5,15Abb 6,59Aabb 9,64Aaa 3,01Aac 2,18Aac 3,01Aab

80 15,54Aaa 18,05Aaa 11,23Bba 6,37Aab 9,62Aab 6,63Aab 2,95Aab 2,74Aac 3,38Aab

Média 16,97aa 18,74aa 13,27aa 6,48ab 8,11ab 7,98ab 2,74ac 2,26ac 3,17ac

H+Al (cmolc kg-1) (3)

0 36,77Aaa 38,75Aaa 29,45Aaa 11,96Aab 12,33Aab 1,48Aab 2,41Aac 1,89Aac 3,64Aac

40 29,90Aaba 34,70Aaa 21,45ABaa 6,89Abb 9,46Aabb 5,36Aaa 3,49Aac 2,31Aac 3,49Aab

80 28,24Aaa 34,17Aaa 18,65Bb a 9,05Aab 15,32Aab 9,53Aab 3,40Aab 3,09Aac 4,03Aab

Média 31,64aa 35,87aa 23,18aa 9,30ab 12,37ab 12,12ab 3,10ac 2,43ac 3,72ac

151

Apêndice 11. Continuação...

Dose de calcário aplicado em 1994 (Mg ha-1)

1 6 24

Dose de P2O5

aplicada em

2001 (kg ha-1) 0-5cm 5-15cm 0-15 0-5cm 5-15cm 0-15 0-5cm 5-15cm 0-15

Carbono orgânico (g kg-1)

0 30,15 28,78 29,16 31,26 28,96 29,45 30,24 28,82 30,11

40 30,77 28,66 29,34 30,69 28,53 29,87 30,46 28,20 28,76

80 30,75 28,11 20,54 31,64 28,82 29,93 32,55 28,20 30,17

Média 30,55aa 28,52 aa 29,01aa 31,20aa 28,77aa 29,75aa 31,08aa 28,41aa 29,68aa

S (cmolc kg-1)

0 1,43Aac 0,83Aac 1,12Aac 5,10Aab 4,14Aab 4,22Aab 13,21Aaa 13,15Aaa 13,66Aaa

40 2,63Aac 1,13Aac 2,80Aab 6,63Aab 4,71Aabb 4,66Abb 11,52Aaa 12,04Aaa 11,96Aaa

80 2,45Aac 0,99Aab 3,13Aab 5,76Aab 3,12Aab 5,29Aab 12,66Aaa 12,17Aaa 11,64Aaa

Média 2,17ac 0,98ac 2,35ac 5,83ab 3,99ab 4,72ab 12,46aa 12,45aa 12,42aa

CTC efetiva (cmolc kg-1)

0 4,98Aac 4,66Aac 4,80Aac 6,72Aab 5,92Aab 6,01Aab 13,26Aaa 13,18Aaa 13,70Aaa

40 5,68Aac 4,78Aac 5,46Aab 7,49Aab 6,16Aabb 6,34Abb 11,59Aaa 12,06Aaa 12,01Aaa

80 5,46Aac 4,75Aab 5,72Aab 7,20Aab 6,04Aab 6,75Abb 12,81Aaa 12,21Aaa 11,73Aaa

Média 5,37ac 4,73ac 5,33ac 7,14ab 6,04ab 6,37ab 12,56aa 12,48aa 12,48aa

152

Apêndice 11. Continuação...

Dose de calcário aplicado em 1994 (Mg ha-1)

1 6 24

Dose de P2O5

aplicada em

2001 (kg ha-1) 0-5cm 5-15cm 0-15 0-5cm 5-15cm 0-15 0-5cm 5-15cm 0-15

CTC pH 7,0 (cmolc kg-1) (1)

0 11,07Baa 10,05Baa 10,76Baa 13,32Aaa 11,69Aaa 12,19Aaa 16,29Aaa 15,55Aaa 16,95Aaa

40 11,88Aaa 10,70Aaa 12,00Aaa 13,64Aaa 11,76Aaa 12,49Aaa 16,35Aaa 14,91Aaa 15,17Aaa

80 11,92Baa 10,14Baa 12,23Aaa 14,12Aaa 11,58Aaa 13,70Aaa 17,51Aaa 14,99Aaa 15,24Aaa

Média 11,62aa 10,30aa 11,66aa 13,69ab 11,68bb 12,79abb 16,72aa 15,15aa 15,79aa

CTC pH 7,0 (cmolc kg-1) (2)

0 20,55Aaa 20,75Aaa 17,18Aaa 13,03Aab 12,26Aab 11,90ABab 15,47Aac 15,02Aac 16,78Aac40 18,88Aaa 19,40Aaa 15,33Aaa 11,78Aab 11,30Aabb 14,30Bab 14,53Aac 14,22Aac 14,97Bab80 17,99Aaa 19,04Aaa 14,36Aaa 12,13Aabb 12,74Abb 11,92Aab 15,61Aac 14,91Aab 15,02Bac

Média 19,14aa 19,73Aa 15,62ba 12,31ab 12,10bb 12,71abb 15,21aa 14,72aa 15,59aa

CTC pH 7,0 (cmolc kg-1) (3)

0 38,20 39,58 30,57 17,06 16,47 15,70 15,62 15,04 17,30

40 32,53 35,83 24,25 13,52 14,17 20,02 15,01 14,35 15,45

80 30,69 35,16 21,78 14,81 18,44 14,82 16,06 15,26 15,67

Média 33,81aa 36,85aa 25,53aa 15,13ba 16,36ba 16,85ba 15,56ba 14,88ba 16,14ba

153

Apêndice 11. Continuação...

Dose de calcário aplicado em 1994 (Mg ha-1)

1 6 24

Dose de P2O5

aplicada em

2001 (kg ha-1) 0-5cm 5-15cm 0-15 0-5cm 5-15cm 0-15 0-5cm 5-15cm 0-15

V% (1)

0 12,92Aac 8,26Aac 10,41Aac 38,29Aab 35,41Aab 34,62Aab 81,09Aaa 84,57Aaa 80,59Aaa40 22,14Aac 10,56Abc 23,33Aac 48,61Aab 40,05Aab 37,31Aab 70,46Aaa 80,75Aaa 78,84Aaa80 20,55Aac 9,76Abc 25,59Aac 40,79Aab 26,94Abb 38,61Aab 72,30Aaa 81,19Aaa 76,38Aaa

Média 18,54ac 9,53bc 19,78abc 42,56ab 34,14ab 36,85Ab 74,62aa 82,17Aa 78,60aa

V% (2)

0 6,96Aac 4,00Aac 6,52Aac 39,15Aab 33,78Aab 35,48Aab 85,39Aaa 87,56Aaa 81,43Aaa40 13,93Aac 5,83Abc 18,27Aac 56,30Aab 41,68Aabb 32,59Abb 79,26Aaa 84,67Aaa 79,87Aaa80 13,62Aac 5,20Aac 21,80Aac 47,48Aab 24,49Aab 44,37Aab 81,08Aaa 81,61Aaa 77,51Aaa

Média 11,50abc 5,01bc 15,53ac 47,65ab 33,31ab 37,48ab 81,91Aa 84,61aa 79,60aa

V% (3)

0 3,74 2,10 3,66 29,89 25,14 26,88 84,55 87,42 78,98

40 8,09 3,15 11,55 49,02 33,25 23,28 76,77 83,93 77,43

80 7,98 2,82 14,37 38,88 16,92 35,70 78,84 79,75 74,29

Média 6,60bc 2,69cc 9,86ac 39,27ab 25,10abb 28,62ab 80,05aa 83,70aa 76,90aa

154

Apêndice 11. Continuação...

Dose de calcário aplicado em 1994 (Mg ha-1)

1 6 24

Dose de P2O5

aplicada em

2001 (kg ha-1) 0-5cm 5-15cm 0-15 0-5cm 5-15cm 0-15 0-5cm 5-15cm 0-15

% Al

0 71,10Aaa 82,09Aaa 76,27Aaa 22,39Aab 28,87Aab 27,97Aab 0,08Aab 0,08Aab 0,07Aab 40 52,90Aaa 75,91Aaa 48,18Aaa 9,43Abb 22,41Aabb 25,80Aab 0,35Aab 0,08Aab 0,08Aab 80 53,60Aaa 78,39Aaa 43,83Aaa 18,54Aab 47,74Aab 20,21Aaab 0,32Aab 0,08Aac 0,17Aab Média 59,20ba 78,80aa 56,10ba 16,78ab 33,00ab 24,66ab 0,25ac 0,08ac 0,11ac (1)Atributos químicos baseados na acidez potencial determinada pelo método do acetato de cálcio 0,5 mol L-1; (2)Atributos químicos baseados na acidez potencial estimada pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999); (3)Atributos químicos baseados na acidez potencial estimada pela equação proposta por Kaminski et al. (2001). Pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade, médias seguidas pela mesma letra maiúscula, não diferem estatisticamente entre si na coluna; médias seguidas pela mesma letra minúscula, não diferem estatisticamente entre si na linha para a mesma dose de calcário; médias seguidas pela mesma letra minúscula em negrito/itálico, não diferem estatisticamente entre si na linha para doses de calcário distintas na mesma profundidade.

155

APÊNDICE 12. Atributos do sistema radicular de plantas de soja cultivadas por 25 dias em colunas, de um Latossolo Vermelho distrófico típico cultivado por sete anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em lavoura convencional (EMBRAPA Trigo em Passo Fundo, RS - 2000). Médias de 3 repetições.

Dose de calcário aplicado em 1994 (Mg ha-1)

1 6 24

Dose de P2O5

aplicada em

2001 (kg ha-1) 0-5cm 5-15cm 0-15 0-5cm 5-15cm 0-15 0-5cm 5-15cm 0-15

Comprimento do sistema radicular (m)

0 6,82Babb 1,82Bbb 8,64Bab 9,28Baba 5,65Aba 14,93Baa 8,18Baba 5,79Bbb 13,97Caa

40 10,59Abb 3,35Acb 13,94Aab 11,16Aaa 5,34Aba 16,50ABaab 12,85Aba 6,37Aca 19,22Baa

80 11,56Abb 5,50Acb 17,06Aab 13,38Aaa 6,81Abab 20,19Aaab 14,01Abab 9,80Aca 23,81Aaa

Média 9,65bb 3,56cb 13,21ab 11,27ba 5,93ca 17,21aa 11,68ba 7,32ca 19,00aa

Raio da Raiz (mm)

0 0,18Aaa 0,20Aaa 0,17 Aaa 0,13Aab 0,13Aab 0,14Aaa 0,13Aab 0,14Aab 0,15Aaa

40 0,16ABaa 0,17ABaa 0,16 Aaa 0,11Aab 0,14Aaa 0,14Aaa 0,13Aaab 0,14Aaa 0,14Aaa

80 0,13Baa 0,16Baa 0,14 Aaa 0,12Aaa 0,15Aaab 0,13Aaa 0,14Aaa 0,12Aab 0,13Aaa

Média 0,16aa 0,17aa 0,16aa 0,12ab 0,14ab 0,13ab 0,13ab 0,13ab 0,14aab

156

Apêndice 12. Continuação...

Dose de calcário aplicado em 1994 (Mg ha-1)

1 6 24

Dose de P2O5

aplicada em

2001 (kg ha-1) 0-5cm 5-15cm 0-15 0-5cm 5-15cm 0-15 0-5cm 5-15cm 0-15

Matéria seca (g planta-1)

0 0,12Bab 0,03Bbb 0,16Cab 0,16Abab 0,12Aba 0,26Baa 0,19Bba 0,10Aca 0,28Baa

40 0,14ABbb 0,06ABcb 0,21Bab 0,19Abab 0,12Aca 0,30ABaa 0,24ABba 0,13Aca 0,34Aaa

80 0,17Abb 0,10Aca 0,26Aab 0,19Abb 0,13Aca 0,33Aaa 0,24Aba 0,14Aca 0,37Aaa

Média 0,15bc 0,07cb 0,21ac 0,18bb 0,12ca 0,30ab 0,22ba 0,12ca 0,33aa

Pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade, médias seguidas pela mesma letra maiúscula, não diferem estatisticamente entre si na coluna; médias seguidas pela mesma letra minúscula, não diferem estatisticamente entre si na linha para a mesma doses de calcário; médias seguidas pela mesma letra minúscula em negrito/itálico, não diferem estatisticamente entre si na linha para doses de calcário distintas na mesma profundidade.

157

APÊNDICE 13. Atributos químicos do solo das colunas (camada de 0-10 cm)

onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo, em um Latossolo Vermelho distrófico típico cultivado por sete anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em lavoura convencional (EMBRAPA Trigo em Passo Fundo, RS - 2000). Médias de 3 repetições.

Dose de calcário aplicada em 1994 (Mg ha-1) Dose de fósforo

aplicada em 2002

(mg L-1) 1 6 24 (1 SMP) Média

pH SMP

0 4,6Cc 5,2Bb 6,4Aa 5,4AB

40 4,6Cc 5,3ABb 6,3Aa 5,4B

80 4,7Cc 5,3ABb 6,3Aa 5,4AB

160 4,7Cc 5,3ABb 6,3Aa 5,4AB

320 4,7Cc 5,3ABb 6,3Aa 5,4AB

640 4,9Bc 5,3ABb 6,3Aa 5,5A

1.280 5,0ABc 5,4Ab 6,1Ba 5,5A

2.560 5,1Ac 5,4Ab 5,9Ca 5,4AB

Média 4,8c 5,3b 6,2a

pH CaCl2 0 3,8Cc 4,2Db 5,8Aa 4,6CD

40 3,8Cc 4,3CDb 5,6Ba 4,5D

80 3,8Cc 4,3CDb 5,6Ba 4,6D

160 3,8Cc 4,3CDb 5,7ABa 4,6CD

320 3,8Cc 4,3BCDb 5,7ABa 4,6CD

640 3,9BCc 4,4BCb 5,7ABa 4,7BC

1.280 4,0Bc 4,5Bb 5,8Aa 4,7B

2.560 4,4Ac 4,8Ab 5,8Aa 5,0A

Média 3,9c 4,4b 5,7a

158

Apêndice 13. Continuação...

Dose de calcário aplicada em 1994 (Mg ha-1) Dose de fósforo

aplicada em 2002

(mg L-1) 1 6 24 (1 SMP) Média

Ca (cmolc kg-1)

0 0,55Ac 2,32ABb 6,00Aa 2,96A

40 0,42Ac 2,42ABb 5,96Aa 2,93A

80 0,36Ac 2,33ABb 6,00Aa 2,90A

160 0,49Ac 2,39ABb 6,00Aa 2,96A

320 0,43Ac 2,62Ab 5,77Aa 2,94A

640 0,48Ac 2,50ABb 5,86Aa 2,95A

1.280 0,42Ac 2,41ABb 5,62Aa 2,81A

2.560 0,39Ac 2,06Bb 4,45Ba 2,30B

Média 0,44c 2,38b 5,71a

Mg (cmolc kg-1)

0 0,12Ac 1,49Ab 4,13Aa 1,91A

40 0,06Ac 1,56Ab 3,99Aa 1,87A

80 0,10Ac 1,60Ab 4,14Aa 1,95A

160 0,14Ac 1,55Ab 4,09Aa 1,93A

320 0,13Ac 1,72Ab 3,87ABa 1,91A

640 0,19Ac 1,71Ab 4,05Aa 1,98A

1.280 0,20Ac 1,72Ab 4,03Aa 1,99A

2.560 0,25Ac 1,67Ab 3,57Ba 1,83A

Média 0,15c 1,63b 3,98a

Mn (mg kg-1)

0 5,56Ca 5,05ABa 0,16Ab 3,59B

40 6,08BCa 5,05ABa 1,55Ab 4,23AB

80 7,52ABCa 4,64Bb 0,47Ac 4,21AB

160 8,14ABa 4,64Bb 0,63Ac 4,47AB

320 7,11ABCa 7,11Aa 0,94Ab 5,05A

640 7,32ABCa 5,26ABb 0,47Ac 4,35AB

1.280 8,76Aa 4,64Bb 0,00Ac 4,47AB

2.560 8,34Aa 6,29ABb 0,00Ac 4,88AB

Média 7,35a 5,33b 0,53c

159

Apêndice 13. Continuação...

Dose de calcário aplicada em 1994 (Mg ha-1) Dose de fósforo

aplicada em 2002

(mg L-1) 1 6 24 (1 SMP) Média

K (mg kg-1)

0 78 52 54 61G

40 93 73 67 78FG

80 123 109 94 109EF

160 166 140 125 143E

320 246 218 206 224D

640 437 407 368 404C

1.280 747 680 664 697B

2.560 1351 1263 1240 1285A

Média 405a 368b 352b

H+Al (cmolc kg-1)(1)

0 8,82BCDa 7,15BCDb 2,82Cc 6,26D

40 8,48Da 6,93CDb 3,12Cc 6,18D

80 8,74CDa 7,01BCDb 2,93Cc 6,23D

160 9,00BCDa 6,77Db 3,15Cc 6,31CD

320 9,29ABCa 7,06BCDb 3,40BCc 6,58CD

640 9,31ABCa 7,63ABCb 3,36BCc 6,77BC

1.280 9,57ABa 7,80ABb 3,99Bc 7,12B

2.560 9,85Aa 8,33Ab 5,49Ac 7,89A

Média 9,13a 7,34b 3,53c

H+Al (cmolc kg-1)(2)

0 12,31Aa 7,40Ab 2,51Bc 7,41A

40 12,31Aa 7,00ABb 2,75Bc 7,35AB

80 11,58ABa 6,96ABb 2,74Bc 7,09AB

160 11,58ABa 6,77ABb 2,74Bc 7,03AB

320 11,25Ba 6,55ABb 2,87Bc 6,89BC

640 9,67Ca 6,75ABb 2,87Bc 6,43CD

1.280 8,84CDa 6,36Bb 3,28ABc 6,16D

2.560 8,08Da 6,36Bb 4,05Ac 6,16D

Média 10,70a 6,77b 2,98c

160

Apêndice 13. Continuação...

Dose de calcário aplicada em 1994 (Mg ha-1) Dose de fósforo

aplicada em 2002

(mg L-1) 1 6 24 (1 SMP) Média

H+Al (cmolc kg-1)(3)

0 20,97Aa 10,97Ab 2,75Bc 11,57A

40 20,97Aa 10,23ABb 3,11Bc 11,44AB

80 19,40ABa 10,14ABb 3,09Bc 10,88AB

160 19,40ABa 9,78ABb 3,09Bc 10,76AB

320 18,70Ba 9,39ABb 3,28Bc 10,45BC

640 15,42Ca 9,74ABb 3,28Bc 9,48CD

1.280 13,75CDa 9,04Bb 3,89ABc 8,89D

2.560 12,26Da 9,04Bb 5,09Ac 8,79D

Média 17,61a 9,79b 3,45c

Carbono orgânico (g kg-1) 0 29,40 30,38 29,98 29,92 A

40 29,51 30,34 30,25 30,04 A

80 29,46 30,22 30,16 29,95 A

160 29,60 29,86 30,33 29,93 A

320 30,17 30,94 29,65 30,25 A

640 29,17 30,70 29,95 29,94 A

1.280 29,25 30,38 29,60 29,74 A

2.560 29,30 30,77 29,36 29,81 A

Média 29,48 B 30,45 a 29,91 b

S (cmolc kg-1)

0 0,87Dc 3,94Eb 10,27Ca 5,03D

40 0,72Dc 4,17DEb 10,11Ca 5,00D

80 0,77Dc 4,22DEb 10,38BCa 5,12D

160 1,06CDc 4,30DEb 10,41BCa 5,26D

320 1,19CDc 4,90CDb 10,18Ca 5,42D

640 1,78BCc 5,25BCb 10,86ABCa 5,96C

1.280 2,53Bc 5,87Bb 11,34Aa 6,58B

2.560 4,10Ac 6,96Ab 11,19ABa 7,41A

Média 1,63c 4,95b 10,59a

161

Apêndice 13. Continuação...

Dose de calcário aplicada em 1994 (Mg ha-1) Dose de fósforo

aplicada em 2002

(mg L-1) 1 6 24 (1 SMP) Média

CTC EFETIVA(cmolc kg-1)

0 4,11ABc 5,37Cb 10,27Ba 6,58C

40 4,19ABc 5,57BCb 10,12Ba 6,63C

80 3,99Bc 5,54Cb 10,39Ba 6,64C

160 4,20ABc 5,60BCb 10,42Ba 6,74C

320 3,95Bc 5,87BCb 10,19Ba 6,67C

640 4,11ABc 6,03BCb 10,87ABa 7,00BC

1.280 4,21ABc 6,38Bb 11,39Aa 7,33B

2.560 4,90Ac 7,28Ab 11,34Aa 7,84A

Média 4,21c 5,96b 10,62a

CTC pH 7,0 (cmolc kg-1) (1)

0 9,69 11,09 13,08 11,29E

40 9,20 11,10 13,23 11,18E

80 9,51 11,23 13,31 11,35E

160 10,06 11,08 13,56 11,57DE

320 10,48 11,96 13,57 12,00D

640 11,10 12,88 14,21 12,73C

1.280 12,10 13,67 15,33 13,70B

2.560 13,94 15,29 16,68 15,30A

Média 10,76c 12,29b 14,12a

CTC pH 7,0 (cmolc kg-1) (2)

0 13,18Aa 11,35BCb 12,77Ca 12,43B

40 13,03Aa 11,17Cb 12,87Ca 12,35B

80 12,35ABCa 11,18Cb 13,12Ca 12,22B

160 12,64Aa 11,07Cb 13,15Ca 12,29B

320 12,44ABa 11,45BCb 13,05Ca 12,31B

640 11,45BCb 12,00BCb 13,73BCa 12,39B

1.280 11,37Cc 12,23Bb 14,63ABa 12,74B

2.560 12,17ABCc 13,32Ab 15,24Aa 13,58A

Média 12,33b 11,72c 13,57a

162

Apêndice 13. Continuação...

Dose de calcário aplicada em 1994 (Mg ha-1) Dose de fósforo

aplicada em 2002

(mg L-1) 1 6 24 (1 SMP) Média

CTC pH 7,0 (cmolc kg-1) (3)

0 21,84Aa 14,92ABb 13,02Cc 16,59A

40 21,70Aa 14,40ABb 13,22Cb 16,44AB

80 20,17ABa 14,35ABb 13,47Cb 16,00ABC

160 20,46ABa 14,09Bb 13,50Cb 16,02ABC

320 19,89Ba 14,29ABb 13,45Cb 15,88ABC

640 17,20Ca 14,99ABb 14,13BCb 15,44C

1.280 16,28Ca 14,91ABb 15,23ABab 15,47BC

2.560 16,35Ca 16,00Aa 16,28Aaa 16,21ABC

Média 19,24a 14,74b 14,04c

V % (1)

0 8,95D 35,52D 78,46A 40,98D

40 7,85D 37,37CD 76,41AB 40,54D

80 8,01D 37,56CD 78,00AB 41,19D

160 10,55D 38,73BCD 76,78AB 42,02CD

320 11,36D 41,00BC 74,98AB 42,45CD

640 16,04C 40,68ABC 76,38AB 44,37BC

1.280 20,93B 42,94AB 74,00B 45,96AB

2.560 29,34A 45,41A 66,96C 47,24A

Média 14,13c 39,90b 75,25a

V % (2)

0 6,63Dc 34,83Db 80,38Aa 40,61DE

40 5,56Dc 37,36Db 78,61Aa 40,51E

80 6,21Dc 37,75Db 79,11Aa 41,02DE

160 8,38Dc 38,85CDb 79,15Aa 42,13DE

320 9,55Dc 42,75Cb 77,99Aa 43,43CD

640 15,54Cc 43,66BCb 79,07ABa 46,09C

1.280 22,27Bc 48,00ABb 77,55ABa 49,28B

2.560 33,59Ac 52,15Ab 73,28Ba 53,01A

Média 13,47c 41,92b 78,14a

163

Apêndice 13. Continuação...

Dose de calcário aplicada em 1994 (Mg ha-1) Dose de fósforo

aplicada em 2002

(mg L-1) 1 6 24 (1 SMP) Média

V % (3)

0 4,02 Dc 26,59 Eb 78,85 Aa 36,48 D

40 3,35 Dc 29,30 Eb 76,51 Aa 36,39 D

80 3,81 Dc 29,41 DEb 77,07 Aa 36,76 D

160 5,18 Dc 30,67 CDEb 77,12 Aa 37,66 D

320 5,97 CDc 34,30 CDb 75,64 Aa 38,64 CD

640 10,35 Cc 34,95 BCb 76,80 Aa 40,70 BC

1.280 15,56 Bc 39,42 ABb 74,48 Aa 43,15 AB

2.560 25,01 Ac 43,47 Ab 68,62 Ba 45,70 A

Média 9,16 C 33,51 B 75,63 a

% Al

0 78,86 ABa 26,31 Ab 0,05 Ac 35,08 A

40 82,68 Aa 25,61 Ab 0,05 Ac 36,11 A

80 80,71 ABa 23,63 Ab 0,05 Ac 34,80 A

160 74,57 BCa 23,27 ABb 0,09 Ac 32,64 AB

320 69,57 Ca 16,32 BCb 0,09 Ac 28,66 B

640 56,29 Da 12,92 CDb 0,09 Ac 23,10 C

1.280 39,40 Ea 7,84 DEb 0,38 Ac 15,87 D

2.560 16,11 Fa 4,18 Eb 1,39 Ab 7,23 E

Média 62,27 A 17,51 b 0,27 C (1)Atributos químicos baseados na acidez potencial determinada pelo método do acetato de cálcio 0,5 mol L-1; (2)Atributos químicos baseados na acidez potencial estimada pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999); (3)Atributos químicos baseados na acidez potencial estimada pela equação proposta por Kaminski et al. (2001). Médias seguidas pela mesma letra maiúscula/minúscula, não diferem estatisticamente entre si na coluna/linha, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

164

APÊNDICE 14. Atributos químicos da solução do solo das colunas (camada de

0-10 cm) onde foram aplicadas doses crescentes de fósforo, em um Latossolo Vermelho distrófico típico cultivado por sete anos no sistema plantio direto, após a aplicação de calcário em lavoura convencional (EMBRAPA Trigo em Passo Fundo, RS - 2000). Médias de 3 repetições.

Dose de calcário aplicada em 1994 (Mg ha-1) Dose de fósforo

aplicada em 2002

(mg L-1) 1 6 24 (1 SMP) Média

pH H2O 0 4,7 5,6 6,3 5,5 A

40 4,6 5,7 6,4 5,5 A

80 4,7 5,7 6,2 5,5 A

160 4,8 5,6 6,0 5,5 A

320 4,9 5,7 6,1 5,6 A

640 4,4 5,7 6,2 5,4 A

1.280 4,3 5,3 6,1 5,2 A

2.560 4,3 5,3 6,0 5,2 A

Média 4,6 c 5,6 b 6,2 a

Condutividade elétrica (dS m-1)

0 0,69 1,02 1,25 0,98 C

40 0,63 0,87 1,09 0,87 C

80 0,63 1,08 1,27 0,99 C

160 0,58 1,03 1,21 0,94 C

320 0,81 1,14 1,19 1,05 C

640 0,84 1,24 1,34 1,14 C

1.280 1,27 1,66 1,51 1,48 B

2.560 1,95 2,43 2,85 2,41 A

Média 0,92a 1,31b 1,46b

165

Apêndice 14. Continuação...

Dose de calcário aplicada em 1994 (Mg ha-1) Dose de fósforo

aplicada em 2002

(mg L-1) 1 6 24 (1 SMP) Média

Carbono orgânico solúvel (mg L-1)

0 36,95Ac 84,13BCb 105,94Da 75,67 C

40 37,90Ac 88,82BCb 147,43BCa 91,38 BC

80 29,31Ac 67,62Cb 115,92CDa 70,95 C

160 31,31Ac 91,65BCb 146,87BCa 89,94 BC

320 30,84Ab 83,73BCa 113,12CDa 75,90 C

640 35,54Ac 85,24BCb 149,25BCa 90,01 BC

1.280 33,03Ab 134,76Aa 158,86Ba 108,88 B

2.560 58,27Ac 113,65ABb 227,17Aa 133,03 A

Média 36,64c 93,70b 145,57a

Ca (mg L-1)

0 69,51Ab 75,06Ab 158,87Aa 101,15 A

40 35,20BCb 25,59Cb 143,24Aa 68,01 BC

80 47,63ABb 59,07ABb 129,68ABa 78,79 B

160 33,73BCDb 37,69BCb 156,13Aa 75,85 B

320 34,97BCb 58,87ABb 108,30BCa 67,38 BC

640 42,57ABb 64,24ABab 78,43Cda 61,75 BCD

1.280 8,37CDb 82,74Aa 64,45Da 51,85 CD

2.560 1,69Db 67,09ABa 73,21Da 47,33 D

Média 34,21c 58,80b 114,04a

Mg (mg L-1)

0 8,86Ab 28,18ABa 33,41Aa 23,48 AB

40 5,97Ab 12,37Cb 25,58ABa 14,64 C

80 9,07Ab 28,16ABa 26,48ABa 21,24 ABC

160 9,64Ab 18,28BCab 23,23ABa 17,05 BC

320 11,59Ab 28,52ABa 29,77ABa 23,29 AB

640 11,91Ab 29,82ABa 31,42ABa 24,39 AB

1.280 13,58Ab 41,23Aa 19,09Bb 24,63 AB

2.560 11,14Ab 37,35Aa 36,28Aa 28,25 A

Média 10,22b 27,99a 28,15a

166

Apêndice 14. Continuação...

Dose de calcário aplicada em 1994 (Mg ha-1) Dose de fósforo

aplicada em 2002

(mg L-1) 1 6 24 (1 SMP) Média

K (mg L-1)

0 42,49Da 15,36Ca 15,73Ca 24,52 D

40 44,95Da 16,03Ca 20,87Ca 27,28 D

80 55,93CDa 22,16Ca 24,43Ca 34,17 D

160 62,12CDa 23,73Cab 23,07Cb 36,31 D

320 89,27CDa 33,97Cb 29,99Cb 51,08 CD

640 105,26Ca 57,51Cb 43,44Cb 68,74 C

1.280 260,71Ba 203,17Bb 239,52Bab 234,47 B

2.560 516,93Ab 690,08Aa 707,41Aa 638,14 A

Média 147,21a 132,75b 138,06ab

Na (mg L-1)

0 17,45BCa 12,73BCb 6,50Cc 12,23 CDE

40 16,77BCa 12,22Cb 6,38Cc 11,79 E

80 24,50Aa 11,71Cb 8,40BCb 14,87 BC

160 14,58Ca 14,68ABCa 6,82Cb 12,03 DE

320 20,79ABa 16,44ABCb 6,69Cc 14,64 BCD

640 18,50BC 17,14ABa 7,44Cb 14,36 BCDE

1.280 17,09BCa 19,23Aa 12,28ABb 16,20 AB

2.560 18,50BCa 18,76Aa 16,64Aa 17,97 A

Média 18,52a 15,36b 8,89c

Mn (mg L-1)

0 1,61Ba 0,69Bb 0,00Ac 0,77 CD

40 1,69Ba 0,71Bb 0,00Ac 0,80 BCD

80 1,13Ca 0,93Ba 0,00Ab 0,69 D

160 1,33BCa 0,78Bb 0,00Ac 0,70 D

320 1,51BCa 1,59Aa 0,00Ab 1,03 B

640 1,46BCa 1,56Aa 0,00Ab 1,01 BC

1.280 2,55Aa 1,75Ab 0,00Ac 1,43 A

2.560 1,57Ba 0,64Bb 0,00Ac 0,73 D

Média 1,60a 1,08b 0,00c

167

Apêndice 14. Continuação...

Dose de calcário aplicada em 1994 (Mg ha-1) Dose de fósforo

aplicada em 2002

(mg L-1) 1 6 24 (1 SMP) Média

Al (mg L-1)

0 2,69Ab 0,06Aa 0,10Aa 0,95 A

40 1,02Bb 0,06Aa 0,10Aa 0,39 B

80 0,86BCb 0,06Aa 0,11Aa 0,34 BC

160 0,21Fb 0,11Aa 0,12Aa 0,15 E

320 0,62Db 0,08Aa 0,09Aa 0,27 CD

640 0,75CDb 0,04Aa 0,10Aa 0,30 BCD

1.280 0,44Eb 0,12Aa 0,12Aa 0,23 DE

2.560 0,19Fa 0,11Aa 0,11Aa 0,14 E

Média 0,85a 0,08b 0,11b

NH4 (mg L-1)

0 0,63ABa 0,45Aa 0,71Aa 0,60 A

40 0,95Aa 0,47Ab 0,77Ab 0,73 A

80 0,68ABb 0,49Ab 0,97Aa 0,71 A

160 0,59Ba 0,59Aa 0,79Aa 0,65 A

320 0,52Bb 0,43Ab 0,93Aa 0,63 A

640 0,56Bb 0,60Ab 0,91Aa 0,69 A

1.280 0,36Bb 0,53Ab 1,00Aa 0,63 A

2.560 0,68ABa 0,59Aa 0,84Aa 0,71 A

Média 0,62b 0,52c 0,86a

Cl (mg L-1)

0 73,64Aa 22,03Bb 42,97Bb 46,21BC

40 98,85Aa 19,85Bc 45,85Bb 54,85B

80 21,78Ba 17,90Ba 34,70Ba 24,79D

160 25,28Ba 30,03Ba 29,88Ba 28,39CD

320 24,95Ba 28,93Ba 20,15Ba 24,68D

640 32,08Ba 20,95Ba 23,85Ba 25,63D

1.280 40,60Ba 39,17Ba 31,60Ba 37,12BCD

2.560 82,70Aa 77,93Aa 82,33Aa 80,99A

Média 49,98a 32,10b 38,92b

168

Apêndice 14. Continuação...

Dose de calcário aplicada em 1994 (Mg ha-1) Dose de fósforo

aplicada em 2002

(mg L-1) 1 6 24 (1 SMP) Média

NO3 (mg L-1)

0 316,02CDa 175,68Ba 180,51Ca 224,07C

40 629,98ABa 205,93Bb 147,43Cb 327,78C

80 127,65Db 396,25Ba 252,19BCab 258,70C

160 141,25Da 300,93Ba 164,35Ca 202,18C

320 199,28Da 377,48Ba 321,53BCa 299,43C

640 264,40CDa 430,28Ba 404,65BCa 366,44C

1.280 518,30BCb 745,80Aa 478,95Bb 581,02B

2.560 810,60Aa 816,67Aa 890,47Aa 839,24A

Média 375,93a 431,13a 355,01a

PO4 (mg L-1)

0 0,74Ba 0,67Ca 0,87Ca 0,76C

40 1,90Ba 2,00BCa 2,35Ca 2,08C

80 2,08Ba 1,95BCa 1,70Ca 1,91C

160 2,05Ba 1,69BCa 2,53Ca 2,09C

320 2,00Ba 1,62BCa 2,13Ca 1,91C

640 1,95Ba 2,20BCa 2,18Ca 2,11C

1.280 3,90Bb 8,47Bab 12,43Ba 8,27B

2.560 67,93Ac 135,40Ab 214,93Aa 139,42A

Média 10,32c 19,25b 29,89a

SO4 (mg L-1)

0 7,31Ba 1,47Ba 3,55Ca 4,11B

40 16,03Ba 3,30Bb 5,38Cb 8,24B

80 9,03Ba 3,35Ba 4,63Ca 5,67B

160 10,43Ba 4,31Ba 7,58BCa 7,44B

320 9,43Ba 5,49Ba 8,73BCa 7,88B

640 4,88Ba 11,22Ba 6,48Ca 7,52B

1.280 6,40Bb 6,67Bb 20,70Ba 11,26B

2.560 56,50Aa 61,67Ab 175,60Aa 97,92A

Média 15,00b 12,18b 29,08a (1)Atributos químicos baseados na acidez potencial determinada pelo método do acetato de cálcio 0,5 mol L-1; (2)Atributos químicos baseados na acidez potencial estimada pela equação proposta por Escosteguy & Bissani (1999); (3)Atributos químicos baseados na acidez potencial estimada pela equação proposta por Kaminski et al. (2001). Médias seguidas pela mesma letra maiúscula/minúscula, não diferem estatisticamente entre si na coluna/linha, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

8 RESUMO BIOGRÁFICO

Antonio Nolla, filho de Ezaldir Nolla e Irene Nolla, nasceu em

Toledo–PR, no dia 25 de abril de 1973.

De 1980 a 1990, cursou o 10 e 20 graus no Colégio La Salle, em

Toledo–PR.

Em novembro de 1991, iniciou o Curso de Agronomia na

Universidade Federal de Santa Maria-RS, graduando-se em setembro de 1996.

Em outubro de 1996, iniciou o Curso de Mestrado em Solos e

Nutrição de Plantas na Universidade Federal de Viçosa, Viçosa-MG, o qual foi

concluído em março de 1999.

Em março de 1999, iniciou o Curso de Doutorado em Ciência do

Solo no Programa de Pós-Graduação em Agronomia na Universidade Federal

do Rio Grande do Sul, Porto Alegre-RS.