Cronistas em viagem e educação indígena

10
Cronistas em viagem e educação indígena Nietta Lindenberg Monte I I I I

description

 

Transcript of Cronistas em viagem e educação indígena

Page 1: Cronistas em viagem e educação indígena

Cronistas em viagem e educação indígena

Cron

istas

em vi

agem

e ed

ucaç

ão in

díge

na

Nietta Lindenberg Monte IIINie

tta L

inde

nber

g M

onte

www.autenticaeditora.com.br

0800 2831322

9 7 8 8 5 7 5 2 6 3 0 5 1

ISBN 978-85-7526-305-1

I I I IA autora

Nietta Lindenberg é licenciada em Língua Portuguesa e Literaturaspela Universidade Federal do Rio de Janeiro. É mestre em Educação pelaUniversidade Federal Fluminense, com especialização em Currículo eFormação de Professores Indígenas. Há três décadas trabalha com edu-cação e povos indígenas. Idealizou e coordenou, por muitos anos, o pro-jeto Uma Experiência de Autoria, da Comissão Pró-Índio do Acre, e co-labora com diversos projetos e programas de formação no País e norestante da América indígena. Nos anos 1990 coordenou a formulação ea implementação da política nacional de educação escolar indígena juntocom o Ministério da Educação. É autora e colaboradora de variados arti-gos e livros relativos ao tema publicados no Brasil e no exterior.

Há pouco mais de meio milênio, um vasto mosaico de povos indígenas ocupava, de forma plena, oextenso território que depois seria nomeado Brasil. Hoje, fração pequena dessa sociodiversidade sobrevive,em estado de alerta. A educação escolar indígena tem sido um dos lugares de batalha contra e a favor dosprocessos de revitalização e desaparecimento de toda essa riqueza.

Nietta Lindenberg nos apresenta os bastidores da história de jovens indigenistas brasileiros, chaman-do-os de cronistas de viagem. Ela foca as atividades de documentação e reflexão sobre o trabalho de camporealizado por esses viajantes: a assessoria e a formação de indígenas como professores e agroflorestais, emespecial no Acre e no sul do Amazonas.

Debruçada, de forma cuidadosa, sobre alguns dos relatórios de viagem escritos por esses indivíduos,reproduzindo e analisando seus textos, narra as experiências vividas em campo pela voz de seus autores.Também o perfil e a trajetória desses assessores são expostos com detalhes, suas descobertas, ansiedades eproposições, assim como seus difíceis desafios. Movidos por grande emoção, novos ou velhos ideais e pro-pondo práticas educacionais sob a batuta dos próprios povos indígenas, os cronistas sobem e descem riose igarapés, atravessam em avionetas a região amazônica em visita às escolas da floresta. E, ao longo das suasviagens, levam-nos a conhecer uma proposta que marcaria a Experiência de Autoria na região: a possívelinterface entre educação, terra, meio ambiente, línguas, culturas e conhecimentos indígenas. Enfim, desco-brem e valorizam línguas e povos com os quais passam a se solidarizar na formulação e na execução de práti-cas educacionais que vão se mostrando valiosas e repercutindo além do local.

IIo

o acervo da Comissão Pró-Índio do Acre, organização civil com sólido

trabalho na Amazônia Ocidental, Nietta Lindenberg Monte resgata e ana-

lisa documentação inédita: uma centena de relatórios de viagem às escolas indí-

genas, escritos nas últimas três décadas por assessores do programa de for-

mação de professores indígenas Uma Experiência de Autoria.

Com sensibilidade e argúcia, a autora afasta a poeira que o tempo teima

em impingir aos arquivos e nos conduz por caminhos inusitados: visitamos

antigos seringais, aldeias e terras indígenas, atravessamos rios e igarapés,

descobrimos povos, culturas e línguas. Sobretudo, exploramos com ela um

universo desconhecido: as escolas da floresta, os professores e alunos, seus

nomes sonoros – Kaxinawá, Yawanawá, Katukina, Apurinã, Manchineri,

Asheninka, entre outros povos –, cujo cotidiano vai sendo revelado, com

emoção, pelos assessores em suas viagens de campo.

O livro, pioneiro em sua abordagem histórica, biográfica e etnográfica,

inspira conhecimentos importantes no campo da educação e do indigenismo

alternativo, tecendo a indissociável mescla entre a ação e a reflexão educa-

cional, ambiental e política. CCrroonniissttaass eemm vviiaaggeemm ee eedduuccaaççããoo iinnddííggeennaa fascina, surpreende e deve ser lido

pelos que se interessam por um Brasil a ser ainda descoberto pelos brasileiros.

Luís Donisete Benzi Grupioni

Dcapa_cronistas_viagem_MONTADA.qxp 16/6/2008 15:47 Page 1

Page 2: Cronistas em viagem e educação indígena

iiimiolo_cronistas_viagem_170608.pmd 18/6/2008, 11:532

Page 3: Cronistas em viagem e educação indígena

iiiCronistas em viagem e educação indígena

Nietta Lindenberg Monte

miolo_cronistas_viagem_170608.pmd 18/6/2008, 11:533

Page 4: Cronistas em viagem e educação indígena

Copyright © 2008 by Nietta Lindenberg Monte

CAPA E PROJETO GRÁFICO

Patrícia De Michelis sobre imagens do arquivo da Comissão Pró-Índio do Acre

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA

Patrícia De Michelis

REVISÃO

Cecília Martins

EDITORA RESPONSÁVEL

Rejane Dias

AUTÊNTICA EDITORAAUTÊNTICA EDITORAAUTÊNTICA EDITORAAUTÊNTICA EDITORAAUTÊNTICA EDITORA

Rua Aimorés, 981, 8º andar . Funcionários30140-071 . Belo Horizonte . MGTel: 55 (31) 3222 68 19TELEVENDAS: 0800 283 13 22www.autenticaeditora.com.bre-mail: [email protected]

Todos os direitos reservados pela Autêntica Editora.Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida,seja por meios mecânicos, eletrônicos, seja via cópiaxerográfica sem a autorização prévia da editora.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Monte, Nietta Lindenberg Cronistas em viagem e educação indígena /Nietta Lindenberg Monte. — Belo Horizonte :Autêntica Editora, 2008.

Bibliografia. ISBN 978-85-7526-305-1

1. Brasil - Política educacional 2. Índios daAmérica do Sul - Brasil - Educação 3. Povosindígenas - Educação - Brasil I. Título.

08-01000 CDD-371.8299811

Índices para catálogo sistemático:1. Educação indígena : Amazônia : Brasil

371.8299811

miolo_cronistas_viagem_170608.pmd 18/6/2008, 11:534

Page 5: Cronistas em viagem e educação indígena

iiSumárioSumárioSumárioSumárioSumárioSumário

Capítulo 1 – EXPERIÊNCIAS DE VIAGEM E AUTORIACapítulo 1 – EXPERIÊNCIAS DE VIAGEM E AUTORIACapítulo 1 – EXPERIÊNCIAS DE VIAGEM E AUTORIACapítulo 1 – EXPERIÊNCIAS DE VIAGEM E AUTORIACapítulo 1 – EXPERIÊNCIAS DE VIAGEM E AUTORIAA escolha 11Antigos e novos cronistas viajantes 13Conhecendo alguns dos assessores do Projeto de Autoria 15Perspectivas de assessores sobre viagens e relatórios 20Relatórios, diários e outras autorias 28As situações históricas e suas transformações 32

Capítulo 2 – ENCONTRO COM O SERINGALCapítulo 2 – ENCONTRO COM O SERINGALCapítulo 2 – ENCONTRO COM O SERINGALCapítulo 2 – ENCONTRO COM O SERINGALCapítulo 2 – ENCONTRO COM O SERINGAL

Primeiras viagens de campo 37A escuta e o registro da ação indigenista 40Emoção e tensão nos bastidores das viagens 42“Professora de caboclo” 44Os caminhos da alfabetização de jovens e adultos 46Práticas iniciais do indigenismo 48

Capítulo 3 – Capítulo 3 – Capítulo 3 – Capítulo 3 – Capítulo 3 – FOFOFOFOFORMAÇÃO DE MONITORESRMAÇÃO DE MONITORESRMAÇÃO DE MONITORESRMAÇÃO DE MONITORESRMAÇÃO DE MONITORES

E PRIMEIRAS ESCOLASE PRIMEIRAS ESCOLASE PRIMEIRAS ESCOLASE PRIMEIRAS ESCOLASE PRIMEIRAS ESCOLASNovas formas de assessoria 55Educação e terras indígenas 56A formação dos monitores e monitoras indígenas 57

miolo_cronistas_viagem_170608.pmd 18/6/2008, 11:535

Page 6: Cronistas em viagem e educação indígena

As cooperativas 62Os novos tempos míticos e a volta do Cão 64Novas vivências e reflexões da assessoria 66A aventura da escola 69A reflexão política e pedagógica 71A utopia da interculturalidade 73A ênfase do que é próprio ao outro 75Uma política para o ensino e o uso 77das línguas indígenas e do portuguêsRevitalização de línguas indígenas 78Manutenção e desenvolvimento 80das línguas maternasO ensino do português como segunda língua 82A escrita 85Impasses da escola comunitária 87Algumas reflexões sobre a ação 90Outras preocupações 92

Capítulo 4 – Capítulo 4 – Capítulo 4 – Capítulo 4 – Capítulo 4 – TRANTRANTRANTRANTRANSFORMAÇÕES:SFORMAÇÕES:SFORMAÇÕES:SFORMAÇÕES:SFORMAÇÕES:

ESCOLAS E RELATÓRIOSESCOLAS E RELATÓRIOSESCOLAS E RELATÓRIOSESCOLAS E RELATÓRIOSESCOLAS E RELATÓRIOSAlguns traços gerais do período 97Levantamentos ou crônicas de viagem 98Informações gerais sobre a terra indígena 102Organização social das comunidades 104A população 105As distâncias 107A universalização das escolas 108Informações gerais sobre as escolas 109A organização das escolas 111

A avaliação 115Os novos e antigos professores 119Diagnósticos sociolingüísticos e escolas 122Ensino das línguas 125Fundamentos e metodologias 128de alfabetizaçãoCurrículo e material de autoria 130Didática e padrões interativos 133Reflexão indígena sobre as práticas educacionais 136As especificidades das ações de formação 139Condições de trabalho de assessores e professores 143Premissas pedagógicas de assessores e professores 144

CCCCCapítulo apítulo apítulo apítulo apítulo 55555 – – – – – POLÍTICAS DO ESTADOPOLÍTICAS DO ESTADOPOLÍTICAS DO ESTADOPOLÍTICAS DO ESTADOPOLÍTICAS DO ESTADO EEEEE

ALTERNATIALTERNATIALTERNATIALTERNATIALTERNATIVAVAVAVAVAS EDUCACIONAISS EDUCACIONAISS EDUCACIONAISS EDUCACIONAISS EDUCACIONAIS RECENTESRECENTESRECENTESRECENTESRECENTESAgencias governamentais, professores 149e assessoresNovas tendências 152As novas orientações pedagógicas 153As pesquisas educacionais 155Etnografias de aula e professores indígenas 158A reflexão cultural, política e 162pedagógica dos assessoresOutras pesquisas indígenas 165As pesquisas de história indígena 169A organização dos professores 173A formação dos professores e agroflorestais 178A formação básica, a prática pedagógica 182e o meio ambiente

miolo_cronistas_viagem_170608.pmd 18/6/2008, 11:536

Page 7: Cronistas em viagem e educação indígena

@

A reflexão curricular 186Trabalho educacional com as mulheres 188

CCCCCapítulo apítulo apítulo apítulo apítulo 6 –6 –6 –6 –6 – POR FIMPOR FIMPOR FIMPOR FIMPOR FIMIntrincadas redes 193Da educação popular à escola 196pública indígenaCriações e renovações da educação 200popular e indígenaNovos caminhos teóricos: a lingüística 202e as línguas indígenasNovos caminhos políticos: a interação 204com um Estado inclusivo a todosMudando e permanecendo iguais 206E para concluir... 214

AnexoAnexoAnexoAnexoAnexo 216

ReferênciasReferênciasReferênciasReferênciasReferências 228

miolo_cronistas_viagem_170608.pmd 18/6/2008, 11:537

Page 8: Cronistas em viagem e educação indígena

miolo_cronistas_viagem_170608.pmd 18/6/2008, 11:538

Page 9: Cronistas em viagem e educação indígena

o“A certa altura da vida, vai ficando possível dar balanço no passado sem cair em

autocomplacência, pois o nosso testemunho se torna registro da experiência de muitos,de todos que, pertencendo ao que se denomina uma geração, julgam-se a princípiodiferentes uns dos outros e vão, aos poucos, ficando tão iguais, que acabam desaparecendocomo indivíduos para se dissolverem nas características gerais da sua época. Então,registrar o passado não é falar de si; é falar dos que participaram de uma certa ordemde interesses e de visão do mundo, no momento particular do tempo que se deseja evocar.”

ANTONIO CANDIDO

miolo_cronistas_viagem_170608.pmd 18/6/2008, 11:539

Page 10: Cronistas em viagem e educação indígena

www.autenticaeditora.com.brwww.twitter.com/autentica_ed

www.facebook.com/editora.autentica