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CURRÍCULO Crato quer Inglês no currículo da Primária Órgão consultivo (CNE) vai propor a melhor forma de aplicar a medida o mais rápido possível. Correio da Manhã | 24.09.13 A disciplina de Inglês vai ser incluída no 1º ciclo do Ensino Básico e como disciplina curricular obrigatória. A intenção foi ontem revelada pelo próprio ministro Nuno Crato, durante a sessão solene de abertura do ano letivo 2013-2014 do Conselho Nacional de Educação, órgão a quem já pediu ajuda para estudar a melhor forma de o fazer. "Se queremos promover melhor a disciplina, há que introduzir o Inglês no currículo do Ensino Básico", afirmou Nuno Crato, lançando o repto ao Conselho Nacional de Educação: "Não introduzimos já o Inglês no currículo do 1º ciclo pois teria fortes implicações no currículo dos 2º e 3º ciclos. Lanço o repto ao Conselho Nacional de Educação para procurar a melhor forma de incluir o Inglês no 1º ciclo do Ensino Básico". O ano (1º ou 3º) a partir do qual o Inglês será introduzido no currículo do 1º ciclo, as implicações nos 2º e 3º ciclos e as qualificações e aptidões dos professores para darem aulas a crianças foram dúvidas levantadas pelo ministro Nuno Crato, para as quais pediu o contributo do CNE para esclarecer. O anúncio surge pouco tempo depois de Nuno Crato ter retirado a obrigatoriedade do Inglês das atividades extracurriculares (AEC), de frequência facultativa por parte dos alunos. O ministro justificou a decisão, com a maior autonomia que as escolas passam a ter para incluir a disciplina nas AEC. A oferta de Inglês nas AEC, porém, está dependente da existência de professores na escola para ensinar a disciplina. A autonomia das escolas é travada, pelo impedimento de contratar novos professores.

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CURRÍCULO

Crato quer Inglês no currículo da Primária

Órgão consultivo (CNE) vai propor a melhor forma de aplicar a medida o mais rápido

possível.

Correio da Manhã | 24.09.13

A disciplina de Inglês vai ser incluída no 1º ciclo do Ensino Básico e como disciplina

curricular obrigatória. A intenção foi ontem revelada pelo próprio ministro Nuno Crato,

durante a sessão solene de abertura do ano letivo 2013-2014 do Conselho Nacional de

Educação, órgão a quem já pediu ajuda para estudar a melhor forma de o fazer.

"Se queremos promover melhor a disciplina, há que introduzir o Inglês no currículo do Ensino

Básico", afirmou Nuno Crato, lançando o repto ao Conselho Nacional de Educação: "Não

introduzimos já o Inglês no currículo do 1º ciclo pois teria fortes implicações no currículo dos

2º e 3º ciclos. Lanço o repto ao Conselho Nacional de Educação para procurar a melhor

forma de incluir o Inglês no 1º ciclo do Ensino Básico".

O ano (1º ou 3º) a partir do qual o Inglês será introduzido no currículo do 1º ciclo, as

implicações nos 2º e 3º ciclos e as qualificações e aptidões dos professores para darem

aulas a crianças foram dúvidas levantadas pelo ministro Nuno Crato, para as quais pediu o

contributo do CNE para esclarecer.

O anúncio surge pouco tempo depois de Nuno Crato ter retirado a obrigatoriedade do Inglês

das atividades extracurriculares (AEC), de frequência facultativa por parte dos alunos.

O ministro justificou a decisão, com a maior autonomia que as escolas passam a ter para

incluir a disciplina nas AEC. A oferta de Inglês nas AEC, porém, está dependente da

existência de professores na escola para ensinar a disciplina. A autonomia das escolas é

travada, pelo impedimento de contratar novos professores.

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CURRÍCULO

Proposto Inglês no terceiro ano

Professores alertam para situação "absurda e confusa" criada pelo Ministério da

Educação

Correio da Manhã | 22.09.13

A direção da Associação Portuguesa de Professores de Inglês (APPI) escreveu uma carta ao

ministro da Educação, Nuno Crato, a alertar para a "situação totalmente absurda e confusa"

no ensino da língua, provocada pelas recentes alterações legislativas. A APPI propõe a

introdução da disciplina no currículo a partir do 3º ano.

Para a associação, o despacho assinado em julho por Crato - que acabou com o ensino

obrigatório de Inglês nas Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) do 1º ciclo - "veio

aumentar a situação de desigualdade entre escolas e alunos". Hoje, alerta a APPI, há

escolas com Inglês nos quatro anos do 1º ciclo, outras sem oferta da língua e noutras só há

a partir do 2º ou do 3º, ou apenas no 4º ano. "Onde fica a tão propalada igualdade de

oportunidades?", questiona a APPI.

A associação admite "dificuldades de vária ordem no processamento deste serviço público

gratuito às crianças do 1º ciclo" e, por isso, propõe que o inglês seja ensinado só "a partir do

3º ano", integrado no currículo. As mudanças feitas por Crato já permitem às escolas integrar

o Inglês no currículo do 1º ciclo, desde que disponham de professores. Só que a grande

maioria não dispõe e a tutela não dá aval para recrutar mais.

Quanto à introdução neste ano letivo de testes-diagnóstico de Inglês no 9º ano, elaborados

pela Universidade de Cambridge, a APPI avisa que o nível de exigência dos testes é

demasiado elevado para "a carga horária semanal extremamente reduzida" da disciplina e

para "o número excessivo de alunos por turma". A associação "recomenda" que as provas

não sejam aplicadas este ano letivo e que "comecem a ser preparadas a partir do 7º ano".

Entretanto, os pais do Agrupamento do Restelo já foram informados de que, afinal, vai haver

Inglês nas AEC.

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CURRÍCULO

Testes grátis mas o diploma é pago

Alunos do 9.º ano vão pagar 20 euros por certificado de inglês. Exame é obrigatório.

Correio da Manhã | 14.09.13

O teste diagnóstico de inglês, que todos os alunos do 9º ano vão realizar já este ano, pode

ser "um passo" para a introdução de exame nesta disciplina. A prova, elaborada pela

Universidade de Cambridge, é gratuita, mas para obter diploma é preciso pagar. Os alunos

sem apoio social irão pagar cerca de 20 euros pelo certificado. O valor varia consoante o

escalão do aluno.

Serão os professores a decidir se o teste contará para a nota, disse ontem o ministro da

Educação, Nuno Crato, à margem da cerimónia de assinatura do protocolo entre o Instituto

de Avaliação Educativa (antigo GAVE) e várias entidades que patrocinam o projeto. "Pode

contar para a nota se os professores assim o entenderem, acho natural que o entendam",

referiu Nuno Crato.

Os docentes terão formação sobre os critérios da Universidade de Cambridge para que

possam corrigir o exame, elaborado segundo o Quadro Europeu Comum de Referência para

as Línguas (QECR). Já os alunos com idades compreendidas entre os 11 e 17 anos também

podem solicitar a realização do exame, mediante pagamento. Nuno Crato não descartou

ainda a hipótese de uma futura avaliação na área das ciências.

Os pais consideram "positivo" o teste diagnóstico de inglês e preferem não comentar sobre a

eventual introdução de um novo exame. "É um bom instrumento e tem tudo para resultar",

afirmou ao CM Jorge Ascensão, da Confederação de Pais. O programa da Universidade de

Cambridge será adotado em Portugal e sem custos para o Estado, de acordo com o MEC.

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Alunos do 9º ano vão realizar testes de diagnóstico de Inglês

Medida será aplicada já este ano.

Correio da Manhã | 12.09.13

Os alunos do 9.º ano vão realizar este ano, pela primeira vez, testes de diagnóstico de Inglês

a nível nacional, obrigatórios, além dos já habituais exames de Português e Matemática,

segundo um despacho do Ministério da Educação.

De acordo com o diploma, publicado na quarta-feira em Diário da República, os alunos que

terminem o 3.º ciclo vão passar a realizar anualmente "testes diagnóstico de Inglês,

doravante designados por provas (...), que integram obrigatoriamente as componentes de

compreensão e produção escritas e compreensão e produção orais".

As provas começam já este ano letivo e serão "de aplicação obrigatória nos

estabelecimentos do ensino público, particular e cooperativo", refere o despacho assinado

pelo ministro da Educação, Nuno Crato.

O diploma refere a importância da aprendizagem de línguas estrangeiras para um "percurso

formativo de qualidade", sublinhando, no entanto, que existe "uma percentagem expressiva

de alunos" que "não reúne ainda os requisitos mínimos de aprendizagem das línguas, nas

suas diversas vertentes, nomeadamente, da compreensão e produção escritas e da

compreensão e produção orais, pelo que se torna necessário um maior acompanhamento e

avaliação do efetivo domínio de línguas estrangeiras, em especial da língua inglesa".

Recordando a decisão de tornar obrigatório por um período de cinco anos a promoção do

ensino do Inglês, o ministério define que é preciso impor a criação de mecanismos que

permitam aferir os resultados da aprendizagem, "de modo sustentável e comparável".

"A valorização da aprendizagem do Inglês fundamenta, assim, o seu alargamento

acompanhado através da realização de provas de avaliação diagnóstica, a nível nacional,

dos conhecimentos e capacidades de proficiência linguística, de acordo com os níveis

definidos pelo Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas", a todos os alunos,

bem como a possibilidade da sua certificação.

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Ativismo na escola

Educare | 09.08.13

Amnistia Internacional traz para Portugal projeto Escolas Amigas dos Direitos

Humanos e espera a adesão da comunidade educativa.

A Amnistia Internacional está a desafiar os jovens portugueses a tornarem-se catalisadores

de mudança. O projeto Escolas Amigas dos Direitos Humanos está em curso em 20 países

espalhados pela Europa, América Latina e África, e chega agora a Portugal, com o objetivo

de "transmitir valores de defesa dos direitos humanos às várias comunidades escolares,

através da inclusão destas temáticas não só nos currículos e nas atividades

extracurriculares, como também no ambiente escolar", explica Teresa Pina, diretora

executiva da secção portuguesa daquela organização.

Lá fora, o projeto já tem dado frutos. Nas escolas de Benim, Gana e Polónia foi possível

diminuir o bullying; na Irlanda, pais e filhos abraçaram a causa da luta contra a

marginalização dos alunos imigrantes, e foi criado um Centro de Aprendizagem de Línguas

para dar aulas gratuitas de Albanês, Árabe, Romeno e Urdu; uma escola, na Dinamarca,

conseguiu a adesão dos habitantes locais aos debates que organiza sobre direitos humanos

e também que alunos, pais e professores contribuíssem para o arranjo e a limpeza dos

recintos escolares.

Estabelecer parcerias entre as escolas e outras entidades cívicas ou estatais é outra das

vertentes que a Amnistia Internacional pretende desenvolver. O trabalho realizado em

Marrocos constitui um bom exemplo dessas ligações. Uma escola está neste momento a

trabalhar em parceria com o Governo e conseguiu pôr na agenda política a discussão sobre

como incorporar a educação para os direitos humanos no currículo nacional. O mesmo

debate sobre a inclusão dos direitos humanos no currículo acontece ainda na Polónia. Já na

Mongólia, o projeto levou o vice-ministro da Justiça a pedir ao Ministério da Educação que

estabelecesse uma ligação com as ONG (Organizações Não Governamentais).

No projeto há ainda espaço para a formação de professores. Em 2010, docentes de Israel e

da Mongólia passaram uma semana com os seus congéneres na Dinamarca, para dar a

conhecer às comunidades educativas os problemas que os afetam. Os três países

participaram também numa conferência organizada por parceiros de uma escola secundária

de Villiers, no Reino Unido.

Teresa Pina espera ver repetido em Portugal o sucesso alcançado por todo o mundo.

"Queremos transformar as escolas em espaços que educam para os direitos humanos."

Alguns estabelecimentos de ensino já apresentaram as suas candidaturas, sendo a iniciativa

preferencialmente dirigida às secundárias. Na página da Internet da Amnistia Internacional

está um formulário que os participantes devem preencher para participar. Em alternativa,

podem contatar a secção portuguesa através do correio eletrónico

[email protected] ou do telefone 21 386 16 52.

Durante o mês de agosto, as escolas poderão esclarecer dúvidas e colocar questões sobre o

projeto à organização. Há muita informação no site da organização que pode ser consultada

no compasso de espera até ao início do ano letivo. O Relatório Anual da Amnistia

Internacional e um conjunto de recursos pedagógicos estão disponíveis para

descarregamento. A iniciativa arranca em setembro.

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Startiupi, o empreendedorismo explicado aos miúdos

Notícias Magazine | 27.07.13

Fernando Mendes e Ruben Melo gerem um espaço de cowork. Viam todos os dias as

dificuldades dos novos empreendedores, que mal sobrevivem à crise. Decidiram que era

preciso intervir, dar-lhes ferramentas para o sucesso. E, porque não, começar a estimulá-los

ainda na infância? Foi assim que nasceu a Startiupi, uma associação que quer ensinar o

empreendedorismo às crianças, para que se tornem melhores adultos. E ajudar os adultos,

explicando-lhes tudo sobre negócios, como se fossem crianças.

«Também vamos falar de faturas?», pergunta Mariza Monteiro, segura do alto dos seus 10

anos, atarefada a dispor crachás no assento da cadeira que servirá de banca para os

vender. O grupo inteiro solta gargalhadas, os maiores pela ironia do comentário, os mais

novos porque, certamente, já ouviram os pais reclamá-la em restaurantes ou

supermercados. Naquela manhã de sábado, os dez participantes do workshop Iupi Biz, da

Startiupi, estão reunidos para as três horas finais de lições. Têm entre 7 e 13 anos, a maioria

nunca se tinha visto antes de entrar no Cowork Lab Oeiras, no centro histórico da vila. No

sábado anterior, já tinham começado a trabalhar os conceitos de preço, produto, promoção e

praça (os quatro «P» do marketing, também conhecidos como marketing mix para

entendidos da matéria).

Nesta manhã, finalizada a explicação sobre o preço e as suas variáveis, fizeram cartazes

com o intuito de promover os produtos que tinham criado com as próprias mãos e, por fim,

prepararam-se para a venda: trata-se do momento em que os pais, familiares e amigos

aceitam juntar-se ao processo de aprendizagem, aparecendo na feira que encerra o

workshop para negociar com os petizes os melhores preços e adquirir bijutaria artesanal ou

origamis de «design exclusivo», como alguns anunciam. Em matéria de publicidade, pelo

menos, e apesar da tenra idade, já ninguém os bate.

Rita Condessa está a terminar o quinto ano e veio de Albufeira com a mãe, de propósito até

Oeiras, para frequentar o workshop. Decidiu juntar-se com a colega Mariza, do lado oposto

da mesa, para formar uma parceria de sucesso, que é altamente incentivada pelos

formadores. Constroem um preçário para as suas peças, porque, comenta Mariza, «o

cabeleireiro lá ao pé de casa também tem tabela de preços». Óbvio. Antes, já tinham

concordado no nome para escrever no cartaz colorido que identificava a banca das duas. E

porque rimar nem era difícil, fizeram um slogan para ser mais apelativo: «Oeiras Criações, a

criar emoções».

Duarte Abreu e Afonso Ricardo têm ambos 13 anos e já se conheciam. Optaram por não

juntar na mesma banca as peças que tinham criado, entre elas o móbil do Duarte que

prometia ser um sucesso e garantir pelo menos três euros na hora das vendas, já que não

havia concorrência: mais ninguém tinha feito coisa igual. Foram os pais que descobriram o

workshop, mas na verdade os filhos já levavam uma agenda, como Duarte explica: «Nós

queremos formar uma empresa de videojogos quando formos mais velhos.» O programa Iupi

Biz, que ensina aos mais novos o processo de criar valor, foi afinal o primeiro passo para o

que se espera vir a ser um projeto de sucesso. Pelo menos, uma ideia ficou definida:

«Viemos aprender como é o mundo lá fora e assim não vamos ter problemas de estoirar o

dinheiro todo quando crescermos», garantia Duarte, com ar sério e grave.

Terminada a fase de preparação das vendas, Ruben Melo, um dos fundadores da Startiupi,

associação responsável pelo workshop, lembrou os jovens formandos que não podiam,

efetivamente, esquecer-se de passar as faturas, disponíveis para preenchimento nas últimas

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páginas do caderninho que é entregue a cada um dos participantes. Já vem incluído nos 25

euros que custa cada workshop, assim como os quinhentos iupis (equivalem a cinco euros

porque, explica Ruben, «o iupi está ao cêntimo») que são entregues às crianças para gastar

em matérias-primas disponíveis no local. Na prática, são os materiais com os quais vão fazer

pulseiras, crachás ou decorar caixinhas de madeira que depois vendem aos mais próximos.

O investimento é todo gerido por elas, sob a orientação atenta dos formadores que, já em

abril deste ano, formalizaram a Startiupi como associação e têm vindo a desenvolvê-la a alta

velocidade.

Ruben Melo, de 27 anos, e Fernando Mendes, de 36, são os responsáveis por este projeto

inédito: formaram-se ambos em Gestão e conheceram-se quando faziam parte da AIESEC, a

maior organização mundial gerida por estudantes. A primeira experiência profissional

conjunta aconteceu em 2011, quando Ruben se juntou à gestão do espaço de cowork -

escritório partilhado por trabalhadores independentes ou freelancers - que Fernando já tinha

aberto em Oeiras e que, entretanto, se expandiu para Faro e Maputo, em Moçambique. Este

ponto é importante, porque foi precisamente da experiência que tiveram - e ainda têm - com

os profissionais que frequentam o espaço de cowork que lhes surgiu a ideia em que assenta

o projeto que se seguiria. «Começámos a identificar os diversos tipos de empreendedores

que lá se encontravam», conta Ruben. A verdade, acrescenta Fernando, é que viviam

«rodeados de ideias e talento, mas nem todos tinham sucesso. Por qualquer razão, não

conseguem viver do que gostam».

Refletiram sobre a questão e perceberam que talvez faltassem competências, mas eram

caraterísticas que facilmente podiam ser trabalhadas e estimuladas, sobretudo por quem

estudou Gestão, tem espírito de iniciativa e uma vocação natural para o ensino. A partir

daqui, começaram a trabalhar. Identificaram a necessidade e puseram em prática a fórmula

que haveriam de criar para simplificar o significado da palavra empreender: problema +

solução + ação. Para eles, é destas três componentes que nasce um empreendedor.

Outro ponto importante nesta história: «Pensámos que seria mais fácil e mais vantajoso se

essas competências fossem trabalhadas desde pequenino», explica Ruben. Por isso,

decidiram focar-se primeiro nos mais novos, ainda que a oferta que hoje têm seja transversal

e útil a todas as idades. Mas já lá iremos.

Primeiro, foram também eles aprender como funcionava o mercado escolar, as técnicas e as

dinâmicas de formação de crianças, mesmo que a área não fosse completa novidade para

nenhum dos dois. As competências que queriam desenvolver já estavam delineadas:

identificar oportunidades, organização e planeamento, parcerias ganha-ganha, saber ouvir,

autoconfiança, apresentação e, por fim, responsabilidade e trabalho de equipa. Começaram

por montar um programa de nove semanas, vocacionado para a infância, e foram bater à

porta de escolas para apresentar as suas atividades, assim como as três personagens que

criaram e que explicam a sua própria visão do empreendedorismo para crianças e, porque

não, também para adultos: empreender é resolver problemas.

Assim, imaginaram o Queixinhas, menino educado mas refilão, que aponta o problema sem

o resolver. A Bueblablá é uma menina dinâmica e cheia de ideias para resolver o problema,

mas nunca chega ao ponto de as concretizar. Já o super-herói Startiupi é quem vai resolver

o problema, com a sua ação. Este trio e as suas aventuras é pontapé de saída para as

atividades que criaram e que preveem, precisamente, ajudar as crianças a empreender, sem

que isso signifique necessariamente ajudar um pré-adolescente a montar um negócio, mas

sim a sensibilizá-lo para a sua capacidade de ação e intervenção no mundo que o rodeia.

«Para nós, sempre foi muito claro que ser empreendedor está mais ligado a uma ferramenta

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para sermos aquilo que queremos ser, ou seja, alcançarmos os nossos sonhos», explica

Ruben. E Fernando completa: o objetivo é termos adultos e crianças mais satisfeitos, não

necessariamente empresários milionários. «Queremos formar pessoas realizadas, seja na

música ou na pintura», esclarece.

Fizeram um projeto-piloto na escola EB 1 Joaquim Matias, em Oeiras, e incentivaram os

alunos a ser empreendedores, ou seja, a tomar as rédeas da situação e mudar algo que os

incomodava. No final, tinham muros pintados de fresco, campanhas a promover reciclagem

na escola e até um desfile de animais, porque uma das alunas lamentava não poder levar o

cãozinho para a sala de aulas. «A nossa única tarefa era coordenar, tentar agilizar o

processo, mas todas as ideias e soluções eram das próprias crianças.» Tudo isto em

setembro do ano passado, ao mesmo tempo que começavam a definir programas one shot,

ou seja, sessões de seis horas destinadas a faixas etárias específicas, desde a infância à

idade adulta. As atividades que entretanto tinham concebido, para realizar com os alunos

nas experiências-piloto, decidiram compilá-las em livro. Um manual para pais e professores

trabalharem estas competências e aplicarem a filosofia do empreendedorismo explicado às

crianças. O Startiupi - Fazer Coisas saiu em dezembro do ano passado e desvenda toda a

metodologia da dupla, que prefere dar a conhecer os meios para que outros possam

beneficiar dos fins.

Desenvolveram então quatro programas Iupi: o Iupi Pro é dedicado a adultos que, simulando

a gestão de uma empresa, aprendem conceitos de literacia financeira que podem não ser

claros e que agora entraram no vocabulário corrente, desde a dívida às taxas de juro. O Iupi

Life destina-se a alunos do ensino secundário e trata-se de uma simulação sobre escolhas,

que procura incutir nos jovens a noção de que as opções que fazemos no presente

condicionam o futuro. Já o Iupi Play reserva-se aos adolescentes, dos 12 aos 16 anos, e é

essencialmente uma simulação de gestão que permite compreender melhor a economia, já

que os próprios alunos assumem o papel dos agentes económicos. Para os mais pequenos,

finalmente, o Iupi Biz, que tem ocupado as manhãs de sábado do Coworklab de Oeiras e

onde crianças dos 6 aos 12 anos, sensivelmente, passam pelas fases de criação e

lançamento de um produto.

Fernando e Ruben têm-se desdobrado para acudir as múltiplas solicitações, uma vez que,

além do Iupi Biz que mantêm regularmente no seu próprio espaço, têm levado os Iupis a

escolas, ATL e até empresas, no caso do programa para adultos. Laura Soares, mãe da

Rita, trouxe a filha a Oeiras de propósito ao Iupi Biz porque a Startiupi ainda não vai ao

Algarve, mesmo que já estejam a trabalhar na formação de mais pessoas que consigam

assegurar também estes programas noutras geografias nacionais e internacionais.

Laura dá formação de empreendedorismo para adultos e viu na Startiupi um poderoso

instrumento para «estimular o espírito de grupo e a iniciativa» da filha. Garante que a Rita,

dias depois da primeira sessão (o Iupi Biz divide-se em duas sessões de três horas cada

uma), já aplicava naturalmente conceitos que muitas vezes escapam aos mais crescidos,

desde a concorrência às estratégias de diferenciação. «O empreendedorismo é uma questão

de atitude. Há pessoas que nascem com esse espírito de empreendedoras, é nato, mas

outras, quando chegam à idade adulta, são o que nós chamamos empreendedores à força,

por necessidade. E sem dúvida que a diferença no sucesso dos negócios que depois têm

está nesse espírito e ele acontece se trabalharmos com as crianças, desde pequeninas,

nesse sentido», resume.

Marta Monteiro, tia da Mariza, valoriza o mesmo espírito e acrescenta mesmo que este tipo

de atividade devia ter lugar obrigatório na escola: «Hoje em dia, as crianças querem um

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computador, o pai dá. Esta é uma oportunidade para que saibam também o que a vida custa,

é o futuro delas que está em causa», sublinha.

Democratizar o acesso a este tipo de programa é, precisamente, um objetivo para o futuro e

uma das três frentes em que a associação quer alargar a sua atividade. Fernando e Ruben

até já foram ao Ministério da Educação pedir a homologação dos seus programas. «O

desafio em Portugal», sublinha Fernando, «é que a atividade consiga penetrar nas escolas

públicas, porque já temos aceitação nos programas abertos de escolas privadas, que já o

fazem.» O outro caminho para a Startiupi passará, certamente, por conseguir gerar e manter

uma «rede grande de implementação» no país, chegando a mais crianças e maior número

de participantes. O terceiro grande objetivo passa pela internacionalização, que até já está

em curso: o Instituto de Capacitação do Empreendedorismo de Moçambique está a

implementar o Iupi Pro em Maputo e a Startiupi tem mantido contactos com o Brasil com

vista a exportar conteúdos para o outro lado do Atlântico.

«Cada um destes programas tenta tirar os obstáculos do caminho entre cada pessoa e

aquilo que ela quer ser», reforça Fernando. Numa visão do empreendedorismo algo inédita,

mas relevante, Fernando e Ruben querem continuar a conquistar crianças e adultos,

desenvolvendo competências mas, sobretudo, estimulando sonhos e ambições. O que os

move nesta empreitada? A resposta, diz Ruben, é fácil: «Termos pessoas mais felizes.»

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Crato corta no currículo do 1.º ciclo

Correio da Manhã | 06.07.13

Conselho Nacional de Educação critica possibilidade de redução de cinco horas por

semana

O Ministério da Educação e Ciência (MEC) vai mexer nos currículos para o próximo ano

letivo. O Conselho Nacional de Educação (CNE), órgão consultivo do Governo, emitiu um

parecer muito crítico sobre a proposta do MEC, que prevê a possibilidade de redução de

duas horas e meia por semana na componente curricular do 1º ciclo, bem como a eliminação

de duas horas e meia nas Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC).

O CNE afirma no parecer que os alunos podem ficar menos uma hora por dia nas escolas. O

MEC nega e garante que "na regulamentação para a preparação do ano letivo está previsto

que os alunos possam permanecer nas escolas até às 17h30, tal como neste ano".

Mário Nogueira (Fenprof), acredita que "não haverá redução no horário dos alunos". "Parece-

me é que estão a prejudicar a componente curricular dos alunos para poder pôr professores

nas AEC e despedir os que ensinam nas AEC. Com isto vão criar desigualdade: haverá

escolas onde os alunos terão inglês e noutras não", disse ao CM.

Segundo apurou o CM, os diretores vão pedir explicações a Nuno Crato na 2ª feira, numa

reunião do Conselho de Escolas com a presença do ministro. O MEC quer também duplicar

a formação em contexto de trabalho nos cursos profissionais.

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Programas de Matemática: a luta entre a memorização e a compreensão

Público | 26.06.13

Evolução dos programas desde 1950 até aos nossos dias.

Aritmética, geometria e álgebra. Estas eram as matérias ensinadas na década de 1950.

Depois disso, a Matemática evoluiu e mais do que a memorização, os programas

caminharam para uma compreensão do processo matemático. Agora, lamentam muitos, há

um regresso ao passado.

Em 1948 foram aprovados os programas de Matemática do 3.º ciclo do ensino liceal, os

actuais 10.º e 11.º anos do secundário. A álgebra era "o mais importante", recorda João

Pedro da Ponte, investigador do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa e um dos

autores do programa de Matemática do ensino básico de 2007, entretanto substituído pelo

novo, na passada semana.

Naquele tempo, a aritmética era estudada nos níveis de ensino mais elementares e, a partir

do actual 3.º ciclo fazia-se a iniciação ao estudo da álgebra e geometria. Chegados ao

secundário, os alunos trabalhavam a aritmética racional, "cujos métodos de estudo eram

considerados os que mais se prestavam a criar no aluno hábitos de rigor científico", escreve

João Pedro da Ponte num texto sobre o currículo de Matemática no ensino secundário.

No final da década de 1950, o movimento da Matemática Moderna ganha força e consegue

entrar nos currículos escolares de muitos países. Em Portugal, pela mão de José Sebastião

e Silva, esta corrente é integrada de forma equilibrada, recorda Leonor Santos da Sociedade

Portuguesa de Investigação em Educação Matemática (SPIEM). O matemático "tinha uma

visão moderada" e a introdução foi feita com "muito cuidado", corrobora João Pedro da

Ponte. Esta é uma "matemática muito abstracta, carregada de símbolos", continua o

investigador.

Por essa razão, a Matemática Moderna não corre bem em muitos países, abrindo guerras

entre os que a preconizam e os que defendem o que se ensinava antes. Os últimos acusam

a Matemática Moderna de ter uma "terminologia pretensiosa" e reclamam o regresso ao

ensino das competências básicas (em inglês back to basics). Ou seja, "o regresso ao cálculo,

às contas e ao fazer de cor", define João Pedro da Ponte.

Este movimento back to basics "encontrou forte oposição, logo desde o seu início, da parte

da comunidade educativa", recorda o investigador. "Há uma diferença de percepções sobre o

que é aprender matemática", confirma Leonor Santos. Os matemáticos seguem um caminho

e os investigadores ligados à educação outro. Os primeiros defendem o rigor matemático e

os segundos não o descartam mas querem que todos a compreendam e tenham acesso a

ela, explica.

Os programas que se seguem, no currículo português, visam sobretudo a compreensão. Em

1991, com a reforma Roberto Carneiro é aprovado um programa com o objectivo de ligar a

matemática ao mundo real. Em 2007 os programas são reformulados com o mesmo fim, o de

reforçar o espírito crítico dos alunos. Paralelamente foi feito um forte investimento na

formação contínua dos professores. Sem ser avaliado, na semana passada, foi homologado

um novo programa para o ensino básico, o que deixou os autores dos anteriores programas,

a Associação de Professores de Matemática e a SPIEM indignados. Por outro lado, a

Sociedade Portuguesa de Matemática, de que Nuno Crato foi presidente antes de ser

ministro, congratulou-se com a mudança, considerando o novo programa "benéfico".

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CURRÍCULO

Luta política na Matemática?"Antes de ser ministro, Nuno Crato dizia que primeiro [os alunos]

aprendem e depois compreendem. Essa é uma filosofia contrária à dos programas [de 2007],

em que o objectivo é que vão aprendendo, vão-se aproximando dos conceitos matemáticos,

vão trabalhando para que os compreendam e lhes dêem significado. Portanto, vão-se

trabalhando os conceitos, à medida que os alunos crescem. A forma como uma criança

aprende não é igual à de um adulto", justifica Leonor Santos. O novo programa procura que

os estudantes "dominem um conjunto de técnicas, memorizem definições, apostando-se em

que primeiro aprendam e depois compreendam", continua.

O programa de 2007 pretendia dotar os estudantes de competências que lhes permitissem,

por exemplo abrir um jornal e ler, com espírito crítico, as estatísticas ou as infografias; ou

para quando ia ao supermercado conseguir fazer uma estimativa, exemplifica a professora.

O novo programa acentua o trabalho matemático. "O que os matemáticos fazem no dia-a-dia

é muito diferente da matemática que é precisa para a maioria da sociedade", acrescenta a

responsável da SPIEM.

A Associação de Professores de Matemática diz que o programa aprovado representa "um

retrocesso de 40 anos no ensino da disciplina" que terá efeitos negativos na aprendizagem,

aponta à Lusa. Agora, é o "back to basics: muita memorização", resume João Pedro da

Ponte.

O Ministério da Educação já veio dizer que não e que a compreensão também é uma

preocupação do novo programa. Mais: este é muito semelhante ao anterior, defendeu Carlos

Grosso, um dos autores, em declarações à Lusa. Segundo o professor, as mudanças foram

sobretudo a nível de organização: algumas matérias desapareceram (como as estimativas) e

outras foram mudadas de anos de escolaridade (as translações e probabilidades passaram

do 1.º para o 3.º ciclo).

Há uma luta política na Matemática? João Pedro da Ponte admite que sim. "Há uma luta

política pelo controlo do que se passa no ensino da Matemática e essa torna-se numa luta

fratricida. São dois grupos que procuram aliados políticos." E encontraram-nos, os do ensino

da Matemática mais ligados à esquerda e os matemáticos à direita, distingue. "As teses de

Crato são caras a certos sectores do CDS", acrescenta.

O novo programa pode ser elitista, com uma Matemática só para alguns, "os que vão para as

as engenharias e as ciências" e não para todos, para a escola inclusiva, para esses ficam as

noções de "como fazer uns trocos", lamenta João Pedro da Ponte. "Há uma diferença

grande: o anterior currículo apostava na compreensão que passa pelo pressuposto de que

todos os alunos vão ser capazes de aprender e vão saber usar a Matemática no dia-a-dia",

acrescenta Leonor Santos.

A memorização e a compreensão são incompatíveis? Não, dizem os dois investigadores. "A

memorização não tem mal, o problema é a aprendizagem ser baseada na memorização,

esta é essencial, mas é importante o desenvolvimento do pensamento. [Com o novo

programa] o espírito crítico é altamente desvalorizado e há uma preocupação excessiva com

o rigor matemático", conclui o investigador.

O PÚBLICO procurou ouvir algum professor ou investigador associado da Sociedade

Portuguesa de Matemática sobre este tema mas sem sucesso.

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CURRÍCULO

Novo programa de Matemática vai ser "benéfico" para todos, defende SPM

Público | 23.05.13

Presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática tinha considerado em Abril que o

novo programa iria provocar "agitação desnecessária" nas escolas.

A Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) defende que a implementação do novo

programa da disciplina, que entrará em vigor no próximo ano lectivo no ensino básico, "será

decisiva para que se atinja um patamar de exigência mais elevado, cujas consequências

benéficas serão, a prazo, sentidas pelos níveis de ensino secundário e superior, e pela

sociedade portuguesa em geral".

O novo programa está em consulta pública até ao próximo dia 31 e será homologado pelo

Ministério da Educação e Ciência (MEC) a 17 de Junho. Quando foi conhecido, em Abril, que

o MEC ia substituir o programa de Matemática ainda em vigor, que foi aprovado em 2007, o

presidente da SPM, Miguel Abreu, defendeu, em declarações ao PÚBLICO, que tal iria

provocar "uma agitação desnecessária" nas escolas."A cinco meses do início do ano lectivo,

isso só se justifica se tiver sido detectada alguma impossibilidade legal de aplicar as metas

curriculares", acrescentou.As novas metas curriculares, cuja utilização foi este ano

"fortemente recomendada" pelo MEC, terão carácter obrigatório a partir de Setembro.

Na apresentação do novo programa, em Abril, o ministro da Educação, Nuno Crato, admitiu

que após este primeiro ano de aplicação das metas "subsistirem algumas dúvidas e

incongruências pontuais" entre o que se encontra recomendado nestas e o que está

recomendado no programa de 2007, o que levou à elaboração de um novo documento de

referência para a disciplina. Num parecer divulgado nesta quinta-feira no âmbito da consulta

pública, aberta a 23 de Abril, a SPM defende que o novo programa constitui "um enorme

passo na direcção certa" por ser um documento "com uma estrutura muito clara, bem

organizado, construído em torno de objectivos e de conteúdos precisamente enunciados e

que, de modo muito explícito, deixa aos docentes a liberdade pedagógica na escolha e

implementação de estratégias de ensino".

Ao nível dos conteúdos, a SPM congratula-se com a adopção de propostas que visam "o

controlo no uso da calculadora, o reforço na prática de algoritmos e da memorização

incluindo, por exemplo, estudo da tabuada".

No seu parecer, a organização de que Nuno Crato foi presidente lembra ainda que sempre

criticou o programa aprovado em 2007 por considerar que "todas as características"

fundamentais num documento desta natureza "estavam flagrantemente ausentes".

O programa de 2007 é defendido pela Associação de Professores de Matemática, cuja

presidente, Lurdes Figueiral, já acusou Crato de estar, com as novas orientações, a

promover um retrocesso "de 40 anos no ensino da disciplina".

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CURRÍCULO

Proposta de ensino da Constituição nas escolas deve ser rejeitada, diz Fernando

Negrão

Público | 16.05.13

Os Verdes querem que os alunos do 3.º ciclo estudem a Constituição, mas o deputado

do PSD rejeita a proposta devido à "carga ideológica muito forte" do documento.

A inclusão da Constituição da República Portuguesa no programa de ensino obrigatório do

3.º ciclo é debatida nesta quinta-feira no Parlamento, no seguimento de uma proposta do

Partido Ecologista Os Verdes (PEV). O presidente da Comissão de Assuntos

Constitucionais, Fernando Negrão, já veio defender que "os alunos não devem ter nenhum

contacto com esta Constituição" e que, por isso, o projecto de resolução deverá ser rejeitado.

O deputado social-democrata sublinhou, em declarações ao jornal i, que faz mais sentido

que os alunos estudem "conteúdos de direito constitucional" que não estejam vinculados a

ideais "de direita ou de esquerda". Até porque, conforme esclareceu à TSF, a Constituição

da República Portuguesa é "datada" e, por isso, "tem uma carga ideológica muito forte". Para

Negrão, o Parlamento deverá rejeitar a proposta feita pelo PEV.

Fernando Negrão apelou a que Os Verdes proponham antes "um ensino em etapas

relativamente ao direito constitucional", já que considera ser "excessivo começar com a

leitura e o estudo" do documento.

Heloísa Apolónia, líder parlamentar do PEV, afirmou não compreender o sentido destas

afirmações e disse à mesma rádio que o que se pretende é "uma abordagem da Constituição

em função da idade [dos alunos]". A deputada já tinha explicado ao PÚBLICO que o projecto

de resolução foi criado porque há um "desconhecimento", por parte dos cidadãos

portugueses, em relação à Constituição, "principalmente na camada mais jovem".

Para além do estudo da Constituição, o PEV quer também que exista uma cópia deste

documento em todas as escolas, para que seja facilmente consultável por professores e

alunos.

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CURRÍCULO

Professores de Matemática dizem que novo programa implica mais gastos para as

famílias

Público e Lusa | 11.05.13

Associação de Professores de Matemática voltou a criticar duramente o novo

programa da disciplina para o ensino básico.

O novo programa de Matemática para o ensino básico é um "retrocesso", integra conteúdos

"inadequados" à idade dos alunos, vai obrigar as famílias a gastar mais dinheiro, porque os

manuais em vigor deixarão de servir - sendo que os novos, "que não são ainda conhecidos",

dificilmente estarão prontos a tempo de serem utilizados no próximo ano lectivo. As críticas

são da Associação de Professores de Matemática (APM).

Em conferência de imprensa, em Lisboa, a direcção da associação acusou o Ministério da

Educação de estar afastado da realidade do ensino nas escolas e explicou por que razão

está contra o novo programa para o ensino básico, que está em discussão pública até ao

final do mês, devendo ser homologado a 17 de Junho para entrar em vigor já no próximo ano

lectivo.

"Não há nenhum país do mundo minimamente avançado que tenha este tipo de programa

tão formalista, tão abstracto, com tantos conteúdos, tão extenso. Não há. E há países que

estão com um desempenho muito melhor do que nós", disse o vice-presidente da APM,

Jaime Carvalho e Silva.

A presidente da APM, Lurdes Figueiral, reprova sobretudo "a perspectiva pedagógica e

metodológica da proposta" e "a forma como são introduzidos alguns conteúdos": "É um

retrocesso pelo formalismo, que era algo que na matemática moderna dos anos 1960 se fez

e que resultou mal no ensino".

Em comunicado, a APM diz que o novo programa privilegia "a mecanização de

procedimentos e rotinas e os aspectos mais formais da Matemática, menorizando

aprendizagens de maior exigência cognitiva, prescrevendo desempenhos fragmentados

numa lógica de ‘pedagogia por objectivos' há muito abandonada".

A APM apresentou no domingo uma queixa electrónica ao Provedor de Justiça contra o

despacho do Governo que revoga o programa de Matemática em vigor. A APM diz que esse

despacho é ilegal "por falta de fundamentação".

¿A associação alega que a revogação decretada pelo ministro Nuno Crato "ignora a

qualidade de trabalho e investimento feito na elaboração, experimentação e implementação

do programa de 2007, com resultados que foram avaliados e nunca divulgados". Mais: "O

programa de 2007 - que só no final deste ano será totalmente implementado - é objecto,

neste despacho, de um conjunto de afirmações infundamentadas e em tom difamatório."

A APM salienta ainda que "a lei exige que, havendo um novo programa, tenham de ser

criados novos manuais". O que comporta gastos para as famílias "ao substituir os manuais

actualmente em vigor por outros". Mas esse não é o único problema relacionado com os

novos livros.

"Esses manuais têm prazos de elaboração que têm como referência os 20 meses. Ora, se

um programa vai entrar em vigor em Setembro, das duas, uma: ou os manuais já estão feitos

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CURRÍCULO

ou então não vai haver tempo para serem feitos com as condições que asseguram a sua

qualidade. Se já estão feitos, então é ainda mais grave, porque isso quer dizer que foram

feitos antes de o programa ter sido anunciado", diz Lurdes Figueiral.

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CURRÍCULO

Império das calculadoras nas aulas tem os dias contados

Público | 23.04.13

Novo programa de Matemática para o ensino básico valoriza a memorização como

facilitadora de "tarefas mais complexas". Com o novo programa de Matemática para o

ensino básico, que entrou nesta terça-feira em discussão pública, o império das

máquinas calculadoras nas salas de aulas fica com os dias contados.

Filipe Oliveira, professor da Universidade Nova de Lisboa e um dos autores do novo

programa e das metas curriculares de Matemática, admitiu hoje, numa conferência de

imprensa destinada a apresentar o novo documento, que a utilização de calculadoras no 1.º

e 2.º ciclo para resolver operações simples tem tido efeitos "muito nefastos", já que o aluno

"recorre a uma espécie de caixa mágica onde lhe aparecem os resultados sem que chegue a

compreender" a operação realizada.

O ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, que sempre foi um crítico do uso da

calculadora nos primeiros anos de escolaridade, considerou hoje que o programa ainda em

vigor, aprovado em 2007, "continua a promover o uso da calculadora", embora não seja tão

benévolo como era o anterior, que está na sua base.

"Deve haver alguns limites", defendeu Crato. "Isso não quer dizer que as calculadoras não

devem usadas, mas com bom senso", esclareceu Filipe Oliveira, frisando que "os

professores, melhor que ninguém, saberão quando o uso é nefasto ou vantajoso".

Um dos princípios que subjaz ao novo programa, que estará em consulta pública até ao dia

23 de Maio, é o da importância da memorização que, "nas últimas décadas, foi descuidada",

frisou outro dos autores do novo programa, Carlos Grosso, que é professor do ensino básico

e secundário. As metas curriculares para esta disciplina, homologadas no ano passado e que

definem o que um aluno deve saber nas diferentes etapas do seu percurso escolar, já o

estabelecem, ao definir, por exemplo, que um dos objectivos de aprendizagem no 2.º ano é o

"saber de memória as tabuadas do 2, do 3, do 4, do 5, do 6 e do 10". No 3.º ano é a vez das

tabuadas do 7, 8 e 9.

Saber a tabuada de cor

A memorização das tabuadas de multiplicação também se encontra prevista, para estes

mesmos anos, no programa ainda em vigor, mas a sua concretização não parece satisfazer

os autores do documento que o irá substituir. "A memorização não é antagónica da

compreensão, antes pelo contrário", defendeu Carlos Grosso, indicando que um dos

objectivos gerais do novo programa é precisamente relacionar aquele procedimento "com o

aumento da disponibilidade de recursos cognitivos".

Por exemplo, a possibilidade de compreender e resolver bem um problema matemático é

muito maior quando um aluno sabe a tabuada de cor. Como a nossa "memória de trabalho

tem capacidade limitada, a memorização de factos e a automatização de procedimentos

permite a compreensão e concentração em tarefas mais complexas", frisou Isabel Festas,

professora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra

e uma das coordenadoras da equipa das metas, acrescentando que "hoje em dia não basta

fazer bem, é preciso fazê-lo rapidamente".

Outra das mudanças previstas é a da inversão da tendência para a "excessiva

contextualização" dos problemas. "É preciso partir do concreto, mas com a preocupação de

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CURRÍCULO

alcançar o conhecimento abstracto das relações matemáticas. Não podemos estar sempre a

desenvolver problemas demasiado contextualizados [envoltos numa história ou na descrição

de situações do quotidiano], até porque as crianças acabam por se aborrecer com

enunciados muito palavrosos", defendeu Carlos Grosso.

António Bívar, professor na Universidade Lusíada e outro dos autores do novo programa,

insistiu, pelo seu lado, que os conteúdos listados neste já estavam estabelecidos nas metas

curriculares e que por isso são conhecidos dos professores desde há quase um ano. "Não há

novidades", garantiu.

Evitar "problemas falsos"

Quando o Ministério da Educação e Ciência anunciou, na semana passada, que o programa

em vigor estava revogado, a presidente da Associação de Professores de Matemática

(APM), Lurdes Figueiral, acusou Crato de estar a fazer "retroceder 40 anos o ensino em

geral e, em particular, o da Matemática". Segundo um dos autores do programa de 2007,

João da Ponte, o MEC está a recuperar "uma matemática muito abstracta e muito

formalizada que não serve a escola e os alunos de hoje".

Hoje, Nuno Crato desvalorizou estas críticas, frisando que o novo programa visa, pelo

contrário, "modernizar o currículo", tornando-o "mais exigente, mais claro e mais adaptado às

necessidades dos dias de hoje". O ministro acrescentou que o novo programa dá "uma

grande liberdade metodológica aos professores, sendo ao mesmo tempo muito claro nos

seus objectivos, que é o contrário do que acontecia". Crato justificou a sua adopção com o

facto de, após este primeiro ano de aplicação ainda não obrigatória das metas curriculares,

"subsistirem algumas dúvidas e incongruências pontuais" entre o que se encontra

recomendado nestas e o que está recomendado no programa de 2007.

A adopção do novo programa permite superar "problemas falsos como as alegadas

incompatibilidades entre as metas e o programa de 2007. Assim, esta questão deixa de criar

problemas", acrescentou António Bívar.

A APM anunciou em Março que iria interpor uma providência cautelar para travar a aplicação

das metas curriculares da disciplina que, no próximo ano lectivo, serão obrigatórias para os

alunos do 1.º, 3.º, 5.º e 7.º anos, alegando que estas contrariam o programa que está em

vigor nas escolas. No fim-de-semana, já depois do anúncio de que este seria revogado,

indicou que está ponderar apresentar uma providência cautelar com vista a impedir que tal

aconteça.

O MEC conta ter a versão final do novo programa, incluindo eventuais alterações na

sequência da consulta pública, concluída a 11 de Junho, para que entre em vigor já no

próximo ano lectivo.

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CURRÍCULO

Nova Matemática no Ensino Básico

Correio da Manhã | 17.04.13

Os alunos do 1º, 3º, 5º e 7º anos do Ensino Básico vão ter um novo programa de

Matemática já a partir do próximo ano letivo. Ao longo de 2013/2014, os restantes anos

mantêm o programa em vigor.

Segundo o Ministério da Educação e Ciência, a proposta do novo programa de Matemática

estará concluída e disponível para discussão pública a partir da próxima semana.

O objetivo do Ministério passa por ter o novo programa de Matemática homologado até ao

início do ano letivo 2013/2014. Até lá serão ouvidos professores e outros contributos.

O novo programa deverá complementar as metas curriculares, criando desta forma um

documento orientador único para a disciplina. Os professores, refere o comunicado do MEC,

terão maior liberdade pedagógica e maior autonomia para definir os métodos conforme

turmas e alunos.

No entender do MEC, o atual programa de Matemática é demasiado rígido nas indicações

que prescreve aos professores.

O grupo de trabalho constituído para definir as metas curriculares está a avaliar a elaboração

de novos programas para outras disciplinas. O Ministério, até ao fecho desta edição, não

esclareceu o CM sobre se os manuais serão alterados.

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CURRÍCULO

Parlamento quer tornar obrigatória formação em reanimação dada em escola de Sines

LUSA | 17.03.2013

Escola Secundária de Sines dá formação em suporte básico de vida desde 2007 e

CDS-PP quer alargar iniciativa a todo o país.

Os alunos da escola secundária de Sines aprendem suporte básico de vida há seis anos,

uma formação que o Parlamento recomendou recentemente ao Governo que seja obrigatória

para as turmas do terceiro ciclo do ensino básico.

A aprendizagem dos preceitos para apoiar vítimas até à chegada das equipas de socorro foi

introduzida na Escola Secundária Poeta Al Berto, no ano lectivo de 2007/2008, pelas mãos

da professora de Educação Física Sílvia Pombo, responsável por esta disciplina e pela

segurança do estabelecimento escolar.

Agora o CDS-PP apresentou um projecto de resolução do CDS-PP, aprovado com os votos

favoráveis do PSD, BE e Partido Ecologista "Os Verdes" e a abstenção do PCP e do PS, que

recomenda que a formação tenha uma duração total de seis a oito horas e que seja

ministrada através de parcerias com as instituições ligadas ao Instituto Nacional de

Emergência Médica (INEM).

A docente Sílvia Pombo acredita que é um dever estar-se preparado para, "a qualquer

momento, auxiliar o próximo", pelo que tratou de integrar a formação em suporte básico de

vida no plano de emergência escolar obrigatório, dirigido a professores, funcionários e

alunos. Passados dois anos, a actividade passou a ser dinamizada pelo Gabinete de

Educação para a Saúde da escola alentejana, a par de outros temas como a alimentação, as

dependências, a educação sexual ou a saúde oral, entre outras.

O coordenador desta estrutura escolar, Fernando Arriaga, assegurou à agência Lusa que "a

receptividade dos alunos tem sido boa". A formação na Escola Secundária Poeta Al Berto,

que abrange estudantes do 7.º ao 12.º anos de escolaridade, é realizada uma vez por ano,

nas aulas de Educação Física. Para quem está a ter contacto com o tema pela primeira vez,

a apresentação dura 90 minutos, ficando reservada para os alunos "repetentes" uma

"reciclagem" com metade do tempo.

Fernando Arriaga entende que esta formação deve ser sempre realizada por todos os

alunos, no entanto, nem sempre tal é possível, devido ao calendário de actividades da

escola, pelo que a acção é "concentrada" nas turmas de 7.º e 10.º anos. É o que acontecerá

este ano lectivo, no terceiro período, que arranca a 2 de Abril, após as férias da Páscoa.

O investimento da escola nesta actividade, segundo Fernando Arriaga, "é mínimo", uma vez

que a formação é garantida a título gratuito e voluntário por profissionais da Associação de

Nadadores-Salvadores do Litoral Alentejano (Resgate). O coordenador desta associação,

António Mestre, defende que estas técnicas devem ser ensinadas desde cedo, pois, muitas

vezes, as crianças são as únicas pessoas disponíveis para, por exemplo, socorrer

imediatamente um familiar em paragem cardíaca.

O responsável da Resgate espera que o Governo siga a recomendação aprovada na

Assembleia da República, a 22 de Fevereiro, de introduzir no 3.º ciclo do ensino básico das

escolas nacionais, já no ano lectivo de 2013/2014, uma formação, de frequência obrigatória,

em suporte básico de vida, "que só peca por tardia".

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CURRÍCULO

Igreja Católica contra educação sexual nas escolas da Croácia

Público e AFP |10.03.13

Pais e Igreja descontentes com programa do Governo de centro esquerda.

Da contracepção à masturbação, passando pelas doenças sexualmente transmíssiveis,

homossexualidade e igualdade de sexos. Estes são alguns dos temas do programa

experimental, para dois anos, de educação sexual nas escolas da Croácia, com o objectivo

de sensibilizar os mais novos para os potenciais problemas ligados à sexualidade. Uma

iniciativa do Governo de centro esquerda que deixou descontentes a Igreja Católica e as

associações de pais mais conservadoras.

Mais de duas mil gravidezes e 400 abortos foram registados entre as adolescentes croatas,

aponta Vinko Filipovic, responsável governamental pelo programa de Educação Sexual, em

declarações à AFP. "Face a estes números alarmantes é necessário educar as crianças que

começam a chegar à idade de maturidade sexual", justifica.

Por isso, o programa está pensado para os alunos dos nove aos dez anos, que recebem três

a quatro formações, em cada ano lectivo, na área da educação sexual. Basicamente, o

objectivo é que discutam temas com especialistas ou com professores, não havendo

qualquer manual associado.

Mas este programa suscitou preocupações junto da Igreja Católica do país, bem como das

associações de pais conservadoras que defendem que a educação sexual deve ser

responsabilidade dos pais e não da escola, e temem a doutrinação por parte do Estado.

"Está em jogo a paz na nossa pátria!", exclamou recentemente o arcebispo de Zagreb, Josip

Bozanic, apelidando o programa de "destruidor e perigoso".

A Igreja destribuiu, por todo o país, folhetos onde apela aos pais para assinarem petições

contra o programa. "Não vos preocupa que ensinem aos vossos filhos que uma relação

homossexual é tão natural como uma relação entre um homem e uma mulher?", pode ler-se

num desses folhetos.

A Grozd, uma associação de pais de cariz conservador, acusa o programa governamental de

ter uma "visão da vida que é contra os valores da maior parte dos pais", num país onde 86%

dos 4,2 milhões de habitantes é católico.

A associação diz que não é contra a educação sexual nas escolas mas que deve ser dado

aos encarregados de educação a possibilidade de escolha entre dois programas, o do

Governo e outro que defenda os valores dos pais. "Este programa viola o direito dos pais de

decidir a educação que querem dar aos seus filhos. Viola um direito fundamental que é o de

pensarmos de maneira diferente", constata Ladislav Ilcic, presidente da associação Grozd.

Nas últimas semanas o debate tem vindo a subir de tom. Valentin Pozaic, bispo de Zagreb

apelou ao derrube do Governo, comparando-o com os regimes totalitaristas comunista ou

nazi.

O ministro da Educação, Zeljko Jovanovic, veio denunciar o comportamento "inaceitável" e

"difamatório" da Igreja, que "pode dizer e fazer o que quiser fora das escolas, mas não pode

decidir o que vai ser ensinado".

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CURRÍCULO

De recordar que a Igreja Católica assumiu um maior peso, tendo-se tornado um parceiro das

autoridades desde que a Croácia se tornou independente, em 1991, até então parte da

Jugoslávia. Para Ivica Mastruko, sociólogo da religião e ex-embaixador da Croácia para o

Vaticano, "esta é mais uma tentativa da Igreja Católica se afirmar como força política na

sociedade croata".

Segundo uma sondagem recente, 56% dos croatas defende que a educação sexual é

necessária e a Igreja Católica não se deve intrometer, mas 33% considera que o programa

não é aceitável pelos católicos.

Mesmo entre os alunos, a polémica subsiste, dos cerca de 516 mil alunos que vão ser

sujeitos ao programa há quem o conteste e quem critique a intervenção da Igreja Católica.

"É muito barulho por nada. Mas a Igreja não deve interferir nas escolas", defende Laura, 15

anos. Goran, outro adolescente ouvido pela AFP, prefere "colocar as dúvidas aos amigos

mais velhos, em vez de o fazer com os professores, que se podem sentir menos à vontade

para discutir determinados assuntos com os alunos."

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Professores de Educação Física queixam-se de desvalorização da disciplina

LUSA | 01.03.2013

Docentes reúnem-se em congresso desta sexta-feira a domingo para discutir

problemas do sector.

Centenas de professores de Educação Física reúnem-se desta sexta-feira a domingo, em

Lisboa, para discutir os problemas do sector, nomeadamente o que consideram ser uma

desvalorização da disciplina por parte do Ministério da Educação.

"Vamos centrar-nos nas medidas que foram tomadas pelo Ministério da Educação no final do

ano passado e que prejudicam bastante a Educação Física", adiantouJoão Lourenço, do

Conselho Nacional das Associações de Professores e Profissionais de Educação Física

(CNAPEF).

Durante o 9.º Congresso da Educação Física, vai ser também apresentado um estudo

realizado junto de 600 escolas, bem como exemplos de boas práticas seguidas nos

estabelecimentos de ensino.

De acordo com o estudo, a maioria das escolas optou por manter a carga horária da

disciplina, mas os professores receiam que a medida se deva apenas à publicação da

legislação numa altura em que o ano lectivo já está praticamente preparado, em Julho. "O

que pode ficar comprometido é a qualidade da educação das nossas crianças", lamentou o

professor, temendo que as escolas decidam, no âmbito da sua autonomia, reduzir o tempo

que dedicam à disciplina.

Os profissionais criticam também o facto de a nota atribuída a Educação Física deixar,

progressivamente, nos próximos anos, de contar para a média final do ensino secundário no

acesso à faculdade. "A imagem que passa, por parte do Ministério da Educação, é que a

Educação Física não é importante, é de total desvalorização", declarou.

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CURRÍCULO

Exames do 4.º ano realizam-se no início de Maio

Público | 05.02.13

Temporada dos exames nacionais começa este ano mais cedo e há novidades em

relação às normas em vigor no ano passado.

É já em Maio que os alunos do 4.º ano se vão estrear nos exames nacionais. Segundo o

calendário das provas, que foi publicado ao fim da tarde desta terça-feira em Diário da

República, os exames de Português e de Matemática do final do 1.º ciclo do ensino básico

realizar-se-ão a 7 e 10 de Maio, respectivamente.

O Ministério da Educação e Ciência (MEC) tinha indicado anteriormente que a primeira

destas provas se realizaria ainda em Abril, o que não acontecerá. Segundo o ministério, com

a antecipação dos exames do 4.º ano face aos dos outros anos que têm provas nacionais,

pretende-se garantir a possibilidade de recuperação dos alunos que revelem dificuldades.

Conforme estipulado no despacho que, em Dezembro, fixou novas regras de avaliação para

os estudantes do ensino básico e secundário, os alunos do 4.º ano que chumbarem nos

primeiros exames terão a possibilidade de repetir estas provas a 9 e 12 de Julho. Quem

estiver nesta situação terá um período de acompanhamento extraordinário já depois do final

do ano lectivo. Este apoio não tem carácter obrigatório.

Em 2014, os alunos do 6.º ano também beneficiarão desta prerrogativa mas, para já, a

segunda fase dos exames nacionais continuará reservada apenas para "situações

excepcionais". O que também acontece no 9.º ano. No 6.º e 9.º ano, os alunos realizam

apenas exames de Português e Matemática. Em ambos os anos as provas estão marcadas,

respectivamente, para 20 e 27 de Junho.

Quem chumba por faltas pode ir a exame

Os exames nacionais do ensino secundário decorrerão entre 17 e 26 de Junho. À

semelhança do que já aconteceu no ano passado, a 1.ª fase é obrigatória. Quem não

comparecer não será admitido na 2.ª fase, que é destinada a alunos que chumbaram nos

primeiros exames ou que pretendam subir as notas que obtiveram nestas provas.

Os alunos com necessidades educativas especiais voltam também a ser obrigados a realizar

as provas propostas aos outros alunos, como já sucedeu no ano passado no 6.º ano. Como

já tinha sido anunciado pelo MEC, a norma aplicar-se-á este ano também aos alunos do 9.º

ano.

Confirma-se ainda o recuo do ministério no que respeita a uma das suas medidas

emblemáticas aplicadas nos exames do ano passado. Depois de ter determinado que os

alunos chumbados por faltas ficavam impedidos também de tentar a sorte nos exames,

ficando assim automaticamente retidos, o ministério volta ao regime anterior.

Estes estudantes poderão realizar os exames finais do 2.º e 3.º ciclo desde que se

apresentem como autopropostos. Para as disciplinas não sujeitas a exame, que são a

maioria, poderão concluí-las através da realização das chamadas provas de equivalência à

frequência, que se realizarão entre 17 e 28 de Junho.

Estas provas, que passarão também a ser realizadas no final do 2.º ciclo, podem ser ainda

feitas por alunos do 6.º e do 9.º ano que não tenham tido aprovação na avaliação final do 3.º

período. Esta possibilidade já existia no 9.º ano, mas apenas para alunos que nessa altura já

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estivessem no limite da idade da escolaridade obrigatória, que agora é de 18 anos. Esta

condição já não é imposta.

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Nova rede de 120 centros vai substituir Novas Oportunidades a partir de Abril

Público/Lusa | 29.01.13

Centros para a Qualificação e o Ensino Profissional serão mais baratos e em menor número

do que o programa lançado pelo anterior Governo socialista.

Os Centros Novas Oportunidades (CNO) serão substituídos por uma nova rede de 120

Centros para a Qualificação e o Ensino Profissional (CQEP) que terão um custo estimado

anual de oito milhões de euros, anunciou nesta terça-feira, no Parlamento, o secretário de

Estado do Ensino Básico e Secundário.

De acordo com João Grancho, esta estimativa contrapõe-se a gastos de 110 milhões de

euros só em 2011 com o financiamento da rede de CNO, quando ainda estavam instaladas

422 destas unidades. Actualmente, acrescentou, há 55 mil formandos com processos de

formação ou certificação de competências em aberto nos 129 CNO ainda em funcionamento,

que poderão ser encaminhados para os novos centros para terminar aí a sua formação.

Os CQEP deverão entrar em funcionamento em Abril de 2013, substituindo os CNO,

autorizados a manter-se em actividade até 31 de Março desde que financeiramente auto-

suficientes. Cerca de 1,3 milhões de adultos inscreveram-se nas Novas Oportunidades

desde a sua criação, em 2005, no primeiro Governo de José Sócrates. Até 2010, perto de

409 mil obtiveram, através deste programa, algum tipo de certificação escolar.

Durante a audição na Comissão de Educação, Ciência e Cultura, João Grancho disse ainda

que o Governo admite o recurso a professores dos quadros do Ministério da Educação para

a formação de jovens e adultos que procurem os novos centros, à imagem do que já

acontecia nas Novas Oportunidades. E deixou a garantia de que serão respeitados os

direitos dos técnicos e formadores que têm contrato no âmbito dos CNO ainda em

funcionamento.

"A colocação de professores neste tipo de oferta significa que estamos a promover o

emprego desses professores. A resposta, quer seja no ensino profissional quer nos EFA

[Cursos de Educação e Formação de Adultos], ou noutro tipo de formação, [faz com que]

garantamos também por essa via o emprego dos professores, não vindo nenhum mal ao

mundo", disse.

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Secundário só com provas do 9.º

Correio da Manhã | 18.01.13

Os alunos com necessidades educativas especiais (NEE) só poderão frequentar o

Ensino Secundário na sua vertente mais comum - os cursos científico-humanísticos -

se realizarem provas finais nacionais no 9º ano.

A medida, que será aplicada a partir de 2014, consta na norma 01/2013 do Júri Nacional de

Exames. "A partir do ano letivo 2013/14, os alunos que pretendam frequentar os cursos

científico-humanísticos do Ensino Secundário têm de realizar, obrigatoriamente, as provas

finais do 3º Ciclo a nível nacional" refere a norma.

Esta é a novidade mais polémica introduzida nas regras, que no restante articulado vai ao

encontro de reivindicações de encarregados de educação, ao voltar a aceitar a leitura de

enunciados de exames para alunos disléxicos e a realização de provas a nível de escola

para alunos com NEE. Para Albino Almeida, da Confederação Nacional de Associações de

Pais, estas duas alterações "são justas". Já em relação ao ponto mais controverso, o

dirigente afirma: "Acredito que no próximo ano será encontrada uma solução. Sugiro a

introdução de uma alínea que permita sempre ao aluno apresentar-se a exame". A tutela

esclarece que os alunos que façam provas a nível de escola podem seguir "cursos

profissionais ou outros que não os científico-humanísticos".