Curso Basico Para Projetistas

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Minas Rio Engenharia Ltda. CURSO BÁSICO PARA PROJETISTAS

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CURSO BÁSICO PARA PROJETISTAS

1. INTRODUÇÃO

2. LINHAS

3. TEORIA ELEMENTAR DO DESENHO PROJETIVO

4. VISTAS

5. VISTAS AUXILIARES, CORTES E SEÇÕES

6. CONSTRUÇÕES GEOMÉTRICAS

7. EXERCÍCIOS BÁSICOS

8. LIGAÇÕES SOLDADAS

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1. INTRODUÇÃO

BASES PARA INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO

Informações técnicas sobre a forma e construção de uma peça simples podem sertransmitidas de uma pessoa a outra através da palavra falada ou escrita. À medida que a peça setorna mais e mais complexa, pela adição de detalhes, o engenheiro, o projetista, o desenhista e oartífice necessitam usar métodos exatos para descrevê-la adequadamente.

FIG. 1 – PERSPECTIVA DE UM BLOCO FIG. 2 – DESENHO TÉCNICO DE UM BLOCO

Uma perspectiva (fig. 1), ou uma fotografia ajudariam na descrição da peça, embora emnenhum dos casos pudessem as formas exatas ou operações de máquinas ser apresentadas.Somente um desenho técnico pode apresentar uma descrição da peça completa (fig. 2).

LEITURA DE DESENHO – LINGUAGEM UNIVERSAL

Desenho técnico é a linguagem universal que fornece todas as informações que o artífice eoutros necessitam saber. A leitura do desenho técnico é o processo de interpretação de linhas etraços para formar uma imagem mental de como a peça é na realidade.

Treinamento em leitura de desenho técnico inclui não somente o conhecimento de certosprincípios básicos de representação em uma ou mais vistas, como também o desenvolvimento dahabilidade de visualizar o processo de fabricação da peça.

O artífice necessita, pois, desenvolver a compreensão de convenções ou normas técnicas,usados na descrição de peças simples ou de mecanismos complexos; deve também desenvolveralgumas habilidades fundamentais no traçado de esboços cotados, de forma que, com lápis epapel, dados suficientes possam ser registrados no esboço, relativos a dimensões, notações ououtros detalhes necessários à construção da peça.

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PRÁTICAS INDUSTRIAIS RELACIONADAS COM O DESENHO

Na prática industrial moderna, desenhos originais raramente são enviados às oficinas.Geralmente reproduções do original são distribuídas a todas as pessoas, departamentos ouoficinas responsáveis pelo planejamento, fabricação ou montagem de uma parte ou unidades deprodução. Os originais são arquivados para fins de registro e proteção, devendo nestes seremanotados todas as alterações posteriormente introduzidas.

ELEMENTOS COMUNS A TODOS OS DESENHOS

O desenho técnico, quando analisado, apresenta linhas de tipos e espessuras diferentes. Estaslinhas, combinadas entre si, determinam a forma, detalhes e tamanhos de uma peça. Estacombinação de linhas, quando representa uma das faces de uma peça, é chamada de vista.

Para uma descrição mais precisa da peça, dimensões e notações são incluídas no desenho.

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2. LINHAS

As linhas são as bases do desenho. Combinando-se linhas de diferentes tipos e espessuras épossível descrever graficamente qualquer peça, com riqueza de detalhes. Desse modo, o artíficecom conhecimentos básicos de leitura de desenho, pode visualizar, com precisão, a forma dapeça apresentada.

De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (A.B.N.T.), são as seguinteslinhas básicas recomendadas para o desenho técnico:

- Arestas e contornos visíveis- Arestas e contornos invisíveis- De centro e para eixos de simetria- De chamada, de cota e de construção

Apresentaremos, a seguir, uma breve descriminação destas linhas, com exemplos do seuemprego.

Observação:A espessura das diversas linhas está na dependência do tamanho e proporções do desenho; a

linha para arestas e contornos visíveis é que determina a espessura das demais, obedecendo-sesempre as normas abaixo especificadas.

LINHA PARA ARESTAS E CONTORNOS VISÍVEIS

É grossa e cheia (fig. 3) e indica todas as partes visíveis do objeto, determinando-lhe ocontorno (fig. 4).

FIGURA 3 FIGURA 4

LINHA PARA ARESTAS E CONTORNOS INVISÍVEIS

Para ser bem compreendido, o desenho deve apresentar linhas mostrando todas as arestas einterseções da superfície de uma peça. Muitas dessas arestas são invisíveis para o observadorporque estão encobertas por outras partes da peça. Para indicação dessas arestas invisíveis, usa-se uma linha média, tracejada ou interrompida (fig. 5) – exemplo ilustrando o emprego da linhatracejada e apresentado na fig. 6.

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FIGURA 5 FIGURA 6

LINHA DE CENTRO E EIXO DE SIMETRIA

Trata-se de uma linha fina, formada por traços e pontos alternados (fig. 7).

FIGURA 7

É usada para indicar linha de centro e eixos de simetria (fig. 8).

FIGURA 8

LINHA DE CHAMADA

Uma linha fina-cheia (fig. 9), auxiliar para a linha de cota. Exemplo de sua aplicação (fig.10).

FIGURA 9 FIGURA 10

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OUTROS TIPOS DE LINHAS

Em desenho técnico são empregados ainda outros tipos de linhas, tais como:

LINHA DE COTA

Trata-se de uma linha fina-cheia limitada por flechas agudas (fig. 11). Em casos especiais,usam-se pontos ou traços no lugar das flechas. As pontas das flechas devem tocar as linhas dechamada (fig. 12).

FIGURA 11 FIGURA 12

OBSERVAÇÃO:Em desenho técnico as dimensões são sempre expressas em milímetro (mm), sem

necessidade de se mencionar a abreviatura desta unidade. No caso de ser conveniente usar outraunidade, centímetro por exemplo, a abreviatura deverá ser, obrigatoriamente ao lado da cota.

LINHA DE CORTES E SEÇÕES

Linha grossa traço-ponto-traço, para indicar cortes e seções (fig. 13).

FIGURA 13

LINHA PARA CONTORNOS AUXILIARES E COMPLEMENTARES

Linha média traço-ponto-traço, para perfis e contornos auxiliares e complementares (fig. 14).

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FIGURA 14

LINHA DE RUPTURA E CORTES PARCIAIS

Linha média sinuosa para indicar pequenas rupturas e cortes parciais (fig. 15).

FIGURA 15

LINHA PARA GRANDES RUPTURAS

Linha fina cheia com zigue-zague, para grandes rupturas (fig. 16).

FIGURA 16

LINHA PARA HACHURAS

Linha para hachuras, fina (cheia ou tracejada) conforme convenção do material indicado (fig.17).

FIGURA 17

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3. TEORIA ELEMENTAR DO DESENHO PROJETIVO

As unidades precedentes trataram dos assuntos que servem de introdução ao estudo dodesenho técnico.

PROJEÇÃO ORTOGONAL

É o método de representar a forma exata do objeto por meio de duas ou mais projeções sobreplanos que geralmente se encontram seguindo ângulos retos, baixando-se perpendiculares doobjeto aos planos.

O método ortogonal de projeção exposto nesta unidade é conhecido como método norteamericano de projeção. As projeções são feitas no 3° diedro e este processo também é usado naMIR Engenharia.

Considerando-se os planos de projeção horizontal e vertical prolongados além de suainterseção, quatro ângulos diedros serão formados, os quais se denominam pela ordem 1°, 2°, 3°e 4° diedros numerados conforme a figura abaixo.

O desenho de estruturas metálicas segue os princípios das projeções ortogonais onde cadavista é mostrada separadamente no plano.

A figura abaixo representa um paralelepípedo de 100 x 150 x 600 mm em perspectivaisométrica. Qualquer um, tendo conhecimento de desenho ou não, poderá dizer o que esta figurarepresenta, pois as três dimensões (comprimento, largura e altura) estão mostradas.

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A primeira vista, temos a impressão de que se os desenhos de estruturas metálicas fossemfeitos em perspectiva isométrica, a interpretação e a leitura seriam mais fáceis, o que, no entantonão é verdade.

A finalidade do desenho, como já vimos anteriormente, é dar todas as dimensões einformações necessárias à perfeita fabricação e seria mais difícil, se não impossível, fazê-lo emum desenho em perspectiva.

As dimensões de cada vista são mostradas em verdadeira grandeza (ou em escala) e os furos,recortes e outros detalhes são mostrados na posição real.

O exemplo abaixo é a maneira correta de como deve ser representado em projeçõesortogonais, o paralelepípedo.

Projeção ortogonal é o método de representação exata da forma em duas ou mais vistas nosplanos, geralmente situados a 90°, um em relação ao outro, com o auxílio das linhas de projeção.

Os princípios seguintes o auxiliarão a entender este método:

- A vista de topo está imediatamente acima da vista de frente.- As vistas laterais estão em linha horizontal com a vista de frente.- A largura das vistas laterais é exatamente igual a largura da vista de topo.- Uma superfície perpendicular ao plano de projeção é representada por uma linha.- Uma superfície paralela ao plano de projeção é mostrada em verdadeira grandeza.- Uma superfície inclinada em relação ao plano de projeção aparece diminuída.- Uma linha paralela ao plano de projeção aparece em verdadeira grandeza.- Uma linha perpendicular ao plano de projeção é representada por um ponto.- Uma linha inclinada tem projeção menor que a sua verdadeira grandeza.

Como regra geral, a vista que mostra o contorno característico ou forma de uma peça deveser desenhado em primeiro lugar. Uma linha no desenho sempre indica uma interseção de duassuperfícies; uma linha cheia indica uma interseção visível e uma linha interrompida indica umainterseção coberta por um plano.

Não se pode ler um desenho olhando-se apenas para uma das vistas. Em um desenho hácomumente três vistas e que são: vista de frente ou elevação, vista de topo e vista lateral.Contudo, duas vistas são freqüentemente suficientes. Por outro lado, casos há, em que mais detrês vistas e várias seções se fazem necessárias para a perfeita interpretação da peça, tendo-se ocuidado porém, de fazerem-se somente o necessário, pois vistas e seções em excessofreqüentemente complicam e tomam espaço útil.

A representação correta e oportuna de vistas e seções em um desenho, se tornará fácil àmedida que você for adquirindo prática e experiência.

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4. VISTAS

Chamamos de vista, a combinação de diversos tipos de linhas representando uma das facesde uma peça.

AS TRÊS VISTAS PRINCIPAIS DO DESENHO

Peças que tem formas regulares apresentam apenas uma vista. Entretanto, quando a peça setorna mais complexa ou, quando certas operações de usinagem devem ser representadas, umaúnica vista não será suficiente para descreve-la adequadamente.

Para obtenção das três vistas, por processo simples e prático, adota-se o seguinte critério:

Escolhe-se a face da peça que melhor a identifique para a vista principal (fig. 18).

FIGURA 18

Posiciona-se a mesma de modo que as duas outras vistas apresentem o maior número dedetalhes visíveis (fig. 19).

FIGURA 19

Da vista principal (de frente), obteremos a vista de cima (planta), pelo simples giro da peçapara baixo, a 90°.

FIGURA 20

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A vista de lado (lateral) se obtém girando a peça também a 90° de sua posição inicial para adireita (fig. 21).

FIGURA 21

Assim, de acordo com o que ficou exposto, as vistas do desenho são apresentadas como estáexemplificado na figura 22.

FIGURA 22

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Portanto, o número de vistas dependerá da forma e da complexidade da peça. Nenhuma vistaserá necessária, a não ser que auxilie a interpretação do desenho ou forneça informações à suaclara compreensão.

DISTRIBUIÇÃO DE VISTAS

A principal finalidade de um desenho é fornecer informações suficientes a pessoa, a fim deque ela possa construir, controlar ou montar uma peça ou um mecanismo, de acordo com asespecificações do projetista.

A seleção e a distribuição das vistas depende da simplicidade ou da complexidade da peça,conforme já afirmamos em linhas anteriores: só serão desenhadas, pois, aquelas que ainterpretação do desenho exigir. As peças são desenhadas comumente, em três (3) vistas, comojá foi explicado.

Além dessas três vistas básicas, outras poderão ser utilizadas, assim como vistas auxiliares,quando tal se fizer necessário para uma mais perfeita representação da peça (fig. 23).

FIGURA 23

É possível também, a representação dos objetos em menos de três vistas, quando isso nãoprejudicar sua clareza.

REPRESENTAÇÃO DE PEÇAS EM DUAS VISTAS

Há peças que necessitam somente de duas vistas para apresentar todos os detalhes de suaconstrução (fig. 24 e 25). Será escolhida como segunda vista, sempre com base na vista de frente,aquela que melhor apresenta os detalhes da peça.

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FIGURA 24

FIGURA 25

REPRESENTAÇÃO DE PEÇAS EM UMA ÚNICA VISTA

Muitas peças têm formato uniforme e uma única vista é suficiente para descreve-lasadequadamente. Isto é verdadeiro para o caso de peças cilíndricas quando uma única vistaeconomiza e simplifica a leitura do desenho.

Uma única vista de desenho é usada na representação de peças chatas, quando o uso denotações simples fornece todas as indicações necessárias a descrição completa das referidaspeças (fig. 26).

FIGURA 26

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Observação:Nas peças cilíndricas, quando vistas de lado, as cotas que indicam diâmetros devem

precedidas do sinal de diâmetro (�) como ilustra a figura 27.

FIGURA 27

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5. VISTAS AUXILIARES, CORTES E SEÇÕES.

Para que uma peça possa ser plenamente executada por um artífice, é necessário que odesenho da mesma esteja completamente dimensionado e com todas as notações que o seucomplemento exija.

Quando as superfícies de uma peça são paralelas ou perpendiculares entre si, podem serrepresentadas em uma ou mais vistas regulares (fig 28).

FIGURA 28

As superfícies de tais peças podem ser desenhadas no seu tamanho (verdadeira grandeza) eformas normais, seja no plano horizontal, vertical ou na combinação de ambos. Quando uma oumais superfícies da peça são oblíquas em relação as normais – horizontais e verticais – (fig. 29),as vistas regulares não mostrarão a forma exata dessas superfícies. Se a forma exata dessas partesoblíquas deve ser apresentada, o desenhista, além das vistas regulares, usará ainda o quechamamos de vista auxiliar (fig. 29).

FIGURA 29

APLICAÇÃO DAS VISTAS AUXILIARES

Vistas auxiliares podem ser totais ou parciais, como exemplifica a figura 30, onde somente asuperfície oblíqua e outros detalhes necessários são incluídos. Numa vista auxiliar a superfícieobliqua é tombada a 90° paralelamente a ela. Superfícies e furos circulares situados em planos

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oblíquos e que aparecem em forma de elipses nas vistas regulares, aparecem na forma etamanhos exatos numa vista auxiliar.

FIGURA 30

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6. CONSTRUÇÕES GEOMÉTRICAS

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7. EXERCÍCIOS BÁSICOS

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8. LIGAÇÕES SOLDADAS

INTRODUÇÃO

A soldagem é a técnica de unir duas ou mais partes constitutivas de um todo assegurando,entre elas, a continuidade do material e em conseqüência suas características mecânicas equímicas. A utilização da soldagem remonta cerca de 3.000 a.C. quando, em Ur (Rússia), seusava a técnica hoje conhecida como Soldabrasagem para unir peças de ouro, obtendo-setrabalhos de ótima qualidade.

A soldagem moderna existe desde 1920, quando começou a ser mais utilizada na engenhariaestrutural, compreendendo edifícios e pontes. Como marcos, podemos citar:

- A construção em Toronto, no Canadá, em 1927, de uma ponte com comprimento de 150minteiramente soldada.

- A construção nos EUA do edifício Sharon, em 1927, o primeiro edifício de grande porte.- Em Turtle Creeck – Pensilvânia – EUA foi construída, também em 1927, a primeira ponte

ferroviária inteiramente soldada;- Em 1930, nos EUA, são feitas as primeiras normas de especificações de eletrodos

revestidos;- Em 1935 foram desenvolvidos os processos de soldagem ao arco submerso e o processo

TIG.Existem hoje inúmeros processos de soldagem, aprimorados e desenvolvidos após a 2a guerra

mundial. Entre os mais usados em estruturas metálicas, podemos citar:

PROCESSO MANUAL EM ELETRODO REVESTIDO (SMAW)

É o processo de soldagem que tem como característica o uso de uma máquina de solda;podendo ser retificador, transformador ou gerador que produz a corrente necessária à obtençãodo arco elétrico entre o eletrodo revestido com as partes a serem soldadas. É chamado manualporque depende essencialmente da habilidade do soldador durante todo o período da fusão.

PROCESSO AO ARCO SUBMERSO (SAW)

É o processo ao arco elétrico que utiliza equipamentos automáticos ou semi-automáticos quealimentam o eletrodo (arame nu) continuamente; tendo o arco submerso pelo fluxo que substituio revestimento dos eletrodos. É um processo de grande produtividade.

PROCESSO TIG, MIG, MAG OU SOLDAGEM EM ATMOSFERA GASOSA (GMAW)

É o processo ao arco elétrico que utiliza sistemas de controle do arco automaticamente. Aalimentação do eletrodo (arame nu) é contínua e o arco protegido por uma atmosfera gasosa,sendo:

TIG: utilização de gás inerte (argônio, hélio) e varetas manuseadas pelo operador.MIG: utilização de gás inerte e arame alimentado automaticamente.MAG: utilização de gás ativo (CO2) e arame alimentado automaticamente.

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PROCESSO DE ARAME TUBULAR (FCAW)

É o processo ao arco elétrico com características similares ao processo MIG/MAG,diferenciando-se exatamente pelo uso do arame tubular, onde a proteção do arco é feita por umfluxo granulado interno ao arame, podendo ainda ser utilizada a proteção gasosa ou não.

PROCESSO DE SOLDAGEM ELETROESCÓRIA

Este processo é originário da Rússia e consiste na alimentação de um ou mais arameseletrodos dentro da abertura (GAP) entre duas chapas a serem unidas. As bordas da chapa sãoretas, pois o processo não requer preparação, como em outros processos, e é usado parasoldagem na posição vertical.

O arame (eletrodo) é aumentado automaticamente por um motor alimentador colocado nabase da junta a ser soldada, junto com o fluxo granulado que cobre a extremidade do arameeletrodo. Apesar de o fluxo não ser condutor no estado sólido, o processo é iniciado por um arcoque funde parte do fluxo. O fluxo é do tipo que se torna eletricamente condutor quando fundido.Após se conseguir as condições de equilíbrio, o arco é apagado e o arame fica imersocompletamente na poça fundida. O arame é então consumido puramente pelo calor da resistênciaproduzida pela passagem da corrente elétrica através do arame, da condutividade da escória e odo terra feito com a peça. Eletroescória não é um processo ao arco.

A poça de fusão fica entre duas sapatas de cobre refrigeradas a água e a medida que vãosubindo na junta a solda vai se solidificando. Em função da espessura da chapa, múltiplos arameseletrodos podem ser alimentados na mesma poça de fusão. Para espessuras até 60 mm, usararame simples. Acima e até 200 mm, usar três arames.

VANTAGENS E DESVANTAGENS

Atualmente é possível se fazer uso de todas as vantagens que a solda oferece, comeliminação praticamente total dos antigos temores com relação a fissura e fadiga. Nos itensseguintes indicaremos as principais vantagens e desvantagens no uso das soldas.

Vantagens: A primeira grande vantagem está na economia do material, porque o uso dasoldagem permite o aproveitamento total do material (área liquida = área bruta). As estruturassoldadas permitem eliminar uma grande percentagem de chapas de ligação em relação àsestruturas parafusadas. Em algumas estruturas de pontes ou treliças é possível economizar 15%ou mais de peso do aço.

As estruturas soldadas são mais rígidas, porque os membros normalmente estão soldadosdiretamente um ao outro, ao contrário das ligações parafusadas, invariavelmente feitas através dechapas de ligação ou cantoneiras. Por outro lado, a maior rigidez pode ser uma desvantagemonde há necessidade de conexões simples com pouca resistência a momento. Cabe ao calculistaespecificar com cuidado o tipo de junta mais adequada.

A facilidade de se realizar modificações nos desenhos das peças e corrigir erros durante amontagem a um custo menor do que as parafusadas.

O uso de uma quantidade menor de peças, obtem-se como resultado, menor tempo de projetoexecutivo, fabricação e montagem.

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Desvantagens: Uma desvantagem das estruturas soldadas de grandes extensões é aredução que sofrem no comprimento devido aos efeitos acumulativos de retração.

Energia elétrica insuficiente no local de montagem, o que exigiria a colocação de geradorespara acionar as máquinas de solda.

Exige maior análise de fadiga do que as estruturas parafusadas, podendo, em muitos casos,reduzir as tensões admissíveis a níveis muito baixos.

CLASSIFICAÇÃO E TIPOS DE SOLDA

Com referência à posição, as soldas se classificam em: planas, horizontais, verticais e sobrecabeça.

Quanto ao tipo as soldas podem ser de: filete, entalhe ou chanfro, ranhura e tampão.A mais usada é a solda de filete. Para cargas de baixa intensidade é a mais econômica, pela

não preparação do material. Para cargas de maior intensidade, as soldas de entalhe, de penetraçãoparcial ou total, são as mais aconselháveis por possuírem resistências bastante elevadas commenor volume de solda. O uso de solda de ranhura ou tampão está limitado aos casos especiais,onde a solda de filete ou entalhe não é prática.

ÁREAS EFETIVAS

As disposições a seguir estão baseadas no Structural Welding Code, AWS D1.1/DIM: 2002American Welding Society e NBR-8800/88.

1. Soldas de entalhe (fig. 1)- A área efetiva da solda de entalhe deve ser calculada como produto do comprimento

efetivo da solda pela espessura da garganta efetiva.- O comprimento efetivo de uma solda de entalhe é igual ao seu comprimento real, o que

deve ser igual à largura da parte ligada.- A garganta efetiva de uma solda de entalhe de penetração total deve ser igual à menor das

espessuras das partes soldadas.

2. Soldas de filete- A área efetiva de uma solda de filete deve ser calculada como o produto do comprimento

efetivo da solda pela espessura da garganta efetiva.- O comprimento efetivo da solda de filete, exceto filetes em furos normais ou oblongos,

deve ser igual ao comprimento total da solda de dimensão uniforme, incluindo os retornosnas extremidades. A garganta efetiva de uma solda de filete é igual à menor distânciamedida da raiz à face plana teórica da solda. Raiz da solda é a interseção das faces defusão.

- O comprimento efetivo de uma solda de filete em furos normais ou oblongos, deve sermedido ao longo da linha que passa pelos pontos médios das gargantas efetivas uniformes.

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Figura 1

3. Soldas de tampão em furos ou rasgosA área efetiva de cisalhamento de uma solda de tampão, em furo normal ou oblongo, deve

ser igual à área nominal da seção transversal do plano das superfícies em contato. Veja fig. 2.

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Figura 2

SIMBOLOGIA DE SOLDAGEM

Os símbolos de soldagem constituem um importante meio técnico de engenharia paratransmitir informações. Os símbolos fornecem todas as informações necessárias à soldagem, taiscomo: geometria e dimensões do chanfro, comprimento da solda, se a solda deve ser executadano campo, etc. Este item se baseia nas normas AWS A2.1, AWS A2.4 e ABNT TB-2, que tratamespecificamente deste assunto.

A figura 3 mostra os locais, padronizados para os vários elementos de um símbolo desoldagem.

Figura 3

O significado de lado da seta e lado oposto refere-se à posição da seta em relação à junta aser soldada. O símbolo de soldagem para uma solda a executar do lado da seta é desenhado nolado inferior da linha de referência (linha horizontal) do símbolo de soldagem. Assim, umsímbolo de soldagem desenhado na parte superior da linha de referência significa que a soldadeve ser executada no outro lado da junta. Soldas envolvendo operações em ambos os lados dajunta possuem símbolos nos dois lados da linha de referência.

1- Cauda do símbolo. Pode ser omitida quando não se usar nenhumareferência.

2- Símbolo básico de solda ou referência de entalhe de solda a serconsultado.

3- Linha de referência.4- Seta ligando a linha de referência ao lado indicado da junta.5- Os elementos constantes desta área permanecem inalterados, mesmo

A - Ângulo do chanfro, incluindo o ângulo de escariação para a solda de tampão.(E) - Garganta efetiva.F - Símbolo de acabamento.L - Comprimento da solda.(N) - Número de soldas por pontos ou de solda por projeção.P - Espaçamento entre centros de soldas intermitentes.R - Abertura da raiz, altura do enchimento para soldas de tampão e de fenda.S - Profundidade de preparação: dimensão ou resistência para certas soldas.T - Especificação, processo ou outra referência.

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Referências como especificações, processo de soldagem, número do procedimento, direçõese outros dados, quando usados com um símbolo de soldagem, devem ser indicadas na cauda dosímbolo. Se tais referências não são usadas, a cauda pode ser dispensada. Símbolos de solda emângulo, soldas em chanfro em meio V, em K, em J, em duplo J, etc., são sempre indicados comuma perna perpendicular à esquerda do símbolo (ver fig. 3).

Os exemplos da figura 4 mostram a aplicação dos símbolos de soldagem.

Figura 4

SÍMBOLOS BÁSICOS DE SOLDAGEM E SUA LOCALIZAÇÃO

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