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Conteúdo Programático:

Introdução à Psicologia Psicologia Científica x Psicologia do Senso Comum Comportamento, relações funcionais e meio ambiente O Modelo Atual Biopsicossocial do Homem X Modelo Biomédico Psicólogos e Psiquiatras O estudo de animais para entender o homem A subjetividade Atribuições e Áreas de Atuação A Psicologia e as Práticas Não Psicológicas Ética na Psicologia Pesquisa: Qual é a Visão das Pessoas sobre a Psicologia? Introdução à Psicanálise Descobertas e Inovações de Freud Principais Descobertas e Acréscimos à Teoria Psicanalítica desde Freud O Núcleo do Método Psicanalítico e o Setting Diferentes Métodos de Tratamento Psicanalítico Formação Psicanalítica Pesquisa em Psicanálise Psicanálise aplicada Introdução à Hipnoterapia (Hipnose Terapêutica) Como é Realizada uma Sessão de Hipnoterapia? Aplicações e Benefícios da Hipnoterapia Bibliografia

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Introdução à Psicologia Psicologia é a ciência que estuda o comportamento humano, as interações dos organismos com o seu ambiente. Dependendo do enfoque e conhecimento de homem que está sendo utilizado, a psicologia pode ter vários conceitos, dentre eles: ciência que estuda os seres humanos e seus processos psíquicos.

Todorov (1999) definiu a psicologia como sendo a ciência que estuda a mente e o comportamento. Para que a definição seja inteligível, é necessário saber o que é mente e o que é comportamento. O conceito “ciência que estuda o comportamento humano” pode ser completo se entendermos e buscarmos nos aprofundar nos conceitos de ciência, comportamento e homem. Se soubermos descrever o que é ciência, o que é comportamento humano e quem é esse homem estudado pela psicologia (caso mais complexo, mais filosófico) estaremos entendo o conceito de psicologia aqui apresentado.

Psicologia Científica x Psicologia do Senso Comum O tipo de conhecimento que vamos acumulando no nosso cotidiano é chamado de senso comum, veja os exemplos:

a) a dona de casa, quando usa a garrafa térmica para manter o café quente, sabe por quanto tempo ele permanecerá razoavelmente quente, sem fazer nenhum cálculo complicado e, muitas vezes, desconhecendo completamente as leis da termodinâmica. b) a professora sabe que se recompensar a boa disciplina do aluno do curso primário com uma estrelinha no caderno, pode aumentar a frequência de comportamento obediente desse aluno na sala de aula. c) a mesma recompensa da letra “b” pode servir de exemplo para os outros alunos. d) a namorada sabe que se marcou um encontro com o namorado para às 20h e ele chegou às 21h, pode ficar de cara fechada com intenção de puni-lo por tê-la feito esperar.

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Na letra “a” a pessoa sem saber sobre Física sabe conseguir o efeito esperado no ambiente. Nas letras “b”, “c", “d”, as pessoas agiram com intenção de modificar o comportamento de alguém, mas sem saber de leis ou teorias da psicologia.

O conhecimento do senso comum é intuitivo, espontâneo, de tentativas e erros. É um conhecimento importante porque sem ele a nossa vida no dia-a-dia seria muito complicada. O senso comum percorre um caminho que vai do hábito à tradição, que passa de geração para geração. Integra de um modo o conhecimento humano.

A utilização de termos como ‘rapaz complexado’, ‘mulher louca’, ‘menino hiperativo’ expressa a comunicação do senso comum acerca do comportamento humano, que muitas vezes não ocorre de maneira científica. Os termos podem até ser da psicologia científica, mas são usados sem a preocupação de definir as palavras.

Ciência é um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade obtidos por meio de metodologia científica. Quando buscamos definir, descrever e prever comportamentos estamos fazendo ciência. O cientista do comportamento (da psicologia) não fica satisfeito com conceitos generalizados e rotulados (complexado, louco, “nasceu assim”) sem compromisso e apenas baseados em ‘achismos’ e observações superficiais. Ele quer observações sistematizadas, conhecimento metodológico, experimentado, testado, comprovado.

Exemplo: ‘mulher louca’ , o que é loucura? Quais os sintomas? Que tipo de loucura?

Quando fazemos ciência, baseamo-nos na realidade cotidiana e pensamos sobre ela. Quando bem utilizada, a ciência permite que o saber seja transmitido, verificado, utilizado e desenvolvido.

B.F. Skinner, no livro Ciência e Comportamento Humano, diz que ciência é uma disposição de tratar com os fatos, de preferência, e não com o que se possa ser dito sobre eles. Aceitar os fatos, mesmo quando eles são opostos aos desejos.

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Então, por que a psicologia é ciência?

O psicólogo contribui para a produção do conhecimento científico da psicologia através da observação, descrição e análise dos processos comportamentais.

Algumas características que descrevem a psicologia como ciência são:

- Objeto específico de estudo = homem (no sentido mais amplo). Entretanto, é preciso saber que a concepção de homem que o profissional traz consigo mesmo “contamina” inevitavelmente a sua pesquisa em psicologia. - Linguagem precisa e rigorosa = não utiliza termos do senso comum sem preocupação conceitual. - Métodos e técnicas específicas = entrevistas estruturais, testes, técnicas de terapia, dentre outras, obtidas de maneiras programadas, sistemáticas e controladas, para que se permita a verificação da validade da ciência e permitindo a reprodução da experiência. - Processo cumulativo do conhecimento = Um novo conhecimento é produzido sempre a partir de algo anteriormente desenvolvido. Negam-se, reafirmam-se, descobrem-se novos aspectos, e assim a ciência avança. - Objetividade = possibilidade de verificação com o máximo de isenção de emoção possível.

Comportamento, Relações Funcionais e Meio Ambiente Comportamento: - Ações – evento público

- Pensamentos – evento privado

- Sentimentos – evento privado

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Eventos públicos (agir): - Conjunto de comportamentos visíveis desenvolvidos pelo organismo. Ex: escrever, andar, piscar, beijar.

Eventos privados (sentir e pensar): - Sentir: Emoções, Sensações, Sentimentos

- Pensar: Pensamentos, Conceitos, Fantasias, Imaginações, Raciocínio, Tomada de decisões

O Sentir:

Sensações: respostas sensoriais aos estímulos ambientais, uma percepção direta do nosso estado corporal. Ex: sentir fome, sono, sede, frio, calor. São respostas as variáveis organísmicas, químicas, como por exemplo: drogas, alimentos, medicamentos, os processos metabólicos do organismo, a química cerebral que pode levar a mudanças comportamentais.

Nossos órgãos sensoriais detectam todo o conhecimento que temos do mundo.

Ex: temos células fotoelétricas no olho. O comprimento das ondas é a mesmo que chega aos olhos de todas as pessoas, mas o que é diferente é como cada um percebe esse ver. Isso é evento interno e, portanto, subjetivo.

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Não podemos sentir o que outro sente, por isso é um comportamento privado de quem está sentindo. Nesse sentido somos solitários no mundo. Só você sente o que você sente.

Emoções: é a nossa capacidade de perceber os mais variados sentimentos. Alegria, tristeza, medo e raiva são as emoções principais. Sentimentos: vergonha, ânimo, desânimo, amor, prazer, inquietação, inadequação, humilhação, importância, satisfação e outros tantos. Ex: sentir tristeza e vazio quando está em tensão pré-menstrual.

O lado emocional está equilibrado e saudável quando apresenta a capacidade de perceber os mais variados sentimentos em conformidade com a situação vivenciada. Quando estou vivenciando uma perda, me entristeço; quando estou sendo injustiçada, me enraiveço; quando ocorre a frustração de um sonho ou de um projeto, fico desanimada; quando meu time ganha, fico alegre; se algo muito importante para mim se concretiza, exulto.

O Pensar:

Nosso pensar (fantasias, imaginações, raciocínio, etc.) estão controlados por eventos antecedentes e possuem consequências. Esses eventos estão no meio ambiente.

Meio ambiente: Não se pode entender comportamento sem um contexto, sem a descrição de eventos antecedentes e consequentes do evento descrito. Por isso os conceitos de

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comportamento e ambiente são interdependentes, um não pode ser definido sem referência ao outro. O agir, o sentir e o pensar estão em função de variáveis ambientais (meio ambiente) que são os eventos antecedentes e consequentes. O comportamento do homem interage constantemente com os estímulos que antecedem o seu comportamento, assim como o comportamento está constantemente gerando consequências no ambiente e sendo influenciado por elas.

Relação funcional: antecedentes, comportamento, consequentes

Meio ambiente (estímulos): as influências sobre o organismo que determinam o comportamento; tudo aquilo que afeta o comportamento. Um estímulo é um ‘pedaço’ do ambiente que pode ser interno ou externo ao organismo. - Os homens agem sobre o mundo, modificam-no e, por sua vez são modificados pelas consequências de sua ação (Skinner, 1978). Assim, além de conhecer o organismo e as suas interações, é necessário conhecer os diversos ambientes o qual um organismo pode se interagir. - O ambiente que o indivíduo interage pode ser analisado sob dois prismas (Todorov, 1999): - O ambiente externo, dividido em físico e social,

- O ambiente interno dividido em biológico e histórico.

O ambiente externo é alterado pelo comportamento por meio de ações mecânicas sobre ele e pelas interações do indivíduo com o social.

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O ambiente interno é formado pelos processos biológicos e as experiências passadas de cada pessoa, afinal o organismo transporta consigo os resultados de suas interações passadas.

Obs.: A psicologia às vezes é definida como a ciência que estuda o comportamento e os processos mentais. Ora, vimos que os processos mentais fazem parte do comportamento humano. Os processos mentais dizem respeito ao ‘pensar’. Assim, dizer que a psicologia estuda o comportamento e os processos mentais é uma redundância (pleonasmo) desnecessária.

O Modelo Atual Biopsicossocial do Homem X Modelo Biomédico O organismo que é objeto de estudo da psicologia é o homem, ainda que para se compreender o comportamento humano seja necessário estudar outras espécies.

As interações não são as que fazem parte do organismo (estão dentro), pois estas são estudadas pela biologia, e não são entre grupos de indivíduos, pois estes são estudados pelas ciências sociais. Entretanto, a biologia e as ciências sociais podem auxiliar estudos na área da psicologia e por isso surgiram áreas denominadas de psicofisiologia, psicobiologia, psicologia social, dentre outras.

Como já descrito, a concepção de homem que o profissional traz consigo mesmo “contamina” inevitavelmente a sua pesquisa em psicologia. Há diferentes concepções de homem em termos filosóficos. O homem pode ser visto, por exemplo, como um ser:

- puro e que foi corrompido pela sociedade (concepção de homem natural para Rousseau);

- abstrato, com características definidas e que não mudam, a despeito das condições sociais a que esteja submetido (visão determinista);

- datado, determinado pelas condições históricas e sociais que o cercam (visão histórico-social);

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- que influencia e é influenciado pelo seu meio (visão analítico-comportamental).

Conforme a definição de homem adotada, teremos uma concepção de objeto da psicologia que combine com ela.

O modelo biomédico:

O modelo biomédico baseia-se em grande parte numa visão cartesiana do mundo. Este sistema de pensamento defendeu que o mundo podia ser comparado a uma máquina, mais concretamente a um relógio, e que o conhecimento do universo passaria assim pelo “conhecimento detalhado das peças do relógio”. O que interessa seria então os fenômenos observáveis, e por assim dizer, o corpo, ficando desta forma o homem reduzido aos seus aspectos biológicos ou orgânicos, e assim a suas estruturas e processos biológicos e físico-químicos. Todos os outros aspectos são negligenciados.

Para o modelo biomédico, a doença é encarada como um defeito mecânico (avaria na máquina temporal ou permanente) localizável numa máquina física e bioquímica. Este defeito pode ser reparado por meio de meios físicos (cirurgia) ou químicos (farmacologia). A parte doente pode ser tratada isolada de todo o resto do corpo. Assim, a cura equivale à reparação da máquina.

De acordo com o modelo biomédico, uma pessoas está bem com a saúde mental quando existe ausência de doença. Essa visão reducionista biológica tem sido fortemente criticada a partir dos anos 70 do séc. XX.

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O modelo biopsicossocial: O homem moderno deve ser entendido sob um aspecto biopsicossocial. Toda história de vida deve ser analisada sob influências biológicas, psicológicas e sociais, aspectos esse que são interligados.

O homem recebe influências do seu organismo internamente (genética, vírus, bactérias, doenças congênitas, defeitos estruturais), da sua percepção própria, experiências e vivências de mundo (ações, pensamentos e sentimentos) e da sua interação com os diversos grupos (família, amigos), a sociedade e sua cultura.

Também o homem biopsicossocial recebe diferentes influências do meio ao longo de sua vida. Muitas áreas são importantes para a análise do comportamento humano, tais como: afetiva, familiar, conjugal, sexual, interpessoal (amizades), lazer, social, escolar, religiosa, trabalho, biológica (doenças), ambiente cultural, questões morais, regras sociais, costumes.

Psicólogos e Psiquiatras Psicólogos clínicos e psiquiatras muitas vezes ocupam empregos semelhantes. Ambos os profissionais podem trabalhar em campos ligados à saúde mental, diagnosticando e tratando de pessoas com problemas psicológicos leves e graves. A grande diferença entre esses especialistas deriva de sua formação.

Os psicólogos clínicos geralmente passam cerca de cinco anos na faculdade aprendendo sobre comportamento normal e anormal, diagnóstico e tratamento de vários comportamentos humanos. Após se formarem devem, por uma questão ética, se especializar e aprofundar sua formação em uma ou algumas áreas e teorias da psicologia.

Os psiquiatras, ao contrário, completam a faculdade de medicina e dela saem com um diploma de doutor em medicina. Em seguida, para se qualificarem como psiquiatras servem aproximadamente três anos como residentes em uma instituição de saúde mental, mais comumente um hospital. Aí recebem treinamento para detectar e tratar de distúrbios emocionais, utilizando medicação (farmacoterapia), cirurgia, eletroconvulsoterapia, dentre outros

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processos médicos, e às vezes métodos psicológicos. Uma vez que a formação do psiquiatra é médica, seu foco para a cura de problemas está no corpo, no orgânico, no biológico. Para eles, a causa de distúrbios comportamentais está, principalmente, em alterações bioquímicas, neurológicas, etc.

Segundo a CBO 2002 – Classificação Brasileira de Ocupações – do Ministério do Trabalho, o psiquiatra realiza consultas e atendimentos médicos, tratam pacientes com medicação, implementam ações para a promoção da saúde, coordenam programas e serviços de saúde, efetuam perícias, auditorias e sindicâncias médicas.

Além disso, o psiquiatra está apto a prescrever medicamentos ou atestados (em virtude da formação médica), algo que está fora da alçada do psicólogo. Para diversas queixas, qualquer um destes profissionais poderá ser procurado, ambos estarão aptos a fazer orientações do direcionamento do tratamento. Mas, basicamente, o médico psiquiatra deve ser procurado inicialmente quando as queixas estão vinculadas principalmente a sintomas físicos tais como:

• taquicardia, sudorese, preocupação excessiva (relacionados à ansiedade),

• perturbações no sono,

• choro recorrente, baixa autoestima, fadiga, desmotivação (relacionados a depressão),

• sentimento de vazio, pensamentos suicidas,

• alterações na alimentação (diminuição ou aumento de apetite),

• alucinações (visuais, auditivas ou olfativas),

• delírios ou labilidade emocional.

O psicólogo deve ser procurado principalmente quando as queixas estão vinculadas a problemas emocionais, como por exemplo:

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• perdas (sejam elas de um relacionamento, um ente querido ou emprego),

• traumas recentes ou do passado (assalto, sequestro, acidente, desastres naturais, violência),

• sensação de paralisia para tomada de decisões (mudança de emprego, término de relacionamento, escolha profissional),

• conflitos (familiares, relacionados a orientação sexual),

• dificuldades nos relacionamentos interpessoais (timidez, baixa autoestima). Vale ressaltar que a mente e o corpo funcionam em parceria, sendo necessário, em muitos casos, tanto o acompanhamento psicológico como psiquiátrico. Da mesma forma que o psiquiatra não substitui o psicólogo, o psicólogo não substitui o psiquiatra, havendo a necessidade de conciliar ambos os tratamentos para beneficiar tanto a saúde física como mental.

O Estudo de Animais para Entender o Homem O homem é o objeto de estudo da psicologia, mas por que estudar animais na psicologia? Apesar de existir vários experimentos psicológicos que utilizam animais, o enfoque está nos processos psicológicos básicos que acontece tanto em animais não-humanos como nos humanos. Ex. medo.

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Os animais não-humanos mais utilizados nas pesquisas psicológicas: peixinhos de aquário, baratas, vermes, caranguejos, morcegos, ratos, pombos, tatus, cães, gatos, macacos, etc.

E por que trabalhar com organismos mais simples?

1° Por uma questão ética. Muitas pesquisas não podem ser realizadas com seres humanos por razões éticas;

2° Por uma questão de praticidade. Os animais não-humanos são cooperativos, cômodos e estudados com facilidade durante longos períodos e;

3° Por uma questão de facilidade de detectar processos básicos comportamentais e mentais em animais não-humanos e transpor os achados para os animais humanos, tais como: fome, sede, sono, movimento motor.

A Subjetividade A subjetividade é a síntese singular e individual que cada um de nós vai constituindo conforme vamos nos desenvolvendo e vivenciando as experiências da vida social e cultural. A subjetividade é a maneira de sentir, pensar, fantasiar, sonhar, amar e fazer de cada um, enfim o que constitui o nosso modo de ser.

A subjetividade humana é medida em todas as suas expressões visíveis ou invisíveis, singulares (porque somos o que somos) ou coletivas (porque somos todos assim).

Cada um é dono do seu sentir e do pensar. Isso é a subjetividade. “Eu vejo que você vê, mas nunca vou saber como é o seu ver. Você tem a sua subjetividade.”

O indivíduo não nasce com a sua subjetividade. Ele a constrói aos poucos, apropriando-se do material do mundo social e cultural. Criando e transformando o mundo externo, o homem constrói e transforma a si próprio.

A subjetividade, dependendo da abordagem psicológica, também é vista como a “individualidade”. Ainda como “personalidade”, mas personalidade é um conjunto de comportamentos, que podem se

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repetir em várias pessoas. Quando falamos de individualidade estamos falando de unicidade, de comportamentos únicos naquela pessoas. Quando falamos de personalidade estamos falando de um repertório de comportamentos que uma pessoa tem e outras também, estamos falando de semelhanças, de comportamento médio emitido por um grupo de indivíduos.

Citando Guimarães Rosa em “O Grande Sertão: Veredas”:

Atribuições e Áreas de Atuação Objetivo primordial: Promover a saúde do ser humano por meio do respeito à dignidade e integridade, proporcionando condições satisfatórias de vida na sociedade. Segundo a OMS (ONU): "Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade."

O Psicólogo, dentro de suas especificidades profissionais, atua no âmbito da educação, saúde, lazer, trabalho, segurança, justiça, comunidades e comunicação com o objetivo de promover, em seu trabalho, o respeito à dignidade e integridade do ser humano.

Atribuições Profissionais: - Estuda e analisa os processos intrapessoais e relações interpessoais, possibilitando a compreensão do comportamento humano individual e de grupo, no âmbito das instituições de várias naturezas, onde quer que se deem estas relações.

- Aplica conhecimento teórico e técnico da psicologia, com o objetivo de identificar e intervir nos fatores determinantes das ações e dos sujeitos, em suas histórias pessoais, familiares e sociais, vinculando-as também a condições políticas, históricas e culturais.

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- Analisa a influência de fatores hereditários, ambientais e psicossociais sobre os sujeitos na sua dinâmica intrapsíquica e nas suas relações sociais, para orientar-se no psicodiagnóstico e atendimento psicológico;

- Promove a saúde mental na prevenção e no tratamento dos distúrbios psíquicos, atuando para favorecer um amplo desenvolvimento psicossocial;

- Elabora e aplica técnicas de exame psicológico, utilizando seu conhecimento e práticas metodológicas específicas, para conhecimento das condições do desenvolvimento da personalidade, dos processos intrapsíquicos e das relações interpessoais, efetuando ou encaminhando para atendimento apropriado, conforme a necessidade

- Formula hipóteses e à sua comprovação experimental, observando a realidade e efetivando experiências de laboratórios e de outra natureza, para obter elementos relevantes ao estudo dos processos de desenvolvimento, inteligência, aprendizagem, personalidade e outros aspectos do comportamento humano e animal.

Locais e áreas de atuação: Além da área clínica, a cada dia é observável a emergente atuação do profissional psicólogo em áreas como organizações, hospitais, escolas, tribunais de Justiça, marketing, esportes, aviação, engenharia, etc. Devido a essa ampliação e as formas diferentes de atuação exigidas, torna-se necessário cada vez mais uma atenção focalizada para os valores e princípios fundamentais ao exercício ético da profissão. Esse exercício ético tem como base filosófica conduzir o indivíduo ao bem-estar evitando ao máximo o sofrimento psíquico.

O psicólogo desempenha suas funções e tarefas profissionais individualmente e/ou em equipes multiprofissionais. Abaixo alguns locais e áreas de atuação profissional, o título do psicólogo que atua nessa área com uma breve descrição das atividades.

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A Psicologia e as Práticas Não Psicológicas A Psicologia não consegue explicar muitas coisas sobre o homem, pois é uma área da ciência relativamente nova (com pouco mais de cem anos). Além disso, sabe-se que a ciência não esgotará o que há para se conhecer, pois a realidade está em permanente movimento e novas perguntas surgem a cada dia.

Alguns dos “desconhecimentos” da Psicologia têm levado os psicólogos a buscarem respostas em outros campos do saber humano. Com isso, algumas práticas não-psicológicas têm sido associadas às práticas psicológicas, como por exemplo, o tarô, a astrologia, a quiromancia, a numerologia, entre outras práticas

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adivinhatórias/místicas. Estas não são práticas psicológicas! São outras formas de saber – de saber sobre o humano – que não podem ser confundidas com a Psicologia, pois não são construídas no campo da ciência, a partir de métodos e princípios científicos e estão em oposição aos princípios da psicologia que vê o homem não como um ser com destino pronto, mas sim como um ser que constrói seu futuro ao agir sobre o mundo e receber as influências deste mundo.

É preciso ponderar que esse campo fronteiriço entre a psicologia científica e a especulação mística deve ser tratada com o devido cuidado. Quando se trata de pessoa, psicóloga ou não, que decididamente usa do expediente das práticas místicas como forma de tirar proveito pecuniário ou de qualquer outra ordem, prejudicando terceiros, temos um caso de polícia e a punição é salutar. Portanto, não se deve misturar a psicologia com práticas adivinhatórias ou místicas que estão baseadas em pressupostos diversos e opostos ao da psicologia. Por outro lado, é preciso estar aberto para o novo, atento a novos conhecimentos que, tendo sido estudados no âmbito da ciência, podem trazer novos saberes, ou seja, novas respostas para perguntas ainda não respondidas.

Ética na Psicologia A ideia crucial da Ética na Psicologia gira em torno da questão da dinamicidade do ser humano. É uma importante consideração quando sabemos que o psicólogo deve buscar atender ao ser humano, o qual está em constante mudança sendo influenciado por épocas, culturas e meios diferentes.

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A deontologia da profissão do psicólogo considera a transitoriedade própria do homem na busca do aperfeiçoamento. Os psicólogos não podem deixar de lado essa preocupação pela atualização e desenvolvimento constante na profissão, a qual poderá promover um engajamento maior para voltar a realidade do ser humano e assim realizar o verdadeiro papel social. O ideal não é apenas saber os grandes princípios, ser um expert em psicologia, mas sim aplicar este grande saber na prática do cotidiano.

Todavia, não basta pensar de modo ético, deve-se agir. Não basta apenas pensar bem e honestamente, mas também deve-se procurar agir de modo claro e visível na sociedade. “Juntar o útil ao agradável”, sendo útil promovendo o bem-estar das pessoas de acordo com uma realidade contemporânea e agradável ajudando de maneira criativa, mas dentro de normas que não desrespeitem o cliente como ser humano.

O respeito a pessoa humana é assunto subjetivo e a partir desse enfoque cabe uma reflexão: até que ponto as singularidades de cada psicólogo são úteis e confiáveis no tratamento de cada indivíduo? Até que ponto a criatividade, liberdade e espontaneidade de cada psicólogo pode ser útil para o cliente enquanto ser humano que busca soluções para seus problemas?

A pessoa em sofrimento psíquico deposita toda sua esperança em um psicólogo. Acha que ele irá solucionar todos os seus problemas.

Cabe ao psicólogo discriminar que ninguém pode viver ao sabor de suas paixões e desejos momentâneos de onipotência. Nenhum psicólogo pode “brincar” com a vida pela qual ele está sendo responsável naquele momento. Ninguém pode viver sem regra ou

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lei. Por isso, o código de ética do psicólogo estará sendo pouco ético se não determinar normas de conduta para que, mesmo com a subjetividade de cada psicólogo, ele saiba discriminar que acima da sua ética existe a ética do homem. É esta ética que fará do psicólogo um profissional engajado social e politicamente no mundo, e não um profissional a serviço exclusivamente do indivíduo.

O código de ética dos psicólogos não deve ser visto como uma prisão de condutas a serem seguidas, mas como um caminho para a boa conduta tentando minimizar o conflito entre os valores pessoais de cada psicólogo e o verdadeiro agir enquanto psicólogo.

Hoje, mais do que nunca, a atitude dos profissionais em relação às questões éticas pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso de suas carreiras. Basta um deslize e a imagem do profissional pode ganhar, no mercado, a mancha vermelha do demérito.

Ser ético é mais que agir corretamente, proceder bem, sem prejudicar os outros. É ser altruísta, é estar tranquilo com a consciência pessoal. Ser ético é também, agir de acordo com os valores morais de uma determinada sociedade. Essas regras morais são resultado da própria cultura de uma comunidade. Elas variam de acordo com o tempo e espaço. Ser ético é ter coragem para assumir as decisões adequadas, mesmo que seja preciso ir contra a opinião da maioria. Ser tolerante e flexível, íntegro e humilde a fim de sempre ouvir o outro.

Se o comportamento ético fosse simplesmente seguir as regras, poder-se-ia programar um computador para ser correto. A ética gera questões extremamente delicadas e, na maioria das vezes, de foro íntimo. Não existe uma receita universal, pronta e completamente eficaz para resolvê-las. A decisão sempre varia de pessoa para pessoa, de consciência para consciência, por isso cabe ao psicólogo medir quais são seus limites éticos dentro de sua profissão e avaliar os riscos de cada decisão que tomar.

Muitos são os desafios do profissional de psicologia em seus vários campos de atuação, mas sempre deve estar focada no indivíduo em sua forma completa e complexa. O papel do psicólogo não é apenas tratar problemas ou tentar resolver todas as situações da vida de uma pessoa, mas sim criar condições para prevenir o

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aparecimento de sofrimentos psíquicos bem como fornece possibilidades para a mudança de comportamentos.

O respeito ao indivíduo está bem contemplado no Código de Ética do Psicólogo em vários de seus artigos entre eles os que citam a importância de exercer o seu trabalho baseados nos fundamentos científicos eximindo-se do uso de práticas não comprovadas empiricamente e as citações sobre a questão do sigilo profissional.

O princípio fundamental para o começo de uma atuação profissional é a reflexão de que os psicólogos do Brasil pertencem a um país que já foi subdesenvolvido, mas que hoje procura fazer parte dos países emergentes. O psicólogo deve se inserir no contexto brasileiro o qual é diferente dos outros países. O Brasil tem um quadro de violência sob todas as formas, mortalidade infantil, desnutrição, baixo nível de escolaridade, péssimas condições habitacionais, elevado grau de endividamento, aviltamento monetário, desarticulação social, corrupção, amplo processo de prostituição de todos os tipos, inclusive infantil, falta de solidariedade nacional, vandalismo, falta de confiança no futuro. A quase totalidade da população vive na miséria, mas a pobreza não é um fenômeno novo, apenas agora está fabricada, como consequência das decisões de modernização. A desigualdade social deriva das decisões econômicas para viabilizar a modernização criando assim “abismos” sociais maiores entre as classes. O “ter” está se sobressaindo em relação ao “ser”. É importante esta análise se compararmos aos países desenvolvidos que já superaram alguns problemas sociais básicos e podem atualmente se dedicar mais ao “estudo da alma”. Estamos atrasados! Como tratar do emocional de uma pessoa se suas necessidades básicas não estão sendo sanadas?

A Psicologia é um trabalho muito sutil de extrema responsabilidade e na qual, a atuação do profissional pode construir ou destruir uma pessoa pois, o psicólogo lida com aspectos como a autoestima das pessoas, suas frustrações e conflitos, bem como fatos alegres, histórias do cotidiano e dados da vida individual, podendo atuar adequada e inadequadamente utilizando-se da condição de poder reformular os conceitos sobre a vida do indivíduo.

Enfim, a partir de uma reflexão filosófica e simplista feita sobre a atuação do psicólogo de uma maneira ética como profissional, constata-se que em quaisquer campo de trabalho, este profissional

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deve voltar-se para a melhoria da vida do indivíduo em sua subjetividade promovendo o seu bem-estar.

Pesquisa: Qual é a Visão das Pessoas sobre a Psicologia?

Recentemente, uma pesquisa rápida feita nas redes sociais, procurou trazer um pouco da visão sobre os psicólogos e a psicoterapia na visão de quem não é estudante de psicologia ou psicólogo. O questionário foi feito sem levar em consideração uma metodologia científica, ou seja, foi feito no objetivo de levantar visões para debater a maneira como a psicologia é vista pelas pessoas que não sejam da área.

O questionário continha perguntas quantitativas sobre dados demográficos dos participantes e duas perguntas qualitativas e dissertativas: “o que faz um psicólogo?” e “o que é psicoterapia?”, permitindo que respostas fossem livres e variadas (e muito difíceis de mensurar!). O questionário foi colocado em alguns grupos no Facebook, além de ter sido compartilhado nos perfis pessoais de algumas pessoas.

Foram 315 respostas analisadas no total. O questionário foi compartilhado no perfil do Facebook de alguns psicólogos, o que pode fazer com que as respostas sejam mais próximas da realidade da profissão, pois, essas pessoas possuem,

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minimamente, um contato maior com a profissão. O questionário também foi colocado em alguns grupos aleatórios do Facebook.

Sobre o resultados demográficos: 78% das respostas foram dadas por mulheres, 82% possuíam ao menos o Ensino Superior Incompleto (21% possuíam pós-graduação completa), 51% faziam ou já fizeram psicoterapia, 26% acreditam que psicoterapia é caro e 78% residia no Sudeste do país.

Vamos às perguntas com suas respostas recebidas:

1ª Pergunta: “Na sua visão, o que faz um psicólogo?” Uma grande maioria respondeu, das mais diversas maneiras, que psicólogos ajudam na resolução de problemas e conflitos. Outra resposta que apareceu com bastante frequência foi em relação ao autoconhecimento, e que leva respostas a situações problemáticas. Em menor quantidade, houve respostas dos possíveis resultados de uma ajuda psicológica, como equilíbrio, mostra uma diferente perspectiva das coisas e melhora da qualidade de vida. Apareceram poucas respostas em relação a distúrbios e transtornos psiquiátricos. Outras coisas que foram respondidas e que chama a atenção:

– Salva vidas

– Ajuda a resolver problemas de caráter;

– Medica;

– Aconselha;

– Ouve (várias respostas com apenas isso!);

– Amiga que você paga para te ouvir e te acalmar;

– Cura;

– Tenta compreender;

– Avalia;

– Estuda o comportamento e o psicológico;

–“Inverdades (…) pragmatismo técnico infundado;

– Bater papo;

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– Críticas como “Opera um conluio de inverdades. Um fazer com pragmatismo técnico infundado”, “Torra dinheiro dos outros e para piorar influencia negativamente principalmente adolescentes” e “Poucos são profissionais de verdade e eu até agora não encontrei nenhum, apenas tenho fé de que existem”;

– Uma crítica sobre psicólogos que não possuem objetivos, prazos e não se atualizam;

– Referências psicanalíticas como “ajuda a externar sentimentos castradores”.

2ª Pergunta: “Na sua visão, para que serve a psicoterapia?” Muitas pessoas responderam que não sabem o que é psicoterapia; alguns consideraram que já tinham respondido na pergunta anterior; apareceram mais respostas relacionadas a distúrbios e uma grande maioria dissertou sobre ser o profissional que ajuda no autoconhecimento e resolução de problemas. A resposta “bater papo” e “salvar vidas” se repetiram, além de ter aparecido que psicoterapia é “o mesmo que uma boa dose de whisky”, “para nada” e “para ganhar dinheiro”.

Acreditava-se que haveria muito mais respostas sobre tratamento de transtornos psiquiátricos.. Apesar disso, boa parte das respostas foi referente a algum tipo de ajuda frente à resolução de um problema. Dessa maneira, pode-se referir que a psicologia ainda carrega o caráter de “apagar incêndio” e a clínica, o que demonstra que, de alguma forma, a profissão ainda está atrelada a doença. Isso demonstra a necessidade de algum tipo de divulgação de que o psicólogo pode atuar em frente à promoção de saúde de uma maneira profilática. E além disso, a possibilidade do psicólogo se inserir em praticamente todos os contextos além da clínica.

Apesar de ter aparecido bastante, o termo ajuda, por si só, é bastante vago. Como o psicólogo pode ajudar? Quais os benefícios que as pessoas podem obter? O que vem a ter autoconhecimento e aprender a lidar com suas emoções?

É interessante as respostas que falam sobre opinar e aconselhar, ainda paira no senso comum a ideia de que psicólogos irão dar alguma resposta pronta. Também há a forte expectativa de cura, de salvar vidas e até de sanar problemas de caráter (e o que vem a ser isso, exatamente?). Dessa maneira, muitas pessoas podem

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ter essa fantasia e se frustrar diante de um profissional que lhe lança muitas perguntas, e poucas respostas.

É bastante pertinente como apareceram respostas em que houve “reclamação” e falta de reconhecimento sobre a psicologia. É um profissional para bate-papo, ciência pautada em inverdades, “amiga que você paga para te ouvir”, “como uma boa dose de whisky”, “não serve para nada”, “serve para torrar dinheiro”; foram algumas das coisas que surgiram.

A amostra foi, em sua maioria, respondida por pessoas que estavam, pelo menos, cursando o Ensino Superior. É preocupante que as pessoas que mais possuem informação no país possuam essa visão sobre a psicologia. Para essa amostra, o psicólogo pode não estar sendo associado, necessariamente, com tratamento da loucura, mas ainda se tem uma ideia pautada em resolver problemas e psicologia clínica, que é de fato muito inacessível para muita gente. Apesar de a amostra ser de uma classe mais alta, 26% consideram muito caro. É caro por que vai pesar no bolso no fim do mês ou por que é algo em que não merece ser gasto o suado dinheiro? Além disso, as pessoas possuem uma ideia muito confusa sobre o que necessariamente esse profissional pode fazer. Os próprios psicólogos, muitas vezes, não sabem responder o que fazem, de uma maneira mais didática e entendível para a sociedade. Torna-se um conhecimento muito intelectualizado e elitizado.

O objetivo dessa pesquisa não foi ser um estudo acadêmico, até porque os dados deveriam levar em conta uma amostra com estudos estatísticos, com um “n” maior de participantes, e com grupos bastante específicos, dado a pluralidade – e desigualdade – do Brasil.

Não se tratou tampouco de respostas certas ou erradas. A ideia do questionário foi recolher, de maneira bastante simplificada, alguns dados sobre como as pessoas enxergam o psicólogo e a psicoterapia. Não é culpa das pessoas se elas riem, colocam uma grande expectativa ou possuem uma ideia rasa sobre a área. A culpa muitas vezes é dos próprios profissionais! É preciso repensar estratégias, tanto no nível micro e macro, de acesso à informação quanto as diversas possibilidades de atuação e benefícios que as pessoas poderiam obter com a psicologia. Demanda não falta, há pessoas que precisam dos profissionais da área e vice-versa, mas

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elas não sabem que precisam disso, e, dessa forma, não se consegue alcança-las.

Fonte Adaptada: http://www.psicocast.com.br/qual-a-visao-da-psicologia-pelas-pessoas/23/

Introdução à Psicanálise

Afinal, o que é psicanálise? Psicanálise é uma teoria da mente humana e uma prática terapêutica. Foi fundada por Sigmund Freud entre 1885 e 1939 e continua sendo desenvolvida por psicanalistas ao redor do mundo. A psicanálise tem quatro áreas principais de aplicação: 1) como uma teoria de como a mente trabalha;

2) como um método de tratamento para problemas psíquicos;

3) como um método de pesquisa, e;

4) como uma forma de observar os fenômenos culturais e sociais, como a literatura, arte, cinema, performances, política e grupos.

Para que é o tratamento psicanalítico? A psicanálise e a psicoterapia psicanalítica são para aqueles que se sentem aprisionados em problemas psíquicos recorrentes que impedem seu potencial para experimentar felicidade com seus parceiros, famílias e amigos assim como sucesso e satisfação em seu trabalho e tarefas normais da vida diária.

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Ansiedades, inibições e depressões frequentemente são sinais de conflitos internos. Estes levam a dificuldades nos relacionamentos e, quando não tratados, podem ter um impacto considerável nas escolhas pessoais e profissionais. As raízes destes problemas frequentemente são mais profundas do que a consciência pode alcançar, que é o motivo porque não podem ser resolvidos sem psicoterapia.

É com a ajuda de um analista capacitado que o paciente pode obter novos conhecimentos (insights) sobre as partes inconscientes destes distúrbios. Conversar com um psicanalista em uma atmosfera segura levará o paciente a tornar-se cada vez mais consciente de partes de seu mundo interno previamente desconhecido (pensamentos e sentimentos, memórias e sonhos), aliviando dessa maneira a dor psíquica, promovendo o desenvolvimento da personalidade e oferecendo uma autoconsciência que fortalecerá a confiança do paciente para perseguir seus objetivos na vida. Estes efeitos positivos da psicanálise deverão durar e levar a novos desenvolvimentos mesmo após a análise ter terminado.

Descobertas e Inovações de Freud

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Freud, trabalhando com pacientes histéricas, compreendeu que os sintomas dos quais elas sofriam representavam de forma concreta um significado que era simultaneamente escondido e revelado. Com o decorrer do tempo ele aprendeu que todos os sintomas neuróticos eram mensageiros que carregavam - ainda que inconscientemente - conteúdos psíquicos reprimidos. Isto o levou a desenvolver sua “cura pela fala”(“talking cure”), que revolucionou a interação entre paciente e terapeuta. Freud via seus pacientes seis vezes por semana, ouvindo e respondendo ao que eles lhe diziam enquanto estavam deitados em um divã. Convidados a falar qualquer coisa que passasse em suas mentes, os pacientes ofereciam a Freud livre associações que os levavam de volta a experiências infantis reprimidas, desejos e fantasias que haviam resultado em conflitos inconscientes; uma vez trazidos à consciência, esses conflitos poderiam ser analisados e os sintomas, então, dissolvidos. Este procedimento tornou-se não apenas um potente método de tratamento, mas também uma ferramenta eficiente para o estudo do psiquismo humano, levando ao desenvolvimento de uma teoria psicanalítica cada vez mais sofisticada a respeito da forma como a mente funciona e, nos anos recentes, aos estudos comparativos conjuntos com o novo campo da neuropsicanálise. As descobertas iniciais de Freud levaram-no a novos conceitos revolucionários:

O inconsciente: a vida psíquica vai além do que estamos conscientes, também além do que é pré-consciente no sentido daquilo que podemos tomar consciência na medida em que o possamos pensar. Uma parte importante de nossa mente é inconsciente, e esta parte é acessível apenas com psicanálise. Experiências infantis iniciais são um amálgama de fantasia e realidade; elas são caracterizadas por desejos apaixonados, impulsos indomados, e ansiedades infantis. Por exemplo, a fome estimula um desejo de engolir tudo, e também o medo de ser engolido pelos demais; o desejo de estar no controle e independente é ligado ao temor de ser manipulado ou abandonado; o separar-se de um cuidador importante pode levar a permanecer desprotegido, desamparado e sozinho; amar um dos pais pode oferecer o risco de perder o amor do outro. Assim, desejos e medos iniciais

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resultam em conflitos que, na medida em que não podem ser resolvidos, são reprimidos e tornam-se inconscientes. Desenvolvimento psicossexual: Freud reconheceu que a maturação progressiva das funções corporais centrada nas zonas erógenas (boca, ânus e genitais) ocorre junto com prazeres e temores experimentados na relação com os objetos cuidadores, e estes estruturam o desenvolvimento da mente da criança. O complexo de Édipo é o complexo nuclear de todas as neuroses. Uma criança na idade de quatro a seis anos torna-se consciente da natureza sexual da relação de seus pais, da qual ela está excluída. Surgem sentimentos de ciúmes e rivalidade que tem que ser resolvidos, junto a questões de quem é homem e quem é mulher, quem pode amar e casar com quem, como são feitos e nascem os bebês, e o que uma criança pode ou não fazer, comparada com um adulto. A resolução dessas questões desafiadoras moldará o caráter da mente adulta e o Superego (ver abaixo em o Ego, o Id e o Superego). Repressão é a força que mantém inconscientes fantasias perigosas relacionadas a partes não resolvidas de conflitos infantis. Sonhos são satisfações de desejos. Frequentemente eles expressam a satisfação de desejos ou fantasias sexuais infantis. Uma vez que aparecem disfarçados (como cenas absurdas, estranhas ou incoerentes) eles requerem análise para revelar seus significados inconscientes. Freud chamou a interpretação dos sonhos o caminho real para o inconsciente. Transferência é a tendência ubíqua da mente humana a ver e identificar novas situações dentro dos moldes das experiências iniciais. Em psicanálise a transferência ocorre quando um paciente vê o analista como uma figura parental, com quem ele pode reexperimentar os principais conflitos ou traumas infantis como se dentro da relação pais-filho original. Associação livre descreve o surgimento de pensamentos, sentimentos e fantasias quando elas não estão inibidas pelas restrições do medo, culpa e vergonha (ver abaixo em O Núcleo do Método Psicanalítico e o Setting)

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O Ego, o Id e o Superego: - O Ego é o principal lugar da consciência, o agente da mente que exerce as repressões e integra e consolida vários impulsos e tendências antes que elas sejam postas em ação. - O Id é a parte inconsciente da mente, o lugar dos traços de memória reprimidos e incognoscíveis da mente inicial. - O Superego é o guia e consciência da mente, um detentor das proibições a aderir, e ideais a perseguir.

Principais Descobertas e Acréscimos à Teoria Psicanalítica desde Freud Freudianos clássicos e contemporâneos Sigmund Freud (1856-1939) criou um modelo da mente com poucas hipóteses básicas: a vida psíquica é ativada pela energia de dois impulsos primitivos (em sua primeira teoria dos impulsos o sexual e o de autopreservação; em sua segunda teoria dos impulsos, o de vida e o de morte, ou sexualidade e agressão). Estes impulsos representam demandas do corpo na mente e tornam-se conhecidos mediante desejos e necessidades que procuram pelo objeto específico para alcançar satisfação. Os traços de memória destas interações (incluindo as representações de objetos e relações importantes) estruturam toda a mente, construindo formações cada vez mais complexas, que são por fim divididas em três seções principais.

Em seu primeiro modelo topográfico Freud denominou os sistemas: Inconsciente, Pré-consciente e Consciente; em seu segundo modelo estrutural ele referiu Ego, Id e Superego.

As estruturas da mente regulam as energias dos impulsos de acordo (homeostático) com o princípio do prazer. Metapsicologia é a teoria da mente que expressa funções psíquicas considerando seus aspectos dinâmico (impulsos), econômico (energias) e tópico (estrutural).

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Sándor Ferenczi (1873-1933) e a escola de psicanálise de Budapeste ressaltaram a importância de considerar e reconhecer traumas reais na infância, os específicos da relação inicial da mãe com o bebê, e os da “confusão de línguas” (uma confusão entre a ligação afetiva da criança e as necessidades sexuais do adulto), que impacta severamente no desenvolvimento psíquico e na psicopatologia posterior. Ferenczi enfocou nos mútuos processos intersubjetivos entre o paciente e o analista, e no papel primoroso da honestidade e trabalho interno do analista (autoanálise) no encontro analítico. Mais recentemente seu trabalho tem sido reavaliado e tornou-se um novo foco na psicanálise na França assim como na Escola Relacional (ver Psicanálise Francesa e “Psicanálise Relacional”, abaixo).

Psicologia do Ego. Anna Freud (1895-1982), Heinz Hartmann (1884-1970) e outros, focaram sua atenção no trabalho do ego consciente e inconsciente, seu papel particular nas defesas inconscientes e seu efeito inibitório nos processos psíquicos.

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Hartmann postulou uma área do ego livre de conflito, que desempenha importantes tarefas como consciência (awareness), controle motor, pensamento lógico, discurso, percepção sensorial e teste da realidade - todas essas, funções vitais que, secundariamente, podem ser envolvidas no conflito neurótico. Ao analisar sistematicamente as defesas do paciente, a psicanálise objetiva fortalecer o ego no sentido de aumentar o controle de impulsos, a resolução do conflito e a capacidade de tolerar a frustração e afetos dolorosos. Hartmann adicionou aos quatro pontos de vista metapsicológicos Freudianos, os aspectos genético e o adaptativo.

Kleinianos clássicos e contemporâneos. Melanie Klein (1882-1960) conceituou a infância como começando com impulsos primitivos experimentados dentro de relações objetais. A pulsão de morte dirigida para o interior é experimentada como uma força que ataca despertando ansiedades persecutórias e o medo de aniquilamento, que é localizado (projetado) fora do self e leva a impulsos destrutivos em direção ao objeto frustrador (seio mau), seguido pelo temor de retaliação. Em contraposição, o objeto que satisfaz (seio bom) é idealizado e de forma protetora excindido (split off) do mau objeto. Esta primeira fase é chamada posição esquizo-paranóide, “PS”, caracterizada por splitting, negação, onipotência e idealização, assim como projeção e introjeção. A capacidade crescente do ego para integração levará a ansiedades depressivas de que os impulsos destrutivos tenham danificado o objeto/seio

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bom e despertam o desejo por reparação. Esta segunda fase é chamada de posição depressiva, “D”. Kleinianos contemporâneos reconheceram que estas fases não estão limitadas à infância mas formam uma dinâmica contínua dentro da mente, a alternância PS⇔D.

O ramo Bioniano da escola kleiniana. Wilfred Bion (1897-1979), relacionado com e partindo de Freud e Klein desenvolveu uma nova linguagem para sua teoria do pensar. Ele introduziu a ideia de que a mente do bebê inicialmente experimenta um ataque violento de impressões sensoriais e emoções cruas, chamadas elementos beta, que não portam significado e necessitam ser evacuadas. É essencial que o objeto cuidador (continente) aceite estes elementos beta (conteúdos), os metabolize e transforme em elementos alfa, e os devolva para o bebê como tais. A mente do bebê os introjeta junto com a função alfa transformadora, assim construindo sua própria função alfa, um aparelho capaz de simbolizar, memorizar, sonhar e pensar pensamentos; isto também desenvolve os conceitos de tempo e espaço e permite a discriminação entre o consciente e o inconsciente. Distúrbios psíquicos estão relacionados a perturbações nestas funções básicas deste aparelho para pensar.

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O ramo de Winnicott da Teoria das Relações de Objeto. Donald Winnicott (18961971) delineou a forma como o ambiente de holding de uma mãe suficientemente boa capacitará a mente do bebê a criar representações de si e do outro. No espaço intermediário entre a mãe e o bebê a criança encontra e cria o que ele chama um objeto transicional (cheirinho) que é e não é a mãe. É este espaço intermediário ou potencial entre a realidade interna subjetivamente criada e a realidade externa objetivamente percebida que permanecerá disponível como um espaço interno para experienciar vida, criar novas ideias, imagens, fantasias e arte, e formar as muitas apresentações da cultura. Se a mãe pode responder empaticamente ao gesto espontâneo do bebê, esse construirá a representação de um verdadeiro self com capacidade para brincar e ser criativo. Entretanto, se a mãe continuamente traduz mal os gestos do bebê de acordo com as necessidades dela, o verdadeiro self da criança permanecerá escondido sob o escudo de um falso self que é criado para sobreviver e pode levar, mais tarde na vida, a um sentimento de não ser capaz de ser verdadeiro.

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Psicanálise Francesa tem-se desenvolvido delineada a partir de e em disputa com Jacques Lacan (1901-81) e suas ideias (o significado da linguagem, o phallus, desejo e o outro, e seus conceitos do imaginário, do simbólico e o [inacessível] real). Seu chamamento por um retorno a Freud iniciou um sério debate e elaboração dos conceitos nucleares de Freud e, finalmente, estabeleceu o papel primordial da metapsicologia Freudiana na compreensão da psique humana. Isto, por sua vez, foi particularmente frutífero no avanço de uma nova concepção da teoria da sedução, a ênfase nas pulsões de vida e de morte e a teoria do narcisismo em suas várias apresentações. O reconhecimento da importância da teoria dos impulsos, pressionou por uma ênfase na sexualidade, subjetividade, a linguagem do desejo e a função estrutural do Complexo de Édipo, em particular a respeito da posição do terceiro e terceira idade. Isto, então, levou à ideia de um processo terciário, em que os processos inconscientes (primários) e conscientes (secundários) coexistem e são criativamente combinados.

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Psicologia do Self foi fundada nos Estados Unidos por Heinz Kohut (1913-81), que enfocou no sentido de self do indivíduo, em particular considerando o desenvolvimento e regulação do narcisismo. Ele salientou o papel necessário dos pais cuidadores (e posteriormente do analista) para espelhar de forma empática os estados do self da criança e permitir a idealização de transferências alter-ego/gemelares, assim dando suporte à criança (o paciente posteriormente) como um self-objeto, até que essa tenha internalizado suas funções reguladoras. Com o passar do tempo, Kohut veio a rejeitar o modelo estrutural de Ego, Id e Superego, assim como a teoria dos impulsos propostos por Freud, e sugeriu em lugar destes o seu modelo de self tripartido.

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Psicanálise Relacional, fundada por Steven Mitchell (1946-2000) nos Estados Unidos, rejeita a biologicamente enraizada teoria dos impulsos de Freud, sugerindo em seu lugar uma teoria do conflito relacional, que combina interações reais, internalizadas e imaginadas com outros significativos. A personalidade deriva de e é construída a partir de estruturas que refletem interações aprendidas e expectativas com os cuidadores primários. Uma vez que a motivação primária do indivíduo é estar em relacionamentos com outros, ele tenderá a recriar e encenar estes padrões relacionais através da vida. A Psicanálise, então, consiste em explorar estes padrões e confrontá-los com o que é espontaneamente e autenticamente co-criado no setting psicanalítico entre analista e paciente.

O Núcleo do Método Psicanalítico e o Setting

Método. A Psicanálise é a cura pela fala, baseada no método da livre associação. Em sua regra fundamental o paciente é convidado a dizer qualquer coisa que venha a sua mente, sem restrições do tipo considerações de contexto, decência, sentimentos de vergonha ou culpa e outras objeções. Ao aderir a esta regra os processos de pensamento do paciente farão ligações

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surpreendentes, revelarão conexões conscientemente indisponíveis com desejos e defesas, e levarão às raízes inconscientes de conflitos até então não resolvidos que moldam as situações transferenciais. Ouvindo estas associações, os analistas irão entregar-se a um processo mental similar chamado atenção livremente flutuante, pelo qual seguirão as comunicações do paciente assim como perceberão - as vezes como se em um sonhar acordado - suas próprias associações que emergirão na contratransferência. A integração destas várias espécies de informação é um trabalho principalmente interno para o analista moldar uma visão das situações transferênciais-contratransferenciais que finalmente se agrupam em uma gestalt emergente (uma fantasia inconsciente), que pode ser experimentada por ambos, analista e paciente.

Com o auxílio das intervenções do analista - frequentemente interpretações transferenciais do que transpira no aqui e agora da sessão - uma nova compreensão do sofrimento do paciente emergirá. A aplicação repetida destes novos insights em muitas situações similares, nas quais o mesmo tipo de conflito surge, é o processo de elaboração, que torna o paciente cada vez mais capaz de reconhecer os processos de pensamento que movimentam seus conflitos. Resolver estes conflitos e colocá-los em perspectiva, ou em repouso liberará a mente do paciente de velhas inibições e abrirá espaço para novas escolhas.

Setting. O método descrito acima é melhor aplicado no setting clássico: o paciente está confortavelmente deitado no divã, dizendo o que lhe vier à mente, sem ser distraído por ver o analista, que usualmente está sentado atrás do divã. Isto permite, a ambos parceiros do empreendimento analítico, ouvir e refletir completamente acerca do que transpira na sessão: o paciente se sentirá imerso em seu mundo interno, reviverá memórias, revisitará experiências importantes, falará acerca dos sonhos e criará fantasias, tudo isto que, fazendo parte da jornada analítica, lançará novas luzes na vida, história e elaborações da mente do paciente.

A sessão de análise comumente dura de 45 a 50 minutos. Com o objetivo de continuamente aprofundar o processo analítico, as sessões de psicanálise preferentemente ocorrem em três, quatro ou cinco dias por semana. Uma menor frequência de sessões

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semanais ou o uso da poltrona em lugar do divã poderão às vezes ser necessários. Todos os acordos acerca do setting (incluindo os horários, o valor da sessão e a política de cancelamentos) serão contratados por ambos, paciente e analista, e terão que ser renegociados se mudanças forem necessárias. A duração de uma análise é difícil de predizer; uma média de três a cinco anos pode ser esperada, embora qualquer caso individual possa necessitar de mais ou de menos tempo para o encerramento. Paciente e analista são, contudo, livres para a qualquer momento decidir interromper ou terminar a análise.

Diferentes Métodos de Tratamento Psicanalítico A Psicanálise é aplicada de várias maneiras. O tratamento psicanalítico clássico (ver lição anterior) foi desenhado para melhor acomodar as capacidades de um paciente adulto neurótico que está razoavelmente bem adaptado às demandas da vida e trabalho. Entretanto, tratamento psicanalítico de alta frequência também é utilizado para uma gama maior de psicopatologias (escopo ampliado), como por exemplo, transtornos de personalidade borderline e narcisista severa.

Psicoterapia psicanalítica ou psicodinâmica com adultos é usualmente utilizada com frequência menor (uma ou duas sessões por semana) e em uma disposição sentada, face a face. Frequentemente seus objetivos são mais focados na resolução de um tipo particular de problema (por ex., dificuldades nos relacionamentos ou no trabalho), depressão ou transtornos de ansiedade. Embora transferências e contratransferências ocorram, como na psicanálise, elas frequentemente ficam no background e

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permanecem não interpretadas, dando espaço para dirigir-se a e resolver mais diretamente os problemas da vida do paciente. Algumas vezes, ambos participantes em uma psicoterapia psicanalítica decidem aprofundar seu trabalho, em um momento posterior do tratamento, e embarcam em psicanálise de alta frequência. Crianças (da infância em diante) e adolescentes podem experimentar problemas duradouros (depressão, ansiedade, insônia, agressão extrema e crueldade, pensamento obsessivo, comportamento compulsivo, dificuldades de aprendizado, distúrbios alimentares, etc.) que podem pôr em perigo seu desenvolvimento psíquico e causar preocupações em seus pais, professores e amigos. Para eles, têm sido desenvolvidos métodos de tratamento psicanalítico modificados de acordo com a idade (incluindo brincar com bonecos, brinquedos, e desenhar) que permitem à criança ou adolescente expressar o que os está incomodando. Analistas de crianças são especialistas em perceber as porções inconscientes das comunicações de seus pacientes e responder a elas de forma apropriada, assim ajudando a criança a resolver conflitos e problemas emocionais que repousam sob seus sintomas manifestos e interferem com seu posterior desenvolvimento emocional. Psicodrama psicanalítico foi desenvolvido (principalmente nos EUA e na França) para pacientes com inibições massivas, que precisam suporte para representar, expressar e elaborar suas dificuldades no sentido de estruturar seu mundo interno. O setting inclui um líder ou diretor da representação, que auxilia o paciente a sugerir, entrar e desenvolver uma cena (por ex., uma lembrança, um sentimento, uma situação ocorrida), que é o material para o trabalho terapêutico. O paciente encena com vários co-terapeutas ou atores que assumem papéis atribuídos a eles pelo paciente. A função dos co-terapeutas é compreender empaticamente estes papéis como partes do paciente (por ex., diferentes lados de um conflito) ou seus objetos significativos, e traduzir o significado latente destes papéis representando seus processos (principalmente defensivos) inconscientes subjacentes. O líder da peça pode interromper e interpretar a cena em qualquer ponto. A peça permite o desdobramento de questões anteriormente difíceis para o paciente e facilita sua integração e internalização. O objetivo

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é desenvolver o insight do paciente em sua vida interna (pensamentos, sentimentos, fantasias, sonhos e conflitos), e estimular sua ativação, assim expandindo o espaço (teatro interno) psíquico (intermediário), em que seus vários componentes podem ser considerados e compreendidos. Psicoterapia psicanalítica de Casais e Família aplica os insights da psicanálise para a dinâmica encontrada entre os parceiros de casais e famílias, que estão presos em conflitos recorrentes. Com o auxílio de um psicanalista, aspectos de posições e transferências incompatíveis, projeções mútuas, e as encenações repetidas de fantasias inconscientes, podem ser interpretadas e analisadas, considerando as ideias inconscientes que prevalecem a respeito do que o casamento e a vida familiar pode ou deve significar, assim aliviando tensões e abrindo caminhos para novas escolhas autodeterminadas. Grupos psicanalíticos (usualmente com 6 a 9 membros) utilizam-se da tendência universal que encontros não estruturados de indivíduos em pequenos ou grandes grupos, sem uma tarefa definida, têm de experimentar regressões a níveis primitivos de funcionamento psíquico, p. ex., dependência e submissão de um líder idealizado ou frustrador, reações agressivas de luta-fuga, pareamentos e cisões em subgrupos, assim como defesas contra esses processos. Enquanto alguns grupos focam na participação e interação individual, no aqui e agora da dinâmica de grupo, outros se dirigem aos processos globais do grupo e à cultura particular que emerge através das discussões livremente-flutuantes (equivalente da livre associação). O trabalho de grupo psicanalítico pode servir a vários propósitos: há grupos psicoterapêuticos, grupos que estimulam o desenvolvimento pessoal, grupos de discussão clínica para médicos (Grupos Balint, Conferências-Tavistock), assim como grupos que encorajam autorreflexão e resolução de problemas em organizações maiores.

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Formação Psicanalítica O treinamento para tornar-se psicanalista é regulado pela Associação Psicanalítica Internacional (IPA) e suas organizações constituintes. Em muitos países qualquer um com as capacidades e experiência necessárias pode praticar para ser um psicanalista, embora em alguns países a prática é limitada a profissionais licenciados tais como médicos, psicólogos e assistentes sociais. Há três modelos diferentes de formação (chamados o modelo Eitington, o Francês e o Uruguaio), todos requerendo análise pessoal do candidato, a frequência a seminários clínicos, teóricos e técnicos, e a supervisão do trabalho do candidato. A formação psicanalítica dura uma média de cinco a dez anos e termina com a graduação ou a aceitação como associado.

Pesquisa em Psicanálise

Freud descobriu que o melhor método para aprender como a mente humana trabalha é estudar cuidadosamente a sequência de suas expressões, a saber, pensamentos e sentimentos, sonhos e fantasias, como eles surgem em contextos particulares. O método da livre associação provou ser uma ferramenta central da pesquisa psicanalítica. Um paciente que permite ao analista (de forma tão irrestrita quanto possível) traçar o surgimento de suas ideias exporá sua versão individualmente moldada dos princípios gerais

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do trabalho da mente - por exemplo, impulsos e desejos que provocam medos, esses últimos estimulando defesas contra os primeiros; a interpretação idiossincrática das percepções presentes sob a influência de conflitos inconscientes não resolvidos do passado; ou formas de manejar fantasias e sentimentos com objetivo de manter uma sensação básica de segurança e balanço interno. Desta maneira, a compreensão da mente humana individual trabalhando é simultaneamente o método de cura assim como o método de pesquisa psicanalítica.

A pesquisa em psicanálise, seguindo o caminho descrito acima, tem através de muitos anos desenvolvido novos insights a respeito do funcionamento mental articulado nas várias linhas e escolas de psicanálise. Além disso, a pesquisa científica tem estabelecido e obtido sucesso em mostrar através de estudos comparativos, de longo prazo e follow-up a eficácia da Psicanálise e Psicoterapia Psicanalítica. Vários elementos da cura, como o estilo das intervenções, a frequência das sessões, a relação paciente e analista/terapeuta, ou a aplicabilidade do tratamento psicanalítico para diferentes tipos de patologias mentais tem sido cientificamente estudado, levando a modificações e ajustes nos planos de tratamento, assim como (em alguns locais) à aceitação de formas de tratamento psicanalítico para reembolso por planos de saúde. Também incursões têm sido feitas em projetos que objetivam compreender a interação e interdependência da mente e do funcionamento mental.

A IPA apoia pesquisa em psicanálise treinando psicanalistas em métodos de pesquisa básica, construindo bases de dados sobre achados de pesquisas, iniciando grupos de trabalho (working parties) e grupos de discussão, concedendo prêmios a propostas de pesquisa sobre uma ampla gama de tópicos clínicos, experimentais e conceituais, assim como estimula ao redor do mundo a conexão com universidades e instituições de pesquisa.

Psicanálise Aplicada Freud reconheceu que a compreensão psicanalítica da mente também oferece uma compreensão mais profunda da cultura e sociedade. As mais famosas são suas análises de Oedipus Rex de Sófocles e Hamlet de Shakespeare. Ele analisou trabalhos de

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literatura e arte, comportamentos sociais como piadas, humor, lapsos, atos falhos e, de forma mais geral, fenômenos como civilização, movimentos de massa, guerra e religião. A riqueza desta abordagem estimulou uma ampla gama de interesse em aplicar o pensamento psicanalítico em literatura, arte e cinema e suas análises críticas, assim como em antropologia e ciências sociais.

A IPA, sua organização e normas éticas A Associação Psicanalítica Internacional ( a “IPA”), foi fundada em 1910 por Sigmund Freud. É a organização centralizadora para 72 organizações constituintes com mais de 12 000 membros plenos em 63 países. Sua missão é propagar a psicanálise ao redor do mundo (p. ex., ao encorajar trocas inter-regionais e organizar congressos internacionais) e assegurar o vigor continuado e o desenvolvimento de sua ciência. É o principal corpo regulatório e de acreditação para psicanalistas do mundo (para mais detalhada informação veja "About us" no site da IPA).

O Comitê de Ética da IPA formulou regras éticas básicas que são obrigatórias para todas as organizações constituintes e cada um de seus membros e candidatos. Elas refletem valores humanitários, princípios psicanalíticos e obrigações profissionais. De maneira mais importante elas demandam que todas as comunicações do paciente ao analista sejam mantidas estritamente confidenciais, e que o analista não deva engajar-se em relações sexuais ou transações financeiras privadas com o paciente. Em caso de irregularidades ou transgressões destas regras, o paciente tem o direito de queixar-se ao Comitê de Ética da sociedade do analista. Cada sociedade componente da IPA tem estabelecido regras e procedimentos para assegurar um alto standard ético dos tratamentos efetuados por seus membros e para regular medidas pelas quais queixas formais são processadas.

Aonde encontrar psicanálise? Eventos psicanalíticos têm há tempo cruzado as fronteiras dos institutos e sido abertos ao público em geral. Encontros e congressos psicanalíticos têm convidado, para participarem em seus programas, a comunidade de saúde mental mais ampla, incluindo não analistas, tais como cientistas, estudantes, políticos, escritores e artistas. As sociedades psicanalíticas oferecem

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palestras e painéis abertos ao público, que ocorrem nos institutos, universidades, bibliotecas e livrarias. Em alguns lugares, exibições de arte, produções de teatro e projeções de filmes são introduzidas ou seguidas por discussões com o público, sob a orientação de psicanalistas. Há muitas oportunidades para dar uma rápida olhada sobre as ideias da psicanálise e encontrar um psicanalista. Todos os institutos de Psicanálise provêm informação, se solicitados, possibilitando a qualquer um que tenha interesse, encontrar oportunidades para estar em contato com a psicanálise.

Introdução à Hipnoterapia (Hipnose Terapêutica)

Você sabia que a história da hipnose remete a uma técnica terapêutica milenar?

Hoje, a Hipnoterapia é considerada uma das maneiras mais eficientes de restabelecer a saúde emocional para viver uma vida equilibrada.

Ao contrário de algumas terapias que podem levar anos para apresentar resultado, a grande maioria dos tratamentos com hipnose depende de poucas sessões para o paciente comprovar as melhorias.

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A hipnoterapia é ideal para tratar mazelas como depressão, ansiedade, fobias, vícios, tiques, obesidade e dificuldades de aprendizagem. A história da hipnose tem origem há milhares de anos.

História da hipnose nas primeiras culturas Há muito tempo, no Egito Antigo, por volta de 1500 A.C. , sacerdotes recorriam a procedimentos hipnóticos para a cura de doenças e dores.

Embora na época ainda não se chamasse hipnose, ou existisse algum termo técnico para definir tais procedimentos, houve registros que relatavam o alívio a pessoas enfermas.

Na Grécia Antiga, o diagnóstico e a cura dos doentes ocorria por meio de técnicas de relaxamento do corpo. A esse estado onírico, os gregos dos templos de Asclépia chamavam de sono divino.

As imagens que surgiam no estado de semiconsciência, entre a vigília e o sono, sugeriam a cura para determinados males que o paciente estivesse enfrentando.

A partir daí, sábios e filósofos desse período acreditavam que a imaginação tinha poderes de cura.

A história da hipnose, na antiguidade, tinha um quê de mistério e misticismo. Isso só passou a ser desmistificado a partir do século 18, com as primeiras experimentações científicas.

História da hipnose com a ciência O médico austríaco Franz Anton Mesmer (1734-1815), chamado de “pai da hipnose”, acreditava que astros e corpos são interligados por um fluido magnético.

Após várias experiências com ímãs, percebeu que o próprio ser humano possuía um magnetismo próprio. Então, dispensou o uso de ímãs para privilegiar o poder do organismo.

O procedimento era usado para curar dores e anestesiar corpos em cirurgias.

Em homenagem ao próprio médico, foi batizado de Mesmerismo. Os pacientes entravam em transe hipnótico, e tal método reunia falhas e sucessos.

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A repercussão desse trabalho obrigou a Comissão da Sociedade Real de Medicina e da Academia de Ciências, em 1784, a estudar o fenômeno.

Os mais renomados médicos e cientistas fizeram experiências e concluíram que não existia magnetismo humano. Todo o processo de cura era fruto da imaginação.

Apesar de ter caído em descrédito, o trabalho de Mesmer inspirou outros médicos. Entre eles, o escocês James Braid, considerado o iniciador da Hipnose Científica, que atuou no século 19.

Braid classificou a hipnose como se fosse o “sono do sistema nervoso”. Essa constatação deu origem ao termo usado hoje, “hipnose”.

Mais tarde, o próprio médico descobriu que estava equivocado, pois é no estado hipnótico que o sistema nervoso mais trabalha nos sentidos psíquico e mental.

De fato, não há relação entre o estado de sono e aquele encontrado na hipnose.

Braid utilizou da hipnose para manter seus pacientes anestesiados durante cirurgias e ensinou a alguns como se auto-hipnotizar.

As Escolas de Charcot e de Nancy A hipnose continuou a ser estudada, embora seus fenômenos muitas vezes fossem mal interpretados.

Na verdade, a Hipnoterapia gera opiniões controversas entre a comunidade médica e descrença por parte da sociedade graças aos muitos mitos da hipnose.

São verdadeiros clichês que impedem as pessoas de alcançarem uma vida plena por desconsiderarem o verdadeiro valor terapêutico da técnica.

Na França, duas escolas seguiam linhas distintas sobre a hipnose. A escola de Salpêtrière, liderada por Jean-Martin Charcot (1835-1893) e a escola de Nancy, comandada por Auguste A. Liebeault (1823-1904) e Hipolyte Bernheim (1840-1919).

A escola de Charcot relacionava a hipnose a comportamentos histéricos.

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Por sua vez, a escola de Liebeault e Bernheim retomou o ponto de vista de Braid, defendendo a hipnose como um estado de consciência natural do ser humano.

De acordo com os estudos da dupla, a indução hipnótica ocorria por sugestão das imagens. Braid já tinha descoberto, porém, relacionava ao uso de magnetismo.

Hipnose no Brasil Apesar de bastante antiga no mundo, a história da hipnose no Brasil é recente.

Desde o ano 2000, foi aprovado e regulamentado o uso de hipnose como “recurso auxiliar do psicólogo” pelo Conselho Federal de Psicologia – CFP.

No entanto, a formação em hipnoterapia não está restrita a psicólogos e psiquiatras. Médicos, pedagogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas holísticos e muitos outros profissionais podem se formar hipnólogos.

Você sabia que as técnicas de Hipnose podem ser utilizadas inclusive em um tratamento para emagrecimento?

Diversas dessas categorias contam com artigos em seus códigos de ética que instruem seu uso.

Além da finalidade terapêutica, também é útil para pesquisa e ciência.

Como é Realizada uma Sessão de Hipnoterapia? Uma sessão de hipnose pode ser descrita em 5 etapas:

1ª Etapa: Entrevista

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Na primeira sessão é feita uma pequena investigação do problema do cliente, ou seja o hipnoterapeuta tem que identificar as possíveis causas que levam ao desenvolvimento do problema ou dificuldade. Isso é feito a partir de uma entrevista em que será transmitido ao terapeuta todas as informações necessárias para o tratamento, para que este possa assim decidir qual o melhor caminho a seguir durante a terapia. A partir destas informações o terapeuta organiza toda a estrutura do tratamento e elabora a sessão, que será feita à medida para cada cliente.

Depois de estabelecida a relação inicial de confiança e segurança entre terapeuta e cliente e estabelecidos todos os objetivos terapêuticos, todas as dúvidas relativamente à hipnose são esclarecidas e o cliente poderá experimentar a maravilhosa sensação de entrar num transe hipnótico.

Algumas pessoas terão mais facilidade em entrar em transe e outras tem que aprender. Nesta etapa o hipnoterapeuta poderá fazer alguns testes ou exercícios com o objetivo de ensinar a mente do cliente a entrar mais facilmente no estado terapêutico de hipnose pretendido.

2ª Etapa: Indução ao Relaxamento

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Em sessão, o cliente coloca-se de forma confortável, fecha os olhos e passa por um relaxamento em que há uma sensação de paz, calma e tranquilidade. Baixa-se a frequência mental, fixando-se um nível, a que chamamos de sono terapêutico

Este é um procedimento flexível, em que a história pessoal do cliente determina a forma como será personalizada a indução ao relaxamento.

Existem duas grandes vantagens no relaxamento: a primeira é que, ao relaxar, a pessoa pode ver e entender de uma forma cada vez mais clara os seus problemas; a segunda vantagem, é ser uma preparação para o estado mais profundo de transe.

3ª Etapa: Aprofundamento

O processo de aprofundamento do relaxamento irá conduzir a um transe mais profundo onde é deixado de lado o filtro crítico da mente consciente. Uma vez que isto seja alcançado, existe a comunicação direta com a mente inconsciente, feita pelo hipnoterapeuta. Isto é importante, porque o aspecto principal da

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hipnose é exatamente conseguir com que a mente inconsciente aceite e concorde com as mudanças que serão propostas.

A mente fica mais tranquila e permite observar os assuntos em questão com uma nova e clara visão. Existem vários níveis de transe, e aqui a condução pode ser feita até o estado de analgesia e de anestesia se for o caso.

Este tempo em que o cliente permanece em sono terapêutico equivale a 8 horas de sono fisiológico, tal é a profundidade do relaxamento.

4ª Etapa: Sugestões Quando o cliente estiver em estado de transe, inicia-se a terapia. Chegou a hora de trabalhar a questão que motivou a sessão. Novas ideias e “sugestões” combinadas antes de iniciar a hipnose, são dirigidas diretamente ao inconsciente com o objetivo de efetuar as mudanças pretendidas. Durante o transe hipnótico, o cliente ficará consciente e ouvirá tudo que for dito. As sessões podem ser gravadas.

Também será ensinada a auto hipnose para a prática e treino individual fora da consulta.

5ª Etapa: Saída do transe No final do trabalho, o cliente é tirado do estado de transe e volta ao seu estado normal. Qualquer sugestão utilizada para produzir o estado hipnótico será então removida.

Segue-se uma conversa final e a conclusão da sessão.

Quantas sessões são necessárias para um tratamento efetivo?

Os resultados são relativos e dependem sempre do cliente, mas normalmente os resultados são visíveis a partir da primeira sessão. Algumas pessoas podem necessitar de duas ou três sessões para obterem resultados mais evidentes. A média é de 6 a 8 atendimentos.

Qual a duração das sessões? Cada sessão tem aproximadamente a duração de 1h dependendo das técnicas utilizadas.

O ideal é que as sessões sejam realizadas uma vez por semana, pois a sessão anterior beneficia a continuação da próxima. Assim

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sendo, se o intervalo for maior, pode ser necessário um esforço maior para se obter o mesmo resultado.

Enfim, a hipnose oferece inúmeras aplicações que podem torná-lo(a) uma pessoa melhor em qualquer área da sua vida, seja nos seus relacionamentos, na sua saúde, no âmbito profissional ou intelectual.

Através da hipnose poderá ter fácil acesso aos seus recursos internos e com isso promover a sua melhoria, resolver os seus problemas e realizar as suas metas.

Aplicações e Benefícios da Hipnoterapia

A Hipnose é indicada no tratamento da depressão, ansiedades, fobias, síndrome do pânico, stress pós-traumático, tiques, obesidade, tabagismo, dificuldade de aprendizagem, transtornos do sono, baixa autoestima, compulsões, tartamudez (gaguez) entre outros. Pode ser aplicada como apoio ao tratamento do cancro e da SIDA; nos processos dolorosos, principalmente nas dores crónicas; na cardiologia no controle da hipertensão e outras cardiopatias; na ginecologia, na obstetrícia e no parto sem dor, como um acompanhamento pré-natal; na preparação de pacientes com indicação cirúrgica, tanto no aspeto emocional como na potencialização da recuperação; na odontologia como apoio nos tratamentos de pessoas com fobias, traumas e como opção à anestesia.

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Também auxilia as pessoas sadias que desejam mudar à sua maneira de agir para melhorar os seus desempenhos sociais, profissionais ou de relacionamentos; os candidatos submetidos a provas e concursos; atletas na melhora do seu desempenho em geral e muitas outras aplicações.

A sua utilização tem-se expandindo a um número cada vez maior de profissionais e de especialidades, onde os avanços nos conhecimentos aumentam a segurança e eficiência de sua aplicação, como forma terapêutica de apoio, dentro de uma filosofia moderna de tratamento multidisciplinar.

Contra-indicações Não é possível utilizar a hipnoterapia em casos de esquizofrenia, epilepsia, psicoses e senilidade.

A eficácia da Hipnose A Hipnoterapia é uma técnica eficaz que apresenta, normalmente, uma redução no tempo de tratamento:

- Psicanálise, após 600 sessões (aprox. 11 anos e meio), apresenta 38% de recuperação;

- Terapia Comportamental, após 22 sessões (aprox. 6 meses), apresenta 72% de recuperação;

- HIPNOTERAPIA, após 6 sessões semanais (aprox. 1 mês e meio), apresenta 93% de recuperação.

Portanto, a Hipnoterapia para além de não apresentar quaisquer efeitos secundários, é uma terapia:

- Eficaz: 93% de recuperação;

- Breve: Curta, necessita de 6 sessões semanais – Um mês e meio;

- Completamente Natural;

- Segura;

- Financeiramente acessível: Devido ao reduzido número de sessões necessárias para a recuperação.

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Bibliografia Cris Carvalho, Coaching, PNL e Hipnose Lisboa, Portugal Níquel Núcleo de Autoconhecimento: JBC ATKINSON, R.L. et al Introdução à Psicologia. Artes Médicas, 1995. (Cap. 1 - Natureza da Psicologia, pp. 10-29). BOCK, Ana Mêrces Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Editora Saraiva, 1999.

SKINNER. Ciência e Comportamento Humano. São Paulo: Martins Fontes, 1998.