Crônicas sala 8.2

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Querer e não fazer Em pleno domingo, saímos para almoçar. Meus pais escolheram ir ao clube Círculo Militar, e ao meu irmão e a mim, coube aceitar a decisão. O salão estava cheio, e havia música ao vivo. Não que essa fosse lá uma beleza; quando o artista cantava em inglês, errava a letra, e quando a música era em português, era sertanejo. Apesar disso, a música estava animada e dava aquela vontade de levantar e dançar, afinal, era isso ou ficar sentada esperando meus pais terminarem. Porém observei o salão e notei que ninguém estava dançando. Todos estavam em suas respectivas mesas tratando de parecer os mais finos e sofisticados possível. E não seria eu a primeira quebrar esse cenário. Mais espere! Eu disse ninguém? Não, isso não! Pois no final da minha observação, noto uma mulher com síndrome de down, perto da entrada do local, atraindo muitos olhares jocosos, pois estava dançando. Mas não era uma simples dança, ela imitava o Michael Jackson, Elvis Presley, e até o John Travolta naquele filme “Embalos de sábado à noite”. Enquanto eu a olhava, meus pais terminaram e fomos para casa. Mas quer saber uma coisa? Devia ter levantado e ido dançar. Com ela, aposto que teria sido bem mais divertido. Alice Maria Salvatore Barbin Laurindo

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Esse é um projeto dos alunos do oitavo ano do colegio São Luis. O intuito desse projeto é estudar o gênero crônica.

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Page 1: Crônicas sala 8.2

Querer e não fazer

Em pleno domingo, saímos para almoçar. Meus pais escolheram ir ao

clube Círculo Militar, e ao meu irmão e a mim, coube aceitar a decisão.

O salão estava cheio, e havia música ao vivo. Não que essa fosse lá

uma beleza; quando o artista cantava em inglês, errava a letra, e quando

a música era em português, era sertanejo. Apesar disso, a música estava

animada e dava aquela vontade de levantar e dançar, afinal, era isso ou

ficar sentada esperando meus

pais terminarem.

Porém observei o salão

e notei que ninguém estava

dançando. Todos estavam em

suas respectivas mesas

tratando de parecer os mais

finos e sofisticados possível. E

não seria eu a primeira

quebrar esse cenário.

Mais espere! Eu disse

ninguém? Não, isso não! Pois

no final da minha observação,

noto uma mulher com

síndrome de down, perto da

entrada do local, atraindo

muitos olhares jocosos, pois

estava dançando. Mas não era uma simples dança, ela imitava o Michael

Jackson, Elvis Presley, e até o John Travolta naquele filme “Embalos de

sábado à noite”.

Enquanto eu a olhava, meus pais terminaram e fomos para casa.

Mas quer saber uma coisa? Devia ter levantado e ido dançar. Com ela,

aposto que teria sido bem mais divertido.

Alice Maria Salvatore Barbin Laurindo

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A família Robô

Lá estava eu em mais uma longa prosa divertida com minhas primas.

Fofocas para lá, fofocas para cá, beijos para lá... E assim eu ia, entretida

em cada caso, até de pessoas que eu jamais ouvira falar, quando Júlia,

minha prima mais nova, gritou de seu quarto:

- Meu gatinho morreu! – e começou a chorar desesperadamente,

dando berros.

Eu, angustiada, fui atrás de Júlia e do tal gato desconhecido. Corria até o

quarto e a vi chorando, em frente a um computador. Confusa perguntei:

- Jû cadê o gato?

- Aqui ó tia – respondeu Júlia, gaguejando. E apontou para a tela do

computador

Quando olhei, vi um pequeno gatinho rosa com os olhos com um “X” no

meio, desmaiado.

- Eu me esqueci de entrar no meu Facebook para alimentá-lo. Agora

ele morreu.

Sem entender nada, voltei para minha prosa e comentei sobre o tal

gatinho

- Ah, sua boba , é um gatinho virtual, Júlia já teve uns sete desses! Mas

eles sempre acabam morrendo – disse tia Roberta mãe de Júlia.

De repente começamos a sentir uma vibração.

- Meu bebê! - gritou tia Roberta

Levantei correndo e vi um pequeno celular na minha cadeira

- Bebê! ? Isso é um bebê? – Perguntei eu.

- Sim, meu bebê, tadinho – disse Roberta abraçando o aparelho

Despedi-me de todos, peguei meu carro e fui embora pensando:

- Minha família é mesmo louca ou eu que estou fora do mundo?

Anna Saccomandi

Page 3: Crônicas sala 8.2

Todas as manhãs

Neste dia acordei as 5h40 como de costume, com minha mãe me

chamando. Tento me levantar com esforço da cama, mas não

resisto ao frio e ao sono, e volto a me deitar na cama. Minha mãe

vem me chamar pessoalmente em minha cama para que eu não

volte a me deitar.

Quando me levanto. vejo que consigo resistir ao frio.Então saio do

meu quarto e dou de cara com minha cachorra,Tifani, ela pula com

alegria, mas já que ela é pouco menor que minha canela ela cai,

porem não desiste, e volta a pular em mim, impedindo minha

passagem até a cozinha.

Com muito esforço, ando pela sala, desviando da Tifani, chego até a

cozinha. Comprimento minha mãe e começo a tomar meu

café.Algum tempo depois, chega meu irmão muito sonolento, assim

como eu e senta-se para tomar seu café da manha.

Quando termino meu café, volto ao meu quarto, lá encontro a

Tifani e passo algum tempo brincando com ela. Rapidamente troco

minha roupa e volto a me deitar, pois minha mãe sempre demora

muito para se aprontar.

Quando minha mãe entra em meu quarto e pede para que eu

levante e sai correndo para o elevador apesar de ter demorado

tanto para se aprontar.

Então quando estou saindo, avisto a Tifani e me sinto triste por ter

de abandoná-la e ver seu rosto triste implorando para poder me

acompanhar. Mesmo passando por essa situação todos os dias,

continuo me sentindo culpado por abandoná-la em casa e perceber

o quanto ela me ama.

Caio Saraiva Mallman

Page 4: Crônicas sala 8.2

Você vai mesmo ao circo?

Eu estava sentada no sofá, assistindo a TV quando vi uma notícia que

falava sobre animais de circo sendo maltratados por trabalhadores

circenses. Era uma pobre elefanta na fase adulta com problema em sua

pata dianteira. Como ela tinha esse problema, era mais difícil realizar

corretamente seu número no show e por causa disso, ela apanhava

muito.

Quando ouvi essa notícia fiquei triste e ao mesmo tempo com raiva, pois

não é justo maltratar um animal para obter lucro. As pessoas irem ao

circo para ver um número de animais fazendo coisas que não são de sua

natureza é um pouco insano.

Após sair essa notícia, várias pessoas se reuniram na frente do circo e

protestaram contra a violência contra animais de circo, depois disso os

trabalhadores foram presos por três meses. O circo teve que fechar por

causa da baixa audiência e tudo isso que havia acontecido com o circo à

dona não sabia. E a elefanta que sofreu com a violência viajou para a

África para ficar em um zoológico em que o espaço era aberto e livre. Lá

ela iria se recuperar da perna com problema e ser tratada com carinho,

pelo menos era o que a notícia falava.

Depois de ouvir a notícia, entrei no computador para “twittar” sobre a

notícia triste que havia visto na TV. E pensei, para que maltratar um

animal para a diversão dos outros e para seu próprio benefício? E essa

ficou em minha cabeça sem resposta, e para mim continua sem resposta.

Carolina Soo Jung Yu

Page 5: Crônicas sala 8.2

Um jantar em família

Era uma bela noite, 31 de Dezembro de 2004. A minha família iria se

reunir inteira na minha casa em São Paulo para celebrar o ano novo. Mas

havia um problema, todos moravam na Paraíba e teriam que vir para São

Paulo de avião, na véspera do ano novo.

Foi realmente um caos, eles iriam sair de lá de manhã, mas os vôos

estavam lotados, só conseguiriam chegar a São Paulo as onze da noite e

pegaram um taxi, mas as ruas estavam com congestionamento de quinze

quilômetros. Eu e minha mãe esperávamos ansiosos em casa. Já

passaram das onze e cinquenta e eles não haviam chegado, quando a

contagem iria começar eu e a minha mãe tivemos a idéia de ligar para

fazermos juntos a contagem regressiva

- 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2,1! Feliz ano novo!

- Feliz ano novo – responderam eles

Quarenta e cinco minutos depois da meia noite eles chegaram, foi

uma festa! Comemoramos como se o ano novo fosse naquele momento!

Depois jantamos e fomos para a cama.

David Paraguai Molinari

Page 6: Crônicas sala 8.2

O primeiro corte de cabelo

Um belo dia quando eu estava em casa assistindo à TV eu ouvi minha mãe

dizer para minha irmãzinha que ela iria fazer seu primeiro corte de cabelo,

às cinco horas, e então eu falei:

-Eu vou querer ir junto.

E minha mãe falou:

-Tudo bem

Mas, por estranho que pareça, minha irmã parecia estar com medo.

Depois de um certo tempo,nós almoçamos.No fim da tarde,ela parecia

muito apavorada,então minha mãe falou:

-Não se preocupe. Cortar o cabelo não é ruim.

Seu cabelo já estava nos ombros, então eu pensei que só iria cortar um

pouco. No fim da tarde,quando nós chegamos no cabeleireiro, minha irmã

sentou mas logo saiu da cadeira falando assustada:

-Quero ir embora, não quero cortar o cabelo, estou com medo!

Eu só fiquei olhando, então minha mãe colocou minha irmã na cadeira,

esperou-a parar de chorar e disse:

-O cabeleireiro disse que só vai cortar dois dedinhos.

Então minha falou mais assustada ainda:

- Qual dedinho, mãe?

Enzo Meirelles Marconi

Page 7: Crônicas sala 8.2

O pobre garoto

Passo todos os dias por uma rua

no bairro de Perdizes. Nela há um

menino morador de rua, sempre

pedindo dinheiro para tentar se

sustentar.

Um dia, inquieto, sem nada para

fazer, fui passear com a minha

cachorra. Andava pela rua onde

ficava o menino. E lá estava ele

pedindo esmolas como sempre. As

pessoas, no entanto, como estão

apressadas, nem ouviam o garoto.

Ele se aproximou e pediu-me.

-O senhor não teria uns trocados,

eu e minha família estamos com

fome.

Respondi:

-Infelizmente, não tenho trocado vejo se trago da próxima vez.

E continuei andando...

Eu tinha dinheiro, mas não queria dar para o garoto, pois achava que ele

estava mentindo, e, com o dinheiro, ele poderia comprar drogas ou

bebida alcoólica.

No outro dia, novamente andando, vi que ele não estava mais lá, havia

uma família no lugar. Perguntei à mulher, que parecia ser a mães dos

meninos brincando.

-Boa tarde, a senhora conhecia um garoto que ficava nesse mesmo lugar?

Ela respondeu chorando:

-sim, era meu filho mais velho, mas ontem à noite ele faleceu, pois estava

morrendo de fome e estava desnutrido.

-Meus sentimentos. Pegue esse dinheiro!

Ela agradeceu chorando:

-Que deus te abençoe!

Voltei para casa...

Quando cheguei, olhei todos os bens que tinha e agradeci, quando penso

no garoto, fico triste por não ter ajudado.

Fábio Danziato Fernandes

Page 8: Crônicas sala 8.2

O roubo

Eu estava no colégio, no dia da prova de ciências. Na hora do recreio fiz

uma ligação.

-Alô.

-Oi mãe, tudo bem?

-Tudo filha. E com você?Já fez aprova?

-Tudo bem também. Ainda não.Onde você está?

-Em Itupeva, vim resolver um problema.

Percebi que ela estava nervosa logo, que o problema era sério. Ela não me

falou nada, pois não queria que eu me preocupasse, afinal eu estava indo

fazer uma prova.

Depois da aula, minha prima veio me buscar na escola, perguntou se

estava tudo bem, eu disse que sim, mas ela também não falou nada.

Cheguei em casa, almocei e logo resolvi ligar de novo para os meus pais.

-Oi, pai!Tudo bem?

-Mais ou menos, entraram na nossa casa, levaram muitas coisas.

Na hora paralisei, não conseguia imaginar como seria entrar na minha

casa e encontrar aquela bela estante vazia, sem nada, somente com fotos.

E o meu quarto?Como será que estava?Eram tantas as perguntas que

fazia para mim mesma.

A única sensação que tinha, ao

receber a noticia, foi de invasão,

afinal entraram na minha casa.

Fiquei triste e chateada,pois

levaram também coisas com

muito valor sentimental, como

meu Nitendo Wii, que eu tanto

joguei nas férias com primas,

amigas e amigos, e até meus tios

e pais.

A semana passou, no fim de

semana, como de costume, fui

para lá e não consegui dormir

sozinha. Meu pai, percebeu e

logo ligou para o Nivaldo, que faz

alambrados e também, para Porto Seguro,para ativar, o sistema de

alarme.

Todos os finais de semana, sinto-me presa, são alambrados, alarmes,

muro alto. E agora? Como vou reconquistar todos aqueles objetos de que

tanto gostava? E minha liberdade de andar sozinha no condomínio sem

que meus pais se preocupem?

Gabriella Santana Naso de Oliveira

Page 9: Crônicas sala 8.2

Amizade a cima de tudo

O telefone toca. Gabriela logo atende.

-Olá, Lucas!

-Oi, meu amor! Senti tanto sua falta!

-Ai! Eu também! Não sei como eu consegui ficar, três semanas

sem te ver.

- Mas Gabi, só foram três dias!

-É? É que parece que foi bem mais, amor...

Gabriela só desligou o telefone, pois seu pai pedira e, afinal, ela

tinha que acordar cedo.

Gabriela vinha para a escola, recordando a conversa com seu

namorado pelo telefone. Chegando lá, encontrou Sofia, sua melhor

amiga.

-Bom dia, Sofia! Eu preciso te contar uma coisa.

-Sério? Eu também, mas começa você.

-Ta bom. Então, sabe aquele menino do nono ano, o Lucas? Então,

nós estamos super apaixonados. Ficamos horas no telefone.

-Apaixonados!?

-Sim! Não é romântico?

-Ah... Sim, claro. – falou Sofia com uma voz desanimada.

-Algum problema?

-Não, nada não...

-Conta você agora- disse Gabriela, empolgada.

-Esquece... Não adianta.

-Fala –insistiu- Eu sou sua melhor amiga.

-Eu ia falar que... Que... Que eu estou super afim dele.

-Ai querida, esquece, cai na real. Ele é meu!

Logo em seguida, ambas começaram a se xingar e a se bater.

Juraram nunca mais se falar.

Mais tarde, na hora do recreio, uma surpresa. Ficaram de boca

aberta quando viram Lucas

beijando outra garota.

-Seu vagabundo!- gritou

Gabriela, dando um tapa nele.

-Não é isso que está

pensando... É que... Você está

entendendo errado.

-Entendendo errado!? É

mesmo, né! Como eu pude ser

tão idiota, por sua causa, brigar

com minha melhor amiga?

No final do recreio,

Gabriela e Sofia eram de novo

as melhores amigas.

Giovanna Mason Silveira

Page 10: Crônicas sala 8.2

Será que tudo é ilusão?

Ela não acreditava no que estava vendo. Aquele menino que sempre lhe

dera atenção, que sempre parecera ter um carinho tão grande por ela,

ficando com sua amiga? A coitada, ao ver, nem conseguiu disfarçar,

depois de alguns instantes já estavam todos perguntando se estava tudo

bem.

Mas ela não tinha o que fazer. Apesar de nunca ter admitido que gostava

dele, estava meio na cara sabe? Todo mundo já sabia. Depois daquele

beijo em sua amiga ele parecia estar evitando-a. Ela decidiu falar com ele,

perguntando-lhe porque tinha parado de falar com ela. Ele apenas disse

que estava conversando com outras pessoas. Depois disso eles não se

falaram mais. Ela não estava conformada com aquele beijo entre eles, ele

sempre falava mal da menina, e mudou de idéia do nada?

Mas o mais importante e triste de certo modo é que eles pararam de se

falar por algum motivo, porque, se eles fossem só amigos e não sentissem

nada um pelo outro, eles não teriam brigado.

Giulia Gargiulo Winther Antunes

Page 11: Crônicas sala 8.2

Meu apartamento

Estava em casa, no meu quarto, fazendo o dever de casa. Era um dever

muito longo, demorei mais de duas horas para fazê-lo. Satisfeito, escrevia

as últimas palavras quando me assustei com um barulho de martelada

forte na parede. Fui ver o dever e, tinha um risco enorme de caneta na

folha inteira. Fiquei bravíssimo. Eu tinha que de ver o que acontecera. Fui

a cozinha, interfonei para o porteiro, e perguntei qual a razão do barulho.

Ele respondeu que os três apartamentos acima do meu estavam em

reforma.

Eu pessoalmente odeio reformas, principalmente por causa dos

pedreiros. Eles conversam alto, fazem barulho, quebram móveis e

paredes. São realmente mal-educados. A todas as casas de conhecidos

que estavam em reforma que eu fui, os pedreiros comiam muito, e

esgotavam toda a comida. Numa obra, há tantas coisas negativas que

você quer desistir na metade do tempo.

No meu apartamento também fizemos uma reforma. Minha mãe teve a

idéia. Ela queria por que queria reformar todo o apartamento, então

fizemos assim: reformamos a sala de estar primeiro: abaixamos o teto,

colocamos um grande lustre sobre a mesa de jantar, reformamos a lareira

e trocamos os móveis. Em julho,nós fomos aos Estados Unidos,para dar

tempo aos pedreiros para reformarem nossos quartos.Por incrível que

pareça os pedreiros do nosso apartamento eram educados e não comiam

em casa.Nos quartos, só colocamos um ar-condicionado. Meu

apartamento ficou agradável e moderno, afinal. Acho que após toda

aquela terrível reforma, valeu à pena. Só tem mais um ponto negativo: o

orçamento.

Hélio Fassina Bertrand

Page 12: Crônicas sala 8.2

Menina Misteriosa!

Todos tinham medo de parar naquele farol, medo de que aquela jovem

menina batesse no vidro do carro com aquela mão fechada que ninguém

sabia o que havia.

Uma mulher lá pelos seus quarenta anos, muito curiosa, torcia para que a

menina batesse em sua janela do carro, para descobrir o que a menina

tanto escondia naquela mão.

Certo dia a mulher parou no farol e ficou observando a menina com a

mão fechada. Viu que policias passavam por perto da jovem, e ela

rapidamente escondia o que estava em sua mão no bolso do agasalho. A

mulher ficou mais curiosa ainda e decidiu fazer o mesmo caminha da volta

para casa para falar com a menina e descobrir o mistério.

Na volta para casa, no farol, a mulher procurava pela garota, quando

ouviu três socos leves em sua janela. Era a menina perguntando:

-A senhora tem um real?

A moça surpresa com a súbita aparição respondeu:

-Não

Então a menina abriu a sua mão e entregou-lhe um real.

Isabela Oliveira Damascena

Page 13: Crônicas sala 8.2

Abandono

Ele estava nervoso, sabia que o que estava fazendo era errado, mas ele

precisava, era necessário. Se não o fizesse seu pai iria chamá-lo de fraco

pelo resto da vida, bateria nele, e ele nem queria pensar, talvez seu pai o

proibisse de ir para escola, o lugar de que ele mais gostava no mundo.

Então se decidiu, vou fazer isso ou não volto mais para casa.

Lá foi ele, entrou na loja, nervoso, mas determinado. Foi até o balcão e,

discretamente, pediu à vendedora:

-Por favor, a senhora poderia me dar dois salgados, um para mim e outro

para o meu pai?

-Não posso meu queridinho, meu chefe vai brigar comigo!

-Por favor!

A moça fez um sinal com a cabeça de negação, seguido pelo suspiro de

Gabriel, que tirou uma arma de seu bolso. Apontou-a para a balconista e

disse:

-Todos no chão, ou eu atiro na moça!

Em seguida saiu da loja com um saquinho plástico na mão e com uma

tristeza absurda.

Gabriel era um garoto com olhos azul-claro, branquelo, de cabelos loiros,

musculoso, e alto. Bondoso, corajoso e pobre. Morava com seu pai, pois,

quando tinha apenas três anos, sua mãe os abandonara. Na sua vida, a

única companhia que ele tinha era a escola, onde passava uma boa parte

do seu tempo.

Chegando a sua casa, o pai tomou o saco de sua mão, abriu-o e comeu os

dois salgados, não deixando nada para Gabriel. Ele foi para o quarto e

chorou a noite inteira.

Sentia-se triste. Com raiva, a sensação de abandono machucava o seu

pobre e jovem coração.

Isabella Peterlini Valsi

Page 14: Crônicas sala 8.2

Férias da minha vida

-férias, fala o pai.

- isso, agora podemos descansar juntos com os nossos filhos-diz a

mãe

O garoto emburrado pede:

- eu quero ir para a argentina ver neve!

Depois a filha:

- não, nós vamos para a Disney, ver o Mickey

E o pai retruca:

-Nada disso, para, nós vamos para Minas gerais nas montanhas

- Ah - falam os garotos

O pai insiste e consegue convencer os filhos e vão para Minas

- chegamos! - Dizem os pais

Entraram no chalé. Era uma droga!Tudo estava mofado, havia bi cama e

não tinha TV. À cozinha não tinha nada elétrico

- O que? – Diz a mãe

- A mulher que me ligou disse que era o melhor chalé que tinham

O filho ficou lá fora e a filha estava emburrada no sofá. Já estava

escurecendo, quando o pai vê um vulto na mata e fica com medo. A mãe

pega uma lanterna e começa a rir falando

-haha, é só um coelho, um coelho!

Como já havia escurecido e o dia foi longo foram dormir cansados

João Octávio Gonzalez Borgato

Page 15: Crônicas sala 8.2

Uma alegria, uma surpresa, uma tristeza

Finalmente tinha chegado, era meu aniversário.

Já no salão, a festa estava super animada. E eu e minhas amigas

estávamos dançando quando apareceu, na minha frente aquela criatura

maravilhosa, com dois belos olhos azuis, seu maravilhoso cabelo

cacheado e seus lábios rosados. Aquela criatura, de jeito tímido, que

passava por mim todos os dias e que, provavelmente, nem sabia meu

nome estava na minha frente. Chamava-se Álvaro. Eu era apaixonada por

ele desde a quarta série, quando ele entrara no colégio. Fiquei tonta e fui

beber um copo d’água, ele me seguiu.

Começamos a conversar e papo vai, papo vem, ele parou, olhou para mim

e disse que gostava muito de mim, eu, timidamente, disse que também

gostava dele. De repente, ele me beijou.

Naquele momento, mil coisas passaram pela minha cabeça, desde o

primeiro dia que o vi, até aquele momento. Foi o melhor beijo da minha

vida, um beijo que nunca esquecerei, foi maravilhoso!

Mas, aparentemente, para ele não fora nada. Esperava que no mínimo ele

falasse comigo, fosse meu amigo, mas ele simplesmente me ignorou,

como se nada tivesse acontecido.

Eu esperava, pelo menos, que fosse verdade, gostasse de mim, ele esteve

tão perto e agora está tão longe de mim.

Júlia Vila Boas Saleh

Page 16: Crônicas sala 8.2

Ainda há esperança

Voltando do trabalho, eu estava em pé dentro do metro lotado. Na

parada do trem subiram e desceram muitas pessoas. Vi um jovem garoto

de seus vinte anos sentado, enquanto uma pobre mulher idosa, carregada

de sacolas, estava de pé ao seu lado. Tremendo, ela perguntou:

-Posso me sentar em seu lugar, por favor, meu jovem?

-Quantos anos você tem?-perguntou-lhe.

-Tenho setenta e seis anos.

O jovem sorriu e respondeu:

-A senhora já se sentou demais. Agora é minha vez.

Estava chocada. De repente, uma menina de seus cinco anos disse:

-A senhora pode sentar-se no meu lugar.

-Obrigada. –Disse a senhora e sentou-se agradecida.

O trajeto seguiu normalmente.

Quando cheguei em casa pensei muito naquilo.As pessoas jovens, nos

dias de hoje, não oferecem o lugar para os idosos, acham que são o

centro do universo. Aquela menina encantou-me e renovou minhas

esperanças de um mundo melhor.

Karina Hae Eun Huh

Page 17: Crônicas sala 8.2

Churrasco diferente

Era um típico dia de sábado, saia do shopping após uma exaustiva manhã.

Logo reparei no intenso trânsito e na grande multidão que ocupava as

ruas. Meus pais comentavam sobre aquilo, animados, e eu, confusa, não

entendia nada, então perguntei-lhes o que estava acontecendo:

- É o ‘’churrasco de gente diferenciada’’ – disse-me minha mãe

Não foi de grande ajuda, continuava a nada entender, mas pouco me

importava. Chegando em casa, assim que liguei o computador,

começaram a pipocar noticias sobre o tal churrasco, neste momento

entendi o que estava ocorrendo. Tratava-se de um protesto contra o

cancelamento do metrô em Higienópolis. A grande polêmica acontecera

graças a uma petição que fora assinada por três mil e quinhentos

moradores. Mas apenas um fora capaz de aumentar as proporções do

problema. Este era o presidente da associação do bairro e equivocou-se

com suas palavras ditas à Folha de São Paulo:

- o metrô atrai drogados, mendigos, ‘’ uma gente diferenciada ‘’, disse

Entendo que ele apenas tentava proteger seu bairro, porem uma vez

ditas, não podemos voltar atrás ou conter o impacto de nossas palavras.

Estava por todo lugar, as pessoas diferenciadas haviam se ofendido, só

que diferentemente de alguns anos atrás, todos que antes seriam

silenciados pela elite e o governo, acharam sua voz por meio das redes

sociais. Isto me impressionou algo que imaginava ser apenas uma

brincadeira virou um modo de se fazer justiça.

Por meio do Facebook surgiu à idéia de fazer o churrasco, que se

concretizou no dia em que mal sabia eu havia presenciado o respeito

prevalecer sobre o preconceito

Laura Ruiz Andrade

Page 18: Crônicas sala 8.2

O valor de uma amizade

Eram grandes amigos desde pequenos. Iam toda quinta-feira jogar bola

com os amigos do trabalho no campinho.Na quinta-feira, como de

costume, estavam novamente no campinho mas dessa vez sozinhos, pois

seus amigos não puderam vir.De repente um deles diz:

-Você sabia que eu estou namorando.

-Não.

-É verdade. Já faz um tempo que a gente ta junto.Você até conhece ela.

-Sério?Quem?

-É a Amy.

Naquele momento ele parou a bola e perguntou:

-Espera ai, que Amy?

-Aquela que trabalha com a gente.

Ouvindo a resposta, ele ficou furioso, pois era a mesma Amy que

namorava com ele ha tempos. Ele, vendo que seu amigo não sabia

disso,acalmou-se e inventou uma desculpa para se retirar e foi direto a

casa de Amy.Quando ela abriu a porta, ele disse que queria terminar, pois

sua amizade era muito mais forte que um simples namoro

Lucas Moraes Costamilan

Page 19: Crônicas sala 8.2

Sempre certos...

-Filho! Você não pode mais faltar! – diz a mãe brava, após a

segunda falta do filho na escola

-Calma mãe! Porque tanta preocupação?

-Porque assim a sua nota ira piorar!

-A, mãe, meu corpo esta doendo muito. E eu sei que minhas notas

serão boas!

Após isso, cada um foi para o seu quarto

Em uma semana, a prova chegou. O filho estava confiante. Fizera

a prova, acreditando em si. Mas, na hora de receber, percebeu que estava

muito errado. Frustrado, e com medo de mostrar para a mãe, pensou:

-Por que eu não ouvi a minha mãe?

Com medo, o filho voltou para sua casa. Apesar do medo,

mostrou para a mãe, que apreensiva, falou:

-Eu disse, não? Agora vê se estuda mais.

O garoto não tinha muita esperança. Ele que sempre se dizia

inteligente, tira uma nota ruim? Como aquela? Mas o menino começou a

acreditar em si novamente e, assim, começou a estudar. No dia seguinte,

teria outra prova, e a fez e quando a recebeu e viu a nota, ele levou direto

a sua mãe

-Mãe, aqui esta... – Disse ele, entregando-a

-Filho, parabéns! Dez!

-Bem que você disse – o garoto disse, correndo para contar a seus

amigos.

Lucas Pereira Marques da Silva

Page 20: Crônicas sala 8.2

Zero

Tocou o sinal do intervalo. Em cinco minutos começaria a aula de

matemática. Mas não era uma aula de matemática qualquer, era a

entrega da prova, a prova para que eu não estudava a prova que a nota

máxima era dez, e eu precisava tirar dez!

Ao entrar na sala, meu coração disparou , sentei no meu lugar,

esperando a professora chamar meu número. Então ela começou , passou

o número um,dois,três... E quando chegou meu número, o quinze, ela

olhou para mim e pediu que,quando ela terminasse de entregar, fosse

falar com ela. Assim que todo mundo recebeu as provas, a professora

gritou meu nome:

- O que aconteceu? Não estudou? A prova era a revisão do ano inteiro!

Com os olhos cheios d’água eu recebi a prova. Ao olhar a nota não

acreditei! Zero, zero redondo em vermelho e sublinhado! Senti as

lágrimas escorrendo nos meus olhos e escutei a voz da professora dizer:

- Quero essa prova assinada pelos seus pais, e você provavelmente já

está de recuperação.

Acabou a aula, fui para casa, fechei a porta principal e fui direto para meu

quarto, torcendo para que minha mãe não viesse para casa almoçar.

Enquanto ela não chegava, fiquei pensando em que desculpa podia

inventar. Dor de cabeça! Era a melhor que eu conseguia criar. Mas a

verdade é que eu não estava ligando para matemática, não queria

estudar, tinha preguiça, o que eu

queria mesmo era sair, paquerar e

não ficar em casa estudando

matemática. Quando parei de

pensar, escutei a voz da minha

mãe:

- Querida! Como foi seu dia?

- Normal, mas preciso te contar

uma coisa. Eu fiz uma prova. mas

eu estava morrendo de dor de

cabeça! E a professora me odeia,

e não deixou refazer a prova em

outro dia, e...

Dor de cabeça? Eu estou com

dor de cabeça dessas suas

mentiras! Se você não falar a verdade agora a situação vai piorar muito!

Pela primeira vez eu estava sem nenhuma desculpa, estava sem mentiras

para contar. Então falei a verdade. Toda a verdade mesmo! Contei que

ficava no computador á tarde inteira, que só pensava em beijar, em

meninos, em festas, fofocas. Depois de falar tudo, minha mãe fiou

apavorada. Ela começou a chorar,pois não tinha palavras para a minha

irresponsabilidade . Ela apenas me falou:

- Não quero nem ver essa prova, só saiba que estou totalmente

decepcionada com você, e quero que saiba que estou retirando seu

Page 21: Crônicas sala 8.2

computador e o telefone. Seu quarto só vai ter livros agora, livros da

escola. Suas amigas? Você vai ver apenas na escola no horário do recreio.

Na sala vai sair do fundo e sentar na primeira carteira. Estou tirando tudo

que te transformou nessa pessoa, agora cave a você conquistar tudo de

volta.

Assim que ela saiu do quadro não fiz nada, nem sequer levei a sério a

suas ameaças.

No dia seguinte , quando voltei da escola, vi que não havia mais nada no

meu quarto, só a cama, o armário e a mesa com os livros da escola. Na

mesma hora peguei meu celular e vi que estava bloqueado para ligação.

Olhei para a mesa e em um papel estava escrito com a letra da mamãe:

- Já começou a estudar?

Luisa de carvalho Junqueira franco

Page 22: Crônicas sala 8.2

Acidente

Estávamos no trânsito no caminho de casa, quando uma moça saiu da

padaria e começou a atravessar a rua fora da faixa “ela pode estar em

perigo fazendo isso”. Mas parei de pensar nela e comecei a conversar com

minha mãe. Depois de alguns minutos percebi um carro preto vindo em

alta velocidade, ele se aproximava da moça sem diminuir a velocidade,

acertando-a na cabeça com o espelho retrovisor. Após ser atingida, a

moça rolou e caiu atrás do carro da minha mãe.Assustado, olhei para

frente e vi o carro preto fugindo ainda em alta velocidade.nós a

socorremos e a levamos para casa de sua patroa.

Dias depois o carro foi apreendido porque tínhamos anotado a placa. O

motorista pagou uma multa e pagou o tratamento da moça.

Será que ele aprendeu a lição de ajudar o próximo?

Luiz Augusto Daier Xavier Ribeiro

Page 23: Crônicas sala 8.2

A Fuga

Era um jogo de futebol, um jogo totalmente normal, de repente:

- Nossa que falta feia, muito agressiva, o juiz conversa com o

bandeirinha – conta o locutor.

- Vermelho!O juiz deu vermelho e foi bem merecido, pois a falta

foi muito feia – fala com razão o comentarista

- O jogador reclama com o juiz e recebe um tapinha na cara, do

juiz, fraco, mas se joga no gramado lamacento.

- Os jogadores fazem uma roda em volta do juiz, que

amedrontado correu.

- Olha lá, que horror!Os jogadores continuam atrás dele, tentando

bater nele de todas as maneiras.

- Nossa!Ele conseguiu escapar do time inteiro, ele percorreu em

volta do campo inteiro e chegou ao policiamento. Ilesos queridos

telespectadores! – Termina cansado e sem fôlego o narrador

- E foi assim, crianças, eu me lembro como se fosse hoje! – diz o

juiz aposentado a seus netos

Luiz Guilherme Rafael Guimarães

Page 24: Crônicas sala 8.2

Pobre Maria...

Entrei no banheirinho da minha empregada, onde guardamos

vários objetos de lazer da família. Logo me deparei com um casaco

vermelho que tinha comprado no fim do ano anterior. Peguei-o,

analisei-o e vi uma mancha de cândida, observei-o um pouco mais e

percebi que o seu tecido estava gasto e senti um cheiro de cigarro.

Fui correndo para a sala e falei para o meu pai:

-Pai a nossa empregada pegou meu casaco e usou.

-Mas a Maria nunca faria isso!-disse ele

Depois que reclamei para o meu pai, fui falar com a minha mãe:

-Mãe, a Maria pegou meu casaco para usar!

Ela respondeu calmamente:

-De qual casaco você está falando?

-Daquele vermelho com um escrito branco bem no meio, esse aqui

ó. –respondi mostrando o casaco para ela.

-Mas esse aí você deu para ela porque não cabia mais em você,

lembra?

-É verdade!

Nem esperei, fui correndo falar

com meu pai, mas ele já estava

dando uma bronca daquelas na

coitadinha da Maria e até

ameaçava tirar cinqüenta reais

de seu salário.

-Pai, pai, pai, pai! A Maria não pegou meu casaco, eu dei para ela usar!

-Então quer dizer que eu dei a maior bronca na Maria, e ela nem tem culpa?

Com uma risadinha forçada respondi:

-É! Desculpa!

Maria me olhava magoada. Pensei em como ela era boa para mim. Como pudera desconfiar dela?

Abaixei os olhos, envergonhada

Maria Luiza Malta Romani

Page 25: Crônicas sala 8.2

No aeroporto

Durante meu período de trabalho, como faxineiro em um aeroporto,

eu limpava o chão sujo, por onde muitas pessoas pisaram naquela manhã.

Estava quase na hora do almoço,já imaginava o que eu comeria .Enquanto

esperava o relógio bater meio-dia,limpei as partes do chão,como de baixo

dos bancos e nos cantos que ainda estavam sujos.Depois de acabar o

serviço,notei que já era o horário do almoço.

Já estava saindo para almoçar, quando reparei que havia várias

pessoas aglomeradas na frente do portão principal,então fui ver o que

estava acontecendo. Quando cheguei vi um segurança discutindo com

uma mulher negra.Perguntei a uma pessoa que já estava lá o que tinha

acontecido.Ela me falou que o segurança achava que a mulher tinha

roubado um celular e uma carteira,mas a mulher dizia que as coisas eram

dela e que ele a estava acusando por ser negra.Apesar dos protestos da

mulher, o segurança levou-a para a delegacia.

Depois de acabar o trabalho, fiquei me perguntava se o segurança

estava certo ou a mulher estava certa, e ele era racista.

Mateus Chung

Page 26: Crônicas sala 8.2

Briga de irmãos

Gritou de dor, escandalosamente, minha irmã.

Voltando alguns minutos antes, eu e minha irmã, estávamos

brincando de “guerra de travesseiro”. Mas, como toda brincadeira de

mão acaba mal, nós, ao mesmo tempo, avistamos um travesseiro.

Corremos em sua direção, e para impedir que ela me pegasse, no calor do

momento, abaixei sua cabeça com força na quina da cama

Para aliviar sua dor, e não ficar de castigo cuidei dela como uma

“princesa”. Minutos depois, minha mãe chegou em casa. Ela, como

sempre, estava animada em nos ver, mas, quando viu o nariz da minha

irmã, meu Deus, ela me olhou como se quisesse me fuzilar, e fomos ao

médico

No hospital, o médico disse

-Mãe, sua filha quebrou o nariz!

Fiquei branco, com frio na barriga, tentei não ser visto pela nossa

mãe, é claro, não deu certo. Peguei um castigo daqueles.

Naquela mesma noite, apesar de tudo que havia acontecido, eu e

minha irmã fizemos as pazes e voltamos a conversar e brincar, como se

nada tivesse acontecido.

Matheus Della Nina Serra de Oliveira Franco

Page 27: Crônicas sala 8.2

Problema na polpa

Em janeiro de 2010, estávamos de férias, acabando de chegar na cidade

de Olímpia, quando me deparei com um probleminha. Enquanto

esperávamos na fila do check in faminto, começou a sentir um incomoda:

um menininho batia com uma espada de plástico na minha coxa

esquerda, comecei a olhar feio e nada!Falei:

-oi!

-oi - respondeu continuando a bater na minha coxa.

Analisei o rosto do ‘’piratinha’’ para talvez encontrar seus pais. Pude

reconhecer o rosto de sua mãe atrás de minha família. Fiquei encarando-a

discretamente por mais ou menos 1 minuto

Chamei-a:

-olá!

-oi

-você viu seu filho?-falei em tom sarcástico

-não. onde ele esta?

-está batendo na minha perna com sua espada.

-ah!Desculpe!Filho venha aqui já!

E o garoto voltou cabisbaixo parou o lado de sua mãe.

Depois desse incidente minha mãe fez o check in e curti uma das

melhores férias da minha vida

Matheus Chernichenco Rodrigues

Page 28: Crônicas sala 8.2

O Pedido

-mãe o que tem para comer

hoje

-tem frango

-mas eu comi frango, ontem!

-não quero cozinhar, vamos

pedir comida japonesa!

- Oba!

Depois de uma reunião em

família em volta de um cardápio

delivery, ficou decidido o

pedido. Com o numero do

restaurante, o filho vai ao

telefone.

-Alô, eu queria fazer um pedido.

Do outro lado, muito barulho, alem do telefone estar com chiado,

atende um velhinho com a voz rouca.

-Pois não?

-Quero três espetinhos de carne e três de camarão.

-Seis bolinhos de carne?

-Não, três espetinhos de carne?

-Certo, quer molho

- Sim, molho de alcachofra.

-Certo molho de cogumelo.

-Não molho de alca... Ah, cancele o molho!

- Certo, cancele os espetinhos

-não! Cancele o molho só o molho

-sim, o molho.

-Agora quero sushi de salmão.

- Certo shushi de atum.

--certo.

- e por ultimo yakisoba de carne.

-Certo, um yakisoba de frango.

-Não! Quer saber, pode ser

-certo só isso?

-sim

Page 29: Crônicas sala 8.2

O velho desliga, estava cansado estava velho para aquele serviço, mas

precisava dele

Meia hora depois a comida chega com seis bolinhos de carne com molho

de camarão, oito shushis de kanicama e um yakissoba de carne

Paulo Tozzo Poniano

Page 30: Crônicas sala 8.2

Cadê a Fichinha?

Era recreio. Estava caminhando calmamente até a cantina do colégio,

para comprar o meu lanche matinal. Quando cheguei à imensa fila ouvi

dois meninos discutindo com a moça do caixa:

-Tia, ele furou fila!

-Não furei não!

-Furou sim!

-Não furei não!

Estava no final da fila somente olhando a discussão. Quando olhei

os dois novamente, apareceu uma mulher baixinha, negra e com um ar

apreensivo, perguntando:

- O que está acontecendo aqui?

-Ele furou toda a fila e entrou na minha frente!

-Mentiroso! Eu não furei fila nenhuma!

A discussão continuou mais alguns minutos e percebi que a

mulher não estava com muita paciência. Então, ela, que decide por um

fim na discussão, falou para um dos meninos:

-Olha, meu bem, o deixa ir primeiro, para não dar confusão.

-Mas tia, ele furou a fila! Ele nem pegou a fichinha lá no caixa!

Que fichinha?- respondeu o outro menino.

-Aquela que você precisa pra pegar o lanche!

Eu comecei a rir. Então a mulher, com ar imponente, perguntou:

-Cadê a fichinha?

Então, o menino respondeu com uma voz de fracasso:

-Não tenho, eu furei a fila.

Pedro Henrique Yeou Yih Brazão Farinha

Page 31: Crônicas sala 8.2

“Perdeu a noção do perigo!?”

Domingão, solão e os pássaros no ar, esse foi o dia em que minha perdeu

a noção do perigo. Era de manhã, eu, minha mãe e meu irmão estávamos

levando os cachorros para passear no parque.

Tenho um cão macho e uma fêmea, a fêmea tem dez anos, bem velhinha

para a idade dos cães, e o macho tem oito meses, um filhote. A fêmea se

chama Katrina ela tem pelos longos e brancos, é pequena e sua raça é

maltês. O macho se chama Jacomo, chamo de “Jacmix”, ele tem pelos

curtos e pretos com mistura de marrom, ele é um cachorro de porte

médio, um vira-lata. Nós o achamos na praia, seguiu-nos até nossa casa.

Estávamos andando no parque quando de repente, deparamos com um

cachorro grande de raça pitbul, solto sem coleira e sem focinheira. Como

é seu costume, o pitbul aproximou-se para cheirar os meus cães, comecei

a desviar temendo que o pior acontecesse. Só que ele foi mais rápido.

Chegou perto, cheirou o Jacomo e tudo correu bem, mas, quando ele foi

perto da Katrina e começou a cheirá-la e querer brincar, Katrina rosnou e

deu-lhe uma dentada na orelha, ele caiu para trás e correu para longe.

Se esse pitbul fosse bravo acho que eu não teria uma Katrina em minha

vida.

Pietro Lopez Bernardi

Page 32: Crônicas sala 8.2

No Metrô

Eram seis e meia da manhã, eu estava sentada no metrô. À minha

frente sentava-se uma jovem, de uns vinte ou vinte e dois anos. Olheiras

fortemente arroxeadas contornavam-lhe os olhos, sua boca estava semi-

aberta, e ela quase babava. Sua cabeça pendia para trás, em um

impressionante sono profundo.

Uma mochila verde-limão estava jogada no assento ao seu lado, e, no

seu colo, trazia uma apostila de faculdade, que ela provavelmente tinha

tentado estudar.

Espantada, percebi que as pessoas vinham e iam enquanto as

estações passavam, ignorando ou olhando de canto a cena. Ninguém

parecia se importar.

Subitamente, tomei uma decisão: iria acordá-la. Afinal, de que

adiantava reclamar da falta de atitude das pessoas se eu também não

tomasse uma?

Timidamente, levantei-me e empurrei seu ombro de leve. Ela abriu

os olhos, confusa e assustada. Encarou a janela, e percebeu que as portas

começavam a se abrir, em sua estação. Agarrou desajeitadamente a

mochila e a apostila, levantou-se e me lançou um olhar agradecido, e

correu para alcançar as portas, que se fechavam.

Rafaela G. Moura

Page 33: Crônicas sala 8.2

Companhia Vazia

- Maninha. Você pegou meu... Essa blusa é nova?!-Perguntou a irmã mais

velha, Gabriella, atônita enquanto a mais nova, Melissa, admirava seu

próprio reflexo no espelho.

- Sim, gostou? Mamãe comprou para mim ontem. - Respondeu

Melissa,orgulhosa e satisfeita.

- Mana, é bonita, bem na moda, mas não me parece muito o seu estilo,

não concorda? – Indagou com olhar inquisidor.

- Não... Não acho! – Retrucou gaguejando, tentando não convencer

apenas Gabriella, mas também a si mesma. O orgulho obviamente saiu de

sua expressão, sendo substituído por ponderação e tristeza.

Gabriella sentiu pena, lembrava-se muito bem dos seus simplórios treze

anos, da alegria que lhe dava ao ter uma blusa de marca, uma que todos

diziam ser bonita mesmo, estes tendo as suas blusas iguais ou parecidas.

Sentiu pena, pois sabia que logo Melissa perceberia como nada daquilo

importava, ou pior, talvez já soubesse e ignorasse.

- Se você diz, acredito, só fiquei hesitante, pois jurei ter ouvido você dizer

que achava isso uma moda fútil, devo ter-me enganado. – Falou Gabriella

olhando suas unhas, forçando uma casualidade em sua voz que não sentia

realmente.

- É, eu disse, acho isso ainda, mas simplesmente cansei de ser difamada e

isolada por ser eu mesma, prefiro isso a ficar sozinha. – Disse com

lágrimas ávidas para escorrer por sua face, mas as impedia. Sentia-se

enojada e culpada e tinha

vergonha de chorar em frente à

Gabriella, sempre tão confiante e

austera.

- Não te culpo. Faça o que julgar

necessário para ser feliz.

- Mas... Mas... Assim serei feliz?

- Não sei dizer, mana. Tenho que

ir para o cursinho, nos falamos

mais tarde. – Falou Gabriella, já

saindo do quarto.

- Espera! Esse All-Star é novo?

- É...

- Mas você não disse que...

- Nos falamos depois! – Disse irritada, já percebendo o quanto ainda

parecia com a irmã.

Rafaela Queiroz D’ Elia de Sampaio

Page 34: Crônicas sala 8.2

Obstáculos do cotidiano

Estava na sala de aula conversando com os meus amigos, quando a

diretora chegou e me chamou para a sala dela.

Perguntei-lhe o que tinha feito, ela não respondeu, nem demonstrou

qualquer reação.

Quando entrei em sua sala, vi minha mãe chorando. Não entendi a única

coisa que fiz foi ir até ela e abraçá-la,perguntei o que tinha

acontecido,mais ninguém me explicava.

A minha diretora falou que minha mãe tinha sido assaltada. Vindo para a

escola, o ladrão quebrara o vidro do carro e pegara sua bolsa.

Minha mãe estava muito nervosa, então eu tentei acalmá-la, falando que

já tinha passado, que ela estava bem.

Ela se acalmou fomos para casa e agora,quando paramos no farol , ela

fecha o vidro e coloca a bolsa do lado dela.

Raphael Cicone Marinho Teixeira Marques.

Page 35: Crônicas sala 8.2

O Egoísmo!

No sábado, fui à Hering comprar um presente para o meu amigo. Ao lado

da entrada da loja, havia um homem super embriagado. Minha mãe deu

um trocado para ele. Entramos na loja. Fui escolher uma blusa para o meu

amigo, estava difícil, pois minha mãe disse que não podia ser muito caro.

Enquanto eu escolhia, ela foi para a seção feminina. Depois de alguns

minutos, nós fomos pagar a blusa que eu tinha escolhido mais as roupas

da minha mãe.

Quando saímos, vimos uma ambulância, procuramos o homem que

estava na entrada da loja, não o vimos. Aí minha mãe perguntou para

uma senhora que estava lá o que tinha acontecido. Ela nos contou que o

homem embriagado tinha ido atravessar a rua e uma mulher atropelara o

coitado e nem tinha parado para ajudá-lo, simplesmente foi embora.

Como essas pessoas são tão egoístas! Ferem o outro nem param para

ajudar!

Rubens Osti Mello

Page 36: Crônicas sala 8.2

Mudanças...

Dentro do carro alugado lá estava Júlia, uma típica garota popular do Sul.

Havia acabado de voltar do intercambio na Europa.Estava muito animada

em voltar e reencontrar os velhos amigos.Nada poderia atrapalhá-la

naquele ano.

Na manhã seguinte estava de pé logo cedo, pegou uma maçã e foi

caminhando até o seu antigo colégio. Júlia entro na sala de aula, avistou

de longe sua melhor amiga Ana, que se virou, Viu-a, foi em sua direção e

deu-lhe um grande abraço. Começaram a conversar. As amigas, que

sempre foram parecidas em relação ao gosto, não se entendiam mais.

Ana falava sobre esportes e celulares, assunto que não interessava Júlia.

Logo seu namorado entrou na classe, ele estava diferente na aparência,

não estava musculoso e perfumado como de costume e não tinha os

mesmos amigos populares e bonitos. A garota sempre o achou muito

interessante, mas agora nem tanto. Olhou a sua volta, percebeu que

todos estavam diferentes, não os reconhecia mais, agiam de forma

diferente e não eram mais os mesmos. Sentou, tirou o caderno da bolsa e

disse:

- Fiquei apenas um ano fora e tudo está mudado!

Tiemi Matuda.

Page 37: Crônicas sala 8.2

Telefonema

Era domingo, seis horas da manhã, e o telefone tocou:

-Quem, em sã consciência, ligaria a essa hora de um domingo?...Alô?

-Com licença, o senhor gostaria de comprar um DVD por apenas R$

199,99?!

-Tá maluco? São seis horas da manhã, e é domingo! E, você seja lá quem

for me liga para perguntar se eu quero comprar um DVD?!

-Me desculpe senhor, mas sou pago para anunciar estes produtos.

-E você acha que alguém vai comprar o seu produto a essa hora?

Principalmente, a essa hora de um domingo?!!

-O produto não é meu, só estou anunciando...

-Tanto faz! Você acha que alguém vai comprar esse DVD?!

-E uma TV LCD de quarenta e nove polegadas?

-Adeus!

Desliguei o telefone, e logo em seguida a campainha tocou:

-E agora, quem será?...Já vai!

-Oi

-Armando! Que bom vê-lo, mas para que essas malas?

-Não tenho onde ficar, e me demiti do novo emprego. Sem salário não

posso pagar um quarto.

-Mas, por que se demitiu?

-Porque, cada vez que ligo em uma casa, para anunciar um produto, quem

atende, acaba brigando e gritando comigo. E logo em seguida desliga o

telefone sem ter o mínimo respeito por mim.

Yuri Vargas Guedes