Cuidador Domiciliar e Sobrecarga

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Serginaldo José dos Santos CUIDADOR DOMICILIAR Níveis de Sobrecarga Física e Mental

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Cuidador domiciliar: níveis de sobrecarga física e mental, pelo fisioterapeuta e mestre em psicologia, Dr. Serginaldo José dos Santos. Apresentação no Simpósio de Neurociência e Reabilitação 2008, em Campo Grande - MS, realizado pela Adone e Unepe.

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Serginaldo José dos Santos

CUIDADOR DOMICILIAR Níveis de Sobrecarga

Física e Mental

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CURAR

MELHORAR

MINIMIZAR

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As Mudanças no Paradigma Saúde-Doença

Ciclo de Vida Familiar e a Doença Crônica– A família e suas funções– Modelo psicossocial da doença

(ROLLAND, 1995; ERIKSON, 1998).

Cuidar

O Cuidador Domiciliar[...] é aquela pessoa que, pela sua condição familiar ou de proximidade com o doente, assume as funções de cuidar diariamente de seu dependente (BRAZ, 2002, p. 1).

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QUEM ENSINA...

QUEM APRENDE...

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Home Care (MARRADES, 2001; FLORIANI; SCHRAMM, 2004);

O Cuidado Domiciliar ao longo da história e sua perspectiva atual;

Experiências no Brasil;

Experiências em Mato Grosso do Sul.

ASSISTÊNCIA DOMICILIAR

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SOBRECARGA Burden

[...] um estado psicológico que resulta da combinação do trabalho físico, pressão emocional, restrições sociais, assim como as demandas econômicas que surgem ao cuidar do enfermo. (Dillehay e Sandys, 1990 apud ROIG et al., 1998, p. 217) – Cargas subjetivas e cargas objetivas (ZARIT et al., 1980);– Fatores provenientes da relação com paciente ou do próprio

cuidador (Alamo, 2006);– A Síndrome do Cuidador.

O Zarit Burden Interview- ZBI (ZARIT et al.,1980)– A pontuação de 0 a 88 pontos– Os níveis de sobrecarga

A versão brasileira (SCAZUFCA, 2002).

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QUESTÕES NORTEADORAS

DEPENDÊNCIA versus INDEPENDÊNCIA

INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL

DEPENDÊNCIA FUNCIONAL

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ALGUMAS NEUROPATOLOGIAS...

DOENÇAS NEUROVASCULARES– Acidente Vascular Cerebral

DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS– Doença de Alzheimer, Doença de Parkinson

LESÕES TRAUMÁTICAS DOENÇAS GENÉTICAS

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TIPOLOGIA DA DOENÇA

Início da doençaCursoConseqüências

do adoecerIncapacitação Final

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DOENÇA DE PARKINSON

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TIPOLOGIA DO PARKINSON

Início gradualProgressivoConseqüências

múltiplasDependente do Estágio da doença

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COMORBIDADES

SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO SISTEMA CUTÂNEO SISTEMA CARDIOVASCULAR SISTEMA RESPIRATÓRIO SISTEMA GASTROINTESTINAL SISTEMA URINÁRIO METABOLISMO

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Exemplo: Imobilismo

Os efeitos da imobilidade são sistêmicos e funcionais e nenhum corpo está imune aos efeitos da imobilidade.

• Efeitos instalados forma gradual;

• Dependente da duração; – Três semanas de repouso completo no leito pode

ocasionar redução de 29% da aptidão física, ou seja, quase 10% por semana. (SHARKEY, 1997)

• Depende da idade, estado geral de saúde e do grau de imobilidade do paciente.

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ORIENTAÇÃO AO CUIDADOR

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Diretrizes do tratamento

Planejamento

Estabelecendo objetivos

Mensuração de progressos

Reprogramação de metas

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POSICIONAMENTO

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Transferências

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PESQUISA

Analisar os efeitos do cuidar na saúde dos cuidadores principais do Projeto de Extensão “Cuidadores Domiciliares” (ProCuiD) desenvolvido pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) no município de Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

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Participantes

InstrumentosQuestionário de identificação do

perfil sócio-demográfico

Aplicação do Zarit Burden Interview

Entrevista aberta, semi-dirigida

Índice de Barthel

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Perfil Sócio-Demográfico

Predomínio do sexo feminino (79,3%): 1/3 mães e o restante filhas, esposas e irmãs;Estado civil: casados (41,4%), separados (27,6%) e solteiros (24,1%);Grau de instrução: ensino médio (55,17%) e ensino básico (34,5%);Tempo de dedicação diária: integral (62,1%); Presença de sintomas físicos: n= 20 (68,96%);Presença de alterações psicológicas: n= 16 (55,17%).

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Perfil dos Pacientes

De 20 pacientes: ♂ (n= 11/55%) / ♀ (n= 9/45%);

Faixa etária: 21-40 anos (40%) e > 60 anos (70%);

Origem traumática: 40%;

Tempo de patologia:

Até 5 anos (40%)

Mais de 5 anos (60%)

Índice de Barthel:

75% completamente dependentes.

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Nível de Sobrecarga / ZBINÍVEL DE SOBRECARGA DOS

CUIDADORES

6,89%(n=2)

17,24%(n=5)

68,96%(n=20)

6,89%(n=2)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Sem/Leve Leve aModerada

Moderadaa Severa

Severa

Nível de Sobrecarga no ZBI

Pe

rce

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al

de

cu

ida

do

res

(%

)

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ZBI X Problemas Psicológicos

ZBI x problemas psicológicos (p=0,013)

Sem problema: 24,78±10,18

Com problema: 36,53±10,29

ZBI x problemas físicos

(p= 0,13)

Sem problema: 25,83±14,41

Com problema: 34,22±10,10

0

10

20

30

40

50

Es

co

re n

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ari

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terv

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(ZB

I)

Sem Com

Problemas psicológicos nos cuidadores

*

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O dia-a-dia do cuidar;

As orientações;

Suporte familiar e social;

As mudanças na vida familiar e pessoal;

As expectativas com relação ao futuro;

Os sentidos do cuidar; e,

Questões livres apontadas pelos cuidadores.

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Tabela 3. Freqüência na realização das atividades de vida diária.

Atividades do dia-a-dia do Cuidador

Categorias %

Alimentação Preparo e administração 100%

Administração por sondas 30% Atividades relacionadas ao movimento

Transferências e manuseios 85%

Mudanças de decúbito para prevenção de úlceras 70%

Mobilizações e exercícios físicos 45%

Massagens 25% Rotinas diversas

Banho 100%

Com auxílio 75%

Troca de fraldas 80%

Troca de vestuário (total dependência) 75% Administração de Medicamentos e curativos

Administração de medicamentos orais 80%

Controle de sondas de alimentação 30%

Higiene e aspirações traqueobrônquicas 30%

Cuidado com feridas 20%

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Tabela 4. Freqüência quanto ao recebimento de orientações pelos cuidadores.

Recebimento de orientações

Categorias %

Recebeu orientação 16 (80%) Na alta hospitalar 10 (50%)

Depois da alta hospitalar 6 (30%) Não receberam nenhuma orientação 4 (20%)

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Mudanças na Vida: familiar e pessoal

Mudanças de vida

Não ocorreram mudanças de vida 5 (25%)

Cuidador / mãe 4 (20%)

Irmã 1 (5%)

Presença de intercorrências 15 (75%)

Vida social 13 (65%)

Saúde mental 9 (45%)

Saúde física 3 (15%)

Problemas afetivos 2 (10%)

Outros 2 (10%)

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Expectativas com relação ao futuro

Vínculos familiares: 95% cuidadores;

Preocupação com a saúde do paciente e/ou pelo agravamento de seu quadro clínico (75%);

Preocupações

com a própria saúde (20%)“Quem irá cuidar?”

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Os Sentidos do Cuidar Ato de responsabilidade: 80%

Relação com os vínculos parentais

Seria cuidar um ato cultural e histórico?

Cuidar como ato de executar atividades: 70%Verbos de ação

Como ato de amor e de carinho : 60%Função da família

Cuidar: verbo e saber feminino

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Considerações Níveis de sobrecarga;

O caráter informal do cuidar (95%); e como obrigação e papel da mulher (79,3%);

O suporte familiar apenas nas atividades de esforço físico;

As preocupações com o seu futuro e do paciente;

Sentidos do cuidar: dever, fazer e amar;

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Cuidar gerador de mudanças

e adaptações;

Grupos de Apoio aos Cuidadores: Técnico multiprofissional Suporte psicossocial;

Modelos de Atendimento Domiciliar Rede Pública de Saúde; Formação de Equipes; Educação Continuada.

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“Os profissionais precisam compreender

Que os pais [grifo nosso: ou os familiares]

Podem não ser perfeitos,

Podem não saber

Ou não fazem ‘o que deviam’,

Mas mesmo assim...

Sempre saberão e farão mais

[grifo nosso: e melhor]

do que qualquer pessoa”.

(BUSCAGLIA, 1993))