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Curso de Distúrbio de aprendizagem

Carga horária: 60 horas

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Conteúdo programático

1. Introdução

2. O que é Distúrbio?

3. Identificação do Distúrbio

4. Tipos de Distúrbios de Aprendizagem

5. Hiperatividade ou Distúrbio de Déficit de Atenção

6. Dislexia

7. Disgrafia

8. Discalculia

9. Deficiência de Percepção

10.Disfunção Cerebral Mínima

11.Disfunções do Processamento Central

12.Demais Transtornos

13.Comportamento e Tratamento

14.Inteligência e Criatividade

15.Treinamento

16.Pedagogia e Psicopedagogia

17.Opções de Tratamento

18. Ministério da Educação Adverte

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Introdução

Distúrbios de aprendizagem são problemas graves e devem ser levados a sério, principalmente porque a criança portadora é quem mais sofre com essas dificuldades.

As instituições de ensino e os educadores, geralmente, não estão preparados para lidar com essa falta de desenvolvimento e acabam por discriminar, excluir e limitar pessoas que têm distúrbios de aprendizado.

Nesse curso, apresentaremos os diferentes tipos de distúrbios de aprendizagem, orientando como identificá-los e como contornar situações constrangedoras em que possa estar envolvido.

É importante uma pessoa reconhecer os sintomas e observar o comportamento da criança, a fim de perceber alterações comportamentais e levar a criança para ser examinada por um especialista.

Quanto antes à criança for diagnosticada, melhor será a resposta do tratamento e menos ela será afetada. Por isso, os pais, os educadores, os colegas e a direção da instituição, devem sempre manter contato e saber como está sendo a conduta da criança.

Os pais são os principais responsáveis pela melhora da criança, uma vez que eles são seus portos seguros e as pessoas em que ela mais confia. Portanto, cuidá-la com atenção e carinho é o essencial para que se sinta amada e incluída ao mundo real.

O curso que oferecemos traz essas informações e incorpora com conhecimentos e observações do Ministério da Educação.

Unidade 1 - Conhecendo o Distúrbio de Aprendizagem

- Aprendizagem. O que significa?

O conceito de aprendizagem é fácil de entender, mas complicado de explicar, pois não é necessariamente visível. Ver uma pessoa olhando para uma folha de jornal ou de livro não significa que ela esteja aprendendo ou entendendo o que está escrito. Ela apenas pode estar observando a página.

A aprendizagem faz parte de um trabalho interno de cada indivíduo, o que não significa que para obter resultados positivos, essa pessoa seja a única responsável.

Algumas pessoas têm a capacidade de aprender sem a ajuda de terceiros e por isso, recebem a qualificação do temo autodidata. Elas conseguem entender a teoria descrita em um livro e aplicá-la sem grandes dificuldades, enquanto a maioria das pessoas precisa do auxílio de alguém já especializado, para guiá-las e ajudá-las com suas dúvidas .

O fato de conseguir aprender sozinho não faz das pessoas autodidatas mais espertas ou mais inteligentes que as demais. Algumas pessoas simplesmente nascem com essa capacidade e aprimoram-na ao longo da vida.

Então, pensar sobre o que é aprendizagem não é somente apontar para uma escola ou para um livro. Aprender é um processo de médio a longo prazo, ou seja, que traz resultados depois de algum tempo e por isso, não se baseia apenas na ação do aprendizado. O comportamento está diretamente ligado à aprendizagem, uma vez que seus resultados aparecem na mudança de ações de uma pessoa. Alguns teóricos entendem que aprender é um estado de comportamento e que por meio dele é que se vê onde o estudo atuou.

Chegamos à conclusão de que aprendizagem é o aumento na quantidade de informações e de conhecimento que o cérebro absorve, de forma invisível, e que demonstra resultados apenas depois do estudo.

EXEMPLO

Uma garota que não sabe fazer multiplicação vai à escola e aprende como se efetua a conta. Quando chega em casa, conta aos pais como foi seu dia e mostra a eles o que a escola ensinou.

Então, pega um papel e começa a escrever a tabuada do número um e depois do número dois e assim por diante. A fim de saber se a menina apenas decorou os resultados, os pais perguntam para ela uma conta aleatória, no caso 2 x 5.

Depois de pensar alguns segundos e contar nos dedos, a menina responda “dez”. Os pais tentam mais algumas contas, com números diferentes e concluem que ela realmente aprendeu a fazer multiplicação.

Não está exposto no rosto dela, quais informações foram adicionadas ao seu conhecimento e se a criança for perguntada sobre como conseguiu chegar ao resultado correto, ela apenas responderá que aprendeu como se multiplica números.

Agora, a criança conhece a multiplicação e pode usá-la sempre que achar necessário, alterando assim seu comportamento. Ela não

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tem somente a operação matemática da soma. Então, diz-se que a menina tem capacidade de utilizar tal ferramenta e que partiu do “desconhecimento para o conhecimento”, como afirma Alan Ross em Aspectos Psicológicos dos Distúrbios de Aprendizagem e Dificuldades na Leitura.

Compreensão

Um dos problemas para se garantir que alguém aprendeu sobre certo assunto é a compreensão. Não é raro acontecer de uma pessoa simplesmente decorar números, resultados, nomes e sons de letras, sem entender seus significados, somente decifrando os símbolos, no caso letras.

É importante que o educador e que os pais e responsáveis façam testes, a fim de saber qual o nível de compreensão que a criança adquiriu após ter aprendido sobre algo.

No caso de palavras e textos é mais fácil, já que a criança ou a pessoa precisa dizer o que ela entendeu sobre aquilo que acabou de ler. Não basta somente que ela fale em voz alta as palavras escritas no texto.

É papel do educador pedir à criança que faça uma síntese e conte com as palavras próprias a história que acabou de ler. Consequentemente, a criança irá repetir trechos inteiros do livro, se ela tiver uma memória mais desenvolvida.

Essa situação é natural, pois a criança ainda não tem um extenso vocabulário. O que ressaltamos é que o educador observe os trejeitos da criança ou da pessoa que leu o texto, para perceber se ela está realmente tentando lembrar da história, se está inventando outra história, se está um pouco travada porque não lembra palavras, mas sabe seu significado ou se ela não entendeu o que está escrito no texto.

Na maioria dos casos, as crianças não pronunciam que não sabem o que significa o texto, com medo de levar broncas ou represálias. Então, o educador deve notar como a criança mexe as mãos, se suas palavras saem trêmulas e outras evidências, e perguntar abertamente de sua dificuldade.

No momento em que a criança entender que pode dizer que não sabe, ela se abre ao educador e conta o que não entendeu. Trabalhar esse lado com a criança, de que ela pode contar ao educador o que sabe ou o que não sabe, é uma parte importante no desenvolvimento da criança.

O educador deve fazer alguns testes para descobrir o que pode haver de errado com a criança e o porquê de sua dificuldade. Às vezes, ela não compreende o texto porque ele contém palavras que desconhece ou porque as palavras não estão alinhadas de forma linear, ou seja, sujeito depois verbo e a seguir predicado.

Exemplo de forma linear: O ônibus sobe a rua.

A frase está formada em ordem direta.

1. “O ônibus” é o sujeito.

2. “Sobe” é o verbo.

3. “A rua” é o predicado.

Exemplo de forma não linear: Sobe a rua o ônibus.

Cada uma das partes da frase continua com a mesma classificação.

1. “O ônibus” é o sujeito.

2. “Sobe” é o verbo.

3. “A rua” é o predicado.

Porém, essas partes estão dispostas de outra maneira, o que deixa a frase mais difícil de ser compreendida. O educador precisa explicar para a criança que ambas as frases (“O ônibus sobe a rua” e “Sobe a rua o ônibus”) tem o mesmo significado e que apenas estão dispostas em ordem diferente.

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- Testes de Leitura

Alguns testes são fáceis de serem aplicados e trazem resultados sobre o conhecimento e a compreensão da criança. O educador deve ter em mente que o aluno não perceba que são avaliações, pois pode se sentir reprimido ou ameaçado.

1. Após a leitura de um texto, o educador deve perguntar o que o leitor entendeu.

Digamos que de imediato a pessoa diga que não entendeu o que o texto dizia e pede para lê-lo mais uma vez. O educador deve permitir essa releitura, pois é comum o aluno ficar nervoso e não prestar atenção no que está escrito ao longo de uma folha.

Depois dessa releitura, o educador deve novamente perguntar o conteúdo ou o significado do texto. Nesse momento a pessoa pode se sentir encurralada, caso não saiba a resposta.

O educador deve se manter calmo e se possível com expressões brandas no rosto. Isso significa que o educador não precisa estar sorrindo ou com o rosto fechado, e ainda, sério demais. Algumas pessoas entendem que isso é uma intimidação e acabam perdendo o controle da situação.

a) O aluno entendeu um terço do texto.

O educador deve pedir ao aluno que explique o que ele entendeu e tente dizer o que não entendeu, porque às vezes é apenas uma palavra que não faz sentido para o aluno.

b) O aluno entendeu o texto, mas não consegue dizê-lo em outras palavras.

Essa situação é delicada para o educador avaliar, uma vez que é possível que na verdade o aluno não tenha entendido o texto e que somente decorou suas frases.

O educador pede ao aluno que comece a história, com as próprias palavras, e se não souber algum sinônimo, que o aluno peça auxílio a um colega ou dicionário.

Ao longo da narração, o educador consegue perceber a diferença entre o compreender e o decorar o texto. Em um texto pequeno, é possível que o aluno consiga decorá-lo, mas em um texto longo, apenas poucas pessoas seriam capazes de memorizar todo o seu conteúdo.

Esse momento deve ser contornado pelo professor.

• O aluno realmente compreendeu o texto, mas não consegue narrá-lo: o professor pode oferecer a opção de o aluno falar no dia seguinte o conteúdo do texto e que ele procure palavras que se encaixem melhor nas frases lidas.

O recomendado é que o professor não deixe o livro com o aluno ou que mande um recado aos pais para notificá-los da tarefa a ser cumprida e qual o procedimento.

Provavelmente no dia seguinte, o aluno consegue ditar o texto, apenas narrando o seu conteúdo. Algumas palavras acabam por se repetir, mas isso é comum e o educador não deve tirar conclusões precipitadas.

• O aluno decora o texto: o educador nota que as frases narradas pelo aluno são bastante parecidas e às vezes idênticas com as escritas no texto. Para testar se o aluno compreendeu o texto, o educador deve fazer perguntas do conteúdo ao aluno.

O aluno que somente memorizou as frases não consegue encontrar uma resposta nelas, pois tem pouco tempo para pensar e precisa passar por todas as frases, a fim de encontrar a resposta correta.

Geralmente, o aluno decora as frases na ordem que as lê, então se o educador faz uma pergunta referente ao meio do texto, o aluno certamente não encontra a resposta rapidamente e o educador tem a confirmação sobre a memorização. Há exceções que conseguem encontrar a resposta, mesmo apenas decorando as frases. Se essa for a situação, o professor deve dar outro texto para o aluno e oferecer o tempo mínimo de leitura, para que o aluno não consiga decorá-lo e novamente fazer as perguntas.

• O aluno memorizou o texto e compreendeu o conteúdo: se o aluno demonstrar indícios que decorou o texto, mas conseguir responder as questões elaboradas na hora pelo professor, sem pensar muito, a possibilidade de ele ter decorado e compreendido o texto é grande.

Mesmo assim, o educador deve aplicar o teste e oferecer outro texto para que o aluno leia. Se ele conseguir responder as perguntas sem muito esforço da primeira vez, provavelmente consegue responder na segunda tentativa.

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Muitas vezes, as crianças fingem não entender o conteúdo de certo assunto para chamar atenção ou porque não quererem destoar dos demais colegas. Pessoas com a capacidade de entendimento mais desenvolvida acabam se destacando entre os demais e uma parcela desses indivíduos se sentem desconfortáveis com isso.

O educador deve manter a ordem e o controle na sala de aula, para que esse aluno mais desenvolvido não sinta repressão por parte dos colegas. Não é difícil acontecer de o educador oferecer privilégios para esse aluno com maior desenvoltura. Essa atitude piora a relação do aluno com os colegas.

2. O educador deve pedir ao aluno que demonstre o conteúdo de um texto lido de outra forma, sem ser a escrita.

O aluno tem mais facilidade para expressar o que entendeu sobre algum assunto quando ele tem liberdade de mostrá-lo por meio de outras formas de comunicação. Às vezes, o aluno tem mais habilidade com o corpo do que com as palavras, então consegue explicar o conteúdo de um texto, por exemplo, com uma dança ou uma apresentação teatral.

Essa maneira de avaliação é bastante abrangente e ajuda a detectar não somente a compreensão do aluno. Ela evidencia dificuldades motoras, de memorização, de elaboração, de criatividade para enfrentar um problema, de coletividade, entre outras.

3. O aluno consegue fazer analogias?

Um método bastante usado em salas de aula é o de analogias, pois avalia a compreensão, a lógica e o modo como o aluno enxerga o mundo. O educador deve escrever uma frase e pedir que o aluno construa outra frase, com o mesmo sentido, mas com palavras diferentes.

EXEMPLO

O educador escreve a seguinte frase:

A alimentação é essencial para o ser humano.

Em seguida, pede aos alunos que criem frases que correspondam ao sentido expressado na frase escrita. Não há como saber todas as respostas que irão surgir, mas cabe ao educador que identifique as frases corretas.

No momento da correção, o educador precisa ser cuidadoso e sentar com cada aluno, a fim de perguntar os motivos pelos quais ele desenvolveu tal frase.

A explicação de uma frase que não satisfaz o que foi pedido, precisa ser contundente coesa e com argumentos que os alunos entendam. Por diversas razões, alguns educadores preferem apontar erros durante as aulas de forma coletiva. Essa ação não é muito recomendada, pois o aluno que fez incorretamente o exercício pode se sentir humilhado.

Confira algumas respostas corretas:

- O combustível é necessário para o carro.

- A ar é a fonte principal para o pneu trabalhar.

- Sem energia elétrica o computador não funciona.

Existem alunos que fazem uma linha lógica e conseguem argumentar sobre ela e por isso não entendem o motivo de estarem errados. É possível aparecer a seguinte frase, para esse exercício:

O calçado é importante para o pé.

O pé certamente sente diferença quando se usa um sapato, porque o chão não está em contato direto com o membro, porque evita doenças e machucados, entre outras tantas respostas.

Porém, não é esse o sentido da frase escrita inicialmente pelo educador, pois o calçado não é necessário para o pé, ele apenas é um acessório. O pé não precisa do sapato para funcionar ou para trabalhar.

O educador precisa explicar as razões pelas quais o aluno não acertou a questão e, caso o aluno não entenda, o educador deve repetir quantas vezes forem necessárias, mudando os exemplos e conversando com o aluno.

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O que não pode ocorrer é o aluno ficar com a dúvida ou recriminar o educador, acusando-o de falta de conhecimento ou de atenção. Alguns alunos são difíceis de convencer, por diversos motivos, mas o educador tem que se manter firme e coeso, até que o aluno saia completamente entendido das explicações dadas.

4. Completar lacunas.

Uma dificuldade pouco percebida pelos educadores é o ato de preencher espaços vazios em uma frase ou um texto. Os alunos precisam desenvolver essa habilidade para criar uma lógica dentro de cada conteúdo que compreender.

É importante conseguir ser aprovado nesta etapa, pois além de desenvolver o raciocínio lógico do aluno, ajuda a ensiná-lo o poder da contextualização. Não é raro, durante o exercício, o aluno pedir que o educador explique melhor a situação da frase.

EXEMPLO

As blusas de manga comprida são feitas de _e durante o são mais usadas.

Nesse caso, as respostas se restringem, respectivamente, a “lã”, “algodão” ou demais tipos de tecido e “inverno”. O que o professor deve notar é quais são as palavras usadas pelos alunos.

As palavras mais comuns de aparecer são essas escritas acima, mas pode haver uma variação. O problema se encontra em palavras contrárias a essas ou com discrepância.

Algumas respostas são comuns de aparecer, mesmo consideradas erradas. O educador deve primeiro perguntar ao aluno o porquê daquela resposta e depois explicar o motivo pelo qual elas são consideradas incorretas.

Recomendações

Alguns cuidados devem ser tomados por conta do educador para evitar possíveis problemas e discussões. O educador tem que ter a consciência de que ele é de extrema importância para o desenvolvimento de um aluno, seja uma criança ou um adulto.

A responsabilidade não é somente dele, mas o educador tem peso na educação e sociabilização de um indivíduo e se esse processo sofrer algum dano, o aluno pode ficar com sequelas permanentes.

Humilhação e Represália

Existem educadores que abusam do poder que têm e usam essa vantagem para prejudicar os alunos, principalmente se eles derem uma resposta errada.

Esse é um problema frequente e que deve ser eliminado, porque se uma pessoa ao errar sofre humilhação ou é motivo de chacota, ela tem razões variadas para nunca mais falar em público, tirar uma dúvida, tentar aprender e não mais frequentar uma instituição de ensino.

Ao longo da vida, essa pessoa terá que expor suas opiniões, ideias, dúvidas e se for alvo de risadas, durante uma das situações acima, ela vai desenvolver um trauma e um travamento, cada momento que surgir alguma etapa relacionada ao falar em público.

O mesmo problema pode ser desencadeado se o educador repreender de maneira desnecessária a pessoa que errou, com gritos, xingamentos e pressão psicológica. É preciso que o educador tenha paciência e explique o que está errado na resposta, não basta apenas dizer que a questão está incorreta e que não há discussão.

O aluno está em uma instituição de ensino para aprender, caso contrário, não teria motivos para se manter presente dia após dia. O mais recomendado é sempre perguntar a lógica que o aluno seguiu para chegar àquela resposta e depois argumentar onde o erro apareceu.

É aconselhado que o educador se recolha com um aluno de cada vez ou com um grupo, se a tarefa foi realizada assim, e conversar apenas com ele, prestando atenção no que o aluno ou grupo fala e em suas dúvidas.

O educador deve perceber se o aluno está disperso, porque não adianta o professor falar por trinta minutos se o aluno não está com a atenção no que é dito.

De forma alguma o educador deve ofender e pormenorizar o aluno, muito menos se sentir superior ao aluno. O estudante pode desenvolver sérios problemas de autoestima, de confiança, o que afeta diretamente seu aprendizado.

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Humilhação e Represália

Existem educadores que abusam do poder que têm e usam essa vantagem para prejudicar os alunos, principalmente se eles derem uma resposta errada.

Esse é um problema frequente e que deve ser eliminado, porque se uma pessoa ao errar sofre humilhação ou é motivo de chacota, ela tem razões variadas para nunca mais falar em público, tirar uma dúvida, tentar aprender e não mais frequentar uma instituição de ensino.

Ao longo da vida, essa pessoa terá que expor suas opiniões, ideias, dúvidas e se for alvo de risadas, durante uma das situações acima, ela vai desenvolver um trauma e um travamento, cada momento que surgir alguma etapa relacionada ao falar em público.

O mesmo problema pode ser desencadeado se o educador repreender de maneira desnecessária a pessoa que errou, com gritos, xingamentos e pressão psicológica. É preciso que o educador tenha paciência e explique o que está errado na resposta, não basta apenas dizer que a questão está incorreta e que não há discussão.

O aluno está em uma instituição de ensino para aprender, caso contrário, não teria motivos para se manter presente dia após dia. O mais recomendado é sempre perguntar a lógica que o aluno seguiu para chegar àquela resposta e depois argumentar onde o erro apareceu.

É aconselhado que o educador se recolha com um aluno de cada vez ou com um grupo, se a tarefa foi realizada assim, e conversar apenas com ele, prestando atenção no que o aluno ou grupo fala e em suas dúvidas.

O educador deve perceber se o aluno está disperso, porque não adianta o professor falar por trinta minutos se o aluno não está com a atenção no que é dito.

De forma alguma o educador deve ofender e pormenorizar o aluno, muito menos se sentir superior ao aluno. O estudante pode desenvolver sérios problemas de autoestima, de confiança, o que afeta diretamente seu aprendizado.

Comentários Desnecessários

Depois de um tempo sendo educador e por criar uma relação agradável com a sala, o docente, muitas vezes, esquece seu papel e trata seus alunos como amigos íntimos.

É importante ressaltar que há um limite para essa relação, pois tanto o aluno quanto o professor não podem se dirigir ao outro como se fossem amigos de infância.

O educador sem perceber faz brincadeiras dentro da sala de aula que não deveria. Um exemplo é fazer comparações com animais, quando um aluno fala uma resposta errada.

Comparações de todos os tipos que relacionem um aluno a outro objeto ou animal não são apoiadas pelos especialistas, justamente porque são subjetivas e precisam de análises para que sejam aprovadas, pois há muitas variáveis circulando-as.

Um comentário desnecessário é algo que o educador possa dizer que não ajuda no conhecimento do aluno e pode prejudicar sua lógica, uma vez que o comentário pode ser maldoso e como é um educador que fala, os alunos se sentem no direito de também pronunciar frases parecidas.

Um exemplo é a seguinte frase:

“Nem a minha avó escreveria algo tão velho”

Aparentemente, a frase é inofensiva, mas o educador precisa ter a consciência de que os alunos podem entender a frase de diversas maneiras, inclusive como uma atitude ofensiva.

Para evitar futuros problemas, é recomendado que o educador não faça uso de comentários que não estejam ligados aos assuntos discutidos em aula ou que sejam uma expressão de opinião própria.

Os educadores que ensinam crianças devem tomar esse cuidado de maneira mais assídua, pois o que acontece numa sala de aula é sabido pelos pais por meio dos alunos e muitas vezes eles entendem erroneamente o uso de uma palavra ou frase e isso pode acarretar obstáculos e dificuldades para o educador. Exclusão e Privilégios

Não é incomum haver alunos que conversam com educadores fora do horário de aula e que durante as aulas são apontados como

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“favoritos” pelos demais colegas.

Uma sala de aula é um local com pessoas diferentes e inevitavelmente o educador simpatiza com algum aluno, geralmente mais interessado no assunto ou na matéria da aula.

É difícil um educador encontrar alguém interessado no que ele tem para dizer, pois em geral, os alunos estão numa instituição de ensino compulsoriamente e quanto mais rápido puderem sair de lá, melhor.

Então, o educador se sente valorizado quando um aluno se mostra mais desenvolvido para as aulas, discute, comenta, pede orientações e indicações de livros para melhorar seus conhecimentos.

Em sala de aula, esses alunos devem ser tratados de igual para igual com os demais estudantes e o educador precisa manter esse objetivo. No momento em que o professor notar que existe um aluno mais interessado e sabe que isso vai desencadear uma relação extra-aula, ele deve manter a postura profissional e conversar com esse aluno normalmente, sem regalias e elogios.

Se o educador tratar o aluno de maneira diferenciada e o estudante perceber, irá criar uma situação delicada para si mesmo, pois o aluno irá cobrar certo comportamento por parte do educador ou irá sentir alguma repulsa vinda dele, quando os elogios não aparecerem.

No caso de exclusão, o educador precisa manter o controle da situação e ignorar seus preconceitos. Todas as pessoas têm alguma coisa que as incomoda, mas o educador deve manter seu lado profissional durante suas aulas e não demonstrar do que gosta ou desgosta.

O mesmo é válido para pessoas. Não importa se é um aluno bagunceiro, baderneiro, com alguma deficiência, dificuldade, que foge aos padrões, quieto, sozinho, o educador sempre tem que dar assistência e passar seus conhecimentos para todos. Obrigações

Dentro da sala de aula, o educador é a maior autoridade e o único responsável se acontecer qualquer coisa durante sua aula, desde um aluno se machucar até algum objeto ser quebrado.

Porém, isso não faz do educador uma entidade máxima, que pode mandar e ditar ordens. O educador deve fazer com que a sala de aula seja um ambiente agradável para todos e pensando nisso às vezes extrapola.

É muito comum o educador chamar o nome de um aluno ou apontar para um e solicitar uma resposta. O professor pode fazer isso, mas o aluno não é necessariamente obrigado a responder.

É direito do aluno não querer participar da aula, e o professor não pode obrigá-lo. Na tentativa de não passar por um momento constrangedor, o educador ameaça o estudante ao dizer que se ele não responder terá uma nota baixa ou receberá um castigo.

Essa atitude não é a resposta para conseguir com que os alunos participem voluntariamente. Represálias, como já mencionado nesse curso, não trazem resultados positivos e não são apoiadas por especialistas.

O que acontece muito é o professor apelar para a bonificação, caso o aluno participe. De uma maneira ou de outra, essa é uma ação arbitrária, ou seja, é uma imposição mascarada, pois pressupõe que o aluno faça adesão a ela, mesmo que ele não queira.

Muitas vezes é o único jeito que o educador consegue lidar com os alunos, infelizmente. Esse professor deve buscar ajuda para encontrar uma relação mais amistosa com seus alunos, pois assim a aula flui mais facilmente, os alunos não são pegos pelo tédio e pelo cansaço.

- O que é Distúrbio?

A palavra distúrbio é formada pela junção do prefixo dis com o radical turbare ou turbar. O prefixo é carregado de negatividade, uma vez que seu significado é a “alteração com sentido anormal, patológico”, de acordo com o National Joint Committee on Learning Disabilities (NJCLD) ou Comitê Nacional de Dificuldades de Aprendizagem, um instituto norte-americano especializado em distúrbios de aprendizagem. Já o radical turbare traz o sentido de “alteração violenta na ordem natural”, como afirma o NJCLD.

Quando reunidos, dis e turbare formam a palavra distúrbio, com o seguinte significado no Dicionário Michaelis: “Perturbação, agitação, desordem, motim, traquinice”.

Já para o NJCLD, “distúrbios de aprendizagem é um termo genérico que se refere a um grupo heterogêneo de alterações manifestas por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas”.

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Portanto, entende-se por distúrbio de aprendizagem uma dificuldade fora do padrão que pode se desenvolver tanto em crianças quanto em adultos, pois a idade não é fator limitante.

Distúrbio e Deficiência

De fato, os distúrbios de aprendizagem são presentes em algumas crianças, independentemente da sua origem, se no método escolar ou se o desenvolvimento abaixo do comum.

Porém, existem algumas variantes, onde profissionais e educadores entendem que são distúrbios, quando na realidade são peculiaridades e deficiências. Entre elas:

• Deficiência Visual; • Deficiência Física;

• Deficiência Mental;

• O educador ensinar algo que seja necessários pré-requisitos.

Ex: Para alguém ler um texto, pressupõe-se que essa pessoa saiba, no mínimo, identificar as letras e números.

• O educador ensinar um assunto que não é adequado para aquela idade ou aquele desenvolvimento intelectual do aluno.

Ex: O professor conta a História do Brasil, onde explica a Semana de Arte Moderna, para crianças de oito anos, que somente sabem que o Brasil foi descoberto por Pedro Álvares Cabral.

• Crianças que cresceram em lares, onde a comunicação não é um hábito, apresentam dificuldade extrema para se expressar;

Expectativa

O erro de alguns professores é não perceber que o problema está em seu método de ensino. Não é fácil de detectar isso, já que os demais alunos compreendem o conteúdo e provavelmente o educador aplica o método dessa mesma maneira há anos.

Quando os educadores organizam suas aulas e o conteúdo de cada uma delas, eles fazem uma lógica gradual e esperam por uma média de resultados. No caso, ele sabe que terá uma porcentagem de alunos com notas abaixo da média, com alunos na média e com alunos acima da média.

Partindo desse pressuposto, o educador cria uma expectativa de aproveitamento, por parte dos alunos, e entende que a parcela de alunos que ao final do período letivo terá aproveitamento completo é pequena.

Ou seja, sabe que muitos alunos vão criar dúvidas e tirar notas abaixo da média, mas o educador não espera que esse número de alunos seja grande. Se a porcentagem abaixo da média for maior que a parcela de alunos na média ou acima dela, o professor percebe que há alguma coisa errada com seu método de ensino.

Vamos imaginar uma sala comum com as porcentagens em equilíbrio. O educador precisa ensinar a conjugação dos verbos ou a tabuada de alguns números. Na perspectiva do professor, não é preciso muito esforço para entender essas informações e ele muitas vezes espera que os alunos apresentem um bom desempenho nessa matéria, mas isso não ocorre.

Como o educador planeja suas aulas de maneira gradual, ou seja, com o nível de dificuldade aumentando, ele se depara com um grande problema, já que os alunos não conseguem compreender com facilidade a parte mais tranquila do seu cronograma. Essa expectativa criada pelo educador e o desempenho ruim da turma não está relacionado com dificuldades ou distúrbios. O educador que precisa se concentrar e entender o ponto em que está o erro, a fim de alterá-lo e conseguir boas notas e principalmente o aprendizado da sala.

O mesmo deve ser notado pelo professor se grande parte da turma apresentar um desempenho muito bom. Há a possibilidade de o educador ser excelente e a turma colaborar, mas o mínimo de desconfiança deve ser atiçado.

Alertamos para esse ponto também, porque às vezes, o professor acaba produzindo uma aula ou uma avaliação muito fácil, ao ponto que os alunos não precisem de muito esforço para entendê-la e respondê-la.

O professor deve buscar outra forma para avaliar sua aula ou complementar a prova dada anteriormente, caso ele desconfie que produziu algo mais facilitado do que deveria.

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- Identificação do Distúrbio

É certo que os distúrbios de aprendizagem não podem ser identificados por uma nota baixa, ou porque o aluno é mais agitado que as outras crianças.

Não é uma tarefa simples identificar se há ou não um problema, a maior ferramenta que se pode usar para descobrir se existe algum problema é a observação.

O professor precisa observar o aluno de maneira geral, verificar se apresenta problemas de aprendizagem em uma ou mais áreas; se existe uma diferença entre seu potencial de aprendizagem ao desempenho que ele realmente apresenta; ou ainda se no decorrer da atividade oscila conhecimentos já adquiridos.

O diagnostico só pode ser estabelecido a partir de testes e conversas realizadas por uma equipe multidisciplinar (pedagogo, psicólogo, psicopedagogo, entre outros) e com o apoio da família, que se faz fundamental nesse processo e que deve ser comunicada sobre as dúvidas que o professor tem ao observar esse aluno.

O que se nota por parte dos profissionais capacitados para apontar o distúrbio é a incompatibilidade que existe entre o potencial de aprender que a criança apresenta e o que de fato o aluno consegue compreender.

Ou seja, confirma-se que a criança não consegue atingir os próprios limites de aprendizagem que apresenta em testes realizados pelos profissionais que conversaram com ela.

É importante ressaltar que esses testes, mesmo aplicados por diversos profissionais conceituados, podem oferecer resultados falsos ou ainda apresentarem incerteza sobre o diagnóstico.

Não é difícil acontecer de os testes apontarem que uma criança demonstra dificuldade de absorção e de desenvolvimento intelectual que não está relacionado com as suas características. Em outras palavras, as crianças se comportam de maneira diferente em testes, alterando assim seus resultados, mesmo quando elas não sabem que estão sendo avaliadas.

Por isso a análise discutida entre todos os profissionais que conversaram com a criança é de extrema importância, pois ter a perspectiva dos diversos momentos do aluno (em sala de aula, durante a Educação Física, em casa, em avaliações escritas e orais) ajuda a reconhecer resultados falsos.

O distúrbio somente pode ser notado em meses de avaliação, tanto na instituição de ensino quanto em casa. Os pais precisam estar presentes nesse momento da vida da criança, pois eles passam a sensação de segurança e o apoio, às vezes, decisivo para o bom desempenho do aluno.

Assim que os profissionais se reúnem e chegam à conclusão de que existe um problema de aprendizagem com aquela criança, inicia- se uma bateria de ações, a fim de resgatar esse aluno e livrá-lo do distúrbio.

Essas ações são formuladas com todos os profissionais que analisaram a criança, juntamente com os pais e a direção da escola. Com a ajuda e os conhecimentos distintos de cada um, as tarefas, os métodos e a aplicação surtem melhor efeito.

Outra vantagem de os profissionais se reunirem para essa questão é que cada um tem consciência do que o outro está fazendo e ajuda para a próxima etapa que o aluno terá que passar.

Quando não existe comunicação entre os aplicadores do método, uma confusão se instaura de tal forma que o único prejudicado é o aluno. A criança fica perdida, pois um professor pede um exercício de um jeito e outro professor, para o mesmo exercício, exige uma forma de execução diferenciada da primeira.

A cabeça da criança entra em conflito e ela não consegue se desenvolver, o que significa que todo o processo de identificação do distúrbio foi inútil e o método aplicado agora é falho. A presença dos pais é indispensável, já que eles participam diretamente da vida da criança e precisam estar a par do que acontece com ela durante seu dia.

No caso da criança diagnosticada com distúrbio de aprendizagem, os pais devem estar presentes, tanto nas reuniões com os profissionais que cuidam do caso do filho quanto em casa, durante as lições e tarefas diárias.

O apoio, a segurança e principalmente a atenção que os pais oferecem à criança são essenciais para a melhora do seu desenvolvimento, porque a criança precisa sentir que é aceita pelas pessoas que ela mais admira e confia.

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É importante também que os pais conheçam o método que é aplicado no filho para que não o auxilie erroneamente, na tentativa de fazer a criança acertar a questão.

O fato não é que o aluno acerte. O que o método e os profissionais aguardam é a melhora no desempenho do aluno, o que não é avaliado apenas pelas respostas corretas que ele leva para o educador, após efetuar a lição de casa.

Os pais devem ter essa consciência e tirar todas as dúvidas com os profissionais que avaliam seu filho, tornando-se também observadores do ritmo de ensino do próprio filho.

A transparência e a comunicação são as bases para a criança se desenvolver da melhor maneira possível, pois os pais e os profissionais relacionados precisam saber e respeitar seus limites, visando sempre o benefício da criança.

- O Método

O método elaborado e aplicado especialmente para a criança com distúrbio de aprendizagem deve levar em consideração as observações dos pais, já que eles são os únicos que convivem com a criança fora do ambiente escolar e que o conhecem profundamente.

Os pais não devem passar por cima da autoridade dos profissionais e nem os profissionais ignorar os comentários dos pais. Todos precisam ter em mente, que ambos os lados são importantes e que têm visões diferenciadas que podem ajudar no desenvolvimento do método.

Esse método precisa ser criado com as especialidades de cada área que precisa ser desenvolvida pela criança, com as informações de cada profissional responsável pelo aluno e pela vivência que os pais colecionam desde o nascimento da criança.

Existem fases que o método deve passar para que tenha efeitos positivos. Ou seja, durante sua elaboração, o método deve ser pensado para chegar a certas etapas importantes a serem alcançadas pelo aluno.

As fases ajudam no mapeamento de como está a performance do aluno e auxiliam para uma melhor avaliação, tanto do método quanto da criança.

De acordo com Alan Ross, em seu livro Aspectos psicológicos dos distúrbios da aprendizagem e dificuldades na leitura, as etapas são:

1. Motivação: esse passo é o empurrão que o aluno precisa para começar a prestar atenção no estudo. Em crianças, essa motivação geralmente é oferecida por meio de objetos ou alimentos que elas gostam.

EXEMPLO

O educador diz que somente vai ficar com o livro de colorir quem cumprir a tarefa corretamente. Não basta somente entregar o exercício feito, ele precisa estar em condições básicas de correção, deve ser feito com capricho e tem que ser entregue no mesmo dia ou em um período estipulado pelo educador.

Nesse caso, o educador precisa praticar um tipo de escambo com as crianças, a fim de motivá-las a executar a tarefa pedida, que elas não fariam se não tivesse um prêmio ao final. O que é abordado na motivação realmente é estimular e enaltecer na criança que o aprendizado gera conhecimento e que isso traz satisfação intelectual, social e autoestima.

Porém, as crianças são muito novas para entender tal conceito. Então, ele deve ser aplicado de outra maneira, mas visando o mesmo objetivo. Para alcançar essa meta, o educador deve instigar a criança durante e ao final do exercício, para que ela tenha contato com esse significado da etapa.

Se o educador falhar nesse quesito, a motivação perde sentido e o método se torna inútil e frágil. O professor deve encontrar uma maneira adequada de abordar o motivo dessa etapa, numa linguagem que as crianças entendam e se sintam cativadas por ela.

Um cuidado que o educador deve ter é não se focar apenas na motivação. No caso da leitura de um texto, o professor consegue convencer o aluno a pegar a folha que contenha o texto, mas não tem o poder de fazer o aluno prestar atenção e se concentrar no

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seu conteúdo.

Como dito no exemplo, o educador precisa especificar como quer o exercício, para que o aluno não encontre falhas e elabore argumentos em cima de uma desatenção do professor. A premiação só acontece se o aluno entregar a tarefa nas condições pedidas pelo educador. Essas condições devem abranger a compreensão, a síntese, a reflexão e a conclusão do aluno para com o texto.

No caso de uma ou todas essas condições não estarem presentes na tarefa, o aluno não deve receber a gratificação e se faz necessário explicar os motivos dessa ação do professor.

O aluno na maioria dos casos não entrega respostas erradas de propósito. Ele acredita que estão certas e por isso espera pela premiação. Quando recebe os comentários do professor, o aluno deve ser orientado a ler a correção e se caso não entender, pedir auxílio do educador.

Muitos alunos desgostam da nota e não levam em consideração a formação do educador, ignorando seus comentários. É importante que o professor resgate esses alunos e mostre que a correção é essencial para a melhora na próxima tarefa, pois muitas vezes o aluno tira uma nota baixa por desatenção.

Também deve chamar a atenção desses alunos, a fim de mostrar que a correção somente acrescenta em seus conhecimentos e não para questioná-los. Não é raro o educador corrigir errado uma avaliação e o aluno perder nota por uma distração.

A culpa não é do educador, já que ele não tem apenas a avaliação de um aluno para corrigir. O aluno deve ser orientado desde cedo a dar valor para as correções e deve ser motivado a argumentá-las, questionando-as até entender o que fez de errado.

A maioria dos alunos não precisa do auxílio do professor para entender seus comentários e consegue melhorar num próximo exercício. Cabe ao educador colocar correções simples e concisas para compreensão direta e rápida dos alunos.

2. Aquisição: essa etapa é o momento em que o aluno absorve as informações que foram oferecidas a ele.

EXEMPLO

Um problema de Matemática é baseado nos cálculos de soma e subtração de números para atingir o resultado correto. O aluno primeiro aprende o que é soma e como ela deve ser aplicada. Em seguida, entra em contato com a subtração e seus conceitos.

O educador ensina como deve ser resolvido esse exercício e manda como lição de casa uma tarefa no mesmo molde da explicação em aula. Ou seja, um problema de matemática que contenha subtração e soma.

Quando o aluno chega em casa, ele deve ler o exercício, interpretar o que ele pede e resolvê-lo. Pressupõe-se que a criança utilize o método ensinado em aula e execute o mesmo processo que o educador.

No momento da resolução do exercício é que fica evidente a aquisição, pois, se o aluno somente decorou o que foi feito durante a explicação em aula, não consegue resolver o exercício com precisão.

Chega-se na mesma conclusão no caso do aluno não ter aprendido ou compreendido o método. É comum acontecer de o aluno acreditar que entendeu o que foi explicado em aula, mas na hora de resolver uma tarefa sozinho ele não consegue.

O educador deve prestar atenção na correção e como o exercício foi resolvido, não basta somente prestar atenção no resultado certo ou errado. É nessa correção que o educador enxerga quem de fato absorveu o método. Um erro comum que o professor comete é não fazer a correção coletiva. Essa ação não é recomendada, pois sempre há uma parcela da turma que não compreendeu o exercício, mas que encontrou a resposta certa. Geralmente, se é apenas um ou dois alunos, o educador reserva um tempo da aula somente para ele(s) e explica novamente o método.

A correção também é importante para analisar o raciocínio do aluno, uma vez que ele pode ter chegado ao resultado correto por meio de um processo adequado e aceitável, porém que não corresponde aquele que o educador ensinou.

Essa linha de raciocínio do aluno não deve ser considerada fantástica, muito menos o educador deve classificar o estudante como inteligente ou com uma intelectualidade acima dos demais. O que se recomenda é que o educador converse com o aluno e peça que ele explique como chegou àquele resultado e porque usou tal procedimento.

Após esse diálogo, o educador deve tentar mais uma vez ensinar o método que costuma utilizar e comparar em qual dos dois, se o da criança ou se o professor, o aluno apresenta melhor desempenho.

Se o método que a criança executou na resolução do exercício for melhor para ela, então o educador deve respeitá-la e não deve

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obrigá-la a aderir ao método que passou em aula. Se o educador forçar a criança num método que não funcione com ela, pode piorar o desenvolvimento do aluno, tanto mental quanto social, pois ela pode se sentir oprimida por não ter a liberdade de fazer uso daquilo que é melhor absorvido pelo seu organismo.

3. Retenção: essa etapa trabalha com a memória do aluno, já que ele precisa mais do que a aquisição para compreender e resolver certas situações.

Não estamos falando aqui sobre a conhecida “decoreba”. Educador nenhum deve basear seus ensinamentos na memorização. O que está em destaque nessa fase é a qualidade da memória do aluno.

EXEMPLO

O educador passa uma sequência de seis números, de sons ou de cores para que os alunos memorizem. Os alunos têm direito de ficar olhando para a ordem por um determinado tempo.

Fica a critério do professor pedir que eles repitam a sequência imediatamente ou para algum momento seguinte. O que de fato trabalha a memória é deixar que os alunos fixem a fileira de números, de sons ou cores e depois façam outra atividade. Num momento inesperado, o educador deve pedir aos alunos que citem a sequência.

O organismo dos alunos é pego de surpresa e não tem tempo de pensar numa reação. Dessa forma, o cérebro se acostuma a trabalhar rápido e o aluno adquire habilidade quanto à memorização.

O que não deve acontecer é o educador usar sempre a mesma sequência com os alunos. As cores ou os números devem mudar de posição de uma vez para outra e não devem ser repetidas, pois aí sim a “decoreba” é realizada.

4. Evocação: a etapa seguinte à retenção está diretamente ligada a ela, já que para a confirmação de que houve uma memorização é preciso expressá-la.

Esta fase é exatamente o momento em que os alunos ditam a sequência, a respeito do exemplo mostrado acima. A evocação trabalha a capacidade do cérebro de trazer à tona a resposta correta, adquirida na etapa de retenção.

5. Generalização: aqui a base é o desenvolvimento do aluno em resgatar uma informação já absorvida e identificá-la dentre tantas outras que se mostram à sua frente.

EXEMPLO

O educador escreve para os alunos a palavra idiossincrasia e explica seu significado. Trata-se de uma palavra pouco conhecida, de difícil pronúncia e complexa grafia. Palavras com essas características precisam ser explicadas com calma e coesão. Não adianta o educador passá-las apenas para cumprir o cronograma.

O sentido da palavra idiossincrasia equivale à individualidade, ou seja, é uma característica própria de uma pessoa, como prender os cabelos de um jeito, falar com algum detalhe, pensar por meio de uma linha lógica, segurar o lápis, andar e todas essas atitudes cotidianas que muitas vezes passam despercebidas.

Se o educador souber como transmitir esse conhecimento à sua turma, os alunos são os maiores beneficiados, já que a palavra é complicada de se memorizar, escrever e pronunciar.

A fim de confirmar se os alunos compreenderam a explicação, o educador deve passar um texto em que a palavra ensinada esteja presente. Novamente, essa ação pode ser imediata ou após algum tempo do aprendizado; fica a critério do professor.

Não basta passar apenas um texto ou algumas frases que contenham a palavra. O educador deve testar diversas vezes com contextos diferentes, para comprovar que os estudantes compreenderam realmente o ensinamento. Essa é a diferença entre a aquisição e a generalização. O aluno demonstra domínio com relação a uma palavra, um assunto, um cálculo ou qualquer outro tipo de informação e conhecimento que o educador possa passar.

A identificação do objeto é a parte principal dessa fase. Se o aluno não conseguir fazer isso, significa que o educador precisa oferecer mais ajuda para essa área, a fim de desenvolvê-la e auxiliar o estudante a controlá-la.

6. Desempenho: essa parte do método é onde o educador tira as conclusões de que seus conhecimentos e ensinamentos foram passados e absorvidos pelos estudantes.

O caminho percorrido para chegar até aqui é longo e demanda meses de trabalho e dedicação, tanto do professor quanto do aluno. O educador teve tempo suficiente para avaliar as reações do aluno, portanto não é somente nesta fase que o estudante recebe

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notas.

Cada etapa é parte do processo como um todo, como se fossem engrenagens em um relógio: são dependentes entre si e somente têm um resultado quando o conjunto é analisado. Se uma fase não está de acordo com as demais, o método se torna falho ou apresenta respostas inadequadas ou falsas sobre o aluno.

O educador deve ter a consciência que o desempenho é uma média de tudo que aconteceu até aquele presente momento e não a única hora de avaliação. O percurso é analisado de acordo com o início da aprendizagem, o decorrer dela e como estão as capacidades do aluno.

EXEMPLO

Um exemplo simples é a hora em que o professor calcula a média final do aluno. Todas as atividades pedidas ao longo do ano estão anotadas, juntamente com as notas que o aluno conseguiu.

A maioria das instituições de ensino trabalha com uma média simples: se há cinco notas ao longo do ano letivo, o professor deve somar todas e o resultado é dividido por cinco. O número atingido é a média final do aluno.

A instituição coloca como padrão a nota seis como média. Portanto, se o número alcançado no cálculo for maior ou igual a seis, o aluno é aprovado. Se a nota for menor que seis, o aluno é reprovado.

O mesmo ocorre na análise do desempenho. Durante a elaboração do método, os profissionais traçam um objetivo para o aluno, de acordo com as condições em que ele se encontra. Essas condições são conhecidas por meio dos testes inicialmente aplicados ao aluno, como já comentamos.

Traçadas essas metas, os profissionais observam o aluno ao longo de todo o percurso do método, todas as outras cinco etapas, e comentam e guiam o estudante para que ele atinja o objetivo do método: desenvolver suas habilidades.

Com as avaliações analisadas e devidamente registradas, todos os profissionais envolvidos no método devem se juntar e chegar a um veredicto, para declarar se o aluno está aprovado ou terá que refazer o caminho.

Assim que esses profissionais chegam ao resultado, os pais são chamados e notificados do desempenho do filho. Essa presença dos pais é essencial, já que eles precisam apoiar o filho, independentemente de onde ele conseguiu chegar.

7. Retroação: esse é o momento em que o aluno fica a par de tudo que aconteceu com ele desde o início, quando os profissionais desconfiaram de suas dificuldades, passando pelos testes e chegando ao resultado obtido.

Tudo deve ser explicado pausadamente à criança, numa linguagem que ela compreenda, sem entrar em detalhes e especificidades, pois o discurso faz com que a mente da criança se perca, ainda mais se ela for portadora de um distúrbio de aprendizagem.

A criança tem que entender que ela não é doente e que as pessoas a sua volta não se reuniram para prejudicá-la. Dependendo da idade da criança, ela pode imaginar que os “adultos” pretendem castigá-la por algo de errado que fez ou que estão de complô.

Os pais são os responsáveis por decidir a maneira com a qual a criança vai entrar em contato com essas informações, pois eles conhecem suas reações diante das diversas situações que acontecem.

Não é difícil a criança criar pensamentos que não existem.

• Sentir que foi traída pelos que a rodeiam, pois em sua cabeça, eles deveriam tê-la avisado de todo o ocorrido;

• Sentir que é inferior em relação às demais crianças, pois durante o método ela era a única que estava sendo tratada diferente e tinha que executar atividades distintas daquelas que os colegas faziam;

Conclusão

Após essa teorização sobre distúrbio de aprendizagem chegamos ao conceito de que a criança que apresenta tal dificuldade não é incapaz de aprender e que em muitos casos não é uma característica advinda somente dela.

O espaço escolar e a comunicação familiar são imprescindíveis para a avaliação e o desenvolvimento mental e motor da criança, uma vez que esses dois locais são os primeiros que a criança tem contato e compreende conceitos da vida propriamente dita.

Entende-se por distúrbio de aprendizagem o aluno que não atinge a própria capacidade, pois demonstra que tem desenvoltura para conseguir absorver e compreender mais informações do que de fato realiza.

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Essa conclusão sobre o aluno é um processo de meses e precisa da presença de profissionais diversos que estão em contato com a criança diariamente e dos pais ou responsáveis por ela.

Unidade 2 – Tipos de Distúrbios de Aprendizagem

- Hiperatividade ou Distúrbio de Déficit de Atenção

A hiperatividade é uma situação que os pais têm maior contato, no que diz respeito a distúrbios de aprendizagem. Geralmente, é a única explicação que os pais encontram para esclarecer a agitação extrema do filho.

A definição de hiperatividade é feita por meio de um comportamento agitado acima da média, em comparação às demais crianças da mesma idade. É uma característica fácil de ser notada e mais comum do que a maioria das pessoas imaginam.

Em um estudo realizado na Universidade da Califórnia, Los Angeles, foi constatado que cerca de 50% (cinquenta por cento) das crianças portadoras de distúrbios de aprendizagem eram hiperativas.

Esse não é um sintoma para sentir vergonha ou medo, tanto por parte dos pais quanto por parte das crianças, pois é comum. A causa da hiperatividade é uma lesão cerebral, no córtex pré-frontal, como possível causa o parto ou o desenvolvimento do feto.

O que chamamos de lesão não é necessariamente um “amassado” ou uma ausência de parte do cérebro. O termo é usado para caracterizar uma situação anormal que ocorre nos neurônios e no processo de levar e trazer informações, por meio dos impulsos elétricos.

Essa lesão não é grave e não representa uma doença. Sua maior característica é a distração e a falta de controle em conseguir ficar calmo e quieto. O nível de hiperatividade está relacionado diretamente com a região em que a lesão se encontra e depende de qual o tamanho dela.

A hereditariedade traz uma predisposição que ajuda no desenvolvimento desse distúrbio, mas não há um ponto certo que se pode apontar como causador do Déficit de Atenção.

Essa é uma conclusão tirada de pais não portadores desse distúrbio, com filhos extremamente hiperativos. Os estudiosos entenderam, após pesquisas, que é apenas uma herança genética, não um gene “defeituoso”.

EXEMPLO

Uma criança nasce com os olhos claros, mas nem o pai nem a mãe têm essa característica. O primeiro pensamento é achar que a criança foi trocada após o parto ou que um dos pais não é de fato o doador genético.

Esse é um erro comum, pois antes de formar pensamentos precipitados as pessoas devem observar os avós. De um lado ou de ambos, os avós apresentam olhos claros.

Os pais dessa criança carregam em seus respectivos códigos genéticos, genes com predisposição para que desenvolvam olhos claros, mas se eles não tiverem os pares respectivos de genes para se juntar, a pessoa não terá olhos claros.

No caso da criança, ela recebeu os genes do pai e da mãe de olhos claros e por isso nasceu com essa característica. No caso da hiperatividade, acontece a mesma coisa.

Crianças hiperativas apresentam as seguintes indicações:

• Falar discaradamente;

• Brincar com vários brinquedos ao mesmo tempo;

• Executar suas atividades rapidamente;

• Distração;

• Dificuldade de concentração;

• Dificuldade de memorizar acontecimentos recentes;

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• Dificuldade em ficar parada, sem atividade;

• Aparência de pressa para terminar ou resolver problemas;

• Mudanças bruscas de humor;

• Explosão de sentimentos, principalmente raiva e irritação;

• Ansiedade extrema;

• Compulsão por alguma coisa;

• Criatividade bastante desenvolvida.

Falar Disparadamente

O mais típico em crianças hiperativas é a quantidade de palavras que elas conseguem falar em um curto período de tempo. Elas conversam com muita rapidez, mudam de assunto de uma hora para outra e têm pressa no momento em que outra pessoa está falando, justamente para voltar a se pronunciar.

É bastante comum crianças falarem bastante, mas a diferença em crianças hiperativas é que elas simplesmente não conseguem ficar caladas. Falar se torna uma necessidade e em locais em que ela é proibida, a pessoa sente uma dificuldade imensa e perde a concentração no que deveria estar fazendo.

Na maioria dos casos, pessoas hiperativas encontram outra ação para executar, para poder manter o foco no que realmente precisa.

EXEMPLO

Durante uma palestra, uma pessoa hiperativa, sabendo de seu estado, precisa levar alguma coisa com a qual ela consiga manter o foco no que será dito. Caso contrário, ela não consegue ficar sentada na cadeira, somente olhando o palestrante e absorvendo as informações que ele está oferecendo.

O assunto e o palestrante são muito interessantes para essa pessoa hiperativa, mas isso não é suficiente para mantê-la quieta e com a atenção somente na apresentação.

No caso, essa pessoa leva um bloco de papel e uma caneta. Ao início da palestra, ela mantém o foco em quem fala, mas depois de alguns minutos, todo o seu interesse se transforma em inquietude.

Ela precisa sair dali, andar, mexer as mãos e os pés, tomar água, comer alguma coisa, fazer barulho, comentar as informações que está guardando. Enfim, essa pessoa precisa se locomover, seja física ou mentalmente.

Depois de passado pouco tempo (em geral são necessários apenas alguns minutos), a pessoa está quieta, calma, parada, porém não olha para o palestrante. Seus olhos estão fixados no bloco de papel, que agora está cheio de rabiscos, desenhos e palavras ou frases soltas.

Talvez até tenha o conteúdo da palestra, mas provavelmente a maioria que está riscada e escrita ali está relacionada com todos os assuntos do mundo, menos o da palestra.

Para quem vê essa cena, acredita que essa pessoa é uma desinteressada e que deveria sair do recinto, cedendo espaço para quem realmente quer participar da palestra. Porém, ela prestou atenção, de uma maneira própria. Esse é um erro que acontece sempre. Somente pela pessoa demonstrar que está dispersa, os demais creem que ela se perdeu em meio ao assunto da palestra ou da aula. Os professores e pais sempre fazem essa ligação, mas não sabem que podem estar profundamente enganados.

Crianças com dificuldade de concentração precisam de algo em que elas possam firmar seu pensamento, justamente para conseguir prestar atenção ao que o pai, a mãe, o educador ou qualquer outra pessoa está dizendo.

Riscar um papel, aparentemente, evidencia distração, mas no caso de crianças hiperativas, esse é o método que ela usa para se manter concentrada. Como a instituição e o educador têm um procedimento padrão para dar aulas, essa criança acaba castigada e repreendida erroneamente.

Os próprios pais, sem ter conhecimento adequado de que a ação da criança foi em prol da sua aprendizagem, e não uma traquinagem, também aderem à punição da escola.

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Os filhos criam uma repulsa dos pais, pois eles ao menos se prontificaram em saber o motivo da criação dos desenhos. É uma situação complicada, já que é sabido que muitos alunos começam a desenhar coisas em seus cadernos, a fim de levar a mente para outro lugar, deixando somente o corpo físico presente. As crianças são as mais prejudicadas principalmente porque não têm culpa de serem hiperativas e de precisarem descobrir um método próprio para conseguir se adaptar à padronização da sociedade.

Por isso, o acompanhamento dos pais no desenvolvimento da criança, em especial, durante a vida escolar é essencial. Os pais têm o dever de precaver a instituição de ensino sobre a condição do filho, para que não aconteçam desavenças e problemas futuros.

Muitos pais receiam em contar a condição do filho à direção, logo no início, pois a escola tende a rejeitar a criança. Porém, isso se fará necessário quando a instituição de ensino reparar nos seguintes sintomas:

• Desatenção;

• Falar exageradamente durante a aula;

• Sair a todo instante;

• Fazer traquinagens durante a aula;

• Fazer muitas perguntas;

• Causar desordem na sala de aula.

Brincam com vários brinquedos ao mesmo tempo

Geralmente, quando se observa uma criança brincando, ela está focada em apenas um brinquedo: boneca, carro, xícaras, rodas, controles, entre outros. Porém, chama a atenção ao encontrar uma criança que esteja brincando com dois brinquedos completamente diferentes ao mesmo tempo.

O espanto fica mais evidente quando se imagina uma pessoa adulta fazendo duas coisas no mesmo instante. A maioria das pessoas consegue executar apenas uma ação pensada de cada vez, ou seja, encontrar um indivíduo que escute música, num alto volume e com letra, e estude ao mesmo tempo é fácil. A questão é se a pessoa realmente consegue estudar com todo aquele som.

Cada indivíduo atinge um objetivo igual por meio de caminhos diferentes, mas existem situações em que grande parte da população se torna comum, pois executa um modo de operar no mínimo parecido.

EXEMPLO

Desde sempre, entende-se que para estudar é preciso um ambiente calmo, sem distrações, silencioso e com pouca gente, pois cada som, por menor que seja, pode atrapalhar o bom aproveitamento do aprendizado.

Por isso as bibliotecas são tão procuradas por estudantes e pessoas que precisam de um local tranquilo para esclarecer suas ideias e absorver o maior número de informações que conseguir.

Um pai sabe que seu filho tem uma avaliação bastante difícil no dia seguinte, pois tem consciência que a criança não tem afinidade nem com o educador nem com a matéria e que precisa estudar muito, se quiser tirar uma boa nota.

Então, bate à porta do quarto do filho e aconselha que ele comece a estudar. Dali alguns minutos, o pai escuta um som de rock’n roll muito alto, vindo do quarto de seu filho.

Na hora ele se irrita e se encaminha para o aposento, a fim de reclamar. Quando abre a porta, encontra o filho sentado à escrivaninha, com os livros abertos e concentrado.

A concentração é percebida porque o pai chama inúmeras vezes pelo filho, que não responde. Pode-se pensar que é devido à altura da música, mas não, pois o volume não está tão alto.

O pai intrigado chama o filho com mais energia e percebe que o garoto se assusta. Segura o caderno do filho e pergunta-lhe porque não está estudando.

O filho afirma que o estudo rende e que não está preocupado com a prova. Assim que chega a nota da avaliação, o pai desacredita que o garoto realmente conseguiu estudar, em meio a todo aquele “barulho”, já que se depara com uma boa nota no boletim.

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Casos assim não são tão raros, já que hoje os pais entendem que cada criança adere a um método de estudo. Antigamente, eles precisavam do silêncio, o que não significa que realmente estudavam.

As notas do boletim não são as únicas provas que os pais podem tirar sobre o bom desempenho do filho, já que ele pode ter usado algum artifício incorreto para acertar as questões da avaliação.

Fazer duas atividades ao mesmo tempo não é para qualquer pessoa e as hiperativas costumam executar até três ações num mesmo instante, sem grandes dificuldades.

Isso ocorre, porque o cérebro de pessoas hiperativas trabalha mais rápido que de pessoas

comuns e apenas executar ação não é o bastante para ocupar a atividade cerebral que o organismo necessita.

Existem profissões que ser hiperativo passa a ser um requisito, já que o cotidiano daquele funcionário não será nada calmo.

• Medicina;

• Jornalismo;

• Atuária;

• Marketing;

• Dança;

• Eventos;

• Publicidade e Propaganda.

Estas são apenas algumas das profissões que pessoas hiperativas ascendem e atingem o sucesso. Ressaltamos que não é a profissão como um todo, já que cada uma delas tem suas particularidades, que abrangem desde especializações que atuam em áreas mais calmas até locais com muita atividade diária.

Executar suas atividades de maneira muito rápida

Pessoas hiperativas têm pressa, muita pressa, e quanto mais rápido elas conseguem terminar uma atividade, mais depressa iniciam outra. Isso é muito comum e às vezes a velocidade é tanta que a pessoa faz as duas coisas ao mesmo tempo.

Para a maioria, esta atitude resultaria em duas atividades ruins, mas em pessoas hiperativas, essa é uma vantagem. Existe a probabilidade de uma ou as duas saírem erradas ou com detalhes rudes, porém a quantidade de acertos quando o desenvolvimento advém de uma pessoa hiperativa, é grande.

A criatividade aqui conta bastante, já que se a pessoa não for esperta e aprender a lidar com as ferramentas que tem, ela não consegue executar nenhuma das atividades com exatidão.

EXEMPLO

Uma criança começa seu dever de casa e termina em menos de dez minutos. Os pais desconfiados pegam a lição da criança e conferem, a fim de detectar qualidade.

Quando se deparam com todas as perguntas respondidas corretamente, chamam o filho para esclarecer como ele conseguir acabar tão rápido sua tarefa.

O filho explica que gosta da matéria e que compreendeu o que foi dito em aula. Portanto, não encontrou dificuldades para executar o dever.

Ao longo do tempo, os pais percebem que o filho termina todas as lições muito depressa e começam a observar as demais atividades que ele executa, para confirmar se ele é somente bom aluno.

Os pais notam que a criança é esperta e atenta para praticamente todas as atividades que faz, desde exercícios até tarefas escolares e do lar. Sempre a criança termina muito depressa o que lhe foi pedido, em comparação a outras crianças da mesma idade.

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Em primeiro lugar, os pais acreditam que seu filho é intelectualmente mais desenvolvido do que as demais crianças, mas depois confirmam que ele apenas tem motivação para encerrar rapidamente suas tarefas, sejam elas quais forem.

Existe uma diferença aí de crianças que querem terminar deveres de casa com velocidade para poder brincar e se divertir, como se a responsabilidade fosse uma prisão. Essas crianças não são hiperativas; elas são apenas espertas e objetivam seu dia no divertimento.

É importante colocar em destaque que há pessoas que ocupam seu dia completamente, por livre arbítrio. Essas pessoas não são hiperativas. Elas fazem a escolha de se manterem ocupadas, por razões pessoais.

Distração

Não é raro encontrar uma criança que começa brincando de boneca e em dois minutos finge estar lavando a louça, em sua pia de plástico. Crianças são atraídas pelos brinquedos que chamam mais sua atenção.

Por isso, sempre que olhamos para a mesma criança, ela está brincando com algo diferente. Porém, crianças hiperativas não terminam o que iniciam e somente lembram-se do que estavam fazendo quando retornam àquele caminho por onde passaram.

Em outras palavras, a hiperatividade em uma criança ou em um adulto causa nela perda de memória recente, mas não é algo para despertar preocupação, pois isso somente quer dizer que ela se distrai facilmente e esquece com rapidez o que estava fazendo.

EXEMPLO

Uma pessoa decide arrumar o móvel de seis gavetas que está em seu quarto. Começa a limpeza retirando tudo que há dentro de cada uma das gavetas.

Depois de tudo retirado, a pessoa recoloca cada coisa em seu lugar, mas antes abre caixas e livros, a fim de jogar alguns objetos fora.

Depara-se com um objeto antigo que está quebrado, mas é possível fazer um reparo. A pessoa então busca algumas ferramentas que a ajudem a consertá-lo.

Quando pega a fita adesiva ou a cola, ela encontra um lápis colorido, que na verdade deveria estar num estojo e este por sua vez se encontra em outro cômodo.

A pessoa larga o objeto que precisava de reparos e leva o lápis colorido até o estojo. Ao chegar lá, ela vê que está faltando mais de um lápis na coleção e dá partida a uma busca pela casa para encontrá-los.

Essa pessoa decide procurar no próprio quarto e quando se adentra a ele, dá de encontro com todas as gavetas fora do móvel, com todos os seus objetos jogados ao chão.

Somente neste momento que ela recorda que estava limpando o móvel.

Dificuldade de concentração

A concentração é a maior vilã em pessoas hiperativas. Elas simplesmente não conseguem focar em alguma coisa e prestar atenção somente naquilo. O mínimo detalhe as distrai, como um mosquito ou uma aranha que aparece diante delas.

Essas pessoas olham para o inseto não com medo, somente observa e se perde em meio aos movimentos de suas patas ou de suas asas. Depois de alguns minutos ou após alguém chamar sua atenção é que essas pessoas retornam à realidade e percebem que se perderam por alguns instantes.

Muitas vezes nem é preciso algum som, animal ou distração óbvia (como celulares e mensagens instantâneas). A pessoa escreve um texto e de repente ela para, encara as palavras e parágrafos, mas não escreve mais.

Para quem vê de fora, acha que a pessoa se perdeu em meio aos seus pensamentos, com a expressão “saiu de órbita”. Porém, nem mesmo a pessoa tem noção de que cessou sua atividade. De repente, ela pisca e nota que parou de escrever e não consegue lembrar o que fazia no instante anterior.

Aqui, tanto a distração quanto a memória recente falham, isso ocorre pela dificuldade de concentração, pois se a pessoa realmente se foca no que executa, ela não se perde.

O indivíduo focado se deixa levar pelos seus pensamentos propositalmente, quando olha para uma janela ou levanta para tomar um

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café. Em pessoas hiperativas, essa situação simplesmente acontece e se mantém fora do controle, já que a pessoa não sabe que isso está ocorrendo.

O exemplo dado no item “Falar Disparadamente” também trás uma situação em que a concentração é difícil e para contorná-la, é preciso que a pessoa busque algo em que consiga manter o foco no que realmente importa. EXEMPLO

Uma pessoa hiperativa tem muita dificuldade de ficar em casa, pois não tem atividades que ela possa fazer. Esta última varia bastante de caso para caso.

Mesmo tendo diversas coisas para ela fazer, a pessoa ou não deseja fazê-las ou não sente atração e animação para executá-las.

Os pais e/ou pessoas próximas precisam estar presentes nesses momentos ou pelo menos durante o desenvolvimento dessa pessoa, para ajudá-la a encontrar algo com que se concentre e mantenha o controle da situação.

É comum pensar que crianças e adultos hiperativos gostem de atividades que gastem muita energia. Esse é um engano comum. Muitas pessoas com hiperatividade buscam ações calmas e tranquilas.

No caso, uma criança hiperativa de férias é motivada pelos pais a fazer dobraduras de papel, também conhecidas por origami. Os pais ensinam passo a passo como a criança deve fazer a dobra do papel.

Nesse momento notam que a criança simplesmente parou de fazer barulho, de gritar ou correr e de tentar chamar a atenção. Então, chegam à conclusão de que encontraram algo em que a criança consegue se concentrar e prestar atenção nos detalhes.

Apesar de ser um exemplo simples, esse tipo de situação é bastante comum. Às vezes, crianças agitadas somente precisam de algo que as acalme e as façam, sem que percebam, entrar em equilíbrio mental. Dificuldade de memorizar acontecimentos recentes

Como mencionado no item “Distração”, pessoas hiperativas têm uma leve dificuldade em recordar o que estavam fazendo há alguns segundos atrás. Certamente, você já se deparou com uma pessoa que conversava um assunto e no momento seguinte pergunta “O que eu estava falando mesmo?”.

Essa é uma característica para identificar pessoas com memória falha para o que acabou de acontecer. Em geral, essas pessoas apresentam memória boa para datas, ações alheias, detalhes, mas sempre se perdem no que estavam falando ou fazendo.

Um indivíduo ao demonstrar tal sintoma não significa necessariamente que ele é hiperativo, mas pode ser uma tendência a desenvolvê-lo. Para quem observa, a cena é engraçada, já que a pessoa que fala não consegue lembrar o que ela mesma havia dito.

Cuidado para não misturar pessoas que se perdem nas palavras porque não têm argumentos ou porque falam muita bobagem. Hiperativos, principalmente quando são interrompidos, esquecem do que faziam ou falavam imediatamente e às vezes não recordam mais.

Dificuldade em ficar parada, sem atividade

Esse item está diretamente relacionado com a dificuldade de concentração, já que se uma pessoa não consegue ao menos se focar em um assunto, como ela será capaz de ficar sem qualquer atividade para fazer?

O hiperativo sempre precisa estar em atividade, pois o seu cérebro sente a necessidade de trabalhar e quanto mais ele fizer ao longo do dia, mais cansado estará ao anoitecer e o sono será mais tranquilo, e executando sua função principal: recarregar as energias.

Dificuldade de memorizar acontecimentos recentes

Como mencionado no item “Distração”, pessoas hiperativas têm uma leve dificuldade em recordar o que estavam fazendo há alguns segundos atrás. Certamente, você já se deparou com uma pessoa que conversava um assunto e no momento seguinte pergunta “O que eu estava falando mesmo?”.

Essa é uma característica para identificar pessoas com memória falha para o que acabou de acontecer. Em geral, essas pessoas apresentam memória boa para datas, ações alheias, detalhes, mas sempre se perdem no que estavam falando ou fazendo.

Um indivíduo ao demonstrar tal sintoma não significa necessariamente que ele é hiperativo, mas pode ser uma tendência a desenvolvê-lo. Para quem observa, a cena é engraçada, já que a pessoa que fala não consegue lembrar o que ela mesma havia dito.

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Cuidado para não misturar pessoas que se perdem nas palavras porque não têm argumentos ou porque falam muita bobagem. Hiperativos, principalmente quando são interrompidos, esquecem do que faziam ou falavam imediatamente e às vezes não recordam mais.

Dificuldade em ficar parada, sem atividade

Esse item está diretamente relacionado com a dificuldade de concentração, já que se uma pessoa não consegue ao menos se focar em um assunto, como ela será capaz de ficar sem qualquer atividade para fazer?

O hiperativo sempre precisa estar em atividade, pois o seu cérebro sente a necessidade de trabalhar e quanto mais ele fizer ao longo do dia, mais cansado estará ao anoitecer e o sono será mais tranquilo, e executando sua função principal: recarregar as energias. Em crianças, isso se torna um problema para os pais, educadores e todos que a rodeiam, já que eles não conseguem fazê-la ficar quieta e quando chega a hora de dormir, ela está sem sono e leva os pais ao cansaço extremo.

Por isso, é importante ocupar a criança ao longo do dia, independentemente se ela é hiperativa ou não. Se a criança não tem atividades que gastem sua energia durante o dia, ela certamente terá dificuldades em dormir.

Aparência de pressa para terminar ou resolver problemas

Pessoas hiperativas demonstram com grande facilidade que têm pressa para terminar o que começaram, principalmente, se forem problemas ou tarefas que não lhes atraem muito.

Algumas manias são comuns entre pessoas hiperativas, no momento em que sentem necessidade de colocar fim a algo. Em especial quando seus objetivos envolvem satisfação.

• Pernas chacoalhando;

• Mãos inquietas

• Olhos mexendo para todos os lados;

• Posturas alternando rapidamente;

• Expressões faciais nítidas de tédio ou pressa;

• Mexer com canetas e lápis;

Às vezes, essas manias apenas expressam que a pessoa não consegue ficar parada. É bastante comum ver algum aluno com a perna agitada durante a aula. Aparenta a pressa para sair da sala de aula e na maioria dos casos é o que realmente o aluno quer, mas pressupor que possa ser hiperativo é um erro.

Mudanças bruscas de humor

Uma das principais características de pessoas hiperativas é a mudança brusca de humor, mas é preciso ter cuidado com esse sintoma porque ele pode estar escondendo uma doença mais grave ou problemas psicológicos, que não entram na categoria que estamos estudando neste curso.

Essas mudanças são nítidas a qualquer pessoa e desencadeiam constrangimento para aqueles que presenciam tal situação. A pessoa que muda de humor não percebe o que faz e acredita que está certa em sua atitude. Em geral, ela é avisada por amigos e se for necessário se desculpa pelo seu comportamento.

Esse tipo de situação pode ser controlada, mas demanda tempo, paciência e dedicação da pessoa. Na maioria dos casos, a pessoa somente nota que está sendo desagradável quando já adulta e depois de sofrer consequências graves, como uma demissão, por exemplo.

EXEMPLO

Uma pessoa que está conversando com um amigo, de repente fecha a expressão facial e começa a responder monossilabicamente, após o amigo simplesmente não dar a resposta que a pessoa queria.

Na conversa, a pessoa pergunta ao amigo se ele prefere comer hambúrguer ou lasanha. A pessoa na realidade quer comer lasanha, mas presa à opinião do amigo, já que vão juntos ao restaurante.

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O amigo responde que para ele não faz diferença e a pessoa insiste que ele dê sua opinião. Então ele dá preferência ao hambúrguer. A pessoa de repente resmunga e diz que perdeu a vontade de comer.

É possível que uma discussão comece, mas geralmente a pessoa se retira e fica emburrada por um tempo, e o amigo fica sem entender e com fome, já que a pessoa desistiu de sair.

Existe uma probabilidade maior de acontecer mudança de humor em mulheres, devido à explosão de hormônios que ocorre em seus corpos ao longo de um ciclo menstrual. Isso

não significa que todas as mulheres são hiperativas e que se acontecer com um homem, ele pode ter viés homossexual.

Um assunto não está relacionado a outro. Dizemos apenas que mudanças de humor são mais frequentes em mulheres e também é uma característica de pessoas hiperativas.

Explosão de sentimentos, principalmente raiva e irritação

A mudança de humor e a explosão de sentimentos estão intimamente ligadas. A raiva, a irritação e o aborrecimento são os sentimentos que mais se extravazam não somente em pessoas hiperativas.

A causa exata da escolha desses sentimentos não tem uma explicação concreta, apenas há relatos de estudos que indicam essas três emoções como mais intensas e mais difíceis de controlar.

Quando a raiva e/ou a irritação estão na eminência de vir à tona significa que o indivíduo está prestes a perder a racionalidade. A maioria das vezes, a explosão não é devida apenas ao fato que acabou de acontecer. Ela é resultado de uma reação que já ocorria, recebendo por isso a classificação de estopim.

A pessoa já acumulou grande quantidade de tolerância e de paciência para com um ou vários e distintos assuntos, sendo preciso somente uma situação simples acontecer para que a pessoa libere toda a energia que estava canalizando.

Esta não é uma característica específica de pessoas hiperativas, já que o estresse tem sido uma das piores doenças que vem ganhando força desde o final do século XX.

Cada vez mais nos deparamos com pessoas nervosas e irritadas diariamente, principalmente com relação à situação financeira. A idade não é mais um fator limitante para o estresse se manifestar, pois já existem casos, e não são poucos, de crianças com sintomas de estresse avançado.

Ansiedade extrema

A ansiedade é o sintoma principal na identificação de pessoas hiperativas. Ela é a causa das demais características que se manifestam em um indivíduo.

Todos os itens acima mencionados são derivados da ansiedade extrema que se desenvolve e domina o corpo das pessoas hiperativas. Nas crianças, ela se torna uma dificuldade grave e desencadeia problemas de atenção e concentração e no aproveitamento, com relação à absorção de informações e conhecimentos.

Dependendo do nível de ansiedade, a pessoa não consegue sair à rua, manter uma conversa com outras pessoas, se pressionada, tem dores de cabeça intensas, suor excessivo, dores nos olhos. Nestes casos, deve se encaminhar a um médico especialista, que deverá receitar exames e, se necessário, receitar remédios para controlar a ansiedade.

Assim que uma criança é diagnosticada com ansiedade extrema, os pais e educadores devem ensiná-la a controlar tal emoção, pois esse controle será decisivo no desenvolvimento e no crescimento dessa criança.

Se ela aprender a manter a calma, consegue atingir qualquer objetivo e não precisa chegar ao patamar de ser medicada. Os medicamentos somente são receitados em casos graves. Os médicos tentam buscar alternativas, que envolvam alterações cotidianas, pois os remédios são o último recurso.

Devido à ansiedade, muitos acidentes são causados e muitas falhas acontecem, já que com a pressa de terminar um trabalho, a pessoa não presta atenção no que deve produzir e deixa passar detalhes que fazem toda a diferença.

Compulsão por alguma coisa

A compulsão pode ser definida como uma ação repetitiva e sem controle que uma pessoa executa. Em crianças, esse conceito não

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muda, porém é mais obscuro, já que elas são muito agitadas e estão aprendendo o que significa cotidiano.

Colocamos aqui um exemplo para compulsão comum, mas que muitos adultos não têm essa interpretação: fazer perguntas excessivamente.

A curiosidade é uma característica evidente nas crianças, mais naquelas que são portadoras de Déficit de Atenção, pois tudo elas querem conhecer e entender. Geralmente, no meio da explicação, elas cansam e perguntam sobre outra coisa ou simplesmente se desligam.

Essas crianças têm a curiosidade aumentada em algumas vezes e qualquer coisa é motivo para elas fazerem perguntas. O que é mais comum de acontecer é fazer perguntas de filmes, desenhos ou programas que têm um começo, um meio e um final, porque elas não conseguem esperar que chegue o desfecho, mas querem saber quem é o vilão da trama.

Os adultos e mesmo os colegas se irritam com a quantidade de perguntas, porém a criança hiperativa não percebe o que faz e que já passou da décima quinta pergunta.

As pessoas que viram alvos das crianças hiperativas precisam ter paciência e compreender que elas não fazem por maldade e que não têm noção de que estão incomodando.

Entende-se que todas as pessoas têm um limite e que não é possível ficar respondendo todas as questões que lhes são feitas. Para contornar a situação, a pessoa deve conhecer o que acalma a criança ou algo que a deixe envolvida e com foco, como uma atividade.

Essa é a melhor maneira para lidar com a situação de perguntas sem fim. A criança não deve ser oprimida ou obrigada a parar, pois ela não entende o que acontece e não tem culpa. Os pais e educadores devem ter isso em mente e aprender a controlar tal situação.

Criatividade bastante desenvolvida

A criatividade é algo que precisa ser desenvolvida e estimulada, principalmente ao longo da infância, para que a criança consiga resolver seus próprios problemas com as ferramentas que estão a sua disposição.

Crianças com Déficit de Atenção criam uma relação intensa com sua criatividade, pois muitas vezes ficam sozinhas e cansam rapidamente do que estão fazendo.

Para não ficar parada, ela começa a brincar sozinha e inventa personagens, com quem tem conversas longas e racionais. Muitos pais acham que isso é um viés para a loucura.

Isso é um erro frequente, já que para os pais falar sozinho é um indício de que algo não está certo, porém eles não devem se preocupar, já que a criança somente está se mantendo ocupada.

É muito comum a criança hiperativa ter facilidade em criar e inventar brinquedos, personagens, desenhos ou objetos que lhes ofereçam alguma utilidade.

Em momentos de compulsividade que as crianças hiperativas têm, os pais ou educadores devem incentivar algo em que elas usufruam de sua criatividade e esqueçam da compulsão.

Essa é uma maneira para lidar com dois problemas ao mesmo tempo, sem prejudicar a criança e auxiliando seu desenvolvimento. D.D.A, T.D.A.H ou T.D.A.

As siglas que envolvem o distúrbio de déficit de atenção são várias e confundem as pessoas. Todas são conhecidas e querem dizer a mesma coisa: dificuldade de aprendizagem.

D.D.A. – Distúrbio de Déficit de Atenção

T.D.A.H. – Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade

T.D.A. – Transtorno de Déficit de Atenção

Estudo de D.D.A.

Daniel G. Amen, doutor em Medicina, desenvolveu uma pesquisa em pessoas com hiperatividade e obteve resultados bastante interessantes. Durante seu estudo, Dr. Amem descobriu que portadoras de D.D.A. apresentam grande dificuldade para trabalhar sob

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pressão.

Quando a pessoa que tem D.D.A. sofre pressão, o funcionamento do seu cérebro se torna mais lento e ela se torna menos eficiente. Ela tenta se concentrar mais e correr para entregar tudo que precisa dentro do prazo estabelecido, mas apresenta uma piora e um decréscimo na produção.

O que é recomendado para pessoas com D.D.A. é que sejam tratadas por meio de estímulos e apoios, para que foquem na meta e mantenham o objetivo.

- Dislexia

A dislexia é o termo usado para designar pessoas com dificuldades na escrita, que envolve etapas com relação aos fonemas, às sílabas e ao vocabulário. Alguns estudiosos entendem que a genética ajuda no desenvolvimento da dislexia.

De acordo com os estudos de R. J. Schan, em seu livro Distúrbios de Aprendizagem em Crianças, a dislexia é entendida como um distúrbio, pois contém quatro características concretas.

1) Dificuldades de leitura e escrita que persistem até a idade adulta, a despeito da disponibilidade de oportunidade educacional.

2) Um conjunto característico de erros na escrita manual. Estes incluem inversões de grupos de letras; rotações de letras; adições, subtrações ou substituições de letras.

a) Inversões de letras referem-se a transposições na ordem de palavras, tais como ARO em vez de ORA ou RES em vez de SER.

b) Rotações geralmente envolvem letras representadas por imagem especular de outras, tais d e b, p e q ou m e w.

c) Pode haver uma tendência para “encurtar” palavras, por omissão de letras. Algumas letras adjacentes podem ser reunidas. Problemas semelhantes podem ser vistos, de forma transitória, na criança normal, durante o primeiro e segundo ano (escolar), mas é típico da criança disléxica que as individualidades gráficas persistam até a vida adulta.

3) Forte evidência de manifestação familiar da dislexia. Isto é especialmente notável na análise de gêmeos, indicando quase invariavelmente concordância em gêmeos idênticos, comparados a um alto grau de discordância em gêmeos fraternos.

4) Evidência de associação de um defeito simbólico generalizado, tal como distúrbio direcional (confusões de direita e esquerda), com problemas de fala.

Esse distúrbio não está apenas baseado no reconhecimento dos símbolos e na decodificação que faz deles. Ou seja, não basta apenas à criança trocar letras de lugar, deixar de escrevê-las ou não demonstrar que já conhece tal letra. É preciso que a criança interprete e compreenda seu significado.

Existe o termo “analfabeto funcional” que é utilizado para determinar pessoas que sabem ler, mas que não entendem o conteúdo que o texto traz. Essas pessoas leem sem grandes desafios cada palavra escrita, porém quando são perguntadas sobre qual é o assunto que acabaram de ler, elas não sabem.

Cerca de 70% (setenta por cento) da população brasileira é analfabeta funcional e no mundo, o número está próximo de um bilhão de pessoas com esse problema. Não é suficiente que uma pessoa saiba ler. A interpretação que ela faz de um texto é o essencial.

Dislexia e Fala

Existem estudiosos que acreditam na relação que há entre a fala, a leitura e a escrita. A gagueira é um exemplo de associação feita para a fala e a leitura. A criança sabe ler, mas não consegue ditar as palavras facilmente, repetindo sílabas e demonstrando imensa dificuldade no desenvolvimento linear da leitura.

Essa relação está ligada com os primeiros contatos que a criança tem com textos e sons. Pais que leem para os filhos diariamente ajudam no reconhecimento do som das palavras e como elas devem ser pronunciadas. A entonação também é considerada um auxílio, já que a criança precisa notar a diferença entre um personagem e outro.

Nesse momento de leitura, os pais devem mostrar o livro para a criança e apontar as palavras e figuras, de modo que desperte no filho o processo de analogia. Em livros que têm animais, depois de certo número de vezes que eles foram lidos, a criança consegue imitar o som do animal que vir.

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Os pais também devem mostrar onde estão durante a leitura, como se o dedo fosse uma caneta para marcar o texto. Essa prática ajuda a criança no reconhecimento de letras e símbolos. Assim quando essa criança chegar à escola, ela terá maior desenvoltura no contato com a alfabetização.

A fala deve ser estimulada desde cedo, porém os pais e adultos em volta da criança tratam-na como se já tivesse alguma dificuldade mental. As pessoas se dirigem às crianças com palavras sem sentido, sílabas soltas e com vozes finas.

Essa atitude não é recomendada, já que retarda o desenvolvimento da criança. O som das palavras e o vocabulário que é utilizado são os primeiros contatos e devem ser feitos de maneira que a criança consiga absorvê-los o mais próximo da realidade, ou seja, como são as palavras e seus respectivos sons.

Os adultos não fazem por maldade, pois essa atitude acaba por ser automática. É preciso que eles entendam que isso pode atrasar a fala e a leitura da criança, futuramente.

Antes de ingressar na escola, os pais podem iniciar uma conexão entre a criança e as palavras. Ao ler um livro para o filho, o pai pode pedir ajuda ou introduzir um despertar, pedindo à criança que fale, conte junto com ele a história.

Em sala de aula, principalmente no primeiro e no segundo ano escolar, as crianças demonstram bastante dificuldade de leitura, tanto em silêncio quanto em voz alta.

Esse é um momento do desenvolvimento da criança que deve ser tratado com muito cuidado e atenção, pois se o educador e/ou os pais não aplicarem tal conhecimento de uma maneira correta, a criança pode criar um trauma de leitura e não conseguir mais se expressar adequadamente.

A infância é um período crucial e que requer muita atenção, carinho e comunicação entre a criança e todas as pessoas com as quais ela mantém contato: pais, tios, avós, educadores, vizinhos, funcionários da casa, animais de estimação, tecnologia, jogos eletrônicos e brinquedos em geral.

A criança apenas está iniciando sua vida e se algo de ruim ou que ela não consiga compreender acontecer durante sua infância, certamente que isso irá se transformar em um trauma, medo ou aversão na vida adulta.

EXEMPLO

O educador escolhe um aluno para ler determinado texto para a sala. O aluno sente vergonha e receio, mas levanta e se encaminha para frente da sala de aula, na frente de todos os colegas.

O aluno inicia sua leitura, mas devido ao nervosismo, engasga e gagueja sem parar. A reação da sala é a risada, já que elas não entendem o motivo daquele colega estar falando de um jeito tão esquisito.

Nesse momento, o educador tem que intervir e explicar para a turma que não se deve rir de pessoas em situações constrangedoras, ainda mais quando você convive com tal pessoa.

Se a ordem não for estabelecida na sala de aula, dois problemas se afloram:

1. As crianças não aprendem o significado da humilhação e da compreensão;

2. A criança que lia o texto e se atrapalhou, se sente humilhada e incapaz de encarar os colegas que riram da sua situação. Cria um trauma de leitura em público, acreditando que toda vez que começar a falar, todos irão começar a rir. A psicopedagoga clínica Simaia Sampaio apresenta os sintomas abaixo para a identificação de crianças que têm a disgrafia.

• Lentidão na escrita;

• Letra ilegível;

• Escrita desorganizada;

• Traços irregulares ou muito fortes que chegam a marcar o papel ou muito leves;

• Desorganização geral na folha por não possuir orientação espacial;

• Desorganização do texto, pois não observam a margem parando muito antes ou ultrapassando. Quando este último acontece, tende a amontoar letras na borda da folha;

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• Desorganização das letras: letras retocadas, hastes mal feitas, atrofiadas, omissão de letras, palavras, números, formas distorcidas, movimentos contrários à escrita (um S ao invés do 5 por exemplo);

• Desorganização das formas: tamanho muito pequeno ou muito grande, escrita alongada ou comprida;

• O espaço que dá entre as linhas, palavras e letras é irregular;

• Liga as letras de forma inadequada e com espaçamento irregular;

O que ressaltamos é que se a criança demonstrar apenas um ou dois dos sintomas listados acima ela não deve ser considerada como portadora de disgrafia. Pode ser apenas uma dificuldade no método de aprendizado, não um distúrbio.

O problema deve ser levado a um especialista quando três os mais sintomas aparecerem numa mesma criança e num certo período. Não é comum apenas uma criança ter tantas dificuldades, com relação somente à escrita.

A disgrafia é dividida em duas classificações: motora e perceptiva.

• Disgrafia motora está relacionada com a habilidade motora da criança em escrever. Esse é um processo que pode ser contornado somente alterando o modo como a criança segura o lápis ou a caneta.

Às vezes, o problema está na posição da caneta, pois não é a mais confortável para a criança e por isso não consegue escrever as letras corretamente.

A dificuldade da disgrafia motora é que a criança não consegue dar continuidade para a palavra, começa a escrever o “A” de “amora”, mas não prossegue com o “desenho” da grafia para a próxima letra, no caso o “M”. Há situações em que a criança ao menos consegue iniciar a primeira letra da palavra.

Isso mostra que a criança reconhece a palavra, entende sua sonoridade, porém não tem desenvoltura para escrevê-la no papel. Se o educador pedir para que ela explique o significado da palavra, a criança não encontra obstáculos.

• Disgrafia perceptiva é a falta de desenvolvimento para identificar o símbolo (letra) com a palavra. A criança sabe o que é uma casa, mas não consegue nem ler nem escrever a palavra “casa”.

A criança é capaz de ouvir e explicar o significado de casa, mas não consegue reconhecer quando a palavra está escrita. Ela é capaz de apontar uma casa na rua, por exemplo, mas não é capaz de escrevê-la corretamente.

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- Discalculia

A discalculia é um distúrbio que está relacionado com a falta de desenvolvimento para trabalhar com números e cálculos. A criança com esse problema geralmente é considerada preguiçosa ou com alguma dificuldade mental.

Não é pequeno o número de pessoas que acreditam que a ausência de habilidade em matemática significa que a pessoa tem lesão cerebral. Esse é um erro, pois uma lesão cerebral apresenta outros sintomas que não estão ligados aos de bloqueio com as soluções matemática.

O que mais se evidencia na discalculia é que a criança, além de não conseguir realizar as operações matemáticas, não faz analogias com o mundo real. Ou seja, a criança não encontra relação entre os números e o que acontece na vida, não enxerga sua importância.

É natural quando a criança está na escola não compreender porque está aprendendo tal matéria, já que “não serve para nada”. Isso é comum, já que as crianças entendem sua significância com a vinda da maturidade e o desenvolvimento social. Porém, em crianças com discalculia, esse entendimento não vem à tona, já que ao menos elas conseguem interpretar os números, pois para se fazer uma ligação entre dois assuntos, o quesito é que se compreenda cada um deles, pelo menos seus conteúdos.

De acordo com Jesus Nicassio Garcia, em seu Manual de dificuldades de aprendizagem: linguagem, leitura, escrita e matemática, cita Kocs e sua análise de que existem seis tipos de discalculia.

1. Discalculia Verbal - dificuldade para nomear as quantidades matemáticas, os números, os termos, os símbolos e as relações.

2. Discalculia Practognóstica - dificuldade para enumerar, comparar e manipular objetos reais ou em imagens matematicamente.

3. Discalculia Léxica - Dificuldades na leitura de símbolos matemáticos.

4. Discalculia Gráfica - Dificuldades na escrita de símbolos matemáticos.

5. Discalculia Ideognóstica - Dificuldades em fazer operações mentais e na compreensão de conceitos matemáticos.

6. Discalculia Operacional - Dificuldades na execução de operações e cálculos numéricos.

Para complementar o estudo sobre discalculia, Johnson, D.J e Myklebust, H.M. no livro Distúrbios de aprendizagem: princípios e práticas educacionais salientam que as crianças com esse distúrbio são incapazes de:

• Visualizar conjuntos de objetos dentro de um conjunto maior;

• Conservar a quantidade: não compreendem que um quilo é igual a quatro pacotes de 250 gramas;

• Sequenciar números: o que vem antes do onze e depois do quinze – antecessor e sucessor;

• Classificar números;

• Compreender os sinais de soma (+), subtração (-), divisão (÷) e multiplicação (×);

• Montar operações; • Entender os princípios de medida;

• Lembrar as sequências dos passos para realizar as operações matemáticas;

• Estabelecer correspondência um a um: não relaciona o número de alunos de uma sala à quantidade de carteiras;

• Contar através dos cardinais e ordinais;

Johnson e Myklebust ainda ressaltam que pessoas com discalculia apresentam problemas de ordem cognitiva:

1. Dificuldade na memória de trabalho;

2. Dificuldade de memória em tarefas não verbais;

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3. Dificuldade na soletração de não palavras (tarefas de escrita);

4. Não há problemas fonológicos;

5. Dificuldade na memória de trabalho que implica contagem;

6. Dificuldade nas habilidades visuo-espaciais;

7. Dificuldade nas habilidades psicomotoras e perceptivo-táteis.

- Deficiência de Percepção

Dentro da dislexia, existe uma área de estudo baseada em dois tipos de grupos, em que as crianças disléxicas são separadas, de acordo com a análise de R.J Schan.

Grupo I: as crianças apresentam uma deficiência na integração letra-som e no desenvolvimento de habilidades fonéticas. A capacidade de “audibilizar” é deficiente, resultando numa incapacidade para cifrar palavras que elas não reconhecem de imediato, à simples visão. Elas podem reconhecer palavras inteiras no contexto de uma sentença.

Grupo II: as crianças manifestam uma incapacidade de perceber palavras inteiras como gestalts (estudo da percepção). Estas crianças soletram e leem “de ouvido” com boa reprodução fonética, mas têm dificuldades com palavras não fonéticas.

Palavras não fonéticas são aquelas em que aparecem duas consoantes juntas (CH, LH, NH, RR, SS) ou que se iniciam com “h”, como “hoje”. Como essas crianças reproduzem a palavra por meio do som que elas ouviram de outras pessoas ditando-as, quando se deparam com a grafia de “chocolate” ou “nhame” não identificam que já são palavras conhecidas.

Grupo III: as crianças são disfonéticas e diseidéticas e representam as formas mais graves de dislexia.

A criança disfonética é aquela com dificuldade na identificação de palavras:

• Troca letras e palavras parecidas. Ex.: em vez de “pata”, a criança lê “bata”.

• Subtrai letras e cria palavras inexistentes e sem significado. Essas palavras não passam de conjuntos de letras, que são dispostas sem uma ordem lógica e por isso recebem o nome de logatomas. Ex.: “paleda” é um exemplo.

Já a criança diseidética apresenta dificuldade na leitura vocal:

• Junta sílabas que não estão ligadas. Ex.: em vez de ler “pauta”, a criança diz “pata”.

• Não consegue ler uma palavra linearmente, sem fazer paradas em cada sílaba. Ex.: em vez de ler “condição”, a criança diz “con-di-ção”, pausadamente.

• Troca letras com sons parecidos. Ex.: Em vez de escrever “chalé”, a criança coloca “x” no início da palavra, virando “xale”.

- Disfunção Cerebral Mínima

A disfunção cerebral mínima é uma lesão cerebral, que de acordo com S.D Clements, demonstra “crianças com inteligência geral quase média, média ou acima da média, com certas incapacidades de aprendizagem e/ou comportamento, variando de discretas a acentuadas, associadas a desvios de função do sistema nervoso central. Estes desvios podem se manifestar através de combinações variadas de comprometimento da percepção, conceituação, linguagem, memória e controle de atenção, de impulso e de função motora”.

Esse estudo defende que os fatores culturais e sociais não estão ligados à dificuldade de aprendizagem, já que varia da criança e seu desenvolvimento, não da instituição de ensino ou do educador, como afirmam outros estudiosos.

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Sinais Neurológicos Finos

Existem alguns detalhes que são percebidos, na identificação de crianças com lesões cerebrais que estão diretamente relacionadas a distúrbios de aprendizagem. R.J Schan coloca em seu livro Distúrbios de aprendizagem na criança, dois sinais claros para tal identificação.

1. Faltam dados normativos para a maior parte dos sinais neurológicos “finos”. Onde eles são disponíveis, como por exemplo, na discriminação direita/esquerda e na dominância lateral ou na ocorrência de sincinesias, é evidente uma ampla faixa de idades de aquisição de habilidades em crianças normais.

Sincinesias é um viés para executar movimentos simétricos. No caso, espirrar e fechar os olhos ao mesmo tempo.

2. O problema de atenção e de estado mental confunde a maioria das interpretações dos sinais neurológicos “finos”. Crianças incapazes de se concentrar não realizam de forma regular tarefas que requeiram atividade prolongada. Muitas crianças com distúrbios de aprendizagem são distraíveis e apresentam curto tempo de atenção. A distratibilidade e a irrequietude são provavelmente responsáveis por muitos achados rotulados como sinais neurológicos “finos”.

- Disfunções do Processamento Central

As disfunções do processamento central estão relacionadas com a fala, a audição e a leitura, em que uma criança evidencia dificuldade. Essas três ações do cérebro são engrenagens para um mesmo feito: interpretação e compreensão de um conteúdo.

As duas disfunções trabalhadas nesse ramo são de processamento visual e de processamento auditivo.

Processamento visual trabalha na capacidade da criança identificar e interpretar objetos, símbolos, figuras, números, cores e formas. Alguns dos seus sintomas são característicos de crianças disléxicas, mas a maioria aparenta ser apenas um problema de grau na visão.

Abaixo estão relacionados alguns sintomas, de acordo com Prof Dr Paulo Ricardo Souza Sampaio, assistente de Oftalmologia da Faculdade de Medicina do ABC.

• Atenção visual prejudicada;

• Dificuldade de enxergar em ambientes com variação de luminosidade;

• Problemas de leitura e escrita;

• Problemas na interpretação de imagens, mapas, figuras e fotos;

• Dificuldades em realizar equações matemáticas;

• Dificuldade de compreender objetos em movimento (esporte);

• Baixa noção de perigo.

• Dificuldade em entender imagens que transmitam piadas;

• Disgrafias;

• Dificuldade em compreender o que lê;

• Distração;

• Agitação, hiperatividade, ou introversão;

• Desajuste social (ou brincam com crianças mais novas ou adultos mais tolerantes);

• Tendência ao isolamento (sentem-se frustrados ao perceberem suas falhas na escola, trabalho e no lar);

• Desempenho escolar inferior em leitura, gramática, ortografia e matemática;

Processamento auditivo é o caminho que uma onda sonora faz desde o momento em que é ouvida pela orelha externa até o

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instante em que é interpretada pelo córtex cerebral.

É preciso chamar atenção, pois muitas pessoas associam as confusões que ocorrem nesse processo de surdez. Isso não é necessariamente um erro, já que a origem de algum problema na absorção de informação por meio da audição pode ser uma lesão em alguma parte do caminho.

Por isso, os sintomas devem ser observados, anotados e levados a um médico especialista, juntamente com a criança, para que ele possa examiná-la e confirmar qual é a causa da dificuldade em absorver e reter informações advindas de ondas sonoras.

A partir do diagnóstico do médico, os pais devem encaminhar a criança para um tratamento. Geralmente, a criança fisicamente está em perfeito estado, assim como seu aparelho auditivo, porém ela tem grandes problemas na escola, nos demais locais que frequenta e em casa, com relação à interpretação e compreensão que faz do que lhe é falado.

De acordo com o Audi Center Brasil, um instituto especializado em distúrbios de audição, os seguintes sintomas devem ser notados, a fim de saber se a criança tem alguma anormalidade no processamento auditivo.

• Apresenta dificuldade em manter atenção aos sons;

• Dificuldade na aprendizagem da leitura e escrita;

• Dificuldade em compreender o que lê;

• Necessidade de ser chamado várias vezes ("parece" não escutar);

• Solicita com frequência a repetição das informações;

• Dificuldade em entender expressões com duplo sentido, piadas ou ideias abstratas;

• Dificuldade ao dar um recado ou contar uma história;

• Problemas de memória para nomes, datas, números e etc.

• Dificuldade em acompanhar uma conversa, aula ou palestra com outras pessoas falando ao mesmo tempo.

• Problemas de fala (troca L e R, S e CH)

• Dificuldade em localizar a origem dos sons.

Conclusão

Tiramos por conclusão sobre dislexia que ela é um distúrbio, assim como os demais, que precisa ser tratado com carinho e reconhecido a tempo, para que a criança não passe momentos constrangedores e por caracterizações desnecessárias.

Como esse distúrbio abrange a área da leitura, fala e cálculo, a criança que não foi diagnosticada com tal dificuldade é taxada de ignorante ou incapaz para executar suas atividades escolares.

Tantos os professores quanto os colegas e os pais ajudam nessa nomeação e são responsáveis pela piora ascendente da criança, fazendo com que essa humilhação e pressão se transportem para fora dos muros da instituição de ensino e afete sua autoestima, sua perspectiva de si mesma e o entendimento do mundo para consigo.

Muitas vezes, essa situação é irreversível e a criança com o pensamento de que é a culpada de tudo de errado que acontece em sua vida, não consegue confiar nas pessoas a sua volta ou nela mesma, precisando com isso, dos conselhos alheios e sem segurança para tomar as decisões sozinha.

- Demais Transtornos

Existem outros distúrbios que são estudados e observados em crianças e adultos. A revista Psicopedagogia Online traz a denominação de alguns deles.

Dislalia:

Transtorno funcional primário que corresponde ao atraso da fala, à linguagem "bebê".

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Atenção:

É um evento oculto que não pode ser controlado diretamente. Dessa maneira, é muito parecido com o processo oculto de aprendizagem, que também não apresenta referência direta e só pode ser mensurado pela observação das alterações no desempenho. Infelizmente, a atenção é um pré-requisito da aprendizagem. Se ambos são mensurados por uma alteração no desempenho é devida à atenção imperfeita, à aprendizagem imperfeita ou ambas.

A atenção na aprendizagem refere-se à seleção de estímulos dentre os vários utilizados no processo de aprendizagem, a fim de a ele associar a resposta adequada. A criança precisa dispor da atenção seletiva para discernir dentre tantos estímulos, aquele que leva a uma resposta apropriada. A atenção deve estar centrada no conteúdo propriamente, não na forma e recursos utilizados na aprendizagem do mesmo. Ao escutar uma explicação oral, além de preocupar-se com a compreensão da mesma, há uma percepção de tom de voz, sotaque, e outros detalhes, que também fazem parte do estímulo.

Apraxias:

Incapacidade de executar os movimentos apropriados a um determinado fim, conquanto não haja paralisias.

2.8 - Demais Transtornos

Existem outros distúrbios que são estudados e observados em crianças e adultos. A revista Psicopedagogia Online traz a denominação de alguns deles.

Dislalia:

Transtorno funcional primário que corresponde ao atraso da fala, à linguagem "bebê".

Atenção:

É um evento oculto que não pode ser controlado diretamente. Dessa maneira, é muito parecido com o processo oculto de aprendizagem, que também não apresenta referência direta e só pode ser mensurado pela observação das alterações no desempenho. Infelizmente, a atenção é um pré-requisito da aprendizagem. Se ambos são mensurados por uma alteração no desempenho é devida à atenção imperfeita, à aprendizagem imperfeita ou ambas.

A atenção na aprendizagem refere-se à seleção de estímulos dentre os vários utilizados no processo de aprendizagem, a fim de a ele associar a resposta adequada. A criança precisa dispor da atenção seletiva para discernir dentre tantos estímulos, aquele que leva a uma resposta apropriada. A atenção deve estar centrada no conteúdo propriamente, não na forma e recursos utilizados na aprendizagem do mesmo. Ao escutar uma explicação oral, além de preocupar-se com a compreensão da mesma, há uma percepção de tom de voz, sotaque, e outros detalhes, que também fazem parte do estímulo.

Apraxias:

Incapacidade de executar os movimentos apropriados a um determinado fim, conquanto não haja paralisias.

Disfasias/Audiomudez:

Transtornos raros da evolução da linguagem. Trata-se de crianças que apresentam um transtorno da integração da linguagem sem insuficiência sensorial ou fonatória, que podem, embora com dificuldade, comunicar-se verbalmente e cujo nível mental é considerado normal.

Ecolalia:

Repetição da fala do interlocutor.

Afasia:

É a perda parcial ou total da capacidade de linguagem, de causa neurológica central decorrentes de AVC (Acidente Vascular Cerebral), lesões cerebrais nas áreas da fala e linguagem. Conforme a extensão e localização da lesão o paciente pode apresentar um ou mais sintomas.

Sintomas:

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• Perda total ou parcial da articulação das palavras;

• Perda total ou parcial da fluência verbal; dificuldade de expressar-se verbalmente; nomear objetos; repetir palavras; contar; nomear, por exemplo, os dias da semana, meses do ano; ou ainda perda da noção gramatical;

• Perda total ou parcial da habilidade de interpretação, não reconhece o significado das palavras.

• Ler;

• Escrever;

• Perda total ou parcial da capacidade de organização de gestos para comunicar o que quer. "Adquirida" da criança é considerada como algo excepcional. Ressalta uma redução da expressão verbal com transtornos articulares frequentes, uma compreensão oral raramente perturbada, uma afasia frequente acompanhando-se de transtornos da escrita. Afasias pós-traumáticas ou tumorais das quais poderíamos obter certas características: redução da expressão verbal oral, mas sobretudo escrita, frequência muito maior dos transtornos da realização da linguagem, em menor grau, da compreensão da linguagem, evolução um tanto favorável quando a lesão não é evolutiva.

Segundo Ketchum, afasia congênita, geralmente se relaciona com lesão cerebral evidente.

Disfasia:

Transtorno da linguagem - afasia congênita. Cujos transtornos se referem à recepção e análise do material auditivo, verbal e dificuldades com o discurso (perturbações na comunicação verbal), por exemplo, a gagueira.

Memória:

A memória pode ser definida como a capacidade do indivíduo de gravar as experiências e acontecimentos ao longo da vida.

Pode ser dividida em:

• Tipos de Material: Verbal ou não verbal;

• Modalidade de Experiência Sensorial: Visual, Auditiva, Tátil e Gustativa;

• Memória de Curto Termo: aspecto de memória que envolve lembrança imediata;

• Memória de Longo Termo: para informações apresentadas pelo menos há 30 minutos;

• Memória Remota: para informações que ocorreram há mais de 24 h.

Os transtornos de memória têm sido mais frequentemente relatados como déficits de habilidade associadas com algum tipo de disfunção cerebral.

Problema de memória é também frequentemente foco de intervenções de tratamento, e podem ser classificados como Retrógrada (dificuldade de memória para informação codificada antes da lesão) e Anterógrada (dificuldade de memória para informações subsequentes à lesão).

No tratamento das disfunções da memória é importante identificar a fonte da dificuldade, se possível, bem como a natureza e parâmetros da disfunção. Entendendo-se o mecanismo da dificuldade pode-se conduzir ao desenvolvimento das intervenções apropriadas.

Dentro de uma abordagem psicológica, Dejours analisa o tema a partir da distinção de 03 tipos de memória:

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• Psíquica: ligada aos mecanismos de esquecimento;

• Cognitiva: referente ao estocar e evocar informações;

• Memória do "Saber Fazer": ligada aos programas genéticos que necessitam de encontros específicos com o ambiente, denominada Memória POTENCIAL ou LATENTE.

A intervenção psicopedagógica em indivíduos que tem problema de retenção vem no sentido de auxiliar para que este faça um maior número de relações entre o objeto de estudo (o que quer ou precisa aprender) e suas estruturas mentais.

Atraso de Linguagem:

Considera-se atraso de linguagem crianças que:

• Até 1 ano e ½ não falam palavras isoladas;

• A partir dos 2 anos não formam frases.

Causas possíveis:

1. Quando os pais ou aqueles que cuidam da criança não esperam que a mesma exprima sua vontade, antecipam-se fazendo aquilo que a criança quer, impedindo que a criança se expresse e sinta necessidade de falar.

2. Quando não há estímulos adequados;

3. Quando o meio socio-afetivo-cultural não é adequado;

4. Quando há atraso psicomotor;

5. Quando há perda auditiva parcial ou total;

6. Quando há problema neurológico.

Tratamento: Fonoaudiológico.

Será identificado o nível de linguagem, as causas do atraso, orientação da participação familiar.

Unidade 3 – Comportamento e Tratamento

- Inteligência e Criatividade

A inteligência não pode ser confundida com a criatividade, já que cada uma tem função própria e se ache em certa parte da mente de uma pessoa. Celso Antunes, em seu livro A Teoria das Inteligências Libertadoras, afirma que “Em linhas gerais, e analisadas muito mais por sua manifestação que pela estrutura neural de seu funcionamento, podemos afirmar que, enquanto as inteligências se manifestam de forma convergente, a criatividade se manifesta de forma divergente”. Isso significa que as inteligências produzem ações no cérebro que culminam para uma mesma direção e atingem um foco somente. Todas as respostas conseguidas por meio do raciocínio na resolução de um problema chegam ao um ponto em comum.

O exemplo de Antunes é sobre o jogador de futebol Garrincha. Na copa de 1958, Garrincha fez um drible em três zagueiros que estavam entre ele e o gol e repetiu o movimento num jogo realizado no Chile, em 1962.

A inteligência do jogador é cinestésico-corporal e espacial. Ou seja, ele observou a localização de cada adversário a sua frente, se adiantou aos movimentos que eles poderiam fazer, fez uma logística do seu corpo, da bola e do gol e aplicou seu pensamento.

Tanto em 1958 quanto em 1962, Garrincha buscou o mesmo objetivo: fazer o gol. Para isso, pode ter pensado de formas diferentes e produzido até movimentos distintos, mas conseguiu seu alvo.

O termo cinestésico deriva da palavra cinestesia ou cinesiestesia, cujo significado é, de acordo com o Dicionário Michaelis, “Sentido que permite ao ser a percepção dos movimentos musculares, peso e posição dos membros”.

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A figura abaixo exemplifica a convergência da inteligência.

Várias situações que resultam em apenas um objetivou ou solução Fonte: http://www.passei.com.br

No caso da(s) criatividade(s), ocorre o contrário. Pessoas criativas partem do mesmo local e conseguem respostas diferentes para objetivos diversos.

Antunes cita o exemplo de uma criança que encontra um lápis e o transforma em um pincel. Mais adiante, percebe que desse mesmo objeto pode se transformar uma chave de fenda e posteriormente, um foguete espacial.

Então, partindo apenas de um lápis, a criança consegue fazer dele vários outros objetos com características e funções completamente diferentes. Por isso diz-se que a criatividade é divergente.

Partir de um ponto e atingir diferentes objetivos Fonte: http://www.passei.com.br

Essas duas distinções demonstram que a pessoa inteligente concentra-se em apenas um alvo, enquanto as pessoas criativas “dispersam a atenção” para diferentes objetivos.

O hemisfério esquerdo do cérebro trabalha a criatividade mecânica e tem mais vínculos com alternativas, enquanto o hemisfério direito tem mais afinidade com a criatividade artística, utilizando-se das possíveis variáveis.

- Treinamento

O ser humano traz consigo desde seu nascimento uma desenvoltura para usufruir da inteligência e da criatividade. Cada indivíduo alcança níveis diferenciados de ambas ao longo da vida e pode acentuá-las por meio de treinamento.

Existem pessoas que nascem com habilidades únicas para criar e para pensar, mas elas são raras na população e por isso são consideradas gênios. Alguns exemplos ao longo da história do mundo são Leonardo Da Vinci, Santos Dumont, Pablo Picasso e Salvador Dali.

Todos esses nomes são conhecidos por mudarem ideias e quebrarem paradigmas de suas respectivas épocas, justamente por terem um pensamento diferente da maioria das pessoas. Quase todos foram tachados de loucos, baderneiros, porém o foco real era a incompreensão da sociedade para com eles.

Já as pessoas comuns precisam estudar muito para conseguir entender tal habilidade e talvez chegar ao mesmo nível que um gênio atingiu.

Isso põe em questão se a criatividade e a inteligência podem ser resultados de um exercício mental. Alguns teóricos acreditam que é possível ensinar ao cérebro como desenvolver tais habilidades, somente com exercícios simples e periódicos.

Esses estudiosos acreditam que devido ao fato de o cérebro ser um músculo, ele pode ser trabalhado e ensinado como os demais músculos ao longo do corpo. Mas é preciso ter cuidado e escolher os melhores exercícios, pois se tais exercícios forem realizados de maneira errada podem desencadear resultados inesperados e muitas vezes negativos.

Os exercícios são contestáveis, já que cada indivíduo consegue atingir o mesmo nível em tempos diferentes, principalmente quando se trata de uma criança com alguma dificuldade mais acentuada que as demais.

A base desses exercícios é formada pela junção de coordenação motora, memorização e percepção espacial. Cada uma dessas

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habilidades abrange uma parte do cérebro e ajuda a ler o comportamento da criança.

O treinamento na realidade é apenas um termo, pois a pessoa, desde sua infância, já “treina” ao brincar com bonecas, carros e peças com encaixe, ao estudar, ao trabalhar, ao criar uma família e ao envelhecer.

Brinquedos

Antes de ingressar na escola, a criança tem contato com diversos tipos de brinquedos. Esse é o melhor momento para ajudá-la a desenvolver sua curiosidade.

Os brinquedos mais recomendados para crianças entre zero e três anos de idade são os que contêm:

• Peças grandes, de forma que ela não consiga colocá-los na boca;

• Cores vibrantes;

• Sons diferenciados e característicos;

• Movimento

• Encaixe;

• Botões característicos;

• Macios;

Os pais precisam ficar atentos ao material que foi usado na produção dos brinquedos, porque é certeza de que a criança vai levá-lo à boca e se o objeto for feito de um material tóxico, a criança pode desenvolver problemas sérios.

Essa lista de recomendações de brinquedos para crianças entre zero e três anos não se limita apenas em sete itens, mas foram discorridos os mais importantes.

No momento da brincadeira, os pais, sempre presentes, devem observar como a criança reage e lida com cada objeto. Espera-se certo padrão nas atitudes das crianças para com os brinquedos.

Brinquedos Sonoros

Quando em contato com brinquedos que tenham sons, a criança costuma se assustar na primeira vez. Em instantes, ela fica instigada para saber de onde veio aquele barulho.

Após encontrar o local de onde ele proveio, ela tenta lembrar o caminho que percorreu até conseguir fazer o som aparecer. Depois de todo esse processo, ela se anima pela descoberta e insiste infinitas vezes na produção daquele som.

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EXEMPLO

Um brinquedo é feito somente para soltar sons de animais. Nele há vários botões, cada um identificando um animal. No momento que a criança aperta qualquer dos botões sai o ruído respectivo de cada animal.

Se a criança apertar no desenho de uma galinha, ouvi-se um cacarejo. Se ela apertar o desenho de uma vaca, ouvi-se um mugido e assim por diante.

Esse processo ensina a criança que cada animal tem um som próprio, mesmo que ela não saiba ao menos o que é um animal e o que o som representa. Porém, ela é estimulada desde pequena e consegue fazer uma analogia quando vir uma galinha ou uma vaca na televisão.

Percebe-se que algumas crianças não são atingidas por tais sons. Os pais devem estar atentos a essa falta de reação, pois pode significar que a criança tem alguma dificuldade auditiva ou neurológica.

Há vezes em que a criança apenas não sente afeição pelo brinquedo, mas antes disso ela pelo menos entra em contato com os sons, principalmente por meio do susto. Os pais precisam observar tal comportamento.

Se a criança não mantiver contato com o brinquedo por alguns instantes, os pais tentam trazer outro com as mesmas características, ou seja, sonoro. Se mesmo assim a criança não se interessar, os pais devem partir para o encorajamento.

É recomendado que os pais tentem despertar na criança o gosto pela curiosidade. O aconselhável é tentar brincar junto dela, fazendo com que a criança mexa nos botões, vire-o para enxergar todos os lados do brinquedo, ligue e desligue e o que mais puder ser feito com o objeto.

Os pais somente devem levar a criança ao pediatra se esse comportamento se mantiver constante. Devem mostrar ao médico quais brinquedos foram usados.

Brinquedos Coloridos

Com brinquedos de cores vibrantes, o processo é parecido. A criança não tem noção do que é vermelho ou verde, somente percebe que são diferentes. Algumas ela se identifica mais e outras ela deixa de lado. É importante esse tipo de brinquedo para a criança conhecer as diferentes cores e despertar sensações por meio delas.

Quando muito pequenas, as crianças dificilmente excluem alguma cor, justamente porque ainda não tem conhecimento do que elas podem representar. Existem estudiosos que falam sobre a conexão cor-pessoa e que a personalidade da criança está intimamente ligada à cor que ela escolhe ainda muito nova. Esse é um conceito perigoso, pois muitas pessoas, sem saber o que estão falando, dizem que se uma menina gostar mais de azul do que de rosa, ela tem tendência a se masculinizar. Não existe qualquer estudo que comprove tal afirmação.

É difícil perceber se existe algum problema da criança com relação às cores, pois ela mesma só sabe que são diferentes, mas não sabe seus nomes. A partir desse momento que os pais precisam notar se a criança tem alguma dificuldade no reconhecimento das cores.

Brinquedos de Movimento

Os brinquedos que fazem movimento chamam bastante a atenção da criança, principalmente aqueles em que se coloca um objeto em uma parte e ele percorre um percurso até chegar à outra extremidade.

Esses brinquedos ajudam no raciocínio da criança, uma vez que ela desenvolve a consciência de que precisa colocar tal objeto na extremidade certa, para que ele chegue ao outro lado.

É importante que os pais percebam como a criança acompanha o objeto ao longo do percurso, pois ela pode ter alguma dificuldade motora, se caso demorar demais para seguir o objeto ou se atrasar mais do que o normal para localizá-lo no percurso.

Em outras palavras, se a criança focar num ponto que o objeto já passou há um tempo e acompanhar o percurso com os olhos somente muito tempo depois, ela pode ter problemas de visão, neurológicos ou motores. Mas essa conclusão somente pode ser tirada por meio do diagnóstico de um pediatra qualificado.

O atraso nas crianças é normal, pois elas ainda estão se acostumando com o corpo e descobrindo suas várias capacidades. O que destacamos aqui é se esse atraso for muito grande, em escala de minutos.

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No exemplo do brinquedo, se a criança olhar para um local do percurso que o objeto passou há mais de cinco minutos, é aconselhável que os pais levem a um especialista. Conclusões

Em crianças muito pequenas é complicado perceber se elas possuem dificuldades de aprendizagem, mas é possível notar se ela tem algum atraso ou se está muito fora do padrão para a idade.

Esses detalhes descritos acima são importantes e precisam ser reparados quando a criança ainda é nova, pois se não forem diagnosticados com antecedência podem se agravar e não ter mais cura.

É importante ressaltar que cada criança tem seu tempo para se desenvolver e que estar fora dos padrões não é motivo para os pais se assustarem.

Se alguns dos sintomas forem executados constantemente, os pais devem se encaminhar para o pediatra e explicar a situação exatamente como ela ocorreu, mesmo que algumas coisas pareçam sem importância. O pediatra precisa ter todas as informações para traçar um pensamento, a fim de testar a criança e poder concluir suas suspeitas.

Muitos pais perdem o controle, devido ao fato de que o filho ainda não fala uma palavra e já tem mais de um ano e meio. Seguir as orientações do médico e se manter calmo é o mais recomendado. A criança deve sempre estar em contato com o pediatra, para que ele acompanhe o seu desenvolvimento e possa observar alguma dificuldade.

Muitas vezes a criança não consegue ouvir, ver ou acompanhar com perfeição algum brinquedo porque está sonolenta, com fome, com a fralda suja entre outros obstáculos que a impedem de se concentrar.

Conforme a criança cresce, alguns itens devem ser mantidos como características de um brinquedo, como cores e sons chamativos, a fim de estimular o desenvolvimento e interesse da criança.

- Pedagogia e Psicopedagogia

A pedagogia estuda os temas e os ramos que a educação abrange. Essa ciência tem por base encontrar uma maneira boa e que a criança consiga absorver as informações repassadas, tanto na instituição de ensino quanto em qualquer outro lugar, pois ela deve ter conhecimento para interpretar cada assunto que lhe chega às mãos.

Já a psicopedagogia é a ciência que estuda os métodos e comportamentos da aprendizagem na criança, a fim de buscar problemas e fazer com que a criança aprenda a lidar com eles, resolvendo-os e tirando proveito de cada um deles.

A diferença é que a psicopedagogia é uma especialização que une a pedagogia e a psicologia, que tem mais ferramentas para adentrar na cabeça da criança e ajudá-la onde for preciso para que ela tenha o melhor aproveitamento na escola.

Ambas auxiliam no desenvolvimento da criança, principalmente aquelas que apresentam distúrbios de aprendizagem ou que têm problemas sérios dentro e/ou fora da instituição.

Esses problemas se tornam obstáculos para a atenção e confiança da criança em adultos, pois criam uma imagem de que os adultos são opressores e que não se importam com ela.

Nesse momento, a psicopedagogia precisa interferir e provar para a criança que nem todos os adultos são “maus” e que ela pode expressar seus sentimentos e medos para um deles, no caso esse profissional.

Os problemas mais encontrados nas crianças são:

• Violência doméstica;

• Abuso sexual;

• Violência psicológica;

• Bullying;

• Falta de presença dos pais;

• Situação órfã (crianças que moram com parentes ou que foram abandonadas pelos pais).

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Existem muitas crianças que crescem e somente quando adultas conhecem a pedagogia, pois quando ainda em desenvolvimento elas não precisaram dessa ajuda extra.

O que os pais não devem temer é que seu filho seja problemático, se ele for encaminhado para um pedagogo. É natural em algumas escolas, pois fazem dessa visita um processo padrão, que todas as crianças passam.

Geralmente é uma prática para conhecer melhor seus alunos e para preparar um planejamento com mais atividades físicas ou mais atividades teóricas, dependendo do perfil da turma.

A presença desse profissional na vida de uma criança com distúrbios de aprendizagem ou com problemas e dificuldades em seu desenvolvimento é imprescindível, já que o pedagogo/psicopedagogo trabalha a questão de comportamento, sociabilização e relação mundo da criança – mundo real.

Se uma criança que tem problemas sérios e não extravazar isso durante a infância, ela pode criar pensamentos rudes, violentos e traumas, que vão se tornando fantasmas e não deixam a pessoa ter uma vida comum e nem compartilhá-la com outros indivíduos que se aproxime, seja amigo, namorado, pai, mãe, educador, irmão, entre outros.

As empresas e hospitais começaram a investir na psicopedagogia, a fim de ajudar funcionários que não tiveram o acompanhamento necessário quando crianças e que precisam dele para se desenvolver.

Uma vez que o psicopedagogo faz um perfil da empresa e dos seus funcionários, ele se depara com um método para aplicar, baseado em terapias de grupo e expressão de sentimentos, com relação às funções que são suas responsabilidades, aos chefes e aos colegas de trabalho.

Com sessões e visitas periódicas ao psicopedagogo, os funcionários e os chefes têm um melhor desempenho e a empresa cresce ou, na pior das hipóteses, apresenta uma melhora significativa.

Psicopedagogia Clínica e Institucional

Existem duas maneiras de se reunir com um psicopedagogo. Cada instituição procura uma forma de atender seus funcionários e/ou alunos, de maneira que eles se sintam confortáveis e seguros para se expressar.

Acontece de uma instituição escolher uma maneira, mas um grupo de funcionários/alunos não concordarem e preferirem seguir o acompanhamento de outra forma. Fica a critério da empresa ou da escola permitir essa ação, pois se não é um profissional escolhido pela instituição que faz a avaliação, esse papel pode ser forjado.

Psicopedagogia clínica – esse atendimento é feito em uma clínica ou em um consultório particular, onde ocorre o diagnóstico e o tratamento.

Psicopedagogia institucional – esse atendimento é na própria empresa ou na instituição de ensino, no qual existe uma sala reservada para receber as pessoas e conversar com elas. Ali também são realizados os diagnósticos, mas o tratamento nem sempre é feito no mesmo local.

Há pessoas que se sentem mais confortáveis e com mais liberdade de falar quando estão em contato com a natureza ou durante uma caminhada ou atividade diversa.

O psicopedagogo deve respeitar essa escolha, pois o mais importante é a pessoa que está se consultando com ele e que ela consiga expressar seus pensamentos e sentimentos.

Quando o atendimento acontece na própria empresa, o psicopedagogo tem a opção de fazer uma terapia em grupo com todo o pessoal da empresa, o que não é possível ser executado quando o consultório é particular, pois as pessoas envolvidas precisam se deslocar até ele.

- Opções de Tratamento

De acordo com o livro Tratamento de distúrbios de aprendizagem: manual de programas psicoeducacionais, de Leopoldo Antonio de Oliveira Neto, existe um método para lidar com a falta de desenvolvimento para a aprendizagem, que está dividido nos seguintes itens:

Desenvolvimento da Motricidade Geral

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• Rolar;

• Sentar;

• Engatinhar;

• Andar;

• Correr;

• Arremessar;

• Pular;

• Saltitar;

• Dançar;

• Autoidentificação;

• Localização do corpo;

• Abstração do corpo;

• Força muscular;

• Saúde física geral.

Habilidades Perceptivo-motoras

• Acuidade auditiva;

• Decodificação auditiva;

• Associação áudio-verbal;

• Memória auditiva;

• Sequência auditiva;

• Acuidade visual;

• Coordenação e acompanhamento visuais;

• Discriminação visual de formas;

• Diferenciação visual figura-fundo;

• Memória visual;

• Memória visomotora;

• Coordenação muscular visomotora fina;

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• Manipulação visomotora de forma-espaço;

• Velocidade de aprendizagem visomotora;

• Integração visomotora;

• Integração sensório-motor;

• Equilíbrio e ritmo;

• Organização do corpo no espaço;

• Habilidade para reações rápidas e destreza;

• Discriminação tátil;

• Sentido de direção; Lateralidade;

• Orientação no tempo.

Desenvolvimento da Linguagem

• Vocabulário; • Fluência e codificação;

• Articulação;

• Habilidade para lidar com palavras; • Compreensão da leitura;

• Escrita;

• Soletração.

Habilidades Conceituais

• Conceito de números; • Processos aritméticos;

• Raciocínio aritmético;

• Informação geral;

• Classificação;

• Compreensão.

Habilidades Sociais

• Aceitação social;

• Resposta antecipatória;

• Julgamento de valor;

• Maturidade social.

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Comportamento

A criança diagnosticada com distúrbio de aprendizagem demonstra um tipo de comportamento quando sozinha, outro quando em companhias sociais e um ainda mais discrepante quando se encontra em casa.

Essa mudança é natural, já que cada indivíduo sente um grau de segurança e confiança no local onde está, independentemente da sua idade ou intelectualidade. Com a criança não é diferente, mas o que se deve observar é como esse comportamento muda.

Nesse momento, um psicopedagogo ou um psicólogo deve acompanhar o cotidiano da criança, a fim de mapear sua personalidade e um possível problema ou dificuldade disfarçado nas atitudes do aluno.

Ao contrário do que se diz popularmente, as crianças já apresentam uma personalidade ou pelo menos um viés. A diferença para com um adulto é que as ações da criança são consideradas ingênuas, sem raciocínio lógico por trás e não são tão evidenciadas.

Quando esses profissionais traçam um perfil para aquela criança, eles criam uma atividade que pode ajudá-la a se desenvolver e alterar seu comportamento, sempre visando à melhora do aluno.

Para alguns pais, esse exercício é chamado de terapia, mas essa palavra está carregada de preconceitos e falta de informação. Terapia não é fazer a criança sentar e contar os problemas e medos que tem da vida.

Quando se trata de um aluno portador de distúrbio de aprendizagem, os exercícios e atividades que ele passa são decisivos para o recolhimento dos resultados. Por isso, os profissionais primeiro observam e conversam com o aluno, para conhecê-lo melhor e criar ou colocá-lo em uma atividade que tem mais chances de funcionar com ele.

De acordo com Alan Ross, existem algumas atividades que são padrão e os profissionais que analisaram o perfil da criança, colocam- na para executar tais atividades.

Trabalho com grupos de crianças impulsivas

Essa atividade está baseada num estudo que S.D, Drass e R.L. Jones fizeram sobre o aprendizado, com foco em crianças com maior dificuldade em absorver informação.

O estudo provou que as crianças têm sensibilidade para notar que um colega tem dificuldades. Elas não compreendem o que acontece com o amigo, mas elas percebem que ele está com algum problema e se prontificam a oferecer ajuda.

Os profissionais que analisaram diferentes crianças e que seus perfis entraram em congruência combinam com os pais de cada uma para que as leve em um determinado horário, num lugar em comum.

Essa ação é para reunir todas as crianças de perfis parecidos, a fim de melhorar o comportamento de todas elas, pois uma vez em conjunto, as crianças cedem ajuda voluntariamente.

EXEMPLO

Um grupo de crianças que são impulsivas está em contato com brinquedos de montar. Em sua maioria, as crianças não têm controle sobre suas emoções e as deixam aflorar. Ao longo da vida, as crianças aprendem a lidar com seus sentimentos e quando cada um deles deve ser exposto ou retido.

No momento em que uma das crianças não consegue montar uma peça na outra, vendo que os demais colegas a sua volta encaixaram perfeitamente o brinquedo, ela atira as peças com raiva. Aparentemente, essa atitude deve ser contida e a criança ensinada a não praticá-la mais. Entendeu-se que quando uma criança é repreendida depois de extravazar um sentimento ela encontra dois caminhos:

1. Sente-se reprimida e eleva seus sentimentos, piorando a sua impulsividade;

2. Sente-se errada pela sua ação e cria um trauma envolta da expressão de sentimentos, o que culmina na criança desenvolver uma timidez e uma introspecção.

Quando a criança tem a atitude de arremessar as peças do brinquedo em outra, é inevitável que algumas das crianças no estabelecimento percebam que alguma coisa errada aconteceu.

Uma das crianças que tem uma sensibilidade mais apurada pega as pecas jogadas e se aproxima da criança irritada. Senta-se ao seu lado e a ensina como deve encaixar o brinquedo.

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Essa solidariedade desenvolve outro tipo de sentimento na criança que se irritou: amizade. Ambas não compreendem o que significa toda aquela situação, mas criam um laço entre si.

A criança irritada não sente repúdio pela criança que oferece ajuda, pois ainda não aprendeu sobre isso e desconhece a inveja. Como após a explosão de seus sentimentos a criança irritada não foi reprimida, ela não sente que está errada e percebe que consegue aderir aquele conhecimento.

Um dos fatores decisivos para a criança irritada não se sentir mal com a situação é porque ela foi abordada por outra criança, um ser igual a ela e que não tem “poderes”, como os pais e os adultos.

A atividade em grupo ajuda em outras situações:

• Manter o bom comportamento em sala de aula;

• Ajudar em atividades e exercícios; • Ensinamentos mútuos: enquanto uma criança fala leitura, a outra pode oferecer ajuda em exercícios de cálculos;

• Desenvolve o sentimento de competição, de maneira saudável;

• Desenvolve o chamado “espírito de equipe”;

• Ajuda na autoestima;

• Auxilia na superação: no momento em que a pessoa dá de encontro com uma dificuldade, ela se perde. Porém, nas crianças esse contato não é tão denso quanto num adulto, pois ela não tem conhecimento de alguns pensamentos de derrota e incapacidade diante dos demais.

A criança, observando que não atinge o mesmo objetivo que os colegas, têm alguns caminhos para seguir:

1. Chorar;

2. Desistir;

3. Observar;

4. Tentar novamente;

5. Se irritar.

O que se constatou é que a criança não pede ajuda, nem aos colegas nem aos adultos presentes. Entende-se que isso é devido a falta de conhecimento que a criança tem sobre ajuda. Até o presente momento, se ninguém tiver lhe oferecido um auxílio, ela não sabe que isso existe. O que se constatou é que a criança não pede ajuda, nem aos colegas nem aos adultos presentes. Entende-se que isso é devido a falta de conhecimento que a criança tem sobre ajuda. Até o presente momento, se ninguém tiver lhe oferecido um auxílio, ela não sabe que isso existe.

É importante que essa ajuda venha o mais rápido possível para que a criança aprenda sobre ela e sobre sua necessidade para resolver problemas simples ou complexos.

A ajuda é um ato de solidariedade e tem por base a comunicação. Em outras palavras, construir uma ponte dessas é uma ação social e a criança deve aprender que existe a sociabilização e que sem ela, a criança fica com um vazio.

Pessoas solitárias ou que tentam ao máximo evitar contato com outros indivíduos desenvolvem problemas sérios e prejudicam a si mesmas. Por isso quanto mais cedo às crianças entrarem em contato com a vida social, melhor será seu desempenho na escola, trabalho e satisfação própria.

Quando em grupo e a criança não consegue ultrapassar um problema, tem as demais colegas para se divertir e aprender. Algumas crianças têm a capacidade de, após um insucesso, observar o motivo que levou ao erro e consegue contornar a dificuldades.

O fato de a criança estar em grupo instiga nela vontades, que sozinha talvez não se aflorassem. Se há apenas uma criança tentando montar um brinquedo, mas não consegue, ela provavelmente vai deixá-lo de lado e começar a se interessar por outro. O ato de ver as demais crianças alcançando um objetivo que ela não consegue, talvez desperte nela a vontade de também terminar.

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A criança irritada ou impulsiva que está em grupo tende a encontrar um equilíbrio entre o ambiente em que está, as pessoas presentes nele e si própria. Portanto, trabalhar em grupo literalmente ajuda a criança a se desenvolver e se comportar adequadamente como os colegas.

Existem exceções, mas elas entram em outro patamar do método, pois suas atitudes provêm da vida que tem fora da instituição de ensino. Então, são diversos fatores que podem influenciar o comportamento dessa criança, justamente para ser diferente de todos os presentes no recinto. Generalização de Progresso

Não confunda com os resultados. Essa não é uma atividade para analisar onde as crianças conseguiram chegar. A atividade está relacionada com o que e como os profissionais ensinam certas maneiras e ações às crianças.

Ensinar uma criança hiperativa é um dos maiores desafios que um educador encontra ao longo de sua carreira, pois ele consegue manter a concentração da criança apenas por alguns minutos, durante a execução de uma atividade.

A dificuldade está em fazer a criança ficar quieta, mas não parada, sem produzir qualquer atividade. O educador deve despertar na criança a consciência de que ela precisa se controlar e se concentrar em alguma coisa.

O educador não deve partir do pressuposto que precisa distrair a criança. Não é esse o objetivo e se o professor se apegar a ele, a probabilidade de dar errado é grande.

O desafio é lidar com o aluno, trabalhar sua mente, desenvolver suas habilidades e fazê-lo absorver informações. Manter o aluno ocupado é uma reação do método, mas não seu foco.

O aluno deve ter consciência do que está acontecendo e que aquilo é um processo para o autocontrole, porém o educador precisa ter bom senso e explicar para a criança de uma maneira que ela entenda e que faça sentido, para ela aprender a cultivar aquele método e utilizá-lo a seu bel prazer.

Autoavaliação

O senso crítico é uma das habilidades que devem ser desenvolvidas ainda na infância, mas moderadamente, pois, caso contrário, a criança pode criar um nível de autocrítica muito alto, tendo picos de baixa autoestima e sentimento de inferioridade em relação aos demais.

Esse é um processo longo e complexo, já que para diferenciar na criança níveis padrões e níveis altos é difícil. O educador deve começar explicando qual o sentido e a utilidade do nível.

Recomenda-se que o educador passe uma atividade para ser feita e espere que o aluno a termine. Fica a critério do educador fazer a correção junto com o aluno ou sozinho, para depois complementar seus comentários. O importante é que a criança converse com o professor após o exercício ser corrigido. No momento de explicar os comentários, o educador deve perguntar à criança o que ela pensa sobre a correção e que nota ela daria a si mesma. De primeira, o aluno responde que daria a nota mais alta, mesmo ele tendo respondido errado algumas questões do exercício.

O professor precisa tomar o cuidado e esclarecer como funciona uma avaliação e que ela deve ser dada de acordo com o desempenho na tarefa. Esse é um momento crucial, pois ele aprende os motivos de seus erros e absorve o conhecimento de análise e avaliação.

Após a compreensão do aluno de como é o método de avaliação, o educador deve aplicar outro exercício e recolhê-lo. Antes de o aluno sair da sala, o professor deve alertá-lo para que estude as perguntas que foram feitas nessa segunda tarefa.

No dia seguinte, o professor devolve o exercício para o aluno sem corrigi-lo, a fim de despertar o senso crítico da criança para com ela mesma. Então, reserva um tempo para o estudante corrigir seu próprio exercício e depois pede que venha até sua mesa, para que possam discutir como o aluno se saiu.

Esse é o momento em que o educador confirma se o estudante entendeu o que foi explicado no dia anterior. A base desse processo é a confiança que o professor deve passar ao aluno e que este é atingido. É importante explicar à criança que se ele trapacear ou não se concentrar para a avaliação daquela tarefa, o único prejudicado é o próprio estudante.

Se o educador perceber que o aluno avaliou o próprio exercício com um nível crítico muito alto, deve conversar com a criança e perguntar o motivo de ela ter encontrado tantos erros.

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Cada educador e instituição de ensino aplicam um método para avaliação. O que o professor deve fazer é explicar um método, provavelmente o que ele utiliza, e observar o desempenho do aluno com a autoavaliação.

Vale a pena investir em outro método, a fim de notar uma adaptação melhor do aluno. O estudante deve ter consciência que a avaliação é subjetiva e a perfeição não deve ser o foco. O mais importante numa análise é o aprendizado que a criança absorve após a correção.

O educador precisa insistir nesse conceito até que o aluno o compreenda por completo. Não é de um dia para o outro que o aluno vai aprender e executar exatamente como o educador imagina.

Ao longo de um período, que varia bastante de aluno para aluno, o educador oferece conselhos e dicas para aprimorar o senso crítico do estudante, até o momento em que ele sozinho consiga criar um próprio o pelo menos entender o conceito de avaliação. Elogios

Os elogios são perigosos e devem ser utilizados com cuidado, pois eles têm o poder de motivar uma pessoa ou de elevar exageradamente seu ego. O educador aqui é importante, mas todas as pessoas em volta da criança precisam lidar com os elogios de maneira cautelosa.

Muitas vezes, a criança é realmente boa no que faz e todos a elogiam muito e ela acaba por desenvolver um ego altíssimo, o que é um problema para ela. O aluno deve ser ensinado a ser humilde, por mais que ele tenha um desenvolvimento aprimorado.

Porém, isso não é papel somente do professor. Os pais precisam estar a par do que ocorre na instituição de ensino, não apenas as notas e o desempenho do filho. A orientação dos pais nesse quesito é de extrema importância.

Elogiar alguém, principalmente quando a pessoa merece, é um ato de valorização e deve ser executado, mas com ressalvas e sem exageros. Não exaltar alguém por um sucesso pode demonstrar arrogância e descaso.

Pais e Instituições

Alguns estudiosos não enxergam os problemas mais sérios nas crianças que têm dificuldades de aprender. Eles dizem que as escolas e os professores não estão preparados e não são orientados para conseguir desenvolver melhor a mente da criança.

Isso significa que não basta dizer que é somente culpa da criança, se ela tem dificuldades na escola. Os educadores e as instituições, assim como pais e familiares, têm igual responsabilidade sobre o aprendizado dela.

Pais

Os pais muitas vezes não percebem a necessidade que os filhos sentem em tê-los por perto e presentes, principalmente durante a infância. É complicado explicar para uma criança que os pais estão se separando e que ela viverá apenas com um deles. Eles são os únicos que a criança tem contato desde seu nascimento e alguns hábitos precisam ser cultivados e despertados por meio deles.

• Leitura constante;

• Dormir oito horas por noite;

• Guardar cada brinquedo que tirou do lugar;

• Organização;

• Educação com todas as pessoas;

• Higiene diária;

• Solidariedade;

• Oferecer ajuda, sem esperar retornos;

• Executar as responsabilidades primeiro, depois usufruir dos divertimentos; • Respeitar o próximo;

• Usar sempre a conversa para resolver problemas.

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Instituições de Ensino e Professores

O grande problema quando se trata de distúrbios de aprendizagem é que as instituições de ensino e os professores não sabem lidar com crianças e alunos que saem do padrão ao qual eles estão acostumados.

O método de ensino e a política da instituição andam juntos e são formulados, de modo a atender a maioria. O que acontece é que crianças com dificuldades maiores e distúrbios de aprendizagem são minoria e não têm o devido ensino que lhe é merecido.

Já foi confirmado por meio de pesquisas que crianças com dificuldades na aprendizagem conseguem desenvolver o estudo, se um método especializado for aplicado a elas.

Após essas pesquisas, alguns estudiosos entenderam, então, que não existem distúrbios de aprendizagem e sim instituições e educadores mal-orientados, como já comentamos aqui.

A conclusão que se chegou é que essas crianças apresentam dificuldades somente nos padrões que foram estabelecidos por uma unidade de poder maior, como um ministério ou a própria cultura do país, mas que conseguem desenvolver suas habilidades tal qual uma criança comum em métodos diferenciados.

A escola é o local onde a criança tem o primeiro contato com a sociedade. Além de conhecer pessoas diferentes, ela aprende a ler, escrever, calcular e tem as primeiras noções do significado de estudar. Esse contato deve ser feito de maneira que a criança se sinta acolhida e não reprimida.

- Ministério da Educação Adverte

O Ministério da Educação (MEC) divulga em seu site algumas observações que pais e responsáveis podem aderir, a fim de encontrar um bom lugar para seus filhos estudarem e para reparar em sintomas e sinais de que o aprendizado está surtindo efeito.

As notas estão direcionadas para o Ensino Infantil.

1. Aspectos que os familiares podem verificar diretamente na creche ou na pré-escola

• A instituição tem autorização de funcionamento expedida pela Secretaria Municipal de Educação?

• O alvará sanitário está afixado em lugar visível?

• A instituição tem proposta pedagógica em forma de documento?

• Reuniões e entrevistas com familiares são realizadas em horários adequados à participação das famílias?

• Há reuniões com familiares pelo menos três vezes por ano?

• Os familiares recebem relatórios sobre as vivências, produções e aprendizagens pelo menos duas vezes ao ano?

• A instituição permite a entrada dos familiares em qualquer horário?

3.5 - Ministério da Educação Adverte

O Ministério da Educação (MEC) divulga em seu site algumas observações que pais e responsáveis podem aderir, a fim de encontrar um bom lugar para seus filhos estudarem e para reparar em sintomas e sinais de que o aprendizado está surtindo efeito.

As notas estão direcionadas para o Ensino Infantil.

1. Aspectos que os familiares podem verificar diretamente na creche ou na pré-escola

• A instituição tem autorização de funcionamento expedida pela Secretaria Municipal de Educação?

• O alvará sanitário está afixado em lugar visível?

• A instituição tem proposta pedagógica em forma de documento?

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• Reuniões e entrevistas com familiares são realizadas em horários adequados à participação das famílias?

• Há reuniões com familiares pelo menos três vezes por ano?

• Os familiares recebem relatórios sobre as vivências, produções e aprendizagens pelo menos duas vezes ao ano?

• A instituição permite a entrada dos familiares em qualquer horário?

• Existe local adequado para receber os pais ou familiares? E para aleitamento materno?

• As professoras têm, no mínimo, a formação em nível médio, Magistério?

• Há no mínimo uma professora para cada agrupamento de:

• 6 a 8 crianças de 0 a 2 anos?

• 15 crianças de 3 anos?

• 20 crianças de 4 até 6 anos?

• As salas de atividades e demais ambientes internos e externos são agradáveis, limpos, ventilados e tranquilos, com acústica que permite uma boa comunicação?

• O lixo é retirado diariamente dos ambientes internos e externos?

• A instituição protege todos os pontos potencialmente perigosos do prédio para garantir a circulação segura das crianças e evitar acidentes?

• A instituição tem procedimentos preestabelecidos que devem ser tomados em caso de acidentes?

2. O que os familiares podem verificar com a criança sobre o atendimento na educação infantil

• Pergunte qual é o nome das professoras e de outros funcionários.

• Pergunte o nome dos amiguinhos mais próximos.

• Pergunte à criança o que ela mais gostou de fazer naquele dia.

• Incentive à criança a contar e a narrar situações vividas na instituição:

• Que músicas cantou ou ouviu;

• Quais brincadeiras aconteceram;

• Que pinturas, desenhos, esculturas ela fez;

• Qual livro a professora leu;

• Que história a professora contou;

• O que ela está aprendendo, entre outras.

3. O que os familiares podem observar diretamente na criança sobre o atendimento na educação infantil

• Observe o comportamento da criança quando ela chega na instituição (alegria, timidez ou choro).

• Observe diária e atentamente enquanto estiver conversando com a criança, seu olhar, seus gestos, sua fala suas reações podem

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ajudar a avaliar o estado físico e emocional.

• Observe as reações da criança ao ver seus colegas, isso pode demonstrar como está a relação com a turma.

• Observe as produções e o material que ela traz da instituição.

Dicas e Sugestões

• Cultive o hábito da leitura em sua casa.

• Ajude seu filho a conservar o livro didático. O material servirá para outros alunos futuramente.

• Acompanhe a frequência da criança ou do adolescente às aulas e sua participação nas atividades escolares.

• Visite a escola de seus filhos sempre que puder.

• Observe se as crianças ou adolescentes estão felizes e cuidadas no recreio, na hora da entrada e da saída.

• Verifique a limpeza e a conservação das salas e demais dependências da escola.

• Observe a qualidade da merenda escolar.

• Converse com outras mães, pais ou responsáveis sobre o que vocês observam na escola.

• Converse com os professores sobre dificuldades e habilidades do seu filho.

• Peça orientação aos professores e diretores, caso perceba alguma dificuldade no desempenho de seu filho. Procure saber o que fazer para ajudar.

• Leia bilhetes e avisos que a escola mandar e responda quando necessário.

• Acompanhe as lições de casa.

• Participe das atividades escolares e compareça às reuniões da escola. Dê sua opinião.

• Participe do Conselho Escolar.

Notas direcionadas para melhorar a relação com o jovem

• Valorizar as atividades escolares como etapa de crescimento intelectual;

• Valorizar o avanço social do jovem tanto no que se refere à continuidade dos estudos como na compreensão e participação do espaço em que convive;

• Valorizar o acesso ao mundo do trabalho;

• Observar e acompanhar a rotina das atividades sociais;

• Conversar e ouvir com atenção os seus questionamentos, lembrando que nesta etapa de desenvolvimento surgem muitas dúvidas sobre novos temas;

• Observar o comportamento: hábitos de higiene, sono, tratamento com as pessoas, mudanças de humor e converse com o psicólogo da escola;

• Alertar sobre as responsabilidades que acompanham a maior autonomia das suas relações;

• Manter contato com a coordenação da escola para se informar sobre o desempenho desses alunos;

• Verificar o material escolar utilizado pelo jovem: como estão suas anotações, a organização, capricho, o cuidado com os livros;

• Acompanhar a frequência às aulas;

• Buscar informações na escola sobre a participação nas atividades escolares;

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• Participar das atividades propostas pela escola;

• Desenvolver uma boa parceria entre família e escola, pois esta relação fortalecerá tanto o trabalho dos professores e profissionais que acompanham o dia a dia da juventude, como a orientação desenvolvida pelos responsáveis junto aos jovens;

• Participar do Conselho Escolar;

• Participar da Associação de Pais e Mestres

Encerramento

Neste curso de distúrbios de aprendizagem você aprendeu como diferenciar um transtorno de outro e como identificá-lo. Entendeu a importância de a pessoa portadora ser levada o quanto antes para ser diagnosticada e tratada.

Você teve contato com dicas e conselhos do Ministério da Educação, cuidados a serem tomados numa conversa com uma pessoa que tem distúrbio de aprendizagem e como manter uma relação saudável com ela.

O que mais ressaltamos ao longo deste curso é que pessoas que desenvolveram distúrbios de aprendizagem não têm culpa de certos atos e não devem ser repreendidas ou excluídas.

O carinho, a atenção, o apoio e a confiança são as bases de uma melhora para qualquer quadro clínico, principalmente quando nos referimos a crianças.

Esperamos que você tenha aproveitado bastante às informações deste curso e que as utilize futuramente.

Obrigado e até o próximo curso!

Bibliografia

AMEM, D.G. Transforme seu cérebro, transforme sua vida. São Paulo: Mercuryo, 2000.

ANTUNES, C. A teoria das inteligências libertadoras. Rio de Janeiro: Vozes, 2000.

BAUER, J.J. Dislexia: ultrapassando as barreiras do preconceito. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997.

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<http://dislexia.med.br/nossotrabalho/procesvisual.htm>. Acesso em 12 abr 2011.

Instituto Superior de Educação do Vale do Juruena João Ferreira Filho. Dificuldades de Aprendizagem em matemática e a Percepção dos Professores em Relação a Fatores Associados ao Insucesso nesta Área. Disponível em: <http://www.ajes.edu.br/arquivos/20081008091433.pdf>. Acesso em 13 abr 2011.

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MANHANI, L. P. S; CRAVEIRO, R. C. T; RODRIGUES, R. C. A; MARCHIOR, R. I. Uma caracterização sobre distúrbios de aprendizagem. agosto/2006. Disponível em: <http://www.abpp.com.br/artigos/58.htm>

NETO, L.A. Tratamento de distúrbios de aprendizagem: manual de programas psicoeducacionais. São Paulo: Edusp, 1977.

Portal do Ministério da Educação. Pais e familiares. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12245&Itemid=284>. Acesso em 7 abr 2011.

Revista Pedagogia On Line. Psicopedagogia. Disponível em: <http://www.psicopedagogia.com.br/atuacao/disturbios/alguns.shtml>. Acesso em 12 abr 2011.

ROSS, A.O. Aspectos psicológicos dos distúrbios da aprendizagem e dificuldades na leitura. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1979.

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SCHAIN, R.J. Distúrbios de aprendizagem na criança. São Paulo: Manole, 1978.