CURSO FIC Mecânico de Motores a Diesel - 2017

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1 GOVERNO DE GOIÁS Secretaria de Desenvolvimento Econômico Superintendência Executiva de Ciência e Tecnologia Gabinete de Gestão de Capacitação e Formação Tecnológica CURSO FIC Mecânico de Motores a Diesel - 2017

Transcript of CURSO FIC Mecânico de Motores a Diesel - 2017

1GOVERNO DE GOIÁS

Secretaria de Desenvolvimento EconômicoSuperintendência Executiva de Ciência e Tecnologia

Gabinete de Gestão de Capacitação e Formação Tecnológica

CURSO FICMecânico de Motores a Diesel - 2017

Mecânico de Motores a DieselSetembro 2018

Ficha Catalográfica

ExpedienteGovernador do Estado de GoiásMarconi Ferreira Perillo Júnior

Secretário de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e IrrigaçãoFrancisco Gonzaga Pontes

Superintendente Executivo de Ciência e TecnologiaDanilo Ferreira Gomes

Chefe de Gabinete de Gestão de Capacitação e Formação TecnológicaSoraia Paranhos Netto

Coordenação Pedagógica do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego José Teodoro Coelho

Supervisão Pedagógica e EaDDenise Cristina de OliveiraIsrael Serique dos Santos Maria Dorcila Alencastro Santana

Professor ConteudistaRobson de Almeida Vilela

Projeto GráficoMaykell GuimarãesJosé Francisco Machado

Designer Andressa Cruvinel

Revisão da Língua Portuguesa Cícero Manzan Corsi

Banco de Imagens http://freepik.comhttp://pt.freeimages.comhttps://pixabay.com

Apresentação

Empreendedorismo, inovação, iniciativa, criatividade e habilidade para trabalhar em equipe são alguns dos requisitos imprescindíveis para o

profissional que busca se sobressair no setor produtivo. Sendo assim, destaca-se o profissional que busca conhecimentos teóricos, desenvolve experiências práticas e assume comportamento ético para desempenhar bem suas funções. Nesse contexto, os Cursos Técnicos oferecidos pela Secretaria de Desenvolvimento de Goiás (SED), visam garantir o desenvolvimento dessas competências.

Com o propósito de suprir demandas do mercado de trabalho em qualificação profissional, os cursos ministrados pelos Institutos Tecnológicos do Estado de Goiás, que compõem a REDE ITEGO, abrangem os seguintes eixos tecnológicos, nas modalidades EaD e presencial: Saúde e Estética, Desenvolvimento Educacional e Social, Gestão e Negócios, Informação e Comunicação, Infraestrutura, Produção Alimentícia, Produção Artística e Cultural e Design, Produção Industrial, Recursos Naturais, Segurança, Turismo, Hospitalidade e Lazer, incluindo as ações de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica (DIT), transferência de tecnologia e promoção do empreendedorismo.

Espera-se que este material cumpra o papel para o qual foi concebido: o de servir como instrumento facilitador do seu processo de aprendizagem, apoiando e estimulando o raciocínio e o interesse pela aquisição de conhecimentos, ferramentas essenciais para desenvolver sua capacidade de aprender a aprender.

Bom curso a todos!SED – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecno-

lógico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação

ESTADODE GOIÁS

Conteúdo InterativoEssa apostila foi cons-truída com recursos que possibilitam a interatividade tais como hiperlinks e páginas com hipertexto.

Pré-requisitos:

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SumárioORGANIZAÇÃO CURRICULAR

UNIDADE 1Ética Profissional 12

1.1.1 - Ética profissional e relações sociais 131.1.3 – Código de ética 13

UNIDADE 2QSMS (Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança) 14

2.1 - Qualidade 142.2 – Ferramentas da qualidade 15

UNIDADE 3Meio ambiente e sustentabilidade 17

3.1 – Desenvolvimento sustentável 18

UNIDADE 4Segurança do trabalho 21

NR 1 - Disposições Gerais 22NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 22NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI) 24NR 12 – Segurança em Máquinas e Equipamentos 26NR 17 – Ergonomia 27

UNIDADE 5Introdução ao estudo dos motores de combustão interna 29

5.1 - Motores de combustão interna 305.1.1 - Classificação dos motores de combustão interna 305.1.2 - Propriedade dos gases da admissão 305.1.3 - Movimento do pistão 305.1.4 - Fases dos ciclos de trabalho 315.1.5 - Número de cilindros 315.1.6 - Disposição dos cilindros 31

UNIDADE 6Componentes dos motores de combustão interna 32

6.1 - Componentes fixos dos motores 326.1.1 – Bloco do motor 326.1.2 - Cabeçote 336.1.3 - Cárter 34

6.2 - Componentes móveis dos motores 346.2.1 - Eixo do comando de válvulas ou eixo de cames 356.2.2 - Válvulas 356.2.3 - Pistão 356.2.4 - Anéis 366.2.5 - Bielas 366.2.6 - Virabrequim 366.2.7 - Mancais 37

UNIDADE 7Características técnicas dos motores de combustão interna 38

UNIDADE 8Sistemas complementares 40

8.1 - Sistema de alimentação de ar 408.2 - Sistema de alimentação de combustível 418.3 - Sistema de arrefecimento 418.4 - Sistema de lubrificação 42

UNIDADE 9Motor Diesel 43

9.1 - História 439.2 - Motor Diesel de Quatro Tempos 439.3 - Ciclo Diesel – 2 tempos 45

9.4 - Tipos de injeção 459.5 - Cilindrada 469.6 - Relação de compressão 469.7 - Torque 469.8 - Motor diesel x Motor Otto 47

9.8.1 - Motores Diesel 47

9.9 - Combustíveis para motor diesel 479.9.1 - Óleo diesel rodoviário interior (S1800) 479.9.2 - Qualidade do óleo diesel 48

UNIDADE 10Particularidades dos motores diesel 51

10.1 - A injeção de duto único 52

UNIDADE 11Trabalhando com os motores Diesel 54

11.1 - Injeção eletrônica de combustível 5411.1.1 - Common Rail 54

11.2 - Bomba injetora 5511.3 - Diagnósticos 5611.4 Desgastes mais comuns nos motores diesel 56

11.4.1 - Desgaste por atrito 5611.4.2 - Desgaste devido à fadiga 5711.4.3 - Desgaste devido ao corte 5711.4.4 - Desgaste severo por deslizamento 57

11.5 - Manutenção preventiva 57

UNIDADE 12Dicas de diagnósticos e verificações em motores diesel 59

12.1 – Inspeção e verificação 5912.2 – Tabela de sintomas 59

Referências Bibliográficas 68

Recursos Didáticos

FIQUE ATENTO A exclamação marca

tudo aquilo a que você deve estar atento. São assuntos que causam

dúvida, por isso exigem atenção redobrada.

PESQUISE Aqui você encontrará

links e outras sugestões para que você possa conhecer mais sobre

o que está sendo estudado. Aproveite!

CONTEÚDO INTERATIVO

Este ícone indica funções interativas, como hiperlinks e páginas com

hipertexto.

DICAS Este baú é a indicação de onde

você pode encontrar informações importantes na construção e no aprofundamento do seu

conhecimento. Aproveite, destaque, memorize e utilize essas dicas para

facilitar os seus estudos e a sua vida.

VAMOS REFLETIR Este quebra-cabeças indica o

momento em que você pode e deve exercitar todo seu potencial.

Neste espaço, você encontrará reflexões e desafios que tornarão

ainda mais estimulante o seu processo de aprendizagem.

VAMOS RELEMBRAR Esta folha do bloquinho

autoadesivo marca aquilo que devemos lembrar

e faz uma recapitulação dos assuntos mais

importantes.

MÍDIAS INTEGRADAS Aqui você encontra dicas para enriquecer os seus conhecimentos na área,

por meio de vídeos, filmes, podcasts e outras

referências externas.

VocabulárioO dicionário sempre nos ajuda a

compreender melhor o significado das palavras, mas aqui resolvemos

dar uma forcinha para você e trouxemos, para dentro da apostila, as definições mais importantes na construção do seu conhecimento.

ATIVIDADES DE APRENDIZAGEMEste é o momento

de praticar seus conhecimentos.

Responda as atividades e finalize

seus estudos.

SAIBA MAIS Aqui você encontrará

informações interessantes

e curiosidades. Conhecimento nunca é demais, não é mesmo?

HIPERLINKSAs palavras grifadas em amarelo levam você a referências

externas, como forma de aprofundar um

tópico.

Hiperlinks de texto

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ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

Mecânico de Motores Ciclo Diesel

Perfil profissional: O estudante que ingressar no curso de FIC de mecânico de motores ciclo diesel desen-volverá sua capacidade de análise crítica e capacidade de resolução de avarias mecânicas associadas ao fun-cionamento de veículos. Além de criar uma mentalidade prevencionista no que tange aos prazos de revisões veiculares, garantir um ambiente de trabalho seguro e íntegro, manusear instrumentos de medição e controle e conhecer em detalhes sobre os diversos sistemas que fazem parte do motor automotivo.

Competências:l Identificar as partes móveis de motores automotivos ciclo diesel, propondo soluções de caráter preventivo

ou corretivo;l receber e executar as OST’s (Ordens de Serviços Técnicos), e registrá-las conforme procedimento interno;l comunicar ao cliente sobre eventuais problemas mecânicos, fazendo o uso de linguagem simples sem o

excesso de termos técnicos;l zelar por ambiente seguro, limpo e íntegro para a realização de suas atividades cotidianas

Habilidades:l Realizar a troca de óleo e lubrificação de conjunto do motor;l monitorar os níveis dos fluidos do veículo: freio, arrefecimento etc;l promover reparo, desmontagem, montagem de componentes e partes do motor;l fazer alinhamento, balanceamento e cambagem em rodas e suspensão;l descartar materiais e fluidos de modo ecologicamente correto, após as manutenções e reparos.

Palavras do ProfessorPrezado(a) estudante. No início de sua caminhada no processo de qualificação profissional, nós o oferecemos

o amparo técnico e didático, por meio do presente material. Por se tratar de uma área ampla e com necessidade de um contínuo aperfeiçoamento, disponibilizamos os links eletrônicos, literaturas de base e referências textuais aqui adotadas para sua total consulta.

A determinação e busca individual será um diferencial considerável na consolidação de sua carreira vindoura, pois a velocidade de transformação das novas tecnologias, não obedecem uma sucessão temporal bem definida. Portanto, empenhe-se em sempre estar atualizado quanto às novas ferramentas de trabalho.

Eu desejo a você bons estudos e uma carreira repleta de desafios e produtividade.

Prof. Robson de Almeida Vilela, Goiânia – GO , 12 de Dezembro de 2017.

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A fase da escolha profissional, ainda durante a ado-lescência muitas vezes, já deve ser permeada pela refle-xão da Ética Profissional. A escolha por uma profissão é optativa, mas ao escolhê-la, o conjunto de deveres profissionais passa a ser obrigatório. Geralmente, quan-do você é jovem, escolhe sua carreira sem conhecer o conjunto de deveres que está prestes a assumir, tornan-do-se parte daquela categoria.

Toda a fase de formação profissional, o aprendiza-do das competências e habilidades, referentes à práti-ca específica numa determinada área, devem incluir a reflexão, antes do início dos estágios. Ao completar a formação em nível superior, a pessoa faz um juramento, que significa sua adesão e comprometimento com a ca-tegoria profissional onde formalmente ingressa. Isso ca-racteriza o aspecto moral da chamada Ética Profissional, adesão voluntária a um conjunto de regras estabeleci-das como sendo as mais adequadas para o seu exercício.

É fundamental ter sempre em mente que há uma série de atitudes que não estão descritas nos códigos de todas as profissões, mas que são comuns a todas as atividades que uma pessoa possa exercer. Atitudes de generosidade e cooperação no trabalho em equipe, mesmo quando exercidas solitariamente em uma sala, fazem parte de um conjunto maior de atividades que dependem do bom desempenho desta. Uma postu-ra proativa, por exemplo, é não ficar restrito às tarefas solicitadas, mas contribuir para o engrandecimento do trabalho, mesmo que temporário.

Se sua tarefa é varrer ruas, você pode se contentar em varrer e juntar o lixo, mas você pode também tirar o lixo que vê que está prestes a cair na rua, podendo futu-ramente entupir uma saída de escoamento e causando uma acumulação de água quando chover.

UNIDADE 1

Ética Profissional

1 - Ética ProfissionalFonte:freepik.com/free-vector/illustration-of-a-weighing-scale_2945055.htm

freepik.com/free-vector/wrong-and-right-posture-in-front-of-the-computer_1154703.htm

2 – Generosidade e empatiaFonte: freepik.com/free-vector/man-social-worker-helping-elder-grey-haired-woman_1311271.htm

https://www.youtube.com/watch?v=Q-CcfQXJJhc

Assista ao vídeo abaixo, com comentário do professor Clóvis de Barros Filho, sobre o que é Ética e suas aplicações e desdobramentos na sociedade atual: O que é Ética?

MÍDIAS INTEGRADAS

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O varredor de rua que se preocupa em limpar o canal de escoamento de água da chuva; o auxiliar de almo-xarifado que verifica se não há umidade no local destinado para colocar caixas de alimentos; o médico cirurgião que confere as suturas nos tecidos internos antes de completar a cirurgia; a atende do asilo que se preocupa com a limpeza de uma senhora idosa após ir ao banheiro; o contador que impede uma fraude ou desfalque, ou que não maquia o balanço de uma empresa; o engenheiro que utiliza o material mais indicado para a construção de uma ponte, todos estão agindo de forma eticamente correta em suas profissões, ao fazerem o que não é vis-to, ou aquilo que, alguém vendo, não saberá quem fez. As leis de cada profissão são elaboradas com o objetivo de proteger os profissionais, as pessoas que dependem deles. Há, porém muitos aspectos não previstos especi-ficamente e que fazem parte do compromisso do profissional com a ética, aquele que, independentemente de receber elogios, faz a coisa certa.

1.1.1 - Ética profissional e relações sociais

É imprescindível estar sempre bem informado, acompanhando não apenas as mudanças nos conhecimentos técnicos da sua área profissional, mas também nos aspectos legais e normativos. Vá e busque o conhecimento. Muitos processos administrativos e jurídicos no âmbito da quebra da disciplina ética profissional nos conselhos profissionais, acontecem por desconhecimento da própria ética profissional e negligência com os valores éticos e morais. Quais sejam:

Competência técnica, aprimoramento constante, respeito às pessoas, confidencialidade, privacidade, tole-rância, flexibilidade, fidelidade, envolvimento, afetividade, correção de conduta, boas maneiras, relações in-terpessoais verdadeiras, responsabilidade, confiança e outras formam composições para um comportamento eticamente adequado.

A função principal de um código de ética é começar pela definição dos princípios que o fundamentam e se articula em torno de dois eixos de normas: direitos e deveres. Ao definir direitos, o código de ética cumpre a função de delimitar o perfil do seu grupo. Ao definir deveres, abre o grupo à universalidade. Ao definir direitos, o código de ética cumpre a função de delimitar o perfil do seu grupo. No que tange aos deveres, abre o grupo à universalidade. A definição de deveres deve ser tal, que por seu cumprimento, cada membro daquele grupo social realize o ideal de ser humano.

A elaboração de um código de ética, portanto, realiza-se como um processo ao mesmo tempo educativo no interior do próprio grupo. Deve resultar num produto tal, que cumpra ele também uma função educativa e de cidadania diante dos demais grupos sociais e de todos os cidadãos.

1.1.3 – Código de ética

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM1 – Destaque a importância do conhecimento na construção da ética profissional2 – Qual a função principal de um código de ética?3 – Como se realiza a elaboração de um código de ética? Qual deve ser o produtofinal desse processo?4 – Cite alguns exemplos de aplicação da ética em seu cotidiano.

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Qualidade é um termo que pode ter significados diferentes para pessoas distin-tas. Se vocês perguntarem o que significa qualidade para os seus amigos ou seus colegas de trabalho, perceberão que cada um traz consigo uma definição sobre o ter-mo. Porém, apesar de ser um conceito já assimilado, seus métodos e ferramentas específicas não são plenamente conheci-dos. Caso contrário, os problemas relata-dos, anteriormente, não seriam recorren-tes, principalmente nas empresas.

Ao longo dos anos, grandes autores da qualidade nos apresentaram definições que retratam seu ponto de vista sobre o tema. Para William Edwards Deming (1900 – 1993), qualidade é melhoria contínua. Para Philip Crosby (1926 – 2001), qualida-de é conformidade com os requisitos. Com o decorrer das mudanças globais, a qualidade do produ-to foi sendo definida a partir de determinados padrões e passou a ser importante para as empresas com o advento da produção em massa (revolução industrial).

No início da industrialização anos 20, a qualidade era determinada através da inspeção do produto final. E por ser inspecionado, somente o produto pronto, não havia preocupação com o processo de produção, nem com a prevenção de defeitos. A partir dos anos 40, em decorrência, principalmente, do fim da 2° Guerra Mundial (1938 – 1945) e da expansão do comércio, o processo passou a ser inspecionado também: inicia-se a era do Controle Estatístico do Processo (CEP). A estatística é utilizada como uma ferramenta de controle da qualidade e a inspeção é por amostragem (alguns produtos são retirados em momentos determinados). Ou seja, além da inspeção do produto pronto, a inspeção vai sendo realizada ao longo do processo de produção.

A partir dos anos 50, com a intensificação do co-mércio internacional de produtos, tornou-se necessá-ria a adoção de padrões técnicos para produção, foi a era da garantia da qualidade, e a partir dos anos 80, temos o foco na gestão da qualidade total: a qualidade será obtida, somente, a partir da mobilização de toda a empresa. A intensificação do comércio, em função da globalização, expões as empresas a um nível de com-

UNIDADE 2

QSMS (Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança)

3 – QSMSFonte: freepik.com/free-vector/hand-holding-a-pen-and-filling-out-a-form_1082297.htm

2.1 - Qualidade

"Qualidade é melhoria contínua"

Philip Crosby (1926 – 2001)

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petição ainda mais alto. Para tanto, faz-se necessário o envolvimento de todos, da alta administração ao pes-soal da linha de produção, de gerentes a fornecedores, agindo na prevenção de qualquer tipo de problema, problemas que com certeza não são de responsabilidade de uma única pessoa na empresa. É importante destacar que todas essas eras ou visões a respeito do que é produzir com qualidade, são utilizadas hoje nas empresas simultaneamente. As estratégias de implantação de qualquer programa de qualidade pressupõem o envolvimento de todos na empresa, muitas vezes alcançado através do trabalho em equipe (os chamados ti-mes da qualidade). São utilizadas, também, ferramentas estatísticas para o controle da qualidade no processo, e ainda são inspecionadas amostras de produtos acabados.

Implantar a gestão da qualidade na empresa ultra-passa a adoção de ferramentas e métodos específicos, a cultura da qualidade vem sendo disseminada no país há algum tempo, mas a sua real implantação nas em-presas requer planejamento e, principalmente, treina-mentos específicos e sensibilização.

Vamos diferenciar métodos de ferramentas. Se-gundo Seleme e Stadler (2008), método é a sequência lógica empregada para atingir determinado objetivo (aquilo que pretendemos realizar), enquanto as fer-ramentas são os recursos utilizados no método. Para simplificar vamos pensar no seguinte exemplo, a cons-trução de uma parede. A sequência lógica é o conjunto de passos a seguir: determinar a posição da parede (lo-cal), preparar a argamassa, esticar a linha para manter o alinhamento, e assentar os tijolos seguindo o alinha-mento e verificando o prumo.

As ferramentas contemplam as técnicas desenvol-vidas pelos funcionários (seja por treinamento espe-cífico ou pela própria experiência) e os instrumentos de trabalho (colher de pedreiro, trena, fio de prumo, nível), na construção da parede. A diferença é que, na gestão da qualidade, vamos trabalhar com métodos e ferramentas de gestão (como o próprio nome diz), ou seja, não são instrumentos palpáveis, físicos, mas sim técnicas gerenciais para organização do trabalho de todas as pessoas envolvidas.

Dentre todas as ferramentas de gestão da qualidade, sete são consideradas essenciais: diagrama de Pareto, diagrama de causa e efeito, histogramas, folhas de verificação, cartas de controle, gráficos de dispersão e fluxo-gramas. Vamos ver no quadro abaixo de forma resumida estas ferramentas:

2.2 – Ferramentas da qualidade

SAIBA MAIS É muito comum atualmente. A utilização do termo garantia da qualidade, pois o mesmo

implica a organização/empresa se comprometendo diretamente com o seu cliente/consumidor final, a entregar seus produtos e serviços com a máxima qualidade possível.

4 – Inspeção de qualidade de produto manufaturadoFonte: pixabay.com/pt/pessoas-caucasianas-alegre-prancheta-1822531/

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Tabela 1 – Principais ferramentas da qualidade

Ferramenta da qualidade Principal função

1 – Fluxogramas Descrever processos de forma gráfica

2 – Diagrama de Pareto Distinguir os fatores essenciais, que causam determinado problema de qualidade dos fatores secundários.

3 – Diagrama de Ishikawa Levantar as possíveis causas de um problema que afeta a qualidade

4 – Histogramas Gráfico que permite visualizar a distribuição de um conjunto de dados.

5 – Folhas de verificação Permitem coletar dados (número de peças defeituosas, por exemplo) de forma organizada e sistemática

6 – Gráficos de dispersão Estabelece a relação entre duas variáveis (exemplo, a influência da temperatura do forno no peso do pão)

7 – Cartas de controle Analisar a viabilidade dos processos produtivos ao longo do tempo

VAMOS REFLETIR A consolidação da aplicação das ferramentas e metodologias de qualidade, só se

dará mediante uma comunicação e integração diária das equipes envolvidas, além de um sistema gerenciamento paralelo (reuniões específicas), para monitorar através de cronogramas, o cumprimento dos objetivos estabelecidos.

Ferramentas da qualidade são técnicas que se podem utilizar com a finalidade de definir, mensurar, analisar e propor soluções para problemas que eventualmente são encontrados e interferem no bom desempenho dos processos de trabalho. Foram estruturadas, principalmente, a partir da década de 50, com base em conceitos e práticas existentes. Desde então, o uso das ferramentas tem sido de gran-de valia para os sistemas de gestão, sendo um conjunto de ferramentas estatísticas de uso consagrado para melhoria de produtos, serviços e processos. (MACHADO, 2012).

http://www.inmetrogo.gov.br/

Quando falamos em qualidade, algumas instituições nos remetem a esse conceito por suas práticas diárias. Acesse no link abaixo, o site da Surgo (Superintendência do Inmetro do Estado de Goiás), instituição ligada ao Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), para saber mais sobre normas, regulamentos e padrões metrológicos de qualidade.

MÍDIAS INTEGRADAS

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Por que estudar o meio ambiente? Por-que isso não pode mais ser encarado ape-nas como lição para entreter crianças. Falar sobre esse tema vai muito além de contar histórias sobre bichos e árvores e pedir para que elas façam desenhos, redações etc. O meio ambiente é muito importante para ser negligenciado e relegado apenas à visão ro-mântica. Todos os processos produtivos co-nhecidos têm como fonte de matériaprima a natureza, desde os processos considera-dos mais simples, como produção de bolos, até os processos das grandes indústrias – por isso é importante que os trabalhadores das mais diferentes áreas tenham a oportu-nidade de estudar a questão ambiental.

Até meados da década de 1970, a poluição industrial era vista como sinal de progresso, por isso era muito bem-vinda para muitos políticos e cidadãos em geral. Na época, não se levava em conta o aspecto ambiental. Nos tempos atuais, há uma necessidade de mudança de pensamento por parte de quem produz e principal-mente de quem compra, pois nós, consumidores, somos o termômetro do mercado, e as empresas, sejam elas pequenas ou gigantes, buscam agradar os clientes.

As cidades devem possibilitar o desenvolvimento social e econômico da comunidade residente. Por que algumas cidades crescem mais que outras? Ou, por que algumas apresentam qualidade de vida melhor do que outras? Alguns aspectos, ou atributos, ambientais intervêm diretamente em suas potencialidades para seu pleno desenvolvimento, como por exemplo a sua localização geográfica, a configuração topográfica, o clima predominante na região e o domínio geológico e natural. A localização geográfica das cidades deve possibilitar a ausência de focos de poluição provenientes de outras regiões de seu entorno; condições de proteção contra ventos, que possam causar impactos ambientais significativos ou desconforto á fixação do homem como que-das de árvores e de cabos de energia, destelhamentos e comprometimento da qualidade do ar e do confor-

to térmico; possibilidade da existência de centros de produção, comércio e cultura, para o intercâmbio e o abastecimento entre regiões distintas; existência de sistema viário diverso, composto por sistemas modais interligados, como autoestradas, ferrovias, aeropor-tos, dutovias e hidrovias.

As áreas mais sensíveis à degradação ambiental são os vales e os locais com declividades ínfimas ( muito pequenas), ou com declividades acentuadas. Os vales podem sofrer inundações em suas depres-sões, diminuição da irradiação solar e a estagnação do ar atmosférico. As declividades ínfimas podem re-

UNIDADE 3

Meio ambiente e sustentabilidade

5 – Mundo sustentávelFonte: freepik.com/free-vector/world-environment-day-concept-green-eco-earth-vector-illustration_1150245.htm

6 - Reciclagem de oléo de motorhttp://www.ecosystemrs.com.br/upload/site_noticia/144.jpg

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tardar o escoamento de água pluvial, gerando enchentes, bem como retardar o escoamento de águas servidas e comprometer o sistema de esgoto. As declividades acentuadas, por sua vez, podem provocar desequilíbrios de vazão da rede de abastecimento de água, possibilitando a contaminação da rede de distribuição de água por poluentes presentes no solo.

A aplicação do desenvolvimento sustentável está alicerçada no tripé: setor governamental, se-tor empresarial e sociedade civil. Cabe ao setor governamental propor leis que favoreçam as em-presas e criar mecanismos que estimulem o setor empresarial a investir em sustentabilidade. Os empresários devem expandir sua visão de negó-cio e propor modelos de produção menos agres-sivos ao meio ambiente. Por fim, a sociedade civil deve rever suas necessidades, dando preferência a produtos e serviços que tenham o selo ambien-talmente correto. Segundo Sachs (1993), são cin-co os pilares de sustentação do desenvolvimento sustentável:

l Sustentabilidade ecológica – refere-se à base física do processo de crescimento e tem como objetivo a manutenção de estoques dos recursos naturais, incorporados às atividades produtivas;

l Sustentabilidade ambiental – refere-se à manutenção da capacidade de sustentação dos ecossistemas, o que implica a capacidade de absorção e recomposição dos ecossistemas em face das agressões antrópicas;

l Sustentabilidade política – refere-se ao processo de construção da cidadania para garantir a incorporação plena dos indivíduos ao processo de desenvolvimento;

l Sustentabilidade social – refere-se ao desenvolvimento e tem por objetivo a melhoria da qualidade;

l Sustentabilidade econômica – refere-se a uma gestão eficiente dos recursos em geral e caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento público e privado.

O fato é que o modelo atual de produção – aqui é importante salientar que não estamos falando apenas das grandes indústrias, mas sim de qualquer processo produtivo – não é sustentável. Obviamente, a tendência é que as indústrias gerem maior impacto, porém a necessidade de mudanças atinge a todos. Os grandes conglomera-dos industriais acelerem seu ritmo de produção, o que implica em maior consumo de matérias-primas, pois o perfil do mercado consumidor mudou ao longo dos anos, visto que comprar virou sinônimo de poder.

Não há uma receita pronta para impor o desenvolvimento sustentável. Sabemos onde queremos chegar, que é o equilíbrio entre o desenvolvimento e econômico e preservação do meio ambiente, mas as medidas a serem tomadas variarão entre os países e ao mesmo tempo não podem ser encaradas como algo isolado. A discussão deve ser global, os benefícios devem atingir a todos e, para isso acontecer, só com muito diálogo e cooperação.

3.1 – Desenvolvimento sustentável

7 – Desenvolvimento sustentávelFonte: freepik.com/free-vector/lovely-ecosystem-concept-with-flat-design_2673502.htm

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http://www.objetivosdomilenio.org.br/

Acesse o link abaixo, e saiba mais sobre os objetivos do milênio, estabelecidos pela ONU ( Organização das Nações Unidas), e as oito formas de mudar o mundo. E como você, estudante e futuro profissional da área de mecânica automotiva, pode se engajar e contribuir para um mundo melhor.

MÍDIAS INTEGRADAS

Então, qual a dificuldade? Voltamos à questão do poder que cada nação tem. Os europeus estão dispostos a abrir mão de um estilo e do status para trabalhar em conjunto com os países menos desenvolvidos? Dados apresentados por Portilho (2010), demonstram essa diferença entre o consumo dos países considerados ricos (hemisfério norte), em relação aos países mais pobres (hemisfério sul). Segundo esses dados, 20% da população mundial, que habita principalmente o hemisfério norte, consome 80% dos recursos naturais e da energia do pla-neta, ao mesmo tempo em que produz por volta de 80% da degradação e poluição total do planeta. Os demais 20% dos recursos que restaram ficam disponíveis para os 80% da população global, localizados em sua maioria no hemisfério sul.

Enfim, desenvolvimento sustentável é uma realidade que está ao alcance de todos, cada um pode incorporar e colocar em prática esse conceito. Se você ao fim desse curso, resolver virar um empreendedor, reflita sobre essa questão e sobre tudo o que conversamos anteriormente. Coloque em prática ações que gerem apenas im-pactos positivos ao meio ambiente. Caso vá trabalhar no setor privado, conheça sua empresa, pense em ações que possam resultar em um menor impacto durante o processo produtivo e, por fim, comece por você mesmo, reveja suas ações diárias e o que pode fazer para ajudar a natureza.

8 – Turbina eólicaFonte: freepik.com/free-vector/illustration-of-an-energy-generating-wind-turbine_2944668.htm

SAIBA MAIS Uma importante aplicação dos conceitos de preservação ambiental, na área de

mecânica automotiva. É o descarte correto dos óleos lubrificantes e suas embalagens, que estudaremos em detalhes mais adiante. Acesse abaixo no link, procedimentos de

recomendação para descarte correto do mesmo.http://www.ecycle.com.br/component/content/article/59-veiculos/221-comojogar-fora-oleo-automotivo-usado-ou-vencido.html

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DICASAprenda no vídeo abaixo, como fazer uma composteira doméstica orgânica, uma forma de gerar adubo orgânico e biofertilizantes para plantas e pequenas hortas.

https://www.youtube.com/watch?v=vpwJ7vpf26M

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM1 – De acordo com alguns autores citados, quais as possíveis definições de qualidade?2 – Como a qualidade era determinada no início da industrialização nos anos 20? Enos dias atuais?3 – Qual a diferença entre método e ferramentas?4 – Definas as ferramentas da qualidade abaixo, conforme sua função principal.Gráficos de dispersão:Histogramas:Diagrama de Pareto:Cartas de controle:Fluxogramas:Diagrama de Ishikawa:Folhas de verificação:5 – Como a poluição industrial era vista até meados da década de 1970?6 – Quais são os cinco pilares de sustentação do desenvolvimento sustentável?7 – Cite ações que podem contribuir para a preservação do meio ambiente e odesenvolvimento sustentável.

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Assim como outras diversas atividades técnicas, a profissão de mecânico de motores automotivos a ciclo diesel exige do profissional uma intensa atenção na execução de suas tarefas diárias. O resguardo pela inte-gridade física, é um requisito básico para a garantia de um trabalho livre de maiores problemas relacionados a acidentes do trabalho. Dentro desse contexto, é importante o estudo das normas regulamentadoras ministério do trabalho e emprego (mte) que auxiliam o profissional quanto ao seu comportamento e postura no ambiente de trabalho, além dos seus direitos e deveres dentro do local de prestação de serviços. Vamos conhecer, a partir de agora, todas as normas regulamentadoras do ministério do trabalho e emprego. E estudar em detalhes, as aplicações das normas mais relevantes na área de mecânica automotiva.

NR 1 - Disposições GeraisNR 2 - Inspeção PréviaNR 3 - Embargo ou InterdiçãoNR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do TrabalhoNR 5 - Comissão Interna de Prevenção de AcidentesNR 6 - Equipamentos de Proteção Individual - EPINR 7 - Programas de Controle Médico de Saúde OcupacionalNR 8 - EdificaçõesNR 9 - Programas de Prevenção de Riscos AmbientaisNR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em EletricidadeNR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de MateriaisNR 12 - Máquinas e EquipamentosNR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão

UNIDADE 4

Segurança do trabalho

9 – Equipamentos de segurançaFonte: http://safetymatters.siwa.org.au/wp-content/uploads/2014/07/safety-work-equip.jpg

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NR 1 - Disposições Gerais

FIQUE ATENTOO treinamento admissional deve ser o momento em que o profissional deve procurar

sanar todo o tipo de dúvida com relação ao trabalho e a organização. Isso é primordial, pois um grande número de problemas corriqueiros, retrabalhos e falhas. Acontecem devido ao fato de o novo colaborador não saber o que fazer?, como fazer? e com o que fazer?.

NR 14 - FornosNR 15 - Atividades e Operações InsalubresNR 16 - Atividades e Operações PerigosasNR 17 - ErgonomiaNR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da ConstruçãoNR 19 - ExplosivosNR 20 - Líquidos Combustíveis e InflamáveisNR 21 - Trabalho a Céu AbertoNR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na MineraçãoNR 23 - Proteção Contra IncêndiosNR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de TrabalhoNR 25 - Resíduos IndustriaisNR 26 - Sinalização de SegurançaNR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTBNR 28 - Fiscalização e PenalidadesNR 29 - Segurança e Saúde no Trabalho PortuárioNR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho AquaviárioNR 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e AquiculturaNR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de SaúdeNR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços ConfinadosNR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação NavalNR 35 - Trabalho em AlturaNR 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados

Essa norma traz as primeiras medidas a serem adotadas na relação de trabalho. O empregador deve dar um treinamento admissional ao empregado, com carga horária mínima de seis horas, em que serão descritas a ati-vidade da empresa, suas regras e algumas medidas de segurança. Posteriormente, o empregado deverá assinar um documento no qual reconheça que recebeu o treinamento, tendo ciência dos seus direitos e deveres na relação de trabalho (BRASIL, 2009).

NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA – tem como objetivo a prevenção de acidentes e do-enças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação

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da vida e a promoção da saúde do trabalhador. Assim, podemos entender que a CIPA é o setor da empresa en-carregado de tratar da prevenção de acidentes de trabalho.

A CIPA é constituída por empregados que foram contratados para funções diferentes das relacionadas à segurança do trabalho. É uma comissão especial composta por pessoas que representam os empregados e o empregador. Eles possuem diversas atribuições relacionadas à saúde e à segurança, sendo elas:l Inspecionar os ambientes de trabalho;l realizar reuniões de forma ordinária (mensais) e extraordinária (em ocasiões especiais);l divulgar questões relativas à saúde e à segurança do trabalho, NR e convenções coletivas de trabalho;l participar de discussões sobre segurança do trabalho em conjunto com o SESMT;l requerer junto ao SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Tra-

balho) ou ao empregador paralisação da máquina ou da produção, quando houver risco iminente à saúde e à segurança do trabalho;l colaborar para o desenvolvimento e implementação dos programas relacionados à saúde e à segurança do trabalho;l requisitar a emissão e cópia da CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho);l promover campanhas de prevenção da AIDS e das DST (Doença Sexualmente Transmissível);l promover a SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes), anualmente, em conjunto com o SESMT;l elaborar os mapas de risco com o auxílio do SESMT.

Todo processo de instalação da CIPA em uma empresa começa com a eleição. A quantidade de empregados vai depender do número de fun-cionários e da classificação da empresa no CNAE (Cadastro Nacional de Atividades Econômicas). Definida a quantidade de representantes, as eleições podem acontecer (CAMPOS, 2012). A NR 5 define que a CIPA dessa empresa deverá ter dois membros efetivos e dois suplentes. Esse quantitativo conta com uma representação do empregador e outra dos empregados. Os empregadores desig-nam seus representantes. Já os empregados realizam uma votação, na qual o candidato mais votado tor-na-se o vice-presidente da comissão. Caso algum colaborador saia da empresa ou renuncie ao car-go, o suplente deverá assumir.

De acordo com Campos (2012), para garan-tir que os empregados eleitos exerçam suas fun-ções, independentemente de qualquer opressão por parte do empregador, existe a estabilidade. O membro eleito para a CIPA possui estabilidade du-rante o mandato e por mais um ano após o término. Portanto, como o mandato da CIPA é de um ano, a estabilidade será de dois anos.

Após o processo eleitoral, a CIPA deverá ser instalada. Nessa etapa, a CIPA deverá atuar no sentido de cum-prir as suas atribuições, e o empregador deverá dar condições para que isso aconteça. O incentivo da diretoria da empresa é peça fundamental para um bom funcionamento da CIPA. O “cipeiro” é um colaborador que con-tinua exercendo as atividades para as quais foi contratado. Por exemplo, se você trabalhar como eletricista, e for eleito, deverá continuar realizando sua função na empresa e dedicar parte do seu expediente à CIPA. Se em todas as reuniões ordinárias você estiver dando manutenção nas máquinas, o seu trabalho como cipeiro ficará gravemente comprometido.

10 – CIPAFonte: https://moniagamavallim.jusbrasil.com.br/noticias/247887507/membro-da-cipa-o-que-fazer

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Quando se trata de segurança e saúde no trabalho, temos como prioridade prever a ocorrência de situ-ações que são potencialmente perigosas à vida, saúde e integridade física das pessoas em suas atividades laborais, eliminando-as na origem.

Nessa perspectiva, ações que vão desde o planejamento até a formação e informação dos trabalhadores devem ser seguidas considerando as tarefas que lhes serão atribuídas e os meios técnicos para realizá-las. Entretanto, pode ainda persistir algum risco residual desse trabalho; o trabalhador deve ser, então, prote-gido para eliminar ou atenuar as consequências do acidente ou incidente resultante do risco ocorrido, pelo uso de um equipamento de proteção individual.

A utilização dos EPI’s está especificada na norma que elenca as condições de utilização e funcionamento de um EPI, como um instrumento neutralizador da insalubridade, levando em conta o fator da adequabili-dade ao risco, garantindo uma escolha com critérios, os quais devem ser especificados por um profissional qualificado e habilitado em segurança do trabalho.

Alguns exemplos de EPI: jalecos, luvas látex, luvas térmicas, luvas de aço, luvas plásticas descartáveis, botas, toucas, máscaras. São equipamentos usados nas mais diversas aplicações, sendo que seu uso deverá ser exigido durante todo o período de trabalho.

VAMOS REFLETIR A CIPA é um importante instrumento da engenharia de segurança e medicina do

trabalho. Portanto ao se candidatar para ingresso na comissão, tenha em mente que você precisará ser um agente de prevenção de acidentes de trabalho, além de um multiplicador das boas práticas organizacionais. Em hipótese alguma se candidate apenas para “segurar” o seu emprego, ou satisfazer necessidades e/ou desejos alheios, CIPA é algo muito sério.

NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

A CIPA deve ser encarada com muita responsabilidade e respeito pelos empregados e pelo empregador. A garantia de estabilidade pode se mostrar como um ponto negativo, pois faz o empregador ter rejeição à CIPA e faz o empregado sentir-se com plenos poderes dentro da empresa. Como a constituição da CIPA é obrigatória, por que não utilizá-la como ferramenta de gestão de segurança?

A CIPA pode contribuir muito para a segurança do trabalho em uma empresa. Quem é melhor que o ope-rador de uma máquina para identificar seus riscos e propor sugestões de melhoria? Isso se aplica em todos os setores, não é verdade? Por serem funcionários do famoso “chão de fábrica”, eles estão próximos do pessoal da execução da atividade. Os cipeiros possuem uma relação íntima com os trabalhadores e têm melhores condi-ções de difundir as ideias relativas à segurança do trabalho.

Como o mandato tem duração de um ano, a CIPA tem esse prazo para implementar ações que façam a di-ferença na segurança do trabalho da empresa. Como os trabalhadores estão sempre preocupados em cumprir suas tarefas, por vezes acabam não percebendo a importância da ação dos cipeiros.

VOCABULÁRIO Laborais: Relacionado ao trabalho.Insalubridade: A insalubridade pode ser entendida como a exposição do trabalhador

a determinados agentes físicos, químicos ou biológicos em circunstâncias prejudiciais à saúde, que porventura possa existir no ambiente de trabalho.

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Quando falamos de riscos e perigos, pe-dimos a você para imaginar um ruído cons-tante no seu ambiente de trabalho. Diante dessa condição, existem duas opções: elimi-nar ou controlar o risco. Quando falamos em controlar o risco, decidimos utilizar um equi-pamento que protegesse o trabalhador. Esse equipamento é de uso individual, por ques-tões de higiene, guarda e preservação. Todo dispositivo ou produto, de uso individual do trabalhador, destinado à sua proteção, é um EPI. Assim, no nosso exemplo, você estaria utilizando um EPI para proteger seu apare-lho auditivo.

O empregador deve fornecer, gratui-tamente, o EPI de acordo com o risco, dar treinamento sobre o uso adequado e fisca-lizar a utilização por parte dos funcionários, providenciar sua troca quando estiver dani-ficado ou com o CA vencido e registrar o seu fornecimento. Já o empregado deve utilizá--lo apenas para a sua finalidade específica, responsabilizar-se pela sua guarda e conser-vação, comunicar ao empregador se o EPI estiver danificado ou impróprio para o uso e cumprir as demais determinações do em-pregador quanto ao uso do equipamento. Figura 11 – EPI

Fonte: https://www.freepik.com/

Algumas atividades possuem diversos riscos e, por isso, exigem o uso de diversos EPI para a proteção do tra-balhador. O setor de segurança de toda empresa deve avaliar os riscos de toda atividade. Identificados os riscos, em primeiro lugar, deseja-se eliminá-los. Muitas vezes, o custo de se eliminar o risco, ou a natureza da atividade, não permite essa eliminação. O EPI é uma das alternativas a essa condição, pois permite o controle do risco, garantindo, assim, a manutenção da saúde e da integridade física do trabalhador.

SAIBA MAIS CA – Certificado de Avaliação dos EPI’s, que deve ser consultado no link:

http://caepi.mte.gov.br/internet/ConsultaCAInternet.aspx

FIQUE ATENTOUtilização de EPI’s é obrigatória! Não flexibilize ou seja negligente quanto a essa prática,

pois as consequências dessa omissão podem ser irreversíveis.Trabalho seguro = EPI’s adequados e integralmente posicionados no corpo.

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É fundamental que todo trabalhador tenha consci-ência de que operar máquinas e equipamentos sempre implicam riscos. Portanto, é muito importante que tanto as máquinas como os equipamentos utilizados devam sempre estar em perfeitas condições de uso. Isso envolve um trabalho criterioso e minucioso de manutenção. Além disso, todo trabalhador deve ser treinado no manuseio das máquinas e equipamentos que serão por ele usadas no seu dia a dia de trabalho. Mas isso ainda não é suficiente para que os riscos sejam eliminados, ou seja, não basta apenas treinarmos as pessoas no manuseio das máquinas ou equipamentos. Faz-se necessário que esses estejam sempre em condições de uso e que sejam projetados com dispositivos de segurança apropriados.

Na expectativa de que os riscos sejam minimizados ao máximo, criaram-se normas e legislações para serem cumpridas pelas empresas. Dentre essas legislações está a NR 12 – Máquinas e Equipamentos, do Ministério do Trabalho e Emprego, aprovada pela Portaria n° 3.214 de 8 de junho de 1978. Esta define refe-rências técnicas, princípios, fundamentos e requisitos de proteção. Para seu entendimento, faz-se necessário conhecermos alguns conceitos nela obtidos.

Máquinas são dispositivos formados por conjuntos mecânicos e/ou elétricos, que, quando acionados, con-juntamente e/ou separadamente, auxiliam na execução dos trabalhos. Para o seu funcionamento, faz-se neces-sária uma fonte de energia.

Chamamos de equipamentos os instrumentos ou dispositivos que servem para auxiliar na execução de uma tarefa, a qual pode ser realizada em máquinas ou manualmente. Podemos afirmar que os equipamentos são muito utilizados na realização de tarefas, por diferentes profissionais, como ferramentas de trabalho.

Toda empresa que realiza um trabalho sério de manutenções em suas máquinas e equipamentos garante um maior tempo de vida útil a estes e, consequentemente, dificilmente terá problemas com interrupções não programadas em seu processo produtivo. O mais importante, é que a empresa, adotando procedimentos de manutenções preditivas e preventivas, de certa forma, estará assegurando um ambiente de trabalho com menos riscos de acidentes e, assim, estará protegendo a integridade física dos trabalhadores e o patrimônio da empresa. Além dos cuidados de manutenção com as máquinas, é importante estarmos sempre atentos aos itens que podem ser fundamentais na segurança das pessoas enquanto operam as mesmas. Estes itens de-vem ser considerados no projeto das máquinas ou em adequações, num processo de melhoria da segurança.

NR 12 – Segurança em Máquinas e Equipamentos

http://www.trabalho.gov.br/images//Documentos/SST/NR/NR12/NR12.pdf

Acesse o texto completo da NR-12 no link abaixo para saber mais.MÍDIAS INTEGRADAS

12 – Equipamentos de segurançaFonte: https://shop.monash.edu/m-ae-safety-equipment-1-of-value.html

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O termo ergonomia é derivado das palavras gregas ergon (traba-lho) e nomos (lei ou regra). “Pode--se dizer que a ergonomia se aplica ao projeto de máquinas, equipa-mentos, sistemas e tarefas, com o objetivo de melhorar a segurança, saúde, conforto e eficiência no tra-balho”. É necessário destacar que a origem do termo ergonomia data de 1857, quando o polonês Woj-ciech Jastrzebowski (1799 – 1882) nomeou como título de uma de suas obras “Esboço da Ergonomia ou Ciência do Trabalho baseada sobre as Verdadeiras Avaliações das Ciências da Natureza”. Oficialmente o termo Ergonomia foi adotado na In-glaterra em 1949, ano da fundação da Ergonomic Re-search Society – Sociedade de Pesquisa Ergonômica.

Essa norma estabelece os parâmetros que permi-tam a adaptação das condições de trabalho às carac-terísticas psicofisiológicas, ás máquinas, ao ambien-te, às comunicações dos elementos do sistema, às informações, ao processamento, à tomada de decisões, à organização e às consequências do trabalho.

14 - Carrinho para mecânicohttps://www.youtube.com/watch?v=5pxJ_7xDsWo

NR 17 – Ergonomia

Em conformidade com Fonseca (2015), obser-va-se que a Lesão por Esforços Repetitivos (LER), hoje denominada Doença Osteomolecular Rela-cionada ao Trabalho (DORT) constitui o principal grupo de problemas de saúde, reconhecidos pela sua relação laboral. O termo DORT é muito mais abrangente que o termo LER, constante hoje das relações de doenças profissionais da Previdência.

Na década de 1990, no Brasil, 80% das conces-sões de auxílio-acidente eram concedidas por Le-sões por Esforços Repetitivos (LER) e Doenças Os-teoarticulares Relacionados ao Trabalho (DORT). Assim, Previdência Social e Ministério do Trabalho passaram a intensificar a fiscalização, realizar campanhas de conscientização e a punir as empresas que apresentavam os maiores indicadores dessa doença. O objetivo

15 – Tríade da ergonomiaFonte: https://designculture.com.br/entendendo-a-ergonomia

13 – Postura corretaFonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ergonomia.jpg

https://blog.engecass.com.br/ergonomia-na-oficina-mecanica/

Ergonomia na oficina mecânica: como garantir a saúde dos funcionários?MÍDIAS INTEGRADAS

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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM1 – Quais são as principais recomendações e obrigações dispostas na NR-1?2 – De acordo Com a NR 5, defina as siglas abaixo:CIPASESMTCATSIPATDSTCNAE3 – Fale sobre as obrigações do empregado e do empregador quanto aos EPI’s.4 – Cite alguns dos benefícios da utilização dos equipamentos de proteção individual.5 – Qual é a relação entre risco x perigo?6 – Diferencie máquinas e equipamentos, citando exemplos de cada.7 – O que é ergonomia e como ela pode afetar a vida das pessoas no geral?

SAIBA MAIS Acesse no link, para saber mais sobre projetos ergonômicos de máquinas e

equipamentos a nível industrial. Contemplando a integração entre ambiente-pessoa-máquina-funcionalidades.

http://www.marelli.com.br/ergonomia

era reverter o quadro, para diminuir o número de pessoas que requeriam auxílio-acidente, auxílio-doença e aposentadorias.

A partir do momento em que a Previdência Social e o Ministério do Trabalho passaram a cobrar das em-presas uma preocupação com ergonomia, as mudanças passaram a surgir. Nos últimos 15 anos, questões como levantamento máximo de peso, postura no ambiente de trabalho, ritmo de trabalho, ginásticas labo-rais, entre outras, mostram-se em uma crescente no país. Essas questões fazem parte da saúde do trabalha-dor, mas alguns empregados e empregados ainda não dão a devida atenção a elas.

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O processo de evolução da humanidade, sempre esteve diretamente ligado ao movimento. As diversas atividades do homem, como a caça, pesca e comércio, sempre necessitaram da locomoção de pessoas ou re-cursos naturais para sua realização, sendo fundamen-tal a construção de máquinas ou engenhos para explo-rar ao máximo os recursos disponíveis. Os primeiros relatos sobre o surgimento dos motores afirmam que os motores de combustão tiveram início com a inven-ção das armas de fogo, pois a energia térmica da ex-plosão transformava-se em trabalho. Na realidade, as primeiras tentativas de desenvolvimento de um motor ocorreram na segunda metade do século XVII, com o uso da pólvora para movimentar um pistão dentro de um cilindro (TILLMANN, 2013, p.15).

Máquinas mais rudimentares foram produzidas inicialmente com o intuito da transformação de ener-gia química/calorífica em energia mecânica, como por exemplo um esquema datado de aproximadamente 1508, no qual o multi-inventor Leonardo da Vinci, fez a proposição da elevação de massa por intermédio do aquecimento calorífico, em um sistema que se asse-melha ao tempo de explosão dos atuais motores ciclo otto.Com o andamento e surgimento de novas tecno-logias, o motor foi se desenvolvendo e ganhando no-vas características, que mesclam desempenho e fun-cionalidade técnica para um aproveitamento integral.

UNIDADE 5

Introdução ao estudo dos motores de combustão interna

16 – MotorFonte: http://motoresdecombustao.blogspot.com/2014/10/desenvolvimento-dos-motores-de.html

17 – Engenho primitivoFonte: https://pixabay.com/pt/barco-engenharia-máquinas-paddle-2023894/

Os motores de combustão interna realizam a trans-formação de energia térmica proveniente da combus-tão ou queima do combustível em energia mecânica. Distinguem-se aqui os dois principais tipos de moto-res, os que funcionam segundo a aspiração da mistura ar-combustível (Ciclo Otto) e posteriormente promo-vem a combustão pela queima da mistura através de uma faísca, e os motores que aspiram apenas o ar e, logo após a compressão, é pulverizado o combustível que logo promove a queima devido ao elevado calor e pressão gerados pela compressão do ar de admissão (Ciclo Diesel) (TILLMANN, 2013).

18 - Motor de Combustão interna em veículoFonte: https://pixabay.com/pt/motor-do-carro-prius-c-motor-carro-231213/

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19 - Vista frontal de cilindro de motor de combustão

internaFonte: wikipedia.org/

motordecombustaointerna

São considerados como máquinas térmicas nas quais para o processo de combus-tão o fluido de trabalho é convertido em energia mecânica. Os produtos resultantes da combustão, inseridos na mistura de ar/combustível, são confinados internamente em uma câmara de combustão.

5.1 - Motores de combustão interna

FIQUE ATENTOAlém dos motores de combustão interna, existem os

motores de combustão externa. Porém, em nosso curso abordaremos apenas os de combustão interna, para saber mais sobre a combustão externa acesse.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_Stirling

Os motores podem ser classificados, quanto a sua utilização, conforme abaixo:l Estacionários – destinados ao acionamento de máquinas estacionárias, tais como: geradores elétricos,

motobombas ou outras máquinas que operam em rotação constante;l Industriais – destinados ao acionamento de máquinas agrícolas ou de construção civil: tratores, carrega-

deiras, guindastes, compressores de ar, máquinas de mineração, veículos de operação fora da estrada, aciona-mento de sistemas hidrostáticos e outras aplicações;l Veiculares – destinados ao acionamento de veículos de transporte em geral, caminhões e ônibus, incluin-

do-se aeronaves.l Marítimos – destinados à propulsão de barcos e máquinas de uso naval. Conforme o tipo de serviço e o re-

gime de trabalho da embarcação, existe uma gama de modelos com características apropriadas, conforme o uso.

5.1.1 - Classificação dos motores de combustão interna

l Por centelha (Ignição por Centelha);l Por compressão (Ignição por Compressão).

l Alternativos (Ciclo Otto e Ciclo Diesel);l Rotativo (Wankel)

5.1.2 - Propriedade dos gases da admissão

5.1.3 - Movimento do pistão

http://biografiaecuriosidade.blogspot.com.br/2014/10/biografia-de-heron-dealexandria.html

Acesse no link abaixo, a biografia do grande geômetra e engenheiro grego, Heron de Alexandria. Cujo o expressivo trabalho, resultou na criação daquilo que veríamos a conhecer como a máquina a vapor.

MÍDIAS INTEGRADAS

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l Dois (2) tempos;l Quatro (4) tempos.

l Monocilíndricos;l Policilíndricos.

5.1.4 - Fases dos ciclos de trabalho

5.1.5 - Número de cilindros

l Em linha;l Em V;l Opostos;l Radiais;

5.1.6 - Disposição dos cilindros

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM1 – De acordo com os primeiros relatos. Quando surgiram os primeiros motores?2 – O que é um motor de combustão interna ?3 – Quais são os dois tipos principais de motores de combustão interna?4 – Como são classificados os motores de combustão interna, quanto a sua utilização.5 – Cite duas propriedades dos gases de admissão dos motores de combustão interna.

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O motor de combustão interna como máquina transformadora de energia, abriga diversos compo-nentes fixos e móveis, que são elementos que atuam em união para o perfeito funcionamento. São direta-mente responsáveis pelo fornecimento das condições favoráveis para eficiência contínua . Segundo Mialhe (1980), os principais componentes de um motor de combustão interna se dividem em dois grupos, os com-ponentes fixos compostos pelos seguintes elementos: bloco do motor, cabeçote e o cárter; e componentes móveis: pistão ou êmbolo, camisas, bielas, árvore de manivelas ou virabrequim, válvulas de admissão e es-cape, etc. Esses itens abrangem a movimentação de fluidos, transmissão de potência, fixação e alinhamen-to do motor. A sincronia entres os mesmos promove uma maior durabilidade no funcionamento de todo o conjunto mecânico, sendo indispensável a manutenção preventiva periódica, e também a consulta ao manual do fabricante para boas práticas de uso e conservação nos veículos automotores.

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UNIDADE 6

Componentes dos motores de combustão interna

20 - Componentes do motorFonte: http://www.mobceara.com/2013/12/tecnica-o-motor-de-combustao-interna.html

São os componentes estacionários do motor, não realizam movimento real durante o ciclo de operação. Abrangem o bloco, cabeçote e o cárter, componentes estes que atuam para o arrefecimento, lubrificação e liga-ção as partes móveis do motor, sendo de extrema relevância a sua manutenção periódica.

6.1 - Componentes fixos dos motores

Componente fundamental para o funcionamento do motor. Segundo Tillmann (2013), é considerado o corpo do motor, pois nele são acoplados os compo-nentes que compõem o motor.

A criação e construção do bloco passa por diversos aspectos quanto á grandezas físicas tais como: tem-peratura,pressão,dilatação.A elaboração do projeto desse componente, leva em consideração as caracte-rísticas dos materiais a serem empregados na constru-ção (normalmente construído com uma liga de ferro

6.1.1 – Bloco do motor

21 - Bloco do MotorFonte: http://www.carrosinfoco.com.br/carros/2015/09/bloco-dos-motores-de-combustao interna-automotivos/

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6.1.2 - Cabeçote

FIQUE ATENTOQualquer tipo de alteração nas características originais dos componentes do motor do

veículo. Deve ser minuciosamente avaliada por algum profissional qualificado para tal. É corriqueira, a prática da inserção de turbo compressores, aumento do curso dos cilindros e substituição do material original de algumas partes, esse tipo de atitude, pode gerar efeitos indesejados naquilo que se espera na performance do veículo como um todo.

fundido cinzento ou nodular), a resposta as solicitações de carga e performance que serão exigidas durante seu funcionamento, e também a interação com os outros componentes do motor. Em sua parte interna, estão alojados os pistões e cilindros, indispensáveis nos quatro tempos de operação do motor, conforme veremos detalhadamente nos próximos capítulos. O número de cilindros, que pode variar entre um e dezoito, o curso de deslocamento, tamanho e o formato construtivo, contribuem diretamente para determinar o trabalho efetivo gerado pelo motor. Também estão localizadas na parte interna do bloco, as vias que são conhecidas como gale-rias de condução, por realizarem a função de transportar a água oriunda do sistema de arrefecimento e lubrifi-cação através da bomba d’água e da bomba de óleo respectivamente, essas galerias são isoladas uma da outra para não haver algum tipo de contato. No corpo do motor estão localizados os mancais, componente que serve de suporte/apoio para a árvore de manivelas ou eixo virabrequim, e também o comando das válvulas, sendo este último em apenas alguns tipos de motores. Nesse sentido temos uma sincronia entre as partes internas para o funcionamento correto do corpo do motor, incluindo a conservação de suas características originais e uma relação custo-benefício estável para operação.

Componente fixo localizado na parte superior do motor, unido ao bloco através de parafusamento, con-tendo uma junta metaloplástica que faz a conexão en-tre os dois. Funcionam, essencialmente, como “tam-pões” para os cilindros e acomodam os mecanismos das válvulas de admissão e escape, bicos injetores e canais de circulação do líquido de arrefecimento. De-pendendo do tipo de construção do motor, os cabe-çotes podem ser individuais, quando existe um para cada cilindro, ou múltiplos, quando um mesmo cabe-çote cobre mais de um cilindro.(PEREIRA, 2010 ,p. 02) Se apresenta como item complementar do conjunto das partes fixas do motor, pois através do mesmo várias funções dos quatro tempos são executadas ou contribuem para a realização dos trabalhos, recebe a nomencla-tura devido ao fato de estar na parte superior e ser conhecido como a “cabeça” do motor a quatro tempos de ciclo otto.

Alguns tipos de motores automotivos são refrigerados a água e outros a ar (sistema de arrefecimento),con-duz a água e o óleo lubrificante através de seus dutos internos (galerias) que vem do bloco. Seu projeto e cons-trução inspiram atenção minuciosa, pois é submetido a intensos esforços, tensões residuais internas e fluxo de calor constante, além de abrigar outras peças internas como: tuchos, balancins e chavetas, que veremos adiante.

22 - Cabeçote do motorFonte: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-719207935-cabecote-ap-16-18-retificado-pronto-_JM

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Localizado na parte inferior, esse componente se encontra unido junto ao cabeçote do motor através de uma junta estanque, que exige total proteção contra vazamentos e dilatações térmicas decorridas da ope-ração. Sua função principal se concentra como acu-mulador do óleo lubrificante, mantendo o nível ade-quado no sistema e ajuda na recirculação pelos outros componentes do motor. Especificações técnicas quan-to ao modelo e utilização do óleo lubrificante no mo-tor, devem ser seguidas para garantir a longevidade do conjunto e evitar a deterioração do cárter por sedimentação de excessos de óleos inapropriados. A verificação do nível de óleo do veículo deverá ser feita utilizando a vareta de nível, e o motor deve estar desligado e frio, pois permitirá que o óleo chegue até o depósito do cárter e seja acumulado.Com o motor frio, a viscosidade do óleo tende a aumentar e o volume ocupado logo diminui, isso fará com que o nível tende a ser mais baixo, já durante o funcionamento, o óleo recebe parte do calor gerado pela queima do combustível, o calor faz com que o volume do óleo aumente, resultando em um nível mais elevado.

6.1.3 - Cárter

23 - CárterFonte: http://www.carrosinfoco.com.br/carros/2015/09/bloco-dos-motores-de-combustao interna-automotivos/

DICASÉ no cárter que se encontra alojado o óleo. Componente essencial do sistema de lubrificação, que deve ser trocado de acordo com o tempo prescrito pelo fabricante do veículo. Faça monitoramento periódico do nível e coloração do óleo lubrificante.

São os componentes ligados ao movimento, atuam na transmissão e ligação de movimentos que podem ser: rotativos, alternativos e lineares. São submetidos em um modo geral a tratamentos térmicos e rigorosos proces-sos de fabricação como a usinagem de precisão, brunimento e mandrilamento.

6.2 - Componentes móveis dos motores

24 - Componentes móveis dos motoresFonte: http://www.carrosinfoco.com.br/carros/2015/09/componentes-do-conjunto-movel-dos-motores-automotivos/

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Componentes mecânicos metálicos, localizados ge-ralmente na parte superior do motor. Tem ação direta sobre os tempos de admissão e escape, a válvula de admissão se abre durante o tempo de admissão do motor, permitindo a entrada da mistura ar/combustível no interior dos cilindros, nas proporções requisitadas pelo motor. Já a válvula de escape por sua vez, se abre durante o tempo de explosão da mistura, retirando os gases provenientes da combustão nos cilindros. O arranjo das válvulas pode variar de motor para motor, pois a forma como são dispostas pode influenciar no rendimento e funcionamento silencioso do conjunto, dentre essas possíveis disposições destaca-se a localização lateral das válvulas, ao lado dos cilindros, e as válvulas suspensas colocadas sobre os cilindros, que é maioria das aplicações dos motores dos veículos.

6.2.2 - Válvulas

O eixo de comando de válvulas normalmente é cons-truído em ferro fundido ou ligas híbridas mais leves, e submetido a tratamentos térmicos para conferir um as-pecto estético e funcional ao eixo. Através de seu movi-mento, realiza uma importante função em sincronia com as válvulas de admissão e escape do motor, permitindo a abertura completa das mesmas durante as respecti-vas operações nos tempos do motor. Normalmente está localizado sobre o cabeçote do motor e mecanicamen-te sincronizado com o eixo virabrequim, a ligação entre ambos acontece por engrenagens de acionamento, lo-calizadas nas pontas dos eixos de cada componente.

O eixo de comandos abriga um conjunto de outros componentes mecânicos como: tuchos, hastes, balan-cins e cames que proporcionam movimento elevatório através dos ressaltos.

6.2.1 - Eixo do comando de válvulas ou eixo de cames

25 - Conjunto eixo de comando, virabrequim e válvulasFonte: http://estudio01.proj.ufsm.br/cadernos/ifsul/tecnico_biocombustivel/motores_

combustao_interna_e_seus_sistemas.pdf

Também chamado de êmbolo do motor, esse componente alojado no interior dos cilindros, sendo que cada cilindro possui o seu respectivo pistão, é um dos principais responsáveis pela transmissão de força e movimento. São compostos por camadas na parte superior, chamadas de anéis, que recebem e suavizam a força da mistura no tempo de admissão, comprimem a mistura de modo abrupto no tempo de compreensão, descem até o ponto inferior no ponto de explosão e liberam os gases residuais durante o tempo de exaustão. São construídos com materiais mais leves, como as ligas de alumínio ou aço, pois são componentes submetidos a movimentos rápidos de subida e descida de acordo com o curso do cilindro.

6.2.3 - Pistão

https://www.youtube.com/watch?v=UA9H2WLV9M0

Veja no link abaixo uma animação que mostra o movimento de um pistão dentro do cilindro.

MÍDIAS INTEGRADAS

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Anéis ou anéis de segmento, são montados sobre os pistões e exercem funções de lubrificação e vedação. São fabricados em liga de aço-carbono, com um nível considerável de carbono para conferir dureza aos anéis que sofrem impactos intensos durante o seu funcionamento.

Existem três tipos de anéis montados sobre o pistão, cada um com sua função específica conforme será des-crito detalhadamente abaixo: Primeiro anel – Localizado na parte mais superior do pistão, tem como funções a contenção do impacto exercido sobre o pistão no tempo de explosão; Segundo anel – Localizado abaixo do primeiro anel, tem duas finalidades básicas: auxilia juntamente com o primeiro anel na contenção da compres-são durante o segundo tempo e ajuda a formar uma camada de óleo, quando o mesmo atrita com as paredes internas do cilindro; Terceiro anel – Localizado abaixo do segundo anel, tem função similar ao do segundo anel, efetua a raspagem do excesso de óleo no conjunto e forma uma película protetora para que os outros anéis e o cilindro não sofram um desgaste mecânico mais acentuado.

6.2.4 - Anéis

Tem como função primordial a ligação entre os pistões e o eixo virabrequim ou árvore de manivelas, a recepção e trans-missão de seu movimento se configuram como ponto central para a continuidade do ciclo do motor, pois participa da conver-são do movimento retilíneo dos pistões para o movimento ro-tativo suave do eixo virabrequim da parte inferior do conjunto.

São construídas na maioria dos casos em aço forjado ou aço--liga estampado, podendo receber algum tratamento térmico adicional para assegurar um inteiro equilíbrio com o motor e diminuição das vibrações. Tem sua geometria (corpo) de formato circular, com uma cabeça, corpo e pé da biela.

6.2.5 - Bielas

26 - BielaFonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pleuel-K%C3%A4fer.JPG

Popularmente conhecido também como árvore de manivelas, integra o sistema de transmissão de força e movimento do motor. Localizado na parte inferior do bloco e normalmente forjado em aço carbono e com resistência mecânica adequada para suportar as car-gas e movimentos durante sua operação.

Recebe a força do movimento dos pistões e faz a inversão no sentido do movimento da biela, transmite simultaneamente torque, força e rotação, abriga outros componentes secundários como os moentes e os munhões.

6.2.6 - Virabrequim

27 - Virabrequim ou eixo de manivelasFonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cambota#/media/File:Crankshaftrendering.png

SAIBA MAIS Entenda um pouco mais sobre os testes de potência e performance que são

realizados nos motores automotivos , acessando o link abaixo.

http://www.joseclaudio.eng.br/energia/dinos1.html

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Os mancais são utilizados para reduzir o atrito e servir de apoio às partes móveis giratórias do motor, aos moentes e aos munhões. Dividem-se em dois tipos principais: os fixos, alojados nos munhões e no bloco do motor; e os móveis, montados nos moentes e bie-las. Podem ser ainda de deslizamento ou de rolamen-to (com roletes, esferas, agulhas). O mancal, quando constituído por duas partes iguais, para facilitar a mon-tagem, é designado por mancal de duas meias-buchas e é composto por duas partes, uma externa chamada e outra interna composta por metal antifricção que pode ser uma liga de estanho, de cobre e de antimônio. Essa liga permite um deslizamento muito suave, favorecendo o funcionamento silencioso do motor.

6.2.7 - Mancais

28 - Mancal Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pillow-blockbearing.jpg

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As características ou dados técnicos são valores predeterminados no projeto dos motores, funda-mentalmente os correspondentes que diferenciam o tipo de motor produzido por determinado fabrican-te ou caracterizam um tipo de motor produzido pelo mesmo fabricante. Os motores, como outro qualquer equipamento, sofrem desgaste envelhecimento com o tempo e com o uso, apresentando falhas decorrentes desse processo. No caso de motores de combustão in-terna, podem apresentar defeitos decorrentes do des-gaste durante a operação, ou mesmo pela falta de ma-nutenção ou pelos reparos inadequados. Vamos ver abaixo as manutenções básicas recomendadas para o motor automotivo.

Manutenção preventiva – 8 horas de funciona-mento do motor:l Verificar o nível de água do radiador;l verificar o nível no tanque de combustível;l verificar o nível de óleo no cárter;l limpar o filtro de ar;l verificar vazamentos de combustível, água ou óleo.

Manutenção preventiva – 30 horas de funcionamento do motor:l limpar o pré-filtro de combustível.

Manutenção preventiva – 50 horas de funcionamento do motor:l drenar o tanque combustível.

Manutenção preventiva – 125 horas de funcionamento do motor:l Testar a bateria;l verificar a fixação de terminais e baterias;l verificar a passagem de combustível nos filtros;l verificar a tensão da correia do ventilador;l reapertar coletores, escape e cárter;l trocar o óleo do cárter;l substituir o elemento selado do filtro de óleo;l controlar rolamento da bomba d’água;l trocar elementos do filtro de combustível.

UNIDADE 7

Características técnicas dos motores de combustão interna

29 - MotorFonte: http://buscadigital.net/carros/funcionamento-do-motor-de-combustao-interna/

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Manutenção preventiva – 250 horas de funcionamento do motor:l Verificar o sistema de aceleração;l verificar a folga das válvulas;l lavar o sistema de arrefecimento.

Manutenção preventiva – 500 horas de funcionamento do motor:l Testar a válvula termostática;l testar os bicos injetores.

Manutenção preventiva – 1000 horas de funcionamento do motor:l Reapertar os parafusos do cabeçote.

Manutenção preventiva – 2000 horas de funcionamento do motor:l Limpar o filtro de respiro;l testar os instrumentos de controle;l controlar a taxa de compressão

DICASAlém dos procedimentos citados acima, é importante que o mecânico automotivo tenha um cuidado especial nos detalhes do motor. Quanto a eventuais ruídos incomuns, movimentos bruscos e os sinais de alerta no painel.

VAMOS REFLETIR A lista de itens de manutenção preventiva que acabamos de estudar. Nos traz diversas

atividades técnicas a serem executadas, algumas delas de relativa facilidade, como o monitoramento do nível de água e óleo. Porém a grande maioria dessas atividades, são de alta complexidade e devem ser executadas apenas por profissionais capacitados.

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Os sistemas complementares dos motores proporcionam as condições necessárias par que o processo de transformação da energia interna dos combustíveis em trabalho mecâ-nico se realize de forma eficiente e contínua. Os sistemas complementares dos motores de combustão interna são:l Sistema de alimentação de ar;l Sistema de alimentação de combustível;l Sistema de arrefecimento;l Sistema de lubrificação;l Sistema elétrico

UNIDADE 8

Sistemas complementares

30 - MotorFonte: http://www.carrosinfoco.com.br/carros/2014/07/sistema-de-lubrificacao-dos-motores-de-combustao-interna/

O sistema de alimentação de ar é projetado para suprir o motor de ar limpo (oxigênio) em quantidade que garanta o melhor rendimento do combustível durante o processo de explosão e, consequentemente, o funcio-namento do motor.

O circuito envolve a admissão do ar, filtragem, participação na combustão e exaustão ou escapamento dos gases para o meio exterior. O ar aspirado pelo motor deve obrigatoriamente passar por filtros de boa qualidade que garantam a total retenção das impurezas que acompanham esse ar. O elemento do filtro do ar tem como função principal reter os contaminantes, como poeira, fuligem, areia e demais impurezas presentes no ar, as-segurando que só o ar limpo chegue aos sistemas do motor na quantidade ideal para mistura ar/combustível, evitando desgaste nas partes móveis do motor, prologando a sua vida útil.

8.1 - Sistema de alimentação de ar

31 - Sistema de alimentação de arFonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABq14AB/apostila-motor-ciclo-diesel?part=4

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O sistema de alimentação de combustível é responsável pela garantia de abastecimento de combustível nos motores, através de seus componentes. Para motores ciclo Otto, a mistura (ar + combustível) é introduzida na câmara de combustão.

8.2 - Sistema de alimentação de combustível

32 - Sistema de alimentação de combustívelFonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABq14AB/apostila-motor-ciclo-diesel?part=4

O sistema de arrefecimento tem por objetivo impedir que os elementos mecânicos do motor atinjam uma tem-peratura muito elevada ao contato com os gases da combustão, ou seja, controlar a temperatura ideal dentro da faixa de operação do motor. A manutenção da temperatura ideal de trabalho evita o desgaste, detonação da mistu-ra. As folgas adequadas e a viscosidade do lubrificante são responsabilidade do sistema do sistema de refrigeração.

8.3 - Sistema de arrefecimento

VOCABULÁRIO Viscosidade: é a medida da resistência interna de um fluido (gás ou líquido) ao

fluxo, ou seja, é a resistência oferecida pelo líquido quando uma camada se move em relação a uma camada subjacente.

As perdas de calor durante os cursos de compressão e expansão contribui para a redução em potência e eficiência, até cerca de 10% da potência e da eficiência do ciclo equivalente de ar/combustível. Um motor mo-derno, em geral, aproveita aproximadamente 30% da energia do combustível para seu movimento. Os demais 70% são eliminados pelo calor. Além do calor transmitido do fluido de trabalho durantes os cursos de com-pressão e expansão, uma parcela ponderável é transmitida para a estrutura do cilindro e, consequentemente,

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para o meio refrigerante, durante o processo de descarga, além do atrito provocado pelo pistão que também constitui uma fonte de fluxo de calor. Assim, o fluxo de calor no sistema de refrigeração é muito maior do que o fluxo de calor dos gases durante o ci-clo de trabalho. O sistema de arrefeci-mento é o responsável pela troca de calor do motor com o meio ambiente, regulando sua temperatura de traba-lho, o calor é transmitido ao fluido de arrefecimento que circula no bloco e cabeçote do motor e, posteriormen-te, dissipado para o ambiente ao pas-sar pelo radiador. Um bom sistema de arrefecimento garante que o mo-tor trabalhe na faixa ideal de funcio-namento, permitindo maior vida aos componentes internos e reduzindo consumo de combustível.

33 - Circuito do sistema de arrefecimento do motorFonte: http://estudio01.proj.ufsm.br/cadernos/ifsul/tecnico_biocombustivel/motores_combustao_interna_e_seus_sistemas.pdf

As peças móveis do motor submetidas ao atrito geram calor e desgastes, necessitando continuamente de lubrificantes entre as superfícies de contato. O calor e desgaste gerados provocam temperaturas elevadas que podem fundir as peças uma nas outras.

A primeira função dos lubrificantes, os óleos minerais ou sintéticos, é o de lubrificar esses componentes, ou seja, manter uma película de óleo lubrificante entre essas peças para dissipar o calor, vedar, limpar, reduzir o ruído do motor e remover as partículas geradas pelo desgaste nos locais de atrito, mantendo-as em suspensão.

Em função das exigências dos óleos lubrificantes, bem como seus incrementos determina-se o período de troca, pois cada vez mais são utilizados óleos sintéticos ou semissintéticos e de aditivação.

8.4 - Sistema de lubrificação

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM1 – Como de dividem os principais componentes de um motor de combustãointerna? Dê alguns exemplos de cada um.2 – O que é bloco do motor?3 – Onde está localizado o cabeçote do motor, e como ele é unido ao bloco?4 – Qual é a principal função do cárter?5 – Onde atuam os componentes móveis dos motores?6 – O que são dados ou características técnicas dos motores de combustão interna?7 – Quais são os sistemas complementares dos motores de combustão interna. Esuas funções individuais.

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UNIDADE 9

Motor Diesel

De acordo com Tillmann (2013), Rudolf Diesel, em 1900, apresentou ao público a sua mais nova invenção: um protótipo de motor de ignição por compressão. Fez funcionar o seu motor com óleo de amendoim, durante algumas horas, nos vários momentos de de-monstração. Tratava-se de um motor de baixa rotação, de injeção indireta que poderia queimar óleos vege-tais in natura e até outros combustíveis mais pesados.

Após a Segunda Guerra Mundial, teve início efe-tivamente a produção dos motores de ignição por compressão “motor Diesel” como foi chamado em ho-menagem a seu inventor. O motor Diesel foi lançado comercialmente, funcionando com óleo cru, isto é, o petróleo simplesmente filtrado. Naquela ocasião, já ha-via a constatação de que o funcionamento prolongado com óleo vegetal produzia resíduos de carbono no in-terior dos cilindros, além de outros danos aos motores.

9.1 - História

34 - Rudolf DieselFonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rudolf_Diesel#/media/File:Diesel_1883.jpg

Segundo Varella e Santos (2010), os motores de quatro tempos são assim denominados porque rea-lizam o ciclo em quatro cursos do pistão. O ciclo do motor é composto por quatro fases: admissão, com-pressão, expansão e descarga.

Primeiro curso: admissãoO pistão se desloca do PMS para o PMI. Neste cur-

so ocorre a admissão somente de ar interior do cilin-dro. Durante essa etapa, a válvula de admissão está aberta e a válvula de descarga está fechada. O volume de ar admitido é denominado de volume de admissão ou cilindrado parcial do motor. Esse volume de ar aspi-rado é sempre o mesmo, sendo a variação da potência é obtida pela variação do volume de combustível inje-tado de acordo com a posição do acelerador.

9.2 - Motor Diesel de Quatro Tempos

35 - Tempo de admissãoFonte: http://tudosobreautomobilistica.blogspot.com.br/

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VOCABULÁRIO PMS: Ponto Morto Superior;PMI: Ponto Morto Inferior

Segundo curso: compressãoO pistão se desloca do PMI para o PMS. Neste cur-

so ocorre a compressão do ar. As válvulas de admissão e descarga estão fechadas. A compressão do ar na câ-mara de combustão produz elevação da temperatura. No fim da compressão para a relação volumétrica de 18:1, a pressão é de 40 – 45 kgf/ cm² e a temperatura de aproximadamente 800°C. No final da compressão, o combustível é dosado e injetado na câmara de com-bustão. A medida exata do combustível e o momento da injeção são fatores muito importantes para o bom funcionamento dos motores diesel. A injeção do com-bustível na câmara de combustão é feita pelo bico in-jetor. Imediatamente após a injeção, o combustível se inflama devido ao contrato com o ar aquecido, inician-do-se a combustão.

36 - Tempo de compressãoFonte: http://tudosobreautomobilistica.blogspot.com.br/

Terceiro curso: expansãoO pistão se desloca do PMS para o PMI. Neste cur-

so ocorre a expansão da mistura arcombustível. As vál-vulas de admissão e descarga estão fechadas. A me-dida que o combustível é injetado, vai se inflamando, aumentando a temperatura dos gases que tendem a se dilatar cada vez mais. Durante a expansão o pistão é acionado pela força de expansão dos gases transfor-mando a energia térmica em mecânica. A força vinda da expansão dos gases é transmitida para a árvore de manivelas através da biela, promovendo assim o mo-vimento de rotação do motor. A expansão é o único curso que transforma energia. Parte da energia trans-formada é armazenada na árvore e no volante do mo-tor, sendo consumida durante os outros três cursos.

Quarto curso: descargaO pistão se desloca do PMI para o PMS. Neste cur-

so ocorre a descarga dos resíduos da combustão. A válvula de admissão está fechada e a de descarga está aberta. O movimento ascendente do pistão expulsa do cilindro os resíduos da combustão através da válvula de descarga.

37 - Tempo de combustãoFonte: http://tudosobreautomobilistica.blogspot.com.br/

38 - Tempo de descarga/escapamentoFonte: http://tudosobreautomobilistica.blogspot.com.br/

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Num motor de 2 tempos a admissão e o escape ocorrem ao mesmo tempo da compressão e expansão. A parede do cilindro de um motor de 2 tempos contém uma fileira de janelas de admissão de ar.

No 1º tempo, o pistão está em seu movimento descendente, e descobre as janelas de admissão, dando en-trada ao ar, que está sendo empurrado por um soprador. O ar que entra expulsa os gases queimados, que sairão através da passagem aberta pelas válvulas de escape.

O fluxo de ar em direção ás válvulas de escape causa um efeito de limpeza, deixando o cilindro cheio de ar limpo, por isso, é muitas vezes esse processo é chamado de “lavagem”.

No 2º tempo, o pistão está em seu movimento ascendente e cobre as janelas de admissão (fechando-as) ao mesmo tempo em que as válvulas de escape fecham-se. O ar limpo admitido é submetido à compressão.

Um pouco antes de o pistão alcançar sua posição mais alta, uma certa quantidade de óleo diesel é atomizada na câmara de combustível pela unidade injetora de combustível. O intenso calor, causado pela alta compressão do ar, inflama imediatamente o combustível atomizado no cilindro.

A pressão resultante força o pistão para baixo, no curso de expansão. As válvulas de escape vão se abrir quando o pistão estiver na metade do curso descendente, permitido que os gases queimados saiam pelo coletor de escapamento.

Quando o pistão, em seu curso descendente, descobre as janelas de admissão, o cilindro é novamente “la-vado” pelo ar limpo.

O ciclo completo de combustão é concluído em cada cilindro durante cada volta do virabrequim, ou em ou-tras palavras, em 2 tempos.

9.3 - Ciclo Diesel – 2 tempos

39 - Ciclo de OperaçãoFonte: http://rodaseafins.blogspot.com/2018/01/2-tempos.html

Em relação à câmara de combustão, os motores Diesel dividem-se nos seguintes tipos:l injeção direta: o combustível é injetado diretamente na câmara de combustão;l injeção indireta: durante o curso de compressão, o ar penetra em movimentos rotativos na câmara de

turbulência, onde se dá a queima na maior parte do combustível, injetado no final do curso de compressão. A pressão dos gases de combustão aumenta aos poucos.

9.4 - Tipos de injeção

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É o volume deslocado pelo pistão do ponto morto superior (PMS) até o ponto morto inferior (PMI) multipli-cado pelo número de cilindros do motor.

V = π * D² * h * n4

9.5 - Cilindrada

Onde:V = cilindrada, expressa em cm³, litros ou pol³D = diâmetro do pistão, em cm ou polh = curso do pistão do PMI ao PMS, em cm ou poln = número de cilindros

A câmara de combustão é o espaço livre depois da cabeça do pistão quando este atinge o PMS. A compres-são do ar contido no cilindro é feita pelo pistão durante seu curso do PMI ao PMS no tempo de compressão. O volume inicial ocupado pelo ar é somente o da câmara de combustão.

A relação (ou taxa) de compressão é a relação entre o volume inicial e o volume final. A relação de compres-são da gasolina é 6:1 a 8:1; do álcool é 12:1 a 14:1 e do óleo diesel é de 16:1 a 18:1

O torque é definido como o produto da força atuante (pressão exercida sobre a área da cabeça do pistão) pela distância perpendicular do eixo à direção dessa mesma força. É expresso pela fórmula:

Onde:RC = relação de compressão (adimensional)V = cilindrada individual ( de um pistão), em cm³, pol³, litrosv = volume da câmara de combustão, em cm³, pol³, litros

Onde:T = torque, expresso em kgf/m (sistema métrico), kpm(quilopond metro) (DIN), lbf.ft (SAE), J (Sistema Inter-

nacional = N. m)F = intensidade da força atuante, expressa em kgf, lbf, Nd = distância perpendicular entre o eixo e a direção a força, em m, pés

Para que a queima do combustível ocorre dentro dos padrões técnicos do ciclo e a expansão dos gases produ-za a pressão e o trabalho desejado, é necessário que a massa de combustível injetada no motor seja misturada a uma quantidade de ar. Forma-se assim a mistura combustível-ar, cuja dosagem é feita pela injeção eletrônica ou pelo carburador. Exemplo: uma taxa de compressão de 12:1, significa que a razão entre o volume do cilindro quando o pistão se encontra no Ponto Morto Inferior (PMI) e quando se encontra no Ponto Morto Superior (PMS) é igual a 12.

Rc = V+v/v

T = F * d

9.6 - Relação de compressão

9.7 - Torque

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O torque depende exclusivamente do tamanho e da quantidade de pistões, da relação de compressão e do tipo de combustível utilizado, variando muito pouco com a rotação do motor, devido á perda de eficiência nas rotações mais altas e muito baixas. Por exemplo, um motor de mais torque tem possibilidade de fazer o veículo puxar maior carga desde que o peso do mesmo propicie aderência suficiente no solo.

Vamos ver agora algumas das principais diferenças entre os motores ciclo otto e ciclo diesel a quatro tempos. Tanto na operação, quanto em seus ciclos termodinâmicos:

Os combustíveis utilizados em motor diesel são o óleo diesel, biodiesel e álcool. Contudo o óleo diesel é ainda o combustível mais utilizado em motores diesel.

O óleo diesel é um derivado da destilação do petróleo bruto constituído basicamente por hidrocarbonetos. O óleo diesel é um composto formado principalmente por átomos de carbono, hidrogênio e em baixas concen-trações por enxofre, nitrogênio e oxigênio. É um produto pouco inflamável, medianamente tóxico, pouco volátil, límpido, isento de material em suspensão e como odor forte e característico. Recebeu este nome em homena-gem ao engenheiro alemão Rudolf Diesel (Wikipédia, 2010).

Desde 1994, a Petrobras produz dois tipos de óleo diesel rodoviário: metropolitano e interior. O metropo-litano, com menor teor de enxofre, é consumido em regiões que necessitam de um óleo com menor emissão de material particulado e que produza ganho ambiental. O diesel interior é consumido nas demais regiões do País. Dentro desses dois tipos existem ainda os seguintes subtipos: óleo diesel aditivado e óleo diesel Inverno. O diesel rodoviário metropolitano comercializado atualmente possui, desde maio de 2006, um teor de enxofre de no máximo 0,05% (500 ppm), visando reduzir ainda mais as emissões de material particulado. No primeiro semestre de 2005 a Petrobras passou a fornecer o Óleo Diesel D 500 nas regiões metropolitanas dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. O óleo diesel rodoviário é classificado conforme o teor de enxofre em três classes (Art. 3, Resolução da ANP nº 42):l Óleo diesel A S50 e B S50: combustíveis com teor de enxofre, máximo de 50mg/kg;l Óleo diesel A S500 e B S500: combustíveis com teor de enxofre, máximo, de 500 mag/kg;l Óleo diesel A S1800 e B S1800: combustíveis com teor de enxofre, máximo, de 1800 mg/kg.

9.8 - Motor diesel x Motor Otto

9.9 - Combustíveis para motor diesel

9.8.1 - Motores Diesel

l Na admissão é admitido apenas ar;l durante a compressão o ar atinge altas temperaturas, devido a alta taxa de compressão;l não possui sistema de ignição;l a combustão é espontânea;l podem necessitar de velas aquecedoras, injeção indireta, devido a menor taxa de compressão;l na linha pesada os motores apresentam maior torque e baixas rotações de operação.

9.9.1 - Óleo diesel rodoviário interior (S1800)

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VOCABULÁRIO ppm: Partes por milhão. É a medida de concentração que se utiliza quando as

soluções são muito diluídas.

A qualidade do óleo diesel e especificada em função de diversas características do combustível. As prin-cipais são: pureza, densidade, viscosidade, número de cetano e ponto de fulgor.

PurezaÉ uma medida do teor de água e sedimentos presentes no óleo diesel. Essas impurezas normalmente

são provenientes do transporte e armazenamento inadequados do combustível. A presença desses conta-minantes, em teor maior que o permitido, causa desgaste excessivo do motor. A água causa corrosão dos bicos injetores, combustão imperfeita e promove a formação de partículas de ferrugem. Os sólidos em suspensão devido aos danos causados ao sistema de alimentação de combustível, principalmente bomba e bicos injetores. O teste de pureza é feito em laboratórios credenciados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). Consiste em se centrifugar 50 ml de diesel misturado em tubo de ensaio com quantidade igual de um

Conforme determinação do DNC (Departamento Nacional de Combustíveis), a Petrobras coloca á disposi-ção do mercado três tipos de óleo diesel, a saber:

TIPO A – Diesel automotivo, utilizado em motores diesel e instalações de aquecimento de pequeno porte.TIPO B – Diesel metropolitano. É também utilizado para aplicação automotiva. Difere do diesel Tipo A por

possuir no máximo 0,5% de enxofre e por somente ser comercializado para uso nas regiões metropolitanas das seguintes capitais: Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza e Aracaju.

TIPO D – Diesel marítimo. É produzido especialmente para utilização em motores de embarcação marítima. Difere do diesel Tipo A por ter especificado o seu ponto de fulgor em, no mínimo, 60°C.

9.9.2 - Qualidade do óleo diesel

FIQUE ATENTOConsulte periodicamente as resoluções da ANP (Agência Nacional de Petróleo), e

suas prováveis atualizações. Para isso, acesse o site

http://nxt.anp.gov.br/NXT/gateway.dll?f=templates&fn=default.htm&vid=anp:10.1048/enu

Esse produto é comercializado nas regiões do país onde não há venda do diesel metropolitano. Para dife-renciá-lo deste, o óleo diesel rodoviário interior recebe um corante de cor vermelha. O teor de enxofre desse produto é no máximo 0,18 % (1800 ppm). Da mesma forma que o óleo diesel metropolitano, ele pode ser co-mercializado pelas distribuidoras aditivado ou não.

solvente (tolueno). No final, lê-se a camada de água e de sedimentos presentes na parte inferior do tubo e a seguir calcula-se a percentagem em relação à amostra tomada. Os limites máximos previstos pela ANP para presença de água e sedimentos no óleo diesel é de 0,05% em volume, isto é, para cada 50 ml de diesel o máximo permitido de água e sedimentos é 0,025 ml.

Contagem de PartículasPesquisa e quantifica a presença de contaminantes no óleo diesel. Detecta tanto as partículas metálicas

como não metálicas, inclusive sujeiras de fontes externas como, por exemplo, sílica. Um contador de partí-culas emite raio de luz a laser, quantificando e registrando os tamanhos dos contaminantes.

DensidadeÉ a relação entre a massa e volume de óleo diesel a temperatura de 20°C, expressa em alguns casos g/

cm³. Variações na densidade tem influência na massa do combustível injetado, visto que a bomba injetora controla a injeção em função da variação do volume. Os limites especificados pela ANP são: 820- 880 kg/m³ para diesel “B – interior” e 820 a 865 kg/m³ para diesel “Dmetropolitano” (Pitanguy, 2004).

ViscosidadeA viscosidade do óleo diesel e determinada em condições cinemáticas seu resultado é expresso em cen-

tésimos de Stokes (centiStokes). A viscosidade é medida em função da resistência ao escoamento do óleo diesel em orifício padrão. A viscosidade tem influência na lubrificação da bomba e bicos injetores. Valores baixos de viscosidade resultam em desgaste excessivo e vazamentos nestas partes do sistema de alimenta-ção. Valores altos resultam em maior esforço da bomba injetora e atomização inadequada do combustível pelos bicos injetores.

Número de CetanoO número de cetano mede a qualidade de ignição do diesel e tem influência direta na partida do motor

e no seu funcionamento sob carga. Fisicamente, o número de cetano se relaciona diretamente com o retar-do da ignição do motor de modo que, quanto menor o número de cetano maior será o retardo da ignição. Consequentemente, maior será a quantidade de combustível que permanecerá na câmara sem queimar no tempo certo (Pinheiro, 1998).

Ponto de fulgorO ponto de fulgor indica a facilidade de o diesel inflamar, varia em função do teor de hidrocarbonetos le-

ves existentes no diesel. Atualmente, o ponto de fulgor é especificado apenas para o diesel tipo D, produzido especialmente para motores marítimos.

FIQUE ATENTOQuando for abastecer o seu veículo, verifique se o posto possui o selo de garantia

de qualidade e as autorizações necessárias para o seu funcionamento. Exija, pois é seu direito.

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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM1 – Justifique o motivo da denominação dos motores de quatro tempos.2 – Explique o funcionamento dos motores de 2 tempos.3 – Quais são os tipos de injeção de combustível nos motores diesel?4 – Em um determinado motor com 4 cilindros, diâmetro de 4 cm, curso do pistão de15 cm. Calcule a cilindrada desse motor em cm³. Adote como o valor do π = 3,14.5 – Calcule o torque do motor em kgf/m, dadas as seguintes informações:F = 25 N, d = 2,5 m.6 – Fale sobre algumas das principais diferenças entre os motores de combustãointerna de ciclo otto e ciclo diesel.7 – O que é óleo diesel e quais suas principais características?

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Segundo Hoffmann (2016), muitos se perguntam por que os motores diesel fornecem grande torque em baixas rotações, mas obtêm menor potência em altos regimes que os motores Otto. Há dois fatores que influenciam nesse resultado:

1 – Motor Diesel não tem problemas com detona-ção. No motor Otto, muitas vezes o torque é reduzido pela limitação de adiantar o ponto de ignição para ob-ter o maior torque possível, o que o levaria a detonar. Já o diesel não sofre com essa limitação: seu com-bustível pode ser injetado no melhor ponto para se obter o maior torque e rendimento possível naquela rotação e carga (abertura do acelerador). Junta-se a essa característica a alta taxa de compressão e garan-te-se alto torque – entenda eficiência – em qualquer rotação, o que favorece tanto o torque obtido quanto o consumo de combustível.

2 – Por ter maior taxa de compressão, necessita--se de maiores inércias de movimento (pode ser o próprio volante do motor) para obter uma rotação de marcha-lenta baixa, bem como baixas vibrações. Essa característica é percebida quando se está parado e tira-se o pé da embreagem de repente: em vez de o motor apagar, o carro dá um “pulo”.

Quanto ao torque limitado em altas rotações, muitos acreditam que o principal motivo sejam os pistões e outros componentes mais resistentes e pesados, cujas grandes massas não permitiriam trabalhar em grandes velocidades sem quebras. É claro que esse fator influencia na limitação de giros do motor, mas apenas justifi-caria a limitação de rotação – não diminuiria o torque em função da rotação.

O principal motivo, na verdade, é a velocidade de combustão ou de frente de chama do óleo diesel, relativa-mente bem menor que a da gasolina, do álcool ou do gás. Ou seja, quanto mais alta a rotação, menor o período de tempo da fase de combustão. Como exemplo, a 3.000 rpm temos apenas 4 centésimos de segundo (0,04 s) para realizar a combustão em cada ciclo.

Analisando potências semelhantes ( um motor de 161 cv no diesel, e outro de 152 cv a gasolina), o Diesel fornece a sensação de desempenho muito superior no uso urbano, pois produz muito mais torque e potência nas faixas mais usadas no dia a dia. Como exemplo, a 2.500 rpm o motor a gasolina tem pouco menos de 75 cv, enquanto o a Diesel já produz cerca de 140 cv. Essa diferença – quase o dobro – traz muito mais agilidade no trânsito ou numa ultrapassagem na qual não seja usada a faixa superior de rotações.

UNIDADE 10

Particularidades dos motores diesel

40 - MotorFonte: http://girodosmotores.com.br/carro-com-motor-diesel-vale-pena/

http://www.stefanelli.eng.br/comparacao-ciclo-diesel-otto-motor/

A comparação do desempenho funcional entre os motores de ciclo diesel e ciclo otto de quatro tempos. Pode ser bem elucidada, no estudo conduzido pelo Prof. Eduardo Stefanelli.

MÍDIAS INTEGRADAS

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41 - Esquema de injetor de duto únicoFonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Inje%C3%A7%C3%A3o_eletr%C3%B3nica

O sistema de injeção de óleo diesel conhecido por injeção de duto único, é hoje o mais empregado em automóveis e utilitários. Sua principal vantagem é a habilidade de variar o tempo e a pressão de injeção em larga escala, o que permite grandes variações de utilização do motor. É por isso que hoje temos motores Diesel com quase 100cv/litro de potência específica, embora pequenos em cilindrada: ou seja, baixa injeção requerida de óleo diesel em marcha-lenta e vazão muito alta em potência máxima.

Isso foi obtido ao separar a pressão e o tempo de injeção. O duto não passa de um acumulador de com-bustível pressurizado para os injetores – grosso modo, semelhante aos sistemas de injeção indireta dos motores Otto, com sua flauta na qual os injetores se alimentam. A maior diferença está na grande variação de pressão nos motores Diesel, de 200 a 2.200 bars. Além disso, separar a pressurização do controle de in-jeção permite controle preciso e rápido dos injetores, podendo-se ter até seis injeções de combustível num só ciclo de combustão.

Em geral, em automóveis e comerciais leve, divide-se o sistema de combustível em duas partes: baixa pressão e alta pressão. O de baixa pressão nada mais é que o sistema de combustível do motor Otto adap-tado ao Diesel: há uma bomba elétrica de baixa pressão dentro do tanque, a qual é responsável por garantir grande vazão de combustível (até 190 litros por hora) em uma pressão baixa, mas constante ( em torno de 6 bars), na entrada da bomba de combustível mecânica.

Em veículos comerciais pesados, que demandam maior vazão (até 400 l/h), usam-se bombas do tipo engrenagem, em geral integradas à bomba de alta pressão, o que permite a sucção do combustível que está no tanque a certos metros de distância do motor. No fim, o conceito é o mesmo: garantir alta e constante vazão de óleo na entrada da bomba de alta pressão.

Já a bomba de alta pressão, em geral do tipo rotativa (mas pode ser em linha, em alguns veículos comer-ciais pesados), é responsável por manter pressurizado o duto único, que será o reservatório de combustível pressurizado para os injetores. A pressão desse duto é determinada e controlada pela central eletrônica em função da demanda, por meio de válvulas que podem atuar tanto na saída do duto (ou seja, controlando a pressão pelo lado de alta pressão) quanto na entrada da bomba de alta pressão, antes da pressurização.

A vantagem do controle pelo lado de alta pressão é o tempo de resposta quando há grande variação da carga pelo motorista, caso de uma ultrapassagem. Por outro lado, desperdiça-se energia pressurizando o

10.1 - A injeção de duto único

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diesel em momentos de baixa carga, o que impacta o consumo e aquece o combustível a ponto de, muitas vezes, se precisar de um resfriador (como um radiador) de combustível antes que o excesso não usado re-torne para o tanque. Afinal, sempre se garante um excesso de vazão na alimentação do duto para não haver risco de falta de combustível nos injetores.

Já controlando a pressão pela entrada da bomba de alta pressão, cria-se um retardo de resposta em gran-des variações de carga, mas se economiza combustível. Há ainda estratégias que integram os dois sistemas para conseguir o melhor dos dois mundos.

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O combustível é aspirado do tanque até a bomba in-jetora pela ação positiva de uma bomba de transferência (pré-alimentadora). Em seguida, passa por um pré-filtro para remover as partículas contaminantes. A bomba de transferência, então, fornece à injetora o combustível em baixa pressão. O diesel passa direto pelo filtro de combustível antes de chegar à bomba.

Ela comprime o combustível até os injetores, onde atingem altas pressões, necessárias para a atomização e queima das câmaras de combustão, enviandoo por li-nhas individuais, para cada injetor. Ao alcançar o injetor, o combustível comprimido provoca o acionamento da agulha que veda os orifícios do injetor com a câmara de combustão, vencendo a carga de uma mola e calços que determinam sua pressão de abertura e possibilita a en-trada do diesel de forma otimizada. A fuga de combustí-vel ao redor da agulha para refrigeração é recolhida pelo coletor de retorno, que o envia por uma conexão e pela tubulação de retorno ao tanque.

UNIDADE 11

Trabalhando com os motores Diesel

42 - MotorFonte: https://www.cat.com/es_ES/products/new/power-systems/industrial/industrial-diesel-

engines-highly-regulated/18374262.html

A injeção eletrônica de combustível em motores diesel tem como objetivo satisfazer as exigências mui-to severas de proteção do meio ambiente. Para isso foi desenvolvido um sistema eletrônico de comando de injeção. Um módulo de comando recebe sinais do pedal do acelerador e de sensores instalador no mo-tor. Os sensores detectam as informações de funciona-mento do motor e enviam para o módulo de comando.

As unidades injetoras são comandadas mecanica-mente pela árvore de comando na cabeça dos cilindros e eletronicamente pelo módulo de comando. Com isso a injeção de combustível é alterada de acordo com a solicitação e a rotação do motor.

11.1 - Injeção eletrônica de combustível

O sistema de injeção de pressão modulada “Common Rail” para motores de injeção direta abre novos conceitos:

11.1.1 - Common Rail

43 - Esquema de injeçãoFonte: http://bestcars.uol.com.br/bc/mais/tecnica/diesel-um-motor-de-muitas-peculiaridades/3/

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44 - Esquema de Common RailFonte:http://www.retificadoraguaramotores.com.br/motor-diesel

l Grande área de aplicação, desde motores com potência de 30 kW/cilindro até 200 kW/cilindro.l Alta pressão de injeção de até cerca de 1.400 bar.l Início de injeção variável.l Volume de injeção, pressão no “Rail” e início de injeção adaptada a cada regime de funcionamento.

No sistema de injeção de pressão modulada “Common Rail”, produção de pressão e injeção são desacopla-das. A pressão de injeção é produzida independente da rotação do motor e do volume de injeção, e está no “Rail” (acumulador de combustível de alta pressão) pronta para a injeção. Momento e quantidade de injeção são calculados na unidade de comando eletrônica e transportados pelo injetor em cada cilindro do motor através de uma válvula magnética ativada. Com o injetor e a alta pressão sempre constante, obtém-se uma curva de injeção muito precisa.

Com a ajuda de sensores instalados no motor, a unidade de comando capta as informações e tem condições de comando e regulagem sobre o veículo e, principalmente, sobre o motor. A função básica é controlar a injeção do diesel no momento certo, na quantidade exata e com a máxima pressão possível. Assegura, desta maneira, um funcionamento silencioso, econômico e pobre em poluentes do motor diesel.

A bomba injetora é um dos componentes mais importantes do sistema de alimentação dos veículos diesel. Ela é responsável por injetar o combustível no motor para que ocorra a combustão. Esse trabalho é realizado em conjunto com o regulador de rotação, que controla todas as faixas de rotação de acordo com a carga aplicada ao motor e o seu funcionamento, dosando a quantidade de diesel injetado e o início de injeção correto para a melhor combustão.

Nos motores eletrônicos esse processo é gerenciado pelas unidades eletrônicas de comando. Mas, nos mo-delos mecânicos, a bomba é regulada manualmente por profissionais especializados (bombistas) e com o au-xílio de ferramentas específicas, além de diversos testes realizados em um equipamento apropriado. Quando a bomba está regulada e o motor em bom estado, o funcionamento é prefeito e respeita as leis de emissão de poluentes, proporcionando desempenho e consumo estabelecidos pela montadora.

11.2 - Bomba injetora

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Antes de retirar a bomba do motor, é preciso verificar onde está o problema. Sintomas como falha e oscilação no funcionamento do motor, ruídos fortes (como se estivesse serrando), variação de rotação, excesso de fumaça e aumento no consumo de combustível podem indicar possíveis avarias no sistema.

No entanto, é preciso checar outros componentes, para evitar que a bomba injetora seja retirada sem haver necessidade.

11.3 - Diagnósticos

A pressão dos injetores deve estar de acordo com a tabela de aplicação, assim como taxa de compressão e o ponto estático do motor. Verifique se o turbo, o intercooler e a regulagem de válvulas estão dentro dos padrões. Cheque também se o motor apresenta bloqueio no início de injeção.

SAIBA MAIS Você já notou a perda de rendimento ou alteração da fumaça do veículo após

abastecimento? Quando isso acontece, verifique se os filtros de combustível e de ar estão em ordem, inspecione se há vazamento de combustível.

Antes de retirar a bomba do motor, é preciso verificar onde está o problema. Sintomas como falha e oscilação no funcionamento do motor, ruídos fortes (como se estivesse serrando), variação de rotação, excesso de fumaça e aumento no consumo de combustível podem indicar possíveis avarias no sistema.

No entanto, é preciso checar outros componentes, para evitar que a bomba injetora seja retirada sem haver necessidade.

11.4 Desgastes mais comuns nos motores diesel

Quando falamos sobre desgaste do motor a die-sel, o desgaste devido ao atrito figura entre os mais comuns. De natureza benigna, esse tipo de desgaste é chamado com frequência de “desgaste normal por atrito”. Neste, as partículas de desgaste são formadas a partir do deslizamento normal entre duas superfícies metálicas. Identificadas pelo comprimento relativa-mente grande em relação a sua espessura e por sua forma, de plaquetas lisas e planas, tais partículas geral-mente apresentam reduzido.

É necessário atentar para a contaminação do sis-tema de lubrificação, que pode influenciar na produ-ção de partícula de desgaste do motor a diesel por atrito. Quando isso acontece, a taxa de geração das partículas e, por consequência, sua concentração se elevam rapidamente, algo frequentemente acompanha-do pelo aumento no tamanho das partículas. Em tais condições, ainda que não seja muito provável a ocorrên-

11.4.1 - Desgaste por atrito

45 - Desgate por atritoFonte: https://www.oficinabrasil.com.br/noticia/motos-e-servicos/bronzinas-para-motores-de-

motocicletas-sao-componentes-que-exigem-cuidados-na-aplicacao

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cia de falha catastrófica, uma alta taxa de desgaste pode ocasionar um desgaste mais rápido do maquinário.

11.4.2 - Desgaste devido à fadiga

As chamadas “tensão de contato” surgem no momento em que há movimento de rolamento, que acontece quando há o contato entre superfícies por conta de uma carga de compressão. Nesse processo, são produzidas as tensões de cisalhamento e se tem a fadiga superficial.

Dentes de engrenagens, mancais de rolamento, cames e em partes de máquinas com superfícies de contato com rolamento são exemplos desse desgaste.

11.4.3 - Desgaste devido ao corte

Outro tipo de desgaste do motor a diesel se dá pela ocorrência de ranhuras, penetrações ou corte de uma su-perfície por outra. Trata-se do desgaste devido ao corte, em que as partículas encontradas indicam um estado de uso ativo, ação provocada por contaminantes duro embutidos na superfície com menor dureza ou pela diferença no nível de dureza entre superfícies em contato.

A presença dessas partículas requer monitoramento cuidadoso, uma vez que indica situação anormal de funcionamento. Geralmente, é possível encontrar em detritos depositados pequenas partículas de desgaste devido ao corte, ainda que não mostrem nenhum uso adverso. No entanto, a quebra de algum componente da máquina pode ser indicada se a quantidade ou o tamanho das partículas aumentarem com o tempo de trabalho.

11.4.4 - Desgaste severo por deslizamento

Por fim, há o desgaste severo por deslizamento, no qual as partículas são formadas por conta de lubrifica-ção imprópria, alta velocidade de funcionamento ou condições de carregamento excessivas na superfície. Esse tipo de desgaste causa linhas paralelas na super-fície do deslizamento, isto é, as famosas “estrias”. Um indicativo da gravidade do desgaste está ligado à tem-peratura atingida, que vai do amarelo claro ao azul, assinalando um nível de desgaste crítico.

46 - Desgaste de motorFonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cilindro_(motor)

A troca dos filtros dentro do prazo estipulado, a purga do sistema para verificar se existe água e evitar deixar que o veículo ande com pouco combustível no tanque são cuidados imprescindíveis para a vida útil do sistema de injeção. Procure postos de bandeira ou de sua confiança, pois combustível de má qualidade ou contamina-do pode danificar, além do sistema, o motor. A manutenção preventiva demanda uma checagem no sistema de acordo com o manual do proprietário. Esse procedimento pode incluir a limpeza dos bicos e o ajuste do início de injeção e da pressão de abertura do bico.

11.5 - Manutenção preventiva

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FIQUE ATENTOO ideal é sempre levar o veículo até o especialista para fazer a revisão, de acordo

com a periodicidade estipulada pelo fabricante no manual do proprietário. Dessa maneira as principais avarias serão corrigidas, e o tempo de vida útil do conjunto tende a aumentar.

47 - Elemento filtrante do filtro de arhttp://g1.globo.com/Noticias/Carros/0,,MUL805844-9658,00-VEJA+PARA+QUE+SERVE+O+FILTRO

+DE+AR+DE+UM+CARRO.html

Ao checar a bomba injetora, deve-se verificar o volume de injeção nos vários regimes de trabalho do motor como marcha lenta, limite de rotação, ajuste do plena carga. O tanque de combustível também merece uma atenção periódica: verifique se há água em seu interior e, caso o resultado seja positivo, faça a drenagem do sistema. Para realizar a checagem ob-serve o líquido no decantador do filtro (um copo de sedimentação). Presença de água no sistema, geral-mente, apresenta uma fumaça de cor branca duran-te funcionamento do motor, esta também ocasiona danos sérios ao sistema de injeção e a lubricidade do diesel é comprometida.

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UNIDADE 12

Dicas de diagnósticos e verificações em motores diesel

48 - MotorFonte: http://www.gehppo.com.br/motor-diesel/caterpillar/copia-motor-diesel-caterpillar-c-16

A partir de agora, iremos trabalhar com alguns aspectos práticos da mecânica de motores a diesel. Vamos fazer um levantamento minucioso sobre as possíveis falhas em motores diesel, e suas respec-tivas soluções. Porém, fique atento para não seguir apenas o que será descrito aqui, pois problemas variados podem surgir, e é necessário que o profis-sional busque informações externas para solucionar cada caso individual. Começaremos com as princi-pais reclamações de clientes nas oficinas de todo o país, quanto a problemas em seus automóveis, e o modo de procedência para encaminhar a melhor so-lução possível.

Uma análise completa das reclamações do cliente é a chave para o sucesso de um diagnóstico eficiente. Quanto mais informações forem coletadas sobre a reclamação, mais rápida e fácil será a solução do problema. Siga os passos a seguir e obtenha uma definição clara de reclamação:l Obtenha todos os fatos referentes a reclamação;l Analise minuciosamente o problema apresentado;l Relacione os sintomas aos sistemas e componentes básicos do motor;l Leve em consideração qualquer ação de manutenção ou reparo recente que possa estar relacionada ao problema;l Verifique, quantas vezes forem preciso, as informações e conclusões antes de iniciar a desmontagem do

componente suspeito ou o próprio motor;l Solucione os problemas utilizando a sequência lógica da “Tabela de Sintomas”, realizando em primeiro

lugar as tarefas mais fáceis e óbvias;l Determine definitivamente as causas do problema e faça um reparo completo e permanente;l Após concluir os reparos, funcione o motor para certificar-se de que o problema tenha sido totalmente resolvido.

12.1 – Inspeção e verificação

Condições / Possíveis causas / AçõesBatidas de compressão:l Presença de ar no sistema de combustívell Purgue o sistema de combustível e verifique a causa da entrada de ar.

12.2 – Tabela de sintomas

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VOCABULÁRIO Protrusão: movimento,

deslocamento para a frente.

Utilização de combustível de má qualidade:l Verifique a condição, operando o motor a partir de um reservatório temporário que contenha combustível

de comprovada qualidade. Na comprovação, drene todo o combustível e substitua.

Excesso de carga no motor:l Passe para uma marcha mais reduzida. Verifique se a capacidade do motor não está sendo excedida.

Bicos injetores não funcionam corretamente ou mal ajustados:l Teste , limpe e repare. Caso necessário, substitua.l Excesso de carga no motor.l Passe para uma marcha mais reduzida. Verifique se a capacidade do motor não está sendo excedida.l Bicos injetores não funcionam corretamente ou mal ajustados.l Teste, limpe e repare. Caso necessário, substitua.

Fluido de arrefecimento contaminado:l Fluido de arrefecimento com ferrugem em suspensão. Motor operando sem a mistura correta de antico-

gelante (aditivo DCA4 e água).l Drene e lave o sistema de arrefecimento. Renove o sistema com a mistura correta de anticogelante (aditivo

DCA4 e água).

Vazamento externo no motor:l Inspecione visualmente o motor e os componentes do sistema de arrefecimento para localizar o vazamen-

to e saná-lo.

Sobreaquecimento ou vazamento de gases de compressão no fluido de arrefecimento:l Verifique a condição “temperatura acima do normal com sobreaquecimento gradual” e “temperatura aci-

ma do normal com sobreaquecimento súbito”.

Perda de fluido de arrefecimento:l Vazamento de fluido pelo cabeçote ou junta do cabeçote.l Verifique se há fluido no óleo. Verifique e substitua a junta do cabeçote.

Vazamento através do aftercooler:l Verifique se há fluido no coletor de admissão e no óleo lubrificante. Verifique o aftercooler e, se necessário,

susbstitua-o.

Vazamento através do radiador de óleo lubrificante:l Verifique se há fluido no óleo lubrificante. Verifique o radiador e, se necessário, substitua-o.

Cabeçote trincado, poroso ou vazamentos pelo bujão de expansão:l Verifique o cabeçote e, caso necessário, substitua-o. Verifique a protrusão do flange das camisas de cilindro

acima do bloco.

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Anéis de vedação das camisas vazando:l Remova o cárter de óleo lubrificante e verifique a existência de vazamentos pelos anéis de vedação.

Canais de fluido dos cilindros vazando:l Verifique o bloco do motor e, se necessário, substitua-o.

Temperatura acima do normal com sobreaquecimento gradual:l Baixo nível de fluido no radiador.l Adicione fluido com a mistura correta. Verifique e corrija a origem do problema.

Aftercooler com aletas obstruídas:l Inspecione as aletas do aftercooler e limpe, se necessário.

Fluxo de ar ao radiador inadequado ou restrito:l Verifique se existem restrições no fluxo de ar ao radiador e, se necessário, corrija.

Correia da bomba d’água ou do ventilador frouxas:l Verifique o tensionador de correias e, se necessário, substitua-o

Mangueiras do radiador comprimidas, com restrições ou vazando:l Verifique as mangueiras e, se necessário, substitua.

Nível do óleo lubrificante incorreto:l Adicione ou drene o óleo do motor até corrigir o nível.

Tampa do radiador com pressão incorreta ou funcionando incorretamente:l Verifique a tampa do radiador e, se necessário, substitua.

Temperatura acima do normal com sobreaquecimento gradual:l Excesso de anticogelante.l Verifique a concentração, drenar parcialmente o sistema e substituir por água pura.

Sensor e mostrador de temperatura não operando corretamente.l Teste o sensor e o mostrador, repare ou substitua conforme a necessidade.

Válvula termostática incorreta, inoperante ou inexistente.l Verifique a válvula termostática e, se necessário, substitua.

Passagens do fluido no radiador, cabeçote, junta de cabeçote e bloco de cilindros obstruídos:l Lave o sistema de arrefecimento utilizando pressão. Preencha o sistema com nova carga de fluido.

Injeção de combustível em excesso:l Verifique, teste e calibre o débito da bomba injetora.

Funcionamento inadequado do mostrador do painel de instrumentos:l Verifique e teste o mostrador e, se necessário, substitua.

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Presença de gases de compressão ou ar no sistema de arrefecimento:l Verifique o aperto das braçadeiras e certifique-se de que o nível de enchimento não está sendo excedido.

Caso a aeração continue, verifique a existência de vazamentos de compressão através da junta de cabeçote.

Linha de purga de ar do motor e/ou radiador obstruída ou com caminho incorreto:l Verifique o caminho e a operação da linha de purga de ar.

Funcionamento inadequado da bomba d’água:l Verifique a bomba d’água e, se necessário, repare ou substitua.

Temperatura abaixo do normal:l Fluxo excessivo de ar através da colmeia do radiador.l Verifique o acoplamento viscoso da embreagem do ventilador e, se necessário, repare.

Válvula termostática incorreta, inoperante ou inexistente:l Verifique a válvula termostática e, se necessário, substitua.

Emissão excessiva de gases do cárter:l Tubo de ventilação positiva do cárter obstruído.l Verifique a restrição no tubo de ventilação e, se necessário, repare.

Vedadores do turbo compressor vazando:l Verifique os vedadores do turbo compressor e, se necessário, repare.

Desgaste excessivo nas guias de válvulas do cabeçote:l Verifique as guias de válvulas e, se necessário, substitua o cabeçote.

Anéis de segmento quebrados, desgastados ou danificados:l Verifique os êmbolos e anéis de segmento. Substitua os componentes que estiverem danificados.Motor gira na partida, mas não entra em funcionamento – não há emissão de fumaça no escapamento:l Reservatório de combustível de veículo vazio.l Adicione o combustível recomendado e execute a purga do sistema de alimentação.

Presença de ar no sistema de combustível:l Purgue o sistema de combustível e verifique a causa da entrada de ar.

Válvula de retorno do combustível funcionando inadequadamente:l Verifique a válvula de retorno na bomba injetora e, se necessário, substitua.

Filtro de combustível obstruído com água ou outro contaminante:l Drene e separe o combustível / água ou substitua o filtro.

Sincronismo incorreto da árvore de comando das válvulas:l Verifique e, se necessário, corrija o sincronismo das engrenagens.

Dificuldade para funcionar ou não funciona – há emissão de fumaça no escapamento:l Rotação de partida muito baixa.

63

l Verifique a rotação de partida do motor. Verifique a condição “não funciona na partida ou funciona lentamente”.

Válvula de corte do combustível fechada:l Verifique o funcionamento da válvula solenoide de corte do combustível e, se necessário, substitua.

Retorno de combustível ao reservatório:l Verifique se a linha de retorno de combustível está conectada ao fundo do reservatório.

Marcha-lenta irregular com o motor quente:l Marcha-lenta ajustada com valores inferiores ao especificado.l Verifique e ajuste a marcha-lenta com os valores especificados.

Suprimento restrito de combustível:l Substitua o filtro de combustível. Limpe ou substitua o pré-filtro e peneiras.l Verifique as linhas de fornecimento de combustível quanto a restrições ou danos.

Coxins danificados e/ou soltos:l Verifique os coxins do motor e, caso necessário reaperte ou substitua.

Vazamento pelos tubos de alta pressão dos injetores:l Verifique a existência de conexões frouxas e aperte se necessário.l Inspecione e substitua tubos deformados, trincados ou partidos.

Temperatura do ar de admissão acima do recomendado:l Verifique a existência de passagens de água obstruídas no aftercooler e, se necessário, corrija-as.l Verifique a existência de restrições internas e obstruções no aftercooler e, se necessário, substitua-o.l Verifique a existência de detritos acumulados na colmeia do aftercooler e, se necessário, limpe-a.

Vazamento de ar entre o turbo compressor e o coletor de admissão:l Verifique todas as mangueiras, tubos e conexões quanto a vazamentos de ar e, se necessário, corrigi-las.l Verifique na tampa superior do coletor de admissão à existência de porosidades e, se necessário, substituí-la.

Ruídos excessivos:l “Chiado” da correia de acionamento.l Verifique a tensão da correia e o funcionamento do tensionador automático e, se necessário substitua os

componentes afetados. Ceritifique-se de que a bomba d’água, polia do tensionador, cubo do ventilador e alter-nador, giram livremente.

Vibração excessiva:l Funcionamento não uniforme, com marcha-lenta ajustada com valores inferiores ao especificado.l Verifique e ajuste a marcha-lenta com os valores especificados. Consulte a condição “motor funciona falhando”.

Componentes internos do motor soltos ou danificados:l Inspecione a árvore de manivelas, bielas e êmbolos quanto a danos que possam causar desequilíbrio e, se

necessário repare ou substitua.

Bateria com carga insuficiente:

64

l Verifique o nível do eletrólito da bateria e a gravidade específica. Carregue ou substitua a bateria conforme a necessidade.

Insuficiência de voltagem no terminal do solenoide do motor de partida:l Verifique a voltagem no solenoide.l Repare ou substitua conforme a necessidade.

Restrição na rotação da árvore de manivelas:l Gire a árvore de manivelas para verificar o nível de resistência rotacional e, se necessário, repare.

Acessórios ou componentes acionados pelo motor engrenados:l Desengate as unidades acionadas pelo motor antes da partida e verifique a carga adicional, decorrente de

acessórios não operando corretamente.

Motor de partida funcionando, porém não consegue girar o motor:l Remova o motor de partida e inspecione a existência de dentes da cremalheira do volante ou do pinhão do

motor de partida quebrados.l Verifique se a mola do impulsor do pinhão do motor de partida está danificada.l Repare e substitua os componentes necessários.

Emissão excessiva de fumaça negra através do escapamento:l Dispositivo de parada do motor inoperante.l Verifique se o solenoide não está sendo energizado como resultado de um fio partido ou de um curto-cir-

cuito na fiação elétrica e, se necessário, repare.

Anéis de segmento não vedando corretamente:l Verifique a compressão do motor e, se necessário, substitua os anéis e repare conforme a necessidade.

Emissão excessiva de fumaça branca com o motor quente:l Temperatura do fluido de arrefecimento muito baixa.l Consulte a condição “temperatura abaixo do normal”.

Consumo excessivo de combustível:l Motor sobrecarregado.l Verifique a existência de carga adicional decorrente de acessórios ou transmissão, não funcionando adequadamente.

Técnicas operacionais inadequadas:l Revise a operação para estabelecer normas corretas de mudança de marchas, condução, aceleração, desa-

celeração e operação em marcha-lenta.

Excesso de formação de borra no cárter:l Verifique se os intervalos de troca de óleo e filtros foram respeitados.l Ceritifique-se de estar utilizando óleo lubrificante apropriado.l Consulte o manual do proprietário e garantia do veículo.

Pressão do óleo lubrificante abaixo do normal:l Sensor de pressão de óleo lubrificante ou indicador defeituoso.

65

l Verifique o sensor de pressão de óleo e o indicador e, se necessário, substitua.

Válvula reguladora da pressão do óleo engripada na posição fechada:l Verifique a válvula reguladora e, se necessário, substitua.

Desgaste das bronzinas dos mancais de biela e central:l Verifique as bronzinas e, se necessário, substitua.l Verifique também os pulverizadores de arrefecimento dos pistões e, se necessário, substitua.

Marcha-lenta irregular com o motor quente:l Marcha-lenta ajustada com valores inferiores ao especificado.l Verifique e ajuste a marcha-lenta com os valores especificados.

Suprimento restrito de combustível:l Substitua o filtro de combustível. Limpe ou substitua o pré-filtro e peneiras.l Verifique as linhas de fornecimento de combustível quanto a restrições ou danos.

Coxins danificados e/ou soltos:l Verifique os coxins do motor e, caso necessário reaperte ou substitua.

Vazamento pelos tubos de alta pressão dos injetores:l Verifique a existência de conexões frouxas e aperte se necessário.l Inspecione e substitua tubos deformados, trincados ou partidos.

Temperatura do ar de admissão acima do recomendado:l Verifique a existência de passagens de água obstruídas no aftercooler e, se necessário, corrija-as.l Verifique a existência de restrições internas e obstruções no aftercooler e, se necessário, substitua-o.l Verifique a existência de detritos acumulados na colmeia do aftercooler e, se necessário, limpe-a.Vazamento de ar entre o turbo compressor e o coletor de admissão:l Verifique todas as mangueiras, tubos e conexões quanto a vazamentos de ar e, se necessário, corrigi-las.l Verifique na tampa superior do coletor de admissão à existência de porosidades e, se necessário, substituí-la.

Ruídos excessivos:l “Chiado” da correia de acionamento.l Verifique a tensão da correia e o funcionamento do tensionador automático e, se necessário substitua os

componentes afetados. Ceritifique-se de que a bomba d’água, polia do tensionador, cubo do ventilador e alter-nador, giram livremente.

Vibração excessiva:l Funcionamento não uniforme, com marcha-lenta ajustada com valores inferiores ao especificado.l Verifique e ajuste a marcha-lenta com os valores especificados. Consulte a condição “motor funciona falhando”.

Componentes internos do motor soltos ou danificados:l Inspecione a árvore de manivelas, bielas e êmbolos quanto a danos que possam causar desequilíbrio e, se

necessário repare ou substitua.

Bateria com carga insuficiente:

66

l Verifique o nível do eletrólito da bateria e a gravidade específica. Carregue ou substitua a bateria conforme a necessidade.

Insuficiência de voltagem no terminal do solenoide do motor de partida:l Verifique a voltagem no solenoide.l Repare ou substitua conforme a necessidade.

Restrição na rotação da árvore de manivelas:l Gire a árvore de manivelas para verificar o nível de resistência rotacional e, se necessário, repare.

Acessórios ou componentes acionados pelo motor engrenados:l Desengate as unidades acionadas pelo motor antes da partida e verifique a carga adicional, decorrente de

acessórios não operando corretamente.

Motor de partida funcionando, porém não consegue girar o motor:l Remova o motor de partida e inspecione a existência de dentes da cremalheira do volante ou do pinhão do

motor de partida quebrados.l Verifique se a mola do impulsor do pinhão do motor de partida está danificada.l Repare e substitua os componentes necessários.

Emissão excessiva de fumaça negra através do escapamento:l Dispositivo de parada do motor inoperante.l Verifique se o solenoide não está sendo energizado como resultado de um fio partido ou de um curto-cir-

cuito na fiação elétrica e, se necessário, repare.

Anéis de segmento não vedando corretamente:l Verifique a compressão do motor e, se necessário, substitua os anéis e repare conforme a necessidade.

Emissão excessiva de fumaça branca com o motor quente:l Temperatura do fluido de arrefecimento muito baixa.l Consulte a condição “temperatura abaixo do normal”.

Consumo excessivo de combustível:l Motor sobrecarregado.l Verifique a existência de carga adicional decorrente de acessórios ou transmissão, não funcionando adequadamente.

Técnicas operacionais inadequadas:l Revise a operação para estabelecer normas corretas de mudança de marchas, condução, aceleração, desa-

celeração e operação em marcha-lenta.

Excesso de formação de borra no cárter:l Verifique se os intervalos de troca de óleo e filtros foram respeitados.l Ceritifique-se de estar utilizando óleo lubrificante apropriado.l Consulte o manual do proprietário e garantia do veículo.

Pressão do óleo lubrificante abaixo do normal:l Sensor de pressão de óleo lubrificante ou indicador defeituoso.

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l Verifique o sensor de pressão de óleo e o indicador e, se necessário, substitua.

Válvula reguladora da pressão do óleo engripada na posição fechada:l Verifique a válvula reguladora e, se necessário, substitua.

Desgaste das bronzinas dos mancais de biela e central:l Verifique as bronzinas e, se necessário, substitua.l Verifique também os pulverizadores de arrefecimento dos pistões e, se necessário, substitua.

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM1 – Explique o porquê de os motores Diesel fornecerem grande torque em baixas

rotações, mas obtêm menor potência em altos regimes que os motores Otto.2 – Qual a principal vantagem do sistema de injeção de óleo diesel conhecido por

injeção de duto único ?3 – Descreva as etapas do combustível (óleo diesel), até chegar a bomba.4 – O que é “Common Rail” e suas principais vantagens no sistema de injeção?5 – Classifique os desgastes mais comuns nos motores diesel.6 – Cite alguns procedimentos de manutenção preventiva indispensáveis para os

motores diesel.7 – De acordo com alguns sintomas/condições do veículo, insira abaixo uma provável

solução técnica.Fluido de arrefecimento contaminado:Vazamento externo no motor:Vazamento através do radiador de óleo lubrificante:Temperatura acima do normal com sobreaquecimento gradual:Nível de óleo lubrificante incorreto:Presença de gases de compressão ou ar no sistema de arrefecimento:

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OLIVEIRA, Antônio Roberto. Ética Profissional – Belém: IFPA; Santa Maria: UFSM, 2012.

SELEME, Robson e STADLER, Humberto. Controle da Qualidade: as ferramentas essenciais. Curitiba: Ibpex, 2008.

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Referências Bibliográficas

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