CROSS DOCKING: COMO A MODALIDADE ESTÁ SENDO … · fluxo e armazenagem de produtos, bem como os...

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FACULDADE CEARENSE ADMINISTRAÇÃO ADRIANA DE SOUSA LIMA CROSS DOCKING: COMO A MODALIDADE ESTÁ SENDO UTILIZADA PARA OTIMIZAÇÃO DOS RESULTADOS EM UMA EMPRESA DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA SITUADA NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA-CE FORTALEZA 2014

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FACULDADE CEARENSE

ADMINISTRAÇÃO

ADRIANA DE SOUSA LIMA

CROSS DOCKING: COMO A MODALIDADE ESTÁ SENDO UTILIZADA

PARA OTIMIZAÇÃO DOS RESULTADOS EM UMA EMPRESA DE

TRANSPORTE E LOGÍSTICA SITUADA NO MUNICÍPIO DE

FORTALEZA-CE

FORTALEZA

2014

ADRIANA DE SOUSA LIMA

CROSS DOCKING: COMO A MODALIDADE ESTÁ SENDO UTILIZADA PARA

OTIMIZAÇÃO DOS RESULTADOS EM UMA EMPRESA DE TRANSPORTE E

LOGÍSTICA SITUADA NO MUNÍCIPIO DE FORTALEZA-CE.

Monografia submetida à aprovação da

coordenação do curso de administração do

centro Superior do Ceará, como requisito

parcial para obtenção do grau de Graduação.

Orientadora: Profa. Rosangela Soares De

Oliveira, Ms.

FORTALEZA

2014

Espaço destinado à ficha de catalogação

ADRIANA DE SOUSA LIMA

CROSS DOCKING: COMO A MODALIDADE ESTA SENDO UTILIZADA PARA

OTIMIZAÇÃO DOS RESULTADOS EM UMA EMPRESA DE TRANSPORTE E

LOGÍSTICA SITUADA NO MUNÍCIPIO DE FORTALEZA-CE.

Monografia como pré-requisito para obtenção

do título de bacharel em Administração,

outorgado pela Faculdade Cearense – FAC,

Tendo sido aprovada pela banca examinadora

composta pelos professores.

Data da aprovação:____/____/____

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________

Profa. Rosangela Soares De Oliveira, Ms

Orientadora

____________________________________________________

Membro

____________________________________________________

Membro

____________________________________________________

Membro

Dedico esta monografia a Deus, que é a razão

maior da minha vida, meu porto seguro. Em

segundo lugar dedico à minha família, meu

amado esposo Jucelio que sempre esteve ao

meu lado e aos meus filhos Paulo Matheus e

Mylena, que são minha razão de viver.

AGRADECIMENTOS

Ao autor e consumador da minha fé, Jesus Cristo. À minha família, aos meus

colegas que direta ou indiretamente contribuíram para meu crescimento e aprendizado e

principalmente ao meu esposo pela paciência nos momentos de ausência para estes estudos.

Agradeço à minha orientadora Rosangela Soares de Oliveira pelas sugestões, direcionamento

e dedicação com a qual conduziu durante o desenvolvimento deste trabalho.

RESUMO

A presente pesquisa tem como objetivo analisar como a modalidade de distribuição cross-

docking vem sendo aplicada em uma empresa de transporte e logística em Fortaleza, CE.

Através de um estudo de caso único exploratório e descritivo de uma empresa de transporte e

logística em Fortaleza, CE. Múltiplas fontes de evidência foram utilizadas, tais como

questionário, entrevista, observação não participante e análise de documentos. Pode-se

concluir que a empresa, objeto do estudo de caso, conduz um sistema de operação cross-

docking eficiente e eficaz que vem trazendo retorno aos seus stakeholders. Observou-se que

os colaboradores visualizam uma redução de custos destacando principalmente aqueles

relacionados à armazenagem. Essa percepção é relevante, uma vez que a eliminação dos

custos com armazenagem é uma das principais características apontadas na literatura para

utilização desta modalidade de operação. Em relação às dificuldades do fluxo operacional a

principal dificuldade apontada foram falhas da transportadora. Por fim, destaca-se que os

colaboradores enxergam a operação em cross-docking como um diferencial competitivo com

foco no cliente, percepções estas importantes para o comprometimento dos colaboradores e

efetiva operacionalização do sistema. Por fim, destaca-se como contribuição desta pesquisa a

descrição preciosa dos procedimentos da Empresa Alfa e a análise de barreiras, dificuldades e

vantagens da operação em cross-docking.

Palavras-chave: Logística, Estudo de Caso, cross docking.

ABSTRACT

This research aims to analyze the practices related of cross-docking operations through a case

study on a transportation and logistics company from Fortaleza, CE. The case study is

characterized as exploratory and descriptive and the sources of evidence were questionnaires,

interviews, non-participate observations and documental analysis. Can be conclude that

operations performed by the company are appropriated regarding to clients demands and

stakeholders expectative. It is observed that widely spread of the advantages of the cross-

docking operations by the questionnaires applied to employees. The barriers visualized are

related to operational errors by the carrier company. Finally, the employees report about the

client focus and efficiency acquired with the cross-docking operations. The notions of barriers

and advantages observed in the empirical study are aligned with the literature review. It is a

major positive aspect observed by this research. Further researches can be perform an analysis

the principal barriers observed in this research and take this results to intend compare with

types of techniques of operational logistics

Keywords: Logistics, Case Study, Cross-docking.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Evolução do Pensamento Logístico. ........................................................................ 17

Figura 2 - Centro de distribuição avançado .............................................................................. 21

Figura 3 - Processo de Transit Point ........................................................................................ 22

Figura 4 - Operação de cross docking ...................................................................................... 22

Figura 5 - Delineamento da pesquisa ....................................................................................... 29

Figura 6 – Fluxograma de operação em Cross-Docking .......................................................... 34

Figura 7 - Fluxo descritivo do picking e expedição.................................................................. 35

Figura 8 - Fluxograma de gestão de entregas e monitoramento ............................................... 37

Figura 9 - Desempenho de entregas mensal CE ....................................................................... 39

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Redução dos custos ................................................................................................ 40

Gráfico 2 - Dificuldade no fluxo operacional ........................................................................... 41

Gráfico 3 - Flexibilidade de parceria com transportadoras ...................................................... 42

Gráfico 4 - Diferenciação no serviço ........................................................................................ 43

LISTA DE TABELAS

Quadro 1 - Formas de cross docking ........................................................................................ 25

Quadro 2 - Vantagens e desvantagens do cross docking .......................................................... 26

Quadro 3 - Atividade de picking .............................................................................................. 36

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 13

1.1 Contextualização e Justificativa ................................................................................. 13

1.2 Problema e questão de pesquisa ................................................................................. 14

1.3 Objetivos .................................................................................................................... 14

1.3.1 Objetivo geral ..................................................................................................... 14

1.3.2 Objetivos específicos .......................................................................................... 14

1.4 Roteiro temático ......................................................................................................... 14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 16

2.1 Logística ..................................................................................................................... 16

2.1.1 Conceitos e terminologias da logística ............................................................... 16

2.1.2 Evolução da Logística ........................................................................................ 17

2.2 Armazenagem ............................................................................................................ 20

2.2.1 O layout da armazenagem .................................................................................. 23

2.2.2 Manuseio ............................................................................................................ 24

2.2.3 Recebimento ....................................................................................................... 24

2.2.4 Expedição ........................................................................................................... 24

2.3 Cross-Docking ........................................................................................................... 25

3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 28

3.1 Enquadramento metodológico: aspectos teóricos da pesquisa científica .................. 28

3.2 Delineamento da pesquisa.......................................................................................... 29

3.3 Caracterização do estudo de caso .............................................................................. 30

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................... 31

4.1 Perspectivas do mercado de operações logísticas no Ceará....................................... 31

4.2 Descrição dos produtos orfertados ............................................................................. 31

4.2.1 Gestão de Estoque .............................................................................................. 31

4.2.2 Transporte ........................................................................................................... 32

4.2.3 Logística Reversa ............................................................................................... 32

4.3 Estrutura tecnológica da Empresa Alfa ..................................................................... 33

4.4 Descrição da operação cross-docking ........................................................................ 34

4.5 Barreiras, dificuldades e vantagens operacionais a partir da visão dos colaboradores

40

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 46

APÊNDICES ............................................................................................................................ 48

Apêndice 1 – Questionário aplicado ..................................................................................... 48

Apêndice 2 – Entrevista conduzida com o gestor responsável pelo setor de Transportes ... 51

Apêndice 3 – Fotografias atividades do armazém...............................................................53

1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização e Justificativa

Atualmente as organizações buscam estratégias que permitam destaque diante da

competitividade e das mudanças constantes do mercado globalizado. Tais mudanças ocorrem

pelas incertezas econômicas e pela redução do ciclo de vida dos produtos, tornando o

ambiente empresarial muito complexo.

Diante desde cenário a logística surge como a última fronteira das empresas para o

desenvolvimento empresarial. O mercado vem forçando às empresas a redirecionarem seu

foco, para o consumidor final, buscando diferenciação e vantagem competitiva para superar

os concorrentes e surpreender os clientes. A aplicação das operações logísticas mostra-se

como uma ferramenta estratégica adequada para controlar os custos e melhorar os níveis de

serviços, permitindo gerenciar estrategicamente o fluxo dos produtos de uma origem a um

destino.

A atividade logística com o foco no cliente necessita que a gestão estratégica e os

sistemas operacionais permitam o atendimento de demandas sazonais com custo reduzido.

Assim, para sobreviver ao ambiente de concorrência atual, o mercado exige práticas de

distribuição dinâmica, ágil, flexível e com custo reduzido. Perante esse cenário mercadológico

o sistema de distribuição cross-docking revela-se como uma ferramenta estratégica para

otimizar os resultados, dentro das modalidades de logística.

A modalidade cross docking surgiu nas últimas décadas sendo uma das principais

praticas logísticas no serviço Gestão da cadeia de suprimentos (GCS). Pode-se oservar o

cross-docking como uma modalidade no qual a mercadoria é recebida em um centro de

distribuição para ser consolidada, roteirizada e expedida até o consumidor final, sem a

necessidade de armazenagem objetivando manter as estruturas organizacionais enxutas e

permitindo a capacidade de a empresa reagir diante das mudanças repentinas do mercado

globalizado.

Nesse contexto, a empresa objeto de estudo deste trabalho, buscou utilizar em sua

cadeia de suprimentos a modalidade de distribuição cross-docking para o atendimento de sua

operação em Fortaleza, CE, tendo em vista o potencial de movimentação de altos níveis de

estoque sem necessidade de armazenagem e manuseio oferecido por esta modalidade de

operação o que permite acelerar o fluxo dos produtos até o consumidor final.

1.2 Problema e questão de pesquisa

A escolha do tema deste estudo se deu pela pretensão da pesquisadora em

entender o ambiente atual da logística dentro de uma empresa, em um período que a logística

ganha importância estratégica, devido à alta competitividade do mercado e demanda por

soluções rápidas. Diante dessa realidade houve o desejo de analisar o cross docking, bem

como identificar as vantagens e desvantagens deste tipo de operação.

O problema de pesquisa deste trabalho está relacionado à dificuldade que as

pessoas envolvidas têm de compreenderem e saberem operar cross-docking. Vieira (2009)

cita este fator como uma das principais dificuldades e barreiras para ampla utilização deste

tipo de operação. Diante deste fato, formulou-se a seguinte questão de pesquisa:

Como a modalidade de distribuição cross-docking utilizada na operação de uma

empresa de logística e transportes de Fortaleza- CE esta sendo desempenhada?

Devido à natureza da questão de pesquisa é válido observar, portanto, que a

presente pesquisa tem caráter descritivo e se utilizará do estudo de caso como estratégia de

pesquisa (COLLIS; HUSSEY, 2005; YIN, 2010; RICHARDSON, 2011). Toda descrição da

metodologia utilizada será apresentado no Capítulo 3.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo geral

Analisar como a modalidade de distribuição cross-docking vem sendo aplicada

em uma empresa de transporte e logística em Fortaleza, CE.

1.3.2 Objetivos específicos

a) descrever como a empresa em estudo realiza sua operação em cross-docking;

b) identificar os resultados alcançados com a utilização da modalidade cross-

docking;

c) identificar os gargalos que prejudicam o fluxo da modalidade cross-docking na

empresa pesquisada.

1.4 Roteiro temático

A presente pesquisa está estruturada em cinco partes a contar do presente capítulo

de introdução. O segundo capítulo apresenta a fundamentação teórica e subdivide-se em duas

seções. A primeira delas está voltada para revisão dos conceitos e evolução da logística,

abrangendo também o conceito de armazenagem, classificação da estrutura de distribuição,

abordando de forma bem sucinta os sistemas de armazenagem diretos e indiretos.

A segunda seção da fundamentação teórica concentra-se na contextualização da

modalidade de distribuição cross docking, abordando sua classificação, suas formas de

aplicação, suas vantagens e desvantagens a partir da literatura disponível.

O terceiro capítulo apresenta a abordagem metodológica utilizada para o

desenvolvimento da pesquisa.

O quarto capítulo apresenta a análise e interpretação dos resultados, em que são

expostos e comentados os dados coletados.

Por fim, nas considerações finais, são apresentados as conclusões derivadas da

pesquisa realizada bem como sugestões de melhorias, tendo por base o referencial teórico.

São expostas também as limitações desse estudo e sugestões para continuidade desta

pesquisa.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Logística

Neste capitulo apresenta-se o conceito e evolução da logística. Apresenta ainda,

conceito de armazenagem, classificação da estrutura de distribuição, e importância da

armazenagem, abordando de forma bem sucinta os sistemas de armazenagem diretos e

indiretos.

2.1.1 Conceitos e terminologias da logística

Define-se logística como o conjunto de todas as atividades de movimentação e

armazenagem. Esta tem por objetivo facilitar o fluxo dos produtos, bem como o fluxos das

informações, buscando atingir um nível de serviço exigido pelos clientes, a um custo justo

para ambas as partes (NOGUEIRA, 2012).

Segundo Novaes (2007) o conceito de logística para o Council of Supply Chain

Management é:

“Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o

fluxo e armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados,

cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de

atender os requisitos do consumidor”( Novaes, 2007, p. 35)

Já para Pozo (2007), a entende-se por logística como:

“[...] todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilita o fluxo de

produtos desde o ponto de aquisição da matéria prima até o ponto de consumo final,

assim como os fluxos de informações que colocam os produtos em movimento, com

o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo

razoável” (Pozo, 2007, p.13).

Por fim, de acordo com Gomes (2004), a logística é o processo de gerenciar

estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos

acabados (e seus fluxos de informações correlatos) pela organização e pelos seus canais de

marketing, de modo a poder maximizar a lucratividade presentes e futuras por meio do

atendimento dos pedidos a baixo custo.

A logística é definida de formas diferentes, porém com o mesmo sentido, diante

dos conceitos de aqui apresentados a logística é interpretada como a estratégia de planejar e

coordenar todas as atividades necessárias para alcançar níveis desejáveis dos serviços e

qualidade ao custo mais baixo possível. Por isso a logística deve ser vista como o elo de

ligação entre o mercado e a atividade operacional da empresa.

2.1.2 Evolução da Logística

A Logística, em sua concepção inicial, consistia no simples ato de entregar o

produto certo, no lugar solicitado, dentro de um determinado intervalo de tempo. Com o

passar dos anos, este conceito evoluiu, adquirindo novas vertentes, adaptando-se às

necessidades específicas de cada época, no decorrer do século XX (BOWERSOX, 2006).

Na antiguidade, as atividades econômicas eram desenvolvidas para garantir a

sobrevivência. Os alimentos e produtos de consumo eram produzidos em lugares específicos.

Os alimentos e outros comodites eram espalhados para as regiões mais distantes, tornando-as

acessíveis e abundantes. Os povos antigos consumiam os produtos apenas em determinadas

ocasiões havendo a armazenagem de outros sua utilização posterior (BALLOU, 2004).

Segundo Figueiredo e Arkader (2012) o processo evolutivo da Logística pode ser

compreendido, através de uma analise cronológica. Conforme um estudo feito por John Kent

e Daniel Flint a evolução do pensamento logístico se dá em cinco eras ou etapas principais,

conforme a Figura 1.

Figura 1 - Evolução do Pensamento Logístico.

Fonte: Figueiredo e Arkader (2012, p. 51).

Segundo Pires (2012) desde a antiguidade até o século XV, prevalecia à produção

artesanal. O artesão ou produtor era responsável por toda a execução do ciclo do produto.

Surgiram os primeiros trabalhos com a utilização de ferramentas, bem como as primeiras

formas de divisão de trabalho, tornando-se necessário buscar formas eficientes de produção.

A primeira era, denominada de Campo de Mercado, foi caracteriza-se pela prevalência

da economia agrária. Até então as atividades logísticas desenvolvidas limitavam-se ao

transporte e à distribuição física da produção agrícola. A influência da logística era escassa,

não havia integração, os estoques permaneciam sob a responsabilidade das funções de

produção e as empresas traduziam apenas a quantidade de volumes de produção. Nessa era

surgiu a primeira definição de logística (MOURA, 2004).

A segunda era, denominada de Especialização, engloba a década 1940 ao inicio da

década de 60 e sua interpretação sofre forte influencia militar. Nessa época os países

realizavam seus preparativos para a II Guerra Mundial, momento em que o termo Logística

Empresarial se desenvolveu, tendo como maior preocupação o fornecimento de armamentos e

munições às missões militares. A Logística começou a englobar, também, um maior número

de atividades, relacionadas com transporte, suprimentos, construção, e assistência a feridos.

Por fim, a logística ficou dividida em distribuição física e suprimentos (MOURA 2006).

A terceira era, denominada de Funções Integradas, vai do inicio da década de 60 até os

primeiros anos da década de 70. Como seu próprio nome traduz, nessa época desenvolveu-se

uma visão integrada da Logística. Nesse período inicia-se a consolidação da integração entre

as atividades de transporte de suprimento e distribuição, armazenagem, controle de estoque e

manuseio de materiais (FIGUEIREDO; ARKADER, 2012).

Nesse contexto o conceito de Logística Integrada se desenvolveu pelo emprego

das tecnologias de informação e sistemas de comunicações, que contribuíram para uma

grande revolução na logística empresarial, promovendo rapidez e agilidade dos fluxos de

informações. Essa mudança no nível de integração foi favorecida pela adoção do intercambio

eletrônico de dados EDI, que conduziu à flexibilização do processo de programação. As

informações, que antes só apresentavam alguma funcionalidade no tratamento histórico,

passaram a ser essenciais para atualização de dados em tempo real (BOWERSOX 2009).

Ainda segundo Bowesox (2009) a evolução da logística empresarial tem início a

partir de 1980, com as demandas decorrentes da globalização, alteração estrutural da

economia mundial e desenvolvimento tecnológico, tendo como consequência a segmentação

da logística empresarial em três grandes áreas: administração de materiais; Movimentação de

Materiais e Distribuição Física.

Entende-se por Administração de Materiais “[...] o conjunto de operações

associadas ao fluxo de materiais e informações, desde a fonte de matéria-prima até a entrada

na fábrica” (Bowesox, 2009). Ou seja, a fundação da administração de materiais é

disponibilizar os insumos para produção desde a compra do suprimento, o seu transporte e

armazenagem, pré-estabelecido dentro de um planejamento de demandas.

A Movimentação de Materiais é “o transporte eficiente de produtos acabados do

final de linha de produção até o consumidor” (Bowesox, 2009). Por fim, a Distribuição física

“[...] é o conjunto de operações associadas à transferência dos bens objeto de uma transação

desde o local de sua produção até o local designado no destino e no fluxo de informação

associado” (Bowesox, 2009).

A quarta era, denominada como Foco no Cliente, caracteriza-se pela aplicação de

métodos quantitativos, focando a produtividade e os custos de estoque. Esta foi uma época

marcada pelo interesse na aprendizagem e ensino no panorama da logística (PIRES, 2012).

A quinta era, denominada era do Supply Chain, caracterizada pela ênfase na

estratégia. A logística passou a ser um elemento de diferenciação, sendo classificada como a

última fronteira empresarial, que possibilita explorar as vantagens competitivas. Por conta da

globalização e o avanço tecnológico, apresentam-se as preocupações com as interfaces, dentro

das organizações, entre diferentes tipos de planejamento (FIGUEIREDO, 2012).

Nogueira (2012) afirma que o conceito de Supply Chain Management (SCM) tem

uma abrangência da gestão de todos os recursos de produção, bem como do transporte e

integração de todas as empresas envolvidas no processo. O grudo de pesquisa Global Supply

Chain Fórum (GSCF) definiu a pratica SCM como sendo “a integração dos processos de

negócios desde o usuário final até os fornecedores originais (primários) que providenciam

produtos, serviços e informações que adicionam valor para os clientes e stakeholdes”.

A evolução da logística demonstra que atualmente é possível conceituar a

logística como a coordenação de todas as atividades relacionadas à aquisição, movimentação

e estocagem de materiais. Esta abordagem considera o fluxo inteiro de materiais e

informações desde os fornecedores até o estabelecimento de manufatura, com seus depósitos e

linhas de produção, e também depois da manufatura, no fluxo de produtos, através dos

armazéns e centros de distribuição até os clientes, cujo planejamento e controle integrado é de

fundamental importância para sua operação (BALLOU, 2009).

Segundo Nogueira (2012) a partir dos anos 90 em aos dias atuais surge à fase,

denominada de Era da Informação. O desenvolvimento de novas tecnologias e sistemas de

informações surgiu como uma ferramenta para a automatização dos processos nas áreas

funcionais. Os principais sistemas de informações gerenciais abrangem os processos globais

das organizações, mantendo conectadas as unidades da empresa aos clientes e fornecedores.

Destacando os sistemas operacionais, como TMS (sistema para empresa de transporte), ERP

(para toda a empresa) e o WMS (sistema para centros de distribuição).

Assim, a função da logística consiste em fazer chegar à quantidade certa das

mercadorias certas ao ponto certo, no tempo certo. A logística constitui-se de um sistema

global, formado pela integração dos diversos segmentos ou setores que a compõem.

Compreende a embalagem, armazenagem, manuseio, movimentação, transporte de um modo

geral, estocagem em trânsito, recepção, o acondicionamento e a manipulação final, isto é, até

a entrega do produto ao cliente. É responsável pelo planejamento, pela operação e pelo

controle de todo o fluxo de mercadorias e informação, desde a fonte fornecedora até o

consumidor. (BOWESOX, 2009).

2.2 Armazenagem

Conforme Santos (2012) diante da necessidade de respostas rápidas no sistema

logístico a armazenagem ganhou importância de destaque dentro das empresas, representando

não apenas a guarda de materiais, mais sim uma função administrativa realizada através de

gestão estratégica dentro das organizações que visa à redução de custo, tempo e espaço físico.

Para Ching (2010) a armazenagem continua tem um papel importante no sistema

logístico da empresa podendo, melhorar a eficácia das movimentações, controlar o estoque e

diminuir as falhas do processo de distribuição. Quando a armazenagem é aplicada

corretamente a empresa pode solucionar diversos problemas que influem diretamente o

processo produtivo e de distribuição, otimizando os espaços e diminuindo os custos

operacionais.

A armazenagem esta diretamente relacionada com a localização das instalações,

ou seja, de acordo com a localização das fontes de matéria prima, mercado e vias de acesso

(rodovias, ferrovias, portos, dutos, dentre outros). Mediante a estes requisitos pode haver uma

necessidade maior de centros de distribuição e/ou armazéns, podendo gerar a redução ou

aumento dos custos e manuseio. Os tipos produto ou o segmento da empresa também são

fatores determinantes para avaliação da necessidade de um armazém, bem como sua

localização (GOMES 2004).

Lacerda (2012) afirma que a questão básica do gerenciamento logístico concentra-

se na estruturação dos sistemas de distribuição, tornando-o capazes de atender aos mercados

geograficamente distantes das fontes de produção e oferecendo níveis de serviço cada vez

mais altos em termos de disponibilidade de estoque e tempo de atendimento. As instalações

de armazenagem são fatores determinantes para atender com eficiência as metas

estabelecidas.

A funcionalidade das instalações dependerá da estrutura de distribuição adotada

pela empresa, podendo ser classificada em dois grandes grupos: estruturas escalonadas e

estruturas diretas.

As Estruturas Escalonadas são compostas por uma rede de distribuição que possui

tipicamente um ou mais armazéns centrais e um conjunto de armazéns, ou centros de

distribuição avançadas próximos das áreas de mercado (Lacerda, 2012).

As Estruturas Diretas “são sistemas de distribuição em que os produtos são

expedidos de um ou mais armazéns centrais diretamente para os clientes” (Lacerda, 2012, p.

123).

Conforme Lacerda (2012, p.154) os centros de distribuição avançados são típicos

sistemas de distribuição escalonados, em que o estoque é posicionado em vários elos de uma

cadeia de suprimentos. Seu objetivo é permitir o rápido atendimento as necessidades dos

clientes de determinada área geográfica distante dos centros produtores, conforme a Figura 2.

Figura 2 - Centro de distribuição avançado

Fonte: Lacerda (2012, p.155)

Os centros de distribuição avançados possibilitam a obtenção de economias de

transporte visto que operam como centro consolidador de carga, tendo como principais

características: chegada de grandes volumes de carga consolidada (longo curso); economias

de escala; rápido atendimento; consolidação do mix de produtos vindos de diversos

fornecedores (LACERDA 2012).

Os sistemas de distribuição diretos podem também utilizar instalações

intermediarias, não para manter estoque, mas para permitir o fluxo rápido dos

produtos aliados a baixo custo de transporte. Estas são as instalações do tipo transit

point, cross-docking e merge in transit. Sua aplicação é relativamente recente, e

contrasta com a visão tradicional das instalações de armazenagem. (Lacerda, 2012,

p.154)

Conforme Pires (2012) a prática do Transit Point, pode ser considerada uma

forma de aumentar a efetividade do sistema de distribuição, não havendo a necessidade de

incorrer mais custos logísticos. As instalações são similares aos centros de distribuição

avançados, mas não mantém estoques. Um esquema ilustrativo desse tipo de operação pode

ser observado na Figura 3.

Figura 3 - Processo de Transit Point

Fonte: Nogueira 2012, p. 144

O Transit Point tem como objetivo atender à determinada região, distante da fonte

de abastecimento. Em um veículo maior, como uma carreta, as cargas são consolidadas e

enviadas. Em um local pré-determinado, as cargas são repassadas para outros veículos

menores, facilitando o acesso até entrega ao cliente (NOGUEIRA, 2012).

A utilização da modalidade cross docking é definida como um método que

movimenta os produtos de um fornecedor para outro através de um centro de distribuição, ou

não, sem armazenar o produto por um longo tempo, permitindo acelerar o fluxo dos produtos

para o consumidor. A Figura 4 apresenta um esquema representativo deste tipo de operação.

Figura 4 - Operação de cross docking

Fonte: Nogueira (2012)

Na operação cross-docking carretas completas chegam de múltiplos fornecedores

e então se inicia o processo de separação dos pedidos, com a movimentação das cargas da

área de recebimento para área de expedição (PIRES, 2012).

Existem sistemas de cross-docking automatizados que usam códigos de barras

para identificar a origem e o destino de cada palet os quais são direcionados automaticamente

para as respectivas docas por meio de correias transportadoras que os transportam até os

veículos que farão e entrega final (PIRES, 2012).

Conforme Lacerda (2012), embora a operação cross-docking seja

operacionalmente simples é necessário para que haja um alto nível de coordenação entre os

participantes (fornecedores, transportadores). É necessário a utilização intensiva de sistemas

de informação, transmissão eletrônica de dados para identificação de produtos (com código de

barra, poe exemplo), além a existência fundamental de softwares de gerenciamento de

armazéns Warehouse Management Sistem (WMS, Sistema de Gerenciamento de Depósito)

para coordenar o intenso e rápido fluxo de produtos entre as docas).

O merge in transit é uma extensão do cross docking combinado com o sistema

Just in time (JIT). Ele tem sido aplicado á distribuição de produtos de alto valor agregado,

formados por multicomponentes que tem suas partes produzidas em diferentes plantas

especializadas (LACERDA, 2012).

A operação merge in transit busca coordenar o fluxo dos componentes,

gerenciando os respectivos períodos de produção e transporte, para que estes sejam

consolidados em instalações próximas aos mercados consumidores, no momento de sua

necessidade, sem a necessidade de estoques intermediários.

2.2.1 O layout da armazenagem

Layout da armazenagem é a forma como as áreas de um armazém estão

organizadas visando a melhor utilização dos espaços disponíveis. O layout ideal procura

formas para minimizar a distancia com as movimentações entre os materiais, com maior

flexibilidade e com os custos de armazenagem reduzidos. (BOWERSOX, 2009)

O layout de depósito depende do sistema de manuseio de materiais escolhido e exige

um plano de uso da área útil, a fim de facilitar a movimentação de produtos. É difícil

fazer generalizações a respeito de layouts de deposito, porque estes devem ser

idealizados para atender a requisitos específicos (Bowersox 2009, p.339)

Conforme Nogueira (2012) a armazenagem depende primeiramente de um bom

layout, que garanta acessibilidade dos equipamentos de movimentação e que permita fluxo de

materiais impactando positivamente sobre a eficiência da mão-de-obra e segurança do

trabalho.

2.2.2 Manuseio

É uma atividade que envolve o recebimento, movimentação, estocagem e

classificação dos materiais. O manuseio de materiais concentra-se no armazém e é uma

atividade que gera um alto custo logístico (BOWERSOX, 2006).

Segundo Bowersox (2006), a mão-de-obra necessária para à separação e o

manuseio de produtos dentro do deposito representa um alto custo de pessoal dos sistemas

logísticos. Como alternativa para redução destes custos, alguns equipamentos de manuseio

estão sendo utilizados para aumentar a produtividade dos operários pela redução de seu

esforço de trabalho.

2.2.3 Recebimento

Quando as cargas chegam ao armazém em grandes volumes, a primeira atividade

de movimentação é a descarga dos veículos, podendo ser realizada manualmente, de forma

mecanizada ou parcialmente mecanizada cuja função básica é verificar a conformidade da

mercadoria com os pedidos de compra e suas especificações (BOWERSOX, 2006).

O recebimento planeja e operacionaliza a alocação dos materiais matérias

destinados para as áreas produtivas, realizando a inspeção da qualidade, relatando as

divergências que inviabiliza o recebimento dos produtos e pedidos (BULLER, 2012).

2.2.4 Expedição

A expedição é atividade que engloba as informações dos pedidos para o

carregamento dos veículos. É uma etapa de grande relevância para a operação, uma vez que

atividade realiza a separação de itens armazenados em determinado local, movimentando-os

para outro lugar com o objetivo de atender a demanda especifica que pode ser o envio de

produtos a um cliente ou terceiro com o objetivo de agregar valor ao produto (BERTAGLIA

,2006 apud MARQUES, 2009; BOWERSOX, 2009)

Um termo comumente utilizado na expedição é o picking: separação e preparação

de pedidos. Este processo é de fundamental para redução dos riscos com as perdas, danos e

extravios que ocorrem com a carga durante a viagem (Braga, 2010).

Na próxima seção, são expostos os conceitos sobre cross-docking, ressaltando sua

relevância na logística e apresentando as teorias que fundamentam este trabalho.

2.3 Cross-Docking

O atual ambiente dos negócios exige operações logísticas mais rápidas e de menor

custo, capazes de suportar estratégias de marketing, gerenciar redes de fornecedores e clientes

de forma a gerar resultados satisfatórios. O cross docking é um conceito de logística que

viabiliza o atendimento das operações em tempo hábil, através aceleração do fluxo das

mercadorias (PIRES, 2012).

Na ultima década o cross docking se converteu em uma grande pratica da gestão

da cadeia de suprimentos pelo fato de contribuir para a obtenção de alguns dos seus

propósitos importantes, como redução dos estoques em armazéns, aumento do fluxo de

materiais, melhora na utilização dos recursos financeiros e do lead times ( PIRES, 2012).

Pires (2012, p.241) define cross docking de forma simples como “[...] uma pratica

que visa evitar armazenagens desnecessárias em centros de distribuição ou em locais que

trabalhem como tal”.

Segundo Vieira (2009.p.248) o cross docking é

“[...] um processo onde produtos são recebidos em uma dependência, (...) com

outros produtos de mesmo destino, que são enviados na primeira oportunidade, sem

uma armazenagem longa. Isso requer alto conhecimento dos produtos de entrada,

seus destinos, e um sistema para roteá-los apropriadamente aos veículos de saída”

(Vieira, 2009.p.248)

O cross-docking procurar minimizar ou eliminar o processo de armazenagem,

para que o sistema funcione em perfeita integração entre as programações de recebimento,

distribuição e atendimento ao cliente. Para realização de tal integração, as operações em

cross-dockin normalmente, com o uso intensivo de TIC e do WMS (PIRES, 2012).

Carvalho (2004) classifica a operação cross-docking três tipos, conforme o

Quadro 1.

Quadro 1 - Formas de cross docking Tipo de pallet Característica

Por pallet

completo

O pallet vem fechado com os produtos certos de uma loja necessitando apenas de triagem e

não precisam ocupar muito tempo o estoque.

Por pallet misto

O pallet é desmontado pelos separadores do armazém e são rearranjados com todos os

produtos de uma determinada loja.

Por pallet sortida O pallet vem sortido com vários tipos de produto conforme a necessidade de cada loja.

Fonte: Adaptado carvalho (2004)

Das três formas de cross-docking a mais eficiente é sem dúvida à pallet completo,

uma vez que permite a redução do estoque em ambos os parceiros (CARVALHO, 2004).

O cross-docking pode trazer uma redução efetiva nos custos de distribuição e

manter o nível de serviço ao cliente. A modalidade cross docking também é conhecida pelo

termo de flow through (através de fluxo, tradução nossa) (Pizzolato, 2003). Este conceito

relaciona-se a capacidade da administração do centro de distribuição concentrar-se na

distribuição de materiais e de informações não de forma pontual, mas através de fluxo.

Vieira (2009) aponta as principais vantagens e desvantagens da modalidade cross-

docking, enfatizando que os principais benefícios vêm da economia de trabalho como a

movimentação da carga e armazenagem e da redução de perdas em estoque. A principal

desvantagem está relacionada a dificuldade que as pessoas envolvidas tem de compreenderem

e saberem operar cross-docking.

O cross docking tem origem no modal marítimo e ferroviário iniciou-se com a

movimentação de navios que atracados em portos passavam a descarregar diretamente em

navios menores, sendo em barcos ou vagões, dessa foram o setor ferroviário adotou essa

prática, que por sua agilidade ganhou espaço para os setores industriais (PIRES, 2012).

Conforme Nogueira (2012) o cross-docking é altamente eficiente no sentido de

permitir que os estoques viagem através de um canal de distribuição com velocidade no fluxo

dos produtos sendo separado em três níveis nível: (1) o cross-docking paletizado, em que os

produtos chegam de vários fornecedores e são enviados para outro veiculo diretamente para o

cliente final; (2) cross-docking com separação, em que os produtos são recebidos e separados

em caixas por região e (3) cross-docking com separação e embalagem.

Conforme o tempo de permanência nas dependências onde ocorre o cross-docking

deve ser levado o mínimo possível, especialistas limitam o tempo máximo um dia para que se

considere um cross-docking com a carga parada, visando que o transportador ou operador

logístico não efetivem cobrança de taxas de armazenagem (VIEIRA, 2009)

Assim, vantagens e desvantagens podem ser observadas para utilização deste tipo

de operação, conforme o Quadro 2

Quadro 2 - Vantagens e desvantagens do cross docking

Vantagens Desvantagens

- Aumenta a velocidade do fluxo de

produtos e circulação de estoque;

- Reduz custo de manuseio

- Permite consolidação eficiente de

produtos;

- Dificuldade de determinação de produtos

candidatos;

- Requer sincronização dos fornecedores e

demanda;

- Relação imperfeitas com fornecedores;

Quadro 2 - Vantagens e desvantagens do cross docking

Vantagens Desvantagens

- Promove melhor utilização dos

recursos;

- Reduz necessidade de espaço;

- Reduz danos aos produtos por causa

do manuseio;

- Reduz furtos e compressão dos

produtos;

- Reduz obsolescência (problemas com

prazos de validade) dos produtos;

- Acelera pagamento ao fornecedor,

logo melhora parcerias.

- Pequena ou nenhuma credibilidade nos

fornecedores;

- Relutância dos fornecedores;

- Gerencia nem sempre possuem visão holística e

orientada para cadeia de suprimentos;

- Dependências inadequadas ou retornos sobre

inventários insuficientes para justificar a compra,

- Sistemas de informação adequados;

- Medo de stock out pela ausência de estoque de

segurança.

Fonte: Adaptado de Vieira (2009, p.250).

A prática do cross docking possibilita que as organizações consigam atingir seus

objetivos diante das demandas sazonais, no qual os produtos detém ciclos de vida custo, com

prazos agressivos, necessitando de agilidade na distribuição e na entrega ao cliente final,

dessa forma a modalidade se adequa ao ambiente atual trazendo vantagens competitivas para

as organizações.(LACERDA, 2012).

Segundo Lacerda (2012) as instalações do tipo cross docking, adequam-se muito

bem as cadeias varejistas.

As instalações do tipo cross docking operam sob o mesmo formato do

transit points, mas caracterizam-se por envolver múltiplos

fornecedores que atendem a clientes comuns. Cadeias de varejo são

candidatas naturais à utilização desse sistema e, de fato, existem

inúmeros exemplos da utilização intensiva do cross doscking nesse

setor.(Lacerda, 2012, p.157)

As instalações do tipo cross docking são instalações que são altamente viáveis

para o período de globalização e mudanças repentinas, tendo em vista que esses arranjos

possibilitam a melhor administração dos fluxos permitindo que as ações sejam avaliadas

desde o suprimento de materiais até a chagada do produto ao consumidor final. Permitindo

que sejam criadas vantagens competitiva e a criação de valor adicional.

Por conta do ambiente empresarial altamente competitivo, o cross docking é uma

alternativa eficiente para administrar o estoque, cabendo à logística definir o posicionamento

das instalações e arranjos estratégicos, que visem realizar o fluxo eficiente dos materiais ao

longo de toda cadeia de suprimento, objetivando o sucesso da organização, ao satisfazer

entregas, expectativas de disponibilidade, bem como as necessidades de cliente.

3 METODOLOGIA

O presente capítulo apresenta o detalhamento do método de pesquisa utilizado,

bem como suas etapas. Desta forma, espera-se esclarecer os pressupostos científicos que

nortearam o presente trabalho, ofertando subsídio para construção do conhecimento aqui

desenvolvido.

3.1 Enquadramento metodológico: aspectos teóricos da pesquisa científica

Os aspectos teóricos que envolvem a pesquisa científica diz respeito aos meios

pelo qual o pesquisador construiu sua pesquisa a fim de gerar conhecimento científico,

diferenciando-o de outros tipos de saberes, como o saber popular (SAPIERE; COLLADO;

LUCIO, 2006; CRESWELL, 2007).

Neste sentido, adotando-se a classificação apresentada por Collis e Hussey (2005)

Richardson (2011), a presente pesquisa classifica-se como qualitativa cujos objetivos são

descritivos e exploratórios, tendo-se aplicado como estratégia de pesquisa o estudo de caso.

A pesquisa qualitativa busca coletar as informações, não inserindo nenhum

instrumento estatístico, não pretende numerar ou medir, buscando dessa forma uma análise

rica de interpretações do fenômeno em apreço (RICHARDSON, 2010).

O caráter exploratório visa proporcionar maior familiaridade com o problema,

tendo em vista torna-lo explicito. Estudos de caráter exploratório são realizados normalmente

quando o objetivo é examinar um tema ou problema de pesquisa pouco estudado ou até

mesmo ampliar os estudos já existentes. (SAPIERE; COLLADO; LUCIO, 2006; GIL, 2007;

VERGARA, 2009).

Já o caráter descritivo visa descrever as características de determinado fenômeno.

Consiste em descrever situações, acontecimentos e efeitos, isto é, como se manifesta

determinado fenômeno (SAPIERE; COLLADO; LUCIO, 2006; GIL, 2007; VERGARA,

2009).

Em relação à estratégia aplicada utilizou-se o estudo de caso. Yin (2010) define o

estudo de caso como uma investigação empírica que permite analisar um fenômeno

contemporâneo em seu contexto de vida real. Além disso, o estudo de caso proporciona um

grande alcance do objeto estudado, pois envolve um estudo profundo e exaustivo, de forma

que permita o amplo e detalhado conhecimento sobre o objeto estudado (GIL, 2007).

Em relação às fontes de evidência, foram utilizadas a pesquisa bibliográfica,

entrevista aberta, questionário, observação não participante e documentos. Conforme Vergara

(2009) a pesquisa bibliográfica é um estudo sistematizado, que é desenvolvido com base em

material divulgado em livros, jornais, revistas, redes eletrônicas.

A presente pesquisa utilizou a entrevista aberta e questionário como meio de

coleta de dados, pois teve como objetivo formar o conhecimento a partir do entrevistado sem,

no entanto, impor a visão de realidade do entrevistador (RICHARDSON, 2010).

Para análise dos dados utilizou-se a análise de conteúdo que segundo

Krippendorff (2004, p. 18, tradução nossa) visa a “fazer inferências replicáveis e válidas a

partir de textos (ou outro material significativo) para o contexto de seu uso”. A análise de

conteúdo é uma forma de interpretar o conteúdo de um texto adotando normas sistemáticas de

se extrair os significados temáticos ou os significados lexicais, por meio dos elementos mais

simples (CHIZZOTTI, 2011).

3.2 Delineamento da pesquisa

O delineamento da pesquisa nada mais é do que o detalhamento dos passos

planejado e realizado para condução do estudo científico. Assim, o presente estudo de caso foi

desenvolvido em 2 momentos: estudo teórico e estudo empírico. As etapas de pesquisa foram

apresentadas na Figura 5.

Figura 5 - Delineamento da pesquisa

Fonte: da autora.

Para etapa de estudo teórico, buscou-se analisar, através da pesquisa bibliográfica

os fundamentos teóricos que embasassem teoricamente o estudo empírico, fornecendo amplo

conhecimento sobre o assunto em apreço e proporcionando uma visão crítica para a prese

pesquisadora. Em um segundo momento, desenvolveu-se o estudo empírico que consistiu da

coleta dos dados através da aplicação de um questionário e levantamento dos documentos.

Andrade (2010) define como estudo empírico como uma pesquisa de campo que “utiliza

técnicas especificas, que tem o objetivo de recolher, registrar, de maneira ordenada, os dados

sobre o assunto em estudo” (Andrade, 2010, p. 131).

O questionário foi aplicado para dezesseis funcionários da empresa objeto de

estudo, sendo um coordenador regional, seis lideres um analista de logística, quatro

assistentes de logística, quatro auxiliares de logística. Foi realizada também uma entrevista

aberta com o gestor responsável pela operação em Fortaleza, CE.

A coleta de dados do estudo empírico foi realizada em quatro etapas. Na primeira

foi realizada uma entrevista aberta com o gestor responsável pela operação cross docking,

onde através de uma conversa foram fornecidas informações relativas ao histórico da

empresa, faturamento e demais informações relevantes para à realização da pesquisa.

Algumas destas informações foram mantidas em segredo por conveniência da empresa e

serviram apenas para o pesquisador conhecer em maior a Empresa Alfa.

Na segunda etapa foi uma visita in loco, durante dois dias, realizando

acompanhamento da rotina operacional dentro do armazém na filial Fortaleza, CE, buscando

entender o processo operacional do cross-docking. Foram realizados registros fotográficos de

cada etapa que compõe o fluxo da operação. Na terceira etapa foi realizada a aplicação de um

questionário, composto por 10 questões assertivas, aplicados a dezesseis funcionários da empresa

pesquisada, Na quarta etapa foi aplicado um questionário junto ao gestor da operação cross

docking, com dez questões abertas, buscando comparar as informações coletadas nos demais

níveis operacionais.

3.3 Caracterização do estudo de caso

A pesquisa de campo foi realizada em uma empresa de transporte e logística,

localizada no município de Fortaleza-CE. A organização optou por não divulgar seus dados

assim mantendo-se no anonimato e aqui será denominada de Empresa Alfa.

A Empresa Alfa é uma organização privada, de grande porte, de capital fechado,

caracterizando-se por ser um operador logístico que atua no segmento de transporte e

logística, cujas principais serviços oferecidos são: gestão de estoque, transporte, logística

reversa. Atua no ramo de serviços sendo responsável pela distribuição de produtos

eletroeletrônico, sim card., notebooks e equipamentos de informática.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Perspectivas do mercado de operações logísticas no Ceará

As demandas de serviços no estado do Ceará obtiveram nos últimos anos um

grande crescimento, fazendo com que a empresa buscasse novas alternativas de distribuição

para atender de forma rápida e eficiente sua carteira de cliente no estado. Com as dificuldades

de praticar os serviços de logística em tempo hábil a empresa realizou um estudo para

desenvolver uma maneira pratica de trabalhar no estado, tendo em vista os problemas com as

rodovias e as limitações das companhias aéreas no Brasil.

Visando proporcionar um serviço de qualidade que superasse as expectativas de

seus clientes, a empresa implantou o sistema cross-docking em sua cadeia de suprimentos

utilizando-se tanto do modal aéreo como rodoviário. Também foram realizadas parcerias com

as grandes transportadoras e os correios, objetivando redução de custos e flexibilidade da

operação diante de cargas sazonais e de alto valor agregado.

4.2 Descrição dos produtos orfertados

4.2.1 Gestão de Estoque

Com grandes centros de distribuição e hubs (pontos de apoio) estrategicamente

espalhados por todo o Brasil, a empresa está presente nos estados de Pernambuco, São Paulo

(Barueri, Mauá e Raposo Tavares), Paraná e Rio Grande do Sul que juntos movimentam um

volume de 16 milhões de itens por ano.

Conforme o acervo da empresa processo de Gestão do Estoque visa todo o

acompanhamento da operação, desde o recebimento, passando por vários processos de

conferência que aferem o comprometimento. O indicador de controle garante 99,8% de

acuracidade (conferencia onde o estoque e físico existente são iguais) de estoque na média,

este dado indica um alto desempenho que está ligado à tecnologia aplicada em cada um dos

processos relacionados à Gestão de Estoque.

O gerenciamento de estoque é realizado por meio de sistema informatizado (Web

Based) que contempla: Entrada e saída de produtos, posições diárias, semanais, quinzenais e

mensais; registro eletrônico por meio de fotos dos itens de estoque e respectiva codificação

fornecida pelo nosso cliente; sistemas de controle de itens com estoque mínimo;

monitoramento de entrega de pedidos; portal eletrônico para os pontos de venda; solicitação

de pedidos; monitoramento de entregas e emissão de relatórios gerenciais e de controle.

4.2.2 Transporte

A Empresa faz o gerenciamento completo das entregas. O planejamento correto

permite a roteirização, compartilhamento de cargas e transporte. Com frota própria e parceiros

em todo o território brasileiro, A empresa mantém o estreito relacionamento com as

transportadoras que permite inovar constantemente em seus processos, reduzindo custos e

tempo de entrega, fato comprovado pelo cumprimento dos agressivos prazos firmados com os

clientes, que possuem um volume de 2,7 milhões de entregas por ano.

Segundo acervo da empresa com 99% das entregas realizadas com sucesso, frota

100% rastreada e monitorada em tempo real, a empresa combina qualidade e eficiência com

preços competitivos. O intenso uso de tecnologia garante informação a todo o momento sobre

as mercadorias transportadas, ainda contam com uma forte estratégia de segurança,

envolvendo a frota rastreada por satélite; escolta armada.

4.2.3 Logística Reversa

A empresa realiza a coleta, triagem e destinação de produtos descartados ou

inutilizados. Saber qual o destino correto para os produtos fora de uso traz rentabilidade para

empresa, além de atender aos quesitos de sustentabilidade.

A empresa possibilita aos seus clientes o enquadramento à Lei da Política

Nacional de Resíduos Sólidos (2010) (PNRS), que exige das empresas a responsabilidade

pelo retorno de equipamentos eletroeletrônicos e outros materiais, essa prática foi adotada

desde 2006, antes mesmo de se tornar Lei, adquirindo expertise ao longo da evolução do

volume trabalhado, de sete mil aparelhos retornados/mês.

A central de Logística reversa localiza-se em São Paulo e conta com 8.000m2 e

mais de 100 colaboradores envolvidos. Com indicadores desenvolvidos e implementados

especificamente para o processo, a Central de reversa possuí prazos desafiadores e alta

efetividade de coleta para atender cada vez melhor, garantindo a adequação à PNRS (Política

Nacional de Resíduos Sólidos).

4.3 Estrutura tecnológica da Empresa Alfa

Atualmente a empresa conta com as tecnologias dos sistemas abaixo descritas:

- SAP (Sistema de Acompanhamento da Produtividade) É um software integrado

de planejamento de recursos corporativos.

- WMS (Warehouse Management System) É um sistema de gestão por software

que melhora as operações do armazém através do eficiente gerenciamento de

informações e conclusão de tarefas, com um alto nível de controle e acuracidade

do inventário. Permite administrar e rastrear todos os processos de

movimentação de Mercadorias, Recebimento, Armazenagem, Separação,

Expedição minimizando gargalos e gerenciando a alocação de recursos

humanos, equipamentos mecânicos e Endereços.

- CITRIX/MEGA (Sistema empresarial de gestão de fretes) É um sistema de

módulos de gestão de fretes que, que permite gerenciar as operações

relacionadas ao transporte de carga, gestão do armazém, controle e desempenho

da frota de veículos.

- EDI (Electronic data interchange) Sistema que utiliza um formato de dados

eletrônicos que permite a transferência de informações em tempo real de uma

empresa para outra sem necessidade de reintroduzi-las, tais como: baixa de

notas, comprovantes de entrega e atualizações de ocorrências.

- WIS (wis web) sistema que permite o acompanhamento pelo cliente via internet,

deste o faturamento até a efetivação da entrega ao cliente final.

A empresa possui aproximadamente 1300 funcionários no Brasil, para o

atendimento da operação cross docking no nordeste conta com um quadro de apenas 30

funcionários. Trata-se de um quadro de colaboradores altamente especializados em suas

respectivas áreas de atuação, empenhados na melhoria contínua da operação.

A gestão de Recursos Humanos possui um importante papel na contratação e

retenção de talentos, com remunerações fixas e variáveis e foco nas competências

corporativas. A manutenção de um clima organizacional favorável e a satisfação dos

colaboradores são prioridades e objetivos estratégicos da empresa, sendo o funcionário alvo

permanente de ações e iniciativas voltadas ao seu aprimoramento pessoal e profissional.

4.4 Descrição da operação cross-docking

Conforme mencionado anteriormente visando reduzir os custos e aperfeiçoar os

resultados a empresa utilizou-se da modalidade de distribuição cross docking em sua cadeia

de suprimentos, pois apresentava maior viabilidade para atender a demanda do Ceará, tendo

em vista que a operação seria sazonal e com produtos de alto valor agregado.

Esta etapa tem como objetivo descrever o procedimento para operação dos

sistemas utilizados no processo de recebimento, faturamento e expedição (Cross Docking).

O processo cross-dockig compreende desde o recebimento do material e a

recepção dos dados das solicitações para atendimento com operação de picking (Cross

Docking), até a expedição dos materiais para a entrega que abrange, desde a inserção dos

pedidos no SAP, até o retorno da informação e de entrega pela transportadora, com a

comprovação do serviço concluído. As operações são realizadas através dos sistemas

SAP_MóduloSD e WMS. A operação configura-se através do recebimento, faturamento,

expedição e prevenção de perdas conforme o fluxograma apresentado na Figura 6.

Figura 6 – Fluxograma de operação em Cross-Docking

Fonte: acervo da empresa.

O recebimento ocorre da seguinte forma: a transportadora contratada realiza a

entrega no ponto de apoio Fortaleza, que dá continuidade a operação com o picking que

compreende desde a recepção dos dados das solicitações para atendimento até a expedição

dos materiais nas operações logísticas, mediante a ordem de venda.

A ordem de venda é um documento que compreende todas as modalidades de

atendimento de materiais sendo ordem de venda emitida pelo cliente ou pela área comercial

através do sistema SAP, para venda, comodato, locação, troca, remessa para reparo, remessa

em devolução, doação, entre outras operações fiscais. Todo processo de picking e expedição é

apresentado na Figura 7.

Figura 7 - Fluxo descritivo do picking e expedição

Fonte: acervo da empresa.

Para que a operação ocorra dentro do prazo se faz necessário que as atividades

ocorram de forma padronizada pelas as áreas abaixo relacionadas, conforme fluxograma de

picking (separação e preparação de pedidos).

O Quadro 3 apresenta as atividades e seus respectivos funcionários para o picking.

Quadro 3 - Atividade de picking Área Cliente / Usuário Emissão da solicitação

Área de Planejamento Gestão e Controle de Estoques

Setor de Atendimento Preparação dos pedidos para separação e atendimento

Setor de Estocagem Separação e conferência de material do estoque, consolidada ou por solicitação

com disponibilização dos mesmos para o setor de picking ou expedição

Setor de Picking Separação do material por lote, solicitação, embalagem, etiquetagem

Setor de Expedição Conferência dos volumes, preparação de documentos de acompanhamento da

carga e embarque

Fornecedores de

transporte

Retirada dos materiais na expedição para o processo de distribuição

Fonte: da autora.

Para que a operação ocorra conforme o planejamento estratégico da empresa, se

faz necessário à integração dos seis setores que compõem a cadeia de suprimentos, sendo de

responsabilidade de cada setor da empresa pesquisada:

O Transportador deve realizar o serviço, conforme condições e prazos

contratados. O setor de Gestão da Rede de Distribuição – Entregas e Coletas, monitora a

realização do serviço de entregas através dos sistemas e recursos disponibilizados, garantindo

a qualidade e a conclusão das entregas dentro dos prazos estabelecidos nos Centros de

Distribuição.

O Setor da Transportadora garante a prestação do serviço contratado dentro das

condições e prazos acordados. E quando esta condição não estiver sendo atendido, apresentar

plano de ação para correções e melhorias no desempenho e resultado nas entregas de

materiais.

O Setor de Distribuição no CD é responsável por acompanhar a realização da

prestação dos serviços de entregas e coletas das diversas modalidades de transporte, através

da sua equipe de monitoramento ou gestão de entregas e coletas, garantindo o desempenho

dos fornecedores, dentro das condições e prazos contratados. Avaliar sistematicamente o

desempenho dos prestadores de serviço. E quando esta condição não estiver sendo atendido,

promover reuniões de alinhamento com os fornecedores, equipes de monitoramento ou gestão

de entregas e coletas, para correções necessárias e melhorias no desempenho dos serviços.

As Gerências de Logística Operacional tem por função disponibilizar os recursos

para que o processo de gestão da rede de distribuição entregas e coletas possa realizar o

monitoramento dos serviços dentro das condições e prazos, de acordo com a demanda.

As Gerências de Distribuição tem a responsabilidade de contratar e disponibilizar

fornecedores nas varias modalidades de transporte para realização dos serviços de entrega, de

acordo com o perfil de negócio e demanda.

O transporte é realizado no modal aéreo e rodoviário, mediante os contratos com

transportadoras parceiras. A carga chega paletizada, na forma de pallet completo ou pallet

misto mediante nota de transferência. Estes volumes são separados na própria doca de

recebimento, onde ocorre o faturamento das notas de venda varejo, pessoa física, pessoa

jurídica, bonificação, comodato que são automaticamente roteirizados e encaminhados para

rota de entrega mantendo um prazo estipulado em um dia para capital e região metropolitana

(D1) e dois dias para interior do estado (D+2).

A Gestão de entregas ocorre com o monitoramento realizado através no WMS. A

partir do embarque e liberação da carga, inicia-se o processo de monitoramento das entregas

compostas de atividades que contribuem para a efetividade da entrega e interações entre

clientes, transportadoras, conforme a Figura 8.

Figura 8 - Fluxograma de gestão de entregas e monitoramento

Fonte: acervo da empresa.

A atividade de monitoramento pode ser realizada por equipe interna do centro de

distribuição, Central de Monitoramento ou por empresa contratada. Nas regionais existem

equipes denominadas “Ilha de Atendimento”, que realizam este processo em menor escala

através das ferramentas de monitoramento do WMS com a utilização do relatórios gerenciais.

Tratativas para efetivação da entrega (Central de monitoramento no CD ou

Empresa contratada) Presta atendimento telefônico às transportadoras durante o andamento

das entregas, realizando as tratativas necessárias para efetivação das entregas.

Tratativas de insucesso para as ocorrências (Central de monitoramento no CD ou

empresa contratada) Cliente ausente, endereço não localizado ou errado e estabelecimento

fechado. Atende ao chamado da transportadora no ato da entrega, para contribuir com a

efetivação da entrega realiza consultas nos sistemas de informação e gestão e dá o retorno ao

entregador, no máximo em 10 minutos, quando não tiver a informação de imediato. Fornece

uma senha (TC - CRT), para garantia da visita realizada ao cliente final.

Atualizações de entregas ocorrem com envio de relatórios de EDI ou atualização

automática através da conversação das páginas do agente transportador (atualização realizada

diariamente pelas Transportadoras).

A medição do desempenho de entrega é calculada através da dos dias, úteis a

partir da data de Fechamento de Caminhão (WMS) até a data de entrega ou 1º tentativa sendo

estipulado para capital e região Metropolitana de Fortaleza um dia (D+1), Interior dois dias

(D+2) e exceções de três a quatro dias uteis, as exceções são classificadas entregas com

imposto e entregas com agendamento.

O desempenho de entregas é realizado diariamente, semanalmente,

quinzenalmente e mensalmente onde são medidas e controladas todas as operações,

permitindo a análise das entregas e ocorrências, bem como a rastreabilidade, índice de

insucessos e sinistros.

A medição da rastreabilidade se dará da seguinte forma: toda tentativa de entrega

ou entrega efetiva deverá ser informada até 10h00min horas da manhã do dia seguinte ao da

movimentação. Informações repassadas após esse horário serão consideradas entregas não

rastreadas (fora do prazo). O índice é calculado a partir da divisão do total de entregas

rastreadas pelo total de notas embarcadas.

Figura 9 - Desempenho de entregas mensal CE

Canal Abaixo Mínimo Target Máximo

EFETIVIDADE < 96,00% 96,00% 97,00% 98,00%

VAREJO < 94,00% 94,00% 95,00% 96,00%

EMPRESA < 93,00% 93,00% 94,00% 95,00%

CLIENTES < 93,00% 93,00% 94,00% 95,00%

Fonte: acervo da empresa.

A gestão do retorno de insucesso e realizada da seguinte forma: Os pedidos

recusados pelo cliente ou insucessos efetivos devem retornar ao CD, dentro do prazo onde foi

estipulado para a Capital e Região Metropolitana (no prazo máximo de sete dias úteis a partir

da data de Fechamento de Caminhão (WMS); Interior (no prazo máximo em 10 dias úteis a

partir da data de Fechamento de Caminhão WMS)). O SLA de retorno de recusas, mínimo, é

de 98% no prazo, calculado a partir da divisão do total de notas de Insucesso pelo total de

notas retornadas no prazo.

A Central de Monitoramento deverá diariamente monitorar o retorno das recusas

ao CD, enviando por e-mail as transportadoras os relatórios diários das pendências de retorno,

solicitando posicionamento. Este monitoramento é feito pelo relatório de entregas pendentes

com histórico em andamento, e com prazo de entregas já vencidas. Se os insucessos não

retornarem dentro dos prazos acima estabelecidos, comunica-se às Transportadoras por e-

mail, o processo de sinistro.

Mediante a confirmação se a entrega foi efetivada, a Transportadora retorna com

os comprovantes de entrega assinados, dentro dos prazos acordados junto com relatório. Os

prazos para recebimento de comprovantes são de dez dias úteis para capital a partir da data de

entrega e quinze dias úteis para o interior.

A atualização de Canhotos ocorre através do recebimento dos comprovantes

devidamente protocolados pelo transportador, onde a central de monitoramento digitaliza e

disponibiliza através do site da empresa assim o processo cross docking é finalizado.

4.5 Barreiras, dificuldades e vantagens operacionais a partir da visão dos

colaboradores

Os dados apresentados a seguir, são resultados da pesquisa primária, aplicada

através de questionário com 16 funcionários de uma empresa de transporte e logística, sendo

um coordenador regional, seis lideres, um analista de logística, quatro assistentes de logística,

quatro auxiliares de logística.

O Gráfico 1 representa os resultado obtido na questão 1 que diz respeito a

visualização por parte dos colaboradores quanto redução dos custos na operação cross docking

da Empresa Alfa.

Gráfico 1 - Redução dos custos

Fonte: da autora.

Para 37% dos entrevistados, a empresa em estudo tem reduzido custos de

transporte, com a utilização da modalidade de operação cross-docking, enquanto 25% dos

entrevistados apontam uma redução nos custos com a mão-de-obra, ou seja, com as pessoas,

tendo vista que a operação e dinâmica necessitando de menos funcionários para executar as

tarefas, como manuseio e expedição. Já 38% apontam que a redução do custo com

modalidade cross docking esta relacionado com armazenagem.

Essa percepção é relevante, uma vez que a eliminação dos custos com

armazenagem é uma das principais características apontadas na literatura para utilização desta

modalidade de operação. Nogueira (2012) afirma que o cross docking acelera o fluxo das

mercadorias, reduz os custos por condensar as cargas e idealmente dispensa e etapa da

armazenagem. Esse resultado evidencia que a maioria dos funcioanarios percebe o quanto a

empresa reduz os custos com, transporte, mao-de-obra e principalmente com armazenagem.

O Gráfico 2 demostra os resultado obitidos quanto á dificuldade operacional

operacional e os principais problemas problemas que dicultam o fluxo da operação

Gráfico 2 - Dificuldade no fluxo operacional

Fonte: da autora.

O principal fator de dificuldade no fluxo operação foram as falhas do

transportador com 67%. Para 22% a ocorrencia de sinistros dificultam o fluxo operacional

enquanto que para 11% dos entrevistados os erros opoeracionais, representam uma difiuldade

para o fluxo da operação. Conforme o gestor responsavel pelo cross-docking da Empresa

Alfa, as falhas do transportador esta relacioanda a entregas com volumes trocados.

Assim, verifica-se que o problema da presente pesquisa ainda é uma tônica uma

vez que a operação em cross-docking necessita da integração de todos os envolvidos e falhas

operacionais podem estar relacionadas à incompatibilidade ou a incompreensão do sistema de

operação cross-docking que a Empresa Alfa opera.

Quanto a otimização da operação da Empresa Afla em relação aos prazos, espaço

fisico utilizado, mao-de-obra e transporte 100% dos entrvistados consideram que a operação

cross docking tem otimizado o tempo, espaço fisico, mao-de-obra e transporte, sem no

entanto, sem se basearem em alguma evidência concreta, mas sim no conhecimento tácito do

dia-a-dia da empresa.

Quanto a estrutura tecnológica 100% dos entrevistados consideram que a

estrutura disponibilizada esta adquada para a realização da opéração cross docking. Para

automatizar os processos se faz necessário o uso de intensivo das ferramentas disponibilizadas

como TIC, código de barras,EDI E WMS, para que possa coordenar o rápido fluxo dos

produtos entre as docas bem como a transação das informações entre fornecedor e cliente.

Conforme Nogueira (2012) a transferência e o gerenciamento eletronico de informaçôes reduz

os custos logísticos por meio do aperfeiçoamento dos serviços que proporcionam oferecer a

melhor oferta ao cliente.

O Gráfico 3 apresenta os resultados obtidos em relação às parcerias realizadas

com varias trasnportadora para possibilitar a flexibilidade de tranportas materiais de alto valor

agregado.

Gráfico 3 - Flexibilidade de parceria com transportadoras

Fonte: da autora.

Para 87% dos entrevistados a relação de parceria com varias transportadoras

favorecem o fluxo da operação,tendo em vista que essas essas parcerias, favorecem a

agilidade das entregas. O disponibilidade de varias trasnportadoras permite uma maior

agilidade, alem do custo ser variavel.

Para 94% dos entrevistados a operação cross docking, agrega valor a empresa, por

ser uma modadelidade dinamica. Lacerda (2012) afirma que as instalaçoes do tipo cross-

docking operam com alto nivel de eficiência e essa eficiência cria uma cadeia de valor tanto

para o produto quanto para o serviço oferecido.

Para 100% dos entrevistados a modalidade cross docking ocorre dentros do prazo.

Desta forma O SLA alinhando entre o cliente esta sendo atendido, tornando a operação viável

tando para o cliente final que fica satisfeito com sua entrega quanto a empresa.

O Gráfico 4 demostra os resultados obtidos quanto ao panorama atual da empresa

pesquisada com a utilização da modalidade cross dockin, abrangendo as questões de foco no

cliente, diferenciação no serviço, eficiência e diferencial competitivo.

Gráfico 4 - Diferenciação no serviço

Fonte: da autora.

Para 96% dos entrevistados a modalidade cross-docking possibilita operações

com foco no cliente, valendo observar que a Empresa Alfa opera de forma automatizada

através de sistemas direcionados para atender a perspectiva do cliente.

87% dos entrevistados identificam que a modalidade proporciona diferenciação,

tendo em vista que uma operação dinâmica permite atingir seus propósitos mais importantes

com atendimento, com atendimento diferenciado.

Com relação eficiência os entrevistados foram unanimes 100% apontam que a

modalidade cross docking permite conduzir as atividades com agilidade, 96 % dos

entrevistados apontam que a modalidade de distribuição cross docking é um diferencial

competitivo para a empresa pesquisada, sendo uma solução para um mercado globalizado.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da seguinte problemática na qual foi exposta na pesquisa pode-se concluir

que a empresa pesquisada esta conseguindo atingir os objetivos e metas com a utilização da

modalidade de distribuição cross-docking. A operação onde apresentou bons resultados

destacando-se a redução do índice de sinistro, avarias, acurácia, custos de transporte,

monitoramento, nível de serviço e pontualmente as entregas atendidas dentro do prazo.

Verificou-se que a empresa possui procedimentos de trabalho bem estabelecidos o

que proporciona aos seus colaboradores segurança para desempenhar este tipo de operação.

Em relação à estrutura tecnológica disponibilizada, verificou-se que os processos

são automatizados e sequenciais, e que a sincronização entre os envolvido torna a operação

pratica, o serviço diferenciado, agregando valor a empresa.

Observou-se que os colaboradores visualizam uma redução de custos destacando

principalmente aqueles relacionados à armazenagem. Essa percepção é relevante, uma vez

que a eliminação dos custos com armazenagem é uma das principais características apontadas

na literatura para utilização desta modalidade de operação.

Em relação às dificuldades do fluxo operacional, observa-se que o problema de

pesquisa ainda ocorre, uma vez que a principal dificuldade apontada foram as falhas da

transportadora. Como a operação cross-docking parte da integração das múltiplas partes

interessadas e desta forma, estas falhas operacionais podem estar relacionados à dificuldade

de compreensão do sistema de operação da Empresa Alfa.

Por fim, destaca-se que os colaboradores enxergam a operação em cross-docking

como um diferencial competitivo com foco no cliente. Percepções importantes para o

comprometimento dos colaboradores e efetiva operacionalização do sistema.

Quanto aos gargalos operacionais pode-se destacar um problema enfrentado no

que tange o período de liberação das cargas no SEFAZ-CE (Secretária da Fazenda do Estado

do Ceará) a demora com a burocracia para liberação das notas fiscais torna um grande ofensor

para o fluxo da operação cross docking da empresa pesquisada.

Foi possível avaliar as atividades de recebimento, faturamento e expedição dos

materiais para os clientes, são processos ágeis realizados com qualidade e segurança com

colaboradores.

Por fim, conclui-se que, apesar das dificuldades e barreias observadas pela

literatura e verificadas neste trabalho, a Empresa Alfa conduz um sistema de operação cross-

docking eficiente e eficaz que vem trazendo retorno aos seus stakeholders. As contribuições

deste trabalho estão relacionadas à descrição preciosa dos procedimentos da Empresa Alfa e a

análise de barreiras, dificuldades e vantagens da operação em cross-docking.

Como sugestão de pesquisas futuras recomenda-se uma análise de desempenho

longitudinal de uma empresa que migrou de outras modalidades para modalidade de cross-

docking. Ademais, recomenda-se uma análise mais aprofundada das barreias e dificuldades de

operação da modalidade em apreço em outras empresas, verificando se estes mesmos

problemas se repetem e como estes poderiam ser combatidos.

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APÊNDICES

Apêndice 1 – Questionário aplicado

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Este questionário é um instrumento de pesquisa acadêmica, tem a finalidade de levar

informações para subsidiar a um trabalho de conclusão de curso TCC, do curso de

administração de empresas da Faculdade Cearense. Através deste instrumento para obter

informações sobre a modalidade de distribuição cross docking em uma empresa de transporte

e logística situada no município de Fortaleza-CE.

1. Com a utilização do cross docking em qual função representa maior redução de custo?

( ) Transporte

( ) Mão-de-obra

( ) Armazenagem

2. Qual o principal problema representa dificuldade para o fluxo da operação cross docking?

( ) Erros operacionais

( ) Falhas do transportador

( ) Sinistros

A) Sexo

1 Masculino

2 Feminino

B) Faixa Etária

1 Abaixo ou igual a 30

2 Acima de 30

C) Tempo de Empresa

1 Até 2 anos.

2 De 2 até 4 anos.

3 De 4 até 6 anos.

4 Acima de 6 anos.

5 Outros:

D) Setor Ocupado

1 Recebimento

2 Transporte.

3 Expedição

4 Separação.

5 Outros:

3. A operação cross docking tem otimizado o tempo, espaço, mão de obra e transporte?

( ) Sim

( ) Não

4. A estrutura tecnológica é adequada para realização da operação cross docking?

( ) Sim

( ) Não

5 .A parceria com transportadoras permite maior flexibilidade para trabalhar com produtos de

alto valor agregado?

( ) Sim

( ) Não

6. A operação cross docking tem agregado valor para valor a empresa?

( ) Sim

( ) Não

5. O fluxo da operação cross docking tem ocorrido dentro do prazo estabelecido?

( ) Sim

( ) Não

7 . A operação cross docking tem possibilitado a empresa manter o foco no cliente?

( ) Sim

( ) Não

8. A operação cross docking é um fator de diferenciação no serviço oferecido?

( ) Sim

( ) Não

9 . A operação cross docking tem representado uma estratégia eficiente para empresa?

( ) Sim

( ) Não

10. A operação cross docking é um diferencial competitivo para organização?

( ) Sim

( ) Não

Apêndice 2 – Entrevista conduzida com o gestor responsável pelo setor de Transportes

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Ao gestor responsável pelo setor de transporte, este questionário é um instrumento de

pesquisa acadêmica, tem a finalidade de levar informações para subsidiar a um trabalho de

conclusão de curso TCC, do curso de administração de empresas da Faculdade Cearense.

Através deste instrumento para obter informações sobre a modalidade de distribuição cross

docking em uma empresa de transporte e logística situada no município de Fortaleza-CE.

Tipos de transporte: aéreo e rodoviário Condição de contratos: aéreo e rodoviário

Classe de produto: diversos Tipo de carga: seca/fracionado

Tipo de embalagem: caixas Tipo de operação: logística comercial

01-Qual a motivação para a empresa decidir utilizar cross docking nessa operação de

Fortaleza- CE?-

R: A partir da necessidade da empresa atender a demanda, para distribuição de

eletroeletrônicos de pequeno porte (celulares, sim card., notebook) produto de alto valor

agregado, nos quais o clientes exigem rapidez na entrega.

02-Como a decisão por esta modalidade foi tomada? R: Foi realizado um projeto para atender a região nordeste e diante dos objetivos traçado ao

cross docking apresentou-se como alternativa mais viável pelo fato desse tipo de operação

permitir uma grande movimentação de produtos sem a necessidade previa de armazenagem e

manuseio.

03-Como ocorre o transporte para essa operação: Através de parcerias com diversas

transportadoras e correio.

04-Quanto à classificação de cross docking, qual esta sendo utilizada ?

R: Utilizamos o consolidado, a carga e recebida com notas de transferências (mãe/máster)

são desembaraçadas em diversas notas (filhas) como venda ,doação ,comodato, entre outras,

para diversos clientes, quanto maior o numero de notas, melhor para a operação, e permite

maior economia com o frete e melhor utilização do veiculo e da rota , permite que os veículos

saiam para roda com um maior numero de notas possíveis por rota.

05-Qual o prazo de distribuição/expedição, quanto tempo a carga fica parada?

R: Uma breve armazenagem ou nenhuma, os prazos são agressivos, temos um dia (d+1) para

capital e região metropolitana e dois dias (d+2) e quatro (d+4) para exceções como carga

com imposto ou agendamento.

06-Qual o nível de implementação estão praticando?

R: No momento nenhuma, a operação funciona com praticidade, realiza-se a

friagem/emissão no momento em que chega ao aeroporto ou na transportadora,

simultaneamente e separado e expedido de acordo com a praça e a rota de entrega.

07-Qual o tempo máximo o produto fica no centro de distribuição/parceiros?

R: 24 horas no máximo e exceto carga com impostos ou agendamento.

08-Quais tipos de problemas ocorrem nas operações?

R: Falhas operacionais, volumes, divergentes, etiquetas trocadas, erro do transportador, erro

de agendamentos, avaria e extravio.

09-Quais as vantagens identificadas na operação?

R: Redução de custos (armazenagem, transporte, mão-de-obra, menor tempo de entrega);

redução de estoque; redução de riscos (avaria e sinistro);definição por transportador

(viabilidade) e melhoria no nível de serviço, nosso SLA esta e agressivo mas, estamos sempre

atingindo ou superando a meta.

10-Quais as desvantagens ou gargalos que a operação cross docking tem enfrentado?

R: estrutura inadequada de alguns transportadores, sistema tecnológico incompatível ou

ineficiente.

11-A operação cross docking agregou o valor da organização?

R: sim, temos ótimos resultados e excelentes indicadores de desempenho , melhoria nos

processos, conseguimos cumprir os prazos, além de ser uma operação altamente rentável.

12-A operação cross docking é um diferencial competitivo para organização ?

R: Sim, através dessa estratégia a empresa tem conquistado um nicho no mercado especifico

,com a adesão de novos contratos com grandes empresas, onde a operação e um diferencial

pela agilidade. Temos garantido a satisfação dos nossos clientes.

Apêndice 3 – Fotografias das atividades do armazém

Fotografias

Foto1- Doca de recebimento e expedição

Foto 2- Embalagem de recebimento pallet completo

Foto 3- Layout da grade de separação / expedição ( roteirização)

Foto 5: recebimento nota máster/separação notas filhas

Foto 6 –Separação nota de transferencia/notas de venda

Foto 7- Embalagem pallet sortida

Foto 8-Embalagem pallet completo

Foto 9- Embalagem etiquetada com código de barra

Foto 10- embalagem pallet completo

Foto 11- embalagem com identificação

Foto 12- Produto conferido/ expedição

Foto 13-Produto separado/ roteirizado