CUBIERTA PORTUGUES:Maquetación 1 30/05/11 12:39 Página...

94
5 Identidade e Missão CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUICÃO Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus

Transcript of CUBIERTA PORTUGUES:Maquetación 1 30/05/11 12:39 Página...

5

5

Iden

tida

dee

Mis

são

CARTA DE

IDENTIDADE

DA INSTITUICÃO

Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus

GOVERNO GERAL

CUBIERTA PORTUGUES:Maquetación 1 30/05/11 12:39 Página 1

CARTA DE IDENTIDADEDA INSTITUIÇÃO

Roma 2010

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 1

Edita: Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus. Depósito legal: M. 50.142-2010Desenho de Capa: EscriñaAcabamento e Impressão: ADVANTIA, Comunicación Gráfica, S.A.

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 2

ÍNDICE

APRESENTAÇÃO ...................................................................... 5

1. HISTÓRIA HOSPITALEIRA ................................................. 13

2. COMUNIDADE HOSPITALEIRA ........................................ 25

3. MISSÃO HOSPITALEIRA .................................................... 35

4. VALORES HOSPITALEIROS ............................................... 45

5. MODELO HOSPITALEIRO .................................................. 61

UM OLHAR SOBRE O FUTURO ............................................. 81

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 3

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 4

APRESENTAÇÃO

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 5

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 6

Vivemos uma hora inédita da história. Estamos a passar deuma época de mudança para uma mudança de época. Podemos fa-lar de um cenário em transição. Reconhecemos a existência deuma crise que não é só económica, mas mais profunda, de carác-ter cultural. E, ao mesmo tempo, encontramos sinais emergentesde uma nova civilização que está a chegar. Encontramo-nos, certa-mente, num novo contexto social, económico, cultural e religioso.

As instituições da Igreja, e a nossa é-o nos campos da saúde esocio-sanitário, têm que situar-se nesta novidade. É necessário fa-zer isso nos países desenvolvidos e nos que estão em desenvolvi-mento. A causa que mobiliza esta procura não reside na defesa in-teressada da continuidade destas instituições, mas na sua vocaçãopermanente de serviço à sociedade, a partir do Evangelho.

A nossa Congregação sente-se chamada a desenvolver a suamissão neste contexto de mudança. O desafio fundamental con-siste em conseguir que as irmãs e quantos trabalham na MissãoHospitaleira, que a Acção Hospitaleira, por meio do seu Projectointegral, através de cada um dos seus centros e dispositivos, numapalavra… que toda a Instituição Hospitaleira, acertemos em dar ho-je uma resposta humana, actualizada e significativa a partir da iden-tidade que nos é própria, às pessoas com sofrimento, exclusão e neces-sidade no mundo da saúde e da deficiência, sobretudo do foropsíquico.

Consequentemente, o XIX Capítulo Geral considerou oportu-no e necessário formular a Carta de Identidade da Instituição.Trata-se1, de explicitar a identidade do Projecto Hospitaleiro na

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 7

realidade da Obra Hospitaleira, enunciando a sua base conceptual,que sirva de referência comum para todos, e para todo o nossoagir, em cada lugar onde estamos presentes ou decidamos estar.

Este exercício de recriação hospitaleira não é fácil, mas fazemo-lo com tranquilidade, sem receios e com esperança. Serve-nos deguia o Concílio Vaticano II.2

Sob a sua luz, a primeira coisa que temos de fazer é voltar, “su-bir pelo rio acima até à fonte da nossa missão”. O manancial daHospitalidade é o amor, o amor visto e aprendido de Jesus, BomSamaritano, que quer mostrar o amor de Deus em realizações hu-manas que fazem o bem curando e assistindo os doentes, os ne-cessitados e os empobrecidos.

O Concílio pede-nos ainda que mergulhemos “ir rio abaixo atéao mundo da saúde, hoje”: até à realidade social e da saúde dos nos-sos dias, até aos avanços do progresso profissional neste campo, atéaos desafios actualmente existentes, para que os cuidados adequa-dos cheguem a todas as pessoas com sofrimento psíquico.

S. Bento Menni funde estes dois compromissos – manancial eactualização – num só axioma: “unir caridade e ciência”.3

O Concílio convida-nos também a “navegar por esse rio, orio da Hospitalidade, em missão partilhada”.4 Os documentosconciliares5 fundamentam este modo renovado de actuar porparte das instituições da Igreja, entendendo esta como povo deDeus solidário com todas as pessoas de boa vontade. Esta é anossa proposta: servir hospitaleiramente, irmãs e colaboradores,em comunhão e solidariedade.

O nosso Fundador completa esta visão com uma encorajadoraperspectiva de futuro. A imagem do navio que sulca as águas, diaapós dia, dia e noite, para levar a Hospitalidade ao outro lado domar, desperta nele a atitude que definiu a sua vida e a sua tarefa: “emfrente”,6 rumo ao porto do serviço requerido, sempre em frente!

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Apresentação

8

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 8

Fiéis a estes quatro critérios, assumindo a história hospitaleirasecular, estamos a dar um passo histórico de profundo impacto enovos horizontes na apresentação e realização da nossa missão.

Neste processo é necessário garantir a identidade institucional.Um instrumento imprescindível é que todos tenhamos uma refe-rência objectiva que ilumine, fortaleça, reveja e encoraje o que so-mos e fazemos,7 desde as políticas de direcção, organização e ges-tão até à actividade de cada serviço e aos comportamentosconcretos de cada um de nós.

O presente documento tem este valor insubstituível e esta fi-nalidade criativa. A Carta de Identidade da nossa Instituição apre-senta-nos de maneira articulada os elementos distintivos da singu-laridade e qualidade do serviço que oferecemos. Trata-se, pois, deum texto fundamental, de referência obrigatória.

Está estruturado em cinco partes que brevemente apresentamos.

A nossa Instituição tem uma História centenária com uma ori-gem especial, um código específico e um percurso exemplar. Só apartir da sua narração nos podemos conhecer e reconhecer nela. Eo que é mais importante é que só baseando-nos nessa herança po-demos entrar numa nova etapa.

A entidade hospitaleira compreende-se a si mesma como Co-munidade na qual prevalece o tecido interpessoal. Reconhecendoque a nossa actividade requer uma estrutura contratual à maneiradas organizações da sociedade à qual pertencemos, a nossa pro-posta consiste em compreendermo-nos uns aos outros e vivermoscomo grupo humano e humanizador.

Existimos para a Missão e definimo-nos por ela; é ela a razão deser da nossa existência. O nosso cartão de visita não é feito de pa-lavras; é com factos8 de atenção que traduzimos na realidade oporquê e o para quê da nossa Instituição.

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Apresentação

9

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 9

É indispensável apresentar os Valores que distinguem a nossaHospitalidade. Eles manifestam humanamente a profundidade desentido da nossa actuação, conferem originalidade ao nosso pro-jecto, definem significativamente o modo característico de sermose de agirmos: são eles que qualificam e diferenciam a nossa Insti-tuição.

Todos os factores identitários traduzem-se operacionalmenteno Modelo próprio da nossa Instituição: assistencial, que integra osprincípios nucleares da atenção directa; de gestão e administração,que explicita as bases directivas; de relação com os colaboradores,que determina o seu perfil profissional e os elementos do seu de-senvolvimento; e um plano de comunicação com a sociedade.

Elaborámos também uma síntese, com a mesma estrutura,que condensa o conteúdo do documento, facilita uma primeiraaproximação à sua compreensão e serve para a divulgação da nos-sa identidade.

Estamos, pois, perante um Documento que tem um valorconstitucional, isto é, um texto fundamental para a concepção,partilhada – por irmãs e colaboradores – da nossa Instituição. É asua identidade que nos une, define e compromete.

Por isso, tivemos o cuidado de envolver na sua elaboração to-das as Províncias e Vice-províncias – e tratou-se de uma participa-ção que consideramos iluminadora, cuidadosa e enriquecedora.Desenvolveu-se em três fases: início da apresentação, elaboraçãodo esboço e conclusão da formulação. Este facto motiva o nossoagradecimento e confirma o axioma segundo o qual aquilo em quetodos participaram é assumido com mais convicção por todos.

Damos valor ao facto de podermos reconhecer em todas assuas secções a síntese desejada entre memória e novidade. Os funda-mentos são tomados das nossas origens e da nossa história em coe-rência fiel com os nossos documentos mais oficiais. A realidade de

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Apresentação

10

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 10

hoje, a actualidade científica e a nova apresentação da Hospitali-dade, com os passos já dados entre nós, estão presentes, iluminan-do o futuro.

Acima de tudo, esta Carta consegue alcançar o seu objectivo,9 queconsiste em oferecer o código de identidade do projecto hospitalei-ro como guia para a missão partilhada em cada ambiente da nossapresença no mundo. Deste modo, proporciona a necessária unida-de, aberta a traduções inculturadas e promove um trabalho progres-sivamente realizado em rede com uma visão globalizada da nossa ac-tuação.

Este facto e esta proposta exigem de nós a sua transmissão con-ceptual e prática. A densidade do texto proporciona um materialque é fonte de formação. A criatividade aplicará em cada lugar asmetodologias mais adequadas, tendo em conta os diferentes desti-natários e segundo níveis de responsabilidade.

A presente aprovação oficial do documento deve traduzir-senum dinamismo institucional clarificador e operacional. Relativa-mente às suas orientações, temos que especificar os indicadoresque verifiquem a sua aplicação. É expressão maior da cultura hos-pitaleira e deve ser um instrumento privilegiado para uma imersãofecunda nela e para a sua difusão.

Acreditamos que constitui um evento decisivo da nossa histó-ria que nasce da audácia esclarecida de abrir uma nova etapa no ca-minho hospitaleiro. Neste compromisso nenhum outro desejo nosmove senão o de servir: permanece viva em nós a paixão por ofe-recer ao mundo a sempre necessária Hospitalidade.

Roma, 30 de Outubro de 2010.

María Camino AgósSuperiora Geral

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Apresentação

11

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 11

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 12

1.

HISTÓRIA HOSPITALEIRA

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 13

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 14

1. As origens de uma instituição contêm as razões,o estilo e a finalidade da mesma, sendo por isso par-te substancial de um projecto dinâmico, em fideli-dade e criatividade, que se prolonga na história.

2. Nesta história, a Comunidade Hospitaleira éuma comunidade, ou comunidades, de memória,se nos referirmos a cada centro da Congregação. Euma comunidade de memória não se inventa: pelocontrário, recebe-se de um acontecimento primeiroe original que ela quer prolongar no tempo.

Ela precisa, por conseguinte, de recordar os Funda-dores e de narrar o seu passado para que, vinculan-do-se a ele, se projecte no futuro. Deste modo, ascomunidades de memória transformam-se em co-munidades de esperança.

A identificação pessoal com o projecto hospitaleirodá a cada pessoa e a cada grupo a luz para fazer dahistória objectiva uma história subjectiva, identifi-cadora e dinamizadora. Aquilo que não se conhecenão se pode amar e só o que se ama inspira e moti-va a acção e o compromisso com sentido.

Os centros hospitaleiros, como instituições daCongregação e, por conseguinte, da Igreja, foramplasmando a HOSPITALIDADE desde o primeiromomento ao longo da história.

A Congregação de Irmãs Hospitaleiras do SagradoCoração de Jesus, dom do Espírito Santo à Igreja,foi fundada a 31 de Maio de 1881, em Ciempo-

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

História Hospitaleira

15

FAZER MEMÓRIA

A memória,fonte de

identidade

Somos uma comunidade de

memória

Identificaçãodinâmica

Origem

COMUNIDADES DE MEMÓRIA

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 15

zuelos (Madrid)10, por S. Bento Menni (1841-1914),11 Maria Josefa Récio (1846-1883)12 e MariaAngústias Giménez (1849 - 1897)13.

Fiéis a esta origem, os centros realizam a missão hos-pitaleira a partir de determinadas chaves: serviço qua-lificado à pessoa doente e necessitada, fé cristã e soli-dariedade comprometida em cada contexto social.

3. Os Fundadores pertencem à nossa história, comohospitaleiros, mas, como cristãos e homens e mu-lheres de bem, entregues à missão. A sua história, osseus valores e os critérios da sua actuação servem-nos como referência para orientar a nossa missão nopresente e perante o futuro.

O P. Menni e as duas fundadoras, em resposta aodom recebido, desenvolveram uma criatividade detal ordem que continua a ser um desafio para nós.Deles, podemos aprender a viver e a realizar a mis-são de modo actual e profético. Com eles, enfren-tamos a pergunta: como teremos que ser e que te-remos de fazer como hospitaleiros, hoje?

Bento Menni era um religioso da Ordem de S.João de Deus14 e foi Restaurador da mesma emEspanha, Portugal e México, por incumbência doPapa Pio IX.15 Partindo de uma relação profundae dinâmica com Cristo misericordioso e sanador,foi pioneiro na assistência psiquiátrica em finaisdo século XIX16.

Distinguiu-se por um olhar comprometido sobre arealidade do seu tempo;17 por uma visão integral do

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

História Hospitaleira

16

OS FUNDADORES

Primeiras testemunhas

S. Beno Menni

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 16

ser humano;18 por uma gestão eficiente, centradano bem das pessoas; por uma colaboração enrique-cedora com os princípios clínicos e assistenciais daépoca;19 e por ter implementado um método assis-tencial que integra ciência e caridade.20

Com generosidade criativa e inovadora, colaborouna promoção de uma maior justiça social e foi umprofeta da Hospitalidade ao organizar a caridadecristã, riqueza da Igreja, na realidade da saúde men-tal daquele momento.

Maria Josefa Récio e Maria Angústias Giménez, comoutras oito irmãs, encarnam o rosto feminino daHospitalidade: mulheres comprometidas partindoda sua fé na libertação misericordiosa das mulheres.Com Bento Menni, constituíram o grupo fundadorque se dedicou a dar resposta a um sector da socie-dade que estava negligenciado: as doentes mentais.

Maria Josefa Récio deu a vida no serviço e Maria An-gústias foi a primeira intérprete e cronista daquelaaventura espiritual e humana que iniciaram com ba-se na fé, na amizade e na caridade.

A motivação da fé cristã desenvolveu as suas quali-dades humanas de solidariedade e o seu compro-misso com as pessoas sofredoras, mas, acima de tu-do, com as que padeciam de doenças psíquicas enão tinham quem cuidasse delas como fim especialda sua assistência.

4. A Congregação, desde as suas origens, tornoupróprias diversas passagens evangélicas que funda-

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

História Hospitaleira

17

Evangelho da sanação

Paradigmasbíblicos

EVANGELHO DA HOSPITALIDADE

Maria JosefaRécio eMaria

Angústias Giménez

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 17

mentam e motivam a Hospitalidade. O modelo éJesus hospitaleiro que durante a sua vida passou fa-zendo o bem e curando os doentes.

Sobressaem, desde os primórdios, três textos: o quenos revela que o Senhor considera como feito a Elemesmo aquilo que se faz ao próximo (Mt 25, 40)21;o envio, por parte de Jesus, para anunciar a Boa No-tícia e curar os doentes (Lc 9, 2; 10, 8)22; e a pará-bola do Bom Samaritano, na qual é um semi-pagãoquem realmente se faz próximo do ferido da estrada(Lc 10, 29-37).23

A partir de um maior desenvolvimento exegético epor ocasião do XVIII Capítulo Geral, aprofunda-sea imagem de Jesus, Bom Samaritano, em relação aosdoentes mentais. Deste modo, ganha relevância otexto do encontro de Jesus com o doente de Gerasa(Mc 5, 1-20). Adquire também um grande signifi-cado a parábola do grande banquete (Lc 14, 16), si-nal do Reino no qual, convidados por Deus, se sen-tam todos os que vivem esquecidos e abandonadospelos caminhos do mundo.

O XIX Capítulo Geral retoma o texto que, nasConstituições, fundamenta a missão: “Jesus andoude lugar em lugar, fazendo o bem e curando as pes-soas doentes” (Act 10, 38) – também para funda-mentar a missão partilhada.

As passagens bíblicas mencionadas indicam o modode sermos verdadeiramente humanos: sair de nósmesmos e servir. Apresentam como agradáveis aDeus todas as expressões e atitudes de proximidade eatenção em relação a quem está necessitado. Acen-tuam a cura das pessoas doentes, onde elas se encon-

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

História Hospitaleira

18

Primeiraspassagens

Outros textos

Sinais de cura

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 18

tram, como modo de anunciar a Boa Notícia. Colo-cam o amor como chave de leitura do Evangelho edo sentido da vida. Trata-se de textos que inspiramuma actuação e um sentido hospitaleiro a partir deuma dimensão cristã, racional e solidária.

A motivação e fundamentação cristã deste projectosurgem como uma proposta para todos os que, emconsciência, a queiram acolher. A empatia e o en-contro humanizador e solidário com a pessoa doen-te é possível para qualquer homem e mulher, e tor-nam-se exigência imprescindível para todos os quecolaboram na organização.

5. A Hospitalidade é uma atitude profundamentehumana e cristã, de grande actualidade no mundoglobalizado. O seu significado compreende conota-ções ricas: humanidade, acolhimento, universalida-de, amor, serviço, ajuda mútua, cuidado da pessoapobre. Inspirou o projecto hospitaleiro desde o prin-cípio e continua a iluminar o fazer bem o bem nasinstituições que seguem este espírito fundacional.

O seu fundamento conduz-nos principalmente àacção sanadora de Jesus. Os primeiros cristãos se-guiram este caminho como prática das obras de mi-sericórdia e, mais tarde, o mesmo fez S. João deDeus, pai dos pobres, proposto por Bento Mennicomo modelo de hospitalidade.24

Segundo esta interpretação, a Hospitalidade é umcarisma,25 um dom do Deus misericordioso, para oserviço dos outros. É uma forma concreta e especí-fica da caridade cristã “que tem a sua origem em

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

História Hospitaleira

19

Exigência imprescindível

A HOSPITALIDADE

Atitudehumanae cristã

Carisma, dome compromisso

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 19

Deus, Amor eterno e Verdade absoluta”26 e, por-tanto, ultrapassa a mera actividade assistencial.27

Este processo leva a experimentar na sanação a sal-vação humana e espiritual. Trata-se de uma lingua-gem universal, compreensível para todas as pessoas,de todas as culturas, línguas ou religião, e é sempreboa notícia.

6. O fim geral da obra hospitaleira foi, no seu co-meço, oferecer hospitalidade e sanação às mulheresportadoras de doenças psíquicas,28 com preferênciapelas pobres. Apesar disso, desde as origens, foi da-da assistência a crianças com deficiências físicas epsíquicas e, por vezes, foi igualmente dada respostaa outras urgências.

Nos dias de hoje, mantém-se a opção preferencialpelo mundo da dor física e psíquica, e pelas pessoasportadoras de deficiências físicas e psíquicas, prefe-rencialmente pobres. São admitidas outras activida-des apostólicas desde que estejam em sintonia como carisma hospitaleiro.29

Numa perspectiva especificamente cristã, a Con-gregação dá ao objectivo geral das suas instituições,que consiste em cuidar e sanar, uma finalidadeevangelizadora própria e constitutiva: a de tornarpresente Cristo compassivo e misericordioso30 quese torna solidário de modo efectivo com quem so-fre. Esta é a Boa Notícia para a qual contribuem to-dos aqueles que respeitam e dignificam cada ser hu-mano.31

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

História Hospitaleira

20

Sentidoabrangente

FINALIDADE

Primeiros destinatários e

evolução

Finalidade evangelizadora

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 20

7. O sujeito a quem se dirige esta Carta de Identi-dade é a Instituição Hospitaleira. Entendemos aquipor Instituição a rede de centros, pessoas, serviços eactividades que partilham a missão e os valores hos-pitaleiros, os objectivos institucionais e alguns cri-térios organizacionais em relação directa com o ca-risma da Congregação de Irmãs Hospitaleiras doSagrado Coração de Jesus.

Esta denominação, Instituição, refere-se neste do-cumento ao âmbito da missão partilhada e não temvalor jurídico.

Sinal essencial da sua identidade é a Hospitalida-de em relação à pessoa que sofre. É expressão his-tórica do carisma da Congregação e realiza, de for-ma partilhada, um serviço da Igreja no mundo,valorizando, respeitando e integrando a pluralida-de das pessoas, vocações, culturas e modos de en-tender a vida.

A Instituição hospitaleira, tal como agora se apre-senta, em toda a sua diversidade cultural, na multi-plicidade de modos e graus de desenvolvimento, éfruto de uma longa e laboriosa história feita por mi-lhares de pessoas. Responde historicamente às dife-rentes necessidades do mundo e da Igreja.

A sua existência e a forma concreta em que se con-figura historicamente estão hoje plenamente aber-tas à necessária evolução e adaptação às necessida-des, aos tempos e lugares. As diferentesconcretizações não se excluem; pelo contrário, inte-gram-se e completam-se reciprocamente.

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

História Hospitaleira

21

A NOSSA INSTITUIÇÃO

A Instituição,“sujeito” e

destinatário

Criatividade

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 21

A Congregação, última responsável pelos seus cen-tros, que devem ser expressão da missão, sob o im-pulso do Espírito pode enriquecer-se com novasformas de encarnar e institucionalizar a Hospitali-dade.

A identidade é chamada a recriar-se na sua expres-são histórica. Foram considerados desde as origenscomo ligados à sua identidade os seguintes aspec-tos: a hospitalidade concebida como atenção inte-gral e pessoal, a concepção cristã da vida e da pes-soa humana, a opção preferencial pelo mundo dosofrimento psíquico, os valores hospitaleiros perti-nentes iluminando a prática, em todos os níveis.

8. A presente Carta de Identidade coloca-se emcontinuidade com esse processo histórico, caracte-rizado pela decisão de viver a missão partilhada e es-tá necessariamente aberta ao alcance de novas for-mas organizacionais para responder aos novosdesafios no campo da missão.

A missão e as suas manifestações históricas, a suaidentidade carismática e o processo de secularizaçãoque afecta as nações em que estão presentes as gran-des instituições hospitaleiras, obrigam a discerniropções e decisões criativas que respondam às exi-gências do momento actual.

Para a fecundidade operativa desta Carta, é indis-pensável desenvolver as suas orientações em opções,programas e projectos importantes nos diferentescontextos da Instituição.

22 CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

História Hospitaleira

Aspectos irrenunciáveis

A CARTA DE IDENTIDADE

A Carta nonosso processo

histórico

Opções,programas e projectos

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 22

Procuramos num maior pluralismo a unidade daspessoas e não só das tarefas. Por outro lado, estamosperante um processo de novidade expansiva e di-versificadora e queremos garantir a cultura e a iden-tidade da Hospitalidade. Pretendemos, além disso,que na diversidade se verifique a identificação hos-pitaleira e que cresça a comunhão na expansão.

Sem dúvida, daqui surge a necessidade de um códi-go identitário que enriquece, mutuamente, a todos:a vida consagrada, os cristãos e as pessoas chamadaspela solidariedade e pelo compromisso humano.

23CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

História Hospitaleira

Identidade e diversidade

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 23

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 24

2.

COMUNIDADE HOSPITALEIRA

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 25

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 26

9. No nosso Projecto Hospitaleiro Integral,32 o maisimportante são as pessoas: as destinatárias dos nossosserviços,33 quem as assiste,34 e todas as pessoas que,de um modo ou de outro, participam na missão.35

10. Entendemos e definimos a Comunidade Hos-pitaleira como o tecido relacional existente entretodas estas pessoas envolvidas nas nossas obras.

Trata-se, por conseguinte, de uma comunidade plu-ral e inclusiva, capaz de estabelecer colaboração ecomunhão, ao redor do rosto humano, com pessoasde boa vontade, com as quais partilham a fé em Je-sus Cristo e encontram no carisma hospitaleiro omodo concreto de viver e exprimir o seu compro-misso cristão na sociedade.36 Todos partilhamos ummesmo espírito hospitaleiro e os mesmos valores37.

Esta visão comunitária e solidária, participativa ecooperativa, de todos aqueles que entram em rela-ção para realizar a missão hospitaleira, baseia-se nu-ma concepção humanista do Projecto Hospitalei-ro;38 na compreensão da pessoa como ser relacional;numa interpretação corresponsável da actuação; eno vínculo unificador do modelo hospitaleiro.

A opção descrita, que é ao mesmo tempo um com-promisso efectivo, transforma os nossos centros emambientes humanos de relação nos quais se valori-za a pessoa na totalidade do seu ser, se cuida a vi-vência comunitária, se promove o trabalho equipa ese potencia a comunicação social.

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Comunidade Hospitaleira

27

As pessoas na Instituição

A COMUNIDADE HOSPITALEIRA

Todas as pessoas envolvidas

formamos umacomunidade

Fundamentação desta concepção

O MAIS IMPORTANTE DO PROJECTO SÃO AS PESSOAS

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 27

Construir este tipo de comunidade exige a melho-ria da qualidade humana das relações, a estima e aconsequente capacidade de colaboração, a valoriza-ção das diversas tarefas e funções, o respeito pelosdireitos individuais e a partilha da mesma missão.39

11. Valorizando a unidade de pertença, reconhece-mos os seguintes membros:40 as pessoas doentes ouassistidas e as suas famílias; os colaboradores, e tam-bém os benfeitores, os voluntários, as pessoas emformação; e as irmãs.41

As pessoas assistidasOs doentes e as pessoas assistidas, que são o sujeitoactivo, constituem o objectivo principal e a razão deser do Projecto Hospitaleiro.42

Os familiaresOs familiares das pessoas assistidas, na medida emque participam no processo terapêutico integral esão destinatários de acções nesse processo.

Os colaboradoresOs colaboradores dos nossos centros que partilhamde maneira relevante a missão, segundo as suascompetências específicas.43

Os voluntários Os voluntários que, de forma livre, gratuita e res-ponsável, enriquecem com os seus dons específicoso serviço hospitaleiro.

Os benfeitoresOs benfeitores e amigos, através da sua colabora-ção, tanto material como espiritual.

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Comunidade Hospitaleira

28

OS MEMBROS DA COMUNIDADE

Unidade e pluralidade

Dinâmicas de amadurecimento

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 28

As pessoas em formaçãoAs pessoas em formação, que recebem nos nossoscentros, como lugar docente, conhecimentos teóri-co-práticos e que, ao mesmo tempo, dão o seu con-tributo.

As irmãsAs irmãs, com a sua presença e serviço, constituem,como comunidade e individualmente, o núcleo ins-pirador da Hospitalidade, testemunho e presençaevangelizadora.44

Todos juntos formamos a Comunidade Hospitalei-ra integral ao partilharmos um mesmo projecto naidentidade de uma mesma cultura e no protagonis-mo de uma mesma história hospitaleira.45 Olhandopara todos os membros, em todos os lugares, pode-mos falar da família hospitaleira.

12. As pessoas doentes e os necessitados, sejamquais forem as patologias ou formas de exclusão deque sofrem, são a causa da existência dos nossoscentros; cuidar dessas pessoas constitui a finalidadeda nossa Instituição e elas representam o centro danossa comunidade.46

Acolher e cuidar de doentes, cujo valor da sua digni-dade possa estar menosprezado e até mesmo questio-nado pela doença e suas consequências, é para a nos-sa cultura uma manifestação da defesa da vida e umtestemunho do significado e valor do ser humano.

A dignidade de cada a pessoa, expressamente reco-nhecida na Declaração Universal dos Direitos Hu-

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Comunidade Hospitaleira

29

Os doentes,centro da vida e

da tarefahospitaleiras

A sua dignidade e os seus direitos

As razões da suadignidade

A CENTRALIDADE DOS DOENTES E NECESSITADOS

A comunidade hospitaleira

integral

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 29

manos47 e pelo Concílio Vaticano II,48 adquire umamaior profundidade de sentido para aqueles que,partindo de uma visão cristã, reconhecem em cadadoente ou necessitado a imagem de Deus.

Esta interpretação está na origem e na projecçãoda nossa Instituição; as irmãs dão testemunho de-la em fidelidade ao espírito dos seus Fundadores etodos podem livremente partilhá-la.

13. O nosso estilo de organização desenvolve a cor-responsabilidade de todos os que trabalham nomesmo centro.

Promovemos o crescimento de cada colaborador nodesempenho das suas funções, na compreensão dasua intervenção de modo cooperativo e realize otrabalho em equipa.

Impulsionamos as direcções e chefias intermédias adesenvolver a articulação de funções de acordo comos princípios de corresponsabilidade e subsidiarie-dade, outorgando-lhes capacidade de iniciativa.

Potenciamos que os profissionais assumam respon-sabilidades aos vários níveis da nossa estrutura.

14. A comunidade, como órgão vivo e dinâmico, échamada a crescer e a desenvolver-se para se sentirfortalecida interiormente e, ao mesmo tempo, con-seguir enfrentar eficazmente os desafios com que seconfronta.

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Comunidade Hospitaleira

30

IDENTIDADE E PERTENÇA

CORRESPONSABILIDADE DE TODOS

Estilo corresponsável de organização

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 30

Para crescer em identidade e desenvolver o sentidode pertença são fundamentais: o respeito por todose cada um dos membros da comunidade; a valori-zação da pessoa em si mesma e no desempenho dassuas tarefas; a informação adequada; a participaçãoactiva na missão; a protecção dos direitos laborais,sociais e económicos.

Pretendemos cultivar em todos e explicitar em cadacontexto os critérios, valores e os fins próprios daInstituição, juntamente com a actualização profis-sional. Além disso, queremos transmitir aos profis-sionais de recente admissão os fundamentos daHospitalidade. Dedicamos um empenho especial àformação na identidade e cultura hospitaleiras dosdirigentes, os quais assumem uma responsabilidadeespecial em todo o âmbito da missão hospitaleira.

15. Na Comunidade Hospitaleira, as irmãs, emvirtude da sua vida inteiramente consagrada ao ca-risma recebido, são garantes do espírito originalda Hospitalidade. A vivência da consagração49 re-ligiosa testemunha o absoluto de Deus e o amorpela pessoa doente como rosto de Cristo e inter-pela todos no sentido de um compromisso efecti-vo com a pessoa que sofre.50

A comunidade religiosa é presença evangelizadora,referência carismática, núcleo animador. Colaborasingularmente no carácter humanizador e humani-zante do serviço hospitaleiro.

A Congregação, como entidade titular das obrashospitaleiras, com base no respeito pelo princípio

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Comunidade Hospitaleira

31

MISSÃO DA COMUNIDADE RELIGIOSA

A comunidade religiosa,

animadorado carisma

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 31

de subsidiariedade nos diferentes níveis de governo,apresenta os objectivos próprios da missão, salva-guarda a aplicação destes objectivos e acompanhaos processos de gestão segundo a maneira conside-rada mais conveniente; finalmente, avalia, discernee decide a pertinência, a actualidade e o futuro doProjecto Hospitaleiro.

16. A experiência da Comunidade Hospitaleira tema sua máxima expressão na globalidade congrega-cional da Instituição presente no mundo, é viven-ciada em cada lugar e exercida na solidariedade pro-vincial.

O centro da Comunidade hospitaleira é formadopelas pessoas assistidas às quais prestamos umaatenção integral.

As irmãs e os colaboradores, por vocação e vonta-de de serviço, fazem parte da Comunidade Hospi-taleira segundo o papel e as funções que lhe sãopróprias.

Esta participação implica uma compreensão quesupera a mera coincidência laboral no mesmo lugar.Exige: a consciência comunitária de se estar com-prometidos na mesma finalidade; um trato huma-nizado em todas as relações, de modo a tornar oscentros lugares saudáveis e sanadores; a colaboraçãoactiva nas diferentes actividades, bem como nosprocessos de formação, encontros e celebrações.

O âmbito provincial51 é constituído por um grupode irmãs, colaboradores e centros. Estabelece os li-

32 CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Comunidade Hospitaleira

O TECIDO RELACIONAL DA INSTITUIÇÃO

Níveis de comunhão hospitaleira

Nível local

Nivel provincial

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 32

mites que asseguram a unidade do conjunto, assimcomo o desenvolvimento de programas de qualida-de, a formação comum e a colaboração mútua nosmesmos planos estratégicos.

A identidade da missão partilhada globaliza a Hos-pitalidade e une-nos a todos numa rede universal.

O Governo geral tem atribuições próprias no âm-bito da missão da Instituição. Anima as relações e arealização de planos comuns; promove o sentido depertença e a unidade; impulsiona a corresponsabili-dade e a solidariedade com as nossas obras nos paí-ses em desenvolvimento.52

O Capítulo geral determina as directrizes universaise as prioridades do desenvolvimento da missão demaneira periódica, para a sua aplicação nos diferen-tes níveis.53

33CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Comunidade Hospitaleira

Nivel geral

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 33

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 34

3.

MISSÃO HOSPITALEIRA

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 35

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 36

17. A nossa missão, em continuidade com as suasorigens e como resposta aos desafios actuais, pro-jecta com determinação e humildade, na actuaçãodas comunidades hospitaleiras, um caminho de so-lidariedade constante com as pessoas assistidas nasdiferentes obras da Congregação nos diversos con-tinentes.

No horizonte da sua finalidade e prática está viva eoperante a missão de servir a pessoa que sofre e deapresentar à sociedade, de variadas maneiras, a boanotícia do encontro sanador e integrador, gerador epotenciador de humanidade e saúde integral.

18. Iluminados e fortalecidos pelo espírito audaz einovador dos nossos Fundadores, irmãs e colabora-dores, somos hoje interpelados a viver, realizar e con-textualizar a Hospitalidade. Esta continua no tempoe em diferentes contextos a missão sanadora de Jesusde Nazaré. Como Ele, inclina-se sobre a humanida-de sofredora, curando-a das suas doenças.54

A nossa missão encarna e exprime o carisma daHospitalidade no acolhimento, assistência e cuida-do especializado e preferencial pelos doentes men-tais, deficientes físicos e psíquicos e outras pessoasdoentes, tendo em conta as necessidades e urgên-cias de cada tempo e lugar, com preferência pelosmais pobres e esquecidos.55

Com base na concepção humanista-cristã, conside-ra invioláveis a unidade e dignidade da pessoa, aco-

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Missão Hospitaleira

37

PERMANENTE FIDELIDADE

Um projecto sempre vivo

Missãohospitaleira edestinatários

Visão humanista e cristã da pessoa

NARRAÇÃO DA NOSSA MISSÃO

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 37

lhe a todos como irmãos, sem distinção de raça,cultura, religião, ideologia, classe social ou género,e presta-lhes uma assistência integral que inclui osaspectos físicos, psíquicos, sociais, éticos, espirituaise religiosos, com um matiz eminentemente huma-nizador.56

A pessoa que sofre é o centro da missão hospitalei-ra; para ela se orientam e a ela estão subordinadostodos os recursos institucionais: assistenciais, orga-nizacionais, administrativos e humanos.57

A missão hospitaleira, como manifestação do Reinode Deus às pessoas mais vulneráveis e esquecidas,tem um carácter universal e desenvolve-se em lati-tudes cada vez mais vastas e inclusivas.

O espírito fundacional tem um elemento inspira-dor que é o “amor sem limites”.58 Esteve presentecomo dinamizador nos Fundadores e nas geraçõesposteriores que ampliaram o nosso carisma, trans-cendendo todas as fronteiras.

19. A universalidade e o carácter intercultural daHospitalidade constituem grandes desafios para amissão hospitaleira.

No dinamismo de expansão e na realização da di-mensão missionária, a missão implementou-seem países onde as necessidades são evidentes eurgentes.59

Estamos actualmente em 27 países de quatro conti-nentes, nomeadamente:

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Missão Hospitaleira

38

Centralidadeda pessoa

UNIVERSALIDADE E INTERCULTURALIDADE

Universalidadeda missão

Presençaintercultural

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 38

Europa: Espanha, França, Inglaterra, Itália e Portugal;

América: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colôm-bia, Equador, México, Peru e Uruguai;

África: Angola, Burkina Faso, Camarões, Gana, Re-pública Democrática do Congo, Guiné Equatorial,Libéria, Moçambique e Togo;

Ásia: China, Filipinas, Índia e Vietname.

20 A missão da Instituição desenvolve-se através deequipamentos, recursos e dispositivos necessários eadequados a cada circunstância de tempo e lugar,60

tendo como características a humanização e o pro-fissionalismo, a inovação e o compromisso social,indicadores claros da capacidade regeneradora doespírito que a anima e impulsiona.61

As estruturas e os serviços de que dispõe situam-sepreferencialmente na área do sofrimento psíquico.Abrangem os campos da psiquiatria, geriatria e psi-cogeriatria, deficiência mental, medicina e cirurgia,bem como o âmbito social e de saúde, dando tam-bém resposta a outras situações de emergência.62

No âmbito da psiquiatria, realiza serviços de assis-tência intra e extra-hospitalares, adaptados às ac-tuais exigências.

Nos campos da geriatria, psicogeriatria e sócio-sa-nitário, existem centros e serviços adequados às ne-cessidades dos utentes, com programas específicosde intervenção.

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Missão Hospitaleira

39

A OBRA HOSPITALEIRA

Desenvolvimentoe traços da

missão

Serviços e áreas de

intervenção

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 39

Nos sectores da medicina e cirurgia, conta comhospitais gerais e centros de saúde nos quais prestaassistência a todo o tipo de patologias.

No âmbito da deficiência mental, cria recursos do-tados dos meios e técnicas adequados para estas ne-cessidades.

Nas situações de emergência que se apresentam emvários países, a Instituição oferece respostas diversi-ficadas de acordo com as circunstâncias, cooperan-do com outras organizações em redes sociais, per-manentes ou ocasionais.

A Obra Hospitaleira configura uma realidade assis-tencial de grande importância quantitativa, espe-cialmente em alguns países; mas, além disso, tam-bém de grande importância qualitativa,63

considerando o elevado nível de qualidade dos ser-viços realizados, assim como a orientação e focali-zação nas necessidades, às quais responde com umforte sentido de solidariedade.

Numa linha de fidelidade criativa ao espírito fun-dacional e de atenção aos sinais dos tempos, a Ins-tituição procura oferecer a melhor resposta às ne-cessidades emergentes e a outras formas demarginalização provocadas pelas sociedades actuais,no âmbito da nossa missão.64

21. O serviço hospitaleiro, configurado a partir deuma visão e de práticas inclusivas, reintegradoras epromotoras de vida, denuncia todas as formas deexclusão e marginalização presentes nos vários con-

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Missão Hospitaleira

40

Relevância qualitativa e quantitativa

Fidelidadecriativa

Um serviçoaberto e

dinâmico

UM SERVIÇO NECESSÁRIO E ACTUALIZADO

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 40

textos nos quais as nossas obras estão inseridas eanuncia a igualdade fundamental de todo o ser hu-mano, apelando à consideração e ao respeito quelhe são devidos.

Oferece uma assistência aberta, dinâmica e actuali-zada, num clima de elevada humanização e quali-dade integral e em constante renovação, desenvol-vendo as respostas mais apropriadas às situações daspessoas mais fragilizadas.

A abertura e a implementação de novas presenças eestruturas assistenciais, com respostas inovadoras pa-ra os desafios actuais nos diferentes âmbitos, garan-tem a actualidade e a necessidade dos nossos serviços.

22. Os nossos valores levam-nos a promover, em ní-veis diferentes, a solidariedade e a partilha de co-nhecimentos, bem como de experiências e projec-tos, de modo a favorecer o enriquecimento damissão, o fortalecimento da realidade institucionale a optimização dos recursos existentes.65

A multiplicidade de áreas e serviços desenvolvidos,o enfoque no primado e na centralidade da pessoae no respeito pelo seu protagonismo no processo desanação, tornam a Obra Hospitaleira uma força detransformação social sem fronteiras em favor deuma humanidade mais justa e mais fraterna.

23. Em todos os contextos oferecemos uma coope-ração necessária e especial. Em alguns lugares, prin-

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Missão Hospitaleira

41

Novas respostas

GLOBALIZAÇÃO SOLIDÁRIA

Solidaridade e partilha

Transformação social

JUSTIÇA E AMOR

Diversidadede contextos

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 41

cipalmente em países mais desenvolvidos, os nossoscentros têm um sentido original pela sua identida-de e missão concreta. Noutros, especialmente nospaíses em desenvolvimento, respondem a situaçõesde primeira necessidade, realizam compromissos desolidariedade no campo da saúde e promovem ini-ciativas transformadoras e pioneiras.

Como instituições eclesiais, damos um contributoespecífico, “o amor que não procura o próprio in-teresse”.66 “O amor – caritas – será sempre neces-sário, mesmo na sociedade mais justa.67 Haverásempre sofrimento que necessita de consolação eajuda. Existirão sempre situações de necessidadesmateriais, psíquicas e espirituais, para as quais éindispensável um compromisso que manifeste umamor concreto ao próximo.68

Por outro lado, as nossas obras não ficam à margemda luta pela justiça. A acção hospitaleira contribuipara uma acção multiforme e variada, social, legis-lativa, administrativa e cultural, destinada a promo-ver e despertar as forças espirituais que constitueme promovem a justiça. A Hospitalidade encoraja oscolaboradores no campo da justiça, sendo assim vi-vida também como hospitalidade social.69

24. A missão da Hospitalidade traduz-se no Projec-to Hospitaleiro que se caracteriza por uma visãoglobal do ser humano, num clima de solidariedade,proximidade e encontro, realizado com respeito econhecimento, com capacidade e compromisso sa-nador.70

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Missão Hospitaleira

42

Compromissode amor

Compromissoem favor da

justiça

SIGNIFICADO E DIMENSÕES

Caridade eciência

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 42

O encontro hospitaleiro, alicerçado numa visão in-tegral da pessoa, é desenvolvido numa perspectivade direitos e deveres e implica interdependência ecomplementaridade entre caridade e ciência, hu-manização e técnica, elevado nível assistencial téc-nico-científico e atenção espiritual.

25. Desde as origens e ao longo da história, o pro-jecto assistencial hospitaleiro está ao serviço daevangelização. Integra-se, pelo testemunho,71 noprocesso anunciador da Boa Nova do Reino e ac-tualiza a missão sanadora de Jesus através do “servi-ço da caridade”.

A nossa missão continua a narrar, na história e deum modo credível, através dos gestos hospitaleirosde todos os seus protagonistas, os paradigmas evan-gélicos que fundamentam a nossa Hospitalidade.

À semelhança do Samaritano, não passamos ao lar-go: olhamos e vemos; deixamo-nos comover; e, deforma compassiva e solidária, agimos: numa pala-vra, somos hospitaleiros.

43CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Missão Hospitaleira

Sentido evangelizador

do projectohospitaleiro

SENTIDO ESPECÍFICO E FINALIDADE ÚLTIMA

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 43

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 44

4.

VALORES HOSPITALEIROS

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 45

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 46

26. O relato da nossa identidade exige, também ede modo especial, a apresentação dos valores espe-cíficos que definem a nossa Instituição e são paraela fundamentais e insubstituíveis.

É necessário, pois, relatar esses valores que confe-rem originalidade à nossa acção e caracterizam anossa Instituição diferenciando-a de outras obrasque possam realizar tarefas semelhantes às que nósdesenvolvemos.

27. Na nossa Instituição os valores são um elemen-to fundamental distintivo das qualidades que dis-tinguem o nosso projecto, caracterizam significati-vamente todas as nossas actividades e manifestam oestilo próprio da nossa actuação.

Os valores revelam que uma determinada forma deactuação implica o bem, bem feito. Designam per-feição na actuação, de modo que despertam admi-ração e estima; e convertem a atenção em desejávele preferível.

Na nossa história, os valores nasceram da interpreta-ção evangélica da missão hospitaleira e são cultural-mente reconhecidos como “valores humanos”.72 Porisso, transformam-se em espaço comum, em lugar deencontro e compromisso para todos.

28. A nossa Instituição, inspirada desde as suas ori-gens pelo espírito e por critérios da colaboração, res-

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Valores Hospitaleiros

47

IDENTIDADE E VALORES

Uma Instituiçãoidentificável

pelos seus valores

VALORES HUMANOS

Elemento chave diferenciador

Sinais dobem fazer

Carácterhumano

RESPEITO E EXIGÊNCIA

Reconhecimentoda pluralidade

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 47

peita e valoriza a riqueza com que todos contribuí-mos, mediante a nossa actividade, para a sanação dapessoa, tendo cada um a sua visão peculiar da vida ea partir dos dons próprios da sua personalidade.73

Ao mesmo tempo, a garantia da identidade institu-cional exige a unidade74 necessária de todos em as-sumir e trabalhar de acordo com os mesmos valoreshospitaleiros.

Por conseguinte, a Comunidade Hospitaleira temde os reconhecer como elementos fundamentais dasua cultura; eles devem ser integrados nos processosformativos e constituir uma referência irrenunciá-vel para orientar as decisões dos responsáveis e ins-pirar os comportamentos concretos de cada um nasua intervenção específica.

29. Os valores hospitaleiros foram, de facto, vividose transmitidos na história da nossa Hospitalidade;são, pois, factores da nossa tradição. Pertencem aonível profundo e universal de humanização e consi-deramo-los basilares para a nossa própria culturaparticular, bem como para a concepção, apresenta-ção e concretização da acção hospitaleira.

Por conseguinte, propomo-los para todas as obras epara todos os centros da nossa rede mundial, em to-dos os países em que estamos presentes.

Para os explicitar hoje, recolhemos a riqueza dos con-tributos apresentados pelas nossas comunidades hos-pitaleiras da África, América Latina, Ásia e Europa.Partindo das diversas sensibilidades culturais, revalo-

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Valores Hospitaleiros

48

Unidade nos mesmos valores

Referêncianecessária

UNIVERSALIDADE E INCULTURAÇÃO

Carácterinstitucionaldos valores

Formulaçãoparticipada

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 48

rizam a característica tradicional do acolhimento, adefesa do mais fraco, a visão holística da vida e as ati-tudes personalistas humanizadoras.75 E temo-los for-mulado assumindo a experiência de qualidade e alinguagem actualizada da missão hospitaleira.

Reconhecemos, igualmente, que a sua encarnaçãoem cada cultura assumirá matizes especiais em cadalugar e tempo, produzindo relatos com linguagensoriginais e, principalmente, promoverá traduçõesdiversas nas diferentes realidades. Deste modo, anossa cultura hospitaleira que é apenas uma no pa-trimónio básico de alguns valores, será enriquecidapelas suas diferentes expressões.

30. Motivados pela intenção e visão acima descri-tas, formulamos os valores hospitaleiros seguindoum processo que começámos com a proposta deum único valor: a “HOSPITALIDADE”.76 Tratando-sede um valor fundamental, ele configura todos osoutros; e, sendo um valor síntese, articulamo-lo nosoito valores seguintes que desenvolvem todas as im-plicações contidas no denso significado inerente àHospitalidade:

1. Sensibilidade em relação aos excluídos2. Serviço aos doentes e necessitados3. Acolhimento libertador4. Saúde integral5. Qualidade profissional6. Humanidade na atenção7. Ética em toda a actuação8. Consciência histórica.

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Valores Hospitaleiros

49

Riquezada inculturação

Um valorsíntese

desenvolvido em oito valores

FORMULAÇÃO DOS NOSSOS VALORES

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 49

O nosso relato dos valores adequa-se às característi-cas que consideramos serem próprias da profundi-dade e alcance deste documento: fidelidade à nossatradição hospitaleira e abertura à realidade actual,densidade e brevidade, universalidade e desenvolvi-mento local.

31. A Hospitalidade é o nome de um valor huma-no essencial no âmbito social da relação e da acçãode serviço.

A sua origem reside na prática humanitária das an-tigas culturas e, de modo particular, na tradiçãocristã que inspirou a Obra Institucional das IrmãsHospitaleira do Sagrado Coração de Jesus.

É uma acção de intersubjectividade que nos leva asair do nosso interesse próprio, implica um encon-tro com o “outro” e nos impele a responder às ne-cessidades. A sua manifestação principal consistenos factos,77 mais do que em palavras.

Quando esse outro é mais vulnerável sob os pontosde vista somático, psicológico, social, económico eespiritual, mais significativa e comprometida se tor-na então a hospitalidade.78

No mundo da nossa missão, esse “outro” são as pes-soas que sofrem devido a doenças mentais, defi-ciências e outras patologias e necessidades.79

Praticar com elas a hospitalidade significa tornar oserviço terapêutico humano e espiritualmente ne-cessário, de forma que deixem de ser excluídas epassem a ser acolhidas, atendidas, curadas e cuida-

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Valores Hospitaleiros

50

Alcance eelementos

Um valorrelacional

Origem culturale institucional

Originalidade da nossa

Hospitalidade

HOSPITALIDADE, VALOR SÍNTESE

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 50

das. Este serviço concretiza-se oferecendo-lhes espa-ço, tempo, dedicação, humanidade e recursos.

Este valor da Hospitalidade impregna as atitudes dequem a pratica, molda o nosso modo de actuar pro-fissionalmente e caracteriza as obras da nossa Insti-tuição. Por isso, adjectiva tudo aquilo que nos é pe-culiar, o que somos e o que fazemos.

A riqueza deste valor síntese é por nós desenvolvidana narração dos oito valores implícitos no processoda sua realização.

32. A prática da hospitalidade pressupõe ou desper-ta e, em todo o caso, inclui e alimenta a empatiacom aqueles que sofrem e estão carenciados. A nos-sa Hospitalidade exprime uma sensibilidade espe-cial em relação às pessoas que têm alteradas ou di-minuídas as suas potencialidades psicofísicas.80

A descoberta da sua existência comove-nos e o en-contro com elas educa o nosso olhar, introduz-nosna com-paixão81 e impele-nos à solidariedade. Acausa do outro torna-se nossa, num mundo queainda estigmatiza este sofrimento de grande vulne-rabilidade e múltiplas formas de exclusão.

Partindo desta sensibilidade positiva, proactiva ecriativa, estamos atentos à análise crítica da situaçãovivida por estas pessoas nos diferentes lugares e con-textos socioculturais; e descobrimos as suas necessi-dades, assim como as das suas famílias. Estas neces-sidades, às vezes, estão ocultas, de modos diferentesconforme as culturas e, por vezes, são relegadas pa-

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Valores Hospitaleiros

51

A Hospitalidadeconfigura-nos

Empatia com o mundodo sofrimento

psíquico

Compaixão e solidariedade

Compromissocom os excluídos

1. SENSIBILIDADE EM RELAÇÃO AOS EXCLUÍDOS

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 51

ra as últimas posições nas preocupações colectivasda cidadania.

Trabalhamos para consciencializar a sociedade e assuas instituições de forma que assumam as própriasresponsabilidades sociais face a este problema. De-fendemos os direitos de tais pessoas e oferecemos asmelhores respostas possíveis às suas exigências.Além disso, a nossa Obra é um compromisso socialpara que a assistência chegue até às pessoas que seencontram mais marginalizadas, esquecidas e em-pobrecidas.

33. A nossa sensibilidade em favor das pessoasdoentes e dos necessitados torna-se uma acção efec-tiva com carácter de serviço nas nossas estruturassocio-assistenciais.

As pessoas doentes e necessitadas ocupam o lugarcentral82 da nossa organização. São elas a razão de serdos nossos centros. As nossas tomadas de posição e osnossos programas são pensados em função delas; a fi-nalidade da nossa Instituição é a sua atenção e cuida-do. As estruturas, a vida e a acção giram à sua volta.No nosso projecto, todos e tudo está ao seu serviço.83

Na nossa tarefa vivemos uma relação interpessoalque transcende uma relação impessoal de merca-do; compreendemo-nos e trabalhamos para elessem instrumentalizar a sua necessidade em nossobenefício.

Esta missão de serviço é o sentido genuíno da ori-gem da nossa Obra, é a vontade dos nossos Funda-

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Valores Hospitaleiros

52

Consciencializa-ção em favor

dos maisnecessitados

Sensibilidade efectiva

Centralidadedos doentes

e necessitados

Relaçãohumanade serviço

2. SERVIÇO AOS DOENTES E NECESSITADOS

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 52

dores, faz parte da nossa tradição, compromete anossa presença em âmbitos e países com necessida-des e falta de assistência, e permanece como orien-tação de futuro.

Consideramos as pessoas assistidas como membrosda grande família humana, em pé de igualdade, e co-mo membros da mesma comunidade hospitaleira decada centro;84 a visão evangélica da humanidade re-força esta abordagem antropológica.

34. Não existe hospitalidade sem acolhimento; o aco-lhimento não é apenas o primeiro acto do processo deatenção; determina igualmente a qualidade de toda aactividade. A sua apreciação reside, mais do que nofacto de receber, na maneira de acolher.85

Nasce da vontade de aceitar um rosto novo; signifi-ca abrir-se86 à realidade do outro, da pessoa, dassuas vivências e das suas manifestações..

Como traço qualificante de toda a actividade, im-plica a paciente gratuidade como forma permanen-te de relação socio-assistencial. É um valor interiorque requer o cuidado perceptível de mostrar, comlinguagens diferentes, que se recebe o outro e que ooutro se sente acolhido.

O nosso acolhimento é libertador no sentido amploda palavra. O propósito, ao receber a pessoa que re-quer assistência, consiste em tender, na medida dopossível, para a sua reabilitação, de forma que elapossa realizar o seu projecto pessoal e, de alguma for-ma, consiga reintegrar-se no ambiente – família, so-

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Valores Hospitaleiros

53

Gratuidade permanente

A procura de reabilitação

3. ACOLHIMENTO LIBERTADOR

Acolher, primeiro passo

da atenção

Abertura e aceitação do outro

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 53

ciedade e trabalho – que lhe é próprio ou lhe sejaadequado.

Na realidade, para algumas destas pessoas que aco-lhemos, dadas as suas características, os nossos cen-tros representam o seu lar possível. O compromis-so de todos consiste em tornar cada centro numespaço humanamente caloroso e em criar uma at-mosfera familiar87 para quem lá vive, e para os quedele se aproximem ou passem por ele.88

O acolhimento é condição de todo o tecido inter-pessoal, abrange todas as relações. Realizamo-lo nãosó com as pessoas atendidas, mas também com osseus familiares. Promovemo-lo entre todos os mem-bros da Comunidade Hospitaleira; neste sentido, asirmãs procuram ser um testemunho eloquente. Ecuidamos dele como uma dimensão dos nossos di-versos e múltiplos encontros.

35. O valor humano da saúde pressupõe e manifes-ta um outro, mais radical: o da vida89 e o sentido.Por conseguinte, valorizar a saúde é sinal de respei-to pela vida.

A saúde é um bem da pessoa, que é chamada a des-frutá-la, a saber preservá-la e a servir-se das técnicaspara a recuperar, dentro dos limites humanamentepossíveis, em caso de doença: este aspecto faz parteda nossa condição humana.

Com a nossa missão manifestamos a estima e a de-fesa desse valor e o compromisso em dar resposta aodireito de atenção que têm as pessoas com doençase necessidades.

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Valores Hospitaleiros

54

O Centrocomo lar

O acolhimento mútuo

4. SAÚDE INTEGRAL

A saúde,um valor a

cuidar

O nosso serviçoà saúde

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 54

O nosso paradigma da saúde, integrando as indi-cações da Organização Mundial da Saúde, abran-ge uma abordagem existencial que inclui todas asdimensões da pessoa segundo o humanismo deinspiração cristã90 e procura a sua harmonia.

Esta perspectiva orienta e estrutura a nossa activi-dade, e propõe, como finalidade do nosso projectohospitaleiro, curar e cuidar as pessoas, incorporan-do os progressos da técnica para uma atenção hu-mana segundo a referida compreensão integral91 dapessoa, em qualquer situação da sua existência.

O nosso trabalho em favor da saúde implica defen-der a vida, assumir e superar a patologia, combatera dor e o sofrimento, tratar humanamente as pes-soas face ao uso desproporcionado dos meios tera-pêuticos e promover positivamente a saúde.

Mais ainda, a nossa cultura hospitaleira promove aatenção necessária para tornar os nossos centros eestruturas, os nossos serviços e procedimentos, âm-bitos saudáveis e sanadores. Inclui também o cui-dado da saúde de todos os que trabalham ou cola-boram nos nossos projectos.

36. A atitude de serviço, com atenção integral, a fa-vor da saúde das pessoas assistidas, torna-se qualifi-cadamente eficaz se o nosso trabalho alcançar, comrigor, a melhor qualidade profissional.92

A qualidade profissional abrange a adaptação doscentros às exigências das necessidades das pessoas,dos tempos e dos lugares, a incorporação de técni-

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Valores Hospitaleiros

55

Abordagemintegral da

saúde e do Projecto Hospitaleiro

O nossotrabalho em

favor da saúde

Os centros,âmbitos

saudáveis e sanadores

5. QUALIDADE PROFISSIONAL

Excelênciaprofissional

Actualização dos centros e dos

profissionais

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 55

cas e métodos derivados do progresso científico e aactualização, teórica e prática, de todos os profis-sionais.

Proporcionamos e exigimos o espírito de colabora-ção corresponsável a partir das funções de cada umde trabalho, a planificação participada e trabalhoem equipa em todas as áreas, de modo que a diver-sidade de presenças, serviços e funções alcance amelhor coordenação no objectivo comum.

A qualidade dos nossos serviços está garantida tam-bém pela eficiência na gestão; pela formação per-manente em todas as dimensões da Hospitalidade,juntamente com a responsabilidade individual; pe-la organização rigorosa; e pela eficiente atribuiçãodos diferentes tipos de recursos que, para nós, têmsempre como meta a melhoria na atenção.

A nossa presença em países em desenvolvimento e anossa significativa localização em lugares empobre-cidos e sem assistência optimizam a qualidade dasprestações, multiplicando os recursos, mediante asolidariedade interinstitucional e a solicitude deajuda internacional. Damos prioridade ao investi-mento na promoção de profissionais, pois conside-ramos que ela é a melhor fonte da renovação pro-gressiva dos projectos.

37. A qualidade profissional, além de técnica, exigehumanidade,93 e esta responsabiliza-nos por aquela.Perante o risco real de que a mera técnica nos torneinsensíveis e nos leve a cuidar da patologia esque-cendo-nos da pessoa, nós empenhamo-nos especial-

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Valores Hospitaleiros

56

Colaboraçãoe trabalho em

equipa

Eficácia e eficiência na gestão

Desenvolvimentoe promoção

Humanização da nossaactuação

6. HUMANIDADE NA ATENÇÃO

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 56

mente na humanização de todas as nossas tarefas e,por isso, explicitamos e acentuamos o valor da hu-manidade na atenção.94

A nossa vontade de humanizar considera a pessoacomo núcleo referencial e como valor não instru-mentalizável. Concebemos a nossa assistência comoum encontro humano óptimo, não meramentefuncional. Este encontro nasce da cordialidade, dizrespeito à totalidade do ser humano, põe em jogo asdiferentes potencialidades comunicativas e atingeum “nós” por reconhecimento mútuo.

Esta experiência de encontro intersubjectivo mani-festa-se respeitando as pessoas assistidas, a sua dig-nidade, os seus direitos, a sua cultura, os seus valo-res, as suas convicções e a sua fé; revela-se ainda notrato humano e na linguagem; na atenção persona-lizada e na informação próxima; e na disponibilida-de e responsabilidade pela dedicação concreta decada dia.

As linguagens para a relação com os nossos destina-tários têm uma importância transcendental. É ne-cessário saber tornar-se próximo, dar preferência àescuta e pronunciar a palavra oportuna. O bomhospitaleiro sabe falar e sabe calar e, principalmen-te, aprende a escutar.95

A linguagem não verbal é essencial para a nossahospitalidade: a expressão do rosto, do olhar e dosgestos são a primeira e a última instância da comu-nicação humana.

Nós acreditamos e, coerentemente, promovemos,que estas e todas as atitudes e expressões têm maispoder humanizador quando nascem e se moldam

57CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Valores Hospitaleiros

A assistênciacomo encontro

pessoal

Dignidade dapessoa e trato

humano

Escuta elinguagens

O amor, atitude radical

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 57

pelo amor que é o melhor substrato que as pode ali-mentar. A sua manifestação hospitaleira é um as-pecto positivo e de esperança, amável e paciente,para assumir e responder, não sem sacrifício, às di-ficuldades próprias do nosso serviço.96

38. A Hospitalidade é ela própria uma experiência éticafundamental97 e englobante da nossa missão que refor-ça a dimensão própria de toda a acção com a pessoa aco-lhida. Mais ainda, todas as faltas de ética nas nossas ac-tividades vão contra a mesma hospitalidade, são umafractura moral do nosso ser e actuar hospitaleiros.

Por esta razão, e conscientes dos novos desafios quea ética apresenta no mundo da nossa intervenção,incluímo-la entre os nossos valores.

Consideramos, pois, a ética como uma dimensãode toda a nossa actuação; garantimo-la tanto nosfins como em qualquer dos meios.

Exigimos de nós mesmos uma actuação ética emtodos os campos e em todas as decisões: na assis-tência clínica, na acção educativa e na atenção so-cial; na organização e em todo o tipo de gestão; notrabalho e na economia; nas tomadas de posiçãoinstitucionais e nas propostas operativas; no respei-to pelas leis em vigor; nos comportamentos comu-nitários e individuais, bem como em qualquer acti-vidade quotidiana; na reflexão das questões e naresposta aos problemas.

Coerentes com a missão que nos define, promove-mos os princípios e critérios comuns da bioética, fa-

58 CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Valores Hospitaleiros

7. ÉTICA EM TODA A ACTUAÇÃO

Hospitalidade e ética

Um valor explícito

Ética sempre

Critérios e motivações

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 58

zemos institucionalmente referência à motivaçãocatólica98 da referida ética e prestamos atenção àsexigências que provêm da identidade do nosso pro-jecto, do seu sentido e dos seus valores.

39. A memória do passado é um valor que tornapossível responder sabiamente ao presente e projec-tar o futuro.

O conhecimento dos Fundadores, da sua vida, docontexto em que nasce a sua obra e da posição e ca-racterísticas singulares do seu projecto é um elemen-to necessário da cultura específica hospitaleira.99

O projecto em que estamos integrados foi possívelgraças ao trabalho que outros realizaram antes e, ac-tualmente, somos nós os responsáveis pelo seu pre-sente e pelo seu futuro.

Hoje consideramos fundamental desenvolver aconsciência individual e colectiva de fazer parte dahistória hospitaleira e de todos sermos, de forma so-lidária, protagonistas100 do momento actual daHospitalidade.

Ser protagonistas não é um título mas o resultadode uma atitude activa em todas as situações, res-ponsável perante os diferentes problemas e criadorade resposta face aos diversos desafios do momentoem que vivemos.101

Para trabalhar por um presente com futuro exigi-mos de nós mesmos estar permanentemente aber-tos à novidade, às novas necessidades existentes no

59CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Valores Hospitaleiros

8. CONSCIÊNCIA HISTÓRICA

Conhecimentodos Fundadores

Memória agradecida

Protagonismo no momento

presente

Responsabilidadepartilhada

em relação aofuturo

Abertura à novidade

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 59

campo da nossa missão, aos novos desafios e aos no-vos modelos de atenção.

40. Esta formulação dos valores proporciona-nosuma nova motivação para potenciarmos a sua con-cretização quotidiana e para adequarmos em con-formidade com eles a gestão de todas e cada umadas nossas obras.

A nova situação que vivemos exige uma pedagogiaespecial e novos canais para a sua transmissão às no-vas gerações. Os valores devem inspirar a nossa ac-ção que nestes novos tempos prepara o futuro daHospitalidade.

60 CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Valores Hospitaleiros

Prática dos valores

Pedagogia dasua transmissão

VIVÊNCIA QUOTIDIANA DOS VALORES

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 60

5.

MODELO HOSPITALEIRO

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 61

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 62

INTRODUÇÃO

41. A Instituição define e integra os elementos di-nâmicos e estruturais mais relevantes para configu-rar um modelo que dê resposta aos desafios actuaispartindo da inspiração do carisma fundacional e se-gundo os valores hospitaleiros.

A atenção à pessoa na sua integridade, a sua rein-serção na sociedade e a defesa da sua própria digni-dade, constituem premissas irrenunciáveis e são abase do Modelo Hospitaleiro.

O MODELO HOSPITALEIRO abrange, em pri-meiro lugar, um modelo assistencial; em segundolugar, um modelo próprio de gestão e administra-ção; em terceiro lugar, um modelo de relação comos colaboradores; e, em quarto lugar, o diálogo coma sociedade.

I. MODELO ASSISTENCIAL

Na presente secção expõem-se os princípios nuclea-res que fundamentam e integram o Modelo Assis-tencial Hospitaleiro, com uma breve descrição dosseus elementos essenciais.

ASSISTÊNCIA INTEGRAL À PESSOA

42. O Modelo Assistencial Hospitaleiro baseia-seno respeito pela dignidade da pessoa, consideradana sua unicidade e globalidade. Tem em conta asdimensões já antes assinaladas – biológica, psicoló-gica, social, espiritual e religiosa – que se integram

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Modelo Hospitaleiro

63

Modelohospitaleiro

Elementosdo modelo

Integralidade da assistência

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 63

em padrões de atenção e tratamento personalizadose interdisciplinares.

ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR E TRABALHO DE EQUIPA

43. A realização de uma assistência que dê cumpri-mento aos padrões mais altos de qualidade, pressu-põe, entre outras exigências, uma abordagem inter-disciplinar. Deste modo, os profissionais dediferentes especialidades oferecem o contributo dosseus conhecimentos no âmbito de um trabalho deconjunto, a fim de elaborar planos terapêuticosadaptados às necessidades e exigências de cada pes-soa, de modo articulado e integral.

O trabalho em equipa baseia-se tanto na responsa-bilidade individual de cada profissional como nacorresponsabilidade de toda a equipa. Por conse-guinte, as acções e decisões dos profissionais garan-tem uma dimensão pessoal e, ao mesmo tempo,uma outra dimensão, partilhada e institucional, co-mo membros de uma organização.

QUALIDADE TÉCNICA E HUMANA

44. Um sinal inequívoco da nossa identidade expli-cita-se no compromisso com a melhoria contínuada qualidade, integrando as dimensões técnicas ehumanizadoras. Isto implica a utilização dos meioscientíficos mais avançados nos nossos procedimen-tos e, ao mesmo tempo, a abordagem holística dapessoa, mediante o respeito pela sua dignidade e aatenção às suas necessidades espirituais.

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Modelo Hospitaleiro

64

Trabalhoem equipa

Integração entre técnica e

humanismo

Interdisciplinari-dade

e qualidade assistencial

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 64

Dentro desta dinâmica, é necessário adequar estru-turas e processos, segundo padrões de maximizaçãoda eficiência como compromisso social e numa cla-ra orientação para as necessidades das pessoas assis-tidas e dos seus familiares.

Os planos de gestão dos centros definem de manei-ra prioritária políticas e estratégias de melhoria daqualidade, tomando em consideração aspectos deanálise, planificação, actuação e avaliação, numabusca constante da excelência que contempla os se-guintes factores:

• Enfoque na pessoa assistida e suas famílias.• Envolvimento e desenvolvimento das pessoas.• Inovação e aprendizagem.• Orientação para resultados.• Desenvolvimento de formas de cooperação ealianças com outras instituições.

• Responsabilidade social da Instituição.

ENFOQUE ASSISTENCIAL

45. O Modelo Assistencial Hospitaleiro abrange aprevenção, o tratamento e a reabilitação – três eta-pas, nas quais é possível incidir na patologia ou dé-fices e suas consequências.

O enfoque preventivo, nos seus aspectos primários,secundários e terciários, e a partir da tomada emconsideração das causas biológicas e ambientais quetêm influência no aparecimento da doença ou inca-pacidade, desencadeia acções com o fim de evitar,retardar ou minimizar as consequências.

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Modelo Hospitaleiro

65

Enfoque e continuidade assistencial

Prevenção

Adequaçãodas estruturas

Melhoria da qualidade

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 65

O enfoque terapêutico fundamenta-se inicialmentenum rigoroso processo diagnóstico que culmina narealização de planos individuais e interdisciplinaresde tratamento, baseados nas boas práticas ditadaspela evidência científica.

O enfoque reabilitativo começa nas fases incipien-tes do tratamento e tem em vista a plena recupera-ção das capacidades e a reinserção do doente no seuambiente habitual. Este processo desenvolve-se tan-to em regime de internamento como em ambulató-rio, por meio de programas transversais que inte-gram aspectos assistenciais, educativos, sociais elaborais.

O nosso Modelo Assistencial determina a continui-dade do processo de atenção, oferecendo uma res-posta modulada em qualquer estádio, em funçãodas necessidades existentes. Para isso, dispomos derecursos comunitários assistenciais e de hospitaliza-ção, assim como de protocolos de coordenação econtinuidade de cuidados. Temos em conta o im-portante papel activo que tanto o receptor de cui-dados como as famílias devem desempenhar noprocesso terapêutico e reabilitador.

A ATENÇÃO PASTORAL

46. A Instituição, fiel à sua tradição e aos seus valo-res, partindo do respeito absoluto pela dignidade dapessoa, considera a atenção integral um pilar fun-damental do processo terapêutico, o qual inclui odireito aos cuidados espirituais e religiosos.

A liderança e iniciativa deste trabalho correspon-dem ao serviço de pastoral, que tem o apoio activo

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Modelo Hospitaleiro

66

Tratamento

Reabilitação

A atençãoespiritual ereligiosa na assistência

integral

Integração do serviço pastoral

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 66

dos diferentes profissionais que prestam os seus ser-viços no centro. Integramo-lo efectivamente na di-nâmica assistencial de cada centro e dispositivo.

Este serviço, sob a responsabilidade eclesial compe-tente e integrado na organização, abrange uma am-plitude dinâmica e aberta de funções.

Prepara e anima o encontro das pessoas crentes comJesus, o Senhor. Partindo de Cristo, convida à ex-periência entranhável da ternura de Deus Pai, dahumanização fraterna e da salvação gratuita. Enco-raja, de modo apropriado aos destinatários, a vi-vência das diferentes expressões da fé.102

Além disso, facilita a assistência religiosa a quantosprofessam outras crenças religiosas. Mantém sem-pre uma atitude acolhedora e acompanha espiri-tualmente a todos, segundo as suas necessidades,exigências e possibilidades.

INVESTIGAÇÃO, FORMAÇÃO E DOCÊNCIA

47. A Instituição, de acordo com o seu compro-misso permanente de melhorar a assistência e oprogresso profissional dos seus colaboradores, po-tencia e desenvolve iniciativas de investigação, for-mação e docência.

Contribuímos, por meio do desenvolvimento deprojectos de investigação, quer na sua vertente bá-sica quer aplicada, para o incremento quantitativoe qualitativo dos conhecimentos científicos, parauma melhor compreensão dos processos fisiopato-lógicos subjacentes à doença e, por conseguinte, pa-ra a optimização efectiva dos processos assistenciais.

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Modelo Hospitaleiro

67

Missão da Pastoral

Relevância da investigação e

formação

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 67

Do mesmo modo, através dos planos de formaçãopermanente, promovemos o desenvolvimento dascapacidades dos profissionais que formam a Comu-nidade Hospitaleira.

Finalmente, a docência ministrada nos nossos cen-tros exige uma rigorosa actualização científica, aqual constitui um desafio permanente para os pro-fissionais e para a Instituição, garantindo um signi-ficativo contributo para a formação dos futuros es-pecialistas.

VOLUNTARIADO

48. O voluntariado integra-se plenamente no Mode-lo Assistencial, reforçando a atenção hospitaleira ba-seada nos princípios de gratuidade e solidariedade.

O voluntariado constitui uma dimensão que estápresente na relação individualizada com cada pes-soa assistida, contribuindo para a humanização daassistência e para o envolvimento da sociedade.

II. MODELO DE GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO

A Instituição dispõe de um Modelo próprio deGestão e Administração, cujas bases se encontramno importante legado de S. Bento Menni.103 Expo-mos seguidamente as suas características essenciais.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

49. O Pe. Menni foi um pioneiro no seu tempo. Assuas obras e os seus escritos revelam uma indiscutí-

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Modelo Hospitaleiro

68

A docência nos nossos Centros

Gratuitidade e humanização da assistência

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 68

vel faceta de líder, dirigente e empreendedor. Nósdamos continuidade à sua gestão inovadora e carac-terizamos, em linguagem actual, o nosso modelocom os traços que passamos a expor.

Direcção de pessoasDesde sempre, a Instituição prestou uma atenção es-pecial às pessoas que colaboram no desenvolvimentoda missão hospitaleira. Toma em consideração, demodo especial, a aprendizagem, preocupa-se pormanter um bom clima de trabalho, procura garantiro estabelecimento de políticas de remuneração e pro-moção justas e equitativas, e cuida da selecção depessoas competentes e vocacionadas para o serviço àpessoa que sofre.

Competências de eficácia pessoalReferem-se essencialmente às qualidades de lide-rança pessoal, evidenciando-se, por exemplo, numaatitude proactiva, na capacidade de tomar decisõese na integridade pessoal.

Competências estratégicasCompreendem os âmbitos de relação da Instituiçãocom o ambiente exterior, desenvolvendo-se atravésda orientação para as necessidades de doentes e fa-miliares, da gestão da visão corporativa em termoséticos e assertivos, do desenvolvimento do conheci-mento e da responsabilidade social da Instituição.

Gestão dos recursosA optimização dos recursos implica um controleadequado dos recursos económicos, assim como oequilíbrio na gestão financeira a curto e longoprazo.

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Modelo Hospitaleiro

69

Optimização de recursos

Selecção e atenção às pessoas

Qualidades paraa liderança

Olhar eresponder

ao contexto envolvente

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 69

Gestão do sistema de qualidadeUma visão global de Instituição evidencia, entreoutros aspectos, o compromisso da direcção, a fo-calização na pessoa e uma vontade permanente demelhoria.

Capacidades operacionaisDestacam-se neste campo as capacidades de comu-nicação efectiva, a delegação de funções, o trabalhoem equipa, o apoio e a escuta de pessoas e, funda-mentalmente, a liderança expressa no serviço aosoutros.

PRINCÍPIOS INSPIRADORES

50. Os princípios inspiradores do Modelo de Gestãoda Instituição são uma consequência da missão, dahistória e dos valores da Congregação, reflectindo-senuma série de elementos que sustentam a actuaçãodirectiva na gestão diária dos centros. Trata-se deprincípios básicos e de princípios operacionais.

Princípios básicos

Coerência com a nossa identidadeConcretiza a fidelidade a alguns princípios que es-tiveram sempre presentes e mantêm a sua actuali-dade no contexto da missão universal da Obra Hos-pitaleira. Estes princípios constituem um selocaracterístico que garante a coerência entre o que seproclama e o que se pratica.

Legalidade e éticaImplicam respeito pelos direitos humanos e sociais,assim como o cumprimento da legislação em vigor.

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Modelo Hospitaleiro

70

Organização de qualidade

Pessoas e temas

Princípios degestão,

consequência danossa missão e

dos nossosvalores

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 70

Orientação dos recursos económicos para o bem do des-tinatárioO necessário rigor que exige uma boa administra-ção está ordenado para o fim último da missão hos-pitaleira, integrando gestão e assistência.

Justiça e solidariedadeOferece recursos semelhantes para necessidades se-melhantes, em ordem ao serviço da comunidade,especialmente dos mais necessitados.

SobriedadeCompromete a uma gestão económica e financeiraaustera e rigorosa.

Ausência de fins lucrativosA nossa Instituição não tem fins lucrativos, necessi-tando de autofinanciamento para poder desenvol-ver a sua missão e garantir a sua continuidade.

TransparênciaVincula-nos à clareza exigível em todo o tipo de ac-tuação directiva, assim como aos princípios de re-gisto contabilístico legalmente estabelecidos.

Princípios operacionais

Capacidade técnicaFundamenta-se numa boa interacção entre compe-tência profissional, procedimentos e estruturas.

Integração das novas tecnologiasPromove a incorporação progressiva de novos ele-mentos tecnológicos que implicam a optimizaçãoda qualidade dos serviços.

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Modelo Hospitaleiro

71

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 71

Estabelecimento de alianças e colaboraçõesApresenta e desenvolve projectos partilhados e re-des de relações com instituições do sector, tendo emvista um melhor aproveitamento de oportunidadese recursos.

Eficácia e eficiênciaExigem um uso racional dos recursos tendo em vis-ta a oferta de uma assistência de qualidade.

Autofinanciamento e sustentabilidadeDefinem uma afectação rigorosa dos recursos eco-nómicos para a actividade assistencial que a Insti-tuição desenvolve.

Proactividade relativamente a novas necessidadesImplica uma orientação efectiva para as necessida-des dos destinatários e suas famílias, cuidando dospormenores da relação e procurando dar respostaaos pedidos e sugestões relativamente aos proble-mas actuais ou futuros.

Sinergias entre centros e provínciasMaximizam a eficiência operacional e a utilizaçãodos recursos identificando e coordenando as po-tencialidades que a Instituição oferece; é expres-são de solidariedade corporativa e favorece a vi-vência da missão, a corresponsabilidade e ocompromisso.

Fomento da inovaçãoEstabelece uma cultura inovadora, baseada na ati-tude proactiva e conjunta entre os profissionais dasdiferentes áreas ou disciplinas e na incorporação denovos conhecimentos.

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Modelo Hospitaleiro

72

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 72

III. MODELO DE RELAÇÃO COM OS COLABORADORES

PERFIL DO PROFISSIONAL HOSPITALEIRO

51. Na nossa visão institucional consideramos cola-borador toda a pessoa que, trabalhando nas nossasobras, está ao serviço dos destinatários da Missão.104

Assinalamos seguir alguns traços identitários.

Compromisso institucional

52. Entre as características fundamentais da identifi-cação institucional destacamos: a valorização integraldo colaborador num enquadramento que torne pos-sível a sua realização pessoal e profissional; a sua in-tegração na Comunidade Hospitaleira, partilhando aidentidade da Instituição e contribuindo para elacom os seus conhecimentos; e o seu compromissosempre activo com o Projecto Hospitaleiro.

Identificação com a cultura hospitaleira

53. As obras hospitaleiras têm uma identidade pró-pria, uma história, uma missão, uma finalidade, prin-cípios, valores e um modelo. A realização concreta deum projecto comum pressupõe a necessidade de umaprogressiva identificação com os elementos centraisda cultura hospitaleira, com os quais todos possamosorientar-nos, dialogar, discernir e agir.

Solidariedade efectiva com o destinatário

54. Constitui para nós um valor irrenunciável con-siderar a pessoa doente e necessitada como o centro

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Modelo Hospitaleiro

73

Visão e características

Integraçãoe compromisso

Culturahospitaleira

Centralidadeda pessoa

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 73

da nossa missão e a verdadeira razão de ser da Ins-tituição. Isso implica a necessidade de coerência en-tre a Carta de Identidade e as práticas e atitudes detodos os agentes da Hospitalidade.105

Responsabilidade profissional

55. Implica compromisso em cada uma das acçõesrealizadas pelo profissional no âmbito próprio dasua actuação, sendo um valor que se situa na suaconsciência e na sua prática, implicando a plenaassunção das consequências das próprias decisões.Finalmente, a responsabilidade profissional impli-ca uma inevitável dimensão jurídica definida peloDireito.

Capacitação técnica

56. A dimensão técnica e científica na assistência égarantida respeitando os padrões de qualidade exi-gidos pela ciência, integrando-se num modelo glo-bal de atenção no qual têm um lugar especialmen-te central o respeito pela pessoa e a sua dignidadeinviolável, os seus direitos e as suas convicções ideo-lógicas,106 assim como a sua dimensão espiritual.

O DIRIGENTE HOSPITALEIRO

57. Ao dirigente hospitaleiro, na sua qualidade detécnico, aplicam-se os mesmos requisitos que defi-nem o perfil geral do profissional hospitaleiro. Épreciso acrescentar as características do seu especialcompromisso, cuidando em primeiro lugar da in-

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Modelo Hospitaleiro

74

Contribuiçãoresponsável

Ciência como dimensão ao

serviço dodoente

Especial dever dos dirigentes hospitaleiros

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 74

terligação necessária dos elementos axiológicos como seu perfil técnico competencial. Estes aspectos es-tendem-se aos níveis intermédios em correlaçãocom o seu grau de responsabilidade dentro da Ins-tituição.

A qualidade do seu trabalho nos centros, que res-pondem de um modo flexível às exigências da so-ciedade com uma vida própria, requer do dirigentehospitaleiro a capacidade de apreender a realidadeda Congregação e considerar o seu contributo à luzdo conjunto da Obra Hospitaleira, garantindo umavisão global da mesma.

A complexidade do meio envolvente e a especiali-zação dos papéis profissionais requerem uma capa-cidade especial de comunicação, interna e externa,realizada com discrição, transparência e precisão.

A continuidade da Obra Hospitaleira pressupõeuma análise permanente e a sua projecção no futu-ro, ponderando situações e cenários possíveis; exigeuma capacidade de percepção da mudança e de an-tevisão que pressupõe uma análise rigorosa, intui-ção e previsão.

O dirigente hospitaleiro possui conhecimentos ade-quados e actualizados para desempenhar as suasfunções com a solvência necessária.

A responsabilidade assumida pelo dirigente apoia-se numa série de competências pessoais que lhe per-mitem garantir a eficácia da sua actuação pessoal eprofissional; entre outras, a escuta activa, a integri-dade, o prudente arbítrio, a iniciativa e tomada dedecisões.

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Modelo Hospitaleiro

75

Visão de conjunto

Capacidade de comunicação

interna eexterna

Perspectivade futuro

Competênciae actualização

Eficácia pessoale profissional

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 75

Os dirigentes hospitaleiros, nos diferentes níveis daorganização, pela especial responsabilidade queconcerne a cada um, são chamados a impulsionar ea dar exemplo com uma vida coerente com a iden-tidade e dinâmica institucionais, procurando in-fluenciar com o seu esforço e exemplo as pessoasque dirige.

POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO DAS PESSOAS

58. Têm como objectivo fundamental a integraçãoefectiva dos colaboradores na missão institucional,baseando-se no sentido de pertença à ComunidadeHospitaleira. Compreendem diversos elementos,que entre os quais se destacam os seguintes.

Processo de integração

59. Iniciamos o processo com o recrutamento,prossegue na selecção e termina com o acolhimen-to e integração da pessoa na organização.

Procedemos a uma valoração quer do perfil profis-sional, a partir de uma definição apropriada domesmo, quer dos valores pessoais e da atitude derespeito e compreensão da identidade e cultura hos-pitaleiras.

Formação permanente

60. Oferecemos processos de formação contínua,integrando elementos científicos, técnicos, huma-nos, relacionais e de cultura hospitaleira, de modoa garantir a correspondência necessária entre as ca-

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Modelo Hospitaleiro

76

Exemplo ecoerência dos

dirigentes

Fases e conteúdos do processo

Necessidade de formaçãotécnica ehumana

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 76

pacidades dos colaboradores e a actividade a desen-volver.

Relações laborais

61. A Instituição procura estabelecer uma relaçãocom os seus colaboradores que dê resposta às neces-sidades de ambas as partes e motive o desenvolvi-mento pessoal e a qualificação profissional, com ba-se em critérios objectivos. Dentro desta filosofia, asrelações de trabalho são regidas pela ética social, quecompreende as leis vigentes, a justiça e a doutrina so-cial da Igreja.

Comunicação interna e corresponsabilidade

62. O Envolvimento e a participação de todos oscolaboradores, como também um elevado grau decorresponsabilidade, pressupõem a promoção deuma comunicação interna transparente e ágil entreos diferentes níveis da organização; o estabeleci-mento de espaços e elementos que permitamexpressar a pluralidade existente e o reforço da ca-pacidade de iniciativa, assumindo as responsabili-dades inerentes a cada âmbito de decisão.

Meios de participação

63. A participação activa dos profissionais na vidados centros, como parte comprometida no projec-to institucional, constitui um aspecto fundamentalem ordem ao desenvolvimento da missão. Os nos-sos instrumentos de participação consubstanciam-

77CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Modelo Hospitaleiro

Um modelo de relação

baseado na éticae na confiança

recíproca

Canaise objectivos

Âmbitos e fórmulas

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 77

se numa variedade de fórmulas que pertencem aosdiversos âmbitos da vida dos centros, entre as quaisas comissões assistenciais e de investigação, os forosde relações de trabalho, e os diversos grupos inter-disciplinares.

IV. DIÁLOGO COM A SOCIEDADE

COMUNICAÇÃO EXTERNA

64. A nossa Instituição estabelece relações bidirec-cionais com a sociedade, como parte integrante eactiva que é da mesma. Com esta finalidade estru-turamos e codificamos canais de diálogo e comuni-cação com o ambiente social de referência: institui-ções políticas, de saúde, sociais, religiosas, culturais,académicas e científicas.

LINHAS DE ACTUAÇÃO

65. Os objectivos que motivam e orientam a nossacomunicação são os seguintes:

Consciencializar a sociedade sobre a realidade e asnecessidades existentes no âmbito da nossa missãoe escutar as exigências dos possíveis destinatários.

Apresentar com qualidade objectiva o modelo deatenção que prestamos de forma que a nossa ofertaseja reconhecida entre outras possíveis e seja apre-ciada na sua identidade e qualidade.

Estabelecer um diálogo com as instituições públicasde modo a tornar possível a nossa colaboração nos

78 CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Modelo Hospitaleiro

Instituição e sociedade

Linhas queorientam a

nossacomunicação

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 78

serviços assistenciais de que a sociedade precisa, es-pecialmente em favor dos mais desfavorecidos.

Desenvolver a relação e a cooperação com institui-ções, associações, organismos e forças sociais afins ànossa missão.

PLANOS DE COMUNICAÇÃO ADEQUADOS A CADACULTURA

66. Os centros hospitaleiros oferecem à sociedadenão só a prestação de alguns serviços assistenciaisconcretos, mas a sua cultura e o seu estilo próprios,manifestados numa forma determinada de conce-ber a assistência, fundamentada nos valores e prin-cípios institucionais.

Tudo isto exige um conhecimento adequado doselementos culturais que predominam no meio en-volvente para estabelecer planos de comunicaçãoefectivos de acordo com as circunstâncias de tempoe lugar.

CONVITE AO COMPROMISSO

67. Estamos plenamente comprometidos em de-senvolver a nossa presença nos diferentes fóruns donosso campo de actuação e em motivar cada cola-borador para que seja um comunicador entusiastados nossos projectos.

Esta comunicação para o exterior implica tambémo convite para que a sociedade conheça os nossoscentros e se aproxime da realidade das pessoas quesofrem. Esta comunicação destina-se especialmente

79CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Modelo Hospitaleiro

Comunicaçãoefectiva

Relevância da comunicação

externa

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 79

aos jovens: com eles e para eles promovemos acçõesde sensibilização e experiência de missão hospitalei-ra e de solidariedade.

A RESPONSABILIDADE EM FAVOR DA SOCIEDADE

68. A Instituição, fiel aos seus princípios de envol-vimento social, assume um compromisso activo evoluntário que vai para além das disposições legaisexistentes.

A nossa organização baseia a sua actividade e gestãoem valores éticos que promovem o compromissosocial, ajudando a melhorar os âmbitos económico,social e ambiental ao seu redor num contexto dediálogo com os grupos de interesse da organização.

Este compromisso integra-se plenamente nos planosdirectivos da Instituição, impregnando todas as for-mas de actuação e níveis da mesma, e tornando pos-sível a sua medição e avaliação.

80 CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Modelo Hospitaleiro

Compromissosocial

da Instituição

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 80

UM OLHAR SOBRE O FUTURO

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 81

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 82

OLHAR PARA O FUTURO

O futuro do Projecto Hospitaleiro pressupõe paranós um claro compromisso institucional no sentidodo seu desenvolvimento sustentável em fidelidade ànossa missão.

Hoje, uma nova situação motivou a necessidade deexpressar de forma actualizada a identidade da Ins-tituição para que, todos juntos, partilhemos o mes-mo e caminhemos em frente.

Temos de conseguir que a preparação dos colabora-dores que se incorporem na Instituição assegure asua identificação com a Hospitalidade para traba-lhar em “missão partilhada.”

Reconhecemos que a preparação do futuro signifi-ca trabalhar responsavelmente no presente com oolhar aberto ao tempo novo que vem.

A Instituição inteira está em busca permanente demeios que nos permitam apresentar soluções paraos desafios actuais que temos de enfrentar.

A nossa visão do mundo do sofrimento, especial-mente psíquico, tem de ser global, com a amplitu-de exigida pela nossa presença nos diferentes conti-nentes, com sensibilidade pelas diversas culturas ecom disponibilidade para atender aos mais desfavo-recidos no âmbito do nosso serviço.

Desde os primórdios da Congregação, seguindo avontade expressa pelo nosso Fundador, temos re-criado o espírito hospitaleiro, adaptando-nos às exi-gências de cada época e lugar. Encontramo-nos ho-je perante desafios que, uma vez mais, nos pedemcriatividade.

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Um Olhar sobre o Futuro

83

Novo desafio

Compromissopartilhado

Criatividade permanente

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 83

Esta carta de identidade é, precisamente, um sinalda sua criatividade hospitaleira que nos ilumina co-mo guia para entrarmos107 numa nova etapa daHospitalidade.

84 CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Um Olhar sobre o Futuro

A carta de identidade

ao serviço deuma nova etapa

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 84

SUMÁRIO

Pág.

APRESENTAÇÃO .......................................................................................... 5

1. História Hospitaleira .................................................................................. 13Fazer memória ...................................................................................................... 15Comunidades de memória ................................................................................... 15Os Fundadores ..................................................................................................... 16Evangelho da Hospitalidade ................................................................................. 17A Hospitalidade ................................................................................................... 19Finalidade ............................................................................................................ 20A nossa Instituição ............................................................................................... 21A Carta de Identidade .......................................................................................... 22

2. A COMUNIDADE HOSPITALEIRA.......................................................... 25O Mais importante do Projecto são as Pessoas ...................................................... 27A Comunidade Hospitaleira.................................................................................. 27Os Membros da Comunidade ............................................................................... 28A Centralidade dos doentes e necessitados ............................................................ 29Corresponsabilidade de todos................................................................................ 30Identidade e pertença ............................................................................................ 30Missão da comunidade religiosa ............................................................................ 31O Tecido relacional da Instituição ......................................................................... 32

3. A MISSÃO HOSPITALEIRA ...................................................................... 35Permanente fidelidade ........................................................................................... 37Narração da nossa missão ...................................................................................... 37Universalidade e interculturalidade........................................................................ 38A Obra Hospitaleira .............................................................................................. 39Um serviço necessário e actualizado ...................................................................... 40Globalização solidária............................................................................................ 41Justiça e amor........................................................................................................ 41Significado e dimensões ........................................................................................ 42Sentido específico e finalidade última.................................................................... 43

4. OS VALORES HOSPITALEIROS ............................................................... 45Identidade e Valores .............................................................................................. 47Valores humanos ................................................................................................... 47Respeito e exigência .............................................................................................. 47Universalidade e inculturação................................................................................ 48Formulação dos nossos valores .............................................................................. 49Hospitalidade, valor síntese ................................................................................... 501. Sensibilidade em relação aos excluídos.................................................................. 512. Serviço aos doentes e necessitados ......................................................................... 52

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Sumário

85

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 85

3. Acolhimento libertador ....................................................................................... 534. Saúde integral .................................................................................................... 545. Qualidade profissional ........................................................................................ 556. Humanidade na assistência ................................................................................. 567. Ética em toda a actuação .................................................................................... 588. Consciência histórica........................................................................................... 59Vivência quotidiana dos valores............................................................................. 60

5. MODELO HOSPITALEIRO....................................................................... 61Introdução ............................................................................................................ 63I. Modelo assistencial .......................................................................................... 63Assistência integral à pessoa................................................................................... 63Abordagem interdisciplinar e trabalho de equipa................................................... 64Qualidade técnica e humana ................................................................................. 64Enfoque assistencial............................................................................................... 65Atenção pastoral.................................................................................................... 66Investigação, formação e docência ......................................................................... 67Voluntariado ......................................................................................................... 68II. Modelo de Gestão e administração ............................................................... 68Características principais ....................................................................................... 68Princípios inspiradores .......................................................................................... 70Princípios básicos .................................................................................................. 70Princípios operacionais ......................................................................................... 71III. Modelo de relação com os Colaboradores ................................................... 73Perfil do profissional hospitaleiro .......................................................................... 73Compromisso institucional ...................................................................................... 73Identificação com a cultura hospitaleira ................................................................... 73Solidariedade efectiva com o destinatário ................................................................. 73Responsabilidade profissional ................................................................................... 74Capacitação técnica ................................................................................................ 74O Dirigente hospitaleiro ....................................................................................... 74Políticas de desenvolvimento das pessoas............................................................... 76Processo de Integração ............................................................................................. 76Formação permanente............................................................................................. 76Relações laborais ..................................................................................................... 77Comunicação interna e Corresponsabilidade ............................................................ 77Meios de participação ............................................................................................. 77IV. Diálogo com a Sociedade .............................................................................. 78Comunicação externa............................................................................................ 78Linhas de actuação ................................................................................................ 78Planos de comunicação adequados a cada cultura ................................................. 79Convite ao compromisso....................................................................................... 79A responsabilidade em favor da sociedade ............................................................. 80

UM OLHAR SOBRE O FUTURO.................................................................. 81

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Sumário

86

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 86

NOTAS

As citações abaixo indicadas, não são, em geral, referências literaisdos textos citados, mas apenas a indicação das fontes que inspirarama redacção dessa parte do documento.

1 Cf. HSC, Missão Hospitaleira. Boa Notícia. Documento do XIX Capítulo Geral. Quar-ta parte. I, 1, pág. 67.

2 Cf. Mensagem dos Padres do Concílio Ecuménico Vaticano II à Humanidade inteira, 3.

3 Cf. MENNI, B. Constituições 1882. Prólogo.

4 Cf. HSC, Missão Hospitaleira. Boa Notícia. Documento do XIX Capítulo Geral. Apre-sentação, 4 e n. 25 ss.

5 Cf. Concílio Vaticano II, Constituições Lumen Gentium e Gaudium et Spes, especial-mente os números 40-44 e 92-93, respectivamente.

6 Cf. MENNI, B., Cartas às Irmãs, C. 432.

7 Cf. HSC, Missão Hospitaleira. Boa Notícia. Documento do XIX Capítulo Geral. Quar-ta parte. I, 1, pág. 67.

8 Constituições 64; Mt 25, 31-36.

9 Cf. HSC, Missão Hospitaleira. Boa Notícia. Documento do XIX Capítulo Geral. Quar-ta parte. I, 1, pág. 67.

10 Cf. CARCEL ORTÍ, V. Historia de la Congregación. Hermanas Hospitalarias del Sa-grado Corazón de Jesús, Ciudad del Vaticano. Vol I, 1988, p.100.

11 Cf. MARTIN, M., O Rev.mo Pe. Frei Bento Menni, Prior Geral de toda a Ordem de S.João de Deus, restaurador da mesma em Portugal, Espanha e México, e fundador das IrmãsHospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus. Madrid. Imprensa José Góngora, 1919 (utili-zamos a Edição de 2005), p. 19.

12 Cf. MARTIN, M., Rasgos biográficos de la Madre Mª Josefa del Santísimo Sacramento,fundadora de la Congregación de Hermanas Hospitalarias del Sagrado Corazón de Jesus, Im-prensa Góngora, Madrid 1925, p. 11-12.

13 Cf. CARCEL ORTÍ, V., Historia de la Congregación. Hermanas Hospitalarias del Sa-grado Corazón de Jesus, Cidade do Vaticano. Vol. I, 1988, p. 54.

14 Cf. MARTIN, M., O Rev.do Pe. Frei Bento Menni, opus cit., p. 30-31.

15 Cf. GÓMEZ, El resurgir de una obra. Historia de la Restauración de la Orden de SanJuan de Dios en España, Granada. Arquivo Interprovincial, 1968, p. 70.

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Notas

87

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 87

16 Cf. MARTIN CARRASCO M., Benito Menni y la asistencia psiquiátrica en España enel siglo XIX, Colección HSC I. Pamplona 1994, p. 9.

17 Cf. MENNI, B., Primeiras Constituições das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração deJesus, 1882. Província de Madrid. Prólogo.

18 Cf. Ibidem, p. 48, art. 81.

19 Cf. MARTIN CARRASCO, M., opus cit., nota, pág., 265-266.

20 Cf. MENNI, B., Constituições, 1882. Prólogo.

21 Cf. MENNI, B., Cartas às Irmãs HSC. Roma 1975. C. 406, 341 e 661. Também emMENNI, B. Perfil Juandediano do P. Bento Menni, por F. Lizaso, Granada 1985. C. 349,C. 26.20, C. 36.3. Finalmente, na recepção da primeira pessoa doente, narrada em GI-MENEZ VERA, M. A., Relação sobre as Origens da Congregação de Irmãs Hospitaleiras doSagrado Coração de Jesus. Lisboa, 1998, p. 206-207.

22 Cf. MENNI, B., Perfil juandediano do Pe. Bento Menni. C.39 *, p.117.

23 Cf. MENNI, B., Cartas às Irmãs HSC, C. 452.

24 Cf. MENNI, B., Cartas às Irmãs HSC, Roma 1975, C. 346.

25 Cf. Derivado da raiz grega CHAR-, faz referência à graça divina, um dom concedidopor Deus aos crentes de qualquer ordem e grau. S. Paulo introduz este termo para indi-car todos aqueles fenómenos particulares e as manifestações de fé das pessoas que com-põem as comunidades cristãs (1Cor 12,8-10, 1Cor 12,28-30). Segundo as diferentes lis-tas, encontramos 20 carismas diferentes. Paulo vê nos carismas a acção e a eficácia daúnica graça, oferecida benévola e gratuitamente pelo único Espírito que se diversificasensivelmente em cada pessoa, individualmente, para produzir em cada uma delas umacerta capacidade para servir toda a comunidade eclesial (1Cor 14,12), em AA.VV, Di-cionário Teológico da Vida Religiosa. Publicações Claretianas, Madrid 1989, p. 142.

26 Cf. MENNI, B., Cartas às Irmãs HSC, Roma 1975, C. 346.

27 Cf. BENTO XVI, Carta Encíclica Deus Caritas Est. Roma, 25 de Dezembro de 2005,n. 25.

28 Primeiras Constituições das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, escritasem 1882. Província de Madrid. Prólogo, nn. 3 e 5.

29 Cf. HSC, Constituições, 1983, n. 3.

30 Cf. Ibidem, n. 5.

31 Cf. HSC, Missão Hospitaleira. Boa Notícia.Documento do XIX Capítulo Geral, n. 21.

32 Cf. HSC, Projecto Hospitaleiro Integral, 1994, n. 1 p. 12. De acordo com este Docu-mento, entendemos por Projecto Hospitaleiro Integral a oferta institucional, impulsio-

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Notas

88

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 88

nada pela Congregação das Irmãs Hospitaleiras, para enfrentar a Missão Hospitaleira narealidade actual, de modo partilhado e com perspectivas de futuro.

33 Cf. MENNI, B., Primeiras Constituições das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração deJesus.Madrid, 1882, n. 80; HSC, Missão Hospitaleira, Boa Notícia. Documento do XIXCapítulo Geral, nn. 9 e 27.

34 Cf. HSC, Directório, Roma 2000, n. 67.

35 Cf. HSCJ, Missão Hospitaleira. Boa Notícia.Documento do XIX Capítulo Geral, n.27.

36 Ibidem.

37 Cf. HSC, Missão Hospitaleira. Boa Notícia. Documento do XIX Capítulo Geral. Maiode 2006, n. 8: “…vamos crescendo numa mentalidade inclusiva e, por consequência,mais hospitaleira, pois o carisma permite diversos tipos de encontro e de realização. Es-tamos chamadas a viver na pluralidade, e esta vivência tem repercussões que afectam to-da a nossa vida, de maneira diferente conforme a vocação e sensibilidade de cada um”.

38 Cf. HSC, Missão Hospitaleira. Boa Notícia.Documento do XIX Capítulo Geral, n. 25.

39 Ibidem, n. 21.

40 Cf. HSC, Missão Hospitaleira. Boa Notícia.Documento do XIX Capítulo Geral, n. 27:“Consideramos «colaboradores» todas as pessoas que, trabalhando nas nossas Obras, co-laboram na construção do Reino, mesmo que não tenham uma consciência clara de quecom isso realizam historicamente a missão sanadora de Jesus.

41 Cf. HSC, Directório, Roma 2000, n. 62. 2.

42 Cf. HSC, Missão Hospitaleira. Boa Notícia.Documento do XIX Capítulo Geral, n. 10.

43 Cf. Ibidem, n. 8: “Demos passos na integração e participação no carisma hospitaleiropartindo do pluralismo de vocações e de uma «maior valorização do universal», quer sechame cultura, ideologia ou mesmo crença”.

44 Cf. JOÃO PAULO II, Exortação apostólica pós-sinodal “Vita consecrata”. Cidade doVaticano, 15 de Março de 1996, n. 83.

45 Cf. HSC, Missão Hospitaleira. Boa Notícia.Documento do XIX Capítulo Geral, n. 25:Actualmente, por «missão partilhada, entendemos não só a proposta de um espaço con-creto de trabalho, mas também um espaço de comunhão, o fazer parte de um mesmo ca-risma».

46 Cf. HSC, Missão Hospitaleira. Boa Notícia. Documento do XIX Capítulo Geral, n. 9:“Essa centralidade acontece porque o Reino de Deus coloca no seu centro a pessoa doen-te, que é a primeira destinatária da boa notícia da sanação de Deus.”

47 Cf. Declaração Universal dos Direitos Humanos,Nações Unidas, 1948, Preâmbulo e n. 1.

48 Cf. Concílio Ecuménico Vaticano II, Dignitatis Humanae, n. 1.

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Notas

89

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 89

49 Cf. HSC, Constituições, 1983, nn. 11 e 13.

50 Cf. Ibidem, n. 64.

51 Cf. Ibidem, n. 105.

52 Cf. Ibidem, n. 112-124, 126. Directório, n. 122, 126.

53 Cf. HSC, Constituições, 1983, n. 117.

54 Cf. Ibidem, n. 60.

55 Cf. Ibidem, n. 3 e 61.

56 Cf. HSC, Constituições, 1983, n. 61 e 64. Directório, n. 62

57 Cf. HSC, Constituições, n. 62; Directório, n. 62.2; Projecto Hospitaleiro Integral, 3.1.2.Identidade, p. 28.

58 Cf. MENNI, B., Cartas às Irmãs HSC, C. 587.

59 Cf. HSC, Constituições, 1983, Directório, n. 65.

60 Cf. HSC, Constituições, 1983, n. 105.

61 Cf. HSC, Missão Hospitaleira. Boa Notícia.Documento do XIX Capítulo Geral, n. 22.

62 Cf. HSC, Constituições, 1983, n. 62.3.

63 Cf. HCS, Estatuto dos Centros Assistenciais. Gestão de centros. Roma 2000, n. 5.

64 Cf. HSC, Constituições, 1983, n. 6.

65 Cf. HSC, Missão Hospitaleira. Boa Notícia.Documento do XIX Capítulo Geral, n. 31.

66 Cf. BENTO XVI, Encíclica Deus caritas est, n. 30 b).

67 Cf. Ibidem, n. 28 b).

68 Cf. Ibidem, n. 27, 28 e 29.

69 Cf. Ibidem, n. 30.

70 Cf. HSC, Projecto Hospitaleiro Integral, n. 1, p. 12.

71 Cf. HSC, Constituições, 1983, n. 64, 13; Directório, n. 64.

72 Cf. Fl 4,8.

73 Cf. HSC, Missão Hospitaleira. Boa Notícia.Documento do XIX Capítulo Geral, n. 27.

74 Cf. Ibidem, n. 26.

75 Cf. HSC, Curso internacional de formação «Descobrir os valores» 2002-2003. Os va-lores da hospitalidade segundo as diferentes culturas.

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Notas

90

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 90

76 Cf. HSC, Constituições, 1983, n. 5; Directório n. 5 e 60.

77 Cf. Mt 25, 31 ss. HSC, Constituições, 1983, n. 64.

78 Cf. HSC, Directório, n. 61 e 62.2.

79 Cf. HSC, Constituições, 1983, n. 3 e 61.

80 Cf. MENNI, B. Constituições, 1882, Prólogo. HSC, Constituições, 1983, n. 62 e 3; Di-rectório, n. 62.2.

81 O termo compaixão deriva do latim; tendo embora um significado mais intenso, equi-vale ao termo empatia, que provém do grego. Significa “sentir com”, sofrer com o outro,simpatia (tornar próprio, de alguma forma, o sofrimento [pathos] do outro), sintonia(que pode ser intelectual, afectiva e efectiva).

82 Cf. HSC, Directório, n. 62.2; XVIII Capítulo Geral, n. 25.

83 Cf. HSC, Constituições, 1983, n. 5 e 62.

84 Cf. HSC, Directório, n. 62.2.

85 Cf. HSC, Constituições, 1983, n 5.

86 Cf. Ibidem, n. 59.

87 Cf. HSC, Directório, n. 62.2.

88 Cf. HSC, Constituições, 1983, n.5.

89 Cf. HSC, Directório, n. 62.2.

90 Cf. HSC, Marca de Identidade da Instituição 2010, n 18 (Constituições 1983, n. 64e Directório, n. 6.2).

91 Cf. HSC, Constituições, 1983, n. 61; Directório, n. 64.1; Constituições, 1882, n. 81;XVIII Capitulo Geral, n. 24.

92 Cf. HSC, Constituições, 1983, n. 62; Directório, n. 62.2 e Carta do P. Menni ao Dou-tor Herédia.

93 Cf. HSC, Directório, n. 64.1.

94 Cf. Ibidem, n. 62.2.

95 Cf. HSC, Constituições, 1983, n. 68.

96 Cf. Ibidem, 1983, n. 5 e 62.

97 Cf. HSC, Directório, n. 5.

98 Cf. Ibidem, n. 62.2.

99 Cf. Lc 10, 37-38 e HSC, Missão Hospitaleira, Boa Notícia. Documento do XIX Ca-pítulo Geral, n. 23 ss. Para conseguir uma leitura autêntica dos nossos fundadores é ne-

CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Notas

91

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 91

cessário compreender também que o Evangelho do Bom Samaritano é a fonte que os ins-pirou; para eles, Jesus de Nazaré e a sua actuação com as pessoas doentes foi a funda-mentação radical destes valores humanos.

100 Cf. HSC, Directório, n. 67; XIX Capítulo Geral, n. 25.

101 Cf. HSC, Constituições, 1983, n 62; Constituições 1882, n. 82.

102 Cf. HSC. Pastoral no mundo do Sofrimento Psíquico, 2.2, p 67 ss. Missão Hospitaleira,Boa Notícia. Documento do XIX Capítulo Geral, p. 70.

103 Cf. ORRIT CLOTET, J., Análisis del Perfil Directivo de San Benito Menni, IHSCJ,Roma 2007.

104 Cf. HSC, Missão Hospitaleira, Boa Notícia. Documento do XIX Capítulo Geral, n. 27.

105 Cf. Ibidem, n. 6.

106 Cf. HSC, Constituições, 1983, n 61.

107 MENNI, B., Cartas às Irmãs HSC, C. 432.

92 CARTA DE IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO

Notas

INTERIOR LIBRO PORTUGUES 16:INTERIOR LIBRO PORTUGUES 30/05/11 12:41 Página 92

5

5

Iden

tida

dee

Mis

são

CARTA DE

IDENTIDADE

DA INSTITUICÃO

Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus

GOVERNO GERAL

CUBIERTA PORTUGUES:Maquetación 1 30/05/11 12:39 Página 1