Curso emergencista completo

130

Click here to load reader

Transcript of Curso emergencista completo

Page 1: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Page 2: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Bem-vindo(a) ao curso Emergencista Pré-hospitalar Créditos Conteudistas Luiz Cláudio Barbosa Castro - Tenente Coronel do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. Especialista em Atendimento Pré-Hospitalar e Gerência de Saúde, e possui vasta experiência em emergência médica. Osiel Rosa Eduardo - Major Combatente do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. Especialista em Administração Pública e possui vasta experiência em atendimento pré-hospitalar e gestão de riscos e desastres. Francisco das Chagas Pontes - Capitão do Quadro Administrativo do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. Comandante da companhia de treinamento e qualificação de recursos humanos do batalhão de emergência do CBMDF e Especialista em atendimento pré-hospitalar.

- Apresentação O trauma e as emergências clínicas são responsáveis anualmente por várias mortes e seqüelas irreparáveis aos acidentados. O custo das internações é muito alto para o Estado ou para a família dos pacientes. Estes fatos não podem ser desconsiderados e, não só o Governo, mas todos os cidadãos devem contribuir para melhorar este quadro, tanto em relação à prevenção de acidentes e doenças quanto no socorro aos acidentados. O curso Emergencista Pré-hospitalar tem como finalidade a preparação de profissionais no primeiro atendimento a acidentados, fora do ambiente hospitalar. A nobre missão de salvar requer conhecimentos técnicos específicos de primeiros socorros, portanto, o Emergencista é a pessoa mais valiosa no primeiro atendimento

Page 3: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

fora do hospital, diminuindo as complicações que poderiam prolongar a recuperação ou resultar na incapacidade definitiva do paciente. Bom curso!

- Módulo 1 - Aspectos fundamentais Este módulo tem como objetivo apresentar os principais aspectos relacionados ao Emergencista pré-hospitalar. Para isso, foram relacionadas 4 aulas:

• Atribuições e responsabilidades do Emergencista • Noções básicas de anatomia e fisiologia humana • Avaliação geral do paciente • Suporte básico de vida

-

Aula 1 - Atribuições e responsabilidades do Emergencista Os objetivos desta aula são:

• Descrever as principais atribuições do Emergencista no local de uma ocorrência;

• Mostrar as prioridades para manter seguro o local de uma emergência (ocorrência);

• Conceituar Negligência, Imperícia e Imprudência; • Definir omissão de socorro; e • Apresentar os principais materiais utilizados no Atendimento Pré-hospitalar.

-

Page 4: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Antes de apresentar as principais atribuições do Emergencista, alguns conceitos importantes devem ser observados: Atendimento pré-hospitalar É considerado como nível pré-hospitalar móvel na área de urgência, o atendimento que procura chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo à sua saúde (de natureza clínica, cirúrgica, traumática, inclusive as psiquiátricas), que possa levar ao sofrimento, a seqüelas ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de saúde devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde. Podemos chamá-lo de atendimento pré-hospitalar móvel primário quando o pedido de socorro for oriundo de um cidadão ou de atendimento pré-hospitalar móvel secundário quando a solicitação partir de um serviço de saúde, no qual o paciente já tenha recebido o primeiro atendimento necessário à estabilização do quadro de urgência apresentado, mas necessite ser conduzido a outro serviço de maior complexidade para a continuidade do tratamento. Primeiros socorros São os procedimentos prestados, inicialmente, àqueles que sofreram acidente ou doença, com a finalidade de evitar o agravamento do estado da vítima, até a chegada de ajuda especializada. Emergencista É a pessoa tecnicamente capacitada para, com segurança, avaliar e identificar problemas que comprometam a vida. Cabe ao emergencista prestar o adequado socorro pré-hospitalar e o transporte do paciente sem agravar as lesões já existentes. Omissão de socorro Segundo o Artigo 135 do Código Penal, a omissão de socorro consiste em “Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, em desamparo ou em grave e iminente perigo; não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública”. Pena: detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses ou multa. Diz ainda aquele artigo, “A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e é triplicada, se resulta de morte”. Vale ressaltar que, o fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a pessoa não possui treinamento específico ou não se sente confiante para atuar, já descaracteriza a ocorrência de omissão de socorro. Ocorrência Evento causado pelo homem, de forma intencional ou acidental, por fenômenos naturais, ou patologias, que podem colocar em risco a integridade de pessoas ou bens e requer ação imediata de suporte básico de vida, a fim de proporcionar melhor

Page 5: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

qualidade de vida ou sobrevida aos pacientes, bem como evitar maiores danos à propriedade ou ao meio ambiente.

- Atribuições e responsabilidades do Emergencista Para ser um Emergencista é preciso aprender a lidar com o público. Pessoas que estão doentes ou feridas não se encontram em condições normais. Você deve ser capaz de superar comportamentos grosseiros ou pedidos descabidos, supondo que estes pacientes estão agindo assim devido à doença ou ao ferimento presente. Lidar com as pessoas é uma das mais exigentes tarefas do Emergencista e, dependendo da situação, atuar de modo profissional pode ser muito difícil. O Emergencista deve ser honesto e autêntico. Quando estiver ajudando uma pessoa, você não deve dizer que ela está bem, se na verdade ela estiver doente ou ferida. Nem mesmo dizer que tudo está bem quando você percebeu que existe algo errado. Dizer para a pessoa não se preocupar é uma bobagem. Quando uma emergência acontece, certamente, existe algo com que se preocupar. No local da emergência, você deve ser um profissional altamente disciplinado. Observe a sua linguagem diante dos pacientes e do público. Não faça comentários sobre os pacientes ou sobre a gravidade do acidente. Concentre-se em auxiliar o paciente e evite distrações desnecessárias. Coisas simples como fumar um cigarro no local da emergência, mostra que você não é disciplinado e não pode ser um Emergencista.

Saiba mais sobre a ação do emergencista A comunicação com o paciente pode ser benéfica e contribuir para o seu relaxamento, desde que você seja honesto. Dizer ao paciente que você está treinado em primeiros socorros e que irá ajudá-lo, pode diminuir o medo e estabelecer vínculos de confiança.

Page 6: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Avisar ao paciente que o Serviço de Emergência Médica (Corpo de Bombeiros Militar ou o SAMU) está a caminho pode ajudar a tranqüilizá-lo. É essencial ao Emergencista ter discernimento quanto aos limites do que pode ser comunicado ao paciente. Avisar que a criança do paciente está morta ou um ente querido está seriamente ferido não ajudará em nada. Quando a assistência de emergência é prestada, o Emergencista deve ter maior sensibilidade sobre o que dizer ao paciente. Nessas situações, como uma tentativa de acalmar o paciente, o Emergencista pode avisar que outras pessoas estão cuidando de seus entes queridos. É importante lembrar que um paciente vivendo o stress da doença ou de um trauma pode não tolerar uma pressão adicional. Atuar como Emergencista exige que você controle os seus próprios sentimentos no local da emergência. Você aprenderá a envolver-se com a assistência aos pacientes enquanto, ao mesmo tempo, controla as suas próprias reações emocionais ao enfrentar uma situação de doença ou ferimentos graves. Os pacientes não necessitam unicamente de simpatia ou lágrimas, mas exigem um atendimento profissional. Prestar assistência como Emergencista requer que você admita que o local do acidente ou os tipos de emergência podem afetá-lo. Você deve conversar com outros trabalhadores do serviço de emergência ou especialistas do Serviço de Emergência Médica, para lidar com os seus problemas emocionais e o stress ocasionados pelas situações de emergência.

- No local da emergência, você deve ser um profissional altamente disciplinado. Observe a sua linguagem diante dos pacientes e do público. Não faça comentários sobre os pacientes ou sobre a gravidade do acidente. Concentre-se em auxiliar o paciente e evite distrações desnecessárias. Coisas simples como fumar um cigarro no local da emergência, mostra que você não é disciplinado e não pode ser um Emergencista. Você não precisa mudar o seu estilo de vida para ser um Emergencista. Entretanto, no momento em que você é requisitado para prestar assistência a uma pessoa, alguns aspectos relacionados à mudança de seu comportamento devem ser considerados. Sua atuação e aparência podem facilitar a obtenção da confiança do paciente. Tomar uma dose a menos de bebida alcoólica em uma festa, pode parecer pouco importante, porém, o significado desta pequena ação é muito importante, para que o Emergencista preste uma assistência adequada nas situações de emergência. Para ser um Emergencista, você deve manter-se em boas condições de saúde. Se você tem limitações físicas, como dificuldade em agachar ou de respirar, o seu treinamento terá pouca utilidade.

-

Page 7: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Atributos do Emergencista Os principais atributos inerentes à função do Emergencista, são:

• Ter conhecimento técnico e capacidade para oferecer o atendimento necessário;

• Aprender a controlar suas emoções, ser paciente com as ações anormais ou exageradas daqueles que estão sob situação de stress;

• Ter capacidade de liderança para dar segurança e conforto ao paciente.

- Responsabilidades do Emergencista As responsabilidades do Emergencista no local da ocorrência incluem o cumprimento das seguintes atividades:

• Utilizar os equipamentos de proteção individual (EPI´s); • Controlar o local do acidente de modo a proteger a si mesmo, sua equipe, o

paciente, e prevenir outros acidentes; • Obter acesso seguro ao paciente e utilizar os equipamentos necessários para a

situação; • Identificar os problemas utilizando-se das informações obtidas no local e pela

avaliação do paciente; • Fazer o melhor possível para proporcionar uma assistência de acordo com seu

treinamento; • Decidir quando a situação exige a mobilização ou mudança da posição ou local

do paciente. O procedimento deve ser realizado com técnicas que evitem ou minimizem os riscos de lesões adicionais;

• Solicitar, se necessário, auxílio de terceiros presentes no local da emergência e coordenar as atividades.

-

A responsabilidade profissional é uma obrigação atribuída a toda pessoa que exerce uma arte ou profissão, ou seja, a responder perante à justiça pelos atos prejudiciais resultantes de suas atividades inadequadas, portanto, o Emergencista poderá ser processado e responsabilizado se cometer os seguintes atos: IMPERÍCIA Ignorância, inabilidade, inexperiência Entende-se, no sentido jurídico, a falta de prática ou ausência de conhecimentos, que se mostram necessários para o exercício de uma profissão ou de uma arte qualquer. A imperícia, assim se revela na ignorância, como na inexperiência ou na inabilidade acerca de matéria, que deveria ser conhecida, para que se leve a bom termo ou se

Page 8: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

execute com eficiência o encargo ou serviço, que foi confiado a alguém. Evidencia-se, assim, no erro ou engano de execução de trabalho ou serviço, de cuja inabilidade se manifestou. Ou daquele que se diz apto para um serviço e não o faz com a habilidade necessária, porque lhe falecem os conhecimentos necessários. A imperícia conduz o agente à culpa, responsabilizando-o, civil e criminalmente, pelos danos que sejam calculados por seu erro ou falta. Exemplo: é imperito, o Emergencista que utilizar o reanimador manual, sem executar corretamente, por ausência de prática, as técnicas de abertura das vias aéreas, durante a reanimação. IMPRUDÊNCIA Falta de atenção, imprevidência, descuido Resulta da imprevisão do agente ou da pessoa, em relação às conseqüências de seu ato ou ação, quando devia e podia prevê-las. Mostra-se falta involuntária, ocorrida na prática de ação, o que a distingue da negligência (omissão faltosa), que se evidencia, precisamente, na imprevisão ou imprevidência relativa à precaução que deverá ter na prática da mesma ação. Funda-se, pois, na desatenção culpável, em virtude da qual ocorreu um mal, que podia e deveria ser atendido ou previsto pelo imprudente. Em matéria penal, argüido também de culpado, é o imprudente responsabilizado pelo dano ocasionado à vítima, pesando sobre ele a imputação de um crime culposo. Exemplo: É imprudente o motorista que dirige um veículo de emergência excedendo o limite de velocidade permitido na via. NEGLIGÊNCIA Desprezar, desatender, não cuidar Exprime a desatenção, a falta de cuidado ou de precaução com que se executam certos atos, em virtude dos quais se manifestam resultados maus ou prejudicados, que não adviriam se mais atenciosamente ou com a devida precaução, aliás, ordenada pela prudência, fosse executada. A negligência, assim, evidencia-se pela falta decorrente de não se acompanhar o ato com a atenção que se deveria. Nesta razão, a negligência implica na omissão ou inobservância de dever que competia ao agente, objetivado nas precauções que lhe eram ordenadas ou aconselhadas pela prudência, e vistas como necessárias, para evitar males não queridos ou evitáveis. Exemplo: É negligente o Emergencista que deixa de utilizar Equipamento de Proteção Individual (EPI), em um atendimento no qual seu uso seja necessário.

Page 9: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

- Em suas atividades, o Emergencista deve identificar:

- Reconhecimento do local da ocorrência O reconhecimento da situação é realizado pelo Emergencista no momento em que chega ao local da emergência. O reconhecimento é necessário para que o mesmo possa avaliar a situação inicial, decidir o que fazer e como fazer. Para o correto reconhecimento do local da ocorrência, devem ser observados: Avaliação do local O Emergencista deverá avaliar o local da ocorrência, observando principalmente os seguintes aspectos:

• A situação; • Potencial de risco; • As medidas a serem adotadas.

Informes do Emergencista Após avaliar o local, o Emergencista deverá informar ao Corpo de Bombeiros Militar ou ao SAMU:

• Local exato da ocorrência; • Tipo de ocorrência; • Riscos potenciais; • Número de vítimas e idade; • Gravidade das vítimas;

Page 10: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

• Necessidades de recursos adicionais; • Nome e telefone do solicitante do socorro adicional.

A ordem dos dados a serem informados é dinâmica, podendo ser alterada conforme a situação. O importante é reportá-los sempre e o mais breve possível, pois só assim o Emergencista terá o apoio necessário. Segurança do local Consiste na adoção dos cuidados por parte do Emergencista para a manutenção da segurança no local de uma ocorrência, priorizando:

• Estacionamento adequado da viatura de emergência; • Sinalização e isolamento do local; • Gerenciamento dos riscos.

Estacionamento

Sinalização A colocação dos cones de sinalização deverá obedecer a seguinte proporção: 1 metro para cada km/h da velocidade máxima permitida na via Exemplo: Se a velocidade máxima permitida na via for 40 Km/h, o primeiro cone de

O Emergencista/motorista deverá estacionar a viatura de socorro/carro particular 15 metros antes do local do acidente, utilizando-a como anteparo, a fim de proporcionar maior segurança à guarnição de serviço e às vítimas envolvidas, deixando assim, uma área denominada “zona de trabalho”.

Nas situações em que já houver uma viatura fazendo tal proteção, a viatura de socorro deverá ser colocada 15 metros à frente do acidente, mantendo o espaço da zona de trabalho.

Page 11: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

sinalização deverá ser posicionado 40 metros antes do local do acidente e os demais cones deverão ser distribuídos em direção ao local do acidente. Após a sinalização, o Emergencista deverá se certificar que a sua visualização é ideal. Nos locais onde a visibilidade estiver dificultada em virtude de neblina ou em uma curva, esta distância poderá ser aumentada conforme a necessidade.

- Equipamentos básicos utilizados no socorro pré-hospitalar No socorro pré-hospitalar, diversos equipamentos podem ser utilizados, de acordo com sua função: Equipamentos para avaliação do paciente

• Lanterna pupilar; • Esfigmomanômetro; • Estetoscópio.

Equipamentos de proteção individual

• Luvas descartáveis; • Máscaras faciais; • Óculos de proteção; • Avental.

Page 12: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Equipamentos para reanimação cárdio-pulmonar

• Máscara de RCP de bolso; • Reanimadores manuais; • Cânulas orofaríngeas; • Aspiradores portáteis.

Equipamentos para curativos

• Ataduras de crepon; • Compressas de gaze; • Esparadrapo; • Bandagens triangular; • Solução fisiológica.

Page 13: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Equipamentos para imobilização

• Colar cervical; • Talas de imobilização (rígidas, infláveis, de papelão etc); • Macas rígidas longas; • KED (Colete de imobilização dorsal)

Page 14: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Equipamentos para extração veicular

• Ferramenta para quebrar vidros; • Luvas de raspa de couro.

Equipamentos diversos

• Tesoura de ponta romba; • Kit obstétrico; • Carvão ativado; • Cobertor ou manta; • Bolsa de primeiros socorros.

-

Aula 2 - Noções básicas de anatomia e fisiologia humana Os objetivos desta aula são:

• Identificar as partes do corpo de acordo com a terminologia topográfica; • Apresentar os aspectos importantes das camadas do tecido epitelial; • Descrever as características e funções do sistema esquelético; • Listar os principais órgãos que formam o sistema respiratório e suas funções; • Enumerar os componentes do sistema cardiovascular e suas funções; e • Listar os componentes do sistema nervoso e suas funções.

-

Anatomia e fisiologia humana Anatomia Ciência que estuda a estrutura e a forma dos seres organizados e a relação entre seus órgãos, bem como a disposição destes. Fisiologia Ciência que estuda as funções orgânicas e os processos vitais dos seres vivos.

-

Page 15: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Posição Anatômica Posição Anatômica é a posição padronizada de descrição do organismo, empregando-se os termos de posição e direção.

O corpo humano deverá estar em: • em posição ortostática; • com a face voltada para frente; • com o olhar dirigido para o horizonte; • com os membros superiores estendidos ao

longo do tronco; • com as palmas voltadas para frente; • com os membros inferiores unidos.

-

Page 16: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Mecanismo da respiração – inspiração O corpo humano é dividido em:

• Cabeça; • Pescoço; • Tronco; e • Membros.

o Nos membros empregam-se termos especiais de posição:

o Proximal: situado mais próximo à raiz do membro;

o Médio: situado entre proximal e distal; e o Distal: situado mais distante da raiz do

membro. Além desta divisão, para identificar as partes do corpo humano, são definidos: Planos Anatômicos

Plano mediano direito e esquerdo Plano transversal superior e inferior Plano frontal anterior (ventral) e posterior (dorsal)

Page 17: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Quadrantes Abdominais (órgãos)

QID Apêndice Parte do intestino delgado Parte do intestino grosso Parte do ovário (mulher)

QSD Maior parte do fígado Vesícula biliar Parte do intestino delgado Parte do intestino grosso Parte do pâncreas Parte do estômago

QSE Baço Maior parte do estômago Parte do intestino grosso Parte do intestino delgado Parte do pâncreas Parte do fígado

QIE Parte do intestino grosso Parte do intestino delgado Parte do ovário (mulher)

Page 18: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

localização aproximada de lesões

Lesão A = Região posterior do tórax em nível de escápula esquerda. Lesão B = Membro inferior esquerdo, terço médio da coxa, região anterior. Lesão C = Membro superior esquerdo, terço distal do braço, região anterior. Lesão D = Membro superior esquerdo, terço médio do antebraço, região anterior. Lesão E = Membro superior esquerdo, terço médio da palma da mão. Lesão F = Membro superior esquerdo, terço médio do dedo indicador, região anterior.

-

Page 19: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

O corpo humano e seus sistemas O funcionamento do corpo humano pode ser melhor entendido quando são estudados os seguintes sistemas:

Sistema Tegumentar Sistema Esquelético Sistema Respiratório Sistema Cardiovascular Sistema Nervoso

-

Sistema Tegumentar Sistema que inclui a pele e seus anexos, proporcionando ao corpo um revestimento protetor que contém terminações nervosas sensitivas e participa da temperatura corporal, além de cumprir outras funções. Pele Maior órgão do corpo humano. No adulto sua área total atinge aproximadamente 2m2, apresentando espessura variável (1 a 4 mm) conforme a região. A distensibilidade é outra característica da pele que também varia de região para região.

- A pele A pele tem como funções:

• Proteção; • Regulação da temperatura; • Excreção; e • Produção de vitamina D.

A pele é dividida em camadas:

• Epiderme: camada mais superficial da pele; • Derme: camada subjacente à epiderme, tendo sob ela a tela subcutânea.

-

Page 20: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

A pele Glândulas da pele A pele contém numerosas glândulas sudoríparas e sebáceas. As primeiras localizam-se na derme ou tela subcutânea, com importante função na regulação da temperatura corporal, porque sua excreção, o suor, absorve calor por evaporação da água. As glândulas sudoríparas são especialmente abundantes na palma das mãos e planta dos pés. Em certas regiões, como a axila e a dos órgãos genitais externos, existem glândulas muito semelhantes às sudoríparas, cuja secreção, entretanto, produz odor característico. Coloração da pele A cor da pele depende da quantidade de pigmentos, da vascularização e da espessura dos estratos mais superficiais da epiderme. Entre os pigmentos, a melanina é o mais importante e sua quantidade na pele varia com a raça.

- Sistema Esquelético É um conjunto de ossos e cartilagens que se unem através de articulações, para formar o arcabouço do corpo e desempenhar várias funções, sendo composto de 206 ossos. As funções do sistema esquelético são:

• Proteção dos órgãos e tecidos; • Sustentação e conformação do corpo; • Armazenamento de minerais essenciais; • Inserção de músculos; • Permitir a realização de movimentos; • Conferir rigidez e resistência ao corpo; e • Produção de certas células sangüíneas.

-

Ossos Tecido conjuntivo mineralizado vivo, altamente vascularizado, e em constante transformação. Classificação quanto à forma Ossos Longos: o comprimento predomina sobre a largura e a espessura. fêmur, rádio, ulna, tíbia, falanges Ossos Curtos: as três dimensões equivalem-se. tarso e carpo

Page 21: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Ossos Laminares: o comprimento e largura equivalem-se, predominando sobre a espessura. escápula, ossos do crânio e ossos do quadril Ossos Irregulares: apresentam uma morfologia complexa, onde não há correspondência nas formas geométricas. temporal, vértebras Ossos pneumáticos: apresentam uma ou mais cavidades de volume variado, revestido de mucosa e contendo ar. frontal, temporal, maxilar

- Divisão anatômica do esqueleto O esqueleto subdivide-se em duas partes:

Page 22: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

A união dos esqueletos axial e apendicular ocorre através das cinturas.

- Divisão anatômica do esqueleto

Crânio O crânio possui duas divisões principais: Caixa encefálica (crânio propriamente dito): composto por 08 ossos largos e irregulares que se fundem formando a cobertura que protege o encéfalo. Face: composta por 14 ossos que se fundem para dar sua forma.

Page 23: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Coluna vertebral Estrutura óssea central, composta de 33 vértebras, dividida em cinco regiões: Coluna cervical (pescoço): composta de 07 vértebras; Coluna torácica (parte superior do dorso): composta de 12 vértebras; Coluna lombar (parte inferior do dorso): composta de 05 vértebras; Coluna sacral (parte da pelve): composta de 05 vértebras; Coluna coccígea (cóccix ou cauda): composta de 04 vértebras. Articulações Conexão entre dois ou mais ossos adjacentes, que de acordo com a conformação e o aspecto estrutural são agrupadas em três tipos principais: Articulações fibrosas: São aquelas em que o tecido que interpõe as peças ósseas é fibroso, impossibilitando o seu movimento; Articulações cartilaginosas: São aquelas em que o tecido que interpõe as peças ósseas é formado por fibrocartilagem ou cartilagem hialina, possibilitando movimentos limitados; Articulações sinoviais: São aquelas em que o elemento que interpõe as peças ósseas é o líquido sinovial, possibilitando movimentos amplos.

Page 24: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

- Sistema Respiratório É o conjunto de órgãos que permite a captação de oxigênio e a eliminação de dióxido de carbono produzido na respiração interna. O Sistema Respiratório tem como função conduzir o ar do meio ambiente para os pulmões, e vice-versa, promovendo a troca gasosa, como também filtrar, pré-aquecer e umedecer o ar inspirado. Respiração Conjunto dos fenômenos que permitem a absorção do oxigênio e a expulsão do gás carbônico pelos seres vivos.

- Órgãos componentes do Sistema Respiratório O Sistema Respiratório é composto pelos seguintes órgãos:

Nariz No interior do nariz (narinas) existem pêlos, denominados vibrissas ou cílios, que recolhem a maior parte das partículas e pó existentes no ar, realizando assim, uma filtragem grosseira dessas impurezas. Eles e estão em constante movimento a fim de eliminar estes resíduos através das narinas. É guarnecido de uma camada de líquido (muco), que retém outras partículas de pó em sua porção superior. Ainda existem as conchas nasais, superior, média e inferior, que servem para aumentar a superfície

Page 25: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

mucosa da cavidade nasal, pois é esta superfície mucosa que umedece e aquece o ar inspirado, “condicionando-o” para que seja melhor aproveitado na hematose que se dá ao nível dos pulmões. Faringe É um tubo muscular membranoso associado a dois sistemas: respiratório e digestório, situando-se posteriormente à cavidade nasal, bucal e à laringe. Laringe É um órgão tubular, situado no plano mediano e anterior do pescoço que, além de via aerífera é órgão da fonação, ou seja, da produção do som. Coloca-se anteriormente à faringe, comunicando-se com a mesma através da glote, junto à glote está a epiglote, que tem a função de fechar a glote durante a passagem do bolo alimentar. Esqueleto da Laringe A laringe é continuada diretamente pela traquéia e apresenta um esqueleto cartilaginoso. A maior cartilagem é a tireóide, constituída de duas lâminas que se unem anteriormente em V; a cartilagem cricóide é ímpar, situando-se inferiormente à cartilagem tireóide. Entre as duas cartilagens, situa-se a membrana ou ligamento cricotireóideo. Traquéia É um canal situado entre a laringe e a origem dos brônquios. Tem de 12 a 15 cm de comprimento e é constituída por 16 a 20 anéis cartilaginosos incompletos, em forma de C, sobrepostos e ligados entre si. Brônquios São os canais resultantes da bifurcação da traquéia. Os brônquios vão se ramificando em direção aos lobos pulmonares em diâmetros cada vez menores. Pulmões Principais órgãos da respiração, sendo um direito e outro esquerdo, são órgãos moles, esponjosos e dilatáveis. Estão contidos na cavidade torácica e, entre eles, há uma região denominada mediastino. Os pulmões se subdividem em lobos, sendo três para o direito e dois para o esquerdo. As vias aéreas finalmente terminam nos alvéolos, cada um dos quais está em contato com os capilares sangüíneos onde se dá a função essencial dos pulmões, a hematose (oxigenação do sangue venoso). Pleura Cada uma das membranas serosas que cobrem as paredes internas da cavidade torácica (pleura parietal) e a superfície externa dos pulmões (pleura visceral). Músculos da respiração Os principais músculos da respiração são o diafragma que separa a cavidade torácica da abdominal e os músculos intercostais, que estão situados entre as costelas.

Page 26: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

- Mecanismo da respiração – inspiração Durante a inspiração (inalação):

• o diafragma e os músculos intercostais se contraem;

• quando o diafragma se contrai, move-se para baixo, aumentando a cavidade torácica longitudinalmente;

• quando os músculos intercostais se

contraem, elevam as costelas; estas ações se combinam para aumentar a cavidade torácica (fole) em todas as dimensões, os pulmões são puxados com ela, que se expande pela sucção exercida através das superfícies pleurais unidas.

A pressão aérea interna, menor que a externa, permite a entrada de ar pela traquéia enchendo os pulmões. O ar se moverá de uma área de maior pressão para uma de menor pressão, até tornarem-se equivalentes.

- Mecanismo da respiração – expiração Durante a expiração: o diafragma e os músculos intercostais se relaxam; a medida que estes músculos se relaxam, a cavidade torácica diminui de tamanho em todas as dimensões; a medida que a cavidade torácica diminui, o ar nos pulmões é pressionado em um espaço menor, a pressão interna aumenta e o ar é empurrado através da traquéia.

-

Page 27: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Sistema Cardiovascular É um sistema fechado, composto pelo coração e por uma rede de tubos denominado artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias. As principais funções do Sistema Cardiovascular são:

• Fornecer Oxigênio, substâncias nutritivas e hormônios aos tecidos; • Transportar produtos finais do metabolismo, como CO2 e uréia até os órgãos

responsáveis por sua eliminação; e • Termoregulação do organismo.

-

Sangue O sangue é um líquido vermelho, viscoso, composto por plasma (parte líquida), glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas. Composição do sangue Plasma: Transporta os glóbulos e nutrientes para todos os tecidos. Também leva os produtos de degradação para os órgãos excretores. Glóbulos vermelhos: Fornecem a cor ao sangue e carreiam oxigênio. Glóbulos brancos: Atuam na defesa do organismo contra as infecções. Plaquetas: São essenciais para a formação de coágulos sangüíneos, necessários para estancar o sangramento.

- Coração É um órgão muscular, oco, ímpar e mediano, que funciona como uma bomba contrátil e propulsora do sangue. Camadas musculares do coração

As paredes do coração são formadas por três camadas: • Miocárdio: camada média determina a sístole e a diástole cardíaca; • Endocárdio: camada de revestimento interno; • Epicárdio: camada de revestimento externo.

Page 28: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

- Coração As cavidades cardíacas são quatro: 2 átrios (cavidades superiores) e 2 ventrículos (cavidades inferiores).

-

Átrio esquerdo Desembocam as veias pulmonares direita e esquerda. Comunica-se com o ventrículo esquerdo através da valva bicúspide ou mitral (possui dois cúspides).

Ventrículo esquerdo Nele chega sangue oxigenado proveniente do átrio esquerdo, que posteriormente é expulso para todo o corpo através da artéria aorta.

Átrio direito Desembocam as veias cavas superior e inferior. Comunica-se com o ventrículo direito através da valva tricúspide (possui três cúspides).

Ventrículo direito Nele chega sangue rico em CO2 proveniente do átrio direito, que posteriormente é expulso para a artéria pulmonar.

Page 29: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Coração Movimentos cardíacos Para o coração realizar sua função de bombeamento de sangue, efetua movimentos de contração e relaxamento da musculatura das suas cavidades: Sístole: período de contração dos ventrículos, para expulsar o sangue proveniente dos átrios para as artérias pulmonares e aorta; Diástole: período de relaxamento dos ventrículos, simultâneos ao de contração dos átrios, permitindo a passagem de sangue dos átrios, para os ventrículos.

- Vasos sangüíneos São tubos que formam a complexa rede do sistema cardiovascular, constituída por artérias e veias que se ramificam em calibres cada vez menores, originando as arteríolas, vênulas e capilares. Artérias Vasos sangüíneos que saem do coração levando sangue para o corpo. Veias Vasos sangüíneos que chegam ao coração trazendo sangue do corpo. Circulação sangüínea A circulação sangüínea tanto no homem, como nos mamíferos em geral, é dupla: Circulação Pulmonar = Pequena Circulação Percurso da circulação pulmonar: Coração (ventrículo direito) > pulmões > coração (átrio esquerdo) Circulação Sistêmica = Grande Circulação Percurso da circulação sistêmica: Coração (ventrículo esquerdo) > tecidos do corpo > coração (átrio direito), passando pelos capilares dos diversos sistemas ou aparelhos do corpo

-

Page 30: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Circulação sangüínea

-

O sangue arterial (rico em O2) deixa o ventrículo esquerdo através da artéria aorta (circulação sistêmica).

As artérias tornam-se gradualmente mais finas (arteríolas), até que o sangue circule através de delgados capilares.

Os capilares são vasos de calibre diminuto, como fios de cabelo, onde as hemácias podem entrar em íntimo-contato com as células do organismo (ocorrendo o metabolismo celular: troca de nutrientes e O2 por produtos

O sangue (rico em CO2) passa dos capilares para pequenas veias (vênulas) que se unem e tornam-se maiores, à medida que se aproximam do coração.

Elas levam o sangue através da veia cava (inferior e superior) para o átrio direito, impulsionando-o para o ventrículo direito

De lá, o sangue é bombeado através da artéria pulmonar para os pulmões (circulação pulmonar), onde volta a passar através de um sistema capilar (ocorrendo a hematose: troca de CO2 por O2).

Retorna então pela veia pulmonar desembocando no átrio esquerdo, que por sua vez é impulsionado para o ventrículo esquerdo (iniciando a circulação sistêmica), completando

Page 31: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Circulação sangüínea O sistema é completamente fechado, com dois conjuntos de capilares conectando arteríolas e vênulas nos pulmões e nos tecidos do restante do organismo.

- Sistema Nervoso Sistema responsável pelo controle e coordenação das funções de todos os sistemas do organismo e, ainda, ao receber estímulos aplicados à superfície do corpo (frio, calor, dor etc) é capaz de interpretá-los e desencadear, eventualmente, respostas adequadas a estes estímulos. Muitas funções do sistema nervoso dependem da vontade

caminhar é um ato voluntário Muitas outras ocorrem involuntariamente, sem que tenhamos consciência

a secreção da saliva ocorre independente de nossa vontade

-

Page 32: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Sistema Nervoso As funções do Sistema Nervoso são:

• Colher informações do meio externo e interno e transformá-las em estímulos; • Controlar e coordenar as funções de todos os sistemas do organismo.

O Sistema Nervoso pode ser dividido em: Sistema Nervoso Central – SNC O sistema nervoso central é uma porção de recepção de estímulos, de comando e desencadeadora de respostas. A porção periférica está constituída pelas vias que conduzem os estímulos ao sistema nervoso central ou que levam até aos órgãos, as ordens emanadas da porção central. Pode-se dizer que o SNC está constituído por estruturas que se localizam no esqueleto axial (coluna vertebral e crânio): a medula espinhal e o encéfalo. Sistema Nervoso Periférico – SNP O sistema nervoso periférico compreende os nervos cranianos e espinhais, os gânglios e as terminações nervosas. Sistema Nervoso Visceral – SNV O sistema nervoso visceral relaciona o indivíduo com o meio interno, compreendendo fibras sensitivas (aferente) interoceptores e motoras (eferente) – músculo liso e gânglios. A este último, está relacionado o sistema nervoso autônomo (SNA), ou involuntário, constituído apenas da parte motora do SNV. Sistema Nervoso Somático – SNS O sistema nervoso somático relaciona o indivíduo com o meio externo, compreendendo fibras sensitivas (aferente) exteroceptores e motoras (eferente) músculo estriado esquelético.

-

Page 33: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Sistema Nervoso Central Meninges: O encéfalo e a medula espinhal são envolvidos e protegidos por lâminas (ou membranas) de tecido conjuntivo chamadas, em conjunto, de meninges. Estas lâminas são, de fora para dentro:

• dura-máter; • aracnóide; e • pia-máter.

O Sistema Nervoso Central – SNC é dividido anatomicamente em:

Encéfalo Porção do sistema nervoso central localizado na caixa craniana e que compreende o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico. Medula espinhal É a continuação direta do encéfalo, localizada dentro do canal vertebral. A medula espinhal tem papel fundamental na recepção de estímulos sensitivos e retransmissão de impulsos motores. Todos os centros importantes do encéfalo são conectados através de longos feixes nervosos, diretamente aos órgãos ou músculos que controlam. Estes feixes se unem formando a medula espinhal, transmitindo mensagens entre o encéfalo e o sistema nervoso periférico. Estas mensagens são passadas ao longo do nervo sob a forma de impulsos elétricos. Da base do crânio, a medula se estende pelo tronco até o nível da primeira ou segunda vértebra lombar. Na porção final da medula localizam-se nervos espinhais que formam uma espécie de “cabeleira” nervosa, comparada à cauda eqüina. Cérebro Constitui a parte mais importante do encéfalo, localiza-se na caixa craniana, é centro da consciência. As funções do cérebro normal incluem a percepção de nós mesmos e do ambiente ao nosso redor, controla nossas reações em relação ao meio ambiente,

Page 34: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

respostas emocionais, raciocínio, julgamento e todas as nuances que formam a consciência, as sensações e origem dos movimentos, compreendendo o telencéfalo e o diencéfalo. Cerebelo Possui a função de determinar o equilíbrio do corpo e sua orientação no espaço, bem como, a regulação do tônus muscular e a coordenação das atividades motoras do organismo. Tronco encefálico Parte do encéfalo que une a medula espinhal aos hemisférios cerebrais e por onde transitam todas as grandes vias sensitivas e motoras. Telencéfalo O telencéfalo é a porção mais anterior e mais desenvolvida do cérebro, ocupa a maior parte da cavidade craniana e é envolvido pelas meninges, sendo o segmento mais desenvolvido do encéfalo humano. Nele encontra-se o córtex cerebral que é uma lâmina cinzenta, de espessura variável e que constitui a superfície do hemisfério cerebral. Diencéfalo É um dos principais centros receptores de impulsos elétricos oriundos das vias periféricas, possui volumosos núcleos cinzentos. Mesencéfalo Protuberância que constitui o ponto de junção do cérebro, do cerebelo e da medula espinhal. Comunica-se com o cérebro através de fibras nervosas encarregadas de conduzir estímulos oculares, visuais, acústicos e outros. Ponte Localizada na parte mediana do tronco encefálico, é formada por agrupamentos de fibras e células nervosas. A Ponte possui três pares de nervos responsáveis pela inervação dos músculos que movimentam os olhos para os lados, dos músculos mímicos da face, das glândulas salivares e lacrimais, e conduz sensações de paladar captadas na língua. Bulbo Porção inferior do tronco encefálico no sentido crânio-caudal, sendo que o grande forame (forame magno), constitui o limite convencional com a medula espinhal. Possui feixes de fibras motoras que comandam os movimentos dos músculos voluntários. Essas fibras dirigem-se, paralelamente, até o forame occipital, onde trocam de lado. No resto do percurso, caminham do lado oposto àquele em que estavam originalmente. Este cruzamento de fibras faz com que as ordens emitidas, a partir do hemisfério cerebral direito, sejam transmitidas ao lado esquerdo do corpo e vice-versa. Por isso, acidentes que lesem o lado esquerdo da cabeça provocam, em geral, paralisia do lado

Page 35: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

direito. Além disso, no bulbo, localizam-se dois centros vitais, encarregados de controlar a respiração e o funcionamento vasomotor. Um tiro que atinja o bulbo mata instantaneamente. A pressão sangüínea cai de forma tão acentuada que não permite mais a irrigação dos diversos órgãos. Com a lesão do bulbo, são cortados os impulsos que controlam o funcionamento dos vasos sangüíneos e dos pulmões.

- Sistema Nervoso Periférico O Sistema Nervoso Periférico – SNP – é dividido anatomicamente em:

Nervos São cordões esbranquiçados formados por fibras nervosas unidas por tecido conjuntivo, tendo como função conduzir impulsos ao SNC e também conduzi-los do SNC ao periférico. Distinguem-se dois grupos, os nervos cranianos e os espinhais. Nervos cranianos São 12 pares de nervos que fazem conexão com o encéfalo. A maioria deles (10) originam-se no tronco encefálico. Além do seu nome, os nervos cranianos são também denominados por números em seqüência crânio-caudal. A relação abaixo apresenta o nome e o número correspondente a cada um dos pares cranianos: Olfatório é puramente sensitivo e ligado à olfação como o nome indica, iniciando-se em terminações nervosas situadas na mucosa nasal. Óptico, também sensitivo, origina-se na retina e está relacionado com a percepção visual. Oculomotor, troclear e abducente enervam músculos que movimentam o olho, sendo que o III par é também responsável pela inervação de músculos chamados intrínsecos do olho, como o músculo esfíncter da íris (que fecha a pupila) e o músculo ciliar (que controla a forma da lente). Trigêmeo é predominantemente sensitivo, sendo responsável pela sensibilidade

Page 36: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

somática de quase toda a cabeça. Um pequeno contingente de fibras é motor, inervando a musculatura mastigadora, isto é, músculos que movimentam a mandíbula. Facial, glossofaríngeo e vago são altamente complexos no que se refere aos componentes funcionais, estando relacionados às vísceras e à sensibilidade gustativa, além de inervar glândulas, musculatura lisa e esquelética. O nervo vago é um dos nervos cranianos mais importantes pois inerva todas as vísceras torácicas e a maioria das abdominais. Vestíbulo-coclear é puramente sensitivo, constituído de duas porções: A porção coclear está relacionada com os fenômenos da audição e a porção vestibular com o equilíbrio. Acessório inerva músculos esqueléticos, porém, parte de suas fibras unem-se ao vago e com ele é distribuída. Hipoglosso inerva os músculos que movimentam a língua, sendo por isso, considerado como o nervo motor da língua. Nervos espinhais Os 31 pares de nervos espinhais mantêm conexão com a medula e abandonam a coluna vertebral através de forames intervertebrais. A coluna pode ser dividida em porções cervical, torácica, lombar, sacral e coccígea. Da mesma maneira, reconhecemos nervos espinhais que são cervicais, torácicos, lombares, sacrais e coccígeos.

- Aula 3 - Avaliação geral de pacientes Os objetivos desta aula são:

• Listar as 5 fases da avaliação geral de um paciente; • Listar 3 fontes rápidas de informação no local da cena; • Diferenciar a avaliação dirigida para trauma e a avaliação dirigida para

emergência clínica; • Classificar corretamente o paciente de acordo com a escala CIPE; • Enumerar os principais sinais e sintomas observados numa vítima; e • Apresentar a seqüência correta dos passos da avaliação pré-hospitalar de

pacientes.

-

Page 37: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Avaliação pré-hospitalar de pacientes A avaliação pré-hospitalar de pacientes é um procedimento orientado, utilizado pelo Emergencista para identificar e corrigir possíveis doenças ou traumas que ameaçam a vida em curto prazo, devendo o Emergencista tomar decisões sobre os cuidados mais adequados e o mais rápido possível. O processo de avaliação geral do paciente divide-se em cinco fases distintas, a saber:

- Avaliação da cena Ao chegar no local da ocorrência, o Emergencista deve:

• Observar a cena procurando identificar riscos potenciais para si, para o paciente ou outros envolvidos (terceiros);

• Observar os mecanismos do trauma ou a natureza da doença do paciente; • Checar o número de vítimas; e • Acionar, se necessário, recursos adicionais.

Durante o deslocamento para a cena, o Emergencista deve revisar as informações contidas no despacho, bem como adotar medidas de proteção individual.

- Avaliação da cena Fontes rápidas de informação no local da cena:

• a cena por si só; • o paciente (se estiver consciente e em condições de responder), familiares,

testemunhas ou curiosos; • os mecanismos do trauma; • a posição do paciente, qualquer deformidade maior ou lesão óbvia; e

qualquer sinal ou sintoma indicativo de emergência clínica. A cena por si só Após avaliar a cena, o Emergencista deve iniciar o gerenciamento dos riscos e o controle da mesma, acionando se necessário, recursos adicionais para as medidas de sinalização do local, isolamento da cena, estabilização de veículos (calçar e amarrar se necessário), controle de tráfego, desligamento de motores automotivos, desativação de cabos elétricos energizados, remoção de pacientes em situação de risco iminente, dentre outros.

-

Page 38: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Avaliação inicial Podemos conceituá-la como sendo um processo ordenado para identificar e corrigir, de imediato, problemas que ameacem a vida a curto prazo. Durante a avaliação inicial, os problemas que ameaçam a vida, por ordem de importância, são:

• Vias aéreas Permeabilidade e se há comprometimento da coluna cervical.

• Respiração Se respira e como se processa esta respiração.

• Circulação Se tiver pulso, se há hemorragia e risco de estado de choque.

-

Avaliação inicial Como Realizar a Avaliação Inicial Observe visualmente a cena e forme uma impressão geral do paciente. Avalie o nível de consciência do paciente (AVDI). Identifique-se como Emergencista e solicite autorização para ajudar. Avalie a permeabilidade das vias aéreas e estabilize manualmente a coluna cervical. Avalie a respiração do paciente (use a técnica do ver, ouvir e sentir – VOS). Verifique a circulação do paciente (avalie o pulso carotídeo em adultos e crianças, e o braquial em lactentes) e verifique a presença de hemorragias e perfusão. Decida a prioridade para o transporte, através da escala CIPE.

-

Page 39: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Avaliação inicial Escala CIPE Ao término da avaliação inicial, o Emergencista deve classificar o paciente de acordo com a gravidade de suas lesões ou doença. Essa classificação é baseada na escala CIPE. Crítico Parada respiratória ou cárdio-respiratória. Instável Paciente inconsciente, com choque descompensado, dificuldade respiratória severa, com lesão grave de cabeça e/ou tórax. Potencialmente Instável Paciente com choque compensado portador de lesões isoladas importantes. Estável Paciente portador de lesões menores e sinais vitais normais.

- Avaliação inicial Os pacientes críticos e instáveis devem ser tratados no máximo em 5 minutos, no local da emergência e transportados de imediato. Nesses casos, a avaliação dirigida e a avaliação física detalhada devem ser realizadas durante o transporte para o hospital, simultaneamente com as medidas de suporte básico de vida. Já no caso dos pacientes potencialmente instáveis e estáveis, o Emergencista deve continuar a avaliação no local da emergência, no máximo em 12 minutos, e transportá-lo após sua estabilização. Colar Cervical e Oxigênio Após decidir sobre a prioridade de transporte, a equipe de Emergencistas deve realizar um rápido exame físico na região posterior, anterior e lateral do pescoço e, em seguida, mensurar e aplicar o colar cervical de tamanho apropriado. Depois, os Emergencistas devem avaliar a necessidade de ofertar oxigênio para o paciente. Para isto, devem examinar o nariz, a boca e a mandíbula, através do emprego de uma máscara facial com reservatório de oxigênio. Para tratar os pacientes de emergência clínica, os Emergencistas podem utilizar os mesmos parâmetros recomendados nos casos de trauma, no entanto, não necessitam imobilizar a região cervical.

-

Page 40: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Avaliação dirigida Podemos conceituá-la como sendo um processo ordenado para obter informações, descobrir lesões ou problemas clínicos que, se não tratados, poderão ameaçar a vida do paciente. É dividida em três etapas, são elas:

• Entrevista: Etapa da avaliação onde o Emergencista conversa com o paciente buscando obter informações dele próprio, de familiares ou de testemunhas, sobre o tipo de lesão ou enfermidade existente e outros dados relevantes;

• Sinais Vitais: Etapa da avaliação onde o Emergencista realiza a aferição da respiração, pulso, pressão arterial e temperatura relativa da pele do paciente; e

• Exame rápido: O exame rápido é realizado conforme a queixa principal do paciente ou em todo segmento corporal.

Fique atento durante todo o processo de avaliação, pois algumas vezes a natureza da emergência pode não estar claramente definida.

- Avaliação dirigida Guia para realizar uma Entrevista Se o paciente estiver consciente e em condições de respondê-lo, questione-o utilizando as seguintes perguntas chaves: 1) Nome e idade (se é menor, procure contatar com seus pais ou um adulto conhecido) 2) O que aconteceu? (para identificar a natureza da lesão ou doença) 3) Há quanto tempo isso aconteceu? 4) Isso já ocorreu antes? (emergência clínica) 5) Você tem algum problema de saúde? 6) Você tem tomado algum remédio? 7) Você é alérgico a alguma coisa?

-

Page 41: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Avaliação dirigida Sinais Diagnósticos Sinal é tudo aquilo que o Emergencista pode observar ou sentir no paciente enquanto o examina. Pulso, palidez, sudorese etc. Sintoma é tudo aquilo que o Emergencista não consegue identificar sozinho. O paciente necessita contar sobre si mesmo. Dor abdominal, tontura etc.

- Avaliação dirigida Aferição de Sinais Vitais Os sinais vitais a serem aferidos são: Pulso

É o reflexo do batimento cardíaco palpável nos locais onde as artérias calibrosas estão posicionadas próximas da pele e sobre um plano duro. Valores normais: • Adulto 60-100 batimentos por minuto (bpm). • Criança 80-140 bpm. • Lactentes 85-190 bpm.

Respiração

Absorção do oxigênio e exalação do gás carbônico. Valores normais: • Adulto 12-20 ventilações por minuto (vpm). • Criança 20-40 vpm. • Lactentes 40-60 vpm.

Temperatura É a diferença entre o calor produzido e o calor perdido pelo corpo humano. Valores normais: 36,5 a 37,0 ºC – Independente da faixa etária.

Page 42: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Temperatura Relativa da Pele Em atendimento pré-hospitalar, o Emergencista verifica a temperatura relativa da pele colocando o dorso da sua mão sobre a pele do paciente (na testa, no tórax ou no abdome). O Emergencista estima a temperatura relativa da pele pelo tato. Convém recordar que a pele é a grande responsável pela regulação da temperatura e pode apresentar-se normal, quente ou fria, úmida ou seca. Durante a avaliação continuada, o Emergencista deve utilizar o termômetro clínico, para real certificação da temperatura corporal. Com relação à coloração, a pele pode estar:

• Pálida, • Ruborizada ou • Cianótica.

Nas pessoas negras, a cianose pode ser notada nos lábios, ao redor da fossas nasais e nas unhas. Pupilas As pupilas quando normais são do mesmo diâmetro e possuem contornos regulares. Pupilas contraídas podem ser encontradas nas vítimas que fizeram uso de drogas (miose). As pupilas indicam estado de relaxamento ou inconsciência, geralmente tal dilatação ocorre rapidamente após uma parada cardíaca (midríase), Nos casos de TCE ou AVC, a irregularidade da reatividade pupilar, será observada no lado oposto em que ocorreu a lesão (anisocoria). Coloração da pele A coloração da pele depende primariamente da presença de sangue circulante nos vasos sangüíneos subcutâneos. Uma pele pálida, branca, indica circulação insuficiente e é vista nas vítimas em choque ou com infarto do miocárdio. Uma cor azulada (cianose) é observada na insuficiência cardíaca, na obstrução de vias aéreas, e também em alguns casos de envenenamento. Poderá haver uma cor vermelha em certos estágios do envenenamento por monóxido de carbono (CO) e na insolação. Perfusão capilar é o termo usado para verificar a circulação da pele nas extremidades. Pressão Arterial É definida como a pressão exercida pelo sangue circulante contra as paredes internas das artérias. A PA é verificada em dois níveis, a PA sistólica e a diastólica. A sistólica é a pressão máxima à qual a artéria está sujeita durante a contração do coração (sístole). A diastólica é a pressão remanescente no interior do sistema arterial quando o coração fica relaxado (diástole). A pressão arterial é diretamente influenciada pela força do batimento cardíaco, quanto mais força, mais elevada a PA e o volume de sangue circulante.

Page 43: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Dentro desses valores, consideramos a PA normal. Se exceder à máxima, denominamos alta (hipertensão) e, ao contrário, se não atinge o nível mínimo, denominamos baixa (hipotensão). Em geral não se afere PA em crianças com menos de 3 anos de idade. Nos casos de hemorragias ou choque, a PA mantêm-se constante dentro de valores normais para no final desenvolver uma queda abrupta.

Valores normais: Adulto: • Sistólica máxima 150 mmHg e mínima 100 mmHg • Diastólica máxima 90 mmHg e mínima 60 mmHg

IDADE

Nascimento (12h, <1000g) Nascimento (12h, 3kg) Recém-nascido (96h)

Lactente (6 meses) Criança (2 anos)

Idade escolar (7 anos) Adolescente (15 anos)

PRESSÃO SISTÓLICA (Mm Hg)

39-59 50-70 60-90

87-105 95-105 97-112

112-128

PRESSÃO DIASTÓLICA (Mm Hg)

16-36 25-45 20-60 53-66 53-66 57-71 66-80

Capacidade de movimentação A incapacidade de uma pessoa consciente em se mover é conhecida como paralisia e pode ser resultante de uma doença ou traumatismo. A incapacidade de mover os membros superiores e inferiores, após um acidente, pode ser o indicativo de uma lesão da medula espinhal, na altura do pescoço (coluna cervical). A incapacidade de movimentar somente os membros inferiores pode indicar uma lesão medular abaixo do pescoço. A paralisia de um lado do corpo, incluindo a face, pode ocorrer como resultado de um rompimento de um vaso intracraniano (Acidente Vascular Cerebral – AVC – DERRAME). Reação a DOR A perda do movimento voluntário das extremidades, após uma lesão, geralmente é acompanhada também de perda da sensibilidade. Entretanto, ocasionalmente o movimento é mantido e a vítima se queixa apenas de perda da sensibilidade ou dormência nas extremidades. É extremamente importante que este fato seja reconhecido como um sinal de provável lesão da medula espinhal, de forma que a manipulação do acidentado não agrave o trauma inicial.

-

Page 44: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Avaliação física detalhada A avaliação física detalhada da cabeça aos pés deve ser realizada pelo Emergencista em cerca de 2 a 3 minutos. O exame completo não precisa ser realizado em todos os pacientes. Ele pode ser realizado de forma limitada em pacientes que sofreram pequenos acidentes ou que possuem emergências médicas evidentes. Ao realizar o exame padronizado da cabeça aos pés, o Emergencista deve: 1) Verificar a cabeça (couro cabeludo) e a testa; 2) Verificar a face do paciente. Inspecionar os olhos e as pálpebras, o nariz, a boca, a mandíbula e os ouvidos; 3) Verificar a região posterior, anterior e lateral do pescoço (antes da aplicação do colar cervical); 4) Inspecionar o ombro bilateralmente distal / proximal; 5) Inspecionar as regiões anterior e lateral do tórax; 6) Inspecionar o abdome em quatro quadrantes separadamente; 7) Inspecionar as regiões anterior e lateral da pelve e a região genital; 8) Inspecionar as extremidades inferiores (uma de cada vez). Pesquisar a presença de pulso distal, a capacidade de movimentação (motricidade), a perfusão e a sensibilidade; 9) Inspecionar as extremidades superiores (uma de cada vez). Pesquisar a presença de pulso distal, a capacidade de movimentação (motricidade), a perfusão e a sensibilidade; 10) Realizar o rolamento em monobloco e inspecionar a região dorsal.

- Avaliação física detalhada Como Avaliar o Paciente de Trauma e de Emergência Clínica Os procedimentos da avaliação dirigida são diferentes para pacientes de trauma e pacientes de emergência clínica. Os pacientes podem ser classificados nos seguintes tipos:

Page 45: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Pacientes de trauma – consciente

• Observe o cenário e tente identificar os mecanismos do trauma; • Inicie a entrevista com o paciente, enquanto verifica a respiração e a presença

de hemorragias; • Estabilize a cabeça e o pescoço do paciente com um colar cervical e administre

oxigênio; • Realize o exame físico dirigido segundo a queixa principal do paciente; • Realize a aferição dos sinais vitais; • Complete a entrevista para obter o histórico do paciente; • Providencie os cuidados necessários; e • Faça o exame físico detalhado, caso seja necessário.

Pacientes de trauma – inconsciente

• Observe o cenário e tente identificar os mecanismos do trauma; • Entreviste testemunhas sobre o que aconteceu, enquanto verifica as vias

aéreas, a respiração e a presença de hemorragias; • Estabilize a cabeça e o pescoço do paciente com um colar cervical e administre

oxigênio; • Realize um rápido exame físico buscando identificar ferimentos mais graves; • Realize a aferição dos sinais vitais; • Realize o exame físico completo da cabeça aos pés; e • Reavalie os sinais vitais.

Pacientes de emergência clínica – consciente

• Inicie a entrevista com o paciente; • Administre oxigênio; • Realize o exame físico dirigido em função da queixa principal informada pelo

paciente; • Realize a aferição dos sinais vitais; e • Providencie os cuidados necessários.

Pacientes de emergência clínica – inconsciente

• Inicie a entrevista com as testemunhas perguntando o que aconteceu e tente determinar a natureza do problema;

• Assegure a permeabilidade das vias aéreas, a respiração e a circulação; • Verifique a presença de hemorragias; • Providencie o tratamento para qualquer alteração encontrada e administre

oxigênio; • Realize um rápido exame físico tentando identificar a natureza da emergência. • Realize a aferição dos sinais vitais; e

Page 46: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

• Providencie os cuidados necessários. Fique atento durante todo o processo de avaliação, pois algumas vezes a natureza da emergência pode não estar claramente definida.

- Avaliação física detalhada Objetivo do exame rápido O exame rápido permite que o Emergencista realize visualmente o exame físico limitado à região que o paciente se refere como a de maior queixa, ou de todo o segmento corporal, com o objetivo de encontrar alterações decorrentes de doenças ou traumas. Este exame é também chamado de coleta de dados objetivos.

- Avaliação continuada A avaliação continuada é realizada durante o transporte do paciente, devendo o Emergencista reavaliar constantemente os sinais vitais e o aspecto geral do paciente. A reavaliação deve ser realizada conforme a escala CIPE: CRÍTICO e INSTÁVEL Reavalie a cada 3 minutos. POTENCIALMENTE INSTÁVEL e ESTÁVEL Reavalie a cada 15 minutos.

-

Page 47: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Avaliação continuada Fluxograma da avaliação pré-hospitalar de pacientes

- Aula 4 – Suporte básico de vida Os objetivos desta aula são:

• Descrever os passos da reanimação cardiopulmonar em adultos, crianças e lactentes;

• Citar as principais causas de obstrução das vias aéreas; e • Descrever os passos da desobstrução das vias aéreas em adultos, crianças e

lactentes.

-

Page 48: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

A American Heart Association (Associação Americana do Coração) em conferência realizada em novembro de 2005, anunciou as novas diretrizes para a Reanimação Cardiopulmonar em Suporte Básico de Vida, após dois anos de debates e rigorosa avaliação científica, conforme consenso mundial para reanimação. O Suporte Básico de Vida - SBV é representado por uma seqüência de ações. Essas ações, realizadas durante os primeiros minutos de uma emergência, são cruciais para a sobrevivência. A seqüência de ações de SBV é a seguinte:

• Reconhecimento rápido do infarto de miocárdio e do AVC e medidas para evitar a parada respiratória e circulatória.

• Ação rápida diante de qualquer vítima que perde a consciência subitamente. Respiração de resgate para vítimas de parada respiratória.

• Compressões torácicas e respiração de resgate para vítimas de parada cardiorespitatória.

• Reconhecimento e tratamento de OVACE.

- Parada respiratória Parada respiratória é a supressão súbita dos movimentos respiratórios, que pode ou não ser acompanhada de parada cardíaca. O centro respiratório encefálico deve funcionar para haver respiração e para que a freqüência e a profundidade respiratórias sejam adequadas, a fim de controlar os níveis sangüíneos de dióxido de carbono. O fluxo sangüíneo cerebral inadequado provocado por AVC (resultante da interrupção da irrigação de uma região do cérebro), choque ou parada cardíaca pode afetar gravemente o centro respiratório. Uma parada respiratória pode ser provocada quando a oxigenação do sangue for muito reduzida, mesmo que a quantidade do sangue que circula pelo encéfalo seja normal. Nestes casos, a vítima pode apresentar uma parada respiratória completa ou realizar esforços respiratórios ineficazes - respirações “agônicas”, geralmente associados com contração dos músculos dos braços e das pernas. Mesmo após a parada do coração, a respiração continua existindo por poucos segundos. Não confunda respirações agônicas com respirações efetivas ao determinar se é

Page 49: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

necessário efetuar respiração de resgate ou compressões torácicas. Nas próximas páginas serão apresentadas técnicas para a reanimação cardiopulmonar.

- Técnicas de abertura das vias aéreas Quando o tônus muscular é insuficiente, a língua e a epiglote podem obstruir a faringe. A língua é a causa mais freqüente de obstrução das vias aéreas na vítima inconsciente. Se não houver evidência de trauma craniano nem cervical, o Emergencista deve utilizar a manobra de inclinação da cabeça-elevação do queixo para abrir as vias aéreas. As técnicas para abertura das vias aéreas são: Manobra de inclinação da cabeça – elevação do queixo – casos clínicos Esta manobra deve ser utilizada apenas em casos clínicos. 1) Coloque o paciente em decúbito dorsal e posicione-se ao seu lado, na altura dos ombros; 2) Coloque uma das mãos na testa do paciente e estenda sua cabeça para trás; e 3) Coloque a ponta dos dedos, indicador e médio, da outra mão, apoiados na mandíbula para elevá-la até perceber uma resistência ao movimento. Use sempre EPI

Page 50: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Manobra de empurre mandibular – casos de trauma Esta manobra deve ser utilizada apenas em casos de trauma. 1) Coloque o paciente em decúbito dorsal e posicione-se de joelhos acima da parte superior de sua cabeça; 2) Com os cotovelos na mesma superfície que o paciente ou apoiados nas coxas, segure os ângulos da mandíbula do paciente com os dedos, indicador e médio; e 3) Com os dedos posicionados, empurre a mandíbula para cima, mantendo a cabeça estabilizada com a palma das mãos. Não eleve ou realize rotação da cabeça do paciente, pois a proposta desta manobra é manter a via aérea aberta sem mover a cabeça ou o pescoço. Use sempre EPI Utilize a manobra correta ao realizar uma abertura de vias aéreas - VA: Em caso clínico manobra de inclinação da cabeça e elevação do queixo Em caso de trauma manobra de empurre mandibular

-

Page 51: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Técnicas para ventilação artificial Ao avaliar a respiração do paciente, deve ser utilizado o método VOS - Ver, Ouvir e Sentir. Para se avaliar a presença ou ausência de respiração espontânea:

• Coloque o ouvido próximo à boca e ao nariz do paciente, enquanto mantém as vias aéreas pérvias; e

• Enquanto observa o tórax do paciente, verifique se a respiração é normal ou anormal.

Respiração normal Veja os movimentos respiratórios. Observe a simetria da expansão e contração do tórax e a ausência de esforço para executar esses movimentos; Ouça o ar entrando e saindo do nariz e da boca. Os sons devem ser como os que normalmente ouvimos na respiração (sem roncos, não estar ofegante ou apresentar outros sinais incomuns); Sinta o ar entrando e saindo do nariz e da boca.

Ver, ouvir e sentir a respiração Respiração anormal A respiração anormal pode ser identificada quando:

• Há ausência de movimento torácico ou existem movimentos assimétricos. • Não é possível sentir ou ouvir o ar movimentando-se através do nariz ou da

boca; • A respiração é ruidosa ou ofegante; • O ritmo da respiração é irregular, taquipnéica ou bradipnéica. • A respiração é muito superficial, muito profunda e difícil ou, ainda, a respiração

é feita com grande esforço, especialmente em crianças e bebês; • A pele do paciente fica cianótica, acinzentada ou pálida; • O paciente está obviamente se esforçando para respirar, usando os músculos

da parte superior do tórax, ao redor dos ombros, e os músculos do pescoço; • Há batimentos de asas do nariz, especialmente em crianças.

Page 52: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Estes procedimentos de avaliação devem levar apenas de 3 a 5 segundos. Em RCP considerar: Lactente de 0 a 1 ano Criança de 1 a 8 anos Adulto acima de 8 anos

- Técnicas para ventilação artificial Caso seja identificada respiração anormal do paciente, deve ser realizada a reanimação pulmonar. Reanimação pulmonar A reanimação pulmonar é todo esforço para reanimar ou para restabelecer artificialmente a função normal dos pulmões. O ar atmosférico possui 21% de oxigênio. Dos 21% inalados, uns 5% são utilizados pelo organismo e os 16% restantes são exalados, quantidade suficiente para suprir as necessidades da pessoa na vida diária. Quando uma pessoa encontra-se com deficiência respiratória, se faz necessário a oferta de uma concentração maior de oxigênio para suprir esta ineficiência. Respirações de resgate Para fornecer respirações de resgate, administre respirações lentas e permita a expiração completa entre as respirações, a fim de diminuir a probabilidade de exceder a pressão de abertura esofágica. Essa técnica diminui a distensão gástrica, a regurgitação e a aspiração. Nas páginas seguintes serão mostradas técnicas para ventilação artificial.

-

Page 53: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Técnicas para ventilação artificial As técnicas utilizadas para ventilação artificial são: Técnica de respiração boca-a-boca 1) Abra as vias aéreas; 2) Feche as narinas do paciente com seus dedos (indicador e polegar); 3) Inspire o ar e coloque sua boca com firmeza sobre a boca do paciente, criando um selo hermético, e ventile lentamente (1,5 a 2 segundos) seu ar para dentro dos pulmões do paciente; e 4) Retire sua boca e deixe o ar sair livremente; 5) Repita a ventilação artificial a cada 5 - 6 segundos (10 - 12 por minuto) no socorro de adultos e, a cada 3 - 5 segundos (12 - 20 por minuto), no socorro de crianças. Técnica de respiração boca-a-boca/nariz Utilizada em lactentes (bebês). A técnica segue os mesmos passos da ventilação de boca-a-boca, incluindo no item 3, a colocação da boca do Emergencista sobre a boca e o nariz do paciente e, em seguida, uma ventilação bem lenta (1 a 1,5 segundos por ventilação), repetindo a ventilação artificial a cada 3 segundos (20 por minuto).

Page 54: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Técnica de respiração boca-máscara 1) Abra a VA empurrando a mandíbula do paciente; 2) Posicione a máscara sobre a face do paciente, com o ápice sobre a ponta do nariz e a base entre os lábios e o queixo; 3) Use a mão mais próxima do alto da cabeça do paciente para selar a máscara, pressionando ao longo da borda superior com o indicador e o polegar. Aperte a borda inferior com o polegar da outra mão; 4) Ponha os dedos restantes da outra mão que está mais abaixo ao longo da borda óssea da mandíbula e levante-a. Se não houver suspeita de lesão da coluna cervical, faça inclinação da cabeça-elevação do queixo; 5) Comprima toda a borda externa da máscara firmemente, para criar um selo hemético; 6) Forneça respirações de resgate lentas, observando se há expansão torácica. 7) Retire a boca e deixe o ar sair livremente. O tempo de cada ventilação é o mesmo descrito na técnica de boca-a-boca (adulto e criança) e boca-aboca/nariz (lactente).

- Técnicas para ventilação artificial Alguns acessórios são utilizados na reanimação pulmonar. A escolha de tais acessórios deve ser adequada a cada caso e sua utilização deve ser correta. Os acessórios que podem ser utilizados são: Cânula orofaríngea Dispositivo usualmente feito de plástico, que pode ser inserido na boca e na faringe do paciente, a fim de sustentar a língua, evitando o bloqueio das vias aéreas. O tipo mais comum em APH é o que possui uma abertura no centro “Guedel”, a fim de permitir a respiração ou acesso fácil para aspiração bilateral, devendo ser usada em conjunto com o reanimador manual e colocada apenas em pacientes inconscientes.

Page 55: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Técnica para seu uso 1) Escolha o tamanho correto:

• Adulto: Lóbulo da orelha ao canto da boca; • Criança e lactente: Ângulo da mandíbula ao

canto da boca; 2) Cruze os dedos, polegar e indicador, abrindo a boca do paciente; 3) Introduza a cânula na posição correta:

• Adulto: Com a extremidade contra o palato, girando-a em 180º; • Criança e lactente: Com a extremidade contra a língua, sem giro; e

4) Deslize a cânula até que a extremidade com rebordo se localize sobre os lábios ou queixo, de forma que sua curvatura siga o contorno da língua. Use sempre EPI Reanimador manual Equipamento utilizado para ventilar, artificialmente, o paciente que não apresenta respiração espontânea, podendo liberar altas concentrações de oxigênio (90 a 100%) quando instalado a uma fonte (cilindro de oxigênio). Técnica de ventilação com bolsa-máscara (reanimador manual) 1) Posicione o paciente corretamente (decúbito dorsal); 2) Posicione-se próximo à cabeça do paciente (técnica cefálica); 3) Abra a boca do paciente e coloque a cânula orofaríngea, conforme técnica descrita anteriormente; 4) Coloque a máscara do reanimador sobre a face do paciente, com a base entre a protuberância do queixo e o lábio inferior e a ápice voltada para o nariz;

Page 56: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

5) Faça a vedação com o polegar mantido na porção superior da máscara e o indicador na porção inferior, comprimindo-a de maneira firme para se obter boa vedação em toda sua borda; 6) Coloque os demais dedos ao longo da borda óssea da mandíbula e levante-a ao mesmo tempo em que a cabeça é inclinada para trás (adulto), a fim de manter as vias aéreas pérvias. Em lactente e criança muito pequena, deve-se utilizar apenas o dedo médio sobre a mandíbula, mantendo a cabeça em posição neutra, sem hiperextensão; 7) Comprima, com a outra mão, a bolsa principal do reanimador de forma ritmada, uma vez a cada 5 segundos em adultos e, uma vez, a cada 3 segundos, em crianças e lactentes; 8) Observe durante cada ventilação a expansão torácica, caso esteja ausente ou insuficiente, reavalie todos os procedimentos adotados; e 9) Após 12 ventilações (adulto) ou 20 ventilações (criança e lactente), cerca de 1 minuto, reavalie o pulso. Caso o pulso esteja ausente, inicie a RCP. Use sempre EPI

- Parada cardíaca Parada cardíaca é o cessar da atividade mecânica do coração. É um diagnóstico clínico confirmado pela falta de resposta a estímulos, ausência de pulso detectável e apnéia (ou respirações agônicas). A detecção de pulso pode ser feita de 2 maneiras: Detecção de pulso carotídeo Para se detectar a presença ou ausência de pulso carotídeo: 1) Localize a cartilagem da tireóide e coloque a ponta dos dedos (indicador e médio) ao lado deste ponto, mantendo a cabeça em posição inclinada para trás (se não houver suspeita de lesão na coluna cervical); 2) Deslize os dedos no sulco entre a traquéia e o músculo lateral do pescoço mais próximo a você; e 3) Exerça pequena pressão neste ponto e sinta o pulso da artéria carótida (adulto e criança). Se não há pulso, inicie as compressões torácicas.

Page 57: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Use sempre EPI Detecção de pulso braquial Para se detectar a presença ou ausência de pulso braquial: 1) Localize o terço médio da parte interna do braço, entre o cotovelo e o ombro do lactente; 2) Com o polegar na face externa do braço, pressione com suavidade os dedos, indicador e médio, contra o úmero para sentir o pulso braquial; e 3) Se não conseguir detectar com certeza um pulso, outros sinais de circulação ou, caso a freqüência cardíaca seja menor que 60 bpm, em um lactente ou uma criança com sinais de hipoperfusão, inicie as compressões torácicas. Use sempre EPI A verificação dos pulsos carotídeo e braquial não deve levar mais de 5 a 10 segundos.

- Parada cardíaca Ao detectar uma parada cardíaca, deve-se proceder compressões torácicas, de acordo com seguinte procedimento: Encontre o ponto de compressões da RCP Adulto - Dois dedos acima do processo xifóide. Criança - Da mesma maneira em que é feita com o adulto. Lactente - Um dedo abaixo da linha imaginária, entre os mamilos. Posicione corretamente suas mãos para as compressões Adulto - Coloque a base de sua mão (que está próxima à cabeça do paciente) no ponto de compressão da RCP. Sua outra mão deve ser sobreposta à primeira, de modo que as bases das duas mãos fiquem alinhadas uma sobre a outra e seus dedos não devem tocar o tórax do paciente. Seus dedos podem ficar estendidos ou entrelaçados. Mantenha seus dedos afastados do tórax do paciente. Criança - Faça as compressões com a base de uma das mãos, posicionada sobre o ponto de compressões da RCP.

Page 58: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Lactente - Faça as compressões com a ponta de dois dedos, posicionados sobre o ponto de compressão da RCP.

Promova as compressões torácicas externas Adulto - Deslocamento de 4 a 5cm e freqüência de aproximadamente 100 por minuto. Criança - Deslocamento de 2,5 a 4cm e freqüência de no mínimo 100 por minuto. Lactente - Deslocamento de 1,5 a 2,5cm e freqüência de no mínimo 100 por minuto. Realize as ventilações Inicie sempre com duas ventilações de resgate. Estas ventilações não contam no ritmo dos ciclos que irão ser aplicados. Este procedimento deve ser executado de maneira diferente quando o atendimento for realizado por: Atendimento com um Emergencista Adulto 30 compressões por duas ventilações 5 ciclos de 30 x 2 Criança 30 compressões por duas ventilações 5 ciclos de 30 x 2 Lactente 30 compressões por duas ventilações 5 ciclos de 30 x 2 Atendimento com dois Emergencistas Nos casos de RCP em criança ou lactente, quando houver dois Emergencistas, a freqüência deve ser de 10 ciclos de 15x2 (15 compressões por 2 ventilações). Após 2 minutos, reavalie. Nos pacientes adultos, esta freqüência não é alterada, ou seja, tanto com 1 ou 2 Emergencistas, a freqüência será sempre 30x2 (30 compressões por 2 ventilações). Os 2 Emergencistas devem inverter suas posições ao término dos cinco ciclos.

-

Page 59: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Obstrução das vias aéreas por corpo estranho – OVACE É a obstrução súbita das VA superiores causada por corpo estranho. A OVACE em adulto, geralmente, ocorre durante a ingestão de alimentos e, em criança, durante a alimentação ou recreação (sugando objetos pequenos).

• A obstrução de vias aéreas superiores pode ser causada: • pela língua: Sua queda ou relaxamento pode bloquear a faringe; • pela epiglote: Inspirações sucessivas e forçadas podem provocar uma pressão

negativa que forçará a epiglote para baixo, fechando as VA; • por corpos estranhos: Qualquer objeto, líquidos ou vômito, que venha a se

depositar na faringe; • por danos aos tecidos: Perfurações no pescoço, esmagamento da face,

inspiração de ar quente, venenos e outros danos severos na região; e • por patologias: Infecções respiratórias, reações alérgicas e certas condições

crônicas (asma), podem provocar espasmos musculares que obstruem as VA.

- Obstrução das vias aéreas por corpo estranho – OVACE Sinais de obstrução grave ou completa das vias aéreas Quando uma pessoa consciente que estiver se engasgando, os seguintes sinais indicam uma obstrução grave ou completa das vias aéreas que exige ação imediata:

• Sinal universal de asfixia: a vítima segura o pescoço com o polegar e o dedo indicador;

• Incapacidade para falar; • Tosse fraca e ineficaz; • Sons inspiratórios agudos ou ausentes; • Dificuldade respiratória crescente; e • Pele cianótica.

-

Page 60: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Obstrução das vias aéreas por corpo estranho – OVACE A desobstrução das vias aéreas deve seguir as manobras: Manobras para desobstrução em Adulto

Compressão abdominal administrada em paciente consciente Compressão torácica administrada em vítima gestante ou obesa Varredura digital para limpeza da cavidade oral Manobras para desobstrução em Lactente Golpes dorsais Compressões torácicas Em lactentes e crianças deve-se visualizar o corpo estranho antes de tentar removê-lo com uma pinça ou com o dedo.

-

Page 61: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Módulo 2 - Hemorragias, choques e ferimentos Este módulo tem como objetivo apresentar os efeitos de acidentes e os procedimentos pré-hospitalares para tratá-los. Para isso, foram relacionadas 3 aulas:

• Hemorragias • Choques • Ferimentos

-

Aula 1 – Hemorragias Os objetivos desta aula são:

• Enumerar 5 sinais ou sintomas indicativos de uma hemorragia; e • Citar e demonstrar 3 diferentes técnicas para controlar hemorragias externas.

-

Hemorragia É o extravasamento de sangue para fora dos vasos ou do coração e é sempre patológico, exceto durante a menstruação ou trauma. As hemorragias podem ser internas ou externas, espontâneas ou provocadas (nos ferimentos), causadas tanto por lesões da parede vascular de natureza inflamatória, traumática ou tumoral. As hemorragias são classificadas de forma anatômica ou clínica. Classificação clínica Hemorragia interna - Classificação clínica Geralmente não é visível, porém é bastante grave, pois pode provocar choque e levar a vítima à morte. Sinais e sintomas de hemorragia interna

• Idênticos aos da hemorragia externa • Saída de sangue ou fluídos pelo nariz e/ou pavilhão auditivo externo • Vômito ou tosse com presença de sangue • Contusões • Rigidez ou espasmos dos músculos abdominais • Dor abdominal • Sangramento pelas genitálias

Page 62: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Hemorragia externa - Classificação clínica Ocorre devido a ferimentos abertos. Sinais e sintomas de hemorragias externas

• Agitação • Palidez • Sudorese intensa • Pele fria • Pulso acelerado (acima de 100 bpm) • Hipotensão • Sede • Fraqueza

Classificação anatômica Arterial: Hemorragia que faz jorrar sangue pulsátil e de cor vermelho vivo. Capilar: O sangue sai lentamente dos vasos menores, na cor similar ao sangue venoso. Venosa: Hemorragia onde o sangue sai lento e contínuo, com cor vermelho escuro.

- Técnicas utilizadas no controle das hemorragias 1.Pressão direta sobre o ferimento;

Page 63: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

2.Elevação do membro;

3.Compressão dos pontos arteriais;

4.Curativo compressivo.

Tratamento Pré-Hospitalar:

• Avalie nível de consciência; • Abra as VA estabilizando a coluna cervical;

Page 64: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

• Monitore a respiração e a circulação; • Exponha o local do ferimento; • Efetue hemostasia; • Afrouxe roupas; • Aqueça o paciente; • Não dê nada de comer ou beber; • Ministre oxigênio suplementar; e • Transporte o paciente imediatamente para o hospital.

Em casos de amputação traumática, esmagamento de membro e hemorragia em vaso arterial de grande calibre deve-se empregar a combinação das técnicas de hemostasia. O primeiro passo a ser empregado em hemorragias visíveis é o emprego da técnica de pressão direta.

- Aula 2 – Choques O objetivo desta aula é descrever, passo a passo, o tratamento merecido por uma vítima de choque.

- Estado de choque A função do sistema circulatório é distribuir sangue com oxigênio e nutrientes para todas as partes do corpo. Quando isso, por qualquer motivo, deixa de acontecer e começa a faltar oxigênio nos tecidos corporais, ocorre o que denominamos estado de choque, ou seja, as células corporais começam a morrer, ocorre o que denominamos estado de choque, ou seja, as células começam a entrar em sofrimento e, se esta condição não for revertida, as células acabam morrendo. É uma reação do organismo a uma condição onde o sistema circulatório não fornece circulação suficiente para cada parte vital do organismo.

- Estado de choque As causas do choque podem ser: Insuficiência cardíaca: Quando o coração não conseguir bombear quantidade suficiente de sangue. Se o coração por algum motivo deixar de bombear sangue adequadamente ou parar de funcionar (parada cardíaca), o choque se desenvolverá de imediato.

Page 65: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Lesão nos vasos sangüíneos: O sistema circulatório deve, obrigatoriamente, ser um sistema fechado. Se os vasos (artérias, veias ou capilares) forem lesados e perderem muito sangue, o paciente entrará em choque. Diminuição do volume de sangue circulante: Se houver uma diminuição no volume de sangue circulante ou se os vasos sangüíneos por algum motivo se dilatarem (aumentarem seu diâmetro), impedindo que o sistema permaneça preenchido corretamente , o choque se desenvolverá.

- Estado de choque Tipos de choque O choque pode ser classificado de várias formas porque existem mais de uma causa para ele. O Emergencista não necessita conhecer todas essas formas de choque, no entanto, é fundamental que ele entenda de que forma os pacientes podem desenvolver o choque. Os tipos de choque são: Choque hemorrágico: É o choque causado pela perda de sangue e/ou pela perda de plasma. Ex.: Sangramentos graves ou queimaduras. Choque cardiogênico: É o choque cardíaco. Este choque é causado pela falha do coração no bombeamento sanguíneo para todas as partes vitais do corpo. Choque neurogênico: É o choque do sistema nervoso, em outras palavras, a vítima sofre um trauma e o sistema nervoso não consegue controlar o calibre (diâmetro) dos vasos sangüíneos. O volume de sangue disponível é insuficiente para preencher todo o espaço dos vasos sangüíneos dilatados. Choque anafilático: É o choque alérgico. Desenvolve-se no caso de uma pessoa entrar em contato com determinada substância da qual é extremamente alérgica, por exemplo, alimentos, medicamentos, substâncias inaladas ou em contato com a pele. O choque anafilático é o resultado de uma reação alérgica severa e que ameaça a vida. Choque séptico: É o choque da infecção. Microorganismos lançam substâncias prejudiciais que provocam uma dilatação dos vasos sangüíneos. O volume de sangue torna-se insuficiente para preencher o sistema circulatório dilatado. O choque séptico ocorre geralmente no ambiente hospitalar e, portanto, é pouco observado pelos profissionais Emergencistas que atuam no ambiente pré-hospitalar.

-

Page 66: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Estado de choque Sinais e sintomas gerais do choque Agitação ou ansiedade Respiração rápida e superficial Pulso rápido e filiforme (fraco) Pele fria e úmida Sudorese Face pálida e posteriormente cianótica Olhos estáveis, sem brilho e pupilas dilatadas Sede Náuseas e vômitos Queda da pressão arterial. Sinais e sintomas do choque anafilático:

• Prurido na pele • Sensação de queimação na pele • Edema generalizado • Dificuldade para respirar • Inconsciência

-

Estado de choque Tratamento Pré-Hospitalar do estado de choque:

• Avalie nível de consciência; • Posicione a vítima deitada (decúbito dorsal); • Abra as VA estabilizando a coluna cervical; • Avalie a respiração e a circulação; • Efetue hemostasia; • Afrouxe roupas; • Aqueça o paciente; • Não dê nada de comer ou beber; • Eleve os MMII (caso haja fraturas, eleve-a após posicioná-la sobre uma maca

rígida, exceto se houver suspeita de TCE); • Imobilize fraturas; • Ministre oxigênio suplementar; e • Transporte o paciente imediatamente para o hospital.

Na entrevista, pergunte se o paciente é alérgico a alguma substância e se teve contato com ela. No mais, trate igualmente como outro choque já visto anteriormente. Neste

Page 67: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

caso, a vítima precisa receber medicamentos para combater a reação alérgica.

- Aula 3 – Ferimentos O objetivo desta aula é descrever os procedimentos gerais para tratar ferimentos abertos e fechados.

- Classificação dos ferimentos Ferimento ou Trauma Aberto é aquele onde existe uma perda de continuidade da superfície cutânea. Ferimento ou Trauma Fechado ocorre quando a lesão é abaixo da pele, porém não existe perda da continuidade na superfície, ou seja, a pele continua intacta. Tipos de Ferimentos Existem diferentes tipos de ferimentos abertos em partes moles, os mais comuns são: Abrasões ou Escoriações São lesões superficiais de sangramento discreto e muito doloroso. Usualmente não é um ferimento sério, desde que a pele não seja completamente perfurada e a força que causou o ferimento não esmague ou rompa outras estruturas. A contaminação da ferida tende a ser o mais sério problema encontrado. Devem ser protegidas com curativo estéril de material não aderente, bandagens ou ataduras. Ferimentos Incisos São lesões de bordas regulares produzidas por objetos cortantes, como lâminas de barbear, facas e vidros quebrados, que podem causar sangramentos variáveis e danos a tecidos profundos, como tendões, músculos e nervos. Devem ser protegidas com curativo estéril fixado com bandagens ou ataduras. Ferimentos Lacerantes ou Lacerações São lesões de bordas irregulares, produzidas por objetos rombos, onde o tecido ao longo da extremidade da ferida é rasgado, produzindo extremidades ásperas. Devem ser protegidas com curativo estéril fixado com bandagens e ataduras. Ferimentos Perfurantes ou Penetrantes São lesões que avançam através da pele e danificam os tecidos em uma linha transversal. Podem ser provocados por objetos pontiagudos e armas de fogo. Uma ferida penetrante pode ser perfurante, quando há um ponto de entrada e outro de saída. O Emergencista deve considerar lesões de órgãos internos, quando o ferimento

Page 68: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

localizar-se nas regiões do tórax ou abdome. As lesões devem ser cobertas completamente com curativo estéril. Avulsões São lesões que envolvem rasgos ou arrancamentos de uma grande parte da pele. Se possível e se a pele estiver ainda presa, deve ser recolocada sobre o ferimento, controlada a hemorragia e, a seguir, coberta com curativo estéril fixado com bandagens ou ataduras. Eviscerações Lesão na qual a musculatura do abdome é rompida em decorrência de violento impacto ou lesão de objeto penetrante ou cortante, expondo o interior da região abdominal à contaminação ou exteriorizando vísceras. É preciso remover vestes para expor a lesão e não recolocar nenhum órgão eviscerado para dentro do abdome, em seguida, cobrir com plástico ou curativo oclusivo. Não lavar a lesão.

- Tratamento de um ferimento aberto

• Utilize proteção individual do Emergencista (EPI); • Exponha o local do ferimento (se necessário, corte as vestes); • Cubra o ferimento com um curativo estéril (curativo = compressa de gaze e

atadura) para controlar sangramentos e prevenir contaminação; • Mantenha o paciente em repouso e tranqüilize-o; e • Trate o choque.

Não remova um curativo já colocado, caso não tenha ocorrido hemostasia. Tratamento de ferimentos fechados Estes ferimentos podem variar desde lesões abaixo da pele até lesões severas em órgãos internos. Tratamento pré-hospitalar :

• Avalie o acidentado; • identifique a lesão; e • trate a hemorragia interna com imobilização, previnindo o choque.

-

Traumas específicos A seguir são listados traumas específicos e suas formas de tratamento: Couro cabeludo

• Controle a hemorragia com pressão direta (não puntiforme); • Suspeite de lesão adicional na cabeça ou pescoço; • Não aplique pressão se existir a possibilidade de fratura no crânio; e

Page 69: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

• Não lave. Ferimentos na face

• Reviste a boca procurando corpos estranhos ou sangue coagulado; • Mantenha as vias aéreas permeáveis; • Se houver objeto penetrante nas bochechas, empurre de dentro para fora e

cubra com compressas interna e externamente; • Se necessário, transporte o paciente lateralizado para drenar o sangue da boca; • Tenha cuidado se houver lesão associada de pescoço; e • Mantenha a posição neutra da cabeça.

Hemorragia nasal

• Mantenha as vias aéreas abertas; • Mantenha a cabeça um pouco fletida, comprimindo um pouco acima das

fossas nasais, para estancar as hemorragias; e • Se houver saída de líquido cefalorraquidiano, não oclua o nariz.

Ferimentos nos olhos

• Não comprima diretamente sobre os olhos; • Cubra o globo ocular lesado com curativo úmido e proteja com copo plástico

ou bandagem triangular em anel e compressas de gaze e esparadrapo; • Estabilize objetos cravados e nunca tente removê-los; • Tampe os dois olhos; e • Dê apoio emocional.

Lesões no ouvido e orelhas

• Não tente remover objetos cravados; • Não tampone a saída de sangue ou líquor; e • Aplique gaze externamente (frouxa e em grande quantidade) e fixe com

esparadrapo. Ferimentos no pescoço

• Aplique pressão direta com a mão para cessar hemorragias; • Aplique curativo com uma bandagem sem comprimir ambos os lados do

pescoço; • Trate o choque (O2 etc); • Observe a respiração; e • Mantenha a posição neutra da cabeça.

Ferimentos abdominais

• Órgãos sólidos sangram muito. Ex.: fígado e baço. • Órgãos ocos são altamente contaminantes. Ex.: estômago e intestino.

Sinais e sintomas de traumas fechados

Page 70: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

• Dor ou contração; • Abdome protegido; • Respiração rápida e superficial; • Abdome sensível ou rígido.

Tratamento para ferimentos abdominais abertos

• Descubra o local e aplique curativo estéril úmido sobre o ferimento; • Não recoloque órgãos eviscerados; • Não remova objetos cravados; • Previna-se para a ocorrência de vômito; • Trate o choque (O2 etc); e • Transporte a vítima com as pernas fletidas.

Ferimentos na genitália

• Controle o sangramento com pressão direta; • Nas contusões, use bolsa de gelo ou água fria; • Não remova os objetos transfixados; e • Preserve as partes avulsionadas, envolvendo-as em plástico, curativos

esterilizados ou qualquer curativo limpo.

-

Page 71: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Módulo 3 - Trauma em ossos Este módulo tem como objetivo apresentar os tipos de trauma em ossos e descrever os procedimentos a serem executados em cada caso. Para isso, foram relacionadas 3 aulas:

• Trauma em ossos • Traumatismos Específicos (TCE, TRM e Torácico) • Manipulação e transporte de acidentados

-

Aula 1 – Trauma em ossos Os objetivos desta aula são:

• Definir o conceito de fratura, luxação e entorse e enumerar quatro sinais ou sintomas que identificam tais lesões;

• Citar duas razões para a imobilização provisória; e • Descrever os passos para imobilizar fraturas em extremidades superiores,

inferiores e pelve.

- Fratura Ruptura total ou parcial de um osso. Classes de fraturas Fechada (simples) - A pele não foi perfurada pelas extremidades ósseas. Aberta (exposta) - O osso se quebra, atravessando a pele, ou existe uma ferida associada que se estende desde o osso fraturado até a pele. Sinais e sintomas de fratura: Deformidade - A fratura produz uma posição anormal ou angulação num local que não possui articulação; Sensibilidade - Geralmente o local da fratura está muito sensível à dor; Crepitação - Num movimento da vítima podemos escutar um som áspero, produzido pelo atrito das extremidades fraturadas. Não pesquisar este sinal intencionalmente, porque aumenta a dor e pode provocar lesões; Edema e alteração de coloração - Quase sempre a fratura é acompanhada de um certo inchaço provocado pelo líquido entre os tecidos e as hemorragias. A alteração de cor

Page 72: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

poderá demorar várias horas para aparecer; Impotência funcional - Perda total ou parcial dos movimentos das extremidades. A vítima geralmente protege o local fraturado, não pode mover-se ou o faz com dificuldade e dor intensa; Fragmentos expostos - Numa fratura aberta, os fragmentos ósseos podem se projetar através da pele ou serem vistos no fundo do ferimento.

- Luxação É o desalinhamento das extremidades ósseas de uma articulação fazendo com que as superfícies articulares percam o contato entre si. Sinais e sintomas de luxação:

• Deformidade - Mais acentuada na articulação luxada; • Edema; • Dor: Aumenta se a vítima tenta movimentar a articulação; • Impotência funcional: Perda completa ou quase total dos movimentos

articulares; Entorse É a torção ou distensão brusca de uma articulação, além de seu grau normal de amplitude. Sinais e sintomas de entorses São similares aos das fraturas e aos das luxações. Mas nas entorses os ligamentos geralmente sofrem ruptura ou estiramento, provocados por movimento brusco.

- Amputações São lesões geralmente relacionadas a acidentes automobilísticos (amputações traumáticas). Seu tratamento inicial deve ser rápido, pela gravidade da lesão e pela possibilidade de re-implante.

Page 73: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

O procedimento a ser adotado em caso de amputação é:

• controlar a hemorragia; • aplicar curativo estéril; • fixar o curativo com bandagens ou ataduras; e • guardar a parte amputada envolta em gaze ou compressa estéril (pano limpo),

umedecido com solução fisiológica, colocando-a dentro de um saco plástico e este, então, dentro de um segundo saco ou caixa de isopor repleta de gelo.

- Razões para a imobilização provisória

• Evitar a dor; • Prevenir ou minimizar lesões futuras de músculos, nervos e vasos sangüíneos; • Manter a perfusão no membro; e • Auxiliar a hemostasia.

Regras gerais de imobilização no tratamento pré-hospitalar:

• Informe o que planeja fazer; • Exponha o local. As roupas devem ser cortadas e removidas sempre que

houver suspeita de fratura, entorse ou luxação; • Controle hemorragias e cubra feridas. Não empurre fragmentos ósseos para

dentro do ferimento, nem tente removê-los. Use curativos estéreis; • Observe o pulso distal, a mobilidade, a sensibilidade e a perfusão; • Reúna e prepare todo o material de imobilização (use se possível, talas

acolchoadas); • Imobilize e use tensão suave para que o local fraturado possa ser colocado na

tala. Movimente o mínimo possível. Imobilize todo o osso fraturado, uma articulação acima e abaixo. Em alguns casos a extremidade deve ser imobilizada na posição encontrada;

• Revise a presença de pulso e a função nervosa. Assegure-se que a imobilização está adequada e não restringe a circulação; e

• Previna ou trate o estado de choque.

-

Page 74: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Materiais utilizados na imobilização de pacientes

• Talas rígidas; • Talas moldáveis; • Talas infláveis; • Talas de tração; • Colares cervicais. • Colete de imobilização dorsal; • Macas rígidas; • Bandagens triangulares; • Ataduras.

Na maioria das vezes, é impossível saber sem o uso do raio-X, se o paciente é verdadeiramente portador de uma fratura, entorse ou luxação. No entanto, até ser provado o contrário, deve-se sempre tratá-lo como se fosse portador de fratura.

-

Aula 2 – Traumatismos específicos (TCE, TRM e Torácico) Os objetivos desta aula são:

• Descrever os principais sinais e sintomas do traumatismo crânio-encefálico; • Descrever os procedimentos de avaliação e de atendimento pré-hospitalar a

uma vítima com lesões no crânio e na coluna vertebral; e • Descrever os passos para avaliar e atender uma vítima com fraturas em

costelas, tórax instável e ferimentos penetrantes no tórax.

- Traumatismo crânio-encefálico Fraturas de crânio As fraturas de crânio são comuns nas vítimas de acidentes que receberam impacto na cabeça. A gravidade da lesão depende do dano provocado no cérebro. São mais freqüentes lesões cerebrais, nos traumatismos sem fratura de crânio. As fraturas poderão ser abertas ou fechadas. Fraturas Abertas São aquelas que permitem a comunicação entre as meninges ou o cérebro e o meio exterior. Há ruptura do couro cabeludo com exposição do local da fratura.

Page 75: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Fraturas Fechadas São as que afetam o osso sem, entretanto, expor o conteúdo da caixa craniana, não existe solução de continuidade da pele.

- Lesões encefálicas Concussão Quando uma pessoa recebe um golpe na cabeça ou na face, pode haver uma concussão encefálica. Não existe um acordo geral sobre a definição de concussão exceto que esta envolve a perda temporária de alguma ou de toda a capacidade da função encefálica. Pode não haver lesão encefálica demonstrável. O paciente que sofre uma concussão pode se tornar completamente inconsciente e incapaz de respirar em curto período de tempo, ou ficar apenas confuso. Em geral o estado de concussão é bastante curto e não deve existir quando o Emergencista chegar ao local do acidente. Se o paciente não consegue se lembrar dos eventos ocorridos antes da lesão (amnésia), existe uma concussão mais grave. Contusão O cérebro pode sofrer uma contusão quando qualquer objeto bate com força no crânio. A contusão indica a presença de sangramento a partir de vasos lesados. Quando existe uma contusão cerebral, o paciente pode perder a consciência. Outros sinais de disfunção por contusão, incluem a paralisia de um dos lados do corpo, dilatação de uma pupila e alteração dos sinais vitais. As contusões muito graves podem produzir inconsciência por período de tempo prolongáveis e também causar paralisia em todos os membros. Mesmo em contusões graves, pode haver recuperação sem necessidade de cirurgia intracraniana. As mudanças na recuperação são diretamente proporcionais aos cuidados dispensados ao paciente desde o início das lesões. Os pacientes devem receber ventilação adequada, reanimação cárdio-respiratória quando necessário, devendo ser transportado para o serviço de emergência para uma avaliação e cuidados neurocirúrgicos.

-

Page 76: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Lesões encefálicas Os tipos de lesões encefálicas são Diretas São produzidas por corpos estranhos que lesam o crânio, perfurando-o e lesando o encéfalo. Indiretas Golpes na cabeça podem provocar, além do impacto do cérebro na calota craniana, com conseqüente dano celular, hemorragias dentro do crânio. Este hematoma acarreta compressão do tecido cerebral. A hipertensão intracraniana provocada pela hemorragia e edema causa lesão nas células cerebrais.

- Trauma crânio-encefálico – TCE Sinais e sintomas do trauma crânio-encefálico – TCE

• Cefaléia e/ou dor no local da lesão; • Náuseas e vômitos; • Alterações da visão; • Alteração do nível de consciência podendo chegar a inconsciência; • Ferimento ou hematoma no couro cabeludo; • Deformidade do crânio (depressão ou abaulamento); • Pupilas desiguais (anisocoria); • Sangramento observado através do nariz ou dos ouvidos; • Líquido claro (líquor) que flui pelos ouvidos ou pelo nariz; • Alteração dos sinais vitais; • Postura de decorticação ou descerebração.

Page 77: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

- Trauma crânio-encefálico – TCE Tratamento Pré-Hospitalar:

• Corrija os problemas que ameaçam a vida. Mantenha a permeabilidade das • Vias Aéreas (abertas), a respiração e a circulação; • Suspeite de lesão cervical associada ao acidente e adote os procedimentos

apropriados; • Controle hemorragias (não detenha a saída de sangue ou líquor pelos ouvidos

ou pelo nariz); • Cubra e proteja os ferimentos abertos; • Mantenha a vítima em repouso; • Proteja a vítima para a possibilidade de entrar em convulsão; • Monitore o estado de consciência, a respiração e o pulso; • Trate o choque e evite a ingestão de líquidos ou alimentos; e • Esteja preparado para o vômito.

Nunca tente remover objetos transfixados na cabeça. Não se deve conter sangramento ou impedir a saída de líquor pelo nariz ou pelos ouvidos nos traumatismos crânio-encefálico (TCE). Poderá ocorrer aumento na pressão intracraniana ou infecção no encéfalo.

-

Page 78: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Traumatismos de face O principal perigo das lesões e fraturas faciais são os fragmentos ósseos e o sangue que poderão provocar obstruções nas vias aéreas. Sinais e sintomas

• Coágulos de sangue nas vias aéreas; • Deformidade facial; • Equimose nos olhos; • Perda do movimento ou impotência funcional da mandíbula; • Dentes amolecidos ou quebrados (ou a quebra de próteses dentárias); • Grandes hematomas ou qualquer indicação de golpe severo na face.

Tratamento Pré-Hospitalar: É o mesmo tratamento utilizado no cuidado de ferimentos em tecidos moles, sua atenção deve estar voltada para a manutenção da permeabilidade das vias aéreas e controle de hemorragias. Cubra com curativos estéreis os traumas abertos, monitore os sinais vitais e esteja preparado para o choque.

- Traumatismos Raqui Medular – TRM São aqueles onde ocorre o comprometimento da estrutura óssea (vértebras) e medula espinhal. Os danos causados por traumas nessas estruturas poderão ocasionar lesões permanentes, se a região atingida for a cervical poderá comprometer a respiração, levar à paralisia ou até mesmo à morte. Sinais e Sintomas

• Dor regional (pescoço, dorso e região lombar); • Perda da sensibilidade tátil nos membros superiores e inferiores; • Perda da capacidade de movimentação dos membros (paralisia); • Sensação de formigamento nas extremidades; • Deformidade em topografia da coluna; • Lesões na cabeça, hematomas nos ombros, escápula ou região dorsal do • paciente; • Perda do controle urinário ou fecal; • Dificuldade respiratória com pouco ou nenhum movimento torácico; • Priapismo (ereção peniana contínua).

Page 79: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Complicações Paralisia dos músculos do tórax (respiratórios). A respiração sendo feita exclusivamente pelo diafragma. A lesão medular provoca dilatação dos vasos sangüíneos, podendo se instalar o choque (neurogênico).

- Traumatismos raqui medular – TRM Tratamento Pré-Hospitalar:

• Corrija os problemas que ameaçam a vida. Mantenha a permeabilidade das VA, a respiração e a circulação;

• Controle o sangramento importante; • Administre o oxigênio; • Evite movimentar o paciente e não deixe que ele se movimente; • Não mobilize uma vítima com trauma de coluna, a menos que necessite RCP,

controle de sangramento que ameace a vida e/ou remoção do local por risco iminente;

• Imobilize a cabeça e o pescoço com emprego do colar cervical, fixadores de cabeça e prancha rígida;

• Monitore os sinais vitais constantemente e tenha cuidado com o choque e a parada respiratória.

Lembre que ao lidar com pacientes com lesão na coluna, o Emergencista deve realizar todas as manobras mantendo a cabeça e o pescoço fixos.

-

Traumatismos no tórax Sinais e Sintomas Dependendo da extensão, presença de lesões associadas (fratura de esterno, costelas e vértebras) e comprometimento pulmonar e/ou dos grandes vasos, o paciente poderá apresentar:

• Aumento da sensibilidade ou dor no local da fratura que se agrava com os movimentos respiratórios;

• Respiração superficial (dificuldade de respirar, apresentando movimentos respiratórios curtos);

• Eliminação de sangue através de tosse; • Cianose nos lábios, pontas dos dedos e unhas;

Page 80: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

• Postura característica: o paciente fica inclinado sobre o lado da lesão, com a mão ou o braço sobre a região lesada, imóvel;

• Sinais de choque, como pulso rápido e PA baixa.

- Tipos de traumatismos no tórax Fratura de Costelas Sinais e Sintomas

• Dor na região da fratura; • Dor ao respirar movimentos respiratórios curtos; • Crepitação.

Tratamento pré-hospitalar 1) Na fratura de uma ou duas costelas, posicione o braço do paciente sobre o local da lesão; 2) Use bandagens triangulares como tipóia e outras para fixar o braço no tórax. Não use esparadrapo direto sobre a pele para imobilizar costelas fraturadas.

- Tipos de traumatismos no tórax Tórax Instável Ocorre quando duas ou mais costelas estão quebradas em dois pontos. Provoca a respiração paradoxal. O segmento comprometido se movimenta, paradoxalmente, ao contrário do restante da caixa torácica durante a inspiração e a expiração. Enquanto o tórax se expande, o segmento comprometido se retrai e quando a caixa torácica se contrai, o segmento se eleva. Tratamento Pré-Hospitalar:

• Estabilize o segmento instável que se move paradoxalmente durante as respirações;

• Use almofadas pequenas ou compressas dobradas presas com fita adesiva larga;

• O tórax não deverá ser totalmente enfaixado; • Transporte o paciente deitado sobre a lesão ou na posição que mais lhe for

confortável; e • Ministre oxigênio suplementar.

Page 81: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

- Tipos de traumatismos no tórax Ferimentos Penetrantes São os traumas abertos de tórax, geralmente provocados por objetos que não se encontram cravados, assim como lesões provocadas por armas brancas, de fogo ou lesões ocorridas nos acidentes de trânsito etc. Pelo ferimento é possível perceber o ar entrando e saindo pelo orifício. Tratamento Pré-Hospitalar

• Tampone o local do ferimento usando a própria mão protegida por luvas, após a expiração;

• Faça um curativo oclusivo com plástico ou papel aluminizado (curativo de três pontas), a oclusão completa do ferimento pode provocar um pneumotórax hipertensivo grave;

• Conduza o paciente com urgência para um hospital e ministre O2, de acordo com o protocolo local.

-

Tipos de traumatismos no tórax Objetos cravados ou encravados Não remova corpos estranhos encravados (pedaços de vidro, facas, lascas de madeiras, ferragens etc.). As tentativas de remoção poderão causar hemorragia grave, ou ainda, lesar nervos e músculos próximos da lesão. Tratamento Pré-Hospitalar

• Controle a hemorragia por pressão direta; • Use curativo volumoso para estabilizar o objeto encravado, fixando-o com fita

adesiva; • Transporte o paciente administrando oxigênio suplementar.

-

Tipos de traumatismos no tórax Lesões do coração e pulmão O ar que sai do pulmão perfurado leva ao pneumotórax hipertensivo que resulta em colapso pulmonar. As hemorragias no interior da caixa torácica (hemotórax) provocam compressão do pulmão, levando também à insuficiência respiratória. As lesões na caixa torácica acabam provocando lesões internas nos pulmões e no coração. O sangue envolvendo a cavidade do pericárdio pode também resultar em uma perigosa compressão no coração.

Page 82: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Todas estas lesões são emergências sérias que requerem pronta intervenção médica. Sinais e Sintomas

• Desvio de traquéia; • Estase jugular; • Cianose; • Sinais de choque; • Enfisema subcutâneo.

Tratamento Pré-Hospitalar Ministre O2 e conduza o paciente com urgência para receber tratamento médico.

- Aula 3 – Manipulação e transporte de acidentados Os objetivos desta aula são:

• Enumerar 3 diferentes formas de manipulação de um paciente; • Executar corretamente a técnica de imobilização e transporte de um paciente,

utilizando pranchas longas; e • Executar corretamente a técnica de retirada de capacete.

-

Mobilização Manipulação justificada de um paciente a fim de evitar mal maior. Manipulação e transporte correspondem a qualquer procedimento organizado para manipular, reposicionar ou transportar um paciente doente ou ferido, de um ponto para outro. As técnicas de manipulação abordadas neste curso são:

• Rolamento de 90º; • Rolamento de 180º; • Elevação a cavaleiro; • Retirada de capacete; • Imobilização de fraturas; e • Extricação veicular KED e chave de Hauteck.

Estas técnicas serão apresentadas nas páginas seguintes.

-

Page 83: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Técnicas de manipulação - Rolamento de 90º Técnica empregada para posicionar o paciente na prancha, quando este se encontrar em decúbito dorsal. Técnica para sua execução 1. O auxiliar nº 1 posiciona-se atrás da cabeça do paciente, com os joelhos apoiados no chão para obter melhor estabilidade, segurando firmemente as laterais de sua cabeça, mantendo o alinhamento da coluna vertebral; 2. O auxiliar nº 2 posiciona a prancha do lado oposto ao rolamento, junto ao paciente, enquanto o chefe posiciona o braço do paciente, do lado que for efetuado o rolamento, acima da cabeça do paciente, e o outro cruzado ao tórax; 3. O chefe e o auxiliar nº 2 posicionam-se na altura do tórax e da cintura pélvica, respectivamente, apoiando suas mãos ao longo do corpo do paciente do lado oposto ao que estão posicionados. O chefe posiciona uma mão no ombro e a outra na lateral da cintura pélvica. O auxiliar nº 2 posiciona uma mão na coxa e a outra logo abaixo do joelho; 4. O auxiliar nº 1 pergunta aos demais se estão prontos, após receber o sinal de positivo (OK), efetua a contagem para execução do rolamento devendo movimentar o paciente em monobloco; 5. O chefe avalia a região dorsal do paciente em busca de possíveis lesões, após avaliação, juntamente com o auxiliar nº 2, posiciona a prancha o mais próximo possível do paciente; 6. O auxiliar nº 1, após posicionar corretamente a prancha, efetua novamente a contagem para execução do posicionamento do paciente sobre a mesma, observando a necessidade de reposicioná-lo; 7. O chefe e o auxiliar nº 2 efetuam a fixação da cabeça do paciente, a fim de evitar movimentos laterais, com o uso de apoiadores. Após a fixação da cabeça, o paciente é fixado à prancha com o uso de 3 tirantes ao longo do corpo.

Page 84: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Page 85: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

-

Técnicas de manipulação - Rolamento de 180º Técnica empregada para posicionar o paciente na prancha, quando este encontrar-se em decúbito ventral. Técnica para sua execução 1. O auxiliar nº 1 posiciona-se atrás da cabeça do paciente, com os joelhos apoiados no chão para obter melhor estabilidade, segurando firmemente as laterais de sua cabeça, mantendo o alinhamento da coluna vertebral; 2. O auxiliar nº 2 posiciona a prancha do mesmo lado do rolamento, próxima ao paciente, enquanto o chefe posiciona o braço do paciente, do lado que for efetuado o rolamento, acima da cabeça do paciente, e o outro ao longo do corpo; 3. O chefe e o auxiliar nº 2 posicionam-se na altura do tórax e da cintura pélvica, respectivamente, apoiando suas mãos ao longo do corpo do paciente do lado oposto ao que estão posicionados. O chefe posiciona uma mão no ombro e a outra na lateral da cintura pélvica. O auxiliar nº 2 posiciona uma mão na coxa e a outra logo abaixo do joelho;; 4. O auxiliar nº 1 pergunta aos demais se estão prontos, após receber o sinal de positivo (OK), efetua a contagem para execução do rolamento devendo movimentar o paciente em monobloco (giro de 90º). Efetua novamente a contagem para a finalização do rolamento sobre a prancha, observando a necessidade de reposicionamento do paciente; 5. O chefe e o auxiliar nº 2 efetuam a colocação do colar cervical adequado, em seguida, também efetuam a fixação da cabeça do paciente, a fim de evitar

Page 86: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

movimentos laterais, com o uso de apoiadores, fixando-o à prancha, com o emprego de 3 tirantes ao longo do corpo.

Page 87: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

-

Técnicas de manipulação - Elevação a cavaleiro Técnica empregada para posicionar o paciente sobre a prancha, quando houver impossibilidade de executar rolamento. Técnica para sua execução 1. O chefe e os auxiliares nºs 1 e 2 posicionam-se ao longo do corpo do paciente, de forma que o mesmo fique entre suas pernas (posição a cavaleiro); 2. O chefe fica na altura da cintura escapular e posiciona as mãos de ambos os lados do ombro do paciente, mantendo os polegares apoiados na região occipital e os demais dedos na altura dos músculos trapézio; 3. O auxiliar nº 1 fica na altura da cintura pélvica do paciente e posiciona as mãos de ambos os lados segurando firmemente a pelve do paciente; 4. O auxiliar nº 2 fica na altura das pernas do paciente, abaixo dos joelhos, e posiciona as mãos nas panturrilhas, segurando firmemente; 5. O auxiliar nº 3 posiciona a prancha próxima ao paciente, preferencialmente na altura da cabeça do mesmo; 6. O chefe pergunta aos demais se estão prontos, após receber o sinal de positivo (OK), efetua a contagem para execução da elevação, devendo movimentar o paciente em monobloco;

Page 88: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

7. O auxiliar nº 3, uma vez elevado o paciente, deve posicionar adequadamente a prancha rente ao solo no sentido crânio-caudal; 8. O chefe, após posicionada a prancha corretamente, efetua nova contagem para posicionar o paciente em monobloco sobre a mesma; 9. O auxiliar nº 3 estabiliza a cabeça do paciente, liberando o chefe para que este, juntamente com o auxiliar nº 1, efetue a fixação da cabeça do paciente, a fim de evitar movimentos laterais, com o uso de apoiadores, fixando-o à prancha, com o emprego de 3 tirantes ao longo do corpo. Durante a sua execução, o Emergencista deve agir cautelosamente para não produzir novas lesões ou agravar as já existentes.

-

Page 89: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Técnicas de manipulação Elevação na prancha

-

Técnicas de manipulação - Retirada de capacete Técnica empregada para a retirada de capacete, a fim de facilitar a avaliação e tratamento de possíveis lesões que o paciente possa apresentar. Técnica para sua execução O capacete não deve ser retirado quando:

• ao menor toque, o paciente sentir dor; • houver objetos transfixados no capacete; e • houver rachaduras recentes

1. O auxiliar nº 1 estabiliza a cabeça do paciente, apoiando simultaneamente o capacete e a mandíbula, tencionando-a levemente para posicioná-la anatomicamente; 2. O chefe libera as jugulares do capacete e, em seguida, apoia com uma das mãos a nuca do paciente, abrangendo a maior superfície possível, atento para o apoio do antebraço ao solo. Com a outra mão apoia a mandíbula do paciente, a fim de estabilizar a coluna cervical; 3. O auxiliar nº 1, após o sinal de OK do chefe, procede a retirada do capacete, liberando primeiramente a região occipital do paciente e, posteriormente, a face. Após a completa retirada, estabiliza a cabeça do paciente apoiando-a ao solo.

Page 90: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

-

Page 91: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Técnicas de manipulação EXTRICAÇÃO VEICULAR – KED

Page 92: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Page 93: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

- Técnicas de manipulação EXTRICAÇÃO VEICULAR – HAUTECK

Page 94: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

- Técnicas de manipulação Imobilização de Fraturas Técnica empregada para estabilizar o segmento ósseo lesionado (fratura, entorse ou luxação), a fim de evitar o agravamento das lesões. Técnica para sua execução (regras gerais)

• Informe o que planeja fazer; • Exponha o local lesionado ou com suspeita de lesão; • Controle hemorragias e cubra ferimentos; • Avalie pulso distal, perfusão, motricidade e sensibilidade, antes e após a

imobilização do segmento lesionado; • Selecione e empregue o material adequado para a imobilização; • Estabilize manualmente o segmento corporal lesionado, aplicando uma leve

tensão. • Imobilize as articulações adjacentes à lesão; e • Previna e trate o choque.

Algumas lesões devem ser imobilizadas na posição encontrada.

- Transporte de pacientes O paciente não deverá ser movimentado, a menos que exista um perigo imediato para ele ou para outros se não for feita a sua remoção. O Emergencista deverá manipular e transportar seu paciente, geralmente, após avaliá-lo e tratá-lo de forma a estabilizar sua condição. A escolha da técnica de transporte a ser adotada deve ser baseada nos seguintes aspectos do paciente: Paciente traumático

• Levantamento com 04 socorristas; • Levantamento com 03 socorristas; • Levantamento com 02 socorristas; • Rolamentos e imobilização na maca; • Chave de rauteck; • Colete de imobilização dorsal (ked); • Imobilização com outras macas.

Page 95: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Paciente não traumático Consciente

• Arrastamento com cobertor; • Arrastamento pelas roupas; • Arrastamento de bombeiro; • Arrasto de pé; • Transporte bombeiro; • Transporte de apoio; • Transporte tipo “cadeirinha”; • Transporte de trilha.

Inconsciente

• Arrastamento de bombeiro; • Arrastamento com cobertor; • Arrastamento pelas roupas; • Arrasto de pé; • Transporte tipo “cadeirinha”; • Transporte tipo mochila; • Transporte de bombeiro; • Transporte pelos membros.

Estas técnicas serão apresentadas nas páginas seguintes.

- Técnicas de transporte Para o transporte de pacientes são utilizadas as seguintes técnicas: Arrastamento com cobertor Técnica pela qual a vítima é removida por um Emergencista. O cobertor deve ser arrumado de forma a proteger e suportar a cabeça e o pescoço da vítima. Arrastamento pelas roupas Uma pessoa é suficiente para arrastar a vítima. Usado quando não há cobertor disponível ou em acidentes no meio de vias com trânsito fluindo. Arrastamento de bombeiro Essa técnica possui a desvantagem de não oferecer suporte para a cabeça e pescoço, porém, se não houver outro método disponível, permite que uma só pessoa remova a vítima. Muito usado em ambientes com fumaça.

Page 96: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Transporte pelos membros Dois Emergencistas transportam a vítima, segurando-a pelos braços e pernas. Transporte com cadeira A vítima é posicionada deitada e, debaixo dela, dois Emergencistas colocam uma cadeira. O transporte é feito com os Emergencistas posicionados lateralmente e a vítima na posição sentada. Muito usado na remoção de vítimas do interior de edifícios. Levantamento com 4 emergencistas Levantamento da vítima direto do solo, sem lesão na coluna. Com o posicionamento de 4 Emergencistas em fila no lado da vítima. Remoção emergencial Usada nas situações de risco iminente. Um Emergencista remove a vítima utilizando o método da “Chave de Rauteck”.

- Instalação de colar cervical Técnica de instalação de colar cervical - paciente deitado: O Emergencista nº 1 (líder) posiciona-se atrás da cabeça do paciente, (com ambos os joelhos apoiados no chão), mantendo distância de um palmo. Com ambas as mãos protegidas por luvas, segura lateralmente a cabeça do paciente, imobilizando-a e mantendo-a alinhada com a coluna; O 2º Emergencista posiciona-se ao lado do paciente e mensura o tamanho adequado do colar cervical (a lateral do colar dever ter a medida compreendida entre o final da orelha e o músculo trapézio). Sendo possível, ele deve usar a régua de cores para facilitar a medição; O 2º Emergencista, também, remove colares e brincos do paciente; O 2º Emergencista posiciona o colar aberto por detrás da nuca, apóia à frente do colar abaixo da mandíbula do paciente, ajusta-o firmemente sem movimentar a cabeça e fecha o velcro de fixação do colar; e O 2º Emergencista questiona ao paciente se o mesmo está confortável.

Page 97: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Deve-se observar, através de palpação, lesões nas partes posterior, anterior e laterais do pescoço.

-

Page 98: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Módulo 4 - Outras emergências Este módulo tem como objetivo apresentar as características, os conceitos associados e os procedimentos adequados relacionados aos casos de queimaduras, intoxicações, envenenamentos, emergências clínicas e parto. Para isso, foram relacionadas 4 aulas:

Queimaduras Intoxicações Emergências clínicas Parto

-

Aula 1 – Queimaduras Os objetivos desta aula são:

Classificar as queimaduras de acordo com sua profundidade e extensão; Explicar a regra dos nove para determinar a porcentagem da superfície

corporal queimada; e Descrever o tratamento pré-hospitalar para uma vítima com queimadura

térmica, química ou elétrica.

- Queimaduras Queimadura é uma lesão produzida nos tecidos de revestimento do organismo e causada por agentes térmicos, produtos químicos, eletricidade, radiação, etc. As queimaduras podem lesar a pele, os músculos, os vasos sangüíneos, os nervos e os ossos. As causas das queimaduras são: Térmicas – Por calor (fogo, vapores quentes, objetos quentes) e por frio (objetos congelados, gelo); Químicas – Inclui vários cáusticos, tais como substâncias ácidas e álcalis; Elétricas – Materiais energizados e descargas atmosféricas;

Page 99: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Substâncias radioativas – Materiais radioativos e raios ultravioletas (incluindo a luz solar) etc.

- Queimaduras Classificação, sinais e sintomas De acordo com sua profundidade, as queimaduras classificam-se em graus, de primeiro a terceiro. Queimadura de 1º Grau – Atinge somente a epiderme (camada mais superficial da pele). Caracteriza-se por dor local e vermelhidão da área atingida. Queimadura de 2º Grau – Atinge a epiderme e a derme. Caracteriza-se por muita dor, vermelhidão e formação de bolhas. Queimadura de 3º Grau – Atinge todas as camadas (tecidos) de revestimento do corpo, incluindo o tecido gorduroso, os músculos, vasos e nervos, podendo chegar até os ossos. É a mais grave quanto à profundidade da lesão. Caracteriza-se por pouca dor, devido à destruição das terminações nervosas da sensibilidade, pele seca, dura e escurecida ou esbranquiçada. Em uma queimadura de 3º grau a vítima, geralmente, queixa-se de dor nas bordas da lesão, onde a queimadura é de 2º ou 1º grau.

- Queimaduras Classificação, sinais e sintomas De acordo com a extensão da queimadura, usamos percentagens através da regra dos nove que permitem estimar a superfície corporal total queimada - SCTQ. Neste caso, analisamos somente o percentual da área corpórea atingida pela lesão, sem considerar sua profundidade (seus graus). A regra dos nove divide o corpo humano em doze regiões. Onze delas equivalem a 9% cada uma, e a região genital equivale a 1%, conforme segue:

Page 100: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

- Queimaduras Gravidade das queimaduras A gravidade de uma queimadura deve sempre considerar os seguintes aspectos:

Grau da queimadura; Percentagem da SCTQ; Localização da queimadura; Complicações que a acompanham; Idade da vítima; Enfermidades anteriores da vítima.

Queimaduras Menores São aquelas de 1º e 2º graus que afetam uma pequena área do corpo, sem comprometimento de áreas críticas como. o sistema respiratório, a face, as mãos e pés, os genitais e as nádegas. Queimaduras Maiores Qualquer queimadura que envolva toda a área corporal ou áreas críticas. Queimaduras complicadas por lesões no sistema respiratório ou por outras lesões do tipo fraturas. Queimaduras de 2º ou 3º graus na face, mãos, pés, genitais ou nádegas. Queimaduras que atinjam todo o corpo.

- Queimaduras Tratamento Pré-Hospitalar De acordo com a gravidade e a causa das queimaduras, os procedimentos a serem adotados são: Queimaduras Menores - por causas térmicas ou radiação

Exponha o local da lesão e resfrie a área queimada com água fria ou use água corrente por vários minutos para resfriar o local. O melhor é submergir a área queimada;

Page 101: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Cubra o ferimento com um curativo úmido solto (estéril); Retire anéis, braceletes, cintos de couro, sapatos etc; e Conduza a vítima e transmita calma.

Queimaduras Maiores - por causas térmicas ou irradiação

Inicialmente detenha o processo da lesão (se for fogo na roupa, use a técnica do PARE, DEITE e ROLE);

Avalie a vítima e mantenha as VA permeáveis, observando a freqüência e qualidade da respiração;

Não retire os tecidos aderidos à pele, apenas recorte as partes soltas sobre as áreas queimadas;

Cubra toda a área queimada; Use curativo estéril; Não obstrua a boca e o nariz; Não aplique nenhum creme ou pomada; Providencie cuidados especiais para queimaduras nos olhos, cobrindo-os com

curativo estéril úmido; Tenha cuidado para não juntar dedos queimados sem separá-los com curativos

estéreis; Previna o choque e transporte a vítima.

Queimaduras Químicas

Limpe e remova substâncias químicas da pele do paciente e das roupas antes de iniciar a lavação;

Lave o local queimado com água limpa corrente por no mínimo 15 minutos. Use EPIs apropriados; Cubra com curativo estéril toda a área de lesão; Previna o choque e transporte a vítima; Se possível, conduza amostra da substância em invólucro plástico; Se a lesão for nos olhos, lave-os bem, no mínimo por 15 minutos, com água

corrente e depois cubra com curativo úmido estéril. Volte a umedecer o curativo a cada 5 minutos.

Queimaduras Elétricas

Os problemas mais graves produzidos por uma descarga elétrica são: parada respiratória ou cárdio-respiratória, dano no SNC e lesões em órgãos internos.

Reconheça a cena e acione, se necessário, a companhia energética local; Realize a avaliação inicial e , se necessário, inicia manobras de reanimação; Identifique o local das queimaduras (no mínimo dois pontos: um de entrada e

um de saída da fonte de energia); Aplique curativo estéril sobre as áreas queimadas; e Previna o choque e conduza o paciente, com monitoramento constante, ao

hospital.

Page 102: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

-

Aula 2 – Intoxicações Os objetivos desta aula são:

Enumerar os principais sinais e sintomas das intoxicações por ingestão, inalação ou por contato e descrever seu tratamento pré-hospitalar;

Descrever o tratamento pré-hospitalar das intoxicações devido a picadas de serpentes; e

Enumerar os sinais e os sintomas e descrever o tratamento pré-hospitalar das intoxicações agudas por abuso de drogas.

-

Intoxicação e envenenamento Definimos intoxicação ou envenenamento como uma emergência médica causada pela absorção de agentes, que por suas características e quantidade, produzem danos ao organismo ou risco de vida às pessoas. Um grande número de substâncias pode ser considerado veneno ou tóxico. Qualquer substância química dependendo de sua dose poderá ser um tóxico. Em uma intoxicação ou envenenamento existem sinais e sintomas que indicam que a pessoa está enfrentando uma emergência clínica. Algumas pessoas têm a capacidade de tolerar bem um veneno, já outras, a mesma quantidade de veneno pode ser fatal. As crianças são as que freqüentemente apresentam intoxicações ou envenenamentos.

- Intoxicação e envenenamento Uma substância tóxica pode entrar no organismo por quatro diferentes formas:

Ingestão; Inalação; Absorção através da pele; e Injeção.

Page 103: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

O Emergencista deve levar sempre consigo o telefone do Centro de Informações Toxicológicas: 08007802000 – CIATOX. Os sistemas de emergência médica podem ter diferentes protocolos específicos para diferentes casos de intoxicações. Os protocolos, mesmo quando diferentes, devem ser seguidos com prioridade.

- Intoxicações por ingestão Nos casos onde é possível a ingestão de venenos, o Emergencista deve tentar obter o máximo de informações e o mais rápido possível. Logo após a avaliação inicial, deve-se verificar se no local existem recipientes, líquidos derramados, cápsulas, comprimidos, substâncias venenosas ou qualquer indício que permita identificar a substância ingerida. Sinais e Sintomas

Queimaduras ou manchas ao redor da boca; Odor inusitado no ambiente, no corpo ou nas vestes do paciente; Respiração anormal; Pulso anormal; Sudorese; Alteração do diâmetro das pupilas; Formação excessiva de saliva ou espuma na boca; Dor abdominal; Náuseas; Vômito; Diarréia; Convulsões; Alteração do estado de consciência, incluindo a inconsciência.

Casos específicos: Abuso de álcool O álcool é uma droga, socialmente aceita quando ingerida com moderação, mas ainda assim uma droga. O abuso de álcool como qualquer outra droga, pode conduzir a enfermidades, envenenar o corpo, determinar comportamento anti-social e morte. O paciente pode ter um problema clínico ou um trauma que requerem cuidados, pode estar ferido ou pode ferir outras pessoas enquanto estiver alcoolizado. Como Emergencista tente oferecer cuidados ao paciente sob influência de álcool, como você faria a qualquer outro paciente. Determine se o problema foi causado pelo álcool e que este abuso é o único problema. Lembre-se que diabetes, epilepsia,

Page 104: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

ferimentos na cabeça, febres altas e outros problemas clínicos podem fazer o paciente parecer alcoolizado. Se o paciente permitir, faça a entrevista. Em alguns casos, você terá que depender das pessoas presentes no local para obter uma informação significativa. Crises suicidas Sempre que cuidar de um paciente que tentou suicídio ou esteja a ponto de tentá-lo, a primeira preocupação do Emergencista será com a sua segurança. Tenha certeza de que o local esteja seguro e de que o paciente não tenha uma arma. Informe o problema à polícia. Se estiver seguro estabeleça contato visual e verbal com o paciente.

- Abuso de Álcool Sinais de abuso de álcool em um paciente intoxicado

Odor de álcool no hálito do paciente ou em suas vestimentas. Isto é bastante significativo. Certifique-se de que não é hálito cetônico, apresentado pelo diabético;

Falta de equilíbrio e com movimentos instáveis, sem coordenação; Fala desarticulada e com inabilidade para manter a conversação. Não pense

que a situação é séria apenas pelas piadas feitas pelo paciente e presentes no local;

Rubor, suor e queixa de calor; Vômito ou desejo de vomitar.

Os efeitos do álcool podem mascarar os sinais típicos e sintomas, esteja alerta para outros sinais, como sinais vitais alterados devido ao álcool e drogas. Nunca pergunte se o paciente tomou qualquer droga, pois ele pode pensar que você está reunindo evidências de um crime. Evite a palavra “droga”. Pergunte se algum medicamento foi ingerido enquanto bebia. Cuidados básicos Obtenha a história e faça o exame físico para descobrir qualquer emergência clínica ou outras lesões. Lembre-se de que o álcool pode mascarar a dor; Procure cuidadosamente sinais de traumas e de enfermidade; Monitore os sinais vitais, ficando alerta para problemas respiratórios; Peça ao paciente que faça um esforço para manter-se acordado;

Page 105: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Ajude-o quando estiver vomitando para impedir que aspire o vômito; Alerte a polícia, conforme julgue necessário; Transporte-o ao hospital referência.

- Abuso de Álcool Crises e Problemas de Abstinência Um alcoolista que subitamente é impedido de ingerir álcool poderá sofrer sérios problemas de abstinência e, como resultado, poderemos ter um paciente em síndrome de abstinência. Sinais e Sintomas

Inquietação e confusão; Conduta atípica (loucura); Alucinações (visão de bichos e animais); Tremor nas mãos.

Tratamento Pré-Hospitalar Proteja o paciente de si mesmo, pois poderá auto lesar-se.

- Crises suicidas Apesar de não haver regras rígidas para o tratamento bem sucedido do suicida, existem vários princípios gerais que devem ser conhecidos:

Chegue no local da ocorrência de forma discreta, com sirenes desligadas e sem criar tumultos;

Estude inicialmente o local, verificando riscos potenciais para a equipe de resgate e para o paciente, neutralizando-os ou minimizando-os;

Isole o local impedindo aproximação de curiosos; Verifique a necessidade de apoio material e/ou pessoal e comunique ao CIAD;

Page 106: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

O contato com o paciente deve ser efetuado por apenas um integrante da equipe, a fim de estabelecer uma relação de confiança. Os outros permanecem à distância sem interferir no diálogo;

Mantenha imediatamente diálogo com o paciente, mostrando-se calmo e seguro, procurando conquistar sua confiança;

Não faça nenhuma ameaça e nem restrição física; Não discuta ou critique o paciente; Nunca brinque sobre a situação; Pergunte se você pode ajudar; Converse com o paciente de forma pausada, firme, clara, e num tom de voz

adequado à situação; Jamais assuma qualquer atitude hostil para com o paciente; Descubra se o paciente está ferido; Mantenha observação constante do paciente e não deixe-o sozinho por

nenhum instante até o término do atendimento; Escute o paciente e deixe-o saber que você está prestando atenção; Procure descobrir qual o principal motivo de sua atitude; Procure obter informações sobre seus antecedentes; Após ter conquistado sua confiança, inicie o trabalho no sentido de dissuadi-lo,

sempre oferecendo segurança e proteção; Não fique em locais onde possa se expor ao perigo; Se o paciente der qualquer indicação de que pode machucar os outros, tenha

certeza de sua própria segurança; e Após ter conseguido dominar o paciente, continue tratando-o com respeito e

consideração conduzindo-o ao hospital.

- Crises suicidas Algumas pessoas cometem gestos suicidas, onde a intenção não era acabar com a vida, mas sim chamar a atenção. Mas, mesmo assim, não se deve tratá-las com menosprezo, pois é um distúrbio de comportamento. Durante todas as fases de intervenção, devem-se tomar todas as medidas de precaução contra uma nova tentativa de suicídio. Armas de fogo, medicamentos, além de outros objetos potencialmente letais, devem ser retirados de perto do paciente. Ele não deve ser deixado sozinho em qualquer lugar, mesmo por alguns instantes, seja em casa ou na viatura.

- Intoxicações por ingestão

Page 107: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Tratamento Pré-Hospitalar 1. Mantenha as VA permeáveis; 2. Peça orientação do Centro de Informações Toxicológicas, se existir; 3. Caso tenha disponível, ofereça carvão ativado; 4. Induza vômito (contra indicado em intoxicações por ingestão de substâncias corrosivas ou irritantes, derivados de petróleo, pacientes inconscientes ou em convulsão); 5. Guarde em saco plástico toda a substância eliminada através de vômito pelo paciente; e 6. Transporte com monitoramento constante. Frente aos venenos, em geral, o Emergencista fica muito limitado e necessita de antídotos específicos, portanto o transporte deve ser rápido.

- Intoxicações por inalação São aquelas provocadas por gases ou vapores tóxicos (Ex: gases produzidos por motores a gasolina, solventes, gases industriais, aerosóis, etc.). Auxilie o paciente somente após certificar-se que a cena está segura. Acione socorro especializado e utilize os EPIs necessários. Uma ação importante a tomar é obter informações do próprio paciente e de testemunhas, tentando identificar o tipo de gás venenoso inalado. Tratamento Pré-Hospitalar 1. Remova o paciente para um local seguro. Se necessário, remova as roupas do paciente; 2. Mantenha as VA permeáveis;

Page 108: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

3. Avalie e, se necessário, realize manobras de reanimação (não faça boca a boca, utilize o reanimador manual ou máscara de proteção); e 4. Administre oxigênio suplementar. Sinais e Sintomas

Respirações superficiais e rápidas; Pulso rápido ou lento; Dificuldade visual; Tosse; Secreção nas VA.

A absorção da substância tóxica por inalação pode também produzir os sinais e sintomas descritos nas intoxicações por ingestão.

-

Intoxicações por contato São causadas por substâncias tóxicas que penetram através da pele e das mucosas, por meio de absorção. Algumas vezes estas intoxicações provocam lesões importantes na superfície da pele, outras, o veneno é absorvido sem dano algum. A maioria dos tóxicos absorvidos são substâncias químicas de uso comum e plantas. É de grande importância, qualquer informação que se possa obter do paciente e/ou testemunhas. Tratamento Pré-Hospitalar Para atender estes pacientes, o Emergencista deve usar, além dos EPI´s básicos, proteção para a sua roupa. 1. Remova o paciente para local seguro. Se houver condições de segurança para tal; 2. Remova as roupas e os calçados contaminados e lave a área de contato com muita água corrente (mínimo de 15 minutos); 3. Guarde os materiais e roupas em sacos plásticos próprios; e 4. Transporte com monitoramento constante. Sinais e Sintomas

Page 109: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Reações na pele, que podem variar de irritação leve até o enrijecimento e queimaduras químicas;

Inflamação; Coceiras (pruridos) e ardência na pele; Aumento da temperatura da pele.

A absorção dos tóxicos por contato, pode produzir os sinais e sintomas descritos anteriormente na intoxicação por ingestão.

- Intoxicações por injeções As picadas de aranhas, de serpentes e por ferrões de insetos são as maneiras como o veneno de origem animal é injetado em nosso corpo. Outras formas: agulhas hipodérmicas com medicamentos, drogas contaminadas com substâncias tóxicas ou overdose de drogas. Tratamento Pré-Hospitalar 1. Prevena o choque; 2. Nas picadas de inseto (com ferrão preso na pele), raspe no sentido contrário para evitar a injeção do mesmo no corpo; 3. Monitore constantemente o paciente e esteja preparado para uma parada respiratória e/ou cardíaca; e 4. Transporte imediato para o hospital. Sinais e Sintomas

Picadas ou mordidas visíveis na pele. Podem apresentar dor e inflamação no local; Ardor na pele e prurido (coceira); Choque alérgico; Hemorragias; Parada respiratória e/ou cardíaca.

A absorção dos tóxicos por injeção pode também produzir os sinais e sintomas descritos anteriormente na intoxicação por ingestão.

-

Page 110: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Intoxicações por injeções Acidentes ofídicos Ocorrência bastante comum, principalmente na zona rural, tem sinais e sintomas que variam bastante de acordo com o gênero do animal (serpente). Sinais e Sintomas

Marca dos dentes na pele; Dor local e inflamação; Pulso acelerado e respiração dificultosa; Debilidade física; Problemas de visão; Náuseas e vômito; Hemorragias.

Tratamento Pré-Hospitalar 1. Mantenha o paciente calmo e deitado, removendo-o do local do acidente; 2. Lave com água e sabão o local da picada; 3. Retire anéis, braceletes e outros materiais que restrinjam a circulação na extremidade afetada; 4. Mantenha o membro afetado elevado ou no mesmo nível do coração; 5. Previna o choque; 6. Transporte com monitoramento constante, e caso necessário, realize manobras de reanimação. Somente o soro cura intoxicação provocada por picada de cobra, quando aplicada de acordo com as seguintes normas:

Soro específico; Dentro do menor tempo possível; Em quantidade suficiente.

O Emergencista deve considerar todas as picadas como venenosas até que se prove o contrário. Se for treinado para tal e houver tempo e condições, conduza o espécime que provocou a lesão para avaliação e identificação da espécie. Restrições

Page 111: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

- Não faça curativo ou qualquer tratamento caseiro; - Não corte nem fure o local da picada; - Não ofereça bebidas alcoólicas; e - Não faça torniquete.

- Intoxicações por injeções Abuso de Drogas Um Emergencista deve reconhecer os sinais e sintomas característicos para poder identificar um possível caso de abuso ou overdose de drogas. As drogas de uso mais freqüentes são de cinco diferentes tipos: 1.Estimulantes – Estimulam o SNC, excitando quem as usa. Incluem as anfetaminas, a cafeína, a cocaína, drogas antiasmáticas, drogas vasoconstrictoras etc; 2.Depressores – Deprimem o SNC. Incluem os sedativos (diazepam, lorax, fenobarbital), os barbitúricos e os anticonvulsionantes. Diminuem o pulso e a respiração, provocam sonolência e reflexos lentos; 3.Analgésicos Narcóticos (derivados do ópio) – O abuso dessas drogas produz intenso estado de relaxamento. Pertencem ao grupo morfina, heroína, demerol. Podem diminuir a temperatura, o pulso e a respiração, relaxar músculos, provocar miose, adormecimento etc; 4.Alucinógenos – Alteram a personalidade e causam distorção da percepção. Incluem o LSD. A maconha também tem algumas propriedades alucinógenas. As vítimas imaginam ouvir sons e ver cores; 5.Químicos Voláteis – Os vapores de certas substâncias causam excitação, euforia e sensação de estar voando. Em geral são solventes, substâncias de limpeza, colas de sapateiro e gasolina. Seus efeitos são a perda do tempo e da realidade, perda do olfato, pulso e respiração acelerados e podem chegar ao coma. Tratamento Pré-Hospitalar: 1. Tenha muito cuidado e tato para lidar com estes pacientes; 2. Se necessário, realize manobras de reanimação; 3. Induza o vômito se a droga foi ministrada por via oral e nos últimos 30 minutos;

Page 112: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

4. Proteja os pacientes hiperativos; 5. Converse para ganhar a confiança do paciente e mantê-lo consciente; 6. Transporte com monitoramento constante; e 7. Previna o choque.

- Aula 3 – Emergências clínicas Os objetivos desta aula são:

Definir emergência clínica; Conceituar convulsão e descrever o atendimento e o tratamento pré-hospitalar

de um paciente convulsivo; Descrever o atendimento pré-hospitalar durante uma crise de epilepsia; Definir diabetes; Enumerar os sinais e os sintomas e descrever o tratamento pré-hospitalar em

pacientes com hiperglicemia e com choque insulínico; e Enumerar os sinais e os sintomas e descrever o tratamento pré-hospitalar do

abdome agudo.

- Emergência clínica Estado crítico provocado por uma ampla variedade de doenças cuja causa não inclui violência sobre a vítima. Se uma vítima sente-se mal ou apresenta sinais vitais atípicos, assuma que esta tem uma emergência clínica. Um trauma poderá produzir uma emergência clínica. O estresse de um acidente automobilístico poderá produzir um IAM ou AVC.

Page 113: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Uma freqüência de pulso superior a 120 bpm ou menor que 60 bpm indica uma possível emergência clínica em uma vítima adulta. Uma freqüência respiratória maior que 24 vpm ou menor que 08 vpm indica uma possível emergência clínica em uma vítima adulta.

- Convulsão São movimentos musculares involuntários que podem ser acompanhados por contrações tônicas – clônicas generalizadas ou focais. Em algumas crises é comum o paciente morder a língua, e apresentar dificuldade respiratória, chegando, algumas vezes, a cianose. Após a crise, o paciente apresenta-se confuso durante 1 minuto ou mais, ficando muito fatigado e adormecido horas depois. Manifestações Tônica – São prolongadas e imobilizam os membros atingidos. Clônica – Resultam de uma série de contrações rápidas e rítmicas. Tônico-clônica – A imobilização da parte atingida é interrompida por contrações clônicas. CAUSAS:

Intoxicações; Doenças neurológicas; Traumatismo Crânio-encefálico; Febre; Doenças infecciosas (meningite, tétano).

-

Epilepsia É uma condição neurológica que de tempo em tempo produz breves distúrbios nas funções elétricas cerebrais normais. A função cerebral normal é garantida por milhões de pequenas cargas elétricas passando entre células nervosas no cérebro e em todas as partes do corpo. Quando alguém tem epilepsia, este padrão normal pode ser interrompido por surtos intermitentes de energia elétrica muito mais intensa do que o habitual. Isto pode afetar a consciência da pessoa e provocar movimentos corporais

Page 114: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

ou sensações por curtos períodos de tempo. Estas mudanças fisiológicas são chamadas de crises epilépticas. Por isso a epilepsia é por vezes chamada de desordem convulsiva. Os surtos não habituais de energia podem ocorrer em apenas uma área do cérebro (crises parciais), ou podem afetar células nervosas através de todo cérebro (crises generalizadas). A função cerebral normal não pode retornar até que o surto elétrico desapareça. Condições cerebrais que produzem estes episódios podem estar presentes desde o nascimento ou podem se desenvolver mais tarde devido a traumatismos, infecções, anormalidades estruturais, exposição a agentes tóxicos ou, até mesmo, por razões que ainda não são bem entendidas. Algumas doenças ou traumatismos severos podem afetar o cérebro ao ponto de produzir uma crise isolada. Quando as crises continuam a ocorrer por razões desconhecidas ou por um problema subjacente que não pode ser resolvido a condição é denominada epilepsia. A epilepsia afeta pessoas de todas as idades, todas nacionalidades e todas as raças, podendo também ocorrer em animais, incluindo cães, gatos, coelhos e camundongos.

- Epilepsia Tipos de crise As crises epilépticas ocorrem com grande variedade e sua freqüência e forma variam bastante, de pessoa para pessoa. Mesmo assim, com os modernos métodos de tratamento a maioria dos casos pode ser completamente controlada. Em virtude da existência de tantas nuances na epilepsia e de tão diferentes tipos de crises, um sistema especifico de classificação foi promovido pela Liga Internacional Contra a Epilepsia (ILAE). A classificação internacional de crises epilépticas foi adotada pela comunidade médica e está gradualmente substituindo termos ultrapassados como “grande mal” e “pequeno mal”. A nova classificação descreve dois grupos principais de crises: “parciais” e “generalizadas”. Ela divide cada uma destas categorias em subcategorias, incluindo crises: parcial simples, parcial complexa, ausência, tônico-clônica e outros tipos. Crises Parciais e Generalizadas A distinção entre crises parciais e crises generalizadas é o elemento mais importante da nova classificação. Se a descarga elétrica excessiva no cérebro está limitada a uma área, a crise é parcial. Se todo o cérebro está envolvido, a crise é generalizada. Ao todo existem mais de 30 diferentes tipos de crises.

Page 115: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Saiba mais sobre:

As crises parciais A crise tônico-clônica Crises generalizadas de ausência

-

Epilepsia É muito importante uma boa entrevista para averiguar antecedentes de traumas na cabeça ou quedas. O que o paciente sente ao ter uma crise Epilepsia é uma classificação geral para uma grande variedade de crises. Assim, diferentes epilepsias têm crises bastante diferentes. Sensações comuns associadas com crises incluem insegurança, medo, exaustão física e mental, confusão e perda da memória. Alguns tipos de crises podem produzir fenômenos auditivos ou visuais enquanto outros podem envolver uma sensação de vazio. Se o paciente fica inconsciente durante a crise pode não haver sensação alguma. Muitas pessoas experimentam uma aura antes da crise propriamente dita. Duração das crises As crises podem durar de poucos segundos a alguns minutos. Em casos raros podem durar algumas horas. Exemplificando, uma crise tônico-clônica típica dura de 1 a 7 minutos. Crises de ausência podem durar apenas poucos segundos e crises parciais complexas duram de 30 segundos até 2 ou 3 minutos. Estado de mal epiléptico refere-se a crises prolongadas que podem durar algumas horas e isto é uma condição médica séria. Contudo, na maioria das epilepsias as crises são muito curtas e, apenas pequenos cuidados primários, são necessários. Causas e fatores desencadeantes Não existe uma causa única para a epilepsia. Muitos fatores podem lesar células nervosas no cérebro ou suas vias de comunicação. Em aproximadamente 65% de todos casos não existe causa conhecida. As causas mais freqüentes identificadas são:

Intoxicações (substâncias tóxicas em doses altas); Doenças neurológicas (aneurisma, tumores); Traumatismo crânio encefálico; Febre alta; Doenças infecciosas (meningite, tétano); Problemas cardiovasculares (AVC).

Page 116: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

-

Epilepsia Sinais e Sintomas de uma Crise Convulsiva 1) Perda da consciência. A vítima poderá cair e machucar-se; 2) Rigidez do corpo, especialmente do pescoço e extremidades.; Outras vezes, desenvolve um quadro de tremores de diversas amplitudes; 3) Pode ocorrer cianose ou até parada respiratória; Em algumas ocasiões, há perda do controle dos esfíncteres urinário e anal; 4) Depois das convulsões, o paciente recupera seu estado de consciência lentamente; Ele pode ficar confuso por um certo tempo e ter amnésia do episódio. Tratamento Pré-Hospitalar das convulsões 1) Posicione o paciente no piso ou em uma maca. Evite que se machuque com golpes em objetos dispostos ao seu redor; 2) Afrouxe bem as roupas apertadas; 3) Proteja a cabeça do paciente; 4) Monitore a respiração e administre oxigênio suplementar; 5) Depois da crise, proteja a privacidade do paciente e explique-o que deve receber auxílio médico; 6) Coloque na posição lateral de segurança (paciente inconsciente) e/ou de lado (paciente consciente) caso venha a vomitar; e 7) Transporte o paciente para o hospital. Não introduza nada na boca do paciente.

- Diabetes

Page 117: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

A Diabetes é uma doença crônica degenerativa que surge como uma disfunção metabólica originada pelo comprometimento na produção e/ou utilização da insulina que tem como principal função a regulação do metabolismo da glicose em todos os tecidos, com exceção do cérebro. Efeitos da deficiência ou excesso de insulina: Quando a produção de insulina é insuficiente Acumula-se no sangue um excesso de glicose, que pode gradualmente ocasionar o coma diabético (hiperglicemia). Quando a quantidade de insulina é excessiva Rapidamente esgota-se a glicose do sangue, ocorrendo o comprometimento do sistema nervoso central, que utiliza como fonte de energia, quase que, exclusivamente, a glicose, podendo conduzir ao choque insulínico (hipoglicemia).

- Diabetes Sinais e Sintomas da hiperglicemia

Sede; Dificuldade respiratória; Pulso rápido e fraco; Hálito cetônico; Pele quente e seca (desidratada); Astenia; Alteração do nível de consciência. (pode levar ao coma não pela elevação no

nível de glicose no sangue, mas pela acidez). O Emergencista deve fazer uma boa entrevista, para averiguar se o paciente é diabético, se está em tratamento, se recebeu insulina ou se alimentou. Tratamento Pré-Hospitalar 1. Mantenha o paciente repouso; e 2. Transporte o paciente.

- Diabetes Sinais e Sintomas da hipoglicemia

Page 118: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Respiração normal ou superficial; Pele pálida e úmida, freqüentemente sudorese fria; Pulso rápido e forte; Hálito sem odor característico; Cefaléia e náuseas; Desmaio, convulsões, desorientação ou coma.

Tratamento Pré-Hospitalar 1. Mantenha o paciente em repouso; 2. Mantenha as vias aéreas abertas e fique prevenido para ocorrências de vômito; 3. Se o paciente estiver consciente, dê açúcar ou líquido açucarado, mas se não estiver totalmente consciente, não dê nada por via oral; 4. Previna o choque; e 5. Transporte o paciente.

- Abdome agudo Causas

Apendicite; Úlceras; Doença hepática; Obstrução intestinal; Inflamação da vesícula; Problemas ginecológicos.

Sinais e sintomas do abdome agudo

Dor abdominal; Dor retro-abdominal (nas costas); Náuseas e vômitos; Ansiedade; Pulso rápido.

Dor abdominal súbita e intensa, desconforto abdominal relacionado a várias condições clínicas ou problemas específicos do abdome.

Page 119: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Tratamento Pré-Hospitalar 1. Não dê nada por via oral; 2. Mantenha as vias aéreas abertas e previna-se para ocorrência de vômito; 3. Previna o estado de choque; 4. Mantenha o paciente em repouso na posição em que melhor se adapte; 5. Promova suporte emocional; e 6. Transporte o paciente.

- Aula 4 – Parto Os objetivos desta aula são:

Descrever o atendimento pré-hospitalar da mãe e do bebê, durante o parto; e Descrever 3 complicações típicas durante o parto e o tratamento pré-hospitalar

de cada uma delas.

- Anatomia da mulher grávida Antes de descrever um parto, serão mostrados termos, conceitos e definições relacionados à anatomia de uma mulher grávida e ao parto. Feto Ser vivo que está se desenvolvendo e crescendo dentro do útero, após a 8ª semana de gestação. Útero Órgão muscular que se contrai durante o trabalho de parto, expulsando o feto. Colo uterino Extremidade inferior do útero, que se dilata permitindo que o feto entre na vagina. Vagina Canal por onde o feto é conduzido para o nascimento. Saco amniótico

Page 120: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Membrana que se forma no interior do útero e envolve o feto e o líquido amniótico. Líquido amniótico Líquido presente no saco amniótico, com a função de manter a temperatura do feto e protegê-lo de impactos. Sua cor normal é clara, quando está ocorrendo o sofrimento fetal este líquido torna-se esverdeado, pela presença do mecônio, que é a primeira matéria fecal do bebê. Placenta Órgão formado durante a gravidez constituída por tecido materno e do concepto, permitindo a troca de nutrientes entre a mãe e o feto. Normalmente expelida ao final do trabalho de parto. Pesa aproximadamente 500g, na gravidez a termo. Cordão umbilical Estrutura constituída por vasos sangüíneos através da qual o feto se une à placenta; seu comprimento é em média 55cm. Parto Expulsão do feto viável através das vias genitais ou a extração do feto por meios cirúrgicos Aborto Feto com menos de 500g ou com menos de 20 semanas de gestação Pré-maturo Bebê com menos de 37 semanas completas de gestação ou pesando menos de 2.500g, independentemente da idade gestacional. A termo De 37 semanas completas de gestação até menos de 42 semanas completas de gestação. Pós-maturo A partir de 42 semanas completas de gestação.

-

Page 121: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Fases do trabalho de parto Primeira Fase - Dilatação A dilatação do colo uterino tem início com as contrações e termina no momento em que o feto entra no canal de parto. Segunda Fase - Expulsão A partir do momento em que o feto está no canal de parto até o nascimento do bebê. Terceira Fase - Dequitação Após o nascimento do bebê até a completa expulsão da placenta (10 a 20 minutos).

- Sinais e sintomas indicativos de expulsão próxima 1. Sangramento ou presença de secreções pelo rompimento do saco amniótico; 2. Freqüência das contrações, abaixo de 5 minutos com duração de 30 segundos a 50 segundos; 3. Abaulamento da vulva; 4. Apresentação da cabeça do feto; 5. Necessidade freqüente de urinar e/ou defecar.

- Evolução do trabalho de parto ENTREVISTA:

Pergunte o nome e idade da mãe;

Page 122: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Pergunte se realizou o exame pré-natal; Pergunte se é o primeiro filho (se for primípara, o trabalho de parto demorará

cerca de 16 horas. O tempo de trabalho de parto será mais curto a cada parto subseqüente);

Pergunte se há indicação de parto gemelar (múltiplo); Pergunte a que horas iniciaram-se as contrações (checar e anotar); Pergunte se já houve a ruptura do saco amniótico; Pergunte se sente vontade de defecar e/ou urinar.

Antes de efetuar qualquer procedimento, o Emergencista deve realizar uma entrevista com a parturiente, extraindo o maior número de dados possíveis. Se após a entrevista o Emergencista avaliar que o parto não é iminente, deve proceder o transporte da parturiente e controle de hemorragias. Cubra com curativos estéreis os traumas abertos, monitore os sinais vitais e esteja preparado para o choque.

- Condutas do emergencista para o parto de emergência 1. Assegure a privacidade da parturiente, escolha um local apropriado; 2. Explique à mãe o que fará e como irá fazê-lo. Procure tranqüilizá-la informando que o que está acontecendo é normal. Peça para que após cada contração relaxe, pois isto facilitará o nascimento; 3. Posicione a parturiente para o parto emergencial, peça-lhe para que retire a roupa íntima, deite-a em posição ginecológica (joelhos flexionados e bem separados, e os pés apoiados sobre a superfície que está deitada); 4. Coloque uma almofada debaixo da cabeça da mãe para observar os seus movimentos respiratórios; 5. Prepare o kit obstétrico e seu EPI, mantenha todo material necessário à mão; 6. Disponha adequadamente os campos, lençóis ou toalhas limpas abaixo das nádegas, abaixo da abertura vaginal, sobre ambos os joelhos e sobre o abdômen;

-

Page 123: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Condutas do emergencista para o parto de emergência (continuação) 7. Sinta as contrações colocando a palma da mão sobre o abdome da paciente, acima do umbigo; 8. Posicione-se de forma a poder observar o canal vaginal constantemente. Oriente a parturiente a relaxar entre as contrações, respirando profunda e lentamente e a fazer força durante as mesmas; 9. Tente visualizar a parte superior da cabeça do bebê (coroamento). Se o saco amniótico não estiver rompido, corte-o com técnica e material apropriado; 10. Comprima a região do períneo, com uma das mãos, posicionada sob campo que se encontra abaixo da abertura vaginal, a fim de evitar lacerações nesta região; 11. Apóie a cabeça do bebê, colocando a mão logo abaixo da mesma com os dedos bem separados. Apenas sustente o segmento cefálico, ajudando com a outra mão, não tente puxá-lo; 12. Verifique se há circular de cordão, caso tenha, desfaça com cuidado no sentido face-crânio do bebê; 13. Geralmente a cabeça do bebê apresenta-se com a face voltada para baixo e logo gira para a direita ou esquerda. Guie, cuidadosamente, a cabeça para baixo e para cima,

Page 124: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

sem forçá-la, facilitando assim a liberação dos ombros e posteriormente de todo o corpo;

-

Condutas do emergencista para o parto de emergência 14. Deslize a mão que está sobre a face no sentido crânio-caudal, segurando firmemente os tornozelos do bebê; 15. Apóie o bebê lateralmente com a cabeça ligeiramente baixa. Isto se faz para permitir que o sangue, o líquido amniótico e o muco que estão na boca e nariz possam escorrer para o exterior; 16. Peça para o auxiliar anotar a data, hora, lugar do nascimento, nome da mãe e sexo do bebê; 17. Observe se o bebê chorou. Retire o campo que se encontra abaixo da abertura da vagina, coloque-o deitado lateralmente no mesmo nível do canal de parto.

- Atendimento pré-hospitalar do recém-nascido 1. Limpe as vias aéreas usando gaze e aspirador de secreções; 2. Avalie a respiração do bebê (VOS), estimule se necessário, massageando com movimentos

Page 125: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

circulares a região das costas e/ou estimulando a planta dos pés; 3. Aqueça o recém-nascido envolvendo-o em toalha, lençol ou similar; 4. Avalie a presença de pulso no cordão umbilical, se ausente, pince-o utilizando pinças, fita umbilical ou similar; 5. O primeiro ponto a ser pinçado deve estar a, aproximadamente, 25 cm (um palmo) a partir do abdome do bebê; 6. O segundo ponto a ser pinçado deve estar a cerca de 5 a 8 cm (quatro dedos) do primeiro em direção ao bebê; e 7. Seccione o cordão umbilical com bisturi ou tesoura de ponta romba, este corte deve ser realizado entre os dois pontos pinçados. O cordão umbilical não deve ser pinçado imediatamente após o desprendimento fetal. Aguardam-se de 40 a 60 segundos, a não ser na parturiente Rh negativo, quando se fará o pinçamento e secção de imediato, pois quando a parturiente tem fator Rh negativo e o pai por ventura tenha o Rh positivo, ocorrerá a chamada doença hemolítica do recém nascido ou eritroblastose fetal, ou seja, se a criança for Rh positivo, o organismo da mãe vai identificar o fator Rh do bebê como sendo nocivo, despreendendo anticorpos para eliminar este agente estranho através da circulação feto-placentária, o que ocasiona a morte das hemácias do recém nascido. Esta situação é comum a partir do segundo parto, embora, hoje já exista uma vacina para ser aplicada na gestante com a finalidade de prevenir tal situação, chamada de “GAMAGLOBULINA ANTI-Rh”. Portanto, todas as vezes que a parturiente for fator Rh negativo, o corte deve ser feito de imediato.

- Atendimento pré-hospitalar da mãe Inclui os cuidados com a expulsão da placenta, controle do sangramento vaginal e a tentativa de fazer a mãe se sentir o mais confortável possível. 1. Normalmente entre 10 e 20 minutos há a expulsão da placenta. Guarde-a em um saco plástico apropriado e identifique-a para posterior avaliação médica. O cordão desce progressiva e espontaneamente. Não o tracione;

Page 126: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

2. Após a expulsão da placenta, observe presença de sangramento vaginal, se houver, controle-o:

Com gaze ou material similar, retire os excessos de sangue ou secreções; Use um absorvente higiênico ou material similar estéril; Coloque-o sobre a vagina. Não introduza nada na vagina; Oriente para que a parturiente

una e estenda as pernas, mantendo-as juntas sem apertá-las;

Apalpe o abdome da mãe, no intuito de localizar o útero. Faça movimentos circulares com o objetivo de estimular a involução uterina e, conseqüentemente, a diminuição da hemorragia; 3. Tranqüilize a mãe fazendo-a sentir-se o melhor possível e registre todos os dados da ocorrência. Transporte a mãe, o bebê e a placenta para o hospital. Durante todos os procedimentos, monitore constantemente a mãe e o bebê.

- Complicações no parto e seu tratamento Tratamento Pré-hospitalar 1. Espere que as nádegas e o tronco do feto sejam expulsos espontaneamente; 2. Segure os membros inferiores e o tronco à medida que são expulsos; 3. A cabeça então é geralmente liberada por si própria, entretanto, algumas vezes ela poderá não sair de imediato. Nos casos em que a criança não nascer em até 3 minutos após a saída da cintura e tronco, não a puxe, apenas crie uma via aérea;

Page 127: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

4. Informe a mãe sobre o procedimento que será realizado e introduza os dedos indicador e médio em forma de “V” entre a face do feto e a parede da vagina, criando assim um espaço para que ele possa vir a respirar. Se você não conseguir realizar este processo, então tente colocar uma extremidade digital sobre a boca do bebê e com outro dedo empurre a parede vaginal; 5. Criada uma via aérea para o feto, deve-se mantê-la. Permita que o nascimento prossiga mantendo a sustentação do corpo do bebê; e 6. O transporte deverá ser realizado imediatamente. Mantenha as VAs permeáveis durante todo o transporte. Apresentação Pélvica Quando as nádegas ou os pés do feto são os primeiros a se apresentar. Se durante o trabalho de parto, apresentar apenas uma mão ou um pé, não é considerado parto pélvico, esta é uma apresentação de membro, que requer cuidados. 1. Não puxe a extremidade, nem tente introduzí-la novamente na vagina.; 2. Deixe-na posição ginecológica ou a coloque na posição genopeitoral, o que ajuda a reduzir a pressão no feto e no cordão umbilical; 3. Oriente para que respire profunda e lentamente; 4. Se necessário oferte oxigênio; e 5. Transporte a parturiente.

- Complicações no parto e seu tratamento Prolapso de Cordão Umbilical Ocorre quando durante o trabalho de parto, o cordão umbilical é o primeiro a se apresentar.

Page 128: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Tratamento Pré-hospitalar 1. Retire a parturiente da posição ginecológica, colocando-a em posição genopeitoral; 2. Não tente empurrar o cordão para dentro; 3. Não coloque a mão dentro da vagina; 4. Envolva o cordão umbilical com gaze estéril úmida e embrulhe-o com compressas cirúrgicas estéreis, para aquecê-lo; 5. Administre o oxigênio; e 6. Monitore e transporte a parturiente para o hospital. Ela deve ser instruída para que respire profunda e lentamente.

- Complicações no parto e seu tratamento Parto Múltiplo Em caso de nascimentos múltiplos, as contrações uterinas reiniciam após o primeiro nascimento. O procedimento será o mesmo utilizado para com parto simples. É recomendado que o Emergencista amarre o cordão umbilical da primeira criança antes do nascimento da próxima. Parto Pré-Maturo Considera-se parto pré-maturo, qualquer nascimento em que o bebê tenha menos de 37 semanas completas de gestação, ou que pese menos de 2500g, independentemente da idade gestacional, e requer os seguintes cuidados: Somados os cuidados dispensados a um parto a termo, o Emergencista deve dar uma atenção maior ao aquecimento do recém-nascido. Embrulhe-o em mantas, lençóis toalhas ou papel aluminizado, mantenha a face do bebê descoberta. As crianças pré-maturas, freqüentemente, requerem reanimação pulmonar, proceda de acordo com as condutas para o caso.

-

Page 129: Curso emergencista completo

Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007

www.fabricadecursos.com.br

Complicações no parto e seu tratamento Hemorragia Excessiva Se durante a gravidez, a parturiente começar a ter um sangramento excessivo pela vagina, é muito provável que terá um aborto. Porém, se a hemorragia ocorrer durante o trabalho de parto ou na etapa final da gravidez, provavelmente estará ocorrendo um problema relacionado à placenta. Tratamento Pré-hospitalar 1. Posicione a parturiente em decúbito lateral esquerdo; 2. Coloque absorvente higiênico, campos ou lençóis limpos na abertura da vagina; 3. Não introduza nada na vagina; 4. Troque os tampões quando estiverem embebidos; 5. Guarde e conduza ao hospital todos os tampões ensangüentados, bem como todo e qualquer material expulso; 6. Previna o estado de choque; e 7. Monitore os sinais vitais.

-

Page 130: Curso emergencista completo

Referências Bibliográficas do Curso Emergencista Pré-hospitalar

• American Heart Association.

• American Heart Association Suporte Avançado de Vida em Cardiologia 1997.

• American Heart Association Suporte Avançado de Vida em Pediatria 1997.

• American Heart Association Suporte Básico de Vida Rio de Janeiro RJ, 2002.

• Atendimento préhospitalar ao traumatizado : básico e avançado/comitê do

PHTLS da National Association of Emergency Medical Technicians Rio de Janeiro,

editora Elsevier, 2004.

• Bergeron, J.D., Bizjak. G Primeiros Socorros, 1ª Ed., São Paulo SP, Editora

Atheneu, 1999.

• Currents in Emergency Cardiovascular Care. American Heart association, 2006.

• CURRENTS IN EMERGENCY CARDIVASCULAR CARE. Revista, Edição especial, 2005.

• Dangelo, J.G, Fatini C.A Anatomia básica dos Sistemas Orgânicos, 2ª Ed., Rio de

Janeiro RJ., Editora Atheneu, 1995.

• Guyton e Hall Tratado de Fisiologia Médica 10ª Ed. Rio de Janeiro RJ Editora

Guanabara Koogan, 2002.

• Manual para instrutores do Curso de Atendimento Pré-hospitalar Básico 2002.

• Mário Dias Corrêa. Noções práticas de obstetrícia 13ª edição. Minas Gerais 2004.

• Portaria nº 2048, de 5 de novembro de 2002, Ministério da Saúde.

• Rey Luis Dicionário de termos técnicos de medicina e saúde Editora Guanabara

Koogan, 2ª Ed. 2003.

• Rezende, Jorge de. Obstetrícia Fundamental. 10ª ed. Editora Guanabara, 2006.

• Silva, de Plácido e. Vocabulário Jurídico , ed.Forense 16ª edição. Rio de Janeiro.

1999

• Stephen N. Rosenberg, M.D. Livro de Primeiros Socorros. Johnson & Johnson. .2ª

ed. Rio de Janeiro.

• The Committee on Allied Healt. AAOS, Socorros Médicos de Emergência, 2ª Ed.,

Rio de Janeiro RJ, Editora Guanabara Koogan S.A, 1998.