Cultivo do crambe Interesse? - pag.uem.br · Nome científico: Crambe abyssinica Hochst Originário...

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30/09/2013 1 Cultivo do crambe Professor Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva [email protected] Interesse? Todo seu cultivo é mecanizado Cultura de inverno (mais uma alternativa para a safrinha) Baixo custo de produção. A extração do óleo pode ser feita de forma mecânica, com extrusora e prensa. Nome científico: Crambe abyssinica Hochst Originário do Mediterrâneo É plantado em várias regiões de clima tropical e subtropical O crambe é uma crucífera (Brassicaceae) de inverno (Canola, mostarda, etc) Planta ciclo C3 (Diferenças como anatomia foliar, atividade enzimática de carboxilação) Primeiro produto molécula com 3 átomos de carbono

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30/09/2013

1

Cultivo do crambe

Professor Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva

[email protected]

Interesse?

• Todo seu cultivo é mecanizado

• Cultura de inverno (mais uma alternativa para a safrinha)

• Baixo custo de produção.

• A extração do óleo pode ser feita de forma mecânica, com extrusora e prensa.

Nome científico: Crambe abyssinica Hochst

Originário do Mediterrâneo

É plantado em várias regiões de clima tropical e subtropical

O crambe é uma crucífera (Brassicaceae) de inverno (Canola, mostarda, etc)

• Planta ciclo C3

(Diferenças como anatomia foliar, atividade enzimática de carboxilação)

Primeiro produto � molécula com 3 átomos de carbono

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Classificação botânica

Reino Plantae Subreino Tracheobionta Divisão Magnoliophyta Classe Magnoliopsida Subclasse Dilleniidae Ordem Brassicales Família Brassicaceae Gênero Crambe Espécie C. abyssinica

É um planta anual ereta

A altura varia entre 70 e 90 cm, depende da época de plantio e densidade

As flores são brancas, numerosas e pequenas

Floresce aos 35 dias e pode ser colhida aos 90/95 dias após o plantio

O grão é redondo revestido com uma casca cinza

• Época de Plantio: abril e maio

• Altamente tolerante à seca

• Não tolera clima úmido

• Não tolera acidez do solo

• Exige boa fertilidade

• Produtividade: 1.000 a 1.800 kg/ha

• Teor de óleo: 26 a 38%

• Óleo industrial e biodiesel

• Óleo e farelo impróprio para consumo humano

• Não há ocorrência de doenças até o momento

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Par de folhas cotiledonares.

As folhas verdadeiras são pecioladas, possuindo margem suave e superficialmente indentada,

classificada como ondulada.

Flores

• Possui inúmeras flores brancas e pequenas, com quatro pétalas

• Estão dispostas em inflorescência do tipo panícula ou rácimo

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Raiz

Pivotante, com algumas raízes secundárias situada na superfície do solo

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Semeadura

É importante regular a semeadora e ajustar os carrinhos

O crambe deve ser semeado a 3 cm de profundidade, com boa uniformidade

A melhor época de semeadura é em abril e início de maio

O melhor espaçamento é de 18 a 25cm entre linhas Figure 1 – Plant height (cm) aos 40 (A), 47 (B) and 64 days after emergence (C) as a function of depth of sowing crambe in two seasons.

População Espaçamento entre fileiras (cm)

(1000 pl. ha-1) 15 30 45

500 1963 A a 2077 A a 953 B b

750 1655 A a 1325 A b 1844 A a

1000 1752 A a 1609 A ab 1439 A ab

Desdobramento da interação significativa entre espaçamento entre fileiras (cm) epopulação de plantas (1000 plantas ha-1) da produtividade de grãos de crambe

Médias seguidas de mesma letra, maiúsculas na linha e minúsculas na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.

Doses de nitrogênio em cobertura (kg ha-1)

Figura 1 – (A) Teor de óleo (%) e (B) produtividade de grãos (kg ha-1) de crambe, em função das doses de nitrogênio e época de cultivo. Umuarama/PR - 2011

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Safrinha � boa adaptação em Mato Grosso do Sul e Paraná

O cultivar brilhante requer entre 90 e 95 dias

Adapta-se bem em solos férteis, bem drenados com pH de 6,0 a 7,5

Ciclo

• Proposto por Pitol (2008)

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Bastante resistente à seca

O período crítico � germinação

É uma cultura susceptível á acidez tóxica de Al+3,

Apesar da sua rusticidade, o Crambe responde à

fertilidade do solo, recomendando-se a adubação

quando os níveis de nutrientes estiverem baixos.

Calagem

• Indicação para elevar a saturação por bases a 60% (alguns adubos verdes)

• Entretanto:

(A) Produtividade (g vaso-1) e (B) teor de óleo (%) de crambe, em função da aplicação de calcário. Umuarama/PR - 2013. * e n.s. = significativo e não significativo a 5% de probabilidade.

Adubação

Para adubação de semeadura, Pitol (2008) indica 150 kg ha-1 de formulados similares ao 6-20-

20, com isso está sendo aplicado ao solo, 9; 30 e 30 kg ha-1 de N, P2O5 e K2O, respectivamente

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Cascavel - 2008

pH M.O. P H+Al Al K Ca Mg SB CTC V H2O g dm-3 mg dm-3 --------------------cmolC dm-3-------------------- % 6,0 31,2 3,2 5,8 0 0,4 4,8 1,7 6,9 12,7 54,3

Treatments 1,000 grain Yield Oil meaning mass (grams) -------kg ha-1------- ---------%-------- P2O5 (kg ha-1) 2008 2009 2008 2009 2008 2009 0 6.71 6.32 1,701 1,629 26.5 27.8 40 7.13 6.89 1,908 1,788 27.7 28.9 80 7.22 7.35 1,911 1,801 33.3 32.4 120 7.59 7.72 1,928 1,845 33.3 34.5 Zinc (g ha-1) 0 7.02 a 6.85 a 1,849 a 1,775 a 33.1 a 33.8 a 80 6.98 a 6.92 a 1,911 a 1,799 a 33.9 a 34.1 a CV (%) 9.1 9.4 11.5 10.3 15.4 10.5 F test Phosphorus (P) * * * * * * Zinc (Zn) n.s. n.s. n.s. n.s. n.s. n.s. Interation P * Zn n.s. n.s. n.s. n.s. n.s. n.s.

y = 0,0068x + 6,753 R2 = 0,95*

y = 0,0117x + 6,371 R2 = 0,99*

6,4

6,6

6,8

7

7,2

7,4

7,6

7,8

8

0 40 80 120

P2O5 rates (kg ha-1)

1,0

00

gra

in m

ass

(g

)

2008

2009

y = 1,71x + 1759,4 R2 = 0,77*

y = 1,6525x + 1666,6 R2 = 0,81*

1.650

1.700

1.750

1.800

1.850

1.900

1.950

2.000

0 40 80 120

P2O5 rates (kg ha-1

)

Yie

ld (k

g h

a-1)

2008

2009

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9

y = 0,065x + 26,3 R2 = 0,86**

y = 0,059x + 27,36 R2 = 0,96*

10

15

20

25

30

35

0 40 80 120

P2O5 rates (kg ha-1)

Oil

mea

ning

(%)

2008

2009

Umuarama – 2010 (Fósforo)

y = 9,5241x + 631,76

R2 = 0,98**

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

0 15 30 45 60 75 90

Doses de P2O5

Pro

dutiv

ida

de (

kg h

a-1)

Umuarama – 2010 (Potássio)

y = 8,5856x + 664,56

R2 = 0,83**

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

0 15 30 45 60 75 90

Doses de K2O

Pro

dutiv

ida

de (k

g h

a-1)

• Fósforo � síntese de lipídeos

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Herbicidas

• Dessecação em pré-plantio (recomendada)

• Cuidado com residual de herbicidas:

Chlorimuron, diclosulan, fomesafen, flumetisula e imazaquim

Semeadura em áreas dessecadas e sem infestações de ervas daninhas

Nenhum herbicida é recomendado para o controle de folhas largas

3 a 4 semanas iniciais não ter concorrência

É durante este período que o desafio é maior, para o controle da erva daninha

Doenças

Poucos problemas de doenças

É suscetível a esclerotinia (mofo branco), no Brasil ainda não foi observado

Rotação da cultura é importante

O tratamento da semente não é necessário

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Pragas

• Não é muito atraente

• Pulgões, lagartas ou brocas (maior atenção)

A rotação de culturas é recomendada (insetos, doenças e plantas daninhas)

Não é interessante fazer rotação com culturas como canola, colza, mostarda e nabo forrageiro.

É interessante rotacionar o crambe com o trigo, milho, sorgo, aveia e soja

O crambe é mais uma opção de rotação de cultura, inclusive para plantios após o milho safrinha em junho e julho em

regiões que existe incidência de chuvas

Colheita

• Ponto � quando mais de 50% dos grãos tornam-se marrons

Essa operação pode ser efetuada utilizando-se os mesmos maquinários para soja ou cereais,

bastando à realização da regulagem das colhedoras, para minimizar perdas nessa

etapa.

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Transporte

O caminhão � não deve ter rachaduras e furos porque os furos

Os custos do transporte são comparados com o do girassol

Para reduzir � perto das usinas de processamento

Semente

Pequena, redonda e leve

O grão deve ser armazenado com um índice de umidade por volta de 10%

Se o grão for colhido com umidade elevada, o ar natural e secagem artificial podem ser

utilizados na secagem (gasto)

Óleo

Média de 38% de teor total de óleo, podendo variar este índice, de acordo com as condições

de clima e solo.

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Características do óleo de crambe

Constituinte Valores Impurezas insolúveis < 0,01% Enxofre 30 – 60 mg dm-3 Ácido oléico 16 % Ácido linoleíco 8 % Ácido linolênico 5 % Ácido erúcico >55 % Adaptado de Knights (2002).

O óleo tem utilidade em inúmeros fins industriais

O ácido erúcico é usado como lubrificante industrial, inibidor da corrosão, como

ingrediente na manufatura da borracha sintética, isolamento elétrico, para confecção de películas plásticas, sulfactantes, agentes da

flutuação e inibidores da corrosão

• Outros derivados do óleo podem ser usados em novos tipos de nylon, base para pinturas e

revestimentos, líquidos hidráulicos de alta temperatura, produtos farmaceuticos,

cosméticos, ceras e principalmente para biodiesel

• As pesquisas realizadas pela Fundação MS de Maracajú/MS, apontaram para uma produção

entre 1 000 e 1.500 quilos por hectare

• A grande tolerância à seca e a sua precocidade são as grandes vantagens da planta

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Sub-produtosA torta é usada como fonte de proteína para

ruminantes

O ácido erúcico é considerado impróprio para consumo humano

O índice de proteína no farelo é de 45% Para a torta o índice cai para 30% a 32%, de PB

O farelo contém glucosinolato, por este motivo não é indicado o seu uso para suínos e aves

Os ruminantes, tais como o gado e carneiros, exibem tolerância maior ao glucosinolato

A administração FDA americana, aprovou o uso do farelo ou torta do crambe, como um suplemento protéico para gado de corte em níveis até 5% do

peso total das rações

• Torta � pode ser utilizada também como fertilizante

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Problemas que a produção de biodiesel

Falta de matéria-prima

Crambe:

- mecanizada � poderá ser produzida em grande escala e rapidamente, sem grandes

investimentos por parte dos produtores rurais,

- Basta ter garantia de venda de sua produção

Custo de produção