Curso de Relojoaria

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Curso Básico de Relojoaria

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  • 7/21/2019 Curso de Relojoaria

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    Por, LUS SILVA

    Introduo

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    CURSO DE RELOJOARIA

    I PARTE

    CAPTULOS

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    1. AS DIVISES DO TEMPO

    Noes do tempo. A relojoaria tem por objecto medir o tempo, ora, quem diz medir, diz unidade. A mediodo tempo repousa na escolha de uma unidade de tempo, tal como uma medida de comprimento se baseia naescolha duma unidade de comprimento.A unidade de tempo define-se pelo espao de tempo que decorre entre dois fenmenos peridicos que seadmitem como constantes. Os fenmenos astronmicos podem ser, tambm, tomados como padro detempo, e os mais frequentes desses fenmenos so a rotao da !erra sobre si mesma, o mo"imento de

    transladao da !erra em "olta do #ol, o mo"imento dos planetas, a sucesso das estaes, as fases da $ua.

    %ia solar "erdadeiro. O dia solar "erdadeiro o tempo que o #ol le"a a "oltar & mesma posio em relao ans.

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    2. ANTIGOS APARELHOS DE MEDIR O TEMPO

    'ompreende-se facilmente que a obser"ao dos astros no est( ao alcance de todos para se determinar ahora. %esde os mais remotos tempos, os homens preocuparam-se em encontrar processos pr(ticos paramedirem o tempo. #er"iram-se do )nmon, do rel)io de sol, da clepsidra e da ampulheta.

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    No )nmon *+i). , como no rel)io de sol *+i). , o tempo indicado pela orientao da sombraprojectada por um corpo de forma apropriada, obelisco, ponteiro, con"enientemente orientado.

    A clepsidra ou rel)io de ()ua, formada por um "aso constantemente alimentado de ()ua. No fundo desse"aso h( um pequeno orif/cio que dei0a escorrer a ()ua, )ota a )ota, num se)undo recipiente, em cujo ladoesto marcadas as horas. A ()ua, atin)indo sucessi"amente cada uma das di"ises, indica as diferentes horasdo dia ou da noite.

    Os chineses utilizaram ainda rel)ios de fo)o, nos quais o tempo era indicado pela combusto re)ular duma

    mecha de composio especial.1ara medir os pequenos inter"alos de tempo, ima)inou-se a ampulheta. 2 um aparelho constituido por doisrecipientes de "idro li)ados entre si por um dela)do canal *+i). 3. O tempo medido pela durao da

    passa)em de areia fina dum recipiente para o outro.

    A ampulheta ainda hoje empre)ada para "erificar apro0imadamente a durao duma con"ersa telefnica,da cozedura de o"os, etc.

    3. OS RELGIOS

    A in"eno do escape de roda de reecontro e do re)ulador de balanceiro *foliot, por "olta de sculo 456,

    permitiu aplicar aos aparelhos hor(rios um mo"imento peridico uniforme *fi). 7.

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    !emos aqui o tipo do primeiro rel)io no qual no aparece seno o ponteiro das horas para indicar os

    diferentes momentos do dia.

    !inha, contudo, j(, mas sob uma outra forma, mais sum(ria, os mesmos r)os que se encontram hoje nosrel)ios de p8ndulo modernos.

    A simplicidade da construo permite distin)uir nele os r)os por forma mais f(cil, e compreende-los.

    A/ se encontram9O motor :, em cujo tambor se enrola a corda li)ada ao peso-motor A.

    A roda)em contadora, com as rodas ; e

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    re)ulador. O foliot *substituido hoje pelo p8ndulo constitu/do pela lamina $ sobre a qual esto fi0adas, ai)ual distancia do ei0o, as massas m, cujo afastamento, mais ou menos pronunciado, re)ula"a a durao dosmo"imentos oscilantes e, consequentemente, a marcha do rel)io.

    O ei0o quadrado p, solid(rio do carrete r, ser"e para enrolar a corda do peso-motor, por aco do carretesobre uma roda ajustada li"remente no ei0o do tambor, e pro"ida dum lin)uete *dissimulado no tambor, deforma a s permitir a rotao no sentido do enrolamento da corda.

    'erca do ano ?@, )raas & descoberta, por ;alileu, das leis que re)em as oscilaes pendulares, op8ndulo substituiu "antajosamente o balanceiro, e constituiu, desde ento at aos nossos dias, o r)ore)ulador )eralmente mais aplicado em todos os )randes rel)ios mecBnicos.

    As e0peri8ncias, resultantes da aplicao do p8ndulo aos rel)ios, deram ori)em a diferentes tipos dep8ndulos. A C parte deste curso de relojoaria *re)ulao dar( todas as indicaes a este respeito.

    4. OS RELGIOS DE USO PESSOAL

    Os primeiros rel)ios deste tipo parece terem sido construidos por "olta de ?7. No tinham seno o

    ponteiro das horas e eram de forma esfrica ou "oide. Os rel)ios com ponteiros das horas e dos minutoss apareceram por "olta de ?D.

    Na #uia o fabrico de rel)ios de uso pessoal comeou em ;enebra por meados do sculo 456. %anielEeanrichard introduziu-o depois no Eura #uio, onde te"e um r(pido e )rande desen"ol"imento. !emos duasespcies destes rel)ios9

    Os rel)ios simples, que indicam as horas, os minutos e os se)undos. 6ncluem-se aqui, ainda, os rel)iosautom(ticos.

    O rel)io simples formado pela cai0a, platina, pontes, mecanismo de dar corda e acertar, motor,roda)ens, escape e re)ulador.

    1ara os rel)ios autom(ticos, h( que acrescentar o mecanismo pre"isto para o efeito.

    Os rel)ios complicados, que alm dos r)os dos rel)io simples, t8m dispositi"os mecBnicos quepermitem indicar ainda o calend(rio, simples ou perptuo, as fases da lua e mais al)umas indicaesrelati"as & astronomia. !ambm aqui se encontram os rel)ios com campainhas, incluindo os despertadores,cron)rafos simples, cron)rafos contadores e cron)rafos de recuperao.

    Os contadores, utilizados na indFstria e no desporto, so destinados a medir com preciso temposrelati"amente curtos.

    %(-se o nome de cronmetro a todo o rel)io, simples ou complicado, que obtenha um certificadooficial nos departamentos #uios de "erificao ou nos obser"atrios cronomtricos reconhecidos.

    Os rel)ios elctricos e electrnicos, apresentam uma fonte de ener)ia elctrica e certos dispositi"osde manuteno do sistema re)ulador, que sero tratados noutra parte deste curso.

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    1ara sistematizar o estudo do GH$I;6O JH'KN6'O #6J1$H#, di"idimo-lo em IG;KO#. Hntendendopor OG;KO um conjunto de peas que desempenha uma funo determinada.

    A +ON!H %H HNHG;6A mecBnica a corda, que com o tambor forma o IG;KO JO!OG.

    As GO%A;HN# desempenham ao mesmo tempo as funes de IG;KO !GAN#J6##OG e 'ON!A%OG,pois alm de transmitirem ener)ia, contam o numero de "oltas que cada roda de"e dar.

    1or H0e.--Hnquanto a roda de centro d( uma "olta, a roda de se)undos tem de fazer e0actamente @

    "oltas.. O H#'A1H faz a funo de IG;KO %6#!G6:L6%OG, transformando o mo"imento rotati"o emimpulsos que depois distribuiu a inter"alos re)ulares.

    O sistema :A$ANMO-H#16GA$ desempenha a funo de O#'6$A%OG, j( que o seu mo"imentooscilatrio que mede o tempo, di"idindo-o em fraces muito pequenas e i)uais. 'omo ele que re)ula ofuncionamento de todo o rel)io, tambm chamado IG;KO GH;L$A%OG.

    O JH'AN6#JO %H %AG 'OG%A H A'HG!AG ser"e para realimentar a fonte de ener)ia e para corri)iro sistema de indicao.

    O IG;KO 6N%6'A%OG do tempo, neste caso, composto por um mostrador e ponteiros, recebendo por

    isso a classificao de ANA$I;6'O.

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    A fi). @ apresenta uma "ariante, entre muitas outras, o mecanismo, no seu conjunto, tem o ei0o de dar corda*ti)e sobre o qual est( ajustado, por meio de um quadrado, e podendo deslizar li"remente, o carretecorredio.

    A transmisso ao motor ou aos ponteiros, obtm-se pela deslocao do carrete corredio sobre o ei0o de darcorda, )raas a uma combinao de ala"ancas e de planos inclinados que entram em aco desde que seactue a0ialmente sobre o ei0o de dar corda.

    1ara o acerto do rel)io, o ei0o respecti"o pu0ado para o e0terior da cai0a= para dar corda, o ei0o empurrado para o interior.

    O tirante, uma das e0tremidades do qual est( metida numa )ar)anta feita no ei0o de dar corda, a principalala"anca de aco que produz o deslocamento do carrete corredio. O tirante actua por seu turno sobre umaoutra ala"anca chamada b(scula, cuja e0tremidade, de forma apropriada, est( metida na )ar)anta praticadano carrete corredio.

    uando se d( corda ou quando se acerta o rel)io, a estabilidade dos r)os )arantida pela aco da molasaltadora *mola de tiranteque, na maior parte dos casos, desempenha tambm a funo de ponte que cobre a

    roda)em de acerto do rel)io.

    O carrete corredio est( acoplado ao carrete de dar corda por meio de dentes :r)uet. %o lado oposto, a suaface tem dentes feitos para en)renar no carrete intermedi(rio e transmitir, assim, o mo"imento aos ponteiros

    por meio da roda)em de minuteria.

    A fi). D mostra bem a posio dos r)os que transmitem o mo"imento no mecanismo de adr corda eacertar o rel)io.

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    H0iste, por outro lado, para rel)ios baratos, em que o rochet se no "8 do lado do mo"imento, mas est(colocado sob o tambor, alojado na platina, um tipo de mecanismo de dar corda e de acertar chamdo de

    b(scula. No e0iste carrete corredio e o acrrete de dar corda actua sobre uma roda de coroa & qual esto

    acoplados dois carretes intermedi(rios, estando a roda de coroa e estes carretes ajustados li"remente nab(scula, a qual )ira em torno do mesmo ei0o que a roda de coroa..

    #ob a aco dum tirante, esta b(scula pode ser orientada por forma a que um dos carretes intermedi(riosactue quer sobre o rochet de tambor quer sobre a roda)em de minuteria.

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    O tambor, que possui o dentado tem um entalhe circular no qual se "ai fi0ar a tampa. O tambor forma, assim,uma cai0a cil/ndrica fechada onde est( a corda.

    O tambor )ira sobre a respecti"a (r"ore a qual tem, numa das suas e0tremidades, um quadrado onde seajusta o rochet. A corda enrola-se na parte mais )rossa da (r"ore, chamada RbondeR, que tem um )ancho eest( feita de forma que a corda se possa enrolar correctamente.

    $. A CORDA E AS !RIDAS

    A corda uma lon)a lamina de ao ou de li)a enrolada em forma se espiral de Arqu/medes, ou de espiralin"ertida. %e"e ser de boa qualidade. A e0tremidade interior chama-se o olhal.

    Hste Fltimo possui uma abertura rectan)ular, o furo, cuja lar)ura um tero da altura da lamina e quepermite prender a corda & RbondeR.

    A parte e0terior da corda possui uma brida que permite se)ur(-la & parede interior do tambor. Hm )eral formada por uma lamina curta cra"ada.

    A fim de melhorar o desenrolamento da corda, conceberam-se bridas que podem ter uma ou duas partessalientes que se prendem no fundo do tambor e na tampa. Hlas no ficam, como na brida simples, apoiadascontra a parede interior do tambor, mas encontram-se colocadas entre a primeira e a se)unda "olta a partir dotambor. Lma brida assim concebida, li)eiramente arqueada, actua contra as "oltas interiores e fa"orece umenrolamento mais conc8ntrico da corda, a fi). ? ilustra al)uns tipos destas bridas.

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    Nos rel)ios autom(ticos, empre)a-se a brida deslizante= a parede interior do tambor no tem )ancho e lisaem toda a sua e0tenso.

    A e0tremidade da corda est( presa ou cra"ada numa brida que ocupa no interior do tambor um pouco maisde uma "olta. No momento em que a corda atin)e o m(0imo de armao, uma parte da brida destaca-se da

    parede interior e a superf/cie de atrito diminui= produz-se, ento um li)eiro escorre)amento da brida, a cordaafrou0a e simultaneamente a brida abre-se de no"o para retomar a sua posio de frico m(0ima e manter a

    tenso da corda. %esta forma no se pode produzir uma sobretenso prejudicial capaz de fazer com que acorda parta ou o balano rebata.

    1ara que a corda trabalhe em boas condies, necess(rio que as espiras sejam en)ra0adas= no basta olear,porque a presso das laminas e0pulsa o leo e elas acabam por friccionar em seco umas contra as outras, oque produziria )ripa)em e uma diminuio sens/"el do rendimento.

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    1%. DIMENSES DA CORDA

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    11. AS RODAGENS

    1or um lado, a ener)ia da corda transmitida ao escape e, por outro lado, o mo"imento trnasmite-se aosponteiros por tr8s roda)ens distintas, que so9

    A roda)em do tempo qie compreende o tambor e o carrete de centro. dela que dependea durao demarcha do rel)io, que determinada pelo numero de "oltas de desen"ol"imento da corda e a relaoe0istente entre o numero de dentes do tambor e o numero de dentes do carrete de centro, o qual d( uma "oltanuma hora.

    A roda)em contadora que constituida por9

    roda de centro roda mdia e seu carrete roda de se)undos e o seu carrete carrete de escape

    'omo o seu nome indica, ela de"e contar os nFmeros de "oltas de maneira a que o carrete de se)undos, por

    e0emplo, e0ecute @ "oltas enquanto a roda de centro d( uma "olta, ou ainda, enquanto a roda de escapee0ecuta o numero de "oltas determinadas pelo numero de alternBncias por hora do r)o re)ulador. A fi). ??representa as roda)ens de tempo e contadora reunidas.

    A roda)em da minuteria que composta por9

    carrete de minutos *chausse ajustado no ei0o de centro e que le"a o ponteiro de minutos

    roda de minuteria e o seu carrete

    roda de horas, que le"a o ponteiro das horas

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    12. NOTAS SO!RE O C&LCULO DAS RODAGENS

    '(lculo do nFmero de "oltas num trem de en)rena)em

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    13. C&LCULO DO N'MERO DE ALTERN(NCIAS POR HORA

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    14. OS DENTES DAS ENGRENAGENS

    A transmisso por en)rena)ens nos rel)ios impe-se por duas razes fundamentais9 ?-- No se de"e produzir qualquer escorre)amento= -- Os nFmeros de "oltas das rodas de"em ser matematicamente e0actos. Ora, s o empre)o deen)rena)ens pode )arantir uma relao constante na transmisso do mo"imento.

    'onsideremos duas rodas que en)renam uma na outra *fi). ?. Notamos, primeiro, duas circunfer8nciastan)entes na linha dos centros, at certo ponto, dois cilindros que se arrastam por simples ader8ncia. 6storepresenta, em teoria de en)rena)em, as circunfer8ncias primiti"as. A fim de e"itar qualquer escorre)amentoima)inou-se criar no e0terior das circunfer8ncias, sali8ncias denominadas o)i"as, e, para o interior,reentrBncias denominadas ca"idade do dente, nas quais penetra, as o)i"as durante a transmisso domo"imento.

    O arco de circulo, tirado na circunfer8ncia primiti"a, que "ai dum ponto dum dente ao ponto an(lo)o dodente se)uinte, representa o passo da en)rena)em que de"e necessariamente ser o mesmo para duas rodasque en)renam uma na outra.

    Na en)rena)em de relojoaria, a lar)ura do dente da roda ocupa metade do passo= a do carrete equi"ale a umtero desse passo, para carretes de @ a ?, e S7 para os de ? ou mais. +ica, portanto, uma fol)a de ?S@ ou,e"entualmente, ?S? do passo, necess(ria para fazer face &s tolerBncias de fabrico e )arantir, assim, umacompleta liberdade dos r)os de transmisso.

    No basta que os passos sejam id8nticos nas duas peas= o perfil dos dentes de primordial importBnciatambm. Hm relojoaria adopta-se, duma maneira )eral, o dentado epicicloidal.

    A o)i"a do dente da roda toma contacto com o flanco de dente do carrete *fi). ?3. Hste Fltimo formadopor uma recta que "isa o centro do carrete e constitui a parte principal do perfil do dente. Hste comporta,

    i)ualmente, uma o)i"a, mas apenas uma /nfima parte da sua base entra em contacto com o dente da roda,porque a impulso efectua-se, na maior parte, depois da linha dos centros. Geconhece-se, imediatamente, quanto menor a deformao de qualquer dos perfis pode contrariar atransmisso de ener)ia.

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    Lm perfil de dentes pode parecer perfeito e dar, contudo, uma transmisso med/ocre pelo simples facto de osdiBmetros totais das rodas ou carretes ultrapassarem as tolerBncias admitidas e, em "irtude da penetraoirre)ular da roda no carrete, o perfil no fica no seu lu)ar9 est( na realidade, deformado. 1or isso, o simplesfacto de se "erificar que uma simples fol)a de en)rena)em est( normal, no si)nifica que a fora transmitidaseja satisfatria. 1or outro lado, a fidelidade dos perfis no a Fnica determinante9 tambm necess(rio quea penetrao da roda no carrete seja correcta.

    H0iste um meio pr(tico e simples de "erificar a transmisso de uma en)rena)em. Hstando a roda e o carretecolocados normalmente entre a platina e as ponte, basta criar uma resist8ncia no carrete apoiando ae0tremidade dum palito de madeira no pi"ot do dito carrete e pro"ocar a rotao da roda actuandoi)ualmente com a ponta dum outro palito de madeira contra um dos braos da roda. A en)rena)em satisfatria se se no notarem "ariaes de resist8ncia quando das passa)ens sucessi"as

    dos dentes.

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    15. O MDULO

    16 . OS "PIVOTS"

    !odos os r)os dos rel)io, transmissores ou receptores, so constitu/dos, no sentido mecBnico, pr (r"oes,tendo cada uma delas um dos elementos que desempenham funes determinadas.

    Hssas (r"ores so representadas, ordenadamente, por9 (r"ore de tambor, carrete de centro, carrete mdio,carrete de se)undos, carrete de escape, ei0o de Bncora, ei0o de balano. #o de considerar, ainda, outras(r"ores se se tratar de rel)ios autom(ticos, rel)ios despertadores, etc.

    !odas as (r"ores )iram li"remente em chumaceiras com um m/nimo de fol)a. %(-se o nome de pi"ot & parte da (r"ore, do carrete ou do ei0o que penetra na chumaceira. Os pi"otsapresentam-se sob duas formas distintas9

    ?T--pi"ot recto *fi). ?7

    T--pi"ot cnico *fi). ?@

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    O pi"ot recto aplicado em todos os carretes da roda)em, assim como no ei0o da Bncora. O ei0o do balano,pelo contr(rio, *e al)umas "ezes, tambm, o ei0o da Bncora e o carrete do escape determinado, nas suase0tremidades, por um pi"ot cnico. Hsta Fltima desi)nao , na realidade, imprpria porque o pi"ot, em simesmo, de"e ser perfeitamente cil/ndrico= a li)ao dele com o ei0o que tem a forma cnica.

    A operao de tornear estes pi"ots ou os seus ei0os, com medidas determinadas por calibre, chamadatorneamento dos pi"ots *pi"ota)e.

    Hste torneamento constituiu, durante muito tempo, uma profisso9 a de torneiro de pi"ots *pi"oteur, quetornea"a esses carretes ou os ei0os, com um buril de mo. Hste of/cio est( hoje reser"ado apenas a al)unsespecialistas, aos quais se recorre para obter prottipos ou estudos tcnicos.

    O automatismo permite e0ecutar em )rande escala, com uma preciso not("el, por meio de m(quinas detornear e polir, os trabalhos reser"ados anteriormente aos torneiros de pi"ots. O reparador tambm de"e ter boas noes de torneamento de pi"ots para estar em condies de proceder aretoques sobre peas que no correspondam e0actamente ao carrete ou ao ei0o que de"e ser substitu/do. !odas estas peas so, naturalmente, temperadas, e re"enidas. Os pi"ots so polidos por meio dum brunidor

    ou dum rebUlo de substBncia de )rande dureza. O reparador pode ter necessidade de diminuir o diBmetrodum pi"ot. !er( de recorrer ao torno de pi"ots e ao brunidor manual. Hscolher-se-(, no fuso do torno, oencai0e que corresponda ao diBmetro do pi"ot porque, torneando num encai0e muito pequeno, o pi"ot noser( cil/ndrico, mas cnico, o que preciso e"itar.

    1. AS PEDRAS

    No cap/tulo anterior dissemos que as diferentes peas m"eis do rel)io )iram em chumaceiras. A (r"ore detambor )ira directamente na platina e na ponte. uanto &s outras peas m"eis h( "arias, de entre elas,mesmo todas nos rel)ios de qualidade., que )iram em chumaceiras cra"adas, feitas de pedras sintticas, de

    bronze de ber/lio ou de lato.

    Hm relojoaria d(-se o nome de pedras *jeVels &s chumaceiras de pedra sinttica. #o diferentes, conformese destinam ao pi"ot recto ou ao pi"ot cnico. #o minuciosamente polidas, incluindo o furo, com e0cepoda parte cil/ndrica e0terior. No caso do pi"ot recto, a pedra apresenta uma superf/cie plana do lado do

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    ajustamento do pi"ot *fi). ?7. !ambm plana a outra face, mas apresenta um bisel que fa"orece acra"ao. !em tambm, uma ca"idade para receber uma )ota de leo que ser"ir( de lubrificante.

    1ara o pi"ot cnico a chumaceira completada por uma se)unda pedra, plana do lado do pi"ot *fi). ?@. naturalmente tambm minuciosamente polida, e a sua superf/cie plana ser"e de apoio & e0tremidadearredondada do pi"ot.

    A prpria pedra bombeada do lado do contra-pi"ot e cra"ada por forma tal que fica um pequeno espao asepara a pedra do contra-pi"ot dei0ando assim um lu)ar reser"ado para o leo que ser( atra/do porcapilaridade, da ca"idade inferior na qual se introduz o lubrificante. O furo no cil/ndrico mas abaulado,com o fim de diminuir a superf/cie de atrito e de fa"orecer a penetrao do lubrificante, dando assim umamaior liberdade de mo"imento, condio particularmente e0i)ida para o ei0o do balano.

    Na fi). ?D "emos uma pedra de roda)em, e na fi). ?W uma pedra do balano, ambas cra"adas num en)aste.

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    A matria prima do rubi sinttico o 0ido de alum/nio ou alumina cristalizada *Al O, & qual se junta umapequen/ssima percenta)em de 0ido de cromo para lhe dar o caracter/stico tom a"ermelhado.

    Gesumo das propriedades do rubi e suas "anta)ens em relojoaria

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    CURSO DE RELOJOARIA

    II PARTE

    CAPTULOS

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    1#. O ESCAPE

    O escape, nos rel)ios de parede como nos de uso pessoal, o r)o, colocado entre a roda)em e ore)ulador. 'omo o seu nome indica, esse r)o dei0a escapar uma quantidade m/nima de ener)ia que

    pro"m do r)o motor, e que transmitida ao re)ulador sob forma de impulso e com o fim de manter omo"imento oscilante deste ultimo.

    O escape de Bncora O escape de Bncora, tipo Bncora su/a, o que mais frequentemente se encontra *fi). .

    'ompe-se de9

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    ? - roda A conduzida pelo carrete de escape. - Bncora propriamente dita : que forma um todo com a forquilha. - o plateau ' cra"ado no ei0o de balano.

    A roda de escape tem )eralmente ?7 dentes cuja forma est( representada na fi). ?. O ponto a o canto dodente, as linhas ab e ac representam respecti"amente o plano de repouso e o plano de impulso do dente.

    A Bncora *fi). , formada por duas ala"ancas entalhadas, e nas quais se ajustam as Rle"esR tambmchamadas palhetas.

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    Os lados ab representam as superf/cies de repouso sendo os lados ac de impulso. A palheta H chamadade entrada= a palheta # a de sa/da.

    No lado oposto ao das palhetas da Bncora termina por uma forquilha li)ada ao corpo da Bncora por uma"areta.

    A forquilha *fi). e compreende9

    A entrada, na qual a ca"ilha do plateau se introduz para operar o desprendimento e receber a impulso.

    As hastes que se "o encostar & ca"ilha do plateau no caso de o rel)io sofrer um choque, no momento emque essa ca"ilha "ai penetrar ou sair da entrada. *fi). 3.

    O dardo, constitu/do por uma ca"ilha cra"ada num cubo solid(rio da forquilha *fi). , e que tem por fime"itar que o dente da roda penetre no plano de impulso da palheta em caso de choque do rel)io, porque ae0tremidade do dardo limita a deslocao e "em encostar ao plateau pequeno. *fi). 7.

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    O duplo disco ou RplateauR *fi). @, formado por dois discos sobrepostos e li)ados por meio dum canho,estando o todo cra"ado sobre o ajustamento inferior do ei0o de balano.

    O disco superior A, chamado plateau )rande, le"a a ca"ilha do plateau '. Nos primeiros escapes, ela era deforma el/ptica *fi). D= no fabrico actual, tem um perfil de meia lua *fi). W. O disco inferior :, chamadode plateau pequeno, o r)o de se)urana contra o qual "em bater o dardo em caso de choque do rel)io*fi). P.

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    As hastes e o dardo t8m por fim impedir a in"erso do escape, isto , a a passa)em irre)ular da forquilhadum perno de limitao ao outro durante o arco de oscilao suplementar. A fi). d( uma ideia precisa dain"erso quando a forquilha no est( munida de dardo. Na sua oscilao de retorno a ca"ilha do plateau "em

    bater atr(s da haste e pro"oca a para)em do rel)io.

    O mo"imento an)ular da Bncora limitado por dois pernos ou paredes de limitao contra as quais aforquilha se "ai apoiar.

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    1$. A RETEN*+O

    %epois de se dar a impulso de toda a necessidade que r)o re)ulador possa e0ecutar a sua oscilaofora de um qualquer contacto com o dardo ou hastes. 1ara isso deu-se &s duas palhetas uma inclinao talque a presso do dente contra o plano de repouso tende a fazer penetrar a palheta na roda, o que obri)a aforquilha a permanecer apoiada contra o perno de limitao.

    As fi)s. ? e do, para as palhetas de entrada e sa/da, Bn)ulos de reteno :A' que "ariam entre ? e ?7)raus.

    #e os planos de repouso coincidissem com a linha :A, *fi). , no ha"eria reteno porque o

    prolon)amento de :A passaria pelo centro da roda e, por consequ8ncia, a inclinao da palheta seria nula.

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    2%. O RECUO

    O recuo o Bn)ulo retr)rado que a roda obri)ada a percorrer durante o desprendimento da Bncora por"irtude do Bn)ulo de reteno aplicado & palheta.

    A fi). 3 mostra-nos a posio da palheta na sua penetrao total na roda. * Os Bn)ulos de penetrao ereteno esto e0a)erados para tornar o recuo mais "is/"el .

    #e se pudessem colocar duas pontas, uma no repouso A, outra na aresta :, essas pontas traariam= duranteo mo"imento circular da Bncora, os dois arcos de circulo o AAXe ::Y Nota-se que no fim dodesprendimento da Bncora, isto , quando o ponto A da roda coincidir com o ponto : da palheta, a roda ter(e0ecutado um recuo correspondente & parte tracejada.

    O recuo da roda depende, portanto, do Bn)ulo de penetrao total da palheta, assim como do Bn)ulo dereteno, isto , o aumento de um ou dos dois Bn)ulos acima referidos pro"oca automaticamente, um recuomais acentuado.

    21. (NGULOS PERCORRIDOS POR CADA UM DOS RG+OS

    O recuo na roda, assim como o desprendimento na Bncora, so percorridos desde o momento em que o cantodo dente da roda dei0a o seu ponto de apoio contra o plano de repouso da palheta * fi). 7, at ao momentoem que o referido canto do dente che)a ao contacto da aresta formada pela interseco dos planos de repousoe de impulso da palheta *fi). @.

    O desprendimento do balano percorrido desde o momento em que a ca"ilha do plateau entra em contacto

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    com o lado da entrada da forquilha *fi). 7, at ao momento em que o canto do dente da roda che)a aocontacto com a aresta formada pela interseco dos planos de repouso e de impulso da palheta *f). @.

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    A impulso, no balano, percorrida desde o momento em que o outro lado da entrada da forquilha entra emcontacto com a ca"ilha do RplateauR, *fi). P at ao fim do contacto do dente da roda com o plano deimpulso da palheta *fi). 3.

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    A queda, na roda, e0ecuta-se a partir do momento em que um dente dei0a o plano de impulso duma daspalhetas *fi). 3 at ao momento em que o canto dum outro dente correspondente "em encostar-se ao planode repouso da outra palheta *fi) 3?

    O caminho perdido, na Bncora, e0ecuta-se desde o momento em que o dente da roda toca o plano derepouso duma das palhetas *fi). 3? at ao momento em que a forquilha se "ai apoiar contra o perno delimitao *fi). 3.

    O arco de oscilao suplementar, do balano, percorrido no seu mo"imento de "ai"m enquanto um dosdentes da roda permanece parado contra o plano de repouso da palheta.

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    22. VALOR DOS (NGULOS PERCORRIDOS

    Os Bn)ulos percorridos pelas diferentes peas, "ariam conforme a qualidade e o tamanho das mesmas. 1araas rodas de ?7 dentes, o caminho percorrido durante uma funo ser( de9

    @T ------------- Z ?T 0 ?7

    Nestes ? )raus esto compreendidos a impulso e a queda. 1ara uma roda de qualidade superior, isto [,com tolerBncias de fabrico mais apertadas, a queda, que representa, na "erdade, uma se)urana para e"itarqualquer emperramento dos dentes da roda entre as palhetas, ser( de ? a ??ST.

    #er( de ??S a T para rodas de fabrico em )randes sries. !omado em considerao o "alor da queda resta, para a impulso, ? a ??T, conforme a qualidade defabrico.

    O Bn)ulo total do trabalho da Bncora com a roda, "aria conforme o tamanho da Bncora= f(cil reconhecerque para um mesmo "alor de Bn)ulo de penetrao da palheta na roda, a penetrao da dita palheta,conhecida pelo nome de Bn)ulo de repouso diminui & medida que a Bncora se torna mais pequena.

    O Bn)ulo total de trabalho da Bncora de ?T para rel)ios de )rande formato= pode ir at ?3T para rel)iosde pequeno formato. O Bn)ulo de repouso "aria, portanto, de ? a T.

    O Bn)ulo de impulso, por seu lado, "aria entre W?S a ??T.

    O caminho perdido, que no mais que uma se)urana, de ?S3 a ?ST.

    O Bn)ulo total de trabalho do balano *Bn)ulo percorrido pela ca"ilha de RplateauR durante o contacto coma entrada da forquilha a 3 "ezes maior do que o da Bncora e pode "ariar entre e 37T. 6sto equi"ale adizer que o raio tirado do centro do balano para o bordo e0terior da ca"ilha do RplateauR, a 3 "ezesmenor que o comprimento da forquilha, tomado desde o ponto em que )ira, at ao contacto da sua entradacom a ca"ilha do RplateauR.

    O Bn)ulo de desprendimento poder( "ariar entre 7 e ?T e o Bn)ulo de impulso entre 7 e 7T, conforme otamanho das peas.

    23. OS CHO,UES

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    %urante o ciclo completo duma funo do escape, produzem-se 7 choques.

    ?T choque--'ontacto da ca"ilha do RplateauR contra a entrada da forquilha *fi). 3

    T choque--'ontacto do dente da roda contra o plano de impulso da palheta *fi). 33 Hste choque resulta do facto de, por "irtude da sua inrcia, a roda descolar li)eiramente da palheta no seumo"imento de recuo *fi). 37 e, quando retoma o seu mo"imento para a frente, cai sobre o plano de impulso

    da palheta *fi). 33. Hste pequeno recuo suplementar, chama-se recuo mecBnico. * O efeito est( e0a)erado na fi)ura, apenaspara facilitar a compreenso= no , na realidade seno de ?S3T. !oda"ia e0iste.

    T choque--Outro lado da entrada da forquilha contra a ca"ilha do plateau *fi). 3@.

    3T choque--%ente da roda contra o plano de repouso da palheta *fi). 3D

    7T choque--+orquilha contra perno de limitao *fi). 3W.

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    24 . A IN-LUNCIA DO ESCAPE NA DURA*+O DE OSCILA*+O

    A fi). 3P representa a ca"ilha do plateau e a Bncora no in/cio do desprendimento, enquanto que a fi). 7representa o fim.

    %urante este per/odo a fora do espiral de"e "encer a resist8ncia que oferece a Bncora a desprender-se por"irtude da sua inrcia, assim como a da roda para efectuar o seu mo"imento de recuo. Hstas duas resist8nciasacumuladas, actuando antes do ponto morto *fi). 7? amortecem a oscilao e criam atraso *arco A:, fi).7.

    O percurso indicado entre as posies da fi). 7 & fi). 7? representa a parte de impulso antes do pontomorto. 'omo esta fora se junta & do espiral, acelera a "elocidade do balano e pro"oca a"ano *arco :',fi). 7.

    Nestas fi)uras 7? e 7 a impulso depois do ponto morto, fora que tem tend8ncia a prolon)ar o arco deoscilao suplementar e pro"oca assim atraso *arco '%, fi). 7.

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    %o e0ame da fi). 7 "erifica-se que os arcos de atraso A: \ '% predominam sobre o arco de a"ano :' eque, em definiti"o, o escape pro"oca um atraso. A influ8ncia deste Fltimo ser( diminu/da, at certo ponto,empre)ando a roda e a Bncora o mais le"es poss/"el, e pela reduo, dentro dos limites admiss/"eis, dosBn)ulos de repouso e de reteno.

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    25. -OLGA DAS HASTES

    1ara asse)urar a liberdade ao balano durante o arco de oscilao suplementar, necess(rio um espao entrea haste e a ca"ilha do plateau.'hama-se fol)a da haste, o Bn)ulo percorrido acidentalmente pela Bncora desde a posio da forquilhaapoiada ao perno, at ao contacto da haste contra a ca"ilha do plateau.

    Hsta fol)a de"e ser inferior ao Bn)ulo de penetrao total da Bncora *repouso e caminho perdido reunidos.

    A fi). 73 representa o dente em repouso sobre a palheta de sa/da, a forquilha apoiada contra o perno e ahaste distante da ca"ilha.

    A fi). 77 mostra a haste apoiada na ca"ilha. A fol)a normal "isto o dente da roda estar ainda sobre asuperf/cie de repouso da palheta.

    A fi). 7@ temos uma fol)a da haste muito forte, o que si)nifica que o Bn)ulo percorrido neste instante pela

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    forquilha, maior que o Bn)ulo de penetrao total da palheta.

    A forquilha j( no pode "oltar ao perno porque o dente penetrou no plano de impulso da palheta. 1roduz-se ento um atrito da ca"ilha contra a haste, destruindo-se assim, a liberdade do balano.

    A fol)a da haste , em suma, uma se)urana e de"e ser to fraca quanto poss/"el no sentido da entrada daforquilha. %e"e aumentar pro)ressi"amente & medida que se apro0ima da e0tremidade da haste, mas sem

    nunca atin)ir o "alor do Bn)ulo de penetrao total da Bncora na roda.

    A fi). 7D mostra precisamente o caso duma fol)a muito fraca na e0tremidade da haste e tambm inferior &fol)a do dardo. 1or "irtude dum choque no rel)io, imediatamente antes do desprendimento do balano, aca"ilha do RplateauR "em bater contra as costas da haste.

    A fi). 7W representa o resultado pernicioso e inadmiss/"el das haste como poderiam ser RarranjadasR por umreparador no iniciado. 1or "irtude de uma fol)a e0a)erada no canto de entrada da forquilha, o dente da roda

    penetrou sobre o plano de impulso da palheta.

    A forquilha normal de"e ser direita, a entrada e as hastes simtricas em relao ao ei0o da "areta. ,portanto, recomend("el no empre)ar artif/cios de correco que poderiam le"ar a forquilha a ficar como arepresenta a fi). 7P.

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    26. -OLGA DO DARDO

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    1ara asse)urar a liberdade do balano durante o arco de oscilao suplementar, de"e e0istir um espao entreo dardo e o bordo do plateau pequeno.

    %(-se o nome de fol)a do dardo ou fol)a do plateau ao Bn)ulo percorrido acidentalmente pela Bncora desdea posio da forquilha apoiada contra o perno, at ao contacto do dardo contra o RplateauR pequeno.

    As fi)s. @ e @? representam as duas posies que acabam de ser defenidas. Hsta fol)a de"e ser inferior ao

    Bn)ulo de penetrao da palheta na roda e inferior, tambm, & fol)a na e0tremidade da haste.

    A fi). @ mostra o caso duma fol)a do dardo muito )rande. O dente da roda penetrou no plano de impulsoda palheta.

    2. POSI*+O DAS HASTE EM RELA*+O AO DARDO E AO PE,UENO "PLATEAU"

    %issemos j(, quando da definio da forquilha, que o dardo e as hastes tinham por fim impedir a in"erso.

    1ara que a forquilha possa passar li"remente dum perno ao outro, durante o desprendimento e a impulso, preciso entalhar o plateau pequeno. A ranhura de"e ser suficientemente lar)a para asse)urar a passa)em daponta do dardo. Apresenta-se, assim, um percurso do balano durante o qual o dardo no pode ser retido peloplateau pequeno.

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    2#. PARAGEM SO!RE O PLANO DE IMPULS+O E SO!RE O PLANO DE REPOUSO

    %urante o funcionamento do escape esto em presena duas foras9 ?. A fora motriz, que actua durante a impulso. . A fora do espiral, que actua durante o desprendimento

    Os braos de ala"anca e os planos inclinados, que entram em aco no trabalho do escape, de"em ser taisque o desprendimento e a impulso possam fazer-se sem descontinuidade a partir do instante em que a cordaest( enrolada com a sua pot8ncia normal. 1or outras pala"ras, o balano no de"e poder parar, por meio dum

    palito de madeira ou dum pincel, no fim da impulso *fi). @3, ou ainda no fim do desprendimento chamadopara)em sobre o plano de repouso *fi). @7. uando se apresenta este defeito diz-se que h( para)em nodedo.

    !endo em considerao a teoria dos braos das ala"ancas, reconhece-se que uma forquilha mais compridaassociada a um plano mais pequeno, aumentam o risco de para)em de impulso, porque necess(rio "encer

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    a resist8ncia do espiral actuando sobre um brao de ala"anca mais curto *plateau muito pequeno. Hsta mesmo forquilha, com este mesmo plateau diminuiriam, pelo cont(rio, os riscos duma para)em sobreo plano de repouso "isto a forquilha, representando um brao de ala"anca mais comprido, oferecer menorresist8ncia & aco do espiral para efectuar o desprendimento.

    As relaes de )randeza, entre a forquilha e o plateau, so determinadas e estabelecidas da melhor forma nafabricao e, como natural, o reparador no tem que inter"ir nelas.

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    1ara a para)em sobre o plano de impulso9 ?. +ora motriz muito fraca ou diminu/da por m(s en)rena)ens, ou ainda por falta de liberdade das peasm"eis= . #uperf/cie de impulso mal polidas= . +alta de liberdade da ca"ilha de plateau na entrada da forquilha= 3. $ados da entrada ru)osos= 7. ;rande quantidade de leo, sua aus8ncia ou sua m( qualidade *espessamento ou seca)em=

    @. J( colocao na refer8ncia *co0o. No ponto morto, a ca"ilha do plateau e a forquilha de"em-seencontrar e0actamente sobre o ei0o Bncora-balano *fi). @@.

    1ara a para)em no plano de repouso9

    ?. ]n)ulo de penetrao da palheta na roda muito forte= . ]n)ulo de reteno muito forte= . 1lanos de repouso mal polidos= 3. +alta de liberdade das peas do escape= 7. $ados de entrada ru)osos=

    @. Jau estado dos leos= D. J( colocao na refer8ncia.

    %e"e-se notar que uma m( colocao na refer8ncia acentua os dois defeitos na mesma palheta.

    PR&TICA

    A A-INA*+O DO ESCAPE

    A afinao do escape a soma das operaes e retoques que um relojoeiro de"e efectuar, para asse)uarr obom funcionamento dum escape.

    Jarcha a se)uir9 Asse)urar-se de que a roda)em est( perfeitamente li"re e que a roda de escape tem uma fol)a em altura de a S? de mm. %e"e, tambm, rodar bem conc8ntrica e plana.

    5erificar as pedras do balano e da Bncora. 'olocar no seu lu)ar a Bncora com uma fol)a em altura de a S? mm.

    A repartio9 5erificar a repartio da Bncora com a roda de escape9 preciso que os dentes trabalhem ao meio das

    palhetas *le"[es.

    'olocar no seu lu)ar o balano com uma fol)a em altura de a 3S? mm.

    5erificar a repartio da forquilha com os RplateauR. As hastes de"em tocar o meio da ca"ilha do RplateauR eo dardo de"e estar ao meio do RplateauR pequeno.

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    -OLGA DAS HASTES

    1ara asse)urar a liberdade do balano durante o arco de oscilao suplementar, necess(rio um espao entrea haste e a ca"ilha do plateau.

    A fol)a da haste , portanto, o Bn)ulo percorrido acidentalmente pela forquilha desde at ao contacto dahste contra a ca"ilha do plateau. %e"e ser mais fraca que a penetrao da palheta.

    PR&CTICA9

    5erificar a fol)a da haste em todo o comprimento das duas hastes. %e"e ser um pouco maior nae0tremidade da haste que junto & entrada, mas no ser( um defeito se for re)ular a todo comprimento dahaste. As duas fol)as de haste de"em ser do mesmo tamanho e no de"em ser nem muito )randes nem muito

    pequenas, mas e0actamente adaptadas ao escape.

    -OLGA DO DARDO

    1ara asse)urar a liberdade do balano durante o arco de oscilao suplementar, de"e e0istir um espao entreo dardo e o plateau pequeno. A fol)a do dardo portanto, o Bn)ulo percorrido acidentalmente pela Bncora desde o perno at ao contactodo dardo contra o plateau pequeno.

    A fol)a do dardo de"e ser mais fraca que a da haste na e0tremidade desta para e"itar a paralisao daca"ilha contra a e0tremidade da haste.

    PR&TICA/ 5erificar a fol)a do dardo= de"e ser inferior & da haste. A fol)a do dardo interior de"e ser i)ual & e0terior.

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    VERI-ICA*+O E A-INA*+O DAS PALHETAS

    !erminadas as fol)as das hastes e do dardo, tira-se o balano. 'om o au0/lio de uma ponta de osso ou den/quel que se introduz na entrada, le"a-se a forquilha de um perno ao outro, e0aminando o trabalho dosdentes da roda de escape com as palhetas *impulso, queda, caminho perdido e repouso.

    O dente, ao dei0ar o plano de impulso da palheta, de"e percorrer um Bn)ulo de ?T X antes de outro dente"ir a bater no plano de repouso da outra palheta.

    O dente no de"e prender, nem mesmo hesitar no fim da impulso *fazer uma "olta completa da roda.

    O caminho perdido de"e ser fraco, X o m(0imo.

    Os repousos no de"em ser nem muito )randes nem muito pequenos

    1ara todas estas "erificaes, necess(rio suprimir a fol)a dos Rpi"otsR da Bncora nas pedras impelindo aBncora contra a roda com o au0ilio da ponta, que se introduz na entrada.

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    2$. ESCAPE A (NCORA DE CAVILHAS

    Nos rel)io de bai0o preo, assim como nos despertadores, encontra-se o escape a Bncora de ca"ilhas, feito)eralmente de lato. !al como a Bncora su/a, a Bncora de ca"ilhas um escape li"re.

    A fi). @D mostra-nos o tipo mais particularmente aplicado. A Bncora diz-se de lado quando a linha doscentros, roda-Bncora, forma um Bn)ulo, )eralmente, de PT com a linha dos centros Bncora-balano.

    A fi). @W representa o tipo Bncora direita= os tr8s ei0os roda, Bncora e balano esto na mesma linha recta.

    O plano de impulso est( praticamente repartido, na totalidade, sobre o dente da roda. As palhetas so)eralmente substitu/das por simples ca"ilhas polidas, em ao temperado, cra"adas no corpo da Bncora. 'omesta Fltima faz corpo, tambm, a forquilha que tem, como Bncora su/a, hastes e um dardo.

    No ei0o de balano, encontra-se um dedo que penetra na entrada da forquilha e que substitui a ca"ilha deplateau da Bncora su/a. +inalmente como nesta Fltima, um pequeno plateau entalhado, impede a in"erso. Amaior parte das "ezes, o pequeno plateau no um r)o cra"ado, mas faz parte do corte do ei0o. No h(

    pernos especiais para a forquilha= so as ca"ilhas da Bncora que limitam o caminho percorrido pela mesma,

    que "em bater contra o aro da roda. Os Bn)ulos percorridos pelos tr8s r)os so os mesmos que osapontados para a Bncora su/a.

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    A fi). @P apresenta um traado de escape Bncora de ca"ilhas do qual apontamos as caracter/sticas principais.

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    Hm A e > temos as ca"ilhas de entrada e de sa/da. A linha :H o plano de impulso do dente, a linha :< d(a direco do plano de repouso do dente, com uma inclinao de ?@T relati"amente ao raio que passa pelocanto do dente e que forma o Bn)ulo de reteno, obri)ando a ca"ilha a ficar metida na roda e apoiada contrao aro desta Fltima, enquanto o balano e0ecuta o seu arco de oscilao suplementar.

    O desempenho representa o momento em que o dente acaba de concluir a impulso sobre a palheta desa/da. A ca"ilha de entrada ainda se no apoia no aro da roda e o espao, situa-se entre eles, d( o "alor docaminho perdido, se)urana obri)atria contra as irre)ularidades de fabrico. Outra se)urana ainda, a queda,est( representada entre a ca"ilha de sa/da e o "erso do dente.

    As condies de bom funcionamento a respeito da fol)a da haste e do dardo, so as mesmas que para aBncora su/a, onde a limitao do caminho percorrido feita pela "areta da Bncora que bate contra o aro daroda.

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    3%. O ESCAPE DE CILINDRO

    O escape de cilindro de repouso com atrito, e j( quase se no utiliza actualmente. O reparador, contudo,corre o risco de ter de inter"ir na reparao de um rel)io munido de tal r)o. por isso que damos os seus

    princ/pios fundamentais.

    O escape de cilindro constitu/do pela roda e pelo cilindro. A roda tem )eralmente ?7 dentes que estocolocados num plano sobreposto ao aro e aos braos *fi).D.

    #obre o cilindro est( ajustada uma "irola de lato sobre o qual cra"ado o balano.

    Os dentes t8m um plano de impulso ab *fi). D?.

    O cilindro de ao temperado e entalhado.

    O mo"imento do balano obtido por dois tampes *fi). D? cra"ados e compreendendo cada um deles umajustamento na e0tremidade da qual torneado o pi"ot.

    A fi). D d( em plano a parte acti"a do cilindro com os dentes da roda. Hm cd, temos o plano de impulsosobre o bordo de entrada e em ef, o plano de impulso sobre o bordo de sa/da.

    A fi). D d(, em ele"ao, a posio da roda em relao ao cilindro e & sua ranhura de S3 para a passa)emdos seus braos pequenos, portadores das colunas e dos dentes.

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    A fi). D3 representa um dente que acaba de terminar a impulso sobre o bordo de entrada. Hle e0ecutouuma queda antes de se apoiar contra o repouso do bordo de sa/da. Hssa queda, representada pelo espao li"reentre as costas do dente e o bordo de entrada, no mais do que uma se)urana contra as irre)ularidades defabrico.

    A fi). D7 representa o fim da impulso, do dente sobre o bordo de sa/da, se)uida de queda. o dentese)uinte que "em repousar sobre o bordo de entrada.

    Geportando-nos & fi). D, podemos se)uir as posies sucessi"as do cilindro durante o seu trabalhocompleto. 5erifica-se que, contrariamente ao que se d( com o escape de Bncora, no e0iste desprendimento=no h( seno impulso e queda.

    O escape de cilindro no pode dar resultados de marcha to bons como o escape de Bncora "isto, por umlado, a amplitude fraca e, por outro lado, o balano sofre um atrito cont/nuo do dente da roda contra ocilindro durante o arco de oscilao suplementar.

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    31. DISPOSITIVO AMORTECEDOR DE CHO,UES

    'om o fim de e"itar, no caso de o rel)io sofrer qualquer pancada, que os Rpi"otsR do balano se quebrem,os suportes destes Fltimos so constitu/dos hoje por dispositi"os amortecedores de choques. Hstesdispositi"os oferecem, alm disso, a preciosa "anta)em de admitir, sem risco, Rpi"otsR de menor diBmetrodiminu/ndo assim o atrito, de onde resulta uma melhoria da marcha do rel)io.

    O suporte, propriamente dito, do dispositi"o amortecedor de choques compreende a cl(ssica pedra cur"acom o contra-pi"ot. 'ontudo, em "ez de estar incorporada na platina e no )alo, a pedra est( cra"ada numen)aste m"el no seu suporte mantido na sua posio a0ial pela aco combinada de uma mola e de um

    plano inclinado com forma de cone.

    A chumaceira assim formada repousa, at certo ponto, em apoios pl(sticos e pode se)uir um deslocamentodo ei0o de balano em caso de choque. Hste deslocamento , contudo, limitado pelo contacto de

    ajustamentos do ei0o de balano contra superf/cies que ser"em de limitao.

    O Rpi"otR no est(, portanto, submetido seno a uma resist8ncia el(stica e so os ajustamentos do ei0o quesofrem efecti"amente o choque sem qualquer risco de partir.

    A fi). D@ d(, em plano, e em corte um e0emplo, entre "(rios outros, de um amortecedor de choques. Osuporte ? apresenta um furo central atra"s do qual passa o ajustamento do pi"ot.

    O en)aste no qual est( cra"ada a pedra 3 e o contra-pi"ot 7 est( colocado no alojamento @ formandoassim uma cBmara de leo D, pode deslocar-se a0ial ou radialmente.

    O en)aste reconduzido, no caso de um choque, & sua posio inicial pela mola W. ;raas ao cone P doen)aste, que se apoia no bordo ?, assim como ao contacto, em ??, do en)aste com base interior do suporte,este mantido numa posio est("el e precisa.

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    A mola W, montada por forma se)ura no suporte, apresenta dois ramos ? e ?a en)ancha numa sali8ncia ?formando uma )ar)anta cujo fundo ?3 menor que a e0tremidade ?7. A mola pode, assim, ser articulada,fazendo-se a sua introduo pr"ia pelas entrada ?@ e ?@a.

    A mola mantida em tenso permanente sobre o contra-pi"ot pela introduo dos dois ramos fle0/"eis W nasranhuras pre"istas para tal fim.

    1ara tirar o en)aste, os dois ramos da mola so soltos por meio de um ponteiro ou simplesmente com apina, e depois a mola tirada da sua articulao.

    A fi). DD ilustra o funcionamento do dispositi"o quando se d( um choque radial. A presso do contra-pi"otfaz deslizar o en)aste empedrado sobre o cone de encontro & mola at que o ajustamento do pi"ot de

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    balano, bata na parede do furo de suporte. Neste momento, a presso da mola centra imediatamente oen)aste empedrado.

    A fi). DW mostra o efeito produzido por um choque a0ial. O Rpi"otR le"a o contra-pi"ot at ao momento emque o ajustamento do ei0o do balano toque o fundo e0terior do suporte. O en)aste empedrado se)ue ocontra-pi"ot pela capilaridade do leo. A presso da mola torna a colocar o en)aste empedrado na sua

    posio inicial.

    A posio do en)aste representada na fi). DP ilustra os efeitos de um choque obl/quo. O en)aste est(

    submetido & aco de um mo"imento composto que a resultante dos dois choques radial e a0ial.

    A lubrificao de um dispositi"o amortecedor de choques e0i)e precaues especiais . O espao dese)urana entre o ajustamento e o furo do suporte necessariamente limitado pelas tolerBncias que podeadmitir o funcionamento normal da forquilha com o plateau. preciso, portanto, que nenhuma part/cula deleo seja depositada contra a parede do furo do suporte porque o contacto deste lubrificante com oajustamento diminui a liberdade do ei0o de balano e impede qualquer estabilidade da marcha do rel)io.

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    Hncontram-se nos fornituristas, oleadores apropriados para os dispositi"os amortecedores de choques. #e seno dispuser dessa ferramenta, necess(rio soltar o contra-pi"ot e depositar nele uma )ota de leo, sem o

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    que se torna imposs/"el um re)ulamento preciso.

    A fi). W mostra a e0tremidade do oleador tal como de"e ser introduzido no dispositi"o amortecedor dechoques.

    2.1))MOVIMENTO OSCILATRIO DO ORG+O REGULADOR

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    O or)o re)ulador dos rel)ios, quer seja um p8ndulo, um balano-espiral, um diapaso ou um cristal dequartzo, medem o tempo atra"s do seu mo"imento oscilatrio e por isso se chamam osciladores.

    H a)ora, por comparao, a funo sinusoidal duma corrente alternada9

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    Amplitude

    AlternBncia

    Oscilao ou 'iclo

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    5imos portanto que uma oscilao formada por duas alternBncias consecuti"as= tanto umas como as outras,so denominadas fenmenos peridicos, por se repetirem ao lon)o do tempo. 'hama-se +GHL^N'6A aonumero destes fenmenos realizados por unidade de tempo. %antes, a frequ8ncia dum sistema balano-espiral e0primia-se em alternBnciaShora= hoje, como asfrequ8ncias so muito mais ele"adas, utiliza-se como unidade o cicloSse)undo, que o mesmo que

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    RGO REGULADOR DOS RELGIOS DE USO PESSOAL

    RG+O REGULADOR DOS RELGIOS DE PAREDE

    32))O PNDULO

    Nos rel)ios de parede, utiliza-se o p8ndulo, constitu/do por uma haste r/)ida, met(lica ou de madeira,suspensa pela parte superior e suportando na sua parte inferior um peso )eralmente em forma de disco,chamado lentilha.

    O comprimento terico do p8ndulo dado pela distBncia que "ai do seu ponto de suspenso ao seu centro

    de )ra"idade. Hste Fltimo situa-se um pouco acima do centro da lentilha.

    A fi). W? representa esquematicamente um p8ndulo OA. %eslocado at H?, e depois abandonado a simesmo e submetido & atraco da terra, tomar( um mo"imento de retorno ao ponto A e por "irtude da acoimpulsi"a da )ra"idade prolon)ar( o seu percurso at H. O Bn)ulo percorrido desde a posio A at H?,chama-se amplitude.

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    Hste p8ndulo e0ecutou uma alternBncia quando foi deslocada de H? at H. H0ecutou uma oscilao quandose deslocou de H? at H e "oltou a H?.

    A durao de uma oscilao depende primeiramente do comprimento do p8ndulo. Jas as "ariaes de deamplitude actuam tambm sobre a durao de oscilao tornando-a tanto maior quanto maior for aamplitude.

    #e esta Fltima no ultrapassar )raus as oscilaes podem ser consideradas como iscronas, isto , temsempre a mesma durao.

    Lma amplitude to pequena no se pode aplicar seno nos rel)ios fi0os e de alta preciso.

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    330SUSPENSES

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    34))E-EITOS DA VARIA*+O DA TEMPERATURA SO!RE O PNDULO

    #ob o efeito de um aumento de temperatura, a haste do p8ndulo alon)a-se, se a temperatura bai0a encolhe.No primeiro caso cria um atraso, no se)undo ha"er( um adiantamento.

    !r8s solues se apresentam para tornar um p8ndulo, tanto quanto poss/"el insens/"el &s "ariaes detemperatura.

    ?. O p8ndulo de )relha *fi). W@ cuja haste propriamente dita constitu/da por um certo numero de "aretasde ao e lato juntas de tal maneira que a dilatao das "aretas de lato actuam num sentido oposto & das"aretas de ao. 5emos em a, a? e b, as "aretas de ao e em c, e c?, as "aretas de lato. de notar que as "aretas juntas em a, a? e c, c?, t8m uma aco simples e no dupla porque actuam

    paralelamente. A compensao obtm-se quando o comprimento total das "aretas de ao, somadas ( "aretada lentilha, pro"oca uma dilatao i)ual & que obtida pela soma das "aretas de lato. Na realidade, necess(rio, para obter esta compensao, ter mais "aretas que as da fi). W@= esta Fltima norepresenta, com efeito, seno o principio do sistema.

    . O p8ndulo de mercFrio *fi). WD, constitu/do por uma haste )eralmente de ao, tendo na sua parteinferior um cilindro oco *&s "ezes dois com mercFrio. A haste de ao, que suporta o cilindro, alon)a-se por efeito de um aumento de temperatura, mas o mercFrio,dentro do seu recipiente, aumenta de "olume e desloca para cima, o centro de )ra"idade do conteFdo docilindro. A compensao realizada quando a deslocao do centro de )ra"idade do mercFrio anula osefeitos da "ariao de comprimento da haste do p8ndulo. A compensao tanto mais eficaz quanto maiorfor a quantidade de mercFrio.

    --O p8ndulo de in"ar, cuja haste de in"ar, li)a que tem um coeficiente de dilatao desprez/"el

    *apro0imadamente 7 "ezes menos que o do lato. utilizado principalmente nos rel)ios de alta preciso.

    3- O p8ndulo com haste de madeira, que encontramos nos rel)ios de interior no compensador, a

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    humidade e a secura actuam de uma maneira sens/"el sobre o seu comprimento. por isso que a haste de ump8ndulo )eralmente em abeto muito seco, coberta por um "erniz imperme("el & humidade.

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    35))REGULA*+O DA MARCHA DIURNA

    A durao de oscilao depende do comprimento do p8ndulo assim como da acelerao da )ra"idade. Nodepende do peso do p8ndulo.

    A durao de oscilao obtm-se pela se)uinte formula9

    $ Z comprimento do p8ndulo ) Z acelerao da )ra"idade * acelerao terrestre ! Z tempo

    %esta frmula, tirando o "alor de $ temos9

    5erifica-se assim que o comprimento do p8ndulo proporcional ao quadrado do tempo, isto , para que um

    p8ndulo que bata meio se)undo, de"e ter um quarto do comprimento de um outro p8ndulo que bata ose)undo, ou ainda, para obter uma durao dupla, necess(rio um p8ndulo quatro "ezes mais lon)o.

    A acelerao terrestre "aria se)undo a latitude9 de PW,?P cmSse). nos plos e de PDW cmSse). noequador. Lm rel)io de p8ndulo tem, portanto, tend8ncia a adiantar & medida que se apro0ima dos plos.

    Hmbora o peso do p8ndulo no influencie a durao de oscilao tem, portanto, um papel importante para)arantir a constBncia de a amplitude. O "alor deste peso toda"ia limitado &s possibilidades da fora motrizassim como ao tamanho do rel)io. Os retoques de acerto da marcha do rel)io efectuam-se deslocando ocontrapeso ou a lentilha para cima para adiantar e para bai0o para atrasar.

    No rel)io de preciso podem ser dados retoques muito pequenos aplicando o princ/pio dos pesosadicionais colocados na haste do p8ndulo, entre a suspenso e o contrapeso. Lma soluo consiste em fi0arum pratinho contendo ba)os de chumbo. A re)ulao apro0imada conse)ue-se por meio da deslocao, emaltura, do contrapeso feita com o empre)o do parafuso respecti"o, enquanto que a re)ulao fina se conse)ue

    pela retirada ou pela juno de um ou mais )ros de chumbo.

    36))RELGIOS DE ,UARTO

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    Os pro)ressos realizados em electrnica permitiram tirar partido das frequ8ncias prprias do quartzoamplificando-as primeiramente, reduzindo-as depois, &s medidas hor(rias habituais dos rel)ios, pelacombinao do oscilador de quartzo com di"isores e con"ersores de frequ8ncia * frequ8ncia do quartzo7. at . cSs

    A sua construo, assim como a concepo dos princ/pios aplicados, ultrapassam as teorias admitidas nestecurso. 1areceu-me toda"ia necess(rio assinalar a sua e0ist8ncia.

    RG+O REGULADOR DOS RELGIOS DE USO PESSOAL

    3))O !ALAN*O

    O r)o re)ulador do rel)io de pulso constitu/do por9

    O espiral constitu/do por uma lBmina met(lica. Hl(stica, enrolada em "(rias espiras. 2 )eralmente plano*fi). P ou :re)uet *fi). P?

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    O espiral :re)uet um espiral plano cuja espira e0terior le"antada a um plano paralelo ao do espiral. Hsta"olta tem uma forma particular, estudada para asse)urar o desen"ol"imento conc8ntrico do espiral. 'hama-se cur"a terminal ou cur"a 1hilips. Os espirais fazem-se quase e0clusi"amente de li)as, e de"em ser acoplados a um balano monomet(lico.Hm contrapartida um espiral de ao de"e ser sempre acoplado a um balano bimet(lico cortado.

    3$ ))O SISTEMA !ALAN*O ESPIRAL

    O balano cra"ado sobre o ei0o de balano= num dos ajustamentos do qual se fi0a a "irola do qual se fi0a a"irola en)astado o espiral.

    A fim de e"itar uma descentra)em do espiral quando se pUe a "irola no seu lu)ar, este )eralmenteen)astado se)undo o desenho de fi). P.

    Lma fi0ao como a da fi). P pro"ocaria descentra)em muito mais importante.

    A outra e0tremidade do espiral en)astada no piton que tem uma posio fi0a. Antes de che)ar ao piton, oespiral passa li"remente entre as ca"ilhas da raqueta.O deslocamento da raqueta permite portanto modificar o comprimento acti"o do espiral *fi). P3.

    4% ))A MONTAGEM DO ESPIRAL

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    O espiral, associado a um balano dado, de"e ter um momento de fora tal que a durao de oscilao estejaem relao com o numero de "oltas da roda)em do rel)io.

    1ara proceder & sua escolha, aperta-se a "olta interior de maneira que, introduzindo-lhe a "irola, esta fiquese)ura sob a presso da mola. 'oloca-se em se)uida o balano j( munido do espiral na m(quina de re)ular*fi). P7.

    Hsta m(quina compe-se dum suporte que tem sobre uma mesa, uma cai0a cil/ndrica fechada na partesuperior por um "idro, e dentro da qual est( montado um balano munido de um espiral cuja durao deoscilao [ a que de"emos obter.

    O suporte tem i)ualmente uma pina que se mo"e "ertical e horizontalmente por meio de duas cremalheirase que pode )irar sobre si mesma.

    O espiral a "erificar, fi0ado pro"isoriamente no seu balano, a)arrado num ponto da sua espira pela pina

    da m(quina que est( colocada de maneira a eu o pi"ot inferior do balano fique em cima da placa de "idro eque o seu brao cubra o do balano da m(quina. Lma ala"anca permite mo"imentar os dois balanos queoscilam juntos se as suas duraes de oscilao forem i)uais.

    #e isto acontecer, necess(rio deslocar o ponto do espiral se)uro pela pina at que os dois balanos

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    estejam sincronizados. !eremos assim o comprimento acti"o do espiral e poderemos "er se este ultimoescolhido, do tamanho desejado em relao & posio das ca"ilhas da raqueta. Note-se desde j(, e antes deo "ermos mais pormenorizadamente, que um aumento do comprimento do espiral pro"oca um atraso e queuma diminuio deste comprimento pro"oca um adiantamento.

    O espiral escolhido ento fi0ado & "irola por meio de uma ca"ilha cnica de lato.

    1ara que o espiral fique bem fi0o & "irola, a conicidade da ca"ilha de"e corresponder & do furo *fi). ?.

    %efeitos nas fi)s. PP e ??

    Alm disso, muito importante para o trabalho ulterior e para a marcha do rel)io, que a lBmina do espiraldentro da "irola, seja paralela ao ei0o do balano *fi). ?.

    %efeito *fi). ?.

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    $o)o que o espiral esteja solidamente se)uro & "irola e que a ca"ilha esteja cortada & face da "irola, por meiode um alicate, centramo-lo e colocamo-lo plano retocando a primeira "olta pr0imo do )ancho. 1ara estaoperao a "irola se)ura num alisador cnico.

    5erifica-se se)uidamente se o espiral continua plano e centrado lo)o que a "irola esteja montada no ei0o debalano e fazem-se os Fltimos retoques sem a tirar do balano.

    %etermina-se a)ora e0actamente o ponto de afinao, isto , o ponto do espiral que de"er( achar-se entre as

    ca"ilhas da raqueta para que a durao de oscilao do balano seja e0acta. #er"imo-nos para isso damaquina de re)ular como fizemos para a escolha do espiral.

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    %eterminamos assim o comprimento acti"o do espiral= o comprimento real i)ual ao comprimento acti"oaumentando da parte compreendida entre as ca"ilhas e o piton, mais ainda a parte do espiral en)astado nesteultimo.

    +i0a-se o espiral no piton por meio duma ca"ilha de maneira que o plano do espiral seja paralelo ao planodo )alo e que o ponto de afinao se encontre entre as ca"ilhas da raqueta.

    uando se trata dum espiral :re)uet, necess(rio fazer a cur"a.

    DETERMINA*+O DO NUMERO C.G.S. DUM ESPIRAL

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    41. COLOCA*+O NA RE-ERENCIA

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    1ara que um escape possa funcionar normalmente, indispensa"el que a "irola seja fi0a de tal maneira que oespiral estando completamente distendido, a ca"ilha do plateau se encontre dentro da entrada da forquilha e ai)ual distancia dos dois pernos de limitao.

    %etermina-se a posio do piton em relao ao balano da se)uinte maneira.

    Hstando o escape montado e a corda li)eiramente enrolada o balano est( colocado no lu)ar sem o espiral,

    a ca"ilha do plateau encontra-se dentro da forquilha. +az-se )irar o balano at ao momento em que umdente da roda de escape saia da palheta de entrada.

    Neste momento, marcamos o ponto A sobre o aro em frente do piton e fazemos )irar o balano no outrosentido at que o dente da roda de escape dei0e a palheta de sa/da.

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    Jarcamos a)ora o ponto : que se encontra em frente do piton. 1or fim marcamos o ponto ' a i)ualdistancia entre o primeiro e o se)undo, que, li)ado por uma recta ao centro do a0e, d( a linha suposta sobre oqual se de"e encontrar o piton.

    1ara conhecer a influ8ncia do defeito de refer8ncia reportar-se ao curso de escape *capitulo W.

    42. ISOCRONISMO E DURA*+O DA OSCILA*+O#eja AO *fi). ?@ um brao do balano em repouso, le"amo-lo at H?, o que tem por efeito de enrolar oespiral. #e o abandonarmos a si prprio, o balano, sob efeito da fora do espiral, remeter( o brao & sua

    primeira posio e por "irtude da "elocidade adquirida, percorrer( um arco at H.

    #empre sob o efeito do espiral, o balano continuar( a oscilar at parar por completo. Os pontos H? e H so os pontos e0tremos da oscilao9 A o ponto morto, o Bn)ulo AO H? chamadoamplitude.

    'hamamos alternBncia ao percurso completo do balano de H? a H= oscilao o percurso H? a H e retornoa H?.

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    Na maioria dos rel)ios, o balano e0ecuta ?W. alternBncias por hora *7 alternBncias pSse)..Hncontramos no entanto outros rel)ios ou cronmetros efectuando ?3.3, ?@., ?D.W, ?P.W, ?.@,W.W, @. alternBncias por hora.

    O sistema de balano espiral tem um mo"imento iscrono quando a durao de oscilao constante,qualquer que seja a amplitude do balano. Hsta propriedade chama-se 6#O'GON6#JO e um elemento de primeira importBncia para a boa marchade um rel)io. Hste isocronismo das oscilaes no realizado se no preencher determinadas condies *equilibrio do

    balano, atrito, ca"ilha da raqueta, ponto de fi0ao do espiral na "irola, o escape etc... A frmula a se)uir permite calcular a durao de oscilao de um sistema balano espiral9

    ! Z durao da oscilao

    6 Z momento da inrcia do balano

    J Z momento el(stico do espiral

    frmula na qual no entra a amplitude e que nos mostra bem as caracter/sticas do isocronismo dum balanoespiral perfeito.

    43. IN-LUNCIA DE UMA -OR*A EXTERIOR SO!RE A DURA*+O DE OSCILA*+O

    As oscilaes do r)o re)ulador dos rel)ios de pulso so iscronas quando este li"re e bem equilibrado.No o ser( quando uma fora e0terior a)ir sobre o balano durante a sua oscilao.

    #uponhamos um dos braos do balano em repouso em AO *fi). ?D, ele estar(, por e0emplo em OH? nocomeo da oscilao. No momento da passa)em do brao em O:, o balano recebe uma impulso queaumenta a sua "elocidade.

    1odemos decompor o percurso H? H em tr8s partes H:, :A e AH.

    O arco H?: percorrido num tempo que no influenciado pela impulso recebida em :. 1elo contr(rio, oarco :A percorrido com uma "elocidade maior de"ido & influ8ncia da fora + que se junta & do espiral, otempo empre)ado ser(, portanto, mais curto. O balano che)a a A com uma "elocidade maior do que teria seapenas o espiral ti"esse actuado e, depois do ponto morto, o balano percorrer( um arco AH maior queAH= mas, como durante esta meia alternBncia o balano no est( submetido seno & fora do espiral,empre)ar( para percorrer o arco AH o mesmo tempo que empre)aria para percorrer o arco AH se aimpulso, recebida em :, no e0istisse.

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    5emos portanto que uma impulso antes do ponto morto diminui a durao da oscilao, pro"ocando umadiantamento.

    1or um racioc/nio an(lo)o "emos que uma resist8ncia antes do ponto morto aumenta a durao de oscilao,portanto pro"oca um atraso.

    #e a impulso + actuar no momento em que o brao j( tenha a posio de repouso OA, em H , por e0emplo*fi). ?W, isto no momento em que o balano "ai parar, obri)ar( este a percorrer o arco H H e e"identeque o tempo empre)ado para percorrer este arco, um aumento da durao de oscilao. O mesmo acontece,mas em )rau menor, se a impulso se efectuar no momento da passa)em do brao numa posio intermdia,entre AO e OH.

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    CURSO DE RELOJOARIA

    CONTINUA*+O

    CAPTULOS

    RGO REGULADOR DOS RELGIOS DE USO PESSOAL

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    45. IN-LUNCIA DE UM DE-EITO DE E,UILI!RIO SO!RE A DURA*+O DE OSCILA*+O

    uando o balano no est( equilibrado, o seu centro de )ra"idade encontra-se fora do ei0o, e o seu pesotende constantemente a fazer cair o centro de )ra"idade.

    #uponhamos o rel)io colocado "erticalmente * o ei0o de balano est( horizontal e que em repouso, ocentro de )ra"idade do balano se encontra por bai0o do a0e e na "ertical que passa por este. como senuma parte, o balano ti"esse uma sobrecar)a # colocada como a fi). ?? mostra.

    #uponhamos a amplitude do balano inferior a uma meia-"olta. A sobrecar)a desloca-se ento de #? para# *fi). ??. O peso da sobrecar)a acelera a "elocidade de #? para A= diminui-a de A para #. Hqui"ale auma impulso antes do ponto morto e a uma resist8ncia depois do ponto morto. Hstas duas influ8ncias

    produzem portanto um a"ano ou um adiantamento.

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    #uponhamos a)ora uma amplitude superior a uma meia-"olta. Neste caso, as posies da sobrecar)a nocomeo e no fim da alternBncia so representadas por #? e # *fi). ??3. 5emos facilmente que de #? para

    :, o peso da sobrecar)a tende a parar o mo"imento= de : para A, acelera= de A para :, retarda e de : para# acelera de no"o.

    #e)undo as re)ras formuladas acerca da influ8ncia de uma fora sobre a durao de oscilao do balano,temos9

    de #? para :, atrasa--de : para A, adianta.

    de A para :, adianta--de : para #, atrasa.

    uando a amplitude atin)ir T, o atraso compensa o adiantamento ou a"ano.

    uando o centro de )ra"idade do balano em repouso, se encontra por bai0o do a0e, as oscilaes so tantomais r(pidas quanto mais pequena for a amplitude.

    uando a amplitude de T *)raus, a durao de oscilao a mesma que a do balano equilibrado=quer isto dizer que abai0o de )raus, temos um a"ano, e que acima de )raus, temos um atraso.

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    46. E,UILI!RIO DO ESPIRAL

    O centro de )ra"idade do espiral bem centrado encontra-se pouco mais ou menos sobre o a0e. Jas, duranteo mo"imento do balano, o espiral muda de forma e de dimenso= contrai-se durante uma alternBncia e

    desenrola-se durante a alternBncia se)uinte.

    #uponhamos um espiral plano ordin(rio *fi). ??W preso na "irola e no piton 1. O seu centro de )ra"idade perto de T

    1or "irtude do mo"imento do balano contrai-se primeiramente, tornando-se mais pequeno= mas, como opiton 1 est( fi0o, todo o espiral se desloca para o lado 1 *fi). ??P e o centro de )ra"idade afasta-se de O, nadireco O1.

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    Jodo de empre)o9

    'olocar o rel)io de coroa para cima

    Notar a posio do ponto de fi0ao

    Hncontrar na tabela a posio correspondente do ponto de fi0ao que nos permita ler as "ariaesde marcha

    de"idas & posio do ponto de fi0ao nas posies "erticais.% Z %ireita

    A Z Alto

    H Z Hsquerda

    : Z :ai0o

    5A Z 5ertical alto

    5H Z 5ertical esquerda

    5: Z 5ertical bai0o

    5% Z 5ertical direita

    'ur"as terminais

    1ara asse)urar o desen"ol"imento conc8ntrico do espiral podemos le"antar a "olta e0terior e dar-lhe umaforma que de"e preencher certas condies enunciadas por 1hillips. Hsta Fltima cur"a chama-se9 'ur"a !erminal ou 'ur"a 1hillips, e o espiral assim formado um espiralR:re)uetR.

    As fi)uras ??, ? e ? mostram o desen"ol"imento do espiral R:re)uetR.

    H0iste um )rande numero de cur"as terminais. 'ontudo no tem todas o mesmo "alor para o relojoeiro.

    A cur"a de"e terminar por um arco de c/rculo cujo centro est( sobre o ei0o de balano, a fim de que umadeslocao da raqueta no a deforme.

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    NFmero de cur"as

    @7

    D

    D7

    W

    W7

    P

    ]n)ulo dedesen"ol"imento

    3T

    3T

    3T

    3T

    3T

    3PT

    Hspao an)ular ocupado pelacur"a

    ?DDT

    ?W?T

    ?WT

    ?WPT

    ?PT

    ?P7T

    ]n)ulo percorrido pela ponta dere)ulao

    @T

    7PT

    7DT

    7?T

    3DT

    37T

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    4. IN-LUNCIA DA -OLGA DO ESPIRAL ENTRE AS CAVILHAS DA RA,UETA

    %eslocando a raqueta e as suas ca"ilhas, faz-se "ariar a durao de oscilao do balano, "isto modificar-seo comprimento acti"o do espiral. Hste comprimento mede-se desde as ca"ilhas da raqueta at ao ponto defi0ao na "irola. O espiral de"e passar li"remente entre as ca"ilhas com uma fol)a m/nima de se)urana. As ca"ilhas de"emser cil/ndricas paralelas e perpendiculares & raqueta * +i). ? = as ca"ilhas so )eralmente de lato= as suase0tremidades ser arredondadas e sem rebarbas.

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    4#. IN-LUNCIADO ESCAPE SO!RE A DURA*+O DA OSCILA*+O

    O isocronismo a qualidade essencial do r)o re)ulador do rel)io. 1ara o controlar, obser"aremos orel)io na mesma posio mas em dois )raus diferentes de enrolamento da corda, isto , com a cordaenrolada ao m(0imo e, depois de 3 horas de marcha. e"idente que estas obser"aes se fazem com om(0imo de preciso e com a ajuda de um cronocomparador. toda"ia poss/"el efectuar o e0ame sem esteaparelho, da se)uinte maneira9 obser"aremos primeiramente a marcha do rel)io durante horas com acorda pouco enrolada, isto , depois de 3 horas de marcha, e depois ainda horas com a corda enrolada aom(0imo, *o rel)io no de"e rebater. Jultiplicamos, em se)uida, por ? estes dois resultados de marcha eobtemos assim para cada caso a marcha diurna. #e)undo o des"io entre estas duas marchas obser"adas quer

    ao cronocomparador quer atra"s do mtodo j( mencionado poderemos controlar os elementos que possamdestruir o isocronismo.

    5%. REGULA*+O DA MARCHA VERTICAL E HORIONTAL

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    51. MTODO A SEGUIR PARA REGULA*+O DE UM RELGIO

    Jaio

    ?P

    ?

    ??h.

    ??h.

    ??h.

    -,@

    -?,@

    -,3

    \,

    \?, -,W

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    O campo ma)ntico faz peri)ar a boa marcha de um rel)io. A ma)netizao das peas de ao pro"oca umaperturbao & marcha do rel)io que pode pro"ocar at a sua para)em.

    Geconhecemos que um rel)io est( ma)netizado se, apro0imando-o de uma bFssola, ele repele um dosplos e atrai o outro. #e ele atrair os dois plos porque no est( ma)netizado.

    H0iste um meio de desma)netizar um rel)io que consiste em passar a m(quina *anteriormente retirada da

    cai0a "(rias "ezes atra"s de uma bobina de induo. A m(quina passada, de cada "ez lentamente masficando sempre sobre o ei0o da bobina num comprimento de apro0imadamente 7 cm.

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    As peas e0teriores do rel)io tambm de"em ser desma)netizadas.1ara utilizar o aparelho desma)netizador de"e-se tomar conhecimento do seu modo de empre)o.

    54. APARELHOS DESTINADOS A DETERMINAR A MARCHA INSTANT(NEA DOSRELGIOS

    Hstes aparelhos permitem uma determinao imediata da marcha instantBnea. Hstes aparelhos compem-seessencialmente de9

    ?- Lm padro de tempo constitu/do por cristal de quartzo piezo-elctrico.

    - Lm aparelho indicador e re)istador.

    - Lm microfone.

    O microfone posto em contacto com o rel)io a obser"ar. Os choques produzidos pelo escape so-lhetransmitidos. Hste Fltimo transforma-os em impulses elctricas transmitidas ao re)istador depois deamplificadas e seleccionadas.

    Hstas descar)as elctricas accionam um electro/man que re)ista a marcha instantBnea, a um ritmo fi0adopelo tic-tac do rel)io a obser"ar, sobre uma folha de papel de desenrolamento constante.

    #e o rel)io est( re)ulado, os pontos sucessi"os marcados formaro uma linha recta paralela ao ei0o dodesenrolamento.

    #e, o rel)io adiantar ou atrasar, os traos impressos formam uma linha mais ou menos obl/qua. Lmdispositi"o de leitura permite medir imediatamente a marcha em 3 horas se)undo a inclinao e a direcodesta linha.

    Hste aparelho apresenta )randes "anta)ens e presta-se a numerosas obser"aes.

    A fi)ura ?P representa o esquema de tal aparelho.

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    55. A UTILIA*+O DO CRONOCOMPARADOR

    55.1. 78 9 :;

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    No ei0o horizontal temos o tempo, pro)redindo da esquerda para a direita= as deslocaes "erticais soproporcionais & intensidade dos ru/dos captados pelo microfone. Na ima)em distin)uem-se nitidamente ossinais correspondentes &s principais funes do escape de Bncora9 desprendimento, impulso e queda. As

    fi). ?7,?73 e ?77 mostram os choques entre os r)os do escape e a sua correspond8ncia no oscilo)rama.O tempo que decorre entre o primeiro e o Fltimo choque de apro0imadamente ?7 ms.

    1ara que o sinal elctrico en"iado pelo microfone seja re)istado, preciso que a sua tenso atinja umdeterminado "alor chamado limiar de comando, para isso tem de ser amplificado milhares de "ezes peloamplificador de entrada. Hste amplificador re)ul("el atra"s dum boto e0terior.

    No espao de tempo em que "(rios ru/dos se produzem *?7 ms, s o primeiro a atin)ir o limiar de comando

    ser( re)istado. Assim, actuando judiciosamente sobre o boto do amplificador, podemos seleccionare0actamente o ru/do que nos con"m. No esquecer que o Fnico ru/do emitido directamente pelo r)ore)ulador o primeiro *desprendimento, sendo o mais preciso portanto o mais indicado para todas asmedidas de marcha. O quadro se)uinte d(-nos uma indicao esquem(tica sobre a seleco dos diferentessinais, atra"s do boto do amplificador.

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    E,UILI!RIO DIN(MICO

    1ara uma boa re)ulao nas posies "erticais no basta equilibrar o balano, "isto as massas do espiral e da"irola inter"irem tambm no mo"imento oscilatrio.#abemos que a influ8ncia dum desequil/brio sobre a durao de oscilao, depende do "alor da sobrecar)a,

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    da sua posio relati"amente & "ertical e da amplitude.Hm resumo9

    A influ8ncia dum desequil/brio mais acentuada quando este se encontra "erticalmente por cima ou porbai0o do ei0o de balano, e tanto maior quanto menor a amplitude.

    Ltilizando um cronocomparador, podemos facilmente determinar a posio "ertical em que o efeito dumdesequil/brio maior, e consequentemente corri)i-lo. 1ara tal, recomendamos o se)uinte preocesso9

    ?T--'om o mo"imento na "ertical, dar corda pouco a pouco at o balano atin)ir e estabilizar a umaamplitude entre ?7T e ?WT.

    T--'olocar o mo"imento no microfone do crono comparador de maneira a que o balano fique"erticalmente por cima da Bncora e roda de escape *fi). ?.

    T--%epois de "erificar se a amplitude continua dentro dos "alores citado, re)istar 7 a @ cm de dia)rama damarcha nesta posio *posio zero, anotando o seu "alor em sSd.

    3T--Godar cautelosamente o microfone 37T no sentido dos ponteiros do rel)io, re)istar no"o dia)rama eanotar o "alor da marcha.'ontinuar a )irando o microfone de 37T em 37T no mesmo sentido, repetindo as operaes at completar uma"olta, separando sempre os dia)ramas por um trao e numerando-os de a D.

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    7T--%eterminar em que posio h( maior tend8ncia para o a"ano * ou menor para o atraso, e a maiordiferena entre as duas posies.

    @T--%i"idir um c/rculo em oito partes i)uais numerando os raios de a D.'olocar o )alo com o balano sobre este quadrante, de maneira a que a a0e fique bem ao centro e a elipseapontada para o zero *fi). A sobrecar)a est( situada sobre o raio com o nFmero correspondente & posio de maior tend8ncia para oa"ano.

    DT--!irar peso no ponto anteriormente determinado ou juntar peso ao ponto diametralmente oposto,consoante se trate dum balano anelar ou com parafusos e a tend8ncia predominante seja para o a"ano ou

    para o atraso.Hsta operao poder( ter de ser repetida "(rias "ezes at se conse)uir um resultado condizente com aqualidade do rel)io. %etectada a zona onde se situa a sobrecar)a, pode e"entualmente determinar-se aindacom mais ri)or uma posio intermdia dentro dos 37T. Ali(s, com a pr(tica, basta determinar-se com

    preciso a posio da maior influ8ncia do desequil/brio, referenciando-o em relao ao re)isto, piton,etc.,para depois com o balano em repouso, saber e0actamente o s/tio onde se de"e operar.

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