CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO (LATO SENSU) CONDUCENTE AO MESTRADO EM ENFERMAGEM COMUNITÁRIA A REALIZAR...
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INSTITUTO UNIVERSITÁRIO ATLÂNTICO
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO (LATO SENSU) CONDUCENTE AO MESTRADO EM
ENFERMAGEM COMUNITÁRIA A REALIZAR NA UNIVERSIDADE DO MINDELO, EM
CABO VERDE
ÍNDICE
1 FUNDAMENTAÇÃO ............................................................................................................... 2
2 OBJETIVOS .................................................................................................................................. 4
3 PERFIL DE ENTRADA E CONDIÇÕES DE ACESSO ................................................................................... 4
4 PERFIL DE SAÍDA ........................................................................................................................... 4
5 CARREIRAS PROFISSIONAIS ............................................................................................................. 5
6 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO CURSO .................................................................................. 5
6.1. ESTRUTURA CURRICULAR ........................................................................................................ 5
6.2. ÁREAS CIENTÍFICAS E UNIDADES DE CRÉDITO .............................................................................. 5
6.3. OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE .............................................................................................. 6
6.4. PLANO DE ESTUDOS: EMENTAS E CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS ..................................................... 6
6.5. MEMÓRIAS DESCRITIVAS DAS UNIDADES CURRICULARES ............................................................... 7
7 PRINCÍPIOS GERAIS DE ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO ................................................................ 18
8 RECURSOS ................................................................................................................................. 18
8.1 RECURSOS HUMANOS ........................................................................................................... 18
8.2 RECURSOS MATERIAIS ........................................................................................................... 19
9 APROVAÇÃO E HOMOLOGAÇÃO .................................................................................................... 19
10 EXECUÇÃO DO PROJETO DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM COMUNITÁRIA A REALIZAR NO
BRASIL CONDUCENTE AO MESTRADO EM ENFERMAGEM COMUNITÁRIA A REALIZAR EM CABO VERDE ......... 19
11 NORMAS PEDAGÓGICAS E DE AVALIAÇÃO ..................................................................................... 20
12 INVESTIMENTO ......................................................................................................................... 20
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1 FUNDAMENTAÇÃO
O ensino pós-graduado constitui o nível mais elevado do sistema de educação
superior, destinado a graduados universitários com o objectivo de lhes proporcionar uma
aprendizagem contínua, ao longo da vida.
Assiste-se actualmente a uma crescente complexidade dos serviços de saúde, que
exigem por sua vez enfermeiros melhor preparados para responder a exigências do exercício
da profissão.
Procura-se desenvolver, ao mesmo tempo, a capacidade de reflexão e de decisão
e a imprescindível dimensão da responsabilidade terapêutica do enfermeiro, enquanto
elemento charneira do sistema de desenvolvimento da saúde e das comunidades, em
cooperação com os demais profissionais do sistema.
Aquele desenvolvimento só é conseguido num processo harmónico de
crescimento dos aspectos cognitivos, afectivos, relacionais e operativos, de forma a formar
cidadãos intervenientes e empenhados na promoção da saúde e limitação dos efeitos da
doença nas pessoas com quem venham a intervir.
O Mestrado em Enfermagem Licenciatura em Enfermagem, que a Universidade do
Mindelo oferece, justifica-se por um conjunto diversificado de razões que se podem agrupar
em conceptuais e clínicas.
Do ponto de vista conceptual, tem-se assistido à emergência de uma enorme
diversidade de trabalhos oriundos da área de sociologia, da psicologia e da antropologia
demonstrando a importância dos cuidados de proximidade a promoção e preservação da
saúde, nomeadamente através da intervenção junto da célula familiar e em todos os níveis
em que se pode considerar o processo de saúde, desde a individual à social.
O desenvolvimento da disciplina de enfermagem tem-se mostrado fundamental,
nas estratégias de saúde como vem sendo demonstrado em países em que são visíveis os
resultados da acção de uma enfermagem bem preparada, no desenvolvimento da saúde das
populações como, por exemplo, Reino Unido, Canadá, Finlândia, Suécia e Cuba.
Definições marcantes nas orientações de saúde ao nível mundial como,
Declaração de Alma-Ata (1978), Carta de Ottawa (1986) e a Conferência de Sundsvall (1991)
apontam para a necessidade de uma abordagem sistémica dos processos e estilos de vida com
relevância para aspectos geradores de desequilíbrios multifatoriais, que estão na base do
adoecer e apontando para a necessidade de intervenção precoce e de proximidade para obter
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eficiência em saúde. É a este nível que a enfermagem tem o seu campo de excelência obtendo,
com a sua acção, ganhos em saúde conjugando eficácia e eficiência.
No processo de inovação contínua e acelerada que se verifica na área da saúde,
trabalhos oriundos das áreas da medicina familiar e da enfermagem, destacam a necessidade
de conhecimentos científicos e humanísticos profundos e constantemente actualizados, para
fazer face às exigências, tanto nos contextos comunitários, como nos ambientes clínicos
diversos e cada vez mais diferenciados.
Nestes trabalhos vem sendo destacado o papel da família, por um lado, como
cuidadora primária e de grande impacto dado que é o contexto promotor de estilos de vida
saudáveis ou não. Por outro lado, também como contexto gerador de distúrbios de saúde em
diversas dimensões e múltipla natureza, o que justifica o desenvolvimento dos cuidados
primários – de promoção da saúde, prevenção da doença e reabilitação integral – que têm
como célula de atenção básica a família e, como elemento fulcral da atenção profissional, ao
enfermeiro.
No curso de Mestrado em Enfermagem Comunitária estaremos a proporcionar aos
enfermeiros a formação para prestação de cuidados ao nível de avançado - também chamado
especialista - tendo como meta os mais elevados padrões de exigência científica, técnica e
pedagógica. Esta formação terá, ao mesmo tempo, a preocupação de preparar profissionais
que possam interagir com os demais profissionais da saúde em Cabo Verde, para obtenção de
crescentes ganhos em saúde no país e a preocupação de que esta formação seja reconhecida
pelos pares em qualquer lugar do mundo obedecendo, para tal, às normas do Conselho
Internacional de Enfermeiros (CIE) que é o organismo internacional regulador da profissão de
enfermagem, reconhecido pela Organização Mundial de Saúde e por quase todos os
organismos internacionais com intervenção na área da saúde
Este curso pretende desenvolver uma série de actividades académicas que
resultem numa prática de investigação capaz de oferecer o grau de Mestre, num momento
em que Cabo Verde se prepara para uma Sociedade de Informação, onde a economia do
conhecimento é determinante e, ao mesmo tempo, ferramentas teóricas e práticas que
proporcionem a articulação de uma série de saberes necessários para iniciar com sucesso o
processo de obtenção do grau científico.
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2 OBJETIVOS
O Curso de Mestrado em Enfermagem Comunitária visa proporcionar uma
formação avançada nas áreas de saúde com o objetivo de satisfazer quer as necessidades
profissionais de especialização, quer as necessidades académicas de formação de docentes e
investigadores. Neste sentido, o Mestrado é composto por uma parte lectiva – o curso de
especialização – e pela preparação, realização e discussão de uma dissertação. Com esta
estrutura, o profissional adquirirá uma maior capacidade de autonomia científica e de
responsabilidade por projetos, e o docente do ensino universitário obterá a maturidade
científica necessária as suas atividades de docência e investigação, assim como ao
prosseguimento para o doutoramento.
3 PERFIL DE ENTRADA E CONDIÇÕES DE ACESSO
Serão admitidos à matrícula no curso de Mestrado em Enfermagem Comunitária,
os cidadãos nacionais ou estrangeiros que reúnam as condições constantes na Lei de Bases do
Sistema Educativo (Lei n.º 54/VII/2010, publicada no Boletim Oficial n.º 17, I Série, de
07/05/10) e com base no Decreto-Lei nº 17/2007 que aprova o Estatuto do Ensino Superior
Particular e Cooperativo.
Critérios de seleção:
Classificação final da Licenciatura;
Mérito da informação curricular e científica;
Entrevistas e/ou provas de seleção.
Para os casos não previstos, a admissão será da responsabilidade do Conselho
Científico da Universidade do Mindelo.
4 PERFIL DE SAÍDA
O curso visa essencialmente habilitar os futuros mestres com um nível superior de
preparação na área de saúde, nomeadamente Enfermagem Comunitária, Saúde Familiar
Saúde Pública.
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5 CARREIRAS PROFISSIONAIS
Os Mestres em Enfermagem Comunitária podem exercer a sua actividade
profissional em três sectores distintos: sector público e sector privado, designadamente
centros de saúde, clínicas, empresas, escolas, centros de idosos, docência, gestão,
investigação entre outros, ou ainda em regime de exercício liberal.
6 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO CURSO
6.1. ESTRUTURA CURRICULAR
A Estrutura Curricular proposta tem por objetivo procurar aumentar as
possibilidades de a formação adquirida vir a corresponder às necessidades do mercado de
trabalho, do País e de uma progressiva inserção dos nossos profissionais da área no mundo
globalizado, para além de proporcionar aos mestrandos as ferramentas necessárias para a
investigação.
6.2. ÁREAS CIENTÍFICAS E UNIDADES DE CRÉDITO
A atribuição dos créditos segundo o Sistema Europeu de Transferência de Créditos
(ECTS) é baseada na carga média de trabalho que o estudante médio deve desenvolver para
concluir com êxito uma determinada unidade de aprendizagem, definida em termos de
aquisição de uma dada competência.
Tendo em conta experiências anteriores de Universidades parceiras, a
Universidade do Mindelo decidiu tomar como referência que 1 ECTS equivale a 27 horas de
trabalho do estudante. Ainda com base no anteriormente exposto, a Universidade do Mindelo
decidiu centrar o processo de aprendizagem no estudante, concedendo-lhe espaço para
desenvolver a sua autonomia e responsabilidade de forma crescente, demonstrado através
do número de horas de trabalho autónomo (HTA), que se situa entre os 40% e os 60%, de
acordo com a disciplina. Assim, o curso de mestrado tem um total de 135 créditos distribuídos
por dois anos letivos e por apenas uma área científica, ENF – Enfermagem.
Área Científica e Distribuição de Créditos
Áreas Científicas N° de Horas N° de Créditos Contacto Total
ENF Enfermagem 2041 3645 135
TOTAL 2041 3645 135
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Além dos conteúdos curriculares apontados a seguir, o currículo do curso adopta
uma série de actividades desenvolvidas pelos alunos, igualmente importantes para a sua
formação, tais como projectos de investigação científica, monitorias, produção técnico-
científica, actividades de extensão e participação em eventos técnico-científicos, etc. Assim, a
metodologia a ser utilizada para o funcionamento do curso, assentará em:
Aulas Teóricas: Exposição da matéria. Apresentação dos tópicos, brainstorming,
apresentação e explicação dos conceitos teóricos.
Aulas Teórico-práticas: Resolução de exercícios de consolidação da matéria teórica.
Apoio às aulas teóricas e aos trabalhos práticos em curso.
Aulas Práticas: Realização de casos e exercícios práticos e acompanhamento de
trabalhos práticos. As aulas práticas terão lugar em ambiente próprio, simulando
situações reais de trabalho.
Trabalhos Práticos: Realização de trabalhos de aplicação dos conhecimentos
adquiridos (nas aulas e através de investigação/pesquisa)
Seminários/Palestras/Colóquios: Proporcionar aos mestrandos momentos de
aprendizagem teóricos que favoreçam o desenvolvimento de conhecimentos e de
fundamentos necessários para uma melhor compreensão de determinadas matérias e
aspectos do curso, bem como para uma melhor preparação de trabalhos práticos e
científicos que serão solicitados ao longo da sua vida profissional e/ou académica.
6.3. OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE
Para que seja atribuível o grau de Mestre em Enfermagem Comunitária o
estudante deverá ter obtido aproveitamento em todas as disciplinas do plano curricular e ter
apresentado e defendido com sucesso, perante um júri, uma dissertação.
6.4. PLANO DE ESTUDOS: EMENTAS E CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
O Plano de Estudo inclui um conjunto de disciplinas de frequência obrigatória
cujos objetivos visam:
Ano/ Sem
UNIDADES CURRICULARES Área ECTS Horas Total
Horas Contato
1º / 1º Investigação em Enfermagem I ENF 6,0 162 65
1º / 1º Epistemologia e Saúde Pública ENF 6,0 162 65
1º / 1º Enfermagem Comunitária I ENF 6,0 162 65
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1º / 1º Antropologia e Sociologia da Saúde ENF 6,0 162 65
1º / 2º Enfermagem e Políticas da Saúde ENF 6,0 162 65
1º / 2º Supervisão Clínica ENF 6,0 162 65
1º / 2º Enfermagem Comunitária II ENF 6,0 162 65
1º / 2º Estágio I – Intervenção Comunitária em Enfermagem e da Família
ENF 12,0 324 180
2º / 1º Enfermagem Avançada ENF 6,0 162 66
2º / 1º Estágio II – Intervenção em Enfermagem Comunitária e da Família
ENF 30,0 810 450
2º / 2º Investigação em Enfermagem II ENF 20,0 540 216
2º / 2º Dissertação ENF 25,0 675 675
TOTAL: 135,0 3645 2041
Cada disciplina ou unidade curricular será ministrada de forma intensiva e de
caráter obrigatório.
6.5. MEMÓRIAS DESCRITIVAS DAS UNIDADES CURRICULARES
1) INVESTIGAÇÃO EM ENFERMAGEM I
Finalidade:
Utilizar a investigação para uma prática baseada na evidência e colaborar na produção
de conhecimento em enfermagem.
Objetivos:
Conhecer o processo de investigação e os componentes de um trabalho científico;
Identificar as forças e fragilidades dos diferentes tipos de investigação;
Conhecer o processo de revisão sistemática da literatura (RSL) e a sua contribuição
para uma prática-baseada na evidência (PBE);
Participar em Projetos de RSL.
Programa:
1. O processo de investigação e o seu papel dentro da profissão de enfermagem
2. A prática baseada na evidência e a RSL.
Etapas da revisão sistemática da literatura:
o Identificação de um problema clínico;
o Construção da pergunta de pesquisa;
o Acesso às bases de dados
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o Análise e síntese dos resultados da pesquisa.
3. Incorporação dos resultados da investigação na prática clínica.
A “ética da evidência” na tomada de decisão clínica.
2) EPISTEMOLOGIA E SAÚDE PÚBLICA
Finalidade:
Desenvolver conhecimentos científicos que permitam identificar instrumentos para
avaliação, elaboração de programas e intervenção em saúde pública de forma a
promover a qualidade de vida das pessoas, família e comunidades.
Objetivos:
Compreender as teorias que levam ao desenvolvimento e transformação do campo da
Saúde Pública e que dão sustentação às diversas visões e intervenções sobre os
processos saúde-doença-cuidado,
Capacitar para análise dos processos de saúde, doença e cuidado, através da
integração de abordagens e conceitos do campo das ciências da saúde e da
epidemiologia
Colaborar no desenvolvimento e implementação protocolos detalhados de estudos
epidemiológicos
Capacitar para a intervenção nas áreas relevantes para a saúde pública
nomeadamente na investigação de possíveis causas e determinantes dos problemas
de saúde e na avaliação das intervenções para os prevenir
Promover o desenvolvimento de programas de saúde pública integrados com base em
evidências provenientes da investigação e da reflexão sobre as práticas profissionais.
Promover a reflexão críticas sobre os desafios contemporâneos das pesquisas em
Saúde Pública considerando a complexidade dos processos saúde-doença-cuidado.
Programa:
Introdução a saúde pública.
Princípios e prática de promoção de saúde.
Dependências e saúde.
Estilo de vida e saúde.
Promoção de saúde no ciclo de vida familiar.
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Epidemiologia em:
o Saúde pública;
o Saúde ambiental e ocupacional;
o Saúde mental.
Epidemiologia da saúde sexual e reprodutiva e das doenças transmissíveis.
Vigilância Epidemiológica e Gestão do risco.
o Normas legais/administrativas para investigação, notificação e controle dos
riscos, distribuição geográfica, estratégias de prevenção utilizadas.
3) ENFERMAGEM COMUNITÁRIA I
Finalidade:
Desenvolver os referenciais teóricos que promovam a conceptualização da
Enfermagem Comunitária.
Objetivos:
Refletir sobre as abordagens de saúde: saúde pública e saúde comunitária.
Discutir os diferentes níveis de desenvolvimento das políticas de decisão no âmbito da
saúde pública/saúde da comunidade;
Identificar os contributos dos diferentes setores que contribuem para os
determinantes sociais, económicos e ambientais da saúde;
Identificar a importância da demografia na saúde;
Compreender o processo de planeamento em saúde;
Identificar as diferentes fases do planeamento em saúde;
Contribuir para o desenvolvimento de programas e projetos de saúde pública em
diferentes contextos;
Analisar necessidades de saúde dos indivíduos/ famílias/ comunidade discutindo
prioridades e estratégias de intervenção de modo a melhorar os indicadores de saúde;
Analisar indicadores de saúde, bem-estar e qualidade que caracterizam o perfil de
saúde das populações.
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Programa:
Enquadramento conceptual da Enfermagem Comunitária e análise dos conceitos
(saúde, promoção de saúde, saúde pública e saúde comunitária; enfermagem de saúde
pública e enfermagem comunitária; intervenção comunitária);
Perspetiva histórica dos Paradigmas em saúde (Salutogénico, Patogénico);
Modelos de intervenção em saúde;
Participação comunitária e abordagem multissetorial (equipas multiprofissionais e
multidisciplinares/trabalho em parceria);
A demografia e as políticas de saúde;
Organização dos serviços de saúde;
Metodologia do planeamento em saúde (conceito, utilidade do planeamento em
saúde, fases do processo de planeamento em saúde);
Componentes de um programa de saúde.
4) ANTROPOLOGIA E SOCIOLOGIA DA SAÚDE
Finalidade:
Capacitar o estudante para a compreensão da saúde e doença como fenómenos sócio
culturais, reconhecendo a relação entre saúde, cultura e, sociedade; e a diversidade
de sistemas, práticas e opções terapêuticas dos indivíduos, grupos, famílias e
comunidades.
Objetivos:
Descrever a antropologia e a sociologia enquanto prática e conhecimento científico
permitindo compreender a especificidade destas disciplinas no conhecimento das
realidades socioculturais;
Explicar o campo da sociologia/antropologia (temas, objetos, métodos, conceitos e
autores), que permita a compreensão da diversidade cultural das práticas sociais dos
indivíduos, famílias, grupos e comunidades relativa aos processos de vivência da saúde
e da doença;
Conhecer instrumentos teórico-conceptuais que permitam ao estudante
problematizar a relação saúde, sociedade e cultura e desenvolver uma atitude crítica
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e interventiva que contribua para a melhoria da prestação de cuidados de
enfermagem;
Utilizar algumas das técnicas etnográficas;
Compreender a saúde a doença como fenómenos socioculturais e as dimensões
subjetivas individuais associadas aos processos de adoecer.
Programa:
I - A Sociologia e a Antropologia no conhecimento das realidades sociais
1. A formação disciplinar da sociologia/antropologia: Objetos, métodos, conceitos e
autores. O social como objeto do conhecimento.
2. Problemas do conhecimento da realidade social. A rutura com o senso comum.
II – Para a análise da relação saúde, sociedade e cultura
1. A relação indivíduo e sociedade.
Instituições e processos sociais.
Ação social e práticas sociais.
Papéis, normas e valores.
2. Cultura(s): identidades e diferenciações.
O conceito científico de cultura: do etnocentrismo ao relativismo cultural.
Símbolos e rituais: significados culturais.
Identidades culturais, multiculturalismo e comunidades.
3. A saúde como um fenómeno sociocultural
III – Para a análise dos processos sociais e experiências de adoecer e tratamento
1. Sistemas médicos e práticas terapêuticas.
Itinerários e pluralismo terapêutico.
2. A doença, a dor e o sofrimento como experiência.
3. Enfermagem, profissões e instituições de saúde: saberes, controvérsias e estratégias.
IV – Questões contemporâneas e saúde: processos de transformação social
1. Religião e saúde.
Rituais terapêutico-religiosos.
Morte e rituais funerários.
2. Migrações, migrantes e globalização.
3. Família(s), parentesco e género.
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4. Cidadania(s): análise de processos de inclusão/exclusão em saúde.
5) ENFERMAGEM E POLÍTICAS DE SAÚDE
Finalidade:
Analisar criticamente numa perspetiva de enfermagem o desenvolvimento das
políticas de saúde e as suas implicações na saúde dos cidadãos. Perspetivar os desafios
que se colocam à enfermagem no seio das profissões de saúde.
Objetivos:
Analisar as políticas de saúde em Cabo Verde, Portugal e na Europa;
Perspetivar o papel do enfermeiro como agente do Sistema de Saúde;
Adquirir capacidade de influência política no seu nível de intervenção;
Reconhecer o papel da liderança no desenvolvimento da profissão e dos cuidados de
enfermagem.
Programa:
Políticas de saúde na Europa e em Cabo Verde;
A Saúde e o Estado: Relação público privado na evolução do sistema de saúde em Cabo
Verde;
A perspetiva socioeconómica da saúde;
Saúde como um compromisso social;
Quadro legal e projetos inovadores;
Das macropolíticas às políticas de aplicação: Papel da enfermagem na proteção à
família, à grávida, aos jovens e aos idosos;
Organização e prestação dos cuidados e de subsistemas;
Perceções de saúde e doença;
Os cidadãos e a saúde: o papel das associações;
A enfermagem no quadro das profissões da saúde: perspetivas de desenvolvimento;
Liderança e os processos organizacionais em saúde;
A liderança em enfermagem e o ambiente organizacional na saúde;
A relação público-privada e o emprego na saúde.
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6) SUPERVISÃO CLÍNICA
Finalidade:
Capacitar o estudante para perspetivar a supervisão clínica em enfermagem como
estratégia de desenvolvimento pessoal e profissional.
Objetivos:
Articular diferentes modelos e práticas de formação com experiências de supervisão
clínica em enfermagem.
Analisar a relação de supervisão em diferentes contextos profissionais.
Perspetivar o enfermeiro como elemento ativo de processos de supervisão.
Relacionar os processos de supervisão com diferentes referenciais de práticas de
enfermagem.
Equacionar a avaliação como elemento estruturante dos processos de supervisão
clínica.
Programa:
Processos de Supervisão Clínica como estratégia de desenvolvimento pessoal e profissional.
Modelos de supervisão clínica.
Relação entre contexto de trabalho e formação.
Conceitos de supervisão clínica, de mentoring e de perceptoring.
Organizações de saúde e supervisão.
Dimensões ético-deontológicas em supervisão.
Processos de Supervisão Clínica como estratégia de formação.
Modalidades e modelos de formação.
Estilos de aprendizagem.
Pensamento crítico e reflexão sobre as práticas.
Formação cooperada e formação de pares.
Processos de Supervisão Clínica como prática de relação.
Relação supervisor-supervisionado.
Acompanhamento da prática profissional.
Elementos da comunicação em supervisão clínica.
Autonomia, tomada de decisão e resolução de conflitos.
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Práticas e modalidades de Supervisão clínica.
Modalidades de supervisão clínica.
Experiências de supervisão clínica em diferentes contextos.
Avaliação e processos de supervisão.
A construção de referenciais da ação.
Modelos e modalidades de avaliação. Instrumentos de avaliação em supervisão clínica.
7) ENFERMAGEM COMUNITÁRIA II
Finalidade:
Desenvolver capacidades para a intervenção comunitária, dirigida a famílias, a grupos
e a comunidades, nos processos de saúde e de doença, contribuindo para o
desenvolvimento da saúde das populações.
Objetivos:
Analisar problemáticas de saúde de família e de grupos a partir de referenciais teóricos
que permitem sustentar as práticas de enfermagem comunitária.
Compreender os referenciais e fundamentos teóricos da Enfermagem que sustentam
a prática dos cuidados em enfermagem dirigidos a famílias, a grupos e a comunidades.
Adquirir conhecimentos que capacitem a tomada de decisão no processo de avaliação
e intervenção com famílias, grupos e comunidades, especialmente nos processos de
transição de especial complexidade.
Favorecer a integração dos Modelos de Avaliação e Intervenção na praxis como
garantia do desenvolvimento de boas práticas, nomeadamente na promoção das
competências das famílias e grupos e no empoderamento e participação da
comunidade.
Analisar situações de especial complexidade de forma a serem dadas respostas
adequadas aos processos de transições familiares.
Programa:
Teorias e modelos que sustentam a prática dos cuidados em enfermagem dirigidos a
famílias, a grupos e a comunidades.
A enfermagem de família:
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o A família como unidade de cuidados;
o Transições familiares;
o Modelos de avaliação e intervenção familiar.
Intervenção do enfermeiro em famílias, grupos e comunidades:
o Vulnerabilidade social e saúde (relações de géneros, violência doméstica,
envelhecimento e saúde, aspetos psicossociais da terceira idade e saúde).
Promoção das competências das famílias e dos grupos.
Empoderamento e participação da comunidade.
8) ESTÁGIO I – INTERVENÇÃO EM ENFERMAGEM COMUNITÁRIA E DA FAMÍLIA
Finalidade:
Capacitar o estudante para intervir na comunidade de forma a implementar
estratégias adequadas à diversidade dos contextos, no âmbito da saúde da família,
grupos e comunidade.
Objetivos:
Elaborar um projeto de intervenção comunitária de acordo com os objetivos
individuais de aprendizagem de forma a promover o desenvolvimento de
competências para intervir junto de famílias / Grupos ou comunidades.
Programa:
Durante a prática clínica são integrados aspetos relacionados com as abordagens
teóricas.
9) ENFERMAGEM AVANÇADA
Finalidade:
Sustentar a tomada de decisão em conceitos e constructos teóricos que garantam
consistência ao seu agir profissional como futuro enfermeiro especialista inserido
numa equipa multidisciplinar.
Objetivos:
Problematizar o processo de cuidados ao cliente, família e/ou grupos, espelhando uma
compreensão aprofundada e um pensamento de enfermagem de nível de especialista.
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Compreender os desafios que se colocam às pessoas e à Enfermagem no seio das
profissões de saúde.
Analisar os problemas éticos dos cuidados no contexto de trabalho e desenvolver a
sensibilidade ética para os mesmos.
Programa:
O modelo biomédico centrado na doença. Repercussões na prática dos cuidados de
enfermagem.
Prática reflexiva, níveis e domínios de competência (Ordem Enfermeiros, Benner
2001).
Desafios em Saúde e na Enfermagem hoje. Clarificação de conceitos - Enfermagem
Avançada e prática avançada.
O cuidado centrado no cliente. Significado do conceito conhecer o cliente.
O raciocínio clínico e a tomada de decisão centrada no cliente.
Evolução do conhecimento em Enfermagem. Das grandes teorias às teorias específicas
de situação. Importância de um referencial de enfermagem eclético para o nível de
especialista.
Os problemas éticos no quotidiano dos cuidados.
A construção e reconstrução do cuidado na interação com o cliente.
Visibilidade e continuidade dos cuidados - complexidade da documentação.
10) ESTÁGIO II – INTERVENÇÃO EM ENFERMAGEM COMUNITÁRIA E DA FAMÍLIA
Finalidade:
Desenvolver competências de intervenção em enfermagem comunitária, utilizando
estratégias adequadas à diversidade dos contextos, visando a capacitação e a
aquisição de melhores níveis de saúde das famílias, grupos e comunidade.
Objetivos:
Identificar os problemas de saúde reais e potenciais de um grupo/ famílias ou de uma
comunidade.
Identificar as respostas dos subsistemas da comunidade na resolução os problemas
identificados.
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Identificar e mobilizar os recursos necessários, para responder às necessidades da
população.
Prestar cuidados de enfermagem, a vários níveis de prevenção e a diferentes sistemas
clientes.
Delegar a responsabilidade nas famílias, nos cuidadores e nos grupos da comunidade,
supervisionando o seu desempenho, de modo a promover o empoderamento e o
controlo sobre as determinantes da saúde.
Analisar as práticas de enfermagem na comunidade propondo, estratégias, figuras
e/ou cenários de resolução de problemas de saúde.
Planear ou colaborar no planeamento e/ou desenvolvimento de programas ou
projetos de intervenção na comunidade.
Avaliar ou participar na avaliação dos resultados de ações/ programas/ projetos de
intervenção comunitária.
Programa:
O estudante durante o estágio deve: - Realizar um diagnóstico de situação de
saúde de um grupo/ famílias, ou comunidade.
Priorizar os diagnósticos de enfermagem.
Prestar cuidados de enfermagem dirigidos a grupos específicos da comunidade.
Avaliar os cuidados prestados, introduzindo medidas corretoras se necessário.
11) INVESTIGAÇÃO EM ENFERMAGEM II
Finalidade:
Utilizar a investigação para uma prática baseada na evidência e colaborar na produção
de conhecimento em enfermagem.
Objetivos:
Acompanhamento e orientação dos mestrandos na fase dissertação, dando sequência
ao programa iniciado em Investigação em Enfermagem I.
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12) DISSERTAÇÃO
Finalidade:
Terminado a especialização, os alunos que obtenham a classificação média igual ou
superior a 14 (catorze) valores, poderão requerer a admissão à Dissertação de
Mestrado em Enfermagem Comunitária.
7 PRINCÍPIOS GERAIS DE ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO
O Curso de Mestrado em Enfermagem Comunitária é ministrado, de acordo com
a Lei de Bases do Sistema Educativo (Lei n.º 54/VII/2010, publicada no Boletim Oficial n.º 17,
I Série, de 07/05/10) e com base no Decreto-Lei nº 17/2007 que aprova o Estatuto do Ensino
Superior Particular e Cooperativo e com base na Resolução Nº 12/2003 de 9 de Junho,
publicada no Boletim Oficial n.º 17, Iª Série, de 9 de Junho de 2003 que autoriza a Universidade
do Mindelo a exercer o ensino particular, de nível superior. A organização e funcionamento
do curso tem como suporte o exposto nos seguintes documentos:
Estatutos da Universidade do Mindelo: Regem, entre outros aspetos: as atribuições;
os objetivos; os órgãos e serviços e as respetivas competências desta Instituição de
Ensino Superior.
Regulamento Escolar Interno: Contém entre outros, as normas referentes à formação
inicial na Universidade, as normas referentes às inscrições, a planificação das sessões,
o regime das frequências, o regime geral das avaliações e exames finais e as normas
referentes ao calendário escolar.
8 RECURSOS
8.1 RECURSOS HUMANOS
A Escola Superior de Saúde (ESS) que oferece o curso de Mestrado em
Enfermagem Comunitária, conta com colaboração permanente de um corpo docente
qualificado, constituído por Doutores, Mestres e Especialistas. Tem protocolos de parceria
com Instituições de Saúde públicas e privadas. Conta ainda, com a colaboração dos docentes
da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa - ESEL, em Portugal, por meio de protocolo de
parceria.
Direção do Curso:
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o Doutora Adriana Henriques
Doutorada em Enfermagem
Mestrada em Epidemiologia
Licenciada em Enfermagem
8.2 RECURSOS MATERIAIS
Laboratório de Enfermagem
Laboratório de Informática
Mediateca
Acesso à Internet
Biblioteca
9 APROVAÇÃO E HOMOLOGAÇÃO
Universidade do Mindelo, aos 07 do mês de Abril de 2014
O Reitor da Universidade do Mindelo
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Albertino Emanuel Lopes da Graça
10 EXECUÇÃO DO PROJETO DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM COMUNITÁRIA A REALIZAR NO
BRASIL CONDUCENTE AO MESTRADO EM ENFERMAGEM COMUNITÁRIA A REALIZAR EM CABO VERDE
O projeto engloba duas partes distintas:
1. A primeira parte a ser realizada no Brasil é constituída por um conjunto de 11
seminários básicos, cada seminário, de acordo com o calendário acadêmico. Cada um
dos seminários principais terá a carga horária de 162 horas, somatório de 20 horas de
aulas presenciais e 30 horas de pesquisa e elaboração de trabalho referente a cada
seminário. Considerando a realização de 3 seminários de práticas de pesquisa de 10
horas cada.
2. Após a conclusão ou ainda no decorrer do Curso de Especialização em Enfermagem
Comunitária conducente a Mestrado em Enfermagem Comunitária a realizar no Brasil
e a realizar em Cabo Verde, o aluno será matriculado na Universidade UniMindelo,
onde passará durante 15 dias em estágio e será nomeado um orientador que será o
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tutor do aluno e o ajudará na realização da sua Dissertação de Mestrado a qual deverá
concluir no prazo de 12 meses. Antecipadamente, o aluno receberá a marcação da
data e hora da defesa da sua dissertação de Mestrado em Cabo Verde que será
publicada no diário oficial.
Obtido o grau de Mestre o seu diploma passará pelo Consulado Geral do Brasil em
Cabo Verde ou Pelo Cartório onde será selado, ficando, assim, conforme as normas em vigor,
em condições de produzir efeitos legais no Brasil.
11 NORMAS PEDAGÓGICAS E DE AVALIAÇÃO
No Curso de Especialização em Enfermagem Comunitária conducente ao
Mestrado em Enfermagem Comunitária, serão aplicadas as normas relativas aos cursos Lato
senso praticados no Brasil.
Relativamente ao Mestrado a realizar em Cabo Verde, nomeadamente elaboração
da dissertação, regras de elaboração, organização de bancas e defesa das mesmas,
classificação dos alunos, serão aplicadas as normas em vigor no Sistema de Ensino Superior
existente em Cabo Verde.
12 INVESTIMENTO
O custo por aluno inerente à formação total do mesmo, isto é, englobando os
Seminários realizados no Brasil, excluindo o custo referentes à viagens, hospedagens e
alimentação dos mesmos, quer na fase de atividades de formação quer na defesa individual
da Dissertação em Cabo Verde, excluindo também as taxas acadêmicas referentes à emissão
de diplomas de Mestrado, taxas consulares e taxas de Candidaturas. O valor corresponde à
matrícula no valor de R$ 680,00 (seiscentos e oitenta reais) e 14 mensalidades de R$ 680,00
(seiscentos e oitenta reais) afetas à parte de Seminários organizados no Brasil e Cabo Verde,
bem como matrícula do Mestrado de R$ 680,00 (seiscentos e oitenta reais) e 18 mensalidades
de R$ 750,00 (setecentos e cinquenta reais) referentes ao Mestrado propriamente dito, isto
é, pesquisa e elaboração de Dissertação em Cabo Verde, estando incluído o custo do trabalho
do Orientador, que será designado individualmente para cada aluno e que o acompanhará na
elaboração da sua dissertação e na defesa do mesmo em Cabo Verde.