Curso Tecnico de Seguranca Do Trabalho

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FAFIT/FACIC-1--------------------------------------------------------------ProfªMarici Harlene de Lara Fereira 1 Material de apoio CURSO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Docente:Marici Harlene de Lara Ferreira [email protected] 2005

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Material de apoio CURSO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHODocente:Marici Harlene de Lara Ferreira [email protected]/FACIC-1--------------------------------------------------------------ProfªMarici Harlene de Lara Fereira11. Comunicação A palavra é o instrumento mais eficaz na comunicação que estabelecemos com o outro e com nós mesmos. Ela organiza nosso pensamento, faz com que possamos explicitá-lo e nos acompanha nas inúmeras atividades que desenvolvemos ao longo de nos

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Material de apoio

CURSO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

Docente:Marici Harlene de Lara Ferreira [email protected]

2005

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1. Comunicação

A palavra é o instrumento mais eficaz na comunicação que estabelecemos com o outro e com nós mesmos. Ela organiza nosso pensamento, faz com que possamos explicitá-lo e nos acompanha nas inúmeras atividades que desenvolvemos ao longo de nossas vidas.

Como os homens se comunicam?

“Existem vários tipos de comunicação: as pessoas podem comunicar-se pelo código Morse, pela escrita, por gestos, pelo telefone, etc; uma empresa, uma administração, até mesmo em Estado podem comunicar-se com seus membros por intermédio de circulares, cartazes, mensagens radiofônicas ou televisionadas.” (VANOYE, Francis. Usos da linguagem: Problemas e técnicas na Produção oral e escrita. 12 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003)

A comunicação humana é uma relação social que se estabelece entre duas ou mais pessoas que desejam trocar informações idéias compartilhar sentimentos ou conhecimentos. O ser humano utiliza inúmeros signos universais de comunicação: o choro para expressar aborrecimento; o sorriso para manifestar alegria; o beijo e o abraço para transmitir afeto. As pessoas não se comunicam apenas por meio de gestos ou símbolos: a comunicação humana é feita, principalmente, pela palavra.Toda comunicação tem por objetivo a transmissão de uma mensagem, e se constitui por um certo número de elementos, indicados no esquema abaixo: Referente CANAL DE COMUNICAÇÃO

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Emissor Mensagem Receptor Código Fig. 1. Esquema da comunicação

1.1 Os elementos da comunicação

• Emissor ou destinador:o que emite a mensagem; pode ser um indivíduo ou um grupo. • Receptor ou destinatário: O que recebe a mensagem; pode ser um indivíduo, um grupo, ou mesmo

um animal ou uma máquina (computador). Em todos esses casos, a comunicação só se realiza efetivamente se a recepção da mensagem tiver incidência observável sobre o comportamento do destinatário.

• Código: a combinação de signos utilizados na transmissão de uma mensagem. A comunicação só se concretizará, se o receptor souber decodificar a mensagem;

• Canal de comunicação: é a via de circulação das mensagens, por exemplo, uma revista, um jornal, a TV, etc. De acordo com o canal de comunicação utilizado, pode-se empreender uma primeira classificação de mensagens: • Mensagens sonoras: palavras, músicas, sons diversos. • Mensagens visuais: que recorrem à imagem (mensagens “icônicas”: desenhos, fotografias) ou aos símbolos (mensagens simbólicas: a escrita ortográfica). • Mensagens táteis: pressões, choques, trepidações, etc. • Mensagens olfativas: perfumes.

• Mensagem: é o objeto da comunicação; ela é constituída pelo conteúdo de informações transmitidas. o conjunto de informações transmitidas;

• Referente: é constituído pelo contexto, pela situação e pelos objetos reais aos quais a mensagem remete.

• Ruído: Qualquer perturbação na comunicação;

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1.2 Problemas gerais na comunicação Tipos de comunicação:

• A comunicação unilateral é estabelecida de um emissor para um emissor, sem reciprocidade. Exemplo: um professor durante uma aula expositiva, um aparelho de televisão, um cartaz na parede difundem mensagens sem receber respostas.

• A comunicação bilateral se estabelece quando o emissor e o receptor alternam seus papéis. É o que acontece durante um bate-papo, em que há intercâmbio de mensagens.

Ruído e redundância:

Pelo termo ruído designa-se tudo o que afeta, em graus diversos, a transmissão da mensagem: voz muito baixa ou encoberta pela música, falta de atenção do receptor, erros de codificação, etc. O termo ruído não se refere apenas a uma perturbação de ordem sonora, aplicando-se tanto à comunicação visual ( uma mancha numa folha de papel ou numa tela, um erro datilográfico são ruídos), quanto aos outros tipos de comunicação.

Para combater os riscos de perturbação na transmissão das mensagens faladas ou escritas, a língua tem mecanismos paliativos – as redundâncias. Considera-se como redundante todo elemento da mensagem que não traz nenhuma informação nova. A redundância se manifesta das seguintes formas:

• Sintáticas (Nós chegamos. Redundância da marca da pessoa). • Gestuais (é redundante unir gesto à palavra). • Tonais ( uma entonação característica acompanhando uma frase exagerada, como: ele está morto de

fome! É redundante.

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Níveis de linguagem

“E assim, senhores telespectadores, o Jornal mais Jornal lhes proporcionou informação, atualidade e entretenimento...” Observe que a locutora usa um nível culto de linguagem. As frases são bem construídas, o vocabulário é rico, há preocupação em “falar bem”, dentro das normas da linguagem - padrão, como costumamos dizer.

“Saia já da chuva, menino! Guarda essa bola e vem te lavar!” Repare que a mãe , ao chamar o filho, despreza naturalmente até as normas da uniforminade de tratamento. Tratar o menino por Tu e por Você é comum num nível cotidiano e familiar de linguagem. A maior preocupação, nesse nível, é com a expressividade e a espontaneidade. ^”Pô! Me amarrei, cara! Carango joinha! -Legal! “’É isso aí!” A gíria em si é uma linguagem popular, nascida e criada nas ruas, meio do povo, alimentada pelos diferentes círculos sociais ou pelos diversos grupos profissionais. Muitas palavras de gíria passam a ser empregadas por pessoas que não pertencem a tais grupos. Essa linguagem, então espontânea, natural e expressiva generaliza-se, por determinado tempo. Hoje pode ser um tremendo “barato”; amanhã , já estará “purfa”. Aquele “cobra” sempre foi um cara “jóia”, mas amanhã... “Os alvéolos pulmonares perderam parte da elasticidade pelo acúmulo de substâncias residuais. O fumo é a causa mais provável...” Uma linguagem muito mais especializada e culta: a linguagem técnica . Ele utiliza termos próprios à especialidade de quem fala: médico, economista, advogado etc. A profissão de cada um exerce grande influência nos padrões de comunicação. A linguagem cotidiana não é, necessariamente, uma linguagem inculta. As quebras que nela ocasionalmente ocorrem, de certas normas gramaticais, se devem `a sua liberdade de expressão e à sensibilidade estilística do falante. Bons escritores e cronistas famosos utilizam a gíria popular sem preconceitos e com muito sucesso.

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Use gíria, se gostar, mas não abuse. Use-a somente nos momentos apropriados . Se abusar, correrá o risco de limitar seu vocabulário a tal ponto que não mais conseguirá sair do “legal” e do “bacana”. Aí a gíria jovem deixa de ser expressiva e passa a revelar pobreza de vocabulário.. e de espírito também.

1-Diferenças entre a língua falada e a língua escrita Falada Escrita

Palavra sonora Palavra gráfica Recursos: signos acústicos e extralingüísticos, gestos. Entorno físico e psíquico.

Pobreza de recursos não lingüísticos; uso de letras, sinais de pontuação

Requer a presença de interlocutores. Ganha em vivacidade.

Comunicação unilateral. Ganha em permanência.

É espontânea e imediata. Uso de palavras – curinga, de frases feitas.

É precisa e elaborada. Ausência de cacoetes lingüísticos e vulgarismos.

A expressividade permite prescindir de certas regras Mais correção na elaboração das frases. Evita a improvisação.

É repetitiva e redundante É sintética. A redundância é um recurso estilístico. A informação é permeada de subjetividade e influenciada pela presença do interlocutor.

É mais objetiva. É possível esquecer o interlocutor.

O contexto extralingüístico é importante O contexto extralingüístico tem menos influência. 2-Registros da língua falada: A culta ou padrão e a coloquial ou popular. Fatores determinantes:

- Diversidade de situações em que se encontra o falante; - Grau de instrução do falante e também do ouvinte. - Grupo a que pertence o falante. Este é um fator determinante na formação da gíria. - Localização geográfica.( regionalismos e os dialetos) Atenção: o dialeto é a variedade regional de uma língua. Quando essas diferenças regionais não são suficientes para constituir um dialeto, utiliza-se os termos regionalismos ou falares para designá-las. 3- A língua falada como recurso literário A transcrição da língua falada é um recurso cada vez mais explorado pela literatura graças à vivacidade que confere ao texto.

“ Menino, eu nada disto sei dizer. A outro eu não falava, mas a ti eu digo. Eu não sei que gosto tem esse bicho de mulher. Eu vi Aparício se pegando nas danças, andar por aí atrás das outras, contar histórias de namoro. E eu nada. Pensei que fosse doença, e quem sabe não é?Cantador assim como eu, Bentinho, é mesmo que novilho capado. Tenho desgosto.

A voz de Domício era de quem falava para se confessar: Desgosto eu tenho, pra que negar?

(Pedra Bonita, de José Lins do Rêgo) 4- Registros da língua escrita

Além dos dois grandes níveis, língua culta e língua coloquial, os registros escritos são tão distintos quanto as necessidades humanas de comunicação. Destacam-se, os registros jornalísticos, jurídicos, científicos, literários e epistolares.

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HISTÓRIA DE UM ACIDENTE

Bom...é.... aconteceu esses dias o acidente né ... meu pai tava andando de ônibus numa esquina ali no Jardim das Américas... quando de repente apareceu uma Brasília na frente dele e daí bateram né... e meu pai bateu na Brasília e a Brasília bateu no meu pai ...(Risos dos colegas) que tava de ônibus tem aquelas coisinha assim de ingatá o guincho sabe... na frente e aquele negócio ali ingatô na Brasília e furô a porta da Brasília (reação de espanto dos colegas misturada com gozações) ...e daí... e tinha um velhinho que tava dirigindo a Brasília ...Sabe come que ele se machuco?... (os colegas ficaram ansiosos para receberem a resposta, gritam e riem) ...Corto isso aqui só (espanto e risos dos colegas) ...é....mas daí... uma mulher que tava na Brasília né ... começou ah porque não sei o que... a culpa é tua e não sei o que e não sei o que... e blá ....blá ...blá...né e disse assim... o senhor fica aqui que eu vô chamá o Detran né ...o acidente aconteceu 1 e 10... a mulher chamô o Detran 1 e 30 ...adivinhe que horas que o Detran chego lá? Um colega de turma responde em forma de brincadeira 6 horas da manhã) ...4 horas... daí a polícia tava lá né... ajustando os detalhes lá... que o depoimento e tinha um carinha lá que era amigo do cara da Brasília começo a ralha lá co os policial... e os policial... daí começaram a ralha com ele também... quase que aconteceu uma briga ...depois eles foram fazê revista na Brasília i fazê revista no ônibus ...na Brasília tava faltando instintor e o pisca – pisca ...só que o cara não marcô nada por causa daquele carinha que tava ralhando com ele ...depois foi pra julgamento ... só cabo (palmas e risos dos colegas) (Transcrição da fala de um aluno, gravada em um colégio de Curitiba)

DIFERENÇAS ENTRE ORALIDADE E ESCRITA Discussão do texto:

1) Quais os traços da oralidade (típicos da fala) que você percebe no texto? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2) Por que motivo o aluno ao se comunicar repete tantas vezes as palavras né e daí? Qual a função destas

palavras no seu discurso? 3) Em alguns momentos a narrativa do garoto é bastante imprecisa. Sublinhe no texto alguns trechos em que

isso acontece e tente descobrir sobre o que ele está falando. 4) Escreva um pequeno texto apresentando as diferenças existentes entre a fala e escrita. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 5) Transcreva o texto “História de um acidente”, procurando aproximá-lo de padrões recomendados pela

gramática normativa para a norma escrita. Procure organizá-lo em parágrafos e ordene a concordância. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

AS SEIS FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Quando se estabelece uma comunicação, todos os fatores entram em jogo. Ocorre a predominância de um

deles, conforme o tipo de mensagem, prevalecendo uma determinada função da linguagem.

A ÊNFASE NO FATOR DETERMINA A FUNÇÃO REFERENTE REFERENCIAL

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EMISSOR EMOTIVA (OU EXPRESSIVA) RECEPTOR APELATIVA (OU CONATIVA) MENSAGEM POÉTICA CANAL FÁTICA CÓDIGO METALINGÜÍSTICA

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1) Função referencial ou denotativa (ênfase no contexto): Transmite uma informação objetiva sobre a realidade.Põe em evidência o referente;o assunto ao qual a mensagem se refere. 2) Função expressiva ou emotiva ( ênfase no remetente): Reflete o estado de ânimo do emissor, os seus sentimentos e emoções.Escritos em 1º pessoa. Presença de interjeições e de alguns sinais de pontuação. 3) Função apelativa ou conotativa (ênfase no destinatário): Influenciar o destinatário ou receptor convencê-lo de algo ou dar-lhe ordens. Ex: Vem cá! É proibido fumar! Me ajude! 4) Função poética ou estética (ênfase na mensagem): É aquela que se preocupa mais em como dizer do que com o que dizer. Ex: Em tempos de turbulência, voe com fundos de renda fixa. “ Queimei meu filme” com o professor de Geografia.” 5) Função fática (ênfase no contato): O mais importante não é o que se fala, nem como se fala, mas sim o contato entre o emissor e o receptor. Proteger e reforçar o canal de comunicação. Ex: Como vai, tudo certo? Sim, claro, sem dúvida, entende? 6) Função metalingüística (ênfase no código): É aquela que possibilita a um código, uma língua,sinais de trânsito, linguagem Braille referir-se a si mesmo. É a palavra comentando a palavra. A metalinguagem é usada em qualquer aprendizado de uma língua, nas gramáticas e nos dicionários. Ex: Frase é qualquer enunciado lingüístico com sentido acabado. *********************************************************************************

Exercício

1) Que funções da linguagem predominam nas frases abaixo? a) “Pelo amor Santa Maria Virgem suspenda remessa restante.”

b) “Ó sino da minha aldeia, Dolente na tarde calma, Cada tua badalada Soa dentro de minha alma.”

Fernando Pessoa

c) O nome “Leila” procede do árabe “Layla” e significa “negra como a noite”.

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d) Aspectos geográficos do Brasil: a área total do Brasil é de 8.511.965 km2, sendo 8.456.508 km2 de área

terrestre e 55.457 km2 de águas internas.

e) Deletar é um neologismo que significa “apagar” dados no computador.

2) Que função é mais usada na publicidade? __________________________________ 3) Reconheça as funções da linguagem utilizadas nos textos abaixo: a) “Entenderam a aula?” _________________________________________________ b) Fique à vontade, por favor.” _____________________________________________ c) “Eu canto o que me comove.” ___________________________________________ d) A palavra “seduzir” quer dizer conquistar pela paixão, entorpecer os sentidos, anular a razão. ______________________________________ e) Alô! Alô Marciano, aqui quem fala é da Terra!_______________________________________ f) “O que há por trás do gostinho saboroso de Yakult?” ______________________________________ g) “Pense forte. Pense Ford.”___________________________________________________________ h) O silêncio é prudente e sábio: ele é o único amigo que levarás contigo desta existência para a vida subterrânea.” ________________________________________________

(Guilherme de Almeida) &&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&

O Estilo

Qualidades fundamentais: Clareza, concisão e originalidade.

1- A Clareza é expressão de um pensamento. É necessário pontuar corretamente, evitar construção de

frases com palavras em ordem inversa e evitar períodos longos, com muitas orações intercaladas.

Exemplo:

“ Meu irmão, que chegou hoje, o qual é estudante de um Colégio de Guará, trouxe-me boas notícias , mas eu

não contarei a ninguém, enquanto morar aqui, porque isso, estou certo, me prejudicaria, por muito tempo,

na minha repartição.”

Melhor seria:

“ Meu irmão, que chegou hoje, o qual é estudante de um Colégio de Guará, trouxe-me boas notícias, que a

ninguém contarei. Divulgando-as, isso me prejudicaria, por muito tempo, na repartição. Disso estou certo.

2- A concisão é a arte de encerrar um pensamento com o menor uso possível de palavra. Evitar um

nºexcessivo de adjetivos, principalmente sinônimos, para cada substantivo (manhã, linda,radiosa e

magnífica); evitar palavras inúteis ou redundantes (atualmente, nos dias de hoje, o homem atual...) evitar,

sempre que possível, o emprego de dois ou mais verbos juntos (senti que estava chovendo).

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3-A originalidade, para ser conseguida, é preciso evitar chavões, repetição de frases vulgares (Chorou um

mar de lágrimas; vem surgindo o astro-rei;seus cabelos cor de prata).

Exercícios

1) Reescreva os parágrafos que seguem, eliminando os acúmulos e redundâncias desnecessários, levando em conta o preceito de que o texto deve ser apresentado de maneira clara, concisa e original.

1) Entrou pela terceira vez num hospital, lugar de muita dor, lágrimas, tristeza e sofrimento, para onde vão os corpos e espíritos doentes, enfermos, saudosos da vida que se movimenta sã, sadia lá fora. Sentiu com pessimismo a solidão e o silêncio que ali predominam e os hospitais parecem túmulos vivos, onde nada pulsa com alegria porque a sombra da morte, a eterna ceifeira, é uma ameaça perene, constante, duradoura e infindável. 2) Passei alguns dias junto à minha mãe e revi, neste período com a minha família, velhos e antigos amigos de infância. 3) O barco ia sumindo pouco a pouco, lentamente. 4) No mar bravo, revolto, a pequena e frágil embarcação bailava tonta e atarantada. 5) É proibido a entrada neste recinto de pessoas estranhas aos serviços do mesmo. 6) Nós todos já havíamos começado o serviço. 7) A serenidade reinava em seu rosto suave, de aparência tranqüila.

Prolixidade

Um dos problemas sérios que normalmente comprometem a elaboração de um texto é a presença de determinados elementos lingüísticos próprios da língua falada. Embora fala e escrita utilizem um mesmo código — a palavra —, apresentam diferenças bastante sensíveis. Vejamos algumas: 1. Na fala, além da palavra o emissor serve-se de outros códigos para estabelecer a comunicação: gestos, contexto físico, entonação, ritmo, reações faciais. 2. Na escrita, ao contrário, privilegia-se a palavra como único código para se transmitir uma informação. 3. A fala desenvolve-se no tempo; é, portanto, irreversível. Nesse sentido, o emissor, para assegurar-se de que sua informação está sendo recebida, repete-a inconscientemente, tornando-se assim redundante. 4. A escrita, por outro lado, desenvolve-se no espaço; é, portanto, reversível. O leitor pode percorrer o texto em várias direções, objetivando apoderar-se da informação transmitida. Exige-se, portanto, como qualidade fundamental de um texto escrito, concisão. Com base em pesquisas de textos escolares, observou-se que a repetição de idéias, a que denominamos tecnicamente prolixidade, constitui a falha principal das redações. Evidentemente, eliminando-se esse problema, o texto escrito terá a sua virtude principal: concisão.

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Tipos de prolixidade 1) tipo de prolixidade: Referente + caracterizador genérico + caracterizador específico. Observe uma frase extraída de redação de aluno: O mundo do futuro deve ser um mundo melhor, um mundo com mais amor e compreensão.

mundo melhor, um mundo com mais amor e compreensão referente Caracterizador genérico caracterizador específico

Evidentemente, você deve constatar que a caracterização genérica, nessa frase, é totalmente dispensável. Vejamos como poderia ser reestruturada, eliminando-se a prolixidade. • O mundo do futuro deve ser um mundo com mais amor e compreensão. • No mundo do futuro, deve haver mais amor e compreensão. • Amor e compreensão devem pautar o comportamento do homem no futuro. 2) tipo de prolixidade: X semelhante a Y. Observe esta frase: O meu mundo é impenetrável, nunca ninguém conseguiu entrar. impenetrável nunca ninguém conseguiu entrar X semelhante a Y Nessa frase, y é totalmente desnecessário, pois a informação transmitida por ele já está contida em X. Houve, portanto, prolixidade. 3) tipo de prolixidade: Reforço desnecessário do pronome relativo. Leia: É no lar que recebemos os principais conselhos, que são os conselhos dos pais, conselhos estes que nos ajudam a formar a nossa base. Essa frase apresenta vários problemas estilísticos. Destaquemos o reforço do pronome relativo. os principais conselhos dos pais, conselhos estes que... Observe que a expressão destacada é dispensável no contexto da frase, pois ela está exercendo uma função relacional desempenhada pelo pronome relativo que vem logo a seguir. Essa forma lingüística, aliás, é característica da língua falada. Apresentamos, a seguir, várias reestruturações que gradativamente resolvem os problemas estilísticos. • É no lar que recebemos os principais conselhos, que são os conselhos dos pais, que nos ajudam a formar a nossa base. • É no lar que recebemos os principais conselhos dos pais, que no~ ajudam a formar a nossa base. • No lar recebemos os principais conselhos dos pais, que nos ajudam a formar a nossa base. • No lar recebemos dos pais os principais conselhos, que nos ajudam a formar a nossa base. • No lar recebemos dos pais os principais conselhos, que constituem a base de nossa formação. • Os conselhos dos pais constituem a base de nossa formação. 4) tipo de prolixidade: Informações repetidas. Leia: Para possuirmos uma boa adaptação ao mundo em que vivemos, é essencial uma formação física e cultural em níveis altos, o que irá proporcionar uma melhor assimilação a este. Observe os trechos destacados. Eles possuem o mesmo significado: 1. Para possuirmos uma boa adaptação ao mundo em que vivemos. 2. O que irá proporcionar uma melhor assimilação a este.

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Podemos evidentemente eliminar, sem prejuízo para a idéia do autor, a última parte da frase. Observe as reestruturações: Para possuirmos uma boa adaptação ao mundo em que vivemos, é essencial uma formação física e cultural em níveis altos. Para possuirmos uma boa adaptação ao mundo em que vivemos, é essencial uma elevada formação física e cultural. Nessa frase, y é totalmente desnecessário, pois a informação transmitida por ele já está contida em X. Houve, portanto, prolixidade. 3) tipo de prolixidade: Reforço desnecessário do pronome relativo. Leia: É no lar que recebemos os principais conselhos, que são os conselhos dos pais, conselhos estes que nos ajudam a formar a nossa base. Essa frase apresenta vários problemas estilísticos. Destaquemos o reforço do pronome relativo. os principais conselhos dos pais, conselhos estes que... Observe que a expressão destacada é dispensável no contexto da frase, pois ela está exercendo uma função relacional desempenhada pelo pronome relativo que vem logo a seguir. Essa forma lingüística, aliás, é característica da língua falada. Apresentamos, a seguir, várias reestruturações que gradativamente resolvem os problemas estilísticos. • É no lar que recebemos os principais conselhos, que são os conselhos dos pais, que nos ajudam a formar a nossa base. • É no lar que recebemos os principais conselhos dos pais, que no~ ajudam a formar a nossa base. • No lar recebemos os principais conselhos dos pais, que nos ajudam a formar a nossa base. • No lar recebemos dos pais os principais conselhos, que nos ajudam a formar a nossa base. • No lar recebemos dos pais os principais conselhos, que constituem a base de nossa formação. • Os conselhos dos pais constituem a base de nossa formação. 4) tipo de prolixidade: Informações repetidas. Leia: Para possuirmos uma boa adaptação ao mundo em que vivemos, é essencial uma formação física e cultural em níveis altos, o que irá proporcionar uma melhor assimilação a este. Observe os trechos destacados. Eles possuem o mesmo significado: 1. Para possuirmos uma boa adaptação ao mundo em que vivemos. 2. O que irá proporcionar uma melhor assimilação a este. Podemos evidentemente eliminar, sem prejuízo para a idéia do autor, a última parte da frase. Observe as reestruturações: Para possuirmos uma boa adaptação ao mundo em que vivemos, é essencial uma formação física e cultural em níveis altos. Para possuirmos uma boa adaptação ao mundo em que vivemos, é essencial uma elevada formação física e cultural.

Exercícios

1º) tipo: Referente + caracterizador genérico + caracterizador específico. Reescreva as frases, eliminando a prolixidade. a) A educação é algo muito sério, e poderíamos dizer que é a base para a formação de uma nação. b) Em sonhos, sempre imaginamos um mundo diferente do que vivemos, onde o homem possa realizar-se e

ser feliz.

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c) As áreas verdes são muito importantes para nós e é delas que vivemos. 2º) tipo: X semelhante a Y Reescreva as frases, eliminando a prolixidade. a) Os pais esquecem-se completamente do futuro dos filhos, pensando somente no dia de hoje. b) O verde foi sendo retirado desordenadamente, sem um plano elaborado, surgindo concreto e concreto nas

cidades.

c) A TV está sendo usada quase que totalmente com fins comerciais, em que só interessa transmitir rótulos e marcas da sociedade de consumo. 3º) tipo: Reforço desnecessário do pronome relativo. Reestruture as frases, eliminando a prolixidade. a) No mundo atual, o principal problema dos pais é a educação de seus filhos, problema este que é também do governo nacional. 4º) tipo: Informações repetidas. Reestruture as frases, eliminando a prolixidade. a) Os pais de hoje têm uma vida muito agitada, não sobrando tempo para dedicar amor aos filhos. Os filhos, por sua vez, não recebendo amor, ficam agressivos, e os pais, não podendo olhar por sua educação, colocam-nos em creches, onde as pessoas estão ali para esta finalidade. b) Desde épocas remotas, o homem já sabia raciocinar. Nos primeiros tempos da civilização, o homem primitivo raciocinava como animal. Com a evolução, o homem consegue raciocinar melhor, descobrir utilidade para o seu bem-estar, como se vestir ou alimentar. 5) Assinale o período que tem melhor redação, considerando correção, clareza, concisão e elegância. • A) Sem dúvida, a alfabetização contribui para alcançar os objetivos da educação fundamental e um nível de maior alcance e amplitude aos do próprio desenvolvimento da comunidade. • B) Sem dúvida, a alfabetização contribui para se alcançarem os objetivos da educação fundamental e para se dar nível de maior amplitude aos do próprio desenvolvimento comunitário. • C) A alfabetização contribui, por certo, para alcançar-se os objetivos da educação de base e, quanto ao próprio desenvolvimento da comunidade, atingir-se nível de maior alcance e amplitude. • D)Sem dúvida, a alfabetização contribui para que se alcancem os objetivos da educação fundamental e se ampliem as possibilidades de desenvolvimento da comunidade. • C)Certo é que a alfabetização contribui para que sejam alcançados os objetivos da educação de base e, quanto aos do próprio desenvolvimento comunitário, um nível mais alto e mais amplo.

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CONCEITO DE TEXTO Texto é um tecido verbal estruturado de tal forma que as idéias formam um todo coeso, uno, coerente. A

imagem de tecido contribui para esclarecer que não se trata de feixe de fios (frases soltas), mas de fios entrelaçados (frases que se inter-relacionam).

O texto é uma unidade complexa de significação e pode ter qualquer extensão: pode ser desde uma simples palavra até um conjunto de frases. O que o define não é sua extensão, mas o fato de que ele é uma unidade de significação em relação à situação. É o lugar, o centro comum que se faz no processo de interação entre falante e ouvinte, autor e leitor. Todas as partes de um texto devem estar interligadas e manifestar um direcionamento único. Assim, um fragmento que trata de diversos assuntos não pode ser considerado texto. Da mesma forma, se lhe falta coerência, se as idéias são contraditórias, também não constituirá um texto. Se os elementos da frase que possibilitam a transição de uma idéia pata outra não estabelecerem coesão entre as partes expostas, o fragmento não se configura um texto. Essas três qualidades — unidade, coerência e coesão — são essenciais para a existência de um texto.

O conjunto de idéias entrelaçadas para formar um enunciado, capaz de transmitir urna informação, ou mensagem, que é o texto, nem sempre aparece revestido de palavras: ele pode também ser constituído por um desenho, uma charge, uma figura. Neste ponto, pode-se lembrar da publicidade que se vale da utilização de imagens para veicular idéias. Um texto é mais ou menos eficaz dependendo da competência de quem o produz, ou da interação de autor/leitor, ou emissor/receptor. O texto exige determinadas habilidades do produtor, como conhecimento do código, das normas gramaticais que regem a combinação dos signos. A competência na utilização dos signos possibilita melhor desempenho. A leitura de uma produção lingüística ou texto leva em consideração a situação em que foi produzida. Essa situação é conhecida como contexto.

CONTEXTO Define-se como informações que acompanham o texto. Por isso, sua compreensão depende da compreensão

do contexto. Assim sendo, não basta a leitura do texto, é preciso retomar os elementos do contexto, aqueles que estiveram presentes na situação de sua construção. A produção e recepção de um texto está condicionada à situação; daí a importância de o leitor conhecer as circunstâncias ambiente que motivaram a seleção e a organização dos signos. .

INTERTEXTO (Texto preexistente a outro texto) Além do contexto, a leitura deve considerar que um texto pode ser produto de relações com outros textos.

Essa referência e retomada constante de textos anteriores recebe o nome de paráfrase, paródia, estilização. - Paráfrase : Tradução livre ou desenvolvida de um texto conservando as idéias originais. Transposição de frase ou passagem em termos mais simples, para melhor compreensão; interpretação de um texto. - Paródia: Desvio total. Pode ser séria ou jocosa e, em geral, ataca instituições e pessoas.

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Leia nas entrelinhas dos classificados Embora os anúncios de emprego que saem no jornal sejam muitas vezes telegráficos, é possível abstrair deles muitas informações que não vêm escritas. Para isso, é preciso ler nas entrelinhas Aí vão algumas dicas de Eduardo Torquato Gonçalves, consultor de recursos humanos da HRT, que podem ser valiosas na hora de consultar os classificados. De cara, a primeira coisa que é bom saber é o nome do anunciante. Se você já revirou o classificado e não conseguiu descobrir como é que se chama empresa, desconfie. “Um anunciante que não coloca o nome de sua própria empresa perde muito em credibilidade. Por que não divulgar o nome?” O segundo aspecto diz respeito á descrição do cargo. Por exemplo, o anúncio pede ‘Auxiliares Jovens’. O que você entende por isso? ‘Às vezes são cargos sem registro na CLT. Isso pode ser um sinal de que a oferta não é séria.’ Outro detalhe: o anúncio solicita pessoas de 15 a 25 anos, por exemplo: Há muita diferença entre o perfil de um jovem de 15 e o de um de 25 anos. Segundo Eduardo, uma empresa que procura pessoas dentro de uma faixa etária tão ampla não tem um perfil do profissional necessário definido. “Passa a idéia de que o cargo serve para qualquer um”. O quarto aspecto é quanto ao número de vagas. Se o anúncio oferece muitas vagas, pode ser sinal de que a empresa tem alta rotatividade e não garante estabilidade. Além disso, um emprego bom é naturalmente concorrido Se é grande o número de vagas, menor será a concorrência. Anúncios que prometem rápida promoção ou possibilidade de salários altos em tempo recorde também devem ser encarados tom reservas. Se fosse assim, não haveria tanto desemprego e gente tão mal remunerada. Por fim, verifique se o anúncio que você visualizou costuma sair todas as semanas no jornal. Caso ele seja constantemente publicado, você até pode deduzir: as vagas nunca são preenchidas porque o emprego, definitivamente, não á lá essas coisas. Na opinião de Wladmir Solovjevas, sócio-diretor da World Class, terceirizadora da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) o essencial na hora de procurar emprego no jornal é fugir dos anúncios obscuros que passam muito poucas informações. “Geralmente, são empregos da área de vendas. Se você não tem jeito para a coisa, fuja São barcas furadas”. As dicas acima não deve ser encaradas como regra, mas como um auxílio na escolha do emprego via classificados. (Cristina Yamazato) Fonte: Folhateen. Folha de S. Paulo. 05/05/97

Questões para reflexão sobre o texto 1. O texto está dirigido/ direcionado a um determinado público. • Que público é esse? • O que, no texto, ajuda a identificar esse público? 2. Qual o objetivo do texto, ou seja, qual a intenção comunicativa do autor? 3. Qual o objetivo do texto, ou seja, qual a intenção de Eduardo Torquato Gonçalves e de Wladmir Solovjevas? 4. Após a leitura do texto, indique, resumidamente, as dicas de Eduardo e Wladmir. 5. O que significa, segundo o texto, “ler nas entrelinhas”? *************************************************************************************

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Paráfrase

Parafrasear consiste em transcrever, com novas palavras, as idéias centrais de um texto. O leitor deverá fazer uma leitura cuidadosa e atenta e, a partir daí, reafirmar e/ou esclarecer o tema central do texto apresentado, acrescentando aspectos relevantes de uma opinião pessoal ou acercando-se de críticas bem fundamentadas. Portanto, a paráfrase repousa sobre o texto-base, condensando-o de maneira direta e imperativa. Consiste em um excelente exercício de redação, uma vez que desenvolve o poder de síntese, clareza e precisão vocabular. Acrescenta-se o fato de possibilitar um diálogo intertextual, recurso muito utilizado para efeito estético na literatura moderna.

Como ler um texto Recomendam-se duas leituras. A primeira de leitura vertical e a segunda, de leitura horizontal. Leitura horizontal é a leitura rápida que tem como finalidade o contato inicial com o assunto do texto. De posse desta visão geral, podemos passar para o próximo passo. Leitura vertical consiste em uma leitura mais atenta; é o levantamento dos referenciais do texto-base para a perfeita compreensão. E importante grifar, em cada parágrafo lido, as idéias principais. Após escrever à parte as idéias recolhidas nos grifos, procurando dar uma redação própria, independente das palavras utilizadas pelo autor do texto. A esta etapa chamaremos de levantamento textual dos referenciais. A redação final é a união destes referenciais, tendo o redator o cuidado especial de unir idéias afins, de acordo com a identidade e evolução do texto-base.

Exemplo de paráfrase: Profecias de uma Revolução na Medicina Há séculos, os professores de segundo grau da Sardenha vêm testemunhando um fenômeno curioso. Com a chegada da primavera, em fevereiro, alguns de seus alunos tornam-se apáticos. Nos três meses subseqüentes, sofrem uma baixa em seu rendimento escolar, sentem-se tontos e nauseados, e adormecem na sala de aula. Depois, repentinamente, suas energias retornam. E ficam ativos e saudáveis até o próximo mês de fevereiro. Os professores sardenhos sabem que os adultos também apresentam sintomas semelhantes e que, na realidade, alguns chegam a morrer após urinarem uma grande quantidade de sangue. Por vezes, aproximadamente 35% dos habitantes da ilha chegam a ser acometidos por este mal. O Dr. Marcelo Siniscalco, do Centro de Cancerologia Sloan-Kedttering, em Nova lorque, e o Dr. Amo G. Motulsky, da Universidade de Washington, depararam pela primeira vez com a doença em 1959, enquanto desenvolviam um estudo sobre padrões de hereditariedade e determinaram que os sardenhos eram vítimas de anemia hemolítica, uma doença hereditária que faz com que os glóbulos vermelhos do sangue se desintegrem no interior dos veios sanguíneos. Os pacientes urinavam sangue porque os rins filtram e expelem a hemoglobina não aproveitada. Se o volume de destruição for mínimo, o resultado será a letargia; se for aguda, a doença poderá acarretar a morte do paciente. A anemia hemolítica pode ter diversas origens. Mas na Sardenha, as experiências indicam que praticamente todas as pessoas acometidas por este mal têm deficiência de uma única enzima, chamada deidrogenase fosfoglucosada-6 (ou G-6-PD), que forma um elo de suma importância na corrente de produção de energia para as células vermelhas do sangue. Mas os sardenhos ficam doentes apenas durante a primavera, o que indica que a falta de G-6-PD da vítima não aciona por si só a doença - que há algo no meio ambiente que tira proveito da deficiência. A deficiência genética pode ser a arma, mas um fator ambiental é quem a dispara. Entre as plantas que desabrocham durante a primavera na Sardenha encontra-se a fava ou feijão italiano - observou o Dr. Siniscalco. Esta planta não tem uma boa reputação desde ao ano 500 a.C., quando o filósofo grego e reformador político Pitágoras proibiu que seus seguidores a comessem, ou mesmo andassem por entre os campos onde floresciam. Agora, o motivo de tal proibição tornou-se claro; apenas aquelas pessoas que c&regam o gene defeituoso e comiam favas cruas ou parcialmente cozidas (ou inspiravam o pólen de uma planta em flor) apresentavam p!oblemas. todos os demais eram munes. Em dois anos, o Dr. Motusky desenvolveu um teste de sangue simples para medir a presença ou ausência de G-6-PD. Atualmente, os cientistas têm um modo de determinar com exatidão quem está predisposto à doença e quem não está; a enzima hemolítica, os geneticistas começaram a fazer a triagem da população da ilha. Localizaram aqueles em perigo e advertiram-lhes para evitar favas de feijão durante a estação de floração. Como resultado, a incidência de anemia hemolítica e de estudantes apáticos começou a declinar, O uso de marcadores genéticos como instrumento de previsão da reação dos sardenhos à fava de feijão há 20 anos foi uma das primeiras

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vezes em que os marcadores genéticos eram empregados deste modo; foi um avanço que poderá mudar o aspecto da medicina moderna. Os marcadores genéticos podem prever agora a possível eclosão de outras doenças e, tal como a anemia hemolítica, podem auxiliar os médicos a prevenirem totalmente os ataques em diversos casos. (Zsolt Harsanyi e Richard Hutton, publicado no jornal O Globo).

Paráfrase :Marcadores Genéticos: um Avanço na medicinaDesde alguns séculos atrás, professores sardenhos de segundo grau vêm observando um fenômeno curioso. Na primavera, em fevereiro, seus alunos tornam-se apáticos e apresentam baixo rendimento escolar. Curioso e ao mesmo tempo interessante é que os adultos também apresentam os mesmos sintomas, chegando a alcançar 35% do total da população. Em 1959, dois grandes cientistas, Dr. Marcello Siniscalco e Dr. Amo G. Motulsky, estavam fazendo estudos sobre os padrões de hereditariedade e descobriram que os sardenhos eram vitimas de anemia hemolítica, doença hereditária que faz os glóbulos vermelhos do sangue se desintegrarem no interior dos vasos sanguíneos. A destruição mínima dos glóbulos vermelhos leva o indivíduo à apatia e a destruição máxima, à morte. Descobriu-se que aqueles que possuem a doença têm deficiência da enzima desidrogenasse fosfoglucosada-6 (G-6-PD). O fato de os sardenhos apresentarem sintomas da doença na primavera fez perceber que algum fator ambiental desencadeava a anemia. Falando em linguagem mais clara: a soma de deficiência genética mais fator ambiental é a anemia hemolítica. O Dr. Motulsky, em dois anos, desenvolveu um teste de sangue simples para medir a presença ou ausência da enzima. Atualmente os cientistas têm método eficaz para detectar quem está ou não predisposto à doença. **********************************************************************************

ESQUEMA PARA REDIGIR QUALQUER DISSERTAÇÃO

TEMA Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver graves problemas que

preocupam a todos.

POR QUÊ? 1. Existem populações imersas em completa miséria. 2. A paz é interrompida freqüentemente por conflitos internacionais.

3. O meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico.

PRIMEIRO PARÁGRAFO, OU SEJA A INTRODUÇÃO

Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver graves problemas que preocupam a

todos, TEMA

pois existem populações imersas em completa miséria, a paz é interrompida freqüentemente por conflitos ARGUMENTO 2

internacionais e, além do mais, o meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico. ARGUMENTO 1 ARGUMENTO 3

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Terra : uma preocupação constante Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver graves problemas que preocupam a todos,

pois existem populações imersas em completa miséria, a paz é interrompida freqüentemente por conflitos interna-cionais e, além do mais, o meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico.

Embora o planeta disponha de riquezas incalculáveis — estas, mal distribuídas, quer entre Estados, quer entre indivíduos — encontramos legiões de famintos em pontos específicos da Terra. Nos países do Terceiro Mundo, sobretudo em certas regiões da África, vemos, com tristeza, a falência da solidariedade humana e da colaboração entre as nações.

Além disso, nestas últimas décadas, temos assistido, com certa preocupação, aos inúmeros conflitos internacionais que se sucedem. Muitos trazem na memória a triste lembrança das guerras do Vietnã e da Coréia, as quais provocaram grande extermínio. Em nossos dias, testemunhamos conflitos na antiga Iugoslávia, em alguns países membros da Comunidade dos Estados Independentes, sem falar da Guerra do Golfo, que tanta apreensão nos causou.

Outra preocupação constante é o desequilíbrio ecológico, praticado pela ambição desmedida de alguns, que promovem desmatamentos desordenados e poluem as águas dos rios. Tais atitudes contribuem para que o meio ambiente em virtude de tantas agressões, acabe por se transformar em local inabitável.

Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a acreditar que o homem está muito longe de solucionar os grandes problemas que afligem diretamente uma grande parcela da humanidade e indiretamente a qualquer pessoa consciente e solidária. É desejo de todos nós que algo seja feito no sentido de conter essas forças ameaçadoras, para podermos suportar as adversidades e construir um mundo que por ser justo e pacífico, será mais facilmente habitado pelas gerações vindouras.

ESQUEMA PARA REDIGIR QUALQUER DISSERTAÇÃO

TÍTULO

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TEMA + argumento1 + argumento 2 + argumento 3 Desenvolvimento do argumento 1 Desenvolvimento do argumento 2 Desenvolvimento do argumento 3 Expressão inicial + reafirmação do Tema + observação final conclusão

4ºparágrafo

DESENVOLVIMENTO

INTRODUÇÃO

CONCLUSÃO

1º parágrafo

2º parágrafo

3º parágrafo

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A qualidade de vida na cidade e no campo É de conhecimento geral que a qualidade de vida nas regiões rurais é, em alguns aspectos, superior à zona

urbana, porque no campo inexiste a agitação das grandes metrópoles, há maiores possibilidades de se obterem alimentos adequados e, além do mais, as pessoas dispõem de maior tempo pra estabelecer relações humanas mais profundas e duradouras.

Ninguém desconhece que o ritmo de trabalho de uma metrópole é intenso. O espírito de concorrência, a busca de se obter uma melhor colocação profissional, enfim, a conquista de novos espaços lança o habitante urbano em meio a um turbilhão de constantes solicitações. Esse ritmo excessivamente intenso torna a vida bastante agitada, ao contrário do que se poderia dizer sobre a vida dos moradores da zona rural.

Além disso, nas áreas campestres há maior quantidade de alimentos saudáveis. Em contrapartida, o homem da cidade costuma receber gêneros alimentícios colhidos antes do tempo de maturação, para garantir maior dura-bilidade durante o período de transporte e comercialização.

Ainda convém lembrar a maneira como as pessoas se relacionam nas zonas rurais. Ela difere da convivência habitual estabelecida pelos habitantes metropolitanos. Os moradores das grandes cidades, pelos fatores já expostos, de pouco tempo dispõem para alimentar relações humanas mais profundas.

Por isso tudo, entendemos que a zona rural propicia a seus habitantes maiores possibilidades de viver com tranqüilidade. Só nos resta esperar que as dificuldades que afligem os habitantes metropolitanos não venham a se agravar com o passar do tempo. 1-

1- Indique quais os parágrafos da Introdução, Desenvolvimento e Conclusão. 2- No primeiro parágrafo, aponte o tema; transcreva os argumentos 1, 2 e 3. 3- Assinale em que parágrafo está o desenvolvimento do argumento 1; 4- Aponte o parágrafo em que está desenvolvido o argumento 2; 5- Localize o parágrafo no qual se encontra o desenvolvimento 3; 6- No último parágrafo, aponte: a expressão inicial; o trecho onde se encontra a reafirmação do tema: e por

fim a observação final.

DISSERTAÇÃO TEMA

POR QUÊ?

Expressões utilizadas na conclusão:

- Dessa forma,... - Sendo assim,... - Em vista dos argumentos apresentados,... - Em virtude do que foi mencionado,... - Assim,... - Levando-se em conta o que foi observado,... - Por todas estas idéias apresentadas,... - Tendo em vista os aspectos observados,... - Dado o exposto,...

TEMA: Os habitantes da cidade de São Paulo passam diariamente por algumas dificuldades

ARGUMENTOS:

1. O trânsito está cada vez mais congestionado. 2. Assaltos ocorrem a todo instante. 3. Os índices de poluição estão chegando a níveis altíssimos.

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TEMAS POLÊMICOS

A pena de morte Cogita-se com muita freqüência, da implantação da pena de morte no Brasil. Muitos aspectos devem ser

analisados na abordagem dessa questão. Os defensores da pena de morte argumentam que ela intimidaria os assassinos perigosos, impedindo-os de

cometer crimes monstruosos, dos quais costumeiramente temos notícia. Além do mais aliviaria, em certa medida, a superlotação dos presídios. Isso sem contar que certos criminosos, considerados irrecuperáveis, deveriam pagar com a morte por seus crimes bárbaros.

Outros, porém, não conseguem admitir a idéia de um ser humano tirar a vida de um semelhante, por mais terrível que tenha sido o delito cometido.Há registros históricos de pessoas executadas injustamente, pois as provas de sua inocência evidenciaram - se após o cumprimento da sentença. Por outro lado, a vigência da pena de morte não é capaz de, por si, desencorajar a práticas de crimes: estes não deixaram de ocorrer nos países em que ela é ou foi implantada.

Por todos esses aspectos o quanto é difícil nos posicionarmos categoricamente contra ou a favor da implantação da pena de morte no Brasil. Enquanto esse problema é motivo de debates, só nos resta esperar que a lei consiga atingir os infratores com justiça e eficiência, independentemente de sua situação socioeconômica. Isso se faz necessário para defender os direitos de cada cidadão brasileiro das mais diversas formas de agressão das quais é hoje vítima constante.

Esquema de dissertação: temas polêmicos

Título

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APRESENTAÇÃO DO TEMA

ANÁLISE DOS ASPECTOS FAVORÁVEIS

ANÁLISE DOS ASPECTOS CONTRÁRIOS

EXPRESSÃO INICIAL + POSICIONAMENTO PESSOAL EM RELAÇÃO AO TEMA+ OBSERVAÇÃP FINAL

Conclusão

Desenvolvimento

Introdução

2ºparágrafo

1ºparágrafo

3ºparágrafo

4ºparágrafo

TEMAS POLÊMICOS

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TEMA 1

ASPECTOS FAVORÁVEIS

Em vista do grande número de abortos clandestinos, verificados sobretudo nas camadas de baixa renda, sua legalização permitiria que as mulheres, ao optarem por ele, fossem convenientemente assistidas em instituições médicas adequadas.

Muito se tem discutido recentemente acerca da legalização do aborto.

ASPECTOS CONTRÁRIOS

De acordo com as concepções que norteiam a moral da nossa sociedade, o aborto é encarado como um atentado à vida, que já se faz presente no momento da concepção e da formação embrionária

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TEMA 2

ASPECTOS FAVORÁVEIS

Nos países onde grande parte da população vive em estado de miséria absoluta, é imprescindível que o governo possibilite às famílias carentes os mecanismos necessários para o planejamento de sua prole. Assim, os pais, impedindo o crescimento exagerado de cada família, teriam melhores condições de subsistência.

O controle da natalidade é de fundamental importância nos países subdesenvolvidos.

ASPECTOS CONTRÁRIOS

Ao Estado cabe, em vez de tentar impor o controle da natalidade, criar condições satisfatórias de vida para as famílias pobres que possuem um grande número de filhos, principalmente em países de grande extensão territorial e de áreas ainda não ocupadas.

TEMA 3 Há opiniões divergentes quando as autoridades discutem a eliminação das favelas existentes em vários pontos das grandes favelas existentes em vários pontos das grandes metrópoles.

Grande parte dos técnicos, depois de estudar o assunto, entende que, em vez de deslocar os favelados, tirando-os do local a que se acostumaram, deve-se urbanizar as favelas. Isso implicaria criara ruas, levar energia elétrica e abastecimento de água para as próprias favelas.

Existem os que propõem a construção de núcleos habitacionais populares para os quais os favelados possam ser levados. Lá encontrariam uma infra-estrutura adequada para viver com dignidade.

ASPECTOS FAVORÁVEIS

ASPECTOS CONTRÁRIOS

Textos de apoio

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VAMOS ESTAR FALANDO COMO BOCÓS

“Gerundismo” é uma coisa horrorosa, Há na Internet um manifesto contra essa praga verbal. Não se sabe quem é o

autor, mas pede-se que seja propagado como parte do esforço para conter o “estilo 0800” de relação entre as

pessoas. Nem todo gerundista é um 0800, mas todo 0800 é um gerundista. Ao manifesto:

“Este artigo foi feito especialmente para que vocë possa estar recortando, estar imprimindo e estar fazendo diversas

cópias para estar deixando discretamente sobre a mesa de alguém que não consiga estar falando sem estar

espalhando essa praga terrível que parece estar se disseminando na comunicação moderna: o gerundismo.

O importante é estar garantindo que a pessoa em questão vá estar recebendo esta mensagem, de modo que ela possa

estar lendo e, quem sabe, consiga até mesmo estar se dando conta da maneira como tudo o que ela costuma estar

falando deve estar soando nos ouvidos de quem precisa estar ouvindo.

Mais do que estar repreendendo ou estar caçoando, o objetivo deste movimento é estar fazendo com que esteja

caindo á ficha nas pessoas que costumam estar falando desse jeito sem estar percebendo.

Nós temos que estar nos unindo para estar mostrando a nossos interlocutores que, sim, pode estar existindo urna

maneira de estar aprendendo a estar parando de estar falando desse jeito.

Tudo começou a estar acontecendo quando alguém precisou estar traduzindo manuais de atendimento por

telemarketing; daí a estar pensando que “we’ll be sending it tomorrow” possa estar tendo o mesmo significado que

“nós vamos estar mandando-o amanhã” ‘, acabou por estar sendo só um passo.

Pouco a pouco a coisa deixou de estar acontecendo apenas no âmbito dos atendentes de telemarketing para estar

ganhando os escritórios. Todo mundo passou a estar marcando reuniões, a estar considerando pedidos e a estar

retornando ligações.

A gravidade da situação. só começou a estar se evidenciando quando o diálogo mas coloquial demonstrou estar

sendo invadido inapelavelmente pelo gerundisrno.

A primeira pessoa que inventou de estar falando “eu vou estar pensando no seu caso”, sem querer acabou por estar

escancarando uma porta para essa infelicidade lingüística estar se instalando nas ruas e estar entrando em nossas

vidas.

A única solução vai estar sendo submeter o gerundismo á mesma campanha de desmoralização a qual precisaram

estar sendo expostos os seus coleguinhas contagiosos. como “a nível de”, o “enquanto” e outros menos votados.

A nível de linguagem, enquanto pessoa, o que você acha de estar insistindo em estar falando.desse jeito?

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Mim e Eu

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Mim e Eu

Notamos no quadrinho um erro muito comum. Nosso personagem utiliza "para mim fazer" quando deveria ter sido usado "para eu fazer".

Toda vez que ocorrer uma ação, deverá ser utilizado pronome pessoal do caso reto. O pronome oblíquo "mim" não conjuga verbo, apenas sofre a ação do mesmo.

Eu faço alguma coisa

• sempre : • jamais:

Mim "faço" alguma coisa Para lembrar:

• O "Mim" é preguiçoso, não faz nada, os outros fazem por ele:

ex.: "Faça a comida para mim."

• O "Eu" trabalha bastante, logo:

ex.: "Deixe a comida para eu fazer." Podemos utilizar ainda: "Dê-me seu livro para que eu leia."

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FUNIL ESTREITO (Síntese da matéria publicada pela Revista “Veja” em 04.12.96, por Antenor Nascimento e Roger Ferreira)

São Paulo, 7:30 da manhã. Uma Multinacional americana vai selecionar candidatos para estágio, com remuneração de R$1.600,00 por mês. A vaga é uma só que os candidatos são vinte, todos eles com curso universitário, conhecimento de informática e inglês fluente. Os vinte jovens estão reunidos numa sala quando entra o encarregado da seleção. Quem leu os jornais de hoje? – pergunta ele.

Três levantaram a mão. Sem qualquer hesitação, o encarregado do teste manda os três ficarem e dispensa os outros dezessete, antes mesmo de olhar seus currículos ou de falar com eles. É como ser nocauteado no primeiro assalto.

O mercado de trabalho não é mais o mesmo, esse é o fenômeno. Num cenário em que há mais candidatos do que vagas disponíveis, ele foi dominado por um Darwismo econômico em sua expressão mais avançada.

Competição é o mandamento principal desse processo. O mais ágil engole o mais lento e não há muito que se possa fazer, a não ser exercitar a musculatura para briga.

Muita gente ainda não sentiu o soco da mudança, mas pode recebê-lo a qualquer momento. Para não beijar a lona, é preciso entender o que está acontecendo.

Cutucadas pela concorrência internacional causada pela abertura econômica, as empresas brasileiras modernizam-se a passo de ganso. Precisam sobreviver à invasão dos produtos asiáticos, americanos, argentinos. Precisam também competir no mercado internacional.

Faz parte desse esforço de sobrevivência exigir mais, muito mais da mão de obra que empregam. Querem que o operário tenha o 2ºgrau completo com um profissionalizante. Estão demitindo vendedores com performance pós-treinamento inadequada, precisam de secretárias que funcionem como máquinas de decisão.

A virada é radical e ninguém escapa. Para cargos mais qualificados, já não bastam os quinze anos de estudo que dão acesso ao título de Bacharel, nem as horas noturnas gastas em aulas de inglês e informática. Além desses conhecimentos, que se transformaram em requisitos triviais, as companhias querem gente bem informada (leitor contumaz), que tenha flexibilidade para trabalhar em áreas diferentes e saiba resolver problemas antes mesmo que eles despertem a atenção do gerente.

O perfil desejado é o do sujeito ambicioso, crítico, criativo, que faz com que todos se mexam a sua volta. Esse profissional de nariz empinado (não confundir com pedante) não deixa que uma empresa envelheça. Por essa razão ele é muito cobiçado.

“Para os cargos bem remunerados, as companhias só contratam gente que esteja em constante evolução” diz Simon Franco, um caçador de talentos (head hunter), que trabalha para grandes grupos. O tímido, o apático e o desligado estão em baixa. Atrapalham. Pessoas com boa coleção de qualidades passam sem grandes dificuldades pelo funil da seleção. O rapaz e a moça que acabaram de terminar a faculdade devem saber que esse funil de acesso às boas colocações ficou tremendamente estreito.

O processo veio para ficar e deve-se tornar mais acelerado nos próximos anos. O grupo dos que oferecem os melhores empregos é formado pelas 8.500 empresas multinacionais e pela metade

das médias e grandes empresas brasileiras com administração familiar. Por enquanto, foi esse núcleo que elevou o grau de exigência. Ele emprega 11 milhões de pessoas que ganham mais de R$1.200 por mês, e é responsável por cerca de 50% do PIB.

Há outra parcela do território econômico que ainda funciona de acordo com os padrões do passado. È formada por cerca de 4 milhões de pequenas empresas e microempresas e pela outra metade das companhias comandadas por famílias. Alojam-se nelas 33 milhões de trabalhadores, que ganham até dois salários mínimos. Empresas atrasadas em termos de tecnologia e mão de obra podem ter dois destinos: ou modernizam-se ou fecham as portas.

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A CULTURA DO NÃO Tal como os demais grandes problemas nacionais - onde com certeza a questão prevencionista está inserida - a questão da segurança e saúde no trabalho encontra-se neste momento em uma das encruzilhadas do processo histórico. Há necessidade de buscarmos novas formas de atuação, as quais apenas serão validas se houver uma ampla e consciente discussão sobre o tema com a participação ativa de todos aqueles que de fato conhecem o assunto. Mais do que isso, para que este momento conduza a um futuro melhor é preciso rever muito mais do que técnicas e normas as questões culturas relativas ao assunto. Por toda parte vemos o ressurgimento de velhos debates revestidos com a roupa do novo. Lamentavelmente notamos que a grande maioria deles passam distantes da verdadeira realidade e prestam-se na maioria das vezes apenas reformulação do modelo vigente com tendências a flexibilização das responsabilidades. Há como sempre houve o desconhecimento do obvio: Apenas leis não bastam ! Culturalmente vivemos no país onde leis prestam-se apenas a poucas situações e que as relações - na sua forma sólida e respeitosa - precisam ser construídas passo a passo. Em todo o processo e ao longo dos anos a presença do SESMT foi de grande valia para este enfoque, trazendo para o debate entre as partes a luz do conhecimento técnico - que nestes casos - é essencial a consecução dos objetivos - e de certa forma faz frente aos descalabros com que se trata assunto de tamanha importância. O primeiro passo para que esta discussão e busca tenham alguma validade passa pela coragem de questionar quais são as reais causas do problema. Obviamente para que encontremos algumas respostas válidas e que possa assim ser base para planos de correção realistas é preciso que ocorra rápida e grande evolução nos conceitos que muitos ainda adotam e difundem. Enquanto nos mantivermos presos aos paradigmas com certeza nada irá ocorrer de novo e capaz de alterar a realidade que conhecemos. Enquanto permitirmos que os temas sejam tratados mais com o enfoque político do que técnico, com certeza estaremos perpetuando o estado de coisas tão bem conhecido. Na minha forma de ver, o primeiro passo a ser dado para modificar estado de coisas e a mudança de postura dos profissionais do SESMT, que necessitam urgentemente deixar de ser o especialista apenas dentro dos locais de trabalho e assumir de vez por todas seu papel como interlocutor do assunto, como especialista e conhecedor, trazendo a tona subsídios para uma tratativa mais realística dos temas. Ao longo dos anos, temos sido omissos nesta forma de atuação, em certos momentos parece que não há no pais um segmento tão grande com capacidade e conhecimento para fazer chegar a comunidade em geral seus preceitos e conhecimentos que com certeza são por demais úteis a vida de cada um. Reside ai um grande erro. Talvez pela nossa omissão, outros se sintam no direito de dizerem - e na forma equivocada - qual o molde adequado para a questão prevencionista. Não se trata aqui - e todos sabem como sou contrario ao corporativismo doentio - de gerar e defender nichos de trabalho, antes, trata-se de assumir dentro do contexto social um espaço de suma importância e muito mais do que isso, uma espaço necessário a ordem das relações gerais. Nós somos os especialistas no assunto e como tal devemos nos fazer representar. Ao contrário disso, ocorre talvez por nem mesmo entendermos a dimensão daquilo que fazemos e podemos fazer, o verdadeiro horror e descaso que passa por detrás da questão dos acidentes, ocorram eles em qualquer lugar que seja. A partir da ocupação do espaço dentro da sociedade, cabe-nos também a busca - como especialistas e cidadãos - no debate político da regulamentação das coisas de nossa área. Ao longo dos anos, insistimos - talvez ate pelo volume de necessidades e urgência das ações - em pautarmos nossos trabalhos limitados aos nossos segmentos. Conheço inúmeros bons profissionais que trazem em si a qualidade de experiências e conhecimentos que seriam por demais úteis se fossem formalizados como referencias comuns. No entanto, pecam quando se ausentam da macro discussão, deixando este fórum aberto para outros que nem sempre trazem em si conhecimentos e vivência necessárias ao desenvolvimento de referencias ao menos aplicáveis a realidade brasileira. Portanto, ou começamos a adotar posturas de cidadania com relação ao que fazemos, ou de vez por todas, abandonamos a prática das reclamações. Como se pode ver, apenas neste primeiro momento encontramos dois problemas relativos a cultura que o próprio SESMT tem em relação ao assunto. Por mais distantes que pareçam, são problemas como estes que inibem o crescimento da causa prevencionista. Já passou longe a hora é a vez de assumirmos nosso lugar dentro da sociedade como um todo.

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COLECIONANDO EQUIVOCOS Para muitos de nossos colegas de área, atuar na Área de Prevenção de Acidentes é pura e simplesmente aplicar as técnicas e normas ao local de trabalho. Tais pessoas não conseguem ainda visualizar a riqueza de uma área técnica e suas possibilidades. Muitas delas orgulham-se de viver em eterno conflito com as demais áreas e talvez por isso sintam-se verdadeiros xerifes para a causa, como se tivessem a capacidade ou mesmo a atribuição de serem os donos do tema. Trabalham no varejo e passam a vida toda resmungando e atribuindo a terceiros o insucesso de nossas atividades. É preciso que entendam qual é na verdade o real papel de uma especialista. Talvez a partir deste momento de compreensão, passem nos primeiros dias por uma verdadeira crise de identidade, sentindo-se talvez ainda menos importantes. No entanto, se estiverem atentos, com o passar do tempo poderão vislumbrar que também para nós há um lugar ao sol. Deve ficar claro, que mesmo a NR 4 - na sua definição de quadro para o SESMT, demonstra que o número definido de profissionais - em muitos casos na proporção de 1 Técnico para 500 empregados, inviabiliza este tipo de atuação. Portanto, devemos buscar formas de atuação mais sistematizadas ou em português mais claro, mais inteligente. O rol de equívocos é muito grande. Há também aqueles que sentem-se os arautos da lei, parecendo mesmo esquecer que as demais pessoas são alfabetizadas e que sua utilidade está assegurada não por saber ler ou informar, mas por saber transformar itens de lei em práticas de gerenciamento, ao invés de mero arauto, cabe melhor ser interprete, profissional capaz de transferir as letras da lei em situações e fatos aplicáveis, traduzir necessidades em propostas, ser para o Executivo um verdadeiro Assessor e não um lastimável fiscal. Ter condições de sentar numa mesa de decisões e contribuir ali como o homem da prevenção, de igual para igual com os demais especialistas. Ao longo dos anos, a imagem do Técnico de Segurança tornou-se tão distante do que ele deve e pode ser, que de fato sua utilidade - nestes moldes - passa a ser questionável. Pagar alguém para tomar conta se os outros usam ou não EPI - já paga-se aos Supervisores. Pagar alguém para ficar distribuindo copias de leis e normas - muitas empresas já assinam bons informativos. O diferencial certamente está em alguém capaz de resolver problemas ou propor meios e estratégias para tanto. Se você está for a deste foco, tenha certeza que contribui muito para que a prevenção de acidentes não saia do lugar onde se encontra. Se quiser entender melhor o assunto, por algum instante que seja, coloque-se no lugar de quem paga seu salário. A CULTURA DO NÃO Eis aqui um ponto que muito me preocupa. Depois de todos estes anos atuando na área, passei a chamar de Cultura do Não a postura que a grande maioria de empresas e seus chefes tem com relação a questão de segurança e saúde. Parece algo impalpável, mas na verdade tenho certeza que a grande maioria de nós já presenciou ou ao menos ouviu falar sobre fatos desta natureza. A cultura do não manifesta-se e é comprovável até mesmo nas ações oficiais. Basta prestar atenção. Recentemente, lendo um belíssimo livro que um Sindicato aqui da Grande São Paulo organizou e vem publicando nos últimos anos, chamou-me a atenção quando em dado capitulo apresentam uma serie de relatos sobre acidentes ocorridos. Como Técnico, encontrei nestes acidentes uma série de informações interessantes, no entanto o que mais chamou a atenção e que em quase todos os casos descritos - todos tendo incapacidade permanentes ou mesmo morte como conseqüência - a correção da causa se deu logo em seguida ao ocorrido, seja através da instalação de um pequeno pedaço de chapa, de uma grade, enfim de coisas absurdamente simples e com custo irrisório. Isso quer dizer, que se houvesse de fato algum tipo de preocupação com as normas ou mesmo com a vida, tais acidentes e suas conseqüências seriam plenamente evitáveis, sem que para que isso houvesse necessidade de qualquer recurso maior. Porque isso não ocorre : Pela cultura do não, pela forma absurda de não querer fazer pura e simplesmente. Observem com mais detalhes e verão isso em muitos locais de trabalho. Notarão que ao longo dos anos, sabe-se lá porque, muitas pessoas desenvolveram um alto grau de rejeição com a questão da prevenção. Superficialmente talvez isso diga respeito a sensação de poder - ou seja - eu mando ! e Se não fui eu quem mandou fazer, ninguém vai fazer porque não quero. Ou numa forma variável - Na minha área mando eu ! Pode parecer estranho, mas isso existe e a quantidade não é pequena. Para dar vida a este tipo de cultura, simultaneamente vemos dia após dia a impunidade. Vivemos ainda encobertos pela mística do termo acidente - do qual muitos se servem para encobrir verdadeiros homicídios. Precisamos educar nossas autoridades - e também sobre isso que falamos lá no inicio deste texto - fazer ver que acidente é algo imprevisível, que surge de uma conjuntura de fatos e ações que não foi possível precisar e ao mesmo tempo, que

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deixar uma engrenagem sem proteção nada tem haver com acidente, tudo tem haver com omissão seja em relação as leis - claras para este tema - seja em relação ao respeito a vida - assunto ainda meio obscuro em nossos dias. Em certo ponto do processo das relações sociais, a questão da segurança e saúde se confunde com todas as demais questões que dizem respeito a preservação da vida humana. Enquanto existir possibilidade de justificar o injustificável - mesmo que diante da mais evidente prática da cultura do não - caminharemos assim, vendo que o trabalho matar, não naquilo que tem de sofisticado e por isso merece mais estudos e interpretações - mas nos rudimentos do conhecido, nos rudimentos do normalizado que jamais se cumpre pela certeza de que ocorra o que ocorrer - a impunidade falará mais alto. E diante desta cultura que devemos fazer frente. São estes os fatos que nos levam a crer que apenas a atuação rotineira da prevenção jamais será capaz de mudar a situação atual. Precisamos interpretar todo o contexto histórico do assunto e se desejamos mudanças verdadeiras, atuar em todas as frentes - seja como profissional seja como cidadão - ou na condição ideal de profissional-cidadão. Acima de tudo, precisamos romper com nossa participação dentro da cultura do não, deixando de dizer não a prevenção como todo e enfiando a cara no buraco como avestruz que acha fazer o bastante mas limita-se apenas a fazer o mínimo, olhando e tendo consciência de que quando um trabalhador morre, morre também ali um cidadão. Enfim, ou despertamos para o todo do assunto, ou continuamos apenas sendo os arautos das leis que outros fazem e os fiscais daqueles que poucos cumprem. Cosmo Palasio de Moraes Jr. 24/06/00 15:02:39 Acidentes do trabalho rural no interior paulista

Monica La Porte TeixeiraI; Rosa Maria Vieira de FreitasII

IMatemática, Analista da Fundação Seade ([email protected]) IISocióloga, Analista da Fundação Seade ([email protected])

RESUMO

No interior paulista, coabitam alta tecnologia e acidentes do trabalho estritamente manuais, ou seja, o alto índice de tecnologia utilizada na agropecuária não descartou a possibilidade de existirem acidentes com trabalhadores rurais, que exercem atividades com baixo padrão tecnológico, sobretudo as vinculadas ao plantio e corte de cana-de-açúcar. Onde eles, em sua maioria, sofrem acidentes no exercício diário de sua profissão.

Palavras-chave: trabalhador rural; acidente do trabalho; atividade agrícola.

ABSTRACT

In the interior of São Paulo State, highly developed farming technologies coexist with accidents that occur during the execution of strictly manual tasks. From this, one can conclude that advanced farming technologies have not eliminated accidents among rural laborers who carry out low-technology tasks, especially those tasks related to the planting and harvesting of sugar cane. It is in this area that most laborers suffer accidents in their day-to-day work.

Key words: rural laborers; work-related accident; agricultural activity.

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A intenção deste artigo é expor, de forma sucinta, os principais resultados da pesquisa sobre acidentes do trabalho rural realizada pela Fundação Seade/Fundacentro e despertar um pouco a atenção para as diversidades existentes no interior paulista, como a riqueza agrária e os diferentes problemas enfrentados pelos trabalhadores rurais no exercício de suas atividades profissionais.

Mais que oportuno, o debate sobre a temática do acidente do trabalho no meio rural é imprescindível nos tempos modernos, pois este é um espaço onde se sucederam grandes transformações tecnológicas que modificaram a vida dos trabalhadores desse setor, em especial para o Estado de São Paulo, importante palco dessas transformações.

Contudo, são precários os estudos e a disponibilidade de dados sobre o tema. Os existentes, tais como, os trabalhos de Lopes (1982:12-17) e de Alessi e Navarro (1997:111-121) entre outros, importantes e fundamentais, são específicos a determinadas áreas ou a estudos de casos. Para uma área tão extensa como o Estado de São Paulo e com informações minuciosas referentes aos trabalhadores que se apresentam mais suscetíveis aos acidentes, estes estudos eram praticamente inexistentes até a realização da pesquisa Seade/Fundacentro, que ocorreu em todas as agências da Previdência Social, mediante a coleta das Comunicações de Acidentes do Trabalho – CAT, instrumento no qual os trabalhadores registrados no INSS têm seu acidente cadastrado com informações valiosissímas.

Uma das características positivas dessa pesquisa realizada no meio rural foi o grande volume de eventos coletados, o que demonstra que muitos dos acidentes que envolveram trabalhadores rurais foram notificados, ao contrário do que se supunha (Fundação Seade/Fundacentro, 2001). Do total dos acidentes ocorridos no Estado de São Paulo entre 1997 e 1999, registrados na Previdência Social, 10,4% eram de acidentes rurais coletados pela pesquisa.

SÃO PAULO – UMA POTÊNCIA DO SETOR PRIMÁRIO

O Estado de São Paulo sobressai-se não só por ser o Estado mais populoso e industrializado do Brasil, mas também por possuir um saliente centro agropecuário, destacando-se em relação ao conjunto nacional.

Concentra excelentes condições em virtude da boa qualidade do solo e do clima, além de possuir excelentes fatores estruturais, técnicas aplicadas que favorecem o plantio de culturas diversificadas, como algodão herbáceo, amendoim, cana-de-açúcar, laranja, tomate, arroz, banana, feijão, mandioca, milho, soja, trigo, batata-inglesa, uva e café. Embora tenha perdido o título de centro de cafeicultura para o Paraná, ainda se destaca como um dos grandes produtores dessa cultura agrícola, entre outros. Outro atrativo que facilitou o desenvolvimento agrícola do Estado é a disponibilidade de um bom aparelhamento do porto de exportação, o porto de Santos.

Um dos produtos agrícolas de maior relevância é a cana-de-açúcar com incremento apreciável. Sua área colhida corresponde a cerca de 51% da produção brasileira (Censo Agropecuário de 1995/96), o que garante o suprimento da indústria açucareira, que se firmou como uma das mais importantes do país. De acordo com dados da Pesquisa de Atividade Econômica Paulista – Paep 96 realizada pela Fundação Seade, a produção de cana-de-açúcar sobressai-se na atividade agroindustrial1 em São Paulo, como a primeira nesse ramo de atividade, no que se refere aos indicadores emprego, receita, remuneração e valor adicionado (Belik et al., 1999).

A pecuária é outra atividade do setor primário que concorre sensivelmente para o processo produtivo da economia regional, principalmente nas áreas vinculadas à bovinocultura de corte e de leite; à avicultura, que se firmou como importante complexo integrado de granjas e abatedores; e à suinocultura, esta última como produtora de matrizes e reprodutores. Essas atividades apresentam no Estado de São Paulo, concomitantemente, modernas e grandes instalações de abate, como também pequenos abatedores tradicionais. Quanto ao pessoal empregado, a participação da pecuária é pequena comparada à atividade agrícola (Silva; Balsadi; Grossi, 1997). Em relação ao volume dos efetivos de rebanho, a maior concentração de cabeças de boi situa-se mais a oeste, nas mesorregiões de São José do Rio Preto, Presidente Prudente e Araçatuba, enquanto os efetivos de aves localizam-se mais a noroeste e nordeste, nas mesorregiões de Campinas, Piracicaba e Araraquara, e a criação de

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suínos mescla-se, destacando-se as mesorregiões de Campinas, São José do Rio Preto e Bauru (Censo Agropecuário de 1995/1996).

Quanto à piscicultura, o litoral de 622 km, tem numerosas colônias de pescadores, mas é especialmente nas proximidades de Santos e Cananéia que se concentram atividades pesqueiras organizadas. Segundo Silva, Balsadi e Grossi (1997), o aumento dessa atividade, no Estado de São Paulo, deve-se ao vertiginoso crescimento dos pesque-pagues, e a demanda para o processamento industrial.

O Mapa 1 apresenta as principais áreas de colheita de lavoura permanente e temporária do Estado, onde a cultura de cana-de-açúcar, em razão do grande valor na produção agrícola, encontra-se separada.2

Observa-se por área colhida, grande diversidade de produtos agrícolas no espaço territorial paulista, onde o destaque cabe para as lavouras temporárias, principalmente para a cultura de cana-de-açúcar, que, com pouquíssimas exceções, espalha-se por todo o interior do Estado. As mesorregiões que mais se sobressaem nesse cultivo são as de Ribeirão Preto, Piracicaba, Araraquara e Bauru, com exceção dessa última, são regiões do Estado onde se concentram a agricultura de maior valor comercial, em particular as atividades dos complexos agroindustriais de cana-de-açúcar e da laranja (Balsadi et al., 2001).

As diversidades no setor agrícola paulista não só se restringem aos tipos de culturas existentes, mas também às distintas técnicas e divisões trabalhistas, tanto nas atividades de plantio e corte, como nas atividades da agroindústria.

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Com relação à demanda de mão-de-obra, a cana-de-açúcar, mais uma vez, aparece como principal cultura a utilizar mão-de-obra agrícola no Estado de São Paulo (Belik et al., 1999), onde muitos desses trabalhadores exercem atividades com baixo padrão tecnológico. Regionalmente, conforme dados da Paep, a área do Estado que teve o maior peso relativo à demanda de mão-de-obra, durante os anos 90, foram as mesorregiões situadas mais a noroeste do Estado, depois as situadas a nordeste, centro-oeste e centro-sul (Balsadi et al., 2001).

O progresso do setor agrícola paulista intensificou-se a partir dos anos 50. Foi com o crescimento urbano e econômico do Estado que se desencadeou o processo de modernização tecnológica na agricultura, acarretando modificações nas práticas agrícolas, como o aumento do trabalho mecânico e a ampliação do uso de insumos químicos, mudanças que garantiram o aumento da produtividade com menor utilização da mão-de-obra. Contudo, algumas práticas agrícolas continuam a ser trabalhadas de forma manual, como há 100 anos. Diante desse panorama, conclui-se que o perfil do trabalhador rural paulista é diversificado, pois convive no mesmo espaço com a alta tecnologia e o trabalho manual.

PROBLEMÁTICA DO ACIDENTE DO TRABALHO

Todo o trabalhador no exercício de sua profissão está sujeito a um acidente do trabalho, e algumas profissões apresentam probabilidades maiores que outras. A teoria do risco de acidente do trabalho aponta os principais agentes de risco ocupacionais presentes no ambiente de trabalho, são eles: físicos, mecânicos, biológicos, ergonômicos (considerados a partir da Segunda Guerra Mundial, seriam as condições de adequação dos instrumentos de trabalho ao homem) e mais recentemente, os riscos psicossociais, em razão da crescente exposição do trabalhador a situações de tensão e estresse no trabalho.

A definição de acidente do trabalho no Brasil existe desde 1919 como conceito jurídico. No entanto, somente nos últimos anos é que se ampliou seu espaço, preocupando a classe médica e dando origem à medicina do trabalho. Essa inquietação cresceu de um jeito que expandiu o âmbito industrial, surgindo vários trabalhos referentes ao acidente do trabalho propriamente dito, à higiene industrial e à segurança do trabalho, entre outros (Ribeiro, 2000).

A Lei nº 8.213, que rege desde 1991 o acidente do trabalho no Brasil, considera em seu artigo 19: "acidente do trabalho é todo aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho". Ademais, nos artigos 20 e 21 "Consideram-se ainda como acidentes do trabalho, outras entidades mórbidas, tais como as doenças profissionais; os acidentes ligados ao trabalho, embora o trabalho não seja a única causa que haja contribuído para a morte ou lesão do segurado: os acidentes ocorridos no local de trabalho decorrentes de atos intencionais ou não de terceiros ou companheiros de trabalho; os desabamentos; as inundações; os incêndios e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; as doenças provenientes de contaminação acidental no exercício da atividade; os acidentes, ainda que ocorridos fora do horário ou local de trabalho, na execução de ordem da empresa, mesmo para estudos ou realização de serviços externos; no percurso da residência para o local de trabalho, ou deste para aquele". Assim, para efeito da Previdência Social, os acidentes do trabalho são classificados em três categorias:

- Acidentes-Tipo: são os acidentes decorrentes da atividade profissional desempenhada pelo trabalhador;

- Acidentes de Trajeto: são os acidentes ocorridos no trajeto entre a residência e o local de trabalho e nos horários de refeição;

- Doenças do Trabalho: são os acidentes ocasionados por qualquer tipo de doença peculiar a determinado ramo de atividade (Waldvogel, 1999).

Alterações expressivas com relação ao trabalho agrícola também foram observadas na Lei Acidentária. Até 1991, a classe trabalhista rural sofria uma distinção na forma de pagamento dos benefícios relacionados ao acidente do trabalho, que a deixavam, mais uma vez, em desvantagem em relação ao trabalhador urbano. Com a Lei Acidentária de 1991 ocorreram duas importantes alterações. A primeira considera que, para efeito de pagamento de benefícios decorrentes de acidentes do trabalho, o trabalhador rural tem os mesmos direitos do

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trabalhador urbano, equiparando-o, com relação ao pagamento dos benefícios, ao trabalhador urbano (Waldvogel, 1999).

A segunda refere-se à notificação dos acidentes do trabalho ao Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS, que deixa de ser prerrogativa das empresas, e pode ser efetuada pelos sindicatos dos trabalhadores, pelo Sistema Único de Saúde – SUS e pelos próprios trabalhadores ou seus familiares (Waldvogel, 1999).

A Organização Internacional do Trabalho – OIT afirma que o trabalho rural é significativamente mais perigoso que outras atividades e estima que milhões de agricultores sofram sérios problemas de saúde.3

São distintos e reais os percalços do trabalhador rural paulista. Convivem tanto com a mais alta tecnologia agrária como com condições mais simples de plantio, corte, etc. Mesmo com o alto desenvolvimento tecnológico no setor primário, no qual o Estado de São Paulo destaca-se em relação ao resto do país, apresenta trabalhadores rurais em atividades puramente braçais e de risco de vida, como os cortadores de cana. Considerando-se que em São Paulo cerca de 75% da área plantada da cana-de-açúcar4 ainda é cortada manualmente após o processo de queimada, como há 100 anos (Revista Ecologia e Desenvolvimento, 2000:42-43), dessa forma, conjectura-se que o número de acidentes do trabalho que envolve esses trabalhadores é enorme, em razão das queimadas,5 da postura física exigida para o corte da cana e da simples utilização de suas ferramentas básicas de trabalho, como o afiado facão, que sem o material de proteção torna-se um perigo em potencial nas mãos habilidosas e apressadas do trabalhador.

O desenvolvimento tecnológico do campo resultou não só na utilização de novas técnicas agrícolas, mas também em novos tipos de acidentes do trabalho. Com a intenção de aumentar a produtividade com menor utilização de mão-de-obra, ampliou-se a força mecânica (máquinas) e a utilização de defensivos agrícolas, situação a qual diversos trabalhadores rurais não estavam preparados para utilizá-las de forma adequada, o que desencadeou sérios acidentes.

No entanto, os trabalhadores rurais não estão sujeitos somente a acidentes-tipo, os acidentes ocorridos no trajeto, entre a residência e o local de trabalho e vice-versa, tornaram-se mais próximos dessa classe trabalhista. A valorização das terras, ocorrida cada vez mais com a utilização tecnológica, teve como uma das conseqüências a expulsão do trabalhador rural da terra, obrigando-o a migrar para as cidades, levou-o a realizar todos os dias o deslocamento entre grandes áreas, muitas vezes, em péssimas condições, determinadas pela qualidade das estradas e do tipo de transporte utilizado (Waldvogel, 1999).

Como a identificação e a dimensão a priore de uma situação pode contribuir para a prevenção de um problema ou diminuir sua extensão, tomar conhecimento da questão acidentária relativa aos trabalhadores rurais, identificando-os e dimensionando seus principais problemas de saúde e de segurança, poderá enriquecer o debate dessa temática, como também colaborar para orientar políticas de prevenção de acidentes e doenças do trabalho em área rural. Assim, foi com esse intuito, que se realizou numa "parceria" entre a Fundação Seade e a Fundacentro, uma pesquisa nas agências e postos do INSS do Estado de São Paulo, com a finalidade de levantar os casos de acidentes do trabalho ocorridos no meio rural.

LEVANTAMENTO DOS CASOS DE ACIDENTES DO TRABALHO OCORRIDOS NO MEIO RURAL

Metodologia de Coleta dos Dados

A pesquisa realizada pela Fundação Seade/Fundacentro, em todas as 115 agências do INSS do interior paulista, levantou 58.204 acidentes do trabalho, ocorridos em área rural no período entre 1997 e 1999.

Essa pesquisa foi pioneira, uma vez que sua abrangência geográfica cobriu todo o Estado de São Paulo e contemplou todas as atividades desenvolvidas nas áreas rurais. O levantamento realizado representa 10,4% de todos os acidentes registrados na Previdência Social no período estudado.

Constituiu-se de coleta manual nos arquivos do INSS, por meio do rastreamento de todos os processos existentes, identificando e selecionando os acidentes do trabalho registrados na Comunicação de Acidente do

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Trabalho – CAT.

A seleção dos processos de acidentes do trabalho seguiu os seguintes critérios:

- acidente descrito no processo de acidente do trabalho ocorreu em área rural;

- o acidente descrito no processo de acidente do trabalho correspondeu a uma atividade tipicamente rural (Relatório Seade/Fundacentro, 2001).

Foi elaborado um formulário específico para a coleta, com levantamento de diversas características referentes ao acidentado, ao empregador e ao acidente. Logo após, os dados passaram por processo de crítica e revisão, e, em seguida, realizadas a codificação e a digitação. Os dados, após digitados e consistidos, foram organizados em farto material de banco de dados, com diversas informações referentes aos acidentes-tipo, de trajeto e doenças do trabalho ocorridos em áreas rurais do Estado de São Paulo.

Principais Resultados

Abrangendo somente os trabalhadores registrados na Previdência Social, a pesquisa levantou 58.204 acidentes do trabalho em áreas rurais. Desses acidentes, 929 eram de trajeto, 5.354 doenças do trabalho e 51.644 aciden tes-tipo. Apenas 277 acidentes não puderam ser classificados.

Ocorreram em média 53,2 acidentes do trabalho por dia envolvendo trabalhadores da área rural paulista, o que se classifica como uma alta proporção diária de acidentes entre 1997 e 1999. Vale ressaltar que os acidentes de trajeto apresentaram a menor média, menos de 1 acidente por dia no decorrer do período. O grande causador dessa média elevada são os acidentes-tipo, com 47,2 acidentes por dia, ou seja, foi no desempenho de sua atividade profissional que o trabalhador rural apresentou a maior possibilidade diária de acidentes do trabalho. Como conseqüência desses acidentes, observa-se que a maioria resultou em incapacidade temporária, enquanto a incapacidade permanente e o óbito atingiram uma parcela bastante reduzida de trabalhadores.

Com praticamente 89% os acidentes-tipo, em sua maioria teve como conseqüência a incapacidade temporária. Foram os acidentes de trajeto que apresentaram a menor participação no total dos acidentes, entretanto, proporcionalmente, são eles que resultam mais em óbitos, por serem, mais violentos.

As doenças do trabalho, que perfizeram 10% dos acidentes nesse período, resultaram, praticamente em sua totalidade, em incapacidade temporária, não apresentando nenhum óbito. Entre os tipos mais presentes das doenças do trabalho encontram-se os traumatismos, o mal súbito, o estresse e as lesões por esforços repetitivos. É pertinente observar que é muito mais difícil estabelecer nexo causal entre a lesão adquirida e a atividade profissional desempenhada pelo trabalhador para doença profissional que para o acidente do trabalho tipo ou de trajeto.

Segundo a Classificação Nacional de Atividade Econômica – CNAE, para os acidentes-tipo, 70,5% dos FAFIT/FACIC-30--------------------------------------------------------------ProfªMarici Harlene de Lara Fereira 30

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acidentes estão associados a empresas relacionadas à agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal, e são destaque deste grande grupo, as atividades que envolvem o cultivo de cana-de-açúcar (40,3%) e a produção mista, ou seja, lavoura e pecuária (39,2%). Das atividades relacionadas, só na pecuária e na criação de animais observaram-se, proporcionalmente, poucos acidentes.

Outros grandes grupos de destaque são: o de fabricação de produtos alimentícios e bebidas, onde as usinas de açúcar perfazem 61,4% dos acidentes-tipo e 13,1% são de acidentes relacionados à fabricação de aguardentes e bebidas destiladas; e o de produção de álcool. Todos os grandes grupos da CNAE, que apresentaram participação considerável de acidentes do trabalho estão de alguma forma vinculados à cana-de-açúcar.

Ainda segundo a CNAE, para a doença do trabalho observa-se novamente que o grupo de trabalhadores inseridos em empresas com atividades econômicas relacionadas a agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal destaca-se dos demais, com quase 75% do total das doenças do trabalho. Repetindo, dentro desse grupo, nas atividades mencionadas, sobressaem-se mais os trabalhadores relacionados ao cultivo da cana-de-açúcar com 52,1% e os da produção mista, lavoura e pecuária com 37,4%.

Verifica-se, para as doenças do trabalho, semelhante participação relativa para os outros dois grandes grupos

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da CNAE, já mencionadas nos acidentes-tipo, ou seja, fabricação de produtos alimentícios e bebidas e a produção de álcool. Onde ambos apresentaram uma supremacia de atividades relacionadas, mais uma vez, ao cultivo e à produção da cana-de-açúcar.

Ao lançar um olhar no agente causador, nota-se que cerca de 49,9% dos acidentes-tipo foram causados por ferramentas de trabalho, entre elas pode-se citar o facão e o podão, ferramentas utilizadas sobretudo pelos cortadores de cana-de-açúcar, com força e de forma precisa. Essa informação vem de encontro ao observado nos dados do tipo de acidente, no qual destacam-se os acidentes com objetos cortantes/contundentes (44,3%) e os traumatismos ou lesões causados por instrumentos de trabalho (11,7%).

Outro agente causador relevante nos acidentes-tipo foi o contato com animais e plantas venenosas com 14,7% dos casos, situação decorrente do meio ambiente do trabalhador do campo, explicando o quarto principal tipo de acidente, que são os acidentes causados por plantas (Tabelas 3 e 4).

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A mesma análise feita para as doenças do trabalho mostra que os acidentes que envolvem torção, mal jeito são maioria absoluta, com 94,5% dos eventos. Nesse caso, os principais problemas são os terrenos irregulares, buracos, saltos do caminhão, posições inadequadas, movimentos bruscos, etc., e nos demais agentes causadores nenhum deles apresentou volume de eventos considerável para análise quando observados isoladamente.

Com relação a variável tipo de acidente, destacam-se para as doenças do trabalho, com um pouco mais da metade das doenças registradas (51,3%) – os traumatismos ou as lesões decorrentes de movimentos. Importantes e destacadas apareceram, com 47,1%, lesões por esforços repetitivos/mal súbito/estresse. Esses tipos de doenças do trabalho aparecem cada vez mais com freqüência no cotidiano de todo o trabalhador, ou seja, estão cada vez mais evidentes e passíveis de reconhecimento.

Do total dos acidentes do trabalho sofridos pelos trabalhadores da área rural, 6,5% não afastaram o trabalhador de suas atividades profissionais, 61,2% o afastaram até 15 dias, 32,3% resultaram em período de afastamento superior a 15 dias.

De acordo com a classificação do acidente, nota-se que as doenças do trabalho apresentaram proporção um pouco maior de casos que não resultaram em afastamento em relação aos acidentes-tipo e ao total dos acidentes coletados. Foi a doença do trabalho que também registrou a mais significativa proporção de trabalhadores com afastamento entre 15 dias e 1 mês. Percebe-se que, após três meses de afastamento, a proporção de trabalhadores afastados por algum tipo de acidente diminui bastante, alcançando menos de 1% do total dos acidentes, independente de sua classificação tipo, trajeto ou doenças do trabalho.

O afastamento do trabalhador de suas atividades laborais acima de 15 dias pode trazer prejuízos dos pontos de vista: econômico, social e pessoal. Nesse caso, as principais vítimas são o Estado, através da Previdência Social, que arca com os direitos do trabalhador durante o afastamento e o próprio trabalhador, que além de ter reduzido seu salário, fica "fora" do mercado de trabalho, e dependendo do tipo de acidente pode haver um comprometimento de seu amor próprio, achar-se incompetente, etc., e incapaz do sustento de seu lar (Ribeiro, 2000).

Nota-se, que existe alta notificação dos acidentes com afastamento inferior a 15 dias, por parte das empresas, que preferem assumir a responsabilidade do pagamento do afastamento nesse período a correr o risco de se responsabilizar por um afastamento superior a esse tempo, isentando-se assim do custo de um tratamento mais demorado que recai sobre a Previdência Social.

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As partes do corpo atingidas nos acidentes-tipo e das doenças do trabalho são muitas e diversificadas. Vale ressaltar que o mesmo acidente ou doença do trabalho pode atingir mais de uma parte do corpo do trabalhador.

Para as doenças do trabalho as partes do corpo que mais sofreram lesões foram os membros superiores, em que os braços com 52,3% e as mãos com 42,3% foram maioria, a seguir apresentou-se o tronco com 39,6%.

Para os acidentes-tipo, as partes do corpo mais atingidas foram os membros superiores 39,0% e os inferiores 38,8%, ambos encontram-se muito sujeitos aos traumatismos causados pelas ferramentas de trabalho, como o facão. Nos membros superiores, as partes mais atingidas são os dedos 46,3% e as mãos, enquanto nos inferiores tanto as pernas como os pés têm pesos muito parecidos, 50% e 49,7%, respectivamente.

Observa-se uma supremacia do sexo masculino, com quase 90% dos casos de acidente do trabalho, coerente com a composição de gênero da população dos trabalhadores das áreas rurais, que em sua maioria (77,1%) são homens e 22,9%, mulheres, segundo o Censo Agropecuário de 1995-1996. Por tipo de acidentes são as doenças ocupacionais onde o sexo feminino tem maior percentual de participação com 18,9% dos casos.

Com relação a idade os trabalhadores que apresentaram maior proporção de acidente do trabalho foram aqueles com idades entre 20 e 24 anos.

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Os acidentes-tipo ocorrem em todos os grupos etários, e são mais freqüentes proporcionalmente nas idades mais tenras, de 15 a 24 anos. Com o avançar da idade, mesmo sendo alto, passa a apresentar uma tendência de queda. As doenças do trabalho, por sua vez, só ultrapassam os acidentes-tipo nas faixas etárias de 25 a 39 anos, idades mais avançadas quando comparadas as dos acidentes-tipo, porém ainda prematuras, mas que já indicam alguns anos de trabalho duro, realizados com gestos mecânicos e repetitivos. Para os acidentes de trajeto, o pico acontece entre os 20 e 24 anos, apresentando depois dos 30 e 34 anos a tendência de queda já observada para doenças do trabalho e os acidentes-tipo. Chama atenção que esse tipo de acidente com o avançar da idade, entre os 40-44 e 60-65 anos, mostra-se mais significativo em relação aos demais.

Distinto das classificações citadas, os acidentes de trajeto não são exclusivos e nem estão diretamente relacionados a essas classes trabalhistas, como são a maioria dos acidentes-tipo. Embora registre uma proporção menor de eventos, é um acidente no qual todos os trabalhadores apresentam-se vulneráveis, basta

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realizar o exercício de ir e vir da residência ao local de trabalho e vice-versa, como cumprir o horário destinado ao almoço.

Com relação a esses acidentes, a maioria ocorreu no percurso entre residência/trabalho. Considerando os meios de locomoção utilizados pelo trabalhador rural em seu movimento físico diário, que apresentaram as maiores proporções de acidente do trabalho, encontram-se: o ônibus, com praticamente 44% de todos os acidentes, a pé, com 25% dos acidentes e numa menor proporção, a bicicleta com 7,3%, entre outros. Nota-se que entre os meios de locomoção mais representativos, com exceção de um (a pé), os demais envolviam algum tipo de veículo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O mais inédito deste trabalho de parceria entre a Fundação Seade e a Fundacentro foi a extensão territorial desse levantamento, que abrangeu todo o Estado de São Paulo, resultando em um rico banco de dados, contendo detalhes valiosos sobre o trabalhador acidentado, proporcionando um estudo minucioso e uma análise dos diferenciais regionais.

Resultado satisfatório também foi tomar conhecimento da grande notificação dos acidentes rurais, talvez isso possa servir para olhar como mais atenção essa classe trabalhista tão sofrida e merecedora de respeito, e assim, contribuir de alguma forma para a prevenção dos acidentes do trabalho e das doenças profissionais na área rural.

Mesmo sendo uma potência do setor primário, com alta tecnologia, o Estado de São Paulo apresenta elevada participação de trabalhadores rurais que exercem atividades manuais vinculadas, principalmente, ao plantio e ao corte da cana-de-açúcar. Esses trabalhadores foram, de acordo com a pesquisa, um dos mais suscetíveis a apresentar acidentes do trabalho.

Foi constatado uma média diária de 53,2 acidentes do trabalho, nos quais a maioria ocorreu no exercício da profissão, ou seja, os acidentes classificados de tipo. Esses trabalhadores, em sua grande parte, se acidentaram com suas próprias ferramentas diárias de trabalho, registrando cortes ou traumatismos; as partes do corpo mais

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atingidas são os membros superiores e inferiores, afastando aproximadamente 86% desses trabalhadores de suas atividades laborais, no máximo até 1 mês.

A doença do trabalho, que também afetou e afastou trabalhadores teve como principais agentes causadores a torção e o mal jeito, que ocasionaram traumatismos ou lesões decorrentes de movimentos, afetando principalmente os membros superiores.

É interessante observar que apesar dos acidentes do trabalho espalharem-se por todo o interior paulista, diversos municípios que registraram os maiores volumes de acidentes do trabalho encontram-se geograficamente localizados nas áreas de maior valor comercial do Estado e as que empregam mais mão-de-obra para a atividade agrícola, onde concentram-se as atividades dos complexos agroindustriais de cana-de-açúcar e da laranja, que são as mesorregiões de Ribeirão Preto, Araraquara, Campinas e Piracicaba.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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SÃO PAULO. Cana Web/Jornal Cana. Disponível em: <http://www.ilab.com.br/clientes.htm#Barra>. Acesso em: 2002.

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_______. Acidentes do trabalho - os casos fatais: a questão da identificação e da mensuração. 1999. Tese (Doutorado) _ Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999. [Publicada pela Fundacentro: Coleção de Fontes e Análise, v.1, n.1, mar. 2002].

NOTAS

1. Considerou-se agroindústria apenas as atividades vinculadas ao primeiro processamento de matérias-primas derivadas da agropecuária (Fundação Seade, 1999). 2. Lavoura Permanente: compreendeu a área plantada ou em preparo para o plantio de culturas de longa duração, que após a colheita não necessitassem de novo plantio, e que produzissem por vários anos sucessivos. Foram incluídas nesta categoria as áreas ocupadas por viveiros de mudas de culturas permanentes. Lavoura Temporária: abrangeu as áreas plantadas ou em preparo para o plantio de culturas de curta duração (em geral, menor que um ano), e que necessitassem quase sempre de novo plantio após cada colheita. Incluíram-se, também nessa categoria as áreas das plantas forrageiras destinadas ao corte. 3. Ver, a respeito: <http://www.scielo.br/www.saudeetrabalho.com.br>. 4. Ver, a respeito: <http://www.scielo.br/www.unica.com.br/pages/agroindustria_alta.asp>. 5. Com a proibição da queimada da cana crua, a mecanização da colheita deve atingir grande parte da área cultivada em solos com declividade compatível com esta prática nos próximos anos, provocando mudanças importantes para as regiões de cultivo e para os trabalhadores, resultando na diminuição do volume de empregos.

© 2005 Fundação SEADE

Perguntas Básicas

1. Que é acidente de trabalho? Acidente de trabalho é aquele que acontece no exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional podendo causar morte, perda ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Também é considerado acidente de trabalho,

o aquele que acontece quando você está prestando serviços por ordem da empresa fora do local de trabalho

o aquele que acontece quando você estiver em viagem a serviço da empresa o aquele que ocorre no trajeto entre a casa e o trabalho ou do trabalho para casa. o doenças profissionais (as doenças provocadas pelo tipo de trabalho. Ex. problemas de coluna) o doença do trabalho (as doenças causadas pelas condições do trabalho. Ex. dermatoses causadas por

cal e cimento) 2. A quem recorro em caso de ter dúvidas sobre como proceder

em caso de acidentes de trabalho ou problemas relacionados? Você pode recorrer ao Ministério do trabalho e ou a Delegacia Regional do Trabalho. O Site da DRT possui lista completa com os nomes dos delegados do trabalho, bem como os endereços das DTRs Regionais

3. Como fazer o cálculo do Custo do Acidente de Trabalho? O calculo em si não é difícil, mas muito trabalhoso. Para cada caso há diferentes variáveis envolvidas em em muitos casos podem chegar a dezenas de variáveis, muitas vezes de difícil identificação. Em linhas gerais pode-se dizer que o custo do acidente é o somatório dos custos diretos e indiretos envolvidos. C = CD + CI

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Do custo Direto: É o custo mensal do seguro de acidentes do trabalho. Não tem relação com o acidente em si. A contribuição é calculada a partir do enquadramento da empresa em três níveis de risco de acidentes do trabalho essa porcentagem é calculada em relação à folha de salário de contribuição e é recolhida juntamente com as demais contribuições arrecadadas pelo INSS.

o 1% para a empresas de riscos de acidente considerado leve; o 2% para a empresa de risco médio, o 3% para a empresa de risco grave.

Custo Indireto: Não envolvem perda imediata de dinheiro. Relacionam-se com o ambiente que envolvem o acidentado e com as conseqüências do acidente. Entre os custos indiretos podemos citar: 1.Salário que deve ser pago ao acidentado no dia do acidente e nos primeiros 15 dias de afastamento, sem que ele produza. 2.Multa contratual pelo não cumprimento de prazos 3.Perda de bônus na renovação do seguro patrimonial 4.Salário pagos aos colegas do acidentado 5.Despesas decorrentes da substituição ou manutenção de peça danificada 6.Prejuízos decorrentes de danos causados ao produto no processo; 7.Gastos de contratação e treinamento de um substituto 8.Pagamento de horas-extras para cobrir o prejuízo causado à produção 9.Gastos de energia elétrica e demais facilidades das instalações (horas-extras) 10.Pagamento das horas de trabalho despendidas por supervisores e outras pessoas e ou empresas: - Na investigação das causas do acidente -Na assistência médica para os socorros de urgência -No transporte do acidentado -Em providências necessárias para regularizar o local do acidente -Em assistência jurídica -Em propaganda para recuperar a imagem da empresa Em caso de acidente com morte ou invalidez permanente ainda devemos considerar o custo da indenização que deve ser pago mensalmente até que o empregado atinja a idade de 65 anos. Pesquisa feita pela Fundacentro revelou a necessidade de modificar os conceitos tradicionais de custos de acidentes e propôs uma nova sistemática para a sua elaboração, com enfoque prático, denominada Custo Efetivo dos Acidentes, como descrito a seguir: Ce = C - i Ce= Custo efetivo do acidente C= Custo do acidente i= Indenizações e ressarcimento recebidos por meio de seguro ou de terceiros (valor líquido) C = C1 + C2 + C3 C1= Custo correspondente ao tempo de afastamento (até os 15 primeiros dias) em conseqüência de acidente com lesão;

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C2= Custo referente aos reparos e reposições de máquinas, equipamentos e materiais danificados (acidentes com danos a propriedade); C3= Custo complementares relativos as lesões (assistência médica e primeiro socorros) e os danos a propriedade (outros custos operacionais, como os resultantes de paralisações, manutenções e lucros interrompidos).

4. Que são as Normas Regulamentadoras e quem as faz? As Normas Regulamentadoras, também ditas NR, são normas que regulamentam, fornecem parâmetros e instruções sobre Saúde e Segurança do Trabalho. São em número de 34, a saber 29 Normas Regulamentadoras e 5 Normas Regulamentadoras Rurais. As NRs são elaboradas por uma comissão tripartite composta por representantes do governo, dos empregadores e dos empregados. Veja as 34 Normas Regulamentadoras em nossa seção de Normas e Leis

5. Que é trabalho noturno? Trabalho noturno dá direito a adicional de insalubridade? Trabalho noturno é aquele prestado das 22h de um dia às 5h do dia seguinte para o trabalho urbano (CLT, art. 73, § 2.0). Para o trabalho rural, é aquele prestado das 20h de um dia às 4h do dia seguinte, na pecuária, e das 21h de um dia às 4h do dia seguinte, na pecuária, e das 21h de um dia às 5h do dia seguinte, na agricultura (Lei 5889/73, art. 7.0 e Decreto 73626/74, art. 11, parágrafo único). O adicional de insalubridade não é inerente ao trabalho noturno. O trabalhador somente terá direito ao adicional de insalubridade se a insalubridade for caracterizada no seu ambiente de trabalho, quer exerça trabalho noturno ou não.

6. Que é trabalho insalubre? Que direitos tem quem trabalha em condições insalubres? Trabalho insalubre é aquele prestado em condições que expõem o trabalhador a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos (CLT, art. 189 e NR 15). O exercício de trabalho em condições de insalubridade, assegura ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a

o 40%, para insalubridade de grau máximo; o 20%, para insalubridade de grau médio; o 10%, para insalubridade de grau mínimo.

(NR-15.2)

7. Quais as atividades perigosas na forma da lei? De acordo com a CLT e a NR-16 denominam-se atividades perigosas aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamável ou explosivos em condições de risco acentuado. A NR-16 ainda versa que são consideradas atividades e operações perigosas as constantes nos anexos números 1 e 2 da NR-16. Estes anexos da NR-16 referem-se a atividades com explosivos e inflamáveis. A periculosidade para trabalhos com radiação foi definida posteriormente por portaria.

8. Quais as condições básicas para percepção da periculosidade? o trabalho em que o empregado fica exposto à pelo menos um desses agentes: radiação, inflamáveis, explosivos ou eletricidade. O exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 30% (trinta por cento), incidente sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa. (NR-16, subitem 16.2)

9. Como saber se tenho direito ao adicional de insalubridade? As Normas Regulamentadoras, em especial a NR 15, regulamentam e definem parâmetros sobre pagamento ou não desse adicional. Essa resposta não é uma resposta rápida e imediata, pois cada caso deve ser analisado como um caso especial. Para se ter certeza quanto ao pagamento ou não do adicional de insalubridade, o melhor a fazer é um laudo técnico do local de trabalho. Este deverá ser feita por profissional habilitado.

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10. Quanto tempo tenho para entrar com pedido de indenização por acidente ou doença de trabalho? O tempo limite é de 5 anos a partir da data que foi caracterizado o acidente ou a doença ocupacional. Após 5 anos há prescrição do prazo.

11. Pode o Técnico de Segurança fazer perícia técnica ? Não. A perícia técnica cabe somente ao Engenheiro de Segurança do Trabalho.

12. Quem pode fazer o PPRA - Plano de Prevenção de Riscos Ambientais ? A elaboração, implementação e acompanhamento e avaliação do PPRA poderão ser feitos pelo SESEMT ou por pessoa ou equipe de pessoas, que a critério do empregador, sejam capazes de desenvolver o disposto na NR-9 (NR-09, alínea 9.3.1.1)

13. Quais as normas que regulamentam a recarga dos extintores e a manutenção das mangueiras de incêndio? Colaboração:Cristian Manzur 1. NORMAS

o NBR 13485 - Manutenção de 3.o Nível (teste hidrostático) em extintores de incêndio. o NBR 12962 - Inspeção, manutenção e recarga em extintores de incêndio. o NBR 11715 - Extintores de incêndio com carga d'água. o NBR 10721 - Extintores de incêndio com carga de pó químico. o NBR 11716 - Extintores de incêndio com carga de gás carbônico. o NBR 11751 - Extintores de incêndio com carga de espuma mecânica. o NR 23 - Norma regulamentadora aprovada pela portaria 3214 da Lei 6514. o NBR 12779 - Inspeção, manutenção e cuidados em mangueiras de incêndio.

2. RECARGA DE EXTINTORES 2.1 Extintor de Água Pressurizada (AP)

o NBR 12962 - a recarga deve ser executada num intervalo máximo de 5 anos. o NBR 11715 - a recarga deve obedecer às instruções do fabricante.

2.2 Extintor de Pó Químico Seco (PQS)

o NBR 12962 a recarga deve obedecer às instruções do fabricante o NBR 10721 o recarregamento deve ser efetuado de acordo com as instruções específicas do

fabricante.

2.3 Extintor de Gás Carbônico (CO2)

o NBR 12962 este agente extintor deve ser substituído somente quando houver perda superior a 10% da carga nominal declarada ou conforme previsto na NBR 11716.

o NBR 11716 a recarga deve obedecer às instruções do fabricante e à NBR 12962. o NBR 12962 todos os extintores devem passar por manutenção de primeiro nível anualmente. o NR 23 todos os extintores devem ser inspecionados externamente a cada mês e possuir uma ficha

individual de inspeção.

3. PESAGEM SEMESTRAL 3.1 Extintor de Gás Carbônico (CO2)

o NBR 12962 pesar quando for inspecionado. o NBR 12962 inspeção semestral.

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3.2 Extintor de Pressão Injetada (água ou pó com ampola)

o NR 23 - pesar semestralmente a ampola.

4. TESTE HIDROSTÁTICO

o A NBR 13485 determina que todos os extintores de incêndio devem ser vistoriados (submetidos a teste hidrostático) em um intervalo máximo de 5 anos.

5. MANGUEIRAS DE INCÊNDIO

o NBR 12779 - Inspeção, Manutenção e Cuidados em Mangueiras de Incêndio: inspeção trimestral, este hidrostático anual.

Perguntas Sobre SST na Internet

14. Onde se encontra a lista de CBO - Código Brasileiro de Ocupação? No site do Ministério do Trabalho e Emprego, http://www.mtecbo.gov.br

15. Há alguma lista de discussão sobre Saúde e Segurança do Trabalho? Sim, há no Brasil listas de discussão de SST. Eis algumas:

o Lista de Discussão da SOBES - Moderador: Angelo Acauã o SESMT - Segurança e Medicina do Trabalho - Moderador: Cosmo Palasio o Grupo Trabalho Seguro - Moderador: Jorge Reis

16. Há no Brasil alguma instituição que trata da Segurança do Trabalho? Sim, no Brasil há muitas instituições e organizações que tratam de Segurança do Trabalho Podemos citar entre as públicas a Fundacentro e o MTE - Ministério do Trabalho e Emprego. Entre as agremiações privadas a Revista Cipa, Revista Proteção a SOBES - Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança do Trabalho, as associações regionais de Engenheiros de Segurança do Trabalho e as associações regionais de Técnicos de de Segurança do Trabalho - FENATEST. Também as centrais sindicais, CUT, CGT e Força Sindical possuem setores que tratam sobre Saúde e Segurança do Trabalho com seriedade.

17. Existe algum chat sobre Segurança do Trabalho? Sim, há diversos chats, mas infelizmente quase sempre vazios. Tente estes: Chat da AreaSeg - sem banners, frames, nem anúncios. Não requer senha de entrada. Chat da Lista de Discussão da SOBES - mantido pelo Grupos.com.br. Chat da Revista CIPA - limite de 30 pessoas.

18. Onde há informações sobre congressos, cursos e eventos de seguranca do trabalho? Um dos maiores divulgadores da área é a revista CIPA. Há boas informações sobre eventos no site da revista. http://www.cipanet.com.br.

19. Como encontro na Internet figuras e fotos sobre acidentes de trabalho? Sites de busca como o Google e o Altavista possuem opção para procurar imagens. Basta escolher essa opção e usar as segintes expressões: 1. work accident 2. work injury

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3. occupational accident 4. occupational injury

20. Onde posso fazer um curso de Técnico de Segurança do Trabalho on line ou por correspondência? Não existe tal curso. Cursos de Técnico de Segurança do Trabalho on line e/ou por correspondência não estão regulamentados no Brasil.

21. Se eu trabalhar em uma empresa brasileira em outro país, a que lei estou sujeito em caso de acidente de trabalho? Você está sujeito a lei do país em que está registrado na previdência social. Se você estiver trabalhando no estrangeiro e tiver a carteira assinada no Brasil, está sujeito as leis brasileiras. Vale também o acordo ou protocolo de trabalho entre os dois países, caso exista. Perguntas Sobre Normas e Leis

22. Que é penosidade ou atividade penosa? Segundo o projeto de lei nº 2168/89 é atividade penosa aquela que demanda esforço físico estafante ou superior ao normal, exige atenção contínua e permanente ou resulte em desgaste ou stress. Segundo o projeto de lei nº 1808/89/89 é atividade penosa aquela que em razão de sua natureza ou intensidade com que é exercida, exige do empregado esforço fatigante, capaz de diminuir-lhe significativamente a resistência física ou a produção intelectual. É uma luta antiga a regulamentação do adicional de periculosidade, para trabalhos penosos. Quando esta FAQ foi editada, em 21/12/2001, a penosidade ainda não estava regulamentada pela legislação brasileira.

23. Que é a NR Zero? Muitos chamam de NR Zero à portaria 393, de 09 de abril de 1996. Esta portaria define que a metodologia de regulamentação na área de segurança e saúde no trabalho, atribuição da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho tem como princípio básico a adoção do sistema tripartite paritário - Governo, Trabalhadores e Empregadores. Veja http://www.areaseg.com/normas/leis/nrzero.html

24. Em que caso se aplica o adicional de periculosidade? O adicional de periculosidade se aplica aos seguintes casos: Radiação, explosivos, inflamáveis e eletricidade O valor do adicional de periculosidade é de 30% do salário do empregado.

25. O adicional de insalubridade pode ser retirado da folha de pagamento do empregado se for eliminada a insalubridade? Sim, desde que seja eliminada a insalubridade o adicional de insalubridade deixara de ser pago. O trabalhador que esta há tempo na função não tem direito a continuar recebendo o adicional de insalubridade. Neste caso não há direito adquirido.

26. Pode uma empresa contratar somente Engenheiro de Segurança do Trabalho sem contratar Técnico de Segurança do Trabalho? Neste caso a primeira coisa que nos vem em mente é que o grau de estudo de um Engenheiro de Segurança do Trabalho é maior que o de um Técnico de Segurança do Trabalho e que por isso poderia o engenheiro ocupar o lugar do técnico, por ter maior grau de estudo que este. Entretanto, as duas profissões são regulamentadas por lei . A ética profissional e as leis trabalhistas reservam a cada categoria seu espaço. Se em uma empresa o Engenheiro de Segurança do Trabalho ocupar o lugar do Técnico de Segurança do Trabalho haverá uma violação do quadro do SESMT desta empresa. O Engenheiro de Segurança do Trabalho não pode acumular funções ou ser contratado como Técnico de Segurança do Trabalho. Há ainda uma disparidade de carga horária, para a maioria dos casos, que prevê 8 horas de trabalho para o o técnico e

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6 horas para o engenheiro. Se em alguma empresa o engenheiro ocupar o lugar do técnico a ética profissional estará sendo violada. Será uma situação que se não for ilegal é, no mínimo, imprópria.

27. Quem é habilitado para exercer a função de Engenheiro de Segurança do Trabalho e de Técnico de Segurança do Trabalho ? As duas profissões estão regulamentadas. Vejamos o que versa a lei. Decreto nº 92.530 de 09/04/1986 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 61, item III, da Constituição, e tendo em vista o disposto no artigo 4º da Lei nº 7.410, de 27 de novembro de 1985. DECRETA Art. 1º - O exercício da especialização de Engenheiro de Segurança do Trabalho é permitido, exclusivamente: I - ao Engenheiro ou Arquiteto, portador de certificado de conclusão de curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, em nível de pós-graduação; II - ao portador de certificado de curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, realizado em caráter prioritário, pelo Ministério do Trabalho; III - ao possuidor de registro de Engenheiro de Segurança do Trabalho, expedido pelo Ministério do Trabalho dentro de 180 dias da extinção do curso referido no item anterior. Art 2º - O exercício da profissão de Técnico de Segurança do Trabalho é permitido, exclusivamente: I - ao portador de certificado de conclusão de curso de Técnico de Segurança do Trabalho ministrado no País em estabelecimento de ensino de 2º grau; II - ao portador de certificado de conclusão de curso de Supervisor de Segurança do Trabalho, realizado em caráter prioritário pelo Ministério do Trabalho; III - ao possuidor de registro de Supervisor de Segurança do Trabalho, expedido pelo Ministério do Trabalho até 180 dias da extinção do curso referido no item anterior. A RESOLUÇÃO Nº 359 do CONFEA, DE 31 JULHO de 1991, corrobora o decreto Decreto nº 92.530 de 09/04/1986, no tocante aos Engenheiros de Segurança do Trabalho Qual o piso salarial do Engenheiro de Segurança do Trabalho e do Técnico de Segurança do trabalho? O piso do engenheiro de segurança do Trabalho é de 6 salários mínimos, conforme definido pela lei. Entretanto, a média salarial mínima, geralmente, está acima do piso salarial. Para o Técnico de Segurança do Trabalho, o mínimo é definido pelo sindicato da categoria.

28. Como fica a situação em caso de acidentes de trabalho de um cidadão sentenciado que presta serviços a comunidade? Quando se usa mão de obra sentenciada, preso não trabalha de graça, este possui alguns direitos, entre estes podemos destacar: 1 - Não esta sujeito a CLT, Art. 28, parágrafo 2º da Lei 7210/11/84 2 - O Trabalho do preso será remunerado mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 do salário mínimo, Art. 29 da mesma Lei. 3 - O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender a indenizações dos danos causados pelo crime que cometeu, assistência a família, pequenas despesas pessoais, ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado e formação de uma cardeneta de poupança do pecúlio, que será devolvida ao condenado quando posto em liberdade, Art. 29 da mesma Lei. 4 - Somente não será remunerado quando este prestar serviços a comunidade. Então, a responsabilidade a acidentes está assegurada pela contribuição ao INSS, onde este contribui da mesma forma e possui os

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mesmos direitos de um trabalhador comum. Quando se tratar de trabalhos a comunidade o tratamento decorrido de ferimentos causados pelo trabalho, serão tratados no Regime penitenciário com apoio do SUS.

29. Presto serviço de segurança patrimonial em obras de construção civil com cães-de-guarda. Um de meus cães-de-guarda veio a se acidentar, morrendo. Que direitos tenho? Animais não são cobertos pela legislação trabalhista brasileira nem pelas NRs. Neste caso cabe ao dono do animal uma indenização por perda de patrimônio. Visando prevenir-se de possiveis acidentes deste tipo, deve-se elaborar clausulas que prevem esta situação no contrato de prestação de serviços. Esse tipo de acidente não é acidente de trabalho.

30. Qual a lei que obriga a empresa fornecer aos empregados EPIs? 1. CLT (Consolidação das Leis do Trabalho)

Art. 166 - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.

2. NR-6 (Norma Regulamentadora 6)

6.2. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: a) sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenças profissionais e do trabalho; (106.001-5 / I2) b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; (106.002-3 / I2) c) para atender a situações de emergência. (106.003-1 / I2)

31. O que acontece se o trabalhador se recusar a usar EPIs? Lembramos que o papel do profissional de segurança é de orientar o trabalhador e se possível evitar puní-lo. O trabalhador deve ser orientado a usar EPIs, se for intransigente deve ser advertido. Caso se recuse continuamente a usar EPIs pode ser demitido por justa causa. Cabe lembrar também que o EPI deve estar em boas condições de uso, possuir o certificado de aprovação do Ministério do Trabalho e ser adequado a situação para o qual é destinado.

32. O que acontece se a empresa onde trabalho não fornecer EPIs? A empresa pode ser denunciada no Ministério do Trabalho ou no SUS e vir a sofrer multa aplicada por estas instituições. A empresa deve fornecer gratuitamente os EPIs aos empregados.

33. O uso de EPI elimina a insalubridade? O artigo 191 da CLT diz o seguinte: Art. 191 - A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá:

I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância; Il - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância.

Portanto o EPI pode eliminar a insalubridade, desde que atenda ao descrito no Art 191 da CLT, como transcrito acima.

34. O cipeiro pode ter seu mandato prorrogado? A prorrogação de mandato do cipeiro, eleito pelos empregados, não esta prevista pela NR 5. A NR versa que o cipeiro pode ser reeleito uma vez como descrito abaixo:

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5.7 O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma reeleição. O presidente da CIPA, entretanto, poderá ter seu mandato prorrogado, pois este é indicadopelo empregador.

35. O presidente da CIPA tem estabilidade no emprego? Não, a estabilidade é somente para os representantes dos empregados que são escolhidos por voto. O presidente da CIPA representa o empregador e é escolhido por este. Ele pode ter seu cargo prorrogado indefinidamente ate que o empregador o desejar, mas nao goza de estabilidade no emprego.

36. Trabalho em um lugar muito quente. Tenho direito a insalubridade? A caracterização da insalubridade nem sempre é direta e imediata. Para este caso as condições de trabalho devem ser avaliadas. É desejável que se faça perícia técnica no local de trabalho. Sem a avaliação de perito técnico nada se pode afirmar.

37. Onde encontro livros, vídeos, revistas e jornais de Segurança do Trabalho? Bem, vamos por partes: Livros: LTR e Editora Atlas Vídeos: COASTALe Fundacentro Revistas: CIPA e Proteçao Jornal: Jornal de Segurança e Saúde no Trabalho

38. Onde encontro normas da ABNT para download? Normas da ABNT estão protegidas por leis de direitos autorais, por isso quem publicar em sites ou enviar por e-mail tais normas está sujeito as penalidades previstas por lei. Por isso ninguem tem normas da ABNT para download. A ABNT disponibiliza suas normas em formato digital e impresso para venda. A aquisição pode ser feita pelo site: ABNT DIGITAL - www.abntdigital.com.br Veja também: Site da ABNT - www.abnt.com.br Algumas universidades tem em suas bibliotecas algumas normas da ABNT para consulta pública. Perguntas Sobre o Site

39. Posso usar o material contido neste site para dar cursos de Segurança do Trabalho? Sim, você pode usar o material que eu, Carlos, fiz, desde que não seja para ganhar dinheiro com o material. Deve ainda ter em mente que eu não dou garantia que o material aqui contido esteja 100% correto, portanto fica sob sua responsabilidade o que for repassado para terceiros. Caso utilize algum material deste site você deve dar créditos ao site divulgando o endereço (http://www.areaseg.com). Há entretanto no site outros materiais que são de outros autores. Estes você deve se reportar a eles para conseguir autorização.

40. Onde encontro as respostas das questões de SST? As perguntas tem por objetivo fazer o profissional e/ou o estudante de Segurança do Trabalho e Ergonomia pesquisar. Elas não possuem respostas. Doravante as novas questões que saírem terão metade das questões respondidas.

41. Você aceita propaganda no site? Aceita-se propaganda em forma de banner 300 x 38 pixels na página principal, e somente nela, e um máximo de 4 banners rotativos, de modo que nao apareçam mais que 2 por vez, para pagar o custo do site. Em minha opinião propaganda polui o visual do site e além disso o objetivo do site não é ganhar dinheiro com propaganda. O custo mensal do banner é de 50 Reais e tem por objetivo manter o site auto-sustentável. Informe-se pelo email [email protected]

42. Como faço para receber artigos de Segurança do Trabalho? Muitos sao os visitantes que pedem artigos sobre Segurança do Trabalho.

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Uma boa fonte de artigos é a lista de discussão SESMT, coordenada por Cosmo Palasio, com quase 10 MB semanais de artigos. Para receber os artigos basta inscrever-se na lista de discussão.

43. Quais o endereço correto da AreaSeg? A AreaSeg posssui um dominio principal www.areaseg.com e o domínio adicional www.areaseg.com.br O email de contato do site é [email protected]

GLOSSÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS DO TÉCNICO E ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

(Róbson de Souza/Carlos Marangon)

A

• AA - Account Ability • AAF - Análise de Árvore de falhas • ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas • ABPA - Associação Brasileira de Prevenção de Acidentes • ABP-EX - Associação brasileira para a Prevenção de Explosões • ABPI - Associação brasileira de Prevenção de Incêndios • ACGIH - American Conference of Governametal Industrial Hygienists (Conferência Americana

Governamental de Higiene Industrial) • ADC - Árvore de Causas • AET - Análise Ergonômica do Trabalho • AET - Auditor Fiscal do Trabalho • AFRA - Abertura de Frente de Radiografia Industrial • AI - Agente de Inspeção • AIDS - Acquirite Imuno-Deficience Syndrom (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida-SIDA) • ALAEST - Associação Latino-americana de Engenharia de Segurança do Trabalho • ALAIST - Asociación Latino Americana de Ingeniaría de Seguridad del Trabajo • ALARA - As Low As Reasonably Achievable (Tão Baixo Quanto Razoavelmente...). • AMFC - Análise de Modo de Falhas e Efeitos • ANA - Agência Nacional de Águas • ANAMT - Associação Nacional de Medicina do Trabalho • ANDEF - Associação nacional dos fabricantes de defensivos agrícolas • ANPT - Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho • ANSI - American National Standards Institute • ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária • APF - Alto Ponto de Fluidez • APES - Associação Paranaense de Engenheiros de Segurança do Trabalho • APP - Análise de Problemas Potenciais • ART - Anotação de Responsabilidade Técnica • AS - Social Accountability • ASME - American Society of Mechanical Engineers (Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos) • ASO - Atestado de Saúde Ocupacional • AT - Acidente de Trabalho • ATEX - (ATmosphere EXplosibles) - Atmosfera Potencialmente Explosiva • ATPE - Atmosfera Potencialmente Explosiva • ATR - Autorização para Trabalho de Risco • AVCB - Atestado de Vistoria do Corpo de Bombeiros

B

• BAL - British Anti-Lewisite (Dimercaprol); Bronchoalveolar Lavage • BHC - Benzene Hexachloride (hexacloro benzeno) • BO - Boletim de Ocorrência • BPF - Baixo Ponto de Fluidez

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• BS 8800 - British Standard 8800 (Norma Britânica sobre Saúde e Segurança Ocupacional) • BSI - British Standards Institute • BTU - British Thermal Unit

C

• C - Código do EPI. Por exemplo: C = 118.211-0/I=3 • CA - Certificado de Aprovação • CAI - Certificado de Aprovação de Instalação • CAT - Comunicado de Acidente de Trabalho • CBO - Classificação Brasileira de Ocupações • CCIH - Comissão de Controle de Infecções Hospitalares • CCOHS - Canadian Centre for Occupational Health & Safety (Centro Canadense para a Saúde

Ocupacional e Segurança) • CCS – Cadastro de Clientes • CCT - Convenção Coletiva do Trabalho • CDC - Control Desease Center (Centro para Controle de Doenças) • CEI - Cadastro Específico do INSS • CEP – Controle Estatístico do Processo • CEO - Chief Executive Officer (Chefe Executivo Oficial), Chairman and Executive Officer (Presidente e

Oficial Executivo) • CEREST - Centro de Referência em Saúde do Trabalhador • CESAT - Centro de Estudos de Saúde do Trabalhador (Bahia) • CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental • CFM - Conselho Federal de Medicina • CGC - Cadastro Geral de Pessoa Física • CGT - Central Geral dos Trabalhadores • CID - Código Identificador de Doença; Classificação Internacional de Doenças. • CIF - Carteira de Identidade Fiscal • CIN - Centro de Informações Nucleares • CIPA - Centro Informativo de Prevenção de Acidentes (nome próprio - Grupo CIPA) • CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes • CIPAMIN - Comissão Interna para Prevenção de Acidentes na Mineração • CIPATR - Comissão Interna para Prevenção de Acidentes no Trabalho Rural • CLT - Consolidação das Leis do Trabalho • CMSO - Controle Médico de Saúde Ocupacional • CNA - Confederação Nacional da Agricultura • CNAE - Código Nacional de Atividades Econômicas • CNC - Comando Numérico Computadorizado (ex. torno CNC) • CND - Certidão Negativa de Débito • CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear • CNH - Carteira Nacional de Habilitação • CNI - Confederação Nacional das Indústrias • CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas • COEGP - Cursos para Operador de Empilhadeira de Grande Porte • COEPP - Cursos para Operador de Empilhadeira de Pequeno Porte • CONAMA - Comissão Nacional de Meio Ambiente • CONASEMS - Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde • CONASS - Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde • CONFEA - Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. • CONMETRO - Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. • CONTAG - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura • CORETEST - Conselho Regional dos Técnicos de Segurança do Trabalho • COS - Composto Orgânico Volátil • COS-V - Composto Orgânico Semi-Volátil • CPATP - Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário • CPF - Cadastro de Pessoa Física • CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito

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FAFIT/FACIC-49--------------------------------------------------------------ProfªMarici Harlene de Lara Fereira 49

• CPN - Comitê Permanente Nacional (sobre condições e meio ambiente de trabalho) • CPR - Comitê Permanente Regional (sobre condições e meio ambiente de trabalho) • CREA - Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. • CRF - Certificado de Registro de Fabricante • CRI - Certificado de Registro de Importador • CRJF - Certidão de Regularidade Jurídico Fiscal • CRM - Conselho Regional de Medicina • CRP - Centro de Reabilitação Profissional • CTN - Centro Tecnológico Nacional (da Fundacentro) • CTPAT - Comissão Tripartite de Alimentação do Trabalhador • CTPP - Comissão Tripartite Fretaria Permanente • CTPS - Carteira de Trabalho Previdência Social • CUT - Central Única dos Trabalhadores

D

• DATAPREV - Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social • dB - decibel • DDS - Diálogo de Segurança • DDSMS - Diálogo Diário de Segurança, Meio Ambiente e Saúde. • DDT - Dicloro, Difenil Tricloroetano. • DECEX - Departamento de Comércio Exterior • DEQP - Departamento de Qualificação Profissional • DIN - Deutsche Industrien Normen (Padrão Industrial Alemão), Deutsches Institut für Normung

(Instituto Alemão para a Padronização). • DNSST - Departamento Nacional de Segurança e Saúde do Trabalho • DNV - Det Norske Veritas • DORT - Doença(s) Osteomuscular(es) Relacionado(s) ao Trabalho • DORT - Distúrbio(s) Osteomuscular(es) Relacionado(s) ao Trabalho • DOU - Diário Oficial da União • DRT - Delegacia Regional do Trabalho • DRTE - Delegacia Regional do Trabalho e Emprego • DSST - Departamento de Saúde e Segurança do Trabalho • DST - Doença Sexualmente Transmissível

E

• EA - Emissão Acústica • EAR - Equipamento Autônomo de Respiração • ECPI - Equipamento Conjugado de Proteção Individual • ECSST - Educação Continuada em Saúde e Segurança do Trabalho • EIAS – Avaliação do Impacto no Ambiente e a Saúde • EMATER - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural • EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias • END - Ensaio Não-Destrutivo (radiações) • EPC - Equipamento de Proteção Coletiva • EPI - Equipamento de Proteção Individual • EPS – Embalagem de Produtos (Poliestireno Expandido) • EST - Engenheiro de Segurança do Trabalho; Engenharia de Segurança do Trabalho.

F

• FAT - fundo de amparo ao trabalhador • FDA - Failure-Data Analysis (Análise de Falha de Dados) • FEEMA - Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Rio de Janeiro) • FENATEST - Federação Nacional dos Técnicos de Segurança do Trabalho • FEPI - Ficha de Entrega de EPI

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FAFIT/FACIC-50--------------------------------------------------------------ProfªMarici Harlene de Lara Fereira 50

• FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço • FIOCRUZ - Fundação Osvaldo Cruz • FISP - Feira Internacional de Segurança e Proteção (nome próprio) • FISP - Folha de Informação Sobre o Produto • FISPQ - Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico • FISPQ - ficha de informação de Segurança do Produto Químico • FISST - Feira Internacional de Saúde e Segurança no Trabalho • FMEA - Failure Method of Effect Analysis (Análise dos Efeitos dos Modos de Falha) • FOR - Free Oxigen Radicals (Radicais Livres de Oxigênio) • FSDP - Ficha de Segurança de Produto • FISPQ - Ficha de Informações de Segurança do Produto Químico • FTA - Fault Tree Analysis (Análise de Árvore de Falhas) • FUNDACENTRO - Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Seg. e Med. do Trabalho

G

• GA - Gases Ácidos • GES - Grupo de Exposição Similar • GFIP - Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência

Social. • GHE - Grupo Homogêneo de Exposição • GHR - Grupo Homogêneo de Risco • GLP - Gás Liquefeito de Petróleo • GNV - Gás Natural Veicular • GOI-PNES - Grupo Operativo Institucional (do PNES) • GQT - Gerenciamento pela Qualidade Total • GR - Grau de Risco • GST - Gerenciamento pela Segurança Total • GSTB - Grupo de Segurança do Trabalho a Bordo de Navios Mercantes • GT - Grupo Técnico • GT - 10 - Grupo Técnico para Revisão da NR-10 • GT/SST - Grupo Tripartite de Saúde e Segurança do Trabalho • GTT - Grupo Técnico Tripartite

H

• HACCP - Hazard Analysis and Critical Control Point (Análise de Perigo e Ponto de Controle Crítico) • HAZOP - Hazard and Operability • HIV - Human Immunodeficiency Virus (Vírus de Imunodeficiência Humana- VIH/SIDA) • HPV – Papiloma Vírus Humano • HMIS - Hazardous Material Information System (Sistema de Informação Material perigoso), Hazardous

Materials Identification System (Sistema perigoso da Identificação dos materiais). • HSTA - Higiene e Segurança no Trabalho e Ambiente

I

• I - Grau de Infração. Por exemplo: C = 118.211-0/I=3 • IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis • IBUTG - Índice de Bulbo Úmido-Termômetro de Globo • IEC - International Electrotechnical Commission (Comissão Eletrotécnica Internacional) • IEF - Instituto Estadual de Florestas (Minas Gerais) • IKAP - índice Kwitko de atenuação pessoal • ILO - International Labour Organization (OIT, em Inglês). (Organização Internacional do Trabalho) • IML - Instituto Médico Legal • IN - Instrução Normativa. Sucede-se ao IN um número. Por exemplo, IN-84. • INMETRO - Instituto Nacional de Pesos e Medidas • INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social

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• INST - Instituto Nacional de Segurança do Trânsito • IPVS - Imediatamente Perigoso à Vida e à Saúde • IRA - Índice Relativo de Acidentes • ISO - International Organization for Standardization (Organização Internacional de Padronização)

L

• LEM - Laudo de Exame Médico • LEO - Limite de Exposição Ocupacional • LER - Lesão por Esforço Repetitivo • LER/DORT - Lesão por Esforço Repetitivo/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho • LGE - Líquido Gerador de Espuma • LP - Líquido Penetrante • LT - Limite de Tolerância • LTCA - Laudo Técnico de Condições Ambientais • LTCAT - Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho.

M

• MAG - Metal Ative Gás - tipo de solda • MASP – Método de Análise e Solução de Problemas • MBA - Master of Business Administration (Mestre de Administração do Negócio) • MIG - Metal Inert Gás - Tipo de Solda • MMA - Ministério do Meio Ambiente • MOPE - Movimentações de Cargas Perigosas • MRA - Mapa de Risco Ambiental • MSDF - Material Safety Data Sheet (Folhas de dados Materiais de segurança) • MTb - Ministério do Trabalho • MTE - Ministério do Trabalho e Emprego • MTR - Manifesto para Transporte de Resíduos

N

• NBR - Norma Brasileira • NFPA - National Fire Protection Association (Associação Nacional da Proteção de Fogo) • NHO - Norma de Higiene Ocupacional • NIOSH - National Institute for Occupational Safety and Health (Instituto Nacional para a Segurança e a

Saúde ocupacional) • NIT - Número de Identificação do Trabalhador • NOB - Norma Operacional Básica • NOSA - National Occupational Safety Association (África do Sul) (Associação Nacional de Segurança

Ocupacional) • NPS - Nível de Pressão Sonora • NR - Norma Regulamentadora • NRR - Nível de Redução de Ruído • NRR - Norma Regulamentadora Rural • NRR-SF - Noise Reduction Rating - Subject Fit (Avaliação de Redução de Ruído – Ajuste do Assunto)

O

• OGMO - Órgão Gestor de Mão-de-Obra • OHSAS - Occupational Health and Safety Management System Specification (Sistema de Gestão de

Segurança e Higiene no Trabalho) • OIT - Organização Internacional do Trabalho (em Inglês, ILO). • OMS - Organização Mundial da Saúde • ONG - Organização Não-Governamental • ONL - Organização Não-Lucrativa

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FAFIT/FACIC-52--------------------------------------------------------------ProfªMarici Harlene de Lara Fereira 52

• OS - Ordem de Serviço • OSHA - Occupational Safety and Health Act (Ato Ocupacional de Segurança e de Saúde) ou

Occupational Safety & Health Administration (Administração Ocupacional de Segurança e de Saúde)

P

• PAE - Plano de Ação Emergencial • PAIR - Perda Auditiva Induzida por Ruído • PAIRO - Perda Auditiva Induzida por Ruído Ocupacional • PAM - Plano de Ajuda Mútua • PAT - Programa de Alimentação do Trabalhador • PBAS - Projetos, Planos ou Programas Básicos Ambientais. • PCA - Plano de Controle Ambiental • PCA - Programa de Conservação Auditiva • PCE - Plano de Controle de Emergência • PCIH - Programa de Controle de Infecções Hospitalares • PCMAT - Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Construção Civil • PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional • PCTP - Programa de Controle Total de Perdas • P.D.C.A. – Plan (Planejar), Do (Executar), Check (Verificar), Act (Agir). • PGR - Programa de Gerenciamento de Risco • PGRSS - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde • PH - Profissional Habilitado • pH - Potencial Hidrogenionico • PM - Partículas Magnéticas • PMOC - Plano de Manutenção, Operação e Controle. • PMTA - Pressão Máxima de Trabalho Admissível • PNES - Programa Nacional de Eliminação da Silicose • PPACAP - Programa de Prevenção de Acidente Com Animais Peçonhentos • PPEOB - Programa de Prevenção de Exposição Ocupacional ao Benzeno • PPAP – Processo de Aprovação de Peça de Produção • PPD - Pessoa Portadora de Deficiência • PPP - Perfil Profissiográfico Previdenciário • PPR - Programa de Proteção Respiratória • PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais • PPRAG - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais para Indústrias Galvânicas • PPRPS - Programa de Prevenção de Riscos em Prensas e Similares. • PPS - Procedimento Padrão de Segurança • PRAT - Pedido de Reconsideração de Acidente de Trabalho • PRODAT - Programa Nacional de Melhoria de Informações Estatísticas Sobre Doenças e Acidentes do

Trabalho • PROESIC - Programa de Engenharia de Segurança na Indústria da Construção • PROVERSA - Programa de Vigilância Epidemiológica e Sanitária em Agrotóxicos • PSS - Programa de Saúde e Segurança • PSSTR - Programa Saúde e Segurança do Trabalhador Rural • PT - Permissão de Trabalho • PTR - Permissão de Trabalho de Risco

Q

• QS - Quality System (Sistema de Qualidade da Chrysler, Ford e General Motors). • QFD - Quality Function Deployment (Processo de Desenvolvimento de Projetos)

R

• RAA - Relatório de Auditoria Ambiental • RAP - Relatório Ambiental Prévio

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FAFIT/FACIC-53--------------------------------------------------------------ProfªMarici Harlene de Lara Fereira 53

• RAS – Rede de Agricultura Sustentável • RCA - Relatório de Controle Ambiental • RE - Risco Elevado (Normas de Combate à Incêndio) • REM - Roetgen Equivalent Man (Unidade de Dose de Radiação) • RG - Registro Geral (Cédula Identidade) • RIA - Responsável pela Instalação Aberta (Técnico Habilitado em Trabalho com Radiação) • RIMA - Relatório de Impacto de Meio Ambiente • RIT - Regulamento de Inspeção ao Trabalho • RL - Risco Elevado (Normas de Combate à Incêndio) • RM - Risco Médio (Normas de Combate à Incêndio) • RNC - Relatório de Não-Conformidade • RSI - Repetitive Strain Injuri (Lesão por Esforço Repetitivo - LER, em Inglês). • RT - Responsável Técnico • RTP - Recomendação Técnica de Procedimentos • RTR - Requerimento para Transferência de Fonte Radioativa

S

• SARS - Severe Acute Respiratory Syndrom (Síndrome Respiratória Aguda/Severa) • SASSMAQ - Sistema de Avaliação de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Qualidade. • SAT - Seguro de Acidente de Trabalho • SA - Social Accountability • SAI - Social Accountability International • SECONCI - Serviço Social da Indústria da Construção • SEESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho • SEFIT - Sistema Federal de Inspeção do Trabalho • SENAC - Serviço Nacional de Aprendizado do Comércio • SENAI - Serviço Nacional de Aprendizado Industrial • SENAR - Serviço Nacional de Aprendizado Rural • SERLA - Fundação Superintendência Estadual de Rios e Lagoas • SERT - Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho • SESC - Serviço Social do Comércio • SESI - Serviço Social da Indústria • SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho ou Serviço de

Segurança e Medicina do Trabalho • SESST - Serviço Especializado em Segurança e Saúde do Trabalhador Portuário • SEST - Serviço Especializado em Segurança do Trabalho • SETAS - Secretaria do Trabalho e da Ação Social • SGSST - Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho • SH&E - Simat Helliesen & Eichner (Política de Meio Ambiente, Saúde Ocupacional e Segurança

estabelecidas pela ExxonMobil e Filiadas). • SIASUS - Serviço de Informação Ambulatorial do SUS • SICAF - Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores • SIDA – Síndrome de Imunodeficiência Adquirida. (VIH/SIDA) • SINDUSCON - Sindicato da Industria da Construção Civil • SINITOX - Sistema Nacional de Informação Tóxico-Farmacológica • SINMETRO - Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. • SIPAT - Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho • SIT - Secretaria de Inspeção do Trabalho • SMS – Segurança, Meio Ambiente e Saúde. • SOBES - Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança • SOL - Segurança Ordem e Limpeza • SSSSS ou 5S – Seiri (Senso de Utilização), Seiton (Senso de Organização), Seison (Senso de Zelo),

Seiketsu (Senso de Higiene) e Shitsuke (Senso de Disciplina). • SSST - Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho • SST - Saúde e Segurança do Trabalho • SUS - Sistema Único de Saúde • Sv - Sievert (Unidade de Dose de Radiação)

Page 54: Curso Tecnico de Seguranca Do Trabalho

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T

• TDS - Treinamento de Segurança • TE - Temperatura Efetiva • TIG - Tungsten Inert Gas - Tipo de Solda (Gás Inerte de tungstênio) • TLV - Threshold Limit Value (Valor de Limite do Ponto Inicial), Threshold Level Value (Valor do Nível

do Ponto Inicial). • TPM - Técnicas de Parasitologia e Manejo de Pragas ou Manutenção produtiva total • TRT - Tribunal Regional do Trabalho • TST - Técnico de Segurança do Trabalho • TST - Tribunal Superior do Trabalho • TWA - Time Weight Average (Nível Médio Ponderado) (Média do Peso do tempo) • TWI - Training With Industry (Treinar com a Indústria)

U

• UE - Unidade Extintora (Normas de Combate à Incêndio) • US - Ultra-som • UFIR - Unidade Fiscal de Referência • UNESCO - United Nations Education, Science and Culture Organization (Organização das Nações

Unidas da Educação, Ciência e Cultura). • UNICEF - United Nations Children`s Found (As Nações Unidas de Encontro as Crianças)

V

• VDA – Conjunto de Normas da Federação das Indústrias Automobilísticas Alemã • VDE – Association for Electrical, Electroni Information Technologies • VGD - Ventilação Geral Diluidora • VLE - Ventilação Local Exaustiva • VO - Voláteis Orgânicos • VRT - Valor de Referência Tecnológico

W

• WHO - World Health Organization (Organização da Saúde e do Mundo)

Téc. Seg. Trabalho Róbson de Souza Tel 21 8816 6851 [email protected]

Page 55: Curso Tecnico de Seguranca Do Trabalho

FAFIT/FACIC-55--------------------------------------------------------------ProfªMarici Harlene de Lara Fereira 55

O Anel Venho aqui, professor, porque me sinto tão pouca coisa, que não tenho forças para fazer nada. Dizem-

me que não sirvo para nada, que não faço nada bem, que sou lerdo e muito idiota. Como posso melhorar? O que posso fazer para que me valorizem mais?

O professor sem olhá-lo, disse: - Sinto muito meu jovem, mas não posso te ajudar, devo primeiro resolver meu próprio problema. Talvez depois. E fazendo uma pausa falou: - Se você me ajudasse, eu poderia resolver este problema com mais rapidez e depois talvez possa te ajudar.

- C... Claro, professor - gaguejou o jovem. Mas se sentiu outra vez desvalorizado e hesitou em ajudar seu professor. O professor tirou um anel que usava no dedo pequeno e deu ao garoto e disse: - Monte no cavalo e vá até o mercado. Devo vender esse anel porque tenho que pagar uma divida. É preciso que obtenhas pelo anel o máximo possível, mas não aceite menos que uma moeda de ouro. Vá e volte com a moeda o mais rápido possível.

O jovem pegou o anel e partiu. Mal chegou ao mercado começou a oferecer o anel aos mercadores. Eles olhavam com algum interesse,

até quando o jovem dizia o quanto pretendia pelo anel. Quando o jovem mencionava uma moeda de ouro, alguns riam, outros saiam sem ao menos olhar para

ele, mas só um velhinho foi amável a ponto de explicar que uma moeda de ouro era muito valiosa para comprar um anel. Tentando ajudar o jovem, chegaram a oferecer uma moeda de prata e uma xícara de cobre, mas o jovem seguia as instruções de não aceitar menos que uma moeda de ouro e recusava as ofertas.

Depois de oferecer a jóia a todos que passaram pelo mercado, abatido pelo fracasso montou no cavalo e voltou. O jovem desejou ter uma moeda de ouro para que ele mesmo pudesse comprar o anel, assim livrando a preocupação de seu professor e assim podendo receber ajuda e conselhos. Entrou na casa e disse: - Professor,

sinto muito, mas é impossível conseguir o que me pediu. Talvez pudesse conseguir 2 ou 3 moedas de prata, mas

não acho que se possa enganar ninguém sobre o valor do anel. - Importante o que disse meu jovem - contestou

sorridente - devemos saber primeiro o valor do anel.

Volte a montar no cavalo e vá até o joalheiro. Quem melhor para saber o valor exato do anel?Diga que quer vender o anel e pergunte quanto ele te dá

por ele. Mas não importa o quanto ele te ofereça, não o venda. Volte aqui com meu anel. O jovem foi até o joalheiro e lhe deu o anel para examinar, O joalheiro examinou o anel com uma lupa,

pesou o anel e disse: - Diga ao seu professor, se ele quer vender agora, que não posso dar mais que 58 moedas de ouro pelo anel. - 58 MOEDAS DE OURO!!! - exclamou o jovem. - Sim, replicou o joalheiro, eu sei que com tempo eu poderia oferecer cerca de 70 moedas, mas se a venda é urgente...

O jovem correu emocionado à casa do professor para contar o que ocorreu. - Senta - disse o professor. E depois de ouvir tudo que o jovem lhe contou disse: - Você é como esse anel, uma jóia valiosa e única. E que só pode ser avaliada por um expert. Pensava que qualquer um poderia descobrir o seu verdadeiro valor??? E dizendo isso voltou a colocar o anel no dedo.

- Todos somos como esta jóia. Valiosos e únicos e andamos por todos os mercados da vida pretendendo que pessoas inexperientes nos

valorizem. “Ninguém pode te fazer sentir inferior sem seu consentimento.”

(autor desconhecido)