Cultivo do Limão

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D O S S I Ê T É C N I C O Cultivo de limão Eduardo Henrique da Silva Figueiredo Matos Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília – CDT/UnB Julho de 2007

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D O S S I Ê T É C N I C O

Cultivo de limão

Eduardo Henrique da Silva Figueiredo Matos Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico

da Universidade de Brasília – CDT/UnB

Julho de 2007

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DOSSIÊ TÉCNICO

Sumário 1. Introdução.............................................................................................................................2 2. Objetivo.................................................................................................................................4 3. Componentes ácidos dos limão............................................................................................4 4. Características da planta......................................................................................................5 5. Cultura do limão tahiti ...........................................................................................................6 5.1 Aspectos gerais .................................................................................................................6 5.2 Botanica/Descrição/Composição .......................................................................................6 5.3 Usos do limão tahiti ............................................................................................................7 5.4 Necessidades da planta .....................................................................................................7 5.5 Solos...................................................................................................................................7 5.6 Implantação do pomar ........................................................................................................7 5.6.1 Mudas .............................................................................................................................7 5.6.2 Preparo da área...............................................................................................................8 5.6.3 Marcação/espaçamento .................................................................................................8 5.6.4 Coveamento/Adubação ..................................................................................................8 5.7 Plantio.................................................................................................................................8 5.8 Tratos Culturais ..................................................................................................................9 5.8.1 Controle de ervas daninhas...........................................................................................10 5.8.2 Irrigação.........................................................................................................................10 5.8.3 Culturas intercalares......................................................................................................10 5.8.4 Podas.............................................................................................................................10 5.8.5 Adubação.......................................................................................................................10 5.9 Pragas ..............................................................................................................................11 5.10 Doenças .........................................................................................................................12 5.11 Produção ........................................................................................................................13 5.11.1 Situação da produção de limão tahiti...........................................................................13 5.12 Suco de limão ................................................................................................................15 5.13 Oleo de limão..................................................................................................................16 Conclusões e recomendações ...............................................................................................17 Referências.............................................................................................................................18 Anexos....................................................................................................................................19

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DOSSIÊ TÉCNICO

Título Cultivo de Limão Assunto Cultivo de cítricos, exceto laranja Resumo Informações sobre plantio e cultivo do limão, pragas e doenças, óleo de limão, suco de limão. Palavras chave Limão; lima; limoeiro; cultivo; plantio; praga; doença; óleo de limão; casca; suco; Conteúdo 1. Introdução O limão é o fruto do limoeiro (Citrus x limon), uma árvore da família das rutáceas. Também conhecido como limão verdadeiro, é originário da região sudeste da Ásia. Desconhecido para os antigos gregos e romanos, a primeira referência sobre este citrino encontra-se no livro de Nabathae sobre agricultura, datando do século III ou IV. Trazida da Pérsia pelos conquistadores árabes, disseminou-se na Europa. Há relatos de limoeiros cultivados em Génova em meados do século XV bem como referências à sua existência nos Açores em 1494. Séculos mais tarde, em 1742, os limões foram utilizados pela marinha britânica para combater o escorbuto, mas apenas em 1928 se obteve a ciência sobre a substância que combatia tal doença, batizado ácido ascórbico ou vitamina C, na qual o limão proporciona em grande quantidade: o sumo do limão contém aproximadamente 500 miligramas de vitamina C e 50 gramas de ácido cítrico por litro. Atualmente é uma das frutas mais conhecidas e utilizadas no mundo. Popularizou-se no Brasil durante a chamada Gripe Espanhola (epidemia gripal de 1918), quando atingiu preços elevados. Tudo no limão é aproveitável. Com seu suco preparam-se refrigerantes, sorvetes, molhos e aperitivos, bem como remédios, xaropes e produtos de limpeza. Da casca retira-se uma essência aromática usada em perfumaria e no preparo de licores e sabões. Enfim, muitas são as utilidades deste cítrico fácil de achar durante o ano todo, nas suas diversas variedades. Em geral, todos os tipos de limão têm aspecto semelhante, embora mudem no tamanho e na textura da casca, que pode ser lisa ou enrugada. Quanto à cor, variam do verde-escuro ao amarelo-claro, exceto uma das espécies, que se assemelha a uma mexerica. As variedades de limão mais conhecidas são:

• limão-galego: pequeno e suculento, de casca fina, cor verde-clara ou amarelo-clara;

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Escolha os mais pesados em relação ao tamanho e que cedam levemente à pressão dos dedos.

• limão-sicíflano: grande, de casca enrugada e grossa, menos suculento e mais ácido que o galego, de cor verde. Escolha da mesma maneira que o limão-galego

• limão-cravo: parecido com uma mexerica, tem casca e suco avermelhados e sabor bem forte, tem boa quantidade de suco, mas é sempre preferível escolher os maduros, pois têm maior valor nutritivo.

• limão-taiti: de tamanho médio, casca verde e lisa, muito suculento e pouco ácido e quando maduro deve ceder à pressão dos dedos.

O limão é uma excelente fonte de vitamina C, muito importante para combater as infecções, pois aumenta a resistência do organismo. Contém ainda vitamina A e vitaminas do complexo 13, além de sais minerais, como cálcio, fósforo e ferro. O suco de limão é um ótimo tônico e bactericida. Essa fruta assim como todas as outras exceto o damasco e a ameixa fornecem ao organismo sais minerais e oligo-elementos e são alcalinizantes . Seu consumo deve ser privilegiado em caso de acidez. São alimentos que contém pouco ou nada de elementos ácidos e em compensação são muito ricos em sais minerais alcalinizantes. Em Fitoterapia, é utilizado para diversas patologias, tais como reumático, infecções e febres, aterosclerose, combate ateromas (remove placas gordurosas das artérias), constipações, gripes, dores de garganta, acidez gástrica e úrica (alcaliniza o sangue), frieiras, caspas, cicatrizações, ajuda a manutenção de colágeno, hemoglobina, atua como anti-séptico entre outras]. O limão possui uma substância própria denominada limoneno capaz de combater os radicais livres. É, fundamentalmente, um remédio tónico que ajuda a manter a boa saúde. Os que têm cor amarela ou amarelo-esverdeada, são cultivados sobretudo pelo sumo, embora a polpa e a casca também se utilizem em culinária. Os limões contêm uma grande quantidade de ácido cítrico, o que lhes confere um gosto ácido. No suco de limão, essa acidez chega a um pH de 2 a 3, em média. Os limões e as limas servem-se regularmente como limonada (sumo de limão natural com água e açúcar), caipirinha ou como adorno para as bebidas alcoólicas e refrigerantes de cola com uma rodela dentro ou na borda do copo. Efetivamente, apesar de no estado livre ter como princípio ativo o poderoso ácido cítrico, este, em contacto com o meio celular, no interior do nosso organismo, é transformado durante a digestão e comporta-se como um alcalinizante, ou seja, um neutralizante da acidez interna. Os seus diversos sais, por seu turno, convertem-se em carbonatos e bicarbonatos de cálcio, potássio, etc, os quais concorrem para acentuar positivamente a alcalinidade do sangue. Seu uso Interno (como também externo) é muito útil na regeneração dos tecidos inflamados das mucosas, reconduzindo ao estado e funcionamento normal de todos os órgãos do aparelho digestivo. Nas afecções gastro intestinais, os ácidos do limão destroem os germes e as bactérias nocivas que se libertam e que contribuem para gerar as ulcerações. Ainda combate as fermentações e os gases. Apresenta o mais elevado índice de radioatividade natural e benéfica (85%), sendo seguido pela uva moscatel ácida e pelo ananás (74%). Composição - Contém vitamina B1, B2 e B3, provitamina A (caroteno), que se encontra principalmente na casca e, vitamina A na polpa fresca e sumo. - É riquíssimo em vitamina C (40 a 50mg/100gr de fruto), que joga um papel inestimável nos fenômenos óxido-redutores, beneficiando, concomitantemente, o desempenho das glândulas endócrinas. Por essa razão, é indispensável a sua ingestão diária.

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- Possui vitamina PP, que age protegendo e tonificando o sistema vascular, e vitamina I que é um preventivo das pneumonias. - Contém grandes quantidades de sais minerais e oligoelementos como o cálcio, ferro, silício, fósforo, cobre, magnésio e iodo. - Encontram-se apreciáveis percentagens de ácidos cítricos e málico, além de pequenas quantidades de ácido acético, fórmico e de citratos de potássio e de sódio. - É portador de glucose e frutose diretamente assimiláveis, bem como de sacarose. - Contém gomas, mucilagem e algumas albuminas. 2. Objetivo Informações sobre plantio e cultivo do limão, pragas e doenças, óleo de limão, suco de limão e importância econômica da fruta.

FIG. 1 . Limão. Disponível em: <http://www.paramais.com.br/fev07/limao.html>.

3. Componentes ácidos dos Limão O ácido cítrico é um ácido orgânico tricarboxílico presente na maioria das frutas, sobretudo nas cítricas como o limão e a laranja. A sua fórmula química é C6H8O7. Sua cadeia curta, comprimida por 3 volumosos grupos carboxila, lhe confere poder complexante (fixa cátions como cálcio, ferro, potássio e magnésio) e tamponante (estabiliza o pH de soluções aquosas), sendo ele o principal agente de alcalinização do metabolismo orgânico de homens e animais. Desta forma, cumpre papel importante na estabilização do pH dos líquidos corporais e no sistema de formação e manutenção óssea. No suco do limão ele está presente numa concentração que varia de 5 a 7% dependendo da variedade, condições de cultivo, estação do ano e maturidade do fruto. Além disso, o suco costuma conter cerca de 1 % na forma do seu sal, o citrato de potássio. É o ácido cítrico, nesta elevada concentração, o principal responsável pelo sabor ácido do suco do limão. Mas isso não significa de forma alguma que ele seja um acidificante para o organismo humano. O fato é que ele não permanece nesta forma ácida após sua ingestão, mas transforma-se em sais alcalinos. A prova deste fenômeno está no acompanhamento analítico da urina humana após a ingestão de diferentes doses de suco de limão, resultando, contrariamente ao inicialmente previsto, em forte alcalinidade. Seu poder é tão alcalinizante que pode até neutralizar a acidez do estômago e outros problemas digestivos. Os sais alcalinos (citratos de cálcio, magnésio, ferro e potássio) passam para o sangue e demais líquidos corporais, neutralizando-os e mantendo leve alcalinidade.

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Assim, o suco do limão apesar de gerar nas papilas uma reação ácida, uma vez ingerido transforma-se em citratos, que são sais alcalinizantes de meios aquosos. Além disso, trata-se de um conservante natural, que junto com o ácido ascórbico (vitamina C) e os óleos essenciais da casca do limão, cumpre a função de um bactericida seguro e natural contra fermentações no estômago e intestinos, além de tratar infecções internas e externas de caráter contagioso. Na verdade sua ação é bacteriológica e bacteriostática quando destrói microorganismos e os inativa, criando um ambiente inconveniente aos germes. Como complexante é um antídoto natural nas intoxicações em geral, inclusive nas causadas por ingestão de soda ou potassa cáustica. Todas as frutas cítricas, como a própria denominação indica, são ricas neste ácido; mas o limão é a única que consegue alcançar níveis de 5 a 7%. Importante saber que as laranjas, tangerinas e pomelos, apesar de serem também frutas cítricas, costumam conter menos que 1% de ácido cítrico na composição do seu suco. A vitamina C, também conhecida como ácido ascórbico, é do tipo solúvel em água e termo-sensível, motivo pelo qual é destruída quando o alimento que a contém é cozido. Trata-se de um agente antioxidante poderoso, portanto, um protetor aos danos do envelhecimento e degeneração de todas as células e tecidos, beneficiando o rejuvenescimento, o sistema de defesa do organismo, rege as funções da medula óssea, o metabolismo de formação do sangue e o desempenho das glândulas endócrinas. O suco fresco do limão não é, das frutas cítricas, o mais rico em vitamina C, mas na sua entrecasca e polpa existe elevado teor desta vitamina. O fato é que a sinergia: ácido cítrico + vitamina C + vitamina P, confere ao limão especial importância no metabolismo dos aminoácidos e aumento da fixação de cálcio e ferro pelos intestinos, em casos normais ou de deficiências. Este é o motivo pelo qual o limão (suco, polpa e casca) é fundamental no tratamento e prevenção de problemas ósseos e de anemia. A vitamina C é necessária na formação dos tecidos fibrosos, dos dentes, dos ossos, das cartilagens, da pele e até dos cabelos. O corpo humano não sintetiza sua própria vitamina C, sendo fundamental sua ingestão através da alimentação. Adolescentes e adultos precisam consumir um mínimo de 100 mg/dia, gestantes 125 mg/dia, lactantes 150 mg/dia, crianças 75 mg/dia e fumantes e adultos da terceira idade 300 mg/dia. O consumo diário do limão pelas crianças desde a amamentação até a adolescência, pelas gestantes e pelos adultos da terceira idade é particularmente importante. Em casos de intervenções cirúrgicas e convalescenças, a vitamina C favorece na reconstituição de ossos e cartilagens como também na cicatrização dos cortes e feridas. Assim, a vitamina C é eficaz no tratamento e prevenção do escorbuto, anemia, reconstituição de tecidos, fortalecimento do sistema imunológico e um grande auxiliar na cura de estomatites, problemas digestivos e circulatórios, dores de cabeça e piorréia. 4. Características da planta O Limoeiro é uma árvore de porte médio, atingindo 4 m de altura, possui tronco reto, com copa densa e arredondada. Suas flores, com botões avermelhados e pétalas branco-amareladas, nascem em grupos de 2 a 20 unidades. Os frutos possuem formato arredondado, com casca lisa ou ligeiramente rugosa, e com coloração esverdeada. Polpa esbranquiçada, suculenta, que envolve um líquido translúcido. Algumas variedades não possuem sementes Propaga-se preferencialmente por enxertia, preferindo clima e solos semelhantes ao da laranja. A colheita pode ser feita ao longo do

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ano, dependendo da época de plantio. Os limões além de fonte poderosa de vitamina C, a medicina popular atribui também vários poderes curativos, entre os quais o de atuar como antibiótico natural e como regulador das taxas de colesterol do organismo, e também, fazem com ele citratos, anti-sépticos, adstringentes, etc. Na culinária, tem inúmeras utilidades, bastando algumas gotas para emprestar seu sabor ao de outros alimentos. Seu sumo é usado como condimento no preparo e no saboreio de peixes, frutos do mar e aves; sua casca, em pedaços ou em raspas, é também condimento aromático ou matéria-prima essencial para doces, compotas, pudins, balas, cremes, recheios, suspiros, caldas, e faz-se também a famosa "caipirinha". Como quase todas as frutas, os limões podem ser conservados em calda ou em compotas; com seu suco refrigerante, fazem-se refrescos, coquetéis e sorvetes. Enfim, uma lista enorme de delícias. Com casca e tudo A entrecasca - aquela “pele” branca que fica entre os gomos e a casca - contém boa concentração de pectina, uma fibra solúvel que auxilia o organismo a dirigir lipídios e proteínas, impedir o acúmulo excessivo de gordura, diminuir a sensação de fome e regular os níveis de açúcar. Excelente para o intestino, ajuda a melhorar seu funcionamento e contribui para a eliminação de toxinas. Estudos também confirmam que as cascas das frutas cítricas contém flavona, substâncias muito eficiente para reduzir o mau colesterol, prevenir câncer, doenças cardiovasculares e inflamações. 5. Cultura do Limão Tahiti Nome popular: limão-verde Nome científico: Citrus aurantifolia Swing var. taiti Família botânica: Rutaceae 5.1 Aspectos Gerais Tornou-se conhecido em 1875 na Califórnia (EUA) com origem provável em Tahiti; estabeleceu-se, definitivamente, no sul do estado da Flórida. Entre os principais produtores mundiais de limas ácidas encontram-se o México, Estados Unidos da América, Egito, Índia e Brasil. No Brasil, com plantios acima de 40 mil hectares, o limão Tahiti tem grande importância comercial; os estados maiores produtores são: São Paulo com 70% e Rio de Janeiro com 8% da produção nacional. A Bahia, situada entre os cinco maiores produtores nacionais, tem as regiões econômicas do Litoral Norte e Recôncavo Sul como maiores produtores do limão Tahiti. Sua área plantada está acima de 1.000 hectares (1990). 5.2 Botânica/Descrição/Composição - O limão Tahiti é propriamente uma limeira ácida conhecida por Citrus latifolia, (Tanaka), Dicotyledonae, Rutaceae. - Com porte médio a grande a planta é expansiva, curvada, vigorosa; as folhas adultas têm cor verde e são lanceoladas e as folhas novas e brotos tem cor purpurea. A floração ocorre ao longo do ano (principalmente setembro e outubro); os frutos são ovais, oblongos ou levemente elípticos, casca fina, superfície lisa e cor amarelo-pálida na maturação. Estão maduros em torno de 120 dias após a floração; as sementes são raras ou ausentes. - O suco representa 50% do peso do fruto; tem teores médios de 9% (brix), acidez em 6%, 20 a 40 mg de ácido ascórbico (Vit. C).

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5.3 Usos do Limão Tahiti - O suco do limão Tahiti é usado em culinária, na limpeza e preparo de alimentos (carnes, massas, bolos, confeitos) e no preparo de refresco - limonada. - Em medicina caseira o fruto é utilizado como auxiliar no tratamento de gripes e deficiência de Vit. C. - Óleo da casca do fruto é aromático. 5.4 Necessidades da Planta Clima - Temperatura deve estar entre 26 e 28ºC (25 a 31ºC) as chuvas em torno de 1.200 mm anuais. (1.000 - 2.000) bem distribuídos (120 mm mensais), a umidade relativa do ar entre 70% e 80%. Em locais com ventos fortes tutorar a planta. 5.5 Solos Solos mais adequados para o limão Tahiti são os leves, bem drenados, arejados, profundos, sem impedimento para penetração da raízes. Solos areno-argilosos (de arenoso a levemente argiloso) são preferidos, pH entre 5,5 e 6,5. Topografia plana a levemente ondulada. Igual à laranja, o limoeiro adapta-se tanto a solos arenosos como argilosos. Apesar disto, os mais indicados para o cultivo comercial são os areno-argilosos. O limoeiro não tolera solos impermeáveis. Devem ser evitados solos rasos ou que encharcam com facilidade. A aração é uma prática pouco recomendada para o cultivo dos citrus de uma maneira geral. Sua utilização está restrita, basicamente, a quando se planeja recuperar ou rejuvenescer pomares que foram abandonados ou que ficaram improdutivos por fatores inerentes ao próprio solo (tais como compactação), ou ainda, que foram atingidos por alguma doença passageira. Esta técnica de cultivo, aliada a uma poda drástica na parte aérea da planta, vai induzir a formação de uma nova copa melhorando consideravelmente o vigor da planta a partir do segundo ano. O mais indicado, no entanto, é a utilização de grades de dois eixos com discos de 16 polegadas, e no máximo 2 a 3 operações por ano. As grades laterais, que trabalham sob a copa das plantas tambem são de grande utilização, pois diminuem consideravelmente a área a ser capinada. A longo prazo o uso contínuo de grade, máquinas, carretas e outros implementos pode trazer problemas para o citricultor, tais como compactação do solo. Por este motivo deve-se limitar o número de operações, evitando-se uma série de efeitos negativos que impedem a expansão do sistema radicular da planta. Nestes casos, a aração profunda, ou mesmo a subsolagem, pode possibilitar o rompimento das camadas impermeáveis causadas pela compactação e estimular a renovação do sistema radicular. 5.6 Implantação do Pomar 5.6.1 Mudas Devem resultar de enxertos sobre limão Cravo ou limão Rugoso que proporcionam crescimento rápido, boa produção, frutos de qualidade e maior tolerância à seca embora sensíveis à podridão radicular.

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Os enxertos sobre tangerina Cleopatra são aceitáveis. A muda, de indiscutível qualidade, deve ter procedência e sanidade garantidas, enxertia feita a 25-30 cm de altura, possuir três a quatros ramos (galhos) a 60 cm do solo e raízes desenvolvidas, sem estarem enoveladas. 5.6.2 Preparo da área Consiste na roçagem destoca e enleiramento do mato; essas operações devem ser feitas 5-6 meses antes do plantio. Em seguida efetuar aração e gradagens; em caso de aplicação de corretivo do solo em área total aplicar metade da dose antes da aração e a segunda metade antes da 1ª gradagem. 5.6.3 Marcação/Espaçamento Nivelado o terreno efetua-se a marcação da área; para o Nordeste do Brasil adota-se os espaçamentos de 7,0m x 6,0m e 7,0m e 5,0m. Em plantios extensos dividir o pomar em talhões de 10.000 a 20.000 plantas (quadras de 3.000 a 5.000 plantas) com corredores para caminhões. 5.6.4 Coveamento/Adubação As covas podem ser abertas à mão ou com implementos, devem ter dimensões 40 cm x 40 cm x 40 cm a 60 cm x 60 cm x 60 cm; na abertura separar a terra dos primeiros 15-20 cm de altura. Em caso de não haver recomendações (decorrentes de análises de solo) para calagem e adubação, aplicar 1 kg de calcário dolomitico ao fundo de cada cova cobrindo-o com um pouco de terra; misturar 50 g de cloreto de potássio com 200 g de super fosfato simples e 10 litros de esterco de curral bem curtido à terra separada e lançar em cada cova. 5.7 Plantio O plantio deve ser feito em horas frescas do dia ou em dias nublados com o solo úmido. Deve -se usar régua de plantio para bom alinhamento. Ajusta-se a muda na cova de modo que o colo da planta fique ligeiramente acima do nível do solo e os espaçamentos entre raízes cheios com terra. Após plantio fazer uma "bacia" em torno da muda regar com abundância sem encharcar e cobrir solo com capim seco (sem sementes) ou com palha. No plantio definitivo, a abertura das covas pode ser feita manualmente ou utilizando-se trados, e estas devem ter 60 x 60 x 60cm. Separar a terra da camada superficial e da inferior e inverter sua posição no enchimento, utilizando primeiro a camada superficial misturada com adubos e calcários dolomítico (a utilização do calcário é feita somente se for necessário corrigir o pH do solo, o que geralmente ocorre) e completando o enchimento com a terra retirada da parte inferior da cova. É recomendado que se prepare a cova com bastante antecedência para que o calcário possa agir. O Plantio deve ser efetuado no período chuvoso ou em outra época desde que exista água suficiente para irrigar. Deve-se evitar o plantio nos dias de muito sol. Um outro cuidado que deve-se ter é deixar o colo da muda em torno de 5 cm acima do nível do solo. Comprimir a terra sobre as raízes e ao redor das plantas para dar maior fixação a planta e maior contato das raízes com o solo. Faz-se, também, uma bacia em torno da muda e rega-se com 10 a 20 litros de água, depois cobre-se com palha, capim seco ou maravalhas para evitar a incidência direta do sol na cova, evitando assim a evaporação da água de irrigação. Alguns fatores determinam o espaçamento a ser adotado no pomar: porte da planta, textura e níveis de nutrientes do solo, tratos culturais, culturas intercalares e o sistema de irrigação

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a ser utilizado. Para os limoeiros var. taiti e galego usa-se o espaçamento de 6 x 8m ou 9 x 5m; para as var. siciliano e eureca é recomendado o espaçamento de 7 x 9m. Atualmente os limoeiros, iguais as laranjeiras, são formadas pelo conjunto de dois indivíduos diferentes: o porta-enxerto e a copa. Esta combinação deve ser harmônica pois, o uso indiscriminado de uma única combinação possibilita o surgimento de doenças do porta-enxerto. Convém plantar mudas vigorosas enxertadas em cavalos de limão-cravo, laranja-caipira ou trifoliata, livres de vírus. As melhores variedades para exportação são as var. siciliano e var. eureca; para o mercado interno e indústria as variedades Taiti, galego, siciliano e eureca são as mais indicadas. Sempre faça análise química do solo para saber como e em que quantidade se deve colocar os adubos na cultura, principalmente se for adubos químicos. Os adubos orgânicos aplicados na cova, alem de fornecer nutrientes à planta melhora a capacidade de retenção de água pelo solo. Geralmente ocorre nos primeiros dois anos algumas brotações nas plantas abaixo da copa. Essas brotações devem ser eliminadas bem novas bem como efetuar tambem a retirada dos frutos, pois os mesmos não tem significação econômica e atrasam o crescimento e as safras futuras. Uma boa prática consiste em plantar culturas intercalares nos primeiros três anos, tais como feijão, amendoim, batata-doce, inhame, abóbora, melancia ou fruteiras como abacaxi, mamão e maracujá. O cultivo intercalar deve ser mantido a uma distância mínima de 1,5m do limoeiro. Esta prática assegura uma renda inicial ao citricultor, já que o retorno do capital empregado no plantio do pomar de limão só inicia após o segundo ano. O manejo inadequado do controle de plantas daninhas tem contribuído para reduzir a disponibilidade de água para as plantas cítricas. A adoção dessa prática cultural permite aumentar os teores de matéria orgânica e a capacidade de retenção de água pelo solo. 5.8 Tratos Culturais A capina pode ser manual, mecânica ou química. A capina manual diminui a concorrência do mato. O emprego de herbicidas deve ser feito com muito cuidado, e com orientação técnica. A capina mecânica deve ser feita com grade de discos e roçadeira, em épocas diferentes. Deficiências de zinco, manganês ou boro, são corrigidas, na primavera-verão, com duas pulverizações foliares contendo, na primeira aplicação, sulfato de zinco a 0,25%, sulfato de manganês a 0,15% + cal a 0,15%, e bórax a 0,05%. Na segunda aplicação deve-se substituir a cal por uréia a 0,5%. Uma tecnologia alternativa de manejo que proporcione aumento da capacidade produtiva do solo, pela utilização de leguminosas como cobertura nas entrelinhas dos citros vem se destacando como uma das formas mais eficientes no controle do processo erosivo e no melhoramento das condições físicas, químicas e biológicas do solo. O feijão-de-porco, guandú, crotalarias, ao penetrarem na camada adensada descompacta o solo, permitindo maior infiltração da água, intensificando a vida biológica, enriquecendo-o com nitrogênio fixado na atmosfera por meio de uma bactéria, o rizóbio, que forma nódulos em suas raízes. Sua massa verde, deixada na superfície como cobertura morta, permite reduzir as perdas

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de água por evaporação, mantendo assim a umidade por mais tempo disponível para a cultura. Tratos culturais adequados são de fundamental importância para o equilíbrio entre os insetos pragas e seus inimigos naturais (insetos úteis) As plantas novas de até quatro anos são as mais afetadas e sofrem mais com o ataque das pragas. Nessa faixa de idade, é praticamente impossível se dispensar o controle químico, no entanto não se deve abusar dos agrotóxicos . Só aplicar o inseticida nas plantas com ataque intenso, e assim mesmo, sob orientação técnica. A inspeção periódica do pomar é de fundamental importância, pois permite detectar a presença das pragas e o seu grau de infestação. 5.8.1 Controle de Ervas Daninhas O cultivo do solo, controle de ervas pode ser feito com grade (2 operações/ano) na época seca e com ceifa do mato na época de chuvas. Em cultivos irrigados no semi-árido usa-se roçadeira nas entrelinhas e herbicidas na projeção da copa. As plantas devem ser "coroadas" sempre que houver mato alto (com enxada). 5.8.2 Irrigação A irrigação aumenta a produção e eleva a qualidade do fruto; no semi-árido a irrigação é indispensável. Os sistemas de irrigação mais utilizados são os de aspersão e o de irrigação localizada (gotejamento, microaspersão) que aplica água em geral abaixo da copa da planta. Sulcos, bacia de inundação temporária são outros métodos. Nos cerrados maiores produtividades foram obtidas utilizando-se sistema de gotejo a cada metro (120 l água/planta em turnos de rega de 4 dias). Em regiões úmidas a irrigação pode elevar a produção em 35% a 75%. 5.8.3 Culturas intercalares Cultivo intercalar é prática em pequenas/médias propriedades; pode-se usar leguminosas (feijão de porco, leucena, crotalaria) ou abacaxi, amendoim, batata doce, feijão, mandioca, milho, no pomar jovem do limão Tahiti. As culturas intercalares devem ter baixo porte e ciclo curto, e situar-se a distância de 1,5 - 2 m da linha de plantio do limoeiro. 5.8.4 Podas Devem reduzir-se à eliminação de galhos secos, doentes ou praguejados e nascidos abaixo do ponto de enxertia. 5.8.5 Adubação 60 dias após plantio recomenda-se aplicar 50 g de uréia/planta repetindo-se 30-40 dias após. A partir do 2º ano recomenda-se outras doses, em gramas/planta: Para deficiências de zinco e manganes recomenda-se pulverizações foliares com solução composta de 300 g. de sulfato de zinco, 300 g. de sulfato de manganes, 300 g. de cal em 100 litros de água. 5.9 Pragas Orthezia

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Orthezia praelonga (Doug., 1991) Homoptera, Ortheziiae.Também chamada cochonilha de placas; tem corpo provido de placas ou lâminas cereas com cauda alongada que acumula ovos; eficiente sugador o inseto injeta toxina na planta ao sugar a seiva e sua excreção estimula aparecimento da "fumagina" (cobertura escura) nas folhas. Mudas, vento, vestimentas disseminam o inseto. A praga é mais prejudicial no período seco e expolia a planta, atacando folhas e frutos. O controle é efetuado pela aplicação de inseticidas sistemicos granulados aplicados ao solo em torno da planta a 10 - 15 cm de profundidade. Observar o período de carência do produto químico. Entre os indicados cita-se aldicarb, dissulfoton, carbofuran. Escama-Farinha Pinnaspis aspidistrae (Sing, 1869) Homoptera, Diaspididae.Cochonilha com carapaça, ataca tronco e ramos que apresentam coloração esbranquiçada. A sucção da seiva da planta pelo inseto causa rachadura na casca e facilita a penetração de agentes de doenças (gomose). Controle via pincelamento de tronco e ramos com o seguinte preparo: 1 Kg (enxofre molhável), 2 Kg de cal, 0,5 Kg de sal de cozinha, 15 g. de diazinom ou 35 g. de malatiom e 15 litros de água. Ácaro-da-Ferrugem Phyllocoptruta oleivora (Aslm. 1879), Acari, Eriophyidae. Infesta folhas, ramos e frutos causando nestes cor prateada à casca além de àspecto aspero; os frutos apresentam tamanho, peso e percentagem de suco reduzidos. As folhas podem desenvolver doença (mancha de graxa). Em infestação severa há queda acentuada de folhas e frutos. Controle, efetuar controle quando 10% de frutos apresentarem 30 ou mais acaros. Acariciadas à base de dicofol, quinometionato ou enxofre molhável são indicados para o controle. Coleobroca Cratosomus flavofasciatus (Guerin, 1844) Coleoptera, Curculionidae. Inseto adulto é besouro preto com faixas amarelas no tórax e asas. Ovos são depositados no tronco e ramos; a lagarta esbranquiçada penetra, cava galerias no sentido longitudinal e expele serragem, em forma de petalas, pelo orifício de entrada. Controle feito pela injeção de calda inseticida via orifício utilizando-se formicida liquido, gasolina, querosene, ou pasta de fosfeto de alumínio (que libera gás). Após aplicação fechar orifício com cera de abelha, argila ou sabão. Cochonilha Cabeça de Prego Crysomphalus ficus (Aslmd., 1880) Homoptera, Diaspididae.Importante na fase jovem do pomar a cochonilha tem forma circular, convexa, cor violácea. Períodos secos com alta temperatura favorecem a multiplicação do inseto. Localiza-se na face inferior das folhas e nos frutos, suga seiva e líquidos e deprecia os frutos comercialmente. Seu controle é feito por pulverizações com produtos químicos à base de óleo mineral a 1% ou óleo mineral + inseticidas fosforados (diazinom, malatiom, paratiom). Broca da Laranjeira (Cratosomus flavofasciatus) A larva (forma jovem) desse inseto ao se alimentar, destrói internamente parte do tronco e ramos comprometendo a circulação da seiva, e em alguns casos provocando a queda de galhos mais finos. Os adultos são besouros grandes, causam estragos pois destroem as gemas de ramos novos.

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O controle da Larva é efetuado com o auxílio de um arame, atinge-se a larva no interior da galeria; utilizando-se uma seringa, injeta-se querosene ou um inseticida fosforado no orifício; introduz-se no orifício 2 a 3 gramas de gastoxim pasta (sulfeto de alumínio). Este método elimina 100% das larvas no interior da galeria. O controle do inseto adulto é efetuado com o a utilização de uma planta armadilha, a "Maria Preta" (Cordia verbenacea). Ela deve ser plantada num espaçamento de 100 a 150m, de preferência no contorno do pomar e em local não sombreado. É importante que a catação do besouro sob a "maria preta" seja iniciada logo que apareçam os primeiros besouros nas plantas armadilhas. As cochonilhas e mosca branca causam maiores danos em plantas de até quatro anos de idade. O manejo adequado de plantas daninhas é um forte aliado no controle destas e de outras pragas. Durante o período das chuvas o mato deve ser apenas ceifado em toda a área dos limoeiros. No período seco uma aplicação de glifosate na área é suficiente para reduzir a ocorrência do mato. Essa prática contribui para a manutenção dos inimigos naturais das pragas. O monitoramento é uma prática valiosa contra a moscas-das-frutas pois indica o momento em que deve ser iniciado o controle; para isto utilizam-se armadilhas ou frascos caça-moscas. Os frascos devem ser colocados na periferia do pomar sob a copa das árvores, bem antes do início da maturação dos frutos, contendo uma solução com melaço de cana ou proteína hidrolizada e água. 5.10 Doenças Causadas por vírus, fungos, bacterias e distúrbios fisiológicos. Estiolamento Damping-Off - as sementes apodrecem e não germinam. As plantinhas ficam amarelecidas, com o colo apodrecido na linha do solo; tombam e morrem. Verrugose - Causa lesões salientes, corticosas irregulares que se agrupam recobrindo extensas áreas da folha e dos brotos. Rubelose - Os galhos ficam revestidos pelo fungo que a princípio é branco, tornando-se amarelo róseo com o avanço da doença. O galho seca, a casca parte e se levanta. A doença começa na bifurcação dos ramos e caminha para as extremidades. Melanose - Causa pequenas lesões arredondadas, ligeiramente salientes, de coloração escura, recobrindo grandes áreas dos frutos, folhas e ramos. Os frutos atacados são de baixo valor comercial Tristeza: (Vírus) Planta apresenta redução no crescimento já nos viveiros. Em galhos ou ramos, retirando-se sua casca, observa-se caneluras (riscos). Folhas novas com nervuras polidas e frutos com diâmetro reduzido (coquinhos). Tristeza - canelura nos ramos, há a paralisação do desenvolvimento da planta seguido de clorose e redução do tamanho das folhas, aparecem folhas com sintomas de deficiência de micronutriente e frutos pequenos e endurecidos. Para controlar a "tristeza dos citrus", o uso de material propagativo preimunizado com estirpes fracas do vírus é uma boa prática. Controle: uso de borbulhas vindas de plantas imunizadas. Exocorte: (Vírus) Crescimento limitado, vegetação esparsa e folhas com coloração de pouco brilho. Doença transmitida por enxertia ou ferramentas contaminadas (canivete, tesoura de poda). Controle: uso de borbulhas comprovadamente sadias.

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Gomose: (fungo) Doenças das mais prejudiciais em regiões tropicais úmidas; lesões pardas aparecem na base ou colo da planta, nas raízes e galhos baixos, com exsudação de goma pelo fendilhamento. Mais adiante ocorre apodrecimento dos tecidos. Gomose - Afeta a casca e a parte externa do lenho nas raízes, tronco e até ramos mais altos. Tambem verifica-se a presença de goma de coloração marrom (o que dá o nome à doença). Alem disso, as folhas tornam-se amarelas. Controle: usar variedades resistentes, enxertia alta, facilitar aeração da base da planta e drenagem do terreno, usar de fungicidas sistémicos (fosetyl-Al) em pulverizações ou pincelamento do tronco. Declínio: (distúrbio fisiológico) Murchamento irreversível da folhagem, demonstração de deficiência de manganês e zinco em níveis elevados, sem brotações; depois há queda de folhas, morte de ponteiros. Controle: uso de porta-enxertos diversificados. Colheita: O material deve ser: sacola de colheita (20 kg), feita de lona com fundo falso, cestos e caixas plásticas para 27 kg. Evitar retirar frutos com varas ou ganchos, frutos molhados ou orvalhados, derrubar frutos ao solo, frutos excessivamente maduros ou verdes. Usar tesoura cortando o pedúnculo, rente ao cálice. Não machucar os frutos na colheita e transporte. 5.11 Produção: Precoce, a limeira ácida Tahiti apresenta produção significativa a partir do 3º ano de vida; no Recôncavo Baiano um pomar aos 4 anos produz produz 107.000 frutos hectare (300 frutos por planta). Aos 11 anos de vida a produção alcança 1.128 frutos/planta (113 kg) ou 403.000 frutos/hectare.Pomares paulistas produzem 8-15 kg/planta (3º ano), 64 a 86 kg/planta (5º ano) e 98-117 kg/planta (7º ano). 5.11.1 Situação da Produção de Limão Tahiti No Brasil, ocorre em maior escala a produção da lima ácida tahiti e secundariamente, dos limões siciliano, galego e rosa ou cravo. Suscetíveis ao cancro cítrico, os limões do grupo com sementes foram perdendo área desde os anos sessentas. Região Sudeste é líder absoluta na produção de limão, representando 87,6% do total de 7.875 mil frutos produzidos em 1999. O Estado de São Paulo situa-se como maior produtor (81,3%) (Tabela 1), seguido a distância pelo Rio de Janeiro (3,9%), Bahia (2,7%) e Rio Grande do Sul (2,6%). Em São Paulo, os municípios maiores produtores de limão tahiti localizam-se na região dos Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDRs) de Catanduva e Jaboticabal: Itajobi, Itápolis e Taquaritinga, com 98, 50 e 50 mil toneladas, respectivamente, em 2000. Juntos, participaram com 23,2% do volume produzido no Estado, de 855,3 mil toneladas. Observe-se que, enquanto ocorreu queda na produção nacional de limão, a paulista cresceu de 681 mil toneladas, em 1996, para 855 mil toneladas, em 2000. O IAC 5 é o principal clone tahiti nucelar plantado em São Paulo, e o porta-enxerto de limão cravo é largamente utilizado. Com a utilização desses materiais, o Estado tornou-se o principal produtor nacional de lima ácida tahiti com qualidade para exportação. O Brasil exportou 5.336 toneladas de limão (fruta fresca) em 1999, cerca de 2,96 milhões de dólares. No entanto, em 1998, havia importado cerca de 10 mil toneladas (3,80 milhões de

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dólares) de citros, entre limão, laranja, tangerina e pomelo, quando é sabido que quase todos os tipos de citros podem ser produzidos no País. As exportações de suco de limão também são pequenas, sendo que as realizadas para a União Européia caíram ano a ano, entre 1994 a 1997, de 4.725 toneladas de suco concentrado, no primeiro ano do período, para 2.382 toneladas no último, representando 3,8% do total importado pelo bloco. Para os Estados Unidos, o Brasil exportou 7.189 mil litros de suco de limão, o que representou 20,4% das importações realizadas pelo País. Tabela 1 - Área Colhida e Quantidade Produzida de Frutas Selecionadas, por Região, São Paulo e Brasil, 1999.

Limão Mamão Maracujá Melancia

Região Área (ha)

Produção (mil frutos)

Área (ha)

Produção(mil frutos)

Área (ha)

Produção(mil frutos)

Área (ha)

Produção(mil frutos)

Norte 1.174 120.107 3.172 90.280 4.125 222.372 10.779 26.054

Nordeste 4.940 464.833 27.836 988.825 18.296 1.141.720 26.952 73.350

Sudeste 36.706 6.903.372 7.063 552.241 9.074 966.434 10.027 35.718

São Paulo 33.380 6.403.344 253 8.516 3.934 492.962 8.837 30.848

Sul 2.716 280.791 481 5.276 1.936 150.822 23.579 60.422

Centro-Oeste 1.018 106.313 338 12.957 2.206 180.553 8.859 23.476

Brasil 46.554 7.875.416 38.890 1.649.579 35.637 2.661.901 80.196 219.020 Fonte: Disponível em: No período 1990 a 2001 a exportação de lima ácida (Tahiti) passou de 2,7 mil toneladas para 14,8 mil toneladas, enquanto o preço médio (FOB) evoluiu positivamente, propiciando uma geração de divisas da ordem de 7,6 milhões de dólares no último ano. De outra parte, as exportações de limão verdadeiro (lemon) não atingiram um valor total que justificasse a divulgação de dados específicos pelo SECEX (Tabela 2). Tabela 2 - Exportação de Limão e Lima Ácida: Fruta Fresca e Óleo Essencial, Brasil 1990 a 2001

Limão Tahiti (Lime) Limão (Lemon) Óleo de Limão Óleo de Lima Ácida

Ano Volume (tonelada)

Preço Médio

(US$/t.)

Volume(tonelada)

Preço Médio

(US$/t.)

Quantidade(tonelada)

Preço US$/kg

Quantidade (tonelada)

PreçoUS$/kg

1990 2.673 307 161 224 118,5 6,16 7,1 4,911991 3.576 419 284 222 273,4 5,50 79,3 2,481992 3.411 456 425 153 306,2 7,86 49,2 3,601993 4.017 492 124 645 193,9 13,20 5,3 10,851994 2.498 597 268 664 219,9 14,86 40,1 6,301995 1.007 554 173 393 51,0 20,16 7,9 5,631996 1.163 508 261 628 186,1 20,91 49,6 13,801997 1.512 601 - - 226,4 18,75 87,4 7,581998 2.301 618 - - 189,9 14,71 54,4 7,9319991 5.336 555 - - 229,7 11,80 19,1 12,112000 8.607 539 - - 260,2 10,12 83,9 10,2620011 14.811 515 - - 268,5 9,24 24,0 9,071Inclui limões e limas ácidas. Obs.: Principais países de destino: Estados Unidos, Países Baixos, Reino Unido, Itália,

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Cingapura, Argentina, França, Alemanha, Canadá, Portugal e Suíça. Fonte: SECEX/DECEX. Quanto à exportação de óleos essenciais de limão (lemon) e de lima ácida (lime), observa-se não haver tendência definida de quantidades e de preços médios que atingiram um pico em 1996, passando a declinar até 2001. A estocagem, feita em tambores de chapa de aço com capacidade para 200 litros (peso líquido de 170kg, em média) e revestidos de verniz epoxy especial, é feita em ambiente refrigerado a 1o.C. Boa parte das indústrias consumidoras de óleo essencial não adquirem grandes quantidades na época de produção (março a maio em São Paulo) preferindo fazer suas compras em função das necessidades, deixando portanto a estocagem por conta dos fabricantes. Em contraposição na exportação de pectina cítrica pelo Brasil, preços médios e quantidades têm-se mostrado estáveis de 1995 a 2001, respectivamente de US$9,12/kg e 1.020 toneladas ao ano. As projeções estimadas referem-se à produção potencial a ser obtida e não à disponibilidade de fruta para comercialização, devendo ser consideradas como preliminares sujeitas ainda a revisões e análises mais apuradas. As variações no número de plantas por faixa etária serão decorrências das variadas intensidades de plantio no decorrer da década de noventa. 5.12 Suco de limão Recomenda-se a leitura no dossiê técnico que aborda sobre o cultivo da laranja <http://sbrtv1.ibict.br/upload/dossies/sbrt-dossie206.pdf> , tem-se no estudo, as etapas do processo de produção do suco de laranja, que pode ser utilizado na fabricação do suco de limão, só muda a fruta.

Suco de limão

Quantidade 1 xícara

Água (%) 91

Calorias 60

Proteína (g) 1

Gordura (g) Traços

Ácido Graxo Saturado (g) Traços

Ácido Graxo Monoinsaturado (g) Traços

Ácido Graxo Poliinsaturado (g) Traços

Colesterol (mg) 0

Carboidrato (g) 21

Cálcio (mg) 17

Fósforo (mg) 15

Ferro (mg) 0,1

Potássio (mg) 303

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Sódio (mg) 2

Vitamina A (UI) 50

Vitamina A (Retinol Equivalente) 5

Tiamina (mg) 0,07

Riboflavina (mg) 0,02

Niacina (mg) 0,2

Ácido Ascórbico (mg) 112

Tabela 3 – Tabela de nutrientes do suco de limão. Disponível em: <http://www.emedix.com.br/dia/ali008_1f_sucodelimao.php>.

5.13 Óleo de Limão (Processos de extração do óleo essencial da casca do limão) O limão, como os demais frutos cítricos, apresenta três partes morfologicamente diferentes: o epicarpo, o mesocarpo e o pericarpo. O epicarpo é a porção colorida da casca, conhecida como flavedo, e contém os carotenóides que diferenciam a cor da casca de laranja,tangerina, limão e outros. As glândulas de óleo estão presentes no flavedo e são as estruturas elevadas das cascas dos frutos que contêm o óleo essencial característico de cada cultivar. De Negri e cols. (s.d.) dizem que existem três métodos principais de processamento industrial de limão: 1.) o suco e o óleo são extraídos simultaneamente, porém em formas separadas; 2.) o suco é extraído antes que o óleo essencial (situação mais rara) e 3.) o óleo é extraído antes do suco. Conforme Grassi Filho e cols. (2005), existem diferenças no teor de óleo em frutos de limão tendo em vista a produtividade. Ele fez uma avaliação do teor de óleo nas variedades-copa 'Siciliano' e 'Eureka' e concluiu que a primeira apresentou maiores teores de óleo do que os de limão 'Eureka'. Outra observação desses autores é que, embora haja diferença na eficiência dos processos de extração de óleo, o rendimento do produto pode ser influenciado pela coloração, espessura da casca e localização das glândulas na casca dos frutos. E mais: que o rendimento também pode estar associado ao material genético e à diferença na resposta destes materiais às condições ambientais. Eles citam outros autores que encontraram, para os frutos do limoeiro 'Eureka', a possibilidade de extração de 4,31 kg de óleo por tonelada de fruto, enquanto para o 'Lisboa' o rendimento havia sido de 4,5 kg e o 'Villafranca' de 4,85 kg de óleo por tonelada/fruto. Augusto-Ruiz e cols (1996) informam que óleos essenciais de casca de limão são obtidos principalmente por processos de hidrodestilação ou por extração por prensagem a frio. Eles estudaram processos de hidrodestilação em que a casca foi submetida a uma corrente de vapor d´água. Após a condensação, o óleo essencial separou-se por densidade. No processo de extração por prensagem a frio foi retirada a camada superficial da casca dos frutos, obtendo-se uma mistura de óleo, água e sólidos, sendo separados por centrifugação. Nesses processos foram estudadas as variáveis: tempo de extração, relação matéria-prima /vapor, relação água de resfriamento / produto, taxa de condensação e separação sólido /. líquido e líquido / líquido. O óleo essencial do limão bergamota apresentou uma composição semelhante à do óleo comercial obtido do limão Taiti. Pelas características, eles concluíram que o processo de extração a frio é mais recomendável para extração do óleo essencial do

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limão bergamota. Dentre os vários processos de extração de óleos essenciais foram selecionados os que podem ser aplicados à casca do limão: 1) Prensagem a frio Geralmente usado em: extração de óleos essências de frutas cítricas como bergamota, laranja, limão e grapefruit. Apresenta bom rendimento e a qualidade do produto final apresenta boa qualidade. Método: as frutas cítricas são prensadas para extração dos óleos e do suco. Após o que, é efetuada uma centrifugação para separar o óleo essencial puro. 2) CO2 Supercrítico Geralmente usado em extração de óleos essenciais de frutas cítricas como bergamota, laranja, limão e grapefruit. É um processo rápido e eficiente e a qualidade do produto final éótima. Os óleos obtidos por esse método se assemelham muito aos aromas da planta viva. Método: as partes das plantas a serem extraídas são colocadas em um tanque onde é injetado dióxido de carbono supercrítico, isto ocorre à extrema pressão de 200 atmosferas e temperaturas superiores de 31ºC. Nessa pressão e temperatura o CO2 atinge o que seria um quarto estado físico, no qual a sua viscosidade é semelhante à de um gás, mas a sua capacidade de solubilidade é elevada como se fosse um liquido. Uma vez efetuada a extração faz com que a pressão diminua e gás carbônico volta ao estado gasoso, não deixando qualquer resíduo de solvente. A grande solubilidade e a eficiência na separação tornam o CO2 supercrítico para ser utilizado na indústria do que solventes orgânicos. Por CO2 supercrítico podem ser retirados os terpenos presentes nos óleos essenciais, tornando assim um óleo essencial mais puro. Conclusões e recomendações Se o limão ainda está verde, guarde-o em lugar fresco, seco e arejado. Depois de maduro, conserve na geladeira, na gaveta própria para frutas e legumes. Um limão já cortado durará mais tempo se for guardado na geladeira, em um pires coberto com uma xícara. Deve-se tomar cuidado com o limão e situações de exposição ao sol, pois pode ocorrer queimaduras e o aparecimento de manchas. O limoeiro adapta-se facilmente em solos localizados em regiões de climas tropical e temperado. Existem diversas variedades de limão. Algumas possuem a casca lisa, outras enrugadas. Algumas possuem casca verde e outras espécies apresentam-se de casca enrugada e áspera. O limão possui um suco com sabor fortemente cítrico e azedo, pois apresenta uma grande quantidade de ácido cítrico. No Brasil, as variedades mais conhecidas são: limão-tahiti, limão-galego, limão-cravo e limão siciliano. É um fruto muito utilizado para a fabricação de sucos. A raspa da casca de limão é utilizada em diversos pratos da culinária brasileira. A parte interna é composta de pequenas bolsas cheias de suco e caroços. Recomenda-se para leitura: SBEA – Modelo para avaliar um sistema mecanizado para a cultura do limão siciliano. <http://www.sbea.org.br/rea/v18_n3/artigo_4.pdf>. EMBRAPA – Sistema de produção de citros para o Nordeste.

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<http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Citros/CitrosNordeste/index.htm>. Referências TODA FRUTA. Curiosidades sobre algumas frutas. Disponível em: <http://www.todafruta.com.br/todafruta/mostra_conteudo.asp?conteudo=13717>. <http://www.todafruta.com.br/todafruta/institucional.asp?menu=222>. Acesso em: 16 jul. 2007. WIKIPEDIA. Limão. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Lim%C3%A3o>. Acesso em: 17 jul. 2007. INSTITUTO AHAU. O poder de cura do limão. Disponível em: <http://www.ahau.org/curalimao.0.html>. Acesso em: 17 jul. 2007. IBRAF. Disponível em: <http://www.ibraf.org.br/default.asp>. Acesso em: DOCE LIMÃO. Disponível em: <http://www.docelimao.com.br/limao-componentes-acidos.htm> . Acesso em: 19 jul. 2007. SEAGRI. Limao Tahiti. Disponível em: <http://www.seagri.ba.gov.br/LimaoTahiti.htm>. Acesso em: 23 jul. 2007. BIBVIRT. Disponível em: <http://www.bibvirt.futuro.usp.br/textos/didaticos_e_tematicos/frutas_no_brasil/limao_taiti>. Acesso em: 24 jul. 2007 EMATER/RO. Disponível em: <http://www.emater-rondonia.com.br/Limao.htm>. Acesso em: 25 jul. 2007. PARAMAIS. Disponível em: <http://www.paramais.com.br/fev07/limao.html>. Acesso em: 26 jul. 2007. AUGUSTO-RUIZ, W. et al. Processos de extração do óleo essencial do limão bergamota Disponível em: <http://www.furg.br/furg/revistas/vet/vet06063.htm>. Acesso em: 26 jul. 2007. UFPEL. Tendências no comércio de limão. Disponível em: <http://www.ufpel.tche.br/sbfruti/anais_xvii_cbf/socio_economia/617.htm>. Acesso em: 28 jul. 2007. YAMANAKA, H. T. Sucos cítricos. São Paulo: CETESB, 2005. 45 p. Disponível em: <http://www.crq4.org.br/downloads/sucos_citricos.pdf>. Acesso em: 29 jul. 2007. SUA PESQUISA. Limão. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/frutas/limao.htm>. Acesso em 29 jul. 2007. CATI/SP. Disponível em: <http://www.cati.sp.gov.br/novacati/projetos/pif/limao/situacao_producao_limao.htm>. Acesso em: 29 jul. 2007. Anexos Anexo1. As informações abaixo foram extraídas do estudo de tendências na produção e comercio de limão e foi apresentado no XVII Congresso Brasileiro de Fruticultura,em Belém (Pará), em 2002. Faz parte da pesquisa NPR1137, cadastrada no Sistema de Informações Gerenciais dos Agronegócios. Elaborado por Antonio Ambrósio Amaro; Denise Viani Caser ; João Dagoberto De Negri.

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Disponível na íntegra <http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=1012>. O nome limão é comumente usado para indicar frutas cítricas de sucos ácidos e inclui os limões verdadeiros (Citrus limon) como Siciliano,Eureca, Vilafranca e Lisboa, e as limas ácidas conhecidas como limão Tahiti (Citrus latifolia) e o limão Galego (Citrus aurantifolia). Por esse motivo, as estatísticas de produção,comércio, processamento industrial e preços divulgadas pela Food and Agriculture Organization (FAO) não se referem separadamente a cada um deles. Apenas em casos isolados aparecem citações fragmentadas separando as limas ácidas (lime), cuja literatura sobre a cultura é escassa, dos limões verdadeiros (lemon). O mesmo ocorre no Brasil com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto de Economia Agrícola (IEA/SAA-SP). O limão (em sentido amplo) tem sido fonte de matéria-prima para importantes produtos e subprodutos resultantes de seu processamento industrial, dentre os quais os óleos essenciais, a pectina cítrica e o suco concentrado de limão. Quando a casca dos frutos não é danificada durante a extração do suco de limão, uma boa parte dela pode ser convertida em “casca abrilhantada”,de largo uso na indústria alimentícia (AMARO, 1989). Nesse aspecto, deve-se lembrar que existem dois métodos básicos de processamento industrial de limão: a) o suco e o óleo são extraídos simultaneamente, porém em formas separadas e b) o óleo da casca é extraído antes do suco. No Brasil, comumente utilizam-se as instalações de fábricas para processamento de laranja (devidamente ajustados para limão), a fim de aproveitar períodos de redução (ou paralisação) das atividades com laranja. Nos demais países, grandes produtores de derivados de limão, há fábricas específicas, geralmente de menor tamanho (capacidade instalada) e associadas a packing-houses de beneficiamento de fruta fresca para exportação. A denominação “óleos essenciais” define um grupo de substâncias naturais aromatizantes, largamente utilizadas por dois outros grupos de indústrias que consomem a quase totalidade deles no âmbito internacional:

a) Indústria de Produtos Alimentícios, Bebidas e Confeitos e b) Indústria de Perfumaria e Cosméticos (destacadamente o maior mercado).

A maior parte do uso de óleos essenciais de citros orienta-se para produtos caracteristicamente de consumo popular, porém não básicos. Considera-se o consumo de óleos essenciais como indicador do grau de riqueza e de progresso ou desenvolvimento econômico de uma sociedade. Mais recentemente, a indústria de bebidas no Brasil passou a promover a mistura com suco de limão tanto no setor de refrigerantes (exemplo da Pepsi Twist) como na de conhaques (exemplo da Allied Domeq), com o objetivo de impulsionar as vendas em períodos mais quentes do ano e aumentar o consumo entre o público mais jovem. Os maiores mercados mundiais são os países da Europa Ocidental, Estados Unidos e Japão. No Brasil, o intenso processo de industrialização e de elevação do padrão de vida tem se constituído em fatores para estruturação de crescente mercado para os óleos essenciais de citros. Diante da relativa escassez de informações a respeito da produção, industrialização e comércio de limão no Brasil, o presente trabalho tem por objetivo traçar um cenário a respeito desse segmento da citricultura nacional.

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Tendências na produção e no comércio de limão Nos últimos vinte anos a produção mundial de limão aumentou 66% e as exportações da fruta fresca, 55%. Os principais países exportadores são: Espanha, Argentina e México, e os principais importadores Estados Unidos, Alemanha e França. A grande importância na produção de limão refere-se ao óleo essencial e a outros produtos derivados, como pectina, suco e casca abrilhantada com açúcar. As exportações de lima ácida Tahiti no Brasil aumentaram na década de 90, e os preços médios mostraram tendência de alta. Nesse mesmo período, as exportações de óleo essencial de limão foram, em média, de 210t/ano com preço médio de US$12,77/kg (FOB). As de óleo de lima ácida foram, em média, de 42t/ano (preço médio de US$7,88-FOB). As quantidades comercializadas no mercado atacadista da CEAGESP em São Paulo têm sido decrescentes devido aos maiores volumes de limão comprados diretamente dos produtores pelos supermercados. Com vistas a obterem melhores resulta-se dos financeiros, os citricultores paulistas deverão adotar mais tecnologia na produção (irrigação inclusive),com objetivo de colher maiores proporções de fruta no segundo semestre, quando os preços são mais elevados. Nome do técnico responsável Eduardo Matos Nome da Instituição do SBRT responsável Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília – CDT/UnB Data de finalização 31 jul. 2007