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Aula 01 Administração Pública p/ TRE-GO (Técnico - Área Administrativa) Professor: Rodrigo Rennó

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Aula 01

Administração Pública p/ TRE-GO (Técnico - Área Administrativa)

Professor: Rodrigo Rennó

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Aula 1: Reformas Administrativas

Olá pessoal, tudo bem?

Na aula de hoje iremos cobrir os seguintes itens:

Estruturação da máquina administrativa no Brasil desde 1930; dimensões estruturais e culturais.

Irei trabalhar com muitas questões do Cespe. Espero que gostem da aula!

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Sumário

Reformas Administrativas. ........................................................................ 3

República Velha (1889-1930) .................................................................. 4

Getúlio Vargas e a criação do DASP. .......................................................... 5

Administração para o Desenvolvimento – Governo JK e a administração paralela. ...... 13

A Reforma de 1967 – DL nº200/67. ......................................................... 14

Programa Nacional de Desburocratização ................................................... 20

A Constituição de 88 – o retrocesso burocrático e o Governo Collor/Itamar. ............. 21

Governo Collor ................................................................................ 25

A Reforma de 1995. .......................................................................... 27

Lista de Questões Trabalhadas na Aula. ........................................................ 45

Gabarito .......................................................................................... 52

Bibliografia ...................................................................................... 52

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Reformas Administrativas.

As origens de nossa administração pública nascem, naturalmente, de nosso processo de colonização. Durante séculos, fomos uma colônia portuguesa e muitos de nossos hábitos e de nossa cultura organizacional foi “herdada” dos antigos costumes vindos de Portugal.

A administração no período colonial foi marcada especialmente por duas dinâmicas1: um viés centralizador e normatizador vindo da metrópole, com um comando descentralizado, baseado nas estruturas de poder local e outro viés descentralizador, baseado no poder local.

As principais instituições de poder estavam localizadas em Lisboa e tinham dificuldade em alcançar todo o território nacional. O governo-geral, que cuidava de impor a ordem e regular a sociedade brasileira, era caracterizado por um excesso de regras e procedimentos.

Ao mesmo tempo, o poder local (nas províncias) comandava de acordo com relações patrimonialistas e personalistas. De acordo com Abrucio e outros2,

“A mistura de centralismo excessivamente regulamentador, e geralmente pouco efetivo, com o patrimonialismo local resume bem o modelo de administração colonial.”

A dificuldade do Estado português de alcançar boa parte do espaço gerava, então, uma “liberdade” de ação por parte das elites regionais.

Dentro deste período colonial chama a atenção o período da administração pombalina (capitaneada pelo Marquês de Pombal, de 1750 a 1777), que buscou dar maior racionalidade e eficiência a administração do império português.

Entretanto, o cenário só começou a mudar realmente com a vinda da família real para o Brasil em 1808, fugindo de Napoleão Bonaparte. A vinda da corte portuguesa, com milhares de pessoas, obrigou a construção de diversas instituições governamentais em nosso país.

Foi o início de um processo irreversível de estruturação de uma antiga colônia para fazer parte integrante do império português e, posteriormente, à independência do Brasil.

1 (Abrucio, Pedroti, & Pó, 2010) 2 (Abrucio, Pedroti, & Pó, 2010)

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República Velha (1889-1930)

Durante todo o período colonial até o governo de Getúlio Vargas, a administração pública era dominada pelo patrimonialismo e pelo clientelismo. A época conhecida como “República Velha” iniciou-se com a proclamação da República e terminou com a revolução de 1930.

Neste período, a política do país foi controlada por grupos oligárquicos, principalmente de Minas Gerais e São Paulo, que se revezavam no poder através da conhecida política do “Café com Leite”.

Ocorreu um enfraquecimento do Estado Brasileiro nesta época, com uma perda de capacidade de organização do poder central, que contava com os melhores quadros3. De acordo com Leal4,

“O sistema estadualista e oligárquico que prevaleceu na República Velha, ademais, tornou ainda mais importante o modelo de patronagem no plano subnacional, pela via do coronelismo, uma vez que era necessário arrebanhar mais eleitores para legitimar o processo político – embora as eleições fossem marcadas pelas fraudes.”

Desta maneira, o Estado brasileiro era dominado por uma elite que garantia privilégios indevidos dentro da máquina do governo para seus amigos e aliados.

A maior parte da população era excluída e não tinha participação na política do país. Até a revolução de 1930, a oligarquia agrária dominava o cenário político5.

A maior parte da população vivia no campo e a política era dominada pelos “coronéis” regionais. O poder central tinha um peso muito menor do que apresenta hoje, com uma maior autonomia dos estados.

Apesar disso, a maior autonomia dos poderes locais não foi utilizada para a modernização das estruturas e das práticas administrativas regionais.

Entretanto, duas experiências de sucesso no plano da administração pública foram geradas neste período: o desenvolvimento das carreiras militares (forças armadas) e do corpo diplomático (Itamaraty).

Estas carreiras já nesta época detinham instituições meritocráticas e recursos que lhes permitiram ajudar o país em seu desenvolvimento e até

3 (Abrucio, Pedroti, & Pó, 2010) 4 (Leal, 1996) apud (Abrucio, Pedroti, & Pó, 2010) 5 (Torres, 2004)

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atuar politicamente. De certa forma, foram as nossas duas primeiras burocracias profissionais.

Vamos ver uma questão sobre este tema?

1 – (CESPE – TJ-AL – TÉCNICO – 2013) A reforma administrativa resultante da independência do Brasil apresentou o patrimonialismo como modelo de administração pública, que, apesar de superado, ainda revela grande importância no governo do país.

Questão totalmente equivocada! Para “começo de conversa”, não tivemos nenhuma reforma administrativa no momento da independência do Brasil. O modelo patrimonialista já existia e era praticado desde o tempo do Brasil Colônia.

Além desse fato, o modelo patrimonialista não é de “grande importância” no governo do país. Temos resquícios deste modelo, é certo, mas estas práticas são condenáveis. O gabarito é mesmo questão errada.

Getúlio Vargas e a criação do DASP.

Com a tomada do governo após o golpe revolucionário de 1930, outras classes se apoderaram do governo federal, sendo dominantes alguns setores das forças armadas6. Na esteira deste movimento, o Estado Novo buscou centralizar o poder no governo federal, tirando poder e autonomia dos estados.

Na visão de Flávio Resende7:

“até 1930, o Estado brasileiro era um verdadeiro mercado de troca de votos por cargos públicos; uma combinação de clientelismo com patrimonialismo”.

Na época da revolução de 1930, o cenário nacional era de grande crise econômica, pois o “carro chefe” da economia brasileira no momento era a cultura do Café e o mercado para o produto tinha despencado após a crise da Bolsa de Nova York.

Com o “crash” da Bolsa, os mercados consumidores do produto, particularmente os Estados Unidos e a Europa, entraram em uma grande

6 (Bresser Pereira, 2001) 7 (Resende, 2004) apud (Paludo, 2010)

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recessão. Isto fez com que o preço do café despencasse no mercado internacional.

Sem as divisas do Café, a economia brasileira não tinha como pagar as importações de produtos que a sociedade demandava. Os recursos da venda do café no mercado exterior chegaram a representar mais de sessenta por cento das divisas que entravam no país.

Alguma resposta teria de ser dada pelo novo governo. Getúlio Vargas então procurou fechar a economia e buscar alternativas econômicas, voltando-se então para o mercado interno através de incentivos à industrialização e da modernização da máquina estatal.

Com as barreiras aos produtos estrangeiros, os empresários brasileiros passaram a ter um grande incentivo para investir, pois o mercado interno passava a ser protegido da concorrência internacional, e os consumidores não tinham mais acesso aos produtos estrangeiros a preços competitivos. Isto deu um grande impulso à nascente industrialização brasileira.

Além disso, com a aceleração da industrialização, começa também a ocorrer um crescimento da massa urbana de trabalhadores, introduzindo outros “atores” no processo político.

Com a queda dos preços agrícolas, a economia rural perdeu força e seus trabalhadores passaram a ver as cidades como um local mais atraente e com melhores e maiores oportunidades.

Como vimos, Vargas iniciou seu governo retirando poder dos governos estaduais, centralizando o poder na União. O governo federal iniciou também uma maior intervenção econômica, saindo de um papel mais passivo para outro mais ativo na promoção do desenvolvimento econômico.

Portanto, as saídas para a crise foram o protecionismo e o intervencionismo econômico. O Estado teve de se estruturar pra exercer estas funções, principalmente a segunda.

O velho modelo patrimonialista da administração pública não era mais adequado a uma economia industrial cada vez mais complexa e competitiva!

Foi nesse contexto que se criou o Conselho Federal do Serviço Público Civil em 1936, depois transformado em 1938 no Departamento Administrativo do Serviço Público – DASP. De acordo com Lustosa da Costa8:

“O Dasp foi efetivamente organizado em 1938, com a missão de definir e executar a política para o pessoal civil, inclusive a admissão mediante

8 (Costa, 2008)

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concurso público e a capacitação técnica do funcionalismo, promover a racionalização de métodos no serviço público e elaborar o orçamento da União.”

A criação do DASP deve ser visto, assim, como uma exigência da entrada do Estado brasileiro em uma nova era de industrialização e de desenvolvimento capitalista.

O Estado deveria ser mais eficiente e imparcial em seu papel de incentivar e conduzir o crescimento econômico e na oferta de novos serviços e direitos aos trabalhadores urbanos, que seriam a base política do governo Getúlio Vargas.

Esta foi uma reforma ambiciosa, que tinha como modelo a Burocracia profissional de Weber. Segundo Lustosa da Costa, foi a primeira tentativa sistemática de superar o modelo patrimonialista que tivemos na administração pública brasileira:

“A reforma administrativa do Estado Novo foi, portanto, o primeiro esforço sistemático de superação do patrimonialismo. Foi uma ação deliberada e ambiciosa no sentido da burocratização do Estado brasileiro, que buscava introduzir no aparelho administrativo do país a centralização, a impessoalidade, a hierarquia, o sistema de mérito, a separação entre o público e o privado. Visava constituir uma administração pública mais racional e eficiente, que pudesse assumir seu papel na condução do processo de desenvolvimento...” 9

Desta forma, os principais objetivos do DASP eram: A racionalização de métodos, processos e procedimentos; a definição da política de recursos humanos, de compra de materiais e finanças

9 (Costa, 2008)

ͻapesar de boa parte dos autores

considerarem 1938 como o ano

em que o DASP foi instituído,

algumas bancas consideram

correto 1936!

Aviso:

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e a centralização e reorganização da administração pública federal10.

Com a introdução do modelo burocrático na administração pública brasileira, promovida pelo DASP, fortaleceu-se o princípio da meritocracia, em que os servidores passaram a ser selecionados mediante concurso público e promoção baseada em avaliações de desempenho11.

Dentro deste âmbito, os princípios da Administração Científica, de Frederick Taylor, foram utilizados para “nortear” a padronização e divisão do trabalho, bem como a profissionalização dos servidores.

Os princípios da Administração Científica eram os seguintes:

Planejamento – substituir a improvisação pela ciência. Planejar o método a ser utilizado;

Preparo – selecionar e treinar os empregados de acordo com suas aptidões e treiná-los para que atinjam um melhor resultado;

Controle – supervisionar o trabalho para que os resultados sejam atingidos;

Execução – distribuir as atividades e responsabilidades, de maneira à disciplinar a execução das tarefas.

Veja como esse tema já foi cobrado:

2 - (CESPE – TRE-ES / ANAL ADM – 2011) A instituição, em 1936, do Departamento de Administração do Serviço Público (DASP) teve como objetivo principal suprimir o modelo patrimonialista de gestão.

Perfeito. A criação do DASP por Getúlio Vargas na década de 30 teve, como objetivo primordial, a substituição do modelo patrimonialista pela administração burocrática no Brasil. O gabarito é questão correta.

3 - (CESPE- MDS / TECNICO SUPERIOR - 2006) A reforma administrativa empreendida pelo DASP, na década de 30 do século passado, foi inovadora por não estar alinhada aos princípios da administração científica presentes na literatura mundial da época.

10 (Bresser Pereira, 2001) 11 (Paludo, 2010)

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A reforma administrativa que foi implantada no Brasil nos anos 30 não foi inovadora, pois o modelo racional-legal (ou Burocrático) já havia sido implantado nos países desenvolvidos décadas antes.

Ao contrário do que está descrito na questão, a reforma esteve sim alinhada aos princípios da administração científica. Portanto, a frase está errada.

Assim sendo, a atuação do DASP ocorreu em três dimensões diferentes:

Criação de órgãos formuladores de políticas públicas, como os conselhos, que seriam responsáveis por formar “consensos” dentro da sociedade sobre diversos temas;

Expansão de órgãos da administração direta, como ministérios e agências de fiscalização (neste governo foram criados diversos ministérios, como o do Trabalho);

Expansão das atividades empresariais do Estado, com a criação de empresas estatais, fundações públicas, sociedades de economia mista e autarquias (a Companhia Vale do Rio Doce e a CSN – Companhia Siderúrgica Nacional foram criadas nesta época!).

Dentro deste cenário, o DASP foi o órgão que formulou e executou as mudanças na administração pública no período Vargas.

De certo modo, o DASP foi utilizado como instrumento político-administrativo (pois ocorreu uma grande centralização administrativa e política), de forma que a administração pública se tornasse capaz de dar sustentação ao regime ditatorial. De acordo com Torres12:

“Assim, sem considerar a repressão política dura e autoritária, o governo Vargas tinha ainda dois pilares importantíssimos de sustentação política: o controle da administração pública e a nomeação dos dirigentes das províncias.”

Apesar disso, as mudanças não alcançaram toda a administração pública13. O movimento reformista de Vargas não conseguiu disseminar por completo as novas práticas.

Para certas carreiras foram introduzidos os concursos públicos, promoção por mérito e salários adequados. Certos órgãos conseguiram uma maior profissionalização.

12 (Torres, 2004) 13 (Bresser Pereira, 2001)

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Ou seja, carreiras consideradas estratégicas para o sucesso deste novo Estado (como a dos diplomatas) eram valorizadas – tendo um treinamento mais completo, garantias legais e salários competitivos14.

Entretanto, outras carreiras de nível mais baixo continuaram sob as práticas patrimonialistas e clientelistas, com nomeações políticas, salários defasados e promoções somente por tempo de serviço. Com isso, a Burocracia convivia com o patrimonialismo!

Foi também introduzida nesta época a noção de planejamento no orçamento público, ao invés deste instrumento ser somente uma relação detalhada de despesas e receitas previstas. O Estado se preparava então para atuar de forma mais ativa no desenvolvimento econômico.

Entretanto, o poder reformador do DASP dependia do apoio de Getúlio e seus poderes autoritários. Com o final da segunda guerra mundial, passou a existir uma demanda maior por democracia e liberalização por parte da sociedade brasileira.

O Brasil tinha “cerrado fileiras” com os aliados (Estados Unidos, Inglaterra e União Soviética) e os conceitos de liberdade e democracia passaram a ser cobrados pelos cidadãos.

O próprio regime ditatorial começou a mostrar seu desgaste após 15 anos de existência. Com a saída de Getúlio, voltamos a ter uma constituição democrática e tivemos a eleição de Dutra para a Presidência da República.

Naturalmente, o DASP perdeu muito de sua força modernizadora com a saída de Vargas do poder em 1945. Após esse momento, o departamento perdeu muitas de suas funções e passou a fazer um trabalho mais rotineiro.

Com a volta do regime democrático, muitas das práticas patrimonialistas ganharam força com a barganha política entre o presidente e o novo congresso. Ao final, o resultado da reforma foi o seguinte: a reforma não se completou, nem tampouco foi revertida.

Vamos ver como isto já foi cobrado?

4 – (CESPE – TCE-RO – AGENTE – 2013) O Departamento Administrativo do Serviço Público foi o primeiro órgão da estrutura administrativa brasileira ao qual se atribuiu a responsabilidade de diminuir a ineficiência do serviço público e reorganizar a administração pública.

Perfeito. O DASP foi o responsável por executar a reforma da burocrática da década de 30 no Brasil. Seu objetivo era o de modernizar o

14 (Torres, 2004)

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setor público, aumentando a sua eficiência. Infelizmente, depois vimos as deficiências deste modelo na prática. O gabarito é questão certa.

5 – (CESPE – TCU – AUDITOR – 2013) A criação do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) em 1936 representou uma modernização na administração pública brasileira, haja vista que promoveu a descentralização das atividades administrativas, com o intuito de se gerar maior eficiência.

O erro desta questão é o seguinte: O DASP era centralizador, não descentralizador. Devemos lembrar que esta reforma foi feita por um regime ditatorial (o Estado Novo de Vargas), que buscava centralizar o poder no governo federal e padronizar as práticas administrativas. Deste modo, o gabarito é questão errada.

6 – (CESPE – MPU – TÉCNICO – 2013) A reforma administrativa iniciada pelo Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) instituiu o Estado moderno no Brasil, com vistas ao combate ao patrimonialismo e à burocracia estatal.

Nem pensar. A Reforma do período Vargas, que instituiu o DASP buscou implantar o modelo burocrático no Brasil. Assim, não poderia estar combatendo a “burocracia estatal” ao mesmo tempo, não é verdade?

Getúlio Vargas sabia que o Estado brasileiro, ainda baseado em práticas patrimonialistas, precisava ser reformado para que o país crescesse e se industrializasse. Entretanto, os problemas do modelo burocrático só apareceram mais tarde. O gabarito é questão errada.

7 – (CESPE – MPU – TÉCNICO – 2013) As grandes reformas administrativas do Estado brasileiro, ocorridas após 1930, foram do tipo patrimonialista, burocrática e gerencial.

Esta questão tem uma “pegadinha” que a torna incorreta. Nós tivemos reformas burocráticas (como a dos anos 30) e reformas gerenciais (como a dos anos 90), mas nunca tivemos reformas patrimonialistas! O modelo patrimonialista foi implantado aqui junto com a colonização portuguesa.

Desta maneira, nunca tivemos uma reforma administrativa que tivesse o objetivo de implementar o modelo patrimonial. Típica questão que tenta pegar o candidato menos concentrado. O gabarito é mesmo questão errada.

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8 – (CESPE – TRT-10 – TÉCNICO – 2013) O Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) foi criado com o objetivo de aprofundar a reforma administrativa destinada a organizar e racionalizar o serviço público no país.

Perfeito! O DASP foi criado no Governo Getúlio Vargas como um instrumento de racionalização da máquina estatal brasileira. O Brasil estava passando por uma fase de transição econômica: deixando de ser um país rural para ser um país industrializado.

Para poder impulsionar este movimento e, além disso, passar a fornecer melhores serviços para seus cidadãos, o Estado deveria passar por uma reforma estruturante. O gabarito é mesmo questão certa.

9 – (CESPE – MI – ANALISTA – 2013) Na área de administração de recursos humanos, o Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) inspirou-se no princípio do mérito profissional para estruturar a burocracia.

Exato. A reforma do DASP, ocorrida nos anos 30, buscou implementar o modelo burocrático no Brasil. Ao contrário do que muitos pensam, a teoria da burocracia tem o profissionalismo e a impessoalidade como seus pilares.

Deste modo, a ideia é a de que os melhores profissionais serão contratados e promovidos, tendo em vista o melhor funcionamento possível da instituição. Assim, a instalação do mérito profissional como um princípio da Administração Pública foi um dos objetivos da reforma do DASP. O gabarito é questão certa.

10 – (CESPE – MI – ANALISTA – 2013) Fruto da evolução do estamento burocrático patrimonialista, a moderna burocracia manteve o caráter aristocrático e estava circunscrita ao Estado.

Esta frase é uma confusão só de conceitos. Para começar, a moderna burocracia não é “fruto do estamento burocrático patrimonialista”, pois veio exatamente para buscar encerrar este modelo de gestão patrimonialista. O caráter aristocrático do patrimonialismo é combatido no modelo burocrático, com sua base na racionalidade e na legalidade.

Além disso, o modelo burocrático de gestão não está restrito ao setor público. Muitas empresas o utilizam ainda hoje. Deste modo, o gabarito é mesmo questão errada.

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Administração para o Desenvolvimento – Governo JK e a administração paralela.

O período que se iniciou com a redemocratização em 1946 e terminou com o golpe militar de 1964 se caracterizou pela preocupação dos governantes com o desenvolvimento nacional. Nesta fase ocorreu um grande crescimento econômico, com a instalação de grandes multinacionais no país e a construção de Brasília, inserida no plano de metas do governo JK.

Os principais fatores deste período foram: o aumento da intervenção do Estado e uma descentralização do setor público através da criação de várias autarquias e sociedades de economia mista (que teriam mais autonomia e flexibilidade do que a Administração Direta).

O governo Juscelino Kubitschek ficou marcado pelo que se chamou de Administração Paralela15. Seu estilo era voltado a evitar ao máximo os conflitos, portanto quando tinha um problema a resolver ele preferia criar outra estrutura estatal (normalmente uma autarquia) do que reformar ou extinguir alguma já existente.

Com isso ele “contornava” a administração direta, evitando ter de lidar com a ineficiência gerada pelas práticas patrimonialistas e clientelistas (que continuavam existindo, tendo ocorrido inclusive um “trem da alegria” em 1946 – a Constituição promulgada neste ano incorporou como servidores efetivos inúmeros funcionários que haviam entrado no governo sem concurso público), bem como as disfunções da Burocracia que já se mostravam presentes, como o excesso de “papelada” e lentidão16.

Os órgãos existentes não eram adequados aos desafios de seu governo. Em vez de reformá-los, ele preferiu criar novos órgãos (paralelos aos existentes) para resolver os problemas.

Portanto, a administração do plano de metas do governo JK foi executada desta forma, evitando-se os órgãos convencionais. A coordenação das ações fazia-se por meio de grupos executivos escolhidos diretamente pela Presidência da República.

Desta forma, evidenciou-se o papel fundamental das chamadas “ilhas de excelência” (órgãos que contavam com funcionários mais capacitados, que eram contratados por mérito e recebiam salários muito maiores do que os da administração direta) no processo de

15 (Martins, 1997) 16 (Junior, 1998)

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desenvolvimento nacional que ocorreu naquela época. De acordo com Lustosa17:

“Esse período se caracteriza por uma crescente cisão entre a administração direta, entregue ao clientelismo e submetida, cada vez mais, aos ditames de normas rígidas e controles, e a administração descentralizada (autarquias, empresas, institutos e grupos especiais ad hoc), dotados de maior autonomia gerencial e que podiam recrutar seus quadros sem concursos, preferencialmente entre os formados em think thanks especializados, remunerando-os em termos compatíveis com o mercado. Constituíram-se assim ilhas de excelência no setor público voltadas para a administração do desenvolvimento, enquanto se deteriorava o núcleo central da administração.”

O modelo burocrático, que nem tinha sido completamente instalado em toda a administração pública, mostrava-se então inadequado para uma sociedade cada vez mais complexa e para um país imenso, com realidades muito diferentes e distâncias continentais.

Desta forma, começou a se formar um consenso de que o modelo burocrático deveria ser reformado.

A Reforma de 1967 – DL nº200/67.

Neste contexto, a administração pública brasileira se mostrava cada vez menos adequada aos desafios de um país em desenvolvimento acelerado. Assim, ficou evidente a necessidade de reformas em seu modelo.

Ainda no governo de João Goulart, formou-se a Comissão Amaral Peixoto, com o objetivo de coordenar estudos para uma reforma do modelo administrativo no Brasil. O golpe militar de 1964 abortou essa iniciativa. Todavia, algumas ideias foram aproveitadas na reforma de 1967, através do Decreto-Lei nº200 do mesmo ano18.

Antes de iniciar uma análise mais profunda da reforma em si, temos de entender o contexto que existia na época. O governo militar assumiu com uma proposta modernizadora do Estado. A economia estava

17 (Costa, 2008) 18 (Junior, 1998)

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desequilibrada e a inflação estava aumentando. Existia uma análise de que a inflação era causada pelos aumentos salariais acima do aumento da produtividade e por gastos excessivos do governo19.

Desta forma, uma série de iniciativas modernizadoras foram implementadas buscando criar um ambiente mais propício ao crescimento econômico e a uma administração pública mais moderna e eficiente.

O plano econômico que buscava estabilizar a economia foi chamado de Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG). Dentre outras medidas, destacamos: a restrição do crédito e dos aumentos salariais, uma reforma tributária (que reduziu impostos em cascata), a instituição da correção monetária nos contratos, a criação do Banco Central (para administrar a emissão de moeda), a criação do Sistema Nacional da Habitação e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

A reforma de 67 apareceu, portanto, como uma resposta às dificuldades que a máquina pública tinha com o modelo burocrático que vinha desde os anos 30. De acordo com Andrews e Bariani20:

“A reforma de 1967 introduziu na administração pública procedimentos gerenciais típicos do setor privado, abriu espaço para a participação do capital privado em sociedades de economia mista e esvaziou um dos emblemas do Estado populista, o Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP).”

Desta forma, os proponentes da reforma se baseavam em uma noção de que haveria uma defasagem cada vez maior entre as demandas de um país em desenvolvimento e as capacidades da máquina pública. A excessiva centralização do governo e a falta de planejamento tornavam a administração pública ineficaz, ineficiente e irresponsável21.

O planejamento passou a ser encarado como uma condição imprescindível para que a Administração Pública alcançasse uma maior racionalidade em seus programas e ações. Assim, o diagnóstico era de que as ações do Estado não eram planejadas.

Dentre os “gargalos” que tinham de ser solucionados para que este planejamento pudesse ocorrer, podemos incluir: a falta de profissionais capacitados no governo, um sistema de controle insuficiente e a falta de supervisão das atividades do governo.

Desta maneira, buscou-se uma maior descentralização das ações governamentais. Os órgãos centrais teriam de ser liberados da

19 (Resende, 1990) 20 (Andrews & Bariani, 2010) 21 (Andrews & Bariani, 2010)

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execução das tarefas para poderem planejar, controlar e coordenar as ações e programas governamentais.

Esta descentralização foi feita com a transferência de responsabilidades dos órgãos centrais para a administração indireta. Além da descentralização, buscou-se flexibilizar para a administração indireta certos procedimentos burocráticos que existiam na administração direta.

De acordo com o DL200, a descentralização ocorreria em três planos principais:

“a) dentro dos quadros da Administração Federal, distinguindo-se claramente o nível de direção do de execução; b) da Administração Federal para a das unidades federadas, quando estejam devidamente aparelhadas e mediante convênio;

c) da Administração Federal para a órbita privada, mediante contratos ou concessões.”

Portanto, a descentralização envolveria a transferência de atribuições “dentro” da própria administração direta (mediante a delegação de poderes e responsabilidades para os níveis inferiores – nível operacional), a transferência de atividades para os estados e municípios e até mesmo da Administração Pública para a iniciativa privada (através de concessões e contratos).

Dentre algumas mudanças incluídas na reforma, foi permitido que os órgãos da Administração Indireta contratassem por meio da CLT. Portanto, não existiria mais a estabilidade no emprego para os empregados das empresas e órgãos da administração indireta, possibilitando assim uma maior flexibilidade na contratação temporária e na gestão de pessoal.

Outro aspecto importante foi a inclusão da descentralização e do planejamento como princípios da Administração Pública. De acordo com o Decreto Lei n° 20022:

“Art. 6º As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes princípios fundamentais: I - Planejamento. II - Coordenação. III - Descentralização. IV - Delegação de Competência. V - Contrôle.”

22 http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Decreto-Lei/Del0200.htm

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Além disso, o próprio DASP foi extinto. O Decreto n°200 criou em seu lugar o Departamento Administrativo do Pessoal Civil (com a mesma sigla – DASP). Desta forma, a reforma “cortou” muitas das atribuições do antigo DASP, tornando-o um mero “setor de pessoal”. As funções de planejamento, por exemplo, passaram a ser desempenhadas pelo Ministério do Planejamento e Coordenação Geral23.

Portanto, esta reforma foi uma tentativa de se superar a rigidez do modelo burocrático e é considerada por algumas bancas como a primeira iniciativa da administração gerencial no Brasil. Foi sem dúvida uma reforma pioneira, que trazia aspectos ligados à descentralização administrativa (apesar da forte centralização política que ocorreu), ao planejamento e à autonomia, buscando mais agilidade e eficiência da máquina pública.

De acordo com o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado -

PDRAE24:

“A reforma operada em 1967 pelo Decreto-Lei 200, entretanto, constitui um marco na tentativa de superação da rigidez burocrática, podendo ser considerada como um primeiro momento da administração gerencial no Brasil. Mediante o referido decreto-lei, realizou-se a transferência de atividades para autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, a fim de obter-se maior dinamismo operacional por meio da descentralização funcional. Instituíram-se como princípios de racionalidade administrativa o planejamento e o orçamento, o descongestionamento das chefias executivas superiores (desconcentração/descentralização), a tentativa de reunir competência e informação no

23 (Andrews & Bariani, 2010) 24 (Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 1995)

ͻ o aspecto mais cobrado

desta reforma em concursos

é a descentralização para a

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processo decisório, a sistematização, a coordenação e o controle.”

Desta forma, neste período a administração indireta ganhou uma grande autonomia, podendo contratar sem concursos públicos, tendo facilidades em sua gestão que não existiam na administração direta.

Entretanto, a reforma não alterou os procedimentos básicos da administração direta, criando cada vez mais um fosso que separou a administração indireta – mais capacitada, mais ágil e flexível - da administração direta, que continuava com práticas clientelistas aliadas a um modelo rígido da burocracia que se somava a baixos salários.

Esta realidade levou a um enfraquecimento do núcleo estratégico do Estado e a uma constante tensão entre os órgãos centrais e as empresas e autarquias da administração indireta.

Isto ocorria porque a administração direta pagava menos e oferecia menos oportunidades aos seus servidores. Logo, acabava gerando uma situação de conflito com os empregados das autarquias e fundações, que estavam ligados a estes mesmos órgãos públicos (onde eram mal pagos e tinham diversas “amarras” em sua gestão).

Veja como este tema já foi cobrado:

11 - (CESPE – AGU- AGENTE ADM. – 2010) As reformas realizadas por meio do Decreto-lei n.o 200/1967 não desencadearam mudanças no âmbito da administração burocrática central, o que possibilitou a coexistência de núcleos de eficiência e de competência na administração indireta e formas arcaicas e ineficientes no plano da administração direta ou central.

A questão está certa. A reforma foi focada principalmente na administração indireta, pois os militares (a exemplo do governo JK) não queriam se “indispor” com o corpo burocrático existente, preferindo criar novas estruturas com outro modelo mais flexível. Isso levou a uma crescente diferenciação entre a administração direta e a indireta. O gabarito é frase correta.

ͻ para o PDRAE, a reforma de 67

foi a primeira tentativa de

implantar o modelo gerencial

no Brasil!Aviso:

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Esta autonomia dada à administração indireta levou a uma grande expansão da intervenção do Estado na economia, com a criação de diversas empresas públicas, sociedades de economia mista e autarquias.

Infelizmente a reforma não atingiu seus objetivos e levou a consequências desagradáveis. A maior autonomia dada à administração indireta tornou mais fácil a continuação de práticas clientelistas e patrimonialistas.

De acordo com Andrews e Bariani25:

“a diferenciação entre administração direta e indireta flexibilizou os controles burocráticos, mas, apesar de buscar a maior eficiência da administração pública, criou novas oportunidades para a captura do Estado por interesses privados.”

Em certo momento, os governos militares perderam o controle da máquina pública. A administração indireta cresceu excessivamente até o fim da década de 70, com a criação de inúmeras subsidiárias das empresas públicas e a atuação do Estado em áreas que não deveriam ser prioritárias. Segundo Bresser26:

“A reforma administrativa embutida no Decreto-Lei 200 ficou pela metade e fracassou. A crise política do regime militar, que se inicia já em meados dos anos 70, agrava ainda mais a situação da administração pública, na medida que a burocracia estatal é identificada com o sistema autoritário em pleno processo de degeneração”

As crises do Petróleo, em 1973 e 1979, acabaram inviabilizando a administração para o desenvolvimento, que já vinha desde os anos 50. O processo de endividamento público, que “empurrava” os investimentos públicos na economia passou a ser insustentável. Os juros internacionais subiram muito nesta época e a liquidez do mercado financeiro internacional caiu muito. Com isso, tomar dinheiro emprestado ficou muito difícil.

Desta forma, o Estado, em grave crise fiscal e administrativa, teria cada vez menos condições de ser o indutor do crescimento nacional.

Vamos ver como isto já foi cobrado?

12 – (CESPE – TCE-RS – OCE – 2013) A reforma administrativa no Brasil, realizada por meio do Decreto-Lei n.o 200/1967, representou um avanço em relação à tentativa de romper com a

25 (Andrews & Bariani, 2010) 26 (Bresser, 1996) apud (Costa, 2008)

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rigidez burocrática, podendo ser entendida como a primeira experiência de implantação da administração gerencial no país.

Beleza. Realmente, muitos autores consideram a reforma do DL 200 de 1967 como o primeiro passo para a implementação do modelo gerencial no país. O Cespe mesmo já considerou esta afirmativa como correta e diversos momentos. O gabarito é questão certa.

13 – (CESPE – TRT-10 – TÉCNICO – 2013) A reforma administrativa de 1967 promoveu a centralização progressiva das decisões no Poder Executivo federal nos moldes da administração burocrática.

Foi exatamente o contrário que ocorreu. A reforma de 1967, também conhecida como reforma do DL200, buscou uma descentralização administrativa. O poder de decisão foi transferido para a Administração Indireta, como as empresas estatais e as autarquias.

O objetivo foi exatamente o de conferir maior autonomia para estas entidades e remover alguns dos problemas causados pelo modelo burocrático em nossa máquina estatal. O gabarito é mesmo questão errada.

Programa Nacional de Desburocratização

Sem o crescimento econômico que sustentava a lógica do sistema, os governos militares iniciaram uma distensão política que acabaria por levar a uma anistia dos perseguidos políticos e à transição para o primeiro governo civil.

Este primeiro governo de transição, o primeiro civil desde 64, ocorreu com a vitória de Tancredo Neves sobre Paulo Maluf na eleição indireta (através do colégio eleitoral) em 1985.

No plano da administração pública, já em 1979, aconteceram iniciativas visando rever algumas distorções do modelo burocrático. Portanto, já no governo militar, existiram novas tentativas de alterar o modelo burocrático.

Em 1979 foi criado o Programa Nacional de Desburocratização, que levaria depois à criação do Ministério da Desburocratização. Sob o comando de Helio Beltrão, o programa visava

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à simplificação e racionalização de métodos, em busca de tornar os órgãos públicos menos rígidos27.

Além disso, Beltrão buscava redirecionar a máquina pública para o atendimento das demandas dos cidadãos. De acordo com Beltrão28:

“deve-se retirar o usuário da condição colonial de súdito para investi-lo na de cidadão, destinatário de toda a atividade do Estado”.

Desta forma, pela primeira vez aparece em um programa governamental a noção de que se deveriam voltar as atenções do Estado para o atendimento dos cidadãos29.

Além disso, o enxugamento da máquina pública também foi proposto. Esta ação foi focada principalmente nas áreas onde havia superposição e duplicidades30.

Iniciou-se também o processo de privatizações, buscando a saída do Estado de áreas que claramente não deveria estar presente (têxteis, por exemplo). Cabe lembrar que este período foi marcado pela crise da dívida dos países latino americanos.

Desta forma, o Brasil se via cada vez mais incapacitado de induzir o crescimento econômico. O modelo desenvolvimentista “fazia água”, ou seja, chegava ao seu limite.

A Constituição de 88 – o retrocesso burocrático e o Governo Collor/Itamar.

Apesar de eleito, Tancredo não chega a assumir a presidência. Ele acabou ficando doente na véspera da posse. O país passou então dias lutando a beira da televisão ao seu lado. Infelizmente, a doença saiu vitoriosa e Tancredo não chegou a governar.

Desta forma, seu vice, José Sarney, foi empossado em seu lugar. O primeiro problema que ocorreu foi que o ministério tinha sido escolhido por Tancredo. Desta forma, Sarney teria de governar com a “equipe” escolhida por Tancredo.

27 (Martins, 1997) 28 (Beltrão) apud (Paludo, 2010) 29 (Paludo, 2010) 30 (Junior, 1998)

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Assim sendo, ele utilizou a máquina pública para “assentar” várias correntes que apoiaram a sua coligação na eleição indireta, inchando mais uma vez a estrutura governamental. O velho “troca troca” político voltava a mostrar sua cara. Estes fatores não eram tão visíveis nos governos militares.

Desta forma, a democratização trazia seu custo, pois levou a um aumento do populismo e a um voluntarismo político – a percepção da sociedade de que só faltava “vontade” para que a realidade fosse alterada, que o processo democrático resolveria todos os problemas31.

Apesar da crise econômica e fiscal que o Estado se via naquele momento, a sociedade ainda via como ideal um Estado desenvolvimentista, que promoveria o crescimento nacional. Seria um Estado que seguisse uma política econômica keynesiana (de investimento pesado na economia, a base de déficits públicos).

Assim sendo, a Constituição acabou seguindo nesta linha, tornando a revisão de vários de seus dispositivos uma necessidade na década que se seguiu.

Com a redemocratização, o poder político volta a se descentralizar, ganhando força os governos estaduais e até as prefeituras. Esse maior poder levará a grandes mudanças na estrutura estatal na assembléia constituinte.

A Constituição Federal de 1988 foi concebida em um ambiente de crise econômica, de retorno à vida política de personagens políticos que tinham sido perseguidos por muitos anos, e refletiu esse contexto de forças.

No plano administrativo, a Constituição:

Levou à centralização administrativa;

Limitou enormemente a autonomia da administração indireta, praticamente igualando as condições entre administração indireta e direta;

Retomou os ideais burocráticos da reforma de 1930 - administração pública volta a ser hierárquica e rígida;

Criou o Regime Jurídico único, incorporando diversos celetistas como estatutários e engessando a situação (“status quo” é mantido);

31 (Bresser Pereira, 2001)

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Criou privilégios descabidos para servidores, como aposentadorias integrais sem a devida contribuição e estabilidade para antigos celetistas.

Desta forma, se no plano político a Constituição Federal de 88 foi um avanço, no plano administrativo foi considerada um retrocesso32, pois a máquina estatal foi engessada e voltou a aplicação de normas rígidas e inflexíveis para toda a administração direta e indireta.

Além disso, foram concedidos diversos benefícios (alguns extremamente caros) sem que houvesse a preocupação com a capacidade real do estado de cumprir com esses gastos.

Uma das razões para esse retrocesso foi a noção (equivocada), muito comum na época, de que uma das razões da crise do Estado estaria na excessiva descentralização e na autonomia concedida à administração indireta através do DL20033.

Vamos ver algumas questões sobre este tema?

14 – (CESPE – TRE – ANALISTA – 2013) A busca do estabelecimento de estruturas paralelas, como comissões de estudo e grupos executivos de trabalho, com a participação de membros da indústria nacional, bem como a criação da Comissão de Simplificação Burocrática, objetivando reformas globais, meios para descentralização dos serviços, fixação de responsabilidades e prestação de contas à autoridade, ocorreu no governo de

a) José Sarney.

b) Getúlio Vargas.

c) Juscelino Kubitschek.

d) Castelo Branco.

e) João Figueiredo.

Questão interessante. Estas iniciativas ocorreram no governo de Juscelino Kubitschek. Lembre-se sempre que este governo é muito identificado com estas “estruturas paralelas”.

O Governo de Vargas é associado com as reformas burocráticas do DASP. Já o governo de José Sarney é associado com a Constituição Federal de 1988 e suas mudanças.

Já o governo de Castelo Branco pode ser relacionado com a reforma do Decreto-Lei 200 de 1967. Finalmente, O governo de João Figueiredo foi

32 (Bresser Pereira, 2001) 33 (Bresser Pereira, 2001)

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o último do período militar, e está ao Programa de Desburocratização de Hélio Beltrão. Deste modo, o gabarito é mesmo a letra C.

15 – (CESPE – MI – ANALISTA – 2013) Após a promulgação da Constituição Federal de 1988, foi deflagrado um processo de municipalização da gestão pública e, consequentemente, de concessão de maiores poderes aos municípios.

Perfeito. A Constituição Federal de 1988 transferiu competências e recursos para os entes subnacionais, principalmente os municípios. Este movimento foi decorrente de uma percepção de que a descentralização pode aprimorar a qualidade das políticas públicas, pois o ente que executa estas políticas estaria mais próximo dos cidadãos necessitados e entenderia melhor suas necessidades. O gabarito é mesmo questão certa.

16 - (CESPE - TCU / ACE - 2008) A estruturação da máquina administrativa no Brasil reflete a forte tradição municipalista do país, cujo ímpeto descentralizante se manifesta, na Constituição de 1988, reforçado pela longa duração do período transcorrido entre 1964 e 1985, marcadamente caracterizado pela associação entre autoritarismo e centralização.

Esta questão do Cespe reflete corretamente o caráter descentralizador da Constituição Federal de 1988. A centralização que ocorreu no período militar (1964-85) levou ao ímpeto descentralizador da Assembleia Constituinte.

Assim, a CF/88, de certa forma, foi uma reação aos vinte anos de centralização política na União. O gabarito é questão correta.

17 - (CESPE - TCE-AC / ACE ADMINISTRAÇÃO - 2006) A Constituição de 1988 promoveu um avanço significativo na gestão pública, concedendo mais flexibilidade ao aparelho estatal.

A Constituição de 88 não concedeu mais flexibilidade ao aparelho estatal, muito pelo contrário. A CF88 engessou a administração pública ao conceder estabilidade a milhares de celetistas, ao passar a exigir os mesmo procedimentos burocráticos da administração indireta que já eram cobrados da administração direta e ao retirar sua autonomia (principalmente em gestão de pessoas e no processo de compra).

Desta forma, ocorreu um aumento da centralização administrativa. O gabarito é questão errada.

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Governo Collor

Estas mudanças ocorridas com a nova Constituição acabam gerando um número muito maior de demandas para o Estado brasileiro. A CF/88 gerou despesas para o Estado sem se preocupar com o financiamento destas.

Esse cenário vai levar a uma hiperinflação no final da década de 80, quando aconteceu a primeira eleição para presidente da República em três décadas34.

O vencedor, Collor, concorreu tendo como slogan “acabar com os marajás” do serviço público. A percepção da sociedade naquela época era extremamente ruim do papel do Estado e dos servidores públicos.

A reforma de Collor, de viés neoliberal (visando a um estado dito mínimo), desejava reduzir a presença do Estado na vida social e econômica da nação. Dentre diversas mudanças econômicas (troca de moeda, congelamento e bloqueio de dinheiro em contas bancárias), buscou-se um forte ajuste fiscal35.

Neste processo, foram demitidos, ou postos em disposição, mais de cem mil servidores (muitos depois conseguiram ser readmitidos judicialmente). Collor não reajustou os salários dos servidores, levando a um grande arrocho salarial (a inflação era imensa na época).

O processo de privatização foi acelerado, tendo como objetivo a diminuição do tamanho do Estado. De acordo com Torres36:

“A rápida passagem de Collor pela presidência provocou, na administração pública, uma desagregação e um estrago cultural e psicológico impressionantes. A administração pública sentiu profundamente os golpes desferidos pelo governo Collor, com os servidores descendo aos degraus mais baixos da auto-estima e valorização social, depois de serem alvos preferenciais em uma campanha política altamente destrutiva e desagregadora”

34 (Bresser Pereira, 2001) 35 (Costa, 2008) 36 (Torres, 2004)

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Após o impeachment de Collor, o sucessor Itamar Franco teve uma atuação tímida, tendo readmitido alguns servidores e revertido algumas das ações de Collor.

Vamos ver como isto já foi cobrado?

18 – (CESPE – MI – ADMINISTRADOR – 2013) O modelo de reforma do Estado brasileiro, posto em prática sob a ótica neoliberal, mostrou-se eficaz na solução dos problemas socioeconômicos do país, pois estava orientado para o desenvolvimento e levou em consideração a necessidade do Estado e sua construção em novas bases.

Esta frase tem dois problemas. A primeira, mais óbvia, é a de que a reforma do Estado ocorrida nos anos 90 não resolveu os problemas socioeconômicos do país.

Além disso, a reforma não foi voltada para o desenvolvimento, pois o Estado naquela época estava mais focado na estabilização econômica, no fim da inflação.

Outro ponto que é problemático é que o governo que é mais identificado com a “ótica neoliberal” é o de Collor, não o de Fernando Henrique Cardoso.

Entretanto, quando resolvemos provas de concurso temos de tentar “mapear” as ideologias inseridas nos questionamentos da banca. Este segundo ponto pode ser considerado correto ou incorreto de acordo com a opinião política do questionador, infelizmente. Desta forma, o gabarito da banca é mesmo questão errada.

19 – (CESPE – TRT-10 – TÉCNICO – 2013) A transição democrática de 1985 representou um avanço na modernização da administração pública, na medida em que atribuiu à administração indireta normas de funcionamento idênticas às que regem a administração direta.

Este movimento de “igualar” as condições e normas de funcionamento realmente aconteceu com a nova Constituição federal de 1988, mas não é considerado um “avanço”, mas sim um retrocesso burocrático. Com esta mudança, estas entidades da Administração Indireta perderam autonomia e flexibilidade em sua gestão.

Isto acabou acontecendo porque existia uma percepção generalizada de que o governo federal tinha perdido o controle sobre estas entidades, que cresceram muito em número no regime militar. Deste modo, o gabarito é questão errada.

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A Reforma de 1995.

Após a introdução do primeiro plano econômico a “domar” a hiperinflação (o Plano Real), o presidente Itamar Franco conseguiu eleger seu sucessor, Fernando Henrique Cardoso. Cardoso, por sua vez, nomeou para o Ministério da Administração e Reforma do Estado o ex-ministro da Fazenda de Sarney, Bresser Pereira.

A reforma administrativa não havia sido uma promessa de campanha de Cardoso, mas ele autorizou Bresser a fazer um diagnóstico dos problemas da Administração Pública brasileira e a propor reformas à sociedade. Estas propostas foram apresentadas no Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE)37.

O retrocesso burocrático que ocorreu na Constituição Federal de 1988 estava levando o Estado a perder sua capacidade de governança. Entretanto, antes do PDRAE não havia ainda uma proposta consistente de reforma, apenas idéias gerais, como a percepção de que a globalização diminuía a importância dos Estados e a capacidade de exercer suas funções.

A ideia de estado mínimo tampouco era vista como a solução do problema, pois não era aceita como legítima pela população, que desejava que o Estado continuasse provendo os antigos serviços públicos do Estado de Bem-Estar Social, mas com eficiência. De acordo com Bresser38:

“Não estava interessado em discutir com os neoliberais o grau de intervenção do Estado na economia, já que acredito que hoje já se tenha chegado a um razoável consenso sobre a inviabilidade do Estado mínimo e da necessidade da ação reguladora, corretora, e estimuladora do Estado.”

Bresser Pereira, então, buscou nas experiências internacionais algumas ideias que pudessem reposicionar o Estado brasileiro e desenvolver nele a capacidade de enfrentar os novos desafios.

A experiência inglesa de reforma da administração pública foi das mais relevantes para que ele e sua equipe montassem o PDRAE. O Plano

37 (Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 1995) 38 (Bresser Pereira, 2001)

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Diretor tinha como meta implantar a administração gerencial na administração pública brasileira.

Segundo o PDRAE, o Estado não carecia de governabilidade, mas sim de governança39:

“O governo brasileiro não carece de “governabilidade”, ou seja, de poder para governar, dada sua legitimidade democrática e o apoio com que conta na sociedade civil. Enfrenta, entretanto, um problema de governança, na medida em que sua capacidade de implementar as política públicas estava limitada pela rigidez e ineficiência da máquina administrativa”

De acordo com Lustosa, o projeto de reforma do Estado tinha como pilares40:

Ajustamento fiscal duradouro;

Reformas econômicas orientadas para o mercado que, acompanhadas de uma política industrial e tecnológica, garantissem a concorrência interna e criassem condições para o enfrentamento da competição internacional;

A reforma da previdência social;

A inovação dos instrumentos de política social, proporcionando maior abrangência e promovendo melhor qualidade para os serviços sociais;

A reforma do aparelho de Estado, com vistas a aumentar sua “governança”, ou seja, sua capacidade de implementar de forma eficiente políticas públicas.

A reforma administrativa em particular era o foco do PDRAE. De acordo com Bresser41, a reforma tinha os seguintes objetivos:

A descentralização dos serviços sociais para estados e municípios;

A delimitação mais precisa da área de atuação do Estado, estabelecendo-se uma distinção entre as atividades exclusivas que envolvem o poder do Estado e devem permanecer no seu âmbito, as atividades sociais e científicas que não lhe pertencem e devem ser transferidas para o setor público não-estatal, e a produção de bens e serviços para o mercado;

39 (Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 1995) 40 (Costa, 2008) 41 (Bresser Pereira, 2001)

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A distinção entre as atividades do núcleo estratégico, que devem ser efetuadas por políticos e altos funcionários, e as atividades de serviços, que podem ser objeto de contratações externas;

A separação entre a formulação de políticas e sua execução;

Maior autonomia e para as atividades executivas exclusivas do Estado que adotarão a forma de "agências executivas";

Maior autonomia ainda para os serviços sociais e científicos que o Estado presta, que deverão ser transferidos para (na prática, transformados em) "organizações sociais", isto é, um tipo particular de organização pública não-estatal, sem fins lucrativos, contemplada no orçamento do Estado (como no caso de hospitais, universidades, escolas, centros de pesquisa, museus, etc.);

Assegurar a responsabilização (accountability) através da administração por objetivos, da criação de quase-mercados, e de vários mecanismos de democracia direta ou de controle social, combinados com o aumento da transparência no serviço público, reduzindo-se concomitantemente o papel da definição detalhada de procedimentos e da auditoria ou controle interno – os controles clássicos da administração pública burocrática – que devem ter um peso menor.

Desta maneira, o Estado passaria a cumprir um papel na sociedade mais de regulador e promotor do desenvolvimento econômico do que um papel de executor. E a gestão passa então a buscar os princípios da administração gerencial. De acordo com o PDRAE42:

“o paradigma gerencial contemporâneo, fundamentado nos princípios de confiança e de descentralização da decisão, exige formas flexíveis de gestão, horizontalização de estruturas, descentralização de funções, incentivo à criatividade. Contrapõe-se à ideologia do formalismo e do rigor técnico da burocracia tradicional. À avaliação sistemática, à recompensa pelo desempenho, e à capacitação permanente, que já eram características da boa administração burocrática, acrescentam-se os princípios da orientação para o cidadão cliente, do controle por resultados, e da competição administrada.”

42 (Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 1995)

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Portanto, após anos de debates nacionais e no Congresso Nacional, a reforma foi aprovada em 1998. O PDRAE, entre os pontos principais, definiu os quatro setores do Estado43:

Núcleo estratégico – Corresponde ao governo, em sentido lato. É o setor que define as leis e as políticas públicas, e cobra o seu cumprimento. É portanto o setor onde as decisões estratégicas são tomadas. Corresponde aos Poderes Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público e, no poder executivo, ao Presidente da República, aos ministros e aos seus auxiliares e assessores diretos, responsáveis pelo planejamento e formulação das políticas públicas.

Atividades exclusivas – É o setor em que são prestados serviços que só o Estado pode realizar. São serviços em que se exerce o poder extroverso do Estado - o poder de regulamentar, fiscalizar, fomentar. Como exemplos temos: a cobrança e fiscalização dos impostos, a polícia, a previdência social básica, o serviço de desemprego, a fiscalização do cumprimento de normas sanitárias, o serviço de trânsito, a compra de serviços de saúde pelo Estado, o controle do meio ambiente, o subsídio à educação básica, o serviço de emissão de passaportes, etc.

Serviços não-exclusivos – Corresponde ao setor onde o Estado atua simultaneamente com outras organizações públicas não-estatais e privadas. As instituições desse setor não possuem o poder de Estado. Este, entretanto, está presente porque os serviços envolvem direitos humanos fundamentais, como os da educação e da saúde, ou porque possuem “economias externas” relevantes, na medida que produzem ganhos que não podem ser apropriados por esses serviços através do mercado. As economias produzidas imediatamente se espalham para o resto da sociedade, não podendo ser transformadas em lucros. São exemplos deste setor: as universidades, os hospitais, os centros de pesquisa e os museus.

Produção de bens e serviços para o mercado – Corresponde à área de atuação das empresas. É caracterizado pelas atividades econômicas voltadas para o lucro que ainda permanecem no aparelho do Estado como, por exemplo, as do setor de infra-estrutura. Estão no Estado seja porque faltou capital ao setor privado para realizar o investimento, seja porque são atividades naturalmente monopolistas, nas quais o controle via mercado não é possível, tornando-se necessário no caso de privatização, a regulamentação rígida.

43 (Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 1995)

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Assim sendo, o tipo de propriedade ideal de cada um dos setores e o tipo de gestão que deveria ser buscado também foram estabelecidos no Plano Diretor. De acordo com o PDRAE44:

Núcleo estratégico – A propriedade deve ser necessariamente estatal. Sua gestão deve ser um misto de administração burocrática e gerencial;

Atividades exclusivas – A propriedade também deve ser somente estatal. Sua gestão deve ser gerencial;

Serviços não-exclusivos – Neste caso a propriedade ideal é a pública não-estatal. O tipo de gestão recomendado também é o gerencial;

Produção de bens e serviços para o mercado – A propriedade privada é a regra. O tipo de gestão também é o gerencial.

Decorrente desta análise, o Estado procurou reduzir sua presença na execução direta dos serviços públicos (serviços de água, energia, telefonia, etc.). Vários destes serviços foram privatizados ou licitados às empresas privadas. Esse esforço teria de ser acompanhado de instituições que fiscalizassem os novos concessionários privados. Isto levou à criação das agências reguladoras.

O Estado também buscou, através da reforma, deixar de ser o executor de alguns dos serviços públicos de interesse coletivo (como serviços de saúde, de educação, cultura etc.) e passar a uma atividade de fomento da iniciativa privada sem fins lucrativos (público não-estatal). Este movimento levou à criação das organizações sociais (OSs) e das organizações das sociedades civis de interesse público (OSCIPs).

Em relação à mudança na gestão, saindo de um controle de procedimentos e passando gradativamente a uma cobrança de resultados, foi necessária a criação de duas novas figuras administrativas: os contratos de gestão e as agências executivas, de modo a fornecer mais autonomia aos órgãos e às instituições da administração indireta que se comprometessem com o alcance de metas.

44 (Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 1995)

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Vamos ver algumas questões sobre este tema? 20 – (CESPE – TCU – AUDITOR – 2013) Na reforma gerencial de 1995, a qual visava eliminar os elementos patrimonialistas ainda existentes, enfatizaram-se a hierarquização e o rígido controle de procedimentos.

Negativo. A hierarquização e o rígido controle de procedimentos são características do modelo burocrático, não do modelo gerencial. Este último buscava maior flexibilidade, maior descentralização e um controle por resultados. O gabarito é questão errada.

21 – (CESPE – TJ-AL – TÉCNICO – 2013) A nova gestão pública reúne características positivas dos modelos patrimonial e gerencial de administração pública.

O primeiro erro desta questão é o fato de que a “Nova Gestão Pública” e o modelo gerencial significam a mesma coisa. São sinônimos. Portanto, a frase não faz sentido, pois a NGP não poderia reunir características positivas de si mesma.

A segunda afirmativa equivocada é que o modelo patrimonial não serviu de inspiração ou base para o modelo gerencial. O que poderia ser dito é que a Nova Gestão Pública reuniu características positivas do modelo burocrático, como a profissionalização e a valorização do mérito. O gabarito é questão errada.

22 – (CESPE – TJ-AL – TÉCNICO – 2013) A última reforma administrativa que se têm notícia no Brasil foi aquela baseada nos princípios burocráticos estabelecidos pelo presidente Vargas.

Controle de processos ou

procedimentos = controle a

priori

Controle de

resultados = controle

a posteriori

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Nem pensar! Tivemos diversas reformas administrativas no Brasil. A última reforma foi a do modelo gerencial de 1995, detalhada no Plano Diretor para a Reforma do Aparelho do Estado. O gabarito é questão errada.

23 - (CESPE – TRE-ES / ANAL ADM – 2011) As tentativas de reformas ocorridas na década de 50 do século passado guiavam-se estrategicamente pelos princípios autoritários e centralizados, típicos de uma nação em desenvolvimento.

Esta questão tem uma “pegadinha”. Este período dos anos 50, que teve, principalmente, os governos de Dutra, Vargas e Juscelino, não é classificado como um período autoritário.

Existiam eleições livres, liberdade de expressão etc. Portanto, as reformas não se guiavam por princípios autoritários. O gabarito é questão errada.

24 - (CESPE – TRE-ES / ANAL ADM – 2011) Em relação às reformas administrativas empreendidas no Brasil nos anos de 1930 a 1967, julgue o item a seguir.

Nesse período, a preocupação governamental direcionava-se mais ao caráter impositivo das medidas que aos processos de internalização das ações administrativas.

Esta questão está correta. Nestas reformas, o tipo de administração que se buscava implantar era a administração burocrática, que se guia pelo formalismo e “legalismo”. Assim, o controle ocorre em torno dos procedimentos que devem ser seguidos, ou seja, o servidor deve cumprir as normas, acima de tudo.

Com isso, não existe tanta preocupação com os processos e com os resultados dentro deste modelo de administração. O que “importa” é que o funcionário cumpra os regulamentos e leis. Portanto, o gabarito é questão correta.

25 - (CESPE - TCE-AC / ACE - 2008) A reforma iniciada pelo Decreto n.º 200/1967 foi uma tentativa de superação da rigidez burocrática, e pode ser considerada como o começo da administração gerencial no Brasil.

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A questão foi considerada correta, apesar de nem todos os autores concordarem como válida a afirmação de que a reforma de 67 pode ser considerada o começo da administração gerencial no Brasil. Em provas do Cespe, portanto, aceitem como correta esta afirmação do PDRAE.

26 - (CESPE - TCE-AC / ACE ADMINISTRAÇÃO - 2006) No início dos anos 80 do século passado, com a criação do Ministério da Desburocratização e do Programa Nacional de Desburocratização, registrou-se uma nova tentativa de reformar o Estado na direção da administração gerencial.

A criação do Ministério da Desburocratização foi uma tentativa de reformar o Estado visando dar mais agilidade e flexibilidade à máquina pública. A centralização administrativa e a lentidão da administração em tomar decisões e resolver problemas eram vistos como os principais problemas na administração pública.

Uma das ideias inovadoras foi a noção de que era necessário “tirar o contribuinte da situação de súdito para colocá-lo na situação de cidadão, destinatário de toda a atenção do Estado”, ou seja, tratar o cidadão com respeito.

Desta maneira, o Estado deveria oferecer melhores serviços e acabar com diversos controles ineficazes. Estes controles somente tornavam a vida da população mais difícil sem gerar nenhum ganho efetivo ao Estado. O gabarito é questão certa.

27 - (CESPE - TCU / ACE - 2008) De acordo com o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (1995), os serviços não-exclusivos constituem um dos setores correspondentes às atividades-meio, que deveriam ser executadas apenas por organizações privadas, sem aporte de recursos orçamentários, exceto pela aquisição de bens e serviços produzidos.

Esta questão trouxe uma “pegadinha” do Cespe. Os serviços não exclusivos não são atividades-meio (como a função de Recursos Humanos, por exemplo), mas atividades-fim, ou seja, relativos a setores como os de Educação e Saúde.

Desta maneira, o gabarito é questão incorreta.

28 - (CESPE – MTE / ADMINISTRAÇÃO – 2008) O Estado oligárquico, no Brasil, é identificado com a República Velha, e caracteriza-se pela associação entre as instituições políticas

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tradicionais e as entidades da sociedade civil mobilizadas em torno dos segmentos mais pobres e desprotegidos da população, por meio de fortes redes de proteção social.

O Estado oligárquico (que existiu na república velha, até 1930) não se caracterizou por uma rede de proteção social (legislação trabalhista, seguro-desemprego, renda mínima, saúde gratuita, etc.), nem por uma preocupação com os mais pobres.

O Estado brasileiro passou a se preocupar mais com uma rede de proteção social na época de Getúlio Vargas. O gabarito é questão errada.

29 - (CESPE – MPS - ADMINISTRADOR – 2010) O Estado oligárquico, modelo adotado no século passado, no Brasil, antes do primeiro governo Vargas, atribuía pouca importância às políticas sociais, o que fortaleceu o papel de instituições religiosas, voltadas para o atendimento das populações mais pobres e desprotegidas.

A questão está correta mesmo. Na época do Estado oligárquico a ideologia que predominava era a do liberalismo, que recomendava um Estado chamado mínimo, que se limitava a oferecer segurança (interna e externa) e justiça.

Como o Estado não provia serviços básicos à população carente, e não tinha políticas sociais que trabalhassem a redução das desigualdades, a população mais desprotegida tinha como alternativas de atendimento a caridade e as instituições religiosas. Estas ofereciam auxílio e proteção aos mais pobres naquela época. O gabarito é mesmo questão correta.

30 - (CESPE – TERRACAP / TECNICO RH - 2004) Um governo empreendedor se fundamenta em alguns princípios essenciais, tais como: o controle a posteriori dos resultados, elemento que faz parte da busca da modernização administrativa e que tem sido buscado desde a criação do DASP, destacando-se, entretanto, de modo mais efetivo, no Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado.

Pessoal, a questão está incorreta porque o controle a posteriori, ou por resultados, não se iniciou com o DASP (Governo de Getúlio Vargas). O DASP introduziu a burocracia no Brasil, e como sabemos a burocracia tem como característica o controle de procedimentos (a priori) e não o controle de resultados (ou a posteriori). O gabarito é questão errada.

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31 - (CESPE – TCE-AC / ACE - 2008) A função orçamentária, como atividade formal e permanentemente vinculada ao planejamento, já estava consagrada na gestão pública brasileira quando da implantação do modelo de administração burocrática.

Foi o DASP, nos anos 30, que introduziu a administração burocrática no Brasil. Entre outras iniciativas, vinculou a função orçamentária ao planejamento. Portanto a questão está incorreta, porque essa realidade (a vinculação do orçamento ao planejamento) não estava “consagrada” nesta época, e sim foi introduzida nesta época. O gabarito é questão errada.

32 - (CESPE – MCT / ANALISTA PLENO - 2004) O conceito de administração para o desenvolvimento consistia no fortalecimento de estruturas estatais responsáveis pelo planejamento e pela implementação de projetos desenvolvimentistas nos quais o Estado atuava como produtor direto de bens e serviços.

A Administração para o Desenvolvimento foi um conjunto de ideias que se formou nos anos 50, tendo como objetivo o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

Dentro de seus princípios, existia a ideia de capacitar a Administração Pública para torná-la indutora da modernização da sociedade.

O desenvolvimento deveria ser planejado, buscando-se suprir as lacunas e gargalos que estivessem impedindo o crescimento econômico (a ideia do plano de metas – crescimento de 50 anos em 5 vinha nesta ótica).

Este conceito prosperou até a crise do Estado nos anos 80, e levou à criação de muitas empresas estatais e sociedades de economia mista. Cabe lembrar que JK não era contra o capital privado ou estrangeiro, tendo trazido diversos investidores de peso, mas via o Estado como indutor do planejamento da economia nacional. A questão está correta.

33 - (CESPE – SENADO / CONSULTOR ADM – 2002) A continuidade do DASP foi assegurada nos governos que se seguiram — Dutra e JK —, de modo a possibilitar a estruturação dos grupos executivos incumbidos de implementar o Plano de Metas.

Os grupos executivos foram criados por JK exatamente para evitar utilizar a estrutura rígida e burocrática que já existia na época, e tampouco reformar esta estrutura.

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O DASP, que introduziu a administração burocrática no Brasil na década de 30, perdeu muito de sua predominância após a saída de Getúlio Vargas em 1945.

Apesar do DASP somente ter sido extinto na década de 80, após 45 passou a cumprir tarefas mais rotineiras e perdeu muitas de suas competências, tendo perdido o apoio de um regime autoritário. Desta forma o DASP, apesar de existente na época de JK, não foi utilizado para estruturar os grupos executivos, órgãos que tentavam evitar o modelo burocrático introduzido pelo DASP. O gabarito é questão errada!

34 - (CESPE – MCT / ANALISTA JR - 2004) O principal mecanismo de implementação do desenvolvimentismo do período JK foram os grupos executivos que, embora constituíssem estruturas ad hoc dotadas de grande flexibilidade, acabaram sendo posteriormente engolfadas pela burocracia governamental.

Dentro da ótica do planejamento estatal incluída no plano de metas era necessária uma coordenação das ações e esforços, visando o cumprimento das metas e objetivos.

Os grupos executivos eram nomeados diretamente pelo Presidente da República, contendo executivos de empresas privadas, militares e profissionais capacitados, que tinham a missão de implementar o plano de metas em cada setor.

Estes grupos evitavam os canais originais dentro da máquina pública, pois estes eram lentos, rígidos e dominados por interesses clientelistas. Eram estruturas Ad-hoc porque eram formados caso a caso, de acordo com a necessidade no momento e tinham muito mais flexibilidade e autonomia, não se norteando pelos princípios da administração burocrática. A questão está correta.

35 - (CESPE – TCU / PLANEJAMENTO – 2008) Os grupos executivos e o Conselho de Desenvolvimento, criados na Era JK, constituíam estruturas paralelas à burocracia tradicional e atuavam na linha de formulação política, paralelamente às atividades de rotina. O Programa de Metas exigia estruturas flexíveis, não-burocráticas, e uma capacidade de coordenação dos esforços de planejamento.

Esta questão está correta. A dúvida dos alunos nesta questão se concentrou no papel do Conselho de Desenvolvimento, pois os grupos executivos já foram mencionados nas questões anteriores. Este instrumento (Conselho de Desenvolvimento) foi utilizado por JK como uma

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estratégia para dar mais autonomia aos gestores do plano de metas de seu governo. De acordo com Ribeiro:

“A estratégia de JK para enfrentar possíveis embates com a burocracia foi a constituição de estruturas paralelas para proceder reformas. Criaram-se os Grupos Executivos e o Conselho de Desenvolvimento, que atuavam na linha da formulação política, paralelamente às atividades de rotina sob a responsabilidade da burocracia tradicional.”

O Conselho de Desenvolvimento tinha como um de seus objetivos a coordenação do planejamento e da execução do plano de metas. O gabarito é mesmo questão correta.

36 - (CESPE – TCE-AC / ACE - 2008) Com a edição do Decreto n.º 200/1967, o concurso público passou a ser o único meio de contratação de pessoal para o serviço público.

Esta questão está incorreta, pois o Decreto nº 200 de 1967 não fechou a porta para a contratação de pessoal sem concurso para o serviço público, muito pelo contrário! A contratação de pessoal através da Administração Indireta sem o instituto do concurso público foi incentivada, ficando os concursos públicos restritos à Administração Direta. De acordo com Bresser:

“A reforma, teve, entretanto, duas consequências inesperadas e indesejáveis. De um lado, ao permitir a contratação de empregados sem concurso público, facilitou a sobrevivência de práticas clientelistas ou fisiológicas. De outro lado, ao não se preocupar com mudanças no âmbito da administração direta ou central, que foi vista pejorativamente como ‘burocrática’ ou rígida, deixou de realizar concursos e de desenvolver carreiras de altos administradores.”

O gabarito é questão ERRADA.

37 - (CESPE – MPS - ADMINISTRADOR – 2010) A reforma administrativa materializada pelo Decreto-lei n.º 200/1967 é associada à primeira experiência de implementação da administração gerencial no país. Adotada em pleno período ditatorial, reforçou a centralização funcional e promoveu a criação das carreiras da administração pública de alto nível.

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A questão está incorreta, pois não ocorreu uma centralização funcional com o Decreto-lei n°200/67. A Descentralização foi um dos princípios norteadores da reforma. Veja o seu artigo n° 10 abaixo:

“Art. 10. A execução das atividades da Administração Federal deverá ser amplamente descentralizada.

§ 1º A descentralização será posta em prática em três planos principais:

a) dentro dos quadros da Administração Federal, distinguindo-se claramente o nível de direção do de execução;

b) da Administração Federal para a das unidades federadas, quando estejam devidamente aparelhadas e mediante convênio;

c) da Administração Federal para a órbita privada, mediante contratos ou concessões.”

Assim sendo, o gabarito é mesmo questão errada.

38 - (CESPE – MDS / TÉCNICO ADM - 2006) O Decreto-lei n.º 200/1967 instituiu maior flexibilidade administrativa para todos os órgãos da administração pública, reduzindo a rigidez burocrática imposta pelas reformas do DASP.

A questão está incorreta, pois o Decreto n°200 só flexibilizou as formalidades burocráticas para a administração indireta! A administração direta continuou com os mesmos entraves burocráticos instituídos pelo DASP. O gabarito é questão errada!

39 - (CESPE – AGU - AGENTE ADM. – 2010) A reforma administrativa instituída pelo Decreto-lei n.o 200/1967 distinguiu claramente a administração direta e a administração indireta no que se refere às áreas de compras e execução orçamentária, padronizando-as e normatizando-as de acordo com o princípio fundamental da descentralização.

A reforma efetuada pelo Decreto-lei n°200/67 realmente distinguiu a administração direta da administração indireta. Entretanto o Decreto em questão não diferenciou a administração direta e indireta no tocante às áreas de compras!

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O artigo 125, depois revogado em 1986, dizia:

“As licitações para compras, obras e serviços passam a reger-se, na Administração Direta e nas autarquias, pelas normas consubstanciadas neste Título e disposições complementares aprovadas em decreto.“

Desta forma a questão está incorreta, pois não existia esta distinção no DL200/67.

40 - (CESPE – TCE-AC / ACE - 2008) A Constituição Federal de 1988 acabou com a rigidez burocrática e possibilitou a adoção de técnicas modernas da administração gerencial, como a instauração do regime jurídico único para os servidores públicos federais.

A constituição de 1988 não acabou com a rigidez burocrática, muito pelo contrário! Ela foi considerada um retrocesso burocrático, pois reintroduziu “amarras” formais ao modelo de administração, e forçou a adoção pela administração indireta dos mesmos controles burocráticos que existiam na administração direta.

O próprio regime jurídico único foi uma medida que levou uma redução da flexibilidade no modelo de administração. A questão está incorreta.

41 - (CESPE – TRE-MA / ANAL JUD – 2005) Com a Constituição de 1988, ocorreu a descentralização de recursos orçamentários e da execução dos serviços públicos para estados e municípios.

Uma das características principais da transição democrática e da nova constituição de 88 foi a reversão da centralização política ocorrida nos governos militares.

Os governadores eleitos em 82 passaram a ter uma influência política muito maior do que no regime militar e influenciaram a constituinte na transferência de recursos orçamentários e de competências relativas aos serviços públicos para a população. O gabarito é questão correta.

42 - (CESPE – MCT / ANALISTA PLENO - 2004) Instituído durante o governo Collor pela Lei n.º 8.112/1990, o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União choca-se com os ideais ortodoxos expressos na Constituição de 1988.

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Apesar de Collor discordar de muitas idéias e princípios da Constituição Federal de 1988, o regime jurídico único (RJU) não se chocava com os ideais da CF88. Pelo contrário, o RJU já estava previsto em seu artigo n°39:

“Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.”

O gabarito é questão errada.

43 - (CESPE – STM / ANAL JUD – 2004) O foco das ações do governo Collor concentrou-se no projeto de centralização da gestão dos serviços públicos.

O governo Collor não buscou centralizar a gestão dos serviços públicos. O contexto no início de seu governo era de grave crise fiscal, hiperinflação e baixa eficiência da máquina estatal na prestação dos serviços públicos.

Dentre as iniciativas de Collor nesta área podemos citar o contrato de gestão implantado no Hospital Sarah Kubitschek em Brasília, que antecipou muitos aspectos de flexibilização, controle de resultados e aumento de autonomia que seriam depois tratados no PDRAE. A questão está incorreta.

44 - (CESPE – AGU - AGENTE ADM. – 2010) Executado ao longo de toda a década passada, o Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado previu não ser possível promover de imediato a mudança da cultura administrativa e a reforma da dimensão-gestão do Estado ao mesmo tempo em que se providencia a mudança do sistema legal.

A questão já começa incorreta na sua primeira oração. O Plano Diretor não foi executado ao longo de toda sua década, pois só foi lançado em 1995, no governo Fernando Henrique Cardoso.

Além disso, o PDRAE previa sim ser possível a mudança da cultura administrativa ao mesmo tempo em que fosse mudado o sistema legal existente. Veja o trecho abaixo, retirado do PDRAE:

“No esforço de diagnóstico da administração pública brasileira centraremos nossa atenção, de um lado, nas condições do mercado de trabalho e na política

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de recursos humanos, e, de outro, na distinção de três dimensões dos problemas: (1) a dimensão institucional-legal, relacionada aos obstáculos de ordem legal para o alcance de uma maior eficiência do aparelho do Estado; (2) a dimensão cultural, definida pela coexistência de valores patrimonialistas e principalmente burocráticos com os novos valores gerenciais e modernos na administração pública brasileira; e (3) a dimensão gerencial, associada às práticas administrativas. As três dimensões estão inter-relacionadas. Há uma tendência a subordinar a terceira à primeira, quando se afirma que é impossível implantar qualquer reforma na área da gestão enquanto não forem modificadas as instituições, a partir da Constituição Federal. É claro que esta visão é falsa. Apesar das dificuldades, é possível promover já a mudança da cultura administrativa e reformar a dimensão-gestão do Estado, enquanto vai sendo providenciada a mudança do sistema legal.”

Desta forma a questão está incorreta, de acordo com o gabarito da banca.

45 - (CESPE – MCT / ANALISTA C&T - 2004) As denominadas atividades exclusivas de estado, conforme definidas no Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, deveriam ser exercidas por órgãos da administração direta.

A pegadinha desta questão é que, pelo PDRAE, as atividades exclusivas do estado podem sim ser exercidas pela administração indireta. Ou seja, não são exclusivas da administração direta como está escrito na questão acima. De acordo com o PDRAE:

“Atividades exclusivas – É o setor em que são prestados serviços que só o Estado pode realizar. São serviços em que se exerce o poder extroverso do Estado - o poder de regulamentar, fiscalizar, fomentar. Como exemplos, temos: a cobrança e fiscalização dos impostos, a polícia, a previdência social básica, o serviço de desemprego, a fiscalização do cumprimento de normas sanitárias, o serviço de trânsito, a compra de serviços de saúde pelo Estado, o controle do meio ambiente, o subsídio à educação básica, o serviço de emissão de passaportes, etc.“

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A questão está desta forma incorreta!

46 - (CESPE – MCT / ANALISTA - 2004) O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, documento referencial da proposta de modernização da gestão pública do governo Fernando Henrique Cardoso, preconizava separação entre o núcleo estratégico formulador de políticas, que deveria permanecer estatal, e atividades periféricas, que deveriam ser privatizadas.

A questão tem uma “pegadinha” em seu final. As atividades não exclusivas não deveriam ser privatizadas, e sim “publicizadas”. A diferença básica entre privatização e publicização é que a primeira é um processo de devolução à iniciativa privada de empreendimentos produtivos com fins lucrativos e que podem ser controlados pelo mercado.

Este processo foi conduzido com o objetivo de liberar o Estado destas atividades e ajustar a situação fiscal. Já a publicização é um processo de transferir para o setor não-governamental sem fins lucrativos atividades que, apesar de não serem exclusivas do Estado, devem ser incentivadas pelo Estado como saúde, educação, pesquisa científica, cultura, etc.

Veja como o PDRAE menciona esta diferença abaixo:

“Para realizar essa função redistribuidora ou realocadora o Estado coleta impostos e os destina aos objetivos clássicos de garantia da ordem interna e da segurança externa, aos objetivos sociais de maior justiça ou igualdade, e aos objetivos econômicos de estabilização e desenvolvimento. Para realizar esses dois últimos objetivos, que se tornaram centrais neste século, o Estado tendeu a assumir funções diretas de execução. As distorções e ineficiências que daí resultaram deixaram claro, entretanto, que reformar o Estado significa transferir para o setor privado as atividades que podem ser controladas pelo mercado. Daí a generalização dos processos de privatização de empresas estatais. Neste plano, entretanto, salientaremos um outro processo tão importante quanto, e que no entretanto não está tão claro: a descentralização para o setor público não-estatal da execução de serviços que não envolvem o exercício do poder de Estado, mas devem ser subsidiados pelo Estado, como é o caso dos serviços de educação, saúde, cultura e pesquisa científica.

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Chamaremos a esse processo de “publicização”.”

Este processo de publicização faz sentido, pois este setor não governamental muitas vezes é mais eficiente do que o setor estatal na execução destes serviços, possibilitando a melhoria do atendimento da população a custos mais baixos. Portanto, a questão está incorreta.

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Lista de Questões Trabalhadas na Aula.

1 – (CESPE – TJ-AL – TÉCNICO – 2013) A reforma administrativa resultante da independência do Brasil apresentou o patrimonialismo como modelo de administração pública, que, apesar de superado, ainda revela grande importância no governo do país.

2 - (CESPE – TRE-ES / ANAL ADM – 2011) A instituição, em 1936, do Departamento de Administração do Serviço Público (DASP) teve como objetivo principal suprimir o modelo patrimonialista de gestão.

3 - (CESPE- MDS / TECNICO SUPERIOR - 2006) A reforma administrativa empreendida pelo DASP, na década de 30 do século passado, foi inovadora por não estar alinhada aos princípios da administração científica presentes na literatura mundial da época.

4 – (CESPE – TCE-RO – AGENTE – 2013) O Departamento Administrativo do Serviço Público foi o primeiro órgão da estrutura administrativa brasileira ao qual se atribuiu a responsabilidade de diminuir a ineficiência do serviço público e reorganizar a administração pública.

5 – (CESPE – TCU – AUDITOR – 2013) A criação do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) em 1936 representou uma modernização na administração pública brasileira, haja vista que promoveu a descentralização das atividades administrativas, com o intuito de se gerar maior eficiência.

6 – (CESPE – MPU – TÉCNICO – 2013) A reforma administrativa iniciada pelo Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) instituiu o Estado moderno no Brasil, com vistas ao combate ao patrimonialismo e à burocracia estatal.

7 – (CESPE – MPU – TÉCNICO – 2013) As grandes reformas administrativas do Estado brasileiro, ocorridas após 1930, foram do tipo patrimonialista, burocrática e gerencial.

8 – (CESPE – TRT-10 – TÉCNICO – 2013) O Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) foi criado com o objetivo de aprofundar a reforma administrativa destinada a organizar e racionalizar o serviço público no país.

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9 – (CESPE – MI – ANALISTA – 2013) Na área de administração de recursos humanos, o Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) inspirou-se no princípio do mérito profissional para estruturar a burocracia.

10 – (CESPE – MI – ANALISTA – 2013) Fruto da evolução do estamento burocrático patrimonialista, a moderna burocracia manteve o caráter aristocrático e estava circunscrita ao Estado.

11 - (CESPE – AGU- AGENTE ADM. – 2010) As reformas realizadas por meio do Decreto-lei n.o 200/1967 não desencadearam mudanças no âmbito da administração burocrática central, o que possibilitou a coexistência de núcleos de eficiência e de competência na administração indireta e formas arcaicas e ineficientes no plano da administração direta ou central.

12 – (CESPE – TCE-RS – OCE – 2013) A reforma administrativa no Brasil, realizada por meio do Decreto-Lei n.o 200/1967, representou um avanço em relação à tentativa de romper com a rigidez burocrática, podendo ser entendida como a primeira experiência de implantação da administração gerencial no país.

13 – (CESPE – TRT-10 – TÉCNICO – 2013) A reforma administrativa de 1967 promoveu a centralização progressiva das decisões no Poder Executivo federal nos moldes da administração burocrática.

14 – (CESPE – TRE – ANALISTA – 2013) A busca do estabelecimento de estruturas paralelas, como comissões de estudo e grupos executivos de trabalho, com a participação de membros da indústria nacional, bem como a criação da Comissão de Simplificação Burocrática, objetivando reformas globais, meios para descentralização dos serviços, fixação de responsabilidades e prestação de contas à autoridade, ocorreu no governo de

a) José Sarney.

b) Getúlio Vargas.

c) Juscelino Kubitschek.

d) Castelo Branco.

e) João Figueiredo.

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15 – (CESPE – MI – ANALISTA – 2013) Após a promulgação da Constituição Federal de 1988, foi deflagrado um processo de municipalização da gestão pública e, consequentemente, de concessão de maiores poderes aos municípios.

16 - (CESPE - TCU / ACE - 2008) A estruturação da máquina administrativa no Brasil reflete a forte tradição municipalista do país, cujo ímpeto descentralizante se manifesta, na Constituição de 1988, reforçado pela longa duração do período transcorrido entre 1964 e 1985, marcadamente caracterizado pela associação entre autoritarismo e centralização.

17 - (CESPE - TCE-AC / ACE ADMINISTRAÇÃO - 2006) A Constituição de 1988 promoveu um avanço significativo na gestão pública, concedendo mais flexibilidade ao aparelho estatal.

18 – (CESPE – MI – ADMINISTRADOR – 2013) O modelo de reforma do Estado brasileiro, posto em prática sob a ótica neoliberal, mostrou-se eficaz na solução dos problemas socioeconômicos do país, pois estava orientado para o desenvolvimento e levou em consideração a necessidade do Estado e sua construção em novas bases.

19 – (CESPE – TRT-10 – TÉCNICO – 2013) A transição democrática de 1985 representou um avanço na modernização da administração pública, na medida em que atribuiu à administração indireta normas de funcionamento idênticas às que regem a administração direta.

20 – (CESPE – TCU – AUDITOR – 2013) Na reforma gerencial de 1995, a qual visava eliminar os elementos patrimonialistas ainda existentes, enfatizaram-se a hierarquização e o rígido controle de procedimentos.

21 – (CESPE – TJ-AL – TÉCNICO – 2013) A nova gestão pública reúne características positivas dos modelos patrimonial e gerencial de administração pública.

22 – (CESPE – TJ-AL – TÉCNICO – 2013) A última reforma administrativa que se têm notícia no Brasil foi aquela baseada nos princípios burocráticos estabelecidos pelo presidente Vargas.

23 - (CESPE – TRE-ES / ANAL ADM – 2011) As tentativas de reformas ocorridas na década de 50 do século passado guiavam-se estrategicamente

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pelos princípios autoritários e centralizados, típicos de uma nação em desenvolvimento.

24 - (CESPE – TRE-ES / ANAL ADM – 2011) Em relação às reformas administrativas empreendidas no Brasil nos anos de 1930 a 1967, julgue o item a seguir.

Nesse período, a preocupação governamental direcionava-se mais ao caráter impositivo das medidas que aos processos de internalização das ações administrativas.

25 - (CESPE - TCE-AC / ACE - 2008) A reforma iniciada pelo Decreto n.º 200/1967 foi uma tentativa de superação da rigidez burocrática, e pode ser considerada como o começo da administração gerencial no Brasil.

26 - (CESPE - TCE-AC / ACE ADMINISTRAÇÃO - 2006) No início dos anos 80 do século passado, com a criação do Ministério da Desburocratização e do Programa Nacional de Desburocratização, registrou-se uma nova tentativa de reformar o Estado na direção da administração gerencial.

27 - (CESPE - TCU / ACE - 2008) De acordo com o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (1995), os serviços não-exclusivos constituem um dos setores correspondentes às atividades-meio, que deveriam ser executadas apenas por organizações privadas, sem aporte de recursos orçamentários, exceto pela aquisição de bens e serviços produzidos.

28 - (CESPE – MTE / ADMINISTRAÇÃO – 2008) O Estado oligárquico, no Brasil, é identificado com a República Velha, e caracteriza-se pela associação entre as instituições políticas tradicionais e as entidades da sociedade civil mobilizadas em torno dos segmentos mais pobres e desprotegidos da população, por meio de fortes redes de proteção social.

29 - (CESPE – MPS - ADMINISTRADOR – 2010) O Estado oligárquico, modelo adotado no século passado, no Brasil, antes do primeiro governo Vargas, atribuía pouca importância às políticas sociais, o que fortaleceu o papel de instituições religiosas, voltadas para o atendimento das populações mais pobres e desprotegidas.

30 - (CESPE – TERRACAP / TECNICO RH - 2004) Um governo empreendedor se fundamenta em alguns princípios essenciais, tais como: o controle a posteriori dos resultados, elemento que faz parte da busca da modernização administrativa e que tem sido buscado desde a criação do

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DASP, destacando-se, entretanto, de modo mais efetivo, no Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado.

31 - (CESPE – TCE-AC / ACE - 2008) A função orçamentária, como atividade formal e permanentemente vinculada ao planejamento, já estava consagrada na gestão pública brasileira quando da implantação do modelo de administração burocrática.

32 - (CESPE – MCT / ANALISTA PLENO - 2004) O conceito de administração para o desenvolvimento consistia no fortalecimento de estruturas estatais responsáveis pelo planejamento e pela implementação de projetos desenvolvimentistas nos quais o Estado atuava como produtor direto de bens e serviços.

33 - (CESPE – SENADO / CONSULTOR ADM – 2002) A continuidade do DASP foi assegurada nos governos que se seguiram — Dutra e JK —, de modo a possibilitar a estruturação dos grupos executivos incumbidos de implementar o Plano de Metas.

34 - (CESPE – MCT / ANALISTA JR - 2004) O principal mecanismo de implementação do desenvolvimentismo do período JK foram os grupos executivos que, embora constituíssem estruturas ad hoc dotadas de grande flexibilidade, acabaram sendo posteriormente engolfadas pela burocracia governamental.

35 - (CESPE – TCU / PLANEJAMENTO – 2008) Os grupos executivos e o Conselho de Desenvolvimento, criados na Era JK, constituíam estruturas paralelas à burocracia tradicional e atuavam na linha de formulação política, paralelamente às atividades de rotina. O Programa de Metas exigia estruturas flexíveis, não-burocráticas, e uma capacidade de coordenação dos esforços de planejamento.

36 - (CESPE – TCE-AC / ACE - 2008) Com a edição do Decreto n.º 200/1967, o concurso público passou a ser o único meio de contratação de pessoal para o serviço público.

37 - (CESPE – MPS - ADMINISTRADOR – 2010) A reforma administrativa materializada pelo Decreto-lei n.º 200/1967 é associada à primeira experiência de implementação da administração gerencial no país. Adotada em pleno período ditatorial, reforçou a centralização funcional e promoveu a criação das carreiras da administração pública de alto nível.

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38 - (CESPE – MDS / TÉCNICO ADM - 2006) O Decreto-lei n.º 200/1967 instituiu maior flexibilidade administrativa para todos os órgãos da administração pública, reduzindo a rigidez burocrática imposta pelas reformas do DASP.

39 - (CESPE – AGU - AGENTE ADM. – 2010) A reforma administrativa instituída pelo Decreto-lei n.o 200/1967 distinguiu claramente a administração direta e a administração indireta no que se refere às áreas de compras e execução orçamentária, padronizando-as e normatizando-as de acordo com o princípio fundamental da descentralização.

40 - (CESPE – TCE-AC / ACE - 2008) A Constituição Federal de 1988 acabou com a rigidez burocrática e possibilitou a adoção de técnicas modernas da administração gerencial, como a instauração do regime jurídico único para os servidores públicos federais.

41 - (CESPE – TRE-MA / ANAL JUD – 2005) Com a Constituição de 1988, ocorreu a descentralização de recursos orçamentários e da execução dos serviços públicos para estados e municípios.

42 - (CESPE – MCT / ANALISTA PLENO - 2004) Instituído durante o governo Collor pela Lei n.º 8.112/1990, o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União choca-se com os ideais ortodoxos expressos na Constituição de 1988.

43 - (CESPE – STM / ANAL JUD – 2004) O foco das ações do governo Collor concentrou-se no projeto de centralização da gestão dos serviços públicos.

44 - (CESPE – AGU - AGENTE ADM. – 2010) Executado ao longo de toda a década passada, o Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado previu não ser possível promover de imediato a mudança da cultura administrativa e a reforma da dimensão-gestão do Estado ao mesmo tempo em que se providencia a mudança do sistema legal.

45 - (CESPE – MCT / ANALISTA C&T - 2004) As denominadas atividades exclusivas de estado, conforme definidas no Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, deveriam ser exercidas por órgãos da administração direta.

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46 - (CESPE – MCT / ANALISTA - 2004) O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, documento referencial da proposta de modernização da gestão pública do governo Fernando Henrique Cardoso, preconizava separação entre o núcleo estratégico formulador de políticas, que deveria permanecer estatal, e atividades periféricas, que deveriam ser privatizadas.

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Gabarito

1. E

2. C

3. E

4. C

5. E

6. E

7. E

8. C

9. C

10. E

11. C

12. C

13. E

14. C

15. C

16. C

17. E

18. E

19. E

20. E

21. E

22. E

23. E

24. C

25. C

26. C

27. E

28. E

29. C

30. E

31. E

32. C

33. E

34. C

35. C

36. E

37. E

38. E

39. E

40. E

41. C

42. E

43. E

44. E

45. E

46. E

Bibliografia (1995). Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado. Brasília:

Presidência da República.

Abrucio, F., Pedroti, P., & Pó, M. (2010). A formação da burocracia brasileira: a trajetória e o significado das reformas administrativas. In: F. Abrucio, M. Loureiro, & R. Pacheco, Burocracia e política no Brasil (pp. 27-72). Rio de Janeiro: FGV.

Andrews, C. W., & Bariani, E. (2010). Administração Pública no Brasil: breve história política. São Paulo: Unifesp.

Bresser Pereira, L. C. (2001). Do Estado Patrimonial ao Gerencial. In: W. e. Pinheiro, Brasil: um século de transformações (pp. 222-259). São Paulo: Cia das Letras.

Costa, F. L. (Set/Out de 2008). Brasil: 200 anos de Estado; 200 anos de administração pública; 200 anos de reformas. Revista de Administração Pública, 42(5), 829-874.

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Junior, O. B. (Abr/Jun de 1998). As reformas administrativas no Brasil: modelos, sucessos e fracassos. Revista do Serviço Público, Ano 49(2), 5-32.

Martins, L. (1997). Reforma da Administração Pública e cultura política no Brasil: uma visão geral. Caderno Enap, n° 8.

Paludo, A. V. (2010). Administração pública: teoria e questões (1° ed.). Rio de Janeiro: Elsevier.

Resende, A. L. (1990). Estabilização e Reforma: 1964 - 1967. In: M. d. Abreu, A Ordem do Progresso: cem anos de política econômica republicana (pp. 213-232). Rio de Janeiro: Campus.

Torres, M. D. (2004). Estado, democracia e administração pública no Brasil (1° Ed. ed.). Rio de Janeiro: FGV.

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