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Atletas

para Nutricional CursosOnlineSP.com.br

Carga horári 60a: hs

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Conteúdo

Nutrição e Esporte ............................................................................................... Pág. 7

Alimentação balanceada ...................................................................................... Pág. 8

Metabolismo e gasto energético .......................................................................... Pág. 17

Macronutrientes e micronutrientes ....................................................................... Pág. 21

Hidratação ............................................................................................................ Pág. 26

Fisiologia do Esporte ............................................................................................ Pág. 28

Suplementação e riscos ....................................................................................... Pág. 30

Os suplementos nutricionais ................................................................................ Pág. 31

Tipos de suplementos e suas características ....................................................... Pág. 34

Cuidados ao fazer uso de suplementos ............................................................... Pág. 38

Relação entre suplemento e atividade física ........................................................ Pág. 42

Suplementos em exercício de força ..................................................................... Pág. 43

Suplementos em exercícios de resistência/endurance ........................................ Pág. 48

Suplementos em esportes coletivos ..................................................................... Pág. 51

Anabolizantes Esteróides ..................................................................................... Pág. 56

Definição .............................................................................................................. Pág. 57

Fisiculturismo x anabolizantes ............................................................................. Pág. 59

Doping no Esporte ............................................................................................... Pág. 65

Riscos e consequências do uso indevido............................................................. Pág. 73

Bibliografia .......................................................................................................... Pág. 86

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Unidade 1 – Nutrição e Esporte

O rendimento de um atleta está intimamente ligado ao modo como seu corpo reage ao estresse contínuo de uma atividade física. Essa resposta corporal pode ser melhorada com a ingestão correta de alimentos, provendo energia suficiente ao corpo e nutrientes necessários à correta manutenção do funcionamento dos órgãos. A hidratação também é parte importante do processo metabólico, uma vez que durante a atividade física perdemos líquido no suor e também alguns sais minerais.

No geral, é a alimentação balanceada, colorida, que pode garantir que nosso corpo não sofra ao passar pelo estresse do exercício físico. Neste momento você aprenderá um pouco mais sobre os tipos de nutrientes que ingerimos. Suas fontes, sua importância e a quantidade recomendada.

Também aprenderá que cada pessoa possui uma necessidade

energética própria, pois muitos fatores influenciam na quantidade de calorias que uma pessoa precisa para manter suas funções vitais. Ao final, faremos alguns exercícios de cálculo de calorias e necessidades energéticas de acordo com a atividade realizada pela pessoa.

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1.1 – Alimentação Balanceada

Engana-se aquele que pensa que malhar sem comer nada contribui

para um emagrecimento mais eficaz. Sair de casa para malhar em jejum só diminui a taxa de açúcar no sangue.

Porém, é o açúcar que gera energia para o corpo, na ausência do

açúcar durante um esforço físico o corpo acaba queimando massa muscular, pois é a único lugar que o organismo encontra energia quando está em jejum. Além disso, a pessoa em jejum corre um grande risco de sofrer desmaios e mal estar.

Para iniciar uma atividade física regular, é necessário que a pessoa procure obter uma alimentação saudável e balanceada, de preferência, com o acompanhamento de um nutricionista, que adequará corretamente as necessidades energéticas dessa pessoa, indicando a melhor dieta, de acordo com a atividade física a ser praticada.

Essa é uma das atitudes mais importantes para um bom desempenho

e um resultado satisfatório diante da prática esportiva.

Dicas para uma alimentação saudável:

Ingerir, durante todo o dia, uma boa quantidade de líquidos, principalmente água, pois o corpo necessita estar sempre muito bem hidratado. Durante os treinos, ingerir bastante água ou bebidas isotônicas para repor as perdas de sais minerais gastas durante a atividade;

Procurar fazer três refeições principais durante o dia, sendo café da manhã, almoço e janta. Entre essas refeições sempre fazer um lanche, entre um lanche e uma refeição fazer no máximo três horas de intervalo;

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No momento das refeições optar por alimentos dos diferentes grupos alimentares: carboidratos que sejam ricos em fibras (batata, mandioca, milho, pães, massas, arroz e biscoitos integrais, farelos de aveia, trigo e soja etc.), proteínas (carnes, ovos, leite e derivados desnatados), vitaminas e minerais (hortaliças, verduras e frutas), e água;

Jamais pular uma das principais refeições diárias, todas elas são essenciais para o bom funcionamento do organismo;

O café da manhã deve ser o mais completo possível, pois é a primeira refeição do dia. Nele devem conter alimentos variados, como torradas, frutas, pães (de preferência integrais), iogurtes, cereais, leite, sucos, entre outros;

Os lanches feitos entre uma refeição e outra, podem ser com frutas, oleaginosas (castanhas, nozes, amendoim, soja torrada), sanduíches naturais, suco de frutas, iogurte, barra de cereais ou vitaminas;

No almoço e na janta, fazer uma refeição equilibrada. Optar por arroz integral e feijão, massas com molho de tomate (evitar molho branco e queijos gordurosos), carnes magras ou brancas, preferencialmente assadas ou grelhadas (evitar frituras), vegetais crus, legumes cozidos variados, frutas ou sucos naturais;

No jantar, comer sempre em menor quantidade do que na hora do almoço e evitar comer próximo à hora de dormir;

Sempre introduzir no cardápio diário alimentos com propriedades

antioxidantes, pois estes alimentos previnem a ação dos radicais livres produzidos pela prática regular de atividades físicas. Alguns exemplos destes alimentos são: azeite de oliva, óleo de canola, de soja, girassol, abacate, açaí, frutas cítricas, como laranja, limão, morango, kiwi, abacaxi, tangerina, oleaginosas, suco de uva integral, chocolate meio amargo (50 a 80% de cacau).

Atleta profissional

A performance do atleta dependerá de muito treino e dedicação, além da dieta nutricional adotada. Pois, uma alimentação balanceada, rica em proteínas e carboidratos é um fator de grande peso que propicia bom desempenho e resultado satisfatório durante as competições.

A alimentação é um fator que pode ser positivo ou negativo no

rendimento de um atleta, dependendo de como for adotada. Portanto, deve ser orientada para que o atleta melhore tanto sua capacidade esportiva, quanto sua saúde em longo prazo.

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Uma boa alimentação, equilibrada e saudável, é um dos principais fatores que contribuem para o sucesso de um bom desempenho físico, pois os nutrientes proporcionam combustível energético e os elementos essenciais para o corpo.

A importância da nutrição

Imagina-se que todos os atletas e técnicos saibam da importância de uma boa nutrição. De fato, todos têm ciência, mas nem sempre conseguem colocar em prática todos os seus conhecimentos.

Por exemplo, o carboidrato é o principal combustível para um músculo

que está sempre ativo. Essa é uma informação que, geralmente, todos os atletas e treinadores sabem, porém na hora de escolher seu cardápio não fazem ideia de quais alimentos possuem maior teor de carboidratos ou o quanto devem comer. Além disso, a deficiência no consumo de energia, nutrientes, eletrólitos e/ou água podem prejudicar o desempenho atlético.

É comum que os atletas fiquem ansiosos entre as competições e esse

fato contribui para um aumento de estresse. Por isso, ter um bom conhecimento sobre os alimentos e seus benefícios ao organismo, auxilia o atleta a fazer uma dieta que proporcione além de energia e vitalidade, maior disposição para encarar os desafios do esporte.

A opinião de médicos especialistas é de que a alimentação saudável

é uma grande aliada que pode ajudar o atleta a desenvolver alta performance nos treinos e competições.

A dieta ideal para um atleta deve ser de 60% a 70% (5 a 10g por quilo

de peso) constituída por carboidratos. A melhor e mais rápida fonte de energia, sempre foi, e continua

sendo, o carboidrato simples. Porém, ele deve ser ingerido de forma balanceada durante o dia e principalmente após as atividades físicas. Já, o restante dos nutrientes, deve ser dividido entre proteínas de 15% a 25% (1,2 a 1,8g por quilo de peso corporal) e lipídios até 30% (1,0 gramas por quilo de peso corporal).

Outra substância fundamental na alimentação dos atletas é a

proteína, pois ela ajuda a regular a produção de anticorpos e a contração muscular. Além disso, ela colabora para a expansão e contração dos vasos sanguíneos, mantendo assim a pressão arterial normalizada.

Ração Humana

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A ração humana foi desenvolvida e faz muito sucesso entre os atletas, justamente por conter tudo aquilo que é complementar ao organismo humano, ou seja, ela deve ser ingerida juntamente com uma alimentação saudável.

Engana-se quem pensa que basta consumir apenas a ração e deixar

a alimentação de lado. Seu consumo é indicado entre os intervalos das refeições, pois se sabe que as sementes contidas na ração, quando ingeridas, incham no organismo, proporcionando uma sensação de saciedade, o que colabora para que a pessoa não fique comendo bobagens sem necessidade. Vale lembrar que a ração não deve ser substituída pelas refeições principais.

Pessoas que substituem as refeições pela ração perdem peso rapidamente.

Porém, o que pode parecer um resultado positivo, acaba se tornando

o inverso em longo prazo, pois essa pessoa quando come alimentos mais gordurosos e calóricos, como uma pizza, um lanche, um churrasco, entre outros, engorda com a mesma facilidade que emagreceu, uma vez que o organismo não está mais acostumado a absorver a quantidade necessária desse tipo de alimento e assim eles acabam se revertendo em gordura ao invés de se tornarem utilitários queimadores de energia.

Para as pessoas que utilizam a ração de forma correta, juntamente com uma alimentação adequada e acompanhamento de um profissional, a perda de peso dificilmente é revertida.

Ou seja, a pessoa que faz o uso corretamente emagrece de forma

saudável, sem ganhar peso no chamado efeito "rebote". Além disso, essas pessoas podem comprovar os benefícios proporcionados pela ração, como aumento da resistência orgânica, o bom funcionamento intestinal, a desintoxicação do organismo, alívio dos sintomas da TPM e menopausa no caso das mulheres e maior disposição.

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A ração humana é uma combinação de vários tipos de cereais e sua composição irá depender do tipo de dieta pretendida. Abaixo podemos observar os principais ingredientes que compõem a ração humana:

Quinua real – Contém uma notável combinação de 20 aminoácidos, entre eles a metionina e a lisina, responsáveis pela formação da proteína completa. Seu valor nutritivo só é comparável ao leite materno.

Agar agar - É uma mucilagem rica em minerais, extraída de várias espécies de algas aquáticas. Geralmente aplicado no tratamento de prisão de ventre e obesidade, em razão de suas propriedades que auxiliam no controle de tempo correto do funcionamento do intestino. Dessa forma, a absorção dos nutrientes é feita de forma correta, evitando fermentações.

Açúcar mascavo - Este açúcar provém da evaporação do caldo de cana, sem nenhum processo de refino. Adoçante natural rico em cálcio, ferro, potássio, vitaminas e sais minerais. Uma ótima opção para substituir o açúcar branco que é refinado e quimicamente tratado, perdendo seus sais minerais e vitaminas.

Aveia - É um cereal que tem a capacidade de envolver as moléculas gordurosas, dificultando assim a absorção pelo organismo, isso graças a uma espécie de goma que surge após sua ingestão. Além desse benefício, a aveia ainda é rica em vitamina B, ferro, cálcio e carboidratos, contribuindo para a formação dos ossos e sangue.

Cacau - É uma rica fonte de energia e estimulante na produção de serotonina, o hormônio ligado ao bem estar e bom humor. O cacau contém minerais como cromo, ferro, magnésio, potássio e fósforo e não contém açúcar.

Cálcio - É um elemento essencial para a eficiência da transmissão nervosa, coagulação do sangue e contração muscular, atuando também na respiração celular. Também colabora para a formação e manutenção dos ossos e dentes.

Extrato de soja - Colabora para a redução do colesterol e a formação dos ossos. Muito rico em sais minerais e proteínas, sua digestão é acelerada. Aumenta os níveis de estrógeno e imunidade, além de conter propriedades anticancerígenas.

Fibra de trigo - Em sua película externa são mantidos todos os nutrientes e vitaminas essenciais ao funcionamento do metabolismo. Ao moer ou passar por processos industriais,

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todos esses benefícios são perdidos. É rica em ferro, fibras e proteínas.

Farinha de arroz integral - Esta farinha preserva a película e o gérmen dos grãos onde está a maior parte dos nutrientes. Possui grande quantidade de fibras, vitaminas B1, B2, B5, B6 e é regenerador do sistema nervoso.

Farinha de casca de maracujá - É capaz de regular a taxa de açúcar no sangue, pois é rica em pectina, uma fibra solúvel que dentro do nosso organismo forma um gel, dificultando a absorção de carboidratos de uma maneira geral, inclusive da glicose. É muito indicada como fibra alimentar que regula o as funções do intestino, além de ser eficaz no combate à diabetes e colesterol. A parte branca da casca do maracujá é rica em pectina, niacina (vitamina B3), ferro, cálcio e fósforo.

Farinha de milho - Fonte de energia. Contêm vitaminas A e B, proteínas, gorduras, carboidratos, cálcio, ferro, fósforo e amido. As cascas do milho são ricas em fibras.

Farinha de soja desengordurada - Trata-se de uma farinha rica em isoflavona, possuindo vitaminas do complexo B, proteínas e minerais como cálcio, magnésio e fósforo. Sua origem se dá a partir do tratamento térmico e moagem, mantendo integralmente as características nutricionais do grão.

Gergelim com casca - É uma ótima fonte de reposição de cálcio. É capaz de aumentar a atividade e o reflexo cerebral, restaurando a vitalidade, a capacidade sexual e amenizando os efeitos de sobrecarga física.

Gelatina - Ótima aliada contra os efeitos da ação do tempo. Combate a flacidez e a celulite, e ainda previne rugas.

Gérmen de trigo - Extraída da base do grão do trigo, onde está a maior concentração dos nutrientes. Ótimo auxiliar no crescimento e desenvolvimento. Rico em sais minerais, proteínas e vitaminas do complexo E, B e K.

Guaraná em pó - Fonte de energia, devido ao alto teor de cafeína. Possui ação tônica contra arteriosclerose e também é conhecido pelo seu efeito afrodisíaco.

Levedo de cerveja - Excelente para indivíduos que praticam intensa atividade física e mental, pois repõe sais minerais e vitaminas, fortalecendo o sistema imunológico. Rico em vitaminas do complexo B, manganês, cromo e fósforo.

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Semente de linhaça - Indicado principalmente para mulheres, pois auxilia e ameniza os distúrbios causados pela tensão pré-menstrual e menopausa. É rica em ácidos graxos, Omega 3, Omega 6, proteínas, sais minerais, vitaminas e aminoácidos essenciais.

É importante salientar que diabéticos não devem acrescentar o açúcar mascavo em sua ração. Os hipertensos não devem acrescentar estimulantes, como o pó de guaraná e o cacau. E pessoas com doenças celíacas (intolerância ao glúten), devem anular a aveia, o gérmen de trigo e o levedo de cerveja.

Leitura complementar SAIBA MAIS! * Vitalidade. Podemos notar que atualmente os valores estão invertidos. O trabalho está sempre acima da saúde, as relações afetuosas com o próximo cada vez mais escassa, o tempo para si mesmo cada vez mais curto. Este conjunto de fatores acaba contribuindo para uma alimentação cada vez mais pobre, onde o que for mais rápido acaba sendo a preferência. ** Reeducação Alimentar. É uma nova postura que se adquire quanto aos hábitos alimentares, substituindo alimentos não saudáveis por alimentos ricos em nutrientes, melhorando assim a qualidade de vida e o funcionamento do organismo. Alimentos como cereais integrais, frutas e vegetais, devem estar sempre presentes nas principais refeições do dia. *** Produtos integrais. Esses produtos carregam a melhor parte nutritiva dos alimentos. Quando um produto é refinado e industrializado, ele acaba perdendo suas propriedades mais ricas para a saúde. Por isso, o melhor é sempre optar por alimentos integrais, essa atitude irá evitar que no futuro seja necessário buscar vitaminas, proteínas e sais minerais dentro de uma farmácia. Atenção: cereais integrais que ficam expostos, sendo vendidos a granel, têm grandes chances de sofrerem com o calor e umidade, proliferando fungos e micro-organismos nocivos à saúde. Na hora da compra, optar por embalagens fechadas e que esteja dentro da data de validade.

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Ração calórica

Para compor essa ração é necessário mensurar as necessidades energéticas do indivíduo, que pode ser calculada segundo o metabolismo basal, o trabalho muscular, a regulação térmica, o crescimento entre a infância e adolescência, e a energia gasta com a digestão e absorção dos próprios alimentos.

Essa ração deve ser composta por 55% de hidratos de carbono, como

arroz, massa, pão, batata, açúcar e bolos; 30% de gorduras, sendo gordura vegetal e animal e 15% de proteínas, sendo estas animais e vegetais.

Ração de treino

Esta ração é na verdade a base alimentar do atleta, que deve consumir juntamente com a ração calórica, de acordo com suas necessidades. O atleta deve optar por alimentos que facilitem sua digestão, dando preferência a alimentos cozidos ou grelhados, e fazer de 5 a 6 refeições por dia. As bebidas alcoólicas devem ser evitadas ou consumidas moderadamente (até 250 ml de vinho ou 500 ml de cerveja no dia).

Ração de competição

A Ração de competição corresponde à última refeição do atleta feita antes da competição. Esta refeição deve ser normocalórica, ou seja, à base de cozidos e grelhados, com o mínimo de gordura possível e sem álcool. Além disso, ela não pode provocar gases (alimentos como o feijão seco, o grão de bico, as favas e as batatas provocam gases), para não gerar nenhum incômodo durante os treinamentos ou competições. Esta refeição nunca poderá ser ignorada e deverá acontecer no mínimo 3 horas e no máximo 4 horas antes da competição.

Ração de espera Refere-se à ingestão de uma bebida que contém água, frutose

(açúcar da fruta), e algumas vezes, sais minerais, desde o término da última refeição até início da competição. Ela evitará casos de hipoglicemia causados pela ansiedade habitualmente natural antes das competições. Deve ser ingerida de meia em meia hora, em porções de 150ml.

Ração de pré-competitiva Este tipo de ração é indicado para esportes de média e longa

duração, como futebol, handebol, basquete, vôlei, alpinismo, ciclismo, atletismo, entre outros.

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Nos esportes de média duração, a ração deve ser ingerida nos intervalos, para fornecer energia, água e sais minerais. Ela deverá ser composta de água, se possível bicarbonatada, açúcar (frutose), cloreto de sódio (sal) e potássio.

Já nos esportes de longa duração a ração deve ser ingerida a cada

meia hora. Sua composição é a mesma para os esportes de média duração, acrescida de proteínas (ou aminoácidos), para proporcionar ao atleta um equilíbrio celular e neurovegetativo. Além disso, a cada duas horas, o atleta deverá ingerir uma pasta de carne ou de concentrado de aminoácidos (preparação industrial).

Ração de recuperação

Esta ração deve ser ministrada durante as 48 horas seguintes à

competição. Seu objetivo é desintoxicar o organismo e reparar as perdas ocorridas pelo esforço excessivo. O método utilizado para a ingestão dessa ração é o seguinte:

Após a competição – água, se possível bicarbonatada, e leite desnatado.

Refeição a seguir à competição – esta refeição deverá conter alimentos que tornem a recuperação do atleta mais lenta e que seja pobre em energia. Assim sendo, deve ser constituída por frutas, leite, legumes, arroz ou batata, alguma gordura e se desejar, um ovo cozido. Ela não deve conter carne branca ou vermelha, pão ou álcool.

Dia posterior à competição – o atleta deverá manter a dieta da última refeição, porém no jantar já poderá incluir no cardápio algum tipo de carne, peixe e pão.

2º dia seguinte à competição – a partir desse momento o atleta deverá repor no organismo as cargas energéticas e protéicas, optando por rações hipercalóricas e hiperprotéicas. Essa é a hora de priorizar as carnes e os pães dentro da dieta.

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1.2 - Metabolismo e gasto energético

Nosso corpo gasta energia mesmo enquanto dormimos, pois certas

funções são constantes, como a respiração, a circulação e a digestão, além do funcionamento cerebral.

Para gastar esta energia, o corpo passa por processos químicos que

mudam os nutrientes obtidos da alimentação e os transforma em combustível para os órgãos continuarem seu trabalho. Toda essa mudança química dos nutrientes é chamada de metabolismo.

Existem dois tipos de metabolismo, o anabolismo e o catabolismo. O

anabolismo é a produção de substâncias complexas a partir de outras mais simples. O processo contrário, de quebra dos nutrientes mais complexos transformando-os em substâncias mais simples, é chamado catabolismo.

Como dito anteriormente, fatores como a idade, peso e atividade

física influenciam no metabolismo, tornando-o um pouco mais rápido ou lento.

A energia é obtida através de uma boa alimentação. O processo

metabólico, quando necessário, transforma os nutrientes em energia para manter o corpo funcionando perfeitamente.

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Metabolismo basal O metabolismo basal refere-se à quantidade de energia necessária

para que o corpo mantenha suas funções básicas como a digestão, a circulação sanguínea, o funcionamento dos órgãos, etc., durante um dia todo em repouso.

Normalmente, o metabolismo basal é utilizado como base para o

cálculo das necessidades calóricas de um indivíduo. São somadas as calorias gastas pelo indivíduo nas atividades normais diárias, como trabalhar, limpar a casa ou cuidar dos filhos.

Há muitas calculadoras on-line para que você saiba qual a quantidade

de calorias que precisa para manter o seu corpo funcionando de acordo com as atividades que pratica. Para manter o peso que já possui, é necessário que você ingira uma quantidade de calorias igual à que gasta por dia.

Para diminuir o peso, é preciso ingerir uma quantidade menor de

calorias do que a que você gasta. Para aumentar o peso, deve-se ingerir uma quantidade maior de calorias que a necessária para as atividades diárias.

Os cálculos mais básicos para descobrir sua necessidade calórica

podem ser feitos seguindo esta fórmula:

Leitura complementar

NUTRIÇÃO Cálculo de Necessidades Diárias de Energia

Qual é a necessidade diária de energia de seu corpo?

Cada indivíduo gasta certa quantidade de energia básica, mais a energia extra para atividades físicas. Gasto energético básico: Para cada kg de peso são necessários 1,3 kcal para cada hora. (ex: um atleta pesando 65 kg precisaria 1,3 x 24 horas x 65 kg por dia) Gasto energético Ativa: Para cada kg de peso são necessários 1,5 kcal para cada hora. Gasto energético Atlética: Para cada kg de peso são necessários 1,6 kcal para cada hora. Gasto energético extra (deve ser somado ao básico): Para cada hora de treino são necessários em média 8,5 kcal para cada kg

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de peso. (ex: um atleta pesando 65 kg treinando 2 horas necessitaria de 8, 5 x 2 horas x 65 kg= 1105 calorias extras em sua dieta diária) Este atleta de 65 kg treinando 2 horas por dia necessita de uma ingestão calórica de aproximadamente de 3.133 kcal para suprir suas necessidades diárias de energia. Combustível energético Como um carro precisa de combustível, nosso corpo precisa para seu bom funcionamento de: - 57% Carboidrato (açúcar, doces, pães e bolos) - outros autores: 50% - 60% Carboidratos - 30% Lipídeos (óleo e produtos que contém óleo) - outros autores: 20% - 25% Lipídeos - 13% Proteína (ovos, leite, carne, peixes, etc...) - outros autores: 10% - 15 % Proteínas Valor calórico (Nota: 1 caloria = 1 Kcal) Carboidratos - 4 kcal Lipídeos - 9 kcal Proteínas - 4 kcal Quanto um atleta pesando 50 kg necessitaria em termos de carboidratos, proteínas e lipídeos? Carboidratos: 57% de 2410=1374 kcal - 4 kcal por grama=1374 / 4=343 gramas Lipídeos: 30% de 2410=723 kcal - 9 kcal por grama=723 / 9=80 gramas Proteínas: 13% de 2410=313 kcal - 4 kcal por grama=313 / 4=78 grama (Para se calcular a quantidade de proteínas em gramas que devem ser ingeridas por um adulto acima de 19 anos basta multiplicar seu peso por 0.8)

CALCULADORA http://www.cdof.com.br/nutri7.htm

Necessidades energéticas do atleta

O organismo dos atletas absorve as calorias de acordo com a idade, o sexo, o ambiente de treinamento, a intensidade dos exercícios e o nível de condicionamento físico de cada um.

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Podemos observar isso no seguinte exemplo: uma pessoa que não pratica nenhum tipo de atividade física, a necessidade energética será de, no mínimo, 20 calorias por quilo de peso corporal.

Em pessoas que praticam atividade física moderadamente, a

necessidade diária será de 25 a 35 calorias por quilo. Já para atletas, que praticam atividade física intensamente, a necessidade será de 37 a 57 calorias para homens e de 41 a 58 calorias por quilo de peso corporal para as mulheres.

Sabemos que o carboidrato é o principal combustível para fornecer energia ao corpo. Quando ingerido, o carboidrato é armazenado como glicogênio nos músculos ou fígado. Logo, eles são convertidos em ATP (energia), distribuindo energia para todos os músculos em movimento e igualmente para todo o resto do corpo.

Quando o corpo está em repouso, ele disponibiliza mais oxigênio para o organismo, colaborando com a queima de gorduras. Quando o corpo se exercita, o organismo necessita de mais oxigênio, fazendo com que o corpo gaste mais carboidratos para gerar energia. Por este fato, o consumo de carboidratos pelo menos duas horas antes de qualquer atividade física, se faz tão importante.

Quando uma atividade física se encerra, as enzimas trabalham em velocidade máxima. Esse efeito se prolonga por cerca de uma hora e por isso a ingestão de carboidratos após as atividades é tão importante. Assim, o organismo aproveitará o momento de alta absorção, que facilitará a restauração do glicogênio, principalmente se o atleta for competir novamente no dia seguinte.

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1.3 - Macronutrientes e micronutrientes

A nutrição é a ciência que estuda os alimentos e a relação do homem com eles, ela nos mostra quais nossas necessidades nutricionais e quais nutrientes devemos ingerir, bem como as quantidades para garantir o bom funcionamento de nossos órgãos e do nosso corpo como um todo. Os nutrientes são parte dos alimentos que ingerimos e é a ingestão correta dos mesmos, em quantidade e qualidade adequadas para cada indivíduo, que garante o crescimento e desenvolvimento do corpo, além de músculos mais fortes, ossos mais densos e correta manutenção do peso. Macronutrientes são aqueles nutrientes que precisamos ingerir em grande quantidade em uma dieta equilibrada, são as proteínas, carboidratos e lipídios. Eles são as principais fontes de calorias da nossa alimentação. É comum estabelecer certa porcentagem de ingestão diária dos macronutrientes, porém, de acordo com as atividades que a pessoa realiza, estas quantidades podem ser maiores ou menores, tudo dependerá do grau de esforço de sua atividade física. Proteínas As proteínas respondem por cerca de 15% a 20% do total de calorias ingeridas. Elas são responsáveis pela manutenção muscular, pelo crescimento e também pela renovação celular. Por isso, pessoas que passam por cirurgias ou complicações de algum tipo de doença devem receber orientação sobre a quantidade ideal de proteínas a serem ingeridas. As principais fontes de proteína são os alimentos de origem animal, como ovos, leite, queijo e carnes. As proteínas também são encontradas em

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alimentos vegetais, sendo as leguminosas (feijão, ervilha, soja, lentilha, amendoim) as melhores fontes de proteína, juntamente com oleaginosas como as castanhas. A famosa combinação brasileira do arroz com feijão é muito boa, pois a proteína presente no arroz e no feijão fornece uma variedade maior de fontes protéicas em dietas vegetarianas. Carboidratos Carboidratos ou glicídios são as maiores fontes de calorias (energia) que obtemos de nossa alimentação, por isso eles são a base da nossa dieta e correspondem a 60% do total de tudo que comemos. Os carboidratos estão presentes:

Farinhas: trigo e mandioca.

Cereais: trigo, arroz, milho e aveia.

Derivados de cereais e farinhas: macarrão, pães e bolos.

Tubérculos: inhame, batata e mandioca.

Leguminosas: ervilha, lentinha e feijão. Estes carboidratos são conhecidos como carboidratos complexos, que têm sua absorção mais demorada, pois apresentam uma combinação de açucares mais complexos. Há também os carboidratos simples, que têm absorção mais rápida e estão presentes nas frutas (frutose), leite (lactose), no açúcar refinado comum, chicletes, balas, refrigerantes e doces em geral. É por isso que os carboidratos simples, ao contrário dos complexos que são a base da pirâmide alimentar, ficam em seu topo, devendo ser consumidos em pouca quantidade. O consumo em quantidade elevada combinado à falta de exercícios físicos leva ao aumento dos estoques de gordura em nosso corpo. Lipídios Os lipídios ou gorduras, ao contrário do que se pensa, também são essenciais para uma alimentação saudável, respondendo por 25 a 30% do total de calorias que devemos ingerir. Os lipídios são obtidos em alimentos de origem vegetal e animal, eles são importantes em nosso corpo e ajudam na absorção de algumas vitaminas, bem como no controle do colesterol.

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O colesterol é algo necessário ao corpo e as gorduras também podem ser benéficas, apesar do estigma que possuem. O segredo está na quantidade e no tipo a ser ingerido. As gorduras de origem animal são encontradas em carnes vermelhas e em produtos como a manteiga, o leite e o queijo, etc., contudo, devem ser consumidas em pequenas quantidades, porque podem aumentar os níveis de colesterol maléfico à saúde. Já os alimentos de origem vegetal como os óleos de oliva e de linhaça, bem como os peixes, nos fornecem boas gorduras, que auxiliam no aumento do bom colesterol. É muito importante esse cuidado com a quantidade de gorduras consumidas e o controle do colesterol, pois este é um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Observe a pirâmide alimentar a seguir:

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Esta é a pirâmide alimentar, que mostra, de maneira simples, as quantidades de tudo quanto precisamos ingerir para ter uma alimentação saudável e equilibrada. Em nossa alimentação também estão incluídos os micronutrientes, assim chamados por serem necessários em pequenas quantidades. Os micronutrientes (vitaminas e minerais) estão presentes em nossa alimentação e são disponibilizados também em uma grande quantidade. O importante ao ingerirmos vitaminas e minerais é variar suas fontes provenientes. Imagine só, o sódio é importante para nosso organismo, porém em excesso, pode ser muito prejudicial à saúde. Vitaminas As vitaminas estão presentes naturalmente nos alimentos, elas não fornecem energia (caloria), mas são essenciais à nossa saúde. A deficiência assim como o excesso de vitaminas em nosso organismo pode ser prejudicial à saúde, o que nos lembra que uma alimentação equilibrada é sempre o exemplo mais correto a ser seguido. As vitaminas auxiliam na proteção contra doenças, nos processos metabólicos e reações químicas do nosso corpo. Algumas vitaminas A, D, E e K são lipossolúveis, ou seja, dissolvem-se e ficam disponíveis em nosso organismo através dos lipídios. Outras vitaminas dissolvem-se na água (são hidrossolúveis), como o ácido fólico, a vitamina C e as vitaminas do complexo B. A vitamina D precisa do sol para ser de fato produzida em nosso corpo, ela ajuda na absorção do cálcio, por isso é recomendado banhos diários de sol ao menos 15 minutos. Minerais Assim como as vitaminas, os minerais também são essenciais para as reações químicas do corpo, para o crescimento e fortalecimento dos ossos, para a contração muscular e transporte do oxigênio no sangue. Especialmente para os atletas, o cálcio é um mineral muito importante, pois além de fortalecer os ossos, ele também atua na contração muscular, desempenhando papel importante no rendimento do atleta.

Os minerais costumam ser facilmente encontrados em nossa dieta, inclusive na água que bebemos.

Mas como dito anteriormente, é a variedade na dieta que garante as

quantidades necessárias de vitaminas e minerais que necessitamos. A maior dica para manter esta variedade é variar nas cores dos alimentos em cada refeição.

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A Importância do Cálcio no Esporte

O cálcio é o principal mineral responsável pela formação da massa óssea nos seres vivos, além de ser indispensável para a coagulação sanguínea, agregação plaquetária e contração muscular. Tem cerca de 20 a 30% de sua ingestão absorvida pelo intestino delgado. É um nutriente de extrema importância na prática esportiva, por ser um mineral que atua na liberação do sítio ativo de pontes cruzadas actina-miosina durante a contração muscular. A baixa ingestão desse mineral acarreta na perda de massa magra (sarcopenia), que está intimamente ligada à osteoporose. Dentro da prática esportiva, a perda de massa muscular jamais é desejada, e é exatamente o cálcio que tem a função de manter essa massa. Alguns estudos têm sido feitos para relacionar nas atletas mulheres, o cálcio e a densidade óssea. O que foi concluído até o momento é que as baixas concentrações de estrógeno e/ou baixa ingestão dietética de cálcio associada ao alto consumo de proteínas e fibras pode ter impacto negativo na massa óssea. Além disso, é possível encontrar na literatura que atletas mulheres que não atingem o desejado de massa óssea durante a infância ou adolescência, têm maior probabilidade de perder massa óssea no futuro e, consequentemente, ficar precocemente com osteoporose. Além das mulheres, atletas de ambos os sexos que praticam exercícios intensos e desenvolvem amenorréia hipoestrogênica também tendem a apresentar sofrer perda de massa óssea. Outro fator observado em relação ao cálcio e atividade física é a depleção de glicogênio em exercício de força, que já foi estudada em ratos. Essas evidências demonstram que a depleção de glicogênio poderia resultar na incapacidade de reabsorção do cálcio pelo retículo sarcoplasmático. Esta deficiência esta relacionada à incapacidade das bombas de cálcio funcionarem corretamente, devido ao esgotamento das reservas de ATP. A ingestão de cálcio recomendada, tanto para homens quanto para mulheres, é na mesma proporção. Sendo 1300 mg para mulheres e homens de 9 a 18 anos; 1000 mg para adultos de 19 a 50 anos, e 1200 mg para indivíduos a partir de 50 anos. As principais fontes alimentares deste mineral são: leite, derivados e em menor proporção, os vegetais verdes. Quando um atleta ou praticante de atividade física não ingere satisfatoriamente a porção de cálcio para eu organismo, é necessário que ele tome uma suplementação que contenha este mineral. Os suplementos para este fim são encontrados como carbonato de cálcio, gluconato de cálcio ou citrato de cálcio. Porém, sua ingestão só deve ser feita após avaliação de um profissional que realmente verifique a necessidade de suplementar.

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1.4 – Hidratação

Tão importante quanto manter uma dieta equilibrada, é manter-se

hidratado. A hidratação também influencia diretamente no desempenho do esportista. Nosso corpo é constituído de 65 a 70% de água, e por isso manter a hidratação e os níveis de minerais balanceados é essencial.

A ingestão diária recomendada é de no mínimo dois litros de água.

Para um atleta essa necessidade pode aumentar dependendo das condições ambientais no momento da atividade física e do tipo de exercício. Um atleta que enfrenta provas extensas também precisa repor sais minerais e eletrólitos que são perdidos através do suor.

A reidratação através de repositores eletrolíticos pode garantir que

não faltem minerais que evitam o cansaço, as dores musculares e a queda de rendimento do atleta. A água também ajuda a manter constante a temperatura do corpo, algo muito importante para o atleta que passa por maratonas ou que pratica esporte ao ar livre e embaixo de sol forte.

Ao contrário do que se pensa, não é apenas bebendo copos de água

que repomos a hidratação. Assim como nosso corpo, também existem frutas e verduras que possuem até 90% ou mais de água em sua composição. Frutas como melão e melancia, abacaxi, morango e verduras como acelga e alface e legumes como o pepino possuem muita água em sua composição, o que também ajuda a diminuir a quantidade de calorias ingeridas com a mesma sensação de estômago cheio que um alimento mais sólido proporcionaria, auxiliando também em dietas de perda de peso.

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Os perigos da desidratação A desidratação é uma ameaça a todos os atletas e praticantes de

atividades físicas, principalmente àqueles que não estão acostumados a realizar exercícios excessivos em ambientes quentes. A desidratação acontece quando os líquidos do corpo são perdidos mais rapidamente do que repostos.

A desidratação pode causar o comprometimento da eliminação do

calor, o que pode elevar a temperatura corporal basal e sobrecarregar o esforço do sistema cardiovascular.

Além disso, a hipohidratação (volume de água abaixo do normal no

organismo) afeta a função de regulação térmica, aumentando a possibilidade de exaustão e choque térmico. O choque térmico é um acontecimento que pode colocar a vida do indivíduo em risco e quando ocorrido deve ser imediatamente tratado por uma equipe médica, a fim de diminuir o quanto antes a temperatura central do corpo. Outros sintomas decorrentes da hipohidratação e da alta temperatura corporal são as câimbras e o funcionamento inadequado das funções renais.

Portanto, a ingestão de líquidos antes, durante e depois de qualquer

atividade física, é extremamente necessária. Além da água, os atletas podem recorrer aos isotônicos, sucos naturais e água de coco.

O Excesso de Água Prejudica o Desempenho Durante a Prática de Exercícios de Longa Duração?

A Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, realizou em estudo, em 2002, antes e após a Maratona de Boston, analisando amostras sanguíneas de 488 corredores, e concluiu que, apesar da maioria dos atletas estarem bem hidratados após a maratona, 13% deles bebeu água em grande quantidade e apresentou quadro de hiponatremia.

A hiponatremia acontece, geralmente, através da combinação da perda de sódio (pelo suor) e ingestão demasiada de água, o que provoca a diluição do sódio no organismo. Os sintomas da hiponatremia são: inchaço no estômago, vômito, fadiga aguda, perda de coordenação motora, fraqueza, apatia, cefaléia, taquicardia, choque e, em casos mais severos, confusão mental, alucinação e mesmo coma. Estes sintomas são causados pela perda de sódio, um mineral de extrema importância na manutenção do volume dos líquidos corporais, no processo de contração muscular e ainda para a absorção de glicose.

Para evitar um quadro de hiponatremia, recomenda-se o consumo de sódio durante exercícios físicos de longa duração, esta ingestão previne o acontecimento da hiponatremia. Bebidas que contém este mineral, colaboram para a hidratação, além de favorecer a absorção de água e

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carboidrato pelo intestino.

A Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte recomenda que durante a prática de um exercício físico intenso, seja ingerido líquidos a partir dos primeiros 15 minutos e posteriormente a cada 15 ou 20 minutos. A quantidade a ser ingerida varia de acordo com o volume de líquido que foi eliminado do corpo através do suor. Se a atividade ultrapassar o tempo de uma hora ou se for extremamente intensa mesmo não atingindo uma hora, deve-se repor carboidrato na quantidade de 30 a 60 gramas/ hora e sódio na quantidade de 0,5 a 0,7 g•l1.

O líquido a ser ingerido deve estar com temperatura entre 15 a 22ºC. Mesmo após o término das atividades, o indivíduo deve continuar ingerindo líquidos para compensar as perdas adicionais de água pela urina e suor.

Pode-se concluir que apesar da desidratação ainda ser o principal desafio para a homeostase fisiológica e desempenho da maioria dos atletas, o excesso de água também deve ser reconhecido como uma possível ameaça para os mesmos. Sendo assim, é imprescindível que ensinemos aos atletas sobre a hidratação adequada e sobre o perigo potencial de ingerir líquidos em excesso, especialmente os envolvidos em atividades de longa duração, como triátlon, maratona, ciclismo, travessia, entre outros.

1.5 - Fisiologia do esporte

A fisiologia se propõe a estudar basicamente o funcionamento do nosso corpo de um modo geral, como, nossa digestão, circulação,

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respiração, etc. A fisiologia do exercício estuda essas funções e como elas se alteram devido à atividade física realizada, como nosso corpo se adapta e se modifica a uma maior intensidade de esforço físico.

Com a prática das atividades físicas, algumas alterações ocorrem em

nosso corpo, suamos mais, perdemos sais minerais, as gorduras servem de fonte energética, os músculos ficam maiores, nossos pulmões trabalham mais rápido, o sangue irriga mais algumas regiões que outras.

Também sentimos coisas diferentes que não são tão agradáveis, os

músculos doem, o coração acelera demais, perdemos o fôlego. Tudo isso é resposta do nosso corpo ao exercício.

Todas essas alterações constituem a razão central do estudo da

fisiologia e influencia o modo como o corpo reage a estes estímulos. Caso precisemos de mais água e sais minerais nos hidratamos, se precisamos de cicatrização ingerimos mais proteínas.

A alimentação correta junto com o treinamento são os pontos que

podem aumentar o desempenho do atleta, sempre adequados ao tipo de atividade, idade, peso e condição física da pessoa que pratica ou quer iniciar a prática de atividades físicas. Hoje em dia, as maiores quantidades de pesquisas são concentradas na fisiologia do esporte, como foco na saúde das mulheres e idosos.

Quando objetiva-se aumentar o rendimento do atleta, a fisiologia do

esporte une o estudo da fisiologia do nosso corpo na prática do exercício ao treinamento específico do esporte praticado.

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Unidade 2 – Suplementação e riscos

O desejo de ser dono de um corpo perfeito, dentro dos padrões de

beleza da atualidade, muitas vezes, pode implicar em alguns riscos à saúde. Isso porque para obter o corpo dos sonhos, muitas pessoas colocam sua saúde em risco, utilizando métodos que prometem proporcionar o resultado esperado em menor tempo do que o convencional, mas que nem sempre são merecedores de confiança.

Antes de fazer uso de qualquer suplemento é necessário verificar se a

substância é realmente necessária. Caso sim, confirmar também se o suplemento comprado é realmente confiável, pois existem muitos casos onde o que se encontra dentro dos potes de suplemento não é exatamente o que diz no rótulo.

É importante estar bem informado sobre o assunto quando se quer obter um corpo escultural. Não existe nenhum atalho ou mágica para essa transformação.

Uma pessoa só alcançará o corpo desejado através de muito suor,

alimentação correta e acompanhamento profissional. Qualquer promessa milagrosa de conseguir belas curvas e corpo enxuto em pouco tempo, deve ser questionada.

O que pode inicialmente parecer um sonho, também pode se tornar

um pesadelo com o passar do tempo. Antes de utilizar qualquer tipo de suplemento é necessário que a pessoa se questione: “Quando é necessário suplementar?”; “O que suplementar?”; e “Como suplementar?”. A resposta para essas perguntas é o que veremos adiante.

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2.1 – Os Suplementos nutricionais

Os suplementos são vitaminas e/ou minerais isolados ou combinados entre si que devem conter no mínimo 25% e no máximo 100% da IDR (Ingestão Diária Recomendada). Dentro dessas condições, podem ser vendidos livremente. Se o máximo da IDR for ultrapassado, os suplementos passam a ser considerados medicamentos e assim necessitam de receita médica para sua venda.

Os suplementos são comumente utilizados para complementar a

alimentação diária de uma pessoa que não consegue ingerir os valores necessários de vitaminas e/ou minerais.

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Certos produtos como as bebidas isotônicas, a albumina, os aminoácidos, os hipercalóricos e produtos à base de carboidratos são classificados e destinados a um grupo específico de pessoas, sendo estas praticantes de atividades físicas regulares e não devem ser ingeridos por pessoas que não tenham o hábito de se exercitar regularmente.

De acordo com as normas brasileiras, estes produtos são divididos em cinco categorias, sendo: Repositores Hidroeletrolíticos São produtos que contém em sua fórmula uma concentração variada de eletrólitos (sódio e cloreto), e podem ter a adição de vitaminas e/ou minerais. São indicados para a reposição de líquido e sais perdidos na transpiração, durante a prática de atividades físicas. Estes repositores apresentam-se na forma líquida ou em pó. Repositores energéticos São produtos que possuem, geralmente, 90% de carboidrato em sua fórmula, podendo conter também vitaminas e minerais. São indicados para manter o nível adequado de energia de um atleta. Estes produtos apresentam-se na forma líquida, em pó, em barra ou gel. Esses tipos de repositores são muito utilizados em competições ou treinos, pois fornecem e proporcionam rapidamente a absorção de energia. Alguns exemplos são: Sportenergy, Cabo Fuel e Carb Up. Alimentos protéicos São produtos em que as proteínas predominam (no mínimo 51% do valor calórico) em sua composição. Estes produtos podem conter carboidratos e gorduras, contanto que a soma energética dos dois não ultrapasse o valor das proteínas. As proteínas são fundamentais para o organismo, pois estão presentes em todas as células do corpo, sendo responsáveis por fornecer os aminoácidos necessários para a formação dos tecidos, enzimas, hormônios, entre outros. Existem dois tipos de proteínas: animal e vegetal. Na proteína animal concentra-se alto valor biológico, sendo encontrada nas carnes, ovos e leite. A proteína vegetal possui baixo valor biológico, pois não contém todos os aminoácidos essenciais ao organismo. Essa proteína pode ser encontrada em leguminosas, soja e cereais integrais. Alimentos compensadores São produtos com concentração variada de macronutrientes (gorduras, proteínas e carboidratos), e visam o ajuste destes nutrientes à dieta dos atletas. Esses alimentos precisam seguir um padrão nos produtos prontos para consumo, observe:

Quantia de carboidratos: abaixo de 90%;

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Proteínas: pelo menos 65% do teor de proteínas presentes em um alimento devem corresponder à proteína de alto valor biológico;

Gorduras: o alimento deve se constituir de 1/3 gordura saturada, 1/3 monoinsaturada e 1/3 gordura poliinsaturada;

Caso estes produtos contenham vitaminas e/ou sais minerais, a quantidade não poderá ultrapassar as IDR´s de adultos.

Aminoácidos de Cadeia Ramificada Estes produtos têm por objetivo fornecer energia para praticantes de atividades físicas regulares. A fórmula destes produtos contém concentrações variadas de aminoácidos de cadeia ramificada (leucina, isoleucina e valina), combinados ou isolados, devendo compor, no mínimo, 70% dos nutrientes energéticos da fórmula.

Os suplementos são, geralmente, indicados para atletas que gastam muitas calorias e não conseguem repô-las somente na alimentação. A ingestão de suplementos somente deve ser feita com a prescrição e acompanhamento de um médico ou nutricionista, que além da suplementação irá fazer um planejamento adequado e relacionado ao suplemento utilizado.

Muitas pessoas, praticantes de atividade física, fazem uso de

suplementos sem o acompanhamento de um profissional, utilizam por conta própria, às vezes por indicação de um colega ou instrutor de academia. Porém, a promessa de resultados acelerados quanto à eliminação de gordura e ganho de massa muscular pode ser altamente perigosa, visto que pode acarretar sérios danos à saúde, principalmente se o consumo ocorrer em grandes quantidades.

Para essas pessoas, que praticam atividade física regularmente, e

cujo gasto calórico não é tão alto, não há a necessidade da ingestão de suplementos. Apenas uma alimentação saudável e balanceada é o suficiente. Porém, algumas pessoas optam por uma refeição não adequada e pensam que ingerindo suplementação estarão bem.

Esse pensamento é totalmente errado, pois os alimentos são muito

mais ricos em nutrientes do que os próprios suplementos nutricionais, que assim como o nome já diz, devem suplementar a alimentação e não substituí-la.

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2.2 – Tipos de suplementos e suas características Vamos conhecer agora os principais tipos e funções dos suplementos.

Se forem utilizados de forma inadequada, podem oferecer sérios riscos à saúde, portanto um bom conhecimento é indispensável.

Aminoácido

É a matéria-prima da proteína e possui rápida absorção pelo

organismo. Ele tem grande importância na manutenção da massa magra do corpo. É indicado a atletas que treinam intensamente e precisam constantemente repor as proteínas. Pessoas com disfunções intestinais, hepáticas e renais, devem ter cuidado ao ingerir esse suplemento.

Glutamina

É um tipo de aminoácido existente na musculatura, seu uso, após os

treinos, aumenta a síntese protéica no músculo e ajuda a diminuir o estresse sofrido por ele recuperando as fibras rompidas durante o exercício intensivo. Dessa forma, o corpo já fica preparado para o próximo treino. É indicado a atletas que treinam de forma intensiva. Termogênicos e queimadores de gordura

São substâncias que aumentam a temperatura corporal, colaborando

para uma maior queima de calorias e redução do apetite. São geralmente procurados por mulheres e o seu uso necessita ser acompanhado de exercícios físicos e acompanhamento médico, pois o uso inadequado pode provocar danos à saúde, como taquicardia, insônia, convulsões e outros males. BCAA

São os principais aminoácidos que a musculatura do corpo necessita durante uma atividade física. É recomendada a sua ingestão após um treino pesado, pois aumenta a capacidade do ganho de massa, além de ajudar na recuperação da musculatura, deixando-a apta para um treino de mesma intensidade já no dia seguinte. Esses aminoácidos são responsáveis por formar até 35% da massa muscular e são indispensáveis para a manutenção e o crescimento dos músculos. São indicados para atletas que treinam intensamente. Óxido nítrico

Esse produto tem a capacidade de retardar a fadiga muscular e

aumentar o ganho de massa. Isso acontece devido ao fato de o óxido nítrico aumentar a velocidade de contração da fibra muscular durante e após o treino, desse modo, um maior potencial de força é gerado. Esse produto é

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indicado a atletas que treinam constantemente, mas não deve ser utilizado por longos períodos. Creatina

É um tipo de proteína que pode ser encontrada em alimentos de

origem animal, como a carne vermelha. Nos suplementos, a creatina é retirada de carnes e fígado de boi, e misturada a outros componentes, resultando em sua forma de suplemento. Ela proporciona ao atleta maior força e energia, otimizando os rendimentos nos treinos. Além disso, com sua utilização, os músculos necessitam de um menor tempo para se recuperarem. Seu uso pode também causar uma falsa sensação de ganho de massa, porém na realidade é apenas um inchaço, causado pela reserva de água dentro das células. Ao usar esse suplemento é necessário fazer algumas pausas temporárias e acompanhamento de um profissional. O uso demasiado de creatina pode causar pedras nos rins.

Hiperprotéicos

Esse é um dos suplementos mais importantes, pois é um composto

alimentar com alta concentração de proteína e baixa concentração de gordura. São derivados do leite, da soja ou do ovo. Sendo a proteína a matéria prima da construção muscular, esse suplemento é ideal para atletas que necessitam desenvolver sua musculatura e que pratiquem atividade física em qualquer intensidade. Apenas recomenda-se cautela em seu uso, para não sobrecarregar as funções hepáticas. O hiperprotéico mais conhecido e utilizado é o Whey Protein.

Leitura complementar Denúncia: 53% das marcas de Whey Protein testadas estão irregulares Depois de diversas reclamações de atletas, empresário faz análise de 28 marcas e descobre, em 15 deles, fórmula diferente da tabela nutricional. Importante para complementação nutricional, os suplementos protéicos foram alvo de investigação no Paraná. Dono de uma loja em Londrina, Félix Bonfim fez o trabalho que deveria ser da ANVISA: mandou avaliar as principais marcas de Whey Protein do mercado. E o que ele descobriu não vai deixar ninguém mais forte. - Alguns atletas que a gente patrocina reclamaram que estavam perdendo rendimento quando usavam Whey Protein de algumas marcas. Fiquei desconfiado e paguei um laboratório particular para avaliar a composição nutricional e a qualidade de produtos brasileiros - contou. Das 28 marcas avaliadas, 53%, ou seja, 15 delas apresentaram no laudo uma variação na tabela de composição ou tiveram suas fórmulas alteradas. E o mais grave é que todas são certificadas pela ANVISA (Agência Nacional

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de Vigilância Sanitária). - São produtos totalmente adulterados, que contém porções de proteína menores do que as descritas na embalagem. Um produto com 30g deveria conter 24g de proteína e, em algumas marcas, oferece apenas três gramas - afirmou Félix. Destinados às pessoas que não conseguem suprir as necessidades nutricionais apenas com a alimentação, os suplementos são usados tanto por atletas como por pacientes em tratamento médico. Nestes casos a adulteração é ainda mais perigosa, já que envolve restrições alimentares. - Imagina o paciente que não pode ingerir uma quantidade de carboidrato além daquela que está prescrita na dieta dele?! Ele vai sofrer consequências sérias com isso - explicou a nutricionista Beth Vilhena. As análises feitas por Félix Bonfim mostraram também que alguns suplementos têm mais carboidrato do que indica o rótulo, um problema sério tanto para atletas como pacientes. - Têm proteínas no mercado que dizem ser zero grama de carboidrato na sua dose e quando se vê a análise tem 15, 18, 20g de carboidrato. Isso é um crime. Você induz um profissional da saúde a cometer um erro - completou o empresário. As análises colocam sob dúvida não só o compromisso das principais marcas do mercado, mas também a fiscalização do órgão responsável. - Eu tenho um órgão que fiscaliza, que é a ANVISA, e ao mesmo tempo tem as empresas que consideramos idôneas, mas na verdade os suplementos estão alterados. Como eu posso utilizar esses suplementos? Ficamos com receio. Somos profissionais sérios, e esperamos que isso seja fiscalizado - finalizou a nutricionista Beth.

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Mais da metade das marcas de Whey Protein avaliadas não têm a fórmula indicada (Foto: Getty Images)

Hipercalóricos

Esses complementos são compostos por vitaminas, fibras, minerais,

baixo teor de gordura e alta quantidade de calorias, ideal para atletas que queiram aumentar o peso.

Estimulantes

São complementos a base de cafeína, como por exemplo o guaraná.

Esses produtos têm a capacidade de acelerar o metabolismo do corpo, estimulando o sistema nervoso central. Com isso, o atleta melhora sua disposição e resistência nos treinos aeróbicos ou anaeróbicos, além de melhorar seu humor. O uso abusivo desse complemento pode causar dependência psicológica, aumento da pressão arterial, agitação, insônia e problemas na coordenação motora. Ácido linoléico (CA, LA, CL)

São suplementos derivados do óleo de cártamo, utilizados para

diminuir os níveis de gordura e aumentar a massa magra corporal. Deve ser utilizado com acompanhamento de um profissional. Precursores do hGH

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É uma combinação de aminoácidos que tem por finalidade aumentar

a produção do hormônio GH, responsável pelo crescimento e aumento da musculatura. Alguns especialistas, no entanto, são contra o uso desse suplemento, alegando que no processo de multiplicação das células, pode também ocorrer a multiplicação de células com pré-disposição cancerígena, principalmente se o atleta já tiver casos da doença em sua família. Energéticos e Carboidratos

Os energéticos são complexos enriquecidos com vitaminas e devem

ser utilizados antes dos treinos para fornecerem maior empenho ao atleta. Os carboidratos são a maior fonte de energia que o corpo pode obter, sendo assim, um combustível perfeito para o corpo e cérebro. Anabolizantes naturais pró-hormonais

Este suplemento aumenta consideravelmente a produção do

hormônio masculino, a testosterona. É um suplemento muito utilizado por atletas que buscam o ganho de massa muscular, uma vez que a testosterona é o principal hormônio que colabora para o aumento da massa muscular. 2.3 – Cuidados ao fazer uso de suplementos

Algumas pessoas acreditam que utilizando um suplemento, elas poderão ter mais energia, disposição e ainda um corpo mais belo, sem ao menos praticar qualquer tipo de exercício. Porém, essas pessoas se enganam profundamente.

O uso de suplementos deve ser feito por atletas ou pessoas que se

exercitem regularmente. Utilizar suplementos sem fazer alguma atividade física pode gerar mais prejuízos do que vantagens à pessoa. É exatamente isso que acontece com as pessoas que utilizam suplementos sem qualquer prescrição médica e assim a ingestão diária de algumas substâncias passa do limite indicado diariamente para um indivíduo.

O uso indevido de nutrientes, causado pelo excesso do consumo de

suplementos, é algo que está se tornando cada vez mais frequente, principalmente por pessoas que frequentam academias e por isso não veem mal, ou risco algum, em ingerir os complementos sem o acompanhamento de um nutricionista. Essas pessoas tendem a achar que por fazerem exercícios na academia, podem utilizar qualquer suplemento sem risco algum, mas enganam-se.

A ingestão em excesso é cada vez mais preocupante. Um dos

problemas mais alarmantes e frequentes é a ingestão excessiva de

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proteínas e aminoácidos, presentes em suplementos que afirmam aumentar a força e definir os músculos.

É necessário respeitar o limite e a necessidade diária do corpo,

referente a cada substância. Segundo especialistas, a ingestão diária de proteínas e aminoácidos deve ocorrer entre pessoas que não praticam nenhum exercício físico, sendo uma grama por quilo de peso corporal; para pessoas que praticam exercícios físicos regularmente, 1,6 gramas por quilo de peso; e para atletas de alto rendimento, 1,8 gramas por quilo de peso.

Os nutricionistas alertam que, no caso da proteína e dos aminoácidos,

a ingestão em excesso pode causar o efeito inverso, causando aumento de peso e sobrecarregando as funções hepáticas. Também pode ocorrer a hipervitaminose, ou seja, o excesso de vitaminas no organismo. Os efeitos dessa doença variam de acordo com cada tipo de nutriente. Mas, uma das consequências mais comuns em diversas pessoas é o aparecimento de feridas pelo corpo.

Outro problema comum é a ingestão em excesso de antioxidantes, utilizados para diminuir o estresse oxidativo, que é um dos responsáveis pelo envelhecimento precoce. Porém, os atletas costumam ter um nível de estresse oxidativo maior e por isso tentam compensar, utilizando os antioxidantes, mas o que ocorre na realidade é um efeito contrário: o aumento da quantidade de radicais livres.

Médicos alertam para excesso nos suplementos vitamínicos

Médicos de Massachusetts - Boston, pediram atenção aos usuários de suplementos na hora de efetuarem a compra, pois existe uma grande quantidade de suplementos que estão sendo vendidos de forma inadequada. O rótulo indica uma determinada quantidade de vitaminas e minerais, mas no entanto o conteúdo do pote vem com dosagens maiores do que as descritas, o que acarreta o excesso dessas substâncias para os consumidores. O excesso de vitaminas e minerais, ao contrário do que muitos imaginam, acabam se tornando nocivos à saúde.

Durante uma pesquisa realizada, foi possível observar um homem, com idade de 42 anos, sofrendo de intoxicação e overdose de vitamina D, por ter ingerido um suplemento que continha 430 vezes mais a quantidade da vitamina do que o indicado no rótulo.

A equipe do hospital que atendeu este paciente informou que ele foi diagnosticado com níveis altíssimos e anormais de cálcio, sendo internado às pressas. A vitamina D em excesso provoca o aumento da absorção de cálcio pelo organismo. O cálcio, quando em níveis acima do desejado, pode

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provocar no indivíduo problemas cardíacos e mentais.

Não se sabe ao certo quais sintomas levaram o paciente de 42 anos a procurar ajuda médica, mas sabe-se que ele foi internado com sintomas de hipercalcemia, ou seja, excesso de cálcio no sangue.

O homem estava ingerindo suplementos de vitamina D-3 e os testes realizados pela equipe do centro médico, em três lotes diferentes, revelaram que os níveis de D-3 em cada grama do produto eram de 26 a 430 vezes a quantidade apresentada no rótulo.

Ele tomava uma colher de chá de pó de Prolongevity diariamente, os médicos calcularam que ele estaria ingerindo entre 78 a 1.302 vezes acima do limite recomendado de vitamina D. O fabricante do suplemento ingerido pelo homem não quis se pronunciar sobre o acontecimento.

Abaixo, temos algumas dicas a serem seguidas por quem tem

interesse em começar a utilizar suplementos de forma adequada e saudável:

Antes de qualquer iniciativa, procure um especialista. Existem muitos suplementos e muitas informações falsas sobre eles, portanto, o melhor é não correr riscos e conversar com um nutricionista para se informar melhor antes de qualquer atitude.

Tenha ciência dos motivos pelos quais você fará uso de um suplemento, jamais o utilize por razões vagas ou porque alguém disse que seria bom. Saiba exatamente o que ele proporciona, bem como seus riscos e benefícios.

Utilize suplementos de boa qualidade, um bom profissional irá auxiliá-lo nessa escolha.

Não utilize nenhum suplemento por longos períodos. Sabemos que utilizado em excesso pode prejudicar terrivelmente a saúde. Faça uso apenas pelo período indicado pelo profissional que prescreveu seu uso.

Não utilize suplementos no lugar de um bom estilo de vida. Os suplementos não substituem bons hábitos, como boa alimentação e uma prática regular de exercícios.

Jamais tenha a ilusão de que os suplementos fazem milagre.

Embora os suplementos tenham sua importância, apenas atletas e praticantes regulares de exercícios físicos poderão se beneficiar de seus resultados.

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Para a maioria das pessoas, ainda é melhor levar um bom estilo de vida do que recorrer aos suplementos. Como já dito anteriormente, eles são eficazes somente para atletas.

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Unidade 3 – Relação entre suplementos e atividade física

Conforme vimos anteriormente, os suplementos são comumente

procurados por atletas e praticantes de atividades físicas por diversos motivos. Mas em geral buscam melhorar aspectos do desempeno físico e corporal, como aumento de massa muscular, redução da gordura corporal, aumento da capacidade aeróbica, melhor desempenho, perda de peso, retardo do envelhecimento, entre outros. Contudo, são frequentemente considerados produtos milagrosos, que prometem resultados mágicos em curto prazo de tempo, o que é um equívoco.

O fato é que, os suplementos estão intimamente ligados às atividades físicas, pois eles podem sim garantir melhores resultados e desenvolvimento do indivíduo, conforme veremos melhor nesta unidade.

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3.1 – Suplementos em exercícios de força

O treinamento de força, mais conhecido como musculação, é uma prática de exercícios com peso bastante praticada no mundo todo. Esse tipo de exercício proporciona o aumento de hormônios anabólicos, como o hormônio do crescimento (GH) e a testosterona, além dos ganhos de força e hipertrofia muscular. A hipertrofia muscular nada mais é do que o aumento do tamanho dos músculos em consequência do aumento das funções celulares.

A combinação entre a musculação e a ingestão de proteínas é uma excelente estratégia para maximizar os resultados esperados. Os nutricionistas afirmam que a ingestão de proteínas está associada com diversas funções, como por exemplo, o aumento da taxa de síntese de proteínas, o aumento da massa muscular (conforme já citado) e produção de força, além da melhora do sistema imunológico e a diminuição dos riscos de lesões musculoesqueléticas.

A utilização de proteínas antes e após os treinos tem maior eficácia do que se consumida em outros momentos do dia.

Os suplementos mais indicados para quem pratica a musculação são

os suplementos que promovem força e aumento de massa muscular. É fundamental que os praticantes de musculação tenham mais energia e força.

Com a prática, o indivíduo percebe, primeiramente, um bom aumento

da força e posteriormente o aumento muscular. Quando os músculos ganham mais força e energia, consequentemente o rendimento durante os treinamentos passa a ser cada vez maior. Pois o treino constante provoca maior rompimento e construção de novas fibras musculares.

Assim como muitos esportes, a musculação também exige certo

tempo para a recuperação do corpo, porém esse tempo é relativamente curto, permitindo que logo depois o indivíduo possa fazer outra série de exercícios.

Suplementos pré-treino Atualmente, os melhores e mais indicados suplementos para os

praticantes de musculação são os pré-treinos, pois estes promovem maior energia, força e resistência muscular, que serão bem utilizados durante o treino.

Estes suplementos são constituídos por creatina e óxido nítrico, que

formam uma ótima combinação para quem faz musculação. Isso porque o óxido nítrico abre caminho para a creatina ser absorvida rapidamente, o que gera uma maior, mais forte e rápida contração muscular. Além disso, os

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suplementos pré-treinos também contêm cafeína, o que colabora com o fator psicológico do indivíduo, proporcionando maior foco, energia e disposição.

Os suplementos pré-treinos mais conhecidos e eficazes são:

1.M.R

XPAND 2X

C4 CELLUCOR

B4 Bpi Sports

BUILD HD Suplementos intra-treino

Especialistas concluíram recentemente que além da alimentação e suplementação pré e pós treino, também se faz necessária uma nutrição adequada durante o treino. A suplementação intra-treino colabora para a manutenção da energia e força durante a realização dos exercícios durante o treino.

Estes suplementos são compostos por carboidratos, aminoácidos essenciais, incluindo os de cadeia ramificada, eletrólitos, água, proteínas hidrolisadas, vitaminas, minerais e agentes ergogênicos, como a creatina e a bata-alina.

A suplementação durante o treino reduz a degradação protéica, criando um ambiente hormonal favorável, diminuindo a liberação de cortisol induzida pelo exercício, e ainda estimulam a liberação de insulina, retardando a fadiga. Sem contar que mantém o corpo hidratado durante os exercícios, além de aumentar a força e a resistência.

Abaixo os suplementos intra-treino mais conhecidos no mercado:

Intense

Volumaize

Aminofor Sachê

BCAA Shot 2g

Isofort Ultra Suplementos termogênicos

Estes suplementos colaboram para acelerar o emagrecimento e a definição muscular. Os novos termogênicos possuem fórmulas modernas e eficazes, que auxiliam no equilíbrio do metabolismo energético. Além disso, promovem também maior energia e foco.

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O metabolismo, estando mais acelerado, processa e absorve com mais facilidade as proteínas, proporcionando resultados rápidos durante a prática da musculação.

Segue lista dos termogênicos mais procurados pelos praticantes de

musculação:

Lipo 6 Black Ultra Concentrado

Super Hd cellucor

B4 Bpi Sports

Lipo 6 unlimited

Hydroxycut Elite

Animal Cuts

Redline Vpx

DREN MHP

OxyElitePro

Lipo-Redux SAN (Gordura localizada) Suplementos pós-treino

O suplemento pós-treino é essencial para atletas de alto desempenho, que necessitam de uma rápida recuperação dos músculos. Após sua ingestão o organismo absorve nutrientes para compensar o que foi degradado durante o treino.

A suplementação mais indicada para esse momento é a Proteína do soro do leite, em sua forma hidrolisada. Tratando-se de absorção e disponibilidade é a proteína mais eficiente e veloz. Ela é altamente favorável ao pós-treino porque se encontra na forma pré-digerida, facilitando a absorção e oferta de aminoácidos essenciais ao músculo.

Outros suplementos indicados para o pós-treino são os TCM ou MTC

(triglicerídeos de cadeia média), gorduras mais amenas se comparadas a outros tipos de gorduras, os triglicerídeos de cadeia longa. Estes suplementos exigem menos trabalho para a digestão, absorção e oxidação, o que as tornam uma fonte de energia imediata, enquanto as outras gorduras possuem um processo bem mais complexo e são facilmente armazenadas no tecido adiposo, ao contrário dos TCM que dificilmente são armazenados como gorduras, por possuírem uma velocidade de oxidação comparável á dos carboidratos.

A falta de alimentos após o treino pode acarretar na degradação das

proteínas musculares para fornecimento de energia, provocando o acontecimento oposto ao desejado: a perda de músculos.

Após o treino a alimentação deve acontecer o quanto antes, de

preferência 30 minutos após o término dos exercícios, a fim de repor o quanto antes a energia gasta durante a atividade física e proporcionar os

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nutrientes necessários à reparação do tecido muscular. Neste caso, a combinação carboidrato + proteínas é ideal.

Os suplementos pós-treino mais indicados são:

Whey Protein

Ready-to-Drink

L-Glutamina

BCAA´s

Aminoácidos

Suplementos Vitamínicos e Minerais

Barras Protéicas

Veja o que é mito e verdade acerca de alguns dos principais suplementos: Creatina pode fazer mal - VERDADE A creatina é considerada um dos suplementos mais ingeridos pelos atletas que buscam adquirir maior força e desempenho nas atividades físicas. Quando utilizada de forma correta não causa nenhum dano ao usuário. Porém, sendo ingerida em excesso, acaba sobrecarregando as funções dos rins e fígado, principalmente em pessoas que já tenham pré-disposição. Ao longo do tempo, os suplementos podem deixar de fazer efeito - MITO Os suplementos nunca perdem o efeito, o que pode ocorrer é uma acomodação dos músculos às atividades realizadas. De períodos em períodos é necessário alterar o tipo de treino e ajustar as doses da suplementação, sempre com o auxílio de um profissional. Há contra-indicação para o uso do BCAA (aminoácidos de cadeia ramificada) - VERDADE Este suplemento é indicado para a recuperação de lesões musculares causadas durante treinos intensos, portanto é bastante útil para atletas. No entanto, seu consumo pode alterar os níveis de serotonina no cérebro, substância responsável pelo bem-estar e bom humor. Quando esta substância fica defasada no organismo, o indivíduo pode sofrer alterações no sono, humor e estado emocional. Sendo assim, pacientes que fazem tratamentos para a depressão não devem fazer uso desse suplemento, a fim de evitar qualquer disfunção. Whey protein é eficaz - VERDADE Este suplemento, derivado da proteína do leite, contribui para o aumento da

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massa magra no corpo, e sendo assim, para o aumento da força. Ele é considerado um dos meios de crescimento muscular mais saudável. Claro que o suplemento sozinho não atinge o objetivo da definição muscular, é preciso conciliar sua ingestão com uma boa prática de exercícios. Eu tenho uma dieta extremamente balanceada, então não preciso de suplementos - MITO Na realidade isso depende muito do tipo de treino realizado. Atletas que praticam treinos mais intensos necessitam sim suplementar, pois dificilmente eles conseguiriam nos alimentos o que o corpo precisa para se manter com uma rotina pesada de atividades físicas. Chá verde queima gordura - VERDADE O chá verdade possui substâncias que aceleram a quebra de gordura (chamada lipófise) acumulada no tecido adiposo. Porém, pessoas com pressão alta devem ter cautela ao ingerirem o chá, pois em grandes quantidades ele pode contribuir para o aumento da pressão arterial. Os suplementos otimizam a força dos músculos, mesmo sem treino - MITO A musculatura só se desenvolve através de estímulos, por isso é necessário o treino. O suplemento irá contribuir para a hipertrofia da célula, mas sozinho não tem capacidade de aumentar a massa. Nosso corpo produz o ômega-3 que necessitamos -MITO Este nutriente essencial ao organismo só é adquirido através da alimentação. O corpo não é capaz de produzir ômega-3, portanto é necessário ingerir alimentos que o contenha, como por exemplo, peixes, frutos do mar e algumas sementes.

Pode parecer mentira, mas as gorduras também têm seu grau de

importância dentro da alimentação. Até 30% das calorias da dieta deve ser proveniente desse macronutriente, dando preferência às gorduras insaturadas.

Aconselha-se incluir na alimentação diária suplementos que forneçam

ácidos graxos essenciais (ômega-3 e ômega-6), que são um tipo de gordura insaturada assim chamada porque nosso organismo não é capaz de produzi-las.

Os ácidos graxos essenciais exercem funções importantes no

metabolismo e na saúde como um todo, e são encontrados em suplementos na forma líquida, em cápsulas ou ainda gomas mastigáveis, como: Óleo de

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Linhaça, Óleo de Prímula, Óleo de Coco, Óleo de Peixe ou compostos contendo dois ou mais tipos de óleo. 3.2 – Suplementos em exercícios de resistência/endurance

O treinamento de resistência, ou endurance, como também é

conhecido, visa o aprimoramento do sistema cardiovascular. Geralmente, para regular sua resistência o atleta se dedica a treinos regulares e intensos. Mas para acelerar este processo hoje eles já podem contar com a ajuda de suplementos nutricionais que auxiliam no aumento da resistência cardiovascular.

O termo endurance, como também são conhecidos os exercícios de

resistência, pode significar muitas coisas diferentes para algumas pessoas. Mas dentro do mundo esportivo, ele pode ser a capacidade de aguentar um exercício prolongado por alguns minutos, horas ou mesmo dias.

Em outras palavras, endurance exige que o sistema cardiovascular do

atleta forneça energia para os músculos para que possam trabalhar na atividade física sustentada. O objetivo do treinamento de endurance é desenvolver os sistemas de produção de energia para atender ao fluxo da atividade durante o tempo necessário.

A resistência é determinada por alguns fatores, sendo que alguns estão fora do controle do atleta. Porém, ingerir suplementos voltados para esse fim, está totalmente dentro do controle do atleta. Existem alguns suplementos especiais que foram desenvolvidos com o objetivo de melhorar a resistência e impulsionar o indivíduo a obter maior êxito.

Através do treinamento de resistência o corpo do atleta se torna cada vez mais apto a produzir ATP (energia) pelo metabolismo aeróbico.

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Consequentemente os sistemas cardiorrespiratório e enérgicos tornam-se mais eficientes na entrega de oxigênio para os músculos, trabalhando e transformando carboidratos e gordura em energia.

Existem várias maneiras diferentes de treinar o melhoramento da

resistência. A duração, frequência e intensidade de cada tipo de treinamento variam e a formação centra-se em sistemas de energia ligeiramente diferentes, bem como as habilidades e os resultados em diferentes adaptações físicas.

Os suplementos destinados aos treinos de resistência ajudam na

manutenção de um sistema imunológico forte, mantém uma boa eficiência do uso de oxigênio do corpo, além de manter bons níveis de ácido lático e de óxido nítrico.

Os suplementos mais indicados para o fornecimento da energia que o

corpo precisa para utilizar em atividades físicas intensas são os seguintes:

NO2 (Óxido Nítrico): Alguns estudos já realizados comprovaram que suplementos de óxido nítrico, contendo ácidos cetônicos, colaboram para o adiamento da fadiga e a melhora da resistência física. Ou seja, esse suplemento permite que se faça um treino pesado por mais tempo antes dos músculos se cansarem.

Ribose: Este suplemento colabora para o aumento das reservas de energia que são utilizadas em atividades anaeróbicas intensas. Dessa forma, os músculos ficam com a energia necessária para explosões de força.

Sports drinks: Fornecem ao organismo carboidratos e eletrólitos, o que colabora para o aumento da performance durante as atividades e maximiza a absorção de fluidos. Este suplemento é considerado o mais completo, no que se refere a carboidrato.

Maltodextrina: Trata-se de um carboidrato complexo de lenta absorção, que fornece energia ao corpo durante atividades de longa duração. Este suplemento libera aos poucos a glicose para o sangue, o que colabora para o retardamento da fadiga.

Melhore o coração e a forma física com seis dicas de exercícios 1. Alterne a intensidade - É bom intercalar movimentos moderados, com outros mais intensos e rápidos. Dessa forma é possível obter maior resistência, queimar mais calorias e ficar mais rápido e forte. Além disso, perde com mais facilidade a gordura localizada na barriga, uma vez que

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intercalar o ritmo dos movimentos é comprovadamente mais eficaz para queimar as gorduras dessa região. 2. Use os braços - Geralmente os exercícios cardiorrespiratórios utilizam muito mais as pernas. Sendo assim, procure sempre que possível movimentar os braços. Quando estiver fazendo esteira, evite se segurar no aparelho, da mesma forma quando estiver malhando no elíptico. Vale também fazer algum exercício ou esporte que movimente os braços, como a natação, tênis, ou qualquer outro esporte. 3. Duração do treino - Procure fazer cinco minutos a mais de exercícios do que o normal. Geralmente as atividades voltadas para o cardiorrespiratório duram de 30 a 45 minutos. Tente ir um pouco além para queimar calorias extras. Em pouco tempo você irá observar a diferença. 4. Incorpore treinamento de força - Dentro de um treinamento voltado para o cardiorrespiratório, que tem como principal objetivo a queima de calorias, através de exercícios de alta intensidade, também é possível trabalhar o fortalecimento dos músculos. Para melhorar o tônus muscular das pernas e do bumbum, exercite-se sempre programando o aparelho (esteira ou bicicleta) com um pouco de inclinação. Na piscina, use luvas ou aparelhos que ajudam a criar resistência com a água. 5. Mude o tipo de exercícios - É importante variar os tipos de exercícios para que não aconteça nenhum tipo de lesão por esforço repetitivo, além de melhorar a resistência física. Incluindo pelo menos 3 modalidades diferentes dentro de uma mesma semana, você estará contribuindo para a saúde do seu coração. 6. Imponha dificuldades - É importante sempre superar alguns limites. Procure tornar seus exercícios sempre mais desafiadores. Na esteira, é possível colocar um pouco de inclinação, na bicicleta pode-se pedalar sem sentar no banco, exigindo mais das pernas, na corrida é possível elevar os joelhos mais do que o habitual.

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3.3 – Suplementos em esportes coletivos

A prática de esportes, seja qual for, está intimamente ligada com a

qualidade de vida das pessoas. O ato de se movimentar é tão necessário para o corpo, quanto o ato de pensar é necessário para exercitar a mente, seja criança, jovem, adulto ou idoso. Em qualquer fase da vida o esporte se faz necessário, claro que dependendo da fase, ele será em maior ou menor intensidade, de acordo com as condições de cada um. A prática do esporte vai muito além do que parece, pois dentro dela os indivíduos têm a oportunidade de expressar sentimentos, crenças, valores e muito mais.

Todo esporte tem a capacidade de auxiliar seus praticantes a formar

conceitos básicos de cidadania, como por exemplo, em aspectos afetivos, culturais, cognitivos, sociais e biológicos. Essa percepção contribui para o questionamento dentro de certas situações e problemas. Vejamos abaixo como a importância do esporte em cada fase da vida de uma pessoa:

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Importância do esporte na infância

É na infância que o ser humano começa a aprender a lidar com

algumas situações e dificuldades ao seu redor. Por este fato é que o esporte já deve ser inserido na vida da criança, pois através dele é possível que a criança forme seu conceito sobre compartilhar, dividir, respeitar entre outros aspectos relevantes na vida. O esporte nesta fase, além de trazer à criança benefícios mentais, colabora também para o desenvolvimento físico e motor. Especialistas dizem que quanto mais cedo se inicia um esporte, menor a possibilidade de se desenvolver uma doença.

Importância do esporte na adolescência

O esporte auxilia o adolescente na construção de uma boa convivência, já que é nessa fase que surgem as primeiras crises e opiniões mais fortes. Através da prática esportiva que ocorre frequentemente dentro

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das escolas, os adolescentes passam a encarar certos conflitos existentes no grupo e aos poucos aprendem a superar cada um deles.

O esporte colabora para que o adolescente aprenda a conviver

melhor em grupo, superando com maior facilidade qualquer conflito existente, por isso é importante a prática do esporte nesta fase da vida, pois ele contribuirá para a sua formação quanto pessoa.

Importância do esporte na terceira idade

Esta é uma fase da vida em que o idoso necessita de uma ocupação

que, além de preencher seu tempo vago, o faça feliz e realizado, pois assim ele viverá mais disposto e de bem consigo mesmo e com os demais. Neste período é muito importante que tenham o apoio da família e amigos para a prática do esporte.

A família não pode se esquecer de que o idoso irá praticar o esporte

apenas para seu bem-estar e não para qualquer tipo de competição. Desse modo, não devem cobrar resultados excessivos e intenso desgaste da pessoa. O idoso deverá sempre respeitar o seu limite, para que a prática seja sempre prazerosa e não um incômodo. Atualmente os idosos podem contar com diversos locais voltados para práticas exclusivas à terceira idade. Geralmente são oferecidos nestes locais, esportes como natação, hidroginástica e outros esportes adaptados.

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Esportes coletivos

Nos esportes coletivos é muito importante que o atleta esteja com sua

composição corporal de acordo com sua função em campo/quadra. Composição corporal essa, que lhe garanta velocidade no caso de um atacante ou uma massa muscular mais desenvolvida, como em um pivô no basquete. Sendo assim, é essencial que o clube possua um profissional nutricionista, para auxiliar cada atleta com a melhor alimentação e suplementação de acordo com sua fisiologia. Vamos utilizar como exemplo de esporte coletivo o futebol. Uma partida desta modalidade exige que o atleta esteja sempre em movimento dentro de campo, para tanto é preciso ótimo preparo físico para colaborar da melhor forma com os colegas de equipe e com o time. Ele exige do jogador uma boa arrancada, boa impulsão, velocidade, força física e resistência muscular.

Na prática do esporte coletivo é necessário trabalhar excessivamente

o condicionamento físico, aliado com uma boa alimentação e suplementação. Porém, dentro de muitos esportes coletivos podemos observar que a suplementação é fator de menor importância em comparação com a alimentação e condicionamento físico. A utilização dos suplementos melhora o desempenho físico e atlético e sabendo de sua importância vamos listar abaixo o melhor programa de suplementação para os esportes coletivos:

Sports drinks: Estes suplementos são ricos em carboidrato. O carboidrato é o principal combustível durante esportes de longa duração ou de grande exigência física, como por exemplo, o futebol. O carboidrato é armazenado no fígado e nos músculos como glicose, necessitando de menos oxigênio para ser queimado do que as proteínas ou gorduras. O carboidrato deve ser ingerido antes que ocorra o período de fadiga muscular, para assegurar que esteja disponível quando os níveis de glicogênio muscular estiverem baixos. Os atletas que ingerem líquidos contendo carboidratos conseguem manter uma intensidade maior durante os exercícios, treinos ou jogos. Os Sports drinks fornecem aos atletas a quantidade necessária de carboidratos, além de manter

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o corpo hidratado durante a prática esportiva, fator de grande importância para evitar complicações como desidratação.

Maltodextrina: Contém polímeros de glicose, que são compostos de açúcar unidos, fáceis de o corpo assimilar e utilizar, e ideais para jogadores de futebol. Os polímeros de glicose são lenta e constantemente metabolizados, ajudando a manter os níveis de energia durante a partida de futebol. Este esporte exige muita resistência física e a matodextrina contribui muito para isto.

Whey protein: É a proteína do soro do leite. Este suplemento é rapidamente absorvido pelo organismo, portanto pode ser consumido antes, durante e depois das atividades físicas. Ele impede que hormônios destruam ou prejudiquem os músculos, e ainda contribui para o crescimento deles. O whey protein é muito utilizado para o ganho de massa muscular e melhora do desempenho atlético, pois fornece energia para os músculos cansados e danificados, ajudando em sua recuperação. Este é um dos suplementos mais indicados para a recuperação pós-treinos.

Whey protein isolado: É ainda mais concentrado que o Whey protein convencional, por isso atua de forma mais intensa. Ele deve ser ingerido sempre após as atividades físicas intensas, pois nessa hora as células absorvem os nutrientes, como se fossem esponjas. O apetite das células nesse momento e as propriedades da rápida biodisponibilidade do whey protein isolado (WPI) fazem com que a recuperação e os ganhos musculares sejam completos.

Multivitamínicos: São adequados para praticantes de esportes de grande resistência, que ficam constantemente em movimento. Esses atletas ingerem vitaminas e minerais em grandes quantidades para que o corpo não fique com nenhuma deficiência dessas substâncias. A energia é extremamente essencial durante a prática esportiva para se conseguir concentração e força durante a competição. Os Multivitamínicos devem conter vitaminas solúveis em água em grande quantidade. Os principais elementos desse suplemento são: colina, ácido fólico, zinco, inositol, além das vitaminas e minerais. São eles que ajudarão o corpo a regular a quantidade de açúcar no sangue e os níveis de energia durante a execução das atividades.

BCAA: Este suplemento deve ser utilizado antes e depois da prática de esportes. Ele contribui para a recuperação dos músculos que foram mais utilizados durante os exercícios. Uma atividade de constante correria, como por exemplo, um jogo de futebol, pode resultar na perda de tecidos musculares, por causa da demanda de energia, portanto, para evitar essa perda, é essencial suplementar com BCAA.

Packs: Este suplemento também contribui para o ganho de massa muscular, aumento da energia, da força e da performance. Ele é rico em nutrientes e sua ingestão melhora a performance do atleta, acelerando a velocidade de recuperação dos músculos.

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Unidade 4 – Anabolizantes esteroides

Com o intuito e a ilusão de conseguir um corpo escultural em pouco tempo e com menos esforço do que o normal, muitas pessoas recorrem à utilização de processos duvidosos e perigosos, como os anabolizantes esteroides.

Os anabolizantes prometem ganho de massa muscular em curto

espaço de tempo, mas trazem com eles riscos, muitas vezes, irreversíveis à saúde.

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4.1 – Definição

Os anabolizantes são hormônios artificiais fabricados a partir do hormônio masculino (testosterona). Esse hormônio é responsável pelo desenvolvimento das características masculinas, como a barba, voz grossa, maior quantidade de pelos, entre outros. Além disso, tem a capacidade de desenvolver os músculos com maior facilidade, e é para essa finalidade que muitas pessoas, inclusive mulheres, utilizam esse hormônio.

Os homens ainda são maioria na utilização dos anabolizantes, porém

o número de mulheres adeptas ao uso vem crescendo consideravelmente. A média de idade entre usuários varia de 18 a 35 anos de idade.

Inicialmente, os anabolizantes eram utilizados apenas por pessoas

que possuíam disfunções hormonais ou desgaste muscular. Porém, com o passar do tempo e o culto cada vez maior ao corpo sarado e perfeito, imposto de certa forma pela própria sociedade, fez com que pessoas recorressem a este tipo de droga para alcançar o quanto antes o corpo desejado.

Conta-se que durante a Segunda Guerra Mundial, os nazistas

utilizavam hormônios derivados da testosterona em seus soldados para que eles ficassem mais fortes, resistentes e agressivos.

Muitos atletas também recorrem aos anabolizantes para adquirirem, além do volume de músculos, maior força física, energia e resistência, aumentando assim o desempenho nos esportes.

Existem diversas formas de se utilizar os anabolizantes, sendo:

supositórios, cremes, cápsulas, pílulas sublinguais, e a mais comum, a forma injetável.

Mas, além dessas drogas, muitas outras entram de forma ilícita no

país, sendo falsificadas e acondicionadas em ampolas não esterilizadas, e em muitos casos, misturadas a outras drogas, o que agrava ainda mais seu uso.

As pessoas que utilizam anabolizantes sejam elas atletas,

fisiculturistas ou entusiastas, obtêm facilmente informações sobre a droga através da internet. Acessando, por exemplo, fóruns de discussão, podem-se trocar informações sobre como adquirir e utilizar o anabolizante.

Além disso, pode-se acessar sites especializados que disponibilizam

a bula do medicamento, trazendo, inclusive, todas as contraindicações de uso, mas que ainda assim, são ignoradas.

Infelizmente, o acesso a esse tipo de drogas ainda é muito fácil, não

só no Brasil, como em muitos outros países. Além de informações que

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podem ser obtidas através da internet, muitas pessoas adquirem os anabolizantes através de contatos pessoais, algumas vezes encontrados dentro do próprio meio em que vivem, como por exemplo, nas academias ou até centro de treinamentos atléticos.

Sem dizer o grande número de médicos que compactuam com essa

situação, prescrevendo a droga para seus pacientes sem a menor preocupação com as consequências que podem acarretar. Michel Karsten, médico holandês, declarou à revista americana Sports Illustrated, em 1997, já ter receitado anabolizantes para inúmeros atletas de alto nível.

O uso indevido dessas drogas pode acarretar em sérios danos à saúde, ou até mesmo à morte.

As pessoas obcecadas por um corpo perfeito nunca se satisfazem

com o resultado alcançado e assim buscam incessantemente meios de delinear mais e mais seus corpos, alimentando cada vez mais uma fixação pela aparência. São geralmente essas pessoas que ultrapassam seus limites, não respeitando o que elas mais cultuam: o próprio corpo.

Se uma pessoa for surpreendida praticando a venda de

anabolizantes, ela estará infringindo a lei do nosso país, conforme os artigos do código penal 278 (venda de substâncias nocivas à saúde) e 282 (falso exercício da medicina).

Conforme já vimos anteriormente, o uso deste medicamento deve ser

estritamente para fins médicos, onde o paciente tenha um real déficit na produção desse hormônio, para fins estéticos seu uso é totalmente ilegal.

Muitos dos usuários que recorrem ao uso do hormônio para fins estéticos, geralmente combinam diferentes esteroides entre si, para assim aumentar e potencializar seu efeito, o que pode agrava ainda mais seu uso desnecessário.

Há ainda, usuários que utilizam produtos veterinários à base de

esteroides, buscando resultados surpreendentes em seu corpo, sem saber ou se importar com as graves consequências que seu uso pode acarretar.

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4.2 – Fisiculturismo x anabolizantes

O Fisiculturismo, também conhecido como Culturismo, é a prática

rigorosa de exercícios físicos e musculação, que visam a definição mais perfeita possível dos músculos. Ele é reconhecido como esporte, e seus praticantes são denominados fisiculturistas.

Na musculação os exercícios são efetuados com variações de

amplitude, carga, tempo de contração e velocidade. Os métodos adotados podem ser:

Isometria – contração mantida.

Isocinética – velocidade angular constante.

Isotônica – alternância de contrações concêntricas e excêntricas.

Contínua ou intervalada.

Suave ou intensa.

Aeróbica ou anaeróbica.

Devido às diversas opções e variações, a musculação torna-se uma atividade muito flexível, podendo ser aplicada para diferentes objetivos, e por este motivo, é a principal atividade física utilizada entre os fisiculturistas, pois proporciona em menor tempo, o resultado esperado.

Dentro das competições de Fisiculturismo existem disputas individuais

e coletivas, nelas são analisados melhor simetria, maior volume, proporcionalidade e definição dos músculos.

O maior campeonato de Fisiculturismo no mundo é o Mr. Olympia,

regulamentado pela Federação Internacional de Fisiculturismo. Sua primeira edição aconteceu em 18 de Setembro de 1965, em Nova Iorque. Para participar desse campeonato o competidor deve ser de alto nível. Observe a evolução do esporte no decorrer dos anos:

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Dois brasileiros já participaram do Mr. Olympia: Luis Freitas, em 1988,

ficando em décimo nono lugar e Eduardo Correa, em 2009, ficando em terceiro lugar, embora a mídia o tenha considerado campeão, isso gerou muitas dúvidas quanto aos critérios de julgamento.

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O ator Arnold Schwarzenegger virou um ícone do Mr. Olympia, após vencer a disputa por sete vezes, o que colaborou muito para a propagação do esporte. Embora os fisiculturistas de hoje tenham maior porte do que Arnold tinha na época em que competia, ele ainda é tido como maior símbolo do Fisiculturismo.

Para chegar ao resultado esperado, os fisiculturistas focam em três pontos essenciais:

Alimentação balanceada - priorizando as proteínas e outros suplementos que proporcionam a liberação de hormônios.

Treinamento intenso - utilizando muito peso e alternando com outras atividades físicas.

Repouso - fundamental para a recomposição da musculatura. O uso de anabolizantes dentro do Fisiculturismo é muito comum, pois

nem todos praticantes têm paciência de esperar que o corpo alcance as metas desejadas em grande espaço de tempo.

Essas pessoas veem nos anabolizantes uma maneira de "cortar

caminho", adquirindo músculos definidos em menor tempo do que se estivessem apenas treinando.

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Vigorexia

A Vigorexia, também conhecida como Síndrome de Adônis, é uma doença psicológica que gera uma constante insatisfação com o próprio corpo, por mais que ele esteja perfeito. Essa insatisfação faz com que a pessoa pratique exercícios físicos incessantemente e nunca se sinta realizada. Essa é uma doença que atinge, em sua maioria, homens entre dezoito e trinta e cinco anos, e se enquadra entre os transtornos disfórmicos corporais.

Alguns autores usam a nomenclatura Transtorno Dismórfico Muscular

no quadro de transtornos obsessivo-compulsivos, outros acreditam que a Vigorexia é uma vertente da Anorexia, no sentido de que ambas seriam patologias narcisistas. Existem, ainda, autores que defendem a ausência de critérios diagnósticos para validar essas denominações.

Resumidamente, a vigorexia é definida como uma distorção que a

pessoa tem da sua própria imagem quanto à questão de força e definição muscular. Os portadores desse distúrbio são denominados vigoréxicos. Eles tendem a se achar fracos e pequenos, mesmo possuindo uma musculatura acima do normal. Isso gera uma dependência por exercícios físicos e uma grande obsessão por um corpo musculoso, mas o problema está em nunca se satisfazerem, por mais musculosos que estejam.

Esta obsessão acaba interferindo na vida social dos vigoréxicos, pois

eles passam grandes períodos dentro de academias, treinando cada vez mais e com maior intensidade. Utilizam dietas nem sempre confiáveis, como

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as que priorizam alguns tipos de alimentos, como por exemplo, as proteínas, os glicídios e os lipídios. Além disso, essas pessoas têm uma grande tendência em consumir suplementos além do recomendado e necessário.

As pessoas que sofrem dessa doença são fortes candidatos ao uso

inadequado dos anabolizantes. Por se tratar de uma doença psicológica, fica muito difícil definir quais

causam levam uma pessoa a sofrer desse mal. Contudo, acredita-se que possa haver alguma relação com os neurotransmissores do sistema nervoso central, pois alguns casos de vigorexia foram precedidos por doenças como meningite ou encefalite.

Além disso, é cada vez mais notável a imposição da sociedade por

um corpo perfeito, que siga o padrão de beleza pré-determinado por ela. Essa imposição acaba por determinar a inserção ou não do sujeito na sociedade e nos grupos de seu interesse, dificultando o desenvolvimento da autoestima e da sociabilidade sadias.

A dependência por exercícios físicos que os vigoréxicos sofrem, pode

ser compreendida como um vício, pois a prática dos exercícios eleva o nível de endorfinas no organismo. Sabemos que a endorfina é a responsável pela sensação de bem estar do corpo, e que a prática incessante de exercícios pode ser vista como um vício, exatamente pelo fato do indivíduo ansiar sempre a sensação de bem estar, assim como os indivíduos que buscam essa sensação utilizando drogas.

Algumas atividades físicas parecem ter relação com o

desenvolvimento da Vigorexia. É muito comum que as pessoas confundam a vigorexia com os fisiculturistas, porém, no caso da Vigorexia a prática de esportes está ligada a uma condição psicológica: o vigoréxico pratica seus exercícios para eliminar a ansiedade diante do corpo fraco e costuma se sentir culpado quando ocorre alguma perda de massa muscular em seu corpo ou quando fica impossibilidade de praticar seus exercícios físicos, assim como os anoréxicos se sentem quando comem demais.

Nos manuais psiquiátricos da atualidade, não existem critérios que

estabeleçam o diagnóstico da Vigorexia, por isso esta doença ainda não é um transtorno internacionalmente classificado.

Para diagnosticar uma pessoa com esse mal, é necessário observar

minuciosamente os hábitos quanto à prática de exercícios, se é uma prática saudável, ou seja, feita em uma medida moderada ou se a prática é algo encarado como uma obrigação e obsessão. É importante que, quando houver a suspeita de um caso de Vigorexia, todo círculo social à volta desse indivíduo esteja atento, desde os familiares até os professores, treinadores e colegas de trabalho e academia.

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Sintomas da Vigorexia Conforme falado anteriormente, o principal sintoma desse transtorno é

o fato de a pessoa ter ótima forma física e ainda assim achar que está fraco e que seu corpo poderia ser melhor e mais definido, ou seja, uma insatisfação contínua. Outros sintomas que podem ser observados são:

Cansaço contínuo;

Irritabilidade;

Dor muscular persistente;

Depressão;

Anorexia ou dietas muito rígidas;

Ingestão exagerada de proteínas;

Insônia;

Frequência cardíaca acelerada, mesmo em repouso;

Menor desempenho sexual;

Em alguns casos, uso de anabolizantes;

Sentimento de inferioridade.

Com o passar do tempo a Vigorexia pode acarretar em danos sérios à saúde, como:

Insuficiência renal;

Insuficiência hepática;

Má circulação;

Depressão severa;

Quando houver ingestão abusiva de anabolizantes:

Doenças cardiovasculares,

Câncer de próstata;

Diminuição dos testículos.

Como o diagnóstico da Vigorexia ainda não é muito bem definido, ela recebe o mesmo tratamento que é utilizado em outros transtornos disfórmicos corporais, como a anorexia. O que dificulta o tratamento é que as pessoas que sofrem de doenças desse tipo dificilmente admitem que têm consciência da doença e buscam ajuda, por isso o papel da família e pessoas próximas se faz tão importante.

O tratamento implica na ingestão de medicação à base de serotonina, uma alimentação equilibrada, orientada por um profissional e acompanhamento psicológico. Este é sempre indicado e busca auxiliar o indivíduo na direção do reconhecimento dos padrões distorcidos de imagem corporal com os quais tem se identificado, no reconhecimento dos aspectos positivos de sua aparência física, no encorajamento de atitudes mais sadias e no enfrentamento de possíveis dificuldades com relação à exposição do corpo como se encontra.

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4.3 – Doping no esporte

Não podemos esquecer de que o uso deste tipo de droga, dentro do

esporte, é considerado doping, sendo então, proibido durante competições esportivas.

Treinadores físicos, atletas, e inclusive médicos, concordam que os

anabolizantes aumentam em grande proporção a massa muscular, força e resistência.

Devido a todos esses efeitos o Comitê Olímpico Internacional colocou

20 esteroides anabolizantes e compostos relacionados a eles, como drogas banidas, ficando o atleta que fizer uso deles sujeito à duras penas.

Essas drogas são agrupadas nas seguintes classes:

Estimulantes - atuam diretamente sobre o sistema nervoso central, da mesma forma que a adrenalina. As substâncias são: pseudoefedrina, efedrina, anfetamina, cocaína e cafeína.

Analgésicos Narcóticos - agem no sistema nervoso central, inibindo a sensação de dor. As substâncias são: morfina, codeína, propoxifeno e petidina.

Agentes anabólicos - proporcionam o crescimento do músculo.

Diuréticos - aumentam o volume e o fluxo urinário, colaborando para a perda de peso. As substâncias são: triantereno, hidroclorotiazínicos, furosemide.

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Betabloqueadores - diminuem a pressão arterial e colaboram para a estabilidade das mãos do atleta. Muito utilizado em competições de tiro. As substâncias são: propranolol e atenol.

Hormônios peptídeos e análogos - proporcionam crescimento e potência dos músculos. As substâncias são: Hormônio do crescimento, eritropoetina, corticotropina.

A história do doping nos esportes

As equipes de médicos começaram a trabalhar nas Olimpíadas somente a partir de 1968. Os casos mais recentes de doping têm chamado a atenção do público e da mídia, no entanto essa prática já é bem antiga. A história diz que desde 800 a.C os atletas já consumiam cogumelos para aperfeiçoar o desempenho. Portanto esse costume vem de milênios atrás.

Os boatos de que o uso de certas substâncias poderia melhorar o desempenho físico durante as competições e práticas esportivas são mais antigos do que os próprios jogo olímpicos. Há quatro mil anos os chineses conhecem os efeitos do chá da planta chamada “machuang”, que contém efedrina em altas doses e era muito procurada para aumentar a concentração e desempenho no trabalho.

Na Antiguidade (800 a.C) os atletas ingeriam chás de variadas ervas e utilizavam óleos e cogumelos para aperfeiçoar seu desempenho. No século 19, uma bebida conhecida como "Vin Mariani" ficou conhecida entre os atletas por também melhorar o desempenho físico, essa bebida era feita à base de folhas de cocaína, e levava o nome do seu inventor, um alquimista.

Na era Moderna (1896) os primeiros jogos, organizados pelo barão de Coubertin, em Atenas marcaram o aparecimento das “bolinhas”, esferas contendo diversas substâncias estimulantes como cocaína, efedrina e estriquinina. Daí a expressão “usar bola” como sinônimo de dopar-se.

No começo do século 20, as Olimpíadas eram marcadas por momentos de celebração e esporte. O espírito esportivo e olímpico predominava e o doping era uma prática eventual, pois neste momentos os atletas sentiam prazer em competir pela superação individual.

Em 1936, as Olimpíadas de Berlim, marcaram o início da utilização política dos jogos. A fantasia da supremacia de Hitler foi derrotada por Jesse Owens, o que mudou o espírito das competições para sempre.

Durante a Segunda Guerra Mundial descobriu-se que os soldados utilizavam substâncias que os mantinham acordados por mais tempo e aumentavam a resistência ao cansaço. Com a necessidade de recuperação dos prisioneiros desnutridos dos campos de concentração, foi feito o aperfeiçoamento do uso dos hormônios anabolizantes.

Com o passar do tempo, por questões políticas ou financeiras, o doping passou a ser utilizado de forma cada vez mais “científica”. O que valia era a vitória a qualquer

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custo. E este custo foi doloroso nos jogos de 1960 e de 1964, com o óbito de dois atletas por uso abusivo de substâncias estimulantes e hormônios.

Desde então O Comitê Olímpico Internacional criou uma comissão médica para atuar exclusivamente nas Olimpíadas, sendo no México, em 1968, a primeira atuação dessa comissão. No entanto, sabe-se que as formas de doping vêm evoluindo da mesma maneira que as técnicas de controle estão sendo aperfeiçoadas, travando uma briga de gato e rato.

Geralmente o controle antidoping é realizado logo após o término da

competição, mas há casos em que o exame pode ser solicitado a qualquer momento, até mesmo antes da competição ou em um dia comum, fora das competições.

Os estimulantes são geralmente utilizados, uma única vez, perto da

data da competição. Já os anabolizantes são ministrados em períodos contínuos, durante os treinamentos, podendo variar entre três e seis meses.

O uso é interrompido de duas a três semanas antes das competições,

esse é o tempo suficiente para o organismo dispensar todos os vestígios das substâncias proibidas e assim passar despercebido pelo antidoping.

Porém, para driblar essa artimanha utilizada por muitos atletas, desde

1993 a Federação Internacional de Atletismo passou a realizar "exames-surpresa" nos atletas competidores.

Na realidade um exame sanguíneo seria mais eficiente para detectar

o doping, mas o Comitê Olímpico Internacional optou pelo exame de urina imaginando que alguns países pudessem protestar contra o exame de sangue, alegando motivos religiosos.

Leitura complementar

Como é feito o exame antidoping nas Olimpíadas 1 - Os vencedores das provas individuais e alguns atletas de equipes coletivas, indicados por sorteio, terão colhida a urina para o controle antidoping. A lei também permite a convocação de outros atletas sob suspeita. 2 - O material colhido é separado em dois frascos (prova e contraprova), numerado e encaminhado para o laboratório de análises. A quantidade mínima de urina é de 65 ml. 3 - No laboratório, dois aparelhos - cromatógrafo e espectrômetro - são usados para a análise da urina. O resultado, em envelope lacrado, é enviado ao príncipe belga Alexandre de Merode, presidente do Comitê Antidoping do COI.

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4 - O príncipe Alexandre de Merode é o único que tem a lista que relaciona os números de cada amostra aos nomes dos atletas. No caso de algum resultado positivo, ele encaminha ao laboratório o pedido para que a contraprova seja analisada. 5 - Todo o processo se repete. Se a contraprova confirmar o resultado positivo, o nome do atleta será divulgado pelo próprio príncipe Alexandre, que também providencia as punições imediatas.

Casos Famosos de Doping no esporte

Ben Johnson, recordista mundial nos 100m rasos, protagonizou um

dos casos mais famosos de doping em 1988. Após conquistar os 100 metros rasos, ele teve sua medalha cassada, pois ficou constatado nos exames que ele havia utilizado anabolizantes. Como se não bastasse, em 1993, numa competição em Montreal - Canadá, Ben foi flagrado novamente utilizando anabolizantes. Em 1998, a Federação Canadense de Atletismo recusou dois pedidos de readmissão feitos pelo atleta.

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A atleta Sueli Pereira dos Santos teve sua participação cancelada nos

jogos Pan-Americanos de 1995, após ser flagrada no exame antidoping. No exame foi detectado o uso de methenolone e metabolite.

Em 1999, a fisiculturista Lúcia Helena de Jesus Gomes faleceu,

devido ao abuso de anabolizantes que causou uma hepatite medicamentosa, lesão irreversível no fígado. Em 1996 Lúcia foi suspensa pela Confederação Brasileira de Fisiculturismo, por suspeita de doping. Desde então a Fisiculturista não havia mais participado de competições.

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A ginasta Daiane dos Santos foi flagrada pelo antidoping, em 2009.

No exame de urina foi acusado o uso de furosemida, um diurético usado para controlar o peso. Porém a ginasta alegou que a substância estava em um remédio que ela utilizou para tratamento estético, e que, além disso, ela não estava competindo naquela época. Mesmo assim, a Federação Internacional de Ginástica não perdoou e lhe deu uma punição de cinco meses.

Cesar Cielo, uma revelação da natação no Brasil, também foi pego no

exame antidoping do Troféu Maria Lenk, em 2011. O exame acusou o uso de furosemida, mas o nadador se defendeu dizendo que havia acontecido um erro na manipulação de seu suplemento. Embora nadadores do mundo inteiro se mostraram decepcionados com o ocorrido, fazendo diversas críticas ao campeão olímpico e mundial, Cielo foi apenas advertido.

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Lance Armstrong, ciclista norte-americano, decepcionou milhares de fãs e também seu país. Ele foi considerado o maior ciclista da história, após vencer por sete vezes seguidas (de 1999 a 2005) a volta da França.

No conceituado programa de entrevistas de Oprah Winfrey, após ser

pressionado pelos resultados de uma investigação federal, o ciclista confessou ter feito uso de anabolizantes. Ele admitiu ter usado EPO (hormônio que aumenta o número de glóbulos vermelhos, permitindo ao sangue levar mais oxigênio aos músculos), testosterona, dopagem sanguínea e cortisona, além de ter estimulado colegas a usarem substâncias ilícitas.

Depois da confissão, Armstrong perdeu todos os títulos que havia

conquistado desde 1998, foi banido do esporte e claro, perdeu todos os seus patrocinadores. Alguns deles ainda entraram com processo contra o ciclista.

VOCÊ SABIA QUE... ... Para usar a cafeína como estimulante, o atleta teria de tomar, num curto espaço de tempo, 36 copos de café?

CURIOSIDADES

- Foi no Canadá, em 1967, numa prova de ciclismo, que estrearam os testes antidoping oficialmente no esporte amador. No mesmo ano, a comissão médica do COI instituiu um índex de substâncias proibidas. - Na Olimpíada de Roma, em 1960, o ciclista dinamarquês Knut Jensen morreu durante a prova de perseguição por equipes. O laudo falava em "insolação", mas a autópsia constatou que ele havia ingerido grandes doses de anfetaminas. - A nadadora da ex-Alemanha Oriental Kristiane Knacke, medalha de bronze nos 100 metros borboleta, levou oito anos para perder 15 quilos de musculatura gerada por anabolizantes. Sua filha, nascida dois anos depois de ela ter deixado as piscinas, apresenta graves problemas hormonais.

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- O halterofilista russo Kaarlo Kangasniemi, medalha de ouro nas Olimpíadas de 1968, sofreu um grave acidente. Ao erguer uma barra de 160 quilos, ele teve um dos músculos de suas costas, inchado pelo uso de anabolizantes, rompido pelo peso dos halteres. A barra caiu sobre sua nuca, quebrou uma das vértebras e ele ficou paralisado pelo resto da vida. - Um quarto dos participantes do Pentatlo Moderno em Munique usou calmantes antes da prova de tiro. O Valium e o Librium eram proibidos pela Federação Internacional da modalidade, mas não pelo COI. Resultado: ninguém foi desclassificado. - O arremessador de discos húngaro Janos Farago morreu em 1984, aos 38 anos, por causa de câncer e inflamação renal provocados por anabolizantes. - Antes dos Jogos de Seul, o halterofilista canadense Jacques Demers chegou a injetar urina alheia na própria bexiga para tentar escapar do exame antidoping. Demers tinha sido preso em 1983 por contrabando de esteroides, mas foi perdoado e levou a prata em Los Angeles. Depois, continuou a usar e a comercializar as substâncias proibidas. Pego em Seul, foi banido do esporte. - A alemã Birgit Dressel passou do 33º ao 6º lugar no ranking mundial de heptaplo em um ano. Em 1987, aos 26 anos, ela foi hospitalizada às pressas e morreu no mesmo dia. Birgit tinha passado seis anos tomando mais de 400 injeções de diversos produtos dopantes. - Em 1991, a velocista alemã Katrin Krabbe estava treinando na África do Sul quando recebeu a visita de uma médica da Federação Internacional de Atletismo para colher a sua urina. O laboratório descobriu que o material tinha sido adulterado. Não foi detectada nenhuma droga, mas verificou-se que a urina de Katrin era idêntica à de outras duas corredoras que forneceram amostras no mesmo dia. A adulteração de material é punida com a mesma severidade de um caso de doping. - Antes mesmo do início da competição, o velocista inglês Jason Livingston e dois levantadores de peso da equipe britânica foram desligados da Olimpíada de Barcelona, em 1992. Os três atletas sofreram a punição quando se soube do resultado positivo dos exames de doping realizados no início de julho, ainda na Inglaterra, durante o período final de treinamento para os Jogos. A droga usada por Livinsgton chamava-se Methandianone, um medicamento da família dos esteróides anabolizantes.

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4.4 – Riscos e consequências do uso indevido

Conforme falado anteriormente, o uso indevido de anabolizantes pode acarretar em uma série de problemas ao corpo, alguns deles, irreversíveis.

Observe as consequências que o uso de anabolizantes a longo prazo

pode causar:

Câncer (principalmente no fígado e mamas);

Aumento da pressão sanguínea;

Acnes (devido à estimulação das glândulas sebáceas);

Arritmia cardíaca;

Aumento dos níveis de colesterol ruim;

Diminuição dos níveis de colesterol bom;

Cansaço;

Câimbras;

Problemas nas articulações;

Queda de cabelo;

Comportamento agressivo;

Náuseas e vômitos frequentes;

Amarelamento da pele e olhos;

Cistos renais;

Edemas;

Insônia;

Manchas na pele;

Mau hálito;

Sangramentos no nariz;

Amputação de membros superiores ou inferiores;

Crescimento de pelos no rosto (nas mulheres);

Engrossamento da voz (nas mulheres);

Diminuição das mamas (nas mulheres);

Aumento do clitóris (nas mulheres);

Alteração no ciclo menstrual;

Impotência sexual (nos homens);

Aumento das mamas (nos homens). Além disso, os homens ficam sujeitos à atrofia do pênis e testículos.

Isso ocorre porque o anabolizante inibe a produção natural da testosterona, uma vez que com a ingestão da droga, o cérebro entende que não precisa mais fabricar o hormônio e dessa forma os testículos começam a atrofiar e, consequentemente, diminuir a produção de espermatozóides, o que acarreta na esterilidade do homem.

Porém, em casos iniciais é possível reverter essa situação. Observe

na imagem a seguir, outra reação do corpo ao uso de anabolizantes:

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Também são comuns, entre homens e mulheres, casos de problemas

cardíacos, como por exemplo, o crescimento do miocárdio (hipertrofia), músculo do coração, facilitando o acontecimento de um infarto.

Há também casos de surtos de agressividade e, em usuários que

compartilharam a mesma seringa para aplicação, doenças como o HIV e a Hepatite.

Porém, os riscos não param por aí. Em uma pesquisa realizada na

cidade de São Paulo, foi constatado que os usuários têm uma propensão a sofrer um AVC, uma parada cardíaca ou morte súbita, cinco vezes mais do que uma pessoa que nunca tenha utilizado a droga.

Leitura complementar A “bomba” é ainda pior Nova pesquisa alerta para os perigos dos anabolizantes. E revela que eles podem levar à morte súbita de seus usuários Por Monica Tarantino O efeito dos anabolizantes sobre o coração e o cérebro é muito mais perigoso do que se suspeitava. Pesquisa recente, coordenada pela cardiologista Janieire Nunes Alves, da Unidade de Reabilitação e Fisiologia do Exercício do Instituto do Coração, em São Paulo, revelou que os usuários dessas substâncias têm cinco vezes mais riscos de sofrer um derrame ou parada cardíaca. E que o uso de anabolizantes pode causar câncer e até levar à morte súbita. Confira, abaixo, a entrevista exclusiva que a especialista concedeu a ISTOÉ Online. ISTOÉ – Quem participou da sua pesquisa? Janieire Alves – Homens com idade entre 18 e 40 anos que tomavam essas

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substâncias havia dois anos. Para achá-los, eu fui a várias academias, especialmente a algumas em que se sabia serem pontos de consumo regular de anabolizantes, para perguntar quem gostaria de participar da pesquisa. Mas foi muito difícil conseguir voluntários. As pessoas têm muito medo de ser expostas. Eles só aceitaram participar com a garantia de sigilo absoluto de seus nomes. Um dos motivos é a sua participação em competições, pois o uso de anabolizantes é ilegal. Consegui 40 pessoas, mas apenas 12 fizeram todos os testes necessários. ISTOÉ – Os testes de rotina, feitos por atletas, não detectam os anabolizantes? Janieire Alves – Detectam, mas há vários meios de mascarar esses resultados durante o período de competições. Para fazer nosso estudo, por exemplo, a sensibilidade do teste de urina feito inicialmente para atestar o uso foi aumentada dez vezes. Esses exames foram realizados em parceria com a professora Regina Moreau, no Laboratório de Toxicologia da Faculdade de Farmacologia da USP. ISTOÉ – Como essas substâncias são ingeridas? Janieire Alves – Por injeção ou via oral. No grupo estudado, vi que o uso se dá em ciclos. As pessoas tomam por cerca de dois meses, depois param algum tempo e voltam quando sentem que a musculatura começa a diminuir. ISTOÉ – Algum dos voluntários deixou de tomar anabolizantes depois de conhecer mais sobre os efeitos que essas drogas estavam provocando no organismo? Janieire Alves – Não. De todas as pessoas que participaram, apenas três aceitaram receber apoio psicológico para não usar mais. Um deles estava com sintomas iniciais de câncer de fígado, que é outro efeito colateral do uso constante dessas drogas. ISTOÉ – Os anabolizantes causam alguma dependência física ou psicológica? Janieire Alves – Pude observar que a maioria dos voluntários manifesta um transtorno de imagem conhecido como Vigorexia. Por mais musculosos que estejam, eles se veem pequenos e, por isso, precisam ganhar mais massa muscular. É praticamente o oposto da anorexia, em que a pessoa se julga gorda, ainda que isso não corresponda ao peso apontado pela balança ou à imagem refletida no espelho. ISTOÉ – Qual é a substância mais consumida? Janieire Alves – No grupo analisado, o estanozolol. É uma droga injetável, indicada para uso veterinário. Ela é mais consumida por ser mais acessível e de baixo custo. Promove a recuperação da musculatura dos animais. Mas

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existem dezenas de outras substâncias. ISTOÉ – A musculatura obtida com anabolizantes é igual a conquistada com muita malhação? Janieire Alves – Nosso estudo mostrou que o ganho excessivo de musculatura, o aumento do tamanho do músculo cardíaco e alterações de pressão acontecem também com as pessoas que praticam musculação em alta intensidade, ou participam das competições de halterofilismo, porém em magnitude muito inferior àqueles que tomam anabolizantes. Na população estudada por nós, identificamos que há uma piora significativa da irrigação dos tecidos. Em testes para avaliar a capacidade cardíaca e respiratória, vimos que essas pessoas ganham força, mas não têm condicionamento ou resistência equivalentes. ISTOÉ – Existe uma dose segura de anabolizantes? Janieire Alves - Os anabolizantes são substâncias análogas à testosterona, fabricada nos testículos. Se ela já existe em quantidade suficiente no organismo, doses adicionais inibirão a produção orgânica (natural). A questão é que as substâncias sintéticas não são aceitas da mesma forma que a testosterona natural por outras glândulas, o que inicia um desequilíbrio na troca de mensagens entre os hormônios que regulam os ritmos do corpo. Em consequência, isso leva aos efeitos indesejáveis. Em minha opinião, não se deve tomar se não existe carência provada em exames laboratoriais. O estudo que fizemos fornece sólido embasamento científico mostrando que, para o sistema cardiovascular, essas substâncias são muito deletérias. Elas agem, por exemplo, sobre a glândula suprarrenal, estimulando a maior liberação de noradrenalina, que pode aumentar o risco de desenvolvimento de arritmias cardíacas (alterações do ritmo cardíaco), podendo levar até à morte súbita.

Se o uso de anabolizantes já é desaconselhável entre adultos,

imagine entre jovens abaixo de 21 anos. Além de correrem todos os riscos citados, podem ainda estagnar o crescimento de sua estatura.

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Observe algumas ilustrações de algumas consequências do uso

incorreto de anabolizantes, vale ressaltar que são imagens fortes:

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Dependência

É importante dizer que a longo prazo os anabolizantes perdem o efeito, fazendo com que os usuários utilizem a droga com maior frequência e em maiores doses. Há quem diga que os anabolizantes causam dependência.

A dependência pelos anabolizantes esteroides pode se desenvolver

em seus usuários. Isso pode ser percebido quando um usuário continua utilizando a droga mesmo depois de ter atingido seu objetivo físico, ou depois de ter sofrido alguma consequência física pelo uso contínuo e inadequado do hormônio.

Além disso, essas pessoas gastam uma grande quantidade de

dinheiro e se arriscam para conseguir a droga, uma vez que seu uso para fins estéticos é proibido.

Assim como com qualquer outro tipo de droga, se livrar do uso dos anabolizantes não é tarefa fácil. Os usuários que conseguem parar, de início sentem muita fadiga, perda de apetite, insônia e redução do desejo sexual. Além disso, há uma grande possibilidade desse ex-usuário entrar num quadro de depressão, podendo chegar a tentativas de suicídio. Em casos mais severos, somente um profissional poderá ajudar efetivamente a pessoa.

Leitura complementar Anabolizantes e a dependência psicológica

Abrir mão de anabolizantes significa renegar beleza e força

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Os esteroides anabolizantes e os complexos vitamínicos veterinários provocam um vício peculiar. O usuário fica focado nos seus resultados. À medida que se vê o corpo se transformando, mais se quer aumentar os músculos. Quem mostrou o caminho foram os próprios instrutores da academia. O vigilante Sérgio*, hoje aos 26 anos, procurou a musculação muito menos pela saúde que pela estética. Tinha 18 anos, 1,75 metro, 50 quilos e nenhum conhecimento sobre anabolizantes. Queria poder ter, pelo menos, mais que pele cobrindo as estruturas do corpo. Ao invés de buscar um nutricionista ou um médico do esporte, o jovem procurou medicamento que fizesse milagre. E o milagre foi feito. As consequências também não tardaram.

Produzir um corpo malhado, sarado, perfeito, é a busca de muitos - não

somente adolescentes. Foto:ANTÔNIO GAUDÉRIO/FOLHAPRESS

“Não vou parar porque, até agora, só vi bons resultados”, delimita Sérgio. “É natural o jovem não querer largar um medicamento quando o remédio lhe trouxe ‘bem’, entre aspas. Ele só vai entender as consequências quando elas realmente se agravarem”, aponta o psicólogo Fábio Marques Nogueira. Segundo o psicólogo, é mais difícil para um jovem deixar de usar medicamentos que aparentemente só lhe trouxeram coisas boas. “Na juventude, a aparência é algo muito importante. Principalmente se os esteroides forem tomados na fase da adolescência, anterior ao desenvolvimento muscular. O jovem acredita que, sem esses medicamentos, jamais teria massa muscular”, informa. Para a professora do curso de Psicologia da Universidade de Fortaleza (Unifor), Sabrina Matos, produzir um corpo malhado, sarado, perfeito, é a busca de muitos – não somente adolescentes. “No geral, os estudos apontam a faixa de 20 a 30 anos como a que mais abusa desse tipo de droga”. A professora pontua que os anabolizantes entram em cena como toda droga, com o diferencial de que o usuário não se considera um viciado. Ele acha que pode parar o uso no momento em que quiser.

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Dependência

“Abdicar disso (das melhoras aparentes causadas pelo uso de esteroides anabolizantes) pode ser algo muito difícil, como é muito difícil deixar de lado qualquer outra substância química”, analisa. A dificuldade, conforme a professora, é que retirar a droga significa renegar vários valores, como o da beleza, da sexualidade, da força. “E isso não é fácil”. O vício provocado pelos anabolizantes está muito mais ligado aos resultados que eles provocam. Não é a dependência química, como outras drogas. Segundo o professor do curso de Educação Física da Universidade Federal do Ceará (UFC), José Vilar, com o passar do tempo, os resultados esperados não são os obtidos. “Não é o medicamento que vicia, é o corpo que se acostuma. Cada vez mais você precisa de doses maiores para atender os resultados esperados”, informa Vilar. Os esteroides anabolizantes são medicamentos indicados para perdas musculares em consequência de doenças como leucemia e AIDS. A bula aponta consequências drásticas para quem toma doses pequenas, como as recomendadas para os pacientes com problemas graves. Para obter corpos acima do natural, é preciso multiplicar por vários números o consumo do medicamento. Para um jovem que tomou as primeiras doses de anabolizante no início do desenvolvimento muscular é bem mais difícil, no geral, que eles abandonem o esteroide que os adultos. Eles acreditam que não conseguiriam desenvolver músculos apenas com exercício.

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Injeção de óleo de cozinha

Notícia de 08 de Setembro de 2009.

O vendedor autônomo Antônio Roberto do Nascimento Medeiros, de 31

anos, acabou por ser mais uma vítima durante a procura por um corpo

perfeito. Após utilizar várias formas ilegais e prejudiciais de anabolizantes,

resolveu injetar em cada uma de suas pernas 30ml de óleo de cozinha.

Como consequência desse ato nada recomendado, sua perna esquerda

entrou em um processo inflamatório que já ultrapassa 9 meses.

A maior parte da perna está sem pele e em alguns pontos é possível

enxergar os ligamentos e os ossos. “Estou nessa situação por minha

vaidade. Diziam que eu era o mais forte do bairro (José Walter), me

deslumbrei e quis ficar ainda maior. Hoje, me arrependo. Queria que o meu

exemplo servisse de alerta para quem ingere todo tipo de coisa como

anabolizante”, alerta Roberto. Ele ficou os último 2 meses em casa, apenas

tomando remédios para dor, mas sem um tratamento médico adequado.

Antes, foi internado no Hospital Fernandes Távora, no IJF e no Hospital

Geral de Fortaleza (HGF) e passou pelos cuidados de nove médicos. “Cada

um dizia uma coisa. Sei que foi por causa do óleo, mas nunca me deram

nenhum diagnóstico. A maioria dos médicos não quis se comprometer com

meu caso e só falava em amputar minha perna”, lamenta.

O chefe da residência médica em cirurgia plástica do IJF, Roberto Rios,

afirma que o caso é muito grave, e diz que para a realização de um possível

enxerto, ainda é necessário avaliar as condições vasculares do membro. Na

segunda a perna passou por uma limpeza cirúrgica. Hoje deve ser feita uma

avaliação minuciosa das condições do paciente. “Depois da avaliação dos

vasos sanguíneos, o processo todo deve demorar pelo menos uns 90 dias”,

afirma o cirurgião plástico. Para o médico, injetar óleo de cozinha ou

qualquer outra substância no próprio corpo é uma atitude de extrema loucura

e inconsequência. “Não sei o que leva uma pessoa a fazer isso. A história se

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assemelha com a de travestis que injetam silicone industrial no corpo”, diz.

Roberto Medeiros chegou a injetar os remédios Deca-Durabolin e

Durateston, depois passou a tomar anabolizantes localizados. Foi um passo

para utilizar medicamentos para cavalos, como o complexo vitamínico A, D e

E. O último degrau para o resultado desejado foi o óleo de cozinha.

“Participava de campeonatos de fisiculturismo. Malhava há 11 anos. O que

me ensinavam para ter os músculos maiores eu fazia”, afirma.

Quando começou a injetar óleo de cozinha, ele afirma que não sabia do

que se tratava. “Achava que o cara estava injetando remédio para cavalo,

mas depois que descobri continuei aplicando. Sei que a responsabilidade foi

minha, eu fui até a casa dele. Mas o que me preocupa, é que as pessoas do

bairro sabem o que aconteceu comigo e continuam fazendo a mesma coisa”,

relata.

O caso de Roberto não é o primeiro que acontece. Apesar de pedir sigilo

sobre o autor das injeções, ele afirmou que o valor de cada aplicação de

óleo varia de R$ 10,00 a R$ 15,00. “Outras pessoas estão cometendo a

mesma loucura que eu. Não é difícil ver, os ´bombados´ com os braços e

pernas com tumor”.

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Bibliografia - Site ABNE. Nutrição. Disponível em:

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- Manual de nutrição da sociedade brasileira de diabetes, sem autor

específico, capítulo 1. Disponível em:

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pdf Acesso em 09/11/2013

- Site Drauzio Varella. Colesterol. Disponível em:

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- Artigo sobre avaliação de rótulos de suplementos de carboidrato.

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- Site Infoescola. Metabolismo. Disponível em:

http://www.infoescola.com/bioquimica/metabolismo/