Curso Básico de Tarot

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CURSO BÁSICO DE TAROT – OLHO MÍSTICO TAROT

O Tarô é um baralho com 78 cartas `as quais chamamos de Arcanos , que se subdividem em 2

grupos : Arcanos Maiores e Arcanos Menores. Nos Arcanos Maiores temos 22 cartas e nos

Arcanos Menores, naturalmente , 56 cartas . Existem hoje uma infinidade de Tarôs, o que

significa que muitos estudiosos, magistas e desenhistas criaram variedades de figuras, cores e

formas baseadas em um único tipo de Tarô (O Tarô Clássico) fato esse que nos possibilita uma

opção maior na hora de escolher o Tarô que queremos jogar. Vale lembrar que dentro dessas

novas opções existem baralhos com alteração no número de cartas, não sendo portanto o Tarô

tradicional que advém do original mas sim cartas com um sistema próprio, pois `aquele que

chamamos Tarô necessariamente deve ter 78 cartas- nem uma a mais nem menos. Afora isso, a

diversidade de nomes e ilustrações fica por conta da preferência do tarólogo. Por isso, para quem

se interessa por aprender vale dizer que quando aprendemos a jogar um Tarô podemos utilizar

qualquer outro. Algumas pessoas preferem trabalhar e ensinar apenas um tipo de Tarô mas

certamente sabem jogar os outros. Usam um em especial por uma questão de escolha própria.

Sua origem, quem o criou e de que forma o fez é um mistério. Muitos pesquisadores buscaram a

exatidão desses dados mas sem muito sucesso, pois tudo o que temos são datas aproximadas.O

primeiro registro data do século XIII .Temos a Europa como o lugar mais provável de ter sido

visto pela primeira vez. A partir dessa época, foi disseminado como jogo e ensinamento pelo

mundo todo, sendo reconhecido por estudiosos como um Livro Sagrado, cujas páginas vêm

soltas, para busca de aprofundamento e conhecimento.

Apesar de ser chamado de Oráculo, o Tarô é um jogo. Não se trata de uma conexão direta com

Deus ou um instrumento dos Deuses manipulado por seres humanos , e sim de um baralho que

possui os quatro naipes (ouros, copas, espadas e paus) e mais 22 lâminas, citadas

anteriormente. Foi criado pelo homem ( e para o homem). Sua função é , entre tantas coisas,

transmitir informações e conhecimentos através de suas imagens. Qual a diferença entre um

baralho comum e o Tarô? A princípio podemos dizer que o baralho comum possui todos os

naipes e a corte ( rei, rainha e valete); o Tarô possui os naipes, a corte- com acréscimo de mais

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uma carta, a princesa ou pagem- acrescentadas aos Arcanos Maiores. Ou seja, temos 26 cartas

a mais nos Arcanos Menores, contando-se que temos nelas desenhos, imagens, figuras e formas

variadas( na maioria dos Tarôs), com diversas cores e informações para auxiliar a interpretação

dos símbolos, a intuição e a imaginação criativa. É uma verdadeira ?chave? para a

visualização.Cada carta tem uma filosofia, uma mensagem e a combinação delas a cada jogo é

rica e diferente.

As formas e tipos de jogos também são numerosos , podemos ter uma leitura a partir de uma

carta até figuras geométricas interpretadas por inteiro.O fato de termos muitas cartas num jogo,

ou seja, abrirmos uma série de cartas para serem interpretadas de uma só vez não significa que

tenhamos um jogo melhor ou mais completo que os outros. Existem tarólogos que com apenas

uma carta passam informações suficientes para muito tempo de reflexão! Sendo assim o

importante é aprender com dedicação e fazer o melhor possível em seu jogo a fim de esclarecer

dúvidas ou abrir caminhos para quem os busca ( mesmo que esse alguém seja você mesmo!!!).

Dessa forma, temos em cada lâmina um novo aprendizado, vindo através das formas, dos

números, do nome, da posição...e de muitas outras fontes de informação.Com responsabilidade,

seriedade, respeito ao livre-arbítrio (nosso ou do consulente) e ética podemos ter no Tarô a

chave de muitas ? portas? , a saída para diversos caminhos e a busca pelo auto-conhecimento.

Tendo em mãos os elementos necessários para um bom jogo ou leitura das cartas certamente

encontraremos o que buscamos para nós ou nosso semelhante.

REFLEXÃO COM O TARÔ

Parte 01

Desde os tempos mais remotos até os dias de hoje o Tarô tem uma possibilidade vasta de uso:

de um jogo divinatório até a terapia. Muitas pessoas trabalham com as 78 cartas voltadas para o

auto-conhecimento e o aprofundamento em torno de si mesmo, expandindo seus jogos para uma

reflexão maior dos Arcanos e seus símbolos. Para isso é necessário estudar o tarô e desejar

esse processo de re-descobrimento. A partir daí, todos os dias e a cada carta, aprendemos mais

sobre nossos comportamentos e praticamos uma nova forma de reflexão.

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Cada profissional utiliza as lâminas `a sua manei!ra, o que não altera o resultado, uma vez que se

o destino é o interior do indivíduo o caminho a ser percorrido é da escolha de quem o fará e

também de quem o guiará ou o acompanhará nessa jornada.

Abaixo segue uma das formas simples e eficientes de se trabalhar com o Tarô enfatizando seu

uso terapêutico e individual. Serão propostos exercícios de reflexão em 6 etapas, utilizando no

máximo 5 cartas a cada vez. Lembre-se que o ideal é realizar essa tarefa de forma sutil, ou seja,

não se obtém resultados de uma só vez. Procure fazer 1 carta por dia, e assim, dar-se tempo de

sentir a vibração própria que cada carta proporciona. Separando os Arcanos Maiores, teremos 22

cartas. Cada uma delas trará `a tona aspectos ligados `a nossa personalidade e `as nossas

características, ou seja, em cada carta analisada devemos levantar seus aspectos favoráveis e

desfavoráveis, ver como cada um deles está dentro e fora de nós ( pois nem sempre

aparentamos o que realmente sentimos ou gostaríamos de aparentar) e a partir daí buscarmos

na visualização da lâmina a postura ideal para harmonizarmos externo com interno, desejo com

realidade, anseios com receios e assim por diante. Nota: Procure fazer essa análise usando um

Tarô, pois a visualização final é importante para harmonizar os aspectos encontrados e

avaliados.

Carta I - O MAGO - Aquele que inicia tudo, que promete buscar, tem em si o talento e as

possibilidades, lidera, ousa e almeja. Trata-se de um espírito jovem, um indivíduo que projeta e

planeja, promete crescer e realizar!!! Por outro lado, necessita de esforço e persistência para que

seu impulso se torne realidade constante... * A partir daí podemos fazer uma re-avaliação: Como

andam seus projetos, seus anseios, de que forma os tem trabalhado e respeitado? Será que o

plano mental tem dado vazão ao plano sentimental ? Como não viver apenas num mundo ilusório

e partir para a realização e concretização das idéias???Você tem acreditado em si mesmo???

Reflita sobre esses aspectos e tantos outros que esse comportamento provoca...

Carta II - A SACERDOTISA - Uma mulher serena, introspectiva, indicando postura reflexiva . Ela

compreende a sabedoria que carrega dentro de si e também o que deve estar sempre

aprendendo. É a polaridade complementar, a parceria, a concessão, o entendimento. * Nesse

contexto vale analisar como se encontra a sua reflexão, a sua sabedoria. Você tem ouvido `a si

mesmo? Tem feito sua parte no que diz respeito `a complementar outras pessoas, fazer parceria,

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sem necessidade de retorno? Sua introspecção traz bons frutos ou se torna , muitas vezes,

divagação? Nesses momentos, nada como o silêncio para nos ensinar a convivência com a

própria sabedoria e poder assim dar sem precisar do retorno alheio...

Carta III - A IMPERATRIZ - Uma mulher novamente serena, mais leve em suas vestes e já

atuante, mesmo sentada! Traz a noção de iniciativa e criatividade, aquele que sabe criar e

crescer, desenvolver suas idéias com sua iniciativa. A produção - fonte inacabável que o ser

humano tem dentro de si...seus conhecimentos! * Nesses parâmetros, analise como anda seu

Universo criativo, seu Mundo das Idéias ( Não dos sonhos!) e sua produção interna. Lembre-se

da sensação que tem todas as vezes que resolve um problema, que gera um pensamento novo

diante de uma fato antigo, da cadeia fantástica que carrega seu cérebro quando surgem novas

saídas... como anda esse Universo?

Carta IV - O IMPERADOR - Um homem que sabe sobre o controle e o domínio. Faz seu trabalho

com o coração e com precisão. Busca a harmonia coletiva em sua rigidez e seu senso de ordem,

segurando e prendendo o que precisa ser preso para assim poder governar em paz. * Quantas

vezes fazemos o mesmo com nossos sentimentos? Ao contrário disso, pense quantas vezes não

tenta prender o seu lado emocional e solta apenas o mental...e se fizesse o oposto? Tente

prender e segurar o processo mental que muitas vezes destrói o mesmo sentimento que o criou!

Vale a pena governar a si mesmo com o coração solto, e a mente controlada...

CARTA V - O SACERDOTE - Um homem que atingiu o topo de sua religiosidade ensinando aos

seus discípulos o que sabe. Lida com dogmas e princípios de forma bondosa e caridosa,

sabendo o peso que as regras limitadoras têm sobre seus instruídos. Sua fé o ensina e motiva. *

Partindo dessas palavras vale notar de que forma tem instruído as pessoas `a sua volta... todos

somos instrutores, pois temos nossa experiência pessoal e sobre ela o conhecimento é total.

Quando ensinamos essa experiência temos importância fundamental na vida das outras pessoas.

Analise de que forma tem feito isso e se as regras estão direcionando Através dessas 5 primeiras

cartas temos o início de uma auto-análise muito interessante. Os aspectos extraídos das lâminas

são apenas alguns, visto que a cada dia podemos encontrar novos detalhes, novas posturas e

processos. O importante aqui é iniciar uma jornada pessoal e a partir dela buscarmos sempre

novos conhecimentos dentro de nós mesmos. O Tarô fará um papel primordial: reavivar o que

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sempre soubemos e por vezes nos esquecemos que carregamos : nosso Caminho, nossa

sabedoria e o Conhecimento.

REFLEXÃO COM O TARÔ

Parte 02

. Nessa segunda parte faremos um trabalho diferente do texto passado, analisaremos apenas

uma carta. Por um motivo simples: seu aspecto é por demais profundo e requer um estudo mais

detalhado.

Naturalmente não há Arcano mais importante, nem a carta somente positiva ou negativa. Todas

as cartas carregam em si o positivo e negativo- as polaridades- sendo completas e perfeitas,

naturalmente. O fato é que algumas delas contém ensinamentos que para nós se tornam mais

delicados ! Sendo assim, existe a necessidade de as pesquisarmos separadamente. Se

separarmos as cartas em grupos , como ensina Nei Naiff, teremos Caminhos distintos: Da carta 1

`a 5 -Caminho da Vontade; Carta 6 - Caminho do Livre-Arbítrio; Da carta 7 `a 11 - Caminho do

Prazer ; Da carta 12 `a 16 - Caminho da Dor; Carta 17- Caminho da Esperança; da Carta 18 ao

Arcano Sem Numero - Caminho da Evolução. A partir dessa divisão, obteremos nossas reflexões.

Os detalhes sobre esses Caminhos cabem aos interessados buscarem com o próprio Nei Naiff

em seu site , estudando sob sua ótica os passos do Homem.

`A nós, compete aqui dar continuidade aos exercícios com os Arcanos utilizando uma divisão

criada pelo estudioso e pesquisador descrito acima.

O Arcano 6, Os Enamorados ou Os Amantes, traz em sua filosofia de base a amorosidade e a

opção. Mas qual a melhor forma de unir as duas coisas?

Muito bem, a partir de uma noção muito anterior aos conceitos e princípios da civilização: o livre-

arbítrio. Nessa palavra encontramos tantos caminhos que muitas vezes desejamos não

lembramos dela a fim de não experimentarmos a insegurança natural que ela traz. Revivendo a

idéia de que estamos nessa vida para construirmos nosso próprio destino e que todos os nossos

semelhantes também o estão, perdemos um ponto de referência muito utilizado e conhecido- o

de que o destino já está traçado. Se temos autonomia para fazermos nossa vida, mudarmos tudo

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o que não nos agrada e, enfim, podermos caminhar em direção `a nossa Vontade, passamos a

nos responsabilizar pela nossa própria felicidade. Portanto, vivenciamos o fato de que a nossa

vida é responsabilidade nossa e tudo o que se trata disso é nossa opção. Opção essa feita com o

coração! As decisões fazem parte do nosso cotidiano, o tempo todo. Ir ou não ir, fazer ou não

fazer, querer ou não querer e assim por diante.

Quando nos deparamos com um caso mais sério a ser resolvido, muitas vezes estagnamos

perante o mesmo alegando que há uma decisão a ser tomada e ocasionalmente, não

conseguimos fazê-la! Basta pensar que opções são feitas todos os dias, o tempo todo e que

essa, em especial, não é uma situação inédita. O ato já é bem conhecido. O que varia é a

responsabilidade que dele surge, o peso de optarmos com o coração, usarmos nosso livre-

arbítrio e dessa atitude podermos encarar a responsabilidade da decisão, sem culpas ou medos

do pecado, mas sim, aceitando arcar com nossa escolha de peito aberto e cabeça erguida!

Nesse contexto, absorvemos profundamente o valor que existe no livre-arbítrio e no poder de

optar com o próprio coração. Basta uma escolha e um novo Caminho mostra-se `a nossa frente...

e dele a vida ( em parceria conosco, sempre!) tece sua teia, podendo ou não mudar o rumo de

toda uma existência...Por isso, nesse Arcanos encontramos a necessidade do trabalho isolado.

A carta, em si, não se faz mais importante. Sua filosofia é que pode vir a exigir mais atenção...

Optar com o coração, com o mais profundo amor, em tudo o que se faz é , antes de mais nada,

um ato de liberdade. Em decorrência disso, se decidimos legitimamente, encaramos nossa

responsabilidade com dignidade e retidão. Assim exercemos o livre-arbítrio e aprendemos a

respeitar o Caminho de todos os nossos semelhantes. Reflexão: Num local tranquilo posicione-se

de forma confortável e relaxada.Caso queira, coloque uma música suave e um aroma agradável.

Feche os olhos e deixe passarem por sua mente todas as suas opções, passadas e presentes.

Reveja também todas as vezes que não optou. Reflita sobre a importância desse ato em sua

vida. Quando terminar a prática, escreva em um papel sobre a experiência e guarde-o por alguns

dias. Quando se sentir pronto, leia o que escreveu e novamente faça o exercício, mas

finalizando-o com a visualização do Arcano 6 - um Homem entre duas mulheres em posição de

dúvida, e acima de suas cabeças um cupido, apontando para apenas uma delas- trazendo para

seu cotidiano essa energia: Quando feita com o coração, sua opção será sempre abençoada!!!

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Refletindo com os

Arcanos Maiores

Analisando os Arcanos Maiores certamente veremos muito mais que belas ilustrações, elementos

conhecidos ou mesmo uma resposta para o que desejamos saber. Por trás de cada Arcano Maior

existe uma oportunidade e uma chance (mais uma, quem sabe!) de nos depararmos com uma

parte nossa, um fragmento, uma característica. Não é `a toa que a palavra Arcano significa

segredo, mistério... em cada carta existe um conto secreto ao qual podemos nos reconhecer !

Quando assistimos a um filme e percebemos que a história relatada é parecida com a nossa,

normalmente nos pegamos vivenciando o filme como se fôssemos o próprio personagem ou

mesmo contando para alguém como se fôssemos nós que tivéssemos vivido aquele momento na

tela. O mesmo ocorre quando nos identificamos com uma música, uma foto...e assim também

podemos nos sentir ao analisarmos e interpretarmos uma carta do Tarô! Naquele exato momento

podemos ver uma parte nossa ali ilustrada e quando nos encontramos em

dificuldades, nessa mesma lâmina pode haver uma proposta de solução, ou algumas sugestões

para mudarmos o que está nos incomodando...

Faça um teste, experimente olhar as semelhanças... Busque numa carta que você tire

aleatoriamente do seu Tarô um reflexo para o momento de vida

atual. Tente ver naquele desenho o seu próprio retrato, entender esse momento para que assim

você possa analisar imparcialmente o que se

apresenta como a melhor solução. Seja seu consultor, experimente sair do caminho da dor e do

sofrimento e através dessa compreensão

encontrar as suas próprias respostas, podendo obter esse auxílio nas cartas do Tarô.

Isso não é propaganda,é apenas uma sugestão. A questão aqui é expandir o entendimento a fim

de que não mantenhamos postura de apenas ajudarmos aos outros e nossos problemas

pessoais ficarem `a deriva. Através de um boa reflexão feita com um Arcano Maior certamente

nos sentiremos mais ricos e fortalecidos , utilizando a força, a energia e as informações que

brotam desse instrumento...o resto quem faz somos nós! Todos temos imaginação criativa, um

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decodificador natural de símbolos que nos auxilia a "entender" uma carta mesmo sem nunca a

termos visto anteriormente. Basta confiar no que vê , no que sente e interpretar uma lâmina com

o coração. Não existem erros quando se atua com o coração!

Analise apenas um símbolo que primeiramente lhe chame a atenção na carta e não se preocupe

em "formular perguntas"...deixe que esse símbolo traga `a tona uma parte sua e fale sobre ela,

mostre-lhe uma forma de lidar com ela ou como a mesma se encontra. Assim, quem sabe, esses

"mergulhos" possam virar um hábito e a busca pelo conhecimento tenha seu papel mais

importante desempenhado sem pudores, medos ou fugas - caminhar de encontro ao conhecer a

si mesmo, para poder evoluir como matéria , mente e espírito.

O AUTO-CONHECIMENTO ATRAVÉS DO TARÔ

Hoje em dia são tantas as propostas e maneiras de auto-conhecimento que o termo já se tornou

quase um velho conhecido...e é isso que ele é! O único detalhe é que a busca real por ele ainda

não é tão grande. Mas não importa, como diria um grande compositor: "qualquer maneira de

amor vale a pena..." e nesse assunto eu diria que qualquer maneira de busca vale a pena, desde

que seja feita com a alma e com o coração! Toda Arte ou Ciência, Religião ou Crença que nos

leve ao crescimento interior e `a evolução deve ser respeitada, simplesmente pelo fato de fazer o

bem sem olhar prá quem ou mesmo por mostrar uma porta a quem procura...

É justamente por isso que essas palavras não estão aqui para impressionar e mostrar que o Tarô

é o melhor método entre tantos outros. Não quero aqui menosprezar nenhum Caminho, muito

menos falar do meu como a grande solução. Quero lembrar-lhe que no meio de muitos

conhecimentos e inúmeras ofertas a fé é a maior arma que um Homem carrega consigo . Ele

mesmo pode fazer tudo isso por si próprio...o método que escolherá para fazê-lo é uma questão

totalmente pessoal , intransferível.

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Por isso quero sempre acreditar que todos os veículos e profissionais que se predispõem a

trabalhar na " totalidade" das pessoas respeitem e esperem a mesma postura uns dos outros. É a

partir daí que podemos analisar as orientações que absorvemos de forma ampla , olhando para o

Tarô e vendo-o também como um Caminho, uma Filosofia de Vida e não apenas como cartas

que nos responderão o futuro, deixando nossas Vidas `a mercê do destino ! Procuremos, nesses

casos, trabalhar o preconceito e a idéia antiga de jogos de azar e olhar além , ver o que uma

Arte- seja ela qual for - poderá nos oferecer...

O Tarô é estudo, é busca, é conhecimento, não está fora de nosso alcance e não foi feito apenas

para os "que nasceram com o dom" ou os" escolhidos". É antiga tradição, trabalhada pelo

Homem e lapidada através dos séculos para orientar quem busque esse tipo de direcionamento.

É um Livro Sagrado e mágico que oferece através de suas ilustrações uma forma sutil e bela de

se desvendar os próprios mistérios. Por isso, como qualquer outra forma de fé ele se faz

importante e respeitado.

Afinal, o ideal é começar por nós mesmos, para assim existir a possibilidade de conhecer e

transformar o que está `a nossa volta... se é que depois de estarmos a sós conosco sentiremos

ainda a vontade de mudar os outros, ao invés de aprendermos a amá-los como são! "O auto-

conhecimento é a chave para o desfrute interno e externo da paz, harmonia e equilíbrio, para

uma vida saudável, fluindo do coração aberto que busca a Evolução".

AS POLARIDADES DAS CARTAS DE TARÔ

O Tarô carrega em cada carta uma mensagem,uma filosofia , um sentido. Não existe significado

para cada uma delas, não há como decorarmos uma lâmina para assim aprendermos a jogar.

Sua função é mais complexa e mais profunda, o que gera muitas vezes, um mistério em torno

desse baralho e que possibilita- infelizmente- o excesso de misticismo. Na realidade ele busca a

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Verdade de cada indivíduo e ,sendo assim, usar apenas um significado decorativo limita e

empobrece o uso dessa Arte que é o Jogo de Tarô.

Em função dos métodos atuais de jogo, muito simplificados, aprendemos que uma carta significa

algo , dando-nos sempre a idéia de que algumas cartas são boas e outras não, algumas são

positivas e outras negativas. Esse contexto gera um engano, pois não há como trabalharmos

uma lâmina em sua superficialidade e periferia. Se todos nós temos o equilíbrio e tudo no

Universo existe dessa forma: claro/escuro, negativo/positivo, feminino/masculino, etc.,

naturalmente encontraremos o mesmo em cada carta. Essa idéia elimina a hipótese de uma carta

ser boa ou má, tira o preconceito e o medo que existe em torno de um jogo de Tarô.

Na maioria das vezes uma pessoa , quando atendida por um tarólogo, fica muito assustada ao

ver em seu jogo a carta do Diabo, da Morte ou da Torre. Dizem que são cartas ruins e que terão

azar no futuro. Isso é fruto da informação enganosa que ocorre com o esoterismo no Brasil. Além

de termos um limite para previsões num Jogo de Tarô - não há como ditar um futuro se

trabalhamos com o livre-arbítrio do consulente- as cartas tem duas polaridades e dessa forma,

muitas vezes, podem dizer o contrário do que nossa Lenda prega. Depende, portanto, de sua

posição e do caso a ser tratado no momento!

.Dessa forma vale enfatizar que uma carta considerada boa, num dado momento pode ser

desfavorável ou vice-versa.Tudo que é bom demais, em excesso torna-se ruim! Isso significa que

algo favorável pode vir a ser desfavorável ou o contrário. A Morte traz um medo natural no

consulente, e muitas vezes pode indicar uma transformação extremamente necessária para o

momento que ele está vivendo! Assim como a Torre pode significar a reestruturação tão

esperada por alguém... e o Enforcado dar a mensagem espiritual perfeita para o

momento...Numa fase onde a segurança é o mais importante, a Imperatriz pode não ser a melhor

saída - pois a fertilidade e o crescimento podem desequilibrar a tentativa de disciplina e ordem...

Por isso é muito importante estarmos informados, não termos preguiça de conhecer sempre

melhor o que escolheremos como método de orientação. No caso do Tarô é imprescindível que o

consulente saiba buscar auxílio para o momento presente, lembrando que seu futuro ele mesmo

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construirá com as próprias mãos...as cartas não farão nada para ele! E ainda mais importante é

estar aberto `as orientações, sem preconceitos ou receios imediatos, pois seu jogo estará sendo

feito para buscar soluções e não criar ainda mais problemas! Portanto, lembre-se: quando sair

para você uma carta?ruim?, respire fundo e ouça a mensagem que ela traz... em seu momento

presente, aquela mesma carta pode ser a saída que procura.E , como tudo na Vida, essa mesma

carta tem o outro lado e trará sempre, uma segunda opção.

Sobre o Tarô :

O Tarô é um baralho com 78 cartas `as quais chamamos de Arcanos , que se subdividem em 2

grupos : Arcanos Maiores e Arcanos Menores. Nos Arcanos Maiores temos 22 cartas e nos

Arcanos Menores, naturalmente , 56 cartas . Existem hoje uma infinidade de Tarôs, o que

significa que muitos estudiosos, magistas e desenhistas criaram variedades de figuras, cores e

formas baseadas em um único tipo de Tarô, O Tarô Clássico) fato esse que nos possibilita uma

opção maior na hora de escolher o Tarô que queremos jogar.

Vale lembrar que dentro dessas novas opções existem baralhos com alteração no número de

cartas, não sendo portanto o Tarô tradicional que advém do original mas sim cartas com um

sistema próprio, pois `aquele que chamamos Tarô necessariamente deve ter 78 cartas- nem uma

a mais nem menos. Afora isso, a diversidade de nomes e ilustrações fica por conta da preferência

do tarólogo. Por isso, para quem se interessa por aprender vale dizer que quando aprendemos a

jogar um Tarô podemos utilizar qualquer outro.

Algumas pessoas preferem trabalhar e ensinar apenas um tipo de Tarô mas certamente sabem

jogar os outros. Usam um em especial por uma questão de escolha própria. Sua origem, quem o

criou e de que forma o fez é um mistério. Muitos pesquisadores buscaram a exatidão desses

dados mas sem muito sucesso, pois tudo o que temos são datas aproximadas.O primeiro registro

data do século XIII .Temos a Europa como o lugar mais provável de ter sido visto pela primeira

vez. A partir dessa época, foi disseminado como jogo e ensinamento pelo mundo todo, sendo

reconhecido por estudiosos como um Livro Sagrado, cujas páginas vêm soltas, para busca de

aprofundamento e conhecimento.

Page 13: Curso Básico de Tarot

Apesar de ser chamado de Oráculo, o Tarô é um jogo. Não se trata de uma conexão direta com

Deus ou um instrumento dos Deuses manipulado por seres humanos , e sim de um baralho que

possui os quatro naipes (ouros, copas, espadas e paus) e mais 22 lâminas, citadas

anteriormente. Foi criado pelo homem ( e para o homem). Sua função é, entre tantas coisas,

transmitir informações e conhecimentos através de suas imagens. Qual a diferença entre um

baralho comum e o Tarô? A

princípio podemos dizer que o baralho comum possui todos os naipes e a corte ( rei, rainha e

valete); o Tarô possui os naipes, a corte- com acréscimo de mais uma carta, a princesa ou

pagem- acrescentadas aos

Arcanos Maiores. Ou seja, temos 26 cartas a mais nos Arcanos Menores, contando-se que temos

nelas desenhos, imagens, figuras e formas variadas( na maioria dos Tarôs), com diversas cores e

informações para auxiliar a interpretação dos símbolos, a intuição e a imaginação criativa. É uma

verdadeira "chave" para a visualização.

Cada carta tem uma filosofia, uma mensagem e a combinação delas a cada jogo é rica e

diferente. As formas e tipos de jogos também são numerosos, podemos ter uma leitura a partir de

uma carta até figuras geométricas interpretadas por inteiro.O fato de termos muitas cartas num

jogo, ou seja, abrirmos uma série de cartas para serem interpretadas de uma só vez não significa

que tenhamos um jogo melhor ou mais completo que os outros. Existem tarólogos que com

apenas uma carta passam informações suficientes para muito tempo de reflexão! Sendo assim o

importante é aprender com dedicação e fazer o melhor possível em seu jogo a fim de esclarecer

dúvidas ou abrir caminhos para quem os busca ( mesmo que esse alguém seja você mesmo!!!).

Dessa forma, temos em cada lâmina um novo aprendizado, vindo através das formas, dos

números, do nome, da posição...e de muitas outras fontes de informação.Com responsabilidade,

seriedade, respeito ao

livre-arbítrio (nosso ou do consulente) e ética podemos ter no Tarô a chave de muitas " portas" , a

saída para diversos caminhos e a busca pelo auto-conhecimento. Tendo em mãos os elementos

necessários para um bom jogo ou leitura das cartas certamente encontraremos o que buscamos

para nós ou nosso semelhante.

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O NOME TAROT

O Tarô é uma poderosa ferramenta nas mãos do homem que deseja libertar-se do medo e da

ignorância. Desde seu uso junto às artes divinatórias até o uso pessoal voltado para o auto-

conhecimento, seu estudo, levado com seriedade e honestidade de propósitos, vem abrindo a

mente humana e reaproximando o homem de sua Divina Fonte.

O nome Tarô ou Tarot, como também é bastante usado, pode ser analisado de várias formas :

TAROT escrito de trás para frente é igual a TORAT, que em hebraico é o nome da Bíblia Sagrada

do povo hebreu.

Ao ser considerada a origem egípcia temos:

TAR = caminho, Rho = rei ou real

Portanto: TARÔ = “ O Caminho Real” ou “Caminho da Vida”

E , por fim:

TARÔ, escrito de trás para frente tranforma-se em ROTA

Desta forma, o Tarô pode ser entendido como a rota ou roteiro de uma longa jornada em que o

ser humano se depara com uma série de situações representadas por cada um dos vinte e dois

Arcanos Maiores, que juntos, somam todas as experiências possíveis à existência humana - o

Caminho Real. Este roteiro, irá sendo revelado arcano por arcano, apresentando-se como portais

que se abrem para o mundo do inconsciente individual e coletivo, fazendo o indivíduo entrar em

contato com as muitas lições que cada um deles representa. À medida em que uma etapa

(Arcano Maior) é concluída, passa-se ao arcano seguinte. Ao somarem-se os vinte e dois

arcanos , um ciclo se completa. Durante esse percurso , o indivíduo viveu, amou, odiou, sofreu,

gozou, ganhou, perdeu, cresceu e aprendeu, com todo o tipo de experiências representadas

Page 15: Curso Básico de Tarot

pelos Arcanos Maiores. Agora, ele está pronto, não para estacionar e dar por encerrada a sua

caminhada, e sim para iniciar outra longa jornada em busca de si mesmo. Partirá novamente do

ponto zero – O Louco do Tarô – porém, já em um estágio de entendimento superior ao vivido

anteriormente. Desta forma, partindo do zero e a ele retornando, sempre em movimento

ascendente , seu caminho vai descrevendo uma espiral rumo ao infinito.

COMO JOGAR TARÔ

Para jogar-se tarô é necessário uma dose de intuição e habilidade, assim você poderá até prever

o futuro. Para isso, você precisará das cartas que são vendidas em livrarias ou lojas esotéricas.

O baralho de tarô contém 78 lâminas, 56 delas são chamadas de ARCANOS (mistérios)

MENORES, semelhantes às cartas de baralho comum, ou seja, divididos em 4 naipes: ouro,

paus, espadas e copas. As outras 22, são os ARCANOS MAIORES, trazem estampas cheias de

simbolismos.

Os arcanos maiores tratam de questões humanas (personalidade e relacionamento), enquanto os

arcanos menores "falam" do cotidiano, das coisas práticas.

O tarô possui várias leituras. O ideal é que cada um desenvolva sua própria técnica de deitar as

lâminas. O primeiro passo é analisar as cartas, observar os desenhos, símbolos e textos, os

detalhes das estampas são metafóricos e representativos.

Pontos, círculos e triângulos referem-se ao espírito (alma), a cruz e o quadrado representam o

sofrimento físico (dor), a Ornada de fitas (forma de chapéu do Mago e da Forca) corresponde aos

fatos que ocorrem na vida do indivíduo sem interferência da vontade (destino).

A predominância das cores também ajuda na interpretação da lâmina, o vermelho significa

agressividade e a atividade, o amarelo, atividade intelectual, o verde geralmente expresso na

vegetação, leva a pensar em renovação, o branco mostra pureza, alma infinita, crescimento

interior.

Page 16: Curso Básico de Tarot

Uma das cartas que melhor caracterizam o equilíbrio entre as cores azul e vermelha é a VIII da

Justiça.

Jogando

• Após embaralhar as cartas, abra-as em forma de leque e retire três delas

• Disponha as lâminas seguindo a ilustração abaixo

• Vire a primeira carta (a da esquerda) e terá simbolizado os elementos favoráveis à

realização do seu objetivo

• segundo arcano (disposto à direita) vai lhe indicar o que a impede de atingir seu desejo

• Revelando a terceira carta (do centro), você terá o conselho que o tarô oferece para a

resolução do problema

Método de Leitura

Este é um método simplificado de leitura em que são utilizados apenas os 22 arcanos maiores

1. Você pode ler o tarô para outra pessoa mas deve deixá-la embaralhar, separar e " deitar" as

laminas

2. Embaralhe os arcanos pensando firmemente na sua pergunta

3. Abra-os em forma de leque

4. Com a mão esquerda, retire três deles

5. Disponha como mostrado na ilustração acima

6. Formule a pergunta

7. Primeira carta: Representa o que está favorecendo o jogador

8. Segunda carta: Representa a dificuldade do jogador

9. Terceira carta: Representa a sugestão do tarô ao jogador

O significado dos arcanos

Page 17: Curso Básico de Tarot

I - O Mago

Criatividade, início, esforço incansável, dedicação aos ideais e busca do conhecimento.

Representa a habilidade. Ele tem várias coisas sobre a mesa e parece saber manuseá-las muito

bem. O Mago sabe aproveitar as oportunidades da vida. Tem os pés no chão mas o seu chapéu

lembra o símbolo do infinito(um oito ao contrario). Isso quer dizer que ele não perde a noção da

realidade, ao mesmo tempo em que sabe ter como meta o infinito. Recomenda que usemos as

armas que estão ao nosso alcance.

II - A Grã-Sacerdotisa

Poder, sabedoria, bom senso, discernimento, moralismo e segurança.

É a grande mãe, dona do conhecimento. Repare que seu chapéu ultrapassa os limites da carta, o

que significa mente poderosa. A sua figura serena recomenda calma e o melhor aproveitamento

possível das nossas experiências. Tem a seriedade de quem trata de assuntos importantes com

harmonia, sabendo conciliar os opostos.

III - A Imperatriz

Progresso feminino, talento natural, fertilidade, intuição, poder de decisão e ação.

Representa os valores materiais da mulher, sua fecundidade e beleza. Dona de muito poder, ela

tem o cetro na mão esquerda , que por sinal está aberta. Isso significa um poder receptativo e

não autoritário.

IV - O Imperador

Poder, honestidade, organização, segurança, realização e apoio.

É o grande homem. Tem força e poder. Com o cetro na mão direita fechada, ele olha com

firmeza, representando a força por meio do sucesso material. Sua coroa é vermelha e amarela,

mostrando força e inteligência.

V - O Sumo Sacerdote

Page 18: Curso Básico de Tarot

Autoridade, equilíbrio, inteligência, justiça, poder espiritual e dever moral.

É o grande pai da espiritualidade. Repare que ele parece estar orientando as duas figuras que

estão na parte inferior da carta. Sua coroa, além do vermelho e do amarelo, também tem o verde.

VI - O Namorado

Momento de escolha, liberdade, amor, união, beleza e perfeição, confiança, cautela e otimismo.

Aparece dividido entre duas mulheres. Não se sabe se elas são sua mãe e namorada ou uma

mulher mais jovem e outra mais velha. O seu corpo está voltado para a direita, mas sua cabeça

para a esquerda. Ele representa um momento de indecisão entre o novo e o velho ou entre o

arriscado e o seguro. Recomenda reflexão.

VII - O Carro

Equilíbrio, segurança, domínio, sucesso, triunfo, aproximação amorosa e realização.

É o símbolo do sucesso. Aparece como o senhor que controla os cavalos e sabe dar a direção

que quiser à sua vida. O Carro mostra que é necessário tomar as rédeas e controlar as forças

psíquicas para conduzir a vida ao caminho que nós escolhemos.

VIII - A Justiça

Austeridade, imparcialidade, integridade, disciplina, decisão e prontidão.

Significa o equilíbrio tanto na vida prática quanto na espiritual. Ela alerta para o senso de justiça

que todos devemos ter. O broto verde que aparece no canto esquerdo simboliza a esperança de

que a justiça seja feita.

IX - O Ermitão

Informação, sabedoria, paciência, discrição, conhecimento, estudo e prudência.

É a essência da sabedoria. Aquela que só se alcança com a experiência de vida. Seu manto azul

mostra que ele está recoberto de fé no seu conhecimento. A lamparina que traz na mão significa

a luz da verdade. O Eremita é bom e nos remete a busca do que há de mais sincero dentro de

nós.

Page 19: Curso Básico de Tarot

X - A Roda da Fortuna

Destino, mudança, ascensão, iniciativa e êxito. Quer dizer que o mundo gira e as coisas mudam.

O que hoje parece ser uma coisa, amanhã pode ser outra. Representa mudanças ou, muitas

vezes, aponta para o sucesso inesperado.

XI - A Forca

Inteligência, sucesso, magnetismo sexual, poder invencível, maturidade, domínio do "eu" e

harmonia. A mulher com expressão tranqüila consegue controlar o animal. Ela mostra que

precisamos dominar o lado instintivo, os impulsos, para que atuemos com mais suavidade e

beleza interior diante dos problemas.

XII - O Enforcado

Idealismo exagerado, abnegação, perfeição moral, hesitação, falta de vontade, traição e

abandono.

Repare que ele não está pendurado pela mão e sim pelo pé, e não parece estar sufocado. Pelo

contrário, tem uma expressão serena com as mãos nos bolsos, como se estivesse observando.

Isso quer dizer que, às vezes, temos que olhar as coisas por um outro ângulo para que posamos

compreendê-las. É necessário dar uma parada para ver se não estamos esquecendo de levar

algo em consideração.

XIII - A Morte

Transformação, renascimento, libertação dolorosa, mudança de país, cidade ou casa, lucidez

mental, insegurança financeira.

Como o nome não está no pé da carta e sim em cima, esse arcano não representa a morte, mas

a superação e a transformação para algo novo. Como é predominantemente bege, aponta para

mudanças no campo material. E, como as folhas caídas no chão do desenho, nós também temos

que derrubar algo de nossas vidas para dar espaço ao novo, assim fazem as árvores no outono.

XIV - A Temperança

Page 20: Curso Básico de Tarot

Equilíbrio, autocontrole, serenidade, harmonia, paciência e estabilidade.

É a virtude universal, que derrama a água do seu jarro azul ( o espírito) para o jarro vermelho( a

força) . Mostra a importância do equilíbrio interior, da moderação.

XV - O Diabo

Força misteriosa, egoísmo, sedução sem escrúpulos, sucesso por meios ilícitos e punição. Rege

as grandes forças instintivas, a sexualidade, o vigor físico e o poder de atração. Ele também é o

senhor do medo. Para se viver bem é preciso superar esse medo, conseguindo, então, dominar

nossos instintos.

XVI - A Casa de Deus

Destruição, dificuldade, presunção, orgulho, fracasso, vaidade, timidez e malogro.

Nesta carta, um raio aparece destruindo uma torre e fazendo com que as pessoas caiam. E é

isso que ele representa: a destruição de algo estabelecido. Mas, se você olhar com atenção, vai

notar que a queda não é mortal. E ela é a busca de algo novo. Após a destruição, o novo

aparece.

XVII - A Estrela

Esperança, inspiração criadora, otimismo, autocontrole, energia, satisfação.

Aponta para a realização dos ideais. São sete estrelas e uma grande no centro, representando a

concretização de algo que se deseja muito. Os jarros de água sendo derramada significam que

uma nova vida começa quando conseguimos realizar nossos ideais.

XVIII - A Lua

Obscuridade, advertência, forças ocultas, desilusão, entorpecimento e superficialidade.

É o nosso inconsciente, sempre apontando para as sensações mais profundas que, muitas

vezes, não conseguimos explicar e preferimos não ver. É preciso olhar para dentro e descobrir o

que nos faz sentir de determinada maneira ou o que nos mantém presos a uma certa situação.

XIX - O Sol

Page 21: Curso Básico de Tarot

Realização, felicidade, entusiasmo, sinceridade, prazer.

É a claridade que nos permite ver as coisas e perceber bem a realidade que estamos vivendo.

Ele traz segurança. Mas preste atenção nas crianças; elas mostram que quando estamos

transparentes, sem mistério, ficamos com a pureza infantil.

XX - O Julgamento

Renascimento, libertação, iluminação do caminho, sentimento de justiça, gênio inventivo,

revelação de desígnios ocultos e saúde física.

Remete ao apocalipse, onde os puros de alma se levantam ao som das trombetas. Repare que

os corpos são beges, mas seus cabelos são azuis, ou seja, suas mentes estão plenas de fé e

emoção. O Julgamento diz que temos que ir em busca do que há de mais puro em nós mesmos.

Encontrando o que restou de bom, podemos superar nossos problemas.

XXI - O Mundo

Sorte, recompensa, realização, finalização de obras, integridade e totalidade, encontro de amor,

lucidez, liberdade e felicidade.

É a realização plena e total. A carta mostra uma figura envolta numa guirlanda que começa azul,

passa pelo vermelho e chega ao amarelo. Isso quer dizer que, usando nossas emoções e nossa

força física, conseguimos alcançar a inteligência e a sabedoria. As quatro figuras que aparecem

nos cantos representam os quatro elementos da natureza que conferem equilíbrio ao mundo.

Representa a síntese de tudo que conhecemos.

O Louco

Isolamento, precipitação, loucura, confusão. É o único que não tem número. Por isso, mesmo

significa liberdade. Ele olha para o infinito e, com isso, mostra que a vida é muito mais do que

vemos e a felicidade pode estar além das aparências da vida cotidiana. Tem apenas uma

trouxinha com o essencial e, no entanto, tem uma expressão tranqüila. Isso quer dizer que muitas

vezes nos preocupamos com coisas superficiais e não percebemos o que é realmente

importante.

Método de leitura:

Page 22: Curso Básico de Tarot

Como tirar as cartas para si mesmo

Naturalmente, também se pode deitar as cartas para si mesmo. A maior dificuldade neste caso

está no próprio embaraço de fazer com que a apresentaçãodos próprios desejos corresponda à

pergunta ou excitação criada pela própria pergunta. Para anular tanto quanto possível estes

fatores de perturbação, há alguns métodos auxiliares que,claro, são muito úteis quando se deita

as cartas também para outras pessoas.

Se você estiver tenso, nervoso ou desesperado, e quiser saber exatamente agora como

continuará a situação que o colocou neste estado, talvez seja melhor pedir parav um amigo deitar

as cartas para você. Se isso não for possível, pratique primeiro alguns exercícios de relaxamento,

ou tente a meditação, que podem deixa-lo menos tenso. Se puder fazer sua pergunta com toda a

despreocupação e sem ater-se a esperanças profundamente arraigadas, tire das cartas dispostas

em leque as necessárias para o método que escolheu e coloque-as primeiro com a face voltada

para baixo em seusd lugares. Só quando todas as cartas estiverem deitadas, vire um apor uma e

observe cada uma delas a fim de abstrair a quintessência ( enviarei em breve explicação) .

Restrinja-se estritamente ao significado das cartas e dos lugares no sistema que escolheu, sem

tenter obrigar que tenham determinado sentido. Justamente em situações cáoticas as cartas

muitas vezes "recusam" a dar uma resposta clara sobre o curso dos acontecimentos. Nesses

casos, é melhor tentar de novo depois de um intervalo mais prolongado.

A quintessência - A soma das cartas

Em cada jogada ainda há a possibilidade de completá-la com uma observação adicional através

do resultado da quintessência. Para tanto, tire de todos os números da carta a soma transversal,

até obter um número de um só digito como no exemplo abaixo :

O Eremita = 9

A Papisa = 2

A Roda da Fortuna = 10

Page 23: Curso Básico de Tarot

Somando = 9+2+10= 21 = 2+1= 3

Este será o seu resultado final.

A soma final, é, então a quintessência o que significa a carta correspondente dos trunfos

principais de 1 a 9 que mostra o modo que você pode lidar imediatamente com este tema.

Resultados :

I- O caminho da influência e da força

Você dispõe da força para dominar ativamente o tema e tem grandes possibilidades de

influênciar o curso dos acontecimentos. Use sua influência e evite intrigas.

II- O caminho do amor, da paciência, da esperança, da prontidão e do conhecimento intuitivo.

Espere até as coisas estarem maduras. Seja paciente e fique de prontidão; sua intuição lhe

mostrará o momento certo para agir. Mas não se perca em devaneios e também não se

atormente pela dúvida.

III- O caminho do nascimento do novo e do crescimento.

Traga tudo que for novo à luz e deixe que cresça, crie novas situações, mude o visual, cuide de si

mesmo e observe a vida. Seja criativo e não se disperse . Aceite as mudanças.

IV- O caminho da ordem, da clareza e da realidade.

Comtemple a situação de modo realista. Faça uma arrumação. Crie relacionamentos francos;

concretize suas idéias e realiza-se. mas não se torne perfeccionista e evite a estagnação.

V- O caminho do conhecimento espiritual.

Page 24: Curso Básico de Tarot

Procure pelo significado profundo da situação. Procure a comunhão das coisas, que só

superficialmente parecem não poder ser unidas, Fique aberto para conselhos dado com boa

intenção. Tenha confiança : O grande sacerdote é a sua carta de proteção, e influenciará

positivamente no curso dos acontecimentos. Evite hipocrisias e beatices.

VI- O caminho do amor e da decisão

Reconheça sem preconceito seu parceiro, a sua tarefa, o seu caminho. Deixe cair todos os

preconceitos e aceite o outro ou a situação tal como se apresentam. Não se deixe orientar pelo

ciúme, mas também evite desistir do parceiro .

VII- O caminho da partida com toda a tranqüilidade.

Caminhe certo da vitória rumo à solução da sua missão. Comece imediatamente. Você tem a

força e a habilidade para dominar a situação , e a capacidade para vencer as contradições e os

conflitos. Mas evite o orgulho e a mania de grandeza.

VIII- O caminho da justiça e da objetividade.

Crie uma imagem tanto quanto possível imparcial da situação; então avalie-a com calma e pense

no que tem que fazer. Seja honesto, preste atenção para que todos os envolvidos conquistem os

seus direitos. Evite prejulgamentos, unilateralidades e fazer justiça com as próprias mãos.

IX- O caminho da reflexão e do ascentismo.

Recolha-se, introverta-se. Dê tempo a si mesmo, o tempo de que precisar para descritalizar tudo

o que for importante para você. Não se deixe influenciar pelas aparências exteriores, nem se

distraia. Concentre-se no seu objetivo. Evite rancor, amargura e medo do novo.

Pense : O que quero afinal ?

Page 25: Curso Básico de Tarot

TARÔ:

Saiba mais sobre o uso terapêutico desta tradição milenar

Usar o Tarô com uma finalidade terapêutica significa:

esclarecer e ajudar a resolver os medos, bloqueios e padrões de comportamento que limitam,

quando não impedem totalmente, a expressão espontânea do Ser e a realização pessoal.

Para poder trabalhar assim algumas questões precisam ficar bem claras:

1.A questão do destino. Somos os cozinheiros de nosso destino e em todo momento podemos

mudá-lo, pois este é a resposta ou reação do universo à nossos atos, omissões e pensamentos.

O Tarô é uma ferramenta para mudar o destino e não um intermediário entre o Todo-Poderoso

destino e o ser humano reduzido, assim a um expectador de sua própria vida. E justamente

mudar o destino para melhor, mudar nossas vidas é o objetivo do Tarô Terapêutico.

2. A questão da responsabilidade. Somos absolutamente responsáveis pela vida que temos e

esta compreensão, isto é, parar de jogar a responsabilidade (ou a culpa) de nossa situação nos

outros, no companheiro/a, nos pais, no chefe, no governo, etc. É o primeiro passo para mudar. A

felicidade e a fortuna são questões de escolha e não de sorte.

3. A questão do bem e o mal. O bem e o mal não são realidades absolutas. O que é bom para

uma pessoa hoje pode não ser amanhã. O que é ruim para mim pode ser bom para você. No

entanto, na visão do Tarô Terapêutico, a essência do ser humano é imaculada e a programação

involutiva.

4.Considerar o Tarô formado pelos:

Arcanos Maiores que são idéias ou arquétipos universais. A nível humano são estados de

consciência. As Figuras do corte são tipos de personalidade e também fenômenos da Natureza.

Page 26: Curso Básico de Tarot

Os Arcanos Menores ou expressões de nossa quaternidade: Os de Paus ou de Fogo

representam nossa expressão energética. Os de Copas ou de Água, nossa expressão emocional.

Os de Espadas ou de Ar, nossa expressão mental. Os de Discos (Pentáculos) ou de Terra, nossa

condição física e nossa abordagem material.

Assim estabelecemos um paralelismo entre a estrutura do Tarô e a do ser humano. Não é

qualquer sistema de leitura que nos vai permitir usar o Tarô com uma proposta terapêutica.

Sugerimos a leitura terapêutica, do mago ou astrológica.

*Veet Pramad é tarólogo

TARÔ:

Princípios básicos para quem quer saber o futuro nas cartas

Uma das grandes utilizações do Tarô, é o uso de suas lâminas como fonte de inspiração para

meditação, seja como Yantras (mantras visuais) ou Mandalas pessoais, de forma que cada

lâmina inspire mergulhos interiores cada vez mais ricos.

Quanto ao baralho, ele diz que podemos usar diversos, sendo que grandes desenvolvimentos

são propostos pelo uso do Tarô de Crowley (ou Livro de Thot) e o Tarô de Mme. Cada uma de

suas lâminas ou Yantras (mantras visuais) apresenta um grupo de símbolos que, vistos como

conjunto, representam um sistema de energias que a humanidade está presente como um todo,

com seu eterno registro de idéias e pensamentos.

Tradicionalmente, esses baralhos dividem-se em Arcanos Maiores e Menores, apresentados de

forma separada ou como síntese. Há também no Tarô, assim como nos baralhos modernos, a

divisão em quatro naipes: espadas, paus, copas e ouros. Cada naipe representa um dos quatro

elementos da natureza: ar, fogo, água e terra, respectivamente.

Page 27: Curso Básico de Tarot

Na 1ª meditação, importante é que o praticante entenda que não há uma maneira certa de usar

as lâminas, sendo que o melhor dos métodos é aquele que emerge de si como numa inspiração.

Inicialmente, o praticante deve misturar as cartas e olhar lentamente o baralho, lâmina por

lâmina, separando em um monte aquelas pelas quais experimenta forte atração ou aquelas que

provoquem alguma sensação desagradável.

Em seguida, deve olhar novamente as cartas que o atraem, e guardar mentalmente seus nomes,

pois essas serão as cartas que irão ajudá-lo em suas meditações iniciais.

Com o passar do tempo, a prática continuada, vai fazer com que a sua sensibilidade se

aprofunde e mude sua reação ao simbolismo de certas lâminas.

A relação com o Tarô deve ser de amor e amizade. O local não deve ser confuso nem ruidoso, e

sim calmo, transmitindo paz e sossego. Se necessário, o praticante pode usar música relaxante e

incenso. As roupas devem ser livres e arejadas.

Tomadas essas providências iniciais, poderá começar a prática. É recomendado, também,

manter as seguintes regras de postura: costas eretas, o rosto e o restante do corpo

descontraídos.

Após encontrar a posição correta, deve o praticante olhar a carta ou a(s)cartas eleita(s). Também

não deve pensar nas imagens. Deve deixar que seu Eu interior, seu mentor ou guia espiritual

interno trabalhe a imagem enquanto descansa.

Dependendo de cada pessoa e do poder de concentração, a mente se enche de pensamentos,

sendo alguns diretamente ligados com símbolos do Tarô. Outros, podem não fazer sentido. Isso é

normal. São obstáculos que serão vencidos com a prática, bem como sons ambientes. Vencer

isso é um passo para atingir a clarividência e a consciência cósmica.

O Tarô foi, durante muito tempo, identificado como uma superstição; mas estudiosos como

C.G.Jung descobriram nas lâminas do Tarô alguns arquétipos fundamentais da humanidade.

Experimentamos, em nosso dia-a-dia, os arquétipos do Tarô, como: o orgulho do Imperador; a

Page 28: Curso Básico de Tarot

intuição da Papisa; a organização da Imperatriz; a sabedoria do Eremita; o amor dos

Enamorados; a desorientação do Louco; o equilíbrio do Papa; a fé e esperança da Estrela; enfim

todas as nossas dúvidas, certezas, afetos e experiências estão relacionados com esses símbolos

contidos no Tarô. Assim estudar, trabalhar e consultar com o Tarô é se aprofundar na psique

humana, conhecer nossa natureza mais íntima. E conhecendo nossa natureza, damos o primeiro

passo para aprimorar nossas qualidades, corrigir nossos defeitos e psicologicamente termos

domínio de nós mesmos. Com o Tarô, conseguimos nos libertar dos medos e inseguranças que

nos afligem, nos amarram e que nos impedem de usar o melhor de nossas potencialidades. O

Tarô é, portanto, um instrumento psicológico, que nos guia para o autoconhecimento.

TARÔ E PSICOLOGIA

Observando por um ângulo mais audacioso, podemos perceber que as cartas do tarô estão

ligadas também a alguns tópicos da psicologia, uma vez que podem subsidiar aconselhamentos

e avaliações neste âmbito, não desprezando a questão das verdades espirituais. Seu simbolismo

tanto pode servir a um ponto de vista quanto a outro. Carl Jung reconheceu abertamente que o

tarô tem suas origens nas imagens dos arquétipos do inconsciente coletivo, e elaborou um

estudo sobre isto. Ainda, segundo o depoimento do Dr. Liz Greene " as cartas do tarô refletem a

direção e as motivações mais profundas do inconsciente.

ORIGENS DO TARÔ

As origens do tarô são ainda obscuras, as cartas mais remotas parecem ter origem no século

XIV, na Europa. Os desenhos das cartas fascinavam os artistas, historiadores da arte e

investigadores do ocultismo, além de intrigá-los com o poder de suas imagens simbológicas. No

entanto, não se deve desconsiderar a influência do "Livro Thot" do Egito, em relação à

simbologia.

O TARÔ DE MARSEILLE

O tarô de Marseille, assim como muitos outros tarôs (cigano, boêmio, egípcio, astrológico, etc.) é

composto de 22 cartas, ricas em símbolos alegóricos, as quais chamamos "arcanos maiores".

Page 29: Curso Básico de Tarot

Essas diferentes lâminas são ordenadas num esquema evolutivo que ilustra as variadas etapas

emocionais e materiais que o homem pode experimentar em sua vida. Este caminho começa com

a carta n.º 1 , o Mago, que representa a iniciativa, e termina com a carta n.º 21, o Mundo, que

representa a plenitude. A 22a. carta, o Louco, é uma nova viagem que tem a ver com uma outra

dimensão. O tarô de Marseille é tido como o jogo mais tradicional ao longo dos tempos.

Todos os homens, qualquer que seja sua cultura ou civilização, compartilham das mesmas

emoções comuns, passam pelas mesmas provações e conhecem as mesmas contradições.

Todos eles se autoquestionam, todos procuram saber de que será feito o amanhã. E,

naturalmente, cada civilizaçao oferece meios divinatórios peculiares, com mais ou menos êxito,

de aliviar essas dúvidas. O I Ching e o tarô de Marseille são, sem dúvida, os dois meios com

maior comprovação de sucesso e também os mais praticados.

O futuro é o resultado de nossa ação presente, a conseqüência dos atos que se desenvolvem na

situação atual. A dificuldade reside no fato de perceber e compreender os signos do presente,

que permitirão uma determinada previsão do que está por vir. Tais signos são captados e

memorizados pelo subconsciente. Tudo está escrito aguardando ser decifrado. Por essa razão,

faz-se necessário o uso de uma linguagem que permita a tradução desses signos, a

compreensão da natureza das informações contidas no presente.

O tarô de Marseille é uma linguagem suficientemente rica para responder aos imperativos da vida

e servir de método prognóstico, mas não adivinhatório. Como toda linguagem, também possui

seus limites e por vezes precisa de práticas suplementares para sua elucidação, como o I Ching

e estudos astrológicos, por exemplo. Assim como um espelho que reflete a imagem que o olha, o

tarô exprime o estado de nossas fontes internas e do nosso potencial diante das situações de

impasse. Ele permite melhor compreender os elementos do presente e, por conseguinte, prevenir

o porvir.

O louco

Começos

O Mago

Ação

Consciência

Sacerdotisa

Contemplação

Intuição

Imperatriz

Materialismo

Abundância

Imperado

Paternalismo

Estrutura

Page 30: Curso Básico de Tarot

Espontaneidade

Loucura Aparente

Concentração

Poder

Potencial

Mistério

Sofisticação

Natureza

Autoridade

Austeridade

Hierofante

Educação

Crença Sistematica

Conformidade

Identidade grupal

Enamorados

Relacionamento

Sexualidade

Convicções Pessoais

Escolha de Valores

Carro

Vitória

Força de Vontade

Determinação

Auto-controle

Força

Força

Paciência

Compaixão

Controle

Eremita

Introspecção

Procura

Orientação

Solidão

Roda da Fortuna

Destino

Mudanças

Movimento

Visão Pessoal

Justiça

Justiça

Responsabilidade

Decisão

Causa e Efeito

Enforcado

Lassidão

Regressão

Pendências

Sacrifício

Morte

Fim

Transição

Eliminação

Forças Inexoráveis

Temperanç

Temperança

Equilíbrio

Saúde

Conciliação

Diabo

Extremos de paixão

Materialismo

Ignorância

Desilusão

Torre

Mudança Súbita

Libertação

Quedas

Revelação

Estrela

Esperança

Inspiração

Generosidade

Serenidade

Lua

Medo

Ilusão

Imaginação

Deslumbramento

Sol

Luz

Grandeza

Vitalidade

Segurança

Julgamento

Julgamento

Renascimento

Avaliação

Mundo

Integração

Cumplicidade

Envolvimento

Page 31: Curso Básico de Tarot

Perfeição Realização

O Tarô, um mapa de desenvolvimento cognitivo III

A Psicologia Analítica e Estrutura Simbólica

Com sua origem misteriosa e seus diversos enfoques, o Tarô é um múltiplo quebra-cabeça de

referências, seja na sua técnica ou na sua história. Estudá-lo é, sobretudo, estudar-se. Os livros,

apesar de importantes, são absolutamente secundários. O principal é entrar em contato direto

com os arquétipos, é utilizá-los mentalmente como conceitos e sentir sua força viva na realidade

quotidiana. Porém, para iniciar seus estudos teóricos é aconselhável começar a ler os trabalhos

de psicólogos e pensadores acadêmicos, que recentemente passaram a se interessar pelos

arquétipos das cartas, ao invés de enfrentar os complicados clássicos do ocultismo.

Neste sentido, ‘Jung e o Tarô’, da já citada Sallie Nichols, e ‘A meditação dos Guias Interiores’

são obras bastantes proveitosas (8). O enfoque de Nichols é particularmente recomendável pois

escapa do emaranhado teórico das intermináveis discussões sobre a associação das cartas com

outros sistemas simbólicos em que os ocultistas se perderam e apresenta uma série de

referências culturais e literárias para caracterizar cada arquétipo. Em contrapartida, sua principal

desvantagem é que ela acaba caindo involuntariamente em um dos sistemas de

correspondência, quando diviniza O Louco e vê O Mago como um ‘embusteiro mercuriano’ e não

como o arquétipo do Pai e da Unidade Primordial. Associando o Tarô à técnica da imaginação

criativa e ao psicodrama, a meditação dos Guias Interiores é um método simples e fascinante de

transformação dos diferentes aspectos arquetípicos da personalidade, deduzidos a partir das

quadraturas e oposições astrológicas do mapa natal. Infelizmente Steinbrecher também

apresenta a mesma deficiência de Nichols, pois utiliza as correspondências crowleyianas em

detrimento de outras possibilidades.

Distantes da discussão esotérica travada entre os ocultistas continentais e anglo-saxões sobre

se a unidade primordial da força uraniana deve ser representado pelo número um ou pelo zero,

muitas outras contribuições vêm enriquecendo o estudo do Tarô no campo da psicologia

Page 32: Curso Básico de Tarot

analítica, algumas bem práticas (9), outras ‘amplificando’ o enfoque junguiano com as diferentes

associações ocultistas, como é o caso do excelente livro da Dra. Irene Gad (10) - lançado há

pouco tempo no Brasil.

Talvez a principal contribuição indireta da Psicologia Analítica ao estudo simbólico do Tarô seja

do próprio Jung, principalmente na sua Interpretação psicológica do dogma da Trindade, onde se

tetêm sobre o papel desempenhado pela Virgem Maria em relação à simbologia cristã. Neste

trabalho, Jung apresenta pela primeira vez a noção de que a estrutura quaternária é universal e

funciona como um símbolo estruturante da psiquê e do inconscinete coletivo. No Brasil, destaca-

se também o trabalho desenvolvido pelo psicólogo Carlos Byington (11), que durante muitos anos

problematizou a questão do quaternário como símbolo estruturante, aplicando-o `a história e à

psicoterapia .

Como vimos Eliphas Levi e Aleister Crowley, encabeçando os dois maiores movimentos

ocultistas modernos, propuseram diferentes associações entre as linguagens simbólicas do Tarô,

da Cabala e da Astrologia. Porém, ambos sistemas de associações se basearam na semelhança

genérico de seus elementos ou nas mesmas correspondências estruturais:

1 - A equivalência dos 22 Arcanos Maiores às letras hebraicas e aos caminhos da Árvore da

Vida. Segundo os ocultistas estes arquétipos surgiram devido à “queda” da Humanidade,

entendendo por ‘queda’, não apenas a expulsão de Adão e Eva do Éden ou o fim catastrófico das

civilização de Atlântida e Lemúria, mas sobretudo “uma deterioração de um estado superior de

convivência entre homens dotados de poderes psíquicos para as sociedades mais instintivas e

para a percepção meramente sensorial da realidade”. Assim, o sonho de uma Utopia Social, uma

forma de organização social perfeita, sem os conflitos, os desejos e as desigualdades

caracterizados pelos arquétipos dos Arcanos Maiores, é um retorno a este estado de consciência

coletivo da Humanidade, ao ‘nirvana coletivo’ primordial. Este sentimento de unidade que

ultrapassa a simples harmonização das relações sociais e o equilíbrio político entre os diversos

grupos que formam uma sociedade para introjetar psicologicamente em cada indivíduo como

uma necessidade de comunhão universal, como um desafio de reconquista do paraíso perdido,

como um Desejo de União.

Page 33: Curso Básico de Tarot

2 - A identidade das l6 cartas de figura às relações do quaternário elevado ao quadrado, ao

Tetragrama Sagrado, o ‘IHVH’, símbolo estrutural do universo. Aqui o Desejo de União ultrapassa

os problemas do mundo para se consolidar como um casamento de pólos simbólicos opostos e

como uma busca de uma identidade mais profunda, de um nível de autoconhecimento que

permita o reencontro com à Alma Gêmea. Na tradição judaico cristã, este reencontro aparece no

Cântico dos cânticos, onde a noiva (Israel) espera pelo noivo, o Messias; nas Epístolas

Paulíneas, a noiva é a Igreja e o noivo, o Cristo; já na poesia mística de San Juan de La Cruz, o

noivo é o espírito e a noiva, a alma e o corpo. Para os ocultistas, as dezesseis cartas de figura

representam as relações entre os quatro mundos cabalísticos (Ouros, Espadas, Copas e Paus) e

os quatro corpos do Eu Inferior (Rei, Dama, Cavaleiro e Valete). Para os cartomantes, as cartas

de figura representam relações interpessoais nos quatro níveis de atividade: material, mental,

emocional e espiritual.

3 - A Associação das 40 cartas numeradas aos quatro mundos cabalísticos e a estrutura decimal

da Árvore da Vida. Já as quarenta cartas numeradas representam as relações transpessoais,

aquelas que dizem respeito à compreensão que se tem do Universo e do seu desenvolvimento

nos quatro planos de atividade. O número quarenta representa a totalidade da existência e da

experiência humana. Os períodos medidos por este número são freqüentes na tradição judaico-

cristã: os 40 dias do dilúvio de Noé, os 40 anos durante os quais os israelitas erraram pelo

deserto, os 40 dias que Moisés passou no Sinai, os 40 dias do jejum de Cristo, entre outros.

Todas essas experiências têm o mesmo significado: um período de reflexão sobre a totalidade da

existência, a consciência exilada acima e além da manifestação. O Desejo de União neste nível

não se refere a realização da Utopia Social ou da felicidade, mas sim à reintegração mística com

Deus às viagens empreendidas por Dante, Enoch e pelos místicos sufis através dos palácios

celestiais que antecedem o Trono do Altíssimo onde Criador e Criatura se encontrarão frente a

frente.

Podemos, portanto, dizer que o Tarô esboça uma cartografia completa da psique humana,

subdividindo suas cartas em 3 grupos distintos, representando 3 ‘profundidades’ do Inconsciente:

22 Arcanos Maiores Relações Pessoais

16 Cartas de Figura Relações Interpessoais

Page 34: Curso Básico de Tarot

40 Cartas Numeradas Relações Transpessoais

No livro-jogo A Estrada Iluminada desenvolvi e aprofundei a discussão sobre o significado destes

três níveis do inconsciente, bem como do conteúdo simbólico de cada uma das 78 cartas do

baralho tradicional. O leitor interessado em conhecer mais sobre o assunto encontrará nele um

subsídio precioso para aprofundar seu domínio sobre a linguagem arquetípica (12).

Neste breve artigo, em que resumimos as idéias do primeiro trabalho, A Estrada Iluminada,

gostaríamos ainda de ressaltar a importância do número quatro no sistema simbólico do Tarô de

uma outra forma e, ao mesmo tempo, expor uma maneira fácil de colocar as cartas ou de

manipular mentalmente os arquétipos. Trata-se da colocação quaternária, também conhecida

como Quadrilho, que consiste em manter fixos os primeiros quatro Arcanos Maiores (O Mago, A

Papisa, A Imperatriz e O Imperador) como um modelo estrutural das relações e considerar todas

as cartas restantes em função do significado destes quatro arquétipos fundamentais. Estes

quatro arquétipos fundamentais constituem cerca de 75% da atividade psíquica, representando

os principais padrões de troca afetiva da maioria das pessoas. Esses arquétipos podem estar

involuntariamente projetados em diversos objetos e pessoas: o Pai, por exemplo, costuma ser

projetado no Estado; a Mãe, na escola, na igreja ou na instituição de onde se tira o sustento; não

é raro projetar a Imperatriz na própria casa e o Imperador é freqüentemente associado às

atividades empresariais e a seus protagonistas. A este fenômeno, os psicólogos chamam

‘transferência’.

O MAGO nos mostra como nos relacionamos

com o Arquétipo do Pai, seja no nível biológico,

no psíquico ou no espiritual. No nível biológico,

ele representa não apenas a relação de cada

um com seu progenitor genético, mas também

a relação de cada um com seus filhos e

enteados. No nível psicológico, este ‘Eu-Pai’

funciona como um superego, estabelecendo

regras e princípios - sem o uso de métodos

coercitivos ou tirânicos como propôs Freud -

A PAPISA encarna o Arquétipo da Mãe. Sua

associação astrológica é a Lua e seu poder

também se estende pelos níveis biológico,

psíquico e espiritual de forma semelhante ao

Arquétipo do Pai. O ‘Eu-Mãe’, no entanto,

funciona como um superego feminino que se

preocupa prioritariamente com a nutrição e com a

reprodução, enquanto o ‘Eu-Pai’ prioriza a

produção e a criatividade. Ao observar o lado

materno de alguém, devemos procurar imaginar

Page 35: Curso Básico de Tarot

mas sim com um ‘duplo’ do Ego, um reflexo

idealizado do Eu Superior. O ‘Pai tirânico’ do

superego edipiano da psicanálise é apenas

uma distorção de nossa civilização falocrata de

um ‘Pai normativo’. A prova maior desta

afirmação é o fato deste arquétipo, em seu nível

espiritual, ser associado universalmente ao Céu

e a energia uraniana, em diferentes culturas.

as relações desta pessoa com sua ‘mãe-inteior’ a

partir de sua educação: a forma de comer, de se

vestir, de se comportar em grupo, etc., Esta

características das funções de manutenção leva o

arquétipo a, muitas vezes, ser involuntariamente

projetado em instituições escolares ou que

provenham o sustento e a vida, seja uma fábrica

ou a própria Natureza.

A IMPERATRIZ também evoca nosso aspecto

feminino, embora sem as características

maternas. Aqui trata-se da esposa, da filha, da

mulher propriamente dita. É a ‘alma gêmea’, a

‘anima’, a ‘companheira ideal’ que polariza os

imaginários masculinos e é, também, a

identidade venusiana das mulheres, sua

‘natureza’. Pode freqüentemente representar a

esfera da vida doméstica ou estética

desenvolvida pela imagem de cada um - pois

ambos os sentidos são projeções do feminino.

Podemos dizer que a Imperatriz é o ‘ego-

feminino’.

O IMPERADOR corresponde ao ‘ego-masculino’ e

representa as idéia de autoridade, hierarquia e

obediência que caracterizam a identidade dos

homens e, sob o prisma feminino, representa ‘a

alma gêmea’, o ‘animus’ ou a ‘cara-metade’.

Muitas vezes assume a forma do Arquétipo do

Herói. Mas, o fundamental deste arcano se

encerra na idéia de administração, da capacidade

de tomar decisões e de realizá-las. Por ser este

‘gerente da personalidade’, o Imperador é

constantemente associado à vida profissional e ao

poder político.

Ao localizar a existência dessas projeções ou transferências em relação aos arquétipos do Pai,

da Mãe, do Outro-sexo e do Ego, a pessoa estará dando um importante passo em direção ao

autoconhecimento, pois entenderá como funcionam os principais padrões de troca afetiva de

seus relacionamentos. Aliás, para os iniciantes interessados em manipular o baralho do Tarô, o

melhor modelo de colocação de cartas talvez seja justamente esse: manter fixos os quatro

primeiros arcanos maiores, sorteando dentre o resto das cartas, quatro lâminas, uma para cada

arquétipo fundamental. Este modelo tanto pode ser utilizado com os dezoito Arcanos Maiores

restantes como também com os cinqüenta e seis Arcanos Menores .

A Cabala e o Ocultismo

Page 36: Curso Básico de Tarot

Enquanto Gebelin e Etteilla procuravam zelosamente provar a origem egípcia das cartas do

Tarô, Eliphas Levi acreditava que elas fossem um alfabeto sagrado e universal, presente nas

culturas grega, egípcia e hebraica. Eliphas Levi, pseudônimo do padre Alfonsé Louis Constant,

interessou-se pelo Tarô em l856 e associou os Arcanos Maiores às 22 letras do alfabeto

hebraico. Além disso, Levi associou também os quatro naipes aos quatro mundos cabalísticos,

relacionando as suas dezesseis cartas de figura ao Tetragrama Sagrado - o ‘IHVH’- e as suas 40

cartas numeradas às 10 Sephiroth de Deus, expressos na Árvore da Vida.

As dez Sephiroth - plural de Sephirah - são esferas de energia em que a manifestação se

desenvolve. Cada Sephirath está contida na anterior e contém, em si, a possibilidade da próxima

Sephirath. Assim, todo universo repousa em latência em Kether, e dentro dele emana outro

círculo, Chokmah, que apesar de contido no primeiro, se opõe a ele, gerando um terceiro, Binah,

que está contido nos dois anteriores. Temos, portanto, uma série de círculos concêntricos, uns

dentro dos outros, mantendo uma relação de polaridade em função à esfera anterior que o

engloba e em função à que contém em seguida.

A Árvore da Vida

Kether - A Coroa, onde o Incognicível se manifesta como uma luz extática e apolar, a chama

eterna da vida, o centro de todos os círculos. O ponto.

Chokmah - A Sabedoria, corresponde à luz que entra em movimento e se torna uma força cinética.

É representado geometricamente pela reta ou pelo círculo.

Binah - A Inteligência, onde a força encontra resistência ao seu movimento e gera a forma,

representada pelo triângulo ou pelo prisma.

Cheseed - A Bondade, esfera onde, equilibrando as restrições impostas pela forma, a

manifestação se realiza através da misericórdia divina. Essa esfera é simbolizada pelos deuses

jupiterianos, como Zeus e Xangô.

Geburah - A Severidade, esfera onde a força, seja física ou moral, se manifesta com energia e

impetuosidade. É simbolizado pela Espada e pelos deuses guerreiros, como Ares e Ogum.

Tiphareh - A Beleza, esfera que harmoniza a contradição ética entre a severidade e a clemência.

Ela é geralmente representada pelos deuses solares e redentores, que se sacrificam em benefício

Page 37: Curso Básico de Tarot

ao Todo.

Netzach - A Eternidade, esfera que representa os sentimentos e os instintos, o fogo sexual, a

segunda luz, o planeta Vênus e, microcosmicamente, o corpo astral, reflexo do mundo da criação.

Hod - A Reverberação, esfera que representa o pensamento consciente e a mente concreta, o

planeta mercúrio, e é um reflexo microcósmico do mundo da formação.

Yesod - O Fundamento, esfera que representa a Lua e a essência da vida orgânica, o duplo-

etéreo, o reflexo do mundo arquetípico.

Malkuth - O Reino, esfera que representa a essência inorgânica da materialidade, a imagem

sensorial da realidade, o planeta Terra, o corpo físico concebido dentro do mundo material.

Enquanto as três primeiras Sephiroth - Kether, Chokmah e Binah - formam um conjunto

denominado macroprosopos, formada pelas Três Causas Primárias; as outras sete Sephiroth, por

sua vez, formam o microprosopos e expressam as Sete Causas Secundárias. Imaginemos que

desejamos fazer um bolo. Este motivo, quando vem à mente, eqüivale à primeira tríade, onde

Kether representa o desejo, Chokmah, à idéia, e Binah, a sua imagem formal. Porém, o bolo só

sairá da imaginação para a realidade se cruzar o abismo, chegando ao sétimo nível de

materialização: Cheseed corresponderá à escolha dos ingredientes; Geburah, ao esforço

necessário à preparação da massa; Tiphareh, ao equilíbrio entre a quantidade dos ingredientes e

sua correta preparação; Netzach, ao toque artístico necessário e à intuição; Hod, às instruções

técnicas da receita; Yesod, ao cozimento no forno; e, finalmente, Malkuth, à forma final do bolo, à

sua materialidade. Os cabalistas analisavam todos os fenômenos à luz destes critérios,

reduzindo-os sempre aos mesmos elementos, as esferas da manifestação.

Além destes processos descendentes e materializantes que baixam da luz ketheriana para

concretude de Malkuth, a que se chama criativos; existem os processos evolutivos, que partem

da matéria em busca de uma realidade mais sutil. A serpente kundalínica da Árvore da Vida

representa este duplo circuito dos processos criativos e evolutivos. As Sephiroth ou esferas de

manifestação funcionam como ‘transistores’ deste circuito, unidades que recebem e emitem

energia transformando suas características. Outras versões associam a Árvore à imagem do

Adão Kadmo, onde cada Sephiroth corresponde a uma parte do corpo, estabelecendo uma

relação entre o micro e o macrocosmo. A tríade formada por Kether, Chokmah e Binah, por

exemplo, corresponde à cabeça. Em seguida, formando um triângulo invertido, Geburah,

Page 38: Curso Básico de Tarot

Cheseed e Tiphareh representam os dois braços e o plexo solar. As pernas, o sexo e o centro de

gravidade, por sua vez, são associados as Sephiroth Netzach, Hod, Yesod e Malkuth.

A Árvore da Vida é um diagrama da estrutura do universo, um eixo sobre o qual se organizam os

diversos níveis da manifestação. A árvore, no entanto, não forma um sistema fechado; ela é um

método ou uma chave analógica para decifrar outros sistemas simbólicos. Suas

correspondências, no entanto, além de infinitas, muitas vezes são contraditórias, uma vez que

permite diferentes associações e analogias incompatíveis entre si, mas ‘verdadeiras’ do ponto de

vista psicológico. O principal benefício da proposta do padre-ocultista foi a instituição da árvore

como um ‘centro’, um eixo vertical de associações de todos os arquétipos. Segundo esta lógica,

as cartas-letras correspondem aos 22 caminhos que interligam as dez esferas de manifestação

da Árvore, representando todas as experiências subjetivas possíveis. Além disso, Levi discutiu

exaustivamente o símbolo quaternário e sua relação com a estrutura decimal. Para ele, as

quarenta cartas numeradas representam a involução do Universo como um processo de quatro

fases e dez agentes. O Universo está se desenvolvendo em quatro ‘níveis de densidade’ da

manifestação, em quatro estágios progressivos de materialização do sutil no denso. Em cada

nível, há dez ‘degraus’ ou agentes. Assim, além da árvore principal dos 22 caminhos, Levi propôs

a existência de mais quatro: a árvore das dez emanações arquetípicas, a árvore dos dez

arcanjos, a árvore das dez falanges angélicas e a árvore dos dez astros do sistema solar.

O pensamento ocultista

No entanto, cabe observar que, embora desde Levi os ocultistas nunca mais tenham deixado de

admitir a interdependência entre o Tarô e a Cabala, a verdade é que, além de um não se

encaixar perfeitamente ao outro, não existem quaisquer provas históricas desta ligação. O fato é

que não existe um consenso sobre a correspondência entre as duas linguagens simbólicas e que,

adicionando-se as associações com a astrologia, a discussão dos ocultistas se transformou em

uma verdadeira babel de imagens sem que nenhum autor tenha conseguido o ‘feito’ de

estabelecer um sistema de analogia perfeito. Pode-se distinguir duas grandes correntes do

ocultismo que defendem associações diferentes entre o Tarô, a Cabala e a Astrologia: os

seguidores de Eliphas Levi, também conhecidos como ocultistas continentais, e os adeptos do

Page 39: Curso Básico de Tarot

sistema desenvolvido pela ordem Golden Dawn e aperfeiçoado por Aleister Crowley, também

chamados de ocultistas anglo-saxãos.

O primeiro grupo - que conta com os nomes de Oswald Wirth, Stanislau Guaita, Gerald

Encausse (Papus) e G. O. Mebes - se caracteriza pela associação da carta do Louco à letra

hebraica Shin e ao trigésimo primeiro caminho da Árvore da Vida. O pensamento deste grupo foi

hegemônico até o final do século passado. Neste século, no entanto, o Tarô se desenvolveu e

popularizou bastante devido ao surgimento da ordem ocultista Golden Dawn, fundada por

McGregor Master e W. Wynn Westcott. A principal característica deste grupo é a associação do

Arcano do Louco à letra Aleph e ao décimo primeiro caminho da árvore. Seguindo este princípio,

Sir Charles Waite e Aleister Crowley, os dois maiores expoentes da ordem, foram responsáveis

por belos tarôs e por uma vasta obra teórica (5).

Crowley, talvez o mais polêmico ocultista de todos os tempos, ampliou bastante as

correspondências simbólicas do Tarô e da Cabala com outros sistemas como a Astrologia, o I

Ching, perfumes, cores, objetos mágicos, lançando as bases da feitiçaria moderna. Mesmo

discordando de seus rituais e do seu comportamento excêntrico e macabro, a maioria dos

pensadores que sucederam Crowley adotaram seus sistema de correspondência, expressas no

seu livro ‘777’. Este grupo de autores é predominante atualmente e conta com nomes como os

Dion Fortune, Allan Watts, Gareth Knigth, Israel Regardie e Robert Wang, entre outros. Além

desses dois grandes grupos de ocultistas, também existem autores independentes que defendem

seus próprios sistemas de associação, como Paul Foster Case e o misterioso ‘Zain’ do Templo da

Luz, que adota o critério cromático em seu sistema.

As hipóteses sobre a origem da Cabala adotadas pelos ocultistas não são menos delirantes que

as do Tarô. Para uns, ela foi ensinada pelos anjos aos homens para que eles conseguissem

voltar ao Paraíso Primordial. Para outros, ela foi recebida por Set, o terceiro filho de Eva, ou

Enoch, Abraaão e Melkisedk. Há também versões de que ela diretamente ditada por Jeová a

Moisés, durante sua permanência, por quarenta dias, no monte Sinai.

Do ponto de vista historiográfico, no entanto, sabemos que a Cabala, como tradição oral do

misticismo hebraico, data da época do segundo cativeiro babilônico, sendo uma espécie de

adaptação do simbolismo astrológico dos caldeus ao monoteísmo judaico. Podemos inclusive

Page 40: Curso Básico de Tarot

desconfiar de que a Árvore da Vida é uma interpretação axial do símbolo do Eneagrama

mesopotânico. Por muitos séculos, a Cabala foi transmitida oralmente como um tipo de exegese

mística do Torah até que, por volta do ano 100 d.C., surgiram o Sepher Yetzirah e o Zohar.

Desde então, a Cabala teve vários ciclos distintos dentro da tradição judaica, com características

bastantes diferentes (o ciclo mágico da Floresta Negra, o ciclo filosófico-especulativo da Espanha

no Século XII, o ciclo monástico de Safed dirigido por Isaac Luria), mas só se popularizou quando

foi apropriada e deformada pelo pensamento ocultista.

Diante desta popularização distorcida promovida pelos movimentos ocultistas, nada mais normal

do que os estudiosos da Cabala ligados ao judaísmo protestassem com veemência. Para a maior

autoridade historiagráfica da Cabala Hebraica neste século, Gershom Scholem, por exemplo:

(...) “as atividades dos ocultistas franceses e ingleses foram inúteis e serviram apenas para gerar

uma grande confusão entre os ensinamentos da Cabala e suas próprias invenções, tais como a

suposta origem cabalística das cartas do Tarô”. (6)

Tentando salvaguardar a associação das duas linguagens simbólicas, Robert Wang tentou

responder às objeções de Scholem, afirmando que há uma Cabala Hebraic

TARÔ (TAROT)

Uma das grandes utilizações do Tarô, muito usada em antigas

civilizações, bem como no mundo atual por aquelas que mantém suas

tradições vivas, como alguns povos orientais e os indianos, é o uso de

suas lâminas como fonte de inspiração para meditação, seja como

Yantras (mantras visuais) ou Mandalas pessoais, de forma que cada

lâmina tome-se uma valiosa peça, inspirando mergulhos interiores cada vez mais ricos. Também

pode ser usado, segundo o tarólogo e astrólogo, Antonio Zanon Melo, todo o baralho em cada

seção, um baralho diferente de cada vez ou uma mistura de baralhos, essa última em estágios

mais adiantados.

De qualquer forma o mergulho na alma é cada vez mais intenso - afirma ele. Com a evolução

nessa meditação, símbolos que passaram desapercebidos passam a compor um novo sentido.

Page 41: Curso Básico de Tarot

Quanto ao baralho, ele diz que podemos usar diversos, sendo que grandes desenvolvimentos

são propostos pelo uso do Tarô de Crowley (ou Livro de Thot) com sua infinidade de símbolos

mágicos e do Tarô de Mme. Indira, que traz em si a herança da antiga ciência do "Mahabbarata",

ciência que presenteia ao dono desse Tarô, pelo simples fato de manipulá-lo e usá-lo sempre junto

a si, paz interior e serenidade, sendo ainda excelente para o desenvolvimento da clarividência e da

mediunidade latentes.

Essa meditação - acrescenta - permite ao seu praticante sair de seu universo limitado pelos

cinco sentidos e ver o futuro com lucidez e clareza. Importante é que cada uma de suas lâminas ou

Yantras (mantras visuais) apresenta um grupo de símbolos que, vistos como conjunto,

representam um sistema de energias em que a humanidade está presente como um todo, com seu

eterno registro de idéias e pensamentos (Akashico), assim como Hecate com todo o mal do

mundo.

Zanon diz que, tradicionalmente, esses baralhos dividem-se em Arcanos Maiores e Menores,

apresentados de forma separada ou como síntese. Há também no Tarô, assim como nos baralhos

modernos a divisão em quatro naipes: espadas, paus, copas e ouros. Esses naipes representam

os quatro elementos, respectivamente: ar, fogo, água e terra.

Na 1ª meditação - explica - importante é que o praticante entenda que, para essa finalidade,

não há uma maneira certa de usar as lâminas, sendo que o melhor dos métodos é aquele que

emerge de si como numa inspiração (Escola Interna, o aprendizado com com o mentor ou guia

espiritual Interno). Então, inicialmente, deve o praticante misturar as cartas e olhar lentamente o

baralho, lâmina por lâmina, separando em um monte aquelas pelas pelas quais experimenta forte

atração, bem como em outro, aquelas que provocam urna sensação desagradável. Deve, então,

novamente olhar as cartas que o atraem e guardar mentalmente seus nomes, pois essas serão as

cartas que irão ajudá-lo em suas meditações iniciais. Também devem ser registradas as lâminas

que não o agradaram nessa vista.

Segundo Zanon, com o passar do tempo, prosseguindo na prática continuada com as lâminas,

sua sensibilidade irá mudar sua reação ao simbolismo de certas lâminas. Dai, sua relação com o

Tarô deve ser de amor e amizade. Quanto ao local de meditação, ou intimismo com o Tarô, esse

Page 42: Curso Básico de Tarot

não deve ser confuso nem ruidoso, e sim calmo, transmitindo paz e sossego. Se necessário. pode

o praticante usar música relaxante externa (ou interna, dependendo de seu grau de

desenvolvimento) e incenso, cultivando cada vez mais sua intimidade com o Tarô. Suas vestes

devem ser livres e arejadas.

Tomadas essas providências iniciais, poderá começar a prática - recomenda. Primeiro, com a

respiração, que deve inicialmente ser profunda. Posteriormente, devemos acrescentar-lhe ritmo,

observando a regra: quando o ar entra, a barriga sai; quando o ar sai, a barriga entra.

Ele recomenda também que devem ser observadas as seguintes regras de postura: as costas

devem estar eretas, o rosto e o restante do corpo descontraídos, os olhos. vendo sem forçamento,

sendo que a respiração deve ser exclusivamente via nasal e silenciosa. Então, após a inspiração

profunda deve o praticante reter o ar por expirando, visualizar e sentir suas tensões corporais

deixando seu corpo. Assim deve continuar por algum tempo, por mais três ou quatro vezes. Esse

exercício de respiração é apenas um início do preparo para a meditação, limpando o corpo,

desimpedindo os canais para a abertura do espírito.

Após os respiratórios - diz Zanon, deve o praticante olhar (sem se concentrar, apenas olhar) a

carta ou cartas eleita(s). Também não deve pensar nas imagens. Deve deixar que seu Eu interior,

seu mentor ou guia espiritual interno trabalhe a imagem enquanto descansa. Nesse momento,

pode o praticante sentir sua mente cheia de pensamentos, sendo alguns diretamente ligados com

símbolos do Tarô. Outros que não fazem sentido no momento. Isso é normal cm meditação. São

obstáculos que serão vencidos com a prática, bem como sons ambientes. Vencer isso é um passo

para atingir a clarividência e a consciência cósmica.

Mas, segundo o tarólogo, a grande barreira é o pensamento "medito certo?". Então, não existe

uma forma correta de meditar, apenas inicialmente deve haver menos preocupação com a técnica

e mais com o relaxamento. Isso irá acelerar o caminhar do praticante para o contato com seu

mentor. E recomendável que, quando o praticante sentir os pensamentos derivados chegarem à

mente, aumente o relaxamento e, também, aumente vagarosamente sua atenção ao Tarô. Deve

suavemente olhar a(s) lâmina(s), seu simbolismo, sem estudá-los, apenas olhar. Deixar que os

símbolos o conduzam ao seu interior, sabendo que o pensamento inspirado pela lâmina não é

Page 43: Curso Básico de Tarot

importante, e sim a inspiração,o inspirar (respirar) a lâmina e deixar que essa atue internamente.

Zanon Melo diz que esse é o caminho do Tarô para a criatividade, o seu centro interior, o

encontro com seu mentor e sua exaltação. Ao completar essa viagem interior. as cartas terão um

novo significado, assim como tudo a sua volta, pois estará repleto de uma imensa paz interior.

Quanto aos períodos de meditação, o tarólogo lembra que esses variam e devem ser

prolongados de forma natural, de acordo com a evolução de cada praticante. Diferentes escolas

recomendam tempos diferentes. E recomendável que seja regular e sempre no mesmo ambiente.

Swami Sivananda, recomenda uma vez ao dia entre 4 e 6 da manhã, pois nesse horário a mente

está calma e fresca, bem como a atmosfera. A Linha Transcendental recomenda duas vezes ao

dia. Sem embargo, a meditação nas lâminas é parte essencial à tirada das cartas com vidência e

inspiração, garantindo previsões cada vez mais acertadas, assim como insights inusitados para o

praticante.

Alberto Lyra " Qabalah - A doutrina secreta dos judeus numa perspectiva ocidental" - Editora

Ibrasa

A Qabalah é geralmente considerada uma doutrina mística da religião judaica. Na realidade, ela é

mais do que isso: seu pensamento, extremamente rico, não se enquadra num sistema filosófico

ou religioso, não tem nada de dogmático.

De acordo com a tradição judaica, historicamente a Qabalah teria surgido da seguinte forma:

"Moisés recebeu (Kibel:deste termo deriva kabala ou Qabalah) a Tora (o Ensinamento, a Lei)

sobre o Monte Sinai; ele transmitiu( ou-messara) a Josué, que por sua vez a remeteu aos

profetas e estes últimos a transmitiram aos membros da Grande Sinagoga.

A Qabalah, entretanto, segundo os estudiosos, entre estes Alexandre Safran (La Cabale - Ed.

Payothéque), ultrapassa, em antiguidade, a Revelação Judaica. Ela remonta aos tempos pré-

históricos. Moisés a teria introduzido na história de Israel. A Qabalah transpôs os limites de uma

mística religiosa, para ser mais bem compreendida como uma tradição esotérica.

Page 44: Curso Básico de Tarot

...O mundo contemporâneo assiste a uma explosão de seitas e doutrinas; gurus aparecem por

toda parte oferecendo algo novo que na maioria das vezes não é mais que uma mistura de

fragmentos de doutrinas reunidos em visões pessoaos, nas quais os aspectos práticos do

misticismo (exercícios, meditações etc,) são afastados de seu contexto de origem, criando assim

graves perigos para quem os pratica e dos quais, portanto, esses mesmos gurus não se fazem

responsáveis.

Esta explosão não é casual. É a resposta que o homem moderno encontrou para enfrentar a

grave crise espiritual que sofre. Defende-se, diríamos, buscando misticismo, ocultismo ou

religião. O homem vive em um mundo mecanizado, cheio de técnicas, preso por uma razão que

não o envolve totalmente e, ao mesmo tempo, desamparado em sua angústia existencial.

Frente a esse inúmeros "messias" de ocasião existem outros homens, pouco comuns, que

renunciam inventar "sua" própria doutrina para dedicar-se paciente e laboriosamente a resgatar

as verdades que a sabedoria dos antigos mestres nos deixou e que o passar do tempo relegou a

livros guardados em museus ou a grupos iniciáticos, hermeticamente fechados, que guardam

essas mensagens até que chegue uma hora propícia."

O que é Cabalá?

Cabalá é uma palavra em hebraico que significa "Recebimento". Mas receber o quê? Receber

respostas.

Os conhecimentos da Cabalá são estas respostas. A humanidade sempre sentiu a necessidade

de definir o seu papel dentro do infinito mistério do universo.

Como chegamos aqui? Por que existimos? Por que coisas negativas acontecem com pessoas

boas? Quais são os caminhos para uma realização plena e constante?

Infelizmente as respostas são poucas e muito distantes. A Cabalá fornece essas respostas.

Em geral vivemos em constante oscilação e caos. Mas nós podemos mudar tudo isso através de

um poder tão misterioso que chega a desafiar até as mentes dos grandes cientistas, embora uma

simples criança o use com freqüência sem mesmo pensar a respeito.

Page 45: Curso Básico de Tarot

Este poder é chamado Cabalá, e com ele nós podemos refazer nossas vidas. Nós podemos

mudar o nosso destino e a nós mesmos num extraordinário reino que existe por trás de nossos

cinco sentidos limitados.

Este outro reino consiste em infinita plenitude, realização e ordem. É o mundo dos milagres

constantes.

É o lugar onde o prazer, a alegria, a cura e a felicidade se originam.

E embora não possamos tocar fisicamente e ver essa realidade neste momento, você deve saber

que ela é tão incontestável quanto a gravidade e tão verdadeira quanto os átomos no ar.

Embora esse reino exista por toda a eternidade, somente agora ele está emergindo num mundo

em que as pessoas estão prontas e capazes de compreendê-lo à luz da tecnologia e das

maravilhas do século 20. E ele chega bem a tempo! Os cabalistas sabem como fazer as coisas

boas acontecerem, por saber em primeiro lugar porque as coisas ruins acontecem.

Page 46: Curso Básico de Tarot

A estrutura do Tarô: 78 ARCANOS

O tarô é constituído de 78 cartas que denominamos de arcanos (mistério, oculto, o que

precisa ser desvelado) e estão divididos em dois grupos:

22 arcanos maiores, um conjunto de símbolos estruturados com atributos evolutivos e

sintomáticos, caracterizando-se pela complexidade ornamental. 56 arcanos menores, um conjunto de símbolos estruturados com atributos sinalizadores e

secionados em quatro níveis, caracterizando-se pela simplicidade. Os arcanos maiores se reportam à mente abstrata, ao mundo subjetivo, aos poderes da

criação, diretos e árbitros, que a consciência manipula para seu universo; os arcanos menores se

lançam à mente racional, ao mundo do objeto, aos poderes da concretização, independente da

vontade e ação dos primeiros --- Os arcanos maiores é a energia de uma situação e os arcanos

menores a forma dessa energia ---.

Um se relaciona com a formação da VIDA e o outro com a manifestação da FORMA. Ambos os

caminhos explicam a trajetória do homem, de seu nascimento à morte; ou a criação do próprio

universo, de seu despertar ao seu adormecer; ou ainda as vias percorridas em alguma situação

específica, seu avanço ou retrocesso, seu declínio ou progresso.22 arcanos maiores

Os arcanos maiores são estruturados com 21 arcanos numerados e 01 arcano sem número

totalizando 22 arcanos; todos contêm nome e simbologia extremamente diferentes um do outro.

Eles formam uma cadeia simbólica, individual e evolutiva, sempre com o arcano numericamente

sucessor: o arcano 01, O Mago (livre-arbítrio, início), evolui simbólica e sintomaticamente para o

Page 47: Curso Básico de Tarot

Arcano 02, A Sacerdotisa (reflexão, passividade). Por sua vez o Arcano 02, A Sacerdotisa, evolui

para o Arcano 03, A Imperatriz (dedução, desenvolvimento), este para o Arcano 04, O Imperador

(controle, autoridade), e assim, sucessivamente até o último arcano numerado - o arcano 21, O

Mundo (conclusão, realização). Complementando o circuito evolucional surge o arcano Sem

Número, O Louco (nada, vácuo), revelando-se um elo de ligação entre o arcano 21 e o arcano 01

para a formação de uma nova fase de ação e/ou desejo; este processo simboliza uma ponte

entre o fim e o começo, o passado e o futuro, a continuidade da vida. Todos os arcanos maiores

se reportam ao eterno ciclo natural da existência: começo-meio-fim... nascimento... começo-meio-

fim... nascimento... e assim eternamente na vida humana e cósmica.

56 arcanos menores

Os arcanos menores são estruturados em quatro séries de 14 arcanos (4 x 14), que

denominados de naipes de Ouros, Espadas, Copas e Paus, totalizando 56 cartas. Cada série

contém quatro arcanos denominados de "Corte": Pajem, Cavaleiro, Rainha e Rei, e mais dez

arcanos numerados de 01 (Ás) ao 10. As quatro séries — Ouros (plano material), Espadas (plano

mental), Copas (plano sentimental) e Paus (plano transcendental), formam cadeias simbólicas

sinalizadoras e lineares do Pagem ao Rei, seguida do Às ao 10. Ao contrário dos arcanos

maiores, não têm função cíclica, delimitam a trajetória de um determinado plano: material, mental,

sentimental ou espiritual. Embora a corte e os numerados tenham evolução entre si, cada qual

representa um aspecto individual e particular de manifestação da série correspondente; a corte

também pode simbolizar personalidades ou pessoas, contudo, dão uma visão mais ampla da

situação.

Um fator interessante nos arcanos menores é que temos dois conjuntos distintos e autônomos:

dezesseis arcanos da corte e quarenta arcanos numerados; porém, se retirarmos o simbolismo

Page 48: Curso Básico de Tarot

dos quatro elementos (terra, ar, água, fogo) contidos nas cartas dos naipes de Ouros, Espadas,

Copas e Paus, restarão somente 4 figuras distintas: Pajem, Cavaleiro, Rainha e o Rei, e mais

dez cartas numeradas de 1 (Ás) a 10. Na realidade temos somente três fatores simbólicos para

serem analisados: as figuras da corte, a seqüência numérica, e ambas tendo como pano de

fundo os quatro elementos: terra (Ouros), ar (Espadas), água (Copas) e fogo (Paus).Interação Oracular

Resumindo: A intenção da psique ou do destino (arcanos maiores) numa relação direta com

seus objetivos (arcanos menores/naipe) se manifesta numa personalidade ou situação (arcanos

menores/corte), para realizar um plano de ação ou uma trajetória natural (arcanos

menores/numerados).

Por Exemplo: penso e tenho (ou não) condições de comprar um carro - representado pelos

atributos dos arcanos maiores; adquiro (ou não) o veículo - representado pelos atributos dos

arcanos menores; contudo o carro por si só não se transforma, dependerá de minha ação no

plano mental (atributos dos arcanos maiores), para reformá-lo, vendê-lo, ou outra coisa

qualquer no plano real (atributos dos arcanos menores). Outro exemplo: estou desejando (posso conseguir ou não) me casar (arcanos maiores),

consigo (ou não) namorar e casar (arcanos menores), todavia dependerá de minhas atitudes e

comportamentos (arcanos maiores) a manutenção do namoro ou do casamento (arcanos

menores), somente o compromisso verbal ou a certidão de casamento não garantirá a

felicidade. Assim poderemos observar que na estrutura do arcanos menores haverá sempre uma

direção determinada pela força dos arcanos maiores.

Page 49: Curso Básico de Tarot

OS ELEMENTOS DA CABALA

PRIMEIRA LIÇÃO

PROLEGÔMENOS GERAIS

Senhor e irmão: Posso conferir-vos este título posto que buscais a verdade na sinceridade de

vosso coração e que estais disposto a fazer os sacrifícios que se façam necessários para

alcançar o fim colimado. Sendo a verdade a própria essência daquilo que não é difícil encontrar,

está em nós e nós estamos nela; é como a luz que os cegos não vêem. O Ser é. Isto é

incontestável e absoluto. A idéia exata do Ser é a verdade, seu conhecimento é a ciência; sua

expressão ideal é a razão; sua atividade é a criação e a justiça. Dizeis que desejais crer. Para

tanto basta conhecer e amar a verdade. Porque a verdadeira fé é a adesão inquebrantável às

deduções necessárias da ciência no infinito conjetural. As ciências ocultas são as únicas que dão

a certeza, porque tomam por base as realidades e não as ilusões.

Estas cartas foram facilitados por um discípulo de Eliphas Levi: M. Montaut. Permitem discemir

em cada símbolo religioso a verdade e a mentira. A verdade é a mesma em qualquer lugar e a

mentira varia, segundo os lugares, os tempos e as pessoas. Estas ciências são em número de

três: a Cabala, a Magia e o Hermetismo. A Cabala, ou ciência tradicional dos Hebreus, poderia

ser chamada de matemática do pensamento humano. É a álgebra da fé. Resolve, com suas

equações todos os problemas da alma, isolando as incógnitas. Dá às idéias a sensatez e a

rigorosa exatidão dos números; seus resultados são a infalibilidade da mente (sempre relativa na

esfera dos conhecimentos humanos) e a paz profunda do coração.

A Magia, ou ciência dos magos, teve como representantes na antiguidade os discípulos e talvez

os mestres de Zoroastro. É o conhecimento das leis secretas da natureza que produzem as

forças ocultas dos ímãs naturais ou artificiais, e dos que podem existir ainda fora do mundo dos

metais. Numa palavra e para empregar uma expressão moderna, é a ciência do magnetismo

universal.

O Hermetismo é a ciência da natureza oculta dos hieróglifos e dos símbolos do mundo antigo. É

a investigação do princípio de vida pelo sonho (para os que ainda não chegaram a ele), a

Page 50: Curso Básico de Tarot

realização da grande obra, a reprodução pelo homem do fogo natural e divino que cria e regenera

os seres. Eis aí, senhor, as coisas que desejais estudar: seu círculo é imenso, porém seus

princípios são muito simples e estão contidos nos números e nas letras do alfabeto. "É um

trabalho de Hércules semelhante a um jogo de crianças", dizem os mestres da santa ciência.

Os requisitos para se sair airosamente deste estudo são uma grande retidão de juízo e amplo

ecletismo. Não se pode ter preconceitos e razão por que Cristo dizia: "Se não tiverdes a

simplicidade da criança, não entrareis em Maikubt", isto é, no reino da ciência. Começaremos

pela Cabala, cuja divisão é: Berechit, Mercava, Gematria e Temura.

Vosso na sagrada ciência.

ELIPHAS LEVI

E O LIVRO DA VIDA

DA GRÃ-SACERDOTISA

Ao observarmos o segundo arcano do Tarô – A GRÃ-SACERDOTISA – vemos que ela

folheia um livro. As interpretações desse arcano são variadas. Mas, a respeito do significado do

livro que ela folheia, um bom tarólogo logo concorda que significa sabedoria e instrução oculta.

A GRÃ-SACERDOTISA simboliza primeiramente o nosso livre-arbítrio, ou Vontade. E o

livro que ela porta simboliza o nosso carma, escrito por nós mesmos.

Quando nascemos, trazemos conosco o nosso grande LIVRO DA VIDA. A Capa e o Título

já o determinamos nós mesmos pelos nossos atos em nossas vidas anteriores, e eles são o

TAROT (Caminho de Destino) que nossa vida seguirá.

Depois, enquanto vamos crescendo, nossos pais e família escrevem a Introdução; pode

ser que essa Introdução não tenha nos agradado...

O Prefácio será escrito pela sociedade, e pode ser também que não nos agrade.

Page 51: Curso Básico de Tarot

Os Capítulos deste livro - as páginas - foram deixadas em branco: somos nós que as

vamos escreve-los segundo nosso LIVRE-ARBÍTRIO.

É verdade que a Capa, o Título, a Introdução e o Prefácio estão exercendo fortes

influências sobre nós, mas nenhum de nós poderá negar que, seja o que for que aí está escrito, o

modo como encaramos suas influências depende de nosso LIVRE-ARBÍBTRIO.

O que você está escrevendo nessas páginas? Preconceito? Orgulho? Inveja? Derrota?

Desunião? Desaforo? Ódio e ressentimento? Lamentação pelo que passou? Ou Amor, Perdão e

Compreensão, Vitória inquestionável, Sucesso, Ajuda ao próximo, Pensamento positivo?

Lembre-se: o que você escrever nessas páginas em branco determinará a CAPA e o Título

do seu próximo LIVRO DA VIDA ... e até mesmo a Introdução e o Prefácio, que aparentemente

são escritos por nossos pais e a sociedade, serão influenciados pelas suas escolhas NESTA

VIDA. Por isso, diz a Bíblia: "E no teu livroforam escritos todos os meus dias antes mesmo deles

existirem” – (Salmos 139: 16)

Seu Pensamento tem o poder de mudar o mundo, e, particularmente, o seu mundo: por

isso, use o seu livre-arbítrio do melhor modo possível, escolhendo agora mesmo o melhor, que o

é BOM e o BEM. Se você pensa, você vive; se você vive, viva o seu melhor!!

“No jogo da vida nem sequer assistir de camarote me interessa. Vim jogar pra ganhar”.

Page 52: Curso Básico de Tarot

Os Arcanos Menores do Tarô

ESPADAS - Representa o elemento ar.

- estado mental;

- idéias;

- forma de expressão;

- comunicação, discussão, conflito;

- gêmeos, libra, aquário.

Ás de Espadas - Carta da Vitória

Você venceu porque trabalhou e se esforçou muito.

Situação estressante deve ser resolvida. Intelecto, razão.

Obstáculo - injustiça, frustação.

" Terá sucesso se equilibrar suas emoções ".

Dois de Espadas

Dificuldade para tomar decisões. Não consegue ver a solução, mesmo se está na sua frente.

Discussão, esgotamento.

Obstáculo - conflito, agressão.

" Não deixe conflitos anteriores afetarem sua comunicação e tomada de decisão. Abra a mente e

pense ".

Três de Espadas

Falta de comunicação tem sido causa de arrependimento. Se não aprender a melhorar nesse

aspecto, a desilusão pode ser maior. Conflito, mudança.

Obstáculo - sofrimento, frustação.

" Não fique triste com fatos negativos. As coisas vão melhorar ".

Quatro de Espadas

A tensão a sua volta passou. É hora de descansar. Uma mudança é necessária. Recuperação,

renovação.

Page 53: Curso Básico de Tarot

Obstáculo - isolamento, solidão.

" Ficará em paz, mas não se isole ".

Cinco de Espadas

Rompimento ou briga aconteceu, talvez por causa de outra pessoa. Amigos podem não ser para

sempre. Humilhação, traição, derrota.

Obstáculo - desonestidade, trapaça.

" Cuidado com aspectos negativos do seu caráter. Aja positivamente ".

Seis de Espadas

Precisa se afastar dos aspectos negativos que o cercam, para se estabelecer. Renovação,

renascimento.

Obstáculo - demora, adiamento.

" Perceba que tem novas habilidades e forças; foi isso que o tornou mais forte ".

Sete de Espadas

Talvez seja necessário fazer um sacrifício. Atenção para saúde e segurança. Inteligência.

Obstáculo - timidez, preservação, medo.

" Não culpe os outros por seus erros. Não seja teimoso ".

Oito de Espadas

Sentimentos de frustração são inevitáveis. Espere pacientemente as coisas mudarem. Lutar

causará mais dor. Adiamentos, bloqueios, obstrução.

Obstáculo - falta de ajuda, sentimento de frustração.

" Você se sente numa armadilha. Chegou a hora de encontrar uma solução e planejar o futuro.

Assim se sentirá determinado e forte ".

Nove de Espadas

Momento de isolamento e tristeza, em que você não deverá se afastar dos outros. Ansiedade,

preocupação.

Obstáculo - depressão, isolamento, tristeza.

" Essa tristeza logo vai passar e você ficará bem novamente ".

Page 54: Curso Básico de Tarot

Dez de Espadas

Algumas mudanças poderão parecer ruins, mas virão para ajudar você a enfrentar problemas.

Obstáculo - conflitos, dificuldades.

" Fim de uma situação indesejável e começo de mudanças.

Valete de Espadas

Pode ser um conflito, uma briga, um confronto que resulta em separação. Não defenda os outros

sem saber dos fatos.

Obstáculo - desconfiança, suspeitar.

" Ocultar ou encobrir fatos pode gerar confusão e falta de confiança ".

Cavaleiro de Espadas

Mostra pessoa inteligente, habilidosa mas sempre envolvida em conflitos. Deve negociar ao invés

de lutar. Frieza, convicção, força.

Obstáculo - agressão, impaciência.

" Tente manter o equilíbrio, não tome atitudes impulsivas ".

Rainha de Espadas

Pessoa inteligente, mas impulsiva; que causa conflito devido a natureza agitada. Independência,

ambição.

Obstáculo - solidão, frieza, indiferença.

" Você deve aprender a respeitar a dor dos outros e prestar atenção nos aspectos positivos da

vida ".

Rei de Espadas

Pessoa justa, porém insensível. Falta de percepção nos sentimentos dos outros. Autoridade,

poder.

Obstáculo - crueldade, malícia, exploração.

" Vocês está envolvido ou se envolverá com pessoa determinada e muito importante. Procure não

se tornar uma pessoa amarga ".