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CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENGENHARIA DE PETRÓLEO E GÁS FERNANDO DE MIRANDA GOMES FILHO PRÁTICAS DE ADEQUAÇÃO AMBIENTAL IMPLEMENTADAS EM POSTO DE COMBUSTÍVEL COMO MEIO DE PREVENÇÃO DE EVENTUAIS DANOS AMBIENTAIS: um estudo de caso NATAL/RN 2014

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CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENGENHARIA DE PETRÓLEO E

GÁS

FERNANDO DE MIRANDA GOMES FILHO

PRÁTICAS DE ADEQUAÇÃO AMBIENTAL IMPLEMENTADAS EM POSTO DE

COMBUSTÍVEL COMO MEIO DE PREVENÇÃO DE EVENTUAIS DANOS

AMBIENTAIS: um estudo de caso

NATAL/RN

2014

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FERNANDO DE MIRANDA GOMES FILHO

PRÁTICAS DE ADEQUAÇÃO AMBIENTAL IMPLEMENTADAS EM POSTO DE

COMBUSTÍVEL COMO MEIO DE PREVENÇÃO DE EVENTUAIS DANOS

AMBIENTAIS: um estudo de caso

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação do Mestrado Profissional em Engenharia de Petróleo e Gás, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Engenharia de Petróleo e Gás – ênfase em Meio Ambiente.

ORIENTADORA: Profa. Dra. Carla Gracy Ribeiro Meneses

NATAL/RN

2014

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FERNANDO DE MIRANDA GOMES FILHO

PRÁTICAS DE ADEQUAÇÃO AMBIENTAL IMPLEMENTADAS EM POSTO DE

COMBUSTÍVEL COMO MEIO DE PREVENÇÃO DE EVENTUAIS DANOS

AMBIENTAIS: um estudo de caso

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação do Mestrado Profissional em Engenharia de Petróleo e Gás, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Engenharia de Petróleo e Gás – ênfase em Meio Ambiente.

Aprovado em: _____/_____/_____

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________

Profa. Dra. Carla Gracy Ribeiro Meneses Orientador

Universidade Potiguar – UnP

___________________________________________________

Profa. Membro Examinador

Universidade Potiguar – UnP

___________________________________________________

Profa. Membro Examinador

Universidade Potiguar – UnP

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Dedico a minha amada esposa, meus

filhos, minha mãe e minha sogra, cujo

amor e compreensão foram essenciais

para conclusão desta dissertação.

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AGRADECIMENTOS

A elaboração de uma dissertação é um processo coletivo, o qual, apesar de

exigir, fundamentalmente, o envolvimento e dedicação do autor, diversas outras

pessoas também contribuem para o resultado final.

Inicialmente, agradeço a Deus, de infinita bondade, princípio e razão de tudo

que sou, que me amparou nos momentos difíceis, dando-me força, paciência e

perseverança para atingir meus objetivos.

À memória do meu pai, Fernando de Miranda Gomes, de quem honrosa e

orgulhosamente herdei o nome e o caráter, bem como, o amor pelas luzes e letras

do saber, mesmo que em intensidade infinitamente menor.

À minha família por opção, minha adorável esposa e meus queridos filhos,

bem como àquela presenteada por Deus, minha mãe, meus irmãos, minha avó,

sobrinhas, tios e primos, que conviveram com minha ausência em finais de semana

e feriados.

À minha orientadora, Profa. Dra. Carla Gracy Ribeiro Meneses, a quem eu

tenho muito apreço e respeito, a qual me orientou e guiou em todos os momentos

dessa trajetória, desde o instante inicial até ao encerramento desta jornada.

Reconheço publicamente sua forma exigente, cuidadosa, paciente e valorosa

competência profissional.

Aos Professores, Dr. Franklin Silva Mendes e Dr. Max Chianca Pimentel Filho,

coordenador e ex-coordenador do Mestrado em Petróleo e Gás da Universidade

Potiguar - UnP, respectivamente, a quem agradeço por ter-me incentivado a concluir

esta empreitada acadêmica, bem como iniciar esta árdua, porém, prazerosa jornada.

A todos os meus colegas do mestrado, em particular, Geminson de Araujo

Paula, Cristiano Câmara e João Batista, com os quais compartilhei muitos momentos

em sala de aula, como também a todos os professores do programa de pós-

graduação do Mestrado Profissional em Petróleo e Gás da Universidade Potiguar,

por terem favorecido o meu crescimento acadêmico.

Aos professores coordenadores do curso de Direito da Universidade Potiguar,

por terem facilitado a minha continuação na pós-graduação do Mestrado Profissional

em Petróleo e Gás, tolerando as minhas eventuais ausências acadêmicas.

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RESUMO

A revenda de combustíveis desenvolve atividades com potencial para a ocorrência

de acidentes ambientais, os quais poderiam ser provocados por possíveis

vazamentos de combustíveis nos tanques de armazenamento ou nas tubulações

subterrâneas, assim como nas atividades relacionadas ao abastecimento dos

veículos automotivos e troca de óleos e lubrificantes. Em função desta constatação,

empresas revendedoras de combustíveis vêm buscando interagir de forma mais

harmoniosa com o meio ambiente. A implantação de práticas de gestão ambiental

propicia um aumento da eficiência na realização dos procedimentos necessários

para a minimização desses impactos, assim como produz um incremento nas

vantagens econômicas do empreendimento. Nesse sentido, este trabalho buscou

verificar, descrever e analisar quais os adequados equipamentos e as devidas

práticas ambiental implementadas em postos de combustíveis. Para o

desenvolvimento do trabalho foi realizado um estudo de caso em um posto

revendedor de combustível instalado na cidade de Natal/RN, o qual firmou um

Termo de Ajuste de Conduta junto ao órgão ministerial ambiental, sendo

desenvolvida uma pesquisa descritiva, de natureza qualitativa, empregando técnicas

de observação in locu e a análise dos dados obtidos nas planilhas e alvarás

fornecidos pelo gestor do empreendimento, juntamente com entrevista estruturada

desenvolvida junto ao proprietário do empreendimento, a fim de comprovar e avaliar

os resultados obtidos a partir da implantação das práticas de adequação ambiental

implementadas no referido posto de combustíveis. Ao final, foram apresentadas as

diferentes interações existentes entre as atividades desenvolvidas e os recursos

naturais diretamente consumidos nestas atividades, bem como demonstrados os

ganhos econômicos obtidos com a implementação das respectivas práticas de

adequação ambiental, como a redução no consumo de água e de energia elétrica,

assim como o aumento das vendas de gasolina.

Palavras-chave: Acidentes Ambientais. Gestão ambiental. Posto de combustível.

Práticas de gestão ambiental.

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ABSTRACT

The resale of fuels develops activities with high potential for the occurrence of

environmental accidents, which could be caused by possible fuel leaks in storage

tanks or in underground pipes, as well as in the activities related to the supply of

automotive and exchange of oil and lubricants. In light of this finding, resellers fuel

companies have been seeking interact more harmoniously with the environment. The

implementation of an Environmental Management System - EMS provides increased

efficiency in the procedures necessary to minimize these impacts, besides producing

an increase in economic benefits of the business venture. In this way, this study

sought to determine, describe and analyze which the appropriate equipments and

proper environmental practices implemented at gas stations. For the development of

this dissertation, a case study has been carried out with a reseller fuel station

installed in Natal/RN, which has executed a Term of Conduct Adjustment with the

Environmental Ministerial body, in order to demonstrate and evaluate the results

obtained from the implementation of environmental compliance practices

implemented in this gas station. At the end, the different interactions between the

activities and the natural resources consumed directly in these activities were

presented, as well as it were demonstrated the economic gains from the

implementation of their environmental compliance practices, such as reducing the

consumption of water and electricity, as well as increased sales of gasoline.

Keywords: Environmental accidents. Environmental management. Fuel Station.

Environmental management practices.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Estrutura da distribuição e comercialização dos derivados do petróleo ... 26

Figura 2 – Posto de revenda de combustíveis na cidade de Natal............................ 33

Figura 3 - Tanque Subterrâneo para Combustível com parede dupla ....................... 34

Figura 4 – Tubulação de polietileno .......................................................................... 35

Figura 5 - Válvula de retenção junto à borda de abastecimento ............................... 35

Figura 6 - Caminhão-tanque para transportes de combustível preparado para

descarga selada ........................................................................................................ 36

Figura 7 – Câmara de Contenção da Descarga de Combustível .............................. 36

Figura 8 – Malha com câmaras de Contenção da Descarga de Combustível

instaladas .................................................................................................................. 37

Figura 9 - Reservatório de Contenção para Bombas de abastecimento (SUMP) ..... 37

Figura 10 – Câmara de contenção de tanques ......................................................... 38

Figura 11 - Secção longitudinal de poço de monitoramento do lençol ...................... 39

Figura 12 – Área de abastecimento de combustíveis do posto analisado ................. 69

Figura 13 – Área de troca de óleo e lubrificantes ...................................................... 69

Figura 14 – Estação de Tratamento de Água ............................................................ 70

Figura 15 – Loja de conveniência .............................................................................. 71

Figura 16 - Selo Verde e certificação das práticas de Gestão Ambiental

implementadas .......................................................................................................... 72

Figura 17 – Caneletas construídas em torno do pátio das bombas de abastecimentos

para canalização dos efluentes líquidos à Estação de Tratamento de Água ............ 74

Figura 18 - Grelhas fixadas no piso em torno da área do posto de combustível ....... 75

Figura 19 - Válvula de descarga do vaso sanitário, com liberação ........................... 79

Figura 20 - Válvula de descarga do mictório com ..................................................... 80

Figura 21 - Cobertura do posto de combustível projetada para máxima ................... 80

Figura 22 - Nova bomba de abastecimento de combustíveis líquidos com menor

consumo de ............................................................................................................... 82

Figura 23 - Nova bomba de abastecimento de GNV com menor consumo de ......... 82

Figura 24 - Aviso de desligamento da energia fixado nas paredes do escritório e.... 83

Figura 25 – Aviso de desligamento de equipamento fixado em computador instalado

no escritório ............................................................................................................... 83

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Figura 26 - Depósitos para coleta seletiva de resíduos sólidos................................. 85

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Impactos Ambientais por atividade desenvolvida / Manuseio de

Combustíveis ............................................................................................................. 22

Quadro 2 – Impactos Ambientais por atividade desenvolvida / Eventuais serviços

agregados ................................................................................................................. 23

Quadro 3 - Interações das atividades desenvolvidas com o meio ambiente ............. 73

Quadro 4 - Percepção do gestor do posto de combustível estudado, quanto aos

resultados da adequação ambiental implantada no empreendimento ...................... 86

Quadro 5 - Situação ambiental dos postos de combustíveis ..................................... 87

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Gráfico da evolução do número de veículos da frota do RN por

localização segundo o período - 1992/2010 .............................................................. 25

Gráfico 2 – Causa de acidentes em porcentagem em postos de abastecimento ...... 28

no período de 1984 até 2004 .................................................................................... 28

Gráfico 3 – Distribuição percentual dos postos revendedores de combustíveis

automotivos no Brasil, segundo bandeira, em 31/12/2006 ........................................ 30

Gráfico 4 – Distribuição percentual dos postos revendedores de combustíveis

automotivos no Brasil, segundo a bandeira, em 31/12/2008 ..................................... 32

Gráfico 5 - Organograma das principais formas de interação com o meio ambiente 75

Gráfico 6 - Consumo mensal de água do sistema público de abastecimento ........... 78

Gráfico 7 - Consumo mensal de energia elétrica ...................................................... 81

Gráfico 8 - Volume mensal de venda de gasolina ..................................................... 84

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Quantidade de postos revendedores de combustíveis automotivos, por

bandeira, ................................................................................................................... 29

segundo Grandes Regiões e Unidades da Federação – 2006 .................................. 29

Tabela 2 - Quantidade de postos revendedores de combustíveis automotivos – 2008

31

Tabela 3 - Lista das principais normas da ABNT aplicáveis aos postos de revenda de

combustíveis ............................................................................................................. 60

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 16

2 REFERENCIAIS TEÓRICOS ................................................................................. 19

2.1 POSTOS DE REVENDA de combustíveis e potenciais RiscoS AMBIENTAIS ... 19

2.1.1 A elevação da frota de veículos na cidade de Natal, causa do aumento no

número de postos de revenda de combustíveis instalados ................................ 24

2.2 pRINCIPAIS AGENTES DE DISTRIBUIÇÃO E COMERCIALIzaÇÃO DE

COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS ..................................................................................... 26

2.3 TECNOLOGIAS E PRÁTICAS ADEQUADAS APLICADAS À gestão AMBIENTAL

EM POSTOS DE REVENDA DE COMBUSTÍVEIS ................................................... 33

2.4 LEGISLAÇÃO APLICADA AOS POSTOS DE COMBUSTÍVEIS ......................... 42

2.4.1 Resolução CONAMA nº 237/1997 .................................................................. 43

2.4.2 Resolução CONAMA nº 273/2000, com alterações trazidas pelas

Resoluções CONAMA nos 276/2001 e 319/2002 .................................................... 47

2.5 procedimentos administrativos para obtenção do licenciamento AMBIENTAL48

2.5.1 Licenciamento ambiental nos postos de revenda de combustíveis ......... 51

2.5.2 Normas da ABNT aplicáveis ao licenciamento de postos de revenda de

combustíveis ........................................................................................................... 58

2.5.3 Licenciamento ambiental no Estado do Rio Grande do Norte .................. 61

2.5.4 Legislação municipal da cidade de Natal aplicável ao licenciamento

ambiental de postos de revenda de combustíveis ............................................... 62

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................................... 66

3.1 ESPAÇO AMOSTRAL ..................................................................................... 66

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 72

4.1 INTERAÇÕES DO POSTO DE COMBUSTÍVEIS ESTUDADO COM O MEIO

AMBIENTE ................................................................................................................ 73

4.2 RESULTADOS DA IMPLANTAÇÃO DAS PRÁTICAS DE ADEQUAÇÃO

AMBIENTAL .............................................................................................................. 76

4.3 RESULTADOS DA ENTREVISTA DESENVOLVIDA JUNTO AO GESTOR DO

POSTO DE COMBUSTÍVEL ANALISADO ................................................................ 85

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 89

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 91

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ANEXO A .................................................................................................................. 99

ANEXO B ................................................................................................................ 100

ANEXO C ................................................................................................................ 101

ANEXO D ................................................................................................................ 102

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1 INTRODUÇÃO

Strang (1976 apud CATUNDA, 2010, p. 16) define a situação que expõe o

homem como maior causador das transformações havidas no planeta Terra da

seguinte forma:

Enquanto o homem viveu como caçador, pescador ou coletor, integrado em um ecossistema, não houve problemas em suas relações com a natureza; estes passaram a surgir na medida em que o homem se tornou pastor e depois agricultor, libertando-se das leis naturais e, crescendo em seus aglomerados, nascedouros da vida civilizada.

As questões relativas aos problemas ambientais, apesar de antigas, vêm

tornando-se cada vez mais presentes na vida da população mundial.

Na primeira Conferência Mundial das Nações Unidas sobre meio ambiente

realizada na cidade de Estocolmo em 1972 foram debatidas pela primeira vez as

questões ambientais entre as nações, apesar do dissenso estabelecido entre os

países desenvolvidos e as nações em desenvolvimento, as quais configuraram que

as diferentes propostas apresentadas para controle e preservação ambiental

inibiriam seu correspondente crescimento econômico (ORGANIZAÇÃO DAS

NAÇÕES UNIDAS, 2012).

Diante dessa nova tendência mundial, as empresas começam a se adaptar,

interagindo com o meio ambiente de forma mais responsável, reduzindo os níveis de

poluição e emissão de resíduos e recuperando o meio ambiente degradado.

Referidas práticas objetivam, não somente, a conservação do meio ambiente,

mas, principalmente, melhorar a visão da sociedade e dos consumidores com

relação às atividades econômicas desenvolvidas, pois a gestão ambiental

apresenta-se como uma excelente ferramenta para melhorar as condições

ambientais, bem como constitui um elemento de vantagem corporativa, uma vez que

o público consumidor apoiará as empresas que estiverem mais engajadas com a

proteção ambiental.

As atividades varejistas de revenda de combustíveis se caracterizam como

um das mais potencialmente danosas ao meio ambiente, diante das inúmeras

práticas envolvidas que podem provocar sérios danos ambientais. Entre essas, o

possível vazamento de hidrocarbonetos aromáticos, olefínicos e saturados,

substancias tóxicas à saúde humana, bem como a disposição inadequada de

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resíduos sólidos, têm sido ocorrências comuns e constitui em uma importante fonte

de poluição ambiental, podendo modificar a qualidade do solo, ar e águas

subterrâneas.

Portanto, busca-se a instalação de novos postos de combustíveis, bem como

a adequação daqueles já existentes às normas ambientais vigentes e que ofereçam

os menores riscos de danos ao meio ambiente e à população.

Em seu trabalho, acerca das condições e adequações ambientais em postos

de combustíveis na cidade de Natal, Dias (2012, p. 10) explica que,

a concessão do SELO VERDE aos postos que possuem todos os equipamentos ecológicos e demais exigências legais e que não possuem contaminação ou já conseguiram recuperar a área degradada, também, pode ser considerada como uma importante vertente do Projeto, pois incentiva a educação ambiental não só dos empreendedores e das pessoas que trabalham no ramo, como também de todos os consumidores, que podem distinguir as opções existentes e fazer uma escolha consciente e ambientalmente correta no momento de abastecer os seus veículos.

Também, em artigo publicado em revista eletrônica sobre a quantificação e

licenciamento ambiental em pontos de revenda de combustíveis no município de

Natal, Meneses e Flor (2013, p. 57) constataram que a cidade de Natal possui,

atualmente, 113 postos cadastrados, com uma concentração maior de postos nos

bairros de Lagoa Nova e Alecrim; cada bairro com 11 postos de combustível.

Meneses e Flor (2013, p. 58) indicam que, desses postos de revenda de

combustíveis,

a cidade de Natal tem 57 postos de combustível, cadastrados e reconhecidos como ―postos selo verde‖ pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte, ou seja, 50, 44% do total de postos da cidade de Natal estão cadastrados junto à SEMURB e 100% de acordo com as normativas ambientais.

Diante dos dados apresentados, constata-se a importância da temática

pesquisada, pois a atividade de revenda de combustíveis, quando desenvolvida por

empreendimentos varejistas ambientalmente inadequados, representa um risco

potencial ao meio ambiente e aos seres humanos.

Neste cenário contextualizado, torna-se imprescindível a preocupação dos

gestores de postos revendedores de combustíveis do município de Natal em

contribuir com o meio ambiente, por meio da implantação de um efetivo Sistema de

Gestão Ambiental em seus estabelecimentos.

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Sob este prisma, este trabalho tem por objetivo geral investigar, descrever e

analisar os equipamentos e dispositivos ambientalmente adequados instalados em

postos de revenda de combustíveis em operação, assim como assinalar as devidas

práticas ambientais implementadas nos referidos empreendimentos, como meio de

introduzir uma conscientização ambiental.

Em caráter específico, esta dissertação indica e analisa as práticas de

adequação ambiental implantadas no posto de revenda de combustíveis estudado, a

fim de efetuar a necessária adequação ambiental do empreendimento varejista às

normas ambientais vigentes, em decorrência da pactuação de um Termo de Ajuste

de Conduta junto ao órgão ministerial estadual, o qual determinou a instalação de

certos equipamentos ambientalmente adequados, apresentando os resultados

econômicos favoráveis obtidos, como a redução dos valores do consumo de

insumos, como água e energia elétrica, assim como o relativo aumento das vendas

de gasolina, o que comprova as vantagens corporativas obtidas com o devido

manejo ambiental.

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2 REFERENCIAIS TEÓRICOS

2.1 POSTOS DE REVENDA DE COMBUSTÍVEIS E POTENCIAIS RISCOS

AMBIENTAIS

No Brasil, o sistema inter-regional e intrarregional de transporte de

mercadorias e pessoas fundam-se no transporte rodoviário, apesar das dimensões

continentais do país, revelando, com base nos dados acerca do número de veículos

existentes, a importância deste sistema para a economia do país.

De acordo com Santos (2005), basicamente, os postos de abastecimento de

combustíveis são compostos pelos tanques subterrâneos de armazenagem de

combustíveis, bombas para abastecimento de combustíveis, bombas para

abastecimento e boxes para troca de óleo e para lavagem de veículos.

Segundo o autor, as principais fontes de contaminação nestes postos são

caracterizadas por:

Derramamentos durante a operação de transferência do produto para os

tanques;

Transbordamento;

Vazamento no sistema;

Falhas estruturais dos tanques, das conexões ou da tubulação; e

Instalação inadequada.

A quantidade de falhas em um sistema de tanques é determinada por

diversos fatores, tais como:

Idade do tanque;

Material utilizado na construção;

Sistemas de proteção contra a corrosão; e

Características da construção do sistema.

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A maioria dos combustíveis utilizados mundialmente é derivada do petróleo.

Este é composto no seu estado natural de uma mistura complexa de diversos

compostos diferentes, no qual a maioria deles é formada por Carbono e Hidrogênio,

que são chamados Hidrocarbonetos. Encontram-se, ainda, pequenas quantidades

de outras substancias, como nitrogênio, enxofre, oxigênio e alguns metais

(DUARTE, 2003).

De uma forma geral, Rocha, Silva e Medeiros (2004) indicam os principais

impactos ambientais causados pelas atividades dos postos de revenda de

combustíveis:

Contaminação humana, a qual pode ocorrer pela via dermal, via

respiratória e via oral. Os funcionários desses lugares de trabalho são

susceptíveis a adquirir doenças na pele, as quais podem até ser

carcinogênicas.

Contaminação do solo e das águas subterrâneas, ocorrida através de

derramamentos de combustíveis, sendo a forma mais grave quando ocorrem

vazamentos dos tanques de armazenamento de combustíveis enterrados no

solo, que dependendo da gravidade e da característica do solo podem atingir

os lençóis freáticos ocasionando a contaminação da vizinhança através dos

poços, que na maioria das vezes são utilizados como fonte de abastecimento

de água das pessoas. Devido à elevada e permanente umidade, os tanques

são corroídos, provocando erosão no material, facilitando o vazamento de

combustíveis. Também, as atividades de troca de óleo, lavagem de veículos e

o serviço de oficina mecânica causam a contaminação do solo e sistemas de

esgotos. Um outro aspecto importante, é que muitos postos estão localizados

em áreas próximas aos lençóis subterrâneos, quando não estão instalados

sobre as dunas.

Incêndio, cujos efeitos, quando ocorrem, são bastante prejudiciais aos

funcionários, clientes, proprietários e vizinhança, podendo causar vítimas

fatais. Diante destes perigos, alguns cuidados devem ser tomados no

manuseio dos produtos de petróleo, visando evitar incêndios e riscos às

pessoas.

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Resíduos, sendo os tipos principais e mais perigosos o óleo usado ou

contaminado, areia contaminada com combustível, mantas e cordões

absorventes, filtros de óleo lubrificantes, de combustíveis de veículos e de ar,

borra e combustível proveniente da caixa separadora de água e óleo,

vasilhame de óleo usado e estopas utilizadas.

Em um posto de revenda de combustíveis, referidos potenciais impactos

ambientais podem ser sintetizados no quadro a seguir, indicando que as principais

atividades desenvolvidas em um posto de combustíveis estão relacionadas ao

manuseio de combustíveis, tanto no recebimento desses produtos e sua

armazenagem, quanto no abastecimento dos veículos consumidores, no sistema de

drenagem das pistas e no tratamento dos efluentes líquidos na caixa separadora de

água e óleo. Estas atividades estão sujeitas a uma série de incidentes, que vão

desde a simples emissão de gases até incêndios e explosões.

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Quadro 1 – Impactos Ambientais por atividade desenvolvida / Manuseio de Combustíveis

ATIVIDADES INCIDENTE CAUSAS IMPACTOS

Recebimento

de

Produto:

Gasolina /

Diesel / Álcool

Emissão de Compostos

Orgânicos Voláteis

Tubos de Respiro dos

Tanques

Subterrâneos

Qualidade do Ar

Derrame de Produto /

Incêndio e explosão

Extravasamento e

Presença de Fonte de

Ignição

Solo / Águas Superficiais e

Subterrâneas / Qualidade

do Ar

Armazenagem

de

Produto

Emissão de COV Respiro dos Tanques

Enterrados

Qualidade do Ar

Vazamento de Produto Furo de Tanques e

Tubulações

Solo / Águas Subterrâneas

Abastecimento

de

Veículo

Emissão de COV Respiro dos Tanques

Enterrados

Qualidade do Ar

Derrame de Produto Filtro de Diesel / Bombas

/ Extravasamento

Solo / Águas Superficiais /

Lançamentos de Águas

Subterrânea Lançamentos de

Resíduos

Disposição Inadequada:

Estopas / Mantas

Absorventes

Incêndio / Explosão Presença de Fonte de

Ignição

Pessoas

Sistema de

Drenagem da

Pista /

Tratamento

via Caixa

Separadora

de Água e

Óleo (CSAO)

Efluentes Líquidos:

Águas Oleosas

Extravasamento / Falta de

Manutenção / Operação

Inadequada

Solo / Águas Superficiais /

Lançamentos de Águas

Subterrâneas

Lançamentos de

Resíduos

Disposição Inadequada:

Óleo Usado / Areia e

Borras da CSAO

Fonte: Lorenzett, Rossato e Neuhaus (2011, p.4).

Quanto aos impactos ambientais relativos aos serviços agregados oferecidos

pelos postos de combustíveis são assinalados as atividades de troca de óleo e

lubrificantes, os escritórios de administração e as lojas de conveniência, além de

eventual lavagem de veículos, as quais impactam as águas e o solo através do

consumo irracional da água, da disposição inadequada dos resíduos e da falta de

tratamento e reciclagem da água utilizada, de acordo com quadro a seguir:

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23

Quadro 2 – Impactos Ambientais por atividade desenvolvida / Eventuais serviços agregados

ATIVIDADES INCIDENTE CAUSAS MPACTOS

Troca de Óleo

Lubrificante

Derrame de

Produto

Operações inadequadas Solo / Águas

Superficiais / Águas

Subterrâneas Lançamentos de

Resíduos

Disposição inadequada

de embalagens e resíduos

Lavagem de

Veículos

Alto Consumo de

Água

Ausência de processo de

Reciclagem

Degradação da

Bacia Hídrica

Subterrânea

Efluentes Líquidos:

Águas Oleosas

com

detergentes

Falta de tratamento Solo / Águas

Superficiais / Águas

Subterrâneas

Lançamentos de

Resíduos

Disposição inadequada de estopas e

embalagens de

detergentes

Ruído Falta de manutenção /

Isolamento

Pessoas da

Vizinhança

Loja de

Conveniência /

Escritórios

Lançamentos de

Resíduos

Disposição inadequada do lixo

doméstico e de

escritório

Solo / Águas

Superficiais / Águas

Subterrâneas

Efluentes Líquidos:

Esgoto

Disposição inadequada:

Sem tratamento

Fonte: Lorenzett, Rossato e Neuhaus (2011, p.5).

Ainda, é fundamental para este trabalho conceituar a logística reversa (LR),

pois os postos de combustíveis, ainda que inconscientemente, fazem uso dessa

prática de gestão ambiental para dar o destino final aos resíduos gerados nas

respectivas atividades. O conceito de logística reversa esta relacionado ao

planejamento, operacionalização e controle do fluxo de retorno dos bens de pós-

venda e de pós-consumo para o ciclo produtivo, através dos canais de distribuição

reversos, agregando-lhes valores econômicos, ecológicos e competitivos,

melhorando, desta forma, a imagem corporativa (LEITE, 2006).

Segundo Leite (2006), quando se fala em logística reversa (LR) deve-se

imediatamente configurar no inverso da logística empresarial, que consiste no

transporte, movimentação de materiais, armazenagem, processamento de pedidos e

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24

gerenciamento de informações, envolvendo o ciclo de atividades que acompanham

o produto, desde sua matéria-prima até o consumidor final.

2.1.1 A elevação da frota de veículos na cidade de Natal, causa do aumento no

número de postos de revenda de combustíveis instalados

Com base em dados estatísticos colhidos em dezembro de 2012, de acordo

com Anexo 1, há no país uma frota de 76.137.191 (setenta e seis milhões, cento e

trinta e sete mil, cento e noventa e um) veículos em circulação, compreendendo

42.682.111 (quarenta e dois milhões, seiscentos e oitenta e dois mil, cento e onze)

automóveis destinados ao transporte de passageiros, com capacidade para até 08

pessoas, incluindo o condutor.

No Rio Grande do Norte, de acordo com relatório do DENATRAN contendo

dados relativos ao mês de dezembro/2012, os números assinalam uma frota de

888.149 (oitocentos e oitenta e oito mil, cento e quarenta e nove) veículos, incluindo-

se nesta frota 396.831(trezentos e noventa e seis mil, oitocentos e trinta e um)

automóveis utilizados para o transporte de passageiros. Em particular, o município

de Natal, centro do presente estudo e análise, possui uma frota composta de

320.081 (trezentos e vinte mil e oitenta e um) veículos, dentro os quais 190.717

(cento e noventa mil, setecentos e dezessete) representam automóveis destinados

ao transporte de até 08 (oito) passageiros, segundo Anexo 2.

De acordo com o Anexo 3, em dezembro de 2007, a frota de veículo no Brasil

representava a quantidade de 48.537.514 (quarenta e oito milhões, quinhentos e

trinta e sete, quinhentos e quatorze), dos quais a frota de automóveis destinada ao

transporte de passageiros representava a quantidade de 29.851.610 (vinte e nove

milhões, oitocentos e cinquenta e um mil, seiscentos e dez). No Rio Grande do Norte

(ver Anexo 04), a quantidade de veículo totalizava 520.150 (quinhentos e vinte mil,

cento e cinquenta) veículos, sendo 254.192 (duzentos e cinquenta e quatro mil,

cento e noventa e dois) automóveis destinados ao transporte de passageiros. No

município de Natal, em dezembro de 2007, a frota era de 213.727 (duzentos e treze

mil, setecentos e vinte e sete) veículos, dos quais 139.731 (cento e trinta e nove mil,

setecentos e trinta e um) representavam automóveis de até 08 (oito) passageiros.

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Gráfico 1 – Gráfico da evolução do número de veículos da frota do RN por localização segundo o período - 1992/2010

Fonte: Rio Grande do Norte (2010, p. 12).

A partir da análise do gráfico acima, é possível constatar que no período de

03 (três) anos compreendido entre 2007 e 2010, a frota de veículos transitando na

cidade de Natal aumentou no percentual de aproximadamente 49,76% (quarenta e

nove vírgula setenta e seis pontos percentuais).

Neste sentido, configura-se de importância vital para o dinamismo da

economia do país e, em recorte espacial, para a cidade de Natal, a existência de

uma cadeia de postos de abastecimento de combustíveis, estrategicamente,

disposta em todo território.

Assim, o presente estudo descreve o aumento do número de postos

revendedores de combustíveis, em decorrência, entre outros fatores, da elevação da

frota de veículos em trânsito na cidade de Natal e em seu entorno, sendo analisados

os potenciais riscos ambientais provocados pelos respectivos empreendimentos.

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2.2 PRINCIPAIS AGENTES DE DISTRIBUIÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE

COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS

Diante da importância que vem assumindo a análise da gestão ambiental

aplicada aos postos de combustíveis, torna-se importante a descrição referencial

dos principais agentes da distribuição e comercialização de combustíveis líquidos.

São eles: distribuidores, postos revendedores e os Transportadores –

Revendedores – Retalhistas (TRRS). A figura 1 a seguir mostra o esquema

simplificado de Distribuição e Comercialização dos derivados do petróleo.

Figura 1 – Estrutura da distribuição e comercialização dos derivados do petróleo

Fonte: Martinez (1999, v.1).

No Brasil, os combustíveis são produzidos pelas refinarias e destilarias da

Petrobrás e, a partir destas, transportados até as unidades de distribuição de

combustíveis, de propriedade de distribuidoras de capital privado. Os combustíveis

são então estocados e/ou aditivados e distribuídos aos postos de revenda onde são

vendidos a varejo (BORTOLUZZI, 2004).

No final de 2006, de acordo com dados oficiais, 34.709 postos operavam no

País, o que representa um número 2,4% inferior ao observado no ano anterior, de

acordo com Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo e do Gás Natural, 2006.

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Deste total de postos de revenda de combustíveis, 20% encontravam-se na

Região Nordeste.

A maior parte do transporte de combustíveis líquidos no Brasil é realizada

através do modal rodoviário, o que tem gerado diversos danos ao meio ambiente,

em função de acidentes envolvendo o transporte desses materiais.

Segundo Alabarce e Haddad (2004) a Companhia de Tecnologia de

Saneamento Ambiental - CETESB relata que o transporte de produtos inflamáveis,

como os combustíveis, foi responsável por 36% dos acidentes ambientais no Estado

de São Paulo, durante o período de 1978 a 2003, em um total de 5.410 acidentes

ambientais atendidos pelo referido órgão ambiental.

Nos postos revendedores, os combustíveis líquidos são entregues via

caminhões tanques em frações que podem ser, por exemplo, de 5.000 litros. O

transporte de gás natural é feito por tubulações, por oferecer maior segurança

devido à alta pressão a que o gás se submete para o armazenamento e a

comercialização, e também por carreta-feixe com capacidade de armazenamento de

até 5,4 mil metros cúbicos (CAMPOS, 2007).

Os postos de abastecimento de combustíveis são atividades que apresentam

um alto potencial de poluição, sendo assim considerados pela legislação ambiental

brasileira. Tal fato se dá pelos aspectos relacionados às suas atividades e ao

potencial perigo ao meio ambiente. Estudos realizados pela CETESB em São Paulo

demonstram que 70% dos postos de abastecimento licenciados pelo órgão

ambiental, apresentam um passivo ambiental proveniente principalmente de

vazamentos e derrames de combustíveis, que contaminam o solo e a água com

graves danos ao meio ambiente.

A principal fonte potencial de poluição em um posto de revenda é causada por

vazamento e derrames de combustíveis no Sistema de Armazenamento

Subterrâneos de Combustíveis – SASC do empreendimento, contaminando o solo e

a água subterrânea e superficial, causando riscos à saúde pública e ao meio

ambiente.

Segundo Alabarce e Haddad (2005), de acordo com os dados da CETESB,

de 1984 até o ano de 2004, ocorreram 550 acidentes em postos de abastecimento

no estado de São Paulo, sendo que a maioria é devido a problemas com os tanques

e tubulações, os principais componentes do SASC, conforme demonstrado no

gráfico a seguir.

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Gráfico 2 – Causa de acidentes em porcentagem em postos de abastecimento no período de 1984 até 2004

Fonte: São Paulo (2012).

De acordo com o Anuário Estatístico do Petróleo, Gás Natural e

Biocombustíveis – 2007 lançado no final de 2006, 34.709 postos operavam no País,

o que representa um número 2,4% inferior ao observado no ano anterior. Deste total,

43,9% encontravam-se na Região Sudeste, 21,2% na Região Sul, 20,0% na Região

Nordeste, 8,7% na Região Centro-Oeste e 6,0% na Região Norte. Ou seja, 85,2%

dos postos revendedores localizavam-se nas Regiões Sudeste, Sul e Nordeste. São

Paulo (24,4%), Minas Gerais (11,7%), Rio Grande do Sul (8,1%), Paraná (7,6%) e

Rio de Janeiro (6,0%) concentraram 57,9% dos postos revendedores de

combustíveis automotivos.

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Tabela 1 - Quantidade de postos revendedores de combustíveis automotivos, por bandeira, segundo Grandes Regiões e Unidades da Federação – 2006

Fonte: Brasil (2007, p. 127).

Em âmbito nacional, 46% da revenda de combustíveis em 2006 estavam nas

mãos de apenas 05 das 133 bandeiras atuantes: BR (18,3%), Ipiranga (11,4%),

Chevron (6,2%), Shell (5,3%) e Esso (4,7%). Os postos revendedores que operam

com bandeira branca, isto é, que podem ser abastecidos por qualquer distribuidora,

tiveram a sua participação no total de postos revendedores ampliada de 39,1%, em

2005, para 40,7%, em 2006 (vide Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo e do Gás

Natural 2007), mantendo-se com um mercado conjunto maior que o das três

primeiras colocadas no ranking nacional das bandeiras de postos revendedores de

combustíveis. O abastecimento dos 13,3% restantes do mercado de combustíveis

automotivos foi efetuado por postos de outras 127 bandeiras.

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Gráfico 3 – Distribuição percentual dos postos revendedores de combustíveis automotivos no Brasil, segundo bandeira, em 31/12/2006

Fonte: Adaptado de Brasil (2007, p. 128).

No final de 2009, 36.730 postos operavam no País, o que representa um

número 4,9% superior ao observado no ano anterior. Deste total, 42,3%

encontravam-se na Região Sudeste, 21,2% na Região Sul, 21,3% na Região

Nordeste, 8,8% na Região Centro-Oeste e 6,5% na Região Norte. Ou seja, 84,8%

dos postos revendedores localizavam-se nas Regiões Sudeste, Sul e Nordeste. São

Paulo (23,4%), Minas Gerais (11,4%), Rio Grande do Sul (8,1%), Paraná (7,6%) e

Rio de Janeiro (5,8%) concentravam 56,3% dos postos revendedores de

combustíveis automotivos.

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Tabela 2 - Quantidade de postos revendedores de combustíveis automotivos – 2008

Fonte: Brasil (2009, p. 142).

Em âmbito nacional, 42,7% da revenda de combustíveis em 2008 se dividiram

entre seis das 118 bandeiras atuantes: BR (17%), Ipiranga – CBPI e DPPI (10,7%),

Chevron (5,5%), Shell (5,5%) e Esso (4%). Os postos revendedores que operam

com bandeira branca, isto é, que podem ser abastecidos por qualquer distribuidora,

tiveram a sua participação no total de postos revendedores ampliada de 43,1% em

2008 para 43,3%, de acordo com Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás

Natural e Biocombustíveis 2009, mantendo-se com um mercado conjunto maior que

o das três primeiras colocadas no ranking nacional das bandeiras de postos

revendedores de combustíveis. O abastecimento dos 11,1% restantes do mercado

de combustíveis automotivos foi efetuado por postos de outras 118 bandeiras.

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Gráfico 4 – Distribuição percentual dos postos revendedores de combustíveis automotivos no Brasil, segundo a bandeira, em 31/12/2008

Fonte: Adaptado de Brasil (2009, p. 143).

A partir dos dados apresentados, fica claro que o consumo de combustíveis

está cada vez maior no mercado nacional, especialmente, em virtude do estímulo e

condições especiais para a aquisição de veículos e ao incremento da produção

industrial e agrícola. Segundo dados da ANP, o consumo de combustíveis no

mercado brasileiro foi 108,8 bilhões de litros em 2009, o que representa um aumento

de 2,7% (dois vírgula sete por cento) em relação aos 105,9 (cento e cinco vírgula

nove) bilhões de litros referentes a 2008, crescimento importante por ter ocorrido em

período marcado pelos efeitos da crise econômica mundial.

Comprovando referido aumento na revenda de combustíveis líquidos, no ano

de 2011, existiam no Rio Grande do Norte 549 postos revendedores de

combustíveis instalados e em operação com autorização da Agência Nacional de

Petróleo – ANP, ostentando diferentes bandeiras (ANP, 2012).

Na figura a seguir, apresenta-se um posto típico do Município de Natal.

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Figura 2 – Posto de revenda de combustíveis na cidade de Natal

Fonte: Santos (2013).

Estes dados confirmam a relevância e importância socioeconômico-ambiental

do presente estudo.

2.3 TECNOLOGIAS E PRÁTICAS ADEQUADAS APLICADAS À GESTÃO

AMBIENTAL EM POSTOS DE REVENDA DE COMBUSTÍVEIS

Com o desenvolvimento da tecnologia para preservação e segurança

ambiental, já existem e se encontram a disposição alguns recursos tecnológicos que

permitem uma gestão ambientalmente correta, que minimizam possíveis

vazamentos de efluentes nos postos de combustíveis.

São eles:

1. Tanques de parede dupla – são tanques cilíndricos horizontais construídos

de aço carbono, envoltos em um outro tanque de material não metálico, com um

interstício entre os dois tanques, permitindo assim que, se houver um furo por

corrosão no tanque de aço, o produto fique contido no tanque externo evitando o

escoamento do efluente para o solo. Esses tanques novos possuem grandes

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câmaras de calçada, as quais possibilitam o acesso à boca de visita e a visualização

das suas tubulações, as quais, preferencialmente, devem ser de material

impermeável para evitar rupturas por torções. Qualquer vazamento, ocorrido nessas

tubulações, será contido no interior da câmara, sem qualquer prejuízo para o meio

ambiente. Porém, salutar informar que devem ser realizados testes para verificar a

estanqueidade dos mesmos, ou seja, sua capacidade de vedação, imediatamente

após a sua instalação e antes de serem colocados em uso.

Na figura 3, é possível visualizar um exemplo de tanque de parede dupla.

Figura 3 - Tanque Subterrâneo para Combustível com parede dupla

Fonte: Tanque... (2011).

2. Tubulações de polietileno de alta densidade – devido a sua alta resistência

e por não sofrer processo de corrosão, não permitem o vazamento de produtos para

o solo. Ainda, devido ao fato de serem tubulações flexíveis, podem absorver

impactos e adaptar-se à movimentação do piso e acomodação do solo.

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Figura 4 – Tubulação de polietileno

Fonte: Tubos... (2005).

3. Válvula de retenção junto à borda de abastecimento – válvula de retenção

instalada junto à sucção de cada bomba da unidade de abastecimento ou do filtro

prensa. Em caso de perfuração na tubulação que interliga o tanque do posto até a

bomba de abastecimento ou filtro prensa, o produto escoa diretamente para o

tanque, não permitindo a contaminação do solo

Figura 5 - Válvula de retenção junto à borda de abastecimento

Fonte: Válvulas... (2013).

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4. Descarga selada – evita qualquer derrame do produto durante a descarga

dos caminhões-tanques para os tanques dos postos. A mangueira do caminha-

tanque é conectada diretamente ao bocal do tanque do posto.

Figura 6 - Caminhão-tanque para transportes de combustível preparado para descarga selada

Fonte: Caminhão-tanque... (2014).

5. Câmaras de contenção de descarga (spill container) – são caixas

impermeáveis instaladas no bocal de descarga do tanque de armazenagem. Evitam

eventuais vazamentos que possam ocorrer durante a descarga do produto para o

tanque do posto. As figuras 7 e 8 apresentam modelos de câmaras de contenção de

descarga.

Figura 7 – Câmara de Contenção da Descarga de Combustível

Fonte: Câmara... (2012).

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Figura 8 – Malha com câmaras de Contenção da Descarga de Combustível instaladas

Fonte: Malha... (2010).

6. Câmara de contenção sob as bombas de abastecimento (SUMP) – são

caixas de contenções impermeáveis sob as bombas para conter eventuais

vazamentos que possam ocorrer nas manutenções das bombas de abastecimento.

Figura 9 - Reservatório de Contenção para Bombas de abastecimento (SUMP)

Fonte: Reservatório... (2014).

7. Câmara de contenção de tanques (SUMP) – são equipamentos instalados

junto à boca de visita dos tanques subterrâneos para conter eventuais vazamentos

que venham a ocorrer na tubulação conectada ao tanque do posto.

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Figura 10 – Câmara de contenção de tanques

Fonte: Câmara... (2013).

Os referidos equipamentos de contenção e prevenção de acidentes

ambientais em instalados em postos de revenda de combustíveis constituem

avançada tecnologia aplicável à gestão ambiental desenvolvida nos respectivos

empreendimentos varejistas.

Além das citadas tecnologias, é possível a implantação de práticas periódicas

e regulares de gestão ambiental, objetivando diminuir os potenciais riscos ao meio

ambiente, como:

1º Prática: Regular monitoramento de detecção e prevenção de vazamento

em tanques e tubulações de combustíveis

Tanques de armazenamento de combustíveis têm no máximo 20 anos de vida

útil de acordo com as especificações do fabricante. A partir daí, dependendo de

fatores como o tipo de solo em que se encontram instalados, ficam vulneráveis a

rupturas em consequência da corrosão. Assim, deverão passar por testes de

detecção de vazamento a cada trinta dias; entretanto há algumas exceções.

Tanques novos podem passar por controle de estoque mensalmente, em

conjunto com um teste de estanqueidade, até dez anos após suas instalações.

Tanques em operação que não são novos podem passar por controle de estoque

mensalmente, em conjunto com testes de estanqueidade anuais.

As tubulações dos tanques de combustíveis seguem padrões diferentes.

Tubulações pressurizadas devem ser equipadas com detectores automáticos de

vazamentos na linha e devem passar por um teste anual de estanqueidade, pelo

menos a cada três anos, passar por um monitoramento mensal (de vapor, de água

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subterrânea ou intersticial, isto é, entre as paredes do tanque, caso seja de parede

dupla). Quanto às tubulações de sucção, não necessitam de detecção de

vazamento, somente quando forem enterradas e operarem em pressão negativa;

tubulação inclinada, de forma que o produto escoe de volta para o tanque.

2º Prática: Poço de monitoramento do lençol freático

Segundo a norma ABNT NBR 13895 (1997), este sistema baseia-se na

instalação de poços que permitam verificar a existência de produto em fase livre na

superfície da água subterrânea (no máximo a 6 metros de profundidade) como

apresenta a figura 10.

Este método requer a instalação de poços de monitoramento em lugares

estratégicos, no solo adjacente ao tanque e às tubulações. Portanto, antes de se

iniciar a construção, devem-se verificar quais normas regulamentam a construção e

a instalação de tanques na região. Além disso, é necessário fazer uma avaliação do

local para determinar o tipo de solo, a profundidade da água subterrânea, a direção

do fluxo e geologia geral do local.

Para descobrir se o vazamento atingiu a água subterrânea, esses poços

podem ser checados manualmente, em intervalos periódicos, ou podem ser

checados continuamente, através da instalação de sensores.

Segundo a Lei 13.583, de 11 de Janeiro de 2000, artigo 6º, inciso I, alínea c,

todos postos de combustíveis devem implantar no mínimo 03 poços de

monitoramento, um à montante e dois à jusante, independente da profundidade do

lençol freático.

Figura 11 - Secção longitudinal de poço de monitoramento do lençol

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Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (1997).

3º Prática: Teste de estanqueidade

Os testes de estanqueidade podem ser volumétricos ou não volumétricos.

Para sua execução, o tanque poderá estar vazio ou cheio, de acordo com o

método adotado. Conforme a NBR – projeto 9: 403.01-005 devem ser capazes de

detectar vazamentos de 0,5L/hora com 95% de possibilidade de acerto e máximo de

5% de probabilidade de alarme falso, considerando a compensação do coeficiente

térmico de expansão do produto. Pela legislação norte-americana, o teste de

estanqueidade deve ser capaz de detectar um vazamento de 0,3L/hora.

Os testes de estanqueidade devem ser executados por técnico qualificado,

com Anotação de Responsabilidade Técnica – ART do executante do teste e com

procedimentos padronizados compatíveis com a metodologia empregada, devendo

estar disponíveis aos órgãos de fiscalização para fins de auditoria técnica.

Alguns testes de estanqueidade requerem que todas as medições e todos os

cálculos sejam feitos a mão, outros métodos são altamente automatizados: após o

operador instalar o equipamento para aplicação do teste, um computador controla as

medições e faz as análises.

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4º Prática: Controle de estoque

Para fazer um controle de estoque, verifica-se a quantidade de produto que foi

entregue e a quantidade de combustível que foi vendida durante o mês, através de

medições diárias do volume do tanque, tiradas com o auxílio de varetas de medição.

Se o volume restante no tanque for diferente do resultado da subtração entre a

quantidade entregue e a quantidade vendida, o tanque pode estar apresentando

vazamento.

Essas medições diárias devem ser feitas pela manhã e à noite, ou depois de

cada turno de trabalho, utilizando-se uma vareta de medição. Os dados devem ser

anotados em formulário padrão. O nível indicado pela vareta de medição pode ser

convertido para volume do produto do tanque. Além disso, devem ser anotadas

diariamente as quantidades de produto que foram colocadas e retiradas do tanque.

Uma vez por mês, os dados obtidos a partir da vareta de medição devem ser

confrontados com os dados de compra e venda para verificar se há falta de produto

ou se há produto excedente. Se a quantidade de produto excedente ou se a falta de

produto forem maiores ou iguais a 1% do volume total de produto que passou pelo

tanque, o mesmo deverá estar apresentando vazamento.

O controle de estoque é um método prático e comumente usado, por não

requer o fechamento do tanque e podendo ser feito pelo próprio proprietário ou

operador do tanque. A precisão desse método pode ser otimizada pelo uso de uma

pasta detectora de produto.

Para que haja maior eficiência no controle de estoque, ele deve ser

acompanhado por testes periódicos de estanqueidade do tanque. Além disso, deve

ser feita uma medição semanal para identificar a presença de água na parte inferior

do tanque.

Em relação à vareta de medição, ela deve ser comprida o suficiente para

atingir o fundo do tanque e deve ser marcada milimetricamente para que o nível do

produto possa ser determinado com maior precisão. O tubo através do qual o

produto é escoado para o tanque deve se estender até pelo menos 30 cm acima do

fundo do tanque.

Dessa forma, a partir do emprego das referidas ferramentas tecnológicas,

além da implementação de práticas periódicas e regulares que permitem uma

adequada gestão ambiental, serão reduzidos os riscos potenciais ao meio ambiente,

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visto que a temática dos danos ambientais coloca-se como questão de máxima

importância para as empresas, seja quanto à responsabilidade ambiental

empresarial, seja em relação aos interesses das comunidades locais, dando

especial ênfase ao papel das administrações públicas municipais, conforme disserta

Dias (2011).

2.4 LEGISLAÇÃO APLICADA AOS POSTOS DE COMBUSTÍVEIS

A análise dos impactos ambientais, tanto os reais quanto os potenciais,

gerados pelas atividades desenvolvidas em postos de revenda de combustíveis é de

grande importância, visto ser através desta verificação que o gestor do respectivo

empreendimento terá conhecimento suficiente sobre a potencialidade dos impactos

causados pelas suas atividades e operações, bem como notícia sobre as ações de

mitigação para reduzir estes riscos e das tecnologias desenvolvidas para dar suporte

às referidas ações implementadas para abrandar o perigo, além dos aspectos legais.

Depois que estes conhecimentos estejam sedimentados, a administração da

empresa varejista de combustíveis pode iniciar a implantação dos requisitos da

norma ISO 14001, ou seja, poderá seguir os requisitos do Sistema de Gestão

Ambiental determinando sua política ambiental, traçando seus objetivos, metas e

ações de melhoria contínua, enfim, buscar a certificação da ISO 14001 (ROCHA;

SILVA; MEDEIROS, 2004).

Valle (1995) afirma que para as empresas que não vêm na Qualidade

Ambiental um empecilho, mas um fator de sucesso para se posicionarem no

mercado, tem nas normas ISSO 14000 a oportunidade para se valorizarem

internacionalmente.

Em novembro de 1997, o CONAMA aprovou a Resolução nº 237, na qual

todos os postos de combustíveis são obrigados a ter licença ambiental, cuja maior

preocupação é com o vazamento de combustíveis para o lençol freático e redes de

esgoto.

Posteriormente, em dezembro de 2000, o Conselho Nacional do Meio

Ambiente editou a Resolução nº 273, tratando do licenciamento ambiental na

atividade de revenda de combustíveis, consolidando o processo de fiscalização da

atividade de revenda de combustíveis.

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Ainda, encontra-se previsto no artigo 6º, inciso XXI, da Lei nº. 9.478, de 6 de

agosto de 1997 (Lei do Petróleo) o conceito de a atividade de revenda de

combustíveis:

Art. 6º omissis XXI - atividade de venda a varejo de combustíveis, lubrificantes e gás liquefeito envasado, exercida por postos de serviços ou revendedores, na forma das leis e regulamentos aplicáveis. (BRASIL, 1997).

Nesse sentido, a atividade de revenda de combustíveis nada mais é do que a

comercialização dos derivados de petróleo, gás natural e combustíveis de origem

não fóssil, a exemplo da gasolina, óleo diesel, álcool combustível, biodiesel, gás

natural veicular, óleos lubrificantes, entre outros produtos, em unidades específicas

que devem atender certas normas, em especial, regulamentos de origem técnica e

ambiental.

Em julho de 2000, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e

Biocombustíveis editou a Portaria nº. 116, regulamentando o exercício da atividade

de revenda varejista de combustíveis automotivos. Em seu art. 7º, inciso V, a ANP já

determinava que as construções das instalações do posto revendedor deverão

observar as normas de ―proteção ao meio ambiente, de acordo com a legislação

aplicável‖.

2.4.1 Resolução CONAMA nº 237/19971

Esta Resolução é, sem dúvida, a mais importante para a disciplina do

licenciamento ambiental, de uma maneira geral. Existem atividades que, pela sua

natureza e complexidades, exigem procedimentos de licenciamento diferenciados,

como é o caso da atividade de revenda de combustíveis, que possui licenciamento

ambiental específico.

Esta Resolução gera na doutrina grandes controvérsias sobre a sua

constitucionalidade, visto que trata da competência para o licenciamento ambiental.

Define, em seu artigo 1º, licenciamento ambiental como sendo o

procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a

1 Art. 9º da Resolução CONAMA nº 237/1997 – ―O CONAMA definirá, quando necessário, licenças

ambientais específicas, observadas a natureza, características e peculiaridades da atividade ou empreendimento e, ainda, a compatibilização do processo de licenciamento com as etapas de planejamento, implantação e operação.‖

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localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades

utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente

poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação

ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas

técnicas aplicáveis ao caso.

Referida Resolução define ainda, neste mesmo artigo, nos incisos II, III e IV,

respectivamente, licença ambiental, estudos ambientais e impacto ambiental

regional.

O artigo 2º desta Resolução dispõe que a localização, construção, instalação,

ampliação, modificação e operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de

recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como

os empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de causar degradação

ambiental, dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental competente,

sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis.

Ressalte-se que o artigo 3º da respectiva Resolução determina que a licença

ambiental para empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou

potencialmente causadoras de significativa degradação do meio dependerá de

prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto sobre o meio

ambiente (EIA/RIMA), ao qual será dada publicidade, garantida a realização de

audiência pública, quando exigível.

Além das exigências documentais, tais como a apresentação de projetos

básicos, projetos de execução e outros, cabe aos que pleiteiam a licença ambiental

apresentarem estudos de possíveis impactos ambientais, a critério do órgão

licenciador, indicando o diagnóstico ambiental da área e as formas de interação com

o meio no desenvolvimento da atividade, e, na hipótese de impactos inevitáveis,

porém, de degradações aceitáveis, que medidas mitigadoras e compensatórias

serão empreendidas. Neste ponto, enfatize-se que o interesse do Estado brasileiro é

combater apenas o dano ambiental considerado significativo.

Consubstanciado neste entendimento, pertinente transcrever o parágrafo

único do art. 3º da citada Resolução:

Parágrafo único. O órgão ambiental competente, verificando que a atividade ou empreendimento não é potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, definirá os estudos ambientais pertinentes ao processo de licenciamento. (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 1997, p. 645).

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Ainda, o artigo 7º desta Resolução também gera uma grande polêmica na

doutrina, visto que determina que os empreendimentos e atividades deverão ser

licenciados em um único nível de competência, conforme estabelecido nos artigos

anteriores. Cabível destacar que a Constituição Federal de 1998 estabelece, em seu

artigo 23, que a competência administrativa para a defesa do meio ambiente é

comum aos entes da federação, até que seja editada lei complementar que fixe

normas para cooperação entre União, Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

Ocorre que respectiva Lei Complementar ainda não foi editada. Nisto reside a

polêmica; questiona-se: como poderia uma norma, com status de Resolução,

determinar que deve haver um único nível de competência? Certamente, vivencia-se

uma certa insegurança jurídica quanto às licenças ambiental, as quais podem ser

concedidas por um ente federativo, e não concedida por outro, o que gera

inconvenientes econômicos. Salutar o estabelecimento de uma padronização na

realização do licenciamento ambiental.

Igualmente, como referido, analisando o teor da Resolução CONAMA

237/1997, fundamentar ressaltar que o seu artigo 8º, incisos I, III e IV, determina que

o Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as

respectivas licenças: Licença Prévia (LP), Licença de instalação (LI) e Licença de

operação (LO).

O procedimento do licenciamento ambiental, nos termos do artigo 10 da

referida Resolução obedecerá às seguintes etapas:

I. Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do

empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao

início do processo de licenciamento correspondente à licença a ser concedida;

II. Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos

documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida

publicidade;

III. Análise dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados pelo

órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, sendo realizada a

correspondente vistoria técnica, quando necessária;

IV. Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental

competente da documentação apresentada, uma única vez, em decorrência da

análise dos correspondentes documentos, quando couber, podendo haver a

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reiteração de igual solicitação, na hipótese dos esclarecimentos prestados e

complementações não sejam satisfatórios;

V. Audiência pública, quando necessário, de acordo com a regulamentação

pertinente;

VI. Solicitação de esclarecimento E complementações pelo órgão ambiental

competente, decorrentes de audiências públicas, quando necessárias, podendo

haver reiteração da solicitação quando os esclarecimentos e complementações

tenho sido insatisfatórios;

VII. Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico;

VIII. Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida

publicidade.

Ainda, fundamental destacar a regra contida no § 1º do referido artigo 10, o

qual exige que no procedimento de licenciamento ambiental deva constar,

obrigatoriamente, a certidão da Prefeitura Municipal, declarando que o local e o tipo

de empreendimento ou atividade estão em conformidade com a legislação aplicável

ao uso e ocupação do solo urbano e, em decorrência da hipótese, também

apresentar a autorização para supressão de vegetação e a outorga para o uso da

água, emitidas pelos órgãos competentes.

Referida exigência obriga que o respectivo órgão municipal de licenciamento

ambiental assegure o devido uso do espaço urbano requerido pelo licenciado,

mantendo a correspondente atividade adequada à legislação municipal urbanística

existente.

Ainda, nos termos do artigo 18 da Resolução CONAMA n. 237/1997, ao órgão

ambiental competente estabelecer os prazos de validade de cada tipo de licença,

especificando-os no respectivo documento, levando em consideração os seguintes

aspectos:

I. O prazo de validade da Licença Prévia (LP) deverá ser, no mínimo, o

estabelecido pelo cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos

relativos ao empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 05 (cinco)

anos.

II. O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá ser, no mínimo, o

estabelecido pelo cronograma de instalação do empreendimento ou atividade, não

podendo ser superior a 06 (seis) anos.

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III. O prazo de validade da Licença de Operação (LO) deverá considerar os

planos de controle ambiental e será de, no mínimo, 04 (quatro) anos e, no máximo,

10 (dez) anos.

Todavia, para os casos especiais, disciplinados nos §§1º ao 4º da referida

Resolução em comento, poderá haver a prorrogação da validade das referidas

licenças.

2.4.2 Resolução CONAMA nº 273/2000, com alterações trazidas pelas

Resoluções CONAMA nos 276/2001 e 319/2002

Diante da complexidade e do potencial poluidor, a atividade revendedora de

combustíveis exige regulamentação específica.

Assim, o licenciamento em postos de revenda de combustíveis deve ser

realizado com base na Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente –

CONAMA - nº 273, de 29 de novembro de 2000, com as alterações trazidas pelas

Resoluções CONAMA nos 276, de 25 de abril de 2001 e 319, de 04 de dezembro de

2002, além das disposições contidas nos preceitos e princípios constitucionais

estabelecidos.

Inicialmente, convém recordar que o art. 8º da Lei nº 6.939, de 31 de agosto

de 1981, recepcionada pela Constituição Federal/1988, concedeu ao CONAMA

competência para estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios

para a concessão da licença ambiental de atividades efetiva ou potencialmente

poluidoras.

Esta Resolução (CONAMA nº 273/2000) tem sua importância na medida em

que toda e qualquer instalação e sistemas de armazenamento de derivados de

petróleo e outros combustíveis constituem empreendimentos potencialmente ou

parcialmente poluidores e geradores de acidentes ambientais. Entre referidos

acidentes, pertinente nominar:

a) vazamento de derivados de petróleo e outros combustíveis, os quais podem

causar contaminação de reservatórios de água superficiais e subterrâneos, do solo e

do ar e;

b) possíveis incêndio e explosões, decorrentes destes vazamentos.

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Fundamental ressaltar que tais potenciais acidentes, caso ocorram, colocam

em risco a saúde e a vida de inúmeras pessoas, na medida em que a maior parte

destes estabelecimentos está instalada em áreas densamente povoadas.

Ainda, o artigo 1º da Resolução CONAMA 273/2000 dispõe que a localização,

construção, instalação, modificação, ampliação e operação de postos de revenda de

combustíveis, instalações de sistemas retalhistas e postos flutuantes de

combustíveis dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental competente,

sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis.

Porém, fundamental levantar o surgimento de sério impasse: quem seria o

órgão competente para o licenciamento ambiental de postos de revenda de

combustíveis a serem instalados ou já em operação no Município de Natal?

Conforme o texto constitucional, a competência material é atribuída à União,

aos Estados, ao Distrito Federal e ao Município para a defesa do Meio Ambiente.

Contudo, a Lei Federal nº 6.938/1981 atribui tal competência aos Estados, segundo

o artigo 10, do referido dispositivo, e ao IBAMA, em caráter supletivo. Neste ponto, a

Lei nº 6.938/1981 contraria a Constituição Federal de 1988.

2.5 PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS PARA OBTENÇÃO DO

LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Nos termos da Resolução 237/97 do Conselho Nacional de Meio Ambiente

(CONAMA), licenciamento ambiental é o procedimento administrativo pelo qual o

órgão ambiental competente verifica a localização, instalação, ampliação e operação

de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais considerados

efetivos ou potencialmente poluidores ou que, sob qualquer forma, possam causar

degradação ambiental.

Sobre este tema, Fink (2002) explica que o licenciamento ambiental se trata

de um procedimento que compreende vários atos encadeados e tramita no âmbito

do Poder Executivo, o qual exerce seu poder de controlar a prática de determinadas

atividades permitidas aos particulares, objetivando um fim. Assim, segundo este

autor, seu objetivo maior é conciliar o desenvolvimento econômico com a

preservação do meio ambiente, ambos de vital importância para a sociedade.

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Em termos históricos, Krell (2004) recorda que em 1975, o Decreto Federal nº

1.413, pela primeira vez mencionou expressamente o poder dos estados e

municípios para criarem os seus próprios sistemas de licenciamento para a

localização e o funcionamento das indústrias potencialmente causadoras de

degradação ambiental. Seis anos depois, em 1981, foi publicada a Lei 6.938/1981,

que deu abrangência nacional a este instrumento, disciplinando no seu art. 10, em

que situações teria cabimento. Esta lei foi regulamentada pelo Decreto 99.274/1990,

que estabeleceu como degraus do processo de licenciamento ambiental a Licença

Prévia (LP), a Licença de Instalação (LI) e a Licença de Operação (LO), as quais

podem ser emitidas por quaisquer dos órgãos integrantes do SISNAMA, sem

prejuízo de outras licenças legais necessárias, inclusive outras licenças ambientais.

O artigo 23 da Constituição Federal dispõe ser de competência comum da

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios a proteção do meio

ambiente, o combate à poluição em qualquer de suas formas (inciso VI), a

preservação das florestas, da fauna e da flora (inciso VII), o que significa dizer que

tanto a União, quantos os Estados, o Distrito Federal e os Municípios estão

autorizados a realizar atos que possam ensejar e garantir o meio ambiente

ecologicamente equilibrado.

Segundo Fontenelle e Amendola (2003), o licenciamento ambiental é um

procedimento administrativo através do qual, o órgão ambiental competente autoriza

a prática de atividade efetiva ou potencialmente poluidora ou capaz de causar

degradação ambiental.

Estas autoras recordam que as normas básicas deste procedimento estão

previstas na Lei Federal 6.938/1981, que instituiu a Política Nacional do Meio

Ambiente e no seu Decreto Regulamentador, nº 99.2742, de 06 de agosto de 1990,

assim como nas Resoluções CONAMA nº 0013, de 23 de janeiro de 1986 e nº 2374,

de 19 de dezembro de 1997. Existem normas genéricas para licenciamento

ambiental e específicas, como as referentes às atividades da indústria petrolífera,

que exigem um melhor controle e gestão ambiental mais adequada.

2 Decreto regulamentador nº 99.274, de 6 de junho de 1990, que regulamenta a Lei nº 6.902, de 27

de abril de 1981, e a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõem, respectivamente sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, e dá outras providências.

3 Conceitua e classifica os impactos ambientais.

4 Regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional do Meio

Ambiente.

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Assim, inquestionável que a atividade de revenda de combustíveis, em virtude

da sua intensa potencialidade danosa ao meio ambiente, é objeto de licenciamento

ambiental próprio, disciplinado pela Resolução CONAMA nº 273, de 2000.

Silva (2012) considera o licenciamento ambiental uma medida preventiva de

atuação negocial, quando deve o Poder Municipal Ambiental maximizar sua atuação,

examinando o pedido de licenciamento ambiental, levando em conta todos os

instrumentos anteriormente examinados, pois

há situação em que o particular é titular de um direito relativamente à exploração ou uso de um bem ambiental de sua propriedade. Mas o exercício deste direito depende do cumprimento de requisitos legalmente estabelecidos, tendo em vista a proteção ambiental.

O sentido de licença ambiental no Brasil manifesta a ideia de anuência do

Poder Público para com a atividade proposta pela iniciativa privada, após a análise

aprofundada do projeto de implantação e operação do tratado empreendimento.

Sobre este debate, Trennepohl e Trennepohl (2008) se manifestam afirmando

que a própria Constituição Federal de 1988 quis se referir às licenças ambientais

como sendo autorizações, por empregá-la no artigo 170, do texto constitucional, o

qual trata das atividades econômicas. Estes autores lembram que Mukai (1994)

possui o mesmo entendimento, ao afirmar que o controle administrativo preventivo

das atividades e empreendimentos que possam causar danos ao meio ambiente

deve ser efetuado por meio de autorizações.

Quando o empreendedor que propõe o projeto a ser implantado e operado

apresenta a documentação completa, além do estudo de impacto ambiental exigido,

o órgão responsável pelo licenciamento irá analisar toda essa documentação, além

do estudo, e decidir sobre a concessão ou não de certidão que ateste a anuência,

seja licença, seja autorização do Poder Público para com a instalação e

funcionamento da atividade. A respectiva decisão deve estar pautada,

exclusivamente, sobre aspectos técnico-ambientais, afastando ingerências políticas

ou econômicas.

Ainda neste debate, Milaré (2009) sugere que a licença ambiental seria uma

nova espécie de ato administrativo, que reúne tanto características da licença como

da autorização administrativas. No entanto, seria predominantemente uma licença.

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2.5.1 Licenciamento ambiental nos postos de revenda de combustíveis

Conforme expresso configura-se o licenciamento ambiental em procedimento

administrativo, mediante o qual, busca a administração pública compatibilizar o

desenvolvimento econômico, com o uso sustentável dos recursos naturais,

realizando, para tanto, à análise das condições apresentadas pelo empreendedor

referentes à instalação e à operação das respectivas atividades, da qual poderá

resultar a concessão de licença ambiental.

A Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que instituiu a Política Nacional do

Meio Ambiente, apresenta em seu artigo 9º, inciso IV, o licenciamento e a revisão de

atividades efetiva ou potencialmente poluidoras como um dos instrumentos do

Estado para o cumprimento dos princípios dispostos no artigo 2º, da mesma lei.

A atividade varejista de combustíveis, atividade com considerável potencial

degradador e poluidor, e que, por isso, requer específica disciplina, vigora a

Resolução CONAMA nº 273, de 29 de novembro de 2000, a qual aponta, na ementa,

as justificativas para a sua elaboração e conteúdo, o qual consiste em estabelecer

um específico procedimento administrativo de licenciamento, o que demonstra a

significativa potencialidade de impactos lesivos que a instalação e operação dessa

atividade imprimem ao meio. Conforme considerações expressas:

[...] considerando que toda instalação e sistemas de armazenamento de derivados de petróleo e outros combustíveis, configuram-se como empreendimentos potencialmente ou parcialmente poluidores e geradores de acidentes ambientais; considerando que os vazamentos de derivados de petróleo e outros combustíveis podem causar contaminação de corpos d’água subterrâneos e superficiais, do solo e do ar; considerando os riscos de incêndio e explosões, decorrentes desses vazamentos, principalmente, pelo fato de que parte desses estabelecimentos localizam-se em áreas densamente povoadas; considerando que a ocorrência de vazamentos vem aumentando significativamente nos últimos anos, em função da manutenção inadequada ou insuficiente, da obsolescência do sistema e equipamentos e da falta de treinamento de pessoal; considerando a ausência e/ou uso inadequado de sistemas confiáveis para a detecção de vazamento; considerando a insuficiência e ineficácia de capacidade de resposta frente a essas ocorrências e, em alguns casos, a dificuldade de implementar as ações necessárias... (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, 2000).

O procedimento adotado para o licenciamento das atividades de revenda

varejista de combustíveis se realiza em três etapas: licença prévia, licença de

instalação e licença de operação, definidas no Art. 4º, da Resolução CONAMA, nº

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273/2000, no que não se diferenciam substancialmente daquelas apontadas no Art.

8º, da Resolução CONAMA, nº 237/1997.

São assim definidas estas licenças:

A emissão das licenças está condicionada pela Resolução CONAMA, nº

273/2000, à apresentação, no mínimo, dos documentos elencados no Art. 5º, os

quais evidenciam a proteção ambiental pretendida pelo órgão consultivo.

Portanto, a Resolução CONAMA, nº 273/2000, considera que toda instalação

e sistemas de armazenamento de derivados de petróleo e outros combustíveis se

configuram como empreendimentos potencialmente ou parcialmente poluidores e

geradores de acidentes ambientais. Isto se deve ao fato de que os vazamentos de

derivados de petróleo e outros combustíveis podem causar contaminação de corpos

de água subterrâneos e superficiais, do solo e do ar.

Assim, em função da manutenção inadequada ou insuficiente e da

obsolescência do sistema e equipamentos, além da falta de treinamento de pessoal,

bem como a ausência e/ou uso inadequado de sistemas confiáveis para a detecção

de vazamento, e, por último, a insuficiência e a ineficácia de capacidade de resposta

de prevenção ou remediação frente a essas ocorrências, a ocorrência de

vazamentos vem aumentando significativamente nos últimos anos, segundo

consideração apresentada na Resolução CONAMA, nº 273/2000.

Para que se possa diminuir a geração de tais impactos ambientais negativos,

em postos de serviço, torna-se imprescindível um profundo conhecimento das

normas técnicas expedidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT

(2005), das diretrizes estabelecidas nas Resoluções do CONAMA ou pelo órgão

ambiental competente e demais leis que definem os padrões de construção,

instalação, manutenção, conservação e segurança dos equipamentos que compõem

um posto de serviço, além de treinamento de pessoal. Tudo isso é facilitado, através

da implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA).

Ainda, a referida Resolução também prevê que em caso de desativação, os

responsáveis pelo estabelecimento ficam obrigados a apresentar um plano de

encerramento de atividades, o qual deve ser aprovado pelo órgão ambiental que

acompanhou o licenciamento ambiental, ou de outro órgão também competente.

Esta preocupação do CONAMA é legítima, pois durante a desativação da atividade

pode haver movimentação de terra, adaptações e reformas que possam causar

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danificar tanques, canos ou outro equipamento, permitindo o vazamento do

combustível.

Esta norma administrativa exige também que no caso de mudança na

titularidade dos empreendimentos, equipamentos e sistemas, o órgão ambiental

competente deve ser comunicado, com a finalidade de atualizar seu banco de

dados, vinculado à licença concedida.

Postos Revendedores de combustíveis são definidos, nos termos do art. 2º,

inciso I da Resolução CONAMA nº 273/2000 como instalações onde se exercem as

atividades de revenda varejista de combustíveis líquidos derivados de petróleo,

álcool combustível e outros combustíveis automotivos, dispondo de equipamentos e

sistemas para armazenamento de combustíveis automotivos e equipamentos

medidores.

A Agência Nacional do Petróleo - ANP define Posto Revendedor como agente

regulamentado pela portaria da ANP nº 116/2000, que se caracteriza pelo exercício

de atividade de revenda a varejo de combustíveis automotivos em seu próprio

estabelecimento. Os combustíveis comercializados por este agente deverão ser

adquiridos de empresas devidamente autorizadas pela ANP ao exercício da

atividade de distribuição de combustíveis líquidos derivados de petróleo, álcool

combustível e outros combustíveis automotivos5.

Conforme expresso, durante a realização do licenciamento ambiental de

postos de revenda de combustíveis serão exigidos três tipos de licenças: Licença

Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO), de acordo com

as exigências da Resolução CONAMA 237/1997 (art. 8º).

O artigo 5º da Resolução CONAMA nº 273/2000 dispõe que o órgão

ambiental competente exigirá para o licenciamento ambiental dos estabelecimentos

de revenda de combustíveis, no mínimo, os seguintes documentos:

Para emissão das Licenças, Prévia e de Instalação:

a) Projeto básico que deverá especificar equipamentos e sistemas de

monitoramento, proteção, sistema de detecção de vazamento, sistemas de

drenagem, tanques de armazenamento de derivados de petróleo e de outros

combustíveis para fins automotivos e sistemas acessórios de acordo com as Normas

ABNT e, por diretrizes definidas pelo órgão ambiental competente;

5 Agência Nacional do Petróleo (ANP). Disponível em:

<http://www.anp.gov.br/postos/resultado.asp.>. Acesso em: 25 jan. 2013.

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b) Declaração da prefeitura municipal ou do governo do Distrito Federal de que o

local e o tipo de empreendimento ou atividade estão em conformidade com o Plano

Diretor ou similar;

c) Planta da situação do empreendimento, indicando a localização do terreno em

relação ao corpo receptor e cursos d'água e identificando o ponto de lançamento do

efluente das águas domésticas e residuárias após tratamento, tipos de vegetação

existente no local e seu entorno, bem como contemplando a caracterização das

edificações existentes num raio de 100 m com destaque para a existência de

clínicas médicas, hospitais, sistema viário, habitações multifamiliares, escolas,

indústrias ou estabelecimentos comerciais;

d) Caracterização hidrogeológica com definição do sentido de fluxo das águas

subterrâneas, identificação das áreas de recarga, localização de poços de captação

destinados ao abastecimento público ou privado registrados nos órgãos

competentes até a data da emissão do documento, no raio de 100 metros,

considerando as possíveis interferências das atividades com corpos d'água

superficiais e subterrâneos;

e) Caracterização geológica do terreno da região onde se insere o

empreendimento com análise de solo, contemplando a permeabilidade do solo e o

potencial de corrosão;

f) Classificação da área do entorno dos estabelecimentos que utilizam o

Sistema de Armazenamento Subterrâneo de Combustível - SASC e enquadramento

deste sistema, conforme NBR 13.786;

g) Detalhamento do tipo de tratamento e controle de efluentes provenientes dos

tanques, áreas de bombas e áreas sujeitas a vazamento de derivados de petróleo

ou de resíduos oleosos;

h) Previsão, no projeto, de dispositivos para o atendimento à Resolução

CONAMA nº 09, de 1993, que regulamenta a obrigatoriedade de recolhimento e

disposição adequada de óleo lubrificante usado.

Para a emissão da Licença de Operação, exigir-se-á:

a) Plano de manutenção de equipamentos e sistemas e procedimentos

operacionais;

b) Plano de resposta a incidentes contendo:

- Comunicado de ocorrência;

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- Ações imediatas previstas;

- Articulação institucional com os órgãos competentes.

c) Atestado de vistoria do Corpo de Bombeiros;

d) Programa de treinamento de pessoal em:

- Operação;

- Manutenção;

- Resposta a incidentes.

e) Registro do pedido de autorização para funcionamento na Agência Nacional

de Petróleo- ANP;

f) Certificados expedidos pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e

Qualidade Industrial - INMETRO, ou entidade por ele credenciada, atestando a

conformidade quanto à fabricação, montagem e comissionamento dos equipamentos

e sistemas previstos no art. 4º desta Resolução;

g) Para instalações em operação definidas no art. 2º desta Resolução,

certificado expedido pelo INMETRO ou entidade por ele credenciada, atestando a

inexistência de vazamentos.

Os tanques de combustíveis de instalações subterrâneas possuem prazos de

validade determinados. A Resolução CONAMA nº 319, de 04 de dezembro de 2002,

em seu artigo 1º6, o qual alterou os artigos 3º e seu parágrafo único e 9º e seu

parágrafo único da Resolução CONAMA nº 273/2000, determina que este prazo

deve ser de 5 (cinco) anos. Ao fim destes períodos devem ser testados e analisados,

de modo a detectar possíveis falhas no sistema que possam gerar vazamentos, com

riscos de explosões e contaminação do solo e dos recursos hídricos subterrâneos.

Ao fim da vida útil dos mesmos, devem ser trocados por novos tanques, uma vez

que reparos pontuais não são suficientes para garantir a segurança, como um, todo

deste equipamento.

6 RESOLUÇÃO CONAMA Nº 319, DE 04 DE DEZEMBRO DE 2002 – Art. 1º - O art 3º e seu

parágrafo único e o art. 9º e seu parágrafo único, ambos da Resolução CONAMA nº 273, de 29 de novembro de 2000, passam a vigorar com a seguinte redação: "Art. 3º - Os equipamentos e sistemas destinados ao armazenamento e a distribuição de combustíveis automotivos, assim como sua montagem e instalação, deverão ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade. Parágrafo único - Previamente à entrada em operação e com periodicidade não superior a cinco anos, os equipamentos e sistemas, a que se refere o "caput" deste artigo deverão ser testados e ensaiados para a comprovação da inexistência de falhas ou vazamentos, segundo procedimentos padronizados, de forma a possibilitar a avaliação de sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade."(NR)

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Nesta direção, vale lembrar que o §2º do artigo 5º da Resolução 273/2000

estabelece a proibição da utilização de tanques recuperados em instalações

subterrâneas (SASCs) de Postos de Revenda de Combustíveis.

Outra exigência feita pela norma é que os responsáveis pela administração

dos empreendimentos de revenda de combustíveis devem promover treinamentos

de seus funcionários, visando orientá-los para adoção de medidas de prevenção de

acidentes e ações cabíveis imediatas para controle de situações de emergência e

risco7. Esta medida visa dar efetividade aos princípios do controle ambiental,

prevenção, precaução e da responsabilidade, na medida em que faz com que o

responsável pela atividade alerte aqueles que operarão diretamente o sistema para

o que devem fazer em caso de vazamento ou outro acidente, visando com isso sua

minimização, ou até mesmo evitar que este ocorra.

Os tanques que são instalados em sub-superfície estão sujeitos a agentes

intempéricos, em especial, ao intemperismo químico, os quais podem reduzir a vida

útil do produto, comprometendo o seu uso, inclusive, antes da data estipulada pelo

fabricante. Tal fato se deve, por exemplo, ao regime pluviométrico do local, as

condições locais de pressão e temperatura, o tipo de solo, entre outros fatores. Tais

―agentes‖ atuam diretamente na estrutura dos referidos equipamentos, modificando

suas características naturais, corroendo suas estruturas, alterando sua composição

química, desgastando peças, etc. Tais intempéries podem ocasionar fraturas,

rompimentos, trincas, ou seja, quaisquer tipos de danos à estrutura dos mesmos ou

das tubulações a ele relacionadas. Por esta razão a necessidade de monitoramento

constante e da revisão dos mesmos a cada 5 (cinco) anos, conforme exigência da

Resolução CONAMA nº 273/2000.

Ainda sobre este assunto, Silva (2008) esclarece que a principal causa de

vazamentos nos SASCs (Sistema de Armazenamento Subterrâneo de

Combustíveis) e nas linhas de abastecimento é a corrosão. Ela pode ser química ou

eletroquímica. A primeira ocorre devido às paredes externas do SASC ou das linhas

de abastecimento ser expostas a ambientes alcalino ou ácidos. A segunda ocorre

quando há conexão entre diferentes potenciais eletroquímicos, dando origem a uma

célula eletroquímica, este caso é comum em tanques e tubulações de aço.

7 Geo ambiental – consultoria e licenciamento. Disponível em:

<http://www.geoambiental.com.br/geo/index.php/lgg/14-sample-data-articles/97-legislacao-resolucoes-conama>. Acesso em: 27 fev. 2013.

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Também, referida Resolução proíbe quaisquer descartes de óleo usados em

solos, águas superficiais, subterrâneas, no mar territorial e em sistemas de esgoto

ou evacuação de águas residuais, e ainda, qualquer forma de eliminação de óleos

usados que provoque contaminação atmosférica superior ao nível estabelecido na

legislação sobre proteção do ar atmosférico (PRONAR). Proíbe também a

industrialização e comercialização de novos óleos lubrificantes não recicláveis,

nacionais ou importados, exceto em alguns casos que devem ser submetidos à

aprovação do IBAMA, com base em laudos de laboratórios devidamente

credenciados.

Também, fica proibida, pelo teor da Resolução CONAMA Nº 009/1993, a

disposição dos resíduos derivados no tratamento do óleo lubrificante usado ou

contaminado no meio ambiente sem tratamento prévio, que assegure: I - a

eliminação das características tóxicas e poluentes do resíduo; II - a preservação dos

recursos naturais; e III - o atendimento aos padrões de qualidade ambiental.

Por fim, segundo o art. 13 desta Resolução, as obrigações dos rerrefinadores

de óleos usados são:

a) Receber todo o óleo lubrificante usado ou contaminado regenerável,

exclusivamente de coletor autorizado;

b) Manter atualizados os registros de aquisições e alienações, bem como cópias

dos documentos legais a elas relativos, disponíveis para fins fiscalizatórios, por 2

anos;

c) Responsabilizar-se pela destinação final de óleos lubrificantes usados ou

contaminados não regeneráveis, através de sistemas aprovados pelo órgão

ambiental competente;

d) Os óleos lubrificantes rerrefinados não devem conter compostos policlorados

(PCB's) em teores superiores a 50 ppm.

No processo de licenciamento ambiental de postos de revenda de

combustíveis devem ser observadas pelo órgão ambiental competente e pelo

empreendedor, as regras aqui elencadas, em especial, o disposto no artigo 14,

ainda desta Resolução, quando exige que as unidades de armazenamento do óleo

lubrificante usado devem ser construídas e mantidas de forma a evitar infiltrações,

vazamentos e ataques pelo seu conteúdo e riscos associados, e quanto às

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condições de segurança no seu manuseio, carregamento e descarregamento, de

acordo com as normas vigentes.

2.5.2 Normas da ABNT aplicáveis ao licenciamento de postos de revenda de

combustíveis

Em decorrência da elevada potencialidade da poluição ambiental provocada

por combustíveis derivados de petróleo e álcool, promoveu-se a edição de um

conjunto de leis, decretos, resoluções e normas para proteção, como também o

monitoramento da qualidade do solo e dos recursos hídricos nas áreas de influência

dos postos de combustíveis.

No âmbito federal, a questão de controle de impactos ambientais referentes à

poluição causada por postos de combustíveis é normatizada em um amplo amparo

legal. Essas leis surgiram para atribuir responsabilidades aos empreendimentos

potencialmente impactantes no que se refere à tomada das devidas precauções

cabíveis. A contaminação ambiental é considerada crime ambiental pela Lei Federal

9.605/98, regulamentada pelo Decreto 3.179/99.

A legislação brasileira obriga todos os postos de revenda de combustíveis a

serem devidamente licenciados pelos órgãos ambientais competentes após

cadastramento do mesmo. No Rio Grande do Norte, por meio do Decreto nº 14.338,

de 25 de fevereiro de 1999, foi regulamentado o Instituto de Desenvolvimento

Sustentável e Meio Ambiente – IDEMA, órgão estadual competente para formular,

coordenar, executar e supervisionar a política estadual de preservação,

conservação, aproveitamento, uso racional e recuperação dos recursos ambientais

(Art. 2º, III).

A Resolução nº 273 do CONAMA, dispõe que em caso de acidentes ou

vazamentos que apresentem situações de perigo ao meio ambiente ou às pessoas,

bem como na ocorrência de passivos ambientais, os proprietários, arrendatários ou

responsáveis pelo estabelecimento, equipamentos, sistemas e os fornecedores de

combustíveis que abastecem ou abasteceram a unidade, responderão

solidariamente pela adoção de medidas para controle da situação emergencial e

para o saneamento das áreas impactantes.

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Órgãos de normatização técnica vêm se manifestando a este tipo de

atividade, como a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, NBR 10004

que classifica o óleo lubrificante usado como ―Resíduo classe – I‖, perigoso, por

apresentar toxidade.

Na mesma norma da ABNT, são considerados resíduos sólidos os efluentes

resultantes das atividades industriais ou comerciais, bem como determinados

líquidos não possíveis de tratamento por métodos convencionais que por suas

características peculiares não podem ser lançados na rede de esgoto ou em corpos

receptores de água.

Outras normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas consideradas

no licenciamento ambiental são8:

8 ABNT – Conheça a ABNT. Disponível em: <http://www.abnt.org.br/m3.asp?cod_pagina=929>.

Acesso em: 27 jan. 2013.

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Tabela 3 - Lista das principais normas da ABNT aplicáveis aos postos de revenda de combustíveis

Norma Regulamentação

NBR13212 Regulamenta a instalação de tanque atmosférico subterrâneo em resina

termofixa, reforçada com fibra de vidro de parede simples ou dupla.

NBR13312 Regulamenta a construção de tanque atmosférico subterrâneo em aço-

carbono.

NBR13781 Regulamenta o manuseio e instalação de tanque subterrâneo de

combustíveis.

NBR13782 Regulamenta os sistemas de proteção externa para tanque atmosférico

subterrâneo em aço-carbono.

NBR13783 Regulamenta a instalação hidráulica de tanque atmosférico subterrâneo

em postos de serviço.

NBR13784 Regulamenta o sistema de detecção de vazamento em postos de

serviço.

NBR13785 Regulamente a construção de tanque atmosférico de parede dupla,

jaquetado.

NBR13786 Regulamenta a seleção de equipamentos e sistemas para instalações

subterrâneas de combustíveis.

NBR13787 Regulamenta o controle de estoque dos sistemas de armazenamento

subterrâneo de combustíveis (SASC) nos postos de serviço

NBR14623 Regulamenta a construção e instalação de poço de monitoramento para

detecção de vazamento.

NBR14722 Regulamenta a instalação e utilização de tubulação não-metálica.

NBR14867 Regulamenta a instalação e utilização de Tubos metálicos flexíveis.

NBR14973 Regulamenta a remoção e destinação de tanques subterrâneos usados.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Ainda, fundamental ressaltar que o resíduo gerado pelos postos de revenda

de combustíveis é considerado perigoso, quando suas propriedades físicas e

químicas representam risco à saúde pública, caracterizado pelo aumento de

mortalidade ou incidência de doenças, bem como risco ao meio ambiente, quando

manuseados de forma inadequada.

Segundo a Resolução CONAMA nº 9, todo o óleo lubrificante usado ou

contaminado será obrigatoriamente recolhido e terá uma destinação adequada, de

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forma a não afetar negativamente o meio ambiente. Ficam proibidos quaisquer

descartes de óleo usado em solos, águas superficiais, subterrâneas, no mar

territorial e em sistemas de esgoto ou evacuação de águas residuais.

De igual forma, segundo a citada Resolução, o óleo poderá ser regenerado,

podendo ser reutilizado como matéria-prima, através do processo de logística

reversa implementado por empresa especializada e credenciada junto a ANP.

2.5.3 Licenciamento ambiental no Estado do Rio Grande do Norte

No Estado do Rio Grande Norte, o controle ambiental destes

empreendimentos varejistas de combustíveis é exercido através do Instituto de

Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente, por meio do Conselho Estadual do

Meio Ambiente - CONEMA. A Resolução nº 04/2006 deste conselho estadual

ambiental estabelece os parâmetros e critérios para classificação, segundo o porte e

potencial poluidor/degradador dos empreendimentos e atividades efetivas ou

potencialmente poluidores ou ainda que, de qualquer forma, possam causar

degradação ambiental, para fins estritos de enquadramento, visando à determinação

do preço para análise dos processos de licenciamento ambiental.

O Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONEMA), no uso das atribuições,

que lhe são conferidas pelo art. 7º, inciso I, alíneas ―a‖ e ―b‖, inciso VI, parágrafo

único e art. 69, da Lei Complementar nº 272, de 03 de março de 2004, que

regulamenta a política ambiental estadual. Essa Lei regulamenta os artigos 150 e

154 da Constituição Estadual, revoga as Leis Complementares Estaduais n.º 140, de

26 de janeiro de 1996, e n.º 148, de 26 de dezembro de 1996, dispõe sobre a

Política e o Sistema Estadual do Meio Ambiente, as infrações e sanções

administrativas ambientais, as unidades estaduais de conservação da natureza,

institui medidas compensatórias ambientais e dá outras providências.

O principal instrumento de comando e controle utilizado pelo Instituto de

Defesa do Meio Ambiente – IDEMA é o licenciamento ambiental, através da

expedição das seguintes licenças: Prévia, de Instalação; de Operação; e de

Regularização de Operação, como também, o Cadastro de Atividades – postos

(revendedores, de abastecimento) e Sistemas Retalhistas de Combustíveis. (IDEMA,

2013)

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2.5.4 Legislação municipal da cidade de Natal aplicável ao licenciamento

ambiental de postos de revenda de combustíveis

O município de Natal (RN) dispõe de uma lei que trata, especificamente, do

licenciamento ambiental outorgado aos postos de revenda de combustíveis

instalados em seu território, a Lei Municipal nº 4.887, de 14 de outubro de 1997.

Referido dispositivo legal enumera uma série de exigências quanto à

instalação da atividade empresarial de revenda de combustíveis no Município de

Natal, além de outras providências.

De acordo com a referida norma, a construção, relocalização, instalação,

funcionamento e segurança de postos revendedores de combustíveis deverão

respeitar as condições de zoneamento de uso do solo e demais normas de

prescrição urbanísticas e ambientais.

Respectivo dispositivo legal indica a preocupação do legislador com a

destinação adequada dos resíduos gerados pela atividade empresarial. Neste

sentido, importante indicar que o inciso III, do artigo 3º desta lei, quando elenca as

atividades permitidas em associação à revenda de combustíveis, as atividades-

permitidas, exige que sejam instaladas em áreas apropriadas e com os respectivos

equipamentos adequados:

Borracharia;

Lavagem;

Venda e troca de óleos lubrificantes;

Ainda, referido dispositivo refere-se às instalações dos tanques de

armazenagem de combustíveis e da segurança na sua operação. Trata-se de seu

artigo 9º, in verbis:

O tanque para armazenagem de combustível deverá ser subterrâneo, ter

capacidade máxima de 15.000 (quinze mil) litros por unidade e possuir abertura para

visita interna, ficando sujeito às normas da Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT) e a legislação específica da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

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Destaque-se que a referida lei, anterior em dois anos à Resolução CONAMA

nº 273/2000, já exigia que os equipamentos e sistemas operacionais dos postos de

revenda de combustíveis instalados no município de Natal estivessem sujeitos às

normas da ABNT.

Ainda, o dispositivo em comento estabelece algumas proibições e restrições

quanto à instalação e operação de postos de revenda, a partir de critérios

geográficos, qual seja a localização da zona urbana.

São normatizadas as seguintes vedações:

De acordo com o artigo 10 da referida norma municipal, não serão permitidos

a construção, a instalação, a relocalização e o funcionamento de postos

revendedores de combustíveis em centros ou clubes sociais ou esportivos e

entidades congêneres, supermercados, hipermercados, shopping centers e centrais

de abastecimento e distribuição de gêneros alimentícios;

Nos termos do artigo 11, ficam proibidas a construção, a instalação e a

relocalização, bem como o funcionamento de postos de combustíveis na Avenida

Dinarte Mariz (Via Costeira) e na Avenida Prefeito Omar O´Grady e suas ruas de

acesso, no raio de 100 (cem) metros, contados do seu eixo central;

O posto de revenda de combustíveis somente poderá ser construído,

instalado ou relocalizado, desde que sua área de segurança atenda as seguintes

exigências:

Guardar distância mínima de 100m (cem metros) de raio, das divisas

do terreno onde se localizará o posto revendedor de combustíveis, de

linhas férreas, torres de telecomunicações ou de telefonia9, estações

elevatórias de abastecimento d´água10, templos religiosos, clubes

sociais e esportivos, casas de espetáculos e diversões, abrigo de

idosos, centros comunitários, cemitérios e hospitais11.

Guardar distância mínima de 100m (cem metros) de raio, das divisas

do terreno onde se localizará o posto revendedor de combustíveis, da

9 A restrição é motivada pela preservação da segurança dos moradores do entorno e dos usuários

do transporte ferroviário, bem como a preservação da integridade das linhas telefônicas e evitar a interferência eletromagnética das torres, o que poderia provocar faiscamento. 10

A restrição é evitar a contaminação do lençol freático. 11

A restrição visa evitar acidentes em locais de aglomeração de pessoas.

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testada frontal de estabelecimentos de ensino do primeiro e segundo

graus, de delegacias e de creches12;

Guardar distância mínima de 300m (trezentos metros) de raio, de divisa

do terreno onde se localizará o posto revendedor de combustíveis, da

divisa do estabelecimento congênere e de locais que abriguem

instalações de comércio de produtos inflamáveis ou explosivos13;

Guardar distância mínima de 300m (trezentos metros) de raio, das

divisas do terreno onde se localizará o posto revendedor de

combustíveis, de locais que abriguem penitenciárias, o Terminal

Rodoviário da Cidade da Esperança, de estabelecimentos civis de

ensino de terceiro grau e de mercados públicos;

Guardar distância mínima de 300m (trezentos metros) das

extremidades de pontes, viadutos e túneis, de onde se localizará o

posto revendedor de combustíveis, se situados nas suas vias principais

de acesso e saída;

Guardar distância mínima de 500m (quinhentos metros) de raio das

divisas do terreno onde se localizará o posto revendedor de

combustíveis, de supermercados, hipermercado, shopping centers,

estádios esportivos Juvenal Lamartine, João Cláudio de Vasconcelos

Machado e Humberto Nesi, dos quartéis militares do Exército, Marinha

e Aeronáutica, inclusive de suas áreas de treinamento e segurança, de

subestações e estações abaixadoras de energia elétrica, de centrais de

abastecimento e distribuição de gêneros alimentícios, do quartel sede

do Comando-Geral da Polícia Militar e das lagoas de captação e

drenagem de águas pluviais14.

Também, em desacordo com a política ambiental nacional, a Câmara

Municipal do Natal aprovou a Lei Municipal nº 6.381, de 15 de maio de 2013, a qual

revogou a limitação imposta pela Lei Municipal nº 4.157, de 21 de setembro de 1992.

Em seu artigo 1º, o novo dispositivo legal passou a permitir a criação e instalação de

postos de combustíveis nos supermercados e hipermercados do Município do Natal,

12

O bem resguardado pela norma legal é a integridade física das crianças e a segurança pública. 13

Devido ao risco de explosão do empreendimento varejista de combustíveis e do comércio de produtos inflamáveis. 14

Justifica-se a restrição para evitar acidentes em locais densamente povoados.

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determinando que os novos postos criados e instalados devem obedecer as

mesmas regras e exigências que são impostas aos postos de combustíveis que se

encontram encravados em outras localidades, sendo proibida a transferência ou

cessão dos direitos previstos na respectiva Lei a particulares que não se enquadrem

na categoria de supermercados ou hipermercados.

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3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Para o desenvolvimento da presente dissertação, foi realizou um estudo de

caso em um posto de combustível instalado em área urbana com significativo

adensamento populacional na cidade de Natal, no qual foram instalados alguns

equipamentos ambientalmente adequados, bem como implementos diversas

práticas ambiental, após autuação do Ministério Público, como meio de adequação

do empreendimento ao Termo de Ajuste de Conduta firmado junto ao órgão

ministerial ambiental.

O estudo se qualifica como uma pesquisa qualitativa descritiva, pois expõe

características e estabelece correlações sobre variáveis coletadas e o meio

ambiente, empregando como meio de investigação dos dados coletados a

observação in locu dos fenômenos existentes e a aplicação de entrevista estruturada

junto ao gestor do posto de combustíveis estudado, na qual foi questionada a sua

percepção empresarial sobre a nova postura do posto de combustíveis e sobre os

resultados econômicos obtidos, após a implantação das práticas de gestão

ambiental.

Em relação à técnica de análise e apresentação dos dados coletados foram

elaboradas tabelas e organogramas demonstrativos das interações das atividades

desenvolvidas no posto de combustível estudado com o meio ambiente, com base

nos trabalhos desenvolvidos por Lorenzett, Rossato e Neuhaus (2011, p. 4-5).

Também, os resultados econômicos obtidos na implantação das práticas de

adequação ambiental implementadas no posto de combustíveis estudado foram

apresentados na forma de planilha de gráficos, com desvio padrão de +/- 10%,

elaboradas com base nos dados pesquisados e coletados nas contas públicas e

relatórios fornecidos pelo gestor no período compreendido entre maio de 2010 a

julho de 2013.

3.1 ESPAÇO AMOSTRAL

Através da análise de documentação fornecida pelo gestor do

empreendimento e por meio da observação in locu dos fenômenos, foi verificado que

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no estabelecimento de revenda de combustíveis analisado são realizadas as

seguintes atividades:

a) Atividade de armazenamento de combustível, a qual emprega 03 tanques

de armazenagem instalados, de fabricação SIDERAÇO, todos do modelo 15/15,

com capacidade para 30m3 de armazenamento. O assentamento é feito em cavas

com profundidade de 04 metros do leito recoberto por camada de areia adensada e

aterramento, conforme NF-e15 4419.

Os tanques de armazenagem encontram-se instalados com os seguintes

materiais:

Areia lavada branca adensada e compactada até o dorso do tanque;

Material para confecção de base e sub-base de pavimento na área dos

tanques;

Material para serviços civis;

Pintura das tampas das bocas de visitas dos tanques em epóxi preto sobre

fundo anti-corrosivo;

Interligação do sistema de monitoramento do interstício do tanque;

Câmara de calçada padrão de 16‖ para sistema de monitoramento;

Tubulação para monitoramento de tanques em eletrodutos de ação

galvanizado, na área classificada, de 1‖ e 2‖ (ao escritório);

Caixas de contenção de fabricação Sump Master-Zeppini em polietileno para

caixas de visita de tanques;

Respiros em tubulação de PEAD amarelo com Liner 0DN 63 mm e sem

emenda;

Respiros em tubulação de ação galvanizado para a parte aérea;

Tubulações de aço inox flexível 2‖ x 2‖ MF e FG com compro variado entre 40

e 50 cm;

Flange de vedação 2‖ com reparo para tubulação de respiros nos Sump;

Flange de vedação de 1‖ para telemedição;

Flange de vedação de 1‖ para monitoramento de Sump;

Luvas e conexões de transição de solda por eletrofusão;

15

Nota Fiscal eletrônica expedida na compra dos tanques de armazenagem de combustíveis com suas especificações.

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Câmara de calçada incluindo aro e tampa de 42‖ em aço antiderrapante;

Câmara de calçada para monitoramento de tanques de padrão Zeppini;

Coletor antiderramamento (spill container) para descarga selada;

Tampões de tanque de pressão para descarga selada, com cruzeta interna;

Ponto de aterramento de caminhões com terminal e caixa tipo Copperweld;

Conjunto de identificação de produtos dos tanques, nas cores vermelho para

gasolina comum (GC); cinza para óleo diesel (DC); verde para etanol comum

(AC) e amarelo para gasolina aditivada (GAD).

b) Atividade de abastecimento de veículos, a qual representa a atividade

principal desenvolvida pelos frentistas, ocorre na pista de abastecimento por meio de

bombas de abastecimento, consistindo basicamente no comércio de combustíveis

para o consumidor final.

O posto de revenda de combustíveis analisado apresenta 06 unidades de

abastecimento (ver Figura 12), sendo as respectivas bombas do tipo eletrônica da

marca Wayne, sendo duas unidades instaladas com bombas duplas, modelo

3G2203P; duas unidades empregando bombas sêxtuplas, modelo 3G3390P e duas

unidades com bombas óctuplas, no modelo 3G3490P.

São empregadas caixas de contenção Sump da marca Zeppini, no modelo 05

de bomba em polietileno para as bombas sêxtuplas.

São instalados tubos pescadores internos aos tanques em aço galvanizado

DIN2440, ϕ2‖, inclusive filtro tela.

Também, há instalados sucções em tubulações de polietileno amarelo com

liner PAD ϕ 63mm sem emenda para linha longa (>12m), com conexões de transição

de solda por eletrofusão nas caixas de visita de tanque e prumadas das bombas.

Existem instaladas tubulações de aço inox flexível 1 Yi‖ ou 2‖ x 2‖ MF e FG

(macho fixo/fêmea giratória) com compro variado entre 40 e 50 cm.

Os eletrodutos são galvanizados de 1‖ independentes para rede elétrica de

cada bomba, existindo eletrodutos galvanizados de 1‖ sondados para a interligação

do sistema de automação.

A rede elétrica é instalada em cabos Sintenax 4 x 2,5 mm2, independente para

os motores de cada bomba e existe uma rede elétrica em cabos Sintenax 2 x

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1,5mm2, independente para CPU de cada bomba, existindo disjuntores

termomagnéticos especiais nos quadros elétricos e um aterramento com cordoalhas

de cobre nu e haste copperweld ϕ5/8‖ e comprimento de 2,5m.

Figura 12 – Área de abastecimento de combustíveis do posto analisado

Fonte: Elaborado pelo autor.

c) Atividade de troca de óleo, filtros e de lubrificação, desenvolvida com o

emprego de 02 (dois) elevadores hidráulicos instalados (ver Figura 13), como forma

de favorecer a operacionalidade da atividade e fornecer maior segurança aos

funcionários e usuários. Nesta atividade, o descarte do óleo queimado é realizado

através de tubulações, sendo encaminhado dessas rampas de troca até o tanque

reservatório de óleo queimado de forma canalizada, evitando assim o contato como

meio externo, de acordo com a legislação vigente. A seguir, o posto de combustível

estudado vende o material descartado a uma empresa terceirizada especializada na

coleta de óleos e lubrificantes utilizados, a qual emprega a logística reversa.

Portanto, são implementadas atividades de gerenciamento do retorno de

produtos do consumidor intermediário ou final ao fornecedor, ou seja, da disposição

de embalagens e resíduos, da reciclagem, da remanufatura e do reuso de materiais.

Figura 13 – Área de troca de óleo e lubrificantes

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70

Fonte: Elaborado pelo autor.

d) Estação de tratamento de efluentes líquidos, desenvolvida por empresa

terceirizada especializada na coleta do Lodo tóxico gerado na estação de tratamento

de água monitorada, a qual emprega a logística reversa (ver Figura 14).

Figura 14 – Estação de Tratamento de Água

Fonte: Elaborado pelo autor.

e) Atividade de loja de conveniência, empreendida pela loja de conveniência

da rede de distribuição (ver Figura 15), a qual fornece combustíveis ao posto

revendedor e presta assistência técnica nas unidades de abastecimento. Nessa

atividade é realizada somente a revenda de bebidas e lanches rápidos, cuja

produção é terceirizada de forma a proporcionar maior segurança e satisfação aos

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71

clientes, inexistindo dessa forma a produção dos alimentos, uma vez que o local não

é apropriado à produção de alimentos.

Figura 15 – Loja de conveniência

Fonte: Elaborado pelo autor.

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72

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Uma das razões para escolha do respectivo posto de combustível deu-se em

virtude da assinatura de Termo de Ajusta de Conduta firmado junto ao Ministério

Público do Estado do Rio Grande do Norte em julho de 2010, resultado do inquérito

civil promovido pelo referido órgão ministerial, quando foram assumidas diversas

obrigações quanto à proteção contra vazamento e contra derramamento, bem como

obrigações relativas à emissão de vapores na atmosfera; referentes à redução de

riscos de acidentes e a respeito da disposição dos resíduos sólidos gerados as

atividades desenvolvidos pelo empreendimento varejista.

Assim, referente à percepção das práticas ambientais, foi observado e

comprovado que o posto de revenda de combustíveis estudado cumpriu todas as

medidas de adequação ambiental firmadas, bem como efetivou a instalação de

todos os equipamentos ambientalmente adequados, possuindo, desta forma, o ―Selo

Verde‖, de acordo com Figura 16.

Figura 16 - Selo Verde e certificação das práticas de Gestão Ambiental implementadas

Fonte: Elaborado pelo autor.

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73

4.1 INTERAÇÕES DO POSTO DE COMBUSTÍVEIS ESTUDADO COM O MEIO

AMBIENTE

Os resultados obtidos na observação in locu das atividades desenvolvidas no

posto de combustível em estudo foram apresentadas em tabelas e organogramas

elaboradas com base nos trabalhos desenvolvidos por Lorenzett, Rossato e

Neuhaus (2011, p. 4-5).

Foi utilizada a técnica de observação dos fenômenos, sendo descritos os

recursos naturais consumidos, exclusivamente, durante as atividades desenvolvidas

no próprio posto de combustível analisado, bem como os respectivos resíduos

sólidos e efluentes líquidos e gasosos gerados nas respectivas atividades,

desprezando-se os recursos naturais indiretamente consumidos, como a energia

hidroelétrica consumida nas bombas de abastecimento ou o petróleo e a cana-de-

açúcar, utilizados como matérias-primas na fabricação da gasolina e do etanol,

respectivamente.

Foram constatadas as seguintes interações, de conforme com o Quadro 3 a

seguir:

Quadro 3 - Interações das atividades desenvolvidas com o meio ambiente

ATIVIDADE

DESENVOLVIDA

RECURSOS

NATURAIS

CONSUMIDOS

RESÍDUOS /

EFLUENTES

GERADOS

DESTINO DOS

RESÍDUOS /

EFLUENTES

Armazenamento

de combustível

Não consome recursos

naturais diretamente

Vapores tóxicos produzidos

durante o armazenamento

do combustível

Lançado diretamente

no ar

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Abastecimento

de veículos

Não consome recursos

naturais diretamente na

atividade.

Utilização da água da

chuva captada e da

rede pública de

abastecimento para

lavagem e limpeza da

pista de abastecimento

Efluentes líquidos

produzidos durante a

limpeza e lavagem do piso

pista de abastecimento

Conduzidos para

tratados na Estação de

Tratamento de Água e

eliminados

adequadamente no

esgoto comum

Troca de óleo,

filtro e

lubrificantes

Não consome recursos

naturais diretamente na

atividade. Utilização da

água da chuva captada

e da rede pública de

abastecimento para

lavagem e limpeza da

área de troca de óleos

e lubrificantes

Efluentes líquidos

produzidos durante a

limpeza e lavagem do piso

da área de troca de óleo e

lubrificantes

Conduzidos para

tratados na Estação de

Tratamento de Água e

eliminados

adequadamente no

esgoto comum

Óleo queimado, filtros

usados, embalagens de

lubrificantes, flanelas e

estopas utilizadas nas

atividades desenvolvidas

São recolhidos por

empresa especializada

e enviados para

reciclagem

Tratamento dos

efluentes

líquidos

Não consome,

diretamente, recursos

naturais durante o

tratamento dos

efluentes líquidos

Lodo tóxico gerado na

caixa de separação da

Estação de Tratamento de

Água

É recolhido por

empresa especializada

Fonte: Adaptado de Lorenzett, Rossato e Neuhaus (2011, p. 11).

Foi observado que os efluentes líquidos gerados na limpeza e lavagem da pista

de abastecimento e da área de troca de óleo e lubrificantes são adequadamente

dirigidos à Estação de Tratamento de Água por meio de caneletas construídas no

piso de concreto, bem como foi constatada a fixação de grelhas de contenção de

vazamento no piso de concreto no entorno de toda a área onde são desenvolvidas

as respectivas atividades no posto de combustível estudado, como forma de evitar o

derramamento dos respectivos efluentes em direção às ruas existentes no entorno

do posto de combustível (ver Figuras 17 e 18).

Figura 17 – Caneletas construídas em torno do pátio das bombas de abastecimentos para canalização dos efluentes líquidos à Estação de Tratamento de Água

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Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 18 - Grelhas fixadas no piso em torno da área do posto de combustível

Fonte: Elaborado pelo autor.

Assim, as atividades analisadas, as quais apresentam potencial poluidor,

mantêm intensa interação com o Meio Ambiente, por meio do contato direto com os

elementos naturais solo, água e ar, de acordo com Gráfico 19.

Respectivas relações configuram potenciais causadores dos mais variados

tipos de impactos ambientais, como: possível contaminação do ar e das águas

superficiais e subterrâneas, além da eventual contaminação do solo.

Gráfico 5 - Organograma das principais formas de interação com o meio ambiente

Vapores Tóxicos produzidos durante a atividade de

abastecimento dos tanques de armazenagem

Derrame de combustíveis ocorrido durante o

abastecimento dos veículos

AR

Gases de combustíveis gerados durante o abastecimento dos

veículos

SOLO ÁGUA Atividades

Derrame de combustíveis ocorrido durante o abastecimento dos

veículos

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Fonte: Adaptado de Lorenzett, Rossato e Neuhaus (2011, p. 12).

Foi observado que os possíveis impactos ambientais acima indicados

decorrem da interação das atividades desenvolvidas pelo posto de combustível

analisado com o ar, solo e a água, podendo provocar possíveis explosões, em

virtude do lançamento de gases tóxicos na atmosfera durante o procedimento de

armazenagem do combustível nos tanques de armazenamento ou durante o

abastecimento dos veículos; provocar contaminação do solo, decorrente do

escoamento da água contaminado em direção às vias públicas, o que reduziria a

fertilidade do solo e sua utilização, ou ainda comprometer a potabilidade da água

superficial e subterrânea, decorrente de eventual vazamento nos tanques de

armazenamento ou derramamento de combustível durante o abastecimento, o que

provocaria a redução da biodiversidade da fauna e flora, comprometendo a saúde

humana.

.A posição do posto de combustíveis estudado frente a este aspecto consiste

em reduzir a utilização dos recursos naturais, empregando-os de forma responsável,

procurando não agredir demasiadamente o meio ambiente, diminuindo os custos da

atividade e auxiliando na manutenção do meio ambiente, de forma que ele possa

continuar a fornecer a matéria prima para o desenvolvimento das atividades

continuamente.

4.2 RESULTADOS DA IMPLANTAÇÃO DAS PRÁTICAS DE ADEQUAÇÃO

AMBIENTAL

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Através da técnica da observação in locu dos fenômenos, por meio das

informações obtidas na entrevista estruturada aplicada e da análise dos dados

fornecidos pelos relatórios e planilhas disponibilizados pela gerência da empresa

varejista foi observado que o posto estudado está adotando todas as medidas

ambientais exigidas pelo órgão ministerial e descritas no Termos de Ajuste de

Conduta firmado, necessárias para obtenção da certificação de adequação

ambiental do empreendimento. Com isto, foi evitada a multas e outras penalidades.

Também, observou-se:

a) o contínuo cumprimento da legislação, normas e dos regulamentos

ambientais existentes;

b) a sensível e contínua melhoria do desempenho da gestão ambiental, através

de constantes campanhas de conscientização dos funcionários, por meio da entrega

de panfletos informativos e fixação de cartazes educativos nas paredes do escritório

e área dos armários e banheiro dos funcionários, acerca do consumo racional dos

recursos naturais, como água e energia elétrica;

c) a exigência que os prestadores de serviços terceirizados e os fornecedores

produtos ao posto de combustíveis analisado viessem a adotar procedimentos

ambientais compatíveis com os praticados no referido empreendimento;

d) o estabelecimento de um canal permanente de comunicação entre os

controladores, funcionários, consumidores e órgãos públicos sobre as questões

ambientais, por meio de pesquisas mensais desenvolvidas junto aos colaboradores;

e) a implantação de métodos de trabalho, bem como a utilização de materiais

reclicáveis de expediente pelos funcionários do posto que previnam, reduzam ou

controlem a poluição;

f) a esporádica implementação de campanhas de conscientização ambiental

dirigida à população local e aos consumidores elaboradas e patrocinadas pelo posto

de revenda analisado, por meio da entrega de panfletos na área interna do posto,

bem como fixação de faixas e banner explicativos; e

g) a eventual veiculação de programas em rádio e televisão locais, informando

práticas ambientais corretas a serem adotadas pelos cidadãos.

Ainda, através da análise das contas públicas e dos relatórios apresentados,

constatou-se que a implementação das práticas e medidas de adequação

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ambientais indicadas pelo órgão ministerial favoreceu uma melhoria econômica das

atividades desenvolvidas.

a) Constatou-se a redução no consumo mensal de água da ordem de

aproximadamente 20% (vinte por cento), com desvio padrão de +/- 10%.

Anterior à implantação das medidas de gestão ambiental, em junho de 2010,

o posto de combustível estudado apresentava um consumo mensal de

aproximadamente 400m3 de água do sistema público de abastecimento.

Em julho de 2013, foi contabilizado um consumo mensal de aproximadamente

320m3 de água.

Gráfico 6 - Consumo mensal de água do sistema público de abastecimento

Desvio padrão +/- 10%

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Esta redução ocorreu em virtude da implantação de práticas de gestão

ambiental, como a instalação de novas válvulas nos aparelhos de descarga nos

vasos sanitários e a substituição das torneiras nas pias dos banheiros destinados

aos clientes e para uso dos funcionários, bem como da utilização da água da chuva,

captada pela cobertura do posto de combustível projetada para este fim, além do

racional uso da água para limpeza e lavagem da pista de abastecimento e da área

para troca de óleo e lubrificantes.

Figura 19 - Válvula de descarga do vaso sanitário, com liberação diferenciada do volume de água

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Figura 20 - Válvula de descarga do mictório com pressão para fechamento automático

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 21 - Cobertura do posto de combustível projetada para máxima captação da água da chuva

Fonte: Elaborado pelo autor.

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b) Verificou-se a redução aproximada de 22% (vinte e dois por cento) no

consumo mensal de energia elétrica, com desvio padrão de +/- 10%.

Em junho de 2010, o posto de combustível analisado apresentava um

consumo mensal de aproximadamente 39.600 kWh de energia elétrica.

Em julho de 2013, foi verificada uma redução no consumo mensal de energia

elétrica para ordem de aproximadamente 31.000 kWh.

Gráfico 7 - Consumo mensal de energia elétrica

Desvio padrão +/- 10%

Fonte: Elaborado pelo autor.

Esta redução foi provocada pela instalação de novas bombas de

abastecimentos de veículos, as quais consomem menos energia elétrica e

apresentam adequação ambiental, bem como a implementação de práticas de

gestão ambiental, visando à conscientização dos funcionários, quanto ao uso

racional da energia elétrica, por meio da fixação de avisos nos respectivos

equipamento e dispositivos elétricos.

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Figura 22 - Nova bomba de abastecimento de combustíveis líquidos com menor consumo de

energia elétrica e Válvulas Breakaways instaladas nas mangueiras

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 23 - Nova bomba de abastecimento de GNV com menor consumo de energia elétrica e válvula Breakaways instalada na mangueira

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Figura 24 - Aviso de desligamento da energia fixado nas paredes do escritório e na área de troca de óleo e lubrificantes

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 25 – Aviso de desligamento de equipamento fixado em computador instalado no escritório

Fonte: Elaborado pelo autor.

c) Constatou-se o aumento da ordem de 20% (vinte por cento) nas vendas de

combustíveis automotivos, em decorrência da implantação das práticas de

adequação ambiental no posto de combustível estudado.

Em maio/junho de 2010, o posto varejista analisado apresentava um volume

de venda de gasolina da ordem de 295/300 m3 ao mês.

Em julho de 2013, verificou-se um incremento nas vendas de gasolina para o

volume de 355/360 m3 ao mês, com desvio padrão de +/- 10%.

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84

Este percentual foi apurado por meio da medição do volume de combustível

vendido mensalmente, bem como através de questionário estruturado dirigido aos

consumidores sobre as razões as principais razões para o abastecimento no posto

estudado.

Verificou-se que antes da implantação das medidas de adequação ambiental

em julho de 2010, com a instalação de novos tanques de armazenagem e bombas

de abastecimento, além da implementação de práticas de gestão ambiental, o posto

de combustível estudado realizava a venda de aproximadamente 300 m3 de

combustível ao mês.

Durante as operações de retira e instalação dos novos equipamentos, as

vendas recuaram ao patamar de 250 m3 ao mês, em virtude da dificultação do

acesso dos consumidores ao pátio de abastecimento.

Adiante, com a efetiva implantação das respectivas medidas de adequação

ambiental e divulgação da obtenção da certificação de posto ―Selo Verde‖ ocorreu o

progressivo aumento da venda de combustíveis, alcançando o volume atual de

aproximadamente 360 m3 ao mês.

Gráfico 8 - Volume mensal de venda de gasolina Desvio padrão +/- 10%

Fonte: Elaborado pelo autor.

d) Foi verificada a redução de aproximadamente 60% (sessenta por cento) nos

vazamentos e derramamentos de combustíveis no piso da pista de abastecimento e

na área de troca de óleo e lubrificantes, além da redução de aproximadamente 90%

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(noventa por cento) do descarte incorreto dos recipientes de lubrificantes, através do

monitoramente diária e catalogação dos referidos percentuais por parte da auditoria

interna mantida pelo posto de combustível estudado, a qual constata, com

frequência de menos de duas vezes ao mês, a presença de resíduos de combustível

ou óleo nas canaletas instaladas no entorno da área de abastecimento do posto ou

sobre o piso.

Também, é mantido regular monitoramento da utilização dos cestos de coleta

seletiva dos resíduos sólidos fixadas na área do pátio de abastecimento do posto

estudado.

Figura 26 - Depósitos para coleta seletiva de resíduos sólidos

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.3 RESULTADOS DA ENTREVISTA DESENVOLVIDA JUNTO AO GESTOR DO

POSTO DE COMBUSTÍVEL ANALISADO

Após a aplicação de questionário estruturado na entrevista mantida junto ao

gestor do empreendimento varejista de combustíveis, foram catalogadas e

analisadas as respostas concedidas espontaneamente, sendo obtidos os seguintes

resultados, de acordo com quadros a seguir:

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Quadro 4 - Percepção do gestor do posto de combustível estudado, quanto aos resultados da adequação ambiental implantada no empreendimento

Item Posto de combustível

analisado

A temática ambiental é vista pela gerência como: Custos apenas

Oportunidade de ganhos X

Postura ambiental adotada pelo posto de

combustível

Passivo

Reativo

Pró-ativo X

Existência de levantamentos dos impactos

ambientais ocorridos no posto de combustível

Sim X

Não

Existência de mecanismos de identificação das

vantagens competitivas e/ou ganhos financeiros

proveniente dos investimentos ambientais

Sim X

Não

Adoção pelo posto de combustível de uma

sistemática para tratar das reclamações ambientais

Sim X

Não

Existência de programas de conscientização dos

funcionários do posto de combustíveis em relação às

questões ambientais

Sim X

Não

Considera que passa uma boa imagem ambiental

para os clientes/fornecedores/vizinhos

Sim X

Não

Realização de patrocínio institucional a

programas/campanhas externos de conscientização

ambiental

Sim X

Não

Fonte: Adaptado de Lorenzett, Rossato e Neuhaus (2011, p. 11).

O Quadro 4 revela a situação ambiental em que se encontra o posto de

combustíveis estudado, analisando-se as questões relacionadas ao status da

implementação das medidas e práticas de adequação ambiental desenvolvidas,

demonstrando a boa informação do gestor do empreendimento, acerca das

questões referentes à necessidade de adequação ambiental.

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Quadro 5 - Situação ambiental dos postos de combustíveis

Item Posto de combustível analisado

Existe no posto de combustíveis um Plano de

Gerenciamento de Resíduos Sólidos?

Sim X

Não

Existe no posto de combustíveis um local adequado

para armazenagem de materiais e resíduos

Sim X

Não

Existem no posto de combustíveis planos de

emergência/contingência na situação de acidentes

ambientais

Sim X

Não

Existe no posto de combustíveis uma política de

conservação e uso racional de energia elétrica

Sim X

Não

Existe no posto de combustíveis a reutilização da

água da chuva para lavagem do pátio

Sim X

Não

Existem no posto de combustíveis a catalogação e

arquivamento das denúncias e reclamações

oferecidas pela população sobre poluição

Sim

Não X

Existe no posto de combustíveis o arquivamento

das revisões da política ambiental implementada

Sim

Não X

Existe no posto de combustíveis a realização de

sistemática pesquisa estruturada sobre a

percepção da clientela com relação à imagem

ambiental do posto de combustível

Sim

Não X

Fonte: Adaptado de Lorenzett, Rossato e Neuhaus (2011, p. 12).

Assim, conforme comprovação das respostas apresentadas no Quadro 5

abaixo, constata-se que a inexistência de catalogação das reclamações acerca da

poluição gerada, bem como a inexistência de arquivamento das revisões de política

ambiental implementada indica a inexistência de um Sistema de Gestão Ambiental.

Porém, o posto de combustível estudado vem obtendo êxito com a efetiva

implementação das práticas de adequação ambiental determinadas pelo órgão

ministerial, aplicando práticas de adequado manejo ambiental, como a manutenção

de local adequado para armazenagem e descarte de materiais e resíduos, além do

estabelecimento de planos de emergência e contingência, diante da eventual

ocorrência de danos ambientais, assim como a reutilização da água coletada das

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chuvas para lavagem do pátio de abastecimento combustíveis e área de troca de

lubrificantes e óleos, mantendo uma regular política de uso racional de energia

elétrica, o que vem provocando a transmissão de uma boa e confiável imagem de

responsabilidade social e ambiental aos seus clientes, fornecedores e vizinhos.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A indústria petrolífera, isto é, a produção, importação, exportação, refino,

beneficiamento, tratamento, processamento, transporte, transferência,

armazenagem, estocagem, distribuição, revenda e comercialização dos derivados

de petróleo, é fator causador de poluição, cujas consequências em grande parte são

irreversíveis. As atividades de distribuição e revenda de combustíveis derivados do

petróleo não escapam, por conseguinte, desse rol.

A instrumentalidade e importância da gestão ambiental nas atividades de

revenda de combustíveis residem no fato de que estes procedimentos

administrativo-empresarial-legais atuam na prevenção de eventual dano ambiental,

buscando a compatibilização com o desenvolvimento econômico-financeiro do

empreendimento, visto que o fim almejado pelo empreendedor está na obtenção e

renovação periódica da licença ambiental para a instalação, localização, ampliação e

operação das respectivas atividades efetiva ou potencialmente poluidoras. Assim,

busca-se a preservação do equilíbrio ecológico, redundando em verdadeiro controle

prévio da atividade.

Em resumo, é possível afirmar que os mecanismos de proteção ambiental

aplicáveis às atividades de revenda de combustíveis, acrescida à atividade de venda

e troca de óleos e lubrificantes, somente podem alcançar total eficácia nas empresas

varejistas de combustíveis se existir uma alteração de padrão de pensamento, com

o distanciamento de ideias equivocadas de que o desenvolvimento encontra-se no

lado inverso da preservação dos recursos naturais, haja vista o esgotamento das

reservas petrolíferas encontra-se próximo, diante da diminuição progressiva de suas

reservas, além de inexistir um meio de fomentar um efetivo crescimento econômico

sem recursos necessários para tanto.

Desta forma, indiscutível a exigência de reestruturação do pensamento

político e empresarial, como meio de garantir a sua própria existência, visto que,

embora em pequeno número, já há empresas comprometidas em adequar a

proteção ambiental ao desenvolvimento sustentável e, em função destas práticas, já

ganhando projeção nacional e global.

Diante desta contextualização, é pretensão deste trabalho demonstrar a

importância da implementação de práticas de gestão ambiental como ferramentas

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de controle, regulação e fiscalização ambiental, ainda que sejam decorrentes da

imposição de um Termo de Ajuste de Conduta firmado pelo Ministério Público, na

medida em que, nas fases de instalação e operação dos respectivos

empreendimentos revendedores de combustíveis tornou-se imprescindível verificar a

conformidade da atividade com a legislação ambiental federal, estadual e municipal

aplicável, não afastando a necessidade de introduzir práticas de gestão ambiental ao

longo do desenvolvimento das referidas atividades econômicas, a fim de minimizar

os riscos de contaminação dos mananciais de abastecimento público desta cidade e

manter o monitoramento da integridade do solo.

Assim, como recomendação, a fim de diminuir a potencialidade dos graves

danos ambientais, decorrentes de acidentes ambientais, considera-se fundamental

indicar a necessidade de ampliação e enrijecimento da fiscalização nos postos

revendedores de combustíveis, com o objetivo de determinar compulsória utilização

de técnicas e procedimento de gestão ambiental, além de fomentar junto aos

respectivos parlamentares e administradores públicos a edição de novas normas

legislativas e posturas urbanísticas, respectivamente, que imponham limitações à

instalação de novas revendas de combustíveis em áreas que demonstram

fragilidade ambiental, como áreas altamente adensadas, ou que apresentem certas

características pedológicas inadequadas, como áreas dunares ou próximas a

córregos ou reservatórios subterrâneos.

Para futuras investigações, fica a sugestão de trabalhar comparativamente,

estudando um posto de combustível que esteja adequado às normas ambientais

vigentes e um que não esteja adequado, para verificação quanto à aplicabilidade e

restritividade da legislação, ou seja, até que ponto a legislação impede o

funcionamento de postos de combustíveis com instalações inapropriadas.

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ANEXO A

DENATRAN - Frota de veículos, por tipo e com placa, segundo os Estados da

Federação - DEZ/2012

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ANEXO B

DENATRAN - Frota de veículos, por tipo e com placa, segundo os Municípios do Rio

Grande do Norte - DEZ/2012

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ANEXO C

DENATRAN - Frota de veículos, por tipo e com placa, segundo os Estados da

Federação - DEZ/2007

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ANEXO D

DENATRAN - Frota de veículos, por tipo e com placa, segundo os Municípios do Rio

Grande do Norte - DEZ/2007