Curitiba, Setembro • 1995 • Em luta por uma nova sociedade ... · zodíaco chinês são co-...

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20 mil exemplares, mensalmente, nas bancas de Curitiba e Região Metropolitana Publicação de responsabilidade da Organização Xapinhal e do Cefuria Curitiba, Setembro 1995 Em luta por uma nova sociedade 0 Jornal de Curitiba e Região {01 ü í A S Direitos do Trabalhador A falácia do gover- no no caso da greve da Petrobrás e o com- portamento da mídia nas greves são discu- tidas pelo advogado Cláudio Ribeiro. Página 3. Painel do Mundo do Trabalho Movimento sindical e as transformações no mundo do trabalho foram tema de debate promovido pelo Cepat. Página 4. Conjuntura Econômica A negociação com a Delegacia Regional do Trabalho em Curitiba é analisada pelo eco- nomista do Dieese Cid Carneiro da Silva. Página 4. Horóscopo Chinês Os doze signos do zodíaco chinês são co- mentados em nova seção do jornal. Página 5. Saúde Alternativa O médico Silvio Mi- randa ensina a corre- ta utilização das plan- tas medicinais. Página 6. Líder Comunitário Vera Lúcia, nova vice-presidente da Or- ganização Xapinhal conta como entrou no movimento popular. Página 7. De Baliza à Baliza Craques de hoje e de.ontem são enalteci- dos por Ana Maria Pi- nheiro. Página 8. Cresce o número de desempregados O número de empregados na produção industrial paranaense caiu 2,03% no mês de julho. o número total de empregados da indústria caiu 1,20%, ou seja, foram cortados 3.490 postos de trabalho. na Grande Curitiba são 106 mil desempregados, sendo que a maioria está sem nenhuma fonte de renda. Caiu também a renda dos que estão trabalhando: hoje 50% dos ocupados recebem menos do que R$ 305,00por mês. Página 4. Foto: Hugo Abati Greve tartaruga Qualidade de vida nos bairros deixa muito a desejar 13% acham boa a quali- dade de vida nos bairros de Curitiba Esse foi um dos resul- tados da pesquisa realizada pelo Centro de Formação Irmã Araújo - Cefuria, durante a III Conferência Municipal de Saú- de, que teve como tema "Saú- de e Qualidade de Vida". Entre os delegados repre- sentantes de usuários na Con- ferência, 48% acham que a qua- lidade de vida é regular, enquan- to outros 39% estão bastante descontentes com o que encon- tram em seus bairros: 21 % dos entrevistados acham ruim e 18% péssima. A falta de saneamento bási- co foi o problema mais aponta- do na justificativa da opinião; em segundo lugar ficou o de- semprego e os baixos salários. A pesquisa constatou, também, que 39% dos entrevistados acham bom o atendimento pres- tado pelos postos de saúde e 40% acham o serviço regular. Página 5. Romaria da Terra questiona construção de grandes hidrelétricas Os professores estaduais foram em passeata até o Palácio do Iguaçu. Sem acordo com o governo a categoria resolveu fazer "greve tartaruga" até o dia 29 de setembro. Página 3. Moradores protestam contra ameaça de despejo O Movimento de luta pela Moradia reuniu mais de mil moradores de áreas de "ocupa- ção" num ato de protesto con- tra as ações de despejo e pela regularização das áreas. Um documento, solicitando que o Poder Público "tenha sen- sibilidade e abandone qualquer política que implique no despe- jo e relocação forçada de famí- lias", foi entregue às autorida- des municipais e estaduais. Na reunião com o governo estadu- al ficou acertado que serão fei- tas todas as tentativas possíveis de negociação com os proprie- tários das áreas. Página 6. Curitibanos fazem ff Rock Industrial" A banda de rock industrial Tannhauser, única no gênero em Curitiba, é formada por sete pessoas que se dedicam a tirar som de sucatas e compor letras anti-consumistas, anti-racistas e contra qualquer outra forma de preconceito. Confira na Página 8. "Águas para a vida e não para a morte" foi o tema da 10° Ro- maria da Terra, realizada em Três Barras do Paraná - cidade onde está sendo construída a usina de Salto Caxias. A cele- bração pública, que reuniu cer- ca de 15 mil pessoas, teve o objetivo de protestar contra os grandes projetos hidrelétricos e contra a violência no campo. Além de Salto Caxias, está pre- vista a construção de mais 52 usinas no Paraná. Página 6. Força ao futebol suburbano O regulamento do Campeonato Amador, Módulo Verde, versão 95 é analisado por Edmar Barone. O descaso dos dirigen- tes na aprovação daque- le regulamento é aponta- do como afronta ao fute- bol de Primeiro Mundo que caracteriza o Cam- peonato Amador Metro- politano. Página 8. Joel Toaldo, Coman- dante em Chefe do De- partamento de Futebol da S. O. B. E. Iguaçu é homenageado por seu trabalho à frente do clu- be. O Alvi-Negro da Colô- nia Famosa evoluiu de forma magnífica no cam- peonato e as vitórias sur- giram naturalmente. A Folha Popular esteve e registrou a virada. Página 8. Vila Fanny vai para o "tudo ou nada" O gol da reabilitação do Alvi-Negro da Colônia Famosa.

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Page 1: Curitiba, Setembro • 1995 • Em luta por uma nova sociedade ... · zodíaco chinês são co- mentados em nova seção do jornal. Página 5. Saúde Alternativa O médico Silvio

20 mil exemplares,

mensalmente, nas bancas de

Curitiba e Região Metropolitana

Publicação de responsabilidade da Organização

Xapinhal e do Cefuria

Curitiba, Setembro • 1995 • Em luta por uma nova sociedade 0 Jornal de Curitiba e Região

{01 ü í A S Direitos do

Trabalhador A falácia do gover-

no no caso da greve da Petrobrás e o com- portamento da mídia nas greves são discu- tidas pelo advogado Cláudio Ribeiro.

Página 3.

Painel do Mundo do Trabalho

Movimento sindical e as transformações no mundo do trabalho foram tema de debate promovido pelo Cepat.

Página 4.

Conjuntura Econômica A negociação com a

Delegacia Regional do Trabalho em Curitiba é analisada pelo eco- nomista do Dieese Cid Carneiro da Silva.

Página 4.

Horóscopo Chinês

Os doze signos do zodíaco chinês são co- mentados em nova seção do jornal.

Página 5.

Saúde Alternativa

O médico Silvio Mi- randa ensina a corre- ta utilização das plan- tas medicinais.

Página 6.

Líder Comunitário

Vera Lúcia, nova vice-presidente da Or- ganização Xapinhal conta como entrou no movimento popular.

Página 7.

De Baliza à Baliza

Craques de hoje e de.ontem são enalteci- dos por Ana Maria Pi- nheiro.

Página 8.

Cresce o número de desempregados O número de empregados na produção industrial paranaense caiu 2,03% no mês de julho. Já o número total de empregados da

indústria caiu 1,20%, ou seja, foram cortados 3.490 postos de trabalho. Só na Grande Curitiba são 106 mil desempregados, sendo que a maioria está sem nenhuma fonte de renda. Caiu também a renda dos que estão trabalhando: hoje 50% dos ocupados

recebem menos do que R$ 305,00por mês. Página 4.

Foto: Hugo Abati Greve tartaruga

Qualidade de vida nos bairros

deixa muito a desejar

Só 13% acham boa a quali- dade de vida nos bairros de Curitiba Esse foi um dos resul- tados da pesquisa realizada pelo Centro de Formação Irmã Araújo - Cefuria, durante a III Conferência Municipal de Saú- de, que teve como tema "Saú- de e Qualidade de Vida".

Entre os delegados repre- sentantes de usuários na Con- ferência, 48% acham que a qua- lidade de vida é regular, enquan- to outros 39% estão bastante descontentes com o que encon-

tram em seus bairros: 21 % dos entrevistados acham ruim e 18% péssima.

A falta de saneamento bási- co foi o problema mais aponta- do na justificativa da opinião; em segundo lugar ficou o de- semprego e os baixos salários. A pesquisa constatou, também, que 39% dos entrevistados acham bom o atendimento pres- tado pelos postos de saúde e 40% acham o serviço regular.

Página 5.

Romaria da Terra questiona construção de

grandes hidrelétricas

Os professores estaduais foram em passeata até o Palácio do Iguaçu. Sem acordo com o governo a categoria resolveu fazer "greve tartaruga" até o dia 29 de setembro. Página 3.

Moradores protestam

contra ameaça de despejo

O Movimento de luta pela Moradia reuniu mais de mil moradores de áreas de "ocupa- ção" num ato de protesto con- tra as ações de despejo e pela regularização das áreas.

Um documento, solicitando que o Poder Público "tenha sen- sibilidade e abandone qualquer política que implique no despe- jo e relocação forçada de famí- lias", foi entregue às autorida- des municipais e estaduais. Na reunião com o governo estadu- al ficou acertado que serão fei- tas todas as tentativas possíveis de negociação com os proprie- tários das áreas.

Página 6.

Curitibanos fazem ffRock Industrial" A banda de rock industrial

Tannhauser, única no gênero em Curitiba, é formada por sete pessoas que se dedicam a tirar som de sucatas e compor letras anti-consumistas, anti-racistas e contra qualquer outra forma de preconceito. Confira na Página 8.

"Águas para a vida e não para a morte" foi o tema da 10° Ro- maria da Terra, realizada em Três Barras do Paraná - cidade onde está sendo construída a usina de Salto Caxias. A cele- bração pública, que reuniu cer- ca de 15 mil pessoas, teve o

objetivo de protestar contra os grandes projetos hidrelétricos e contra a violência no campo. Além de Salto Caxias, está pre- vista a construção de mais 52 usinas no Paraná.

Página 6.

Força ao futebol suburbano

O regulamento do Campeonato Amador, Módulo Verde, versão 95 é analisado por Edmar Barone.

O descaso dos dirigen- tes na aprovação daque- le regulamento é aponta- do como afronta ao fute- bol de Primeiro Mundo que caracteriza o Cam- peonato Amador Metro- politano.

Página 8.

Joel Toaldo, Coman- dante em Chefe do De- partamento de Futebol da S. O. B. E. Iguaçu é homenageado por seu trabalho à frente do clu- be.

O Alvi-Negro da Colô- nia Famosa evoluiu de forma magnífica no cam- peonato e as vitórias sur- giram naturalmente. A Folha Popular esteve lá e registrou a virada.

Página 8.

Vila Fanny vai para o "tudo ou nada" O gol da reabilitação do Alvi-Negro da Colônia Famosa.

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tolha Popular Opinião Página 2 - Ano l - n0 3- Setembro/95

_ Folha Popular

Opinião Dependência e morte

Ao contrário dos países desen- volvidos, o Brasil assumiu o neoliberalismo antes que a sua população tivesse conquistado garantias mínimas de bem estar social e de exercício da cidada- nia Esta nova forma de organi- zação do capitalismo tem como características principais a dimi- nuição do Estado, o livre merca- do e a abertura comercial entre os países. Além disso, está vin- do acompanhada da reestrutu- ração produtiva, ou seja, a utili- zação de novas tecnologias e nova organização da produção.

Milhões de postos de trabalho estão sendo cortados na nossa economia, que antes já não con- seguia gerar onpregos suficientes. Cresce o desemprego estrutural

eaumentaaexclusão social num país onde os empresários são al- tamente gananciosos, não acei- tam discutir alternativas para o problema Vale lembrar que, ao contrário dos países da Europa onde o custo do trabalho é de 30% a 40% do valor do produto final, no Brasil ele é de 2,29%.

A política econômica do go- verno FHC expulsa cada diamais gente do campo, num país que nunca realizou uma reforma agrá- ria tem 4,8 milhões de trabalha- dores rurais sem-tena, muita vi- olência e dezenas de assassina- tos nos conflitos rurais. A política social, até agora, só mostrou a cara através da distribuição clientelista das verbas do Progra- ma Comunidade Solidária que já

beneficiaram os redutos eleitorais de 14 governadores eleitos em 1994.

A abertura comercial, por sua vez, abarrota nosso mercado de produtos importados, gerando mais desemprego. Ao mesmo tempo, num país onde 50% da população fica com apenas 12,1 % da renda nacional, a pro- dução é reorientada, passando a servir ao mercado extemo.

Com tudo isso, o "7 de setem- bro" de 1995 não poderia ser outra coisa senão o (fia do "Grito dos Excluídos". Um protesto na- cional, mais do que justo, con- tra uma economia sem ética, do- minada pela técnica que gera o desemprego.Um grito em favor da vida em primeiro lugar.

A dor que não saí nos jornais Léa Okseanberg*

Dezenas de mortos e desaparecidos. Centenas deferidos. Cerca de quinhen- tos barracos incendiados. Uma população de mais de 1.300 pessoas detidas e

abandonadas à própria sorte. Leia abaixo o relato de João Vaccari Neto, secretário-geral da CUT-Nacional

Vaccari foi a Corumbiara jun- to com vários membros da CUT-Nacional prestar solida- riedade às vítimas do massacre promovido pela Polícia Militar. Ele conta que foram visitar os feridos e viu os corpos dos pos- seiros assassinados. Execuções sumárias, à queima-roupa e pe- las costas, lamenta o secretário.

De acordo com Vaccari, al- guns feridos estavam em esta- do grave. Os que conseguiam falar, ainda chocados com os acontecimentos, narraram que foram forçados pelos policiais á deitar no chão, e em seguida foram espancados com peda- ços de madeira e chutados.

Uma motoserra foi utilizada como instrumento de tortura. Denunciaram que houve pesso- as que tiveram as mãos ampu- tadas e depois foram degola- das, segundo o relato de Vaccari.

Mais tarde, toda a delegação da CUT seguiu para Colorado do Oeste, para onde os sobre- viventes foram levados em ca- minhões, algemados ou amar- rados uns aos outros, com exce- ção das mães ^^^^^^—

com crianças de colo.

Lá ficaram de- tidos na delega-

Um sem terra, que conseguiu fugir durante a chacina contou que conseguiu escapar corren- do pelo rio, juntamente com outros companheiros. Enquan- to corria, os policiais atiravam, e alguns caíam ao seu lado.

Vaccari e a delegação segui- ram para a Fazenda Santa Elina, em Corumbiara, o local do massacre. Viajaram, conta Vaccari, 70 km em duas horas e meia, por uma estrada de terra e pontes precárias. Dois cachorros deita- Caminharam dos em meio às ruínas, mais quatro qui- com dificuldades de lômetros pela respirar, Uma miséria mata sem trilha E ^^ th.^.^ TT~. /U.^. o incêndio conti- ^gustíante. Vm forte

nuava. "Em vári- cheiro de carne (luei- os locais tivemos mada. que correr pori causa da fumaça sufocante. Nos deparamos en- tão com um cenário de guerra"

"O acampamento estava to- talmente destruído pelo fogo. Manchas de sangue pelo chão. Marcas de balas nas árvores e nas paredes dos barracos que ainda não haviam desabado.

______^^^ Cadernos esco- lares, cartilhas, vasilhas, panelas, rádios de pilha, bicicletas, rou-

bora chamuscadas. Uma misé- ria angustiante. Um cheiro forte de came queimada."

A CUT exige a rigorosa apu- ração dos fatos e a punição exemplar dos responsáveis pela chacina. Não tem cabimento, e prenuncia cumplicidade as de- clarações das autoridades de que no local preparava-se uma base de guerrilha e de que ocorreu um confronto armado.

Os posseiros foram rendidos, torturados e executados. Fo- ram surpreendi- dos de madru- gada, quando dormiam. São trabalhadores que vivem honradamente, garantem seu

sustento com o suor de seu tra- balho. São marginalizados e não marginais. Seu sofrimento pre- cisa acabar. A reforma agrária é uma necessidade urgente. É a reforma que o governo não quer fazer.

Uma motosserafoi utilizada como instru- mento de tortura. Os

cia no ginásio de sobreviventes denunci- pas e calçados esportes e num aram que alguns tive- velhos queima-

ram as mãos amputa- das e depois foram de

golados.

novamente es- pancados nos lo- cais de detenção. E só depois da^^^^^^" mo-bilização do povo local, ex- plica Vaccari, é que eles foram soltos. Mas, à saída do galpão e do ginásio tinham que se ajo- elhar diante de seus algozes, para serem identificados e de- pois liberados.

dos; Vaccari pros-

segue no seu de- sabafo: "Dois

^^^^^^ cachorros deita- dos em meio às ruínas, com di- ficuldades para respirar, sufoca- dos pela fumaça. Os sem terra aproveitaram a nossa visita para tentar recuperar seus pertences. Catavam velhas roupas que ain- da pretendiam aproveitar, em-

A Central Única dos Trabalhadores está

conclamando apoio e solidariedade urgente aos sobreviventes. Alimentos, roupas e medicamentos devem ser enviados à

CUT-PR, rua Voluntários da Pátria, 368/14°-

Curitiba. CEP 80020-010. Contribuições financeiras devem ser depositadas no Banco do Brasil, agência n03181-X, conta corrente

11.040-X.

*Léa Okseanberg é jornalista e assessora de imprensa da

CUT-PR

^

I

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OMBUDSMAN COLETIVO

Vfla Nova avalia Folha Popular

Moradores da Vila Nova, no Alto Boqueirão

A área de "ocupação" cha- mada Vila Nova faz parte de uma vila, que tem o mesmo nome, e é localizada no bairro Alto Boqueirão, região sul de Curitiba.

A "ocupação" tem 250 fa- mílias, muitos catadores de pa- pel, muitos desempregados, muitos vindos do interior do estaéto à procura de uma vida melhor na capital, todos traba- lhadores lutando pelo direito à moradia eà sobrevivência com dignidade.

Est?i luta já está completan- do sete anos de idas e vindas por todos os caminhos possí- veis de busca de negociação com os proprietários da área e comaCOHAB.

Foi com base nesta longa história de resistência e luta que um grupo de moradores da Vila Nova fez a avaliação da edi- ção de agosto da Folha Popu- lar. Participaram da reunião, realizada no dia 28 de agosto na casa da comunidade.. Apa- recido Guedes-presidente da Associação de Moradores e Amigos da Vila Nova, Maria Alice S. Rocha, Maria Angela Limas, José da Silva Freitas, Antonia, João Batista, Dionina, Santina, Judite, Laércio, Valmir, Maria Rosilda, Ezilda, Ana, Verônica e Natalício.

Avaliar um jornal não é ta- refa fácil. Os moradores da Vila Nova, no entanto, com muita coragem e vontade ver- dadeira de colaborar, enfren- taram muito bem o desafio. Veja, a seguir, algumas das opi- niões e propostas do grupo.

-"Gostei da parte que fala da Saúde Alternativa, me chamou a atenção. A Folha Popular podia colocar também alguma coisa de alimentação alternativa".

-"O jornal é excelente, eu levo para a empresa onde eu trabalho e o pessoal gosta da leitura. A página de esportes então está beleza. Eu procuro mais as partes de poUtica, achei boa a entrevista desta Ana Ma- ria, presidente da CUT, foi bom o que ela falou do governo".

-"Na parte de Cultura foi le- gal ter colocado o grupo do Ka- Naombo. Num país onde dizem que não existe o racismo, mas a gente sabe que em muitos lu gares o negro tem uma dificul dade imensa para entrar e mui- tas vezes quando consegue en- trada as pessoas ainda ficam meio assustadas".

-"É bom porque as matérias explicam bem os assuntos, a pes- soa que lê com atenção entende".

-"É umjomal que abte um pou- co os olhos da gente. A gente sempre vê, por exemplo, a Ga- zeta do Povo, mas é aquela coi- sa, só colocam aquilo que eles querem".

-"Tem pessoa que não gosta de ler jornal, mas eu falo que este aqui todo mundo tem que começar a ler. É uma oportuni- dade de ficar informado, por- que tem coisa que não dá para entender só pelo que passa no jornal da televisão, a gente fica até meio zonzo pensando".

Se você deseja fazer qualquer comentário sobre o

jornal, escreva ou mande um fax! Estamos aguardando.

Cartas do Leitor

Peregrino da Esperança Teus pés em mirrado passo De procura e morte O desespero tangendo cruzes Orlado de asfalto e cerca Onde a brutalidade Esmaga os gomos da beleza Aí fundas tua pátria Migrante resignado da esperança Homem de novo êxodo, Na hora de restaurar o fogo Traze tua estrela Que nada sugere nem sustenta Que não os anjos do poema vida Em estado puro, Um fio de luz: Clarear o silêncio, A nervura dos descaminhos. Os lendões calcinados da manhã.

Jelson Oliveira, Secretário da Comissão Pastoral da Ter ra/PR

Tempo de Sonhar Julho de 95, expectativas, es-

peranças e responsabilidades. Sonho de sonharmos juntos, atropelados por um pesadelo.

Hoje avaliações, lições e um novo começo, a vida continua.

A sociedade brasileira em todas as suas camadas sociais vem vivenciando um rápido aprendizado político. Sinto que nos últimos quinze anos os acontecimentos atropelam os estrategistas dos campos em disputas.

Os movimentos sociais se multiplicam mais definidos e obstinados na solidariedade à sociedade civil, que cada vez menos se presta aos caprichos partidários. Repito aqui as palavras sábias do companheiro Gil Carvalho, na Plenária Estadual da CMP (Central de Movimentos Populares) do Paraná: "Os partidos que não respeitarem a autonomia dos movimentos popualres não merecerão o respeito da sociedade civil e terão difulda- des no processo de democra- tização do nosso país."

Acredito na força de resis- tência da raça brasileira, e por mais dura que seja a realidade, a esperança continua sempre companheira da nossa luta de solidariedade e da vinda de dias melhores.

LUIZ HERLLAIN, Movimento Popular do Rio de Janeiro

(O jornal se reserva o direito de publicar trechos das cartas, que devem ter no máximo 15 linhas.

Deve-se enviar nome e endereço do remetente.)

ser humano yode escolhei tanto o céu )mo o infem

dependendo d pensamentos

sentimentos que conserva na sua mente todos ot

dias " Masaharu Taniguchi

EXPEDIENTE

Folha Popular é umjomal de responsabilidade da Organização XAPINHAL e do Centro de Forma-ção Irmã Araújo, Al. Dr. Murici, 542,9o

andar, sala 906, Centro, Curi- tiba. Telefone (041) 322-8487 CEP.80010-120 CGC/MF: 76.660.844/0001-20 Inscrição Estadual: Isento Jornalista Responsável: Roberto Elias Salomão Tiragem desta edição: 20 mil exemplares. Equipe de operacionalizaçâo: Maria Lúcia Becker, Saman- tha Lihs Hoffinann Shiraishi, Joaquim Pereira-Niko, Edmar Pereira dos Santos. Conselho Editorial: Amadeu

Bonato, Ana Maria da Cruz,

Benjamim Bogo, Carlos Augusto de Jesus, César Sanson, Darli de Fátima Sampaio, Elvira Casto Silva, Everlindo Hcn-klein, Gilberto Carvalho, lido Perondi, Joaquim Pereira-Niko, Joclson Juk, José Aide Alberto, José Dari Krein, Luiz Carlos Corrêa Soares, Márcio Rojânio da Ponte Sales, Maria do Carmo Albuquerque de Carvalho, Maria Lúcia Becker, Milena Maria Costa Martinez, Paula Broeders, Pe. Miguel Romero, Pedro Paulo Costa, Pelegrin Felipe Cavassin, Rodolfo Santos Silva, Rubens lunkoviski, Silvio Miranda, Valmir de Souza

Fotolito e Impress9o: Editora Helvética Ltda - Fonefax: (041) 232-0634.

As matérias assinadas não refletem, necessariamente, a opinião deste jornal

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Página 3 - Ano l - n0 3 - Selembro/95 Folha Popular

Folha Popular

Sindical LéaOkseanberg*

Nova direção No Sindipetro assumem três

novos dirigentes: Ênio dos Reis, presidente; Jaime de Oliveira Ferreira, tesoureiro, e Wilmar Antônio Dela Páscoa como se- cretário geral.Detalhe: os três foram demitidos na histórica greve dos petroleiros.

PR no DF A presidente do SindSaúde,

Elizabete M.V. da Silva, foi elei- ta secretária nacional de forma- ção da Confederação Nacional de Seguridade Social. A eleição se deu no Congresso realizado em julho último, em Belo Hori- zonte.

Liberdade Sindical A CUT-PR, através da

micro-região de formação de Curitiba e, em conjunto com a Escola Sul, realiza dias 13,14, e 15 de setembro próximo o Se- minário "Liberdade e Autono- mia Sindical". Há 30 vagas e os interessados podem fazer as ins- crições até o dia 8 pelo telefone (048) 224-2515, com Lili.

ULT No próximo dia 18, às 14h.

no Sindaspp, as centrais sindi- cais, sindicatos independentes e movimento popular vão discutir as propostas para a Universida- de Livre do Trabalho.

Mulher Vai ser reativada a Comissão

Estadual da Mulher Trabalhado- ra. Pelo menos é o que se pre- tende no Encontro Estadual da Mulher Trabalhadora Cutista, que será realizado dias 28 e 29 de setembro na ULT. Gênero e plano de trabalho são os princi- pais temas a serem debatidos.

Secretárias De 28 a 30 de setembro,

Curitiba estará sediando o IV SEMI-SEC - Seminário Interes- tadual ,4? Seccçtariadp e Fçira de Secretariado. O evento será no Centro de Convenções e a promoção é do Sindicato das Se- cretárias do Estado do Paraná. Maiores informações pelo tele- fone 225-2519.

Mudanças O novo secretário de Im-

prensa da CUT-PR é José

*LéaOkseanbergé jornalista e assessora de imprensa da CUT-PR.

Daniel Farias, popular "Jacaré". O ex, Wladimir de França, pas- sa a ser o primeiro secretário.

Dinheiro do povo E o Jornal Gazeta Mercantil

publicou uma matéria contando que o governo do Paraná iria so- correr a Inpacel, empresa do gru- po Bamerindus de propriedade do senador-ministro-banqueiro José Eduardo Andrade Vieira. Segundo a matéria, do dia 22/08, as conversações entre o gover- nador Jaime Lemer e a direção da empresa, que não tem como honrar uma dívida de R$ 723 milhões, já estão bastante adian- tadas.

Nota 10 É por essas e outras que o

apelido do senador-ministro-ban- queiro, depois dessa notícia, fi- cou como "Cidadão Nota 10".

Funcionalismo O funcionalismo público está

quicando nas tamancas. Rece- beu agora em setembro um mísero reajuste de 10%. Enquan- to se contam as moedas, a gor- da verba do Palácio Iguaçu vai para as agências de publicidade e para socorrer uma empresa do "Cidadão Nota 10".

Balela Aliás, não há maior engodo do

que esta campanha, a "Cidadão Nota 10". Pegar notinha fiscal e só, de nada adianta. Tem mais é que contratar fiscais, através de concurso público, e fazer com que os sonegadores cumpram com os seus compromissos.

FHC x Econômico No dia 21 de agosto, logo de-

pois que estourou o escândalo do banco Econômico, o presidente FHC mostrou a que veio e saiu- se com essa: "Nunca entrei no Banco Econômico, nunca li um livro do Banco Econômico. Por sorte, não tenho nenhum tostão lá". Deixou os 700 mil correntistas do Banco de queixo caído.

Passado condena Na campanha eleitoral, a can-

didatura de FHC aceitou polpudas contribuições do Eco- nômico. Foram R$ 149,5 mil. Isso é que é cuspir no prato que comeu.

DIREITOS DO TRABALHADOR

Governo e Judiciário mentiram Cláudio Antônio Ribeiro*

Quando os petroleiros en- traram em greve e foram puni- dos pelo Governo Federal, a punição teve como base uma decisão do Tribunal Superior do Trabalho.

Dizia aquele Tribunal que o Acordo Coletivo de Trabalho - (que é um contrato) - não ti- nha valor porque não havia sido assinado pelas autorida- des responsáveis.

O Presidente da Petrobrás, Sr. Rennó, disse que sequer tinha tomado conhecimento do ajuste celebrado com os pe- troleiros.

Há cerca de 30 dias o jor- nalista Jânio de Freitas, da Folha de São Paulo, descobriu a verdade e publicou em sua coluna notícia dando conta de que o Governo havia mentido. Foi publicado, inclusive, cópia do próprio documento assina- do pelo Sr. Rennó.

Diante disso, é necessário que o trabalhador comece a fazer para si mesmo algumas perguntas:

1. Por que o Governo Fe- deral mentiu?

2. Por que, descoberta a verdade, a Rede Globo de Televisão não deu nenhuma noticiazinha a respeito?

3. Quais são os interesses que estão por trás das mano- bras do Governo e da Rede Globo de Televisão no controle de tais informações?

4. Por que estão querendo privatizar o que dá lucro e esta- tizar o que dá prejuízo como o Banco Econômico?

As respostas são fáceis. O Estado Brasileiro está a serviço exclusivamente dos interesses dos ricos e poderosos deste País e estes não têm nenhum respeito pelos direitos dos tra- balhadores. A mentira é apenas uma arma que é usada freqüen- temente para manter o trabalha- dor na área da ignorância e, as- sim, por ser manipulado.

Greve é um direito. Não é uma bagunça, não é caos, não é brincadeira.

A greve dos petroleiros era justa, necessária e digna porque o trabalhador tem direito a de- fender também a sua dignida- de. A atitude do Govemo e dos meios de comunicação deveria ser punida porque lesa princí- pios da Constituição Federal e, mais que isto, espalhando a mentira, fere o coração do sis- tema

Quando os trabalhadores entram em greve em defesa de interesses, os demais trabalha- dores deveriam entender o que está acontecendo e isto é muito simples: basta escutar os meios de comunicação porque eles costumam dizer exatamente o contrário do que é verdadeiro no movimento.

*Claúdio Ribeiro é advogado.

Professores fazem greve tartaruga por um mês

Ana Beatriz Pazos

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ANCATÜQUE FAZER*

Os professores foram em passeata até o Palácio do Iguaçu

Luiz Henrique Herman/APP-Sindicato*

Greve tartaruga até 29 de se- tembro, com aulas de 30 minu- tos, foi a principal deliberação da Assembléia Geral dos pro- fessores da rede estadual, rea- lizada dia 30 de agosto, em Curitiba A assembléia teve iní- cio pela manhã, na Praça San- tos Andrade. Em seguida, os manifestantes saíram em passe- ata pelo centro da cidade rumo ao Palácio Iguaçu.

Cerca de oito mil professo- res de diversas regiões do Es- tado participaram do movimen- to, que teve apoio da CUT-PR, das esposas de policiais milita- res e de outras categorias de tra- balhadores.

Logo após a chegada dos professores ao palácio, o gover- no estendeu uma faixa dizendo que, neste mandato, a catego- ria teve 17,3% de aumento real. Foi uma vaia geral, pois este pe- queno aumento não garante a reposição das perdas da cate- goria e também não satisfaz o professor, que não consegue passar o mês com seus parcos salários. A revolta foi tanta que o govemo se viu obrigado a retirá-la.

Para receber a APP-Sindi- cato, foram destacados secre- tários de Estado. A direção sin- dical não aceitou pois, na roda-

da de negociações de 1° de ju- nho, o secretário de Govemo Giovani Gionedis prometeu que seriam liberados mais lódirigen- tes para a APP-Sindicato. Hoje, ele nega A comissão de negoci- ações queria dialogar com quem. pudesse cumprir sua palavra.

A força da mobilização fez com que Jaime Lemer recebesse os diretores da APP-Sindicato. para negociações. Ele compro^ meteu-se em apresentar até 10 de outubro uma proposta para al

implementação do Piso Salarial Profissional Nacional, hoje esti- mado em R$ 420 para 40 horas, mantendo a estrutura da tabela de vencimentos. Para estudar quan- do e como será pago o piso foi formada uma comissão com os secretários Ramiro Wahihaítig, da Educação; Giovani Gionedis; Reinhold Stephanes Jr., da Ad- ministração; pelo presidente da Fundepar, Segismundo Morges- tom; mais a APP-Sindicato.

O governo teve um ano inteirinho para estudar esta ques- tão. Somente agora, depois da mobilização, está se mexendo.

Lemer negou-se a discutir a proposta da categoria, de repo- sição das perdas em 3 8 parcelas de 4,08% ao mês, após a con- cessão do piso. Lemer insistiu na vinculação dos reajustes ao pos- sível incremento da receita

Lerner diz não ter dinheiro para salários, mas gastou 42 milhões em propaganda

Luiz Henrique Herman/APP-Sindicato*

A cada dia que passa, o go- vernador Jaime Lemer vai per- dendo a moral com o funciona- lismo. Uma pesquisa realizada pelo Sindicato dos Servidores do Estado (Sindiservidores) com 8.805 funcionários, apenas 6% concordam com a política salari- al do govemo do Estado. 11% consideram regular, 19% fraca, e 62% péssima.

Pudera tanto descontentamen- to, pois, este ano, enquando o funcionalismo obteve reajustes entre 21 % e 3 7%, os secretários de Estado e os comissionados (cargos de confiança) receberam 242% de aumento.

Publicidade Os professores e demais ser-

vidores do Estado não aceitam mais a desculpa de Lemer de que não tem dinheiro, pois firmou con- tratos que totalizam 42 milhões de reais para promover sua imagem. O Diário Oficial do Estado publi- cou sete contratos ^ue o gover- no fez com quatro agências de publicidade (Opus e Múltipla,

Governo Lerner beneficia irmã do

Secretário de Segurança Léa Okseanberg

A viúva do ex-deputado fede- ral Arnaldo Busatto entrou na Jus- tiça contra o 1PE para receber 100% da pensão do marido. Rose Busatto recebia 60%, como é de lei, mas mesmo assim ganhou na primeira instância Um acordo entre o govemo Jaime Lemer, através do jurídico do IPE - controlado por Waldmir Belinaíti -, rendeu à viúva R$ 337 mil, mais um salário de R$ 8 mil mensais.

O mais interessante é que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) deu parecer contrai io a esse acordo e mesmo assim ele foi selado. E, como é de praxe, o Estado tem que ir até a última ins- tância da Justiça para defender os cofres públicos. A PGE já recor- reu contra o acordo. Estaria o govemo trabalhando contra o govemo? A resposta é não.O govemo está beneficiando a irmã do secretário de Segurança, Cân- dido Martins de Oliveira.

Heads, Master e Mercer), entre 24 de julho e 17 de agosto. Este valor eqüivale a 280 mil pisos sa- lariais (PA-1) da categoria (R$149,62).

• O govemo tentaconvencero funcionalismo dé que os recursos para o aumento salarial virão da campanha Cidadão Nota 10. Esta medida é insuficiente. Se as metas oficiais forem atingidas, os salários terão reajuste de somen- te 13%.

Para cumprir suas promessas,

o govemo terá que adotar uma política fiscal mais agressiva Um estudo feito em 1994 pelo Dieese demonstra que isenções e renún- cias de impostos fazem com que o Paraná perca por ano, em re- ceita tributária, o equivalente a 65% da arrecadação anual do ICMS, não considerando a so- negação e os impostos em atra- so.

Inpacel Mesmo alegando tantos pro-

blemas de caixa, o govemo ne-

gocia um socorro à indústira de papel Inpacel, do Grupo Bamerindus. Pelo acordo que estava sendo delineado, a indús- tria, com sede em Arapoti, seria isenta de parte do ICMS, para cobrir o rombo que chega a 700 milhões de reais.

É no uso dos recursos públi- cos que se conhece quais são as prioridades do govemo.

* Luiz Henrique Herman é jornalista e assessor de imprensa da APP-Sindicato(Associação dos

Professores Estaduais do PR)

Movimento propõe referendum popular

REFERENDUM POPULAR

Os abaixo assinados, brasileiros, no pleno exercício da cidadania, respaldados pala Constituição Federal, vêm requerer do Congresso Nacional providências para que todas as emendas constitucionais propostas pelo governo Fernando Henrique Cardoso e aprovadas por esse Poder Legislativo, dentre outras as relativas às telecomunicações, ao petróleo, è previdência social, ao conceito de empresa nacional e è navegação de cabotagem, bem como as Leis de concessões e de patentes, sejam submetidas a referendum popular, precedido de amplo debate pelos meios de comunicação, para que possam entrar em vigor.

ASSINATURA TIT. ELEITORAL OU RG UF

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PEVOIVER ATÍ 15/09/95 P/WV

"Folha Popular" - Alameda Dr. Murici, 542 - 9o - Sala 906 - 80010-120 - Curitiba-Pr

O Movimento em Defesa da Nação e.

dos Direitos dos Trabalhadores está

realizando uma campanha de

coleta de assinaturas com o

objetivo de requerer do Congresso Nacional a

realização de um REFERENDUM

POPULAR' A população deve

ser consultada a respeito das

mudanças na Constituição. Os

atuais deputados e senadores não

foram eleitos com poder constituinte,

A campanha conta com o apoio

da Folha Popular, que está publicando ao lado

o modelo de abaixo-assinado,

Faça uma fotocópia ampliada e peça a assinatura

do pessoal do seu bairro ou de

companheiros de trabalho ou estudo.

Participe!

Page 4: Curitiba, Setembro • 1995 • Em luta por uma nova sociedade ... · zodíaco chinês são co- mentados em nova seção do jornal. Página 5. Saúde Alternativa O médico Silvio

Folha Popular Página 4 - Ano I - ne 3 • Setembro/95

Folha Popular

conomia Aumenta o desemprego na Grande Curitiba PAINEL DO MUNDO 00 TRABALHO

O movimento sindical e as transformações do

mundo do trabalho

No dia 15 de agosto realizou- se o debate sobre o movimento sindical e as transformações do mundo do trabalho. O debate foi uma promoção do CEPAT e teve a participação dos companheiros da Comissão de Fábrica da Vol- vo.

Os temas discutidos foram: a necessidade de se apostar num novo projeto industrial para o País, a redução da jornada de traba- lho, ou seja, menos trabalho para que mais trabalhadores possam trabalhar, a possibilidade e viabi- lidade da livre opção de trabalhar menos, o desafio de superar a mercifícação e pensar o tempo como não-mercadoria.

Este foi o quarto debate pro- movido pelo CEPAT sobre o tema. Os temas até agora discu- tidos foram: as principais carac- terísticas da restruturação produ- tiva; a restruturação produtiva no Brasil; o contexto internacional da restruturação produtiva, ou seja, as grandes transformações do capitalismo mundial no final do século XX. O próximo debate será no dia 2 de outubro sobre as transformações do trabalho no campo.

Trabalhador com carteira assinada

ganha menos no Real

Desde 1985, o trabalhador sem carteira assinada sempre recebeu um salário, no mínimo 50% menor do que aquele pago ao trabalhador registrado. Com o Plano Real a situação se inverteu.

A renda dos assalariados sem carteira melhorou um pouco, en- quanto a dos trabalhadores da economia formal piorou. A con- clusão é da economista Maria Cecília Prates Rodrigues da Fun- dação Getúlio Vargas, tensticas da restruturação produ-

Volvo reduz produção

A Volvo do Brasil, em Curitiba, reduziu a jornada de trabalho de 450 dos seus 1.700 funcionários e a produção de caminhões.Desde o dia 7 de agosto, os funcionários da área de produção de cami- nhões trabalham apenas às segun- das, terças e quartas, montando 20 unidades em vez de 37.

Economia Informal Cresceu com o Real

Nos últimos 12 meses, as contratações sem carteira assina- da cresceram 17%, enquanto as admissões regulares aumentaram 5,1%. Os dados são da Pesquisa de Emprego e Desemprego do SEADE-DIEESE referentes a São Paulo. Este não é um fenô- meno recente mas cresceu com o Plano Real.

Salários perderam 22% entre 1981 e 1990

Os salários entre 1981 e 1990 tiveram uma queda no rendimento médio de 22%. Isto significa um verdadeiro achatamento, segundo um estudo do DIEESE que será divulgado em setembro. Os rendi- mentos do trabalho, que em 1959 representavam 55,5% da renda na- cional, caíram para 50% em 1980. Em 1988 correspondiam a somen- te 38%. Os dados são do IBGE.

16 carros importados = 4 empregos a menos

Pesquisa do DIEESE conclui que para cada conjunto de 16 car- ros importados verifica-se a per- da de 4,3 postos de trabalho. Des- tes postos de trabalho, um é nas montadoras e 3,3 no restante da cadeia produtiva.

Esta coluna é de responsabilidade do Cepat -Centro de Pesquisa e Apoio

dos Trabalhadores fonefax: (041)349-5343

CONJUNTURA ECONÔMICA

A primeira ff livre x^f? negociação

Cid Cordeiro da Silva*

Foi realizada, no dia 15 de agosto, a primeira mesa de ne- gociação com mediador da Delegacia Regional do Traba- lho (DRT/PR), em Curitiba. Esta primeira negociação en- volveu o Sindicato dos Traba- lhadores nas Indústrias do Ves- tuário de Curitiba e Região Metropolitana e o Sindicato das Indústrias do Vestuário de Curitiba. Não tínhamos, então, idéia que seria a primeira solici- tação de mediação em nível nacional e que teria a repercus- são que teve na imprensa.

A Io Negociação O Sindicato dos Trabalha-

dores convocou, via DRT/PR, a primeira mesa de negociação para o dia 09 de agosto/95.0 Sindicato Patronal não compa- receu alegando, no dia 15/08, que a secretaria (do Sindicato Patronal) não repassou o ofi- cio.

Foi lavrada a ata negativa e, por sugestão do funcionário da DRT/PR (Chefe do Serviço de Relações do Trabalho) foi in- cluído na ata a solicitação do Mediador conforme garantia do Decreto 1572 no Par. 2o do Art. 2o - garante a uma das par- tes a solicitação do mediador.

A Mediação A primeira mesa de negoci-

ação com mediador ocorreu no dia 15/08/95. Estavam presen- tes os representantes dos dois sindicatos e, pela DRT, parti- ciparam o Chefe do Serviço de Relações do Trabalho, desig- nado como mediador - o mes-

mo que acompanhou e acom- panha as mesas redondas na DRT, e assessores da Delega- cia Regional.

O mediador abriu a reunião mencionando a legislação que regulamentou a figura do medi- ador. Após essa abertura foi cedida a palavra aos represen- tantes dos trabalhadores que, através do assessor jurídico, solicitaram que o Sindicato Pa- tronal aceitasse o mediador, para que mais tarde qualquer resposta de mediação não fos- se rejeitada pelo fato do medi- ador ter sido solicitado por ape- nas uma das partes, e inclusive para que o mediador pudesse ter acesso as informações das empresas.O Sindicato Patronal manifestou que só poderia res- ponder após consulta à assem- bléia da entidade.

No dia 25/08/95 ocorreu nova rodada de negociação. O Sindicato patronal aceitou a me- diação e apresentou como pro- posta de reajuste salarial o zeramento da inflação de se- tembro/94 até agosto/95 e 0,0% de produtividade, e a renova- ção da convenção coletiva atu- al.

Os trabalhadores não aceita- ram a proposta de produtivida- de de 0,0% e argumentaram a necessidade de se ampliar as cláusulas da atual convenção Nova rodada de negociação foi, então, marcada para setembro.

*Cid Cordeiro da Silva é economista do DIEESE

(Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-

Econômicos).

O número de desempregados em Curitiba e Região Metropo- litana passou de 100 mil em ju- nho para 106 mil em julho, au- mentando a taxa total de 10,3% para 10,8%.

Este foi o resultado da Pes- quisa de Emprego e Desempre- go (PED), divulgada em agosto pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Es- tudos Sócio-Econômicos), IPARDES (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômi- co e Social) e SERT (Secreta- ria Estadual do Emprego e Re- lações de Trabalho).

O aumento se deu principal- mente na taxa do chamado de- semprego aberto nos municí- pios da Região Metropolitana (fora Curitiba), que passou de 6,9% para 7,4%. Ou seja, no mês de julho, 73 mil pessoas estavam sem nenhuma ocupa- ção, e sem nenhuma fonte de renda, procurando trabalho.

A pesquisa revelou que cres- ceu o desemprego dos chefes de família em 7,7% e entre as pessoas com 25 a 39 anos de idade (8,8%). Segundo Rossana Ribeiro Ciminelli, Co-

Os dados da Pesquisa de Emprego entrevista coletiva

ordenadora da pesquisa pelo DIEESE, explica que a econo- mia não tem sido capaz de ge- rar emprego para todas as pes- soas que ingressam no merca- do de trabalho, e lembra que entre dezembro/94 e julho/95 a oferta de mão-de-obra cresceu em 17 mil pessoas enquanto a ocupação apenas em 2 mil.

Além disso o aumento do número de desempregados en- tre as pessoas com experiência anterior de trabalho, passando de 8,3% para 8,8% demonstra

e Desemprego foram divulgados em na sede do DIEESE

o corte de postos de trabalho. Para Nelson Karan, econo-

mista do DIEESE, o mercado de trabalho deve levar alguns meses para dar respostas," pois o tempo que se leva para criar um posto de trabalho é muito maior do que o de eliminar um".

Os números divulgados mos- traram ainda que o setor públi- co, tal como já vinha acontecen- do desde o final do ano passa- do, reduziu o número de ocu- pados em 1,7%, acumulando de dezembro/94 até julho/95 uma

queda de 8,8% no quadro de fimcionários.

Emprego e Renda Segundo a PED, os assalari-

ados tiveram uma queda de 1,2% em seus rendimentos e os ocupados uma queda de 1,1 %. O estudo revelou ainda que 50% dos ocupados ganham até R$ 305,00. Quanto aos assa- lariados, 50% recebem me- nos de R$ 313,00 por mês.

Na entrevista coletiva em que foram divulgados os resultados da pesquisa, o Secretário do Emprego e Relações de Traba- lho, Joni Paulo Varisco, disse que o governo estadual está re- alizando o Programa de Gera- ção de Emprego e Renda (PROGER), que até agosto vai aplicar R$ 12 milhões visando a criação de novos empregos.

Questionado sobre o "pro- grama de demissões voluntári- as" da Sanepar, o Secretário comprometeu-se a verificar a situação. Miguel Gawloski, pre- sidente do Sindicato dos Urbanitários, explicou que os funcionários estão sendo pres- sionados a solicitar a demissão.

Em Curitiba e Região Metropolitana

106.. estão desempregados

Pesquisa da FIEP revela nível de emprego menor na indústria

A indústria do Paraná cortou

3,5 mil

postos de trabalho no mês de julho

50% dos ocupados recebem menos de

305 reais

por mês, na Grande Curitiba

O nível de emprego nas in- dústrias de transformação do Paraná teve nova queda no mês de julho. O número de empre- gados na produção caiu 2,03% e o número total de emprega- dos caiu 1,20%, o que significa o corte de 3.490 postos de tra- balho. As vendas industriais, no entanto, tiveram um aumento real de 7,22% em julho.OsBa- dos fazem parte da "Análise Conjuntural do Mês de Julho", apresentada pelo Departamen- to Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (DEC-FIEP).

Segundo a pesquisa, os gê- neros Produtos Alimentares, Química e Couros, Peles e Pro- dutos Similares foram os que mais influenciaram desempenho positivo das vendas da indús- tria Maurílio Schmitt, chefe do Departamento Econômico da entidade, explicou que as me- didas tomadas pelo governo vi- sando a diminuição do consu-

mo de bens duráveis acabaram por reorientar os gastos dos consumidores para bens de va- lor unitário baixo e bens essen- ciais como os produtos alimen- tares.

"Isso beneficiou a indústria do Paraná que, além de aumentar as vendas, conseguiu recuperar o vaíor financeiro dos produ- tos", avaliou Schmitt. Para ele

o nível de emprego industrial deverá se manter estável nos próximos meses, pois apesar do aumento nas vendas ainda se verificam ajustes estruturais nos processos e métodos de pro- dução: " a importação de bens decapitai absorve cerca de um bilhão de dólares mensais e a alternativa de terceirização de atividades não se esgotou".

Quem mais demitiu (Variação acumulada em 1995)

Vestuário, Calçados Artefados de Tecidos

Minerais nào Metálicos

Matérias Plásticas

Produtos Alimentares

Material Elétrico e de Comunicações

7,7«

5,94%

3,19 li 4-

121,52%

20 25 0 6 10 1S

Fonte: Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Paraná

Milhares de famílias deixarão o campo O êxodo rural é um reflexo da descapitalização dos agricultores a partir do plano real.

Em entrevista ao jornal Fo- lha de São Paulo, do dia 31 de julho deste ano, o vice-presiden- te da Sociedade Rural Brasilei- ra, Pedro de Camargo Neto, disse que "as 200 mil famílias que o governo FHC se propôs a assentar até 1998 vão deixar o campo por causa da atual cri- se da agricultura". É bom lem- brar que, na época, o entrevis- tado do jornal estava defenden- do os interesses do grupo de la- tifundiários que realizaram o "cami-nhonaço" em Brasília. Mas, mesmo assim, a informa- ção não deixa de ser curiosa e, talvez, não fuja à realidade.

O piano real Ancorado pelos baixos pre-

ços dos produtos agrícolas, o plano real foi catastrófico para a agricultura familiar. Junto com os baixos preços, os agriculto- res foram prejudicados pela

Théa Tavares* indefinição na política agrícola, lho e a mandioca tiveram redu- pela safra recorde de grãos, im- portações e altos juros do mer- cado financeiro.

Como conseqüência dessa situação, assistimos a queda na renda da agricultura familiar, o endividamento desses agriculto- res no comércio local e a es- tagnação na economia de mui- tos municípios que têm nesse se- tor sua maior fonte de renda.

Preços Mínimos O governo anunciou, no dia

14 de agosto, os novos preços mínimos dos produtos agríco- las. Praticamente congelados, desde o início do plano real, eles apresentavam uma defasagem de mais de 30% frente à infla- ção do mesmo período. Sem contar que, na prática, nenhum produto da cesta básica atingiu o preço mínimo na comerciali- zação. No novo anúncio, o mi-

ção; o feijão e o algodão apre- sentaram uma alta e o arroz, soja, sorgo, alho, girassol e amendoim continuam com os mesmos preços da safra passa-

da. Mesmo os produtos com preços elevados foram reajus- tados abaixo dos índices da in- flação.

*Théa Tavares é jornalista e Assessora de Imprensa da

Fetaep.

Inflação No primeiro ano do real, os alimentos contribuíram para

manter a inflação baixa. Em compensação, aluguéis, men- salidades escolares e serviços foram os principais vilões do período. O ICV/Dieese apontou uma variação de 136% nas despesas com habitação nos últimos 12 meses.

Já no segundo semestre de 95, a tendência é de inver- são. Mas,mesmo que os produtos alimentícios tenham uma alta nos preços, devido à entressafra, esse lucro não irá parar nas mãos dos pequenos agricultores, pois a maior parte deles já vendeu os seus produtos na época da colheita pres- sionados pela necessidade de sobrevivência.

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Page 5: Curitiba, Setembro • 1995 • Em luta por uma nova sociedade ... · zodíaco chinês são co- mentados em nova seção do jornal. Página 5. Saúde Alternativa O médico Silvio

Página 5 • Ano I - n0 3 - Seíenibro/95 Folha Popular

E Folha Popular. ,

special Qualidade de vida nos

bairros é boa na opinião de apenas 13%

Uma pesquisa, realizada pelo Centro de Formação Irmã Ara- újo-Cefuria durante a III Con- ferência Municipal de Saúde, constatou que apenas 13% dos representantes enviados pelos usuários consideram boa a qua- lidade de vida nos bairros de Curitiba.

Para 48% a qualidade de vida é regular, enquanto que outros 39% estão bastante desconten- tes com o que encontram em seus bairros: 21% dos entrevis- tados responderam "ruim" e 18% "péssimo".

Na justificativa da opinião, a "falta de saneamento básico" apareceu em 51 % das respos- tas. Em segundo lugar foi cita- do, por 27% dos entrevistados, o problema dos baixos salári- os, "baixa renda" e desempre- go. Para outros 15%, a quali- dade de vida não é boa porque as condições de moradia são precárias. Os terrenos baldios, o lixo, os ratos e até os cachor- ros soltos pelas vilas foram lem- brados pelos entrevistados.

Entre os que disseram que a qualidade de vida é boa, as jus- tificativas foram: acesso aos ser- viços, bairro antigo e famílias tradicionais, urbanização com- pleta e " a classe média tem menos problemas".

Quanto ao atendimento rea- lizado pelos postos de saúde, a pesquisa revelou que 39% acham "bom", 40% consideram o serviço "regular" e 8% "ruim". Para 5%, apenas, o ser- viço dos postos tem sido "óti- mo" e, para outros 5% ele tem sido "péssimo".

A pesquisa constatou tam- bém que o serviço prestado pelos hospitais está em pior si- tuação, na opinião dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Para 57% dos entrevis- tados o atendimento dos hos- pitais é "regulai", 11 % considera "ruim"e6% "péssimo". Oshos- jitais atendem bem na opinião

de 16% dos entrevistados e "ótimo" só para 2% destes.

O melhor Quanto ao que existe de "me-

lhor" no sistema de saúde de Curitiba, em 27% das respos- tas apareceu a dedicação dos funcionários. Em segundo lugar apareceu, a rede de unidades de saúde na periferia (25% das in- dicações) . Empatado com este número veio, a participação po- pular nas discussões e decisões, nas Conferências e Conselhos.

Nesta pergunta, que previa a citação das duas coisas mais positivas, apareceram ainda: o atendimento 24 horas, a "Cen- tral de Marcação de Consul- tas", o serviço de odontologia, o programa "Saúde da família", a "Farmácia Curitibana"- que distribui os medicamentos es- senciais - e o serviço de homeopatia (aqui com a ressal- va de ser pouco acessível).

Os problemas A falta de profissionais foi

apontada como o principal pro- blema, aparecendo em 38% das respostas dos usuários - que não se esqueceram de indicar também, dentro desta pergun- ta, o baixo salário recebido pe- los funcionários. Outro proble- ma, bastante citado (21 %), diz respeito ao pequeno número de consultas oferecido pelas Uni- dades de Saúde, às filas de madrugada e à demora para se conseguir atendimento, princi- palmente na área de odontolo- gia e de médicos especialistas. A falta de remédios apareceu como problema nas respostas de 14% dos entrevistados, en- quanto a consulta "rápida", fei- ta pelos médicos conveniados, foi a reclamação principal de alguns outros.

(Foram entrevistados 63 re- presentantes de usuários, ou seja, 25%, distribuídos propor- cionalmente à representação por regional)

QUALIDADE DE VIDA NOS BAIRROS

Péssimo 18%

Regular 48%

Conferência discute qualidade de vida

"Saúde e Qualidade de Vida" foi o tema Curitiba realizada

da III Conferência Municipal de Saúde de de 25 a 27 de agosto

Os 759 participantes da III Conferência Municipal de Saú- de de Curitiba, realizada de 25 a 27 de agosto no Colégio Es- tadual do Paraná, debateram o tema "Saúde e Qualidade de Vida" como assunto principal das plenárias e dos 20 grupos de trabalho formados durante o encontro.

Os debates tiveram como ponto de partida o entendimento de que habitação, saneamento, trabalho, transporte, educação, lazer e várias outras condições sociais, emocionais, econômi- cas, culturais e políticas interfe- rem diretamente na saúde da população.

Como causas das doenças foram apontadas desde a má

distribuição de renda, as mora- dias precárias e o esgoto a céu aberto, até a poluição e o lixo acumulado nos rios e valetas provocando enchentes.

Para resolver os problemas, um grupo apresentou a propos- ta de investimento em sanea- mento básico na mesma quan- tia do investimento em saúde. Entendendo que "Curitiba não é uma ilha de Qualidade de Vida", mas que pode melhorar muitas coisas, outro grupo pro- pôs a implantação de uma polí- tica de renda mínima no muni- cípio e a participação popular na discussão do orçamento mu- nicipal de 1996.

Além do tema geral, os gru- pos de trabalho discutiram: Po-

líticas Públicas e Ação Interse- torial. Vigilância à Saúde/ Or- ganização dos Serviços de Saú- de, Recursos Humanos, Finan- ciamento do Setor de Saúde e Controle Social/Participação Comunitária

Do total de participantes da III Conferência Municipal de Saúde, 240 eram delegados re- presentantes dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), 127 representavam os trabalhadores da área de saú- de, 42 representavam os prestadores de serviços e 87 representavam a administração municipal. Na condição de con- vidados especiais ou observa- dores estiveram presentes 263 pessoas.

Entenda melhor

Votação de proposta na plenária da III Conferência Municipal de Saúde.

STO Curitiba O Sistema Único de Saú-

de (SUS) funciona em Curitiba através de 98 Uni- dades de Saúde - sendo cin- co delas "24 horas", do La- boratório Municipal, do La- boratório Ótico, da Farmácia Curitibana e dos 36 hospitais e sete clínicas conveniadas.

Fazem parte também do sistema os seguintes servi- ços: Central de Atendimen- to ao Usuário, Central de Ambulâncias, Central de Va- cinas, Central de Internação Hospitalar, Central de Mar- cação de Consultas, Vigilân- cia Sanitária, Saúde do Tra- balhador, Fitoterapia, Con- trole de Vetores e Saúde Ambiental.

Controle Social O "controle social" do

SUS Curitiba é feito através dos Conselhos Locais de Saúde (atualmente 47), do Conselho Municipal e das Conferências Locais, Regi- onais e Municipais.

Tanto os Conselhos como as Conferências têm 50% de participação de represen- tantes dos usuários e têm como funções, entre outras coisas, a discussão, elabora- ção de propostas, planeja- mento, deliberação sobre as prioridades, avaliação e fis- calização dos serviços pres- tados na área de saúde.

Participação Popular cresce mas Controle

Social ainda é limitado

Secretário anuncia melhorias e diz que

espera "apoio crítico"

^ Uíowscopo Chinês

Na opinião de Lígia Men- donça, socióloga e membro do Conselho Estadual de Saúde, a participação popular tem sido fimdamental para a conquista de melhorias no sistema de saúde, embora não seja nenhum remé- dio milagroso. "É processo, eu considero que é a estrutura bá- sica de mudança de uma socie- dade", disse Lígiamvaiiando que as Conferências e as reuniões do Conselho Municipal estão indo cada vez mais fundo, que os participantes estão conse- guindo enxergar cada vez mais coisas quando olham para um orçamento, que o movimento de bairros está conseguindo enten- der as reivindicações de outros movimentos na área de saúde.

"Eu percebo então um cres- cimento, uma condição de ocu- par espaços importantes, mas a

gente não conseguiu interferir ainda na distribuição de ver- bas", concluiu Lígia.

Gastos menores Um documento distribuído

pelo Fórum Popular de Saúde, durante a 111 Conferência, de- nunciava a diminuição dos gas- tos com saúde em Curitiba e so- licitava atenção especial dos participantes para com os temas "Financiamento" e" Controle Social". Segundo o documen- to, os percentuais do orçamen- to municipal destinados à saú- de vêm diminuindo: 9,45% em 1991,8,23% em 1992,6,27% em 1993 e 5,24% em 1994. Apesar de ter sido aprovado 10,03% do Orçamento Geral para a saúde em 1995, a previ- são do Fórum é que muito me- nos será realmente empregado.

O Secretário Municipal de Saúde de Curitiba, João Carlos G. Baracho, disse em entrevista à Folha Popular que a sua avaliação é extremamente positi- va, porque alguns problemas crô- nicos como a falta de profissio- nais e de medicamentos nas uni- dades já estão praticamente re- solvidos. "É importante salientar que, hoje, o pequeno déficit que existe é bastante pequeno mes- mo", disse o Secretário indican- do que a meta é zerar a falta de profissionais até o final deste ano.

Ele reconhece, no entanto, que é preciso avançar e dá exemplos de algumas iniciativas neste senti- do: " vamos investir no Bairro No- vo e no Jardim da Ordem.. Para melhorar o atendimento no Bair- ro Novo, o Secretário citou a construção de um hospital e de uma Unidade de Saúde, a im-

plantação de módulos do Saúde daFamüiaeautilizaçãode casas da Vila Tecnológica e do CAIC.

Explicando que o objetivo é a integração com a Região Metro- politana, Baracho disse que será lançada em outubro a central me- tropolitana de vagas hospitalares, "e já temos uma central de mar- cação de consultas especializadas que marca cerca de 1.700 con- sultas por dia, atendendo 28 municípios da região".

Baracho acha importante o envolvimento da comunidade, mas faz uma ressalva:" momen- tos de radicalização devem ser questionados porque acredita- mos no que estamos fazendo, achamos que nossa atuação é de extrema conseqüência, de extre- ma responsabilidade e o que nós queremos sim é o apoio critico para o aperfeiçoamento".

Conta uma lenda que Buda, antes de ir embora deste mun- do, chamou todos os animais, mas somente doze se apresen- taram. Como recompensa a eles, Buda deu a cada ano o nome de um deles, de acordo com a sua ordem de chegada. O primeiro foi o Rato, seguido pelo Boi, Tigre, Coelho, Dra- gão, Serpente e Cavalo. Junta- ram-se a eles a Cabra, Maca- co, Galo, Cão e Porco. Cada ano ficou, então, astrologica- mente regido por um desses ani- mais.

Segundo a tradição oriental, assim nasceu o horóscopo chi- nês, reflexo da ligação cheia de respeito com que este povo tra- ta a natureza Para eles, a vida na face da terra é concebida como um todo, sendo o homem ^apenas uma pequena parte da

vida terrena, sujeito às manifes- tações dos outros elementos in- tegrantes da natureza

Estes elementos são vistos como parte ativa do universo, influenciando nossas vidas com a mesma força que o fazem o Sol e a Lua.

Têm se falado muito sobre a astrologia chinesa, só que de modo superficial, sem explicar seu significado e valor. Como acontece com o zodíaco ociden- tal, com o qual estamos mais acostumados, o horóscopo chi- nês divide as pessoas em 12 ti- pos básicos, de acordo com seu signo chinês. A grande diferen- ça deste signo é que sua regêcia dura um ano. Por exemplo,os nascidos entre 31 de janeiro de 95 e 18 de fevereiro de 96 são do signo de Porco, o regente deste ano.

RATO 1900 l9n "z4 1936 i-v^iv 1948 1960 1972 19g4

O rato é sempre oportu- nista, mas isso não o faz dele um pessoa egocên- trica, pois ele sabe parti- lhar suas vitórias e alegri-

as. Este nativo possui excelente tino comercial, mas também tem uma forte tendência à acumulação.

BOI 1901 ,913 1925 1937

1949 1961 1973 1985 Este nativo de aparência metódica e modesta cos- tuma atrair confiança ir- restrita dos que o rodei- am. Não é tímido e está

sempre buscando aprovação e reco- nhecimento para seu trabalho dedi- cado, perseverante e competente.

TIGRF 1902 19u 192í 1938 1950 1962 1974 1986

Impetuosas e passionais, as pessoas de tigre são sempre pessoas de ação. Com um temperamento explosivo e rebelde, não-

suportam qualquer tipo de restrição, por isso, em qualquer situação, ele tem que ser o chefe.

COELHO ll903 1915 1927 1939 1951 1963 1975 1987

A gentileza, a sensibilida- de e a cortesia do coelho fazem com que ele seja visto como símbolo de refinamento. Atencioso,

ele dá ajuda financeira, conselhos, idéias, mas não é do tipo que se sa- crifica pelos outros.

DRAGÃO 1904 1916 1928 l940

1952 1964 1976 1988 O Dragão é o signo chi- nês da sorte, e os nati- vos deste signo são ati- vos, fortes, decididos e notados em qualquer par-

te. Sua franqueza é extrema, compa- rável à sua exuberância, e ele não to-

CAVALO ,906 X9i* l930 I942

^^ 1954 1966 1978 1990 „ Bastante vaidosos, os

s—fy nascidos sob o signo de cavalo são donos de uma personalidade fortíssima. Gostam muito de brincar

com tudo, de rir de tudo, apesar de ter um senso de humor muito insta-

k^

GALO 1909 1921 1933 1945 1957 1969 1981 1993

Presença de espírito, in- teligência e desembaraço são predicados com que o galo conta para estar sempre no centro das

atenções. Vaidoso e excêntrico, tem enorme necessidade de atenção. São

vel, com ataques de raiva repentinos. capazes de fazer qualquer coisa e bem.

lera mediocridade ou mesquinharia. sestruturam.

CABRA ,907,919193, l943 1955 1967 1979 1991

Os nativos de cabra são doces, compreensivos, tranqüilos e sentimentais. Sinceros acima de tudo, usam da força da resis-

tência passiva para se defenderem das situações de conflito que os de-

CFRPFIVTF 1905 1917 1929 "4' »EJ«'IÜ>1IÍ. 19S3 1<>6s 1977 19g9

Sábios e misteriosos, os nativos de serpente po- dem ser qualquer coisa, desde que vençam seu

J único e real inimigo: a in- dolência. Por outro lado, sempre são auxiliados por sua extrema sensibili- dade e por uma intuição aguda.

MACACO ,1908 1920 |932 1944

IVl/V^AV-VJ 1956 1968 1980 1992 A característica mais ad- mirável deste signo é sua capacidade de resolver problemas. Dono de per- sonalidade brilhante, ele

tem excelente memória e grande cria- tiv idade. No entanto, não tem muitos escrúpulos e é um oportunista nato. quistâr a simpatia dos outros.

CÃO l910 1922 I934 1946 1958 1970 1982 1994

1 Meticuloso, diligente, Ç-^jr* fiel, honesto e devotado, U^-A^ assim é o cão. Sua inqui-

etude e desconfiança dei- xam-no na defensiva, e

nada escapa da sua agudeza e pro- fundidade intelectual. E também um trabalhador disposto e talentoso.

PORPO i9n I923 "35 1947 rvwvv,vy 19S9 x91l 19gJ 199s

O porco é puro de cora- ^-—>. ção, falta-lhe astúcia. As Ti^-uM pessoas podem se apro-

veitar dele e ele parecer ingênuo, mas na verda- de ele sabe o que está contecendo e fica quieto. Sempre consegue con-

Page 6: Curitiba, Setembro • 1995 • Em luta por uma nova sociedade ... · zodíaco chinês são co- mentados em nova seção do jornal. Página 5. Saúde Alternativa O médico Silvio

jtâfiia Popular Página 6 - Ano I - n0 3- Setembro/95

Comunidade Romaria da Terra protesta Moradias 23 de Agosto festeja conquistas

"Nas comunidades e Associa- ções, o povo se reunia com grande esperança", cantaamúsica come- morando os quatro anos da Vila Moradias 23 de agosto. Essaunião do povo resultou na ocupação da terra e garantia da moradia para todos, numa atitude de coragem ríãdataque acabou virando nome dãvila: 23 de agosto de 93.

Graças à organÍ2ação na luta pela terra, uma grande festa pode relembrar com orgulho as conquistas da comunidade, que não param por aí. Entre as rei- vindicações atuais estão o sane- amento da vila e ponte de liga- ção com o Bairro Novo, pedida em conjunto com as Moradias Campo Cerrado.

Pastoral Operária realiza 6o Fest-Baile Seguindo o tema central da

Campanha da Fraternidade 96, "Política e Fraternidade", a Pas- toral Operária realiza no dia 7 dè-outubro o 6o Fest-Baile.

'Neste ano, com o lema "Jus- tiça e Paz se abraçarão", o Fest- Baile realizará também o 1° fes-

tival de poesia. Os festivais an- teriores produziram frutos sig- nificativos, criando espaço para que os artistas populares reve- lem seus dons." A intenção, nes- te ano, é de ampliar isto tam- bém para a poesia", avisa a Co- ordenação do evento.

Pesquisa revela problemas na Fazendinha Pesquisa realizada pela Pa-

roquia Santa Amélia nas comu- nidades do bairro Fazendinha, próximas ao Rio Barigüi, revela os principais problemas da região.Foram pesquisadas 593 famílias, num total de 2424 pes- soas, nas comunidades Nossa Senhora Aparecida, Nossa Se- nhora de Fátima, Nossa Senho- ra do Perpétuo Socorro, Nos- sa Senhora dos Milagres e Pa- dre Ezequiel. >;>Entre as respostas obtidas, foram reveladas várias deficiên-

cias no atendimento às comuni- dades. Falta saneamento bási- co ,a 41,65% das famílias, e 37,43% delas vivem em lotes ir- regulares.

Uma das reclamações de maior vulto é a da falta de as- sistência social, sentida por 49,24% das famílias.

A outra é ligada à falta de cre- ches, reclamada por 57,33% das famílias entrevistadas. Tam- bém surpreende o número de crianças entre 7 a 14 anos que não estudam: 10,24%.

População conquista área de lazer Waldir

. Vamos contar uma historinha do povo organizado. Na rua Se- bastião Rosa Lima, 272, da Planta Içião no bairro Xaxim, há alguns ãiios uma empreiteira construiu oito casas (Conjunto Residencial Santa Mônica lü). Sendo que nes- ta'mesma área tem uma sobra de lerreno que pertence à Prefeitura Municipal de Curitiba, a emprei- teira não mediu esforços e rapi- damente murou a área fez can- cha de esporte para uso exclusivo daqueles poucos moradores, e va- lorização das casas. Os demais

• ftioradores não gostaram daquela atitude e começaram a discutir o problema. •, Depois de muitas idas e vindas,

conversas com o síndico, oficio e at)aixo~asinado protocolado no Departamento de Parques e Pra-

'$âs, consulta ao Departamento de

Ramos* Patrimônio e reuniões com os in- teressados, o assunto foi levado ao conhecimento do Diretor do De- partamento de Parques e Praças. Dr. Mário, o diretor, decidiu que a área, em vista de ser pública, se- ria aberta à população.

Díántè desta posição do Dire- tor, as coisas começaram a mu- dar, finalmente chegamos a um acordo. Abrir a cancha, colocar um portão e fechar com cadeado, desde que fosse controlado pela população. Hoje graças à união e bom senso do Diretor Mário Kus- ter, a área está sendo usufruída pelas nossa crianças, adolescen- tes, jovens e também por nós co- roas, que acompanhamos as brin- cadeiras de toda a moçada.

* Waldir Ramos é membro da diretoria da Organização

XapinhaL

SAÚDE ALTERNATIVA

Como se faz um chá de planta medicinal? Silvio Miranda11

As plantas medicinais são re- médios que, como todos os ou- tros, devem ser usados de uma maneira correta. Tomar uma vez ou outra, e ainda de forma erra- da, não vai ajudar a curar as do- enças.

A seguir vamos dar informa- ções importantes de como usar as plantas medicinais.

a)colha em tempo seco, ao secar o orvalho

b)não colha em local poluído (beira de rua, valeta) . c)não tire muitas folhas da planta, se não poderá matá-la • d)sempre tenha outra mudas da

miesma planta e)se a planta está suja, lavá-la

bem, e não usar as folhas que estejam manchadas ou comidas por insetos j 2o Secagem da planta: . a)de preferência use a planta fresca, mas se for secá-la, come- ce a secagem logo depois de co- lher

b)seque num lugar ventilado, ,$eco, limpo e na sombra, e prote- gido de insetos e animais (cuida- do com ratos)

c)para secar use uma bandeja bu peneira

d)não forme uma camada muito grossa de folhas, e mexa nelas todos os dias

e)ao término da secagem a planta deve estar como uma fo-

i lha de papel, e deve conservar seu cheiro e cor

y Como guardar a planta: a)num lugar seco, escuro e

arejado b)num saco de papel ou, o ide-

al, num vidro c)colocar uma etiqueta com o

nome da planta e data d)pode ser guardado por um

ano. Mas, se mofar, é porque a secagem não foi boa, e deve-se jogar fora a planta

4o Como usar a planta: a)n8o tome o que você não

conhece b)se for usar alguma parte mole

de planta, como folhas, flores, ta- los finos, frutos, faça assim:

*use a medida de uma colher de sobremesa da folha seca, ou, se for para usar a planta seca, usar duas ou três vezes mais. Coloque-a em uma xícara com água fervente, abafe por 15 mi- nutos, coe, e pode tomar (adoça- do ou não).

*se a parte usada for mais dura, como é o caso da raiz, se- mente, cascos, deve-se cozinhar por 10 a 15 minutos.

*tome 3 a 4 xícaras por dia. *o ideal é fazer o chá para o

momento, mas se for necessário, guarde-o, protegido com uma tam- pa, no máximo por um dia.

♦finalmente, não compre as plantas em saquinhos, pois neles não é possível ver a qualidade. Só compre plantas que você pode ver como estão.

É bom lembrar que, como os princípios ativos das plantas são mais diluídos, os chás devem ser usados com regularidade.

As plantas ao surtirem efei- to vão restituindo a saúde aos poucos, de maneira mais duradou- ra e natural.

*Sih'io Miranda é médico.

contra grandes usinas Com o tema "Águas para a

vida, não para a morte", a Ro- maria da Terra deste ano reuniu cerca de 15 mil pessoas, no dia 3 de setembro, em Três Barras do Paraná - cidade onde está sendo construída a usina de Salto Caxias.

A celebração pública, reali- zada há dez anos pela Comis- são Pastoral da Terra (CPT), tem o objetivo de reunir homens e mulheres que sofrem e lutam para conquistar ou permanecer na terra. Neste ano, o ato cha- mou a atenção para a constru- ção das barragens de grandes usinas hidrelétricas, que expul- sam milhares de pequenos agri- cultores do campo.

Salto Caxias A barragem de Salto Caxias,

com um lago de 142 quilôme- tros quadrados, atingirá nove municípios do sudoeste do Paraná e duas mil famílias - aproximadamente oito mil pes- soas. Os agricultores locais es- tão se mobilizando desde 1992, quando souberam da proposta da Copei para a área.

Em 1993,acamparam no canteiro de obras durante 43 dias, conseguindo que a Copei reconhecesse a Comissão Re- gional dos Atingidos pelas Bar- ragens do Rio Iguaçu (Crabi) como representante dos agri- cultores nas negociações.

Romana Depois de uma caminhada de

dois quilômetros, os romeiros fizeram uma parada na igreja matriz para colocar o símbolo de todas as romarias do Paraná: uma cruz de cedro. Dali, todos

fl QRGnN\IflCftO LEMRJ

10° Romaria da Terra, realizada em Três Barra do Paraná, no dia 3 de setembro

rumaram para o estádio, onde foram realizadas várias apresen- tações retratando a luta dos atin- gidos pelas barragens, a luta dos sem-terra, e a falência dos pe- quenos agricultores causada pela política agrícola do gover- no FHC.

Além da manifestação contra a construção de grandes proje- tos hidrelétricos no Paraná - estão previstos mais 52 até o ano 2015 - a Romaria da Terra foi também "um grito de alerta e protesto contra a violência no campo", explicou D. Ladislau Biernaski, representante dos bis- pos do Paraná junto à CPT. Só no primeiro semestre de 95 fo- ram assassinadas 22 pessoas em conflitos pela posse da terra no Brasil, (ver quadro ao lado)

Violência ___ Trabalhadores mortos em conflitos pela posse da terra

no Brasil:

1990: 76 1991: 50 1992: 50 1993: 44 1994: 47

1° Semestre de 1995: 22 Total: 289

Movimento pela moradia pede regularização de áreas

O Movimento de Luta pela Moradia reuniu mais de mil pes- soas na manifestação pela regu- larização das áreas de "ocupação" da Grande Curitiba O ato foi or- ganizado pela Central de Movi- mentos Populares, União Geral de Bairros, Xapinhal e Federa- ção de Associações de Morado- res do Paraná (Famopar).

Na prefeitura, os moradores se reuniram com com Ivo Men- des Lima, presidente da Cohab, e Nelton Friedrich, representan- te do executivo municipal. As au- toridades receberam o documen- to, solicitando que o Poder Pú- blico "tenha sensibilidade e aban- done qualquer política que impli- que no despejo e relocação for- çada de famílias", mas não assu- miram conçromissos na busca de solução para o problema.

Moradores das "ocupações" fizeram passeata no Centro Cívico

O documento foi entregue tam- bém ao presidente da Assembléia Legislativa do Paraná, Anibal Curi, à Vice Governadora, Emília Belinatti e ao Secretário do Pla- nejamento, Cássio Taniguchi. Os

representantes do governo esta- dual disseram que estão conver- sando com os proprietários das áreas e que a maioria deles já aceitou anegociação, apenas dois preferem a via judicial.

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A Igreja, os presos e a sociedade Frei Luiz Gonzaga Peres OR*

Também da morte o Batista é "precursor". Esta morte é um típico exemplar do que muitas vezes acontece no mundo: a su- pressão violenta por parte dos seres cobertos de prestígio e poder. Triste espetáculo é ver- se a opinião pública assistir im- passível, senão divertida. Cum- pre criar uma opinião pública contrária, ter coragem de des- mascarar o erro de quem julga tudo lícito, porque pode fazê- lo com franqueza. João era ini- migo de Herodes e este o esti- mava; no entanto, por covardia, fá-lo calar para sempre. Enga- no! Aquele martírio jamais se calará.

"Lembrem-se dos presos como se vocês estivessem na prisão com eles. Lembrem-se dos que são torturados, pois vocês também têm um corpo." (Hb 13,3)

O apelo evangélico de servir os presos, dirige-se a toda co- munidade dos seguidores de Je- sus: Bispos, padres, religiosos, religiosas, leigos e leigas.

Esse serviço da comunidade cristã aos presos se faz também através da Pastoral Operária. Ela é a presença institucional da Igreja no mundo dos cárceres. Seu serviço evangelizador ca- racteriza-se pelo profetismo e denúncia da situação de peca- do que é a prisão, e do mistério da iniqüidade que estigmatiza os presos. É denúncia de tudo aquilo que violenta a dignidade do preso como pessoa huma- na: torturas, maus-tratos, celas fortes, coníinamento total.

"A existência das prisões e a situação em que vivem os pre- sos é, sem dúvida, um critério prático e decisivo para julgar a fidelidade da Igreja ao Se- nhor Jesus." (Mt25,3\-46)

A Pastoral Carcerária se pro- põe, à luz do Evangelho e de uma consciência crítica, conscientizar os encarcerados, o sistema penitenciário, a Igre- ja, e os próprios agentes de pas- toral, sobre a situação do tra- balhador preso, para que haja uma resposta adequada e libertadora.

Elaborada e trabalhada por to- dos os envolvidos da questão pe- nitendária, visando conquistar efe- tivamente alibertação e integração dos nossos irmãos e irmãs ora pre- sos, na sociedade maior, já então mais justa e fiaíema.

* Frei Luiz Gonzaga Peres Op. é Coordenador da Patoral

Operária.

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Página 7 - Ano l - n0 3 - Setembro/95 Folha Popular

Ação da Cidadania: dois anos de luta pela vida

O artista plástico Júlio Ferreira, em promoção da Ação da Cidadania na Boca Maldita

Uma programação especial a cidadania E conta que na Gran- comemorará os dois anos da Ação da Cidadania em Curitiba nos dias 18,19 e 23 de setem- bro. A Semana da Cidadania terá debates, exposições, apresenta- ções de dança e música.

Como parte das festividades, o artista plástico Júlio Ferreira, fera uma vigíliana sexta-feira, 22. E no sábado estará trocando ali- mentos não-perecíveis por pai- néis artísticos. Voluntário da Ação, Ferreirajá esteve envolvi- do em promoção idêntica em ju- nho e agosto, sendo muito bem sucedido.

Para Luís Pequeno, membro do Comitê Metropolitano de Cu- ritiba, "o objetivo principal des- tes eventos é demonstrar à soci- edade que o problema da fome é pertinente àpopulação local".

Ele também enfatiza a impor- tância de se valorizar as iniciati- vas da comunidade, ainda que tí- midas, para devolver às pessoas

de Curitibajá são mais de 30 Co- mitês de apoio e solidariedade.

Encabeçada pelo sociólogo Herbert de Souza, a campanha iniciou seus trabalhos, em 93, buscando arrecadar e distribuir alimentos aos necessitados. Hoje o movimento procura trabalhar as raízes do problema da fome, tra- tando do desemprego e da falta de democratização da terra.

Semana da Cidadania: 18/09: Debate "Dois anos con- tra a fome: significados e de- safios ", no teatro da CEF (Rua Cons. Lawindo, 280) às 19h. 19/09: "Dançapela Vida", no Auditório do Colégio Bom Je- sus (Rua 24 de Maio), às 20h 23/09: "Primavera da Cida- dania", exposição de fotos, grupos de música popular, ar- tistas plásticos, artesanatos, performances. Grupo de Dan- ça da UFPR Na Boca Maldi- ta, das 9h às 15h.

Assistência Social vai eleger Conselhos

Entidades representantes dos usuários, dos prestadores de serviço e dos trabalhadores da assistência social participarão, no dia 23 de setembro, da Con- ferência Municipal de Asssitên- cia Social.

O período de inscrições vai até o dia 12 de setembro, sem- pre das 13h às 19h no Funda- ção de Assistência Social

(FAS)-Guadalupe, atrás do ter- minal do Guadalupe. São neces- sários para a inscrição a cópia da ata da última eleição regis- trada em cartório e do estatuto com dois anos de aprovação.

A Conferência municipal terá a participação de 150 delega- dos , que serão escolhidos nas regionais, no dia 16 de setem- bro, às 1 Shoras.

LÍDER COMUNITáRIO

Vera Lúcia Soares Peres, 42 anos, é a nova Vice-Presi- dente do XapinhaLAlém dis- to, há um ano e meio, ela é Presidente da Associação de Moradores do Moradias 23 de Agosto.

Vera Lúcia morou em vários lugares antes de "tomar coragem" e participar do grupo que ocu- pou o Moradias 23 de Agosto, nesta mesma data, em 1993.

Idealista, ela sempre partici- pou das atividades promovidas pela comunidade, lutando por seus direitos e pelas melhorias dsa condições de vida. Mesmo assim. Vera Lúcia recusou os primeiros convites da amiga Maria Ana para participar de reuniões em prol desta luta'Tinha receio, não sabia o que me es- perava". comenta.

Descontente com sua situa- ção, ela acabou aceitanto os convites para participar de um Encontro de Formação no Ce- furia. Identificou-se com as pa- lavras que ouviu, e esteve pre- sente em outros encontros, "vencendo seus próprios limites de mulher". Vera Lúcia relem- bra que assim "perdeu, aos pou- cos, seu medo de bater de fiente com o poder".

O resultado do seu cresci- mento interior deixou raízes no movimento popular. Nestes três anos em que está na "comissão de frente" do Moradias 23 de Agosto, Vera Lúcia tem sentido que sua liderança está surtindo efeito e tem ajudado seus com- panheiros. "Estou aprendendo a cada dia a ter mais amor pelo próximo".

Cebfs se preparam para o II Interclesial

"CEBs: Sal e fermento nas massas" será o lema do grande encontro que reunirá Comunidades Eclesiais de Base de todo o Paraná

As Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) do Paraná es- tão desde já se mobilizando para o II Intereclesial. O encon- tro acontecerá nos dias 17 a 20 de fevereiro de 1996, em Curi- tiba, e deverá contar com a pre- sença de 800 representantes de comunidades de 17 dioceses do Estado.

Durante o encontro os parti- cipantes serão organizados em quatro grandes grupos, que tra- balharão separadamente, só vol- tando a se reunir no plenário das 18h30 até as 21 horas. Em se- guida, os participantes vão para as casas das famílias - o pesso- al residente em Curitiba ofere- cerá pouso para os do interior.

As vagas estão distribuídas de acordo com a necessidade de cada uma das Dioceses, sen- do que Maringá terá 55, Cam- po Mourão 15, Umuarama 45,

FDCluta contra a

Paranavaí 45, Apucarana 45, Comélio Procópio 15, Jacare- zinho 10, Londrina 90, Curitiba 220 vagas, Paranaguá 15, Gua- rapuava 45, Ponta Grossa 20, União da Vitória 20, Cascavel 25, Foz do Iguaçu 45, Toledo 45, e Palmas 45. Além destas, outras 60 vagas foram reserva- das para o caso de alguma dio- cese desejar. Para obter maio- res informações, deve-se Susa- na, na Paróquia São Pedro, fone: 346-7475.

Quatro temas estarão na pauta do II Intereclesial:

-CEBs - raízes bíblicas e nos documentos da Igreja;

-CEBs e Movimentos Pentecostais;

-CEBs e Movimentos Po- pulares;

-CEBs e Religiosidade Popular.

ORAÇÃO DA II INTERCLESIAL REGIONAL DE CEBS

Ó Trindade Santíssima, nossa primeira e perfeita comunidade. Nós vos louvamos e agradecemos.

Cheios de confiança, nos invo- camos para nos iluminar, encora- jar e nos unir em Comunidades Eclesiais para melhor evangelizar. Por isso, "estamos reunidos com Maria, Mãe de Jesus, como em Jerusalém", em nome do Pai + do Filho e do Espírito Santo.

TODOS: somos vosso povo/ queremos sempre de novo/ser sal na comida/ser fermento na mas- sa/ser luz para a vida/ser vossa palavra que não passa.

Somos poucos e pequenos. Dai- nos coragem e ternura. Dai-nos um ideal sempre grande e forte para mudar o que é do vosso agra- do e prejudica vossos filhos. Dai- nos um coração generoso e missi- onário para continuar a missão de Jesus. Somos pequenos, mas...

TODOS: somos vosso povo/ queremos sempre de novo/ser sal na comida/ser fermento na mas- sa/ser luz para a vida/ser vossa palavra que não passa.

Somos poucos e espalhados pelo Paraná. Ajudai-nos a nos congregar, sempre na Igreja de vosso Filho e nosso irmão Jesus, convocados pelo Espírito para que, respeitando os sentimentos religiosos e a cultura de cada um, sejamos Comunidades Eclesiais de Base solidárias, a serviço da esperança e da vida, construindo, a partir das massas, o "Vosso Reino que também é nosso". So- mos poucos e espalhados, mas..

TODOS: somos vosso povo/ queremos sempre de novo/ser sal na comida/ser fermento na mas- sa/ser luz para a vida/ser vossa palavra que não passa. (Alécio Silva, Mário Cabral e Pe. Jaime)

Universidade assina convênio com

Solenidade de assinatura do convênio no salão nobre dá Reitoria da UFPR

Um termo de cooperação téc- zou o significado do acordo em nica entre a Universidade Federal do Paraná e entidades ligadas ao Movimento Popular foi assinado em 08 de agosto.

O acordo, inédito, foi firmado por representantes do Centro de Formação Irmã Araújo, da Cen- tral de Movimentos Populares, do Ministério Público e do Departa- mento Rural da Central Única dos Trabalhadores.

Márcio Rojânio da Ponte Sal- les, presidente da CMP, sinteti-

sua fala: "Nós do movimento po- pular não tivemos oportunidade de fiequentarauniversidade, mas sei que nós temos um conheci- mento pratico, de vida, para tro- car com aqueles que a parceria com a UFPR vai beneficiar".

Por outro lado, a universidade também se beneficia com o con- vênio, uma vez que estudantes e professores terão um amplo cam- po de pesquisa e elaboração de conhecimentos.

exclusão de Movimentos Populares deficientes *Pelegrin Felipe Cavasin A Fraternidade Cristã de

Deficientes (FCD) é um movi- mento internacional, leigo, ecu- mênico, de evangelização, de natureza promocional, no qual seus próprios doentes e defici- entes assumem sua direção e se encarregam da sua difusão.

Dentro4esta atividade, o pri- meiro passo é a descoberta do deficiente. Sabedores do seu endereço, nos organizamos para visitá-lo pois muitas vezes o en- contramos marginalizado e ex- cluído, até mesmo pelos seus, que, ou por vergonha ou super proteção, não lhe dão oportu- nidade de desenvolver seus dons ou qualidades que com certeza lhe restam, apesar da deficiência, seja qual for. Nesta visita levamos nossa experiên- cia, despertando o conhecimen- to mútuo e formando laços de amizade.

O passo seguinte é a forma- ção de grupos que se reúnem discutindo problemas comuns, com um programa de formação que procura integrar o deficiente na sociedade, tornando-o agen- te transformador da história.

Somos sabedores, por expe- riência, de que por mais grave que seja a seqüela da deficiên- cia, sempre sobra muito a ser desenvolvido e que pode ser posto a serviço de si, de Deus e da comunidade.

No Dia Nacional de Luta do Portador de Deficiência, 21 de setembro, nosso movimento propõe para este ano a exigên- cia de que se cumpram as leis que existem a respeito dos por- tadores de deficiência. A Legis- lação existente é relativamente vasta, mas quando se trata de sua aplicação, a coisa muda.

Em Curitiba a FCD trabalha na Pastoral do Deficiente. Aos poucos, procuramos entrar em contato com deficientes das comunidades.Telefones para contato: 756-1180 (Pelegrin), 233-0227 (Central de Movi- mentos Populares) e 225-7706 (Pastorais Sociais).

*Pelegrin Felipe Cavassin é Coordenador da Fraternidade

Cristã dos Deficientes.

Xapinhal tem nova direção

A nova diretoria do Xapinhal, entidade que reúne Associações de Moradores dos bairros Xa- xim, Pinheirinho, Alto Boqueirão e Sítio Cercado, tomou posse no dia 19 de agosto.

Fazem parte deste grupo Pe- dro Paulo Costa, novo presiden- te. Vera Lúcia P. Soares, vice-pre- sidente, Valmir de Souza, secre- tário, Maria de Fátima N. Swa- ab, vice-secretária, Nivaldo V. Lourenço, tesoureiro e Bemade- te V. Diniz, vice-tesoureira. Além destes, 18 membros do Conse-

lho fiscal representam as Associ- ações de Moradores dos vários bairros que compõe a organiza- ção.

Nesta ocasião, a nova direto- ria defíniu o plano de ação da ges- tão, que prevê, entre outras coi- sas: o mapeamento dos projetos em curso ou não da Prefeitura na região objetivando fiscalizar e pro- por alternativas, assessorar en- contros e assembléias e promo- ver a Folha Popular, toman- do-a mais conhecida para os mo- vimentos e entidades.

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Conselho da Criança é eleito em Curitiba

Entidades sociais e não-go- vemamentais de Curitiba elege- ram, no dia 10 de agosto, seus representantes no Comtiba, Conselho Municipal dos Direi- tos da Criança e do Adolescen- te.

Quatro anos de tentativas fo- ram gastos para que o Comti- ba fosse escolhido democrati- camente pela sociedade civil. Por lei, este Conselho é com- posto de seis representantes de órgãos governamentais e outros seis de organizações não-go- vemamentais, da sociedade ci- vil.

Dentre estes, os eleitos foram: Armando R. de Camargo, da Associação Comunitária Pres- biteriana, Valmir de Souza, da Organização Xapinhal, José Roberto de Souza, da Socieda- de Civil Pio Lanteri, Dácio Bona, da Pastoral do Menor, Milton Braga, do Centro de Defesa da Criança e do Ado- lescente do Sabará, e Valdison M. de Lima, da Associação Cristianismo Decidido de As- sistência Social (Acridas).

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Conversa com Jesus Oh! Jesus que disseste: Peça e rece-

berá, procura e acharás, bata e a porta se abrirá, por intermédio de Maria, Vossa Sagrada Mãe, eu bato, procuro e Vos rogo que minha prece seja atendida. (Falar o pedido)

Oh! Jesus que disseste tudo o que pedires ao Pai em meu nome Ele te aten- derá, por intermédio de Vossa Sagrada Mãe, eu humildemente rogo ao Vosso Pai em Vosso nome, que minha oração seja atendida (Falar o pedido)

Oh! Jesus que disseste: O Céu e a Terra passarão mas a minha palavra nflo passará, por intermédio de Maria Vossa Sagrada Mãe, eu confio que minha ora- ção seja ouvida. (Falar o pedido)

Rezar 3 Ave- Manas e l Salve Rai- nha. Em casos urgentes, esta novena de- verá ser feita em 9 horas. Mandar publi- car por ter alcançado uma graça.

I

Page 8: Curitiba, Setembro • 1995 • Em luta por uma nova sociedade ... · zodíaco chinês são co- mentados em nova seção do jornal. Página 5. Saúde Alternativa O médico Silvio

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Folha Popular Página 8- Ano l - n0 3 - Setembro/95

Folha Popular

Esporte amador DE BALIZA A BALIZA

Força ao futebol suburbano Ana Mana Pinheiro*

Ramirez é um produto 100% paranaense das catego- rias de base do União Nova Orleans. Pinta de craque, faz da bola um "show da vida". É personagem deslumbrante da categoria de juniores e um dos grandes artilheiros da atual tem- porada.

***

A violência liquidou o za- gueiro polaco para a prática do futebol. Ato criminoso valeu de forma lamentável prótese de platina em uma das pernas, ídolo do São Paulo E.C. do bairro do Xaxim, Polaco está inutilizado para a prática do desporto. Ato cometido por um cabeça- de-bagre que se mescla com a "Santa Ignorân- cia".

***

Anunciando em jornal, você comunica-se diretamente com os mais exigentes leitores. Anúncio em jornal é fatura em caixa. Todavia, escolha um ór- gão de comunicação garantido: Folha Popular.

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Inúmeros clubes do Módu- lo Verde estrearam novas con- tratações pela fase aguda do Campeonato Amador Metro- politano. Entre muitos: Comba- te Bameirinha F.C., Vila Hauer E.C. e S.O.B.E. Iguaçu.

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Jogadores que já marcaram época no futebol profissional:

Edson Borges, Tostão, Ira, Ja- irlei. Márcio Ramos, Amaral, Ronaldo. Está correndo grana preta prá ninguém botar defei- to!

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Samantha é a colega com- petente do nosso jornal Folha Popular. A talentosa jovem va- loriza sobremaneira a classe dos incansáveis jornalistas pa- ranaenses. A você, querida Samantha, sucessos mil.

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Briga de "cahorro grande" entre os finalistas do Módulo Amarelo: União São Carlos, São Paulo, Sindicato e Taguá. A primeira rodada registrou vi- tória dos elencos santo: São Carlos e São Paulo, 1X0 e 3X1 respectivamente.

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E. C. Olímpico do bairro Xaxim, componente do grupo "D" do Módulo Verde está à beira da glória. Até fecharmos esta edição, o timão somava 14 pontos em seu ativo. Segui- do de perto pelo União Ahú (12), Nacional e Umbará (am- bos com 11).

***

Pelo grupo de elite: Combate Barreirinha (15), União Nova Orleans (12), Quitéria e Vila Fanny (ambos com 10), Igua- çu e Trieste (9), Vila Hauer (7).

Aquele abraço!

''Ana Maria Pinheiro é jornalista e comentarista esportiva

LIBERDADE DE OPINIÃO

Poder da Comunicação ELE E 0 CARTAZ!

Joel Toaldo

Vinícus, o portento.

Edemar Baroni*

Os que há muitos acompa- nham nossa trajetória pelos ca- minhos da bola, podem perfeita- mente avaliar a satisfação que me vi possuído, ao receber o regula- mento do Campeonato Amador, Módulo Verde, versão 95. Um absurdo, que pode ser compa- rado a qualquer coisa ligada à idi- otice plena. Os dirigentes de clu- bes, apressados ou incompeten- tes, concluíram que aquele regu- lamento bolado por alguns irraci- onais era suficiente para fazer a bola rolar pelo Campeonato Metropolitano.

O regulamento pode -e deve- ser compatível com de acordo com a grandeza de grandes clu- bes, jamais caixa de descarga de determinados dirigentes inaptos que deitam e rolam na incompe- tência total.

Como, por exemplo, jogar tur- no e retumo sem nenhum resulta- do prático. Fico com a. tese do companheiro Leônidas Dias, jor- nalista e radialista de renome, afinnando:"os dois primeiros tur- nos não passaram de amistosos de luxo". Correta e oportuna ob- servação.

Se servir da burrice alheia, vale um atestado de indisfarçável ig- norância, atirando na lixeira o pro- gresso das competições amado- rísticas. Em especial no que diz respeito a clubes de elite.

Naturalmente, é perigoso, mui- to perigoso deixar essa conceitu- ação em vigor para o próximo certame de 96.

Como proceder, então? Fazer uma imediata revisão no regula- mento fajuto, desta vez com os competentes garantindo um lugar ao sol, consultando com humil- dade os paredros da Federação Paranaense de Futebol. Ou, ain- da, copiar ao pé da letra o regula- mento vigente do Módulo Amare- lo, qiK sabe valorizar quem aplica no mercado dose de coerência.

Edemar Baroni*

Nomeado, em mea- dos do ano próximo passado. Comandante em Chefe do Departa- mento de Futebol da Sociedade Esportiva Beneficente Iguaçu, encontrou o timão em precária condição. Em pouco tempo, transformou radicalmen- te tal estado de coisas, resta- belecendo as fileiras do Alvi- Negro da Colônia Famosa ele- vado espírito de união entre di- rigentes, associados e atletas. Assim, reorganizados, o Igua- çu evoluiu de forma magnífica e às vitórias surgiram ao natural.

Executa suas obrigações com firmeza e energia total, ga- nhando os primeiros louros den- tro e fora do gramado, com a expectativa de brigar pelo títu- lo-mor do Futebol Amador Metropolitano. Celebriza-se pelo amor incontido ao clube, quando coloca o coração a ser- viço do desporto sem exigir

Iguaçu à beira da glória!

qualquer tipo de retor- no, construindo com sapiência os interesses de gregos e troianos, utilizando-se de forma transparente de recur- sos administrativos que lhe dizem respeito.

Além de grande e prestativo dirigente, é

também empresário e exemplar chefe de família, esposo aman- tíssimo e pai carinhoso, com- preensivo e amigo.

Todas as honras e homena- gens que lhe forem prestadas, as mais elevadas que o despor- to pode tributar, não igualam para ele, as puras alegrias do lar, castelo intocável da família

Pelas suas qualidades de ho- mem ínclito e dirigente padrão, toma-se o exemplo maior do glorioso Iguaçu de Santa Feli- cidade.

Joel Toaldo, sem excessos, toma-se, por seu grande valor, o dia a dia da alma nacional do esporte amador. Seu ilimitado espírito de coragem e bravura são reconhecidos pelos órgãos de comunicação da Grande Curitiba, valorizando-o pelo ta- lento e desprendimento. Por esses motivos todos, é imensa- mente popular, admirado e in- fluente no futebol amador da Capital Ecológica do país e pela coletividade da cúpula ad- ministrativa do Alvi-Negro de tantos e tantos corações.

* Edemar Barone é jornalista e radialista do futebol

paranaense.

Cultura & Lazer Incômodo na UFPR Rock Industrial da Tannhausen

A V Semana de Cultura da UFPR (Universidade Federal do Paraná), acontece nos dias 18 a25 de setembro.

Batizada, neste ano, de In- cômodo, o tradiocional evento trará a Curitiba personalidades que, segundo os organizadores, "vêm para desestabilizar, sacu- dir, fazer pensar, deixar sentir. Incomodar".

A abertura da "Semana", dia

18, terá a palestra de Décio Pig- natari, seguida de show do Lín- gua de Trapo. Para os dias se- guintes estão programadas pa- lestras e debates com "especi- alistas". Plínio Marcos falará sobre Teatro, Luís Femando Veríssimo, Fausto Wolf e Ja- guar sobre Humor.

Assuntos polêmicos estão na pauta, trazendo Marta Suplicy, Luís Mott e Luís Edson Fachin

para debater homossexualis- mo, e Fernando Gabeira e René Dott para falar de drogas.

Fazendo jus ao nome, a Se- mana de Cultura da UFPR tra- rá também à Curitiba os shows de Arrigo Bamabé, dia 21, e Pato Fu, dia 23.

Serviço: confirmação de da- tas e horários, e outras infor- mações no fone 362-3038 ra- mal 244.

Entradas francas oferecem cultura aos domingos

■ Paulinho Lamarca*

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m K^&«^H Integrantes daTannhausen no Storvo Bar.

Programações especiais, promovendo aritstas locais, ofe- cerem espetáculos culturais para os curitibanos nos domin- gos.

Até aí, nenhuma novidade. O que toma estes programas de domingo diferentes é sua entra- da, que é franca. Com propos- tas assim, só não aproveita quem não quer.

Projeto Domingo Dez

e Meia Shows acontecem nas ma-

nhãs de domingo no Quintal do Conservatório. Ás 10h30. En- trada franca. Conservatório de Música Po- pular Brasileira (Rua Mateus Leme, s/n0, esq. com Treze de Maio)

Canja de Viola Todos os domingos, o TUC

reúne violeiros de Curitiba e ar- redores para vim importante en- contro de músicos populares. Ás 15h. Entrada franca. Teatro Universitário de Cu- ritiba (Galeria Júlio Moreira, entre Largo da Ordem e Praça Tiradentes).

Domingo nas Arcadas do São Francisco

Depois de ter pasado por restauração, o anfiteatro das Arcadas do São Francisco e palco, reequipados, apresenta shows todos os domingos. Ar- tistas locais, grupos de dança e teatro, músicos populares, jazz, música latina, se apresentam das 1 Oh às 14h. Entrada franca. Arcadas do São Francisco (Largo da Ordem, próximo à Praça Garibaldi). Informações: Fundação Cultu- ral de Curitiba, fone: 322-1525.

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Gênero musical pouco conhe- cido no Brasil, o Rock Industrial só tem uma banda em Curitiba, a Tannhauser.

- Formada por sete pessoas, todos homens com idade por volta dos 26 anos, a banda se reúne sempre no Storvo Bar, na rua Visconde do Rio Branco, sede da Tannhauser.

A banda foi formada há cerca de três anos e o nome, Tann-hau- ser, é o mesmo de uma ópera escrita por Wagner, em 1847. No começo eram muito influenciados pela banda inglesa Cabaret Vol- taire, mas hoje buscam um estilo próprio e se sentem mais identifi- cados com a banda alemã Eins- tueraende Neubaten. Outra influ- ência de peso na sua obra é a banda inglesa Test Dept, que par- ticipa do movimento de esquer- da na Inglaterra, com shows em benefício da classe operária. Ideologia

A questão ideológica é outra

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GRANDE CONFERÊNCIA DA SEICHO-NO-IE

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Data: 28/10/95, sábado Informações e convites: Local: Rua Barão do Rio Sede Regional PR-Curitiba Branco, 370 Curitiba-PR Av. Erasto Gaertner, 1833 Horário: das 13h30às 17h30 fone: (041) 356-1414

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coisa que chama atenção na for- mação dos integrantes da Tann- hausen. Eles se auto-intitulam "anti-capitalistas, conscientes da massificação cultural que impera no Brasil". Concebem as bandas curitibanas, no geral, medíocres e comerciais: "elas não vão além do cover, ou seja, são imitadoras do que vem de fora e, principal- mente, dos grandes centros como Rio e São Paulo". Música da Sucata

Segundo Aitel, vocalista e au- tor das letras da banda, o rock industrial surgiu na Alemanha Após a Segunda Guerra Mundi- al, os jovens, órfãos de sua cultu- ra num país arrasado pela violên- cia, começaram a produzir músi- ca a partir da sucata, ou sej a, da- quilo que sobrou da Alemanha

É nessa época que a juventu- de de todo mundo passa a ser um fenômeno, deixando de ser pas- siva e, a partir de então, influenci- ando diretamente as decisões dos

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governantes em seus países, afir- mando a imagem de rebeldia, presente até os nossos dias. Poesia em Latim

O rock industrial é essencial- mente ideológico, anti-consu-mis- ta anti-racista e contra qualquer outra forma de preconceito e ali- enação. Consiste em que os ins- trumentos da banda sejam basi- camente de sucatas e as letras das músicas, obrigatoriamente, de composição própria

As letras são poéticas, mas "nada de meloso, e sim, margi- nal", cantadas em português, in- glês e, curioso, em latim (música Carnes Fameli). Assoalho de Kombi

E, quanto ao tipo de sucata usada pela banda não existe cri- tério: "tudo que nós conseguimos levar e que produza som, é con- siderado instrumento musical", conta Aitel. Por exemplo, no últi- mo show, levaram ao palco tonei de gasolina tampa de suspensão de motor, lixadeira, serra circular, placa de aço, fogão industrial, assoalho de kombi, etc.

Mário, um dos percussionis- tas daTannhauser diz que "aban- da não tem preocupação de agradar o público", mas não es- conde a satisfação ao falar no número crescente de pessoas a cada show da banda Os inte- grantes da Tannhauser se preo- cupam em atingir aqueles que não tem condições de pagar um in- gresso, por isso não cobram en- tradas para os shows, raros, que fazem.

* Paulinho Lamarca é ator profissional.

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