Cura e Autocura - Palestra de Divaldo Pereira Franco (CELD)

download Cura e Autocura - Palestra de Divaldo Pereira Franco (CELD)

of 15

Transcript of Cura e Autocura - Palestra de Divaldo Pereira Franco (CELD)

  • 7/23/2019 Cura e Autocura - Palestra de Divaldo Pereira Franco (CELD)

    1/15

    14o E E M E - 2 0 0 3ENCONTRO ESPRITA SOBRE MEDICINA ESPIRITUAL

    SEO DOUTRINRIA

    Cura e AutocuraPalestra dada por Divaldo Pereira Franco

    Setembro de 1998 Teatro Vannucci

    O Almirante Hart, depois da Segunda Guerra Mundial, elaborou uma evocao que nosparece muito oportuna para darmos incio ao nosso encontro. Essa evocao tem passado atravs dediferentes pocas, como sendo de um autor annimo, com muitas variantes.

    Ele disse mais ou menos assim: Senhor, d-nos a serenidade, para aceitar tudo quantodevemos aceitar, para aceitar tudo aquilo que difcil de ser aceitado. Mas, d-nos sobretudosabedoria, para distinguir uma coisa da outra.

    essa sabedoria que deve vigir em nossos sentimentos, para discernirmos aquilo que

    podemos modificar. E aquilo que no nos possvel alterar. Aceitando e incorporando ao nossomodusvivende e de maneira agradvel, positiva e realmente feliz.A grande problemtica do binmio sade-doena, das mais relevantes da historiografia do

    processo antropolgico do ser humano. Se examinarmos essa problemtica, ela tem sido motivo dediscusso em todas as reas do pensamento. E naturalmente, a cincia aliada tecnologia temavanado, para oferecer ao ser humano longevidade. No apenas uma vida muito longa, seno umavida muito saudvel. O importante no que vivamos muitos anos, que vivamos bem em cadamomento da nossa vida.

    A existncia terrestre no deve ser contada apenas pelo nmero de anos que o ser biolgicoviveu. Mas, pelos incomparveis momentos de felicidade, que todos podemos fruir a cada instante.

    A Organizao Mundial de Sade, para poder situar bem a problemtica do binmio sade-

    doena, estabeleceu que sade no a falta de doena.Durante muito tempo pensvamos, que uma pessoa saudvel uma pessoa que no seencontrava doente. A viso psicolgica, sociolgica da Organizao Mundial de Sade nestemomento, muito ampla e holstica. Estabelece que sade o resultado de trs fatores que seconjugam: harmonia fisiolgica, bem-estar psicolgico e equilbrio scio-econmico.

    Ns vemos que muitas naes perderam a sade. E toda vez que as bolsas do Orientecambaleiam, a sade das bolsas do mundo, tambm periclita. Para que tenhamos sade, necessrioque nos encontremos em equilbrio scio-econmico, para evitarmos tenses, preocupaes,consequentemente, desarmonia.

    A grande proposta hoje, da cincia mdica, aquela que objetiva o ser integral. No apenaso indivduo que desfrute de sade orgnica e que se encontre no patamar ainda inferior, na sua

    proposta de natureza de conscincia. exatamente oferecer esses recursos que a psicossomticadenomina como preponderante no comportamento humano.

    Ns somos uma realidade muito diferente daquilo que estamos. Estamos numapersonalidade transitria, elaborada por fatores genticos psicossociais, scio-econmicos, scio-educacionais. Mas, ns somos um ser de interao universal, um ser eterno, que transita etapa aetapa, atravs desse fenmeno biolgico da fecundao e que abandona o processo orgnico poroutro fenmeno biolgico da morte o da desencarnao.

    Para as modernas pesquisas da psicologia transpessoal o ser no apenas a argamassacelular. Estabeleceu-se no academicismo fsio-psicolgico que a criatura humana era o seu crebro,e esse crebro passou por grandes avaliaes.

    No comeo do sculo acreditava-se que a criatura humana era os seus neurnios. E essesneurnios, at mais ou menos 1920, eram calculados em 5 bilhes aproximadamente. Havia seestabelecido e mantm-se, que esses neurnios nascem com o indivduo, a fatalidade biolgica.Mas a medida em que eles morrem, no h uma renovao. E por isso, obedecendo a lei datermodinmica na rea da entropia (medida da quantidade de desordem num sistema), envelhecer e

  • 7/23/2019 Cura e Autocura - Palestra de Divaldo Pereira Franco (CELD)

    2/15

    2 14 ENCONTRO ESPRITA SOBRE MEDICINA ESPIRITUAL - 2003

    morrer so inevitveis. A viagem para o caos, para o desgaste, para a desorganizao da energia, um fator irreversvel.

    Mais ou menos na dcada de 40, os neuro-fisiologistas constataram, que o nosso crebropossui aproximadamente 10 bilhes de neurnios. Com o advento dos telescpios e microscpioseletrnicos, particularmente dos ltimos, a dcada de 50 foi muito auspiciosa. Ns seramos dotadosde 50 bilhes de neurnios. Mais recentemente, ao eclodir a dcada de 80, as investigaes

    levaram-nos a aproximadamente, 75 bilhes a 100 bilhes de neurnios. Estabelecendo que ohomem tem muito mais neurnios do que as mulheres, para nada, absolutamente incuos.

    O crebro deixou de ser aquele rgo mtico e desconhecido, para ser considerado umaglndula. Porque se percebeu que esses neurnios funcionavam quase como as glndulasendcrinas. Eles elaboravam enzimas. At h 10 anos se havia classificado o nmero de 36enzimas, mas hoje, so aproximadamente, 60 peptdeos ou neuro-peptdeos. A sua rea mais forte,est exatamente, na rea lmbico-hipotalmica, que chamada rea quente. A que est

    praticamente, a nossa vida, a nossa sade. Nas paredes gastrointestinais, esses peptdeos encontram-se numa larga rede. Graas a eles, ns temos admirveis enzimas, como a interferona, a endorfina, ahemoglobina e tantos outros.

    Temos um choque, imediatamente vem um colapso perifrico, uma sudorese, um

    resfriamento. Temos uma emoo, alguns enrubescem, eu empalideci. Ns naturalmentecomeamos a evocar uma cena agradvel, e temos uma descarga de adrenalina na correntesangnea. Uma cena desagradvel, e naturalmente, experimentamos uma grande descarga dedopamina.

    Tomamos um choque e antes que o crebro registre a reao, j ele percebeu que amostomar um choque, um golpe, e derrama a endorfina e no temos nenhuma sensao. As vezes temosum hematoma, uma equimose e dizemos, no lembrar do momento da pancada. Graas as nossasendorfinas.

    Mas hoje, a cincia de tal forma se tornou elstica que matou muitos mitos, o mito davelhice. Acreditava-se que uma pessoa de 40 anos era praticamente invlida. Em nosso pas ela no invlida, mas est quase invlida. Vemos uma pessoa de 40 anos e dizemos: Meu Deus, j tem40 anos! E ns os que temos alguns meses mais de 40 anos, vingamo-nos dizendo: Eu j chegueiat aqui, agora voc eu no sei. ( uma praga) Estamos desejando que a pessoa morra de acidenteou de uma outra coisa qualquer. a vingana do adulto que tem inveja do jovem. Somenteenvelhece quem quer. E somente velho, quem velho se considera. A nossa atividade mentalmantm a nossa juventude. quando dizemos: Eu j no tenho mais a mesma facilidade paramemorizar. Estou perdendo a memria. Pois procure-a, ela est l no arquivo, somente busc-la,no espere que ela chame por voc.

    As pessoas mentalmente ativas, mantm a memria muito lcida. Eu a tenho hoje, melhordo que quando contava 20 anos. Simplesmente, porque me recusei a ser velho, aceitei a beleza doenvelhecimento. Porque cada idade tem seu contributo, tem a sua maravilha, tem as suas conquistas.

    E no pode haver nada mais fascinante, do que cada momento do vir a ser.A verdadeira psicologia no apenas aquela do que fomos, do que fizemos, do ondeestvamos. Mas essa proposta das nossas possibilidades inatas, desse imenso oceano a descobrir, aconquistar, dessas terras do sem fim, por onde ns iremos caminhar. Na medida em que ns nosesforarmos, a memria atende exceto, diante das psicopatologias ou de outros processosdegenerativos que fazem parte da nossa mquina. Este o sculo das pessoas macrbias.

    Eu me recordo, por exemplo, de Charles De Gaulle e Golda Meyer, e de quantos homens emulheres notveis, que ao ultrapassar os 80 anos, risonhos e joviais. A est Chico Xavier, comaproximadamente 88 anos, e sempre dizendo: A mquina est gasta, mas eu estou muito bemcomandando a mquina. E vemos no entanto, mquinas jovens, novas, to mal direcionadas e togastas. Porque os comandos perderam a linha do equilbrio.

    Uma das condies para a sade mental, o exerccio dos neuro-peptdios, da mquina denatureza psquica. No dar trgua a mquina cuja a funo atender as exigncias do Eu superior,tambm chamado Self, tambm chamado esprito, tambm com outras designaes conforme acorrente filosfica, cultural ou religiosa que cada um professe. Mas se estabeleceu que esse ser

  • 7/23/2019 Cura e Autocura - Palestra de Divaldo Pereira Franco (CELD)

    3/15

    14 ENCONTRO ESPRITA SOBRE MEDICINA ESPIRITUAL - 2003 3

    profundo, esse ser transpessoal que independe do crebro, o comandante da mquina. E elaatende-o, conforme o direcionamento que ele d, tendo-lhe as rdeas na mo.

    Afirmvamos que somente velho quem quer. Conheo pessoas, que a partir dos 40 anos,aos 45, principalmente quando se aposentam, que assinam o prprio atestado de decadncia. A

    palavra aposentado passou a ser o carimbo da senectude. Ele aposentado, intil, a cadeiravelha que rasgou a palhinha e se coloca no canto e no deixa ningum sentar, porque est furada.

    A sim uma coisa velha. Mas a pessoa aposenta-se para comear a trabalhar.Na ndia ns vamos encontrar no Bagadar Vita, e particularmente no Vedanta uma proposta

    comportamental. O indivduo at os 18 anos, pertence aos seus pais, dos 18 aos 50, pertence afamlia, a partir dos 50, pertence a si mesmo, para entregar-se a vida espiritual, ele totalmentelivre. o momento da sua maturidade, das suas experincias. Mas, ns somos escravos deconvenes, de imposies injustificveis, de tabus e de supersties.

    Em nosso pas, uma pessoa aposentada, assinalada por esse timbre de decadncia orgnica emental, um indivduo que se nega a viver. E no pode haver um espetculo mais hediondo, do queas pessoas com mais de 40 anos, principalmente os homens, de bon, numa praa pblica, jogandodama ou gamo e falando dos seus maravilhosos, detestveis tempos do passado. Porque nada mais detestvel do que o meu tempo. Ah! Antigamente. Era horrvel. Nada pior do que as

    viagens de antigamente. A pessoa de guarda p branco para entupir-se de areia e de p de todas ascores. Nada mais maravilhoso hoje, do que uma pista de asfalto ou o suave deslizar de um avio.

    Sou pioneiro na aviao. Viajei nos primeiros que chegaram ao Brasil na dcada de 40. Eposso avaliar hoje, um boeing atravessando o oceano e indo pousar suavemente, em outrocontinente, na Europa ou na sia. A pessoa sair to confortavelmente quanto entrou, sem dar-seconta da viagem que fez.

    Ento ns devemos negar-nos, para uma boa sade psicolgica, a esse timbre de seraposentado. Apresentaria uma sugesto s esposas: ponham para fora de casa os maridosaposentados. No pode haver nada pior do que um homem aposentado dentro de casa. A mulherliga a luz, ele apaga. Ela abre o bico de gs, ele apaga, para fazer economia. No admitam, ponham-no para trabalhar no Lar Fabiano de Cristo, que aceita esses mamutes para reatualiz-los.

    E tambm a mulher, no perodo mais belo da sua vida, quando ela desabrocha. No podehaver nada mais belo e pleno do que a mulher de 40 anos, 50 e 70 tambm. Que a plenitude. Amulher de Balzac j est totalmente ultrapassada. (30 anos seria Balzaquiana.)

    Sade um estado de esprito e o esprito jovial sempre saudvel.Jung dividiu a humanidade em dois bitipos: o introvertido, que sempre um candidato a

    doenas e o extrovertido, que um indivduo saudvel, aquele que facilmente faz a catarse, queexterioriza conflitos, que se libera de todo esse tormento.

    William James tambm dividiu as criaturas em dois grupos: os indivduos fortes e osindivduos fracos. Os indivduos fortes so aqueles que se aceitam como so e se ama exatamente

    porque assim o ! O indivduo fraco aquele mesquinho, calceta, reclamador, descontente, sempre

    ambiciona aquilo que jamais ter. Tem por meta algo que nunca conseguir, porque ele atormentado psicologicamente.Ser possvel manter sade desde que saibamos manter o estado de esprito.O Dr. Berg Single, cirurgio oncologista, paladino da sade integral. Eu, por exemplo,

    poderei aqui estar, absolutamente saudvel, com um cncer em grande desenvolvimento.Tecnicamente, eu estaria doente, mas como esse cncer ainda no atingiu os feixes de nervossensveis e o meu crebro no detectou a dor, eu estou com sade.

    Ento, sade esse bem estar, que ns poderemos e deveremos manter quando a doena noschama a ateno para a problemtica da agresso ao organismo fsico, aos sentimentos ou aosdistrbios mais profundos da psique.

    Ele narra do seu consultrio, uma bela experincia. No ms de janeiro de 1981, chegou um

    paciente com 78 anos, John Florio. Homem jovial, corado e de muito bom aspecto. Ele disse queoportunamente sentia um mal estar estomacal. Na poca foi detectado uma lcera. Naquele tempoele era de temperamento violento, estava de mal com a vida. Resolveu dedicar-se a jardinagem. Enotou que o mundo muito bonito e pode ser ainda mais belo, se ns o auxiliarmos. Se ao invs de

  • 7/23/2019 Cura e Autocura - Palestra de Divaldo Pereira Franco (CELD)

    4/15

    4 14 ENCONTRO ESPRITA SOBRE MEDICINA ESPIRITUAL - 2003

    deixarmos espinhos pelo caminho, plantarmos flores, rvores que dem flores e que sejamfrutferas. E agora ele estava com cncer e ali estava exatamente para que o mdico pudesse fazeruma avaliao. Ele levara todos os exames e quando o mdico viu a extenso do cncer, sugeriu-lheuma cirurgia imediata. Operando teria uma sobrevida de seis a dez meses. No operando teria umasobre vida de dois a quatro meses, caso no ocorra uma parada cardaca.

    Ele ento diz: Como eu me amo, vou dizer para o cncer, que me respeite. Vou dizer

    para o estmago, que por favor se imponha, que no admita que um sujeito estranho lhe invada aresidncia, crie uma situao desagradvel e se expanda. Assim que passe a primavera, eu voltareidoutor.

    E o mdico disse: No posso forar.Esqueceu-se do cliente. Oportunamente ele chegou ao seu consultrio e ao examinar as

    fichas da clientela para atender no dia, l estava John Florio. Ele verificou que se haviam passado 6meses. Chamou a enfermeira e lhe disse:

    Voc se enganou, este homem j morreu. Ento ressuscitou, porque ele est a na sala. Mas no pode, ele deve estar alquebrado. No parece.

    Ento mande-o entrar.E John Florio entrou sorridente e disse: Ol doutor, vim operar-me agora.Fez uma bateria de exames e o cncer no havia crescido, nem tinha metstase. Ele foi

    operado e retirou partes do estmago. Recomendou quimioterapia como medida preventiva.Mais tarde, 6 anos, chegava ao consultrio e l estava a ficha dele. Pensou: Ele no pode

    estar com 84 anos, aps uma cirurgia to delicada.Ele entrou sorridente, corado: Ol doutor. Veio fazer alguma reviso? No. Eu esqueci de fazer uma pergunta. E tenho urgncia em fazer doutor. Gostaria de

    saber o que eu posso comer doutor? O senhor coma ao inoxidvel com qualquer substncia corrosiva, porque no senhor no

    faz mal. Agora sente-se e me explique o que o senhor fez da sua vida. Eu tinha dito ao senhor que o estmago tinha que reclamar com o cncer e diariamente

    eu dizia para o estmago: voc se alimentou o suficiente, agora vai se alimentar o necessrio.Porque eu preciso viver, colocar beleza no mundo, ter alegria e estou planejando com a minhafamlia a celebrao do meu centsimo aniversrio.

    Diante da doena podemos tomar uma das 3 seguintes atitudes: revolta (por que eu?),passividade (eu) ou naturalidade (tambm eu). Afinal, todos ns estamos na ala de mira dosfenmenos patolgicos, biolgicos, psicopatolgicos. Por que eu? Porque sou uma criatura humanae acontece com todos. A nica exceo que existiu na Terra, Jesus Cristo. Ele jamais enfermou,

    porque era um excelente psicoterapeuta, que fazia a auto cura e aos outros curava.

    Todos passamos por essas experincias que so eminentemente psicobiolgicas, damaquinaria fisiolgica. Ento, ns deveramos perguntar diante dessa intercorrencia da notciacruel: Por que eu? Porque tambm estou vivo e maravilhoso estar vivo.

    Conta Berg Single, que uma paciente que estava com um processo degenerativoirrecupervel. Era enfermeira em um hospital, a doena apresentou-se lentamente, foi se instalandoe ela recebeu o diagnstico de esclerose mltipla irreversvel. Ela perguntou ao mdico: Quantotempo? Ele lhe respondeu: 6 meses. A senhora deseja ser til humanidade? Assine,oferecendo seu corpo para investigaes mdicas. Ele foi muito sutil e otimista. Ela recusou-se adar o corpo a algum que lhe acabava de tirar a razo de viver.

    Foi para casa e no dia seguinte o hospital despediu-a e no dia imediato, enquanto ela estavatratamento mdico, a sua residncia foi invadida e roubaram-lhe tudo o que de melhor ela tinha.

    Quando ela chegou de cadeira de rodas e a enfermeira deixou-a diante do espelho, ela olhou aquelecorpo e odiou. Odiou com todas as veras do sentimento e descobriu que sempre havia odiado ocorpo. Sempre se havia detestado, como sendo uma mulher que no tinha o direito de ser feliz emuito menos de viver em harmonia.

  • 7/23/2019 Cura e Autocura - Palestra de Divaldo Pereira Franco (CELD)

    5/15

    14 ENCONTRO ESPRITA SOBRE MEDICINA ESPIRITUAL - 2003 5

    A enfermidade foi se desenvolvendo, crescendo, imobilizando-a. Em certo dia, enquantoestava sendo preparada para o banho, ela se olhou no espelho. A perna direita, absolutamentefragilizada, era reminiscncia de uma paralisia infantil. A outra que era normal, parecia deformada

    junto daquela frgil. O corpo, desprezvel, cado, informe. Ela ento desejou morrer. Ela contava 24anos, era to jovem e morrer era um alvio. Ningum nunca a tinha dito: Eu amo voc.

    Ela lembrou-se que havia lido oportunamente a referncia de um grande cientista de

    Harvard, Dr. Marck Lider, havia dito que estava medindo a curvatura do amor e a interferncia doamor nos linfcitos e no sistema imunolgico. Poder o amor, um sentimento, mudar odesenvolvimento dos linfcitos e trabalhar no sistema imunolgico? Ele partia de uma premissa. Eletivera oportunidade de assistir uma conferncia de um desvairado, um psiclogo tresloucado. Eledizia que a interao mente-corpo, esprito-matria era possvel. E que atravs da mente o indivduo

    pode retificar o metabolismo orgnico, o equilbrio fisiolgico. E claro, o grupo de cientistas sorriucomplacente e misericordioso daquela estupidez.

    Ele foi convidado a desenvolver um seminrio em Harvard. E demonstrou que era mesmoum psicopata. Ao invs de se ater ao seminrio, ele tomou de um livro e comeou a ler a histriados amantes de Lady Chaterli. Comeou a ler, particularmente naquele ngulo ertico, em que sodescritas as cenas mais agressivas de uma sensualidade vil. Subitamente parou, olhou o auditrio e

    disse: Creio que 90% dos senhores e senhoras, esto com reaes fisiolgicas no aparelhogensico. No verdade? Houve um leve murmrio na platia. verdade, porque eu tambmestou sensibilizado e eu penso que os senhores tambm so pessoas normais.

    Todos disseram: claro, o senhor encenou, ns vimos a cena, ns a vivemos.Ele disse: Os senhores acreditam que a sua mente pode ativar o aparelho gensico?Responderam: bvio.Ele disse: E por que no pode ativar o sistema imunolgico? uma questo de

    aparelhagem. Se direcionarmos para uma rea temos uma resposta. Se direcionarmos para outra,temos outra resposta. E eu fao parte da corrente neuro-fisiolgica, que no separa em trs sistemaso nosso organismo: sistema nervoso central, endcrino e sistema imunolgico. Eu proponho queseja erguida uma nova cincia, psico-neuro-imunologia. Atravs do psiquismo haver uma reaoneurolgica, e claro, de efeitos imunolgicos.

    Ela havia lido isso. Ento, comeou a pensar que durante a vida inteira esteve matando-se eagora estava morrendo.

    No foi a doena que se instalou no organismo, foi ela quem instalou no seu organismo adoena. Era um mecanismo do inconsciente para tir-la daquela situao detestvel, daquele corpoque lhe era to desagradvel.

    A cincia hoje mais ousada, chama de psico-neuro-endcrino-imunologia. A menteatuando no nosso sistema psquico, endcrino, naturalmente, vai atender ao aparelho imunolgico.E ns poderemos, por intermdio dos peptdeos, neuro-peptdeos e das enzimas, restabelecer oequilbrio. Mas no se trata apenas de uma proposta para que se creia, uma realidade demonstrada

    em laboratrio.Entre os grandes ases da Fsica Quntica e Nuclear, que adotam como uma realidade,destacam-se: David Bon um dos pais da Fsica e Stil Wolf. Eles estabeleceram que o medo, o

    pessimismo e o azedume, produz reaes em nosso campo de eltrons. O amor, a afetividade, aesperana, a alegria, tem a ver com nossas molculas fton. So essas que preservam a vida,enquanto aquelas desgastam as energias da vida.

    Aquela jovem, Eve, acordou naquele momento, e j que precisava viver, era necessriomudar sua atitude mental. Como fazer? Amar esse corpo horrvel? Ela havia sonhado sempre em seresbelta, em ter medidas exatas, que nunca ia conseguir por causa da perna, que foi vitimada pela

    paralisia infantil. Mas agora, que ela estava pela primeira vez meditando, sem nenhum curso,nenhuma tcnica, simplesmente, estava reflexionando em torno de si.

    Ser que ns aqui, j reflexionamos entorno do Si que somos? Ser que j paramos parafazer uma anlise do Si profundo ou sempre estamos esbravejando, pedindo, agradecendo, tudorpido? Pela primeira vez ela estava fazendo essa anlise: Se eu quero viver, eu deverei mudar omeu padro de correntes alternativas da minha conscincia. As minhas vibraes eletroqumicas do

  • 7/23/2019 Cura e Autocura - Palestra de Divaldo Pereira Franco (CELD)

    6/15

    6 14 ENCONTRO ESPRITA SOBRE MEDICINA ESPIRITUAL - 2003

    meu crebro, as minhas sinapses cerebrais devero ser harmnicas! Se eu fizer umeletroencefalograma, terei um bioritmo dos mais desastrosos.

    Ela ento relaxou, havia tomado banho quente e sem dar-se conta entrou em alfa. Foisuavizando e notou que tinha olhos muito bonitos. Pediu papel a enfermeira e anotou que tinhaolhos muito bonitos. Porque muita gente tem pernas lindas e so vesgas. Ela tinha olhos lindos e as

    pernas frgeis. Os cabelos eram lindos, naturalmente encaracolados. Ela ento, notou que seu rosto

    era muito bem desenhado. Tinha um queixo muito bem trabalhado. Nariz delicado. Ela nunca tinhavisto, porque sempre olhava o que no deveria olhar, o lado que lhe perturbava. E claro, quemcostuma olhar para o pntano no v o cu transparente.

    necessrio que em nosso crcere, possamos tomar uma das duas seguintes atitudes: umapessoa est no crcere ao lado de outra. Um, um homem feliz, o outro um desgraado. Eles tm ocontato com o mundo, um quadrngulo gradeado. Diariamente, cada um chega e olha por aquelequadrngulo. Por que so to diferentes? O primeiro olha sempre para cima e v o sol e o cu. Ooutro olha sempre para baixo, olha a lama e a podrido. O lugar o mesmo, o direcionamento e aaspirao de cada um que diferente.

    Ela comeou a notar o que havia de bonito nela. Pediu a enfermeira para que estabelecesseuma dieta e j que seu corpo estava totalmente modificando-se, pediu um corpete para poder

    sustentar-se e diariamente enxergava naquele espelho no a perna, mas os olhos, o cabelo, ecomeou a dizer a sua enfermidade: Olha est na hora de parar, porque eu vou viver.

    Seis meses depois a enfermidade estava absolutamente estacionada. Seis anos depois aenfermidade havia regredido. Ela continuava com dificuldade de movimentos, mas estava noiva. O

    jovem enfermeiro que foi trabalhar com ela, ficou to encantado com a irradiao que dela saa, quese apaixonou. Ela ento lhe disse: No nos casemos por enquanto. Voc est ainda encantado.Casemo-nos dentro de cinco anos, se eu viver e se voc viver. Porque voc ter tempo de sedesencantar e ter tempo de me amar.

    Quando o livro foi escrito eles deveriam casar-se.O primeiro passo para aquisio da sade: ame-se como voc . Aceite-se como voc . No

    aspire a ser o que voc no vai conseguir.A beleza externa to suscetvel de variao. A infncia leva juventude, a maturidade leva

    senectude, quando no advm a morte antes, e h o momento da desencarnao. Mas quando apessoa interiormente bela, todos os perodos so enriquecedores e quando a pessoa no interiormente plena, todos os perodos so conflitantes.

    Da a primeira regra para viver com sade o auto amor. Ame-se, porque quem no se amaa ningum ama. Trabalhe interiormente para ser saudvel. E quando voc adquirir essa postura, deuma pessoa saudvel, lembre-se de que voc algo mais que um corpo. As clulas esto imantadasumas as outras, graas ao equilbrio psicofsico, na estrutura molecular da Fsica Quntica atravsde ons, uma micro partcula. Micro partcula essa, inerente ao psicossoma, ao perisprito, ao corpoastral, como se queira. este campo modelador que estrutura as clulas, graas ao agente, que o

    esprito. O esprito que pensa, esse campo vibratrio que modela, a matria que se corporifica. Docampo da mente, vem a realidade para o mundo da forma. Do mundo da forma vo as mensagenspara o campo da mente.

    No ignoramos que h em volta da Terra um campo magntico, ns no sentimos nada. Masuma bssola, de imediato detecta o norte magntico do planeta. Ns temos um campo de energiaespecfica, chamado aura. a irradiao da realidade que somos. Da realidade pensante, que omundo causal. Da realidade verbal, aquilo que exteriorizamos, da realidade atuante, aquilo quefazemos. Essa irradiao tem o degrad de tonalidades que correspondem a mente, ao verbo e aao. Ao pensamento, desejo e o mundo da forma.

    natural que de acordo com aquilo que ns cultivamos, exteriorizamos respostasequivalentes.

    Se comearmos o trabalho de auto amor, vamos estimular os linfcitos, o aparelhoimunolgico. E digo isso, sem presuno, com autoridade, porque eu me recusei a morrer. Tive umenfarte do miocrdio, h 15 anos, logo depois uma parada cardaca, vi-me morto, olhei o corpo, os

  • 7/23/2019 Cura e Autocura - Palestra de Divaldo Pereira Franco (CELD)

    7/15

    14 ENCONTRO ESPRITA SOBRE MEDICINA ESPIRITUAL - 2003 7

    meus filhos chorando. O meu filho mdico disse: Tio Divaldo acaba de morrer. Eu digo assim:Ele est enganado. No morri, sa do corpo, que maravilhoso.

    Meu guia espiritual me havia dito faz anos: Quando te acontecer algo e despertares aturdidoe eu me apresentar, j desencarnastes. Ento disse: S falta agora me aparecer Joanna De ngelis.Olhei em volta, desejando que ela no aparecesse e ela no apareceu.

    Apareceu minha me que j era desencarnada. Ela disse: Meu filho, os espritos nobres,

    aqueles que conduzem a tua existncia na Terra, esto discutindo se tu vais ficar ou se tu voltars.Eu disse: O que a senhora est fazendo aqui? v para l depressa! Vai interferir, v dar uma deadvogado. No que eu tenha medo da morte, que eu quero viver mais um pouquinho. Eladesapareceu e dali a pouco retornou sorrindo e me chamou como de hbito: Di meu filho, elesresolveram que tu vais ficar na Terra. Ento, senti uma dor terrvel no peito, era o enfarte. Mas, euabri o olho e disse: Meu Deus, estou vivo.

    Porque naqueles minutos antes, eu tive uma conversa com Deus, de filho para Pai, nada depadrasto para com enteado. Eu disse: Se eu ficar, o Senhor vai continuar me governando. Se euvoltar, o Senhor vai ficar me governando, qual a diferena? Para o Senhor nenhuma, mas paramim muito importante que eu volte. Eu s Lhe peo 10 anos.

    Eu voltei meus amigos e aqui estou. Usei vaso-dilatadores que facilitavam o corao e

    arrebentavam a cabea de dores. At que um dia eu disse: como eu pedi 10 anos, no vou me gastarcom tanto remdio. Comecei a trabalhar, comecei a me dizer: vamos corrigir esse corao. Estavacom 95% de uma artria bloqueada, 70% de outra e 35% de outra. Porque comigo assim, tudo ounada, foi logo uma coleo de bloqueios. Ento, eu comecei a trabalhar e a desbloque-las.

    Um esprito muito amigo, que dialoga comigo desde quando eu era muito jovem, alis nofaz muito tempo, ele me disse: Divaldo, tu s to mesquinho, avaro, insignificante. Eu disse: Muito obrigado, so palavras estimuladoras, mas por que? Ele respondeu: Tu pediste a Deus 10anos, j se passaram 8, s te faltam 2. Por que no pediste 50? Eu j estava com cinqenta e tal,com mais 50 era abusar. Ele disse: Mas Divaldo a Deus nunca se pede pouco. Pede-se muito,

    porque se Ele estiver de mal humor ele corta a metade.Ento, ele me contou uma anedota de esprito. Um esprito chegou-se at Deus e perguntou:

    Senhor, eu no tenho idia da eternidade, ajude-me. Para que eu conceba a eternidade, 1 trilhode anos, que tempo representa na eternidade para vs?

    Deus respondeu: Um segundo.Ele perguntou: E 1 trilho de dlares?Deus disse: Para mim, 1 trilho de dlares representam 1 centavo.A alma disse: Senhor, ento d-me 1 centavo.E Deus respondeu: Espera 1 segundo.Tu deverias pedir a Deus, Divaldo, 50 anos. E eu que tenho a cabea rpida disse: Eu pedi

    10 anos, foi o que saiu. Mas eu pensei viver at o ano 2010, foi o que eu quis dizer. E como j sepassaram 15, Ele leu o meu pensamento naturalmente. Eu j estou pensando o que vou dizer em

    2008. H 1 ano e 8 meses, na srie de checkup que fao a cada semestre, eu estava radicalmentecurado e o meu cardiologista, que um filho adotivo, disse: Tio, o que voc fez? Eu disse: merecusei a ser cardaco, eu acho to enjoado ficar respirando com dificuldade. Imagina fazer palestrae um momentinho que eu vou respirar. No, eu me recusei, eu amo uma doutrina de otimismo, devida, o que no quer dizer que eu v morrer.

    O auto amor, eu descobri que no me amava. Eu pregava o amor aos outros. Eu ainda nohavia feito uma avaliao, porque eu vinha de uma doutrina muito castradora, de uma convicoreligiosa muito pessimista, negar o mundo para afirmar Deus, negar-se para entregar-se a Deus.

    No, no est no Evangelho. Negar o mundo, no ser mundano, pervertido. afirmar o mundosendo cidado. Optar por Deus, ter Deus dentro, no se pode amar o Deus de fora se no ama o

    deus que est em ns. necessrio que eu primeiro ame o deus que sou, para poder identificar oDeus no qual estou.Jesus disse-nos isso: Se vs no amais ao que vedes, como amareis aquilo que no vedes.

  • 7/23/2019 Cura e Autocura - Palestra de Divaldo Pereira Franco (CELD)

    8/15

    8 14 ENCONTRO ESPRITA SOBRE MEDICINA ESPIRITUAL - 2003

    A moderna proposta das terapias alternativas na rea da psicologia transpessoal e na rea dasdoutrinas da auto-cura e da cura aos demais, comea no auto amor.

    Um amigo disse: Ser que voc no est divulgando o orgulho, o egosmo? Auto amar-seno ter egosmo? eu disse: No. Eu conheo pessoas que se detestam e so eglatras, amam aoego, no a si. O ego a mscara. Egosta aquele que aambarca para si. Auto estima e auto amor aquele que trabalha para ser melhor. Para expender luz, o que pe combustvel na chama, para que

    ela adquira tonalidades mirficas e possa brilhar. Essa a diferena sutil.Quando eu descobri que no me amava, isto , muitas vezes me impunha sacrifcios

    absolutamente desnecessrios. Era uma reminiscncia masoquista. Deus no de sofredores, eleama os sofredores tambm, mas dos triunfadores, sofredores que chegaro l. No esse Deus dosinfelizes, que Castro Alves canta to bem no Degredo da frica, quando ele fala do Deus dosescravos, dos infelizes, do navio negreiro. Mas o Deus que deseja a nossa plenitude, no o Deusque quer que ns soframos. O sofrimento opo nossa. Ele o enfoque errado que nsadquirimos, porque optamos por uma atitude menos feliz. A viso de Deus no punitiva, educativa, reparadora.

    Se eu causar um prejuzo a essa casa de espetculos, importa aos seus proprietrios que oprejuzo seja resgatado, no importante para eles quem faa o resgate. Agora, para mim

    importante que eu no fique a dever quem pague o resgate por mim. Se um amigo resgatar por mim,eu no poderei dizer que estou livre, porque meu dbito mudou s de mo. Mas, na hora que eu faaalgo a algum que corresponda em equivalncia quele valor, eu estou quite com a lei universal.

    Por isso que o perdo bom para quem perdoa, no para quem perdoado. E se a pessoatambm no perdoa, problema dela. Porque o outro se auto perdoa. O segundo passo esse: perdoe-se, d-se o direito de ser gente, e quem gente se equivoca. Tire da cabea essa idia de pecado,essa idia castradora do mal. O mal real do ponto de vista filosfico no existe. O mal apenas aausncia do bem. a sensao desagradvel que foi resultado de uma escolha infeliz, uma escolhanegativa.

    Agora vamos partir para a segunda etapa, que o auto perdo. Muitos dizem: Eu perdocom muita facilidade, mas no esqueo. No esquea mesmo, psicolgico. Porque esquecer damemria, perdoar do sentimento, e nem sempre a memria apaga quando ns queremos. Perdoar no desejar o mesmo mal que nos foi feito. dar o direito de ser uma pessoa menos feliz e norevidar. No amar tresvairadamente.

    Ns vamos comear a nos perdoar, mas perdoar mesmo.Uma senhora me disse que cometeu 16 abortos, e esperou que eu tivesse uma reao. Eu

    disse assim: Pois no. O senhor no se espanta?No senhora. Mas por que no? Porque a senhora teve o direito de praticar os 16 abortos. Mas no um crime? J outra coisa, estamos agora no julgamento. A senhora me contou o crime. Vamos deixar

    o julgamento para a sua conscincia e a Divindade. Tem a sua justificativa, mas a senhorano tem o direito agora de destruir a vida porque cometeu 16 abortos. A senhora est viva,no deveria ter feito, mas fez. Vamos agora tentar reparar os danos que causou.

    Mas como? Eu no poderei ter 16 filhos na idade em que estou. A senhora comece procurando algumas crianas que necessitam estudar e que tem

    dificuldade, ajude-as. Ajude familiares menos abastecidos economicamente. Ajude-seprimeiro a si. Faa uma anlise do porque. J que a senhora sabe que o sexo leva aconseqncias dessa natureza. Refaa seus conceitos e comece tudo outra vez.

    Mas seu Divaldo, todo mundo me condena. Mas no importante que os outros lhe condene, ns nos condenamos reciprocamente por

    mecanismos de transferncia. Faz-nos bem condenar os outros. Preocupe-se com o seuestado de conscincia. O que a senhora sente?

    Me sinto abjeta.

  • 7/23/2019 Cura e Autocura - Palestra de Divaldo Pereira Franco (CELD)

    9/15

    14 ENCONTRO ESPRITA SOBRE MEDICINA ESPIRITUAL - 2003 9

    Pois agora comece a sentir-se gente. Viva plenamente, ame. At agora a senhora no amou,a senhora experienciou manifestaes sexuais, e elas deixaram queimaduras morais, tenteamar.

    Senhor Divaldo, estou com cncer uterino. Foram os 16 abortos? Eu conheo muita gente que tem cncer uterino e nunca teve relacionamento sexual. Por que

    temos que fazer logo a culpa e a punio? No, uma incidncia natural, porque a senhora

    tem tero, se no tivesse tero, teria cncer de outra coisa. Mas o que fazer? Siga a orientao do mdico e diga ao seu tero cansado: desculpe-me meu amigo, vamos

    recomear tudo. No questo de arrepender-se e ficar atormentada, sair de um conflito,para outro conflito. Liberte-se do conflito. A senhora reconhece que no deveria ter feito, ok.Comece a fazer coisas que a senhora acha que deve e que pode fazer.

    Ela fez uma histerctomia, libertou-se do tero, dos rgos anexos, continua uma mulherplena, no morreu. Mudou de atitude. Ningum agora leve para o outro lado que eu sou favorvelao aborto, no se trata disso.

    O aborto um crime hediondo. Eu no sou juiz daqueles que abortam. E a finalidade psicoterapeutica e no condenatria. A pessoa tem o direito de fazer da sua vida o que lhe apraz, e

    sofrer as conseqncias daquilo que elegeu. A nossa funo teraputica, ajudar a pessoa a sair doconflito, a sair do problema.Ento, eu comecei a trabalh-la no auto-perdo. Ela me diz: Eu tenho dificuldade. Porque

    no amou a nenhum desses homens, no dia em que voc amar a um homem e fizer a curva daternura, vai ver como possvel perdoar-se.

    Ela j est com 50 anos. No encontrou especificamente um amor, mas ela resolveu amar efoi muito melhor. Agora ela ama a muitas pessoas, est muito tranqila. E um amigo que comume que lhe conhece o conflito, disse: Mas Divaldo, no sei como voc suporta Dona Fulana, ela to obsidiada. E eu perguntei: Como voc sabe? Ele respondeu: Ela abortista. E como vocsabe que ela tem obsessores? Aqueles que ela matou a esto obsidiando. Eu disse: Curioso, eununca vi. Porque o Deus a quem eu amo, no aquele que pune com obsessores, o que abre a

    porta para quem deseja redeno.E confesso que nunca me detive a ver se ela tinha obsessores ou anjos de luz. Por que no importante, o importante ela ser feliz.

    Ento, o segundo passo o perdoe-se. Se ns no auto amamos, poderemos amar. Se ns nosauto perdoamos, poderemos perdoar. Nessa condio, j estamos fazendo a auto cura, porqueencontraremos a alegria de viver, motivao para viver e teremos o significado em nossas vidas,que antes eram vazias. Esse o perodo das pessoas vazias. Pessoas sem significado existencial. So

    pessoas queixosas, esto s na superfcie, ainda no entraram, no quiseram ter o desafio de autopenetrar-se. Na hora que eu comear a entender que tenho o direito de errar, eu darei esse direitoaos meus irmos que erram. Porque se eu erro, porque eles no? Dou-lhes o direito e a vida se mefar muito mais saudvel.

    O Doutor Norman, teve oportunidade de fazer uma anlise, na Universidade da Califrnia edepois de um estudo cuidadoso, ele observou que os pacientes terminais que riem, recobram a vidae os que introjetam conflito, morrem mais rapidamente. Ao lado de uma mdica da mesmaUniversidade, o Doutor Norman constatou que o riso jovial, natural e descontrado, proporcionasade ao organismo. E passaram eles a experincias cientficas. Tomaram pacientes portadores deAIDS, cncer e outras doenas degenerativas e colocaram em uma sala, projetando filmes deCharles Chaplin, dos irmos Marx, dos Trs Patetas e outros. No comeo os pacientes estavaminimigos da vida, mas os filmes, principalmente, dos irmos patetas, eram to estpidos que

    provocavam risos. E na medida que se foram entregando, terminaram pela opo do riso.Terminada a experincia tiveram medida a saliva, e ento, se constatou que naqueles pacientes quehaviam sorrido bastante, havia uma alta dosagem de imunoglobulina. Uma enzima que imuniza oindivduo a determinadas infeces. Pegaram os jovens estudantes UCLA e colocaram numa sala e

    projetaram filmes de sexo explcito, de guerra do Vietn, o clebre Apocalipse Now. Quando

  • 7/23/2019 Cura e Autocura - Palestra de Divaldo Pereira Franco (CELD)

    10/15

    10 14 ENCONTRO ESPRITA SOBRE MEDICINA ESPIRITUAL - 2003

    terminaram, mediram a saliva e eles estavam com grande deficincia de imunoglobulina. Alguns jsaram da sala resfriados. Portanto, suscetveis a diversas infeces respiratrias.

    As experincias foram to notveis, que a viva McDonald, ofereceu 2 milhes de dlarespara que as experincias tivessem prosseguimento. E o Dr. Norman e a Dra. Brbara Millandemonstraram para outros cientistas que adotaram o mtodo, que sorrir faz bem.

    O Dr. Berg Single aceitou em sua casa uma paciente. E depois de trs meses, ela

    despedindo-se, curada do cncer, disse-lhe: Notei uma peculiaridade na sua famlia e tenhointeresse em relatar. Notei que uma famlia americana normal, que todo mundo briga. S quedepois da briga, continuam falando-se naturalmente. L em casa no, quando ns brigamos, nsmantemos essa situao, as vezes, por semanas. Ficamos de mal, aqui no. E ele anotou: Aceiteicomo um elogio. Outra pessoa poderia aceitar como falta de vergonha da famlia. Eu aceitei comouma referncia otimista, porque guardar ressentimento intoxicar-se. A pessoa que carrega mgoas,carrega lixo atmico no seu mundo interior. claro que vai haver uma exploso, a questo dequando haver essa exploso?

    No auto amor, no auto perdo, surge agora a auto libertao. Libertemo-nos da opinio dosoutros. Respeitemo-las, mas no nos escravizemos. Mantenhamos o nosso dever social derelacionamento, mas a opinio das pessoas tem o valor que ns lhes emprestamos. Na hora em que

    eu achar que a opinio de uma pessoa no tem sentido, ela perde totalmente o sentido. Na hora queeu achar que ela muito importante para a minha vida, ela se torna um algoz da minha existncia.

    Por que ento vou guardar ressentimento porque algum falou mal de mim? Mas umamaravilha. As pessoas que vivem do pblico, adoram serem mal faladas. Quanto mais mal faladas,mais vendem. Ns temos a tendncia de gostar do grotesco. A est a mdia, apresentando ogrotesco. Atingindo altos ndices. Por que? Porque ns projetamos a nossa imagem no grotesco. atransferncia psicolgica. Vemos fazer o que ns gostaramos de fazer e no nos atrevemos. Onosso grande esforo para no fazermos o que grotesco. Estamos saindo da fase primria do

    processo da evoluo, galgando patamares mais elevados, mais nobres. Patamares superiores e maisenriquecedores.

    Ento, a terapia do riso muito boa e ademais, um tcnico de beleza disse, que a pessoa queri no envelhece, por causa da imunoglobulina. No faz p de galinha, a melhor massagem,

    porque o msculo risrio foi feito para mover-se e quando ns o contramos, ns matamos avitalidade de algumas clulas que deixam sulcos.

    A grande proposta do curar-se, remontar as causas para diluir os efeitos. No adiantamanter causas e trabalhar nos efeitos, porque eles iro sucedendo-se na razo direta da sua prpriacausalidade. Somente a partir da auto cura que ns podemos pensar em curar os outros.

    No Evangelho Segundo o Espiritismo, sem nenhuma tendncia doutrinria, nem nenhumobjetivo doutrinal, h uma frase admirvel dentre outras, em que feita essa proposta: Mdico,cura-te a ti mesmo.

    Ns sempre falamos do contgio da doena, porque no falamos do contgio da sade. J

    notaram o quanto saudvel conviver com pessoas saudveis. O quanto agradvel conviver compessoas otimistas. O quanto faz bem estarmos ao lado de pessoas que so comunicativas. As vezesdizemos: Eu gosto tanto de Fulano, no sei por que? Porque nos d uma mensagem deencantamento. No necessrio que a mensagem esteja rotulada, direcionada. A violeta escondidaexala perfume no ar e todos a sentem, mesmo sem a ver.

    Como diz Joanna de ngelis, tudo comea no pensamento. Toda vez que vir o pensamentonegativo, j que voc no pode viver sem pensar, mude para um pensamento positivo. J que

    pensar, pensa coisa boa.Eu fiz um seminrio para 1900 pessoas num imenso salo e fiz uma visualizao teraputica.

    Ao terminar, fiz uma avaliao. A proposta era recordar de um momento feliz de sua vida. E naavaliao, perguntei se algum por acaso, no conseguiu recordar-se de um momento feliz.

    Levantou-se uma senhora da minha idade e disse que no conseguiu. Eu olhei para ela e com olhoclnico calculei que era minha contempornea. E perguntei: Por que no? Porque nunca tive um momento feliz na minha vida.

  • 7/23/2019 Cura e Autocura - Palestra de Divaldo Pereira Franco (CELD)

    11/15

    14 ENCONTRO ESPRITA SOBRE MEDICINA ESPIRITUAL - 2003 11

    A senhora uma dama muito bonita, deve ter sido uma jovem bem atraente. A senhoranamorou?

    Oh!!! Ento a senhora teve muitos momentos felizes. O senhor precisava ver as buchas que eu namorei. Mas a senhora casou?

    Ah! Sim, eu me casei. Ento a senhora teve um momento feliz.

    Senhor Divaldo, eu descobri depois que ele era um alcolatra. A senhora se tornou me? Sim, duas vezes. O ps-parto produz uma reao fisiolgica de bem estar. Todo mundo dorme, at os

    maridos. Porque h um relax. A senhora teve dois momentos plenificadores, fisio-psicolgico.

    O senhor precisa ver os filhos que eu tenho. Um isso e o outro aquilo. A senhora j notou que s se fixou no depois e no no durante? Que uma tendncia

    masoquista para ser infeliz. A senhora quer que eu tenha pena da senhora, no tenho. detestvel ter pena. Mas h pessoas que adoram. J vem com ar de quarta-feira de cinzas.Eu tinha uma colega, que j chegava e me perguntava como eu a estava vendo hoje. Eu

    dizia: tima. Mas Divaldo eu estou to acabada.Vamos ver se meu otimismo vence a criatura. Trs, quatro meses depois, ela me pegou no

    dia errado, era eu que no estava bem. Quando foi chegando e me perguntou: E ento? e disse:Est horrorosa. Imagina se algum vai namorar com uma coisa dessa. Ela disse: Ave Maria vocno est nada bem. Ficou boa. Nunca mais me perguntou. Tratamento de choque. Quando elachegava me olhava j dizia: Estou tima.

    Ns temos o mal verso de cultivar as coisas negativas, para inspirarmos compaixo.Complexo de inferioridade. Achamos que no somos capazes de inspirar amor. Todos somos

    capazes de inspirar amor, talvez no da pessoa que ns amemos. Ela no obrigada a me amar, elatem esse direito. Ela por sua vez vai amar a outra, que no a ama. Que vai amar a outro que no oama, que vai amar algum que no a ama. At um dia que aparece uma coisa e diz assim: Eu teamo. A gente olha, no era exatamente o que a gente queria, mas numa poca de jejum, qualquercoisa serve. A gente diz assim: At que engraadinho. E vai descobrir depois que o amor danossa vida. Aquele ser encantador projeo da imagem. A maioria de ns se casa, adquire

    parceiro, personalidade, personagem, que projetam exatamente o que no so. A gente se apaixonapela imagem. Hoje to comum: Olha meu bem, at logo, porque acabou o amor. Como se oamor fosse uma gua gotejando e acaba. que a pessoa estava entusiasmada pela imagem. Aimagem perdeu o seu brilho porque revelou-se. Porque se revelou a pessoa, e a gente no gosta da

    pessoa, gostava da aparncia, natural.

    Vamos inspirar amor. Todos inspiramos amor. ns no sabemos quantas pessoas tmidas nosamam e gostariam de nos dizer. Como pesa essa frase: Eu te amo. E se diz invariavelmente quandono se ama, quando se quer conquistar. Quando esto em jogo determinados interesses sexuais, oschamados jogos dos prazeres. Porque, quando realmente essa plenitude, a pessoa tem dificuldadede dizer. Nem timidez nem acanhamento, no, tem dificuldade, porque to profundo.

    Eu conheci em Zurique, num hospital de aidticos, um casal que mais me impressionou. Foiterapia para uma sexloga, que tinha conflitos na rea do comportamento sexual. Eu lhe recomendeique visitasse o casal. Eu os adotei h 4 anos como meus afilhados. Ela tem 25 anos, ele tem 24anos. Ela era soro positivo e ele no sabia. Tiveram um relacionamento, ele se contaminou. Quandoela teve uma doena parasitria e a enfermidade estava em desenvolvimento, ele foi fazer o exame edeu soro positivo.

    O choque, creio, desenvolveu a doena. Eles foram internados na mesma clnica, no mesmoapartamento. O que mais me comoveu, nos muitos dilogos que mantive com ele, atravs deintrprete, porque eles so de lngua alem-suia, foi o amor que eles se tem.

  • 7/23/2019 Cura e Autocura - Palestra de Divaldo Pereira Franco (CELD)

    12/15

    12 14 ENCONTRO ESPRITA SOBRE MEDICINA ESPIRITUAL - 2003

    Eu perguntei ao rapaz se ele no ficou magoado por ela ter contaminado voc? Elerespondeu: Mas ela no sabia. Olha o amor, como tem uma viso bonita. E eu perguntei amoa: E voc no ficou em conflito por ter sido instrumento de contgio para ele? Ela respondeu: No comeo sim, mas eu no tive culpa.

    Uma proposta psicolgica: ningum faa conscincia de culpa. Ningum tem culpa de nada.A nova proposta psicoteraputica: eu sou responsvel, no culpado. A palavra muito importante.

    Eu sou responsvel por este sucesso, mas no so culpado pelo insucesso. Quando eu souresponsvel, eu me reabilito. Quando sou culpado, me auto-puno. No tenho o direito de punir amim mesmo.

    Eu perguntei a ele: Dizem-me que as pessoas portadoras do HIV, em determinadosperodos, tem muito estmulo sexual. Vocs que tinham um relacionamento bastante jovem, agoraque vivem no mesmo quarto com toda liberdade, como vamos de relacionamento? Ele ergueu osobrolho, quase me censurando e disse: Qual o relacionamento? Eu disse: Orelacionamento mais intimo, vocs so to jovens. Ele disse: A gente quase no lembra. Eudisse: Por que no? Ele respondeu: Porque a gente se ama. Porque quando se ama, as vezesnem necessrio, porque amar um momento de busca de plenitude, e o jogo sexual, o momentode busca de sensao, que pode ou no levar a plenitude.

    Ento, quando a gente no se ama, a gente tem desejo. Quando a gente ama, temos emoeselevadas. Eu perguntei para ele: Ela est muito mal, se ela morrer agora, como que voc vai sesentir?

    Eu vou me sentir como se tivesse perdido partes de mim mesmo. Mas por que, meu filho? Porque no sei como preencher o seu vazio.Eu lhe contei, que um psiquiatra materialista me deu esta resposta.Ele disse: Os senhores espiritualistas tm como consolar. Mas eu que s aceito o quimismo

    cerebral, quando se d a anoxia, morreu o ser. Quando algum chega e diz: perdi meu filho, meumarido, o ser que eu mais amava. Eu no tenho que dizer: espere, vai haver o reencontro, estovivos. Eu pergunto: quanto tempo de convivncia voc fruiu desse amor? por quanto tempo? Ah! por 20 anos. Ento, voc tem 20 anos de presena, no deixe que a ausncia esvazie seusentimento. A senhora teve momentos de felicidade incomparveis , mas resolveu eleger osmomentos de felicidade para inspirar compaixo.

    Olhei para aqueles dois corpos, quase cadaverizados. Falei-lhes da imortalidade da alma, vifamiliares ao lado deles. H 4 anos que os visito, desta ltima vez, no ms de maio, ela me disse:me abenoe que vou viajar. Eu disse: minha filha, abenoa-te a ti mesma. Tu te abenoas com anobreza do teu corao. Ningum abenoa a ningum, ningum maldiz a ningum, so palavras. Sens as aceitarmos, tero ressonncia e essa ressonncia perturba-nos, fazendo com que se instaleconflitos e doenas. Mas, tu que te amas, j s abenoada. Eu suplico a Deus que te receba em

    jubilo como tu mereces. No ms de junho ela partiu.

    Ele me descreveu: e agora preencherei a sua ausncia com as lembranas da sua presena.Mas, este um fenmeno natural. A morte inevitvel por mais longa que seja a vida.Quando ns adquirimos esta postura de curar, ns poderemos curar. Porque ns irradiaremos. Umtoque de mo, quantas vezes encontramos uma pessoa na rua e saudamos: que bom ter encontradovoc. E samos renovados. Foi uma cura, algum que nos irradiou uma energia poderosa.

    Uma Universidade em Montreal, Canad, realizou uma experincia monumental sobre essairradiao que temos. Pegaram gua do mar e colocaram no vaso com uma boca larga, gua potvele gua contaminada. Pegaram sementes que ao contato com gua do mar perdem a faculdade degerminao. Colocaram 5 no vaso com gua salgada, com gua potvel e com gua contaminada.Depois plantaram as sementes em tabuleiros. As que vieram da gua salgada no germinaram, dagua potvel germinaram, da gua infeccionada no germinaram. A estava a evidncia cientfica de

    que uma gua contaminada mata o princpio vegetativo. E a gua do mar tambm matava oprincpio vegetativo. Repetiram a experincia, mas colocaram um indivduo saudvel paramagnetizar a gua salgada. Pegaram um indivduo com manifestaes esquizofrnicas, para que

  • 7/23/2019 Cura e Autocura - Palestra de Divaldo Pereira Franco (CELD)

    13/15

    14 ENCONTRO ESPRITA SOBRE MEDICINA ESPIRITUAL - 2003 13

    magnetizasse a gua potvel e pegaram um indivduo com faculdade curadora para quemagnetizasse a gua contaminada.

    Plantaram as sementes. Como no se esperava, a gua salgada que recebeu o magnetismo,repetiu todas as sementes. A gua potvel que recebeu a energia esquizofrnica, no permitiu quenascesse uma semente. A gua contaminada que havia sido magnetizada por um curador, todas assementes germinaram.

    Estava a prova cientfica de que o indivduo irradia a energia que lhe peculiar. Aexperincia foi repetida 5 mil vezes. E nas 5 mil vezes, os dados estatsticos foi que uma energiasaudvel pode mudar o campo vibratrio de algo, algum, que sejam portadores de um desequilbriode qualquer natureza. Como a energia deletria pode desarticular o campo vibratrio de uma pessoasaudvel.

    Quando ns somos bombardeados por uma pessoa pessimista, uma pessoa reclamadora eno temos resistncia, ns entramos na dela. Da a pouco a gente se irrita e fica pior que ele.

    Ter compaixo. A compaixo um sentido altrusta. considerar a pessoa como menos boa,ainda no patamar menos feliz e para que ela saia daquela faixa perturbadora.

    A compaixo no sentido budista, tem outra interpretao. Tudo o que voc fizer, faa compaixo, com ideal, com entrega. Realize esse sentimento com desejo de ajudar esta pessoa

    recalcitrante, dissolvente, desgastante e perturbadora.Ento, voc conseguir ser um curador natural. No necessrio usar talism, usar isto ou

    aquilo, que so artifcios de induo sugestiva. No o talism que cura, a energia sugestiva que otalism leva. Se dissermos: coloque isso no bolso que no vai acontecer mais nada. Essa induo vaiestimular as nossas enzimas para defender-nos, o medicamento placebo.

    Berg Single e os grandes terapeutas desta rea, fizeram experincias com pessoas cominsnia. Pegaram o medicamento placebo e disseram: com este, temos a certeza que vai perder aconscincia, porque nunca falhou. E a pessoa antes de tomar, j ia ficando condicionada, dormia

    profundamente. E pegavam as vezes hipnticos e diziam: eu no sei se vai fazer efeito. A pessoatomava e ficava excitada. a alo induo.

    A auto induo muito mais favorvel. A pessoa vai conjugar bem os verbos ser e estar. Euno sou doente, eu estou doente. Quem , estruturalmente no tem jeito, quem est,condicionalmente, se encontra em trnsito. Ns vamos passar a dizer: eu estou doente, estou comuma infeco, um transtorno.

    Vivemos a poca dos transtornos neurticos. 70% das criaturas estivemos, estamos ouiremos estar com depresso. Um estatstico americano disse que em cada 10 cidados americanos, 7so depressivos. A depresso um transtorno e eventualmente, pode ser uma doena mais profunda,um distrbio com carter psictico mais profundo, um transtorno neurtico.

    Esse estado crepuscular que periodicamente nos abate, saudvel. Porque uma vidapsicologicamente saudvel, no essa linha reta, montona. uma linha sinuosa, em que o medial o equilbrio. Ns teremos piques para a exaltao e teremos os decessos para a depresso.

    Mas, quando ns comeamos a negar-nos a alegria. E consideramo-nos como portadores dodistrbio, ento a, o nosso carter de neuro-pepitdeos mudam e ns passamos a absorver muitasenzimas perturbadoras e necessitamos de terapia mdica.

    As vrias escolas a esto para atender a variedade de distrbios. muito comumencontrarmos nas doutrinas religiosas da paranormalidade, no mediunismo, na umbanda, naquimbanda, no espiritismo, na teosofia e noutras doutrinas e agora no holismo, uma maneirasimplista de examinar questes profundas. Algum est com depresso e eu digo: depresso. Essadepresso obsessiva. H interferncias de agentes do mundo espiritual, mas o campo vibratrio nosso. Para que essa luz mande sua mensagem, o plugue est na tomada. Neste instante aqui, meretiraram todos os aparelhos e claro, eu no me pude comunicar.

    Se ns nos tornamos receptivos porque camos vibratoriamente, por erros destas, como de

    existncias transatas, de vidas passadas, atramos queles a quem prejudicamos e que nosperturbam. Mesmo neste caso, a terapia mdica relevante. O conselho do psiclogo, a terapia dopsiquiatra, de acordo com o caso. A anlise do psicanalista, a ajuda do grupo, porque as vezes, notemos resistncia para ss. Terapia de vidas passadas com uma pessoa credenciada, que haja feito o

  • 7/23/2019 Cura e Autocura - Palestra de Divaldo Pereira Franco (CELD)

    14/15

    14 14 ENCONTRO ESPRITA SOBRE MEDICINA ESPIRITUAL - 2003

    curso mdico, ou psicolgico, ou psicanaltico e haja feito um curso de ps-graduao de terapiasde vidas passadas. No para que mdiuns, presidente de grupos faam. Entrar no nossoinconsciente uma viagem muito delicada.

    Jung dizia que a viso de um iceberg, so apenas 5% que esto a vista, a nossaconscincia, mas 95 % submersos so o nosso inconsciente.

    Freud exagerava um pouco mais, ou dizia mais verdade. O nosso inconsciente pode ser

    considerado o Oceano pacfico e a nossa conscincia uma casca de noz. Ainda temos muito queconquistar. No se entreguem a pessoas inaptas. Resguardem sua sade mental, no se deixeinfluenciar por pessoas que se comprazem em prognsticos trgicos, em mdiuns, em religiosos dofim do mundo. Tem pessoas que s vem o lado negativo.

    Se algum est com uma perturbao obsessiva, a terapia no vai piorar-lhe o estado. Mudede atitude mental, desplugue a energia perturbadora e voc melhora. Erga-se, a vibrao debaixono me alcana. O problema no de obsessores, de sermos um obsessor encarnado, de sermosum esprito atribulado. Mude de pensamento, pense no bem. A medida que voc pensar no bem, o

    bem lhe far bem.H sim, obsesses lamentveis que produzem estados patolgicos. Allan Kardec estudou

    com sutileza, Livro dos Mdiuns, captulo 23. Nem toda obsesso obsesso. Muitas vezes

    loucura. Mas nem toda loucura loucura, invariavelmente, uma obsesso. Os sanatrios tm maisobsidiados no tempo de Kardec, do que de loucos no nosso tempo.

    A depresso pode ser mudada com a disposio do paciente. Se ele alegar: Ah! no tenhoforas. Sabemos que essas enzimas deprimem, mudam o campo, mas comece a olhar o desabrocharde uma flor, abra a janela da sua casa.

    Os hospitais mundiais constataram, que no quarto que tem uma janela para o jardim, odoente fica melhor mais rapidamente. Os quartos sem janelas, os doentes deprimem.

    A depresso, de acordo com o seu nvel, necessita de um tratamento especializado. Devemosprocurar os nossos psico-terapeutas, psiclogos, psiquiatras, quando estivermos saudveis. Seconvencionou, principalmente no Brasil, que quem vai falar com o psiclogo, psicanalista,

    psiquiatra no est muito bem da bola. Eu queria saber nesse pas quem que anda bem. E sealgum disser: pois eu ando. Transtorno neurtico de perfeio, mania de ser melhor do que osoutros.

    Todos ns temos nossos transtornos neurticos. As vezes estamos deitados e pensamos: serque eu fechei a porta? Levanta e vai olhar. J um transtorno neurtico. Est com o culos na testae procura o culos em todo lugar, transtorno neurtico.

    A depresso um transtorno psictico manaco depressivo. Tem vrios fatores endgenos eexgenos. Mas o ser profundo que somos e o corpo que estamos, pode trabalhar para restaurar oequilbrio dos neuro-pepitdeos.

    Chico Xavier adoeceu e fez um transtorno psictico depressivo. Seu guia espiritual disse: Atua sade vai depender de uma frase com trs palavras. Toma de uma cartolina e escreve. Coloca

    aos ps da cama. Todas as vezes que despertares ou ao deitar tu vers e isso vai te ajudar. A frasediz: Isto tambm passa. Tudo passa, isto tambm passa. E ao considerar que isso tambm passa, jpassou. Ento, harmoniza-te. Diga as pessoas que por acaso aqui estejam com transtorno psicticomanaco depressivo, profundo ou superficial, que na raiz do distrbio est tambm o seu autodesamor. A sua no aceitao. Aceite-se.

    No binmio sade-doena, ame-se, perdoe-se, adquira razo de viver e doe-se. Quandovisitar algum, no lamente com o doente. Quando ele comear a lamentao, dei-lhe 10 minutos nomximo, no d mais. E diga assim: Mas eu esperava encontrar voc pior.

    Mas eu estou morrendo. Pois , eu vim certo que voc j estava morto. Mas ainda no morreu, e j que no morreu,

    vamos conversar.

    Minha me na hora em que eu cheguei disse: hoje que eu vou morrer meu filho?Eu disse: No, no sei.

  • 7/23/2019 Cura e Autocura - Palestra de Divaldo Pereira Franco (CELD)

    15/15

    14 ENCONTRO ESPRITA SOBRE MEDICINA ESPIRITUAL - 2003 15

    Mas meu filho voc nunca me visitou s 5 horas da manh. Os espritos disseram que hoje?

    Disseram sim senhora. Ento sente a, eu no estou sentindo nada. Enquanto a morte no chega, vamos conversar.Ns conversamos at que a morte chegou. Quando a morte chegou ela fez um coma, depois

    voltou do coma e disse: Meu filho, verdade, at logo. E morreu, foi numa boa, alegre com a

    vida. Um paciente chega ao Dr. Bern Single com metstase generalizada e pedi-lhe para ele que seencarregue do caso. Ele estuda o caso, anamnese, estudos complementares e diz que a possibilidadede vida mnima. E o paciente diz: Sim doutor, mnima, mas no acabou. Eu estou vivendo.Gostaria de saber do senhor se terei uma probabilidade, uma em 100?

    No, estatisticamente voc no tem. Em 1000? Olha, eu lamento muito, eu nunca desanimo, mas no vou lhe mentir, no tem. Em 10.000?No vejo. Aqui pelo seu quadro, como voc est se sentindo, uma questo de um

    momento.

    Dr., em 500.000 possibilidades eu terei uma? Sim. Ento, trate-me. Porque dos 500.000 cancerosos, eu sou aquele que vai ficar bom, eu sou a

    exceo.Ento o doutor percebeu que ele era a exceo, que queria ficar bom. Trabalhou

    psicologicamente com ele. Comeou a ajud-lo a recuperar o mundo interior. Seis meses depois ohomem no tinha morrido. Quatro anos depois o homem est vivo.

    Essa interao mente-corpo depende do esprito que somos.Como mensagem final ns recomendaramos:Ame-se para poder amar.Perdoe-se para melhor perdoar.

    Encontre o significado da vida, seja qual for, para poder ser feliz.Acima de tudo, aceite-se como voc . Aceite a doena. No se rebele, acontece com todosns. Mas, no se resigne como mrtir, porque ela vai acelerar. Diga: Ol querida, voc bem vinda,mas no amada por enquanto. Eu lhe dou hospedagem por um tempo, mas como todo hspede,voc tem que ir embora. Voc algum que est em curso como eu, na probabilidade de acontecer.

    Deixa acontecer, no se rebele, nem se submeta. E vai descobrir que vale a pena viver.Aquela moa paraltica, a Eve, no planejava coisa para daqui h 10 anos, ela planejava os

    10 prximos minutos.Faamos nosso planos mediatos, mas vivamos plenamente o agora.